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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
SISTEMA DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA
AUTOR
LUCIANA MAGALHÃES DO NASCIMENTO
ORIENTADOR
CELSO SANCHEZ
RIO DE JANEIRO
ABRIL/2005
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO VEZ DO MESTRE
SISTEMA DE INFORMAÇÃO LOGÍSTICA
Apresentação de Monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística Empresarial. Por: Luciana Magalhães do Nascimento
RIO DE JANEIRO
Abril/2005
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AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus e a Nossa Senhora que permitiu
trilhar meu caminho com muita fé, esperança,
confiança e força para a busca constante dos meus
objetivos.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais
Fernando e Tereza, aos meus irmãos
Lucimar e Luis Fernando, ao meu
cunhado Nelson e sobrinhos Mariana,
Fernanda e Leonardo pela solidariedade e
participação ativa que direta ou
indiretamente, foram fundamentais no
processo de minha formação.
A todo o corpo docente do Projeto “ A
Vez do Mestre pelos seus ensinamentos.
Aos meus colegas pela oportunidade da
troca de conhecimentos, e caminhada
solidária.
A todos os administradores que, assim,
como eu, estão buscando um espaço nesse
atual mercado de trabalho altamente
competitivo.
Em especial a Alexandra Freire, a quem
dedico minha gratidão e minha amizade
por ser uma pessoa guerreira, mostrou-me
o verdadeiro valor que a vida pode nos-os
dar, obrigado.
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RESUMO
Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa teórica que visa contribuir com a
literatura sobre as decisões logísticas ao nível de serviço a ser oferecido aos clientes. O
estudo não tem a pretensão de esgotar o assunto, se limitando apenas a demonstrar
através de uma pesquisa bibliográfica a importância dos sistemas de informações
logísticas nas organizações, para que as mesmas possam competir com sucesso numa
economia cada vez mais globalizada. Pretende-se que, ao final do estudo, o leitor tenha
aprimorado sua capacidade de avaliar e sugerir recomendações úteis que venham a
colaborar com as atividades empresariais na definição do nível de serviço prestado ao
cliente, dentro do contexto do planejamento logístico.
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METODOLOGIA
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos trata-se de uma pesquisa
bibliográfica, posto que será elaborado a partir de material já publicado, constituído
principalmente de livros, artigo de periódicos e materiais disponibilizados na Internet.
No que diz respeito ao tipo de abordagem trata-se de uma pesquisa qualitativa,
pois pretende apenas analisar a importância dos sistemas de informações logísticos no
gerenciamento da cadeia de suprimentos a partir dos referenciais teóricos pesquisados.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I 10 CAPÍTULO II 16 CAPÍTULO III 31 CONCLUSÃO 43 BIBLIOGRAFIA 45 ÍNDICE 48 ANEXOS 49 FOLHA DE AVALIAÇÃO 50
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INTRODUÇÃO
A logística é tudo aquilo que envolve o transporte de produtos (entre clientes,
fornecedores e fabricantes), estoque (em armazéns, galpões, lojas pequenas ou grandes)
e a localização de cada participante da cadeia logística ou cadeia de suprimentos.
Para BALLOU (1993, p. 86), um dos objetivos da logística é melhorar o nível de
serviço oferecido ao cliente, onde o nível de serviço logístico é a qualidade do fluxo de
produtos e serviços e gerenciado. A logística, portanto, é um fator que pode ser utilizado
como estratégia para uma organização. Sua aplicação se dá da escolha adequada de
fornecedores, passando pela organização e chegando ao cliente.
Atualmente a Logística Empresarial está associada diretamente ao fato de uma
organização relacionar-se com o cliente, interagindo de forma eficiente com a cadeia
produtiva para conquistar o objetivo final – estar competitivamente atuando no mercado.
Para obter essa vantagem competitiva, as empresas estão recorrendo aos sistemas
integrados de informação, buscando automatizar seu processo produtivo.
O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas operações
logísticas. Pedidos de clientes e de re-suprimento, necessidades de estoque,
movimentações nos armazéns, documentação de transporte e faturas são algumas das
formas mais comuns de informações logísticas.
Antigamente, o fluxo de informações baseava-se principalmente em papel,
resultando em uma transferência de informações lenta, pouco confiável e propensa a
erros. O custo decrescente da tecnologia, associado a sua maior facilidade de uso,
permitem aos executivos poder contar com meios para coletar, armazenar, transferir e
processar dados com maior eficiência, eficácia e rapidez.
Os sistemas de informações logísticas funcionam como elos que ligam as
atividades logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software para
medir, controlar e gerenciar as operações logísticas. Estas operações tanto ocorrem
dentro de uma empresa específica, bem como ao longo de toda cadeia de suprimentos.
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Diante dessa breve contextualização tem-se a seguinte problemática: de que
maneira as organizações podem utilizar-se dos sistemas de informações logísticas na
cadeia de suprimentos?
A partir dessa questão de estudo, realizou-se uma pesquisa bibliográfica sobre o
assunto em pauta, tendo por objetivos: identificar até que ponto a utilização dos sistemas
de informações logísticas aplicadas a cadeia de suprimentos se reverte em
competitividade para a empresa; descrever a estrutura conceitual da logística, dos canais
de distribuição e dos sistemas de informações necessários; analisar a importância da
logística no gerenciamento da cadeia de suprimentos; citar os principais tipos de
sistemas de informações utilizados no gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Neste trabalho optou-se por enfocar apenas a relação entre suprimentos,
fornecedores e o setor produtivo para a compreensão da necessidade de integração
funcional na organização e também com outras empresas, no caso, os fornecedores. A
análise de cada setor da organização no processo de integração exigiria maior número de
variáveis e a utilização de outras dimensões de análise, tornando o trabalho muito
complexo.
A abordagem ao assunto proposto torna-se relevante pelo fato da integração
funcional entre as áreas da organização e também suas relações com as organizações
externas, se constituírem num fator significativo para a competitividade da empresa. No
mundo atual em que a competição é intensa, as organizações buscam soluções que
aumentem sua competitividade. Neste sentido a integração funcional entre as áreas da
organização e também com outras empresas, fornecedores e clientes se tornam
necessárias neste cenário.
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CAPÍTULO I
CONCEITUANDO LOGÍSTICA
O objetivo deste capítulo é conceituar logística, procurando demonstrar que esta
exerce a função de responder por toda a movimentação de materiais, dentro do ambiente
interno e externo da empresa, iniciando pela chegada da matéria-prima até a entrega do
produto final ao cliente.
É por meio da gestão adequada das atividades primárias com as atividades de
suporte que a logística empresarial vai atender ao objetivo de proporcionar ao cliente,
produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades. É pela coordenação coletiva e
cuidadosa dessas atividades relacionadas com o fluxo de produtos e serviços que a
empresa está obtendo ganhos significativos, como redução dos estoques, do tempo
médio de entrega, do custo, produtividade, etc.
A logística procura agrupar as diversas atividades da empresa relacionadas aos
processos de produção e distribuição de seus produtos aos clientes e consumidores
finais. Esse agrupamento vai permitir à empresa melhor controle e maior integração dos
diferentes departamentos, que originalmente tinham visão limitada de sua área de
atividade. Muitas vezes, prevaleciam os interesses individuais, não importando o
envolvimento que cada departamento tinha sobre a distribuição dos produtos finais e
conseqüente influencia sobre toda empresa.
Existem muitas maneiras de definir o conceito de logística, alguns autores
definem como:
A logística consiste em fazer chegar a quantidade certa das mercadorias certas ao ponto certo, no tempo certo, nas condições e ao mínimo custo; a logística constitui-se num sistema global, formado pelo inter-relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a compõem. Compreende a embalagem e a armazenagem, o manuseio, a movimentação e o transporte de um modo geral, a estocagemi em trânsito e todo o transporte necessário, a recepção, o acondicionamento e a manipulação final, isto é, até o local de utilização do produto pelo cliente. (MOURA, 1998: 51).
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A logística empresarial é o processo de planejamento, implementação e o controle do fluxo e armazenagem eficientes e de baixo custo de matérias-primas, estoque em processo, produto acabado e informações relacionadas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente. (BALLOU, 1997:42). A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor. (ALT & MATINS, 2000: 252).
Das definições acima transcritas pode-se compreender que a logística empresarial
estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de
distribuição aos clientes e consumidores, por meio de planejamento, organização e
controles efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam
facilitar o fluxo de produtos.
BALLOU (1993 p.31) entende que a logística é, portanto um assunto vital para a
competitividade das empresas nos dias atuais, podendo ser um fator determinante do
sucesso ou fracasso de determinadas empresas, pois é responsável pelo processo de
planificar, implementar e controlar o fluxo e armazenagem de matérias-primas, dos
produtos em processo e acabados e também de informações desde os fornecedores até o
cliente de forma eficiente e efetiva.
1.1 O desenvolvimento histórico da logística
O desenvolvimento histórico da logística desmembra-se em três eras:
a) Antes de 1950: os anos adormecidos
Nesta época não existia filosofia dominante para guia- lo. O transporte era
encontrado freqüentemente sob o comando gerencial da produção; os estoques eram
responsabilidade de marketing, finanças ou produção; e o processamento de pedidos era
controlado por finanças ou vendas. Isto resultava no conflito de objetivos e de
responsabilidades para as atividades logísticas.
A atividade logística militar na 2ª guerra mundial foi um inicio para muitos dos
conceitos logísticos utilizados atualmente. Mas “o exemplo militar somente influenciou
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as atividades logísticas das firmas comerciais alguns anos depois” (BALLOU, 1997, p.
28).
Por volta de 1945, algumas empresas já haviam colocado transporte e
armazenagem de produtos acabados sob um único gerente.
Antes de 1950 nem o ambiente econômico nem a teoria estavam aptos para a
criação do clima necessário a uma mudança de atitudes. Mas houve uma mudança
natural onde “a área de administração de marketing estava mudando seu foco da
produção (como influencia dominante) para uma orientação para marketing
(consumidor)” (BALLOU, 1997, p.29).
Após a 2 ª guerra mundial, a economia dos E.U.A experimentou rápido
crescimento, devido parcialmente a demanda reprimida dos anos de depressão e a
posição dominante da industria americana no mercado mundial. Certa ineficiência na
distribuição de produtos podia ser tolerada.
b) 1950-1970: O período de desenvolvimento
Esta época representa desprendimento para a teoria e a pratica da logística. O
ambiente era propicio para novidades no pensamento administrativo. O marketing estava
bem estabelecido em muitas instituições educacionais e orientava muitas empresas.
Em 1954, um então conhecido professor de marketing, Paul Converse, disse que
as companhias prestavam muito mais atenção a compra e venda do que a distribuição
física (BALLOU, p.68, 1997).
Posteriormente, reconheceu-se que um evento-chave para o desenvolvimento da
logística empresarial como disciplina foi um estudo conduzido para determinar o papel
que o transporte aéreo poderia desempenhar na distribuição física. Este estudo mostrava
que o alto custo do transporte aéreo não necessariamente deteria o uso deste serviço, mas
que a chave para sua aceitação deveria ser o seu menor custo total, decorrente da soma
das taxas do frete aéreo e do menor custo devido a diminuição de estoques. Esta
compensação de um tipo de custo no qual é um principio importante para a logística
empresarial.
As condições econômicas e tecnológicas eram tais que também encorajam o
desenvolvimento da disciplina. Foram identificadas quatro condições-chave: alterações
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nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores; pressão por custos nas industrias;
avanços na tecnologia de computadores; influências do trato com a logística militar.
c) 1970 e além: os anos de crescimento
Na década de 70, a logística empresarial entrou em estado descrito como de
semimaturidade. Os princípios básicos estavam estabelecidos e algumas firmas estavam
começando a colher os benefícios do seu uso.
A aceitação do campo transcorria vagarosamente, pois as empresas pareciam
estar mais preocupadas com a geração de lucros do que com o controle de custos.
O termo geralmente empregado para descrever esta época foi a estagflação. A filosofia econômica dominante passou do estimulo da demanda para melhor administração dos suprimentos. Controle de custos, produtividade e controle de qualidade passaram a ser área de interesse, a medida que as empresas tentavam enfrentar o fluxo de mercadorias importadas. Os princípios e conceitos formulados durante anos de desenvolvimento passaram a ser utilizados com grande sucesso. (BALLOU, 1997, p. 34)
O alto grau de interesse acabou levando a logística integrada. Apesar de a
distribuição física ter sido o tema dominante nas décadas de 50 e 60, um tema similar
estava sendo desenvolvido em torno de compras. Esta começando a ser entendida dentro
do contexto mais amplo da administração de materiais. Hoje, a logística é entendida
como a integração tanto da administração de materiais como o da distribuição física.
Muitas companhias desenvolveram novos organogramas para melhor tratar das
atividades de suprimento e distribuição, freqüentemente dando status da alta
administração para a função, ao lado de marketing e produção. O tempo da logística
empresarial esta chegando e uma nova ordem das coisas esta começando.
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1.2 A concepção logística na empresa
A concepção Logística de agrupar simultaneamente as atividades relacionadas ao
fluxo de produtos e serviços para administra- los de forma coletiva é uma evolução
natural do pensamento administrativo. As atividades de transporte, estoques e
comunicações iniciaram-se antes mesmo da existência de um comercio ativo entre
regiões vizinhas. Hoje, as empresas devem realizar essas mesmas atividades como uma
parte essencial de seus negócios, a fim de prover seus clientes com os bens e serviços
que eles desejam.
Nos últimos anos ganhos substanciais nos custos foram conseguidos, graças a
coordenação cuidadosa destas atividades. Os ganhos potenciais resultantes de se rever a
administração das atividades logísticas está transformando a disciplina numa área de
importância vital para uma grande variedade de empresas. Podemos exemplificar com a
Noxell Corporation (produtora de uma linha de produtos cosméticos e de beleza)
enfrentava uma série de problemas como: tempo excessivo para completar e entregar
pedidos dos clientes, inconvenientes gerados por pedidos incompletos, grande
quantidade de erros no preenchimento dos pedidos e alto nível de perdas devido a roubo
e danos físicos às mercadorias X com todos esses erros a empresa teve que replanejar
suas atividades logísticas levando em conta o balanceamento dos custos de transportes,
manutenção de estoques e processamento de pedidos, também foram fechados diversos
depósitos e instalado um sistema de aperfeiçoamento de comunicações. Esta nova
pratica incorreu em maiores gastos com fretes e investimentos em equipamento de
transmissão de dados, estes custos foram superados por uma redução substancial no
custo de estoque. Ao mesmo tempo diminuído o tempo médio para entrega, em nível
nacional (FIGUEIREDO, 2001, s/p.).
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1.2.1 A logística como base para o comércio
Na economia mundial, sistemas logísticos eficientes formam bases para o
comércio e manutenção de um alto padrão de vida nos países desenvolvidos. Os países,
assim como as populações que os ocupam, não são igualmente produtivos. Assim,
muitas vezes certa região detém uma vantagem sobre as demais no que diz respeito a
alguma especialidade produtiva. Um sistema logístico eficiente permite uma região
geográfica explorar suas vantagens essenciais pela especialização de seus esforços
produtivo naqueles produtos que ela tem vantagens e pela exportação desses produtos às
outras regiões.
O comércio entre países e entre regiões de um mesmo país é freqüentemente
determinado pelo fato de que diferenças nos custos de produção podem mais do que
compensar os custos logísticos necessários para o transporte entre as regiões.
Os sistemas logísticos eficientes e eficazes significam melhor padrão de vida
para todos. Quanto maior e mais sofisticado for seu desenvolvimento, e quanto mais
baratas forem suas movimentações e armazenagens, mais livre, será a troca de
mercadorias e maior será a especialização do trabalho. Sem tal desenvolvimento, o
comércio, assim como o conhecemos, normalmente não ocorre (FLEURY et al, 2000,
s/p).
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CAPÍTULO II
A LOGÍSTICA EMPRESARIAL
O objetivo deste capítulo é analisar a logística no contexto empresarial. Para
PHILIP KOTLER (2000),
O processo de fazer chegar mercadorias aos clientes é tradicionalmente conhecido como distribuição física e começa na fábrica. Os gerentes escolhem um conjunto de depósitos (pontos de estocagem) e transportadores que fornecerão as mercadorias aos destinos finais no prazo desejado e ao menor custo total. (p. 557).
A idéia de distribuição física expandiu-se para o conceito mais amplo de
gerenciamento da cadeia de suprimento. O gerenciamento da cadeia de suprimento
começa antes da distribuição física: tenta suprir os insumos corretos (matéria-prima,
componentes e bens de capital), converte-os eficientemente em produtos acabados e os
despacha a seus destinos finais. Uma perspectiva ainda mais ampla engloba estudo de
como os próprios fornecedores da empresa obtêm seus insumos desde as matérias-
primas.
A perspectiva da cadeia de suprimento pode ajudar uma empresa a identificar
fornecedores e distribuidores melhores, além de melhorar sua produtividade, o que em
ultima instancia reduz os custos da empresa.
Infelizmente, a ótica da cadeia de suprimento vê os mercados apenas como
pontos de destino. A empresa seria mais eficaz se considerasse as exigências de seu
mercado-alvo em primeiro lugar, e a partir desse ponto projetasse a cadeia de
suprimento, em um processo retroativo. Essa é a visão de logística de mercado.
A logística empresarial envolve o planejamento, a implementação e o controle dos fluxos físicos de materiais e de produtos finais entre os pontos de origem e os pontos de uso, com o objetivo de atender as exigências dos clientes e de lucrar com esse atendimento (KOTTLER, 2000: 558).
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Se fosse viável produzir todos os bens e serviços no ponto onde eles são
consumidos ou caso as pessoas desejassem viver onde as matérias-primas e a produção
se localizam, então a logística seria pouco importante. Mas isto não ocorre na sociedade
moderna. Uma região tende a especializar-se na produção daquilo que tiver vantagem
econômica para faze- lo. Isto cria um hiato entre tempo e espaço entre matérias-primas e
produção e entre produção e consumo. Vencer tempo e distancia na movimentação de
bens ou na entrega de serviços de forma eficaz e eficiente é a tarefa do profissional de
logística. Ou seja, sua missão é colocar as mercadorias ou os serviços certos no lugar e
no instante corretos e na condição desejada, ao menor custo possível.
2.1 As atividades-chave da logística
A logística empresarial tem como objetivo prover o cliente com os níveis de
serviço desejados. A meta de serviço logístico é providenciar bens ou serviços corretos,
no lugar certo, no tempo exato e na condição desejada ao menor custo possível. Isto é
conseguido através da administração adequada das atividades-chave da logística:
atividades primárias e atividades de apoio.
Segundo BALLOU (1997: 24-27), suas atividades podem ser divididas em:
Atividades primárias: Essas atividades são consideradas primárias porque ou elas
contribuem com a maior parcela do custo total da logística ou elas são essenciais para a
coordenação e o cumprimento da tarefa logística
As atividades primárias de divide em:
- Transportes
O transporte é uma atividade logística essencial na empresa pois representa o
elemento mais importante do custo logístico na maior parte das firmas. O frete costuma
absorver 2/3 do gasto logístico.
Nenhuma firma pode operar sem providenciar a movimentação de suas matérias-
primas ou de seus produtos acabados de alguma forma.
A importância dos transportes é sempre sublinhada pelos problemas financeiros
colocados para muitas empresas quando há uma greve ferroviária nacional ou quando
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carreteiros autônomos paralisam suas atividades devido a aumentos de combustíveis.
Com isso os mercados não podem ser atendidos e produtos permanecem no local de
distribuição para deteriorarem-se ou tornarem-se obsoletos.
Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. Algumas das alternativas populares são os modos rodoviários, ferroviário e aeroviário. A administração da atividade de transporte geralmente envolve decidir-se quanto ao método de transporte, aos roteiros e a utilização da capacidade dos veículos (BALLOU, 1997: 24).
- Manutenção de estoques:
Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário
manter estoques, que agem como “amortecedores” entre a oferta e a demanda.
O controle de estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem
absorver 25 a 40% dos custos logísticos, o que torna a manutenção de estoques uma
atividade-chave da logística.
Enquanto o transporte adiciona valor de “lugar” ao produto, o estoque agrega
valor de “tempo”. Para agregar este valor dinâmico, o estoque deve ser posicionado
próximo aos consumidores ou pontos de manufatura.
O número normalmente grande destes pontos de estoque e os altos custos
associados a manter estes produtos armazenados, em geral entre 25 e 30% do valor do
produto por ano. A administração de estoques envolve manter seus níveis tão baixos
quanto possível, ao mesmo tempo que provê a disponibilidade desejada pelos clientes.
- Processamento de pedidos:
Os custos de processamento de pedidos tendem a ser pequenos quando
comparados aos custos de transporte ou de manutenção de estoques.
O processamento de pedidos é importante por ser um elemento crítico em termos
do tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes. É também a atividade
primária que inicializa a movimentação de produtos e a entrega de serviços.
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Estas três atividades logísticas podem ser colocadas em perspectiva notando-se
sua importância naquilo que pode ser chamado de “ciclo crítico de atividades logísticas”
(BOWERSOX & CLOSS, 2000:45).
O tempo requerido para um cliente receber um pedido depende do tempo
necessário para entregar o pedido. Como o resultado final de qualquer operação logística
é prover serviço por conseguir mercadorias para os clientes quando e onde eles
quiserem, estas três atividades são centrais para cumprir esta missão. Por isso, elas são
chamadas de atividades primárias.
Atividades de apoio: Além das atividades primárias contribuírem para a
disponibilidade e a condição física de bens e serviços, existem uma série de atividades
adicionais que apóia estas atividades primárias:
- Armazenagem:
Espaço necessário para manter estoques
- Manuseio de materiais:
Está associada com a armazenagem e também apóia a manutenção de estoques.
Diz respeito á movimentação do produto no local de estocagem.
- Embalagem de proteção:
Um dos objetivos da logística é movimentar bens sem danifica- los além do
economicamente razoável. Bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir
movimentação sem quebrar. Além disso, dimensões adequadas de empacotamento
encorajam manuseio e armazenagem eficientes.
- Obtenção: É a atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico (fluxo
de entrada).
- Programação do produto:
Ela lida com a distribuição (fluxo de saída). Refere-se as quantidades agregadas
que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas.
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- Manutenção de informação:
Nenhuma função logística dentro de uma firma poderia operar eficientemente
sem as necessárias informações de custo e desempenho. Manter uma base de dados com
informações importantes, localidades dos clientes, volumes de vendas, padrões de
entrega e níveis de estoques, apóia a administração eficiente e efetiva das atividades
primárias e de apoio (BALLOU, 2001, p. 89).
2.2 Planejamento logístico
Segundo BALLOU (1997, p. 76), o planejamento logístico tem por objetivo
desenvolver estratégias que possam resolver os problemas de quatro áreas de destaque
em empresas de transporte que são: o nível de serviços oferecido aos clientes;
localização das instalações de centros de distribuição; decisões de níveis de estoque e;
decisões de transportes que devem ser utilizados no desenvolvimento de todo o
processo, conforme demonstra a figura a seguir.
Figura 1: Triângulo da tomada de decisões logísticas.
Estratégia de transporte: - Modais de transporte - Roteirização/ programação do transportador - Tamanho/consolidação do embarque
Objetivos de serviços ao
cliente
Estratégia de localização - Número, tamanho e localização das instalações - Designação de pontos de estocagem para pontos de fornecimento - Designação de demanda para pontos de estocagem ou pontos de fornecimentos
- Armazenagem pública/privada
Estratégia de estoques: - Níveis de estoque - Disposição de estoques
- Métodos de controle
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Fonte: Adaptação do livro de Ballou, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento,
organização e logística empresarial. 4. ed. Porto Alegre: Bookmann, 2001, p. 42.
Todas as áreas ilustradas na figura acima são de fundamental importância para a
empresa, suas funções e atividades devem ser planejadas de forma integrada, buscando
oferecer um resultado operacional dentro das necessidades que o mercado exige de seus
participantes. Levantar informações sobre o mercado no qual se está inserido e suas
respectivas necessidades são de grande validade no processo de planejamento da
empresa, bem como, na definição de como serão utilizados os recursos disponíveis,
alocando-os da melhor maneira possível.
Analisando a figura, pode-se verificar que a definição dos serviços a serem
oferecidos aos clientes é o que afeta drasticamente toda a viabilidade do negócio. Ele
será o indicador pelo qual o cliente tomará a decisão de utilizar ou não os serviços da
empresa. Desta forma, através do planejamento logístico, a empresa deve estruturar toda
sua plataforma de operação, definindo seus padrões de níveis de serviços que serão
oferecidos aos seus clientes.
Para definir a importância da logística, BALLOU (2001, p. 55) salienta que ela é
responsável por oferecer mercadorias ou serviços esperados pelos clientes, nos locais
apropriados em relação às suas necessidades, nos prazos acertados ou esperados e nas
melhores condições físicas possíveis, a fim de atender as necessidades dos clientes,
proporcionando o máximo de retorno financeiro para a empresa.
NOVAES (2001, p. 112) reforça essa idéia afirmando que a logística busca, de
um lado, otimizar as atividades da empresa de forma a gerar retorno através de uma
melhoria no nível de serviço a ser oferecido ao cliente e, de outro lado, prover a empresa
de condições para competir no mercado, como por exemplo, através da redução dos
custos.
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2.3 Estratégia logística
O mercado sofre mudanças rápidas e, muitas vezes, as empresas não estão
preparadas para absorver estas mudanças dificultando sua adaptação ao novo ambiente
de negócios. Portanto, desenvolver um bom processo de planejamento, é de importância
extrema para a empresa, pois um planejamento logístico, orientado para atender as
necessidades impostas pelo mercado, faz com que se mantenha o controle da empresa.
Esse controle advêm do equilíbrio dos recursos financeiros disponíveis e da oferta de
serviços especializados, de forma que se agregue valor aos mesmos e, também,
oportunizando um diferencial competitivo perante a concorrência sem afetar a
rentabilidade da empresa.
Heikkilä (2002, pp. 747-767) afirma que o desenvolvimento de um sistema de
serviços que atenda as necessidades dos clientes se torna mais fácil no momento que se
tenha um planejamento logístico estruturado. Pois, na medida que se opera diante das
incertezas proporcionadas pelas expectativas dos clientes, a empresa, que já tem um
planejamento logístico estruturado, terá maior facilidade em mensurar o nível de serviço
que será oferecido ao cliente, principalmente em relação ao máximo que poderá ser
oferecido sem comprometer sua rentabilidade.
Assim, antes visto como centro de custos, a logística hoje atua com foco no
cliente permitindo avançar, além das formas tradicionais de movimentação de materiais,
em direção a uma ferramenta poderosa na agregação de valor aos serviços oferecidos e,
também, conquistando vantagens competitivas perante a concorrência.
De acordo com o Institute of Management Accounting (1999), é importante
buscar informações junto aos clientes de como eles estão recebendo os serviços
prestados pela empresa, de forma que possam ser desenvolvidas melhorias em pontos
que apresentam problemas e, também, aproveitar para explorar novas oportunidades que
possam surgir. Sugerem-se, como forma de busca destas informações, relatórios de
atendimento que possam ser preenchidos pelo cliente após cada entrega de mercadorias
efetuada pela empresa.
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Dessa forma, as decisões logísticas amparam-se no planejamento estratégico da
empresa, sendo assim, ambos devem ser coerentes de forma que os objetivos estipulados
sejam atingidos. Contudo, é importante salientar que no processo de elaboração de um
planejamento logístico deve-se ficar claro que nem tudo que foi planejado funcionará
perfeitamente o tempo todo.
WRIGHT et al. (2000, p.89) afirmam que, quando implementada a estratégia, no
desenvolver das atividades, serão necessárias modificações à medida que as condições
ambientais ou organizacionais sofrerem alterações, sendo que estas alterações são,
muitas vezes, difíceis de serem previstas. Neste contexto, existe a possibilidade de que
alguns fatores internos (quebra de veículos, incêndios em centros de distribuição, etc.) e
fatores externos (interrupção de estradas, greves, etc.), dificultem o desenvolvimento do
nível de serviço previamente programado com o cliente.
Assim, os gestores das empresas devem elaborar planejamentos logísticos
flexíveis de forma que possam ser ajustados aos elementos críticos logísticos,
estabelecendo ações apropriadas que devem ser utilizadas caso algum evento inesperado
venha ocorrer. Desta forma, pode-se evitar um processo desgastante junto aos clientes
por não terem sido cumpridas as ações programadas o que, em muitos casos, podem
provocar quebras de contratos e perdas de clientes de alta rentabilidade.
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2.4 Logística e cadeia de suprimentos
O conceito de gerenciamento da cadeia de suprimentos está baseado no fato de
que nenhuma empresa existe isoladamente no mercado. Uma complexa e interligada
cadeia de fornecedores e clientes, por onde fluem matérias primas, produtos
intermediários, produtos acabados, informações e dinheiro é responsável pela
viabilidade do abastecimento de mercados consumidores.
Quando a concorrência era menor, os ciclos dos produtos eram mais longos e a incerteza era mais controlável, tinha sentido perseguir a excelência nos negócios através da gestão eficiente de atividades isoladas como Compras, Transportes, Armazenagem, Fabricação, Manuseio de Materiais e Distribuição - funções que eram desempenhadas por especialistas, e medidas por indicadores como custos de transportes mais baixos, menores estoques e compras ao menor preço (FIGUEIREDO, 2001: 02).
Atualmente, os mercados estão mais globalizados e dinâmicos e os clientes mais
exigentes. Para satisfazê-los, verifica-se um aumento cada vez maior de linhas e
modelos de produtos, com ciclos de vida bem mais curtos, acrescidos de uma
coordenação de gestão de materiais, de produção e de distribuição capazes de darem
respostas mais eficazes aos objetivos de excelência que os negócios passaram a exigir.
É nesse contexto que surge o conceito de Logística Integrada, ou seja, considerar
como elementos ou componentes de um sistema todas as atividades de movimentação e
armazenagem que facilitam o fluxo dos produtos desde o ponto de aquisição dos
materiais até o ponto de consumo final, bem como os fluxos de informação que
administram os produtos em movimento.
Com as enormes pressões competitivas existentes atualmente, a atividade de
gerenciar a cadeia de suprimentos tem tido cada vez mais espaço nas relações de
negócios. Propõe-se que a competição no mercado ocorre, de fato, no nível das cadeias
produtivas e não apenas no das unidades de negócios isoladas.
De acordo com SLACK (1993, p. 74), as cadeias ou redes de suprimento podem
ser vistas em três níveis. A cadeia de suprimentos total é aquela que envolve todas as
relações cliente-fornecedor desde a extração da matéria prima até a compra do produto
pelo consumidor final. Já a cadeia de suprimentos imediata é aquela em que estão os
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fornecedores e consumidores com os quais a empresa faz negócio diretamente.
Finalmente, dentro da empresa em si está a cadeia de suprimentos local, com os fluxos
internos de materiais e informações entre departamentos, células ou setores da operação.
2.5 Armazenagem e custos no sistema logístico
Na atividade de armazenagem, os custos são agrupados a um único centro de
custos e alocados aos produtos, ou mesmo aos clientes, com base no faturamento ou no
volume de vendas. Até mesmo as empresas que utilizam o sistema de custeio ABC
(Activity Based Costing, como definido por Samuel Coogan, por exemplo) tendem a
alocar seus custos de armazenagem com base nos critérios de faturamento ou volume.
Essa prática de alocação sempre gerou distorções. No entanto, no passado, esses
custos não eram tão relevantes e, portanto não tinham grande influência no resultado
final. Antes de prosseguir tratando dos custos, é importante lembrar por que a atividade
de armazenagem vem ganhando importância e os seus custos se tornado mais relevantes,
tanto na indústria, quanto no varejo.
As indústrias têm acompanhado a tendência de mercado de ampliar a gama de
itens produzidos e aumentar a freqüência de entregas. Como resultado dessas
transformações, ocorre um aumento do número de pedidos processados e a mudança no
perfil desses pedidos. Grandes pedidos estão sendo substituídos por muitos pequenos
pedidos com grande variedade de itens. Assim, torna-se necessário o investimento em
novas tecnologias de gerenciamento, movimentação e separação de materiais.
No varejo, os custos de armazenagem também são bastante representativos. Não há dúvidas sobre a relevância dos custos associados ao espaço em gôndola e a reposição de mercadorias. No entanto, esses custos usualmente não são vistos como de armazenagem. Na realidade não importa se a empresa os considera, ou não, como de armazenagem, mas sim que a mesma metodologia de alocação pode ser utilizada com sucesso. Afinal estamos nos referindo a movimentação e acondicionamento de mercadorias (BOWERSOX & CLOSS apud FLEURY e cols, 2000: 05).
26
Outra forte tendência do varejo é operar com depósitos centralizadores de
estoque, tornando mais expressivos os custos de armazenagem, relativamente aos custos
de estoque, que tendem a se reduzir diante da centralização (LIMA, 2000, s/p).
Relata FIGUEIREDO (2001, s/p) que além das transformações nos sistemas
clássicos de armazenagem da indústria e do varejo, a necessidade por informações mais
precisas vem fazendo com que os sistemas de custeio deixem de atender às expectativas.
A busca por maior acurácia das informações surge da dificuldade de se gerenciar a
carteira de produtos diante das pequenas margens de contribuição e da grande variedade
de itens.
Para superar essas dificuldades é necessário que as melhorias dos sistemas de
custeio sejam resultado do esforço conjunto do pessoal da armazenagem com a
controladoria da empresa (LIMA, 2000, s/p). É fundamental conciliar o conhecimento
da operação com uma sólida base conceitual sobre custos. A metodologia de medição e
alocação de custos pode ser utilizada não só para o desenvolvimento ou aperfeiçoamento
de um sistema de custeio, mas também para cálculos de custos em situações específicas
com a finalidade de apoiar decisões de médio e longo prazo (FIGUEIREDO, 2001, s/p).
Os custos fixos na atividade de armazenagem faz com que os custos sejam
proporcionais à capacidade instalada. Deste modo, pouco importa se o armazém está
quase vazio ou se está movimentando menos produtos do que o planejado, pois, a maior
parte dos custos de armazenagem continuarão ocorrendo por estarem associados ao
espaço físico, aos equipamentos de movimentação, ao pessoal, e aos investimentos em
tecnologia (BALLOU, 1997, p. 96).
Ademais, a demanda pela atividade de armazenagem não é constante, como
exemplo desse fato, pode-se citar a concentração da expedição nos últimos dias do mês.
Esta concentração tende a levar ao super dimensionamento da capacidade para atender
os dias de pico, ou, ao contrário, faz com que o armazém opere acima da sua capacidade,
prejudicando o nível de serviço – através de falhas, avarias, e atrasos.
Assim, torna-se necessário que se criem medidas que venham a amortecer essas
variações na demanda, principalmente quando as razões para os picos de demanda são
induzidas por políticas internas como, por exemplo, cotas mensais de vendas, prazo para
faturamento, falta de uma política de re-suprimento contínuo com os clientes etc.
27
Com relação ao fato dos custos de armazenagem serem indiretos, isto dificulta a
alocação dos produtos aos clientes, uma vez que a alocação é realizada através de
rateios, o que os tornam suscetíveis a distorções. Uma maneira de minimizar essas
distorções é que os itens de custos sejam contabilizados de acordo com a sua função
(movimentação, acondicionamento, administração) e não por contas naturais
(depreciação, mão-de-obra); a alocação seja condizente com o real consumo de recursos
na operação.
Para haver essa minimização dos custos, segundo FLEURY et al (2000, p. 67), é
necessário:
1. Identificar os itens de custos – deve-se selecionar os itens de custos que serão
considerados, como por exemplo, operadores de empilhadeira, supervisores, aluguel do
armazém, depreciação e custo de oportunidade.
As contas não devem ser agrupadas somente de acordo com a sua natureza -
como depreciação, pessoal etc. -, pois se condicionaria a alocação de todas as contas a
um único critério, deve-se considerar separadamente a depreciação de cada ativo.
2. Cálculo dos itens de custos – salários, benefícios, manutenção, aluguel e outros, são
itens obtidos com facilidade através da contabilidade; outros como a depreciação e o
custo de oportunidade, precisam ser calculados de fato:
- Depreciação – o tempo utilizado para depreciação não deve ser o tempo contábil legal,
mas sim o de operação do ativo – quanto tempo a empresa utiliza um determinado ativo
antes de substituí- lo. Assim, para calcular o valor mensal de depreciação, deve-se dividir
a diferença entre o valor de aquisição e o residual pelo tempo (n meses) que a
companhia irá utilizar o ativo (antes de trocá- lo).
- Custo de oportunidade – não existe uma despesa associada a esse custo, mas sim uma
perda de receita ocasionada pela imobilização de um capital. Por exemplo, uma empresa
que tenha um armazém próprio não tem uma conta de aluguel, entretanto, ela deve ter
um item de custo associado ao custo de oportunidade do imóvel, que representa o quanto
a empresa ganharia se o vendesse e investisse o capital em outros projetos, ou caso
resolvesse alugá- lo. Para calcular o custo de oportunidade, deve-se multiplicar o valor
28
do ativo pela taxa de oportunidade da empresa - que normalmente varia entre 10 a 20%
ao ano (FLEURY e MONTEIRO, 2001, p. 04).
3. Agrupar os itens de custos relativos a cada função (ou atividade) – esta medida tem
por finalidade facilitar a alocação dos custos. Por exemplo, a função de movimentação
irá reunir itens de custos de diferentes contas naturais – pessoal, manutenção,
depreciação – mas que estão todos direcionados ao mesmo objetivo, movimentar
materiais, logo, podem ser alocados por um único critério de rateio.
O sistema de custeio também pode ser desenvolvido considerando as funções
básicas da atividade de armazenagem. Para uma operação mais complexa, que
movimenta produtos com características de acondicionamento ou movimentação muito
distintas, pode ser necessário subdividir as funções em atividades, nesta hipótese,
segundo FLEURY et al (2000, p. 90), devem ser consideradas:
a) A movimentação de materiais - inclui a recepção e a expedição de mercadorias;
devem ser agrupadas todos os itens de custos referentes a atividades, como os custos
associados a empilhadeiras, operadores de empilhadeira, supervisores da movimentação
etc.
b) O acondicionamento de produtos – refere-se a estocagem do produto, apenas ao fato
de o produto estar parado em estoque. Nesse caso, o produto estaria consumindo um
espaço, não só de um armazém como também de contenedor, rack. Teriam que ser
agrupados os custos referentes ao espaço, como aluguel ou custo de oportunidade do
armazém, e os itens referentes a ativos que estão sendo utilizados no acondicionamento
do produto.
No caso de produtos que necessitam de acondicionamento especial como os que
devem ser mantidos em ambiente refrigerado, também devem ser considerados os custos
com o equipamento de refrigeração e consumo de energia elétrica.
c) A função de administrar o fluxo de bens na realidade irá agregar os custos que não
dizem respeito às funções anteriores por terem um caráter mais administrativo, como por
29
exemplo, os custos referentes ao gerente, à secretária, ao telefone, ao material de
escritório etc.
4. Alocar custos a cada produto ou cliente - Uma vez agrupados segundo as funções (ou
atividades) é necessário alocar esses custos aos produtos. Os custos dos clientes, podem
ser obtidos a partir do mix de consumo de cada cliente. Nesse caso, segundo FLEURY
(2000, p. 87), os principais critérios de alocação são:
a) Movimentar material – os custos se referem ao volume de carga expedida, devendo
haver a identificação do fato gerador do consumo de recursos. Por exemplo, no caso de
um armazém em que toda mercadoria é paletizada, o número de paletes expedidos de
cada produto seria um bom critério de rateio para esses custos de movimentação, pode-
se imaginar que o consumo dos recursos se dá pela movimentação da empilhadeira, que
carrega sempre um palete, independente da quantidade de produtos ou caixas nele
contido. Assim, é possível obter o custo de cada movimentação dividindo-se o custo
total associado à movimentação pela soma dos paletes recebidos e expedidos.
A partir do custo de cada movimentação, basta verificar quanto de cada produto
foi movimentado e multiplicar esse valor pelo custo unitário de movimentação.
b) Acondicionar produtos – esses custos, geralmente, dão margem a distorções na
alocação, uma vez que não são proporcionais ao volume expedido. Uma linha de
produto pode estar ocupando espaço no armazém e não ter nenhuma unidade vendida,
enquanto outra pode ocupar um espaço relativamente pequeno e ter um alto volume de
vendas.
Convém, ainda, ressaltar que a alocação a cada produto é realizada em função de
dois fatores: do giro e do espaço ocupado por cada produto, ou seja, quanto menor o
espaço ocupado pelo produto, menor será o seu custo unitário de ocupação; assim como
quanto maior o giro do produto, menor será o seu custo unitário de ocupação do espaço.
c) administrar o fluxo de bens –esse custo pode ser alocado de acordo com o número de
ordens (ou notas) de recebimento ou expedição.
30
A alocação dos custos dessa função específica variará em função da empresa,
sendo a participação do executivo da área primordial na definição do critério dessa
alocação.
Atualmente, a atividade de armazenagem tem uma importância muita maior que
a alguns anos atrás, a tendência é que para os próximos anos, essa atividade se torne
ainda mais expressiva. O e-commerce (comercio eletrônico) é uma tendência mundial e,
diante dessa realidade os pedidos de entrega tendem a se tornar ainda mais pulverizados,
exigindo uma maior competência do processo de armazenagem, principalmente no que
se refere a separação de materiais. “Por outro lado, as apertadas margens de contribuição
continuarão sendo uma realidade, tornando a acurácia das informações de custos cada
dia mais importante” (FLEURY e MONTEIRO, 2000, p. 06).
31
CAPÍTULO III
A LOGÍSTICA E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES
Os objetivos da logística referem-se à melhora do nível de serviço e à redução do
custo total. Fazem parte do nível de serviço a disponibilidade de estoque, o tempo de
resposta e a confiabilidade na entrega. Isto se torna possível através de um sistema de
informação que tenha velocidade, fidelidade e um fluxo adequado dentro dos canais de
informação.
O uso eficaz da informação dentro do sistema permitirá o melhoramento do lead
time; no entanto, isso acarreta um problema referente a obtenção da alta fidelidade de
informação.
Esse acesso limitado à alta fidelidade é devido aos seguintes problemas
identificados pelos autores: confidenciabilidade da informação, ignorância de sua
necessidade, e processo pobremente desenhado dentro da tradicional estrutura
organizacional, criando demora e distorções nas rotas de informações.
É imprescindível a qualidade da informação. Isto só se torna possível se for
efetuado um trabalho de análise meticuloso, que irá refletir um sistema de informação
que contenha os benefícios proporcionados, que são em linhas gerais: a rapidez,
confiabilidade e a disponibilidade da informação no tempo certo.
O sucesso da operação do sistema logístico depende em muito de uma adequada
estruturação das informações que o suportam. No cumprimento dos objetivos logísticos
de toda a organização, os sistemas de informações assumem grande importância,
principalmente no que se refere à melhoria do nível de serviço ao cliente e na redução
dos custos logísticos totais.
A logística, conforme descrito nos capítulos anteriores, é uma função de
gerenciamento que se encarrega do fluxo físico dentro e entre empresas. Para se obter
sucesso nesta missão deve-se construir sistemas de informação e comunicação que
auxiliem o desenho das cadeias, das rotas, e a manutenção da eficiência das
organizações.
32
Através da administração do fluxo de informações, a logística vem facilitando a
integração de todo o ciclo do produto desde o fornecedor até o consumidor final. Assim,
as vantagens conseguidas com essa mudança de mentalidade são várias: melhoria do
nível de serviço ao cliente, redução dos custos financeiros através da diminuição dos
estoques necessários e, sobretudo, a redução dos custos com o transporte.
Como forma da empresa melhorar seu desempenho frente aos concorrentes ela
deve procurar, entre outras medidas, a redução do tempo dispendido para o
processamento do fluxo de informação. Isto porque as mudanças que ocorrem no fluxo
informativo têm impacto mais rápido e necessitam um investimento menor do que
quando se deseja promover mudanças no fluxo material.
Para BALLOU (1997, p.75) um dos fatores mais relevantes ao desenvolvimento
dos processos administrativos é a aplicação de tecnologia de informação,
proporcionando um grande aumento de eficiência. Tais sistemas abrangem todas as
ferramentas que a tecnologia disponibiliza para o controle e gerenciamento do fluxo de
informação de uma organização.
NAZÁRIO (1999, s/p) cita como exemplo de posicionamento estratégico
baseado em tecnologia de informação o caso de empresas de entrega expressa. Segundo
o autor, a Fedex foi a primeira a oferecer serviço de entrega para o dia seguinte em 1973
nos Estados Unidos. No final dos anos 80, com elevados investimentos em TI, ela
passou a ter o controle de todo o ciclo do pedido do cliente. Com isso podia manter total
rastreabilidade do pedido. Atualmente seu sistema processa 63 milhões de transações
por dia, o que equivale a 3 milhões de pacotes entregues.
O autor acima citado, ainda, cita outros exemplo: a Dell Computer investiu na
venda direta e customizada de computadores pela Internet. O resultado foi um
faturamento de US$ 12,3 bilhões em 1998, crescendo 60% em apenas um ano. Além
disso, ela obteve um lucro de quase US$ 1 bilhão, sendo considerada como a de melhor
desempenho no setor de tecnologia de informação pela revista Business Week em 1998.
O Wal-Mart, maior varejista do mundo, possui 5.000 fornecedores em todo o mundo e
3.000 lojas localizadas nos Estados Unidos, controla e gerencia suas atividades
baseando-se fortemente em TI. A Souza Cruz conta com uma frota de 900 veículos para
atender cerca de 200 mil clientes em todo o Brasil. Uma das ferramentas que utiliza para
33
superar este desafio logístico é um Roteirizador, software que tem como finalidade
auxiliar na obtenção da melhor rota para cada entrega. Com isso, seus veículos atingem
uma eficiência de 99% e fazem em média 43 entregas por dia.
Todos estes exemplos demonstram como a tecnologia da informação, tanto por
meio de sistemas, quanto pelo avanço dos hardwares, são fundamentais para o
desenvolvimento da logística.
Existem, no mercado, alguns tipos de ferramentas que facilitam a informação
para aplicação na cadeia de suprimentos, alguns exemplos destes sistemas são: o código
de barras, o EDI (Electronic Data Interchange), o ECR (Efficient Consumer Response) e
os ERPs que integram todos os outros.
3.1 Características básicas dos sistemas de informações logísticas
De acordo com NAZÁRIO (1999, s/p), a informação é o centro de qualquer
Sistema de Informações Gerenciais, entre os quais está o Sistema de Informações
Logísticas (SIL). Portanto, a informação deve ser tratada como um dos recursos mais
importantes da empresa, devendo ser então adequada aos diferentes níveis de
planejamento. Os Sistemas de Informação são os sistemas ou práticas utilizadas pelas
empresas para melhorar o seu desempenho incluindo ter um custo operacional adequado,
processos logísticos inteligentes e integração com fornecedores e clientes.
Pode-se dividir as necessidades de informações logísticas em quatro níveis
hierárquicos dentro da empresa: o nível operacional, que diz respeito às transações e
consultas; o nível de supervisão que, está relacionado com o planejamento e controle
operacional realizado pelos supervisores de primeira linha; o nível gerencial que se
ocupa do planejamento e controle táticos, e envolve a média gerência; o nível da alta
administração, que trata do planejamento estratégico o qual envolve a definição de
metas, políticas e objetivos, decidindo a estrutura logística global.
É possível identificar algumas funções ou tarefas específicas que um sistema de
informações logísticas deve desempenhar, as quais podem ser resumidas da seguinte
forma:
34
- Planejamento: refere-se à necessidade de informação que possibilita o planejamento
apropriado da operação dos sistemas logísticos.
- Coordenação: refere-se à facilidade de comunicação que tais sistemas proporcionam.
Essa comunicação é importante tanto interna quanto externamente no relacionamento
com clientes, transportadores, fornecedores, etc.
- Monitoração e controle: função que permite o acompanhamento e o controle das
operações logísticas.
- Operação (operacional): diz respeito a aspectos mais detalhados de informação e
comunicação que são essenciais às atividades diárias.
O Sistema de informações logísticas (SIL) possui maior alcance que o sistema de
processamento de pedido, pois ele tem como ênfase a coleta de dados, armazenamento e
geração de informação. O SIL também inclui diferentes modelos de ajuda na avaliação
de alternativas do desenho do sistema logístico e de sua operação, assim como
procedimentos estatísticos padrões para a manipulação dos dados.
3.2 Sistemas de informações logísticas
Atualmente observa-se, uma significativa inclinação do desenvolvimento de
sistemas integrados de gestão para aplicação na cadeia de suprimentos, visto que todos
os processos de negócios internos já foram integrados, restando apenas obter vantagem
competitiva da integração da cadeia de suprimentos, fornecedores, compradores etc.
Com isso, passa a ser possível a integração com as demais unidades de um grupo
empresarial por meio de EDI, com compartilhamento (parcial) da base de dados. Para
tal, de acordo com BEZERRA & MONTEIRO (2003, p.05), os maiores desafios
encontrados são: sistemas geograficamente distantes e distintos, com hardwares
diversos, necessidade intensiva de sistemas de telecomunicações, bases de dados
diversas, operando em estruturas organizacionais e culturas empresariais diversas.
Para BEZERRA & MONTEIRO (2003, pp.05-08) dentre as ferramentas
integradas de gestão aplicadas a cadeia de suprimentos tem-se:
35
- WMS (Warehouse Management System)
O Sistema de Gerenciamento de Armazéns, chamado de WMS, é uma tecnologia
utilizada em armazéns onde ele integra e processa as informações de localização de
material, controle e utilização da capacidade produtiva de mão-de-obra, além de emitir
relatórios para os mais diversos tipos de acompanhamento e gerenciamento.
O sitema prioriza uma determinada tarefa em função da disponibilidade de um
funcionário informando a sua localização no armazém. Com este recurso ocorre um
aumento na produtividade quando diferentes tipos de tarefas são intercaladas.
Este sistema tem capacidade de controlar o dispositivo de movimentação de
material feito por Veículos Guiados Automaticamente (AGVs) e fazer interface com um
Sistema de Controle Automatizado do Armazém (WACS) que tem a função de controlar
equipamentos automatizados como as esteiras e os sistemas de separação por luzes e
carrosséis.
Com uma ferramenta desse porte a empresa passa a ter um ganho na
produtividade com a economia de tempo nas operações de embarque e desembarque,
transporte e estocagem de mercadoria e ainda controlar o estoque de produtos no seu
armazém. Podendo ainda permitir que o gerente de logística controle as operações de
armazém apenas de longe observando apenas se o funcionamento do sistema está
adequado às operações logísticas.
Em paralelo ao WMS existe o WCS que é um Sistema de Controle de Armazém
e não um gerenciador se diferenciando assim do WMS em alguns aspectos. O WCS não
oferece uma variedade de relatórios para auxiliar no gerenciamento das atividades; não
tem flexibilidade de hardware; a customização é limitada a mudança de campos e
nomes, e a instalação deste sistema não pode ser feita de forma modular, somente
integral. A contrapartida de todos esses aspectos negativos é que ele oferece um ótimo
acompanhamento e controle das atividades (se limitando a controle) e existe um custo
reduzido de software e hardware requerido para a implementação dessa solução.
36
- RFID – Radio Frequency Identification
Identififcação via Radio Freqüência é, relativamente, uma das mais novas
tecnologias de coleta automática de dados. Inicialmente surgiu como solução para
sistemas de rastreamento e controle de acesso na década de 80. Uma das maiores
vantagens dos sistemas baseados em RFID é o fato de permitir a codificação em
ambientes não favoráveis e em produtos onde o uso de código de barras, por exemplo,
não é eficiente.
Este sistema funciona com uma antena, um transmissor e um decodificador.
Esses componentes interagem através de ondas eletromagnéticas transformando-as em
informações capazes de ser processadas por um computador
A principal vantagem do uso de sistemas RFID é realizar a leitura sem o contato
como no código de barras. Você poderia, por exemplo, colocar o transmissor dentro de
um produto e realizar a leitura sem ter que desempacota-lo, ou por exemplo aplica- lo em
uma superfície que será posteriormente coberta de tinta ou graxa.
Esse sistema pode ser usado para controle de acesso, controle de tráfego de
veículos, controle de bagagens em aeroportos, controle de containers e ainda em
identificação de pallets. O tempo de resposta é baixíssimo, tornando-se uma boa solução
para processo produtivos onde se deseja capturar as informações com o transmissor em
movimento.
- Rastreamento de Frotas com Tecnologia GPS – Global Positioning System
Rastreamento é o processo de monitorar um objeto enquanto ele se move. Hoje
em dia é possível monitorar a posição ou movimento de qualquer objeto, utilizando-se
de equipamentos de GPS aliados a links de comunicação. O casamento GPS +
comunicação é necessário, pois o receptor GPS localiza sua própria posição; esta deve
ser transmitida via canal de comunicação para uma central que fará efetivamente o
monitoramento. Esta tecnologia é comumente conhecida como AVL (Automatic Vehicle
Location).
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GPS é um sistema de posicionamento mundial formado por uma constelação de
24 satélites que apontam a localização de qualquer corpo sobre a superfície terrestre. Um
aparelho receptor GPS recebe sinais desses satélites determinando sua posição exata na
Terra, com precisão que pode chegar à casa dos centímetros.
A tecnologia GPS é bem conhecida hoje, e comercialmente viável, tendo
inclusive fornecedores de equipamentos consolidados e preços formados. As variáveis
que efetivamente determinam o custo e o modo de operação do rastreamento de veículos
são canal de comunicação entre o veículo e a central de monitoramento e o pacote de
serviços oferecidos por esta central.
A ligação feita entre a central de comunicação e o ponto rastreado pode ser feita
via telefonia celular que tem seus aparelhos baratos para a solução que oferece, e tem
restrições como qualquer outra solução que é estar acessível apenas onde tem cobertura
de telefonia celular e o custo da comunicação ainda é alto.
Outra opção é a comunicação via rádio. Esta modalidade é muito simples de
implantar, tem um custo de implantação baixo, onde não há custo de comunicação,
tendo que fazer a regulamentação com a ANATEL (no Brasil).
Com a possibilidade de rastrear veículos a empresa pode saber onde se encontra
o veículo que está fazendo determinada entrega e fazendo um link com o sistema via
web a empresa pode colocar a disposição do cliente a localização da entrega.
- Código de Barras
O sistema surgiu da idéia de se criar um mecanismo de entrada de dados mais
rápida e eficiente, vendo que com o passar do tempo mais microcomputadores estavam
sendo fabricados com um grande potencial em armazenamento e processamento de
dados.
A leitura de código de barras exige que sejam utilizados alguns aparelhos
específicos e que são adotados conforme a necessidade da empresa. Alguns desses
aparelhos são os leitores (caneta ótica, slot reader, leitor CCD, pistola laser, scanner
omnidirecional e o leitor automático de documentos), os decodificadores (decodificador
para teclado, decodificador para interface serial e decodificador para joystick) e
impressoras especiais (software para impressão e impressoras profissionais). As
38
impressoras matriciais não têm funcionalidade para esse fim. As impressoras jato de
tinta e laser não estão adaptadas para comportar rolos de etiquetas e papel contínuo. Por
isso é que foram desenvolvidas impressoras profissionais para impressão de código de
barras.
Existe uma padronização mundial para a leitura de código de barras. Para cada
produto ou objetivo da identificação existe um tipo de código. Por exemplo:
- O EAN – 13, EAN – 8 e UPC são utilizados na unidade de consumo, ou seja, na
embalagem do produto que o consumidor final esta comprando. Exemplo: 1 litro de
leite em caixa;
- O EAN/DUN – 14(SCC - 14)/UCC/EAN 128 são utilizados nas caixas que embalam as
várias unidades desses produtos unitários. Exemplo: um engradado contendo 12 litros
de leite em caixa;
- O UCC/EAN - 128 são usados nos pallets dentro dos galpões de supermercados ou
distribuidores. Estes levam no código de barras Identificadores de Aplicação (AI).
O código de barras, comprovadamente, tem uma margem de erro menor que a
coleta de dados feita manualmente, sendo assim a maneira mais eficaz de coletar dados
em termos velocidade da informação, facilidade de migração para o sistema de controle
de estoque e facilidade da adoção da prática do VMI.
- EDI (Electronic Data Interchange)
O EDI, ou Intercâmbio Eletrônico de Dados é um sistema que auxilia
diretamente, principalmente, a rotina dos vendedores agilizando o processo de
comunicação com a empresa na transmissão de dados. Todas as informações que um
vendedor precisa coletar e transferir para a empresa em um segundo momento, ele faz de
forma on line evitando assim a demora no in put do pedido e ele ainda tem a
possibilidade de consultar o estoque da empresa e informar ao cliente a possibilidade de
disponibilizar a mercadoria.
Com a implantação desse sistema com sucesso podemos detectar imensuráveis
benefícios trazidos por ele à sua empresa. Consegue-se com ele reduzir custos
administrativos, reduzir o estoque (considerando que estoque parado é capital
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improdutivo, então temos ainda uma economia significativa para investimentos
dependendo da área comercial da empresa), reduzir custos e desgastes com o cliente
com os itens faltantes, pois se a tecnologia permite transmissão de dados on- line temos a
informação acurada e instantânea da posição de estoque. Outros benefícios é que o
sistema ainda faz com que o índice de divergências na entrega e no recebimento de
mercadorias seja próximo de zero, e permite o melhor gerenciamento de rotas de
transporte.
Toda essa tecnologia a disposição do profissional de vendas faz com que ele se
sinta mais valorizado e aumente sua produtividade se dedicando a área fim da empresa –
as vendas. E tão importante quanto aumentar as vendas para a empresa é o fato de que,
tanto pela tecnologia de software e hardware envolvida quanto pelo corpo funcional há
um ganho no valor agregado da empresa.
- VMI – Vendor Managed Inventory
O VMI ou Estoque Administrado pelo Fornecedor, é uma ferramenta muito
importante principalmente para a cadeia de suprimentos que pretende ou já trabalha com
o JIT (Just-in -Time). O principal objetivo desta técnica é fazer com que o seu
fornecedor, através de um sistema de EDI, verifique a sua real necessidade de produto,
no momento certo e na quantidade certa. Este recurso tem uma maior funcionalidade
para as empresas que um grande número de fornecedores e possui um amplo mix de
produtos.
A integração permite que se faça, de acordo com o forecast uma mudança de
planejamento de reabastecimento, pois a informação chega ao seu fornecedor em tempo
real. O nível de detalhamento é tanto que, detectada a demanda de produto acabado, o
software se encarrega de traçar planos para a produção, planejamento de abastecimento e
distribuição para os depósitos.
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- ECR (Efficient Consumer Response)
O ECR, Resposta Eficiente ao Cliente, não é um sistema e nem é uma técnica, é
um conjunto de práticas desenvolvidas em conjunto com fabricantes, distribuidores e
varejistas com o objetivo de obter ganhos por eficiência nas atividades comerciais e
operacionais entre as empresas prestando assim um serviço de qualidade ao consumidor
final.
As grandes redes de varejistas como Wall Mart, por exemplo, tem centenas de
fornecedores, outra infinidade de produtos diferentes e precisa de uma cadeia de
suprimentos totalmente integrada para poder oferecer aos seus clientes o produto na
prateleira. Para isso acontecer é necessário que a rede adote algumas práticas de
reengenharia de processos e Benchmarking inclusive utilizado-se da tecnologia de
informação. Sendo as mesmas premissas para começar a pensar em integração e
gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Os requisitos para se por em prática a filosofia do ECR e fazer os check outs nas saídas
das mercadorias das lojas (PVs) e ter o controle do estoque no fornecedor. Como o
volume de produtos é muito grande, tanto o fornecedor quanto o varejista, precisa
utilizar uma coleta de informação que seja acurada e rápida tendo a sua disposição o
código de barras. E o controle do estoque do ponto de venda feita pelo fornecedor é
usada a ferramenta de VMI co transmissão de dados via EDI, onde temos precisão e
rapidez na operação.
Assim, segundo ÂNGELO & SIQUEIRA (2002, s/p) a vantagem competitiva
baseada em sistemas integrados de gestão logística, ocorre com o entendimento da
necessidade de aquisição de tecnologia de informação para integração da cadeia
produtiva, a fim de atender o cliente final é atualmente a fonte de vantagem competitiva
mais cobiçada no mercado, porém devem ser repensados os processos organizacionais,
bem como e seu redesenho.
Toda a tecnologia que hoje está à disposição da solução da logística empresarial
é capaz de gerar soluções que satisfaçam qualquer necessidade de mercado.
41
3.2.1 Sistemas Integrados de Gestão / ERP – Enterprise Resource Planning
Os ERP (Enterprise Resource Planning) ou sistemas de gerenciamento
empresarial são sistemas complexos onde integram, de forma eficaz, todos os sistemas
operacionais da empresa. Por ser um sistema que abrange toda a parte gerencial da
empresa, a implantação dele não é simples exigindo da empresa uma série de
modificações prévias.
Segundo SOUZA (apud BEZERRA & MONTEIRO, 2003, p.04) podemos
também defini- los em termos de sistemas de informação integrados adquiridos na forma
de pacotes de software comercial, com a finalidade de dar suporte a maioria das
operações de uma empresa.
Considerando a definição acima, podemos dizer que um ERP consiste
basicamente na integração de todas as atividades do negócio, entre elas, finanças,
marketing, produção, recursos humanos, compras logística, etc. Com o benefício direto
de facilitar, tornar mais rápido e preciso o fluxo de informação permitindo assim o
controle dos processos de negócios. Portanto, o processo de tomada de decisão
empresarial.
Ainda de acordo com SOUZA (apud BEZERRA & MONTEIRO, 2003, p. 04),
existem características dos sistemas integrados de gestão que os tornam diferentes de
outros sistemas existentes, permitindo-nos fazer uma análise de custo-benefício de suas
aquisição, são elas:
- Os ERPs são pacotes comerciais;
- São desenvolvidos através de modelos padrões de processos;
- Integram sistemas de várias áreas das empresas;
- Utilizam um banco de dados centralizado;
- Possuem grande abrangência funcional.
42
Antes mesmo das empresas fazerem as pesquisas de fornecedores ERPs para
aquisição dos pacotes comerciais, é recomendável que a mesma faça o levantamento da
real necessidade da implantação do ERP, quais são as metas da empresa e o que ela
espera do sistema. O próximo passo é consultar fornecedores que satisfaçam as
necessidades previamente definidas.
Existem alguns forncedores de sistemas que geram solução na área logística e em
outros segmentos que exigem tecnologia de informação. O mercado brasileira de
fornecedores de sistemas, podemos citar dentre outros: SAP Brasil, Datasul,
Manugustics, Promática, Scala e JDEdwards.
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CONCLUSÃO
A partir da pesquisa bibliográfica realizada para a elaboração da presente
monografia pode-se perceber que uma das principais características da logística moderna
é sua crescente complexidade operacional. Aumento da variedade de produtos, entregas
mais freqüentes, menores tempos de atendimento, menor tolerância a erros de separação
de pedidos e pressões para redução dos níveis de estoque, são alguns dos principais
pontos da complexidade.
Uma das conseqüências deste fenômeno é que alguns componentes do custo
logístico, até então pouco significativos, como, por exemplo, o de armazenagem, passam
a ter uma participação importante. Tudo isto tem empurrado as empresas na direção de
um contínuo processo de modernização, tanto tecnológico, quanto gerencial.
Hoje, a logística é entendida como a integração tanto da administração de
materiais como da distribuição física. Entretanto, esta integração leva a ligações muito
mais estreitas com a função de produção/operação em muitas firmas, de modo que se
pode esperar no futuro que produção e logística se aproximarão muito mais em conceito
e prática.
No que se refere aos sistemas de informações logísticas (SIL), sua funcionalidade
caracteriza-se pelo uso de softwares para apoiar atividades operacionais, táticas e
estratégicas que possuem elevado nível de complexidade. Sem o uso de tais ferramentas,
muitas decisões são tomadas baseadas apenas no feeling, o que em muitos casos aponta
para um resultado distante do ótimo. Entretanto, se elas forem usadas, existe
significativa melhoria na eficiência das operações logísticas, possibilitando, além do
incremento do nível de serviço, reduções de custos que justificam os investimentos
realizados.
De uma forma geral, com a utilização do SIL pode-se “linkar” através de um
sistema integrado, ERP, o aplicativo de código de barras que migra informações para um
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sistema de estoque onde tem informações atualizadas a qualquer tempo por meio de um
outro aplicativo de EDI.
Isso tudo pode estar disponível na intranet e extranet para toda a cadeia de
produção afim de otimizar o processo em termos de eficiência de resposta ao cliente.
Em face todo o exposto é importante ter a consciência do enfoque sempre nos
negócios e não na tecnologia, servindo a mesma apenas como suporte a tomada de
decisões de forma mais rápida e eficiente. Para isso é necessário aliar o sistema de
informações logísticas ao sistema de informações gerenciais, sendo fundamental para a
definição e operacionalização do conceito de supply chain management.
De um modo geral, o sucesso da implantação de sistemas logísticos nas empresas
e as vantagens advindas de sua aplicação, depende do processo de amadurecimento
empresarial. Dessa forma, todo o processo logístico pode ser otimizado, permitindo a
maior eficácia nos processos internos e de comunicação com a cadeia de suprimentos.
45
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 RESUMO 05 METODOLOGIA 06 SUMÁRIO 07 INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I – CONCEITUANDO LOGÍSTICA 10 1.1 O desenvolvimento histórico da logística 11 1.2 A concepção logística na empresa 14 1.2.1 A logística como base para o comércio 15 CAPÍTULO II – A LOGÍSTICA EMPRESARIAL 16 2.1 As atividades-chave da logística 17 2.2 Planejamento logístico 20 2.3 Estratégia logística 22 2.4 Logística e cadeia de suprimentos 24 2.5 Armazenagem e custos no sistema logístico 25 CAPÍTULO III – A LOGÍSTICA E OS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES 31 3.1 Características básicas dos sistemas de informações logísticas 33 3.2 Sistemas de informações logísticas 34 3.2.1 Sistemas Integrados de Gestão / ERP – Enterprise Resource Planning. 41 CONCLUSÃO 43 BIBLIOGRÁFIAS 45 ÌNDICE 48 ANEXOS FOLHA DE AVALIAÇÃO
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ANEXOS
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PROJETO A VEZ DO MESTRE
Pós-Graduação “Lato Sensu” em Logística Empresarial
Título da Monografia:
Sistema de Informação Logística
Autor: Luciana Magalhães do Nascimento
Orientador: Celso Sanchez
Avaliação:
Avaliado por:_________________________________ Grau_______________
Rio de Janeiro,_______de _____________ de 2005.
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