Post on 11-Nov-2018
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
ANTONIO JACKSON FORTE BELEZA
PERFIL DE SENSIBILIDADE DE ENTEROBACTÉRIAS EM
CANÁRIOS BELGAS (Serinus canaria, Linnaeus, 1758) DA REGIÃO
NORDESTE DO BRASIL
FORTALEZA-CEARÁ
2017
ANTONIO JACKSON FORTE BELEZA
PERFIL DE SENSIBILIDADE DE ENTEROBACTÉRIAS EM
CANÁRIOS BELGAS (Serinus canaria, Linnaeus, 1758) DA REGIÃO NORDESTE
DO BRASIL
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
Acadêmico em Ciências Veterinárias do
programa de Pós-graduação em Ciências
Veterinária da Faculdade de Veterinária da
Universidade Estadual do Ceará, como requisito
parcial para obtenção do titulo de Mestre em
Ciências Veterinárias. Área de concentração:
Reprodução e sanidade animal. Linha de
Pesquisa: Sanidade de aves.
Orientador: Prof. Dr. William Cardoso Maciel
FORTALEZA-CEARÁ
2017
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Estadual do Ceará
Sistema de Bibliotecas
Beleza, Antonio Jackson Forte.
Perfil de sensibilidade de enterobactérias em
canários belgas (Serinus canaria, Linnaeus, 1758) da
região nordeste do Brasil [recurso eletrônico] /
Antonio Jackson Forte Beleza. - 2017.
1 CD-ROM: il.; 4 ¾ pol.
CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do
trabalho acadêmico com 78 folhas, acondicionado em
caixa de DVD Slim (19 x 14 cm x 7 mm).
Dissertação (mestrado acadêmico) - Universidade
Estadual do Ceará, Faculdade de Veterinária,
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Fortaleza, 2017.
Área de concentração: Reprodução e Sanidade
Animal.
Orientação: Prof. Dr. William Cardoso Maciel.
Coorientação: Prof. Ph.D. Régis Siqueira de Castro Teixeira.
1. Serinus canaria. 2. Escherichia coli. 3. Isolamento de enterobactérias. 4. Antibiograma. 5.
APEC. I. Título.
ANTONIO JACKSON FORTE BELEZA
PERFIL DE SENSIBILIDADE DE ENTEROBACTÉRIAS EM
CANÁRIOS BELGAS (Serinus canaria, Linnaeus, 1758) DA REGIÃO NORDESTE
DO BRASIL
Dissertação apresentada ao curso de Mestrado
Acadêmico em Ciências Veterinárias do
Programa de Pós- Graduação em Ciências
Veterinárias da Faculdade de Veterinária da
Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Mestre em Ciências Veterinárias. Área de
concentração: Reprodução e sanidade animal.
Linha de Pesquisa: Sanidade de aves.
Aprovada em: 21 /07 / 2017
BANCA EXAMINADORA
Dedico primeiramente a Deus. A minha
mãe, Maria de Fatima Forte Beleza, que
me apoiou durante todos os momentos
bons e ruins do mestrado, ao meu Pai, já
falecido, Antonio Fernando dos Santos
Pinheiro, por sempre acreditar em meus
sonhos e querer sempre o meu melhor. A
minha Tia, Maria Jozeneide Forte Aguiar
por favorecer meu crescimento
profissional. Ao meu irmão, Francisco
Jefferson Forte Beleza e a toda minha
família.
AGRADECIMENTOS
Á Deus por me dar toda a energia necessária para realização deste projeto, e favorecer a
conclusão do mestrado.
Agradeço à Universidade Estadual do Ceará (UECE), principalmente ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Veterinárias (PPCGV), juntamente com seu corpo docente e
funcionários pelo profissionalismo e integridade demonstrados em todo o momento em que
pude conviver com essas pessoas.
Ao Laboratório de Estudos Ornitológicos (LABEO) pela oportunidade que me concedeste
para realização da pesquisa científica, possibilitando o meu crescimento profissional e
pessoal. Em especial ao meu orientador, Prof. Dr. William Cardoso Maciel por me aceitar
como aluno de mestrado e pelo apoio que me concedeu a oportunidade de realizar o mestrado
e de conhecer esse mundo da canaricultura no Ceará.
Ao Laboratório de Toxinologia Molecular (LTM) da Universidade Federal do Ceará que
muito contribuiu para os ensinamentos moleculares dos micro-organismos isolados no
presente estudo. Ao professor Alexandre Havt pela oportunidade que nos foi concedida para
realizar nossos trabalhos em seu laboratório. A Mariana Duarte Bona pela paciência,
competência em nos ensinar os primeiros passos dos estudos moleculares.
A FUNCAP (Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico),
pelo apoio financeiro com a manutenção da bolsa de auxílio durante os cursos de mestrado,
contribuindo para uma fase importante em minha vida. A Fundação Oswaldo Cruz, onde a
amostra de Salmonella spp. foi sorotipada.
Ao meu amigo co-orientador Regis Siqueira de Castro Teixeira que com sua admirável
paciência e tranquilidade sempre que esteve do meu lado em todos os momentos me apoiando
e aconselhando para que tudo desse certo, essa foi a melhor orientação acadêmica que tive e
tenho a todo o momento, obrigado por tudo.
A minha amiga Elisangela de Souza Lopes por contribuir com meu aprendizado e me
apresentou o mundo da microbiologia, e que teve toda a paciência do mundo para repassar
seus conhecimentos sobre os micro-organismos Gram negativos.
Aos meus amigos casal de Doutorandos, Ruben Horn Vasconcelos e Windleyanne Gonçalves
Amorim Bezerra por sempre me aconselhar a fazer as coisas certas, de aguentar meus
momentos estressantes e por favorecer momentos inesquecíveis de brincadeiras infames.
A minha amiga e companheira mestranda Fernanda Conceição Gaio por sempre acreditar em
meus objetivos e sempre me apoiar me aconselhando em momentos que foram essenciais para
o meu desenvolvimento
A minha amiga Suzan Vitória Girão Lima por favorecer a realização deste trabalho,
contribuindo diretamente com o meu conhecimento da microbiologia, bem como da parte
molecular deste trabalho, e agradeço também por sempre me apoiar para realização do
mesmo.
Aos meus amigos futuros Veterinários alunos de iniciação científica Bruno Pessoa Lima,
Felipe Rebouças Oliveira, Neilton Monteiro Pascoal Filho, Adson Ribeiro Marques, Cecilia
Casimiro do Carmo, Isaac Mourão, Karen Emanuelly e Marcel Freitas de Lucena, obrigada
(o) a todos (as) por esses anos de dedicação, amizade, companheirismo, e momentos muitos
felizes de descontração ao lado de todos vocês.
Aos membros da banca que reservaram um tempo para corrigir o trabalho de mestrado.
Enfim, a todos que de alguma forma contribuíram para realização desse trabalho. Meus
sinceros agradecimentos.
‘’ Não ganhe o mundo e perca sua alma, sabedoria é melhor do que prata e
ouro.
(Boby Marley)
RESUMO
A criação de canário belga (Serinus canaria), chamada de Canaricultura, atualmente é
considerada a atividade que reúne a maior quantidade de criadores de aves domésticas do
mundo, fato esse devido ser uma ave de baixo custo de manutenção, cores exuberantes e
dóceis. Salmonella spp. e Escherichia coli e outras espécies da família enterobacteriaceae já
foram relatadas e descritas nessas aves em diversas partes do mundo, contudo no Brasil são
escassos os trabalhos e informações acerca deste assunto. Sendo assim, o objetivo desse
estudo consistiu em realizar uma pesquisa das enterobactérias em fezes de canários belgas
criados em cativeiro para exposição, avaliar o perfil de sensibilidade dos isolados, bem como
analisar a presença de cepas de E. coli diarreiogênicas (DEC) e E. coli patogênica aviária
(APEC) nesses animais. Para tanto, este trabalho obteve aprovação do Comitê de Ética para o
Uso de Animais da Universidade Estadual do Ceará. Desta forma, no ano de 2015, foram
coletadas 88 amostras de canários belgas de diversos criadores do Nordeste do Brasil, que
esteve reunido em uma exposição regional. Cada amostras era proveniente de pools de fezes
do fundo de cinco gaiolas de canários que participavam do evento de exposição ocorrida em
Fortaleza/CE. As amostras foram enviadas para o Laboratório de Estudos Ornitológicos da
Universidade Estadual do Ceará. Para o processamento microbiológico, foram empregadas
etapas de pré-enriquecimento, enriquecimento seletivo, plaqueamento e posterior
identificação utilizando bateria de provas bioquímicas. Para realização do teste de
sensibilidade aos antimicrobianos foi empregado o método de disco difusão. As cepas de
Escherichia coli foram avaliadas quanto a presença de 8 genes de virulência de DEC (stx1,
stx2, eltB, estA, eaeA, ipaH, aatA e aaiC) e 5 de APEC (iroN, iss, hlyF, ompT e iutA) por
reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional. Neste estudo foi possível o isolamento
de bactérias da espécie Enterobacter cloacae, Serratia rubidaea, Serratia liquefaciens,
Klebsiella pneumoniae, Salmonella enterica subsp enterica (rugosa), Escherichia coli,
Cronobacter sakazakii, Hafnia alvei, Shigella sonnei, sendo Pantoea agglomerans a mais
prevalente. O teste de sensibilidade revelou maior resistência à amoxicilina e ampicilina.
Apenas uma cepa de E. coli foi positiva para o gene iss e outra para os genes iutA e hlyF, que
são genes de virulência do patotipo de E. coli patogênica para aves (APEC). A partir dos
resultados obtidos, concluiu-se que canários belgas albergam importantes enterobactérias, e
que essas cepas apresentam relevantes taxas de resistência.
Palavras-chaves: Enterobactérias. APEC. Salmonella . Serinus canaria.
ABSTRACT
Canary (Serinus canaria) breeding is currently considered the activity that gather the larger
number of domestic bird breeders in the world. This occurs due to the low cost of
maintenance, exuberant colors and docile behavior these birds present. Members of the
Enterobacteriaeceae family, such as Salmonella spp. and Escherichia coli have been reported
and described in these birds in several parts of the world. However, there are scarce studies
and data in Brazil approaching this subject. Therefore, this study aimed to survey the presence
of Enterobacteriaceae in feces of canaries bred for expositions and to evaluate antimicrobial
susceptibility profiles of the isolates. In addition, this study also aimed to analyze the presence
of diarrheagenic Escherichia coli (DEC) and Avian Pathogenic Escherichia coli (APEC) in
the samples. This study was submitted and approved by the local Ethics Committee for the
Use of Animals, State University of Ceará. In 2015, 88 samples were collected from canaries
of several breeders in Northeastern Brazil that gathered in a regional exposition. Each sample
was comprised of pooled feces from the bottom of five canary cages that participated in the
exposition in Fortaleza, Brazil. Samples were transported to the Laboratory of Ornithological
Studies in State University of Ceará for processing. Microbiological procedure was performed
with pre-enrichment, selective enrichment, plating and biochemical identification. Disk
diffusion technique was used for antimicrobial susceptibility test. Escherichia coli strains
were evaluated for the presence of eight DEC diagnostic genes (stx1, stx2, eltB, estA, eaeA,
ipaH, aatA and aaiC) and five APEC predictor genes (iroN, iss, hlyF, ompT and iutA) with
conventional polymerase chain reaction (PCR). The following species were isolated:
Enterobacter cloacae, Serratia rubidaea, Serratia liquefaciens, Klebsiella pneumoniae,
Salmonella enterica subsp enterica (rough strain), Escherichia coli, Cronobacter sakazakii,
Hafnia alvei, Shiguella sonnei, and Pantoea agglomerans, which was the most frequent.
Amoxicillin and ampicillin presented the most elevated resistance rates in antimicrobial
susceptibility tests. One E. coli strain was positive for iss and one for iutA and hlyF, which are
virulence genes of APEC. These results demonstrate that canaries host important members of
the Enterobacteriaceae family with elevated antimicrobial resistance rates.
Keywords: Enterobacteria. APEC. Salmonella enterica. Serinus canaria.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Ilhas Canária..................................................................................................... 16
Figura 2 - Juan de Bithencourt.......................................................................................... 17
Figura 3 - John II da Espanha............................................................................................ 17
Figura 4 - Isabel de Baviera da França............................................................................. 18
Figura 5 - Canário de canto (Fife Fancy - 1)..................................................................... 19
Figura 6 – Canário Flautas de Harz................................................................................... 19
Figura 7 - Canário de porte (Gibber Italicus)................................................................... 20
Figura 8 - Canário com fator vermelho (Topete Alemão)............................................... 21
Figura 9 - Canário Selvagem.............................................................................................. 24
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Frequências absolutas e relativas de enterobactérias isoladas de
canários belgas (Serinus canaria).............................................................................…
54
Quadro 2 - Frequência absoluta (n) e relativa (%) de enterobactérias isoladas de
canários belgas (Serinus canaria) resistentes a antibióticos
…......................................................................................................................................
55
Quadro 3 - Multirresistência de enterobactérias isoladas de Canários belgas
(Serinus canaria)
...............................................................................................................………
56
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APEC Escherichia coli patogênica para aves
CDT Escherichia coli produtora de toxina distensora
CDET Escherichia coli desprendimento de células
CLSI Clinical and Laboratory Standards Institute
CEUA Comitê de Ética de Experimentação Animal
DAEC Escherichia coli difusamente aderente
DEC Escherichia coli diarreiogênica
EPEC Escherichia coli enteropatogênica
ExPEC Escherichia coli extraintestinal
EIEC Escherichia coli enteroinvasiva
EAEC Escherichia coli enteroagregativa
EHEC Escherichia coli enterohemorrágica
ETEC Escherichia coli enterotoxigênica
FOB Federação Ornitológica do Brasil
NMEC Escherichia coli causadora de meningite neonatal
PAI Ilha de patogenicidade
PCR Reação em Cadeia da Polimerase
STEC Escherichia coli produtora de toxina de shiga
UPEC Escherichia coli uropatogênica
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 14
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................... 16
2.1 HISTORIA DA CANARICULTURA NO MUNDO................................................ 16
2.2 HISTORIA DA CANARICULTURA NO BRASIL................................................. 22
2.3 O CANÁRIOO BELGA (Serinus canaria)............................................................... 24
2.3.1 Taxonomia................................................................................................................ 24
2.3.2 Características gerais.............................................................................................. 24
2.4 FAMÍLIA ENTEROBACTEREACEAE.................................................................. 25
2.4.1 Salmonella spp.......................................................................................................... 27
2.4.2 Escherichia coli......................................................................................................... 29
2.4.3 Pantoea sp................................................................................................................. 35
2.4.4 Klebsiella sp.............................................................................................................. 35
2.4.5 Outras Enterobactérias........................................................................................... 36
2.5 RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA..................................................................... 37
3 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 40
4 HIPOTESE............................................................................................................... 41
5 OBJETIVOS............................................................................................................ 42
5.1 OBJETIVOS GERAIS............................................................................................... 42
5.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS.................................................................................... 42
6 CAPITULO 1........................................................................................................... 43
7 CONCLUSÕES........................................................................................................ 57
8 PERSPECTIVAS..................................................................................................... 58
REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 59
APÊNDICE.............................................................................................................. 74
APÊNDICE A - MOMENTOS EXPOPÁSSARO 2016. A – LOCAL QUE
PESSOAS TRANSITAVAM ONDE NO QUAL FORAM ALOJADAS AS
AVES; B – GALERIA DE EXPOSIÇÃO DAS AVES; C; MOMENTOS COM O
PRESIDENTE DA UNIÃO CEARENSE DE ORNITOLOGIA (UNICO),
WILLIAM CARDOSO
MACIEL....................................................................................................................
73
APÊNDICE B - MOMENTO EM QUE OCORREU PROCESSAMENTO DAS
AMOSTRAS..............................................................................................................
74
APÊNDICE C - MOMENTOS DO PROCESSAMENTO DAS AMOSTRAS. A –
PLACA DE MACCONKEY COM CRESCIMENTO DE ESCHERICHIA COLI;
B – PLACAS DE TESTE DE SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA
(ANTIBIOGRAMA) C; BACTÉRIAS EM TSI; D AGAR NUTRIENTE
CONTENDO A ESPÉCIE SALMONELLA ENTERICA SUBSP ENTERICA
(RUGOSA) ISOLADA NO PRESENTE
ESTUDO.....................................................................................................
74
ANEXO..................................................................................................................... 75
ANEXO A – CERTIFICADO CEUA....................................................................... 76
ANEXO B – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO PRIMEIRO ARTIGO...... 77
1 INTRODUÇÃO
O Canário belga (Serinus canaria, Linnaeus, 1758) é uma ave inclusa na família
Fringillidae que é da ordem Passeriforme (MANTEL, 2005). Os primeiros registros desta ave
foram feito nas Ilhas Canárias, que se localiza na Costa Africana do Oceano Atlântico. No
início do século XV, os monges foram os primeiros povos a domesticar essa ave hoje
chamado de Canaricultura é considerada uma atividade que reúne a maior quantidade de
criadores de aves domésticas do mundo (OBJO, 2001; ARNAIZ-VILLENA et al., 2012).
Os canários belgas criados em cativeiros no Brasil são alimentados com diversas
sementes além de farinhadas vendidas no mercado. (CAMILLO & NOGUEIRA, 2007).
Rosskopf (1996) descreveu em um estudo sobre a microbiota de aves granívoras, através de
suabe cloacal, relatou que bactérias Gram-negativas não pertencem à microbiota digestória
normal dessas aves e a presença destas bactérias em aves clinicamente saudáveis estão
diretamente ligadas ao contato direto com o homem.
As principais bactérias da família Enterobacteriaceae que estão envolvidas nas doenças
gastrintestinais de espécies de aves da Ordem Passeriformes, mas que também podem afetar
outras aves e mamíferos são: Salmonella spp., Escherichia coli, Klebsiella sp., Serratia sp.,
Enterobacter sp., Proteus sp., e Yersinia sp. (SANCHES & GODOY, 2014). Dentre essas
bactérias, Escherichia coli e Salmonella spp. destacam-se por apresentar elevado potencial
patogênico, sendo consideradas indicativo de problemas de manejo (CORRÊA et al., 2013) e
já foram relatadas em aves da família Fringillídae como importantes causadoras de doenças
(MACWHIRTER, 1994; DORRESTEIN, 1997).
Bactérias do gênero Salmonella spp., é de grande importância na família
Enterobacteriacea. Acreditam que Salmonella spp., e Escherichia coli descendem de um
ancestral em comum que existiu há 160 a 180 milhões de anos atrás, no período terciário, em
paralelo com os invertebrados (LÁZARO et al., 2008; BRASIL, 2011). As salmoneloses são
doenças causadas por bactérias do gênero Samonella que ocorre no mundo todo, é
considerada uma doença zoonótica a qual tem se verificado elevados registros de sua
frequência nos últimos anos em homens e animais, principalmente em países desenvolvidos
(PINTO, 2000). Já a espécie Escherichia coli pode causar doenças infecciosas em seres
humanos e é o agente etiológico mais frequente das infecções do trato urinário (ITUs),
afetando principalmente mulheres e crianças (KAPER et al., 2004).
Salmonella spp., Escherichia coli e outras enterobactérias já foram descritas em
canários belgas em diversas partes do mundo (HARRINGTON et al., 1975; RAIDAL, 1998;
14
SÁNCHEZ‐CORDÓN et al., 2007; MADADGAR et al., 2009; GHOLAMI –
AHANGARAM & ZIA – JAHROMI, 2014; GIACOPELLO et al., 2015). No Brasil, a
literatura científica registra apenas uma pesquisa de enterobactérias em canários belgas, que
foi a de Horn et al.(2015) que analisaram canários belgas pertencente a criadores da região
Metropolitana de Fortaleza-CE, e identificaram a presença de Escherichia coli e outras
enterobactérias.
Devido à escassez de dados, pesquisas com estes animais e estas espécies bacterianas são
importantes. Estudos referentes à sanidade dos animais exóticos devem ser implementados
para melhorar a prevenção de possíveis surtos em animais domésticos, evitar prejuízos
econômicos aos criadores e problemas de saúde pública (ZENI et al., 2008; MONTEIRO et
al., 2008 ).
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 HISTÓRIA DA CANARICULTURA NO MUNDO
Há mais de cinco séculos os canários têm sido apreciados por milhões de pessoas no
mundo todo por suas cores e capacidade de canto, podendo formar duetos e quartetos
musicais. O primeiro registro feito da espécie Canário (Serinus canaria) foi relatado nas ilhas
Canárias (figura 1), um arquipélago pertencente à Espanha, desde o século XV. Este conjunto
de ilhas se localiza a 100 quilômetros da Costa Africana no Oceano Atlântico, próximo ao
deserto do Saara, e trata-se de uma região coberta por vegetação e fauna quase inexistentes
em outras partes do mundo, portanto, todos oriundos de um clima quase tropical. Esta ilha
curiosamente recebeu este nome pelos romanos não pelos canários, mas devido à espécie de
cães (canis em latim) que possuíam um tamanho elevado onde ali habitavam (SEIXAS e
SEIXAS, 1998; SILVA, 2004; ARNAIZ-VILLENA, et al., 2012).
Figura 1 - Ilhas Canária
Fonte: https://ilhascanarias.wordpress.com/
No inicio do século XV os monges que viviam na própria ilha começaram a
domesticar essa ave com o intuito inicial de criação para lazer, mas que logo chamou atenção
dos conquistadores e os monges locais viram o potencial econômico da sua domesticação. Os
exemplares vendidos eram caríssimos, sendo comercializados apenas os machos. O
argumento utilizado era de que só os machos cantavam, porém na verdade tinham receio de
que se vendessem as fêmeas poderiam perder o monopólio (GISMONDI, 1995).
16
Figura 2 - Juan de Bithencourt
Fonte: Arnaiz-Villena, et al. 2012.
Foi Juan de Bithencourt (figura 2) por volta do ano de 1402, quem realizou as
primeiras exportações dos primeiros canários criados em cativeiro. Primeiramente, ele
presenteou John II da Espanha (figura 3), logo em seguida levou alguns exemplares até a
França, onde presenteou a rainha Isabel da Baviera (figura 4), e esses monarcas seriam os
primeiros criadores Europeus. O canário era considerado uma ave de luxo nos tribunais
europeus nesta época e tornou-se moda entre a aristocracia (MANTEL, 2005).
Figura 3 - John II da Espanha
Fonte: https://br.pinterest.com/rlportugal/kings-reis-de-portugal/
17
Diversas expedições para as Ilhas Canárias foram organizadas no início do século
XVI, com o intuito de realizar caça sistemática e exportação de canários. Os primeiros
destinatários de canários foram à Espanha Peninsular e Flandres, na Bélgica. Foi dos portos
espanhóis que se espalhou para a Itália, onde foi formado um centro de aclimatação
importante. Quanto à situação nas Ilhas Canárias, as primeiras organizações de criadores já
haviam se formado ainda naquele século. Sendo esse um fator importante quanto à proteção
da natureza insular, uma vez que sua criação não dependeu mais da caça, mais da reprodução
em cativeiro, o que foi essencial na domesticação da espécie (ARNAIZ-VILLENA, et al.,
2012).
Figura 4 - Isabel de Baviera da França
Fonte:https://en.wikipedia.org/wiki/Isabeau_of_Bavaria
Até a Revolução Industrial, quando não existiam máquinas barulhentas, alguns
artesãos costumavam manter canários em suas lojas para entretenimento. Essa prática de criar
canários em cativeiro foi muito importante para a economia da região Europeia de Tirol no
século XVI, cuja população em sua maioria era contratada pelas minas de carvão. Devido às
baixas remunerações, a criação em cativeiro de canários era uma possibilidade de aumento da
renda familiar. Entretanto, estas aves também foram utilizadas como alarme, pois morriam
rapidamente dentro das minas quando havia vazamento de gás. No século XVII, em
Nuremberg, na Alemanha, os artesões chegaram a criar mais de oito mil canários anualmente,
havendo uma expansão do comércio naquela região, porém as autoridades se viram obrigadas
a ditar leis severas para aqueles comerciantes que fossem desonestos e que vendessem
canários de outras regiões como autênticos nurembergueses (GISMMONDI, 1995).
18
No século XVIII, houve criação de canários em grande escala na Suíça e no sul da
Alemanha que se espalharam por diversos países como, Inglaterra, Rússia, Egito, Turquia,
Suécia, Holanda, França e Bélgica (MANTEL, 2005).
Figura 5 - Canário de canto (Fife Fancy - 1)
Fonte: Arquivo pessoal
Como o resultado dos trabalhos dos criadores, os ingleses começaram a fazer
experiências com os tamanhos e formas que um canário poderia apresentar, conseguiram criar
algumas variações da raça, entre elas o Norwich, o Yorkshire, Lancashire, Lizard, Smallom e
o Gloster. Já os franceses e italianos preferiram lidar com a postura dos canários e obtiveram
vários exemplares com diferentes curvaturas da espinha tais como o Frisado Parisiense,
frisado do sul e do norte, bem como no que diz respeito à seleção de músicas diferentes
(MANTEL, 2005).
Figura 6 – Canário Flautas de Harz
Fonte: Google imagens
19
A primeira mutação registrada em cativeiro em que gerou o canário de cor amarelo foi
em 1585. Aparentemente, o amarelo vem do Serin (Serinus serinus) através de cruzamentos
entre alguns casais doados por Sir Walter Raleigh e pela Rainha Elizabeth I da Inglaterra.
Sobretudo, Shakespeare escreveu um soneto glossing relacionando tudo o que tocava a rainha
Elizabeth I "virava-se para o ouro", referindo-se a aparência do seu canário totalmente
amarelo (ARNAIZ-VILLENA et al., 2012).
Figura 7 - Canário de porte (Gibber Italicus)
Fonte: Elaborado pelo Autor.
A criação de canários de cor teve um extraordinário desenvolvimento, com a introdução
do FATOR VERMELHO. Ocorreu que em 1926, O geneticista Hans Dunker estava andando
pelas ruas da cidade Alemã de Bremen. Perto da catedral ele ouviu o que ele acreditava ser o
canto de um rouxinol. Isso parecia muito estranho em meio aos edifícios da cidade e no meio
do ano naquela região. Na verdade, o que ele estava ouvindo era um criador de canário, logo
ocorreu uma amizade e cooperação entre eles. O Geneticista sugeriu o cruzamento com o
Pintasilgo da Venezuela ou Tarim da Venezuela (Spinus cucullata) para introduzir os genes
vermelho do Tarim em canários amarelos da raça Roller. Os híbridos eram férteis e por cruzar
as aves com gerações sucessivas, selecionando os híbridos mais vermelhos para cruza-lo
novamente com o Tarim da Venezuela, foi possível introduzir genes da cor vermelha no
canário. Assim, foi construído o primeiro animal que foi projetado por engenharia entre um
criador e um geneticista (DUTRA, 1992; ARNAIZ-VILLENA et al., 2012).
20
Figura 8 - Canário com fator vermelho (Topete Alemão)
Fonte: Elaborado pelo Autor
Até o fim do século XIX, a canaricultura não era um atrativo com critérios racionais,
como nos dias atuais. A criação de canários até então era um atrativo de tantos quantos se
dedicavam a ela, sobretudo um motivo de se reunirem, embora houvesse raras exceções,
como são de fato bastante conhecidos por todos, ocorridos em fins do século citado, na região
de Saint-Andresberg, na Turínga e posteriormente em Hamburgo, Hanover, Frankfurt e em
Berlim, onde verdadeiras estruturas empresariais (comércio, industrias, laboratórios, etc.)
foram instaladas com um único objetivo: a criação e comercialização de canários, ou seja, dos
canários Flautas de Harz (Figura 6), por nós conhecidos como Rollers (DUTRA, 1992).
Com a evolução e o avanço técnico do mundo moderno, os canários saíram do acaso, e
sua criação foi encarada como critérios racionais, e passou a ser ciência, arte e técnica. Desta
forma na medida em que os canários eram criados em cativeiro, com os cruzamentos
induzidos além das alterações na sua alimentação natural, a base de sementes, frutas nativas e
insetos, começaram a surgir várias modificações em sua forma, na cor de suas plumagens, no
seu canto e até em sua estrutura óssea, o que levou a espécie na atualidade existir diversas
mutações em cativeiro onde no qual foram fixadas e estabelecidas com o passar dos anos
(MANTEL, 2005).
A partir deste momento, começou a surgir também nas nomenclaturas das exposições
regionais, nacionais e internacionais a separação dos canários por grupos de canto, porte
(forma ou tipo) e de cor (DUTRA, 1992).
21
Tal separação é feita com base nos critérios de seleção empregados, visando os
predicados que são considerados como mais desejados em cada um dos três grupos. Dentre os
canários de canto clássico, existem diferentes linhagens: Harzer Roller, Malinolis, Timbrado
espanhol, Waterslager e Cantor americano. No Brasil, tais canários não são muito freqüentes e
quase não são encontrados à venda, sendo o mais comum o Harzer Roller. Existe ainda a
confusão de chamarem os canários de cor e porte como sendo "rollers", porém os verdadeiros
rollers possuem característica de cantar com o bico fechado, e são canários com canto baixo,
porém muito suave, melodioso, e “rolado”, daí a origem de seu nome. Os canários de cor,
contam hoje com quase 500 cores, agrupados basicamente, de acordo com a presença ou
ausência de melanina na plumagem, da seguinte forma: canários da linha clara (sem melanina
na plumagem - brancos, amarelos ou vermelhos) e canários da linha escura (presença de
melanina na plumagem - verdes, cobres, canelas, feos, acetinados). Também podem ser
agrupados de acordo com o lipocromo em canários sem fator vermelho (brancos, amarelos,
verdes, azuis) ou canários com fator vermelho (vermelhos, cobres). Em relação aos canários
de porte, existem cerca de quarenta e cinco raças reconhecidas em nosso país. Dentre elas,
existem raças com penas frisadas (Frisado parisiense, Frisado do norte e sul, Fiorino, Gibber
(figura 7), Padovano), raças de topete (Gloster, Lancashire, Topete alemão (figura 8)), raças
de postura (Scotch fancy, Hoso japonês, Bossu Belga,), raças de formato (Border, Yorkshire,
Norwich, Raça espanhola) e raças de desenho (Lizard). Existem raças não reconhecidas em
nosso país, porém criadas na Europa (Mheringer, Arlequim Português), Estados Unidos
(Stafford Canary), assim como em outros países (FOB, 2016).
2.2 HISTORIA DA CANARICULTURA NO BRASIL
No Brasil a espécies Serinus canaria é conhecido popularmente como ‘‘canário belga'',
isso faz alusão aos primeiros canários importados para o país, provavelmente de origem
Belga, já que a Bélgica é um tradicional país na criação destas aves, sendo estes primeiros
canários importados os possíveis ancestrais da raça de porte hoje conhecida como Bossu
Belga (FOB, 2016). Sobretudo, segundo Mantel (2005), não se sabe ao certo quando os
primeiros canários surgiram em terras brasileiras, contudo Silva (2015) relata que os
marinheiros europeus, principalmente os franceses, no século XIX, por volta de 1890,
trouxeram esses pássaros para o Brasil onde vendiam por um preço elevado nos cais dos
portos.
22
De inicio, a canaricultura no Brasil tinha como destaque os canários de canto,
posteriormente, os de porte foram trazidos, principalmente os frisados parisienses, que foram
expostos, desde a primeira década do século XX, pelas primeiras sociedades ornitológicas do
Brasil, uma localizada no Rio de Janeiro/RJ e outra em Pelotas/RS. Ambas foram
denominadas “Sociedade Expositora de Canários” e há registro que mostra a entidade de
Pelotas como sendo premiada com medalha de ouro pela comissão organizadora da grande
Exposição Nacional que ocorreu no ano de 1908 no estado do Rio de Janeiro. Nos anos
seguintes, várias sociedades e clubes ornitológicos surgiram, sendo a maioria localizada no
Rio de Janeiro, Rio Grande de Sul e Minas Gerais. Na medida em que essas entidades se
organizavam, começaram a surgir também várias raças inglesas na década de 40 e os canários
de cor na década de 50 (SILVA, 2015).
Alguns eventos da época merecem destaque na história da canaricultura brasileira. Como
a primeira grande exposição de canários de canto e de cor, realizada pela UCRB - União de
Criadores de Roller do Brasil em 1949. Os pássaros julgados nessa exposição garantiram ao
Brasil a participação no 1° Congresso Latino Americano, realizado em Buenos Aires. Nesse
congresso o Brasil conquistou dois primeiros lugares; um em canários de Canto Clássico na
categoria de filhotes e outro, na Cor avermelhada. Dois anos depois, em 1951, ainda sob a
liderança da UCRB, foi realizado o 2° Congresso Latino Americano, em São Paulo e a
evolução da nossa canaricultura era evidente. O Brasil foi Campeão em Canário de Canto e
obteve vários primeiros lugares em Canários de Cor. No ano seguinte, no Pavilhão de Vidro
do Parque de Água Branca (palco de vários "Brasileiros", inclusive o último da COB —
Confederação Ornitológica Brasileira), aconteceu o 1° Concurso Nacional de Canaricultura,
do qual participaram sociedades de várias regiões. No dia 12 de agosto, no decorrer desse
evento, foi realizado o 1° Campeonato Brasileiro de Canaricultura, no qual se decidiu fundar
uma entidade de âmbito nacional que consagrasse os nossos clubes. Nascia, então, a
Federação Brasileira de Canaricultura — FBC, cujo presidente era Jerônimo Rocha. A
entidade passaria por vários nomes e estágios até que, em 24 de setembro de 1988, foi
denominada Federação Ornitológica do Brasil — FOB, sucessora das outras entidades, tão
somente, do ponto de vista histórico. Com a expansão da canaricultura por todo pais, A
Federação Ornitológica do Brasil (FOB), passou a realizar campeonatos a nível regional,
estadual e nacional (MANTEL, 2005).
23
2.3 O CANÁRIO BELGA (SERINUS CANARIA)
2.3.1 Taxonomia
Classe: Ave
Subclasse: Neornithes
Ordem: Passeriformes
Subordem: Passeres
Família: Fringillidae
Subfamília: Carduelinae
Gênero: Serinus
Espécie: Serinus canaria
2.3.2 Características gerais
Figura 9 - Canário Selvagem
Fonte: http://www.hbw.com/ibc/species/island-canary-serinus-canaria
O canário (Figura 9) (Serinus canaria) possui aproximadamente doze centímetros,
comprimento de asa que mede 17 milímetros, pesa vinte gramas, e os machos de vida livre
das ilhas Canárias possuem cores esverdeadas e amareladas, enquanto que as fêmeas
apresentam partes castanhas acinzentadas, de cores menos vistosas, com tonalidades mais
pardas (GISMONDI, 1995). A primeira obra sobre canário que foi escrita pelo naturalista
24
suíço, Conrad Gessner, em 1550, ele descreveu o canário silvestre nidificando em pequenos
arbustos (MANTEL, 2005). Desde a época do descobrimento do canário silvestre, até os dias
atuais, muito se fez através da criação em cativeiro, resultado esse de mais de 600 anos de
seleção pelos criadores de acordo com suas preferências pessoais, concomitantemente com a
ocorrência de algumas mutações, atualmente a Federação Ornitológica do Brasil (FOB),
classifica os canários em três categorias distintas: canários de porte, canários de cantos
clássicos e canários de cor (GISMONDI, 1995; FOB, 2016).
Quando em cativeiro, os canários belgas ou canários do reino como são chamados no
Brasil podem ser alimentados com diversas sementes tais como: níger, colza, alpiste, perila,
nabão, aveia, linhaça, painço e cânhamo. São alimentados também com diversas frutas, tais
como: uva, pêra, alface, maçã, couve, pinho e espinafre, além de diversas farinhadas vendidas
no mercado. A ração farinhada também pode ser um bom aporte de proteína, vitaminas e
minerais. É imprescindível na época de reprodução, podendo ser associada ao osso de ciba,
para facilitar absorção de cálcio necessitado pelas fêmeas para postura, visando assim inibir o
acontecimento de retenção de ovos (GISMONDI, 1995; CAMILO & NOGUEIRA, 2007).
São aves que apresentam bico curto, grosso, cônico e de cor clara, embora algumas
variedades tenham a ponta do bico escura. Os machos cantam facilmente, principalmente na
época reprodutiva, enquanto que as fêmeas geralmente vocalizam com menos frequência,
(GISMONDI, 1995; JACKSON et al., 2003; COELHO, 2004). Desta forma, os machos são
mais caros no mercado pet, quando comparados às fêmeas (ABREU, 2009).
Considera uma ave que se reproduz monogamicamente em sua vida selvagem,
diferente do que ocorre em cativeiro, uma vez que um único macho pode ser usado para
copular com até quatro fêmeas, isso dependendo de como o proprietário deseja trabalhar em
sua criação. A maturidade sexual é atingida dentre cinco e oito meses de idade (COELHO,
2004).
2.4 FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEAE
Inúmeras são as doenças bacterianas que afetam as aves de cativeiro, sejam como
agentes primários ou secundários. O grupo das bactérias Gram-negativas apresenta maior
importância na medicina de aves por serem mais patogênicas e aparecerem como agentes
primários ou secundários nas infecções (SEGABINAZI, 2004).
25
As espécies pertencentes à família Enterobacteriaceae, também conhecidas como
enterobactérias, são algumas das bactérias mais frequentemente isoladas de amostras clínicas
humanas e animal (MEYER JÚNIOR et al., 2006). Estes micro-organismos estão amplamente
distribuídos na natureza, pois podem ser encontrados na água, no solo, em vegetais e no trato
intestinal de seres humanos e animais (NUNES et al., 2010).
As enterobactérias podem ser agrupadas em três categorias: patógenos oportunistas,
patógenos principais e não patogênicas. Esta família compreende muitos gêneros de
patógenos oportunistas, tais como: Citrobacter, Enterobacter, Klebsiella, Proteus, Serratia.
As categorias de patógenos principais podem ser citadas as espécies Escherichia coli, espécies
de Shigella, Yersinia e Salmonella, que são destaque para a medicina veterinária e humana
onde no qual essas bactérias são responsáveis por uma gama de distúrbios intestinais, assim
como de associações com infecções septicêmicas (FARMER et al., 2007; FORBES et al.,
2007; PUERTA-GARCIA e MATEOS-RODRÍGUEZ, 2010; KONEMAN et al., 2012;
BROOKS et al., 2012; MURRAY et al., 2015). Estes micro-organismos são sensíveis à luz
solar, pasteurização, desinfetantes comuns e dessecação. Entretanto, em ambientes úmidos e
sombreados, como esterco, pastos e cama de palha, podem sobreviver por vários meses
(HIRSH, 2009).
As enterobactérias contém estruturas celulares que podem estar relacionadas com sua
patogenicidade, como por exemplo, as fimbrias, cápsulas, flagelos e sideróforos
(KONEMAN et al., 2012). Essas estruturas tem relação ainda com a patogenicidade das
cepas, o antígeno O compreende a porção mais externa ao lipopolissacarídeos da parede
celular da célula bacteriana, sendo em muitos casos empregados como base para as provas
sorológicas de reconhecimento bacilar, o antígeno K apresenta constituição natural que pode
variar de um polissacarídeo a uma proteína dentre as bactérias, e o antígeno H, no qual é
encontrado nos flagelos bacterianos das espécies móveis (LEVINSON, 2010).
Nesta família são relatados aproximadamente 42 gêneros e 142 espécies bacterianas.
Os gêneros e espécies desta família apresentam distinções bioquímicas, o que permite a
identificação dos isolados clínicos (QUINN et al., 2005; JANDA & ABBOT, 2008). As
enterobactérias podem apresentar as seguintes características: fermentam glicose em vez de
oxidá-la, normalmente com produção de gás; são bacilos Gram-negativos, móveis com
flagelos peritriquiais ou imóveis; são anaeróbicos facultativos; são catalase-positivos,
oxidase-negativos e reduzem nitrato a nitrito; apresentando um ótimo crescimento a uma
26
temperatura de 37 °C e crescem adequadamente em ágar de MacConkey (BROOKS et al.,
2012).
2.4.1 Salmonella spp.
As espécies do gênero Salmonella spp e Escherichia descendem de um ancestral
comum que viveu há 160 a 180 milhões de anos atrás, no decorrer com o período terciário, em
paralelo com os invertebrados. Ao longo da evolução, E. coli e grande parte das cepas de
Salmonella difásica se adaptaram aos mamíferos e, de modo semelhante em paralelo, os
sorovares monofásicos permaneceram adaptados aos répteis (LÁZARO et al., 2008; BRASIL,
2011).
As Salmonellae possui um único gênero, Salmonella, cujo nome foi dado em
homenagem ao microbiologista americano Daniel Elmer Salmon (23 de julho de 1850 – 30 de
agosto de 1914), que isolou o micro-organismo atualmente conhecido como Salmonella ser.
Choleraesuis. Esse gênero atualmente está dividido em duas espécies: S. bongori, com cerca
de 23 sorotipos conhecidos e que está associada a animais de sangue frio, tais como; répteis e
anfíbios, e S. entérica, que possui seis subespécies: S enterica subsp. salamae (513 sorotipos),
S enterica subsp. arizonae (100 sorotipos), S enterica subsp. indica (13 sorotipos), S enterica
subsp. enterica (1547 sorotipos), S enterica subsp. diarizonae (341 sorotipos) e S enterica
subsp. houtenae (73 sorotipos). Este gênero é o mais complexo de todas as
enterobacteriaceae, possui mais de 2.600 descritos no atual esquema de Kauffmann-White.
Esses micro-organismos possuem antígenos flagelares (H), que são proteínas, possuem
antígenos somáticos (O), que são lipopolissacarídeos, possuem também um antígeno capsular
ou de virulência (Vi), como a S ser. Typhi (GUIBOURDENCHE et al., 2010; SÁNCHEZ-
VARGAS et al., 2011; AGBAJE et al., 2011; KONEMAN et al., 2012).
Morfologicamente, são bacilos com hastes retas com cerca de 0,7-1,5 μm a 2-5 μm de
comprimento. Similarmente as demais bactérias da família, são Gram-negativas e anaeróbias
facultativas, passiveis de mobilidade através de flagelos peritriquiais, com exceção dos
sorotipos S. Pullorum e S. Gallinarum que são imóveis (BERGEY & HOLT, 1994).
Bioquimicamente, produzem gás sulfídrico a partir da redução do enxofre por ação da enzima
cisteína-desulfidrase. Apresentam como características metabólicas a capacidade de
descarboxilação dos aminoácidos ornitina e lisina, redução de nitrato a nitrito e utiliza o
citrato como uma única fonte de carbono, podendo ocorrer variações em função do sorovar
27
e/ou da subespécie. São catalase positivas, oxidase, vermelho de metila, indol, voges
proskauer, ureia e malonato negativas. São capazes de fermentarem arabinose, glicose,
galactose, manitol, manose, ramnose maltose, sorbitol, treolose e xilose. Em contrapartida,
não fermenta adonitol, dulcitol, inositol, lactose, rafinose, sacarose, salicina, e amido
(BERCHIERI, 2000; KONEMAN et al., 2012; BRASIL, 2011).
Com base na especificidade do hospedeiro e padrão clínico, o habitat natural das
salmonelas pode ser dividido em 3 categorias: primeiro são aquelas altamente adaptadas ao
homem, que inclui a Salmonella ser. Typhi e Salmonella ser. Paratyphi A, B e C, agentes esse
que pode causar febre entérica (febres tifoides e paratifoide); Segunda são as altamente
adaptadas aos animais que são representadas por Salmonella ser. Choleraesuis e Salmonella
ser. Typhisuis (suínos), Salmonella ser. Dublin (bovinos) e Salmonella ser. Pullorum e
Salmonella ser. Gallinarum (aves), responsáveis por causar a pulorose e tifo aviário
respectivamente, a terceira categoria inclui a grande maioria dos sorotipos que afetam
indiretamente os animais e os homens, denominadas de salmonelas zoonóticas, que são
responsáveis por quadro de gastrenterite (enterocolite) ou doença de transmissão alimentar.
São distribuídos mundialmente, sendo os alimentos as principais vias de transmissão (BAÚ et
al., 2001 ; LÁZARO et al., 2008).
Essencialmente, os sorotipos de Salmonella apresentam distribuição no mundo inteiro,
infectando diversos répteis, mamíferos, aves e o ser humano, além de serem passíveis de
contaminarem o solo, vegetação, água e componentes de ração animal (HIRSH, 2009).
O primeiro registro na literatura de isolamento de Salmonella em canários belgas (S.
canaria) ocorreu na década de 70 quando Harrington (1975) isolou Salmonella ser.
Typhimurium de amostras teciduais de 63 canários que vieram a óbito de uma estação de
quarentena de importação localizada nos Estados Unidos. Estas aves haviam sido exportada
da Holanda.
Raidal (1998) isolou Salmonella ser. Typhimurium de canários de pet shops na
Austrália, enquanto que Sanchez-Cordón et al. (2007) em Berlim na Alemanha isolou de
amostras de intestinos de canários do tipo Timbrado Espanhol Salmonella spp. De acordo
com Madadgar (2009), foram observadas altas taxas de mortalidades de 17 plantéis de
diferentes regiões de Teerã, no Irã, e foi detectado em 34 amostras coletadas de vísceras de
canários mortos ou de fezes das aves doentes a presença de Salmonella ser. Typhimurium.
28
Mais recentemente Giacopello et al. (2015) em uma pesquisa realizada com 50
criadores amadores de canário, na província de Messina (Sicília, sul da Itália), realizou o
isolamento de Salmonella ser. Typhimurium a partir de amostras de fezes.
De acordo com Cardoso & Tessari (2015) a salmonelose é uma das enfermidades
consideradas mais problemáticas para a saúde pública e para a avicultura pela grande
endemicidade, alta mortalidade e dificuldade no controle. O controle de Samonella spp. nos
sistemas de criação de canário depende do conhecimento das sua patogenicidade,
epidemiologia e das características destes micro-organismos principalmente aqueles
relacionados a virulência. Segundo Sant’Ana et al. (2008), os estudos voltados a sanidade dos
animais silvestres e exóticos devem ser implementados para ampliar o conhecimento acerca
da dispersão de micro-organismos no meio ambiente, prevenir surtos em propriedades e em
animais domésticos.
2.4.2 Escherichia coli
O cientista Theodor Von Escherich, foi quem descreveu a bactéria Escherichia coli em
1885 e que inicialmente foi denominada Bacterium coli commune. Ele considerou que esse
micro-organismo faz parte da flora bacteriana do trato intestinal dos animais e não causa
patogenia no hospedeiro. Com o decorrer dos anos, os estudos foram se aprofundando e a
atribuição da E. coli como membro normal da microbiota intestinal foi sendo substituído a um
micro-organismo capaz de gerar uma gama de variedades de patologias nos animais e no
homem (FERREIRA & KNÖBL, 2009; TORTORA et al., 2012).
Existe uma diversidade de espécies no gênero Escherichia, porém a espécie E. coli é
uma das bactérias Gram-negativas mais frequentemente isoladas em laboratórios clínicos, é
de importância para animais e tem sido identificada provocando doenças infecciosas que
acometem praticamente todos os tecidos e sistemas orgânicos dos seres humanos. É um dos
micro-organismos comumente envolvidos na sepse, infecções do trato urinário, pneumonia
em pacientes hospitalizados imunossuprimidos, meningite em recém-nascidos, no choque
causado por endotoxinas dentre outras patologias. A sua transmissão ocorre por meio da via
fecal-oral (HIRSH, 2009; LEVINSON, 2010; KONEMAN et al., 2012).
Em âmbito laboratorial são empregadas técnicas de isolamento microbiológico para
identificação desta bactéria, utilizam-se meios de plaqueamento, tais como: ágar Eosina Azul
de Metileno (EMB), ágar MacConkey (MC) e ágar entérico Hektoen (HE), seguidos de testes
29
bioquímicos para identificação bacteriana (EVANS et al., 2014). As cepas do gênero
Escherichia podem ser circundadas por cápsulas ou microcápsulas, sendo anaeróbias
facultativas. É uma bactéria bacilar, com comprimento de 1,1 – 1,5 μm (BERGEY & HOLT,
1994).
Bioquimicamente, possuem a capacidade de fermentar os carboidratos ramnose,
glicose, manose, maltose, xilose, manitol, arabinose e sorbitol. Sobretudo, são variáveis
quanto a utilização de sacarose, rafinose, adonitol, salicina, dulcitol, ornitina e arginina
(KONEMAN et al., 2012). Os resultados das provas bioquímicas para E. coli que se
apresentam negativos são os testes de Citrato de Simmons, Voges-Proskaues, urease,
produção de sulfeto de hidrogênio, malonato e fenilalanina-desaminase. Em contrapartida, são
positivos para os testes de lisina descarboxilase, indol, vermelho de metila, produção de gás,
motilidade e lactose, existem ainda amostras que apresentam fermentação tardia à lactose,
sendo essas consideradas cepas inativas de E. coli (ANDREATTI FILHO, 2007; KONEMAN
et al., 2012). Esta bactéria apresenta ótimo crescimento em temperaturas variantes de 18 a
44°C (FERREIRA & KNÖBL, 2009).
Para a identificação das cepas, comumente são utilizados kits comerciais para detecção
rápida de E. coli com base em seus princípios bioquímicos. Quando associado ao
processamento microbiológico, a coloração de Gram é considerada uma boa técnica para
auxílio à detecção desta espécie bacteriana (EVANS et al., 2014).
Diante de uma variedade de mecanismos de patogenia, associados com fatores de
virulência diversos, E. coli foi classificada em patotipos que são divididos em duas categorias:
cepas que causam infecções extra-intestinais (ExPEC), e os patotipos relacionados a infecções
intestinais, chamadas de E. coli diarreogênica (DEC) (MARTINEZ & TRABULSI, 2008).
As cepas de E. coli diarreogênicas têm a capacidade de causar gastroenterites ou
enterites por meio de seis mecanismos diferentes causando síndromes clinicamente distintas.
São elas: E. coli enteropatogênica (EPEC), E. coli enteroinvasiva (EIEC), E. coli difusamente
aderente (DAEC), E. coli enterotoxigênica (ETEC), E. coli entero-hemorrágica (EHEC), E.
coli enteroagregativa (EAEC). Além dessas classes, existem outras duas classes potenciais
que ainda não foram totalmente caracterizadas, são as E. coli produtora de toxina distensora
citoletal (CDT) e E. coli de desprendimento das células (CDEC) (KONEMAN et al., 2012).
Os patotipos relacionados às infecções que possuem atuação as regiões extra-intestinais, são
divididos em E. coli associada a meningite neonatal (MNEC), E. coli uropatogênica (UPEC) e
30
E. coli patogênica aviária (APEC) (SANTOS et al., 2009; FERREIRA & KNÖBl et al., 2009;
GYLES & FAIRBROTHER, 2010).
Os fatores de virulência de E.coli conhecidos incluem a capacidade da bactéria em
expressar adesinas, hemolisinas e aerobactina, produção de enterotoxinas e citotoxinas, a
produção de colicinas, presença de cápsula, capacidade de invadir tecidos e resistir aos fatores
séricos inibitórios do hospedeiro (SUSSMAN, 1997). Alguns genes localizados nos
cromossomos ou nos plasmídeos são responsáveis pela codificação de fatores de virulência.
Nos cromossomos, estes determinantes estão organizados em grandes fragmentos de DNA,
denominados ilhas de patogenicidade (PAI) (HACKER et al., 1997). A presença destes
fatores de virulência favorece que a bactéria seja resistente aos mecanismos de defesa do
hospedeiro (inespecíficos e específicos), provocando o processo de doença (FERREIRA;
KNÖBL, 2009).
Em humanos, cepas de E. coli enteropatogênica (EPEC) é a principal causa de diarreia
em crianças com menos de um ano de idade principalmente em países subdesenvolvidos
(DONNENBERG & KAPER, 1992; MINAGAWA, 2007; PUERTA-GARCIA & MATEOS-
RODRÍGUEZ, 2010). O gene eaeA, localizado no loci de desaparecimento dos enterócitos
(LEE) em uma ilha de patogenicidade, tem sido utilizado para identificação de EPEC. A
presença desse gene determina um padrão de aderência de bactérias ao epitélio intestinal em
enterócitos com lesão em forma de pedestal conhecida por attaching and effacing (A/E), que é
o mecanismo principal da patogênese da EPEC (A/E) (SYDOW, 2005). As cepas de EPEC
ainda são classificadas em típicas quando abrigam o plasmídeo para o fator de aderência de
EPEC (EAF), que codifica o gene bfp (bundle forming pili), enquanto as cepas atípicas são
negativas para o fator EAF e o gene bfp (TRABUISI et al., 2002). A transmissão de EPEC é
através da via fecal-oral, e diversos estudos demonstram que este patotipo causa grande parte
das infecções de origem alimentar (SOOMRO et al., 2002).
Em humanos e animais cepas de E. coli enteroinvasiva (EIEC) possuem um grande
plasmídeo (ipaH) que contém genes que permitem a invasão de células provocando distúrbios
no intestino grosso, febre e diarreias profusas contendo muco e sangue similar a da Shiguella
spp. (SUSSMANN, 1997; BERCHIERI JUNIOR et al., 2009). As cepas do patotipo EIEC
invadem ativamente as células do cólon e se proliferam lateralmente para as células
adjacentes, virtualmente idênticas às espécies de Shigella. No entanto, as EIEC não produzem
shigatoxinas. Quando a infecção é severa, pode levar a uma forte reação inflamatória com
grande ulceração (MINAGAWA, 2007).
31
Em humanos as cepas de E. coli entero-hemorrágica (EHEC) causam patologias no
intestino grosso, com diarréia sanguinolenta (desinteria), colite hemorrágica, síndrome
urêmica hemolítica e púrpura trombótica trombocitopênica. Em suínos causam a Doença do
Edema (ROCHA, 2008; BERCHIERI JUNIOR et al., 2009; KONEMAN et al., 2012). Este
grupo tem a capacidade de destruir células epiteliais e produz uma citotoxina potente, a toxina
Shiga (E. coli verotoxigênica VETEC, também conhecida como E. coli produtora de
shigatoxina, ou STEC), que provoca diarreia com ou sem a presença de sangue, síndrome
urêmico-hemolítica, e é fatal para crianças. Existem dois grupos de Toxina Shiga,
denominados stx1 e stx2. O gene stx1 é muito semelhante com a principal citoxina produzida
pela Shigella dysenteriae sorotipo 1. Entre os membros do stx2, há algumas diferenças. Este
grupo inclui também os sorotipos O157, O26 e O111. Pela presença do gene eae - lesão em
pedestal (attaching and effacing) ligam-se fortemente às células dos mamíferos e produzem o
mesmo fenômeno de ligação e desaparecimento que as linhagens de EPEC. Abrigam
plasmídios de vários tamanhos. São bactérias pertencentes a diversos sorogrupos. O sorotipo
O157:H7 é o mais importante no Reino Unido e nos Estados Unidos (ROCHA, 2008;
CROXEN & FINLAY, 2010; SILVA et al., 2011; KONEMAN et al., 2012).
Gholami-Ahangaran & Zian-Jahromi (2014), analisando o papel de canários belgas
como reservatório de stx (stx1 e stx2) e do gene da intimuna (eae), encontraram 6% (3/50) das
amostras positivas para o gene stx2, do qual a cepa foi caracterizada como E. coli produtoras
de Shiga-Toxina (STEC).
Em humanos e animais cepas de E. coli enterotoxigênica (ETEC), colonizam as
proximidades do intestino delgado causam diarréia aquosa e produzem hipotermia. Este
patótipo se parece com o Vibrio cholerae no fato de aderirem-se à mucosa do intestino
delgado e causarem diarréia sem invadir a mucosa, porém produzindo toxinas que agem nas
células da mucosa. Possui fatores de colonização específicos (CFA/ I a IV) (ROCHA, 2008;
CROXEN & FINLAY, 2010)
As cepas do patotipo de E. coli enteroagregativa (EAEC) podem colonizar e causar
doença em ambos os intestinos de humanos e animais, causam diarreia aquosa persistente,
durando mais de 14 dias. O padrão de aderência é em forma de agregados de cultura em
célula de cólon humano. Esta bactéria estimula a secreção mucóide e se liga a ela, formando
um biofilme, causando assim uma colonização persistente e diarréia (MINAGAWA, 2007).
Produzem uma toxina termolábil relacionada antigenicamente a hemolisina, mas que não é
hemolítica, e uma toxina (citotoxina) termoestável enteroagregativa codificada por um
32
plasmídeo (EAST1). Produzem uma toxina do tipo ST e uma do tipo hemolisina. Algumas
cepas são conhecidas por produzirem uma toxina do tipo shigatoxina (verotoxina) (CAMPOS
& TRABULSI, 2002; SYDOW, 2005).
O patotipo E. coli difusamente aderente (DAEC) está associado em alguns estudos
com diarreia porém, sua patogenia não é definida com consistência. O termo E. coli
difusamente aderente foi inicialmente utilizado para se referir a qualquer E. coli que se adere
as células HEp-2 e He-Laque não formam microcolônias típicas de EPEC. Com a descoberta
da EAggEC, autores reconhecem a DAEC como uma categoria independente, potencialmente
causadora de diarréia. Como se trata de uma categoria de E. coli ainda não muito estudada,
pouco se sabe sobre sua patogênese (MINAGAWA, 2007).
Cepas E. coli associada a meningite neonatal (MNEC) causam meningite em crianças
recém nascidas. Este tipo se caracteriza por atravessar a barreira hematoencefálica e colonizar
o sistema nervoso central causando meningite. A proteína IbeA presente na NMEC possui a
habilidade de invadir células endoteliais da microvasculatura cerebral, causando meningite
neonatal em humanos (SAVIOLLI, 2010).
Cepas de E. coli uropatogênica (UPEC) é responsável por infecções urinárias em
humanos e animais (cistite e pielonefrite). A bactéria penetra o trato urinário e invade o
epitélio da bexiga, causando cistite, e quando não é tratada corretamente, pode ascender aos
rins causar pielonefrite, lesão renal irreversível, insuficiência renal e septicemia. O
reservatório para esta linhagem de E. coli acredita-se que seja o próprio trato gastrointestinal
(SYDOW, 2005; BERCHIERI JUNIOR, et al., 2009).
O termo colibacilose aviária refere-se a qualquer infecção, localizada ou sistêmica,
causada pelo patotipo E. coli patogênica aviária (APEC). A maior parte das APEC isoladas de
aves é patogênica apenas para as mesmas e apresentam um baixo risco de doença para
humanos ou outros animais (BARNES et al., 2003; BARCELOS, 2005). Porem Johnson e
colaboradores (2007) demonstraram grande proximidade entre ExPEC humanas e aviárias,
observando a ocorrência de sorogrupos de APEC e de UPEC que apresentavam 95,5% de
similaridade no genoma. Dessa maneira, cepas humanas e aviárias têm potencial de causar
infecções cruzadas, reforçando seu potencial zoonótico (RODRIGUEZ-SIEK et al., 2005;
MOULIN-SCHOULER et al., 2007; EWERS et al., 2007; CHANTELOUP et al., 2011;
TIVENDALE et al., 2010; CUNHA et al., 2013 ).
33
A Escherichia coli está entre as primeiras bactérias a compor a microbiota intestinal
das aves. Este evento ocorre através de penetração pela casca do ovo e, logo após o
nascimento, contato com a mãe e meio ambiente (ANDREATTI FILHO, 2007; CARVALHO,
2006; FERREIRA & KNOBL, 2009). Essas cepas podem estar presentes na microbiota
intestinal de aves sadias, podendo permanecer em um ambiente por um longo período,
contaminando alimentos e a água, que servirão de via de disseminação da bactéria para as
aves (EWERS et al., 2004). Ainda, cepas de APEC distintas geneticamente podem produzir a
mesma infecção, pois podem apresentarem fatores de virulência que, apesar de diferentes,
possuem a mesma função e atuam no mesmo sítio do hospedeiro (BARBIERI, 2010).
A virulência bacteriana é um fenômeno multifatorial e a aquisição de fatores de
virulência pode tornar uma cepa de E. coli comensal em patogênica (IKUNO et al., 2008).
São cinco os genes que codificam fatores de virulência relacionados a cepas APEC de alta
patogenicidade (JOHNSON et al., 2008). Os genes iroN e iutA são responsáveis pela
codificação dos sideróforos salmochelina e aerobactina, respectivamente, facilitando a
aquisição de ferro em condições adversas, fator essencial para o crescimento bacteriano
(JOHNSON et al., 2008). O gene ompT codifica uma evasina que auxilia a bactéria a resistir à
ação do complemento (NOLAN et al., 2003). O gene hlyF é responsável pela produção de
uma hemolisina aviária (JOHNSON et al., 2008; NOLAN et al., 2003); e por fim, o gene iss
confere à bactéria resistência às propriedades líticas do soro, sendo fundamental na patogenia
das infecções causadas por APEC e outras ExPEC (JOHNSON et al., 2008; NOLAN et al.,
2003; EWERS et al., 2007; BERCHIERI JUNIOR et al., 2009).
Existem poucos trabalhos relacionando a presença de E. coli em canário belga,
sobretudo, Giacopello et al. (2015) em um estudo feito com 50 criadores amadores de canário,
na província de Messina (Sicília, sul da Itália), relatou E. coli na grande maioria dos isolados
a partir de amostras de fezes. Horn et al. (2015) verificaram a presença de E. coli a partir de
suabes cloacais de canários belgas proveniente de criadores da região metropolitana de
Fortaleza, Ceará.
De acordo com Mattes et al. (2005) a prevenção e o controle em criadouros tem como
principio a manutenção e planejamento das medidas de biossegurança, que assegurem as
práticas básicas higiênico-sanitárias. Recomenda-se práticas de desinfecção das gaiolas, o
controle de pragas, o manejo alimentar bem apropriado, bem como, a realização diária do
monitoramento sanitário e microbiológico do ambiente e dos animais, garantindo a sanidade
animal (MARIETTO-GONÇALVES et al., 2010).
34
2.4.3 Pantoea sp
Este gênero tem como representante principal a espécie Pantoea agglomerans,
anteriormente pertencente ao gênero Enterobacter (apresentando nomenclatura mais antiga de
Erwinia herbicola) é primariamente caracterizada como um patógeno oportunistas de animais,
de plantas e humanos, passível de ser encontrado em inúmeros ambientes como no solo,
esgoto, sementes, material feculento, água e associado a vegetais (DELÉTOILE et al., 2009,
SHARMA et al., 2012).
Em animais, P. agglomerans foi isolada por Hansen et al. (1990) a partir de um
Dourado do mar (Coryphaena hippurus) e identificada como a causa de uma doença
hemorrágica nesta espécies. Loch & Faisal (2007) Relatam sobre o isolamento de P.
agglomerans de rim de uma infectada truta marrom feral (Salmo trutta) em Michigan, EUA.
Gibson et al. (1982) relataram a presença de P. agglomerans isolada a partir de 17 casos de
aborto equina. Verdier-Metz et al. (2012) isolaram P. agglomerans da pele da teta das vacas
saudáveis, sem quaisquer alterações patológicas. Lawniczek-Walczyk et al. (2013) isolaram
Pantoea spp. do ar dos aviários altamente contaminadas com bactérias.
Esta espécie bacteriana em humanos, é considerada um patógeno oportunista, sendo
relatada causando infecções sépticas em recém-nascidos em unidades itensivas neonatais
(UTI) (SEGADO-ARENAS et al., 2012; MAHAPATRA et al., 2014; SENGUPTA et al.,
2016), bacteremia (CHENG et al., 2013), peritonite (SASTRE et al., 2017), endoftalmites
(VENINCASA et al., 2015), espondilodiscite cervical (MARAIS et al., 2015), e osteomielite
(LABIANCA et al., 2013).
Kirzinguer et al. (2015) relataram que várias cepas de Pantoea, incluindo uma de
ambiente clínico, realizam intercâmbio genético de mecanismos metabólicos importantes na
colonização de hospedeiros vegetais e animais com outros membros da família
Enterobacteriaceae, incluindo espécies patógenas para humanos.
2.4.4 Klebsiella sp
O gênero Klebsiella, possui uma diversidade de espécies, sendo a principal espécie do
gênero a K. pneumoniae, atuam como patógenos oportunistas em humanos, podem ser
encontradas nas fezes e nas vias respiratórias de cerca de 5% de homens normais. É
responsável por causar pneumonias bacterianas, podendo provocar uma extensa consolidação
35
necrosante hemorrágica dos pulmões. Provoca também infecções das vias urinárias e
bacteremia com lesões focais em pacientes debilitados. Espécies desse gênero podem
provocar diversas outras enfermidades, e essas espécies estão classificadas entre os dez
principais micro-organismos causadores de infecções hospitalares, sendo encontrados no
ambiente e muitas vezes causando infecções nosocomiais (BERGEY et al., 1994; BROOKS
et al., 2012).
Algumas espécies desse gênero podem agir como patógenos primários ou podendo
está relacionados às enfermidades oportunistas em aves imunossuprimidas. A cápsula
mucóide presente nestes micro-organismos promove uma barreira contra desinfetantes,
intempéries ambientais e até mesmo a resposta imunológica celular no hospedeiro, todavia é
também altamente imunogênica, estimulando resposta humoral. A bacteremia causada pelas
bactérias deste gênero resulta em colonização e consequente falha renal, sendo em muitas
aves, a infecção detectada tardiamente apenas quando há comprometimento respiratório
(GERLACH, 1994; GODOY, 2007).
A espécie Klebsiella pneumoniae já foi descrita causando mortalidade embrionária e
perdas em excesso de galinhas e perus jovens (Orajaka e Mohan, 1985). Dashe et al. (2008)
descreveram esta bactéria atuando como agente secundário favorecendo o agravamento do
surto de gripe aviária altamente patogénica (H5N1) na Nigéria. Piñeiro et al. (2012) relataram
infecção sinusial causada por K. pneumoniae relacionada com atresia cohonal em Papagaio do
Congo (Erithacus psittacus). Razmyar & Zamani (2016) descreveram um surto em canários
de cativeiro, K. pneumoniae causando infecção do saco vitelino e da gema de ovo. As aves
foram encontradas deprimidas, incapaz de se mover e comer tinha distensão abdominal e
foram encontradas mortas nos primeiros dias após sua eclosão do ovo.
2.4.5 Outras enterobactérias
Puerta-Garcia & Mateos-Rodríguez (2010) relataram sobre o gênero Serratia, citando
que esses micro-organismos são seres oportunistas, portanto agem como agentes secundários,
pois fazem parte da microbiota intestinal. Entretanto, quando em outros tecidos e em órgãos
extraintestinais podem causar diversas patogenias tais como, bacteremia, pneumonia,
infecções do trato respiratório inferior, infecções do trato urinário, infecções de feridas
cirúrgicas, dente outras. Esses bacilos podem ser encontrados na água, solo, vegetais e
animais (RAÚL, 2007). De acordo com Quinn et al. (2002), esse patógeno age como
36
oportunista para os animais, podendo provocar infecções em diferentes regiões anatômicas,
dependendo de alguns fatores como o estado imune do hospedeiro, a presença de infecções
primárias, a virulência da bactéria e integridade dos tecidos-alvos.
O gênero Enterobacter é composto por micro-organismos que fazem parte da
microbiota entérica comensal, sendo associadas a uma variedade de infecções secundária tais
como pneumonia, osteomielite, infecção do trato respiratório e das vias urinarias
(KONEMAN et al., 2012; BROOKS et al., 2012). O gênero possui 16 espécies, todavia as
espécies E. aerogenes e E. cloacae são as mais comumente isoladas de amostras clínicas.
Encontram-se distribuídas amplamente na água, solo, vegetais e esgoto (KONEMAN et al.,
2012). Esses micro-organismos são considerados patógenos oportunistas em animais, ou seja,
ocasionalmente podem provocar infecções quando algumas condições são propícias (QUINN
et al., 2002).
Outro gênero de bactéria o Proteus, Brooks et al. (2012) relataram que é um micro-
organismo causador de infecções secundárias, que está relacionado com infecções das vias
urinárias e que causa pneumonia, bacteremia e lesões em pacientes que receberam infusões
intravenosas. Murray et al. (2015) cita a espécie P. mirabilis como produtora de grandes
quantidades de urease, no qual reage com a ureia, separando a molécula em dióxido de
carbono e amônia. Processo no qual aumenta o pH urinário e facilita a formação de pedras nos
rins. Carter et al. (1995) relatam que P. mirabilis é uma espécie relacionada a uma diversidade
de infecções esporádicas em cães, gatos, gados, aves e outros animais.
Todas essas enterobactérias citadas acima já foram previamente isoladas em estudos
realizados com canários belgas (S. canaria)(GIACOPELLO et al., 2015; HORN et al., 2015).
2.5 RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA
O aparecimento da quimioterapia moderna se dá devido aos esforços de Paul Ehrlich,
na Alemanha, no decorrer da primeira parte do século XX. Enquanto tentava corar bactérias
sem corar os tecidos circundantes, ele especulava sobre alguma “bala mágica” que encontraria
e destruiria com os patógenos de forma seletiva, porém sem afetar o hospedeiro. Esta é a ideia
central da quimioterapia, termo que ele próprio cunhou (TORTORA et al., 2012).
Em 1928, Alexander Fleming foi o primeiro a observar que o crescimento da bactéria
Staphylococcus aureus estava sendo inibido por uma área que circundava a colônia de um
37
fungo que havia contaminado a placa de Petri e foi isolado e identificado como Penicillium
notatum. Assim foi notado que havia ali atividade antibacteriana e o produto desse fungo foi
chamado de penicilina. Essas reações inibitórias são encontradas em meios sólidos, sendo
observado na microbiologia, e esse mecanismo de inibição é chamado de antibiose. Foi dessa
palavra que surgiu o temo antibiótico, uma substância produzida por um micro-organismo,
que dependendo das quantidades, pode inibir o crescimento de outros micro-organismos
(MURRAY et al., 2015).
O ano de 1935 foi importante para a quimioterapia das infecções sistêmicas causadas
por bactérias. Apesar dos antissépticos serem aplicados topicamente para evitar o crescimento
de micro-organismos, os antissépticos existentes eram ineficazes contra infecções bacterianas
sistêmicas. Um composto denominado Vermelho de Prontosil demostrou-se eficaz em
proteger ratos contra infecções sistêmicas causadas por estreptococos e que permitia a cura de
pacientes que sofriam de tal infecção. Em seguida, descobriu-se mais tarde que o princípio
ativo do composto era o componente sulfanilamida, que demonstrou ter atividade
antibacteriana durante a Segunda Guerra Mundial e que foi utilizada por pessoas neste
período (TORTORA et al., 2012).
A primeira droga denominada “sulfa” iniciou a nova era na medicina. Compostos
produzidos por micro-organismos (antibióticos) foram eventualmente descobertos como
inibidores de crescimento de outros micro-organismos. Tetraciclinas e estreptomicinas foram
desenvolvidas nas décadas de 1940 a 1950, seguidas rapidamente pelo desenvolvimento de
aminoglicosídeos, penicilinas semissintéticas, cefalosporina, quinolonas e outros agentes
antimicrobianos. Todos esses agentes antibacterianos aumentaram consideravelmente em
relação às doenças infecciosas que puderam ser prevenidas ou tratadas (MURRAY et al.,
2015).
Existe uma diversidade de antimicrobianos que agem contra as Enterobactereaceae,
dentre os quais estão os beta-lactâmicos (Penicilinas, cefalosporinas, carbapenêmicos e
monobactâmicos), sulfonamidas, quinolonas e aminoglicosídeos. As penicilinas sintéticas de
amplo especto, ampicilina ou amoxicilina, são drogas de baixo custo e com atividade
bactericida, mas as taxas de resistências podem exceder 30% para 50% em enterobactérias,
portanto, a associação desses agentes antimicrobianos com inibidores beta-lactamase (ácido
clavulânico ou sulbactam) pode recuperar a sensibilidade de grande parte das enterobactérias.
A associação de uma cefalosporina de terceira geração, tais como cefotaxima ou ceftriaxona e
um aminoglicosídeo não só pode expandir o aspecto antimicrobiano, mas conseguir um efeito
38
sinérgico e aumentar a ação bactericida, embora seja possível que o tratamento com um único
antibiótico (carbapenemos, amoxicilina-clavulanato, piperracilina-tazobactam) também pode
ser eficaz (NACARRO, 2010).
Segundo Wellington et al. (2013) umas das importantes ameaças emergentes de saúde
pública é a disseminação de patógenos com multirresistência em ambiente hospitalar, e no
meio ambiente em geral. Mudanças demográficas, ambientais e agrícolas estão contribuindo
para uma crise de bactérias com multirresistência, que se não for interrompido, irá emergir
como uma das principais causas de morte nos próximos séculos. Estratégias de prevenção são
possíveis e necessárias para resolver este problema. No entanto, ao longo do tempo, o número
de micro-organismos com vários mecanismos de resistência aumentou, enquanto que o
número de novas moléculas antimicrobianas e investimentos económicos em terapias
alternativas têm diminuído significativamente (CORTÉS, 2011).
A fauna silvestre tem sido afetada por três fatores, são eles: políticos, socioeconômicos
e ambientais. Isto levou os seres humanos e os animais por eles domesticados, invadir
sistemas ambientais nativos. O efeito dessa convivência entre animais selvagens, animais
domésticos e seres humanos, tem sido associado à resistência antimicrobiana e suas
consequências têm sido muito pouca estudada (VARGAS et al., 2010). Sobretudo, o controle
das infecções tem sido um produto de uma corrida armamentista evolucionária. Os estudos
indica que a investigação permanece focada na descoberta e desenvolvimento de novos
medicamentos (BROOKS & BROOKS, 2014).
39
3 JUSTIFICATIVA
O aumento do número de criatórios de canários belgas (Serinus canaria) criados para
exposição no Brasil implica em um maior contato da ave com o homem, possibilitando assim
um risco na transmissão de micro-organismos potencialmente patogênicos para diversos
animais e incluindo o homem.
Surge, portanto, a necessidade de conhecer a ocorrência, a resistência
antimicrobiana desses patógenos, bem como a presença de fatores de virulência em cepas de
Escherichia coli isoladas de fezes dessa ave, para ser possível conhecer a microbiota dos
canários belgas pertencentes a criadores de diversas regiões do Nordeste brasileiro. E caso
necessário, adotar medidas preventivas específicas por parte dos criadores para que se evitem
maiores problemas relacionados às enterobactérias.
40
4 HIPÓTESE CIENTÍFICA
Os canários belgas são reservatórios de espécies da família enterobactérias causadoras
de problemas infecciosos em animais e seres humanos, dessa forma é possível isolar e
tipificar esses micro-organismos.
Os canários belgas são passíveis de apresentarem taxas elevadas de enterobactérias
multirresistentes, bem como apresentam cepas de Escherichia coli com genes de virulência
relacionados a patotipos que podem causar doenças em humanos e em animais.
41
5. OBJETIVOS
5.1 OBJETIVO GERAL
Realizar o levantamento, tipificação, perfil de sensibilidade de enterobactérias em
Canários belgas (Serinus Canaria) da região Nordeste.
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1- Relatar a presença de Salmonella spp e outras enterobactérias em fezes de canários belgas
de exposição criados em cativeiro da região Nordeste.
2- Avaliar os níveis de enterobactérias multirresistentes isoladas de canários belgas da região
Nordeste
3 Identificar genes de E. coli diarreiogênicas (DEC) e de E. coli patogênica aviária (APEC)
presentes nas cepas de Escherichia coli isoladas das aves;
42
6 CAPÍTULO 1
Detecção de enterobactérias, sensibilidade antimicrobiana e genes de virulência de
Escherichia coli em canários belgas (Serinus canaria) da região Nordeste do Brasil.
Detection of Enterobacteriaceae, antimicrobial susceptibility and virulence genes of
Escherichia coli in canaries (Serinus canaria) in Northeastern Brazil.
Antonio Jackson Forte Beleza, William Cardoso Maciel, Mariana Duarte Bona, Windleyanne
Gonçalves Amorim Bezerra, Suzan Vitória Girão Lima, Alexandre Havt Binda, Fernanda
Conceição Gaio, Régis Siqueira de Castro Teixeira
Periódico submetido: Pesquisa Veterinária Brasileira
(Submetido em Junho 2017 – QUALIS A2)
43
Detecção de enterobactérias, sensibilidade antimicrobiana e genes de virulência de Escherichia coli em canários belgas (Serinus
canaria) da região Nordeste do Brasil1
Antonio Jackson Forte Beleza2*, William Cardoso Maciel2, Mariana Duarte Bona3, Windleyanne Gonçalves Amorim Bezerra2, Suzan Vitória Girão Lima2, Alexandre Havt Binda3, Fernanda Conceição Gaio2, Régis
Siqueira de Castro Teixeira2
ABSTRACT.- Beleza A.J.F., Cardoso W.M., Bona M.N., Bezerra W.G.A., Lima S.V.G., Havt A., Gaio F.C. & Teixeira R.S.C.[Detection of Enterobacteriaceae, antimicrobial susceptibility and virulence genes of Escherichia coli in canaries (Serinus canaria) in Northeastern Brazil.] Detecção de enterobactérias, sensibilidade antimicrobiana e genes de virulência de Escherichia coli em canários belgas (Serinus canaria) da região Nordeste do Brasil. Pesquisa Veterinária Brasileira 00(0):00-00. Setor de Estudos Ornitológicos, Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Av. Paranjana, 1700, Fortaleza, CE 60.740-903, Brazil. E-mail: jacksonxand@gmail.com
This study aimed to verify the presence of members from the Enterobacteriaceae family and
determine antimicrobial susceptibility profiles of the isolates in canaries bred in Northeastern Brazil. In
addition, the presence of diarrheagenic Escherichia coli (DEC) and Avian Pathogenic Escherichia coli
(APEC) was verified as well. Samples were collected during an exhibition organized by the Brazilian
Ornithological Federal during July 2015 in Fortaleza, Brazil. A total of 88 feces samples were collected and
submitted to pre-enrichment step using buffered peptone water, followed by enrichment with the
following broths brain-heart-infusion, Rappaport-Vassiliadis and Selenite-Cystine. Then, aliquots were
streaked in MacConkey, brilliant green and salmonella-shigella agar plates. Colonies were selected
according to morphological characteristics and submitted to biochemical identification and antimicrobial
susceptibility test with disk-diffusion technique. E. coli strains were evaluated for the presence of eight
DEC genes and five APEC genes with conventional polymerase chain reaction. Most frequent species were
Pantoea agglomerans (25%), Serratia liquefaciens (12.5%) and Enterobacter aerogenes (9.1%). A single
rough strain of Salmonella enterica subsp. enterica was identified in one sample (1,1%). Elevated
resistance rates were identified to amoxicillin (78.7%) and ampicillin (75.4%). Polymyxin B (9.8%),
gentamycin (6.5%) and enrofloxacin (6.5%) were the most efficient antibiotics, to which isolates
presented low resistance rates. A total of 33 (54.1%) multidrug resistant strains was identified. Four E.
coli strains were tested for the virulence genes, and two were positive for APEC virulence genes. One
strain was positive for iutA and the other for hlyF. In conclusion, canaries in Northeastern Brazil from
exhibition may present Salmonella spp., Escherichia coli and other enterobacteria in the intestinal
microbiota with antimicrobial resistance. In addition, these results suggest that E. coli isolated from
canaries may present APEC virulence genes.
INDEX TERMS: Enterobacteria, antibiogram, Escherichia coli diarrheogenic, APEC, belgian canary, Serinus canaria ____________________________________________________ 1 Recebido em ......................... Aceito para publicação em .......................... 2 Laboratório de Estudos Ornitológicos, Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará (UECE), Av. Paranjana, 1700, Fortaleza, CE 60.740-903, Brasil. *Autor para correspondência: jacksonxand@gmail.com 3 Laboratório de Toxinologia Molecular, Universidade Federal do Ceará (UFC), Rua Alexandre Baraúna, 994, Rodolfo Teófilo, Fortaleza, CE 60430-160, Brasil.
RESUMO. - O objetivo deste trabalho foi verificar a presença de enterobactérias e determinar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos dos isolados oriundos de canários belgas criados em cativeiro do Nordeste do Brasil, adicionalmente verificou-se a presença de Escherichia coli diarreiogênicas (DEC) e E.
44
coli patogênica aviária (APEC) nesses animais. A colheita das amostras ocorreu durante uma exposição de canários belgas organizada pela Federação Ornitológica do Brasil (FOB), em julho de 2015, na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Um total de 88 amostras de fezes foram coletadas e submetidas a pré-enriquecimento utilizando água peptonada, caldo de enriquecimento Brain Heart Infusion, Rappaport-Vassiliadis e Selenito-Cistina. Fez-se triagem em placas de ágar MacConkey, Verde Brilhante e ágar Salmonella Shigella. As colônias foram selecionadas e submetidas à identificação bioquímica e susceptibilidade antimicrobiana. Cepas de Escherichia coli foram avaliadas quanto a presença de 8 genes de virulência de DEC e cinco de APEC por reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional. As enterobactérias encontradas com maior frequência foram Pantoea agglomerans (25%), Serratia liquefaciens (12,5%) e Enterobacter aerogenes (9,1%). Salmonella enterica subsp. enterica (rugosa) esteve presente em um dos isolados (1,1%). Dois antibióticos apresentaram alta resistência, ou seja amoxicilina (78,7%) e ampicilina (75,4%). Gentamicina (6,5%), Polimixina B (9,8%) e Enrofloxacina (6,5%) foram os antibióticos com melhor eficiência. O total de bactérias multirresistentes foi de 33 (54,1%). Este estudo relata o primeiro isolamento de Salmonella enterica subsp. Enterica (rugosa) em fezes de canários de exposição criados em cativeiro no Brasil. Das quatro cepas de E. coli isoladas, duas foram positivas para os genes de APEC, sendo uma cepa para o gene iss e outra para os genes iutA e hlyF. Portanto, canários belgas criados em cativeiro no Brasil que participam de exposições podem apresentar Salmonella spp, Escherichia coli e outras enterobactérias em sua microbiota intestinal com resistência antimicrobiana, bem como estes resultados sugerem que amostras de E. coli isoladas de canário belga apresentam alguns fatores de virulência das amostras do patotipo de E. coli patogênica para aves (APEC). TERMOS DE INDEXAÇÃO: Enterobactérias, antibiograma, Escherichia coli diarreiogênica, APEC, Canário belga, Serinus canaria.
INTRODUÇÃO O canário belga (Serinus canaria) pertencente a ordem Passeriforme, família Fringilidae. Atualmente é uma das aves mais procuradas pelos criadores do mundo, estimado pelo seu canto suave e harmonioso, a beleza de suas cores, além de ser muito dócil, facil de cuidar e de manutenção de baixo custo (Mantel, 2005; Arnaiz-Villena et al. 2012). Infecções causadas pelas bactérias da família Enterobacteriaceae são comuns em aves da familia Fringilidae, sobretudo, são consideradas secundárias, sendo necessária, a presença de fatores predisponentes para a transmissão da bactéria para ave. Diversos gêneros desta família já foram relatados causando diferentes doenças em aves da família Fringilidea (Canários, Tentilhões, Pintarroxos, Pintassilgos, Verdilhões, Lugres-cruza-bicos), principalmente: Escherichia coli, Salmonella spp., Citrobacter sp., Yersinia pseudotuberculosis e Klebsiella spp. (Macwhister, 1994; Dorrestein, 1997; Guimarães, 2007; Dorrestein, 2009).
E. coli é considerada uma bactéria comensal comum na microbiota intestinal dos animais homeotérmicos. No entanto, cepas patogênicas são capazes de causar doenças intestinais e extraintestinais em seres humanos, mamíferos e aves, resultando em sérios prejuízos econômicos aos criadores (Koneman et al. 2001; Kaper et al. 2004; Croxen e Finlay, 2010; Bélanger et al. 2011). Estudos com cepas causadoras de septicemia em humanos e aves demonstraram que o genoma pode apresentar grande variedade devido à presença de plasmídeos, fagos e elementos transponíveis, sendo comum a ocorrência destes tanto em E.coli quanto em Salmonella spp. (Mokady e Uri-Gophna Ron, 2005). Além disso, fatores de virulência semelhantes em cepas isoladas de humanos e de cepas de E.coli patogênica aviária (APEC) são comumente descritos, demonstrando seu potêncial zoonótico (Bélanger et al. 2011; Smith et al. 2007; Ewers et al. 2007; Moulin-Schouler et al. 2007; Tivendale et. al. 2010).
A salmonelose, causada por bactérias do gênero Salmonella, é uma doença aviária de grande importância devido a sua alta letalidade e potencial zoonótico (Kanashiro et al. 2002; Soncini, 2002). Esta bactéria habita o trato gastrointestinal de uma grande variedade de animais vertebrados, ocorrendo frequentemente em aves. Podem ser adquiridas através do contato direto com outros animais (especialmente roedores e outras aves), vertical (ovos) e horizontal (contato entre aves e ambiente) (McCLUGGAE, 1996; Gast, 2008; Tizard, 2004).
Existe uma escassez de informações disponíveis sobre o papel epidemiológico dos canários mantidos como animais de estimação, na epidemiologia de E. coli, Salmonella spp e outras enterobactérias e seus perfis de sensibilidade/resistência aos antibacterianos. Diante disto o presente estudo tem como objetivo verificar a presença de enterobactérias, determinar o perfil de sensibilidade aos antimicrobianos dos isolados oriundos de canários belgas (Serinus canaria) criados em cativeiro do Nordeste do Brasil e analisar a presença de cepas de E. coli diarreiogênicas (DEC) e E. coli patogênica aviária (APEC).
45
MATERIAIS E MÉTODOS Amostragem. O estudo foi realizado a partir de amostras de fezes de fundo de gaiolas obtidas de
canários belgas (Serinus canaria) criados com a finalidade de exposição de porte ou de cor. Os pássaros pertenciam a quarenta e quatro criadores de diversos estados da região Nordeste do Brasil (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe) que participavam de um campeonato de exposição de pássaros. O evento contou com a presença de 1448 pássaros (1255 canários de cor e 193 canários de porte) que foram alojados individualmente em gaiolas que mediam 32 centímetro de comprimento, 22 de largura e 21 de altura. As gaiolas eram feitas com aço inoxidável, equipados com poleiros adequados e de fácil limpeza. Os canários eram alimentados com uma mistura de sementes (Alpiste, painço, nabão) e a água ad libitum. Material fecal e comida que ficavam no fundo das gaiolas foram removidos diariamente, assim como a comida e a água eram trocadas diariamente e limpas.
Um total de 440 amostras de fezes foram embaladas em sacos plásticos estéreis e transportadas até o Laboratório de Estudos Ornitológico da Faculdade de Medicina Veterinária (LABEO - FAVET) da Universidade Estadual do Ceará (UECE) em caixas isotérmicas com gelo reciclável para posterior processamento. Cada amostra representou um pool de material biológico (fezes) provenientes do fundo de 5 gaiolas de um mesmo criador. Dessa forma, um total de 88 amostras foi submetido para análise microbiológica.
Processamento microbiológico das enterobactérias. Para o isolamento de enteropatógenos foi utilizada a metodologia de acordo com o trabalho de Sousa et al. (2010). Ao chegar no laboratório, as fezes foram acondicionadas em 10 mL de água peptonada 1% que foram incubadas. Subsequentemente foram transferidas alíquotas de 1mL para caldos de enriquecimento Brain Heart Infusion (BHI), Selenito-Cistina (SC) e 0,1 mL para Rappaport-Vassiliadis (RP) respectivamente. Estas soluções foram incubadas. Após incubação, os caldos foram semeados em placas contendo ágar Verde Brilhante (VB), ágar Salmonella Shigella (SS) e/ou ágar MacConkey (MC), e então novamente, incubados.
Foram coletadas colônias distintas das placas e as mesmas foram inoculadas em tubos contendo ágar Triple sugas iron (TSI), ágar lisina ferro (LIA) e ágar SIM (Sulfato/Indol/Motilidade Agar). Após o periódo de incubação, para a confirmação das enterobacterias, foi utilizada bateria bioquímica com os seguinte meios: lisina-descarboxilase, ornitina-descarboxilase, vermelho de metila, ureia, Citrato de simmons, arginina-descarboxilase, malonato, Voges-Proskauer, fermentação de glicose (com produção de gás), lactose, sacarose, manitol, arabinose, rafinose, dulcitol, adonitol, inositol e sorbitol (Holt et al. 1994; Konemam, 2012). Vale ressaltar que para todas as etapas a temperatura e tempo de incubação foram padronizados em 37°C/24h. As amostras suspeitas para Salmonella spp. foram submetidas ao teste de soroaglutinação rápida em lâmina, utilizando antissoro polivalente, somático O. Para confirmação das amostras suspeitas, estas foram armazenadas em ágar nutriente e enviadas para o laboratório de referência FIOCRUZ para a sorotipagem.
Perfil de sensibilidade das enterobactérias (Antibiograma). Os isolados de enterobactérias foram submetidos à técnica de disco de difusão de Kirby-Bauer, e a leitura dos halos de inibição foi realizada de acordo com os padrões do Clinical and Laboratory Standars Institute CLSI (2014). Na superfície do Ágar Müller-Hinton, após a semeadura da solução (amostra), foram dispensados discos com antimicrobianos, sendo a aferição dos halos de inibição realizada após incubação a 37ºC/24h. Foram testados os seguintes antimicrobianos: neomicina (30 μg), sulfonamida (300 μg), ácido nalidixico (30 μg), amoxicilina(3 μg), estreptomicina (10 μg), polimixina B (300 μg), ampicilina (10 μg), enrofloxacina (5 μg), cloranfenicol (30 μg), tetraciclina (30 μg), gentamicina (10 μg) e sulfazotrim (sulfametoxazol + trimetoprim) (25 μg).
Detecção de Escherichia coli diarreiogênicas (DEC) e de Escherichia coli patogênica aviária (APEC). Para análise molecular as cepas de E. coli mantidas em ágar nutriente foram reativadas em BHI, plaqueadas em MacConkey para detectar a pureza da cepa e incubadas durante 37ºC/24h. A partir de cada placa foram recolhidas duas a três colônias e colocadas em tubos contendo 1 mL de Triton X-100 a 0,5%, que foram agitados em vórtex durante 15s e fervidos durante 20min a 94ºC. Os tubos foram então centrifugados a 10.000 rpm durante 10 min a tempreratura de 4°C. O sobrenadante contendo DNA foi quantificado por espectrofotometria usando NanoDrop Spectrophotometer 2000 (Thermo Scientific, Wilmington, EUA). Para diagnóstico molecular de DEC as amostras de DNA foram submetidas a reações em cadeia da polimerase (PCR). A presença de oito genes de virulência de cinco patotipos foram avaliados como se segue: genes stx1 (348pb) e stx2 (584pb) para a identificação de E. coli produtoras de Shiga-Toxina (STEC); eltB (508 pb) e estA (147 pb) para E. coli enterotoxigênica (ETEC); eaeA (881 pb) para E. coli enteropatogênica (EPEC); ipaH (483 pb) para E. coli enteroinvasiva (EIEC); aatA (630 pb) e aaiC (215 pb) para a E. coli enteroagregativa (EAEC) (Taniuchi et al. 2012). As cepas EAEC 042, EHEC O157: H7, EIEC O124, EPEC 2348/69 e ETEC H10407 foram utilizadas como controles positivos para as reações. As cepas também foram submetidas para detecção dos cincos genes preditores mínimos de virulência de E. coli
46
patogênica aviária (APEC), de acordo com Johnson et al. (2008). Sendo: iroN (receptor de Salmochelina), iss (resistência sérica), hlyF (codificam toxinas), ompT (protease de membrana externa epissomal) e iutA (Aerobactina – receptor). A cepa 212A foi utilizada como controle positivo das reações. A extração de DNA foi realizada pelo método de ebulição (Lima et al. 2013). A PCR foi realizada utilizando GoTaqGreen kit (Promega) e iniciadores a 0,2 uM em MyCycler Thermal Cycler (Biorad, CA, EUA), com o seguinte protocolo: 95°C durante 15 min; 40 ciclos de 95°C durante 30 s, 57°C durante 30 s e 72°C durante 110 min; seguido de 72°C durante 10 min. Os produtos amplificados foram submetidos a eletroforese em gel de agarose e corados com brometo de etídio a 2% e fotografados pelo sistema transiluminador ChemicDoc XRS 112 (Biorad, CA, EUA).
RESULTADOS
Bactérias isoladas. A bactéria mais isolada foi Pantoea agglomerans (22/61), apresentando uma taxa de 25%, seguida de Serratia liquefaciens (11/61) com 12,5% e Enterobacter aerogenes (8/61) com 9,1%. Os patógenos isolados com menores frequências foram Enterobacter cloacae (5/61) com 5,7%, Encherichia coli (4/61) com 4,5%, Hafnia alvei (3/61) com 3,4%, Cronobacter sakazakii (3/61) com 3,4%, Serraria rubidae (2/61) com 2,3%, Salmonella enterica subsp. enterica (rugosa) (1/61) com 1,1%, Shigella sonnei (1/61) com 1,1%, e Klebsiella pneumoniae (1/61) com 1,1% (Quadro 1).
Resistência antimicrobiana. Os resultados do teste de sensibilidade antimicrobiana estão demonstrados no quadro 2. O antibiótico aos quais as cepas apresentaram maior resistência foi amoxicilina (78,7%), seguida de ampicilina (75,4%), estreptomicina (45,9%) e sulfonamida (42,6%). Mais de 50% das cepas de Pantoea agglomerans apresentaram resistência a amoxicilina (81,8%), ampicilina (72,7%) e sulfonamida (40,9%). Entre as outras três espécies bacterianas que mais ocorreram (Serratia liquefaciens, Enterobacter aerogenes, Enterobacter cloacae, respectivamente) também foi observado que a resistência a amoxicilina e ampicilina foram as que apresentaram maiores taxas, com valores que variavam de 80 à 100%. Em relação à taxa de resistência de Escherichia coli, pode-se observar que a maior frequência foi observada em relação a Estreptomicina (75%), para os outros antibióticos a taxa de resistência foi inferior a 25%. A cepa de Salmonella enterica subsp. enterica (rugosa) foi resistente somente a amoxicilina e estreptomicina. Entre as 61 cepas isoladas neste estudo, 54 (88,5%) apresentaram resistência a pelo menos um dos antibióticos, e o total de bactérias multirresistentes foi de 33 (54,1%). O máximo de antimicrobianos para a qual uma cepa foi resistente foi de doze antibióticos testados, seguido de quatro isolados resistentes a nove antibiótico. O quadro 3 demonstra a quantidade de isolados aos quais foi observada resistência.
Detecção de Escherichia coli diarreiogênicas (DEC) e de Escherichia coli patogênica aviária (APEC). As 4 cepas de Escherichia coli isoladas submetidas a PCR para detecção de genes de virulência foram negativas para os patotipos diarreiogênicos (DEC) pesquisados. Para a pesquisa dos genes de APEC, apenas 1 (25%) foi positiva para o gene iss, e 1 (25%) positiva para os genes iutA e hlyF.
DISCUSSÃO
De acordo com os resultados, os canários pesquisados albergavam diferentes espécies bacterianas da família Enterobacteriaceae. Esses dados são consistentes com os achados de Conzo et al. (1998), que isolou e identificou Klebsiella pneumoniae, Pantoea agglomerans, Enterobacter cloacae, dentre outras espécies, em um levantamento de enterobacterias em canários belgas criados em viveiros no distrito de Nápoles, sul da Itália. Bem como os achados de Horn et al. (2015), que isolaram Escherichia coli, Enterobacter spp, Klebsiella spp, Pantoea agglomerans e Serratia spp de suabes cloacais de canários belgas de criadores da região de Fortaleza, Ceará, Brasil. Giacopello et al. (2015) relataram a prevalência de bactérias gram-negativas tais como: Escherichia coli, Enterobacter cloacae, Cronobacter sakazakii, Pantoea agglomerans, dentre outras espécies, em fezes de canários com sinais de doença oriundos de aviários de criadores amadores da Sicília, sul da Itália. Pantoea agglomerans foi a enterobactéria mais prevalente no presente estudo. É considerada um patógeno oportunista em humanos, sendo relatada causando infecções sépticas em recém-nascidos em unidades itensivas neonatais (UTI) (Segado-Arenas et al. 2012; Mahapatra et al. 2014; Sengupta et al. 2016), osteomielite (Labianca et al. 2013), bacteremia (Cheng et al. 2013), endoftalmites (Venincasa et al. 2015), espondilodiscite cervical (Marais et al. 2015) e peritonite (Sastre et al. 2017). Essa bactéria também tem sido relatada em outras espécies de aves saudáveis mantidas em cativeiro. Santos et al. (2010) isolou P. agglomerans de aves da família Cracídae (mutuns, jacus, jacutingas e araquãs) de cativeiro no Rio Grande do Sul. Apesar de ser considerado um micro-organismo não nocivo à saúde das aves, em algumas circunstâncias a sua presença pode ser prejudicial. Gerlach (1994) esclareceu que as aves são passíveis de se infectarem com essa bactéria por meio do consumo de sementes, sendo considerado tóxico um alimento que contenha uma alta concentração desse micro-organismo. Conzo et al.
47
(1998) relacionaram este patógeno como sendo uma, entre outras enterobactérias isoladas, responsável pela mortalidade de filhotes e embriões de canários belga. Outro ponto que vale destaque em relação a essa espécie bacteriana é que de acordo com Kirzinguer et al. (2015), P. agglomerans realiza intercambio genético de mecanismos metabólicos importantes na colonização do hospedeiro animal com outros membros da família enterobacteriaceae, incluindo espécies patógenas para humanos. Isto pode favorecer a proliferação de genes que codificam fatores de virulência entre bactérias comensais e bactérias com potenciais patogênicos elevados, que podem permanecer por mais tempo na microbiota entérica dos canários, podendo favorecer assim sua transmissão para as aves, ao homem e ao meio ambiente. O segundo micro-organismo bacteriano mais isolado neste estudo foi Serratia liquefaciens. Na ordem Passeriformes, essa espécie bacteriana já foi isolada de suabes cloacais de canários-da-terra (Sicalis flaveola) apreendidos do comércio ilegal em São Paulo (Davis et al. 2016). Em um estudo de pesquisa de enterobactérias em cardeais (Paroaria dominicana e Paroaria coronata) apreendidos do comércio ilegal em São Paulo, Cunha et al. (2016) isolaram de suabe cloacal esta espécie bacteriana. Nos dois estudos os autores não descrevem se as aves estavam doentes. Fudge (2001) relata que não é comum este gênero causar doença, mas que pode afetar aves imunocomprometidas. Ao homem, este micro-organismo tem sido relatado causando infecção do aneurisma de artéria poplítea anteriormente excluídos em pacientes (Coelho et al. 2017) e infecções urinária (Menezes et al. 2004). Enterobacter aerogenes e Enterobacter cloacae são espécies bacterianas comumente isoladas de aves clinicamente saudáveis, contudo, também podem causar infecções primárias ou secundárias em aves imunocomprometidas, podendo atuar concomitantemente com parasitas, vírus ou fungos (Fudge, 2001; Joseph, 2003). Magda et al. (2013), pesquisando bactérias em aves selvagens de diversas localidades no Egito, isolaram E. aerogenes e E. cloacae. Em seres humanos, E. aerogenes e E. cloacae tem sido relatadas em hospitais como importantes patógenos oportunistas causando sepse em neonatais (Akindolire et al. 2016; Köse et al. 2016; Boulos et al. 2016), infecção nosocomial (Oliva-Menacho et al. 2016) e septicemia em profissionais da saúde (Jah et al. 2016). Sobretudo, as aves analisadas no nosso estudo estavam aparentemente saudável, porém estavam expostas ao contato com diversas pessoas que estavam prestigiando o evento ocorrido, fato que poderia contribuir com diversas situações onde poderia provocar imunocomprometimento dessas aves e favorecer infecções oportunistas.
No presente estudo, cepas de E. coli representou 4,5% (4/61) das amostras isoladas. Resultados semelhantes foram encontrados por Horn et al. (2015) quando detectaram 3,62% de positividade em amostras de canários belgas, entretanto, provenientes de suabes cloacais. Giacopello et al. (2015), em um estudo feito com 88 aves de 50 criadores amadores de canários belgas na Itália, detectaram uma frequencia superior (35,2%) em amostras de fezes. A literatura relata em outras espécies de aves esta bactéria causando celulite em frangos de corte (Vieira et al. 2006), colisepticemia em papagaio verdadeiro (Amazonas aestiva) (Marieto-Gonçalves, 2007), peritonite em galinhas (Trampel et al. 2007), colibacilose em papagaios (Knobl et al. 2008) e enterite em arara (Ara ararauna) (Golçalves, 2008). Em humanos, E. coli é um dos micro-organismos comumente envolvidos em sepse, infecção do trato urinário, pneumonia em pacientes hospitalizados imunocomprometido, meningite em recém nascidos, dentre outras patologias (Hirsh, 2009; Levison, 2010; Koneman et al. 2012).
No presente estudo, das 4 cepas analisadas para os genes de E. coli diarreiogênicas (DEC), todas foram negativas para os genes testados (stx1, stx2, eltB, estA, eaeA, bfpA, ipaH, aatA e aaiC). Os genes relacionados ao patotipo aviário (APEC) foram encontrados em duas cepas, onde em apenas uma cepa (25%) foi positiva para o gene iss e uma outra (25%) positiva para os genes iutA e hlyF. Alguns estudos sugerem que mesmo cepas de E.coli comensais podem conter um ou mais genes de virulência com potencial de causar doenças em animais imunocomprometido (Kariyawasam et al. 2006). De acordo com Johnson et al. (2008), somente a detecção do plasmídeo contendo o gene iss não é o suficiente para caracterizar uma cepa de E. coli como patogênica, entretanto este gene é considerado um marcador de virulência, tendo em vista sua alta prevalência em cepas isoladas de aves doentes (Ozawa et al. 2008; Knbol et al. 2011; Saindenberg, 2012). Segundo Lynne et al. (2006) o gene iss está fortemente relacionado com APEC e não é detectado em E. coli comensais, o que torna este gene e a proteína que ele codifica (iss) um candidato aos procedimentos de controle da colibacilose aviária. Entretanto, este gene também tem sido relatado em aves de cativeiro e vida livre sadias, ou seja, sem nenhum sinal de sintomatologia (Saidenberg et al. 2013; Prioste et al. 2013; Almeida, 2014; Borges, 2015).
O gene iutA encontrado no presente estudo, de acordo com Chouikha et al. (2008) está envolvido na aquisição de ferro e é conhecido por sua expressão ser induzida durante a infecção das aves. Na literatura cientifica ainda não foi relatado a presença do gene iutA em canarios belgas (S. canaria), entretanto em aves industriais diversas pesquisas estão disponíveis. Delicato et al. (2003) encontrou o gene iutA em 63% dos isolados de galinhas com colibacilose. Trampel et al. (2007) descreveram a
48
presença deste gene em galinhas com lesões de peritonite. Yaguchi et al. (2007) avaliaram 125 amostras de E. coli de frangos de corte com lesões de colisepticemia, encontraram a presença do gene iutA em 74,4% destes isolados. O terceiro gene mais detectado foi o hlyF, o qual segundo Johnson et al. (2008) é responsável pela produção de uma hemolisina aviária, mas que sua função na patogênese da colibacilose permanece desconhecida. Pontes (2015), pesquisando genes de virulência em E. coli isoladas de calopsita (Nymphicus holandicus), detectou em apenas 8% das aves a presença do gene hlyF. Considerando a presença destes genes, os resultados sugerem que as amostras de E. coli isoladas de canários (S. canaria) no presente estudo, apresentam alguns fatores de virulência das amostras do patotipo de E. coli patogênica para aves (APEC).
Este trabalho apresenta o primeiro relato no Brasil de Salmonella enterica subsp. enterica (rugosa) na espécie Serinus canaria. Algumas pesquisas em amostras oriundas de canários belgas de criadores de outros países já apresentaram isolamento desse gênero bacteriano, sendo o sorotipo Typhimurium o mais relatado (Harrington et al. 1975; Raidal, 1998; Sanchez-Cordón et al. 2007; Madadgar et al. 2009; Giacopello et al. 2015) e da mesma forma que os nossos resultados apresentaram baixa frequência de isolamento. Segundo Dorrestein (2003) bactéria desse gênero pode provocar alta mortalidade em canários. Entretanto, os canários pesquisados no presente estudo não apresentavam nenhuma sintomatologia para salmonelose, apesar de ocorrer seu isolamento em uma das amostras. Embora as aves deste estudo apresentarem-se aparentemente assintomáticas, esta bactéria não deve ser depreciada devido à possibilidade da ocorrência de infecções oportunistas em eventual condição de imunocomprometido (Krieg e Holt, 1984). Mesmo com um baixo percentual de detecção apresentados na maioria dos estudos, e especificamente neste em questão, verifica-se a importância da realização de exames microbiológicos que possibilitem a observação do status sanitário de canários belgas de cativeiro em relação a esse patógeno, pois mesmo sendo baixo a ocorrência, sempre existe um risco de transmissão para humanos e outras aves.
No presente estudo, uma alta porcentagem de isolados Gram-negativos multirresistentes foram identificadas. O antibiótico para qual as cepas apresentaram maior resistência foi amoxicilina (78,7%), seguida de ampicilina (75,4%), estreptomicina (45,9%) e sulfonamida (42,6%). Giacopello et al. (2015) também observaram que as maiores resistências nas enterobactérias analisadas em canários na Itália ocorreram em relação à amoxicilina (100%), ampicilina (92,2%) e estreptomicina (61,2%), sendo estas taxas detectadas apresentando percentuais superiores ao encontrado em nossa pesquisa. O autor também relata neste estudo uma alta porcentagem de isolados multirresistente obtido à partir de canários que mostravam sinais de doenças. Horn et al. (2015) relataram resistência a sulfonamida (55,7%), seguido de ampicilina com (54,1%) e tetraciclina (39,3) em canários criados em cativeiro em Fortaleza, Ceará. Além disso, 55,7% das bactérias apresentaram multirresistência, e o máximo de antimicrobianos para o qual um único isolado foi resistente foi de oito, seguidos por três isolados resistentes a sete antimicrobianos, o que corrobora com os achados neste estudo ao qual uma única cepa foi resistente a onze antibióticos seguido por quatro isolados resistentes a nove antibióticos.
A resistência bacteriana atualmente é um problema de saúde pública. A utilização excessiva e inadequada de antibióticos tem propiciado o surgimento de cepas multirresistentes. Dessa forma, apesar da probabilidade da manifestação natural da resistência aos antibióticos (Nascimento et al. 2003), as fontes mais prováveis da origem desse fenômeno relacionam-se tanto ao contato direto com os tratadores, responsáveis pelo manejo dos animais do criadouro, o qual possibilitaria uma troca de micro-organismos possuidores de genes de resistência (Santos et al., 2010).
CONCLUSÕES Diferentes enterobactérias foram isoladas no presente estudo, e este é o primeiro relato de
isolamento de S. enterica subespécie enterica (rugosa), isoladas de fezes de canário belga no Brasil. É fundamental o monitoramento de enterobactérias em eventos de exposições de canários, devido
ao risco de disseminação destas bactérias que ocorre geralmente pela presença de aves portadoras assintomáticas, e elevada taxa de mortalidade que possa vir a ocorrer em decorrência da patogenicidade destas bactérias para as aves.
Sendo assim, os profissionais veterinários devem estar preparados para diagnosticar, tratar e prevenir as infecções nessas aves por enterobactérias. Ao criador dessas aves, cabe o desafio de melhorar o manejo, a higiene das instalações e implantar normas de biossegurança para diminuir os prejuízos econômicos e os riscos de doenças aviária.
AGRADECIMENTOS
Ao Laboratório de Estudos Ornitológico da Faculdade de Medicina Veterinária (LABEO - FAVET) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), ao Laboratório de Toxinológia Molecular (LTM) da Universidade Federal do Ceará e gradecer a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) por favorecer o financiamente desta pesquisa.
49
BIBLIOGRAFIA
Almeida, A. M. D. S. (2014). Detecção de genes de virulência e suscetibilidade a antimicrobianos de Escherichia coli isoladas de ovos de pata (Cairina moschata).
Akindolire, A. E., Tongo, O., Dada-Adegbola, H., e Akinyinka, O. 2016. Etiology of early onset septicemia among neonates at the University College Hospital, Ibadan, Nigeria. The Journal of Infection in Developing Countries, v. 10, n. 12, p. 1338-1344.
Arnaiz-Villena A, Areces C, Ruiz-Del-Valle V. 2012. El Origen de los Canarios. Ornitología Práctica, 53:3-11. Bélanger, L., Garenaux, A., Harel, J., Boulianne, M., Nadeau, E., Dozois, C. M. 2011. Escherichia coli form
animal reservoirs as a potential source of human extraintestinal pathogenic E. coli . Immunol Med Microbiol , v. 62, p. 1-10,.
Borges, C, A. 2015. Detecção e caracterização de Escherichia coli potencialmente patogênicas em aves selvagens e pombos-domésticos na cidade de Jaboticabal sp. Tese de Doutorado. Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – UNESP.
Boulos, A., Rand, K., Johnson, J. A., Gautier, J., & Koster, M. 2016. Neonatal Sepsis in Haiti. Journal of Tropical Pediatrics, p. fmw077.
Conzo, G., Menna, L, F., Cerrone, A. 1998. Enterobacteria infection in canaries (Serinus canaria) related bacterial food contamination (Compania). Selezione vet 8-9: 717-723.
Cunha, M, P, V., Guimarães, M, B., Davies, Y, M., Milanelo, L., Knbol, T. 2016. Bactérias gram-negativa em cardeais (Poroaria coronata e Poroaria dominicana) apreendidos do tráfico de animais silvestres. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. São Paulo, v. 53, n.1, p.107-111.
Coelho, A., Lobo, M., Martins, V., Gouveia, R., Sousa, P., Campos, J., ... & Canedo, A. 2017. Serratia liquefaciens Infection of a Previously Excluded Popliteal Artery Aneurysm. EJVES Short Reports, v. 34, p. 1-4.
Cheng, A., Liu, C. Y., Tsai, H. Y., Hsu, M. S., Yang, C. J., Huang, Y. T., ... & Hsueh, P. R. (2013). Bacteremia caused by Pantoea agglomerans at a medical center in Taiwan, 2000–2010. Journal of Microbiology, Immunology and Infection, 46(3), 187-194.
Chouikha, I., Bree, A., Moulin-Schouleur, M.; Gilot, P.; Germon, Pierre .Differential expression of iutA and ibeA in the early stages of infection by extra-intestinal pathogenic E. coli. Microbes and Infection. v. 10, p. 432-438, 2008.
Croxen, M.A., Finlay, B.B. 2010.Molecular mechanisms of Escherichia coli pathogenicity. Nat Rev Microbiol, v.8, p.26-38.
CLSI. 2014. Performance Standards for Antimicrobial Susceptibility Testing; Twenty-Fourth Informational Supplement. CLSI document M100-S24. In: Clinical and Laboratory Standards Institute, Wayne, PA 19087, USA.
Davies, Y, M., Guimarães, M, B., Milanelo, L., Oliveira, M, G, X., Gomes, V, T, M., Azevedo, N, P., Cunha, M, P, V., Moreno, L, Z., Romero, D, C., Christ, A, P, G., Sato, M, I, Z., Moreno, A, M., Ferreira, A, J, P., Sá, L , R, M., Knobol, T. 2016. A survey on gram-negative bacteria in saffron finches (Sicalis flaveola) from illegal wildlife trade in Brazil. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci. São Paulo, v. 53, n.3, p.286-294.
Delicato, E. R., de Brito, B. G., Gaziri, L. C. J., & Vidotto, M. C. (2003). Virulence-associated genes in Escherichia coli isolates from poultry with colibacillosis. Veterinary microbiology, 94(2), 97-103.
Dorrestein, G. M. Passerines. In: Altrnan, R.B.; Clubb, S. L.; Dorrestein, G. M.; Quesenberry, K., 1997. Avian Medicine and Surgery, Philadelphia: Saunders, p. 874.
Dorrestein, Gerry M. 2003. Diagnostic approaches and management of diseases in captive passerines. In: Seminars in Avian and Exotic Pet Medicine. WB Saunders, p. 11-20.
Dorrestein, G. M. 2009.Bacterial and parasitic diseases of passerines. Veterinary Clinics of North America: Exotic Animal Practice, v. 12, p. 433-451.
Ewers, C., Li, G., Wilking, H., Kieβling, S., Alt, K., Antáo, E. M., ... & Böhnke, U. (2007). Avian pathogenic, uropathogenic, and newborn meningitis-causing Escherichia coli: how closely related are they?. International Journal of Medical Microbiology, 297(3), 163-176.
Fudge, A, M. 2001. Diagnosis and treatment of avian bacterial diaseases. Sem. Avian Exotic Pet Medicine. 10: 33-11.
Gast, R.K. 2008. Salmonella infections – Paratyphoid infections. In: Disease of Poultry . 12 aed. Iowa. p.636-665.
Gerlach H. Bacteria. In: RITCHIE, B.W., HARRINSON, G.J., HARRINSON, L.R. 1994. Avian Medicine: Principles and application. Florida: Wingers Publishing, p. 949- 983.
Giacopello, C., Foti, M., Fisichella, V., & Piccolo, F. L. 2015. Antibiotic-resistance patterns of Gram-negative bacterial isolates from breeder canaries (Serinus canaria domestica) with clinical disease. Journal of Exotic Pet Medicine, 24(1), 84-91.
50
Guimarães, M. B. Passeriformes. In: Cubas, Z. S.; Silva, J. C. R.; Catão-Dias, J. L. 2007. Tratado de animais selvagens: medicina veterinária. Roca, São Paulo, p. 324-337.
Gonçalves, N, L. 2008.Enterite por Escherichia coli em Arara (Ara ararauna) com suspeita de síndrome de dilatação do pró – ventrículo. Trabalho apresentado para a conclusão do curso de Medicina Veterinária/ FMU, São Paulo.
Harrington, R, Blackburn, B. O. & Cassidy, D, R. 1975. Salmonelosis in canaries. Avian Diseases, 19, 827 – 829.
Hirsh, D.C. 2009. Familía Enterobacteriaceae. In: HIRSH, D.W.; ZEE, Y.C. Microbiologia veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 59-76.
Holt, J; Bergey, D.H. 1994. Bergey’s manual of determinative bacteriology. 9 ed. Ed.: Baltimore: William & Wilkis, 787p.
Horn, R. V., Cardoso, W. M., Lopes, E. S., Teixeira, R. S., Albuquerque, Á. H., Rocha-e-Silva, R. C., ... & Bezerra, W. G. 2015. Identification and antimicrobial resistance of members from the Enterobacteriaceae family isolated from canaries (Serinus canaria). Pesquisa Veterinária Brasileira, 35(6), 552-556.
Johnson, T. J., Wannemuehler, Y., Doetkott, C., Johnson, S. J., Rosenberger, S. C., & Nolan, L. K. (2008). Identification of minimal predictors of avian pathogenic Escherichia coli virulence for use as a rapid diagnostic tool. Journal of clinical microbiology, 46(12), 3987-3996.
Joseph, Victoria. 2003."Infectious and parasitic diseases of captive passerines." Seminars in Avian and Exotic Pet Medicine. Vol. 12. No. 1. WB Saunders.
Jha, P., Kim, C. M., Kim, D. M., Chung, J. H., Yoon, N. R., Jha, B., ... & Jeon, D. Y. 2016.Transmission of Enterobacter aerogenes septicemia in healthcare workers. SpringerPlus, v. 5, n. 1, p. 1397.
Kariyawasam, S.; Johnson, T. J.; Debroy, C.; Nolan, L. K. 2006. Occurrence of pathogenicity island lAPEC-O1 genes among Escherichia coli implicated in avian colibacillosis. Avian diseases, Kennet Square, v.50, p.405-410.
Kanashiro, A. M. I., Castro, A. G. M., Cardoso, A. L. S. P; Tessari, E. N. C; Tavechio, A. T. 2002.Persistência de Salmonella sp . após antibioticoterapia em psitacídeos pertencentes a um criadouro comercial. Arq Inst Biol , v.69, p.99-101.
Kaper, J. B., Nataro, J. P., & Mobley, H. L. (2004). Pathogenic Escherichia coli. Nature Reviews Microbiology, 2(2), 123-140.
Khan, F. A. 2004. Meningitis due to Enterobacter aerogenes subsequent to resection of an acoustic neuroma and abdominal fat graft to the mastoid. Brazilian Journal of Infectious Diseases, 8(5), 386-388.
Kirzinguer, M. WB, Butz, C, J., Stavrinides, J. 2015. Inheritance of Pantoea Type III secretion systems through both vertical and horizontal transfer. Molecular Genetics and Genomics, v. 290, n. 6, p.2075-2088.
Köse, S., Özer, E., Gülay, Z., Akkoçlu, G., Tokgöz, H., Agus, N., ... & Öztürk, R. (2016). Enterobacter Cloacae Sepsis Outbreak in Neonatal Intensive Care Unit Due to Contaminated Total Parenteral Nutrition Solution. The Journal of Pediatric Research, 3(2), 109.
Koneman, E. W., Allen, S. D., Janda, W. M., Schreckenberger, P. C., Winn, W. C. 2001. Diagnóstico microbiológico . 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1608p.
Koneman, E, W., Allen, S, D., Janda, W, M., Procop. G., Schreckenberg P. & Woods G. 2012. Enterobacteriaceae. In: Diagnóstico Microbiológico: Texto e Atlas Colorido. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, pag. 209-243.
Knöbl, T., Saidenberg, A., Moreno, A. M., Gomes, T. A., Vieira, M. A., Leite, D. S. e Ferreira, A. J. 2011. Serogroups and virulence genes of Escherichia coli isolated from psittacine birds. Pesquisa Veterinária Brasileira, 31(10), 916-921.
Knöbl, T., Godoy, S. N., Matushima, E. R., Guimarães, M. B., & Ferreira, A. J. P. 2008. Caracterização molecular dos fatores de virulência de estirpes de Escherichia coli isoladas de papagaios com colibacilose aviária. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 45(supl.), 54-60.
Krieg N. R. e Holt J. G. (eds). 1984. Bergey's Manual of Systematic Bacteriology, Vol. 1. The Williams & Wilkins Co., Baltimore.
Labianca, L., Montanaro, A., Turturro, F., Calderaro, C., & Ferretti, A. (2013). Osteomyelitis caused by Pantoea agglomerans in a closed fracture in a child. Orthopedics, 36(2), e252-e256.
Levinson, W. 2010. Bacilos Gram-negativos relacionados ao trato intestinal. In:____. Microbiologia médica e imunologia. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, p. 140-157.
Lima, I. F. N., Quetz, J. D. S., Guerrant, R. L., Nataro, J. P., Houpt, E. R., Lima, A. A. M., & Havt, A. 2013. Enteroaggregative Escherichia coli quantification in children stool samples using quantitative PCR. Apmis, 121(7), 643-651.
Lynne, A. M.; Foley, S. L.; Nolan, L. K. 2006.Immune response to recombinant Escherichia coli isso protein in poultry. Avian Diseases, v. 50, p. 273-276.
51
Macwhirter, P. 1994. Passeriformes. In: RICHIE, B. W.; HARRISON, G. J.; HARRISON, L. R. Avian Medicine: Principles and Application. Wingers Publishing, p. 1172-1199.
Madadgar, O.; Salehi, T. Z.; Ghafari, M. M.; Tamai, I. A.; Madani, S. A.; Yahyareyat, R. 2009. Study of an unusual paratyphoid epornitic in canaries (Serinus canaria), Avian Pathology, v.38, n.6, p.437- 441.
Mahapatra, A., DHAL, S., Jena, P. P., Mohapatra, A., Dash, D., & Padhee, A. 2014. Neonatal septicaemia due to a rare bacterium: Pantoea agglomerans (case series). Pediatric Infectious Disease, v. 6, n. 3, p. 102-104.
Magda A. M. Amin, Mohamad N. M. Ali, Maysa A. I. Awadallah, Merwad, A. M. Amin, Ahmed, H. A., Rasha M. A. Gharieb, Rasha M. M. Abu-El-Ezz, And Rehab E. Mohamad. 2013. Prevalence of Enterobacteriacea in Wild Birds and Humans at Sharkia Province; With Special Reference to the Genetic Relationship between E. coli and Salmonella Isolates Determined bBy Protein Profile Analysis. Journal of American Science.
Mantel, M. 2005. A história do canário desde sua descoberta. Brasil Ornitológico, n. 56, p. 8-9. Marais, C. D. V., Mears, S., Dix-Peek, S. I., Pillay, K., & Dunn, R. N. 2015. Pantoea agglomerans as a rare cause
of cervical spondylodiscitis. SA Orthopaedic Journal, v. 14, n. 1, p. 40-43. Marietto-Gonçalves, G. A., Lima, E. T. D., Sequeira, J. L., & Andreatti Filho, R. L. 2007. Colisepticemia em
papagaio verdadeiro (Amazona aestiva). Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v. 8, n. 1, p. 56-60.
Menezes, E. A., Cezafar, F. C., Andrade, M. D. S. D. S., Rocha, M. V. A. D. P., & Cunha, F. A. 2004. Freqüência de Serratia sp em infecções urinárias em pacientes internados na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 37, n. 1, p. 70-71.
Mokady, D., Uri-Gophna Ron, E. Z. 2005. Extensive gene diversity in septicemia Escherichia coli strains. J Clin Microbiol , v. 43, p.66-73.
Moulin-Schouleur, M., Rèpèrant, M., Laurent, S., Brée, A., Mignongrasteau, S., Germon, P, Rasschaert, D; Schouler, C. 2007. Extraintestinal pathogenic Escherichia coli strains of avian and human origin: link between phylogenetic relationships and common virulence patterns. J Clin Microbiol, v.45, p.3366-3376.
McCluggage, D. M. Zoonotic disorders. In: Rosskopf, W. J., Woerpel, R. W. 1996. Diseases of cage and aviary birds. 3rd ed. Baltomore: Williams & Wilkins.
Nascimento, A. M., Cursino, L., Gonçalves-Dornelas, H., Reis, A., Chartone-Souza, E., & Marini, M. Â. 2003. Antibiotic-resistant Gram-negative bacteria in birds from the Brazilian Atlantic forest. The Condor, 105(2), 358-361.
Oliva-Menacho, J. E., Garcia-Hjarles, M A., Oliva-Candela, J A e DE LA CRUZ-ROCA, Hugo Saturnino. Contaminación con bacterias patógenas de estetoscopios del personal médico en un hospital de nivel III en Lima, Perú. Rev Med Hered [online]. 2016, vol.27, n.2, pp. 83-88. ISSN 1018-130X.
Ozawa, M., Harada, K., Kojima, A., Asai, T., & Sameshima, T. (2008). Antimicrobial susceptibilities, serogroups, and molecular characterization of avian pathogenic Escherichia coli isolates in Japan. Avian diseases, 52(3), 392-397.
Prioste, F. E. S., Cunha, M. P. V., Teixeira, R. H. F., Zwargg, T., Di-Chiacchio, R. G., Melville, P. A., ... & Knöbl, T. 2013. Similaridade genética entre APEC e cepas de Escherichia coli isoladas de Guaruba guarouba em um estudo com psitacídeos hígidos de cativeiro. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, 50(2), 145-151.
Pontes, P, S. 2015. Pesquisa de Escherichia coli patogênica e Salmonella spp. em calopsitas (Nymphicus hollandicus) mantidas em cativeiro: potencial zoonótico e sensibilidade antimicrobiana. Dissertação de Mestrado Apresentada ao Programa de PósGraduação em Patologia Ambiental e Experimental da Universidade Paulista, São Paulo.
Raidal, S. R. 1998. Salmonellosis in two canary (Serinus canaria) flocks. Australian Veterinary Practitioner, 28(2), 58-62.
Santos, H. F., Flôres, M. L., Lara, V. M., Silva, M. S., Battisti, L., & Lovato, L. T. (2010). Cloacal microbiota identification and evaluation of the antimicrobial resistance in captive cracids from Rio Grande do Sul, Brazil. Pesquisa Veterinária Brasileira, 30(12), 1077-1082.
Saidenberg, A. B., Guedes, N. M. R., Seixas, G. H. F., Allgayer, M. C., Assis, E. P. de Silveira, L. F., Melville, P. A.,
Benites, N. R. 2012. A survey for Escherichia coli virulence factors in asymtomatic free-ranging parrots. International Scholarly Research Networks Veterinary Science, v. 2012, p. 1-6.
Saidenberg, A. A. B., Allegretti, L., Astolfi-Ferreira, A. A. S., Ferreira, A. J. P., Almeida, M. A., Raso, T. F. 2013. Some virulence genes of Escherichia coli isolated from cloacal swabs of healthy Alagoas Curassows (Pauxi mitu) in Brazil. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v.33, n.4, p.523-527.
52
Santos, H. F., Flôres, M. L., Lara, V. M., Sá, M., Battisti, L., & Lovato, L. T. (2010). Microbiota cloacal aeróbia de cracídeos cativos no Rio Grande do Sul e sua susceptibilidade a antimicrobianos. Pesquisa Veterinária Brasileira, 30(12), 1077-1082.
Sánchez‐Cordón, P. J., Gómez‐Villamandos, J. C., Gutiérrez, J., Sierra, M. A., Pedrera, M., e Bautista, M. J. 2007. Atoxoplasma spp. infection in captive canaries (Serinus canaria). Journal of Veterinary Medicine Series A, 54(1), 23-26.
Sastre, A., González-Arregoces, J. E., Romainoik, I., Mariño, S., Lucas, C., Monfá, E., ... & Prieto, M. (2017). Peritonitis causada por Pantoea agglomerans en diálisis peritoneal. Nefrologia, 37(1), 108-109.
Segado-Arenas, A., Alonso-Ojembarrena, A., Lubián-López, S. P., & García-Tapia, A. M. 2012. Pantoea agglomerans:¿ un nuevo patógeno en la unidad de cuidados intensivos neonatales?: a new pathogen at the neonatal intensive care unit?. Archivos argentinos de pediatría, 110(4), e77-e79.
Sengupta, M., Banerjee, S., Das, N. K., Guchhait, P., & Misra, S. 2016. Early Onset Neonatal Septicaemia Caused by Pantoea agglomerans. Journal of Clinical and Diagnostic Research: JCDR, 10(5), DD01.
Soncini, R. A. 2002. Controle de Salmonella enteritidis na avicultura. 2002, Chapecó. Anais do III Simpósio Brasil Sul de Avicultura. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves.
Sousa, E., Júnior, A. B., Pinto, A. A., Machado, R. Z., Carrasco, A. D. O. T., Marciano, J. A., & Werther, K. (2010). Prevalence of Salmonella spp. antibodies to Toxoplasma gondii, and Newcastle disease virus in feral pigeons (Columba livia) in the city of Jaboticabal, Brazil. Journal of Zoo and Wildlife Medicine, 41(4), 603-607.
Smith, J. L., Fratamico, P. M., & Gunther, N. W. 2007. Extraintestinal pathogenic Escherichia coli. Foodborne pathogens and disease, 4(2), 134-163.
Taniuchi, M., Walters, C. C., Gratz, J., Maro, A., Kumburu, H., Serichantalergs, O., ... & Berkeley, L. 2012. Development of a multiplex polymerase chain reaction assay for diarrheagenic Escherichia coli and Shigella spp. and its evaluation on colonies, culture broths, and stool. Diagnostic microbiology and infectious disease, 73(2), 121-128.
Tivendale, K. A., Logue, C. M., Kariyawasam, S., Jordan, D., Hussein, A., Li, G., ... & Nolan, L. K. (2010). Avian-pathogenic Escherichia coli strains are similar to neonatal meningitis E. coli strains and are able to cause meningitis in the rat model of human disease. Infection and immunity, 78(8), 3412-3419.
Tizard, I. 2004. Salmonellosis in wild birds. Seminars in Avian and Exotic Pet Medicine, v. 13, n. 2, p. 50-66. Vargas, J., Máttar, S., & Monsalve, S. (2010). Bacterias patógenas con alta resistencia a antibióticos: estudio
sobre reservorios bacterianos en animales cautivos en el zoológico de Barranquilla. Infectio, 14(1), 6-19.
Trampel, D. W., Wannemuehler, Y., & Nolan, L. K. (2007). Characterization of Escherichia coli isolates from peritonitis lesions in commercial laying hens. Avian diseases, 51(4), 840-844.
Venincasa, V. D., Kuriyan, A. E., Flynn Jr, H. W., Sridhar, J., & Miller, D. (2015). Endophthalmitis caused by Pantoea agglomerans: clinical features, antibiotic sensitivities, and outcomes. Clinical ophthalmology (Auckland, NZ), 9, 1203.
Vieira, T. B., Franco, R. M., Magalhães, H., Praxedes, C. I. S., e Tortelly, R. 2006. Celulite em frangos de corte abatidos sob inspeção sanitária: aspectos anatomopatológicos associados ao isolamento de Escherichia coli. Revista Brasileira de Ciência Veterinária, 13(3).
Yaguchi, K., Ogitani, T., Osawa, R., Kawano, M., Kokumai, N., Kaneshige, T., ... e Shimizu, Y. 2007. Virulence factors of avian pathogenic Escherichia coli strains isolated from chickens with colisepticemia in Japan. Avian diseases, 51(3), 656-662.
53
Quadro 1. Frequências absolutas e relativas de enterobactérias isoladas de canários belgas (Serinus canaria)
Bactéria n %
Pantoea agglomerans 22 25
Serratia liquefaciens 11 12,5
Enterobacter aerogenes 8 9,1
Enterobacter cloacae 5 5,7
Escherichia coli 4 4,5
Hafnia alvei 3 3,4
Cronobacter sakazakii 3 3,4
Serratia rubidaea 2 2,3
Salmonella enterica subsp enterica (rugosa) 1 1,1
Shiguella sonnei 1 1,1
Klebsiella pneumoniae 1 1,1
Amostras positivas para enterobactérias 48 54,5
Amostras negativas para enterobactérias 40 45,5
Total de amostras coletadas 88 100,0
54
Quadro 2. Frequencia absoluta (n) e relativa (%) de enterobactérias isoladas de canários belgas (Serinus canaria) resistentes a antibióticos Bactéria (n) AMO AMP NAL TET CLO GEN SUL POL NEO ENR SUT STR
n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
Pantoea agglomerans (22) 18 (81,9) 16 (72,7) 4 (18,2) 1 (4,5) 1 (4,5) 2 (9,1) 9 (40,9) 1 (4,5) 5 (22,7) 1 (4,5) 1 (4,5) 8 (36,4) Serratia liquefaciens (11) 10 (90,8) 10 (90,9) 5 (45,4) 3 (27,3) 2 (18,2) - 5 (45,4) 3 (27,3) 5 (45,4) - 2 (18,2) 5 (45,4) Enterobacter aerogenes (8) 8 (100,0) 8 (100,0) 5 (62,5) 3 (37,5) 3 (37,5) 1 (12,5) 4 (50,0) 1 (12,5) 3 (37,5) 1 (12,5) 4 (50,0) 3 (37,5) Enterobacter cloacae (5) 5 (100,0) 4 (80,0) - - - - 3 (60,0) - - - - 4 (80,0) Escherichia coli (4) 1 (25,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 1 (25,0) - - 1 (25,0) - - 1 (25,0) 1 (25,0) 3 (75,0) Hafnia alvei (3) 1 (33,3) 1 (33,3) - - - 1 (33,3) 1 (33,3) - 1 (33,3) - - 1 (33,3) Cronobacter sakazakii (3) 2 (66,6) 3 (100,0) 2 (66,6) 1 (33,3) 1 (33,3) - 2 (66,6) - 1 (33,3) 1 (33,3) 1 (33,3) 2 (66,6) Serraria rubidaea (2) 2 (100,0) 2 (100,0) - - 1 (50,0) - 1 (50,0) 1 (50,0) - - 1 (50,0) 1 (50,0) Salmonella enterica* (1) 1 (100,0) - - - - - - - - - - 1 (100,0) Shigella sonnei (1) - - - - - - - - - - - - Klebsiella pneumoniae (1) 1 (100,0) 1 (100,0) - - - - - - - - - -
Total de Enterobacterias n=61 49 (80,3) 46 (75,4) 17 (27,9) 9 (14,7) 8 (13,1) 4 (6,5) 26 (42,6) 6 (9,8) 15 (24,6) 4 (6,5) 10 (16,4) 28 (45,9) * Salmonella enterica subsp. enterica (rugosa), AMO= Amoxicilina, AMP= Ampicilina, NAL= Ácido Nalidixico, TET= Tetraciclina, CLO= Cloranfenicol, GEN= Gentamicina, SUL= Sulfonamida, POL= Polimixina B, NEO, Neomicina, ENR= Enrofloxacina, SUT= Sulfazotrim (Sulfametoxazol+trimetoprim), STR= Streptomicina.
55
Quadro 3. Multirresistência de enterobactérias isoladas de Canários belgas (Serinus canaria)
Nº de antibióticos Nº de enterobactérias resistentes (%)
Pelo menos 1 54 (88,5)
>1 49 (80,3)
>2 33 (54,1)
>3 24 (39,3)
>4 15 (24,6)
>5 14 (22,9)
>6 12 (19,7)
>7 8 (13,1)
>8 6 (9,8)
>9 4 (6,5)
>10 1 (1,6)
56
8 CONCLUSÕES
Esses resultados demonstram que canários belgas criadas em cativeiro podem alberga
bactérias Gram-negativas da família Enterobactereaceae prejudiciais para a saúde animal e
humano, tais como Salmonella enterica subsp enterica (rugosa) e Escherichia coli.
Também se constatou um alto índice de cepas resistentes, apresentando cepas
multirresistente, o que pode gerar um possível risco para a saúde dos criadores e demais
pessoas que participavam do evento.
Além disso, a pesquisa dos genes de virulência de E. coli revelou a presença de cepa
com potencial de se tornar patogênicas para aves APEC. A investigação destas questões é
importante para avaliar a patogenicidade, o potencial zoonótico e os fatores de riscos
envolvidos tanto para a saúde humana, quanto para a saúde animal.
57
9. PERSPECTIVAS
A tendência para os próximos anos é que aumente cada vez mais o interesse pela
criação de canários belgas em diversas partes do mundo, e isso favorecerá um maior contato
com o homem. A presença de bactérias do gênero Salmonella spp. em canários evidenciados
nas últimas publicações científicas mostra que esse micro-organismo pode vir a ser um
problema para os criadores e com isso preocupação com questões de ordem sanitárias deverá
ter mais destaque. Escherichia coli também deve ser outro patógeno a qual as atenções
poderão ocorrer entre pesquisadores e criadores, visto a possibilidade de carrearem
importantes genes de virulências que as tornam patogênicas para a ave e também para
humanos. Sendo assim, pesquisas deverão ocorrer com mais intensidade para que se observe o
status sanitário dessas aves diante da presença desses patógenos.
58
REFERÊNCIAS
ABREU, A. P. M. Passeriformes versus não Passeriformes: Comparação filogenética
através da atividade da enzima lactato desidrogenase plasmática. 2009. 78f. Dissertação
(Mestrado em Ciências) - Programa de Pós-graduação em Biologia Animal, Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
AGBAJE, M.; BEGUM, R. H.; OYEKUNLE, M. A.; OJO, O. E.; ADENUBI, O. T.
Evolution of Salmonella nomenclature: a critical note. Folia microbiologica, v. 56, n. 6, p.
497-503, 2011.
ANDREATTI FILHO, R. L. Saúde aviária e doenças. São Paulo: Roca, 2006. 314p.
ARNAIZ-VILLENA A; ARECES C; RUIZ-DEL-VALLE V. El Origen de los Canarios.
Ornitología Práctica, v.53, p.3-11, 2012.
BARCELOS, A. S. Avaliação macroscópica, histopatológica e bacteriológica de fígados
de frangos (Gallus gallus) condenados no abate pela inspeção sanitária. 2005. 83 f.
Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) - Universidade Federal de Santa Maria,
Santa Maria, RS, 2005.
BARBIERI, N.L. Resistência a antibióticos, prevalência dos fatores associados à
virulência tipagem filogenética e perfil filogenético de isolados de Escherichia coli
patogênica aviária. 2010. 113 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Celular e Molecular) -
Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre, 2010.
BARNES, H. J.; VAILLANCOURT, J. P.; GROSS, W. B. Colibacillosis In: SAIF W. M.
Diseases of poultry. Iowa, p. 138-144, 2003.
BAÚ, Ana Cristina; CARVALHAL, José Beiro; ALEIXO, José Antonio Guimarães.
Prevalência de Salmonella em produtos de frangos e ovos de galinha comercializados em
Pelotas, RS, Brasil. Ciência Rural, v. 31, n. 2, p. 303-307, 2001.
BERCHIERI, A.J. Salmoneloses aviárias. In: BERCHIERI, A.J.; MACARI, M. Doença das
aves. FACTA, Campinas, SP, p. 185-195, 2000.
59
BERCHIERI JUNIOR, A.; MACARI, M. Doenças das aves. Campinas: FACTA, p.455-469.
2009.
BERGEY, D.H.; HOLT, J. Bergey’s manual of determinative bacteriology. 9 ed.
Baltimore: William & Wilkis, 1994. 787p.
BOOM, R.; BLANCO, M.; MORA, A.; JANSEN, W.; GOMES, T.A.T; ZERBINI, F.;
YANO, T.; CASTRO, P.A.F.; BLANCO, G. Genes coding for enterotoxins and verotoxins in
porcine Escherichia coli strains belonging to different O:K:H serotypes: relationship with
toxic phenotypes. Journal Clinical Microbiology, v.28, p.229-235, 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual técnico de
diagnóstico laboratorial de Salmonella spp.: diagnóstico laboratorial do gênero Salmonella
/ Fundação Oswaldo Cruz. Brasília: Instituto Adolfo Lutz, 2011.
BROOKS, F.S.; CAROLL, K.C..; BUTEL, J.S.; MORSE, S.A.; MIETZER, T.A. Bacilos
entéricos Gram-negativos (Enterobacteriaceae). In: ___. Microbiologia básica. 25 ed. Porto
Alegre: AMGH, 2012, p. 213-226.
BROOKS, B, D; BROOKS, A, E. Therapeutic strategies to combat antibiotic resistance.
Advanced drug delivery reviews, v. 78, p, 14-27, 2014.
CAMILLO, C. S., & NOGUEIRA, S. S. C. Preferência alimentar em canários (Serinus
canarius) cativos. 2007. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 8., 2007.
Caxambu, MG. Anais ... Caxambu, MG: [s.n.], 2007.
CAMPOS, L.C.; TRABULSI, L.R. Escherichia. In.: TRABULSI, L.R. et al. Microbiologia.
3... ed. São Paulo: Atheneu, 2002. p.215-228.
CARDOSO, A. L. S. P. de; TESSARI, E. N. C. Salmoneloses aviárias: Revisão. Revista
Eletrônica Nutritime. v. 12, n. 3, p. 4049 – 4069, 2015.
CARTER, G, R; CHENGAPPA, M, M; ROBERTS, A, W; CLAUS, G, W; RIKIHISA, Y.
Essentials of veterinary bacteriology and mycology. Baltimore: Willians & Wilkins, 1995.
CARVALHO, V. M. Colibacilose e salmonelose. In: Cubas, Z. S.; SILVA J. C. R.; CATÃO-
DIAS J. L. (ed.), Tratado de animais selvagens: medicina veterinária. São Paulo: Roca,
2006. p.742-750.
60
COELHO, O. O. Sucesso na criação de pássaros. São Paulo: Ed. Nobel, p. 128, 2004.
CORTÉS, J. A. Resistencia en enterobacterias: evolución, enzimas y ambiente. Infectio, v.
15, n. 3, 2012.
CORRÊA, I. M. O. et al. Detecção de fatores de virulência de Escherichia coli e análise de
Salmonella spp. em psitacídeos. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 33, n. 2, p. 241-246,
2013.
CUNHA, M. P. V.; MENÃO, M. C.; FERREIRA, A. J. P.; KNÖBL, T.; A similaridade
genética de Escherichia coli patogênica para as aves (APEC) com estirpes humana e a
resistência antimicrobiana justificam a preocupação sanitária em relação aos produtos de
origem aviária?. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia
do CRMV-SP. Conselho Regional de Medicina Veterinária, v. 11, n. 2, p. 24 – 33, 2013.
CHANTELOUP, N.; PORCHERON, K. G.; DELALEU, B.; GERMON, P.; SCHOULER, C.;
MOULIN-SCHOULEUR, M.; GILOT, P. The extra-intestinal avian pathogenic Escherichia
coli strain BEN2908 invades avian and human epithelial cells and survives intracellularly.
Veterinary microbiology, v. 147, n. 3, p. 435-439, 2011.
CHENG, ARISTINE et al. Bacteremia caused by Pantoea agglomerans at a medical center in
Taiwan, 2000–2010. Journal of Microbiology, Immunology and Infection, v. 46, n. 3, p.
187-194, 2013.
CLSI, Clinical and Laboratory Standards Institute. 2013. Performance Standards for
Antimicrobial susceptibility testing: Twenty third Informational Supplement. Disponível em:
< file:///C:/Users/usuario/Downloads/CLSI%202013%20M100-S23.pdf>. Acesso em: 27 fev
2017.
CROXEN, M. A. & FINLAY, B. B. Molecular mechanisms of Escherichia coli
pathogenicity. Nature, v.8, p.20-38, 2010.
DASHE, Y. G. et al. Klebsiella pneumoniae isolated from birds affected by natural outbreaks
of highly pathogenic avian influenza (H5N1) in Nigeria. Sokoto Journal of Veterinary
Sciences, v. 7, n. 2, 2008.
DELÉTOILE A, DECRE D, COURANT S, PASSET V, AUDO J, GRIMONT P, ARLET G,
BRISSE S. Phylogeny and identification of Pantoea species and typing of Pantoea
61
agglomerans strains by multilocus gene sequencing. Journal of clinical microbiology, v. 47,
n. 2, p. 300-310, 2009.
DONNENBERG, M. S.; KAPER, J. B. Enteropathogenic Escherichia coli. Infection and
immunity, v. 60, n. 10, p. 3953, 1992.
DORRESTEIN, G. M. Passerines. In: Altrnan, R.B.; Clubb, S. L.; Dorrestein, G. M.;
Quesenberry, K. ,Avian Medicine and Surgery, Philadelphia: Saunders, p. 874. 1997.
DUTRA, A, C. Canário através dos tempos, O. Nobel Editora, 1992.
EVANS, E.E.; MITCHEKK, M.A.; WHITTINGTON, J.K.; TULLY JR.; T.N. Measuring the
level of agreement between clocal Gram’s stains and bacterial cultures in Hispaniolan
Amazon Parrots (Amazona ventralis). Journal of Avian Medicine and Surgery, v. 28, p.
290-296, 2014.
EWERS C., JANSSEN T., KIESSLING S., PHILIPP H.C., WIELER L.H..Molecular
epidemiology of avian pathogenic Escherichia coli (APEC) isolated fromcolisepticemia in
poultry. Veterinary Microbiology, v.104, p.91-101, 2004.
EWERS, C. WILKING, H. KIESSLING, S. ALT, K. ANTAO, E.M. LATURNUS, C.
DIEHL, I. GLODDE, S. HOMEIER, T. BOHNKE, U. STEINRUK, H. PHILIPP, H. C.
WIELER, L. H. Avian pathogenic, uropathogenic, and newborn meningitis-causing
Escherichia coli: how closely related are they?. International Journal of Medical
Microbiology, v. 297, n. 3, p. 163-176, 2007.
FARMER JJ, BOATWRIGHT KD, JANDA JM. Enterobacteriaceae: introduction and
identification. In: Murray PR, editor. Manual of clinical microbiology. 9th ed. Washington
DC: ASM Press; p. 649-669. 2007.
FERREIRA, A.J.P; KNÖBL, T. Colibacilose. In: BERCHIERI, A.J.; SILVA, E.N.; DI
FÁBIO, J.; SESTI, L.; ZUANASE, M.A.F. Doença das aves. Campinas, SP: Facta, p.457-
471. 2009.
FOB. Manual de julgamento de canários de cor. Itatiba: Federação Ornitológica do Brasil,
2016.
FORBES, B.A.; SAHM, D.F.; WEISSFELD, A.D. Enterobacteriaceae. In:______ Bailes &
Scott’s diagnostic microbiology. 12. ed. St, Louis: Mosby Elsevier, p. 323-333. 2007.
62
GERLACH H. Bacteria. In: Ritchie B. W., Harrison G. J. & Harrison L. R. (Eds). Avian
Medicine: Principles and Application. Lake Worth: Wingers Publishing, pp.949-983, 1994.
GIACOPELLO, C.; FOTI, M.; FISICHELLA, V.; PICCOLO, F. L. Antibiotic-resistance
patterns of Gram-negative bacterial isolates from breeder canaries (Serinus canaria
domestica) with clinical disease. Journal of Exotic Pet Medicine, v. 24, n. 1, p. 84-91, 2015.
GIBSON, J. A.; EAVES, L. E.; O'SULLIVAN, B. M. Equine abortion associated with
Enterobacter agglomerans. Equine veterinary journal, v. 14, n. 2, p. 122-125, 1982.
GISMONDI, E. Procedencia e historia. In: Guia completa de los canarios de color , [S.l.]:
Editorial de Vecchi, 1995. p.12-14.
GHOLAMI-AHANGARAN, M, e ZIA-JAHROMI, N. Identification of shiga toxin and
intimin genes in Escherichia coli detected from canary (Serinus canaria domestica).
Toxicology and industrial health, v. 30, n. 8, p. 724-727, 2014.
GODOY, S.N. Psittaciformes (arara, papagaio, periquito). In: CUBAS, Z.S.; SILVA, J.C.R.;
CATÃO-DIAS, J.L. Tratado de animais selvagens. São Paulo: ROCCA, 2007, p. 222-251.
GUIBOURDENCHE, M.; ROGGENTIN, P.; MIKOLEIT,M.; FIELDS, P.I.; BOCKEMUHL,
J.; GRIMONT, P.A.; WEILL, F.X. Suplement 2003-2007 to the white-kauffmamm. Le minor
scheme. Research in Microbiology, Paris, n.47, v.161, p.26-29, 2010.
GYLES, C. L.; FAIRBROTHER, J. M. Escherichia coli. In: GYLES, C. L.; PRESCOTT, J.
F.; SONGER, J. G.; THOEN, C. O. (Org.) Pathogenesis of Bacterial Infections in Animals.
[S.l]: Blackwell Publishing, p. 267-308. 2010.
HACKER, J.; BLUM-OEHLER, G.; MÜHLDORFER, I.; TSCHÄPE, H. Pathogenicity island
of virulent bacteria: structure, function and impact on microbial evolution. Molecular
Microbiology, v. 23, n. 1, p.1089-1097, 1997.
HANSEN, G. H., RAA, J., & OLAFSEN, J. A. Isolation of Enterobacter agglomerans from
dolphin fish, Coryphaena hippurus L. Journal of Fish Diseases, v. 13, n. 1, p. 93-96, 1990.
HARRINGTON, R, BLACKBURN, B. O. & Cassidy, D, R. Salmonelosis in canaries. Avian
Diseases, v.19, p.827 – 829, 1975.
63
HIRSH, D.C. Familía Enterobacteriaceae. In: HIRSH, D.W.; ZEE, Y.C. Microbiologia
veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,. 2009, p. 59-76
HOLT, J; BERGEY, D.H. Bergey’s manual of determinative bacteriology. 9 ed. Baltimore:
William & Wilkis, 787p. 1994.
HORN, R. V.; CARDOSO, W. M.; LOPES, E. S.; TEIXEIRA, R. S.; ALBUQUERQUE, Á.
H.; ROCHA-E-SILVA, R. C.; BEZERRA, W. G. Identification and antimicrobial resistance
of members from the Enterobacteriaceae family isolated from canaries (Serinus canaria).
Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 35, n. 6, p. 552-556, 2015.
IKUNO, A. A; GAMA, N. M. S. Q; GUASTALLI, E. A. L; GUIMARÃES, M. B;
FERREIRA, V. C. A. Características de isolados de Escherichia coli provenientes de aves
silvestres quanto a genes de virulência e resistência a antibióticos. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, 35, 2008, Gramado, RS, Anais... Gramado,
RS: [s.n.], 2008.
JACKSON, J. A.; BOCK, W. J.; OLENDORF, D.; TRUMPEY, J. E.; HUTCHINS, M.
Grzimek’s Animal Life Encyclopedia , USA: Gale, v.11, p.616, 2003.
JANDA, J.M. e ABBOT, S.L. The Family Enterobacteriaceae. In: GOLDMAN, E.; GREEN,
L.M. Pratical handbook of microbiology. EUA, p. 217-219. 2008.
JOHNSON, T. J; WANNEMUEHLER, Y. M; NOLAN, L. K. Evolution of the iss gene in
Escherichia coli. Appl Environ Microbiol, v.74, p.2360-2369, 2008.
KAPER, James B.; NATARO, James P.; MOBLEY, Harry LT. Pathogenic Escherichia coli.
Nature Reviews Microbiology, v. 2, n. 2, p. 123-140, 2004.
KIRZINGUER, M. WB, BUTZ, C, J., STAVRINIDES, J. Inheritance of Pantoea Type III
secretion systems through both vertical and horizontal transfer. Molecular Genetics and
Genomics, v. 290, n. 6, p.2075-2088. 2015.
KONEMAN, E, W; Allen, S, D; Janda, W, M; Procop. G., Schreckenberg P. & Woods G.
Enterobacteriaceae. In: Diagnóstico Microbiológico: Texto e Atlas Colorido. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, p. 209-243, 2012.
KNÖBL, T.; SAIDENBERG, A.B.S.; MORENO, A.M.; GOMES, T.A.T.; VIEIRA, M.A.M.;
LEITE, D.S.; BLANCO, J.E.; FERREIRA, A.J.P. Serogroups and virulence genes of
64
Escherichia coli isolated from psittacine birds. Pesquisa Veterinária Brasileira, v.31, n.12,
p.916-921, 2011.
LABIANCA, L.; MONTANARO, A.; TURTURRO, F.; CALDERARO, C. e FERRETTI, A.
Osteomyelitis caused by Pantoea agglomerans in a closed fracture in a child. Orthopedics, v.
36, n. 2, p. e252-e256, 2013.
LAWNICZEK-WALCZYK, A.; GORNY, R. L.; GOLOFIT-SZYMCZAK, M.; NIESLER, A.
e WLAZLO, A. Occupational exposure to airborne microorganisms, endotoxins and beta-
glucans in poultry houses at different stages of the production cycle. Annals of Agricultural
and Environmental Medicine, v. 20, n. 2, 2013.
LÁZARO, N. S. et al. Gênero Salmonella: Características epidemiológicas e laboratoriais.
Instituto Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), p. 01-67, 2008.
LEVINSON, W. Bacilos Gram-negativos relacionados ao trato intestinal. In:____.
Microbiologia médica e imunologia. 10 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 140-157.
LOCH, T. P., & FAISAL, M. Isolation of Pantoea agglomerans from brown trout (Salmo
trutta) from Gilchrist Creek, Michigan, USA. Bulletin-european association of fish
pathologists, v. 27, n. 5, p. 200, 2007.
MACWHIRTER, P. Passeriformes. In: RICHIE, B. W.; HARRISON, G. J.; HARRISON, L.
R. Avian Medicine: Principles and Application. p. 1172-1199, 1994.
MADADGAR, O.; SALEHI, T. Z.; GHAFARI, M. M.; TAMAI, I. A.; MADANI, S. A.;
YAHYAREYAT, R. Study of an unusual paratyphoid epornitic in canaries (Serinus canaria),
Avian Pathology, v.38, n.6, p.437- 441, 2009.
MAHAPATRA, A., DHAL, S., JENA, P. P., MOHAPATRA, A., DASH, D., & PADHEE, A.
Neonatal septicaemia due to a rare bacterium: Pantoea agglomerans (case series). Pediatric
Infectious Disease, v. 6, n. 3, p. 102-104, 2014.
MANTEL, M. A história do canário desde sua descoberta. Brasil Ornitológico, n. 56, p. 8-9,
2005.
MARIETTO-GONÇALVES, ALMEIDA, S.M.; LIMA, E.T.; ANDREATTI-FILHO, R.L.
Detecção de Escherichia coli e Salmonella spp. em microbiota intestinal de Psittaciforme em
65
fase de reabilitação para soltura. Brazilian Journal Research of Animal Science, v.47, n.3,
p.185-189, 2010.
MARAIS, C. D. V., MEARS, S., DIX-PEEK, S. I., PILLAY, K., & DUNN, R. N. Pantoea
agglomerans as a rare cause of cervical spondylodiscitis. SA Orthopaedic Journal, v. 14, n.
1, p. 40-43, 2015.
MARTINEZ, M.B.; TRABULSI, L.R. Enterobacteriaceae. In: TRABULSI, L.R.;
ALTHERTHUM, F. Microbiologia. 5ed. São Paulo: Atheneu, 2008, p.267-279.
MATTES, B.R.; CONSIGLIO, A.S.; ALM EIDA, B.Z.; GUIDO, M.C.; ORSI, R.B.; DA
SILVA, R.M.; COSTA, A.; FERREIRA, A.J.P.; KNÖBL, T. Influência da biossegurança na
colonização intestinal por Escherichia coli em psitacídeos. Arquivo do Instituto biológico,
v.72, n.1, p. 13-16, 2005.
MEYER JÚNIOR, J.C., DIAS, H.L., ARAÚJO, J.B.da C. Determinação qualitativa das
enterobactérias presentes no trato digestivo de muçuãs (Kinosternon scorpioides) mantidas
em cativeiro. In: Anais do VII Congresso Internacional sobre Manejo de Fauna Silvestre
na Amazônia e America Latina. Ilhéus. p.15. 2006. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/33823110/Resumos- Vii-Congresso-Manejo-Fauna>. Acesso em:
04 jun. 2017.
MINAGAWA, C. W. Estudo microbiológico fecal de linhagens de camundongos, de
estirpe de E. coli e do meio ambiente em biotérios. 2007. 108 f. Dissertação (Mestrado em
Epidemiologia Experimental e Aplicada às Zoonoses) – Programa de Pós-Graduação em
Epidemiologia Experimental e Aplicada às Zoonoses da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2007.
MONTEIRO, M, E, Z; BIGNARDE, J, M, P; VEDA, F, S; PENHA, R, E, P. Salmonelose em
animais silvestres e exóticos. Revista Científica Eletônica de Medicina Veterinária. Ano 6,
n. 11, jun. 2008.
MOULIN-SCHOULER, M.; RÉPÉRANT, M.; LAURENT, S.; BRÉE, A.; MIGNON-
GRASTEAU, S.; GERMON, P.; RASSCHAERT, D.; SCHOULER, C. Extraintestinal
Pathogenic Escherichia coli strains of Avian and Human Origin: Link between phylogenetic
groups and common virulence patters. Journal of Clinical Microbiology, v.45, p.3366-3376,
2007.
66
MURRAY, R, P; KEN, S, R; MICHAEL, A, P. Microbiología médica. São Paulo: Elservier
Brasil, 2015.
NACARRO, Z. C, G. Enterobacterias. Antibioticoterapia. [S.l.]: APUA, 2010.
NOLAN, L.K; HORNE, S. M; GIDDINGS, C. W.; FOLEY, S. L; JOHNSON, T. J; LYNNE,
A. M; SKYBERG, J. Resistance to serum complement, iss, and virulence of avian
Escherichia coli. Veterinary research communications, v. 27, n. 2, p. 101-110, 2003.
NUNES, O. C; OLIVEIRA, E. D.; LABORDA, S. S.; HOHLENWERGER, J. C.; MORAES
NETO, M.; FRANKE, R. C. Isolamento e identificação de Salmonella sp. de Jabutis piranga
(Chelonoidis carbonaria) oriundos do tráfico de Animais silvestres. Revista Ciência Animal
Brasileira, Goiânia, v. 11, n. 1, p. 168- 173, 2010.
ORDEM BRASILEIRA DE JUÍZES DE ORNITOLOGIA. Manual de julgamento -
Canário de cor. São Paulo: [s.n.]: 2001. 114 p.
ORAJAKA, LJ AND MOHAN, K. Aerobic bacterial flora from dead-in-shell chicken
embryos from Nigeria. Avian Dis., v.29, p.583-589, 1985.
PIÑEIRO, C. J. S., BERT, E., RAINERI, R., & PETRINI, B. Infección sinusual por klebsiella
pneumoniae relacionada con atresia cohanal en papagayo. REDVET. Revista Electrónica de
Veterinaria, v. 13, n. 3, p. 1-7, 2012.
PINTO, P. S. A. Aspectos sanitários da salmonelose como uma zoonose. Hig. aliment, v. 14,
n. 71, p. 32-3, 2000.
PUERTA-GARCIA, A; MATEOS-RODRÍGUEZ, F. Enterobacterias: actualización.
Medicine, v.10, n.51, 2010.
QUINN, P.J.; MARKEY,B.K.; CARTER, N.E.; DONNELY,W.J.; LEONARD,E.C. Família
Enterobacteriaceae. In: ______. Veterinary microbiology and microbial disease. Hong
Kong: Ed: Blackwell Science. p. 115-130, 2002.
QUINN, P, J. et al. Microbiologia Veterinária. Porto Alegre: Artmed, 2005, 512 p.
RAIDAL, S. R. Salmonellosis in two canary (Serinus canaria) flocks. Australian Veterinary
Pracitioner, v.28, p. 67-70, 1998.
67
RAÚL, R, C. Gênero Serratia. In____. Microbiológia y Parasitológia Humana. 3. ed.
México: Editoral Medica Panamericana. 2007. 806 p.
RAZMYAR, J.; ZAMANI, A. H. An outbreak of yolk sac infection and dead-in-shell
mortality in common canary (Serinus canaria) caused by Klebsiella pneumoniae. Iranian
journal of veterinary research, v. 17, n. 2, p. 141, 2016.
ROCHA, S.L.S. Detecção de fatores de virulência de amostras de Escherichia coli
isoladas de granjas avicolas do RS através do Multiplex- PCR. 2008. 68 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências Veterinária na área de Medicina Veterinária Preventiva) –
Universidade do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
RODRIGUEZ-SIEK, K. E., GIDDINGS, C. W., DOETKOTT, C., JOHNSON, T. J.,
FAKHR, M. K., & NOLAN, L. K. Comparison of Escherichia coli isolates implicated in
human urinary tract infection and avian colibacillosis. Microbiology, v. 151, n. 6, p. 2097-
2110, 2005.
ROSSKOPF, Jr.; W. J. WOERPEL, R. W. Diseases of cage and aviary birds. In:____Diseases
and care of wild passerines. 38 ed. Baltimore: Williams & Wilkins, 1996. p. 956-980.
SAIDENBERG, A.B.; TEIXEIRA, R.H.F.; GUEDES, N.M.R.; ALLGAYER, M.C.;
MELVILLE, P.A.; BENITES, N.R. Molecular detection of enteropathogenic Escherichia coli
in asymptomatic captive psittacines. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 32, p. 922-926,
2012.
SÁNCHEZ‐CORDÓN, P. J., Gómez‐Villamandos, J. C., Gutiérrez, J., Sierra, M. A., Pedrera,
M., & Bautista, M. J. Atoxoplasma spp. infection in captive canaries (Serinus canaria).
Journal of Veterinary Medicine Series A, v. 54, n. 1, p. 23-26, 2007.
SÁNCHEZ-VARGAS, F.M.; ABU-EL-HAIJA, M.A.; GÓMEZ-DUARTE, O.G. Salmonella
infections: An update on epidemiology, management, and prevention. Travel Medicine and
Infectious Disease, v. 9, p. 263-277, 2011.
SANCHES, T. C. & GODOY, S. N. Passeriformes (Canário, Sabiá, Pássaro-preto e Trinca-
ferro). In: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; DIAS, J. L. C. Tratado de Animais Selvagens:
medicina veterinária. São Paulo: Roca, 2014. p. 655.
68
SANT’ANA, T. M.; MONTEIRO, M. E. Z.; BIGNARDE, J. M. P.; UEDA, F. S.; PENHA,
G. A.; PEREIRA, R. E. P. Salmonelose em animais silvestres e exóticos. Revista Científica
Eletrônica de Medicina Veterinária, n. 11, p. 1-7, 2008.
SANTOS, A.C.M.; ZIDKO, A.C.M.; PIGNATARI, A.C.C.; GALES, A.C.; SILVA, R.M. A
virulência de Escherichia coli patogênica extra-intestinal (ExPEC) em relação à idade e ao
sexo do hospedeiro. O mundo da saúde, v.33, p.392-400, 2009.
SASTRE, A.; GONZÁLEZ-ARREGOCES, J. E.; ROMAINOIK, I.; MARIÑO, S.; LUCAS,
C.; MONFÁ, E.; PRIETO, M. Peritonitis causada por Pantoea agglomerans en diálisis
peritoneal. Nefrologia, v. 37, n. 1, p. 108-109, 2017.
SAVIOLLI, J.Y. Pesquisa e caracterização de Escherichia coli patogênica (E. coli
produtora de toxina Shiga – STEC; E. coli aviária patogênica - APEC) de fragatas
(Fregata magnificens) da Costa do Estado de São Paulo. 2010. 84 f. Dissertação
(Mestrado em Ciências) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
SEGABINAZI, S.D. Presença de bactérias de família Enterobacteriaceae nas superfiies
externa e interna de Alphitobius diapenerius (panzer) oriundos de granjas avícolas dos
Estados do rio Grande do Sul e Santa Catarina. Santa Maria, Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, 2004.
SEGADO-ARENAS, A., ALONSO-OJEMBARRENA, A., LUBIÁN-LÓPEZ, S. P., &
GARCÍA-TAPIA, A. M. Pantoea agglomerans:¿ un nuevo patógeno en la unidad de cuidados
intensivos neonatales?: a new pathogen at the neonatal intensive care unit?. Archivos
argentinos de pediatría, v. 110, n. 4, p. 77-79, 2012.
SENGUPTA, M; BANERJEE, S; DAS, N. K; GUCHHAIT, P, & MISRA, S. Early Onset
Neonatal Septicaemia Caused by Pantoea agglomerans. Journal of Clinical and Diagnostic
Research: JCDR, v. 10, n. 5, p. 1, 2016.
SEIXAS, E; SEIXAS, G. Criação de canários: manejo, a eficiência na reprodução.
[S.l.:s.n.], 1998.
SILVA, Jose Luis de Castro. Os canários de cor. Genética aplicada às mutações. [S.l.:s.n.],
2004. 72 p.
69
SILVA, R. M. Caracterização fenotípica e genotípica de Escherichia coli proveniente de
lesões de celulite de frangos de corte. 2011. 63 f. Dissertação (Mestrado em Ciência
Animal) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2011.
SILVA, J, L, C. Centro de criadores de canários – Alguns fatos para a história. Revista 3C, p.
10-11, 2015.
SOOMRO, A. H. et al. Isolation of Escherichia coli from raw milk and milk products in
relation to public health sold under market conditions at Tandojam. Pakistan Journal of
Nutrition, v. 1, n. 3, p. 151-152, 2002.
SOUSA, E.; BERCHIERI, A. J.; PINTO, A. A.; MACHADO, R. Z.; CARRASCO, A.O. T.;
MARCIANO, J. A. e WERTHER, K. Prevalence of Salmonella spp. Antibodies to
Toxoplasma gondii, and Newcastle Disease Virus in Feral Pigeons (Columba livia) in the City
of Jaboticabal, Brazil. Journal of Zoo and Wildlife Medicine, v.41, n. 4, p. 603-607, 2010.
SUSSMANN, M. Escherichia coli and human disease. In: SUSSMAN, M. Escherichia coli
mechanisms of virulence. Cambridge, Reino Unido: University Press, p. 3- 48. 1997.
SHARMA, M.; DOGRA, B.B.; MISRA, R. et al. Multidrug resistant Pantoea agglomerans in
a patient with septic arthritis-a rare report from India. Int J Microbiol Res; v.4, p.263-265.
2012.
SYDOW, A. C. M. D.G. V. Avaliação da ocorrência de fatores de virulência em estirpes
de Escherichia coli em fezes de cães errantes. 2005. 89 f. Dissertação (Mestrado em
Medicina Veterinária) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
SZMOLKA, A.; NAGY, B. Multidrug resistant commensal Escherichia coli in animals and
its impact for public health. Frontiers in Microbiology, v. 4, p. 1-13, 2013.
TIVENDALE K.A.; LOGUE C.M.; KARIYAWASAM S.; JORDAN D.; HUSSEIN A., LI
G.; WANNEMUEHLER Y.; NOLAN L.K. Avian-pathogenic Escherichia coli strains are
similar to neonatal meningitis E. coli strains and are able to cause meningitis in the rat model
of human disease. Infection and Immunity, v.78, p.3412-3419, 2010.
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. 10 ed. Porto Alegre: Artmed,
2012. 934 p.
70
TRABUISI, L. R., KELLER, R., TARDELLI GOMES, T.A. Typical and atypical
enteropathogenic Escherichia coli. Emerging Infectious Diseases, v. 8, n.5, p. 508-513.
2002.
VARGAS, J; MÁTTAR, S; MONSALVE, S. Bacterias patógenas con alta resistencia a
antibióticos: estudio sobre reservorios bacterianos en animales cautivos en el zoológico de
Barranquilla. Infectio, v. 14, n. 1, p. 6-19, 2010.
VERDIER-METZ, I., GAGNE, G., BORNES, S., MONSALLIER, F., VEISSEIRE, P.,
DELBÈS-PAUS, C., & MONTEL, M. C. Cow teat skin, a potential source of diverse
microbial populations for cheese production. Applied and environmental microbiology, v.
78, n. 2, p. 326-333, 2012.
VENINCASA, V. D., KURIYAN, A. E., FLYNN JR, H. W., SRIDHAR, J., & MILLER, D.
Endophthalmitis caused by Pantoea agglomerans: clinical features, antibiotic sensitivities,
and outcomes. Clinical Ophthalmology, v. 9, p. 1203-1207, 2015.
WELLINGTON, E, M; BOXALL, A, B; CROSS, P; FEIL, E, J; GAZE, W, H; HAWKEY, P,
M; THOMAS, C, M. The role of the natural environment in the emergence of antibiotic
resistance in Gram-negative bacteria. The Lancet infectious diseases. v. 13. n.2, p. 155-165,
2013.
ZENI, M. E., PEREIRA, J. M., ALMEIDA, G. DE, & PERES, R. E. Salmonelose em
animais silvestres e exóticos. Garça, SP: Ed FAEF 2008.
71
APÊNDICE
72
APÊNDICE A - Momentos expopássaro 2016. A – Local que pessoas transitavam onde no
qual foram alojadas as aves; B – Galeria de exposição das aves; C; momentos com o
presidente da União Cearense de Ornitologia (UNICO), William Cardoso Maciel.
73
APÊNDICE B - Momento em que ocorreu processamento das amostras.
APÊNDICE C - Momentos do processamento das amostras. A – Placa de MacConkey com
crescimento de Escherichia coli; B – Placas de teste de sensibilidade antimicrobiana
(antibiograma) C; Bactérias em TSI; D Agar nutriente contendo a espécie Salmonella enterica
subsp enterica (rugosa) isolada no presente estudo.
74
ANEXO
75
ANEXO A – CERTIFICADO CEUA
Comitê de Ética para o Uso de Animais
Av. Paranjana, 1700 – Itaperi
CEP 60740-903 – fone 3101-9890
ceua_uece@uece.com.br – www.uece.br/ceua
CERTIFICADO
Certificamos que o Projeto de Pesquisa intitulado “LEVANTAMENTO,
TIPIFICAÇÃO E PERFIL DE SENSIBILIDADE E PATOGÊNESECIDADE
DE ENTEROBACTÉRIAS EM CANÁRIOS BELGAS (Serinus canaria) DA
REGIÃO NORDESTE” registrado sob o 0515351/2016, tendo como
pesquisadora principal WILLIAM CARDOSO MACIEL, está de acordo
com os Princípios Éticos de Experimentação Animal, adotados pelo
Comitê de Ética para o Uso de Animais da Universidade Estadual do
Ceará (CEUA – UECE), tendo sido aprovado em 04 de março de 2016.
Este certificado expira-se em 04 de março de 2020.
Fortaleza, 16 de março de 2016.
Maria Erivalda Farias de Aragão
Presidente CEUA-UECE
76
ANEXO B – COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DO PRIMEIRO ARTIGO.
77