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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ESTRUTURA E ANÁLISE FINANCEIRA- ECONÔMICA DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Por: Marcelo Aragão Dias Carneiro
Orientador
Prof. Ana Cláudia Morrissy
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
ESTRUTURA E ANÁLISE FINANCEIRA- ECONÔMICA DAS
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Finanças e
Gestão Corporativa
Por: Marcelo Aragão Dias Carneiro
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AGRADECIMENTOS
A todas às pessoas que direta ou
indiretamente ajudaram na elaboração
deste trabalho.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha namorada e
companheira de curso, Patrícia D’ávila,
que me ajudou neste caminhada.
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RESUMO
A visão sistêmica das organizações é a base para a gestão
contemporânea, pois, busca o atendimento das necessidades da sociedade e,
por conseqüência, a sobrevivência das organizações. Nesse contexto, faz-se
necessário que a Contabilidade esteja apta ao atendimento das aspirações de
seus diferenciados usuários através de informações divulgadas por seus
demonstrativos ao mercado. Uma empresa que não possui escrituração
contábil é uma entidade sem memória, sem identidade e sem as mínimas
condições de sobreviver ou de planejar seu crescimento. As informações
geradas pela Contabilidade são úteis e de interesse de uma extensa gama de
usuários, que podem ser internos (administradores em todos os níveis) ou
externos (investidores, fisco e instituições financeiras, etc.).
A administração financeira é a área responsável pela gestão financeira
cotidiana de uma empresa e o profissional que atua nesta área é o
administrador de finanças que tem o papel de analisar, planejar e controlar
todos os recursos financeiros da empresa.
Para desenvolver o seu trabalho, o administrador de finanças precisa
conhecer as estruturas e finalidades de cada demonstração financeira e como
saber analisar cada uma delas. Além disso, deve estar muito bem informado
sobre as mudanças no mercado financeiro.
As demonstrações financeiras básicas são: Balanço Patrimonial
(apresenta a situação patrimonial da empresa confrontando com os seus
Ativos e Passivos ou Patrimônio Líquido); Demonstração do Resultado do
Exercício (tem por finalidade apresentar um resumo dos resultados financeiros
das operações da empresa em um determinado período); Demonstração das
Origens e Aplicações de Recursos (relata como o Capital Circulante da
empresa foi utilizado ou modificado); Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido (retrata as alterações ocorridas na conta durante o
período).
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As análises dessas demonstrações financeiras são divididas em:
Situação financeira: apresentada pelos Índices de Liquidez (medem a
capacidade da empresa em honrar seus compromissos) e pelos Índices de
endividamento (mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos
de origens e aplicações de recursos);
Situação econômica: apresentada pelos índices de Rentabilidade
(mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos) e pelos índices de
atividade (mede a velocidade com que as contas do Ativo Circulante são
convertidas em vendas ou interferem nas disponibilidades).
Estas análises oferecem uma visão clara da situação financeiro-
econômica da empresa, identificando seus pontos fortes e fracos e mostrando
sua evolução durante os anos. Com as análises das evoluções da empresa é
possível projetar situações que a empresa pode vivenciar num futuro próximo.
As análises da situação financeira e econômica da empresa TIM Participações
S.A. proporcionaram identificar os seus pontos fortes, fracos, ameaças e
oportunidades.
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METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa abrangente, onde a maior fonte de
informações foi conseguida através de sites específicos, além de livros
relacionados ao tema abordado.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Administração Financeira 13
CAPÍTULO II - As demonstrações contábeis 15
CAPÍTULO III – Análise das Demonstrações Financeiras
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CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA CITADA 46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47
ÍNDICE 48
FOLHA DE AVALIAÇÃO 50
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INTRODUÇÃO
A análise das demonstrações é um importante instrumento que os
administradores devem utilizar, visando otimizar os resultados e criar novas
situações para a empresa.
As empresas desenvolvem suas atividades financeiras que precisam ser
registradas. Estes registros demonstram a vida da empresa e possibilitam uma
análise completa de sua situação. A administração desses dados é
responsabilidade do administrador financeiro, que coleta-os, estruturando-os e
analisando-os, gerando informações essenciais para o processo de tomada de
decisão.
A importância de saber como são estruturadas as demonstrações
financeiras e como analisá-las, auxilia o administrador financeiro a tomar
decisões que possibilitam grandes retornos financeiros e crescimento à
empresa. Com estes conhecimentos, eles podem ainda identificar e descobrir
a política financeira dos concorrentes, e adotar critérios que poderão superá-
los.O sistema de informação contábil gera as demonstrações financeiras que
serão divulgadas aos usuários interessados. No Brasil, as empresas de capital
aberto, regidas pela lei 6.404/76 são obrigadas a publicar suas demonstrações
financeiras e evidenciar nas notas explicativas, também se faz necessário a
auditoria independente dessas informações prestadas à comunidade.
Muitos são os interessados nessas informações que deverão dar
suporte informativo adequado para sua correta utilização e que sustentarão as
decisões tomadas. Com isso, verificamos a importância da informação como
fator fundamental, para que os fatos evidenciados sejam explicados de forma
clara, segura e confiável.
A análise de balanço surgiu no final do século XIX quando os
banqueiros americanos passaram a solicitá-los às empresas tomadoras de
empréstimos.
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Nessa época, os balanços apresentados forneciam dados que eram
examinados apenas superficialmente, sem nenhuma técnica analítica ou
tentativa de medição quantitativa.
No começo do século XX, a literatura contábil mencionava a importância
de comparações de dados das demonstrações financeiras, porém as idéias
eram muito vagas em relação ao que comparar.
Com o passar dos anos, e o sucessivo recebimento de balanços, foi se
desenvolvendo a noção de comparação de diversos itens, sendo a mais
comum a do Ativo Circulante com o Passivo Circulante.
Surgiu na década de 30, dentro da empresa Du Pont, de Nemours nos
Estados Unidos, um modelo de Análise da Rentabilidade da empresa que
decompunha a Taxa de Retorno em Taxas de Margem de Lucro e Giro dos
Negócios, chamado de Análise do ROI (Return on Investment).
No Brasil, a análise de balanço até 1968, era ainda um instrumento
pouco utilizado na prática. Neste ano foi criado o SERASA, empresa que
passou a operar como central de Análise de Balanço de bancos comerciais.
Atualmente, a análise de balanço é o meio mais utilizado pelas
instituições financeiras para consignação de créditos e muito utilizada dentro
das organizações como análise da situação econômico-financeira e apoio à
tomada de decisões.
É através da análise das demonstrações financeiras que podemos
identificar os pontos críticos dentro da organização e apresenta imediatamente
um esboço das prioridades para solucionar problemas.
Saber estruturar os dados coletados e conhecer o significado de cada
um é um conhecimento que todo o administrador financeiro deve ter e para
efetuar uma ótima análise financeira é preciso conhecer bem os indicadores
utilizados e suas finalidades.
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Entender como estruturar e analisar as demonstrações contábeis é de
grande importância para a administração do negócio. Estas demonstrações
contábeis mostram uma rápida visão intuitiva da situação da empresa e ainda
são bases para planejar os negócios e elaborar orçamentos internos. Há
quatro demonstrações financeiras básicas: Balanço Patrimonial, Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR). A Lei
das Sociedades por Ações (Lei n° 6.404) determina a estrutura básica das
quatro demonstrações financeiras. Essa lei trouxe consideráveis
aperfeiçoamentos contábeis em relação às práticas anteriormente vigentes e
tornou-se um marco na história da Contabilidade no Brasil, apesar de ainda
não incorporar todos os aperfeiçoamentos que seriam possíveis.
Todas as demonstrações citadas acima são de extrema relevância para
o conhecimento do administrador financeiro, porque o diagnóstico de uma
empresa quase sempre começa com uma rigorosa análise de balanços, cuja
finalidade é determinar quais são os pontos críticos e permitir, de imediato,
apresentar um esboço das prioridades para a solução de seus problemas.
Para apresentação das estruturas e análises utilizaremos as
demonstrações financeiras da empresa TIM Participações S.A., empresa do
grupo Telecom Itália.
A TIM Participações S.A. é uma companhia holding, que presta serviços
de telecomunicações em todo o território nacional através de suas subsidiárias,
TIM Celular S.A. e Intelig Telecomunicações LTDA. A Companhia iniciou suas
operações no Brasil em 1998 e se consolidou como uma empresa nacional a
partir de 2002, tornando-se a primeira operadora móvel a ter presença em
todos os estados do Brasil.
É uma empresa controlada pela TIM Brasil Serviços Participações S.A.,
subsidiária do grupo Telecom Itália. Inovação e qualidade são os dois pilares
estratégicos que a TIM compartilha com a sua controladora. Para isso, a
instituição faz investimentos substanciais em rede e TI, além de manter
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sinergia com seu grupo controlador, por meio do compartilhamento de
experiências e adoção da política de melhores práticas, sempre garantindo
experiências inovadoras a todos os seus clientes.
Em dezembro de 2009, a empresa concluiu o processo de incorporação
de 100% da Intelig, atuando como provedora de telefonia fixa, longa distância
e transmissão de dados no Brasil. Anunciada em abril do mesmo ano, a
incorporação ampliou a infra-estrutura de rede da Companhia, uma
combinação que permite acelerar o desenvolvimento da rede 3G, otimizar
custos de aluguel de meios, e também melhorar o posicionamento competitivo
no mercado de telefonia.
TIM Participações é uma empresa de capital aberto que possui ações
listadas na Bolsa de Valores de São Paulo e ADRs (American Depositary
Receipts) negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). A
Companhia também é integrante de um seleto grupo de empresas que
compõem a carteira de ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da
BM&BOVESPA.
Sob o conceito Mente sem Fronteiras, a TIM reformulou a marca e,
desde então, apresenta um amplo plano de mídia para comunicar suas
inovações tecnológicas e pioneirismo, estando cada vez mais próxima de seus
clientes, como sugere o atual slogan “Você, sem fronteiras”. Para personificar
a idéia de versatilidade e modernidade, as campanhas publicitárias da
empresa são estreladas pelo Blue Man Group já que a TIM reconhece no trio
um exemplo único de comunicação e inovação, que colabora com o
posicionamento da marca.
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CAPÍTULO I
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1.1 - O que são finanças e análise financeira
Finanças é a arte e a ciência da gestão de recursos. O campo de estudo
de instituições financeiras, dos mercados financeiros e do funcionamento dos
sistemas financeiros, tanto dentro de uma nação quanto no mercado
internacional, também é conhecido como finanças.
Ela estuda toda a movimentação de recursos financeiros entre os
agentes econômicos. Estes agentes são os indivíduos e organizações que
obtêm receitas ou adquirem fundos, gastam ou investem. Enfim, finanças
ocupa-se de mercados, instituições e instrumentos que estão envolvidos na
transferência de fundos entre indivíduos, empresas e governos.
Fundamentando-nos em Silva (1999) podemos dizer que a análise
financeira de uma empresa consiste num exame minucioso dos dados
financeiros disponíveis sobre a empresa.
Para que possamos analisar uma empresa no seu aspecto financeiro,
devemos levar em consideração os aspectos internos e externos que
contribuem para a tomada de decisões na empresa.
"Os aspectos internos que devemos levar em consideração são a forma
de organização interna da empresa, sua estrutura a nível gerencial e seus
projetos para a permanência e evolução da organização. Como aspectos
externos, o nível de economia, a política econômica do país e seus clientes,
fornecedores e concorrentes". (SILVA, 1999: 21-22)
Por sua vez, as Demonstrações Financeiras mostram aos seus usuários
as condições financeiras da empresa num determinado período e prestam
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grande contribuição na avaliação dos riscos e potencialidades de retorno da
empresa.
Na opinião de Silva (1999: 71), as Demonstrações Financeiras
representam "um canal de comunicação da empresa com diversos usuários
internos e externos. Um relacionamento sério e transparente, com os
investidores, credores, analistas e demais interessados em conhecer a
empresa, é parte do contexto que transcende a esfera contábil e fiscal e atinge
uma dimensão ética.
1.2 - O papel do administrador financeiro
As funções do Administrador Financeiro dentro da empresa podem ser
avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas da empresa. Suas
três funções primordiais são: (1) a análise e planejamento financeiro; (2) a
administração da estrutura de ativo da empresa; e (3) a administração de sua
estrutura financeira.
Os administradores financeiros podem atuar dentro de todos os tipos de
empresas, sejam elas financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas,
pequenas ou grandes, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham
diversas atividades como: orçamentos, previsões financeiras, administração do
fluxo de caixa, administração de crédito, análise de investimentos, captação de
recursos financeiros, análise econômica e financeira da organização e outras.
É de extrema importância o papel do administrador financeiro dentro de
uma organização, pois é ele que garantirá o sucesso ou o fracasso do
empreendimento, no que diz respeito à administração dos recursos financeiros.
Todas as atividades empresariais envolvem recursos que são
conduzidos para a obtenção do lucro, neste sentido, as empresas buscam
profissionais muito bem qualificados para analisar, planejar e controlar estes
recursos.
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CAPÍTULO II
AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
2.1 – Balanço Patrimonial
Na opinião de Crepaldi (1999) o Balanço Patrimonial é um
demonstrativo contábil que, em dado momento, apresenta de forma sintética e
ordenada, as contas patrimoniais agrupadas de acordo com a natureza dos
bens, direitos ou obrigações que representam e tem por finalidade apresentar
a situação patrimonial em dado momento. Ele reflete, conforme Silva (1999) a
posição financeira em determinado momento, normalmente no fim do ano ou
de um período prefixado. É a demonstração que encerra a seqüência dos
procedimentos contábeis, apresentando de forma ordenada os três elementos
componentes do patrimônio de acordo com Marion (1998: 65): Ativo, Passivo e
Patrimônio Líquido.
A grande importância do balanço reside na visão que ele fornece das
aplicações de recursos feitas pela empresa (Ativos) e quantos desses recursos
são devidos a terceiros (Passivos). Isso evidencia o nível de endividamento, a
liquidez da empresa, a proporção do capital próprio (Patrimônio Líquido) e
outras análises a serem vistas no decorrer deste trabalho.
No Balanço Patrimonial, os elementos do patrimônio serão agrupados
de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da
empresa, portanto as contas do Ativo devem ser apresentadas na ordem
decrescente de liquidez, ou seja, conforme a capacidade do Ativo de ser
convertido em moeda corrente; assim um bem ou direito, quanto mais próximo
estiver de se transformar em dinheiro, maior liquidez possuirá, enquanto que
as contas do passivo devem obedecer à ordem decrescente das exigibilidades.
As contas do balanço classificam-se em vários grupos e subgrupos, cujo
esquema é apresentado logo a seguir:
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QUADRO Nº. 01 ATIVO E PASSIVO. Fonte: IUDÍCIBUS, 1998.
Classificação do Ativo:
Ativo Circulante: é aquele que irá se realizar até o final do exercício
social seguinte ao do balanço que está sendo elaborado e é equivalente ao
"capital em giro". O Capital de giro ou Capital Circulante Líquido é a diferença
do Ativo Circulante do Passivo Circulante, conforme a terminologia da DOAR
(Demonstração de origens e aplicações de recursos) dada pela Lei Federal
Brasileira 6.404/76.
Divide-se nos subgrupos:
-Disponível: composto pelas exigibilidades imediatas.
Ex.: Caixa, Bancos Conta Movimento, Aplicações de Liquidez Imediata
etc.
-Realizável a Curto Prazo: alocam os direitos a receber no prazo de até
doze meses.
Ex.: Duplicatas a Receber ou Clientes, Impostos a Recuperar, (-)
Duplicatas Descontadas, (-) Provisão para Devedores Duvidosos. Estas duas
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últimas contas representam contas retificadoras da conta duplicatas a receber
ou clientes e são classificadas no ativo, tendo saldos credores, por isso são
demonstradas com o sinal (-) etc.
-Estoques: representam os bens destinados à venda e que variam de
acordo com a atividade da entidade, como produtos acabados, produtos em
processo de fabricação, matérias-primas e mercadorias.
-Despesas Antecipadas: compreende as despesas pagas
antecipadamente que serão consideradas como custos ou despesas no
decorrer do exercício seguinte.
Ex.: Seguros a vencer, Aluguéis a vencer e Encargos a apropriar etc.
Ativo Realizável a Longo Prazo: é qualquer conjunto de bens e direitos
que irão realizar-se em até 360 dias contados do ultimo dia do exercicio social
da data de publicação do balanço a que faz parte. Exemplos clássicos são os
Impostos a Recuperar, os Contratos de Mútuo valor (com os sócios).
Outros exemplos.: Contas a Receber a Longo Prazo, Empréstimos a
Controladas, Depósitos Judiciais, Aluguéis a Receber, Duplicatas a Receber
(+12 meses) etc.
Ativo Permanente: São os bens e direitos não destinados à
transformação direta em meios de pagamento e cuja perspectiva de
permanência na Entidade, ultrapasse um exercício. É constituído pelos
seguintes subgrupos:
-Investimentos: São as participações em sociedades além dos bens e
direitos que não se destinem à manutenção das atividades-fins da Entidade.
Ex.: Imóveis para aluguel, Participações em Coligadas, Participação em
Controladas e Obras de Arte, Provisões para Perdas etc.
-Imobilizados: as contas representativas dos direitos que tenham por
objeto bens destinados à manutenção das atividades da empresa, ou
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exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou
comercial.
Ex.: Imóveis, Veículos, Instalações, Móveis e Utensílios, Benfeitorias em
Propriedades de Terceiros, Depreciação, Exaustão e Amortização Acumulada,
Marcas e Patentes, Direitos Autorais, Máquinas e Equipamentos etc.
-Diferido: as contas representativas das aplicações de recursos em
despesas que contribuirão para a formação do resultado de exercício(s)
futuro(s).
Ex.: Gastos de Implantação, Gastos Pré-operacionais, Gastos com
Modernização e Reorganização.
Classificação do Passivo:
Passivo Circulante: são as obrigações que normalmente são pagas
dentro de um ano: contas a pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias
ou matérias-prima, impostos a recolher (para o governo), empréstimos
bancários com vencimento nos próximos 360 dias, provisões (despesas
incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa:
imposto de renda, férias, 13° salário etc.).
Ex.: Fornecedores, Salários e Encargos a Pagar, Provisão para Férias,
Empréstimos, Debêntures, Encargos Financeiros a Pagar, Impostos a
Recolher, Provisão para Imposto de Renda etc.
Passivo Exigível a Longo Prazo: são as dívidas de uma empresa que
serão liquidadas ao final do exercício seguinte do exercício corrente. Na
maioria das instituições, considera-se o "exercício", um ano corrido. Em
algumas instituições - como banco por exemplo - um "exercício" é considerado
a cada 06 meses. São exemplos os financiamentos, títulos a pagar, entre
outros. O passivo exigível trata-se das obrigações com terceiros, como
duplicatas a pagar, notas promissórias a pagar, fornecedores, impostos a
recolher, contas a pagar, títulos a pagar, contribuições a recolher e outras, que
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terão seu vencimento 360 dias após a data da publicação do balanço de que
fazem parte.
Ex.: Financiamentos e Empréstimos Bancários, Adiantamentos de
Sócios, Adiantamentos de Acionistas, Empréstimos de Coligadas e
Empréstimos de Controladas etc.
Resultado de Exercícios Futuros: são as receitas de exercícios
futuros correspondentes a um acréscimo no ativo da companhia que ocorre
antes de ela cumprir sua obrigação contratual, o que normalmente
corresponde à entrega da coisa vendida, ou à prestação de serviço contratado.
O REF não mais existe sendo agora classificado, dentro do Passivo
Não-Circulante, como Receita Diferida - Art. 299-B, L./6404/96.
Ex.: Receita Antecipada e Custos Atribuídos à Receita Antecipada.
Patrimônio Líquido: representa os valores que os sócios ou acionistas
têm na empresa em um determinado momento. No balanço patrimonial, a
diferença entre o valor dos ativos e dos passivos e resultado de exercícios
futuros representa o PL (Patrimônio Líquido), que é o valor contábil devido pela
pessoa jurídica aos sócios ou acionistas, baseado no Princípio da Entidade.
Divide-se nos subgrupos:
-Capital Social: Representa o investimento efetuado na companhia
pelos seus proprietários e acionistas, que adquiriram os títulos denominados
de ações. Pelas leis brasileiras o valor do capital social é imutável e só sofrerá
alterações quando houver a aprovação de aumentos ou diminuições do
mesmo. Até 1994 o Capital Social podia ser corrigido monetariamente, mas
esse acréscimo era contabilizado em uma conta de reserva de capital, só
passando para a conta do capital social quando aprovado o aumento do capital
por esse quantum.
-Reservas de Capital: Essas reservas em geral constituem-se de saldos
em dinheiro que não podem ser distribuídos aos investidores na forma de
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lucros ou dividendos, devendo ser incorporados ao Capital Social ou
compensados com lucros acumulados, quando não houver mais saldo de
Reserva de Lucros disponíveis para esse fim. Não representam receitas ou
ganhos e não transitam pelo Resultado como Receitas. Algumas subvenções e
benefícios fiscais governamentais entregues às empresas para fins de
aquisição de bens de capital são contabilizadas como reservas de capital.
-Reservas de Reavaliação: As reservas de reavaliação devem ser
separadas nas seguintes subcontas:
*Reavaliação de ativos próprios - Nesta subconta estão classificadas as
reavaliações feitas pela empresa de seus próprios bens, pela parcela da nova
avaliação ao preço de mercado que excede o valor líquido contábil anterior dos
bens.
*Reavaliação de ativos de Coligadas e Controladas avaliadas ao método
da equivalência patrimonial - São registradas as contrapartidas relativas aos
débitos feitos na conta de investimento em coligadas e controladas avaliados
pelo Método da Equivalência Patrimonial.
-Reservas de Lucros: São contas de reserva constituídas pela
apropriação de lucros da companhia. Representam lucros reservados e
constituem garantia e segurança adicional para a saúde financeira da
companhia, porque são lucros contabilmente realizados, que ainda não foram
distribuídos aos sócios ou acionistas. Conforme a Lei das Sociedades por
Ações, podemos ter as seguintes Reservas de Lucros:
*Reserva Legal - Estabelecida para dar proteção ao credor. Pode ser
utilizada apenas para compensar prejuízos e incrementar o capital social. É a
única OBRIGATÓRIA.
*Reserva Estatutária - Instituída por determinação do estatuto da
companhia. Sua finalidade e seus critérios devem sem plenamente definidos.
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*Reserva para Contingências - É constituída por uma parcela de lucros,
com o intuito de amenizar prováveis perdas que venham prejudicar o resultado
de exercícios futuros.
*Reserva de Retenção de Lucros - A empresa poderá reter parte do LLE
para constituí-la com o objetivo de expandir os negócios, criando filiais ou
investir em novas empresas.
*Reserva de incentivos Fiscais - A empresa poderá constituir RIF
quando do recebimento de doações e subvenções governamentais para
investimentos.
*Reserva de Lucros a Realizar - constitui-se RLR quando o Dividendo
Obrigatório ultrapassar o valor do LLE realizado financeiramente.
-Lucros ou Prejuízos Acumulados: Representa o saldo remanescente
dos prejuízos líquidos das apropriações de lucros e dos dividendos ainda não
distribuídos, não capitalizados, porém já apropriados para constar no
Patrimônio Líquido na data do Balanço. Essa conta representa a interligação
entre o Balanço e a Demonstração do Resultado do Exercício.
Lucros Acumulados não são mais permitidos devido a lei 11.638 de
28/12/2007.
Veja os quadros a seguir dos Balanços Patrimoniais Consolidados dos
últimos três anos da empresa TIM Participações S.A.:
- BALANÇO PATRIMONIAL Código da Conta Descrição da Conta 31/12/2009 31/12/2008 31/12/2007
1 Ativo Total 17.449.734 16.239.468 14.563.986
1.01 Ativo Circulante 6.766.521 5.834.853 5.287.811
1.01.01 Disponibilidades 2.559.177 1.554.591 1.172.665
1.01.01.01 Caixa e equivalentes de caixa 2.413.032 1.531.543 1.117.410
1.01.01.02 Aplicações Financeiras 146.145 23.048 55.255
1.01.02 Créditos 2.480.143 2.635.355 3.029.930
1.01.02.01 Clientes 0 0 0
1.01.02.02 Créditos Diversos 2.480.143 2.635.355 3.029.930
1.01.02.02.01 Contas a receber 2.480.143 2.635.355 3.029.930
1.01.03 Estoques 406.434 548.514 278.126
1.01.04 Outros 1.320.767 1.096.393 807.090
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1.01.04.01 Impostos e contribuições a recuperar 906.153 603.353 495.932
1.01.04.02 IR e CS diferidos 32.709 49.451 29.429
1.01.04.03 Despesas antecipadas 238.270 155.825 240.087
1.01.04.04 Operações com derivativos 49.237 260.925 17.661
1.01.04.05 Outros ativos 94.398 26.839 23.981
1.02 Ativo Não Circulante 10.683.213 10.404.615 9.276.175
1.02.01 Ativo Realizável a Longo Prazo 754.718 639.182 354.953
1.02.01.01 Créditos Diversos 459.893 337.738 233.482
1.02.01.01.01 Contas a receber 41.269 0 0
1.02.01.01.02 Impostos e contribuições a recuperar 221.738 226.975 233.482
1.02.01.01.03 IR e CS diferidos 196.886 110.763 0
1.02.01.02 Créditos com Pessoas Ligadas 0 0 0
1.02.01.02.01 Com Coligadas e Equiparadas 0 0 0
1.02.01.02.02 Com Controladas 0 0 0
1.02.01.02.03 Com Outras Pessoas Ligadas 0 0 0
1.02.01.03 Outros 294.825 301.444 121.471
1.02.01.03.01 Depósitos Judiciais 227.521 143.924 102.402
1.02.01.03.02 Aplicações Financeiras 16.567 9.911 3.989
1.02.01.03.03 Despesas antecipadas 9.847 13.693 7.806
1.02.01.03.04 Operações com derivativos 29.027 126.648 0
1.02.01.03.05 Outros ativos 11.863 7.268 7.274
1.02.02 Ativo Permanente 9.928.495 9.765.433 8.921.222
1.02.02.01 Investimentos 0 0 20
1.02.02.01.01 Participações Coligadas/Equiparadas 0 0 0
1.02.02.01.02 Participações em Controladas 0 0 0
1.02.02.01.03 Outros Investimentos 0 0 20
1.02.02.02 Imobilizado 5.323.174 4.799.092 4.839.037
1.02.02.03 Intangível 4.494.342 4.817.312 3.891.910
1.02.02.04 Diferido 110.979 149.029 190.255
Código da Conta
Descrição da Conta 31/12/2009
31/12/2008
31/12/2007
2 Passivo Total 17.449.734 16.239.468 14.563.986
2.01 Passivo Circulante 5.736.889 5.879.640 5.028.261
2.01.01 Empréstimos e Financiamentos 1.417.363 1.482.705 798.625
2.01.02 Debêntures 0 0 0
2.01.03 Fornecedores 3.099.983 3.328.714 3.143.331
2.01.04 Impostos, Taxas e Contribuições 724.105 601.778 570.346
2.01.05 Dividendos a Pagar 224.652 193.365 239.508
2.01.06 Provisões 0 0 0
2.01.07 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 0
2.01.08 Outros 270.786 273.078 276.451
2.01.08.01 Operações com derivativos 48.122 52.448 15.589
2.01.08.02 Obrigações Trabalhistas 106.811 106.991 110.553
2.01.08.03 Autorizações a pagar 0 0 34.791
2.01.08.04 Outros passivos 115.853 113.639 115.518
2.02 Passivo Não Circulante 3.390.130 2.569.372 1.763.920
2.02.01 Passivo Exigível a Longo Prazo 3.390.130 2.569.372 1.763.920
2.02.01.01 Empréstimos e Financiamentos 2.742.595 2.066.514 1.327.997
2.02.01.02 Debêntures 0 0 0
2.02.01.03 Provisões 215.694 259.795 223.117
2.02.01.03.01 Provisão para contingências 208.167 253.370 215.740
2.02.01.03.02 Passivo Atuarial 7.527 6.425 7.377
23
2.02.01.04 Dívidas com Pessoas Ligadas 0 0 0
2.02.01.05 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 0 0 0
2.02.01.06 Outros 431.841 243.063 212.806
2.02.01.06.01 Operações com derivativos 113.200 10.814 0
2.02.01.06.02 Autorizações a pagar 0 0 0
2.02.01.06.03 Obrigações decorrentes de descont ativos 237.094 211.802 192.137
2.02.01.06.04 Impostos, Taxas e Contribuições 29.141 0 0
2.02.01.06.05 Outros passivos 52.406 20.447 20.669
2.03 Resultados de Exercícios Futuros 0 0 0
2.04 Part. de Acionistas Não Controladores 0 0 0
2.05 Patrimônio Líquido 8.322.715 7.790.456 7.771.805
2.05.01 Capital Social Realizado 8.149.096 7.613.610 7.550.525
2.05.02 Reservas de Capital 15.569 34.330 97.415
2.05.03 Reservas de Reavaliação 0 0 0
2.05.03.01 Ativos Próprios 0 0 0
2.05.03.02 Controladas/Coligadas e Equiparadas 0 0 0
2.05.04 Reservas de Lucro 158.050 142.516 123.865
2.05.04.01 Legal 122.298 111.554 102.546
2.05.04.02 Estatutária 0 0 0
2.05.04.03 Para Contingências 0 0 0
2.05.04.04 De Lucros a Realizar 0 0 0
2.05.04.05 Retenção de Lucros 35.752 30.962 21.319
2.05.04.06 Especial p/ Dividendos Não Distribuídos 0 0 0
2.05.04.07 Outras Reservas de Lucro 0 0 0
2.05.05 Ajustes de Avaliação Patrimonial 0 0 0
2.05.05.01 Ajustes de Títulos e Valores Mobiliários 0 0 0
2.05.05.02 Ajustes Acumulados de Conversão 0 0 0
2.05.05.03 Ajustes de Combinação de Negócios 0 0 0
2.05.06 Lucros/Prejuízos Acumulados 0 0 0
2.05.07 Adiantamento para Futuro Aumento Capital 0 0 0
QUADRO Nº. 02 BALANÇO PATRIMONIAL CONSOLIDADO TIM PARTICIPAÇÕES S.A. Fonte: BM&FBOVESPA
2.2 – Demonstração de Resultado do Exercício (DRE)
A demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma demonstração
contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido
em um exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas,
apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência.
A demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese
financeira dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa em
certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins legais de
divulgação, em geral são feitas mensalmente para fins administrativos e
trimestralmente para fins fiscais.
24
De acordo com a legislação brasileira (Lei nº 6.404, de 15-12-1976, Lei
da Sociedade por Ações), as empresas deverão discriminar na Demonstração
do Resultado do Exercício:
-A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os
abatimentos e os impostos;
-A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e
serviços vendidos e o lucro bruto;
-As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas
operacionais;
-O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não
operacionais;
-O resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a provisão para
tal imposto;
-As participações de debêntures, empregados, administradores e partes
beneficiárias, e as contribuições para instituições ou fundos de assistência ou
previdência de empregados;
-O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do
Capital Social.
Veja os quadros a seguir das Demonstrações de Resultados
Consolidadas dos Exercícios dos últimos três anos da empresa TIM
Participações S.A.:
- DRE
Código da Conta
Descrição da Conta 01/01/2009 a 31/12/2009
01/01/2008 a 31/12/2008
01/01/2007 a 31/12/2007
3.01 Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 18.156.662 18.320.931 17.258.385
3.02 Deduções da Receita Bruta -5.050.727 -5.173.756 -4.774.606
3.03 Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 13.105.935 13.147.175 12.483.779
3.04 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos -6.723.182 -7.063.797 -6.731.858
25
3.05 Resultado Bruto 6.382.753 6.083.378 5.751.921
3.06 Despesas/Receitas Operacionais -6.162.344 -5.967.480 -5.516.782
3.06.01 Com Vendas -4.449.972 -4.098.389 -3.890.925
3.06.02 Gerais e Administrativas -1.070.536 -1.127.426 -1.032.793
3.06.03 Financeiras -256.616 -374.975 -281.499
3.06.03.01 Receitas Financeiras 834.127 1.164.662 321.597
3.06.03.02 Despesas Financeiras -1.090.743 -1.539.637 -603.096
3.06.04 Outras Receitas Operacionais 82.700 84.258 43.293
3.06.05 Outras Despesas Operacionais -467.920 -450.948 -354.858
3.06.06 Resultado da Equivalência Patrimonial 0 0 0
3.07 Resultado Operacional 220.409 115.898 235.139
3.08 Resultado Não Operacional 0 0 0
3.08.01 Receitas 0 0 0
3.08.02 Despesas 0 0 0
3.09 Resultado Antes Tributação/Participações 220.409 115.898 235.139
3.10 Provisão para IR e Contribuição Social -74.897 -95.960 -166.837
3.11 IR Diferido 69.381 160.214 0
3.12 Participações/Contribuições Estatutárias 0 0 0
3.12.01 Participações 0 0 0
3.12.02 Contribuições 0 0 0
3.13 Reversão dos Juros sobre Capital Próprio 0 0 0
3.14 Part. de Acionistas Não Controladores 0 0 0
3.15 Lucro/Prejuízo do Período 214.893 180.152 68.302 QUADRO Nº. 03 DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) CONSOLIDADAS- TIM
PARTICIPAÇÕES S.A. Fonte: BM&FBOVESPA
A Contabilidade, com os dois relatórios, o Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício, um completando o outro, atinge a
finalidade de mostrar a situação patrimonial e econômico-financeira de
empresa.
Com os dois relatórios, qualquer pessoa interessada nos negócios da
empresa tem condições de obter informações, fazer análises, estimar
variações, tirar conclusões de ordem patrimonial e econômico-financeira, traçar
novos rumos para futuras transações e, para tanto, é só praticar adequada
técnica de análise de índices financeiros que veremos no decorrer deste
trabalho.
2.3 – Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR)
A DOAR é um instrumento valioso para o analista. Mostra a
movimentação dos recursos em termos de Variação do Capital Circulante
26
Líquido, detalhando as diversas fontes e aplicações de recursos que o
afetaram. Esta demonstração vem sendo substituída pela Demonstração do
Fluxo de Caixa, que melhor se adapta ao objetivo de transparência e
detalhamento dessas modificações.
Por meio dessa demonstração o analista pode saber se a empresa
gerou recursos em suas operações, se imobilizou recursos no período, se
obteve novas fontes de financiamento de longo prazo e se os acionistas
fizeram novos aportes de capital.
Até 31.12.2007, a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
(DOAR) era obrigatória para as companhias abertas e para as companhias
fechadas com patrimônio líquido, na data do balanço patrimonial, superior a R$
1.000.000,00 (limite este atualizado pela Lei nº 9.457/97). A DOAR indica as
modificações na posição financeira da companhia.
Os financiamentos estão representados pelas origens de recursos, e os
investimentos pelas aplicações de recursos, sendo que o significado de
recursos aqui não é simplesmente o de dinheiro ou de disponibilidades, pois
abrange um conceito mais amplo; representa capital de giro líquido que, na
denominação dada pela lei, é Capital Circulante Líquido.
A DOAR indicará as modificações na posição financeira da companhia,
discriminando:
1 - as origens dos recursos, agrupadas em:
a) lucro do exercício, acrescido de depreciação, amortização ou
exaustão e ajustado pela variação nos resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a
longo prazo, da redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de
investimentos e direitos do ativo imobilizado;
27
2 - as aplicações de recursos agrupadas em:
a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do
ativo diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;
3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às
aplicações, representando aumento ou redução do capital circulante líquido;
4 - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo
circulantes, o montante do capital circulante líquido e o seu aumento ou
redução durante o exercício.
A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei
11.638/2007, sendo obrigatória para apresentação das demonstrações
contábeis encerradas somente até 31.12.2007.
2.4 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
As demonstrações das mutações do patrimônio líquido têm por
finalidade apresentar as alterações que ocorreram em determinado exercício
no patrimônio líquido da empresa, entre as principais alterações podemos
destacar a destinação dos resultados do período, integralização do capital e o
aumento ou a diminuição das reservas da empresa. Sua elaboração é
facultativa e, de acordo com o artigo 186, parágrafo 2º, da Lei das S/A, as
Demonstrações de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) poderá ser
incluída nesta demonstração. É uma demonstração contábil, destinada a
evidenciar, num determinado período, a movimentação das contas que
integram o patrimônio da Entidade.
A demonstração das mutações do patrimônio líquido discriminará:
28
a) os saldos no início do período;
b) os ajustes de exercícios anteriores;
c) as reversões e transferências de reservas e lucros;
d) os aumentos de capital discriminando sua natureza;
e) a redução de capital;
f) as destinações do lucro líquido do período;
g) as reavaliações de ativos e sua realização, líquida do efeito dos
impostos correspondentes;
h) o resultado líquido do período;
i) as compensações de prejuízos;
j) os lucros distribuídos;
l) os saldos no final do período.
Veja os quadros a seguir das Demonstrações das Mutações do
Patrimônio Líquido da empresa TIM Participações S.A.:
- MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIMO LÍQUIDO
2007
Código da Conta
Descrição da Conta Capital Social
Reservas de
Capital
Reservas de Lucro
Lucros/Prejuí
zo Acumulados
Total do Patrimônio
Líquido
5.01 Saldo Inicial 7.512.710 135.230 262.405 0 7.910.345
5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0
5.03 Saldo Ajustado 7.512.710 135.230 262.405 0 7.910.345
5.04 Lucro / Prejuízo do Período 0 0 0 68.302 68.302
5.05 Destinações 0 0 -3.988 -68.302 -72.290
5.05.01 Dividendos 0 0 0 -72.290 -72.290
5.05.02 Juros sobre Capital Próprio 0 0 0 0 0
5.05.03 Outras Destinações 0 0 -3.988 3.988 0 5.05.03.01 Reserva Legal 0 0 3.805 -3.805 0 5.05.03.02
Absorção de prejuízo reserva de expansão 0 0 -7.793 7.793 0
29
5.06 Realização de Reservas de Lucros 0 0 -139.697 0 -139.697
5.06.01 Dividendos propostos utilização reserva 0 0 -139.697 0 -139.697
5.07 Ajustes de Avaliação Patrimonial 0 0 0 0 0
5.07.01 Ajustes de Títulos e Valores Mobiliários 0 0 0 0 0
5.07.02 Ajustes Acumulados de Conversão 0 0 0 0 0
5.07.03 Ajustes de Combinação de Negócios 0 0 0 0 0
5.08 Aumento/Redução do Capital Social 37.815 -37.815 0 0 0
5.08.01 Aumento de Capital transferência reserva 37.815 -37.815 0 0 0
5.09 Constituição/Realização Reservas Capital 0 0 0 0 0
5.10 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0
5.11 Outras Transações de Capital 0 0 0 0 0
5.12 Outros 0 0 5.145 0 5.145
5.12.01 Dividendos e JSCP prescritos lançados PL 0 0 5.145 0 5.145
5.13 Saldo Final 7.550.525 97.415 123.865 0 7.771.805
2008
Código da Conta
Descrição da Conta Capital Social
Reservas de
Capital
Reservas de Lucro
Lucros/Prejuíz
o Acumulados
Total do Patrimônio
Líquido
5.01 Saldo Inicial 7.550.525 97.415 123.865 0 7.771.805
5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0
5.03 Saldo Ajustado 7.550.525 97.415 123.865 0 7.771.805
5.04 Lucro / Prejuízo do Período 0 0 0 180.152 180.152
5.05 Destinações 0 0 9.008 -
180.152 -171.144
5.05.01 Dividendos 0 0 0 -
171.144 -171.144
5.05.02 Juros sobre Capital Próprio 0 0 0 0 0
5.05.03 Outras Destinações 0 0 9.008 -9.008 0 5.05.03.01 Reserva Legal 0 0 9.008 -9.008 0
5.06 Realização de Reservas de Lucros 0 0 0 0 0
5.07 Ajustes de Avaliação Patrimonial 0 0 0 0 0
5.07.01 Ajustes de Títulos e Valores Mobiliários 0 0 0 0 0
5.07.02 Ajustes Acumulados de Conversão 0 0 0 0 0
5.07.03 Ajustes de Combinação de Negócios 0 0 0 0 0
5.08 Aumento/Redução do Capital Social 63.085 -63.085 0 0 0
5.08.01 Aumento Capital transf reserva 63.085 -63.085 0 0 0
5.09 Constituição/Realização Reservas Capital 0 0 0 0 0
5.10 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0
5.11 Outras Transações de Capital 0 0 0 0 0
5.12 Outros 0 0 9.643 0 9.643
5.12.01 Dividendos e JSCP lançados no PL 0 0 9.643 0 9.643
5.13 Saldo Final 7.613.610 34.330 142.516 0 7.790.456
2009
30
Código da Conta
Descrição da Conta Capital Social
Reservas de
Capital
Reservas de Lucro
Lucros/Prejuíz
o Acumulados
Total do Patrimônio
Líquido
5.01 Saldo Inicial 7.613.610 34.330 142.516 0 7.790.456
5.02 Ajustes de Exercícios Anteriores 0 0 0 0 0
5.03 Saldo Ajustado 7.613.610 34.330 142.516 0 7.790.456
5.04 Lucro / Prejuízo do Período 0 0 0 214.893 214.893
5.05 Destinações 0 0 10.744 -
214.893 -204.149
5.05.01 Dividendos 0 0 0 -
204.149 -204.149
5.05.02 Juros sobre Capital Próprio 0 0 0 0 0
5.05.03 Outras Destinações 0 0 10.744 -10.744 0 5.05.03.01 Reserva Legal 0 0 10.744 -10.744 0
5.06 Realização de Reservas de Lucros 0 0 0 0 0
5.07 Ajustes de Avaliação Patrimonial 0 0 0 0 0
5.07.01 Ajustes de Títulos e Valores Mobiliários 0 0 0 0 0
5.07.02 Ajustes Acumulados de Conversão 0 0 0 0 0
5.07.03 Ajustes de Combinação de Negócios 0 0 0 0 0
5.08 Aumento/Redução do Capital Social 535.486 -18.761 0 0 516.725
5.08.01 Aumento Capital transf reserva 18.761 -18.761 0 0 0
5.08.02 Aumento Capital incorporação HOLDCO 516.725 0 0 0 516.725
5.09 Constituição/Realização Reservas Capital 0 0 0 0 0
5.10 Ações em Tesouraria 0 0 0 0 0
5.11 Outras Transações de Capital 0 0 0 0 0
5.12 Outros 0 0 4.790 0 4.790
5.12.01 Dividendos e JSCP lançados no PL 0 0 4.790 0 4.790
5.13 Saldo Final 8.149.096 15.569 158.050 0 8.322.715
2.5 – Notas Explicativas
As demonstrações financeiras devem ser complementadas com Notas
Explicativas, que em muitos casos exigem quadros demonstrativos auxiliares
para melhor esclarecer aos interessados pelo Balanço da empresa.
As Notas Explicativas são elaboradas para destacar e interpretar
detalhes importantes, informações adicionais sobre fatos passados, presentes
e futuros, significativos nos negócios, e resultados da empresa, enfim,
explicam as demonstrações para terceiros e procuram garantir transparência
aos itens que possam necessitar de maior detalhamento, entre os quais são
mencionados os seguintes:
31
• Os critérios de avaliação dos elementos patrimoniais
(ativos e passivos) e os efeitos, positivos e negativos, da mudança
de critério de avaliação;
• As participações relevantes em controladas e coligadas,
especificando a participação, valor, avaliação etc.;
• As reavaliações facultativas efetuadas, especificando o
ativo, os efeitos líquidos da reavaliação etc.;
• As obrigações contraídas com a garantia de ativos,
especificando-as pela espécie de obrigação, garantia, valor,
amortização, juros, vencimento e outras cláusulas importantes etc.;
• Financiamentos e empréstimos a longo prazo,
especificando-os por espécie e indicando valores, garantias, juros,
outras obrigações contratuais significativas etc.;
• A composição do Capital Social, especificando classe,
espécie e número de ações, participação de acionistas residentes
no país e no exterior etc.;
• Os efeitos, positivos e negativos, da constatação de erros
cometidos em exercícios anteriores, devidamente especificados;
• Fatos significativos que influenciaram ou influenciarão
negócios e resultados;
• Enfim, qualquer informação importante sobre as
demonstrações e a situação patrimonial econômico-financeira que
deva ser oferecida às pessoas interessadas na empresa.
32
CAPÍTULO III
ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
3.1 – Conceito
"A análise das demonstrações financeiras visa o estudo do desempenho
econômico-financeiro de uma empresa em determinado período passado, para
diagnosticar, em conseqüência, sua posição atual e produzir resultados que
sirvam de base para a previsão de tendências futuras. O que se pretende
avaliar na realidade são os reflexos que as decisões tomadas por uma
empresa determinam sobre sua liquidez, estrutura patrimonial e rentabilidade".
(ASSAF, 2003: 97).
A técnica mais empregada na análise de empresas baseia-se, segundo
Assaf (2003) na apuração dos índices econômicos-financeiros, que são
extraídos basicamente das demonstrações financeiras levantadas pelas
empresas.
As demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a
empresa, e o administrador financeiro precisa analisar estes dados para que
possam ser transformados em informações que proporcionarão uma visão
clara do desempenho e perspectivas da empresa, identificando seus pontos
fortes e fracos e possibilitando tomar decisões que intensifiquem estes pontos
fortes e minimizem os pontos fracos.
A análise de balanços é dividida em três subgrupos: Análise Vertical
(AV), Análise Horizontal (AH) e Análise de Indicadores Financeiros e
Econômicos.
3.2 – Análise Vertical
Processo comparativo onde se extrai relacionamentos percentuais entre
itens pertencentes a uma mesma demonstração financeira de um ano. A
33
finalidade é dar uma idéia da representatividade de um item ou subgrupo de
uma demonstração financeira relativamente a um determinado total ou subtotal
tomado como base.
A Análise Vertical (AV) é também chamada de estrutura ou composição
ou percentual. É uma técnica de suma importância para avaliar a estrutura de
composição de itens do balanço e sua evolução no tempo. Consiste em
estabelecer a participação (em %) de cada item em relação ao total de seu
grupo ou, na maioria das vezes, pelo total geral.
O coeficiente ou a porcentagem é à medida que indica a proporção de
cada componente em relação ao todo.
Calculando-se a participação de cada componente do Ativo ou Passivo
e Patrimônio Líquido em relação ao total do Ativo ou total do Passivo, o mesmo
é feito para os elementos da Demonstração dos Resultados do Exercício em
relação à Receita Operacional Líquida da empresa, expressando a
participação em porcentagem.
Neste sentido, o objetivo da Análise Vertical (AV) é avaliar, em termos
relativos, as partes que compõem o todo e compará-las no caso de análise de
dois ou mais períodos sociais.
No link www.bussoladoinvestidor.com.br está demonstrada a Análise
Vertical dos Balanços e das Demonstrações dos Resultados do Exercício dos
últimos três anos da empresa TIM Participações S.A. (Obs.: Devido a
configuração do site não foi possível inserir as demonstrações neste
documento).
3.3 – Análise Horizontal
A Análise Horizontal (AH) também conhecida como análise de evolução,
permite observar as oscilações dos valores expressados pelos componentes
patrimoniais ou de resultados através do confronto de uma série histórica de
34
períodos. Ela identifica as evoluções e tendências de cada conta das
demonstrações.
Ao desenvolver esta análise é adotado um período base, na maioria dos
casos considera-se o primeiro exercício, e são estabelecidas evoluções dos
demais exercícios comparativamente com o período base. Estas evoluções
são apresentadas em porcentagem.
Com a utilização desta análise, o administrador financeiro terá uma
visão detalhada de cada item dos demonstrativos contábeis no decorrer do
tempo e poderá visualizar tendências futuras tendo condições de corrigir
eventuais desvios dos objetivos propostos.
No link www.bussoladoinvestidor.com.br está demonstrada a Análise
Horizontal dos Balanços e das Demonstrações dos Resultados do Exercício
dos últimos três anos da empresa TIM Participações S.A. (Obs.: Devido a
configuração do site não foi possível inserir as demonstrações neste
documento).
3.4 – Análise dos indicadores financeiros e econômicos
A análise dos indicadores financeiros e econômicos propicia ao
administrador financeiro informações adicionais de grande importância,
possibilitando a ele gerenciar a execução orçamentária, financeira e
patrimonial, além de fornecer resultados com significativa margem de
segurança.
Os indicadores têm como função medir o desempenho da empresa no
que se refere a sua liquidez, o seu ciclo operacional, ao seu grau de
endividamento, sua rentabilidade e atividade. O cálculo é feito com base nas
informações financeiras apresentadas no Balanço Patrimonial e na
Demonstração do Resultado do Exercício da empresa.
Podemos subdividir a análise das demonstrações financeiras em análise
da situação financeira (Liquidez e Estrutura) e análise da situação econômica
35
(Rentabilidade e Atividade). Inicialmente são desenvolvidas separadamente, e
no momento seguinte, juntam-se as conclusões dessas duas análises.
3.4.1 - Índice de liquidez corrente (ILC)
Assaf (2003) comenta que este índice refere-se à relação existente
entre o ativo circulante e o passivo circulante. Indica quanto a empresa possui
em Bens e Direitos realizáveis no curto prazo comparando com suas
Obrigações a serem pagas no mesmo período. É obtido através do seguinte
cálculo:
Onde:
ILC: Índice de Liquidez Corrente;
AC: Ativo Circulante;
PC: Passivo Circulante.
3.4.2 - Índice de liquidez seca (ILS)
Também chamada de ácida, é a capacidade financeira da empresa em
honrar suas dívidas em curtíssimo prazo (Passivo Circulante), valendo-se de
seus ativos mais líquidos. Os estoques são excluídos por representarem bens
que não têm data definida de realização financeira, pois se trata dos ativos de
menor liquidez, que ainda necessitam ser processados (manufaturados) e
vendidos, havendo o risco de que o ciclo operacional não seja completado por
alguma razão. É obtido, segundo Assaf (2003), através do seguinte cálculo:
Onde:
36
ILS: Índice de Liquidez Seca;
AC: Ativo Circulante;
E: Estoques;
PC: Passivo Circulante
3.4.3 - Índice de liquidez geral (ILG)
Também denominada de total, é a capacidade financeira da empresa de
pagar todas suas dívidas de curto e longo prazo. Este indicador financeiro,
conforme afirma Assaf (2003), retrata a saúde financeira a longo prazo da
empresa. Indica quanto a empresa possui em Bens e Direitos realizáveis a
curto prazo e longo prazo comparando com suas Obrigações a serem pagas
no mesmo período. É obtido através do seguinte cálculo:
Onde:
ILG: Índice de Liquidez Geral;
AC: Ativo Circulante;
RLP: Realizável a Longo Prazo;
PC: Passivo Circulante;
ELP: Exigível a Longo Prazo.
Abaixo os resultados dos índices calculados no sistema de análise
financeira ANABAL (Gustavo Gomes Matarazzo) a partir dos demonstrativos
financeiros da TIM Participações S.A já apresentados neste trabalho:
37
31/12/07 31/12/08 31/12/09
LIQUIDEZ
(2) Geral 0,83 (SATISF.) 0,77
(SATISF.) 0,82
(SATISF.)
(2) Corrente 1,05 (SATISF.) 0,99
(SATISF.) 1,18
(SATISF.)
(2) Seca 0,84 (BOM) 0,71
(SATISF.) 0,88
(SATISF.) INTERPRETAÇÃO (1): Quanto menor, melhor (2): Quanto maior, melhor
3.4.4 – Indicadores de Endividamento
Para administrar o capital de giro da empresa, é necessário prestar
atenção ao seu endividamento de curto e de longo prazo, pois a empresa
pode ter boa situação financeira, hoje, mas estar comprometida no futuro por
altos empréstimos de longo prazo.
Os Indicadores de Endividamento, conforme fundamentado em Assaf
(2003), medem a capacidade da empresa de saldar as obrigações a longo
prazo. As políticas operacionais e a capacidade de geração de lucro da
empresa também afetam esta família de indicadores, que medem os níveis de
imobilização de recursos próprios, relacionam a composição de Capital e
buscam diversas relações na estrutura e na qualidade da dívida da empresa.
São compostos pelos Índices de Endividamento Geral, Capital de Terceiros
em Relação ao Capital Próprio, Cobertura de Despesas Financeiras e de
Cobertura de Disponibilidades.
- Índice de Capital de Terceiros sobre Recursos Totais
Hoji (2003) comenta que este indicador demonstra a quantidade de
capital de terceiros utilizados pela empresa em relação ao total aplicado em
38
Bens e Direitos no Ativo. É calculado de acordo com a fórmula abaixo:
Onde:
CTRT: Capital de Terceiros sobre os Recursos Totais
PC: Passivo Circulante
ELP: Exigível a Longo Prazo
PT: Passivo Total
- Índice de Capital de Terceiros em Relação ao Capital Próprio
Outra análise interessante é quando comparamos o Capital de
Terceiros com o Capital Próprio. Assaf (2003) comenta que esta relação é
medida quando somamos o Passivo Circulante e o Exigível a Longo Prazo e
dividimos este valor pelo Patrimônio Líquido. Utilizamos para obtermos este
cálculo a seguinte fórmula:
Onde:
RCTCP: Relação Capital Terceiros e Capital Próprio
PC: Passivo Circulante
ELP: Exigível a Longo Prazo
PL: Patrimônio Líquido
39
- Índice de Cobertura de Despesas Financeiras
Analisamos, conforme Silva (1999), a posição da empresa em relação
à cobertura das obrigações com as Despesas Financeiras através deste
indicador, onde este nos mostra se a empresa utiliza demasiadamente
recursos de terceiros através de empréstimos, gerando com isso
consideráveis aumentos das Despesas Financeiras pela obrigação do
pagamento de juros dos empréstimos e ou financiamentos contraídos. Para
calcularmos as condições que a empresa possui para saldar esta modalidade
de Despesas utilizamos o cálculo a seguir:
Onde:
ICDF: Índice de Cobertura de Despesas Financeiras
LAJI: Lucro Antes dos Juros e Impostos
DF: Despesas Financeiras
-Índice de composição do Endividamento
Indica, segundo Silva (1999), quanto da dívida total da empresa deverá
ser paga no curto prazo, comparada com as obrigações totais. É calculado
através da seguinte fórmula:
Onde:
40
ICE: Índice de Composição do Endividamento
PC: Passivo Circulante
ELP: Exigível a Longo Prazo
Abaixo os resultados dos índices calculados no sistema de análise
financeira ANABAL (Gustavo Gomes Matarazzo) a partir dos demonstrativos
financeiros da TIM Participações S.A já apresentados neste trabalho:
31/12/07 31/12/08 31/12/09
ESTRUTURA DE CAPITAL
(1) Endividamento 87% (FRACO) 108% (PÉSSIMO) 110%
(PÉSSIMO)
(1) Composição do Endividamento 74%
(RAZOÁVE
L) 70%
(RAZOÁVE
L) 63%
(RAZOÁ
VEL)
(1) Imobilização do Patrimônio Líquido 115% (DEFIC.) 125% (DEFIC.) 119% (DEFIC.)
(1)Imobilização dos Recursos Não Correntes 94% (SATISF.) 94%
(RAZOÁVE
L) 85%
(SATISF.
)
INTERPRETAÇÃO
(1): Quanto menor, melhor
(2): Quanto maior, melhor
3.4.5 – Indicadores de Rentabilidade
Estes indicadores visam, segundo Assaf (2003), avaliar os resultados
auferidos por uma empresa em relação as determinados parâmetros que
melhor revelem suas dimensões. Eles mostram o grau de sucesso econômico
da empresa. Associam as receitas, lucro líquido, ativo total, e patrimônio
líquido.
Os índices de rentabilidade avaliam os resultados auferidos pela
empresa, ou seja, mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é,
quanto rendeu os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico
41
da empresa.
Este grupo é composto pelos Índices de Margem de Lucro,
Rentabilidade do Ativo e Retorno do Patrimônio Líquido.
-Índice de Margem de Lucro
Este indicador analisa, segundo Assaf (2003), a relação do Lucro
Líquido com a Receita Operacional Líquida. As empresas dão muita atenção
às suas Margens de Lucro onde a maioria delas utiliza estes dados nos
projetos orçamentários dos períodos seguintes. Obtemos este resultado
através do seguinte cálculo:
Onde:
IML: Índice de Margem de Lucro
LL: Lucro Líquido
ROL: Receita Operacional Líquida
-Índice de Rentabilidade do Ativo
Indica, conforme as afirmações de Matarazzo (1998), a lucratividade
que a empresa propicia em relação aos investimentos totais. É uma medida
de potencial de geração de lucro da empresa. Este conceito é muito utilizado
na área de finanças onde o lucro é caracterizado como uma espécie de
prêmio pelo risco do investimento na empresa. Podemos obter este resultado
através do seguinte cálculo:
42
Onde:
RSA: Retorno Sobre o Ativo
LL: Lucro Líquido
AT: Ativo Total
-Índice de Retorno do Patrimônio Líquido
Este indicador segundo Matarazzo (1998) é uma medida de
desempenho do investimento dos acionistas durante o ano. Como a empresa
deve beneficiar os acionistas, o RSPL (Retorno Sobre o Patrimônio Líquido) é,
num sentido contábil, a verdadeira medida de desempenho em termos de
lucro, podendo ser comparada com os investimentos oferecidos pelo mercado
financeiro.
Onde:
RSPL: Retorno Sobre o Patrimônio Líquido
LL: Lucro Líquido
PL: Patrimônio Líquido
Abaixo os resultados dos índices calculados no sistema de análise
financeira ANABAL (Gustavo Gomes Matarazzo) a partir dos demonstrativos
financeiros da TIM Participações S.A já apresentados neste trabalho:
43
31/12/07 31/12/08 31/12/09
RENTABILIDADE
(2)Giro do Ativo 0,88 (ÓTIMO) 0,84 (ÓTIMO) 0,79 (BOM)
(2)Margem Líquida 1% (FRACO) 1% (SATISF.) 2% (BOM)
(2)Rentabilidade do Ativo 0% (SATISF.) 1% (SATISF.) 1%
(SATISF.
)
(2)Rentabilidade do PL 2% (SATISF.) 2% (SATISF.) 3%
(SATISF.
)
INTERPRETAÇÃO
(1): Quanto menor, melhor
(2): Quanto maior, melhor
Analisando os três grupos de índices em questão (Liquidez, Estrutura
de Capital e Rentabilidade), podemos observar que a Companhia sofre com a
dependência de recursos externos, apresentando um aumento no
endividamento a longo prazo, ou seja, constantes financiamentos são
contraídos para a expansão do negócio. Mesmo assim, sua capacidade de
liquidez dessas dívidas é satisfatória, o que demonstra os índices desse
grupo. Com relação à situação econômica, podemos afirmar que a
Companhia vem apresentando um bom crescimento. Seu perfil agressivo com
a oferta de novos produtos e serviços, investimento em tecnologias e
campanhas publicitárias e a incorporação da Intelig, têm apresentados efeitos
positivos diante do atual mercado competitivo.
44
CONCLUSÃO
Na pesquisa desenvolvida, ficou evidenciada a importância das
Demonstrações Financeiras para acompanhar o andamento das atividades das
empresas em geral. Como principais finalidades das Demonstrações
Financeiras têm-se a de levar ao conhecimento dos sócios, acionistas,
credores, investidores e os interessados em geral a situação patrimonial,
situação econômica (resultados ou rentabilidade do negócio) e a situação
financeira (liquidez, solvência, endividamento) da companhia em questão.
A Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas) tornou obrigatória a
divulgação das Demonstrações Financeiras, para as Companhias Abertas, ou
seja, aquelas que tem ações negociadas na bolsa de valores. A referida Lei
também dispôs sobre a atuação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários),
tudo visando proteger os acionistas em geral. Embora, aparente-se a
necessidade de somente as S/As ou Cias. (Companhias) cumprir tal
divulgação, na prática a referida Lei (6.404/76) também é aplicável às demais
sociedades, também em relação as Sociedades por Quotas de
Responsabilidade Limitada (Ltda.), pois essas sociedades (as limitadas) muitas
vezes para obtenção de créditos ou financiamentos e estudos de viabilidade
econômica são solicitadas, pelos Bancos, órgãos do governo ou investidores à
apresentar suas Demonstrações Financeiras nos moldes exigidos pela Lei das
S/As.
Portanto, a importância das Demonstrações Financeiras está
intimamente ligada à sua divulgação junto aos sócios, acionistas, investidores,
credores e interessados em geral para se ter o devido conhecimento da
situação em que se encontra uma determinada sociedade e os riscos que essa
possa oferecer, bem como transmitir de forma clara e objetiva as informações
demonstradas nesses relatórios para o completo esclarecimento e
entendimento, facilitando com isso a tomada de decisão, principalmente se
estas informações tão úteis estiverem disponibilizadas em um meio de
comunicação de fácil e rápido acesso, como a Web. Aos contabilistas em
45
geral, cabe a responsabilidade de elaborar demonstrações financeiras
fidedignas, ou seja, que expressem a verdadeira situação da empresa seja
quanto aos seus lucros, sua situação financeira e situação patrimonial. A
análise das Demonstrações Financeiras não pode ser tida como a solução dos
problemas empresariais, haja vista, que no seu desenvolvimento a seleção de
indicadores adotados poderá demonstrar mais problemas do que soluções,
entretanto, se utilizado de forma consciente se transformará num verdadeiro
painel de controle da administração de negócios para o acompanhamento
gerencial e dos usuários externos.
46
BIBLIOGRAFIA CITADA
• SILVA, José Pereira, 1999, Análise financeira das empresas. 4 ed. São
Paulo: Atlas.
• CREPALDI, Silvio Aparecido, 1999, Curso básico de contabilidade. 2 ed.
São Paulo: Atlas
• MARION, José Carlos, 1998, Contabilidade empresarial. 8 ed. São
Paulo: Atlas
• IUDÍCIBUS, Sergio de, 1998, Contabilidade introdutória. 9 ed. São
Paulo: Atlas.
• ASSAF, Alexandre, 2003, Finanças corporativas e valor. São Paulo:
Atlas.
• HOJI, Masakazu, 2003, Administração financeira uma abordagem
prática. 4 ed. São Paulo: Atlas.
• SILVA, José Pereira, 1999, Análise financeira das empresas. 4 ed. São
Paulo: Atlas
• MATARAZZO, Dante Carmine, 1998, Análise financeira de balanços. 5.
ed. São Paulo: Atlas.
47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
• www.bovespa.com.br – Demonstrações contábeis
• http://bussoladoinvestidor.com.br/
• www.tim.com.br
• www.wikipedia.com.br
• www.soteroconsultoria.com.br
• http://professormoreira.com – Apostila Professor Moreira- Capítulos 5,6
e 7
• http://nelsonco1.sites.uol.com.br/Papeladm.htm
• Relatório de Auditoria aprovado pela Empresa Ernst e Young-Brasil
• Intranet da TIM Participações S.A.
48
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 13
1.1 – O que são finanças e análise financeira 13
1.2 – O papel do administrador financeiro 14
CAPÍTULO II
AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 15
2.1 – Balanço Patrimonial 15
2.2 – Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) 23
2.3 – Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos
(DOAR) 25
2.4 – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido 27
2.5 – Notas Explicativas 30
CAPÍTULO III
ANÁLISES DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 32
3.1 – Conceito 32
3.2 – Análise Vertical 32
3.3 – Análise Horizontal 33
3.4 – Análise dos indicadores financeiros e econômicos 34
3.4.1 – Índice de Liquidez Corrente (ILC) 35
3.4.2 – Índice de Liquidez Seca (ILS) 35
3.4.3 – Índice de Liquidez Geral (ILG) 36
3.4.4 – Indicadores de Endividamento 37
49
3.4.5 – Indicadores de Rentabilidade 40
CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA CITADA 46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47
ÍNDICE 48
50
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
Título da Monografia: ESTRUTURA E ANÁLISE FINANCEIRA- ECONÔMICA
DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Autor: Marcelo Aragão Dias Carneiro
Data da entrega: 15/02/2011
Avaliado por: Ana Cláudia Morrissy Conceito: