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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA
O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO ENSINO MÉDIO
POR: ELANE CRISTINA MORAIS DA SILVA
ORIENTADOR: PROFº. Dr. Vilson Sérgio de Carvalho
RIO DE JANEIRO 2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA
O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO ENSINO MÉDIO
Monografia apresentada a Universidade Candido Mendes Instituto A Vez Do Mestre como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Orientação Educacional e Pedagógica. Por: Elane Cristina Morais da Silva
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AGRADECIMENTOS
À Deus e a todos que contribuíram para realização deste
trabalho.
A minha família pelo apoio em todos os momentos difíceis.
As minhas amigas, que durante este curso pude conhecer
e trocar experiências relacionadas á educação.
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DEDICATÓRIA
A minha mãe Elazir, pela educação que me proporcionou,
pela força e por sempre me ajudar e incentivar no campo
dos estudos.
A minha irmã Thaís por estar sempre ao meu lado me
pedindo para estudar.
A minha filha Marcela, grande incentivadora que por todo
tempo levantava minha auto estima fazendo com que eu
não desistisse e compreendendo os vários momentos nos
quais estive ausente.
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RESUMO
Este trabalho monográfico teve como fonte motivadora desta pesquisa a
necessidade de se entender e conhecer melhor como historicamente o papel
do Orientador Educacional se deu, se desenvolveu e se adequou ao cenário
brasileiro, já que quando esta profissão adentrou em nosso país, sofria grande
influência e seguia o modelo americano.
A proposta desta pesquisa é mostrar o papel deste profissional e sua
imprescindível atuação dentro da instituição escolar, já que é fundamental que
exista dentro desta, alguém responsável por ajudar e encaminhar os
estudantes nos mais diferentes aspectos como: dificuldade de aprendizagem,
dificuldade de relacionar-se, auxílio profissional e etc.
Sendo o responsável pelo relacionamento e integração de todos os
atores que atuam na escola e no em torno dela, o orientador educacional
segundo Grisnpun, é o mediador entre: o saber e o fazer; o ter e o ser; e o
querer e o poder.
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METODOLOGIA
A proposta metodológica ficará restrita a pesquisa bibliográfica de
teorias comprometidas com a educação e a transformação que esta pode fazer
na vida do homem, estando assim respaldada por diversos autores.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................8 CAPÍTULO I - ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL 1.1 - ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO CENÁRIO NACIONAL...................... 9 1.2 - ATRIBUIÇÕES LEGAIS DO ORIENTADOR EDUCACIONAL...................14 CAPÍTULO II – ENSINO MÉDIO BRASILEIRO 2.1 – ENSINO MÉDIO BRASILEIRO: BREVE HISTÓRICO.............................17 2.2 – ADOLESCENTES: PÚBLICO ALVO DO ENSINO MÉDIO......................22 CAPÍTULO III – A ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO ENSINO MÉDIO 3.1 – PRINCÍPIOS ÉTICOS NA ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL.................................................................................................26
3.2 – A PRATICA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO ENSINO
MÉDIO...............................................................................................................29
CONCLUSÃO....................................................................................................35 BIBLIOGRAFIA..................................................................................................37 FOLHA DE AVALIAÇÃO....................................................................................40
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INTRODUÇÃO
A presente monografia teve como propósito pesquisar sobre como pode
e/ ou deve ser “a atuação do orientador educacional nas escolas de ensino
médio”.
Sendo assim este trabalho tem como objetivo principal analisar o papel,
a prática e a atuação do orientador educacional dentro das instituições
educacionais.
Através da análise da trajetória da orientação educacional no Brasil,
poderemos fazer um comparativo como se dava a atuação deste profissional
no passado analisando sua prática, sua evolução, suas fases no processo
educacional e como ela ocorre atualmente.
Também iremos conhecer os princípios éticos na atuação do orientador
educacional, sua busca na melhoria das condições de aprendizagem, sua
integração com a comunidade escolar e como entender melhor os
adolescentes, já que o ensino médio é formado por eles.
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CAPÍTULO I ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO CENÁRIO NACIONAL
A orientação educacional teve início em 1908, nos Estados Unidos,
como a Orientação vocacional a característica fundamental era o
aconselhamento. Quatro anos mais tarde, Jessé Davis, introduz a orientação
educacional na instituição escolar, entretanto a característica básica desta área
era o atendimento a problemática social e vocacional dos alunos.
No Brasil segundo GRINSPUN (2002), a orientação educacional surge
em 1924, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, onde o principal foco era o
aconselhamento vocacional devido a influencia americana.
Em 1934, a orientação educacional começa a surgir nas escolas de
forma experimental e isoladamente sendo a pioneira a de Aracy Muniz Freire e
Maria Junqueira Schimidt no Colégio Amaro Cavalcanti, no Rio de Janeiro.
Nesta época uma das funções da orientação era o aconselhamento para uma
escolha justa da profissão, seleção e encaminhamento dos alunos aos cursos
adequados.
Segundo GRINSPUN (apud Maria de Lourdes Cysneiros de Morais), “a
evolução do conceito de orientação educacional no Brasil está estreitamente
vinculada cinco períodos marcantes: Implementador, Institucional funcional e
Instrumental, Transformador, Disciplinador e Questionador”.
Período Implementador que durou dá década de 20 até início dos anos
40: durante esse período a orientação educacional desenvolvida nesta fase era
restritamente vocacional. E o objetivo era selecionar para o treinamento
profissional utilizando técnicas psicométricas.
O Período Institucional é caracterizado pelo surgimento da orientação
educacional na legislação brasileira, através das leis orgânicas de 1942, do
ministro da educação e saúde pública, Gustavo Capanema Filho, onde o
capítulo VI, do artigo 80 ao 83 é todo voltado para orientação educacional.
10“Art. 80. Far-se-á, nos estabelecimentos de ensino
secundária, a orientação educacional.
Art. 81. E’ função da orientação educacional, mediante as
necessárias observações, cooperar no sentido de que cada
aluno se encaminhe convenientemente nos estudos e na
escolha da sua profissão, ministrando-lhe esclarecimentos
e conselhos, sempre em entendimento com a sua família.
Art. 82. Cabe ainda à orientação educacional cooperar com
os professores no sentido da boa execução, por parte dos
alunos, dos trabalhos escolares, buscar imprimir segurança
e atividade aos trabalhos complementares e velar por que
o estudo, a recreação e o descanso dos alunos decorram
em condições da maior conveniência pedagógica.
Art. 83. São aplicáveis aos orientadores educacionais os
preceitos do artigo 79 desta lei, relativos aos professores”.
O orientador educacional na década de 40, no período Institucional
Funcional era visto como um catalisador de conflitos. Já o período Institucional
Instrumental, que vigorou na década de 50, a atuação do orientador
educacional passa ter um caráter mais profilático, a orientação se estende a
todos os discentes, na busca e na prevenção de desajustes e comportamentos
insatisfatórios.
O Período Transformador que durou de 1961 à 1970, tentava adequar a
orientação educacional a realidade brasileira e se desligar da influência
americana. O conceito de orientação passa para orientação
desenvolvimentista, orientando o aluno dentro do seu próprio desenvolvimento
pessoal. Nesta fase a orientação educacional teve o seu maior fortalecimento,
quando a LDB 4024/61 citou em seu texto sob o título VIII, “Da orientação
educativa e da inspeção” nos artigos 62 ao 64 como devia ser a formação do
profissional de orientação educacional para os cursos primários e secundários:
11“Art. 62. A formação do orientador de educação será feita
em cursos especiais que atendam às condições do grau do
tipo de ensino e do meio social a que se destinam.
Art. 63. Nas faculdades de filosofia será criado, para a
formação de orientadores de educação do ensino médio,
curso especial a que terão acesso os licenciados em
pedagogia, filosofia, psicologia ou ciências sociais, bem
como os diplomados em Educação Física pelas Escolas
Superiores de Educação Física e os inspetores federais de
ensino, todos com estágio mínimo de três anos no
magistério.
Art. 64. Os orientadores de educação do ensino primário
serão formados nos institutos de educação em curso
especial a que terão acesso os diplomados em escolas
normais de grau colegial e em institutos de educação, com
estágio mínimo de três anos no magistério primário”.
Esta lei buscava um campo próprio para orientação educacional e
estabelecia normas para a formação desse profissional. Também nesta década
ocorreu a regularização do exercício da profissão que se deu através da lei nº
5.564, de 21 de dezembro de 1968.
Somente em 1971, através da lei 5.692, que a orientação educacional foi
instituída nos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus. Com esta proposta
de obrigatoriedade o foco de trabalho principal ainda era a orientação
vocacional, procurando dar aos alunos a credibilidade à escolha e a decisão
tomada. Isso ocorre no Período Disciplinador que vigora de 1971 a 1980.
Respaldada pelo decreto nº 72846/73, que regulamenta a Lei nº
5564/68, o exercício da função de orientador educacional põe em destaque a
orientação vocacional detalhando-a desde a caracterização da comunidade, da
escola e da clientela, ao processo de sondagem de interesses, aptidões e
habilidades, à informação profissional, ao acompanhamento pós escolar e à
integração escola-família-comunidade (CYSNEIROS).
12Já na década de 80, os pesquisadores da área da educação buscam
uma identidade para o orientador educacional, pois o país já começa a viver
um contexto mais democrático, e havia uma demanda de um trabalho com o
aluno como sujeito histórico, crítico e social. Daí nasce o Período Questionador
(a partir da década de 80), momento para refletir e buscar um espaço próprio
para a orientação educacional. Nesta fase a orientação está preocupada com
os problemas da educação, compreensão dos fenômenos sociais.
Atualmente a orientação educacional apresenta um trabalho que
abrange uma dimensão maior, aquela que envolve o fazer pedagógico.
Mediando as questões que surgem no ambiente escolar junto aos demais
educadores, através desta atuação o orientador resgata a possibilidade de
ações mais objetivas consequentemente uma educação de maior qualidade,
priorizando a formação da cidadania e o trabalho integrado entre escola e
família.
“O Orientador está comprometido com a formação da
cidadania dos alunos, considerando em especial, o caráter
da formação da subjetividade. Buscando conhecer a
realidade e transformá-la, para que seja mais justa e
humana”. (GRINSPUN, 2006, p 26).
Anteriormente a orientação educacional focava o trabalho no indivíduo,
hoje em dia ela age pensando no coletivo, mas, entretanto sem deixar de
levar em consideração que este é formado por pessoas com pensamentos,
histórias de vidas e contexto social diferentes.
Essa visão coletivista da orientação educacional começou a surgir na
década de 90, quando o Brasil passava por diversos acontecimentos,
“passando a educação e a orientação a andarem juntas, sendo os
orientadores (...) os coadjuvantes na prática docente” (GRINPUN apud
CAZELA, 2007, p.10).
A autora citada relata o quanto é importante a escola trabalhar com a
interdisciplinaridade, e que este trabalho tem que ser realizado em conjunto
13por todos os membros da comunidade escolar buscando melhores processos
e resultados.
“O principal papel da Orientação será ajudar o aluno na
formação de uma cidadania crítica, e a escola, na
organização e realização do seu projeto pedagógico. Isso
significa ajudar nosso aluno “por inteiro” (grifo da autora):
com utopias, desejos e paixões. (...) a Orientação trabalha
na escola em favor da cidadania, não criando um serviço
de orientação (grifo da autora) para atender os excluídos
(...), mas para entendê-lo, através das relações que
ocorrem (...) na Instituição Escola” (GRINSPUN, 2002, P.
29).
Segundo GRINSPUN, a orientação faz parte da educação e por esse
motivo atualmente deve ser pensada nas dimensões sociais, culturais,
políticas e econômicas na qual ela acontece. Por esse motivo, o orientador
deve estar sempre atualizado com as transformações sociais, e com o
momento histórico no qual está inserido.
14
1.2 Atribuições legais do orientador educacional
A Lei Federal 9394/96, no artigo 64, prevê que a função de orientador
educacional deve ser exercida por um pedagogo devidamente habilitado em
orientação educacional, ou um especialista em orientação educacional em nível
de pós graduação lato-sensu, desde que o curso seja reconhecido pelo MEC.
De acordo com o oitavo e nono artigos, do decreto 72826, de 26 de
setembro de 1973, são atribuições privativas do orientador educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do
Serviço de Orientação Educacional em nível de:
1 - Escola;
2 - Comunidade.
b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do
Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço
Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades
de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e
Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando,
incorporando-o ao processo educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses,
aptidões e habilidades do educando.
e) Coordenar o processo de informação educacional e
profissional com vista à orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações
necessárias ao conhecimento global do educando.
15g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos
alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que
exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação
Educacional, satisfeitas as exigências da legislação
específicas do ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação
Educacional.
l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação
Educacional.
Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as
seguintes atribuições:
a) Participar no processo de identificação das
características básicas da comunidade;
b) Participar no processo de caracterização da clientela
escolar;
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno
da escola;
d) Participar na composição caracterização e
acompanhamento de turmas e grupos;
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos
alunos;
f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos
estagiários;
g) Participar no processo de integração escola-família-
comunidade;
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação
Educacional.
16Sendo o orientador educacional um dos representantes de tomada de
consciência em relação aos aspectos sociais no cotidiano do educando,
precisa ter conhecimento e cumprir as seguintes normas:
• O regimento escolar;
• A proposta político-pedagógica da escola;
• O regimento interno da escola;
• Participação nos conselhos de classes;
• Registros de todos os fatos e problemas do educando em livros
apropriados;
• Conhecer a escola como um todo e manter um bom relacionamento com a
comunidade escolar;
• Trabalhar integralmente com a Supervisão Escolar.
O respeito pela legislação torna fundamental o exercício da função de
orientador educacional, sendo que é através da sua correta atuação que o
educando poderá ser beneficiado em relação ao contexto em que está inserido.
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CAPITULO II
O ENSINO MÉDIO BRASILEIRO: BREVE HISTÓRICO
Neste capítulo será feita uma análise do desenvolvimento histórico do
Ensino Médio desde a criação do Ministério da Educação e da Saúde Pública
em 1930, sob a responsabilidade de Francisco Campos.
Durante essa administração, foram instituídos vários decretos com a
finalidade de reformar o ensino médio (Decreto n.º 19.890 de 18/4/1931). Este
conjunto de decretos ficou conhecido como reforma Francisco Campos. Esta
reforma organizou o ensino secundário em duas etapas: fundamental e
complementar. Essa reestruturação organizou o ensino secundário,
estabeleceu um currículo seriado, a frequência obrigatória, e o tornou um pré
requisito para o ingresso ao ensino superior onde o ciclo fundamental tinha por
objetivo a formação geral, com ênfase na cultura humanística e o ciclo
complementar oferecia cursos propedêuticos articulados ao curso superior,
podendo ser na área jurídica, técnica ou medica.
Durante esse período o ensino secundário era voltado para classe
economicamente favorecida já que nível de exigência para aprovação era
muito alto. E com isso não possibilitava o ingresso dos menos abastados
economicamente.
Na Carta Constitucional de 1937, no artigo 129, fica bem aparente o
dualismo entre ensino propedêutico e profissional no ensino secundário, onde
pode ser ver com clareza que o ensino propedêutico era destinado a elite
enquanto o profissional era destinado aos menos favorecidos economicamente.
“Art 129 - A infância e à juventude, a que faltarem os
recursos necessários à educação em instituições
particulares, é dever da Nação, dos Estados e dos
Municípios assegurar, pela fundação de instituições
públicas de ensino em todos os seus graus, a possibilidade
18de receber uma educação adequada às suas faculdades,
aptidões e tendências vocacionais.
O ensino pré-vocacional profissional destinado às classes
menos favorecidas é em matéria de educação o primeiro
dever de Estado. Cumpre-lhe dar execução a esse dever,
fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os
de iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos
ou associações particulares e profissionais.
É dever das indústrias e dos sindicatos econômicos criar,
na esfera da sua especialidade, escolas de aprendizes,
destinadas aos filhos de seus operários ou de seus
associados. A lei regulará o cumprimento desse dever e os
poderes que caberão ao Estado, sobre essas escolas, bem
como os auxílios, facilidades e subsídios a lhes serem
concedidos pelo Poder Público”.
Esta distinção do ensino se dava devido ao contexto econômico da
época, que visava à modernização e industrialização do país através da
capacitação para o mercado de trabalho.
Alguns anos depois em 1942, o então Ministro da Educação, Gustavo
Capanema, iniciou uma reforma com o nome de Leis Orgânicas do Ensino, que
organizaram o ensino propedêutico em: primário e secundário e o ensino
técnico-profissional em: industrial, comercial, normal e agrícola. Entretanto o
ensino técnico-profissional, não davam acesso ao nível superior.
A reforma de Capanema introduziu algumas mudanças na organização
da matriz curricular. O estudo da língua portuguesa passou a constar em todas
as séries dos dois ciclos e história e geografia do Brasil passaram a ser
disciplinas autônomas dentre outras mudanças.
Esta Lei aniquilou os cursos complementares e os substituiu por cursos
médios de segundo ciclo, que passaram a ser conhecidos como cursos
colegiais nos tipos: clássico e científico. Com a função de preparar os docentes
para o nível superior.
19A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 4024 de 1961,
organizou o ensino médio em: ginasial com quatro anos de duração e o colegial
com três anos de duração, onde ambos abrangiam o ensino secundário e o
técnico profissional.
A partir de 1964, a educação brasileira foi organizada com o objetivo de
atender as transformações ocorridas devido economia do país, onde o sistema
educacional era adequado às necessidades da expansão capitalista. Desta
forma, a educação passava a ter a função principal de habilitar ou qualificar
para o mercado de trabalho.
Em 1971, através da Lei 5692, houve uma nova reforma para o ensino
médio que criou o ensino de 1º e 2º graus. O ensino de 2º grau passou a ser
obrigatoriamente profissionalizante, a obrigatoriedade escolar foi estendida
para oito anos, houve a fusão dos antigos cursos primários e ginásio e a
extinção do exame de admissão.
A década de 90 marcou a introdução de mudanças estruturais no Brasil,
com o intuito de inserir o país na economia mundial. Com a internacionalização
da economia, o nível educacional para ser considerado um fator determinante
entre os países, onde a educação geral e a qualificação profissional dos
trabalhadores é um fator de grande importância para a competitividade entre os
países.
Ainda nesta década, houve uma profunda transformação no sistema
educacional brasileiro devido às reformas promovidas pela UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) que
organizou a conferência Mundial de Educação para Todos em 1990, em
Jomtien (Tailândia).
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394 de 1996, traz
em seu artigo 4, inciso 2 a obrigatoriedade e gratuidade do ensino médio.
O ensino médio no Brasil compreende a última etapa da formação
básica, como é citado na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, no artigo 21, no
inciso I:
20“A educação escolar compõe-se de: educação básica,
formada pela educação infantil, ensino fundamental e
ensino médio”,
O ensino médio regular atualmente tem três anos de duração e 2400
horas aula no mínimo. E a carga horária do ensino médio no ensino de jovens
e adultos propõe 1080 horas aulas divididas em 100 dias letivos com duração
total de um ano e meio.
Sendo a etapa conclusiva da educação básica, o ensino médio, tem por
objetivo proporcionar ao educando a formação necessária para que haja o
desenvolvimento de suas potencialidades, preparação para o mercado de
trabalho e para exercer a cidadania conscientemente como esta insculpida na
Lei de Diretrizes e Bases 9394/96, artigo 22:
“A educação básica tem por finalidade desenvolver o
educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável
para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
Esta última finalidade deve ser desenvolvida principalmente pelo ensino
médio, uma vez que entre as suas finalidades específicas, incluem-se também
a preparação para o trabalho e para cidadania como é citado no artigo 35,
inciso II:
“A preparação básica para o trabalho e a cidadania do
educando, para continuar aprendendo, de modo a ser
capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições
de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores”;
Ainda sobre a formação do aluno do ensino médio, segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais deve ter como alvo principal:
21
“a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação
científica e a capacidade de utilizar as diferentes
tecnologias relativas às áreas de atuação” (grifo do
autor).
“Propõe-se, no nível do Ensino Médio, a formação geral,
em oposição à formação específica; o desenvolvimento de
capacidades de pesquisar, buscar informações, analisá-las
e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar, formular,
ao invés do simples exercício de memorização”.
Então sendo o ensino médio a etapa final da educação básica, o
educando deve, mais do que dominar conteúdos, deve também aprender a se
relacionar de forma ativa, ética, construtiva, criadora, compreender a sociedade
e as transformações ocorridas nela.
22
2.2 - ADOLESCENTES: PÚBLICO ALVO DO ENSINO MÉDIO
Com o avanço da ciência no século XX, há também um aumento na
expectativa de vida, prolongando o período de idade relativo a infância e a
adolescência.
Até a primeira metade do século anterior, os jovens até então se
assemelhavam muito com seus pais na maneira de se vestir, de agir e de
comportar, passaram ater um período entre fase infantil e a fase adulta, como
um treino necessário para a última.
Segundo Ruffino (apud TORRES, 2001, p. 50), a adolescência surgiu:
“(...) quando a passagem da criança ao adulto se tornou
problemática, em função da perda da eficácia dos
dispositivos societários, que agiam de modo a enfrentar
aquela problematicidade antes que o sujeito por ela se
siderasse. Na falta desse dispositivos, o sujeito teve de
lidar solidariamente com a questão, não podendo senão
adolescer. Adolescer é solicitar uma moratória para poder
responder somente após um segundo crescimento ao
apelo pubertário e social”.
Mas para Costa, (1995, p12), ainda não era percebida como uma etapa
da vida, com características próprias, mas, sim, um jeito de dar independência
a criança. Somente na década de 60 que os jovens passaram a ter consciência
da adolescência, assumindo suas características, que eram próprias dessa
fase de desenvolvimento e, começaram mostrá-las para o mundo.
“Nos anos 60, entretanto, as coisas mudaram: os jovens
proclamaram sua existência e independência. Começaram
a não aceitar os modelos dos pais, adotaram novas idéias,
23novas posturas, novos hábitos e acabaram por criar a
adolescência e juventude” (COSTA, 1995, p. 13).
A adolescência é a fase do desenvolvimento humano, entre a infância e
a idade adulta, caracterizada pela insubordinação e desobediência aos valores
dos mais velhos, segundo Costa (1995) e da necessidade do adolescente de
se mostrar e ser visto pelos seus semelhantes, como nos mostra Tiba (2002).
“A adolescência pode ser comparada a etapa em que as
árvores frutíferas dão flores. Estas geralmente ficam na
parte mais alta, bem expostas ao sol. Supercoloridas e
perfumadas, elas chamam a atenção de todos os
polinizadores. Os adolescentes são ao mesmo tempo
flores e polinizadores” (TIBA, 2002, p 85).
De acordo com Lemos (2001), a adolescência é dividida em três
momentos: adolescência puberal, adolescência nuclear e adolescência juvenil.
O primeiro momento, denominado de adolescência puberal, o indivíduo
passa por transformações físicas, psíquicas e hormonais que trazem
sonolência, oscilação de humor, desabrochar da sexualidade,
hipersensibilidade e atitudes de desafio e desobediência, dentre outros
aspectos.
Em conseqüência, principalmente, das alterações físicas, o adolescente
percebe que deixou de ser criança e passa a sofrer pela perda da infância e de
todos os aspectos ligados a mesma.
As mudanças no comportamento, no aspecto, nos hábitos, na postura e
na maneira de vestir do adolescente, são características do segundo momento,
que é denominado adolescência nuclear.
A atitude de ser opor a tudo, ir de contra ao tradicional, nada mais é de
que uma forma que o adolescente tem de conferira autenticidade dos valores
transmitidos pelos mais velhos, é nesta fase que o adolescente passa a ter o
24desejo de verificar e comprovar informações e crenças que até então ele
recebeu da sua família e aceitou como válidas.
Também nesta fase é que ocorre um distanciamento dos pais e a maior
aproximação entre os amigos da mesma idade. Isso se dá devido a perda da
visão heróica que faziam dos pais, já que estes passam a serem percebidos
como seres humanos comuns com limitações e defeitos.
A partir desse momento, os adolescentes passam buscar uma
identidade e um espaço na sociedade, começam se reunir em grupos do
mesmo sexo, criando suas próprias regras, atitudes, modos de vestir e agir. E
assim surgem as tribos, onde seus integrantes compartilham das mesmas
idéias e ideais, usam o mesmo tipo de roupa e um linguajar próprio.
Esta relação com outros adolescentes, é muito importante nesta fase,
pois é este grupo que lhe valoriza e lhe dá segurança, assim sendo ele passa
aceitar sem questionar todas as regras e normas de conduta impostas pelo
grupo.
“O grupo (...) passará a ditar as normas e as regras de
conduta do adolescente, podendo ser até mais rígido e
autoritário que os pais. No entanto é muito importamte ser
aceito no grupo, e a possibilidade de exclusão torna-se
extremamente assustadora” (LEMOS, 2001, p. 20).
A adolescência juvenil é o terceiro e último momento desta fase e é
caracterizado pela consideração do modelo tradicional e pelo afastamento
gradativo do grupo.
Todos os comportamentos de rebeldia e de rejeição aos valores dos
mais velhos desaparecem e o adolescente começa a se identificar com as
idéias e posturas dos pais e adultos, segundo Lemos (2001).
Nesta fase começam a ocorrer os namoros mais sérios e duradouros e o
processo de escolha profissional.
25 Devido a este conjunto de transformações, o adolescente começa
progressivamente a se inserir no mundo adulto e a sofrer com a perda da
identidade adolescente.
A fase da adolescência é fundamental para a transição do mundo infantil
para o mundo adulto, pois é neste período que o adolescente começa a se
perceber como indivíduo com características próprias, que o diferenciam da
criança que ele foi e do adulto que ele será.
Para que essa transição seja feita com harmonia é necessário que o
ambiente em que o adolescente está inserido deva ter condições que
favoreçam os processos tanto de destruição como o de construção do modelo
adulto. Assim o modelo que anteriormente causava contestação e revolta,
passa a causar admiração e respeito, permitindo a inserção natural do jovem
no mundo adulto.
26
CAPITULO III
A ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO
ENSINO MÉDIO
3.1 PRINCÍPIOS ÉTICOS NA ATUAÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
O trabalho do orientador educacional, assim como o trabalho
pedagógico de modo geral é de grande importância, complexidade e
responsabilidade e, por isso, exige-se muito desse profissional, não só em
termos de formação e atualização constante, mas também de comportamento
ético.
O comportamento ético em relação às informações sobre os alunos e de
pessoas ligadas a comunidade escolar, é um dos principais aspectos a serem
considerados. Já que em sua atuação sempre estará em contato com algumas
informações que precisam ser sigilosas.
A interação do orientador educacional com os orientados é caracterizada
pela relação de ajuda, tanto o aluno pode expor, espontaneamente, fatos ou
situações de cunho pessoal ou familiar como o orientador pode necessitar fazer
indagações sobre a problemática em questão. Esses dados, por serem de fato
confidenciais, não devem ser comentados com outras pessoas, quaisquer que
sejam as circunstâncias. Esse cuidado e de vital importância porque a condição
básica para o estabelecimento de uma relação de ajuda é a confiança.
Os questionários preenchidos, com dados mais íntimos sobre o aluno e
seus familiares; informações constantes dos prontuários, testes e opiniões dos
professores sobre determinado aluno, devem ser mantido em sigilo e
preservado do alcance de qualquer pessoa que não faça parte do Serviço de
Orientação Educacional.
Apesar de não haver um código de ética nacional elaborado
especificamente para o orientador educacional, a ASFOE, Associação
27Fluminense de Orientadores Educacionais, estabeleceu um código de normas
de conduta profissional para os orientadores educacionais fluminenses onde
determina: responsabilidades gerais; deveres fundamentais e impedimentos;
atividade profissional; a ética na orientação educacional dentre outros. A seguir
alguns capítulos e artigos deste código de ética:
Art. 2° - Ao Orientador Educacional é vedado:
a - visar fins lucrativos no encaminhamento de orientados a
outros profissionais;
b - atender casos em que esteja emocionalmente
envolvido;
c - oferecer aconselhamento através da imprensa;
d - atender particularmente casos que podem ser
atendidos na instituição onde trabalha;
e - favorecer, de qualquer forma quem exerça ilegalmente
a profissão de Orientador Educacional;
f - Assumir atribuições de outros profissionais,
prejudicando o cumprimento de suas próprias funções.
Art. 6° - O Orientador Educacional está sendo ético
quando:
a - for capaz de entender e questionar a própria ética;
b - agir com clareza, seriedade, cumprindo sempre suas
funções, sem fugir às responsabilidades;
c - tiver um olhar critico diante dos fatos;
d - demonstrar respeito a si mesmo, ao outro e ao trabalho.
Art. 10º - Em sua ética profissional, o Orientador
Educacional realiza seu trabalho em conformidade com as
28normas propostas pela instituição e conhecidas no ato da
admissão.
Enfim, para desempenhar um trabalho ético o orientador educacional
precisa respeitar o sigilo profissional a fim de proteger a intimidade das
pessoas a que teve acesso no exercício da sua função.
29
3.2 A PRATICA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL NO ENSINO
MÉDIO
O ensino médio tem por objetivo proporcionar ao educando a formação
necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades com elementos de
auto realização, preparação para o trabalho e o exercício consciente da
cidadania.
O orientador educacional atua como um educador, que faz parte
da equipe de gestão sendo um profissional que investiga e colabora conforme
as necessidades do grupo. Deve estar centrado em aspectos políticos e
sociais, e assim assumir o compromisso com o momento histórico e com a
formação de futuros cidadãos. Sua ação se dá diretamente sobre os alunos,
ajudando-os em seu desenvolvimento pessoal.
Após passar por vários períodos históricos a orientação educacional,
atualmente tem uma nova abordagem que é contribuir para a formação de um
cidadão capaz de refletir e se posicionar em relação a temas de seu tempo, e
não mais trabalhar somente com os alunos problema.
Segundo Grinspun, a orientação educacional da escola, não é mais
trabalhar com os alunos problema. O novo perfil da orientação propõe dar ao
aluno uma formação mais completa para que ele se torne um cidadão crítico e
consciente e não alguém que simplesmente segue o outro: “Nosso papel é o da
conscientização, de clarificação, de fazer os alunos pensarem sobre as
questões do seu cotidiano”.
Atualmente o trabalho do orientador educacional tem uma característica
mais abrangente, na dimensão pedagógica, possuindo caráter mediador junto
aos demais educadores e atuando com todos os protagonistas da escola no
resgate de uma ação mais efetiva e de uma educação de qualidade, buscando
conhecer a realidade e transformá-la, para que seja mais justa e humana.
Atuando com caráter mediador junto aos demais educadores, e
trabalhando juntamente com toda comunidade escolar no resgate de uma ação
mais efetiva e por uma educação de qualidade na escola, o orientador está
30comprometido com a formação da cidadania dos alunos, considerando, em
especial, o caráter da formação da subjetividade.
O orientador de hoje em dia, tem de desenvolver um trabalho
participativo, onde o currículo deve ser construído por todos e onde a
interdisciplinaridade deve ser buscada, para uma melhor compreensão do
processo pedagógico da escola. Sendo assim, ao considerar que a escola é
um lugar onde se deve privilegiar o exercício da democracia e a convivência
social, o orientador educacional deve trabalhar em caráter preventivo fazendo
ligação entre família e escola.
A orientação é fundamental na formação individual, encarando o aluno
como um ser global que precisa desenvolver-se harmoniosa e
equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, físico, moral, ético, social,
político, estético, educacional e vocacional.
Sendo assim o orientador deve mobilizar o aluno para a investigação
coletiva da realidade na qual todos estão inseridos, levando ao reconhecimento
do significado e do valor da família e da escola; reconhecimento a comunidade
participando desta como força viva e ativa capaz de entendê-la e transformá-la.
A orientação tem como proposta básica de trabalho articular as
diferentes vozes dentro da escola, na construção de diálogos necessários ao
aluno visando o amadurecimento do educando, a integração social, o espírito
solidário, o trabalho em equipe, o respeito ao outro e a si mesmo, a
autodisciplina, a aceitação de si mesmo, conhecer o outro em seus múltiplos
aspectos para que possa estar consciente do contexto social atual que se
encontra e para o exercício da sua cidadania.
As funções do orientador educacional segundo Luck, podem ser
englobadas em dois grupos, e caracterizadas como sendo duas dimensões de
um mesmo processo, onde uma não existe sem a outra. Os dois grupos são:
das funções de organização, e das funções de implementação.
As funções de organização são as que possuem o objetivo de
preparação, ordenação e sistematização. E tem por finalidade garantir uma
estrutura para a implementação dos objetivos propostos pela orientação
31educacional. Dentre as funções de organização estão: levantamento de dados;
planejamento e avaliação.
“O levantamento de dados concorre para o planejamento
permitindo a obtenção de informações necessárias para a
compreensão da realidade social em que o processo
pedagógico está inserido e sobre a qual deve atuar”.
“O planejamento, função que se orienta para a tomada de
decisão a respeito de ações de intervenção sobre uma
dada realidade a partir de uma ampla compreensão da
mesma, com o fim de transformá-la,”.
“A avaliação constitui-se em função imprescindível de toda
pratica que se pretenda educacional. Isto porque é ela que
possibilita a realimentação do planejamento e de suas
respectivas ações, identificando aspectos que necessitam
revisão e redirecionamento”. (LUCK, 1996, p.20 e 21)
E as funções de implementação na orientação educacional são aquelas
que são desempenhadas com o objetivo de promover uma transformação no
contexto pedagógico ou de realizar uma relação de ajuda. Caracterizam - se
como funções de implementação: aconselhamento; acompanhamento;
coordenação; consultoria; encaminhamento e orientação em grupo que são as
sessões de orientação.
O orientador por trabalhar diretamente com toda comunidade escolar,
tem objetivos e atividades voltadas para cada grupo específico. Citaremos
alguns objetivos e ou atividades para cada um deles:
Objetivos específicos relacionados aos professores:
• Assessorar o professor no acompanhamento e compreensão de sua
turma;
• Integrar-se às diversas disciplinas visando o desenvolvimento de um
trabalho comum e a formulação das habilidades didático-pedagógicas a
serem desenvolvidas com os alunos;
32
• Garantir a continuidade do trabalho;
• Avaliar e encaminhar as relações entre os alunos e a escola;
• Assessorar o professor na classificação de problemas relacionados com
os alunos, colegas e outros;
• Desenvolver uma ação integrada com a coordenação pedagógica e os
professores visando a melhoria do rendimento escolar,por meio da
aquisição de bons hábitos de estudo.
Atividades junto aos professores
• Divulgação do perfil das classes;
• Proposição de estratégias comuns entre os professores, coordenação e
orientação;
• Realização de atendimentos individuais e/ou grupo nas reuniões de
curso para receber ou fornecer informações necessárias dos alunos;
• Realização de atendimentos individuais na O.E para fornecer ou receber
informações necessárias dos alunos;
• Análise e avaliação dos resultados quantitativos e qualitativos dos
alunos, das classes junto à coordenação para posterior
encaminhamentos;
• Participação na preparação e realização dos Conselhos de classe;
• Participação nos eventos da escola;
• Organização e participação junto à coordenação das atividades
extracurriculares.
Objetivos específicos relacionados aos alunos
• Instrumentalizar o aluno para a organização eficiente do trabalho
escolar, tornando a aprendizagem mais eficaz;
33
• Identificar e assistir alunos que apresentam dificuldades de ajustamento
à escola, problemas de rendimento escolar e/ou outras - dificuldades
escolares;
• Assistir o aluno na análise de seu desempenho escolar e no
desenvolvimento de atitudes responsáveis em relação ao estudo;
• Acompanhar a vida escolar do aluno;
• Promover atividades que levem o aluno a desenvolver a compreensão
dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da
família e dos demais grupos que compõem a comunidade e a cultura em
que vive o aluno;
• Desenvolver o relacionamento interpessoal e hábitos de trabalho em
grupo.
• Despertar no aluno o respeito pelas diferenças individuais, o sentimento
de responsabilidade e confiança nos meios pacíficos para o
encaminhamento e solução dos problemas humanos;
• Desenvolver atitudes de valorização do trabalho como meio de
realização pessoal e fator de desenvolvimento social;
• Levar o aluno a identificar suas potencialidades, características básicas
de personalidade e limitações preparando-o para futuras escolhas;
• Desenvolver o relacionamento interpessoal e hábitos de trabalho em
grupo.
Atividades junto aos alunos:
• Realização de sessões de orientação com cada série, previamente
agendadas em calendário, onde o O.E estará propondo temas (textos,
trabalhos em grupo, vídeo, informática, debates ou atividades extra-
classe ) que vão ao encontro dos objetivos propostos e às necessidades
e interesses da faixa etária a ser trabalhada;
34
• Realização de atendimentos individuais e/ou pequenos grupos;
• Participação nos eventos da escolares jogos, festa junina,
Objetivos e atividades relacionados aos pais:
• Oferecer as famílias subsídios que as orientem e as façam compreender
os princípios subjacentes à tarefa de educar os filhos,para maior auto
realização dos mesmos;
• Garantir o nível de informações a respeito da vida escolar dos alunos;
• Entrevistas solicitadas pela escola
• Reuniões
Como podemos ver o orientador educacional preocupa-se com o aluno
como um todo. Se a atuação deste profissional no início tinha uma perspectiva
individualista e seletiva, atualmente percebemos uma preocupação em
respeitar a individualidade, incluir as diferenças, oferecer um ambiente
estimulador e confiável, planejar ações que contribuam para a superação de
limitações e o desenvolvimento das potencialidades latentes. Desta forma
podemos concluir que a atuação do orientador educacional, pode contribuir
muito não só para a formação do aluno, mas também para o trabalho docente.
35
Conclusão
Ao finalizar este estudo bibliográfico pode-se concluir que a orientação
educacional perdeu seu caráter assistencialista e psicologizante e hoje visa
mais o trabalho para grandes grupos do que o atendimento individualizado.
Seu campo de atuação também foi ampliado e atualmente sua ação não esta
mais voltada somente para questões de orientação para o trabalho e
mecanismos disciplinadores.
Ao longo de sua trajetória a orientação educacional teve que se adequar
o aluno deixou de ser visto como um caso e passando a ser enxergado como
um indivíduo que faz parte de uma sociedade e de uma cultura.
Segundo Grinspun, a orientação educacional atualmente, caminha na
busca da totalidade do aluno, e tem como preocupação a ampliação do
conhecimento do educando como pessoa, construindo sua personalidade e
participando conscientemente e ativamente de sua própria história de vida,
valorizando a realidade de cada aluno.
As novas perspectivas da orientação educacional consideram o aluno
como um agente participante do processo social e educacional e propõe a
formação de cidadão críticos e atuantes. Fundamentando-se na realidade do
indivíduo para que este compreenda sua relação com os outros e com o
mundo.
Na atualidade, a orientação educacional é vista como o principal elo
escola, aluno, professor, família e comunidade escolar na qual o mesmo pode
contribuir junto com os profissionais da educação na busca de uma ação
integrada por uma escola de qualidade em todos os seus aspectos.
Portanto, um fator bastante positivo neste estudo, foi a constatação que
o orientação escolar está em constante movimento, não fica estagnada diante
da realidade reproduzindo velhas formas, ela está sempre incorporada a
realidade social do seu tempo. Isso faz com que este profissional venha ter um
papel muito significativo no ambiente escolar, pois é ele que possibilita o aluno
a compreender e analisar o mundo, percebendo se nesta relação com o outro e
também ajudando a escola na interação de suas relações de modo que
36possamos conviver neste mundo de forma mais consciente e reflexiva
buscando alternativas e criando estratégias para uma escola de qualidade e
visando futuramente ter uma sociedade justa e um mundo melhor.
37
Bibliografia
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Paulo: Saraiva, 1978.
COSTA, Cristina. Caminhando contra o vento: uma adolescente dos anos 60.
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____________________A Prática dos Orientadores Educacionais. São Paulo:
Cortez Editora, 2008.
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2001.
LUCK, Heloísa. Planejamento em Orientação Educacional. 8ª. ed. Petrópolis:
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ZOTTI, Solange Aparecida. O Ensino Secundário Nas Reformas Francisco
Campos E Gustavo Capanema: Um Olhar Sobre A Organização Do Currículo
Escolar.
39
ÍNDICE
Folha De Rosto 2
Agradecimento 3
Dedicatória 4
Resumo 5
Metodologia 6
Sumário 7
Introdução 8
Capítulo I
Orientação Educacional
1.1 - A Orientação Educacional no Cenário Nacional 9
1.2 - Atribuições Legais do Orientador Educacional 14
Capítulo II
Ensino Médio Brasileiro
1.1 - Ensino Médio Brasileiro: Breve Histórico 17
2.2 – Adolescentes: Público Alvo Do Ensino Médio 22
Capítulo III
A Atuação Do Orientador Educacional No Ensino Médio
3.1 – Princípios Éticos Na Atuação Do Orientador Educacional 26
3.2 – A Pratica Do Orientador Educacional No Ensino Médio 29
Conclusão 35
Bibliografia Consultada 37
Índice 39
40
Folha de Avaliação
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes – Instituto a vez do Mestre
Título da Monografia: O Papel do Orientador Educacional no Ensino Médio
Autor: Elane Cristina Morais da Silva
Data da Entrega: 28/02/2010
Avaliado por: Conceito: