Post on 13-Nov-2018
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E
DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
CURSOS DE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
ESTABELECENDO LIMITES
Por
HELOISA NEVES SILVEIRA
Professora Orientadora: Diva Nereida M. M. Maranhão
RIO DE JANEIRO Março/2003
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS CURSOS DE PÓS GRADUAÇÃO LATO SENSU
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
ESTABELECENDO LIMITES
Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia para disciplina de Metodologia de Pesquisa. Por: Heloisa Neves Silveira Professora Orientadora: Diva Nereida Marques M. Maranhão RIO DE JANEIRO Março/2003
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha mãe pela compreensão dos momentos em que me fiz ausente para dedicar-me a este trabalho e por ter me educado e orientado para a vida em sociedade. Atualmente, me faço
respeitar ao mesmo tempo em que respeito a todos, pois tenho certeza de que com todo o sacrifício ela me fez “gente” capaz de compreender e agir dentro dos meus direitos e deveres como cidadã. Agradeço também, as pessoas amigas que me ofereceram seu apoio emprestando-me livros, artigos etc., para que pudesse complementar minha pesquisa.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a pais, educadores, filhos e alunos, para que possam através dele refletir sobre a questão tão discutida na atualidade – Limites – e para que compreendam a necessidade da boa formação do ser humano, com seus valores e princípios para uma vida em sociedade.
EPÍGRAFE
“Filhos são navios... Pais são estaleiros... Nos estaleiros os navios são construídos. O lugar mais seguro para os navios é o porto, mas eles não foram construídos para ficarem ancorados no porto , e sim para singrar os mares...” Içami Tiba
RESUMO
Limites são as situações ou opiniões alheias que nos mostram o que
pode e o que não pode ser feito em cada momento. A colocação de
limites, importantíssima para a construção da identidade e da
moralidade da criança, está presente nas situações domésticas tanto
quanto nas escolares.
Muito se tem falado e discutido sobre a importância de se
estabelecerem limites para os filhos, mas infelizmente essas
considerações acontecem na maioria das vezes quando os filhos
demonstram atitudes condenáveis no ponto de vista dos pais e da
sociedade. Crianças que não recebem limites, que já estão habituadas
a ouvir sempre o sim ou mesmo que os pais digam não, e um não sem
firmeza, travam grandes batalhas quando o não é sério.
Temos que perceber que a falta de limites traz conseqüências sérias
no convívio com as pessoas. Por isso, pais e profissionais devem agir
de forma sensata. É preciso saber que quando dizemos não para as
crianças nos momentos propícios, só estamos fazendo o bem e
contribuindo para um melhor desenvolvimento infantil, e com isso
evitam-se problemas na adolescência, e consequentemente na vida
adulta.
Dar limites é apenas educar nossas crianças para o futuro, mas não
esquecendo que precisamos primeiramente educar para o presente e
assim podemos transformá-los em adultos felizes e capazes de tomar
suas próprias decisões.
SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................... 5
INTRODUÇÃO ....................................................................... 9
CAPÍTULO I ........................................................................... 12 AUTORIDADE DOS PAIS – ATITUDES FIRMES SÃO FUNDAMENTAIS NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS: 1.1 A colocação de limites 1.2 É de pequenino que se torce o “pepino”
CAPÍTULO II ....................................................................... 16 A EDUCAÇÃO DO SIM 2.1 O Sim só tem valor para quem conhece o Não
CAPÍTULO III ...................................................................... 19 O AMOR INCONDICIONAL E O DESENVOLVIMENTO DA AUTO-ESTIMA 3.1 A Compensação material – prazer e chantagem caminhando
paralelamente CAPÍTULO IV ...................................................................... 23 RESPEITO – O PRINCÍPIO BÁSICO DE UMA EDUCAÇÃO COM LIMITES 4.1 Ensinando a responsabilidade CAPÍTULO V ....................................................................... 26 VIVER NA REALIDADE CAPÍTULO VI ...................................................................... 28 ESCOLA – CONTATO SOCIAL PRECOCE 6.1 A fase da educação infantil
CAPÍTULO VII .............................................................. 31 EDUCAR E CUIDAR CAPÍTULO VIII ............................................................. 34 PARCERIA = ESCOLA E FAMÍLIA CAPÍTULO IX ............................................................. 36 O CUIDADO COM O TRABALHO A QUATRO MÃOS 9.1 Bilhetinhos pedagógicos CAPÍTULO X .............................................................. 38 COMO ESCOLHER A ESCOLA DE SEU FILHO CAPÍTULO XI ............................................................. 40 QUANDO A INDISCIPLINA INVADE A SALA DE AULA 11.1 A indisciplina como aliada CAPÍTULO XII ............................................................ 43 APRENDIZAGEM E EMOÇÃO
CONCLUSÃO ............................................................ 46 BIBLIOGRAFIA ......................................................... 48
ANEXOS .................................................................... 50
INTRODUÇÃO
A criança está descobrindo o mundo que, de certa maneira, os pais
construíram e com o qual convivem, estando portanto, acostumada
com ele. Para a criança tudo é novidade. O pode/não pode é um
critério estabelecido pelos pais, que terá conseqüências na
conceituação da liberdade pessoal.
O futuro novo milênio está nas mãos dos pais, assim como a postura
dos educadores também é decisiva para estabelecer regras de
comportamento=limites.
As novas gerações, as crianças e os jovens de hoje são a esperança
de um mundo melhor, de uma sociedade mais humana e feliz e
consequentemente, menos violenta e menos egoísta. Mas essa
esperança de um mundo melhor, de uma sociedade melhor, no novo
milênio, vai depender dos pais, dos educadores e das atitudes que a
sociedade tiver com as novas gerações, nos dias de hoje. É como se
as crianças e os jovens de hoje dissessem:
“ Nas tuas mãos está a minha sorte” . ou “Que fale a voz da
experiência (os adultos), que para os muitos anos mostram a sua
sabedoria (para as crianças e os jovens) “.
Mas, o que a sociedade madura, os adultos de hoje, estão ensinando
às novas gerações? Ensinando-os a não terem limites, a não serem
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responsáveis pelos seus atos, achando que podem tudo, formando
uma “geração pode tudo”. Ensinando-os com as atitudes e o
comportamento de só terem uma preocupação: “ Levarem vantagem
em tudo. “
Há uma crise de valores na sociedade atual com a conseqüente
dificuldade em definir o que é certo e o que é errado, onde os adultos
também não têm limites. Os pais e professores devem assumir que
são autoridades sem medo desse papel, lembrando que são modelos
de atuação, referência a ser seguida pela criança ou jovem. Assim,
sua ação vale muito mais do que o seu discurso.
Não existem receitas prontas, a forma e a dose dependerão de muitos
fatores, especialmente dos valores, expectativas e crenças dos pais,
porém vale compartilhar algumas reflexões e experiências que podem
auxiliar pais e professores em situações que ocorrem no cotidiano.
Para ter segurança , em se tratando de dar limites, é fundamental
distinguir entre necessidades e desejos dos filhos.
Ä Necessidade é algo inevitável, algo que, se não atendido, pode
levar o indivíduo a ter problemas sérios no seu desenvolvimento,
seja físico, intelectual ou emocional.
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Ä Desejo é a vontade de possuir ou realizar algo, que pode ou não
ser importante para o desenvolvimento.
Cabe aos pais trabalharem no sentido de que os filhos tenham
atendidas as suas necessidades, sejam elas de que nível forem.
Cabe também aos pais, a tarefa de orientar os filhos para que
caminhem no sentido de adquirir aptidões para que, por seus meios,
sua capacidade e, sobretudo, dentro das normas éticas, supram por si
sós, essas necessidades.
No entanto, é o desejo, a vontade de ter, fazer ou conquistar algo.
Compreendendo essa diferença fica bem fácil para os pais distinguir
quando se deve e quando não se deve atender os filhos.
“ Um filho não morre por esperar um pouco. Logo, não há necessidade de largar tudo e sair correndo para acudi-lo. A criança será mais imediatista quanto mais imediatistas forem os pais. Nesse caso, não aprende a distinção en – tre o essencial e o supérfluo”. (Tiba,Icami, Quem ama , educa!, 2002, p. 130)
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CAPÍTULO I
AUTORIDADE DOS PAIS ATITUDES FIRMES SÃO FUNDAMENTAIS NA EDUCAÇÃO
DOS FILHOS
Não restam dúvidas de que hoje há insegurança sobre a educação
dos filhos. Existem teses, teorias, experiências as mais diversas e que
apontam direções muitas vezes opostas, que trazem um dilema para
os pais: Como educar? Qual é o caminho correto?
Há poucas décadas não haviam dúvidas para um adulto e para uma
criança ou jovem sobre as atitudes a tomar e o caminho a seguir.
Havia um consenso sobre o comportamento desejado e ficava mais
claro o que deveria ser feito e o que deveria ser evitado. Educava-se
simultaneamente com amor e rigor, com permissões e proibições, com
prêmios e castigos.
Rejeitados os métodos antigos e autoritários, surgiram o que a
literatura específica chama de pais progressistas: abrem mão de toda
a autoridade e pedem aos filhos compreensão e cooperação. Em
verdade, esse repúdio a uma forma excessivamente rigorosa de
educar levou os pais a uma atitude que muitos pedagogos consideram
como fuga das responsabilidades educacionais.
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A falta de firmeza dos pais leva a criança a impor suas vontades.
Acostumados desde cedo a determinar, a criança e o adolescente não
aceitam ser contrariados.
Deixá-las proceder como querem não é um gesto de grandeza dos
pais, estes devem estabelecer para os filhos os parâmetros de
comportamento, pois atrás de uma criança que se impõe pela força,
pela rebeldia, pelo grito, muitas vezes se esconde uma pessoa
insegura e medrosa, podendo acabar também praticando atos mais
graves que preocupam toda a família.
1.1 A Colocação de Limites
O primeiro passo para a educação correta de uma criança é fazer com
que entenda que regras e interdições são ditadas pela necessidade, e
não feitas para aborrecer e punir.
A primeira condição para que o aprendizado das regras seja eficaz é a
congruência. Esquecer o “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.
Deve haver coerência entre os fatos e as palavras dos genitores, pois,
como todo educador sabe muito bem, “educação é exemplo”.
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A segunda condição é a clareza e a continuidade. Nenhuma criança
apreende regras frouxas, ambíguas, arbitrárias, formuladas de modo
equívoco e com falta de convicção. Se a criança duvida da
determinação dos pais em aplicar um limite, acabou-se.
A terceira condição é uma das mais imperativas: o respeito ao lugar de
cada um. Uma criança é uma criança, um adulto é um adulto. A
autoridade deve se apoiar sobre a diferença de idade: crianças ,
mesmo as mais precoces não são adultos em miniatura.
Tratá-las como iguais, companheiras, confidentes em plano de
igualdade apenas as angustia. O fosso entre gerações as ajuda a se
estruturar. Tais princípios constituem a base da psicologia infantil; são
válidos não importa qual seja a idade delas. (vide anexos 1 e 2)
1.2 É de pequeno que se torce o pepino
Ao contrário do que se pode pensar, mesmo crianças muito novas são
capazes de entender o sentido do sim e do não. Podem não entender
palavras, mas são sensíveis à intenção contida na voz e na entonação
que os pais usam ao falar. O aprendizado dos limites deve iniciar
quando a criança começa a andar e a mexer em tudo – a fase da
exploração. As primeiras proibições devem ser formuladas para
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garantir segurança. Ela deve ser encorajada a descobrir, mas alertada
quanto aos perigos.
O mesmo acontece quando a mãe, ou outro responsável, acaba
fazendo coisas que os filhos já poderiam começar a fazer, como por
em ordem as bagunças que aprontam. Entretanto, se ela faz tudo
certo e cada vez que o filho vai ajudá-la manifesta desagrado com seu
desempenho, ele vai achar que é incapaz de executar certas tarefas.
A história do “deixa-que-eu-faço” não existe só para prazer dele. No
fundo, a mãe que se põe a realizar as coisas no lugar do filho ainda
espera que ele ofereça ajuda. Mas, o filho não oferece porque
aprendeu que não deve fazer. E, desse modo, perde uma vivência
importante para seu desenvolvimento; a partir de simples afazeres,
como a arrumação dos seus brinquedos, a criança aprende a encerrar
um ciclo: se abre, fecha; se tira, repõe no lugar; se acende, apaga.
Quando bagunça e não arruma, a criança só está no prazer, no
benefício, não experimenta os custos de uma arrumação.
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CAPÍTULO II
A EDUCAÇÃO DO SIM
A vontade de agradar a uma criança é natural. Ocorre em quase todas
as espécies animais. Nasce um filhotinho e todos correm para dar um
cheirada. Porém, há uma grande diferença entre os seres humanos,
principalmente tratando-se dos pais, estes têm que saber se o que
estão fazendo é educativo ou não.
Não é nada agradável para os pais receberem críticas sobre o modo
como educam os filhos. Mas, se costumam atender a todas as
vontades da criança, ela provavelmente fará o que quer onde não
pode, como em locais públicos.
As críticas então mesmo silenciosas, são manifestadas através de
olhares e comentários recriminadores rotulando a criança de mal-
educada. Ainda assim, alguns pais se orgulham, caso o filho resista ao
“não “, ressaltando a personalidade forte e o espírito de liderança do
mesmo. Se levam um apertão, os filhos espanam. Não agüentam ser
contrariados. Não foram educados para suportar o não.
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Os avós, mostraram-se muito autoritários quando eram somente pais,
tendo sido mais adestradores do que educadores. Por falta de
conhecimento sobre adolescentes, estes eram marcados como
desobedientes, pelo simples fato de terem vontade própria, pois não
reconheciam a possibilidade desses jovens pensarem diferente.
Os filhos desses pais se revoltaram contra o autoritarismo. Assim
dispensaram essa forma de educação ao serem pais. Fazendo o
contrário, tornando-se extremamente permissivos.
2.1 O sim só tem valor para quem conhece o não
“Existe um momento certo em que o pai ou a mãe tem uma “pista” de
que é o momento do não?” (Tania Zagury , Educar sem Culpa, A
Gênese da Ética, Ed. Record, pág. 59, 2002, RJ/SP)
o que é certo para uns pode não ser para outros. Em muitos casos os
pais concordam sobre o que é certo ou errado, o que é ou não
educado, polido e o que deve ou não ser ensinado aos filhos, apesar
que nem todos esses agem de acordo com o que pensam e até
acreditam.
Ultimamente há uma grande permissividade por parte dos pais no que
diz respeito às faltas menos graves, como se estas, por serem
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pequenas, não carecessem de atenção, não tivessem conseqüências.
É a partir dessas pequenas coisas, desses pequenos atos de
civilidade que inculcamos nos nossos filhos que eles começam a
aprender a respeitar o espaço do outro, o direito do outro , o outro,
enfim, começam a ver o outro como seu semelhante com os mesmos
direitos que ele.
“Tudo que faz com que a vida seja mais gostosa e prazerosa está
ligado aos pequenos atos do dia-a-dia, pelo respeito que damos ao
outro e que nos faz sentir gente”.
Desse jeito o prazer do “sim ” é muito mais verdadeiro e construtivo
quando existe o “não “.
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CAPÍTULO III
O AMOR INCONDICIONAL E O DESENVOLVIMENTO
DA AUTO-ESTIMA
A auto-estima começa a se desenvolver numa pessoa enquanto ela
ainda é um bebê.
No começo de vida, a criança está aprendendo como é o mundo à sua
volta e, conforme se desenvolve, vai descobrindo seu valor a partir do
valor que outros lhe dão . É quando se forma a auto-estima.
A auto-estima vai se desenvolvendo conforme a pessoa se sente
segura e capaz de realizar seus desejos e futuramente, suas tarefas.
Para os pais, o amor incondicional que sentem pelos filhos está claro,
mas para os filhos nem sempre esse amor está tão claro.
Para a criança, o sorriso de aprovação dos pais é amor, e um olhar
sério ou uma bronca de reprovação é não-amor.
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3.1 A Compensação Material – prazer e chantagem caminhando
paralelamente
Nada mais bonito, uma grande forma de carinho quando se ouve dos
pais a seguinte frase: “Vou dar para meus filhos tudo o que não tive”.
Porém , é assustador quando verifica-se na prática, esse “tudo que
não tiveram” se transforma quase que unicamente em coisas materiais
– muitos brinquedos , roupas novas, grandes passeios, enfim, todos
os pequenos e grandes desejos são imediatamente atendidos, na
maioria das vezes sequer tem um questionamento dos pais. Quando o
dinheiro não é suficiente, com muito sofrimento, eles adiam por
pouquíssimo tempo a compra do novo bem.
Afinal, diversos pais ainda indagam: “O que é que tem de mais? “
Será que eles se questionam se o filho está de fato querendo,
precisando ou valorizando as coisas que vão ganhando ao longo dos
tempos, ou na verdade, eles estão atendendo as próprias
necessidades deles, pais.
Aliando-se a essa percepção distorcida de “quem é que está com
necessidade de que” a diversas situações, os pais acostumam os
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filhos a uma avalanche de presentes, com a qual supostamente,
tornarão suas crianças felizes.
No entanto, esses mesmos pais, em outros momentos, afirmam que
os filhos, apesar de tudo o que têm, quase não utilizam seus
brinquedos e vivem pedindo outros e mais outros, os quais também,
em seguida vão se acumulando empilhados em algum canto da casa.
Anos depois, esses mesmos pais, lastimam o quanto têm de gastar
com as roupas (quase sempre com a mesma exigência da marca) e
mesadas dos filhos adolescentes. Talvez esse seja o mais forte
impulso consumista entre a maioria das pessoas nos dias de hoje.
Quando os pais agem, desde cedo, dessa maneira excessivamente
generosa, porém impensada, na verdade o que eles estão
estimulando é o surgimento de uma geração de jovens e crianças que
valorizam apenas o ter em detrimento do ser.
Pensando em nada negar aos filhos, os pais criam jovens
extremamente inseguros, com valores equivocados.
É esse tipo de compensação que os pais dão a si próprios em função
do que não tiveram, fazendo inúmeros julgamentos em relação aos
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filhos danificando um conjunto de valores necessários para a formação
da cidadania.
“O presente que vai alimentar a auto-estima do filho é aquele que ele
sente que merece, pois o princípio educativo é que os filhos sejam
pessoas felizes , e não simplesmente alegres.”
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CAPÍTULO IV
RESPEITO – O PRINCÍPIO BÁSICO DE UMA
EDUCAÇÃO SEM LIMITES
Para que a criança se sinta amada incondicionalmente, é necessário,
acima de tudo, que seja respeitada.
O respeito à criança lhe ensina que ela é amada não pelo que faz ou
tem, mas pelo simples fato de existir. Sentindo-se amada, ela se
sentirá segura para realizar seus desejos. Portanto, deixá-la tentar,
errar sem ser julgada, ter seu próprio ritmo , descobrir coisas permite à
criança perceber que consegue realizar algumas conquistas.
Falhar não significa uma catástrofe afetiva. Assim, a criança vai
desenvolvendo a auto-estima, grande responsável por seu
crescimento interior e fortalecendo-se para ser feliz, mesmo que tenha
de enfrentar contrariedades.
4.1 Ensinando a Responsabilidade
É cada vez mais comum profissionais reconhecidos nos negócios
viverem dificuldades na vida familiar, convivendo com filhos
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desajustados, que não se livram do uso de drogas e mostram mau
desempenho escolar, sintomas de problemas futuros, prognósticos de
adultos improdutivos, dependentes financeiramente da família,
incapazes de gerar renda e assumir responsabilidades.
Porém, os pais podem ajudar na expansão do autoconhecimento,
substituindo a freqüente tendência a censurar ou desconhecer , pela
postura de esclarecer fatos e situações, ampliando o hábito de
perguntar: O que aconteceu? Quando foi isto? Quem o magoou? Você
está triste?
Perguntas como estas ajudam a entender o estado emocional e criam
clima para uma conversa aberta e não avaliativa.
Admitir e nomear a emoção ajuda a regular o estado emocional, e
muitas vezes nem se torna necessária a colocação de limites, uma vez
que podem ser estabelecidos compromissos negociados.
Caso constatem que exageraram nos limites, podem pedir desculpas,
explicar as razões. Assim, evitam a inconveniência de se tomar
decisões importantes com raiva, com pressa, nos momentos de
cansaço, na presença de terceiros.
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Fortes emoções pedem equilíbrio e os pais podem aprender o
autocontrole. Esta postura serve de exemplo para estimular o controle
das emoções. Sem regular as emoções, filhos crescem com baixa
resistência emocional, sem mecanismos adequados para enfrentar
problemas inevitáveis no curso da vida. Não conseguem lidar com
pressões.
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CAPÍTULO V
VIVER NA REALIDADE
Não é conveniente estimular posturas extremas como otimismo ou
pessimismo. Entre tais extremos parece mais lógico tratar do
pensamento realista.
Pessoas que partem da realidade sabem lidar melhor com as
expectativas , e estas são inevitáveis. O importante é incluir o senso
de realidade e traçar , no mínimo, dois planos de vôo. O futuro é
sempre “se “. Por isso , vale desenhar mais de um cenário, no caso
de fortes expectativas.
Dessa forma, os pais ensinam os filhos a desenvolver a mente
racional e fazer planos realistas de vida. Ensinam também que não
vale acreditar que só existe um caminho. Admitem que as
possibilidades são variadas “entre oito e oitenta”.
Pessoas realistas estabelecem metas e traçam caminhos para
alcançá-los, diferentemente de outras q eu sonham e esperam que a
vida “conspire a seu favor”.
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Para mostrar que o mundo é real, o primeiro passo é aprender a dizer
“não”, sem experimentar culpa. Para isto, é preciso acreditar na
importância da atitude firme e do respeito aos próprios sentimentos.
Quem acha que amar é sacrificar-se acaba negando desejos e
necessidades, atendendo primeiramente ao outro. Dedicação total
nem sempre ajuda, pois atrasa a maturidade e reforça a dependência .
Para adotar uma postura firme e dizer não quando for preciso, alguns
valores e crenças precisam ser modificados. Não há como proteger os
filhos do sofrimento e das perdas. Mais cedo ou mais tarde, terão que
lidar com isto.
Crises podem fazer adultos fortes, pois ensinam a encarar as perdas e
lidar com as frustrações. Se os pais são afirmativos, sugerem formas
de ajustar expectativas, já que as necessidades nem sempre podem
ser atendidas de imediato.
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CAPÍTULO VI
ESCOLA – CONTATO SOCIAL PRECOCE
A socialização comunitária acontecia a partir dos 6 anos de idade,
quando a criança começava a vida escolar.
Atualmente , o contato social é muito precoce, pois as crianças estão
indo para a escola cada vez mais cedo, antes mesmo de completar 2
anos de idade. Essa escolha é feita pela maioria dos pais que
trabalham fora e não têm com quem deixar os filhos.
Assim, a educação através da socialização familiar é incompleta,
quando na verdade deverá ser feita ao menos paralelamente para que
não sobrecarregue às escolas tarefas que cabem principalmente aos
membros da família.
Há uma mescla do ambiente familiar com o comunitário, pois o social
invade o familiar não só pela escola, mas também pela televisão,
internet, etc.
Percebe-se que as crianças têm dificuldade de estabelecer limites
claros entre a família e a escola, principalmente quando os próprios
pais delegam à escola a educação dos filhos.
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Esses pais cobram da escola o mau comportamento em casa. Então,
quem educa é a escola? A posição recreativa é a única tarefa cabível
aos pais? Essa idéia não pode prevalecer.
Os alunos vão para a escola, passam por um período pedagógico e,
com certeza, um dia vão embora. Para a escola serão apenas ex-
alunos. Mas, família não se escolhe e não há como mudar de sangue.
Para os pais, os filhos são eternos.
“A educação com vistas à formação do caráter, da auto-estima e da personalidade da criança ainda é, na maior parte, responsabilidade dos pais. “ (Içami Tiba , Quem ama, educa! Pág. 180)
6.1 A Fase da Educação Infantil
A escola sozinha não é responsável pela formação da personalidade,
mas tem papel complementar ao da família.
A criança passa a pertencer a uma coletividade, que é sua turma, sua
escola. É um crescimento em relação ao “eu” de casa, pois ali ela
praticamente é o centro.
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A escola também tem atividades específicas conforme a faixa etária
das crianças, o que difere ao ambiente de casa, que se vive conforme
a possibilidade de cada um dentro do que chamamos de vida familiar .
Para que os pais possam conhecer realmente seu filho é importante
ter informações de seu comportamento na escola.
Mesmo não sendo de competência da escola, esta pode orientar
muitas vezes os pais a fim de que ele superem dificuldades
domésticas com o filho antes que seja necessário um tratamento
psicológico.
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CAPÍTULO VII
EDUCAR E CUIDAR
Educar, orientar, cuidar, socorrer, consolar, onde começa o trabalho
de um educador? Onde ele deve terminar? Função de escola? De
professor? De monitor? De família?
Algumas situações legitimam o processo educativo dentro da linha
interdisciplinar que embasa o fazer pedagógico.
Quando se pensa em Escolas de Educação Infantil, as referências são
feitas a todas as crianças, independente de terem ou não alguma
deficiência, pois o trabalho segue a proposta de inclusão social. É
importante o afeto, a assistência, a orientação, a formação de valores,
a interação entre todos para a formação de pessoas mais
humanizadas, críticas e mais autônomas.
“São as pequenas coisas que fazem a base das grandes. Se não educarmos nossas crianças para as pequenas coisas não educamos para as essenciais. As pequenas gentilezas não são na realidade apenas gentilezas: são indícios do respeito pelo outro, da percepção de sua existência.”( Tania Zagury)
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De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a educação Infantil: Ä O desenvolvimento integral depende tanto dos cuidados
relacionais que envolvem a dimensão afetiva e dos cuidados com os
aspectos biológicos do corpo, como a qualidade da alimentação, e dos
cuidados com a saúde, quanto da forma como esses cuidados são
oferecidos e das oportunidades de acesso a conhecimentos variados.
Marilena Chauí nos apresenta alguns pontos de reflexão, como:
Ä Toda forma de discriminação deve ser abolida, entre alunos,
educadores e funcionários, a fim de que não se permita perpetuar o
modelo dominador x dominado, gerador de injustiças e exclusões .
As tarefas podem e devem ser distribuídas levando-se em conta as
habilidades e as competências e assim assumidas com
responsabilidade por todos os membros da unidade Educacional, uma
vez que todos são responsáveis pelo aluno que é da escola, e não de
uma determinada turma, professor ou monitor.
Ä Quaisquer situações, as mais banais, corriqueiras e básicas, não
podem e nem devem ser desprezadas pelo verdadeiro educador que
reconhece nelas as ferramentas e instrumentos mais ricos e
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necessários para sua atuação, por serem cheias de valores e
significados para os alunos.
Ä Educador que não assume suas funções ou não as exerce em
totalidade , buscando todas as oportunidades de intervenção junto a
seus alunos, age como meio-cidadão formando subcidadãos,
perpetuando modelos de dominação, ignorando o essencial, isto é:
sua ação no cotidiano da criança seus interesses e necessidades, sua
construção de conceitos e inter-relações sociais, a linguagem e o
raciocínio, a busca da espiritualidade e do sentido para sua existência
e o sentimento de ser amada e acolhida.
Ä Educar na interdisciplinidade é abranger todos os aspectos da
vida do aluno, desde o atendimento de suas necessidades mais
básicas, primárias e elementares , até as mais elaboradas e
intelectualizadas.
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CAPÍTULO VIII
PARCERIA = ESCOLA E FAMÍLIA
São os dois principais objetivos da interação escola-família. De um
lado, ela visa propiciar o conhecimento dos pais e responsáveis sobre
a proposta pedagógica que está sendo desenvolvida, para que
possam discuti-la com a equipe. De outro lado, essa interação
favorece e complementa o trabalho realizado na escola com as
crianças, na medida em que possibilita que se conheça seus contextos
de vida, os costumes e valores culturais de suas famílias e as
diferenças e semelhanças existentes entre elas e em relação à
proposta.
Se a parceria entre família e escola for formada desde os primeiros
passos da criança, todos terão muito a lucrar. A criança que estiver
bem vai melhorar e aquela que tiver problemas receberá a ajuda tanto
da escola quanto dos pais para superá-los.
Não é sempre que as interferências pedagógicas são bem aceitas pela
família. Isso muitas vezes acaba desestimulando a ação pedagógica e
a dedicação dos educadores. Cabe então aos educadores, criarem na
escola o espaço educativo, onde os pais possam ser orientados e
estimulados a perceberem causas e conseqüências de suas atitudes,
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omissões ou excessos de zelo, em benefício do próprio
desenvolvimento de seus filhos .
Participando da vida escolar os pais começam a valorizar e
reconhecer seu papel, tornando-se agentes de apoio à escola e
permitindo que educar possa ser uma tarefa compartilhada e de
parceria.
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CAPÍTULO IX
O CUIDADO COM O TRABALHO A QUATRO MÃOS
Famílias que dificultam o trabalho dos professores quando nele
intervêm indevidamente, famílias cujos responsáveis não
supervisionam os deveres de sua prole; famílias que não promovem
uma rotina estável para favorecer os estudos; famílias
“desestruturadas”, enfim. Eis o diagnóstico feito por 9,9 entre dez
profissionais da educação para justificar as dificuldades de rendimento
e/ou a indisciplina de grande parte do alunado.
É muito comum ouvir que pais e professores são igualmente
responsáveis pelo aproveitamento escolar dos filhos/alunos.
Entretanto, quatro mãos que atuam juntas apenas nos casos de
êxitos pedagógicos, pois quando há fracasso de alguma ordem as
mãos parentais são as mais responsabilizadas pelos profissionais da
escola.
9.1 Bilhetinhos Pedagógicos
Por meio de bilhetes pedagógicos os pais são convocados a
equacionar situações conflitivas de sala de aula com as quais eles
nada têm a ver diretamente. Em situações extremas, a política da boa
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vizinhança se dissolve e as garras de cada qual se mostram
abertamente.
É necessário ter em mente que há um conflito histórico de fronteiras
entre as instituições família e a escola, cujas funções educativas
algumas vezes se confundem ou sobrepõem. O que as distingue é o
enfrentamento das questões da vida privada com as da vida pública.
Se por um lado, os pais têm a obrigação de delegar a educação formal
(pública) dos filhos aos profissionais responsáveis , por outro os
educadores têm de honrar esse compromisso, evitando a intromissão
abusiva na dinâmica interna das famílias, por mais que se imaginem
convocados a tal.
Se as crianças e jovens não são acolhidos dignamente em
determinada escola, os pais têm o direito e o dever de reivindicar uma
melhor prestação de serviços – seja no ensino oficial, seja no
particular. Não seria assim se fosse com seu filho?
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CAPÍTULO X
COMO ESCOLHER A ESCOLA DE SEU FILHO
Por onde começar , na hora de escolher a escola do seu filho?
Fazendo uma visita e perguntando a linha pedagógica do colégio? E
quando ouvir a resposta “linha piagetiana” ou “construtivista” ou
“jesuítica confessional”, concluir o que?
Então melhor, pensam os pais, é partir para algo mais prático e
observar se as salas de aula são arejadas , se o pátio é aberto e tem
espaço para jogos, se as dependências são limpas. Mas isso vai
garantir um bom ensino?
De fato deve-se valorizar alguns quesitos na hora de optar pela
escola, como currículo, localização, segurança, atividades extra-
curriculares, quadro de professores, espaço físico, linha pedagógica,
serviço médico, número de alunos por turma e relação custo/benefício.
Porém, o mais importante é que os pais participem e formem uma
parceria com a escola, sem relegar a ela toda a educação da criança.
E ainda, saber que tipo de cidadão pretende formar e respeitar as
características do filho.
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Visitar outros colégios é uma ótima oportunidade para as crianças
conhecerem outras realidades.
Uma pergunta-chave para os pais fazerem é: “Quem está no centro
do currículo? “ A resposta deve ser a criança, que precisa ser vista
como um indivíduo e não como mais um aluno entre tantos.
Educação não é transmissão, é troca. Assim, saber se o professor tem
o terceiro grau não é mais relevante do que conhecer as
características pessoais dele para poder avaliá-lo. Não adianta o
educador ter excelente formação e ser péssimo de relacionamento . A
titulação não valerá.
Para isto, os pais precisam estar atentos também para tr6es critérios:
se a escola estimula a idéia de que o professor é educador atento à
formação de valores; se a dimensão afetiva está presente com bom
relacionamento entre professores e alunos; verificar se a escola
investe na formação docente. Não se pode ensinar quem deixou de
aprender.
(vide quadros anexos e 4)
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CAPÍTULO XI
QUANDO A INDISCIPLINA INVADE
A SALA DE AULA
É possível imaginar, ainda nos dias de hoje, que não há relação entre
a aprendizagem e o emocional do aluno?
Muitos dos problemas enfrentados nas escolas, entre eles a
indisciplina, provêm de várias situações sócio-afetivas não resolvidas
no decorrer dos anos e da debilitação que muitas crianças passam a
ter, causando, muitas vezes conseqüências irreversíveis na escola.
Numa sala de aula, as crianças, com frequência, entram em conflito
por uma série de sentimentos que vivenciam em casa, na rua ou na
escola e que se refletem na aprendizagem, às vezes, positivamente e,
às vezes, negativamente.
Deve-se descobrir alternativas ou encontrar a peça que falta nos
esforços para chegar até elas e não transformar o ensino em mais
uma oportunidade perdida de aprender.
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11.1 A Indisciplina como Aliada
São apontados três caminhos a fim de resolver a questão da
indisciplina, transformando-a em aliada: a diferença entre autoridade e
autoritarismo; a importância de compreender a necessidade que o
jovem tem de se expressar e as vantagens de construir pactos com a
garotada.
É impossível falar de indisciplina sem penar em autoridade. E ao falar
de autoridade deve-se fazer uma ressalva: ela não é dada de “mão
beijada”, mas é algo que se constrói. Ameaças e castigos são atitudes
inúteis. O estudante precisa aprender a noção de limite , e isso só
ocorre quando ele percebe que há direitos e deveres para todos, sem
exceção .
Um dos obstáculos mais freqüentes na hora de usar o mau
comportamento a favor da aprendizagem é uma atitude comum a
muitos professores: encarar a indisciplina como agressão pessoal. O
professor precisa desempenhar o seu papel, que inclui disposição
para diálogos sobre objetivos e limitações e para mostrar ao aluno o
que a escola e a sociedade esperam dele.
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De maneira geral, as escolas consideram rebeldia as transgressões às
regras de convivência ou a não adequação a um modelo ideal, seja
em relação ao ritmo de aprendizagem, seja em relação ao
comportamento. O primeiro passo é tomar consciência de que a
inquietação é inerente à idade e faz parte do processo de
desenvolvimento e busca do conhecimento. O segundo, aceitar as
diferenças. “A adolescência, em especial, é a fase de descobrir e
testar limites”.
“Quando há relacionamento afetuoso, qualquer caso pode ser
revertido em pouco tempo”.
(vide anexos 5 e 6 )
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CAPÍTULO XII
APRENDIZAGEM E EMOÇÃO
Seres humanos são seres emotivos e trazem consigo marcas
profundas desde a gestação, que muitas vezes são ignoradas pelos
professores em função do conteúdo que deve ser cumprido no tempo
determinado.
Oportunizar os alunos momentos de relato de sua vida, alegres ou
tristes, são momentos ganhos em relação à aprendizagem.
A emoção se constitui, também, conduta com profundas raízes na vida
orgânica : os componentes vegetativos dos estados emocionais são
também conhecidos.
Wallom nos diz: “A educação da emoção deve ser incluída entre os
propósitos da ação pedagógica, o que supõe o conhecimento íntimo
do seu modo de funcionamento”.
Com a educação emocional, criamos um vínculo afetivo muito grande:
é quando acontece um comprometimento mútuo entre professor e
aluno, respeitando a individualidade de cada um deles enquanto
pessoa.
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As emoções fazem parte do cotidiano das escolas. A todo instante
vivencia-se uma experiência emocional que se manifesta de diversas
maneiras com suas características próprias, mas diferentes no seu
conteúdo. Um exemplo claro é: alguns choram de dor ou tristeza,
outros, de alegria.
Conhecer as próprias emoções, tomar consciência delas em relação a
si mesmo e às outras pessoas, seus motivos, são os primeiros passos
para trabalhar a Educação Emocional com os alunos da escola.
Com diferentes técnicas que são desenvolvidas, os alunos passam a
dar-se conta de que, por meio de pequenas situações, como um
diálogo, um conflito pode ser resolvido.
O professor é o mediador desse processo de aprendizagem, as
relações ensinar e aprender, aprender e ensinar entre professor e
aluno acontecem constantemente. O professor não precisa exercer
uma autoridade explícita. Sua autoridade docente é conquistada pela
sua cidadania, sua liderança e sensibilidade.
Necessita-se de profissionais da educação que possam e saibam
atuar com competência em sua atividade e que também sejam
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apaixonados pelo que fazem e verdadeiros no cumprimento de suas
missões, para tornar possível a construção de um mundo melhor.
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CONCLUSÁO
Parece bastante evidente que existem atitudes das crianças e
adolescentes que precisam e devem ser orientadas e corrigidas. Mas
a importância do limite vai muito além do objetivo de um “bom
comportamento do filho”.
O pode/não pode é um critério estabelecido pelos pais que terá
conseqüências na conceituação de liberdade pessoal.
Colocar limites é cansativo e chato, mais para os pais do que para os
filhos. Exige dos pais muita maturidade para discernir e questionar o
que são preconceitos ou inseguranças pessoais e o que realmente
deve ser inadequado para os filhos.
A postura dos educadores também é decisiva para estabelecer regras
de comportamento: limites.
Pais e professores devem assumir que são autoridades, lembrando
que são modelos de atuação, referência a ser seguida pela criança e
pelo jovem.
Parceria entre família e escola favorece o desenvolvimento infantil.
Assim , pais e professores devem Ter certeza de que o não e o limite
justo só vão trazer segurança e alívio para o filho e o aluno.
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As novas gerações de hoje são a esperança de um mundo melhor, de
uma sociedade mais humana e feliz e consequentemente, menos
violenta e menos egoísta.
O futuro do novo milênio está nas mãos dos pais e professores.
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ANEXOS