Post on 29-Jul-2020
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LINGUAGEM E NEUROCIÊNCIA
Por: Ana Regina Leonardo Gadelha
Orientador
Profa. Marta Relvas
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LINGUAGEM E NEUROCIÊNCIA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Neurociência Pedagógica.
Por: Ana Regina Leonardo Gadelha.
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AGRADECIMENTOS
Aos colegas de turma que somaram
conhecimentos e enveredaram comigo
nesse novo olhar neurocientífico.
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DEDICATÓRIA
A Deus essa força maior que ampara,
protege e direciona qual o melhor
caminho a seguir.
5
METODOLOGIA
Esta pesquisa foi realizada através de revisão bibliográfica com o
objetivo de aprofundar o estudo da neurociência. Bem como, sua relação com
o desenvolvimento da linguagem.
Para tal foi utilizado como referências os pressupostos teóricos de
Roberto Lent, Marta Pires Relvas, Regina Jakubovicz, Regina Meinberg, Jaime
Luiz Zorzi, Paule Aimard.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 7
CAPÍTULO I - Conceito de Neurociência 8
CAPÍTULO II - Desenvolvimento da Linguagem Oral e suas Alterações 12
2.1 - Distinção entre Linguagem, Língua e Fala 12
2.2 - O Aprendizado da Fala 13
2.3 - As Alterações na linguagem Oral 14
2.3.1 - Estágios da Linguagem Oral 15
2.3.2 - Os Distúrbios da Linguagem 16
2.3.3 - As Alterações Secundárias 18
2.3.3.1 – Tipos de Deficiência Auditiva 19
2.3.4 - As Influências Ambientais 21
CAPÍTULO II I - Linguagem e Neurociência 22
3.1 - Evolução Histórica 22
3.2 - O Surgimento da Fala 26
3.3 - A Participação da Audição 27
CONCLUSÃO 29
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 30
ÍNDICE 32
7
INTRODUÇÃO
A neurociência cujo objeto de estudo é o sistema nervoso recebeu este
nome recentemente. No entanto o interesse pelo estudo do cérebro já é tão
antigo quanto à própria civilização.
Os achados arqueológicos apontam numa direção que definem o homo
sapiens neanderthal como a grande marca na evolução das espécies pelo fato
de enterrarem os corpos de seus companheiros, num ritual semelhante ao de
um sepultamento, seus hábitos e costumes aproximam-se de uma conduta
“humanizada” com características tais como as dos dias de hoje.
Conforme foram aprimorando seu modo de ser, seu cérebro começou a
aumentar sendo o passo inicial para o cérebro do homo sapiens sapiens. Junto
com esse desenvolvimento, veio a grande marca que foi o surgimento da
linguagem.
A linguagem também despertou curiosidade nos estudiosos sendo
somente no século XX que surgiu a compreensão da relação entre linguagem
e encéfalo.
Vale à pena ressaltar as contribuições que a fonoaudiologia exerceu na
elaboração do presente trabalho, como sendo esta pertencente ao grupo das
ciências que estudam as funções cognitivas, dentre estas, a Linguagem, que
estuda o processo da comunicação oral.
Das diferentes neurociências, a Neurociência Cognitiva, também
enfatizada neste trabalho, trata das capacidades mentais mais complexas,
típicas do ser humano como a linguagem.
Alterações no sistema nervoso podem levar a defasagens na
comunicação humana.
Atualmente, a Fonoaudiologia tem seu campo reconhecido diante das
Neurociências já que em muitas patologias de fundo neurológico existem o
comprometimento no campo da linguagem, sendo os fonoaudiólogos os
profissionais capacitados para avaliar, acompanhar, orientar, habilitar e
reabilitar essas funções.
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CAPÍTULO I
CONCEITO DE NEUROCIÊNCIA
A neurociência é uma ciência multidisciplinar advinda da comunhão de
outras áreas como a medicina, a biologia, a psicologia, a física, a química, a
matemática, dentre outras, e tem como objeto principal o estudo do sistema
nervoso.
O sistema nervoso é responsável pelo ajustamento do organismo ao
meio ambiente. Sua função é perceber e identificar as condições ambientais.
Bem como, as condições reinantes dentro do próprio corpo e a partir daí
elaborar respostas que o adaptem a essas condições.
O sistema nervoso se divide estruturalmente no sistema nervoso central
e no sistema nervoso periférico.
O sistema nervoso central encontra-se protegido por um arcabouço
ósseo. O encéfalo pelos ossos da caixa craniana e a medula espinhal pelos
ossos da coluna vertebral.
O sistema nervoso periférico é composto pelas raízes nervosas
espinhais e pelos nervos cranianos, gânglios sensitivos espinhais e de nervos
cranianos, plexos, divisões, troncos, nervos periféricos espinhais, nervos
periféricos cranianos e receptores periféricos.
As principais correntes da neurociência são a localizacionista e a
holística ou glóbalistica ou unitarista.
A primeira teve seu início na frenologia de Franz Joseph Gall (1758 -
1828) que acreditava no fato das funções cerebrais, ou seja, suas faculdades
encontrarem-se em áreas circunscritas do cérebro.
Na segunda destaca-se o fisiologista francês Marie-Jean-Pierre Florens
(1794 - 1867) que acreditava na condição de que as funções mentais não
dependiam de áreas particulares do sistema nervoso, porém este funcionava
como um todo, de forma integrada.
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Faz parte do foco da neurociência o estudo das bases biológicas do
sistema nervoso como a consciência, a percepção, a memória e a
aprendizagem.
O sistema nervoso constitui a base física e biológica do processo de
aprendizagem. Bem como, o suporte material do funcionamento intelectual.
O suporte material do funcionamento intelectual surge em 1954 com a
teoria do cérebro triuno de MacLean na qual o cérebro é composto por três
tipos cerebrais de acordo com o processo evolutivo. Sendo eles o arqueocórtex
ou cérebro reptiliano, o paleocórtex ou cérebro emocional ou límbico e o
neocórtex.
O arqueocórtex ou cérebro reptiliano surgiu há cerca de 250 milhões de
anos e controla as funções básicas sensório-motoras, garantindo as relações
com o meio e a adaptação, ou seja, os instintos de sobrevivência.
O paleocórtex ou cérebro emocional ou límbico surgiu com os
mamíferos há cerca de 150 milhões de anos e que tem como função o controle
das emoções primárias como o medo e a fome, do instinto de preservação da
espécie, da memória, do olfato dentre outros.
O neocórtex surgiu com os novos mamíferos há cerca de algumas
centenas de milhares de anos e que representa cerca de 85% da massa
cerebral e que tem como função o controle da cognição, do raciocínio, da
linguagem e da inteligência.
O cérebro não é um computador. Suas conexões neuronais são livres,
flexíveis, sobrepostas, como que uma teia. Por ser um sistema que se auto-
regula não pode funcionar como um computador que tem seu processamento
feito de forma linear ou paralela.
O cérebro ao longo da vida vai se alterando conforme vai sendo
estimulado pelo uso. A concentração mental e as demandas para sua
utilização alteram a estrutura física do cérebro, que são feitas através da
Neuroplasticidade.
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O ser humano tem cerca de 100 bilhões de neurônios que se conectam
entre si através das sinapses. Estas conexões são incalculáveis e complexas
podendo ter seu padrão alterado conforme o uso do cérebro.
As pesquisas científicas sobre a função neural começaram no final do
século XIX. A partir da década de 1970 foram desenvolvidas novas técnicas de
exames laboratoriais que viabilizaram a produção de imagens claras da
medula espinhal e do encéfalo em indivíduos vivos, não sendo estas
neuroimagens ofuscadas pelo arcabouço ósseo.
As técnicas de aquisição de imagens fornecem informações tanto
fisiológicas quanto patológicas das áreas examinadas.
A tomografia computadorizada axial (TCA), a tomografia por emissão de
pósitrons (PET) e a aquisição de imagens por ressonância magnética (RM)
usam toda a analise computadorizada para produzir uma imagem do sistema
nervoso.
As abordagens atuais de investigação do sistema nervoso abrangem
diversos níveis de análise como:
- As Neurociências Moleculares tem como função a investigação
química e física envolvida na função neural como os estudos das trocas iônicas
necessárias para que uma célula nervosa possa conduzir informações de uma
parte do sistema nervoso para outra e da transferência química de informações
entre células nervosas.
As alterações químicas e elétricas nas células do sistema nervoso
viabilizam diferentes funções como a sensação, o movimento, a compreensão,
o planejamento, o relacionamento e outras.
- As Neurociências Celulares tem como objetivo distinguir e verificar
como é o funcionamento dos diferentes tipos de células do sistema nervoso.
Fazem parte das questões ao nível celular saber como é o processamento e
transmissão de informações entre neurônios e os papeis de células não-
neurais no sistema nervoso.
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- As Neurociências de Sistemas tem como objetivo investigar os grupos
de neurônios que realizam a mesma função dentro do encéfalo. Este tipo de
análise estuda as conexões ou circuitos do sistema nervoso, como o sistema
proprioceptivo e o sistema motor.
O sistema proprioceptivo transmite informações da posição e do
movimento do sistema músculo-esquelético para o sistema nervoso e o
sistema motor controla os movimentos.
- As Neurociências Comportamentais tem como objetivo estudar a
interação entre os sistemas que influenciam o comportamento. Como descobrir
de que maneira os sistemas neurais trabalham, se existem diferentes formas
de memória, se o sistema neural é responsável pelos comportamentos de cada
gênero, dentre outros.
- Neurociência Cognitiva tem por objetivo compreender os mecanismos
neurais responsáveis pelas atividades mentais do homem como o
pensamento, a consciência, a imaginação, o aprendizado, a memória e a
linguagem. Um tipo de análise ao nível cognitivo são os estudos do
planejamento, do uso da linguagem, das diferenças entre a memória para
eventos específicos e a memória para a execução de habilidades motoras.
A função da linguagem como objeto alvo do presente trabalho será vista
a seguir.
12
CAPÍTULO II
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL E SUAS
ALTERAÇÕES
A linguagem está presente nos seres humanos e é o seu grande
diferencial entre as demais espécies. É uma função superior do cérebro cujo
desenvolvimento se da em uma estrutura anatomofuncional em conjunto com
os estímulos fornecidos pelo meio que cerca o sujeito.
A base da comunicação social é estabelecida com o emprego da
linguagem sendo esta de suma importância para a manutenção da estrutura
social e da transmissão da cultura entre múltiplas gerações.
A linguagem também participa dos processos cognitivos, como o
pensamento, a abstração, a formação de conceitos, o planejamento, o
raciocínio, a recordação, o julgamento, a solução de problemas, dentre outros.
Como resultado da aquisição da linguagem há um progresso nas
capacidades cognitivas da criança e que vão se expandindo conforme seu
vocabulário também vai aumentando.
2.1 – Distinção entre Linguagem, Língua e Fala
A linguagem, sob a ótica chomskiana, é a capacidade inata que todo ser
humano tem de se comunicar, o que, dentro do processo comunicativo, pode
ocorrer através dos múltiplos códigos de línguas ou por canais.
A noção de língua, para Saussure, consiste em um conjunto de signos
linguísticos, enquanto Chomsky define língua como o conjunto infinito de
frases, regido por um número finito de regras.
É através da língua que as linguagens se manifestam, fundamentando-
se o que é a competência linguística de um falante, ou seja, a capacidade que
o indivíduo tem de produzir e compreender a sua língua materna ou outro
idioma.
13
A fala é bem mais restrita e está ligada ao desempenho linguístico que
cada indivíduo tem dentro de uma língua. Todo falante executa sua fala de
forma diferenciada o que leva a uma dificuldade do estudo científico de todas
as falas existentes.
No que diz respeito às formas pelas quais um falante desenvolve a
linguagem, existem três abordagens distintas: a behaviorista, a inatista e a
interacionista.
A teoria behaviorista acredita que o conhecimento é adquirido através
de experiências adquiridas a partir de vivencias com o meio, surgindo daí as
idéias, cabendo a mente a organização das idéias.
A teoria inatista acredita que o papel mais importante do pensamento é
a mente e que as idéias são inatas, dando pouco valor as experiências
A teoria interacionista acredita que mente e experiência não podem ser
separadas, pois as duas interagem no processo de desenvolvimento do código
lingüístico.
2.2 - O aprendizado da Fala
A criança aprende a falar a partir das observações em que envolve a
escuta desencadeando imitações que externaliza no mundo que a cerca.
A fala não é um ato mecânico, pois envolve um raciocínio no seu
aprendizado, exercendo a mente grande contribuição para o desenvolvimento
linguístico.
A criança quando começa a falar não consegue emitir todos os fonemas
corretamente por não possuir habilidade e estruturação motora satisfatória
para tal execução. Gradativamente ela vai adquirindo uma maior habilidade
para falar, mesmo assim comete falhas na emissão de palavras e frases. No
entanto, quando ela chega por volta dos três ou quatro anos de idade
consegue atingir toda a estrutura gramatical de sua língua.
Schneider, Castilho F. no artigo Aquisição da Linguagem Oral e Escrita
retirado do site http://www.ulbra.br/letras/files/aquisicao-da-linguagem-oral-e-
escrita.pdf da Universidade Luterana do Brasil refere que a teoria behaviorista
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auxilia em questões normativas como as regras gramaticais, concordância,
mas não são suficientes para abraçar todos os problemas linguísticos que
surgem.
Continua afirmando que a teoria inatista que é alicerçada no
pensamento chomskiano, contrapõe a teoria comportamentalista. Esta afirma
que o ser humano nasce com a capacidade e a competência para se
comunicar verbalmente, sendo essa alimentada e enriquecida pelas palavras e
frases que o indivíduo ouve ao longo de sua vida.
A linguagem se desenvolve a partir da inter-relação que se estabelece
entre a criança e o adulto, ocorrendo nesta uma mutua cooperação, onde há a
facilitação por parte do adulto e a produção pela criança, realizando então um
processo de união mente e experiência no processo de desenvolvimento do
código linguístico por parte da criança.
Para os interacionistas, a aprendizagem linguística da criança ocorre
tanto pela interação quanto pelo empenho da mente onde é valorizada a língua
que ela ouve e a que ela produz. A ênfase desse processo não está nas
estruturas sintáticas, mas na semântica, razão pela qual o desenvolvimento
cognitivo liga-se ao desenvolvimento linguístico, uma vez que a criança se
apóia no cognitivo para mapear os significados.
Schneider, Castilho F. no artigo Aquisição da Linguagem Oral e Escrita
retirado do site http://www.ulbra.br/letras/files/aquisicao-da-linguagem-oral-e-
escrita.pdf da Universidade Luterana do Brasil diz que há dois fatores que
fundamentam o desenvolvimento cognitivo. O primeiro é constituído pelos
esquemas inatos da cognição que contribuem para a ampliação da capacidade
de interpretar e comunicar, enquanto o segundo baseia-se nos esquemas
inatos de aquisição gramatical.
Conclui ele que é neste ponto que inatismo e interacionismo se fundem,
para responder pelo desenvolvimento das capacidades perceptivas e das que
auxiliam no processamento e na organização das informações.
2.3 – As Alterações na Linguagem Oral
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A linguagem começa a se desenvolver antes do nascimento do bebê,
pois dentro do útero o bebê sente e ouve a voz da mãe. Após o nascimento o
bebê se comunica através do choro, sorriso, olhar e gestos. Os adultos podem
colaborar para o desenvolvimento da linguagem da criança não falando com
ela de forma infantilizanda, falando corretamente as palavras para a criança ter
um modelo correto.
A comunicação oral utiliza áreas do córtex cerebral sendo o hemisfério
esquerdo responsável pelas habilidades de linguagem.
Na área posterior ou de Wernicke ocorre à recepção dos
sinais sonoros que codificam a palavra e a comparação com os dados de
linguagem armazenados para que o indivíduo possa interpretar o significado.
Sendo depois enviada para as áreas anteriores que são a área de Broca e o
córtex motor suplementar, através do fascículo arqueado.
Na área de Broca há a ativação dos programas motores especializados
para o controle da formação de palavras sendo transmitidos para o córtex
motor a fim de controlar os músculos da fonação e articulação da fala.
A especialização hemisférica para a linguagem começa antes do
nascimento, mas a função de programação da linguagem dá-se de maneira
contínua, através dos anos.
No Retardo de Linguagem é observado que a utilização da linguagem
oral que a criança emprega para se comunicar encontra-se com prejuízo,
estando defasada para a faixa etária que se encontra.
2.3.1 - Os Estágios da Linguagem Oral
Como já foi abordado anteriormente a criança começa a se comunicar
com o meio que a cerca logo nos primeiros meses de vida.
Os estágios de expressão da linguagem e desenvolvimento da fala são:
• de 0 a 8 semanas: choro reflexo e sons vegetativos;
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• de 2 a 6 meses: monossílabos e sons vogais;
• de 6 a 8 meses: polissílabos e balbucio;
• de 12 a 18 meses: primeiras palavras verdadeiras são usadas,
imitação de sons, usa até 20 palavras;
• de 18 a 24 meses: são usadas poucas palavras-frases,
vocabulário contendo aproximadamente 200 palavras. As
crianças conectam palavras em frases;
• de 24 a 36 meses: formam sentenças combinando 3 a 5 palavras,
usa plurais;
• de 36 a 48 meses: clara sintaxe, vocabulário de até 1.000
palavras, fala completamente inteligível. A criança usa 90% dos
conceitos gramaticais corretamente;
• aos 5 anos: repertório de 6.000 a 10.000 palavras;
• aos 7 anos: reprodução correta de todos os sons da fala.
Embora a aquisição da linguagem e da comunicação desenvolva-se
segundo essas etapas, o ritmo de progressão pode divergir de caso a caso,
podendo-se esperar uma variação normal de até seis meses de individuo para
individuo.
3.3.2 - Os Distúrbios da Linguagem
Alguns sinais numa criança devem ser observados para que seja
possível perceber a presença de alguma falha no desenvolvimento de sua
linguagem, tais como: nenhuma palavra emitida até os 18 meses; não
colocação de duas palavras juntas aos 2 anos; ausência de desempenho
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imitativo e simbólico aos 2 anos; não formação de sentenças aos 3 anos;
discurso incompreensível aos 3 anos.
Vitto, M. e Feres, M. em Distúrbios da Comunicação O Oral em Crianças
retirado do site http://www.fmrp.usp.br/auditivo/disturbios_comunicacao.php da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,
concluíram que:
Os distúrbios do desenvolvimento da fala e/ou linguagem podem ser
classificados em orgânicos e não orgânicos. Nos orgânicos, ocorrem uma falha
nos órgãos periféricos e/ou no sistema nervoso central. Já nos não orgânicos
envolvem questões ambientais e emocionais.
O principal problema do falante tardio parece estar no domínio
da formulação da linguagem, que tem sido visto como um processo superior ou
cognitivo, enquanto a execução é um processo inferior ou motor.
Lesões no sistema nervoso central, no sistema nervoso periférico ou por
anormalidades estruturais, podem levar uma característica anormal de fala,
embora a linguagem possa estar normal.
Atrasos da linguagem podem ocorrer devido a vários problemas, tais
como: retardo mental, perda auditiva, atraso na maturação, desordem
expressiva da linguagem - afasia, bilinguismo, autismo, mutismo eletivo,
paralisia cerebral e deprivação psicossocial.
Estudos descrevem como sendo a perda auditiva e o
retardo mental as duas causas mais frequentes de dificuldade na aquisição da
linguagem e/ou fala.
As habilidades da linguagem e fala dependem da integridade
neuromuscular, do sistema sensorial, das influências do meio e das condições
emocionais da criança; desta forma, além dos fatores maturativos, torna-se
indispensável uma relação adequada e efetiva da criança com o ambiente com
o qual ela interage.
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Vários autores utilizam o termo Impedimentos Específicos da Linguagem
(Specific Language Impairments – SLI) quando se referem a crianças com
distúrbios da linguagem cujas dificuldades são específicas dos aspectos
linguísticos, isto é, a alteração da linguagem é primária e não decorrente de
uma outra alteração, como deficiência mental, deficiência auditiva, entre
outras.
Em relação aos quadros de SLI, é importante a diferenciação entre
retardo e distúrbio da linguagem. Para que uma criança seja considerada como
portadora de retardo da linguagem é necessário que ela apresente
comportamentos específicos da linguagem ou que estes se desenvolvam de
forma lenta, porem a criança adquire os comportamentos
na mesma sequência observada no desenvolvimento de uma criança “normal”,
e o grau de retardo é praticamente o mesmo para todos os fatores e aspectos
da linguagem.
No caso do distúrbio da linguagem faz-se necessário um desvio do
padrão usual de aquisição de um ou mais de seus aspectos, em graus
variados, interrompendo a seqüência normal do desenvolvimento.
2.3.3 – As Alterações Secundárias
É possível observar que as alterações da fala e/ou da linguagem podem
ser desencadeadas por questões de natureza secundárias, como ocorre com a
perda auditiva.
A audição é um viabilizador do processo de aprendizagem da linguagem
oral. Nesse processo imitativo a criança aprimora a qualidade de suas
produções e favorece o relacionamento desta com o meio
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No período gestacional a audição já começa a se aprimorar através do
diálogo estabelecido entre mãe e bebe. Bem como, pela escuta deste dos
órgãos internos da mãe.
A deficiência auditiva quando instalada na fase pré-lingual, ou seja,
quando a criança nasce surda ou quando esta ocorre antes dela começar a
falar, compromete de forma grave a aquisição da linguagem oral, prejudicando
totalmente sua comunicação.
Quando tal deficiência ocorre na fase pós-lingual, ou seja, em crianças
após a aquisição da fala ou mesmo quando já estão com uma idade maior,
também ocorre o comprometimento da linguagem acompanhada de regressão
das suas habilidades de comunicação oral.
Logo é possível constatar que quanto mais cedo a criança for acometida
de problemas auditivos maior será o comprometimento na aquisição das
habilidades de linguagem e fala, já que há perda do feedback auditivo que
contribui com a alteração da elaboração e emissão da fala sendo o primeiro
ano de vida o período das grandes discriminações e as produções sonoras.
2.3.3.1 – Tipos de Deficiência Aditiva
• Deficiência Auditiva Condutiva
• Deficiência Auditiva Sensório-Neural
• Deficiência Auditiva Mista
• Deficiência Auditiva Central / Disfunção Auditiva Central / Surdez Central
Deficiência Auditiva Condutiva
A deficiência auditiva condutiva ocorre quando a perda de capacidade
auditiva pode ser causada por doenças ou obstruções existentes no ouvido
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externo ou no ouvido interno. A surdez condutiva pode ter origem numa lesão
da caixa do tímpano ou do ouvido médio.
Deficiência Auditiva Sensório-Neural
A perda auditiva neurosensorial ocorre quando as células ciliadas da
cóclea ficam prejudicadas e o som não consegue atingir o centro do
processamento auditivo. Uma vez que as células ciliadas foram perdidas não
há como recuperá-las, o que torna este tipo de perda permanente.
Deficiência Auditiva Mista
Na deficiência auditiva mista encontra-se uma lesão no aparelho de
transmissão e no de recepção, havendo alteração na condução do som até ao
órgão terminal sensorial ou do nervo auditivo.
A surdez mista ocorre quando há ambas as perdas auditivas: condutivas
e neurossensoriais.
Deficiência Auditiva Central / Disfunção Auditiva Central / Surdez
Central
A deficiência auditiva Central, Disfunção Auditiva Central ou Surdez
Central não é, necessariamente, acompanhada de uma diminuição da
sensibilidade auditiva. Contudo manifesta-se por diferentes graus de
dificuldade na percepção e compreensão das quaisquer informações sonoras.
Este tipo de deficiência é determinado por uma alteração nas vias
centrais da audição. Isto acontece devido as alterações nos mecanismos de
processamento da informação sonora no tronco cerebral, ou seja, no Sistema
Nervoso Central.
Quaisquer que sejam as razões que levem a uma deficiência auditiva
podem levar a alterações no desenvolvimento da linguagem oral e/ou da fala.
21
2.3.4 - As Influências Ambientais
É relevante considerar que além das perdas auditivas as influência
ambientais ou sociais interferem negativamente no desenvolvimento da fala e
da linguagem.
A criança pertencente a um ambiente que a estimule, que propicie a ela
grande experiência verbal tanto com outros adultos quanto com outras crianças
terá seu desenvolvimento da fala estimulado.
22
CAPITULO III
LINGUAGEM E NEUROCIÊNCIA
O cérebro possui grande participação na produção da linguagem e o
questionamento sobre sua atuação começou a surgir em função de
observações e de estudos feitas da fala.
No cérebro existem estruturas anatômicas e funcionais que em
conjunção com o meio ambiente, tanto social quanto linguístico, viabilizam o
desenvolvimento da linguagem.
3.1 – Evolução Histórica
No século XVIII o cérebro era considerado como uma massa
homogênea cuja função seria a de distribuir energia vital, que era canalizada
pelos nervos, para todo o corpo.
Os estudos do cérebro no século XIX estão marcados pela questão
localizacionista em que há a crença de que o tipo e intensidade das doenças
estão ligados ao local e tamanho das lesões na massa encefálica.
Joseph Gall (1758 - 1828) no início do século XIX formulou uma nova
doutrina em que concluiu que o cérebro era feito de um mosaico de órgãos
justapostos, em que cada um constituía a base do outro e que a memória
verbal situava-se em seus lobos anteriores.
Gall e Spurzheim (1776 - 1832) estudaram funções da fala localizadas
no lobo frontal.
Jean Baptiste Bouillaud (1796 - 1881) em 1825 afirmou que a partir dos
sintomas que uma doença provocava num individuo poderia se concluir em
que local estaria localizada a lesão em seu cérebro. Ele localizou que em parte
dos lobos frontais localizava-se o controle dos movimentos necessários à fala.
Marc Dax (1771 - 1837) em 1836 percebe a relação entra as afasias e a
lesão no hemisfério esquerdo. Afirmando que a perda da fala estaria associada
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a uma hemiplegia direita, verificando que as lesões ocorridas no hemisfério
esquerdo causavam um grave distúrbio da capacidade lingüística, levando os
pacientes à incapacidade para falar.
Pierre Paul Broca (1824 - 1880) em 1861 concluiu a partir de estudo de
casos clínicos que o centro da fala articulada estaria situado na parte posterior
da terceira circunvolução frontal.
Com sua descoberta, Broca criou fama e se destacou como uma figura
proeminente na história da medicina e das neurociências, sendo seu achado
atualmente conhecido como área de Broca.
Para ele os fundamentos da fala eram constituídos por uma idéia, uma
conexão e uma converção estabelecidas entre a idéia e a palavra, uma arte
que combinava os movimentos dos órgãos articulatórios para a emissão de
uma palavra e a função dos músculos dos órgãos de articulação.
Chamou à perda de idéia de alogia, a perda das conexões e das
conversões de amnésia verbal, a perda da arte de combinar o movimento dos
órgãos articulatórios para determinada palavra de afemia e a perda da função
dos músculos dos órgãos da articulação de alalia mecânica.
Armand Trousseau (1801 - 1867) em 1864 discordando do termo
utilizado por Broca, propôs o termo afasia, que significa a perda da memória da
palavra.
Carpenter em 1978 considera que a Área de Broca situa-se no córtex no
giro frontal inferior ocupando toda a porção opercular e parte da porção
triangular.
A patologia decorrente de uma lesão na parte inferior da terceira
circunvolução frontal do hemisfério esquerdo é chamada de Afasia de Broca,
sendo considerada como uma afasia não fluente, na qual não há linguagem
expressiva e o paciente apresenta fala laboriosa, dentre outras manifestações
linguísticas.
Carl Wernicke (1848 - 1905) em 1874 acreditava que a parte anterior do
cérebro era responsável pelos movimentos e a parte posterior pelas
impressões sensoriais. Localizou a área auditiva da fala na primeira
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circunvolução temporal esquerda, destacando que uma lesão nessa área
implica em perda da compreensão da linguagem.
Ele postulou a existência de um outro tipo de afasia, chamada de afasia
de condução em que é resultante de uma lesão nas fibras associativas que
ligavam a área Temporal 1 a Frontal 3.
A área auditiva da fala, o armazenamento da imagem sonora, foi
batizada pelos seus sucessores como área de Wernicke.
Notou que lesões na região posterior esquerda do giro temporal superior
resultavam em déficits na compreensão da linguagem e a síndrome associada
é denominada afasia de Wernicke.
Estando essa área comprometida, os sujeitos teriam dificuldades para
compreender a linguagem verbal, já que haveria uma interrupção das fibras
nervosas das conexões, bloqueando a chegada das informações às áreas
associativas. A produção estaria relativamente preservada, desde que as áreas
motoras não estivessem afetadas.
Carpenter em 1978 definiu que a Área de Wernicke, também conhecida
como área posterior da linguagem, como sendo uma região situada na primeira
circunvolução temporal esquerda na conjunção entre os lóbulos temporal e
parietal, correspondendo à parte mais posterior da área 22 de Brodmann.
Wernicke constatou que a lesão na área que hoje leva seu nome resulta
na perda da capacidade de compreensão das palavras e frases das línguas
faladas pelos pacientes, sendo chamada de afasia de Wernicke ou sensorial.
As lesões na área de Wernicke resultam em uma afasia fluente, mas
com déficit de compreensão.
Henry C. Bastian (1837 - 1915) disse para explicar a desintegração da
linguagem nas afasias que a junção da linguagem era realizada pela união de
quatro centros especializados que é o centro visual verbal, o centro auditivo
verbal, o centro glossocinestésico que é responsável pelo movimento dos
lábios, da língua e da laringe, e o centro quirocinestésico que é o responsável
pelos movimentos das mãos.
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Bastian deu importância ao centro auditivo verbal dizendo que as
palavras seriam evocadas através das impressões sonoras que entravam,
estando este localizado na primeira circunvolução temporal.
Jean-Martin Charcot (1825 - 1893) em 1885 fundou uma escola
chamada de associacionismo estremado. Ele acreditava que a imagem do
objeto estava ligada a idéia do objeto, havendo uma independência entre a
idéia e a palavra mantendo uma relação funcional entre elas.
O centro de idéias recebeu o nome de Sino de Charcot. Este é
composto pelo centro auditivo comum, pelo centro auditivo das palavras, pelo
centro da linguagem articulada, pelo centro visual comum, pelo centro visual
das palavras e pelo centro da linguagem escrita.
Quando ocorrem lesões no centro visual das palavras, no centro auditivo
das palavras, no centro da linguagem articulada e no centro da linguagem
escrita ocorrem segundo ele afasias que são a cegueira verbal, a surdez
verbal, a afemia e a agrafia.
Em 1906 Pièrre Marrie chamou o período associacionista de período
geométrico da afasia e realizou uma abordagem holística da função da
linguagem. Ele mantinha a opinião de que a verdadeira afasia não se
caracteriza pela ausência da elocução, mas por um distúrbio da compreensão.
Broadbent, Kussmaul e Lichtein pertencentes ao período associacionista
também escreveram trabalhos de grande valor.
Déjenire se opôs a idéia de centros especializados gerando afasias
puras. Segundo ele não existia um centro puramente gráfico ou puramente
visual. Para ele só existiam dois tipos de afasia: a motora de Broca e a
sensorial de Wernicke.
Em 1888 Hughlings Jackson desenvolveu uma concepção na qual a
noção de centro e conexões teria uma importância secundaria. Para ele o ato
de falar era físico.
Muitos outros estudiosos surgiram após Broca e Wernicke sendo
possível aumentar os conhecimentos sobre a afasia. É de grande importância
o fato de que vários autores concordaram que quando ocorre algum tipo de
lesão perto da área de Broca e da área pré-central produzira
26
comprometimentos motores da fala e quando a lesão for próxima da junção do
lobo parietal, temporal e occipital afetará a leitura e escrita que é o alvo desta
pesquisa.
3.2 - O Surgimento da Fala
Para que a fala possa ocorrer é necessário à elaboração de um
pensamento pré-linguístico, sendo o cerebelo responsável pela sequenciação
dos movimentos na fala e pela monitoração da fonação.
Faz-se também necessário que inicialmente haja uma seleção de signos
linguísticos, que é a palavra e que esta por sua vez tenha a capacidade de
exprimir o pensamento. Depois ocorre uma seleção de padrões sensório-
motores que correspondem ao ato da articulação verbal.
É sabido que a principal área cortical responsável pelo controle da
fonação é chamada de Área de Broca.
A motricidade oral que compreende a musculatura orofacial constituída
pelos músculos da face, da língua, da faringe e do laringe são controlados
pelos nervos cranianos trigêmeo, facial, hipoglosso e acessório.
Os atos motores da fonação são organizados pelo córtex pré-motor, ou
seja, pela área de Broca que controla o córtex motor associado à musculatura
dos órgãos fonoarticulatórios. Portanto, o papel da área de Broca é organizar
os atos motores para que sejam produzidos os fonemas que constituem
palavras e consequentemente uma frase.
Parte desta informação é enviada ao mesmo tempo em que é
transmitida para os núcleos dos nervos cranianos anteriormente citados.
Na fonação é necessário que circuitos neurais sejam acionados para
que participem do movimento automatizado da mandíbula, dos lábios, da
língua, das bochechas, dos músculos do tórax e do diafragma. Para isso é
necessário que os núcleos de base constituídos pelo Globo Pálido, pela
Substância Negra, pelo Núcleo Rubro e pelo Núcleo Caudado, que são
estruturas sub-corticais que controlam o automatismo motor, participem.
27
A programação fonética da área de Broca é transmitida também ao
córtex motor através desses núcleos.
Para que a fonação ocorra faz-se necessário um conjunto de
procedimentos como a definição do ponto articulatório dos diferentes fonemas,
quais os movimentos necessários que os órgão fonoarticulatório necessitam
executar para sua produção, a duração da execução fonêmica e a emissão
vocal.
A área de Broca é encarregada da organização fonética da fala e está
localizada, como já foi referido anteriormente, no hemisfério esquerdo.
As áreas encarregadas da organização da prosódia como a entonação,
a segmentação supra-fonética, a modulação emocional, dentre outras estão
localizadas no córtex frontal direito.
O hemisfério esquerdo e o direito trocam informações através do corpo
caloso para que com isso possa haver integração entre a programação
fonética e a prosódia, permitindo que um mesmo fonema possa ser produzido
de maneira diferenciada em função do contexto e do conteúdo afetivo em que
ele será emitido, sendo esse um processo que dificulta o reconhecimento dos
fonemas produzidos pelo falante, realizado pelo córtex auditivo e verbal do
ouvinte.
Com o exposto acima é possível concluir que se encontra neste
processo uma das possíveis razões das trocas fonêmicas que pode resultar
nas dislalias.
3.3 - A Participação da Audição
A audição está envolvida nos processos de aquisição da linguagem oral
e escrita. O sistema auditivo se desenvolveu como um sistema de receptores
para medir a frequência e a amplitude das variações energéticas carregadas
de oscilações moleculares propagadas pelo ar.
O ouvido humano está em sua maior parte contido no osso temporal
que está localizado no crânio, tendo como principais funções a audição e o
equilíbrio. O ouvido é constituído pela orelha externa, orelha média e orelha
28
interna, sendo esta última composta pelo labirinto e a cóclea, onde estão
localizadas as células sensoriais.
As células sensoriais funcionam como receptores de frequências sendo
cada fonema caracterizado por um conjunto definido de frequências, que são
chamados de formantes.
Cada fonema estimula um grupo de receptores distribuídos em várias
regiões da cóclea, que são peculiares a este fonema.
Logo os sons são decompostos em frequências básicas na cóclea,
depois as relações significativas são processadas entre as diversas
frequências em um complexo de neurônios do sistema nervoso central.
Os neurônios distribuídos no tronco cerebral, entre os núcleos cocleares
e os colículos superiores, especializam-se em reconhecer características dos
fonemas utilizados pelas diferentes línguas humanas.
Os neurônios do tronco cerebral são ativados por características que
são particulares de cada fonema. No núcleo geniculado medial são recebidas
informações do tronco cerebral, no qual os fonemas foram identificados para o
reconhecimento de radicais de palavras, prefixos nominais, conjugações
verbais, dentre outros. Em sequência, os neurônios talâmicos transferem os
resultados do processamento realizado para o córtex auditivo.
O cérebro também executa a função de ligar o som que entra pelos dois
e testar as diferenças nos sons ouvidos através dos corpos olivares.
Toda esta estrutura existente no tronco cerebral se configura como um
sistema difuso ascendente capaz de se comunicar com partes do córtex
cerebral especialmente voltada para a atenção, memória e aprendizagem.
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CONCLUSÃO
De acordo com o levantamento histórico e conceitual realizado a cerca
da neurociência, foi possível verificar que várias estruturas cerebrais são de
fundamental importância para o funcionamento linguagem oral. Bem como,
para o melhor entendimento das alterações de tal natureza.
O conhecimento de tais estruturas por parte do profissional
Fonoaudiólogo amplia as possibilidades de intervenção terapêutica nos
indivíduos portadores de alterações da linguagem, como também favorece a
detecção de possíveis desvios o longo do desenvolvimento.
O resultado esperado após a elaboração do presente trabalho foi de
grande valor acadêmico, pois ampliou os conhecimentos aprofundando
conteúdos e chegando a conclusão que de fato a neurociência é um grande
alicerce para a teoria do desenvolvimento da linguagem oral.
30
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO 03
DEDICATÓRIA 04
METODOLOGIA 05
SUMÁRIO 06
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I
Conceito de Neurociência 08
CAPÍTULO II
Desenvolvimento da Linguagem Oral e suas Alterações 12
2.1 - Distinção entre Linguagem, Língua e Fala 12
2.2 - O Aprendizado da Fala 13
2.3 - As Alterações na linguagem Oral 14
2.3.1 - Estágios da Linguagem Oral 15
2.3.2 - Os Distúrbios da Linguagem 16
2.3.3 - As Alterações Secundárias 18
2.3.3.1 – Tipos de Deficiência Auditiva 19
2.3.4 - As Influências Ambientais 21
CAPÍTULO II - Linguagem e Neurociência 22
2.1 - Evolução Histórica 22
2.2 - O Surgimento da Fala 26
2.3 - A Participação da Audição 27
CONCLUSÃO 29
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 30
INDICE 32
33
FOLHA DE AVALIAÇÃO 33