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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical
CALAGEM E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES EM DOIS
SOLOS COM DIFERENÇAS TEXTURAIS
Lucas Maraschin
CUIABÁ – MT
2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical
CALAGEM E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES EM DOIS
SOLOS COM DIFERENÇAS TEXTURAIS
Lucas Maraschin
Engenheiro Agrônomo
Orientador: Prof. Dr. José Fernando Scaramuzza
Dissertação apresentada à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, para obtenção do título de Mestre em Agricultura Tropical.
C U I A B Á - MT
2009
FICHA CATALOGRÁFICA M311c Maraschin, Lucas Calagem e disponibilidade de nutrientes em dois solos
com diferenças texturais / Lucas Maraschin. – 2009.
60p. : il. ; 30 cm. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de
Mato Grosso, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Pós-graduação em Agricultura Tropical, 2009. “Orientador: Prof. Dr. José Fernando Scaramuzza”. 1. Solos – Fertilizantes. 2. Solos – Calagem. 3. Calcário – Solos. 4. Solo – Correção – Métodos. I. Título.
CDU – 631.821 Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA
Programa de Pós-graduação em Agricultura Tropical
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
Título: CALAGEM E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES EM
DOIS SOLOS COM DIFERENÇAS TEXTURAIS
Autor: LUCAS MARASCHIN
Orientador: PROF. DR. JOSÉ FERNANDO SCARAMUZZA.
Aprovada em: 05/06/2009.
Comissão Examinadora:
____________________________
Prof. Dr. José Fernando Scaramuzza
(FAMEV/UFMT) (Orientador)
___________________________
Prof.a Dra. Walcylene L. M. P. Scaramuzza
(FAMEV/UFMT)
(Co-orientadora)
_______________________________
Prof. Dr. Marcelo Carvalho de Alves
(FAMEV/UFMT)
(UFGD)(UFGD)(UFGD)(UFGD)(UFGD)(UFGD)(UFGD)José Oscar Novelino (UFGD)Prof. Dr.
Dedico
Aos meus pais, Pedro Maraschin e Lorena Casarin Maraschin.
Agradecimentos
À Deus pelo dom da vida, e pela perseverança que me fez alcançar este
objetivo;
Aos meus pais Pedro Maraschin e Lorena Casarin Maraschin pelos
importantes ensinamentos em minha vida;
Aos meus irmãos Leandro Maraschin e Luciano Maraschin pelo apoio e
incentivo;
Ao Professor Dr. José Fernando Scaramuzza pelo companheirismo,
amizade, e sobremaneira pela preciosa orientação;
Às Prof.as Dras. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber e Walcylene Lacerda
Matos Pereira Scaramuzza pela co-orientação e amizade;
Ao Professor Dr. Marcelo Carvalho de Alves pela amizade e colaborações;
À minha namorada Lidiane Dias de Campos, uma pessoa muito importante
nessa caminhada;
À colega de laboratório de solo Ana Paula Montesuma;
Aos meus colegas do Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical
da Universidade Federal do Mato Grosso, em especial a Léo Adriano Chig,
Roseli Muniz Giachini e Ramon Lobo Gomes;
Ao Curso de Pós-Graduação em Agricultura Tropical da Universidade
Federal de Mato Grosso pela oportunidade e contribuição à minha formação
científica e pessoal.
CALAGEM E DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES EM DOIS
SOLOS COM DIFERENÇAS TEXTURAIS
RESUMO – Os objetivos deste trabalho foram comparar os métodos
de calagem da Saturação por Bases e da Neutralização Alumínio e Adição
de Cálcio e Magnésio com o Método Padrão de Incubação com Calcário, em
dois solos, um de textura média e outro de textura argilosa e avaliar a
disponibilidade de nutrientes nas diferentes texturas. O estudo consistiu de
três experimentos independentes, o primeiro utilizando o Método da
Incubação com Calcário para avaliar a disponibilidade de nutrientes; o
segundo para comparar as doses de calcário na produtividade de soja cv.
Mossoy 8866, e comparar os métodos tradicionalmente utilizados com o
Método de Incubação com Calcário em casa-de-vegetação. O terceiro,
verificar o efeito das doses de calcário na disponibilidade de P e K. Os solos
estudados foram oriundos do cerrado mato-grossense, um com textura
média, coletado em Campo Verde – MT e outro de textura argilosa, coletado
em Sorriso – MT. O delineamento experimental foi o inteiramente
casualizado, com 10 tratamentos e três repetições, resultando em 30
unidades experimentais para cada solo. Os tratamentos consistiram em
doses de calcário, sendo: 0,0; 0,5; 1,0; 2,5; 5,0; 7,5; 10,0; 12,5; 15,0 e 20,0 t
ha-1, referentes ao Método por Incubação com Calcário. No experimento 1, o
aumento das doses de calcário afetou os atributos químicos dos solos com
diferentes texturas: aumentando o pH, Ca, Mg, SB, V% e T, e diminuindo
nos teores de H, Al, Fe. A saturação de bases obtidas com o método de
Saturação por Bases foi mais próxima da saturação de bases obtidas pelo
Método de Incubação com Calcário, enquanto o Método de Neutralização de
Alumínio e Adição de Cálcio e Magnésio superestimou a saturação no solo
de textura média. No experimento 2 a produtividade da soja não foi afetada
pelas doses de calcário nas diferentes texturas. No experimento 3: a
disponibilidade de fósforo e de potássio diminuiu com as doses de calcário.
Palavras-chave: calcário, incubação, métodos para correção do solo
LIMING AND AVAILABILITY OF NUTRIENTS DIFFERENCES IN TWO SOILS WITH TEXTURE
Abstract - Considering the importance of soil acidity in tropical conditions
and the existence of different methods of assessing the need for liming, this
study consisted of three independent experiments to study liming
requirement in soil. The first, it was the method of incubation with limestone
to the calibration method recommended levels of saturation and Method of
Base Neutralization of Aluminum of Ca and Mg addition. The second
experiment was realized to compare effects of liming levels on soybean
(Glycine max) yield in green house. The third, was to verify the effect of
liming on the availability of phosphorus and potassium. The soils were from
the cerrado of Mato Grosso State, Brazil, one with medium texture (TM),
collected in Campo Verde, and another with clay texture (TA), collected in
Sorriso. The experimental design was completely randomized, with 10
treatments and three replications, resulting in 30 experimental units for each
type of soil texture. The treatments consisted of different liming doses, 0.0,
0.5, 1.0, 2.5, 5.0, 7.5, 10.0, 12.5, 15.0 and 20.0 t ha-1, for the Standard
Method for Lime Incubation with Limestone. In the first experiment,
increasing doses of liming affected the chemical attributes in the different
textures of soil including pH CaCl2, pH H2O, Ca, Mg, SB, V% and CTC, and a
decrease the levels of H, Al, Fe in different soil textures. The methods of
Base Saturation presented better answers to the recommended doses when
compared to the standard method of incubation. The recommended dose by
the method of neutralization of aluminum and the addition of Ca and Mg used
in the soil of medium texture, overestimated the V% levels. In the second
experiment the soybean yield was not affected by the liming doses in
different soil textures. In the third experiment with increasing doses of liming
it was observed a decrease in the levels of available phosphorus and
potassium.
Keywords: liming, soil incubation, methods for soil liming.
CONTEÚDO
Página
1 INTRODUÇÃO................................................................................... 9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................. 10
2.1 Acidez do solo................................................................................. 10
2.2 A calagem........................................................................................ 11
2.3 Métodos de recomendação de calcário........................................... 12
2.3.1 Método da saturação por bases.................................................... 12
2.3.2 Método da neutralização de alumínio e da adição de cálcio e magnésio................................................................................................
15
2.3.3 Método da Calagem por Incubação com CaCO3........................... 16
2.4 Saturação por bases (V%) e pH...................................................... 17
2.5 Calagem e disponibilidade de macro e micronutrientes.................. 18
2.6 Efeito da textura do solo sobre a disponibilidade de nutrientes....... 20
3 MATERIAL E MÉTODOS................................................................... 23
3.1 Local dos experimentos e espécie vegetal ..................................... 23
3.2 Solos estudados e cálculos para recomendação de calagem......... 23
3.3 Delineamento experimental e tratamentos...................................... 25
3.4 Experimento 1- Método de Incubação com Calcário....................... 25
3.5 Experimento 2- Comparação das doses de calcário....................... 26
3.6 Experimento 3 - Efeito das diferentes doses de calcário na disponibilidade de P e de K .................................................................
27
3.7 Análises químicas e física do solo................................................... 28
3.8 Análises estatísticas......................................................................... 29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................... 30
4.1 Experimento 1 – Método de Incubação com Calcário..................... 30
4.1.1 Acidez ativa ou pH ....................................................................... 34
4.1.2 Acidez não trocável ou H.............................................................. 36
4.1.3 Acidez trocável ou Al3+.................................................................. 37
4.1.4 Cálcio............................................................................................ 38
4.1.5 Magnésio........................................................ ............................. 40
4.1.6 Saturação de alumínio (m)............................................................ 41
4.1.7 Soma de Bases ............................................................................ 42
4.1.8 Capacidade de troca catiônica ..................................................... 43
4.1.9 Saturação de bases ou V%......................................................... 45
4.2.0 Ferro disponível............................................................................ 46
4.3 Experimento 2 - Comparação das doses de calcário ..................... 47
4.3.1 Produtividade de soja.................................................................... 49
4.4 Experimento 3: Avaliação da disponibilidade de P e K no solo de textura argilosa (TA)........................................................................
50
5 CONCLUSÕES................................................................................... 53
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................................. 54
1 INTRODUÇÃO
Os solos sob Cerrado ocupam uma grande área em nosso país,
normalmente são solos ácidos e de baixa fertilidade, dentre os quais estão
os Latossolos, caracterizado pela baixa fertilidade natural. Sendo que a
prática da calagem tem papel importante para viabilização desses solos no
processo produtivo. O calcário é um dos insumos menos onerosos na
agricultura, devido ao seu custo benefício. A calagem aumenta a
disponibilidade de nutrientes para as plantas e neutraliza outros elementos
que são tóxicos ao seu crescimento e desenvolvimento.
A dose correta de calcário no solo para uma determinada cultura
contribui para que ela atinja o seu maior potencial produtivo, pois, a
disponibilidade de macro e micronutrientes está intimamente relacionada
com a dose de calcário recomendada para a cultura. Doses inadequadas
podem reduzir a disponibilidade dos nutrientes, ou ainda, causar toxidez
para as plantas.
As doses recomendadas podem ser estimadas por diferentes
métodos, sem que estes estejam relacionados entre si. Porém, a maioria
deles não se adequam a todos os tipos de solo. Existe muita imprecisão nas
doses obtidas. Assim, este trabalho teve como objetivo comparar os
métodos de calagem Saturação de Bases e Neutralização do Alumínio e
Adição de Cálcio e Magnésio com o Método Padrão de Incubação com
Calcário, em dois solos de texturas diferentes mediante a avaliação da
disponibilidade de nutrientes com o uso dos diferentes métodos.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Acidez do solo
Os solos são ácidos devido à baixa concentração de cátions como
cálcio, magnésio, potássio e sódio no material de origem, ou a processos
pedogenéticos que favoreceram a perda desses cátions (Raij, 1991).
Segundo Malavolta (1985), a água remove as bases do complexo de
troca deixando íons H+ em seu lugar, com a redução no valor do pH pode
ocorrer a destruição de minerais de argila e ocasionar o aparecimento de Al
trocável (Al3+); a oxidação microbiana do N amoniacal leva à liberação de
íons H+; a raiz "troca" H+ por cátions que a planta absorve mantendo o
equilíbrio eletrostático; também a matéria orgânica libera íons H+ no solo, por
meio da dissociação dos seus grupos carboxílicos e fenólicos. Dessa forma,
quanto menor a ocupação da capacidade de troca de cátions (CTC) por
cátions de reações básicas, mais ácido será o solo.
Quando se trata das naturezas químicas referentes à acidez de solo,
o conceito que melhor se aplica é proposto por Brönsted e Lowry, segundo
os quais se define como ácido toda a espécie capaz de doar um próton H+.
Por outro lado, como base toda espécie capaz de receber um próton H+.
Dentre os fatores químicos relacionados à acidez do solo, os mais
estudados são relacionados ao Al3+ e ao Ca2+. Os efeitos tóxicos
relacionados ao Al3+ podem ser divididos em dois: um indireto, afetando a
11
absorção de outros nutrientes, principalmente o H2PO4- e o Ca2+, e um direto
afetando a divisão celular e o crescimento do sistema radicular das plantas
(Gonzáles-Érico et al., 1979, Pavan et al., 1982, Kochian, 1995).
2.2 Calagem
Calagem ou correção da acidez do solo é realizada pela aplicação de
produtos de reação básica, que possuem como principais compostos
neutralizantes, o carbonato de cálcio (CaCO3) e o carbonato de magnésio
(MgCO3) nos calcários agrícolas; o óxido de cálcio (CaO) e o óxido de
magnésio (MgO) na cal virgem; o hidróxido de cálcio (CaOH2) e o hidróxido
de magnésio (MgOH2) na cal hidratada (Tedesco et al., 2000).
A calagem é uma das práticas agrícolas menos dispendiosas e
efetivas na melhoria das condições do ambiente em que as plantas se
desenvolvem, principalmente, pela elevação do pH, pela neutralização do
Al+3 trocável, pelo fornecimento de Ca e de Mg, além de influenciar na
disponibilidade de outros nutrientes, caracterizando um insumo de vital
importância para o desenvolvimento das culturas (Kaminski, 1989).
A eficiência da calagem é dependente de vários fatores, entre eles, a
área superficial de contato com o solo, que depende da uniformidade da
aplicação e da antecedência em relação aos períodos de demanda pelas
culturas (Anghinoni e Salet, 2000).
Entretanto, na escolha do corretivo, alguns aspectos em relação à sua
qualidade devem ser observados, principalmente das suas características
químicas, tais como o teor e o tipo de compostos neutralizantes, bem como
suas características físicas, determinadas pelo grau de moagem, ou seja, a
sua granulometria (Tedesco et al., 2000; Alcarde e Rodella, 2003).
A velocidade com que o corretivo reage com o solo é influenciada
pela sua taxa de dissolução, devido à variação no conteúdo de carbonatos
presentes no corretivo associada à sua composição granulométrica. As
reações de solubilização em condições normais de solos ácidos são lentas e
dependem basicamente da velocidade de difusão dos íons Ca+2 e Mg+2,
12
HCO3- e OH- no solo, a partir da partícula do corretivo, do grau de acidez do
solo e da presença de água. Estima-se que a solubilidade do CaCO3 é de
0,014 g L-1 e o MgCO3 de 0,106 g L-1 a 25ºC, demonstrando que o carbonato
de cálcio possui menor solubilidade em água em relação ao carbonato de
magnésio (Tedesco e Gianello, 2000; Alcarde e Rodella, 2003).
Do ponto de vista químico, a necessidade de calagem pode ser
definida como a quantidade de calcário ou corretivo da acidez do solo para
aumentar o pH, ou o V%, de uma condição ácida inicial, a um valor
desejado, supostamente adequado para o crescimento das plantas e ainda a
neutralização da toxidez do Al3+ (Raij e Quaggio, 2001).
2.3 Métodos de recomendação de calcário
Dentre os vários métodos para recomendação de calcário, no Brasil
são utilizados principalmente três, além de algumas variações locais: Método
da Saturação por Bases, Método da Neutralização do Alumínio Trocável e
Adição de Cálcio e Magnésio, e Método da Solução Tampão SMP nos
estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Lopes e Guilherme, 1990).
Atualmente, para a região de cerrado tem sido utilizado como metodologia
para determinar a necessidade de calagem tanto o Método da Neutralização
do Alumínio Trocável e Adição de Cálcio e Magnésio como o Método de
Saturação por Bases (Souza e Lobato, 2004). O Método de Incubação é
utilizado em pesquisa cientifica, com objetivo de corrigir as doses de calcário
recomendadas pelos diferentes métodos (Nolla e Anghinoni, 2004).
2.3.1 Método da Saturação por Bases
Um dos mais antigos métodos de recomendação de calcário
empregados no país foi proposto por Catani e Gallo (1955) e utilizava a
relação entre o pH e a saturação por bases do solo. Os autores obtiveram a
relação entre essas duas variáveis, dada pela equação: pH = 0,03176 V% +
13
4,288, com R2 = 0,947, em 85 amostras do estado de São Paulo, com isso
foi possível determinar o valor V% da amostra apenas pela leitura do pH em
água da mesma. Admitiu-se, portanto, com base na equação proposta, uma
saturação de bases de 70% como a ideal para se atingir um pH de 6,5, e
conhecendo-se também a acidez potencial (H+ + Al3+) extraída com acetato
de cálcio 1N a pH 7,0, foi possível determinar a quantidade de calcário a ser
aplicada com base na equação 1:
NC = H (V2 – V1) = (t ha-1 CaCO3) (1) 100 – V1
em que:
NC é a necessidade de calcário em toneladas por hectare (t ha-1); H é o teor
de hidrogênio em cmolc dm-3, obtido por extração com acetato de cálcio 1N,
a pH 7,0.; V2 é a saturação por base necessária para atingir um pH de 6,5
(70%); V1 é a saturação por bases atual do solo obtida da leitura do pH e
fazendo a conversão na equação ou na tabela.
Nas recomendações de calagem de rotina, o método de Catani e Gallo
(1955), tem como principal desvantagem o fato de exigir a determinação da
acidez potencial, que é feita por titulação. Entretanto, Raij et al. (1979)
mostraram a possibilidade de determinar esta acidez a partir de leituras
potenciométricas do pH de equilíbrio da solução tampão SMP com solo, pois
observaram excelente correlação entre os valores de pH da suspensão
solo:água:tampão SMP (pH SMP) e os valores de (H+ + Al3+) obtidos pelo
método do acetato de cálcio em solos do estado de São Paulo. Quaggio et
al. (1982a), trabalhando com uma ampla variedade de solos daquele estado,
obtiveram nova correlação neste sentido, que permitiu a obtenção de valores
de (H++ Al3+) de até 30 cmolc dm-3 de terra apenas pela leitura do pH SMP.
Deste modo, a necessidade de calcário pode ser obtida com a equação 2:
NC (t/ha) = T (V2 – V1)x f (2) 100
14
em que:
NC é a necessidade de calagem (t ha-1) para a profundidade de 0 a 20 cm,
V1 é a saturação por bases atual do solo na camada de 0 a 20 cm (em %),
V2 é a saturação por bases desejada para uma determinada cultura (em %),
T é a capacidade de troca catiônica total (em cmolc dm-3), f é o fator de
correção em virtude do poder relativo de neutralização total do calcário
(PRNT), calculado por f = 100/PRNT.
Apesar do método de determinação da necessidade de calagem
baseado na elevação da saturação por bases do solo apresentar
fundamento cientifico, há frequentes relatos na literatura de resultados em
que os valores de saturação por bases determinados após a calagem serem
menores que os estimados pelo método (Quaggio et al., 1982a e b, Caíres e
Rosolem, 1993, Oliveira et al.,1997). Esse comportamento pode estar
relacionado a diversas causas, entre as quais o modo de incorporação do
corretivo no solo e as taxas de dissolução do corretivo, cujas influências
podem ser marcantes.
Neto et al. (2000) em estudo de calagem em Latossolo vermelho-
escuro distrófico com os seguintes modos de incorporação: enxada rotativa,
arado de discos, grade aradora e arado escarificador e calcário distribuído
na superfície sem incorporação, constituído por quatro doses de calcário
dolomítico: 0,0; 2;8; 6;6 e 10,3 t ha-1, visando a elevar a saturação por bases
do solo a 30, 60 e 90%, observaram que o modo de incorporação do
corretivo no solo, afeta a sua eficiência em relação à profundidade no perfil,
e os valores de saturação por bases desejados não foram alcançados três
meses após a calagem, independente do modo de incorporação de calcário.
15
2.3.2 Método da neutralização de alumínio e adição de cálcio e magnésio
A utilização dos valores de alumínio trocável obtidos pela extração
com solução de sais não tamponados como critério para determinação da
necessidade de calcário dos solos teve divulgação a partir do trabalho de
Coleman et al. (1958), confirmado por Kamprath (1970). O método
preconizou que a quantidade de calcário a ser adicionada deve ser suficiente
para neutralizar o alumínio trocável extraído com KCl (Kamprath, 1970). Os
valores de alumínio trocável assim obtidos, são multiplicados por um fator
que varia de 1 a 3, dando a indicação da quantidade de calcário a ser
aplicada no solo (Sousa et al., 1980).
Em trabalhos realizados por Tobon e Leon (1971) e Freitas et al.,
(1999), constata-se que as quantidades de calcário recomendadas por esse
método são pouco efetivas para atingir-se um pH pré-estabelecido, sendo
eficaz na redução do teor de Al trocável a níveis não tóxicos. Kamprath
(1970) sugeriu o emprego do fator 1,5 para atingir uma saturação com
alumínio igual ou inferior a 15% nos solos testados (Oxissol e Ultissol), que o
fator 2 pode ser utilizado para culturas mais sensíveis ao alumínio trocável.
Nesse método, consideram-se ao mesmo tempo as características do
solo e as exigências das culturas. Procura-se, por um lado, corrigir a acidez
do solo e para isso leva-se em conta a susceptibilidade, ou, a tolerância da
cultura à elevada acidez trocável (considerando a máxima saturação por Al3+
tolerada pela cultura – mt) e a capacidade tampão do solo (Y). Além disso,
tem como finalidade aumentar a disponibilidade de Ca e de Mg do solo de
acordo com as exigências das culturas (X) (Comissão de Fertilidade de
Solos do Estado de Minas Gerais – CFSEMG, 1999). A necessidade de
calagem por esse método é obtida com a equação 3.
NC = Y [Al+3 – (mt t/100)] + [ X – (Ca+2 + Mg+2)] (3)
Em que: NC é a necessidade de calagem; Y é o valor variável em função da
capacidade tampão da acidez do solo e que pode ser definido de acordo
16
com a textura do solo, Al3+ é a acidez trocável (em cmolc dm-3); mt é a
máxima saturação por alumínio tolerada pela cultura, (%); t é a CTC efetiva
(em cmolc dm-3); X é um valor dado em função das necessidades de Ca e de
Mg pelas culturas, e Ca2+ + Mg2+ são os teores de Ca e de Mg trocáveis (em
cmolc dm-3).
2.3.3 Método da Calagem por Incubação com CaCO3
Esse método serve como padrão para calibrar outros métodos
(Vettori, 1966 e Malavolta, 1976). Onde quantidades crescentes de
carbonato de cálcio são adicionadas ao solo que é umedecido
permanecendo em incubação por um período de tempo suficiente para o
calcário reagir (40 dias, por exemplo). Em intervalos determinados são
retiradas amostras nas quais determina-se o pH. Quando o pH desejado é
atingido, em geral 6,0 - 6,5, conhecendo-se a quantidade de carbonato de
cálcio usada, calcula-se a quantidade de calcário necessária para neutralizar
um hectare.
No entanto, esse método apesar de ser muito eficiente, é pouco
utilizado pelos laboratórios de análise de solos devido ser demasiadamente
demorado para a obtenção dos resultados, tornando-se economicamente
inviável. Para determinações quantitativas de calcário é muito utilizado em
trabalhos científicos, sendo citado por vários autores. Vettori (1966) afirmou
que a incubação de amostras de solo substanciais (500 a 1.000 g) com
diferentes quantidades de calcário até se atingir uma estabilização produz
uma curva na qual a necessidade de calcário pode ser determinada para
qualquer pH. Raij (1991), diz que se a vários solos forem adicionadas doses
crescentes de CaCO3 e for medido o pH resultante após algum tempo de
incubação, são obtidas curvas de neutralização, salientando que os solos
diferem nas necessidades de CaCO3, para que seja obtido um mesmo valor
de pH.
17
2.4 Saturação por bases (V%) e pH
Mehlich (1942) demonstrou que a relação de diferentes minerais em
diversificadas porcentagens de materiais orgânicos e ausência destes, tem
um comportamento distinto em relação ao pH e V%. Posteriormente, Chao e
Harward (1962) mostraram que a natureza das curvas de titulação varia
extensamente em solos de composição mineralógica distinta e com os íons
determinantes de potencial, ao quais foram submetidos, devendo ainda, ser
consideradas as diferentes técnicas de medição de pH e V%.
Todavia, Bennema e Vettori (1960), ao trabalhar em diversos solos de
elevado grau de intemperismo não encontraram correlação quando
comparativamente analisaram o horizonte B de um Latossolo.
Para Mehlich (1942), é essencial que, o pH seja medido em grande
amplitude de saturação de bases e que a relação para o tipo de solo esteja
estabelecida, a fim de correlacionar alguma das propriedades do solo com a
nutrição de plantas.
Catani e Gallo (1955) consideram essa relação para diferentes tipos
de solo, no aspecto geral para fins de calagem, sendo que o V% está
relacionado com o pH e a fertilidade do solo, de modo que esses dois
últimos atributos são melhorados com o aumento da V%. Esses autores ao
trabalharem com 85 amostras da camada arável de solos do estado de São
Paulo, evidenciaram tendência linear crescente entre pH e o V%, apesar de
haver uma dispersão dos pontos. Esse padrão, também, foi confirmado por
Castro et al. (1972), o qual demonstrou uma tendência linear na relação
entre o pH e V% com 158 amostras de solos de todo o Brasil, percebendo-
se, no entanto, nos gráficos apresentados uma grande dispersão dos
pontos, com R2 de até 0,58 o que caracteriza uma tendência não adequada
ou que não representa a melhor equação. Ainda, quando os dados foram
analisados para o horizonte B de latossolos, esta tendência não foi
encontrada, tendo uma grande variação.
O trabalho desenvolvido por Mehlich (1942), em solos com presença
de material orgânico em diferentes proporções, deixou claro que a tendência
18
não foi linear, e a correlação mudou com os diferentes minerais presentes,
em conjunto com o material orgânico. Essa diferença pode ser atribuída ao
tamanho da superfície especifica e a atividade diferenciada dos diferentes
constituintes do solo, prevalecendo os de maior superfície e maior atividade.
2.5 Calagem e disponibilidade de macro e micronutrientes
A aplicação de corretivos em solos ácidos eleva o pH, aumenta as
cargas negativas no complexo de troca e diminui a solubilidade do Al3+ e do
Fe+2, aumentando por isso a disponibilidade de P na solução do solo e a
retenção de cátions (Ernani et al., 2000).
A disponibilidade dos nutrientes contidos no solo, ou a ele
adicionados por meio de adubações, é variável em função ao pH do solo. A
disponibilidade dos macronutrientes primários, secundários e do boro tende
a aumentar, passando de baixa disponibilidade sob condições de acidez e
atingindo valores máximos na faixa de pH em água entre 6,0 e 7,0. O
aumento na disponibilidade de cloro e molibdênio é praticamente linear até
pH 8,0. Entretanto, a disponibilidade de ferro, de cobre, de manganês e de
zinco são maiores sob condições ácidas, diminuindo com a elevação do pH
(Lopes e Guilherme, 2000).
O ponto relevante é que os efeitos do pH na disponibilidade de ferro,
de cobre, de manganês e de zinco são inversos àqueles para os
macronutrientes primários e secundários, e os micronutrientes boro,
molibdênio e cloro, o que enfatiza a necessidade de se buscar um meio
termo de máxima eficiência geral.
Em áreas sob plantio direto, já estabilizadas, e naquelas com elevado
aporte de resíduos orgânicos, o pH ideal para a maioria das culturas situa
em torno de 5,5, com saturação por bases em média 50% (Lopes e
Guilherme, 2000).
Com a utilização de calagem para elevar o pH do solo acima de 6,2
Mascagni Jr. e Cox (1985) observaram aumento da ocorrênia de deficiência
de Mn em plantas de soja cultivadas em solos de região costeira dos EUA.
19
Segundo Fageria (2001), o calcário incorporado em um Latossolo
Vermelho-Escuro distrófico em Santo Antonio de Goiás, elevou os valores de
pH em água, de Ca, de Mg, da saturação por Ca e por Mg, da relação Ca/K
e da relação Ca/Mg até a profundidade de 40 cm. Doses de 5, 8 e 9 t ha-1 de
calcário foram suficientes para obtenção de 90% da produtividade máxima
em relação às médias de dois cultivos de feijão, milho e soja em sucessão,
respectivamente.
A presença de Ca2+ na solução do solo em contato com o sistema
radicular é fundamental para a sobrevivência das plantas, pois este nutriente
não se transloca da parte aérea para as partes novas das raízes em
crescimento (Caires et al., 2001). Deficiência de Ca2+ no solo limita o
crescimento das raízes na maioria das espécies cultivadas, tendo as
leguminosas o desenvolvimento de nódulos reduzido (Macció et al., 2002).
Considerando-se, ainda, a necessidade de aprofundamento da
correção da fertilidade natural dos solos e a alta capacidade de fixação de
fósforo, as quantidades necessárias de fósforo e de potássio para viabilizar
sua capacidade produtiva são muito altas. Nessas condições, aumentam
muito os riscos de produção, principalmente quando a correção é efetuada
toda no primeiro ano. O pronunciado movimento de K no solo indica que a
manutenção de seus níveis adequados nas camadas superficiais é
incompatível com uma aplicação maciça de adubo potássico num único ano
(Smyth et al., 1980).
O aumento do pH do solo pela calagem pode elevar a capacidade de
adsorção de potássio, diminuindo perdas por lixiviação. Doses excessivas de
calcário podem provocar desequilíbrios com a adubação potássica. Existem,
porém, contradições (Rosseto et al., 2004). Bittencourt e Sakai (1975)
concluíram que a adição de calcário pode provocar maior mobilização de
potássio, mesmo de formas não trocáveis, permitindo que seja lixiviado com
maior facilidade. Nos experimentos de Cordeiro et al. (1987), verificou-se
que a calagem causou redução de 19% na disponibilidade de K para a cana
em um Latossolo Roxo e de 10% em um Latossolo Vermelho-Amarelo.
20
Segundo Furtini Neto et al. (2004), no caso dos Latossolos da região
de cerrado, a calagem para elevar o pH para próximo de 7,0 é um grande
risco, pois prejudica a estruturação do solo e, conseqüentemente, a aeração
e percolação de água, pela substituição do Al3+ pelo Ca2+ nos colóides do
solo; reduz a disponibilidade de fósforo pela precipitação de fosfatos com
cálcio; reduz a disponibilidade e, conseqüentemente, a absorção de
micronutrientes catiônicos, notadamente em solos com baixa disponibilidade
inicial dos mesmos.
2.6 Efeito da textura do solo sobre a disponibilidade de nutrientes
O cultivo da soja no Brasil, mais especificamente na região dos
cerrados, ocorreu tradicionalmente sobre solos de texturas argilosas,
considerados mais férteis em relação aos de texturas arenosas. Entretanto,
nos últimos anos, as áreas cultivadas com soja tem se expandido em solos
de textura média e arenosa, principalmente nos Estados da Bahia, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.
A textura do solo representa a proporção relativa das partículas de
diferentes tamanhos que o constituem, isto é, argila silte e areia. Cox e Lins
(1984) ressaltaram que a textura talvez seja a mais importante propriedade
do solo, tendo vantagem de ser de fácil mensuração. Sendo assim, a textura
do solo é um dos principais indicadores da qualidade e produtividade dos
solos, não obstante a importância dos atributos biológicos, químicos e físicos
adicionais à textura (Sanchez et al., 2003). Além disso, a textura do solo
influencia, direta ou indiretamente, o transporte de nutrientes no solo e o
crescimento radicular das plantas (Ruiz et al., 1988). Do mesmo modo, afeta
os processos ligados à disponibilidade de água, compactação, drenagem,
aeração e incidência de pragas e doenças, que por sua vez irão refletir na
produtividade das culturas. Em trabalho com culturas perenes, Laar (1981)
verificou que as características físicas do solo facilitaram mais as previsões
sobre a qualidade de sítio do que as químicas.
21
Lima (1993), em trabalho utilizando dados de 293 talhões com cultivo
de soja comercial em Campo Novo do Parecis-MT, divididos em solos de
textura argilosa e arenosa-média, evidenciou a sustentabilidade da produção
da cultura sob agricultura intensiva nessas condições. A produtividade média
de soja elevou-se, ao longo de cerca de dez anos de cultivo, de 3,1 e de
2,6 t ha-1 para de 3,5 e de 3,3 t ha-1 nos solos, argilosos e de textura
arenosa-média, respectivamente, fato que também evidencia a maior
magnitude de resposta da cultura, em solos arenosos, às técnicas
empregadas no processo produtivo.
Oliveira et al. (1999), em trabalho com três solos de texturas variadas,
obtiveram fluxo difuso de Zn 11,5 e 3,0 vezes maior em solo arenoso do que
no argiloso, para as fontes ZnCl2 e ZnSO4, respectivamente. Para esses
autores, solos mais argilosos possuem maior número de sítios de troca,
acarretando maior adsorção de Zn e, como conseqüência, um menor fluxo
difusivo que os arenosos. E o efeito verificado pelo uso de diferentes fontes
de Zn foi explicado com base na menor e na baixa capacidade de adsorção
de Cl- (este como ânion acompanhante do Zn em solução) pelos solos e
também à alta solubilidade do ZnCl2 (Lindsay, 1979).
Em um Latossolo Vermelho psamítico, cultivado com soja, foi
observado lixiviação de K+ até a profundidade de 80 cm, principalmente nas
doses de 80, 160 e 240 kg ha-1 de K2O, e tendo como fonte de K+ o cloreto
de potássio. As doses elevadas foram conseqüências do decréscimo
acentuado nos teores de K do solo com um ano de cultivo pelo baixo poder
tampão de potássio do solo e possíveis perdas do K+ por lixiviação,
favorecidas pelo íon acompanhante Cl-. Observou-se variação de K+ de um
teor inicial de 66 mg dm-3 de K+ para 28, 35, 40, e 45 mg dm-3 de K+ para
doses de 40, 80, 160 e 240 kg ha-1 de K2O, respectivamente (Rosolem et al.,
1984). Para manter o teor inicial de K+ no solo, foi necessário aplicar doses
maiores que 80 kg ha-1 ano-1 de K2O.
A textura do solo é, possivelmente, a característica física mais
importante relacionada à sua capacidade de retenção de água, pois ela
22
determina a área de contato entre as partículas sólidas e a água, e
determina a porosidade do solo (Ferreira, 1990).
Em relação à adubação, a textura do solo interfere, entre outros, na
dose a ser recomendada, principalmente de P, e na taxa de recuperação
pela planta. O extrator do nutriente (aplicado como fertilizante) também tem
efeito na resposta da planta à adubação realizada (Santos, 2002).
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local dos experimentos e espécie vegetal
O presente estudo consistiu de três experimentos independentes, o
primeiro utilizando o Método da Incubação com calcário efetivado no
Laboratório de Solos da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária –
FAMEV da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, para verificar o
efeito na disponibilidade de nutrientes; o segundo para comparar as doses
de calcário na produtividade da soja (Glycine max) cv. Mossoy 8866,
realizado em casa-de-vegetação na FAMEV. O terceiro, também, no
Laboratório de Solos da FAMEV, para verificar o efeito das doses de calcário
na disponibilidade de fósforo e de potássio.
3.2 Solos estudados e cálculos para recomendação de calagem
Os solos estudados são oriundos do cerrado nativo mato-grossense,
sendo um com textura média (TM), coletado na Escola Agrotécnica de São
Vicente, BR 364, em Campo Verde – MT, e outro de textura argilosa (TA),
coletado na Fazenda Pejuçara, em Sorriso – MT. Os atributos químicos e
físicos dos solos utilizados estão apresentados na Tabela 1.
24
TABELA 1 Atributos químicos e físicos de dois solos de diferentes texturas do cerrado mato-grossense
Características Texturas
Média (Campo Verde – MT) Argilosa (Sorriso – MT)
pH em água 4,6 4,5
pH em CaCl2 4,0 3,9
P (mg dm-3) ( 1,4 1,1
K (mg dm-3) 64 32
Zn (mg dm-3) 0,9 0,7
Cu (mg dm-3) 0,5 0,4
Fe (mg dm-3) 207 264
Mn (mg dm-3) 8,6 5,0
S (mg dm-3) 0,71 0,74
B (mg dm-3) 8,3 9,2
Ca + Mg (cmolc dm-3) 0,2 0,2
Ca (cmolc dm-3) 0,1 0,1
Mg (cmolc dm-3) 0,1 0,1
Al (cmolc dm-3) 1,2 1,4
H (cmolc dm-3) 3,8 6,5
Mat.Org.(g dm-3) 20,6 33,9
Areia (g kg-1) 643 243
Silte (g kg-1) 84 117
Argila (g kg-1) 273 640
Soma de bases (SB) (cmolc dm3) 0,4 0,3
CTC a pH 7,0 (cmolc dm-3) 5,3 8,1
Sat por Bases (V) % 6,9 3,5
Relação Ca/Mg 1,2 1,3
Relação Ca/K 0,6 1,5
Relação Mg/K 0,5 1,2
Saturação (%) por Ca 1,9 1,5
Saturação (%) por Mg 1,6 1,2
Saturação (%) por K 3,1 1,0
Saturação (%) por H 71,5 79,9
Saturação (%) por Al (m) 75,8 82,7
Com os resultados dos atributos físicos e químicos foram realizados
os cálculos para recomendação de calagem pelos Métodos de Saturação
25
por Bases (Raij et al.,1983) e pelo Método da Neutralização de Alumínio e
Adição de Cálcio e Magnésio (CFSEMG,1989).
As equações utilizadas para calcular a soma de bases (SB), a
saturação de alumínio m(%), a capacidade de troca catiônica total (T) e a
saturação por bases V(%) foram as seguintes:
SB = K + Ca + Mg (em cmolc dm-3)
m(%) = [Al/(Al+SB)] x 100
T = SB+H+Al (em cmolc dm-3)
V(%) = (SB/T) x 100
3.3 Delineamento experimental e tratamentos
Nos três experimentos foi utilizado o mesmo delineamento
experimental, sendo o inteiramente casualizado com 10 tratamentos e três
repetições, resultando em 30 unidades experimentais para cada tipo de
textura do solo. Os tratamentos consistiram em dose de calcário, sendo: 0,0;
0,5; 1,0; 2,5; 5,0; 7,5; 10,0; 12,5; 15,0 e 20,0 t ha-1, referentes ao Método
Padrão de Calagem por Incubação com CaCO3.
O corretivo utilizado nos tratamentos foi o calcário dolomítico com
PRNT igual a 100%, contendo 24,5% CaO e 17,5% MgO.
3.4 Experimento 1 – Método de Incubação com Calcário
Os solos de textura média (TM) e argilosa (TA) foram incubados no
Laboratório de Solos com as doses de calcário (0,0; 0,5; 1,0; 2,5; 5,0; 7,5;
10,0; 12,5; 15,0 e 20,0 t ha-1) durante 40 dias em sacos plásticos, contendo
26
dois quilos de solo com umidade referente a 80% da capacidade máxima de
retenção de água do solo. Após esse período, os solos foram secos em
estufa de circulação forçada de ar a 50oC e retiradas amostras para a
realização de análises química.
Posteriormente, de cada unidade experimental do solo de textura
argilosa (TA) foi retirada uma amostra individual de 100 g para a realização
do experimento 3, sendo o restante dos solos utilizados para a realização do
experimento 2.
3.5 Experimento 2 – Comparação das doses de calcário
Após a incubação com CaCO3 e a retirada das amostras para análise
(experimento 1), o restante dos solos dos diferentes tratamentos foi colocado
em tubos de PVC de 100 mm de diâmetro e 21 cm de altura, deixando-se
um centímetro da borda superior dos tubos sem solo para facilitar a
irrigação. Os diferentes tratamentos foram cultivados com uma planta de
soja até a colheita (Figura 1).
As sementes de soja foram inoculadas com Rhizobium japonicum,
para seu melhor desenvolvimento e plantadas a 5 cm de profundidade, com
adubação básica de 500 kg ha-1 do formulado 0-20-20.
No decorrer do experimento, para melhor desenvolvimento das
plantas de soja e evitar o efeito de bordadura, foi usado o seguinte
procedimento: os tubos eram girados diariamente 90o em seu eixo e de dois
em dois dias eram realizados rodízios dos tubos, de forma que recebessem
a luz solar de forma homogênea dentro da casa-de-vegetação. O
monitoramento de pragas e doenças foi realizado diariamente.
A colheita dos grãos foi feita aos 125 dias depois da semeadura,
sendo os grãos obtidos levados em estufa de circulação forçada de ar a
75oC por um período de 24 horas, objetivando padronizar a umidade em
13%.
27
A produtividade de soja foi estimada transformando-se o peso dos
grãos (g tubo-1) para kg ha-1, considerando-se a densidade do solo nos tubos
como 1 kg dm-3.
Nesse experimento foram comparadas as produtividades obtidas com
o Método de Calagem por Incubação (padrão) e os métodos de Saturação
de bases e o de Neutralização de Al e Adição de Cálcio e Magnésio.
FIGURA 1. Visão geral do experimento 2, em casa-de-vegetação da FAMEV-UFMT.
3.6 Experimento 3 – Efeito das diferentes doses de calcário na disponibilidade de P e de K
Para avaliar o efeito da disponibilidade de fósforo e de potássio nas
diferentes doses de calcário foram retirados, de cada tratamento, 100 g de
solo de textura argilosa (TA) após incubação com calcário e, em seguida
foram incubados com 0,25 g do formulado 0-20-20, com 80% da capacidade
máxima de retenção de água no solo. As amostras foram deixadas em local
escuro por 40 dias no Laboratório de Solos da FAMEV, segundo
metodologia descrita por Malavolta (1976). Após esse período, as amostras
28
foram secas em estufa de circulação de ar forçada á 50oC, homogeneizadas
e quantificados os teores de fósforo e de potássio.
A dose de 0,25 g do formulado 0-20-20 em 100 g de solo foi calculada
a partir da dose padrão utilizada por produtores de soja de Mato Grosso que
é de 500 kg ha-1no plantio.
3.7 Análises químicas e física do solo
As análises químicas e física dos solos foram realizadas segundo
metodologia da EMBRAPA (1997), no Laboratório de Solos da FAMEV na
Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT.
Em cada amostra foi determinado o pH em H2O e em CaCl2 (na
proporção 1:2,5), sendo os teores de Ca, Mg e Al obtidos por meio da
extração com cloreto de potássio e quantificados por titulometria.
Os teores de P, de K e dos micronutrientes (Cu, Fe, Mn e Zn) foram
obtidos por extração com Mehlich-1 e quantificados utilizando-se o método
do subcarbonato de bismuto em vitamina C para P; o método da fotometria
de chama para K, e os micronutrientes foram dosados por
espectrofotometria de absorção atômica;
A acidez total (H + Al) foi obtida por extração com acetato de cálcio
1N em pH 7,0; e dosada por titulometria.
A matéria orgânica foi estimada utilizando-se o método da mufla.
A textura do solo (areia, silte e argila) foi determinada utilizando-se o
Método do Hidrômetro Bouyoucos, conforme descrito por Kiehl (1979).
29
3.9 Análises estatísticas
Os resultados das variáveis analisadas pH H2O, pH CaCl2, P, K, H,
Al, Ca, Mg, Fe, m, SB (soma de bases) e o V (saturação por base) foram
submetidos à análise de variância pelo Teste F (a 1% e 5% de significância).
As correlações obtidas foram testadas pelo Teste de t.
Posteriormente, para os dados obtidos no experimento 1 foram
ajustadas equações de regressão não linear para determinar os efeitos dos
tratamentos sobre os atributos estudados.
Com as regressões ajustadas foi possível estimar: a disponibilidade
dos nutrientes (P, K, Ca, Mg e Fe), o H+, o Al3+, a SB, a T, a V(%) e a m(%)
em diferentes doses de calcário, nos solos estudados.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dos diferentes experimentos foram apresentados e
discutidos separadamente, pois foram realizados independentemente.
Só foram discutidas as variáveis que tiveram efeito significativo com
os tratamentos utilizados (doses de calcário).
4.1 Experimento 1 – Método de Incubação com Calcário
Na Tabela 2 pode-se observar a estatística descritiva dos atributos
dos solos estudados em função da incubação com diferentes doses de
calcário, onde são apresentadas as médias de cada atributo químico
estudado.
Com o acréscimo das doses de calcário houve aumento nos valores
dos atributos químicos: pH em CaCl2;, pH em H2O; Ca; Mg; SB; V% e T, e
diminuição nos teores de H, Al, Fe nas diferentes texturas de solo
estudados. Entretanto, alguns atributos como P, K, Zn, Mn, Cu não foi
observado a mesma tendência, pois para esses elementos houve uma
redução dos valores até determinada dose e, em seguida, aumento nos
teores desses nutrientes. Lopes e Guilherme (1990), citam que a calagem,
eleva o pH; fornece Ca e Mg como nutrientes; diminui ou elimina os efeitos
tóxicos do Al, Mn e Fe; diminui a “fixação” de P; aumenta a disponibilidade
TABELA 2 Estatística descritiva dos atributos dos solos estudados em função das doses de calcário utilizadas no Método de Incubação com Calcário
Características do solo de textura média (TM)
mg dm-3 cmolc dm-3 mg dm-3 cmolc dm-3 % cmolc dm-3 g dm-3 kg ha-1 Doses (t ha-1) pH H20 pH Cl2 P K H Al H+Al Ca Mg Ca+Mg Fe Zn Mn Cu SB m V T MO Prod
0,0 4,53 3,78 1,00 81,33 2,39 1,40 3,79 0,19 0,04 0,23 113,3 1,00 7,47 0,90 0,36 79,69 8,58 4,15 7,38 1.630 0,5 4,88 4,20 1,22 79,00 2,15 0,92 3,08 0,49 0,41 0,90 106,2 2,23 6,80 1,00 1,11 45,51 26,44 4,18 6,95 1.276
1,0 5,18 4,57 1,00 79,33 1,94 0,62 2,56 0,76 0,78 1,54 100,1 1,13 6,67 1,00 1,74 26,32 40,49 4,30 7,10 1.903
2,5 5,89 5,39 0,96 81,00 1,41 0,23 1,64 1,43 1,49 2,91 86,4 0,70 7,33 0,97 3,12 6,86 65,50 4,76 6,89 2.040
5,0 6,61 6,18 1,19 77,00 0,84 0,11 0,94 2,15 1,99 4,14 73,2 0,70 6,77 0,77 4,33 2,43 82,13 5,28 7,12 2.473
7,5 6,99 6,56 1,27 79,00 0,49 0,10 0,59 2,56 2,15 4,71 66,2 0,63 7,57 0,40 4,91 1,94 89,28 5,50 7,12 1.310
10 7,20 6,75 0,98 78,33 0,29 0,10 0,39 2,78 2,21 4,99 62,1 2,33 7,10 0,63 5,19 1,85 93,02 5,58 7,32 1.950
12,5 7,32 6,84 1,41 72,67 0,17 0,10 0,27 2,90 2,22 5,12 59,3 1,37 6,00 0,97 5,31 1,86 95,12 5,58 7,15 1.066
15 7,39 6,88 1,25 78,33 0,10 0,10 0,20 2,95 2,22 5,17 57,2 1,48 6,82 0,82 5,37 1,88 96,33 5,58 7,09 1.916
20 7,47 6,91 1,37 86,33 0,04 0,11 0,14 2,95 2,22 5,17 53,7 1,80 7,00 1,00 5,39 1,97 97,40 5,53 7,29 2.060
Média 6,34 5,81 1,17 79,23 0,98 0,38 1,36 1,92 1,57 3,49 77,8 1,34 6,95 0,85 3,68 17,03 69,43 5,04 7,14 2.473
Características do solo de textura argilosa (TA)
0 5,36 4,11 1,92 48,00 5,81 1,16 6,97 0,06 0,36 0,42 136,16 0,90 6,17 0,83 0,54 68,00 7,25 7,52 19,72 1.913
0,5 5,45 4,24 2,10 45,33 5,58 0,90 6,48 0,23 0,61 0,84 120,88 0,50 5,70 0,77 0,96 48,34 12,90 7,44 19,03 2.167
1 5,53 4,37 2,63 43,33 5,36 0,70 6,06 0,50 0,84 1,34 110,40 0,67 5,80 0,80 1,46 32,50 19,37 7,51 18,99 1.990
2,5 5,78 4,73 2,15 38,67 4,72 0,35 5,07 1,23 1,40 2,64 94,43 0,63 5,40 0,73 2,74 11,30 35,06 7,81 19,53 2.140
5 6,15 5,24 2,11 45,00 3,78 0,14 3,93 2,19 2,05 4,24 86,05 0,85 6,10 0,70 4,36 3,21 52,60 8,28 19,63 2.863
7,5 6,47 5,66 2,08 51,00 2,98 0,10 3,07 2,89 2,45 5,34 82,34 0,95 6,40 0,65 5,47 1,75 64,02 8,54 19,96 2.123
10 6,75 6,01 2,26 54,00 2,29 0,09 2,38 3,38 2,70 6,07 79,37 1,00 7,00 0,80 6,21 1,44 72,32 8,59 19,38 2.637
12,5 6,98 6,28 2,31 55,67 1,70 0,10 1,80 3,70 2,86 6,56 76,58 0,80 6,73 0,93 6,70 1,41 78,87 8,49 20,42 2.477
15 7,17 6,50 2,19 49,67 1,20 0,10 1,30 3,89 2,97 6,85 73,90 0,47 6,23 1,17 6,98 1,47 84,25 8,29 19,88 1.967
20 7,45 6,78 2,36 56,33 0,43 0,13 0,55 3,99 3,09 7,08 68,82 1,55 7,25 1,05 7,23 1,71 92,90 7,78 21,56 1.413
Média 6,31 5,39 2,21 48,70 3,38 0,38 3,76 2,21 1,93 4,14 92,89 0,83 6,28 0,84 4,26 17,11 51,95 8,03 19,81 2.863
32
de N, P, K, Ca, Mg, S e Mo no solo; aumenta e eficiência dos fertilizantes
favorecendo o desenvolvimento das raízes das plantas.
O aumento da saturação por base (V%) observado no presente estudo
foi conseqüência da neutralização do H+ e do Al3+ e da adição de cálcio e
magnésio. Para Ernani et al. (2000), a aplicação de corretivos também elevou o
pH, adicionou cargas negativas no complexo de troca, diminui a solubilidade do
Al3+ e do Fe aumentando a retenção de cátions.
As variáveis em estudo tiveram correlação com o aumento das doses de
calcário (Tabela 3). Foram observados correlações elevadas entre pH em
CaCl2 e V%. Em ambos os solos, as correlações entre os teores de Fe, H, Al, e
de m% foram negativas com as doses de calcário. Observou-se correlação
positiva com pH em CaCl2, pH em H2O, Ca, Mg, SB, e V%. As doses de
calcário tiveram influência para o fósforo, somente no solo de textura média,
sendo que para o potássio, para o manganês e para o cobre essas doses
tiveram efeito, apenas, no solo de textura argilosa.
Os resultados obtidos estão de acordo com os de Mehlich (1942), que
utilizou solos misturados com material orgânico em diferentes proporções.
Segundo o autor, houve tendência não linear, entre pH e V%, com alternância
de correlação entre os diferentes minerais do solo em conjunto com o material
orgânico devido às diferenças entre suas superfícies específicas.
A função da correlação no presente trabalho foi esclarecer a similaridade
de dispersão de um atributo em relação ao outro e com as doses de calcário.
Os atributos que são discutidos neste trabalho são aqueles que tiveram as
maiores correlações e significâncias nos solos de textura média e de textura
argilosa com as doses de calcário, tais como pH em CaCl2, H, Al, Ca, Mg, Fe,
SB (soma de bases), T, m e V%.
As equações de regressão que melhor se ajustaram aos diferentes
atributos avaliados foram da ordem exponencial (Tabela 4), pois esse modelo
foi o que melhor explicou a variação dos atributos com o aumento das doses de
calcário, com base nos coeficiente de determinação e quadrado médio dos
resíduos. Observou-se que cada solo possui uma resistência em mudar uma
unidade de seus teores devido a capacidade tampão que é intrínseca de cada
solo, em razão da gênese, do material de origem, da matéria orgânica, do teor
de argila, e de sua superfície específica.
33
TABELA 3. Correlação entre diferentes atributos estudados em solos de textura média (TM) e textura argilosa (TA) em função de doses de calcário conforme Método de Incubação com Calcário
Textura Média (TM) pH H2O pH Cl2 P K H Al Ca Mg Fe 0,888** 0,864** 0,666* 0,135 -0,904** -0,681* 0,885** 0,800** -0,903**
Zn Mn Cu SB m V CTC MO Prod. 0,309 -0,255 -0,091 0,852** -0,649* 0,827** 0,841** 0,328 0,082
Textura Argilosa (TA) pH H2O pH Cl2 P K H Al Ca Mg Fe 0,984** 0,974** 0,260 0,774** -0,986** -0,743* 0,937** 0,920** -0,857**
Zn Mn Cu SB m V CTC MO Prod. 0,538 0,798** 0,718* 0,932** -0,715* 0,952** 0,504 0,815** -0,267
** e *: Correlação significativa em nível de 1% e 5% de probabilidade pelo teste de t, respectivamente. TABELA 4. Equações de regressão para os diferentes atributos estudados, em solos de
diferentes texturas em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário
Equações de regressão (R2)
pH H2O (TM) = 7,324.exp(0,001062.X) - 2,79.exp(-0,2609.X) 0,996**
pH H2O (TA) = 1,207.104.exp(-0,02025.X) - 1,206x104.exp(-0,02027.X) 0,989**
pH CaCl2 (TM) = 6,925.exp(-1,379.10-7.X) - 3,144.exp(-0.2869.X) 0,990**
pH CaCl2(TA) = 11,72.exp(-0,01062.X) - 7,613.exp(-0,05182.X) 0,995**
Ca (TM) = 3,391.exp(-0,006079.X) - 3,203.exp(-0,2061.X) 0,992**
Ca (TA) = 11,99.exp(-0,03139.X) - 12,05.exp(-0,08053.X) 0,989**
Mg (TM) = 2,364exp(3,27*10-5.X) - 2,387exp(-0,3943.X) 0,9695**
Mg (TA) = 2,989.exp(0,002456.X) - 2,626.exp(-0,1976.X) 0,9787**
H (TM) = 2,394.exp(-0,2106.X) 0,951**
H (TA) = 2962.exp(-0,0388.X) – 2956.exp(-0,03872.X) 0,983**
Al (TM) = 1,308.exp(-0,8967.X) + 0,08851.exp(0,01003.X) 0,996**
Al (TA) = 1,099.exp(-0,5407.X) + 0,0587.exp(0,03822.X) 0,998**
Fe (TM) = 45,71.exp(-0,3155.X) + 67,58.exp(-0,01154.X) 0,941**
Fe (TA) = 44,67.exp(-0,7936.X) + 91,49.exp(-0,01423.X) 0,959**
m (TM) = 71,28.exp(-0,9227.X) + 1,041.exp(0,03844.X) 0,996**
m (TA) = 67,52.exp(-0,6946.X) + 0,7623.exp(0,06844.X) 0,998**
SB (TM) = 5,469.exp(0,0006601.X) - 5,101.exp(-0,3089.X) 0,978**
SB (TA) = 8,287.exp(-0,01272.X) - 7,93.exp(-0,1705.X) 0,995**
CTC(TM) = 5,63.exp(-((X-9,704)/20,83)2)+-0,4513exp(-((X-0,8331)/2,026)+1,458exp(-((X-22,49)/6,593)2)
0,999**
CTC (TA) = 14,28.exp(-0,03423.X)-7,043.exp(-0,1312.X) 0,9794**
V (TM) = 100,4.exp(-0,002541.X) - 88,29.exp(-0,3457.X) 0,990**
V (TA) = 59,59.exp(0,01922.X) – 54,4.exp(-0,2848.X) 0,998**
** significativo teste F (p < 0,01); TM: textura média; TA: textura argilosa e; X é dose calcário (t ha-1).
34
4.1.1 Acidez ativa ou pH
Após a incubação com calcário foi possível observar que os valores do
pH em CaCl2 variaram de 3,75 a 6,92 no solo de textura média e de 4,10 a 6,81
no solo de textura argilosa, em função do aumento das doses de calcário, onde
os valores médios observados foi de 5,81 no solo TM e de 5,39 no solo TA,
esses valores foram classificados como acidez baixa para TM e média para TA
(Tomé Jr. 1997). O pH da testemunha foi de, 3,78 e 4,11 para os solos TM e
TA, respectivamente, sendo classificados como acidez muito alta (Tabela 1).
Quanto aos valores de pH em água as tendências foram as mesmas
ocorridas no pH em CaCl2. Para Ernani (2008) a calagem é a maneira mais
fácil e mais comum de elevar o pH do solo, pois o calcário é o produto alcalino
disponível em maior quantidade na natureza e de menor preço
O aumento do pH pela prática da calagem, além de diminuir os teores
de alumínio tóxico promove o aumento da disponibilidade de outros nutrientes,
como: nitrogênio, fósforo, enxofre e molibdênio (Sousa et al., 1989). No
entanto, a elevação do pH acima de 7 pode diminuir a disponibilidade de outros
nutrientes como: fósforo, zinco, cobre manganês e ferro.
No solo TM observou-se que os valores de pH em CaCl2 tiveram maior
amplitude quando comparado ao solo TA. Esse resultado está de acordo com
CFSEMG (1999) e Sousa e Lobato (2004) o que, provavelmente, esteja ligado
às características do poder tampão de cada solo (Figura 2).
A alta correlação existente entre o atributo pH e as doses de calcário,
deve-se as características da textura e do material de origem específicos de
cada solo, como também, as fontes de acidez dos mesmos. Relatos de
correlação significativa entre pH e calcário foram confirmados por Catani e
Gallo (1955) e Raij et al. (1983).
35
FIGURA 2. pH em CaCl2 nos solos de textura média (TM) e textura
argilosa (TA) em função de doses de calcário (PRNT 100%) obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
Da mesma forma, Lourenço (1997), utilizando o Método da Incubação
com Calcário, obteve alta correlação entre pH e calcário em um Cambissolo
álico Tb, de textura muito argilosa, de Várzea Bonita – SC.
No presente trabalho o pH em CaCl2 nos dois solos estudados tiveram
ajuste exponencial com as doses de calcário. O aumento do pH foi mais
marcante no solo de textura média do que no argiloso. Porém, a tendência à
estabilização do pH ocorreu primeiro no solo de textura média (na dose
próxima de 6,0 t ha-1 de calcário), enquanto que no de textura argilosa o pH
continuou aumentando com a dose máxima utilizada. Possivelmente esse fato
ocorreu devido ao menor poder tampão do solo TM. Santos (2006) em solos de
Nova Maringá, Santo Antonio do Leste e Tangará da Serra – MT, observou
maiores variações químicas dos solos com menores teores de argila. No
entanto, Silva (2006), avaliando amostragem de perfil de horizonte B e C em
um Latossolo Vermelho distróferrico Húmico (LVdf), constatou que o melhor
ajuste para pH e doses de calcário foi polinomial de segunda ordem.
Da mesma maneira, Premazzi (1991), Lourenço (1997) e Santos (2006),
verificaram tendências lineares quando utilizaram o Método da Incubação com
Calcário e obtiveram alta correlação de pH e doses de calcário.
36
4.1.2 Acidez não trocável ou H
A concentração de hidrogênio nos solos avaliados diminuiu com o
aumento das doses de calcário (Figura 3), ou seja, observou-se uma relação
inversa, sendo que no solo TM os valores variaram de 2,41 a 0,00 cmolc dm-3 e
no solo TA de 5,83 a 0,38 cmolc dm-3. Os valores médios observados para H
foram de 0,98 cmolc dm-3 no TM e de 3,38 cmolc dm-3 no TA. Os teores de H no
solo sem aplicação de calcário foram de 2,39 e 5,81 cmolc dm-3 para os solos
TM e TA, respectivamente.
Na Figura 3, também foi possível observar que inicialmente os valores
da acidez não trocável no solo TA eram maiores que no solo TM, porém à
medida que as doses de calcário eram aumentadas esses valores diminuíam,
até ficarem próximos de zero. Diante desses resultados, foi possível detectar
que os valores de H no solo argiloso foram mais altos, devido esse solo ter
maior teor de argila e de matéria orgânica, que tem grande quantidade de íons
H adsorvidos nos grupamentos carboxílicos e fenólicos, maior CTC e,
consequentemente, maior poder tampão. Na prática, isso representa maior
gasto de calcário para elevar o pH desse solo.
Ernani (2008) relatou que a quantidade de íons H+ presente na solução
do solo é bastante pequena e que 5,0 kg ha-1 de calcário seria suficiente para
neutralizar a acidez ativa de qualquer solo, por mais ácido que seja, caso não
existisse o poder tampão. Quando se adiciona calcário no solo a fim de
neutralizá-lo, o corretivo neutraliza os H+ livres da solução e imediatamente a
fase sólida libera H+, repondo-o na solução de forma a manter um certo
equilíbrio (Vitti e Luz, 1997).
Kaminski (1989) mencionou que não é a concentração de íons de
hidrogênio no solo que, causam exclusivamente baixo rendimento das culturas,
mas a toxidez de alumínio e/ou manganês e o nível inadequado de nutrientes
associados a esse elemento.
37
FIGURA 3. Teores de hidrogênio nos solos de textura média (TM) e textura argilosa (TA) em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
4.1.3 Acidez trocável ou Al3+
Os teores de Al3+ no solo TM diminuíram com as doses de calcário de
1,43 a 0,09 cmolc dm-3 e de 1,18 a 0,09 cmolc dm-3 no solo TA, sendo a média
obtida para os solos de TM e TA de 0,38 cmolc dm-3 o que segundo a Tomé Jr.
(1997) são classificados como baixos. Os teores médios de Al+3 na testemunha
foram, respectivamente, 1,40 e 1,16 cmolc dm-3 para os solos TM e TA, sendo
classificados como acidez média.
Com o aumento das doses de calcário houve a neutralização do
alumínio trocável (tóxico para as plantas) e elevação do pH do solo, para um
desenvolvimento satisfatório das culturas.
Na Figura 4 verificou-se que as doses de calcário entre 2 a 3 t ha-1 foram
suficientes para neutralizar a acidez trocável dos solos avaliados. Resultados
semelhantes foram observados por Caíres et al. (2001) em Latossolo Vermelho
distrófico de textura média. De modo semelhante, Caires et al. (2002) e Aleoni
(2005) num latossolo de textura argilosa obtiveram neutralização do alumínio
trocável até a profundidade de 20 cm após a calagem. Também, Caíres et al.
(1998) constatou a neutralização do Al trocável em um Latossolo Vermelho
Distrófico de textura média até 20 cm de profundidade.
38
FIGURA 4. Teores de alumínio nos solos de textura média (TM) e de textura argilosa (TA) em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
Para Silva (2006), os baixos valores de pH encontrados nos solos de
maneira geral, não se devem unicamente ao H+, mas principalmente ao Al+3. O
pH em que ocorre a toxidez do alumínio, depende do tipo de solo, do conteúdo
de matéria orgânica armazenada, do nível global de fertilidade, do ambiente e
da época do ano. Assim, solos com valores de pH iguais, podem apresentar
diferentes concentrações de alumínio na solução do solo (Kaminski, 1989).
Segundo Caires et al. (1998), é possível obter bons rendimentos mesmo em
solos com pH baixo, desde que os teores de cálcio, magnésio e potássio sejam
suficientes no perfil e o teor de alumínio não seja muito elevado.
Para Lima et al. (2003) o efeito tóxico do alumínio é maior em solos
arenosos que em solos argilosos, pois os solos argilosos possuem maior teor
de matéria orgânica e, consequentemente, mais de ácidos orgânicos capazes
de complexar o Al, tornando-o menos tóxico à cultura.
4.1.4 Cálcio
Os teores de cálcio aumentaram com as doses de calcário variando de
0,18 a 3,05 cmolc dm-3, no solo TM, e de 0,00 a 4,15 cmolc dm-3, no solo TA. Os
valores médios foram de 1,92 cmolc dm-3 no TM e 2,21 cmolc dm-3na TA, sendo
39
classificados como baixo e médio segundo Tomé Jr (1997) e CFSEMG (1999),
respectivamente. Os teores médios de Ca nas testemunhas foram para o solo
TM 0,19 cmolc dm-3 e para o solo TA 0,06 cmolc dm-3, classificados como baixo.
O aumento nos teores de Ca nos solos estudados é justificável, pois se
trata da adição de calcário que por sua vez, possui Ca em sua constituição na
forma de CaCO3. Inicialmente, os teores de Ca foram similares nos dois solos
para as mesmas doses até 4 t ha-1. Entretanto, em doses maiores de calcário
os teores de Ca foram maiores no solo TA que no solo TM (Figura 5). Isso se
deve a textura mais argilosa de TA que, por possuir maior superfície de reação
que o solo TM, possibilitou maior dissolução do calcário aplicado ao solo.
Verificou-se alta correlação entre os teores de Ca2+ e as doses de
calcário, pois o calcário tem carbonato de cálcio em sua constituição. Os
resultados observados nessa pesquisa são semelhantes aos encontrados por
Fageria (2001), trabalhando em um Latossolo Vermelho-Escuro Distrófico.
Esse autor observou altas correlações entre dose de calcário e Ca+2, após a
colheita de oito cultivos sob diferentes doses de calcário. Segundo Ernani
(2008), a calagem aumenta as cargas negativas do solo em decorrência do
aumento do pH, e a maioria dos íons Ca+2 e Mg+2 que são adicionados ao solo
vai para as cargas criadas, e somente uma pequena quantidade deles
permanece em solução.
FIGURA 5. Teores de cálcio nos solos de textura média (TM) e de textura
argilosa (TA) em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
40
4.1.5 Magnésio
Os teores de Mg2+ aumentaram com as doses de calcário variando de
0,00 a 2,25 cmolc dm-3, no solo TM, e de 0,00 a 3,10 cmolc dm-3, no solo TA.
Sendo que a média no solo TM foi 1,57 cmolc dm-3 e 1,93 cmolc dm-3 no solo
TA, sendo considerados altos. Nas testemunhas os teores de Mg2+ foram 0,04
e 0,36 cmolc dm-3 , no TM e no TA respectivamente, sendo classificados como
baixos (Tomé Jr., 1997). Esses resultados são justificáveis, pois se trata da
adição de calcário no solo que por sua vez, contém MgCO3.
Nos dois solos estudados, os teores de Mg2+ foram próximos até as
doses de 5 t ha-1 de calcário. Porém, em doses maiores os teores de Mg2+
foram maiores no solo TA do que no solo TM (Figura 6). As mesmas
explicações dadas para os teores de Ca no solo de TA, que possui maior
superfície de reação do que o solo TM, podem ser dadas nesta situação.
Além disso, o Ca e o Mg adicionados pela calagem possuem baixa
mobilidade no perfil, pois os ânions provenientes da reação do calcário no solo
(carbonatos, bicarbonatos, óxidos e hidróxidos) não permanecem por muito
tempo na solução do solo, uma vez que reagem rapidamente com os ácidos do
solo. Com isso, a quase totalidade do Ca e do Mg adicionados pela calagem
migram para as cargas negativas desocupadas ou criadas pelo aumento do pH
(Ernani, 2007).
FIGURA 6. Teores de Magnésio nos solos de textura média (TM) e de textura argilosa (TA) em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
41
4.1.6 Saturação de alumínio
Nos dois solos estudados a saturação de alumínio (m) correlacionou-se
negativamente com as doses de calcário e consequentemente com os valores
de pH. A saturação de alumínio no solo TM variou de 1,68 a 80,10% e no solo
de TA variou de 1,63 a 69,18%. Sendo, as médias 17,03% para TM e 17,11%
para TA. Esses valores são classificados como médios (Tomé Jr., 1997).
Na testemunha os teores da saturação de alumínio foram de 79,69% para
o solo TM e 68,00% para o solo TA, sendo classificados como alto (Tomé Jr.
1997). Nos solos avaliados é importante ressaltar a necessidade da aplicação
de corretivo, pois segundo CFSEMG (1999) a aplicação de calcário se faz
necessária sempre que a saturação por alumínio estiver acima de 25% para
arroz, 20% para feijão, soja e adubos verdes, 15% para milho, sorgo e trigo.
Na Figura 7 pode-se constatar que a saturação de alumínio foi mais alta
no solo TA do que no solo TM até a dose de 4 t ha-1, sendo que em doses
elevadas os resultados foram próximos. Assim, para neutralizar o alumínio do
solo TA é necessário utilizar uma maior quantidade de calcário do que em TM,
devido seu maior poder tampão. Segundo Kaminski e Reinheimer (2000) a
saturação de alumínio é considerada um dos melhores índices para estimar o
nível de toxidez de alumínio nos solos tropicais, uma vez que o efeito fitotóxico
é mais dependente da sua saturação na CTC efetiva do solo do que a própria
concentração de Al3+.
FIGURA 7. Saturação de alumínio nos solos de textura média (TM) e de textura argilosa (TA) em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
42
4.1.7 Soma de bases
Os íons trocáveis Ca, Mg, Na e K são denominados de bases trocáveis e
a soma de seus valores em cmolc dm-3, é chamada de soma de bases (SB).
A soma de bases variou de 0,35 a 5,87 cmolc dm-3 no solo TM e de 0,53
a 7,24 cmolc dm-3 no solo TA. Os valores médios obtidos foram 3,68 cmolc dm-3
para o solo TM e 4,26 cmolc dm-3 para o solo TA, esses valores são
classificados como bom segundo CFSEMG (1999). Nas testemunhas a SB foi
0,36 cmolc dm-3 para o solo TM e de 0,54 cmolc dm-3 para o solo TA, sendo
classificados como muito baixo (CFSEMG, 1999).
Nas diferentes texturas a SB tem tendência linear até 6 t ha-1 de calcário,
em doses maiores que este valor os aumentos na SB não foram proporcionais
aos aumentos das doses de calcário. Nas doses acima de 10 t ha-1 de calcário
observou-se tendência de estabilização da curva de SB (Figura 8).
FIGURA 8. Soma de bases nos solos de textura média (TM) e textura argilosa (TA), em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
43
Os valores encontrados para a SB do solo TA se devem a reação
desses com as doses de calcário, devido sua superfície especifica ser maior
quando comparado ao solo de textura média, em que os maiores teores de Ca
e Mg foram obtidos.
Miranda e Miranda (2000) relataram que calagem eleva o pH e a
saturação por base do solo e fornece os nutrientes como Ca e Mg. A elevação
do pH tem influência direta na redução da toxidez de Al3+ e pode alterar a
disponibilidade de nutrientes do solo às plantas.
4.1.8 Capacidade de troca catiônica
A CTC foi calculada pela quantidade de cátions que neutraliza as cargas
negativas do solo. A CTC total do solo ou T considera as cargas negativas de
caráter eletrovalente e covalente, cargas permanentes e cargas dependentes
de pH, respectivamente. Cátions adsorvidos nos colóides do solo podem ser
substituídos por outros cátions ou por eles mesmos. Isto, em termos práticos,
significa que eles são trocáveis. O cálcio pode ser trocado por hidrogênio e ou
potássio, ou vice versa. O número total de cátions trocáveis que o solo pode
reter (a quantidade de cargas negativas) é chamado de capacidade de troca de
cátions – CTC ou T.
A capacidade de troca catiônica variou de 3,33 a 6,2 cmolc dm-3 no solo
TM e de 7,50 a 8,7 cmolc dm-3 no solo TA . Sendo, os valores médios obtidos
para o solo de TM foi 5,04 cmolc dm-3 e 8,04 cmolc dm-3 para o solo TA, esses
valores são classificados como médio. Nas testemunhas a CTC média foi de
4,15 cmolc dm-3 para TM, valor considerado como baixo, e de 7,52 cmolc dm-3
para TA, valor considerado como médio (CFSEMG, 1999).
A CTC aumentou quase que linearmente até 4 t ha-1, em seguida no solo
TM houve uma tendência de equilíbrio em 5,50 cmolc dm-3. Entretanto, no solo
TA doses acima de 4 t ha-1 de calcário foi observado um decréscimo da CTC
com as doses, uma tendência não muito lógica, pois Ernani (2008) relatou que
a elevação do pH do solo aumenta as cargas elétricas negativas, devido a
dissociação de íons H+ dos grupos funcionais existentes na superfície externas
dos componentes sólidos, e devido à desobstrução de cargas ocupadas por
44
alguma forma não trocável de Al. Sendo, o calcário a forma mais fácil de
aumentar a CTC.
Pôde-se observar que com o aumento das doses de calcário houve a
precipitação do Al+3 e neutralização de H+ nas diferentes texturas. Pode-se
verificar que no solo de textura TA a soma de bases foi maior, ou seja, mais
cátions devido a aplicação com calcário. Porém, com o aumento das doses de
calcário houve redução dos teores de H e Al, diminuindo a CTC do solo em TA,
sendo significativo com as doses de calcário. Foi verificado que no solo TA que
o aumento da SB não foi proporcional a neutralização dos teores de H, tendo
uma grande amplitude entre a média e a testemunha quando comparado com o
solo TM.
FIGURA 9. Capacidade de Troca Catiônica (CTC) nos solos de textura média
(TM) e de textura argilosa (TA), em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
45
4.1.9 Saturação por bases
Em função da aplicação das doses de CaCO3, foram observados
aumentos nos teores de cálcio e Mg, redução nos valores de alumínio e
aumento do pH e saturação por bases (V%).
A saturação por bases (V%) variou de 8,52 a 98,25% no solo TM e de
7,22 a 93,72% no solo TA (Tabela 3). A V% média para o solo TM foi 69,43% e
para o TA foi 51,95%, os quais são considerados, respectivamente, como bom
e médio (CFSEMG, 1999). A saturação por bases foi maior no solo TM,
possivelmente devido ao maior poder tampão do solo TA. A saturação de
bases (V%) teve a mesma tendência nos dois solos (TM e TA) com o aumento
das doses de calcário (Figura 9). Essa tendência se deve a neutralização da
acidez do solo, a neutralização do alumínio trocável, ou ainda pelo fato de
fornecer cálcio e magnésio como nutriente na forma de calcário.
Devido a alta correlação (Tabelas 3 e 4) entre as doses de calcário e de
cálcio foi possível inferir que a calagem aumentou os teores de Ca e Mg
trocáveis e a saturação por bases, bem como reduziu os teores de Al trocável e
a acidez potencial (H + Al) nos dois solos estudados, acordando com os
resultado obtidos por Alleoni (2005).
FIGURA 10. Saturação de base (V%) nos solos de textura média (TM) e
textura argilosa (TA) em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
46
No Alto Paraná, Fidalski e Tormena (2005), trabalhando em um
Latossolo Vermelho Distrófico textura média de camada superficial arenosa em
camadas de solo (0,05 a 0,10 m e 0,10 a 0,20 m), obtiveram fortes correlações
entre doses de calcário e saturação por bases (V%). Do mesmo modo, Santos
(2006) relatou alta correlação entre V% e doses de calcário.
Portanto, o calcário tem sido usado para a correção química do solo,
objetivando elevar o V %, o pH e os teores de Ca e Mg e diminuir os efeitos
negativos do alumínio e manganês (Volkweiss e Tedesco, 1984).
4.2 Ferro disponível
Na Figura 11 pode-se observar que os teores de Fe, nas duas texturas
estudadas, diminuíram com as doses de calcário. Os teores variaram de 122,8
a 47,6 mg dm-3 no TM, e de 145,4 a 63,9 mg dm-3 no TA (Tabela 3).
Os teores médios de Fe foram de 77,81 e 92,89 mg dm-3 para os solos
TM e TA, respectivamente, classificados como alto segundo CFSEMG (1999).
Nas testemunhas os teores médios de ferro foram 113,30 mg dm-3 para TM, e
136,16 mg dm-3 para TA, considerados altos para os dois solos. Esses
resultados concordam com Ernani et al. (2000), segundo os quais a aplicação
de corretivos em solos ácidos eleva o pH, aumenta as cargas negativas do solo
e reduz a solubilidade do Al3+ e do Fe na solução do solo e aumenta a retenção
de cátions. Também Tisdale et al. (1985) relataram que o aumento de uma
unidade de pH pode diminuir em até 1.000 vezes a disponibilidade de Fe.
47
FIGURA 11. Teores de Fe nos solos de textura média (TM) e de textura argilosa
(TA) em função de doses de calcário obtidas pelo Método de Incubação com Calcário.
4.3 Experimento 2 – Comparação das doses de calcário
Na Tabela 7 encontram-se as doses de calcário para a calagem dos dois
solos estudados, variando o método. A recomendação de calcário pelo Método
da Saturação por Bases foi de 2,3 e 3,8 t ha-1, respectivamente, para os solos
TM e TA, e pelo Método da Neutralização de Alumínio e Adição de Cálcio e
Magnésio a recomendação foi, respectivamente, 4,2 e 4,4 t ha-1 de calcário
para os solos TM e TA. Com as equações obtidas com o Método da Incubação
com Calcário no experimento 1 foram estimadas as doses de necessidade de
calagem para obter 50% de saturação por bases (valor de referência para a
maioria das culturas no cerrado) para os dois solos, 1,6 e 4,5 t ha-1 de calcário,
respectivamente, para os solos TM e TA, conforme Sousa et al. (1989) e Sousa
e Lobato (2000).
48
TABELA 7. Valores relativos de necessidade de calagem, para os solos de textura média (TM) e de textura argilosa (TA), com os diferentes métodos de calagem
TM TA V% obtido Diferença
Métodos NC (t ha-1)
V% esperado TM TA TM TA
Saturação por Bases 2,3 3,8 50 59,95 45,87 9,95 4,13
Alumínio Trocável + Cálcio e Magnésio 4,2 4,4 - 78,66 49,31 28,66 0,69
Curva de Incubação com Calcário 1,6 4,5 50 50 50 - -
Esses valores foram comparados com os estimados pela regressão
exponencial ajustada para solo TM e solo TA, utilizando-se as doses
recomendadas pelo Método de Saturação de Base (V%) e pelo Método da
Neutralização de Alumínio e Adição de Cálcio e Magnésio. As doses de
calcário prescritas pelo Método de saturação de base aumentaram a saturação
por bases (V%) em 59,95% e 45,87% para os solos TM e TA, respectivamente.
E nas doses recomendadas pelo de Neutralização de alumínio e adição de
cálcio e magnésio foi observado aumento da saturação por bases de 78,66% e
49,31% para os solos TM e TA, respectivamente.
No solo TM, o valor obtido com o Método de Saturação por Bases foi
mais próximos ao valor saturação de bases V(%) desejada 50%, enquanto o
Método de Neutralização de Alumínio e Adição de Ca+Mg o valor obtido
ultrapassou o valor desejado, sendo essa diferença de 28,66%. De acordo com
Souza et al. (1989), em solo de textura média, as doses recomendadas pelo
Método de Neutralização de Alumínio e Adição de Cálcio e Magnésio
superestimam as doses de calcário necessárias para atingir V(%) igual a 50.
O inverso ocorreu com o solo TA, o melhor resultado foi obtido com o
Método de Neutralização de Alumínio e Adição de Cálcio e Magnésio com uma
desprezível diferença de 0,69% de saturação por base (V%), porém a diferença
de 4,13% obtida com o Método da Saturação por Bases em relação ao Método
de Incubação de Calcário, não é expressiva. É possível que em solos de
texturas argilosas os dois métodos sejam confiáveis.
Substituindo-se as equações geradas, observou-se que o Método de
Saturação por Bases teve uma menor diferença no solo TM quando comparado
o Método de Neutralização de Alumínio e Adição de Cálcio e Magnésio.
49
Segundo Catani e Gallo (1955) a porcentagem em bases, da capacidade de
troca cátions, deveria ser um critério lógico para calcular a necessidade de
calagem, talvez por ela possuir excelente correlação com o pH dos solos.
Caires e Rosolem (1993) e Oliveira et al. (1997) relataram que o método
de determinação da necessidade de calagem baseado na elevação da
saturação por bases do solo possui fundamento científico adequado, pois
engloba importantes conceitos agronômicos para o desenvolvimento das
plantas, tais como a soma de bases (englobando cálcio, magnésio e potássio),
a capacidade de troca de cátions e a acidez potencial (Raij, 1991).
Cuidados com a calagem devem ser tomados, pois o excesso é tão
prejudicial quanto a acidez elevada, com agravante que aquela é de muito mais
difícil correção, pois com a supercalagem há a precipitação de diversos
nutrientes no solo, como o fósforo, o zinco, o ferro, o cobre e o manganês.
4.3.1 Produtividade de soja
Neste trabalho as doses de calcário não tiveram efeito sobre a
produtividade de soja do cultivar Mossoy 8866, nos dois solos estudados. No
entanto, foi observado que as maiores médias de produtividade foram
encontradas no solo de textura argilosa (média de 2.863 kg ha-1) do que solo
de textura média (média de 2.473 kg ha-1). Na testemunha do solo de textura
média obteve-se a produtividade de 1.630 kg ha-1, na textura argilosa a
produtividade foi de 1.930 kg ha-1.
Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Rossato (2008),
que verificou que quando as condições climáticas são desaforáveis ao
desenvolvimento da soja, mesmo aplicando calcário, não houve efeito na
produtividade. Fageria (2001) encontrou respostas positivas com as doses de
calcário, em três safras consecutivas na produção de soja, feijão, milho e não
houve resposta com a cultura de arroz. Lima et al. (2003) teve resposta positiva
com a aplicação de calcário na produção de soja em solos ácidos do cerrado.
50
4.4 Experimento 3: Avaliação da disponibilidade de P e K no solo de
textura argilosa (TA) (após incubação com calcário)
A disponibilidade de fósforo e de potássio variaram com as doses de
calcário (Tabela 8). Os teores médios de fósforo diminuíram de 11,25 a 9,06
mg dm-3, e os teores de potássio diminuíram de 937,5 a 820,0 mg dm-3. Sendo
a média dos teores de fósforo 9,80 mg dm-3 e de potássio 869 mg dm-3,
classificados como muito bom para fósforo, e sem classificação para potássio
(Tomé Jr., 1997 e CFSEMG, 1999).
TABELA 8. Média dos teores de P e de K disponíveis em um solo de textura
argilosa em função das doses de calcário
Textura argilosa
Dose de Calcário (t ha-1) K P
mg dm-3
0,0 970 11,33
0,5 937 11,25
1,0 925 10,78
2,5 911 10,26
5,0 885 9,73
7,5 855 9,59
10,0 835 9,33
12,5 827 9,30
15,0 825 9,10
20,0 820 9,06
Média 869 9,80
Com o aumento das doses de calcário houve a disponibilidade de P no
solo diminuiu (Figura 12). Novais e Smyth (1999), relatam que a precipitação
do fósforo pela reação com cálcio, é considerada uma das principais vias de
redução da disponibilidade deste nutriente às plantas.
51
Figura 12. Disponibilidade de P (mg dm-3) no solo textura argilosa após
incubação com diferentes doses calcário e fertilizante.
O contrário foi relatado por Ernani et al. (2000), onde os teores de P
disponível na solução do solo aumentaram com a diminuição da solubilidade do
Al+3 e do Fe+3.
A disponibilidade de K no solo de textura argilosa diminuiu com as doses
de calcário (Figura 13), possivelmente devido a alterações no pH do solo que
resultou em modificações no poder tampão de potássio do solo e resultou no
aumento da quantidade de cargas negativas aumentando a adsorção deste
(Ernani, 2008). Contrariando, Alleoni et al. (2005) em trabalhos realizados em
Latossolo Vermelho Distrófico textura muito argilosa, em área cultivada há 21
anos, observaram que a aplicação de calcário dolomítico em superfície ou com
incorporação, não alterou os teores de K trocável no solo em nenhuma das
camadas estudadas. Ernani et al. (2007), em pesquisa com calcário dolomítico
num Cambissolo e num Latossolo confirmaram que com o aumento do pH os
teores de K no solo diminuíram.
52
FIGURA 13. Disponibilidade de K (mg dm-3) em solo textura argilosa após
incubação com diferentes doses de calcário e fertilizante.
5. CONCLUSÕES
1. Os valores obtidos com Método de Saturação de Bases aproximaram-se
aos do Método de Incubação com Calcário nas duas texturas;
2. O Método de Neutralização e Adição de Cálcio e Magnésio
superestimou as doses de calcário no solo de textura média quando
comparado ao Método de Incubação com Calcário;
3. A disponibilidade de P e de K diminuiu com o aumento das doses de
calcário no solo de textura argilosa;
4. O aumento nas doses de calcário aumentou os valores dos atributos
químicos: pH em CaCl2 e em H2O; Ca; Mg; SB; V% e a CTC, e diminuiu
os valores de H, Al, Fe, independente da textura do solo.
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