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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CIÊNCIAS DO ESPORTE
ROSEANE DA SILVA LIBERATO
EXERCICÍO FISÍCO EM PACIENTES EM HEMODIALISE: UMA PESQUISA EM
REVISTAS NACIONAIS
Vitória de Santo Antão
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E CIÊNCIAS DO ESPORTE
ROSEANE DA SILVA LIBERATO
EXERCICÍO FISÍCO EM PACIENTES EM HEMODIALISE: UMA PESQUISA EM
REVISTAS NACIONAIS
Trabalho de conclusão de curso apresentado
ao Núcleo de Educação Física e Ciências do
Esporte do Centro Acadêmico de Vitória da
Universidade Federal de Pernambuco, para
obtenção do título de bacharel em educação
física.
Orientadora: Profa. Raquel da Silva Aragão
Vitória de Santo Antão
2017
Catalogação na fonte
Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV Bibliotecária Jaciane Freire Santana– CRB-4/2018
L695e Liberato, Roseane da Silva.
Exercício físico em pacientes em hemodiálise: uma pesquisa em revistas
nacionais./ Roseane da Silva Liberato . - Vitória de Santo Antão, 2017.
40 folhas.
Orientadora: Raquel da Silva Aragão
TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco, CAV, Bacharelado
em Educação Física, 2017.
Inclui referências.
1. Insuficiência renal crônica – revisão. 2. Insuficiência renal crônica –
atividade física. I. Aragão, Raquel da Silva (Orientadora). II. Título.
617.461059 CDD (23.ed.) BIBCAV/UFPE-149/2017
Roseane da Silva Liberato
EXERCICÍO FISÍCO EM PACIENTES EM HEMODIALISE: UMA PESQUISA EM
REVISTAS NACIONAIS
Aprovado em: 14/ 07/2017
BANCA EXAMINADORA
Profa. Raquel da Silva Aragão
UFPE/CAV
Jacqueline Maria da Silva
UFPE
José Antonio dos Santos
UFPE / CAV
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus pela grande oportunidade de fazer parte de
uma das melhores instituições de ensino do Brasil, como também agradecer por tudo
que ele tem feito em minha vida. Em seguida agradeço infinitamente aos meus pais
que sempre me apoiaram e nunca deixaram de acreditar no meu potencial, é a eles
que dedico mais uma vitória em minha vida, pois sem eles nada disso seria valido.
Em especial a minha Mãe Maria do Carmo, que sempre acreditou em mim, e esteve
sempre ao meu lado em todas as minhas decisões.
Agradeço a minha orientadora Raquel Aragão por todo apoio, incentivo e paciência
comigo, assim como pela oportunidade de me acompanhar na elaboração deste
trabalho. E a todos os meus professores muitíssimo obrigada por me proporcionar
conhecimentos e oportunidades incríveis, todos participaram da construção de todo
conhecimento neste processo de formação. Agradeço a todos os meus amigos que
me apoiaram me incentivaram e rezaram por mim, em cada momento especial,
agradeço a cada amizade construída a cada momento vivido e dedico tudo que vivi a
Deus e a minha família. Serei eternamente grata.
RESUMO
A doença renal crônica (DRC) é considerada uma síndrome clinica caracterizada pela
perda progressiva e irreversível das funções renais, afetando diferentes aspectos da
vida do paciente. A atividade física promove diversos benefícios aos seus
praticantes, contribuindo assim com a reabilitação de pacientes em hemodiálise.
Diante disto o objetivo do estudo foi analisar, através de uma revisão sistemática, as
publicações em revistas nacionais a cerca de estudos que envolvam atividade física/
exercício físico/ treinamento físico em pacientes em hemodiálise. Para esta revisão
sistemática foi realizada uma busca de artigos nas bases de dados LILACS e
SCIELO, utilizando os seguintes termos e palavras chaves: hemodiálise E atividade
física OU exercício físico OU treinamento. Inicialmente, foram encontrados 99 artigos.
Após a avaliação dos critérios de exclusão, restaram 15, 4 foram descartados por
não se enquadrar nos critérios de inclusão. Restando 11 para ser analisados e
discutidos nesta revisão. As publicações nas revistas nacionais são restritas ao sul e
sudeste do Brasil, onde a maioria das pesquisas são com fisioterapeutas, e a
inserção do profissional de educação física é escasso nas equipes que trabalham
com pesquisas de pacientes em hemodiálise. Havendo assim uma necessidade da
expansão de pesquisa do tema para todo o Brasil e a necessidade do incremento do
profissional de educação nestas pesquisas.
PALAVRAS CHAVES: Hemodiálise. Atividade física. Exercício físico. Treinamento.
ABSTRACT
Chronic kidney disease (CKD) is considered a pathology causing renal damage,
causing and progressive and irreversible loss of renal functions, affecting different
aspects of the patient's life. Physical activity promotes several benefits to its
practitioners, thus contributing to the rehabilitation of patients on hemodialysis. In view
of this, the objective of the study was to analyze, through a systematic review, how
publications in national research journals that involve physical activity / physical
exercise / physical training in patients undergoing hemodialysis. For this systematic
review, a search of articles in the LILACS and SCIELO databases was performed
using the following terms and key words: hemodialysis AND physical activity OR
physical exercise OR training. Initially, 99 articles were found. After the evaluation of
the exclusion criteria, 15 were left, 4 were discarded because they did not fit the
inclusion criteria. Remaining 11 to be analyzed and discussed in this review. The
publications in the national journals are restricted to the south and southeast of Brazil,
where the majority of the researches are with physical therapists, and the insertion of
the physical education professional is scarce in the teams that work with researches
of hemodialysis patients. Thus there is a need for the expansion of research of the
theme for the whole Brazil and the necessity of the increase of the professional of
education in these surveys.
KEYWORDS: Hemodialysis. Physical activity. Physical exercise. Training.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................7
2. REVISÃO DA LITERATURA........................................................................9
3 PERGUNTA CONDUTORA...........................................................................16
4 OBJETIVOS...................................................................................................17
5 METODOLOGIA.............................................................................................18
6 RESULTADOS................................................................................................19
7 DISCUSSÃO...................................................................................................28
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................33
REFERÊNCIAS..................................................................................................34
7
1 INTRODUÇÃO
A doença renal crônica (DRC) consiste em lesão renal e perda progressiva e
irreversível das funções renais que ocorre de forma lenta (BRASIL, 2006). É dividida
em seis estágios, que compreendem desde a fase zero em que os pacientes não
possuem lesão renal e a função renal está normal, mas são pertencentes ao
chamado grupo de risco, até a fase cinco, de lesão renal com insuficiência renal
terminal ou dialítica (BRASIL, 2006).
No estágio terminal, a sobrevivência do indivíduo portador de insuficiência
renal crônica (IRC) está condicionada à utilização de métodos de filtragem artificial do
sangue, tais como hemodiálise (HD) e diálise peritoneal ou à realização do
transplante renal (CHERCHIGLIA et al., 2006; MOURA et al., 2009; PERES et al.,
2010). Tais procedimentos são denominados Terapias Renais Substitutivas (TRS) e,
no Brasil, são autorizados, regulamentados e subsidiados pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) (CHERCHIGLIA et al, 2010). As TRS devem ser iniciadas na fase mais
avançada da doença, mas em tempo suficiente para evitar o aparecimento de
complicações graves (SILVA, 2008). No Brasil, a prevalência de pacientes mantidos
em terapias de substituição vem aumentando consideravelmente nos últimos anos. O
número de transplantes renais, por sua vez, não acompanha esse crescimento
(PERES et al., 2010).
Em todo o mundo a IRC tem aumentado em proporções alarmantes, quadro
agravado pelo envelhecimento da população (REBOREDO, 2007). No Brasil, de 1994
a 2005, o número de pacientes em hemodiálise e diálise peritoneal elevou-se de
24.000 para 65.121 (NAJAS, 2009). Como consequência do número crescente de
doentes renais crônicos, os gastos do Ministério da Saúde com a terapia renal
substitutiva são de aproximadamente 1,4 bilhões de reais por ano, quantia esta
correspondente a cerca de 10% do orçamento global desse ministério
(CHERCHIGLIA, 2010).
Dados apresentados em janeiro de 2009 pela Sociedade Brasileira de
Nefrologia (SBN) demonstram que, aproximadamente, 77.589 pacientes realizaram
tratamento dialítico e 89,6% destes encontravam-se em HD. Conforme os resultados
apresentados, a prevalência de pacientes em HD é de 405 por milhão de habitantes,
8
onde 57,3% possuíam idade entre 18 – 60 anos, logo os gastos com HD e
transplante renais no Brasil chegaram a R$ 1,4 bilhões ao ano e mesmo assim a taxa
de mortalidade foi de 17,1% (ROMÃO JÚNIOR, 2004).
Em um programa de hemodiálise, o paciente é carreado a conviver
diariamente com uma doença incurável que o obriga a um tratamento doloroso, com
duração longa e que provoca, ao mesmo tempo com a evolução da doença e suas
complicações, maiores limitações e alterações de grande impacto, que refletem tanto
na sua própria qualidade de vida quanto na do grupo familiar (CAIUBY et al., 2004)
Isto resulta em diminuição da capacidade funcional, baixa tolerância ao exercício e,
consequentemente, dificuldade de realização das atividades da vida diária e pior
percepção da qualidade de vida (REBOREDO, 2007).
A explicação anátomo-fisiológica para tais limitações funcionais baseia-se em
distintos aspectos. Acredita-se que anormalidades cardiovasculares e
musculoesqueléticas, comuns nesses pacientes, contribuam para a ocorrência
dessas alterações (MOREIRA 2000). As anormalidades estruturais e funcionais dos
músculos são caracterizadas por miopatia urêmica, que se manifesta como atrofia e
fraqueza muscular, estando muito provavelmente relacionada à anemia, desuso,
alterações no metabolismo energético, diminuição da utilização de lipídios associada
à deficiência de carnitina, decréscimo no fluxo sanguíneo muscular, neuropatia
periférica e a presença de toxinas urêmicas (SOUZA, 2015).
A diminuição do equilíbrio ventilatório encontrada nesses pacientes resulta em
uma dificuldade ou até mesmo em uma incapacidade de realização de exercício
(CASABURI, 2004). Apesar disso, muitos estudos têm demonstrado que a atividade
física pode contribuir com a reabilitação de pacientes com IRC (MARCHESAN et al.,
2008; KRUGet al., 2008). A atividade física proporciona benefícios como melhora na
qualidade de vida, na capacidade motora, em aspectos psicológicos e sintomas de
dor em seus praticantes (NAHAS, 2003). Segundo Leite (2000) existe vários fatores
positivos na prática regular de um programa de exercícios físicos, e que esses fatores
podem ser tanto nos aspectos fisiológicos, quanto nos psicossociais.
9
2 REVISÃO DA LITERATURA
A insuficiência renal crônica é uma patologia que afeta os diferentes aspectos
da vida do paciente sendo uma patologia de difícil tratamento, com sérias implicações
físicas, psicológicas e socioeconômicas não apenas para o indivíduo, como também
para a família e a sociedade (LATA et al, 2008). É visto que as toxinas urêmicas
afetam várias partes do corpo, incluindo o cérebro e, consequentemente,
ocasionando uma neuropatia periférica e disfunção no Sistema Nervoso Central
(SEYMEN et al, 2012). Também pode afetar o bom funcionamento de todos os outros
órgãos do corpo (BASTOS ET AL, 2004). O principal marcador fisiológico da IRC é a
filtração glomerular, a qual estima a perda da função renal. À medida que a
insuficiência renal progride, a taxa de filtração glomerular (TFG) diminui (NATIONAL
KIDNEY FOUNDATION, 2010).
De acordo com o estudo de SMELTZER ET AL (2005), a falha da função renal
ocorre pela qualidade da intensidade de estímulos agressivos aos rins, provocando
perdas da unidade funcional dos rins (néfron). Os principais sintomas e sinais destes
pacientes, são: hálito urêmico, hipertensão arterial sistêmica (HAS), hiperglicemia,
acidose metabólica, conjuntivites (BORGES, D. R. et al.2014). É indicado aos
pacientes com sintomas presentes da insuficiência renal crônica, o centro de diálise
ou ao transplante precocemente no curso da doença renal progressiva, sendo
indicada a diálise quando o paciente não pode manter um estilo de vida razoável
apenas com o tratamento conservador (GROSS; NEHME, 1999).
Com base nos níveis da TFG, a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN)
classifica a DRC em seis estágios, quais sejam: (1) Fase de função renal normal sem
lesão: indivíduos que fazem parte dos grupos de risco para o desenvolvimento da
insuficiência renal: diabéticos, hipertensos, indivíduos com histórico familiar de DRC,
entre outros (TFG = 90 mL/min/1,73m2 ou mais); (2) Fase de lesão com função renal
normal: trata-se de indivíduos que possuem lesão renal em estágio inicial, mantendo
níveis seguros de filtração glomerular (TFG entre 60 e 89 mL/min/1,73m2); (3) Fase
de insuficiência renal funcional ou leve: Nesta fase, os rins ainda são capazes de
manter o controle dos fluidos corporais, havendo perda da função renal, (TFG entre
45 e 59 mL/min/1,73m2); (4) Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada: o
estado clínico do paciente é considerado bom, mas observam-se, por meio de
10
avaliação laboratorial simples, alterações nos níveis de creatinina plasmáticos e de
ureia (BASTOS; KIRSZTAJN, 2011). Nessa fase, os pacientes apresentam sinais e
sintomas ligados à causa básica: hipertensão arterial, lúpus, diabetes mellitus e
infecções urinárias (TFG entre 30 e 44 mL/min/1,73m2); (5) Fase de insuficiência
renal clínica ou severa: paciente apresenta sinais e sintomas marcados de uremia,
tais como sintomas digestivos, fraqueza, mal-estar, anemia, edema e hipertensão
arterial (TFG entre 15 e 29 mL/min/1,73m2); (6) Fase terminal de insuficiência renal
crônica: o rim torna-se incapaz de regular o meio interno e configura-se perda
significativa da função renal, incompatível com a vida (TFG menor do que 15
mL/min/1,73m2) (ROMÃO JUNIOR, 2004).
Atualmente, a IRC é considerada um problema mundial de saúde pública
(LESSA, 2004). Uma grande dificuldade no manejo da DRC deve-se ao seu curso,
geralmente silencioso, nos estágios iniciais da doença, o que dificulta seu diagnóstico
precoce (WIGGINS; PATEL, 2010). Outro aspecto relevante é a complexidade das
alterações decorrentes da diminuição progressiva da taxa de filtração glomerular
(TFG) que determina complicações, propicia as comorbidades (principalmente as
cardiovasculares), aumenta a mortalidade precoce e a falência funcional renal
(MANSUR, 2012).
A prevalência de IRC vem aumentando mundialmente, com um incremento
anual de 7% a 10%, que é maior do que o crescimento populacional geral
(GRASSMANN et al, 2005; CASUMANO et al, 2006). Os fatores apontados para este
crescimento tem sido a incidência igualmente crescente de casos de diabetes
mellitus e hipertensão arterial, assim como o aumento na expectativa de vida da
população (ZAMBONATO; THOMÉ; GONÇALVES, 2008).
Assim como em todo o mundo, a IRC vem assumindo grande importância no
Brasil, como um sério problema de saúde pública. O gasto com tratamentos dialíticos
e transplantes renais é de, aproximadamente, 1,4 bilhão de reais ao ano (ROMÃO
JÚNIOR, 2004). Mesmo assim, acredita-se que apenas 50% dos brasileiros com IRC
tenham acesso a alguma modalidade de tratamento dialítico, devido ao grande
número de subnotificações (SESSO, 2006). Os estudos da Sociedade Brasileira de
Nefrologia (2011), evidenciaram que havia 626 unidades de diálise no Brasil e 77.589
11
pacientes com IRC, apenas dois anos depois aumentaram mais 17 unidades,
somando um total de pacientes para 91.314 pessoas.
No Brasil, assim como em outros países, apesar de todo avanço terapêutico e
tecnológico associado à insuficiência renal, as doenças cardiovasculares
permanecem como principal causa de morbidade e mortalidade entre pacientes
portadores de DRC (KLAFKE et al., 2005). Nesses pacientes, a mortalidade por
doença cardiovascular é 10 a 30 vezes aquela da população em geral (KLAFKE et
al., 2005; LAURINAVICIUS; SANTOS, 2008).
Os números mais crescentes de Doença Renal Crônica Terminal (DRCT) são
advindos de países desenvolvidos (SALGADO FILHO; BRITO, 2006). Como exemplo
temos o EUA, onde a taxa de novos casos, por milhão de população (pmp), foi de
355 pmp em 2009, possuindo uma prevalência de 570. 000 indivíduo, apresentando
crescimento anual de 2% (USRDS, 2011). Onde na América Latina a prevalência da
DRCT teve aumento em sua taxa anual de 6,8% entre 2000 e 2005, passando de 375
pmp em 2000 para 478 pmp em 2005 (CUSUMANO; GONZALEZ; BEDAT, 2008),
obtendo no Brasil uma prevalência de 431 pmp em 2004 (CHERCHIGLIA, et al,
2010)
Todavia, é distinta a situação entre os países, havendo associação entre as
diferenças socioeconômicas e na cobertura dos serviços de saúde. Deste modo, em
2005, a prevalência foi maior do que 600 pmp em Porto Rico, Uruguai, Argentina e
Chile; entre 300 e 600 pmp no México, Venezuela, Colômbia e BRASIL; e
consideravelmente menores nos demais países (CUSUMANO; GONZALEZ; BEDAT,
2008).
Os estudos epidemiológicos sugerem a existência atual de aproximadamente
um milhão de pessoas com a IRC submetidas a tratamento dialítico em todo o mundo
(HAFEZ; ABDELLATIF; ELKHATIB, 2006). As projeções indicam que esse número
deverá duplicar em um período de apenas cinco anos (NWANKWO; BELLO; EL
NAHAS, 2005). Frente a essa discussão, a Sociedade Internacional de Nefrologia
(2005) e a Federação Internacional de Fundações Renais (2005) estimaram a
ocorrência 36 milhões de mortes pela IRC até o ano de 2015.
12
O que se refere ao processo terapêutico direcionado a essa população,
destaca-se a HD, método que consiste na remoção de substâncias tóxicas e excesso
de líquido por uma máquina específica (SOARES, 2007). Tal procedimento apesar de
trazer benefícios indiscutíveis para os pacientes poderá resultar em complicações e
efeitos adversos, além de impor um cotidiano monótono e restrito aos envolvidos,
tornando as atividades dos indivíduos com IRC ainda mais limitadas (MARCHESAN
2009).
Para que o sangue seja filtrado, é necessária a colocação de um cateter ou a
confecção de uma fístula arteriovenosa, a qual torna a veia mais calibrosa e permite
um fluxo sanguíneo mais rápido (SBN, 2011; CHERCHIGLIA et al, 2010). Essa
intervenção é geralmente realizada três vezes por semana, três a quatro horas por
sessão (ROCHA; ARAÚJOS, 2010).
Na diálise peritoneal um cateter flexível é colocado no abdômen do paciente
e, através desse cateter, insere-se uma solução conhecida como “banho de diálise”,
este processo é denominado como diálise peritoneal (DP) onde o sangue é purificado
por meio de um dos filtros naturais do (CHERCHIGLIA et al, 2010). A solução entra
em contato com a membrana peritoneal, a qual filtra os resíduos e fluidos do sangue,
logo após a um período de permanência na cavidade abdominal, o banho de diálise
fica saturado e é drenado e substituído por uma solução limpa (SBN, 2011).
Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (2011) os procedimentos de
infusão e drenagem da solução são realizados pelo próprio paciente, de acordo com
a prescrição médica, é um processo contínuo, realizado manualmente pelo indivíduo,
diversas vezes ao dia (Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua – DPAC) ou realizado
com a ajuda de uma máquina, portátil, de forma automática, durante a noite (Diálise
Peritoneal Automática – DPA).
Associação Brasileira de Transplante de Órgãos – ABTO (2012), diz que o
transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na transferência de um órgão
ou tecido de um indivíduo para outro, com o objetivo de substituir ou compensar uma
função perdida. No transplante renal, implanta-se um rim saudável em um paciente
portador de DRCT. Sendo o transplante o tratamento de escolha para estes
pacientes que não apresentem contraindicações ao procedimento e além de ser mais
13
custo-efetivo do que os tratamentos dialíticos, oferece melhor sobreviva e qualidade
de vida (MACHADO, 2007).
Através dos estudos feitos por FASSBINDER ET AL (2015) é observado que o
impacto negativo que a doença e o tratamento desencadeiam nos pacientes sobre o
sistema cardiorrespiratório, musculo esquelético e qualidade de vida (QV) interfere na
saúde física e mental, na funcionalidade, na independência, no bem-estar geral e no
convívio social. Impulsando na redução da capacidade funcional e força muscular dos
pacientes. Consequentemente indivíduos com falência renal apresentaram limitações
e restrições tanto em função da própria disfunção (uremia, a anemia, a fraqueza
muscular, o sedentarismo, a desnutrição) quanto em relação ao desenvolvimento de
complicações cardiovasculares (REBOREDO, 2007).
É dito por Nahas, (2006) que mesmo sabendo-se dos inúmeros benefícios que o
exercício físico pode trazer os pacientes com DRC, poucos são os programas
inseridos nas Clinicas Renais. Ressaltando que as contribuições psicológicas e
fisiológicas que a prática regular de atividades físicas proporciona são diversas.
É valido destacar a importância do discernimento entre o conceito de
Atividade Física que é uma expressão genérica que pode ser definida como qualquer
movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto
energético maior do que os níveis de repouso, e do Exercício Físico um dos seus
principais componentes, que é uma atividade física planejada, estruturada e repetitiva
que tem como objetivo final ou intermediário aumentar ou manter a saúde/aptidão
física, pois durante o desenvolvimento deste estudo os termos atividade física e
exercício físico serão abordados como dois aspectos distintos (CASPERSEN et al,
1985). Treinamento físico constitui-se pelos métodos e processos de treino, utilizados
de forma sequencial em obediência aos princípios da periodização e que visam a
levar o atleta ao ápice de sua forma física específica, a partir de uma base geral
ótima (DANTAS, 2003).
A utilização de programas de exercício durante a HD é restrita, ainda que
comprovado através de estudos que tais programas têm efeitos positivos sobre os
pacientes, evoluindo a sua capacidade cardiorrespiratória, aptidão física, controle da
pressão arterial (PA) e qualidade de vida (NAJAS 2009; REBOREDO, 2006). Dentro
desse contexto, admite-se que este método de aplicação de exercícios é seguro
14
cooperando para o controle pressórico, para o aumento da capacidade funcional,
melhora na função cardíaca e na força muscular desta população (REBOREDO,
2007).
Estudos comprovam que pacientes em hemodiálise submetidos a exercícios
aeróbicos apresentaram diminuição da resistência à insulina, decréscimo da gordura
corporal e redução da microalbuminuria (MOINUDDIN; LEEHEY, 2008). Enquanto
que os pacientes em hemodiálise que realizaram exercícios resistidos apresentam
aumento de força, função muscular, flexibilidade e melhora de perfil metabólico (IGF)
(MOINDDIN; LEEHEY, 2008).
Neste seguimento Headley e demais autores (2002) aplicaram 12 semanas de
treinamento de força em pacientes em hemodiálise, demonstrando ganho significativo
de força muscular de quadríceps (12,7%) usando como método de avaliação a
dinamometria, apontando alterações musculares modificadas após o exercício. Em
contrapartida, outros autores analisaram o efeito de 10 semanas de treinamento
aeróbio na força e resistência muscular e determinaram que, após o período de
treinamento, a força e a resistência muscular dos membros inferiores aumentaram
16% (p = 0,003) e 53% (p = 0,029), respectivamente (STORER et al., 2005).
De acordo com Cheema et al. (2005) o exercício realizado durante a HD é
possivelmente tão benéfico quanto o tradicional, realizado no período interdialítico.
Além das vantagens habituais, a realização de exercícios durante as sessões de HD
traz vantagens adicionais como maior aderência ao tratamento, conveniência de
horário, redução da monotonia do processo de diálise e facilidade de
acompanhamento médico. É recomendado que o exercício seja realizado nas duas
primeiras horas da HD, pois, na terceira hora, pode ocorrer instabilidade
cardiovascular com queda da pressão arterial, prejudicando sua realização em muitos
pacientes (MOORE et al., 1998).
Miller et al. (2002) também submeteram pacientes renais crônicos ao
treinamento aeróbio durante as sessões de diálise e observaram redução pressórica
significativa após três meses de exercício. Além disso, com a extensão do protocolo
por mais três meses, a pressão arterial no grupo submetido ao exercício, se manteve
15
no mesmo patamar, mesmo com a diminuição significativa do número de medicações
anti-hipertensivas (MILLER, 2002).
Kouidi et al. (2004) compararam dois programas de exercícios: o grupo A fazia
exercícios nos dias de não-HD e o grupo B, durante a HD. Os resultados mostraram
que houve melhora significativa da capacidade aeróbica e da QV após 1 ano
respectivamente e após 4 anos de intervenção, nos dois grupos. O número de
desistências foi maior no grupo A (37,5%) comparado ao grupo B (21%). Com base
nos resultados desses dois estudos, pode-se inferir que as duas formas de
intervenção promovem benefícios, porém as desistências e dificuldades encontradas
pelos indivíduos para fazer exercício físico nos dias em que não vão à hemodiálise
são maiores (DEPAUL et al., 2002; KOUIDI et al 2004)
O estudo realizado por Marchesan et al., (2008) relatou melhora significativa
da capacidade funcional dos pacientes, utilizando o treinamento de força muscular
com manobras inspiratórias e expiratórias ou exercícios físicos aeróbicos. Dados
semelhantes foram obtidos por Storer et al. (2005), que constataram melhora da
aptidão cardiovascular, da resistência muscular e da função física em geral, após
programa de atividade física realizada durante a sessão de hemodiálise.
O exercício aeróbio realizado durante a sessão de hemodiálise pode aumentar
a agilidade, a coordenação e o equilíbrio (DANTAS; FIGUEIRÔA, 2014). Os
pacientes que foram submetidos a 12 semanas de treinamento aeróbio intradialítico
obtiveram melhora nos níveis séricos de ureia, além de uma redução significativa da
pressão arterial, especialmente, da pressão arterial sistólica (DANTAS; FIGUEIRÔA,
2014).
Há aproximadamente 30 anos vem sendo discutida na literatura a utilização de
programas de exercícios físicos visando reabilitação física e funcional de indivíduos
submetidos à hemodiálise (HD) (JOHNSON et al, 2004).
16
3. PERGUNTA CONDUTORA
De que forma ocorre a publicação sobre DRC nas revistas brasileiras? O que é
publicado e quais os benefícios que a atividade física, o exercício físico ou
treinamento trazem para estes pacientes em hemodiálise?
17
4. OBJETIVOS
Geral
Analisar, através de uma revisão sistemática, como são as publicações em
revistas nacionais de pesquisas que envolvam atividade física/ exercício físico/
treinamento físico em pacientes em hemodiálise.
Específico
• Analisar quais são as revistas em que os trabalhos são publicados.
• Avaliar qual a formação dos autores dos artigos.
• Identificar como são as publicações sobre o tema no decorrer dos últimos
anos.
• Analisar o que é recomendado para estes pacientes em relação a atividade
física e quais os principais resultados encontrados.
18
5 METODOLOGIA
Para esta revisão sistemática foi realizada uma busca de artigos nas bases de
dados LILACS e SCIELO, utilizando os seguintes termos e palavras chaves:
hemodiálise E atividade física OU exercício físico OU treinamento. Não foram usados
limitadores de tempo. Como limitador de localização dos autores, foi utilizado o filtro
de artigos publicados por revistas brasileiras.
Inicialmente, foi realizado o levantamento de todos os artigos encontrados com
os uni termos propostos e dentro dos limites apresentados. Em seguida, foram
retirados trabalhos que foram recuperados nas duas bases de dados (duplicatas). Os
artigos foram avaliados quanto ao preenchimento ou não dos critérios de inclusão e
exclusão estabelecidos.
O primeiro critério de inclusão é serem artigos originais publicados em revistas
brasileiras que abordem a intervenção com atividade física, exercício físico e
treinamento em pacientes em hemodiálise e avaliem modificações em parâmetros
físicos, capacidade funcional. Dessa forma, os outros tipos de trabalhos, como
revisões, meta-análises, cartas aos editores, opiniões, não prosseguiram nas outras
etapas de avaliação. Posteriormente, foi realizada a seleção por análise de títulos.
Após esta triagem, foram analisados os resumos de todos os artigos restantes que
estejam disponíveis em sua forma completa, selecionando-se os artigos que foram
lidos. Foram excluídos os artigos que avaliaram pacientes somente em diálise ou que
não descreviam o protocolo de treinamento.
19
6 RESULTADOS
As pesquisas buscaram inicialmente artigos em revistas nacionais,
organizadas por buscas com palavras chaves. Foram encontrados 99 artigos. Após a
avaliação da presença de duplicatas, 48 artigos foram excluídos. Os 51 artigos
restantes foram avaliados quanto a serem trabalhos originais ou de revisão, sendo 15
artigos excluídos. Os 36 artigos originais tiveram seus resumos lidos sendo 11 artigos
descartados por não se adequarem aos critérios de inclusão da pesquisa. Os quinze
artigos restantes foram lidos em sua forma completa para verificação de adequação
aos critérios de inclusão e exclusão. Dos 15, 4 foram descartados por não se
enquadrar nos critérios de inclusão. Restando 11 para ser analisados e discutidos
nesta revisão.
20
Tabela 1. Características de publicação dos artigos recuperados na revisão sistemática.
Referência Revista Instituições Vinculadas Profissão dos autores Profissionais que
realizaram a intervenção
Freire et al, 2013
Fisioterapia em Movimento
Universidade Estadual Paulista. Universidade do Oeste Paulista. Faculdade
de Medicina de São José do Rio Preto. Universidade Estadual de Campinas.
Fisioterapeutas Fisioterapeuta
Lima et al, 2013
Medicina (Ribeirão) Universidade Estadual Paulista. Fisioterapeutas
Docente de Fisioterapia Docente de Educação Física,
Fisioterapeuta
Silva et al, 2013
Jornal Brasileiro de Nefrologia
Hospital Felício Rocho, Hospital Luxemburgo
NI Fisioterapeuta
Marchesan et al, 2012
Revista Brasileira de
Atividade Física e Saúde
Universidade Federal de Pelotas. Universidade Federal de Santa Catarina.
NI Profissional de
Educação Física
Reboredo et al, 2011
Fisioterapia em Movimento
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Núcleo Interdisciplinar de Estudos e
Pesquisas em Nefrologia.
Fisioterapeutas Pneumologista Nefrologista
NI
Rocha et al, 2010
Jornal Brasileiro de Nefrologia
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
NI Fisioterapeuta
Henrique et al, 2009
Sociedade Brasileira de Cardiologia
Universidade Federal do Rio de Janeiro
NI NI
Nery et al, 2009
Jornal Brasileiro de Nefrologia
NI NI NI
21
Peres et al, 2009
Jornal Brasileiro de Nefrologia
Universidade Estadual de Londrina Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Fisioterapeutas Nefrologistas Fisioterapeuta
Lopes et al, 2008
Revista Arquivos de
Ciência da Saúde Universidade do Oeste Paulista
Mestre de Fisioterapia Especialista em Fisioterapia Hospitalar
Graduandos em Fisioterapia Doutor e docente de medicina Especialista em
medicina
NI
Coelho et al, 2006
Jornal Brasileiro de Nefrologia
Hospital João XXIII Clínica FisioSaúde Biocor
instituto NI NI
Nota: NI (Não informado).
22
Tabela 2. Características de protocolos e resultados dos artigos recuperados na revisão sistemática.
Referência População Protocolo Principais Resultados
Freire et al,
2013
15 Voluntários de
ambos os sexos.
Alongamento foi executado 2 vezes por 30 segundos durante
a hemodiálise, os exercícios isotônicos foram realizados
alternado - flexão e extensão de cotovelo e flexão de dedos,
pressionando uma bola. Logo após, foram realizadas tríplice
flexão, flexão, extensão, adução e abdução de quadril, flexão e
extensão de joelho, dorsiflexão e flexão plantar de tornozelo. E
por último o relaxamento, realizando, circundação do pescoço,
rotação interna e externa do ombro, respirações lentas e
profundas e técnicas lúdicas. Todas as sessões foram
realizadas durante a hemodiálise, com duração de 30 minutos
com musicoterapia.
Os valores médios do Índice de depuração
da ureia, Kt/V, nos meses sem exercício foi
de 1,13 +/- 0,11. Após a aplicação do
programa de exercícios, o valor dp Kt/ V foi
de 1,29 +/- 0,12. Houve diferença
comparada os valores do Kt/ V nos meses
sem exercícios com os meses com
exercícios isotônicos. Comparando o peso
dos pacientes no mês com/sem exercício
não houve diferença significativa.
Lima et al,
2013
28 pacientes de
ambos os sexos,
com idade entre 40
e
60 anos.
O programa de exercícios físicos se desenvolveu em sessões
de 40 minutos, realizados 3 vezes por semana, durante 8
semanas. Foram aplicados exercícios de aquecimento com
alongamento por 10 minutos. Os exercícios aeróbicos foram
realizados durante 20 minutos, utilizando-se um
cicloexercitador portátil, com carga regulável, acompanhados
de monitorização da FC e saturação de oxigênio (SpO2). Os
exercícios foram realizados sob 60% da FC máxima. A
resistência do aparelho foi ajustada sempre que necessário, de
acordo com a FC. No desaquecimento, o paciente foi orientado
a diminuir a carga do cicloergômetro, até que a FC e a PA se
normalizassem.
O valor da PImáx (pressão inspiratória
máxima) pós-programa foi significativamente
maior que o obtido na avaliação pré-
programa. A avaliação da QV, quanto aos
domínios das áreas especificas da DRC,
mostrou significância ao comparar a lista de
sintomas e problemas com a sobrecarga da
DRC e papel profissional. Os indicadores
relativos à dor foram reduzidos, após o
programa. A capacidade funcional pelo teste
de caminhada de 6 minutos (TC6M) não
houve diferença significativa pré/pós
programa.
23
Silva et al,
2013
56 pacientes, 34
homens e 22
mulheres com idade
entre 29 e
82 anos.
Os exercícios foram realizados nas 2 primeiras horas de HD
3x semana, durante 16 meses, com duração de 20 minutos. 10
minutos de bicicleta, fortalecimento de MMSS e MMII com
pesos, bola, alongamento muscular e bola manual para treino
de vasculatura de fistula. O treino de bicicleta realizado pela
FC com limites de 60 a 70% da FC de treinamento. O
treinamento em bicicleta foi iniciado sem carga, logo após,
velocidade e carga eram reguladas a fim de manter a FC
dentro da zona de treinamento. Foram registradas PA, FC, FR,
SpO2 e avaliado o nível de PSE utilizando-se a Escala de Borg
no início, meio e término do treinamento na bicicleta.
Houve aumento na distância percorrida pelo
TC6M e da força muscular de quadríceps (;
redução da FC e FR; melhora no escore
total da SF-36, sendo significante na
capacidade funcional e dor. A PA reduziu
mais não significativamente. Houve
correlação nos domínios dor e capacidade
funcional, com o aumento da distância
percorrida no TC6M; houve correlação entre
diminuições na FC e FR e redução na escala
de BORG.
Marchesan
et al, 2012
72 pacientes. Os exercícios aconteceram nas 2 primeiras horas da HD, em
3x por semana com duração de 45-60 minutos. Consistiu de
alongamento antes da sessão de HD, durante (10-60
segundos); aquecimento, realizado na bicicleta sem carga,
com duração de 3 minutos; treinamento aeróbio na bicicleta,
com duração de 15 minutos, aumentando gradativamente;
exercícios de resistência muscular localizada para MMSS e
MMII com exercícios: rosca direta, tríceps testa, elevação
lateral, crucifixo, remada, abdominal, extensão de joelho,
flexão de quadril, adução e abdução de quadril, dorsiflexão e
flexão plantar do pé. E alongamento. Foram realizados
exercícios para os músculos respiratórios, como o uso do
manovacuômetro.
O programa de exercícios trouxe benefícios
para a reabilitação dos pacientes e
contribuiu com a melhora da aptidão física e
da qualidade de vida. Mostrando melhor
desempenho nos testes físicos feitos antes,
durante e no término. Através de entrevistas
onde os pacientes se posicionaram sobre os
benefícios do programa de exercício.
24
Reboredo
et al, 2011
34 Pacientes, 20
mulheres e 14
homens com idade
48,26 +/- 11,44
anos.
O treinamento foi realizado nas 2 horas iniciais da HD, com
duração de 1hra. Iniciando com aquecimento realizado
exercícios de alongamento por 10 minutos, e atividade
aeróbica com menor carga, com duração de 5 minutos, o
condicionamento realizado o exercício aeróbio por até 35
minutos. O tempo de exercício foi individual, que iniciaram com
o tempo tolerado e foram estimulados a aumentar até
completarem os 35 minutos. Os pacientes precisavam estar
em uma rotação constante durante todo o exercício aeróbico.
Foi utilizado um cicloergômetro eletromagnético horizontal
para a realização de exercício aeróbio A intensidade do
treinamento foi determinada pela Escala de Percepção
Subjetiva do Esforço de Borg, na qual os pacientes teriam que
permanecer entre 11 (leve) a 13 (pouco intenso). No
resfriamento foi realizado de 1 a 3 minutos de exercício
aeróbico com baixa carga.
No período de 5 anos 34 pacientes
participaram do programa de exercício.
Foram realizadas 3.077 sessões individuais
de exercício aeróbico durante as sessões de
HD, mostrando assim boa aderência. Apesar
do registro de alguns episódios de
hipotensão, sem repercussões
hemodinâmicas significativas, não foram
observadas complicações clínicas
importantes.
Rocha et al,
2010
13 pacientes, da
homens e 3
mulheres, com 43,69
+/- 9,28 anos.
Os exercícios tiveram duração de 25 minutos durante 2 meses,
3x por semana, totalizando 24 sessões realizadas nas 2
primeiras horas de HD. As sessões compostas de exercícios
de MMSS e MMII realizadas com o paciente sentado. MMSS:
com o membro que apresenta a fístula foi executado
exercício com a bola, em 3x10 repetições com intervalo de 10
segundos entre as series. Com o outro membro foi
acrescentado mais 3 exercícios com uso de halter de 1 kg,
associados à inspiração e expiração por frênulo labial
prolongadas: flexão-adução-rotação externa/ flexão-abdução-
rotação externa/ extensão-abdução-rotação interna/ extensão-
adução-rotação interna/ abdução de ombros a 90°/ adução
horizontal até a linha média/ flexão e extensão do cotovelo.
Para MMII se deu a partir de 3 exercícios: flexão e extensão de
joelhos alternados usando caneleira de 2 kg; flexão plantar e
dorsiflexão; circundação da articulação talocrural. Foram
realizadas 3x10 repetições com intervalo de 15 segundos entre
Houve aumento das pressões PI máx. e PE
máx. no período pós-intervenção, porém
sem alterações significativas. Já a PFE que
apresentou aumento estatisticamente
significante. No SF-36, que avalia QV,
observou-se melhora dos domínios, exceto o
item ‘vitalidade’. A força de preensão
manual, a qual se mostrou diminuída,
comparada pré e pós-intervenção. Porém
não apresentou diferença estatística. De
todas as variáveis mensuradas, somente
PFE mostrou-se estatisticamente
significante. Vários pacientes relataram
melhora álgica em MMII, diminuição de
incidência de cãibras, maior disposição e
menos cansaço para realizar atividade de
25
as séries e intervalo de 20 segundos entre os exercícios. vida diárias.
Henrique et al,
2009
14 pacientes, 10
mulheres e 4
homens, com média
de 48 anos.
Foi realizado treinamento aeróbico, durante as sessões de HD,
por 3x por semana e por 12 semanas. No aquecimento,
realizaram-se alongamentos passivos de MMII e atividade
aeróbica na bicicleta com a menor carga, 5 minutos. Logo
após foi realizada a fase de condicionamento, com 30 minutos
de exercício, durante as 2 primeiras horas de HD. No
resfriamento, após 2 minutos na bicicleta com carga mínima
foram aplicados os exercícios de alongamento passivo de
MMII. A intensidade do treinamento foi individualizada com
base na PSE Escala de Borg. A casa 5 minutos, o paciente era
indagado a respeito da nota que atribuía ao cansaço, que teria
que ser entre 11 e 13 pontos.
A aderência média ás sessões de
treinamento foi de 82% e a meta de 30
minutos de tolerância ao exercício foi
atingida pelos pacientes na 4 semana. Após
o treinamento, observou-se aumento
significativo da distância percorrida no teste
de caminhada de 6 minutos (TC6M) de 509
+/- 91,9m para 555 +/- 105,8m, além de
redução da PA sistólica de 151 +/- 18,4
mmHg para 143 +/- 14, 7 mmHg da PA
diastólica de 94 +/- 10,5 mmHg para 91 +/-
9,6 mmHg e da PA média de 114 +/- 13,0
mmHg para 109 +/- 11,4 mmHg, a PSE
manteve-se estável.
Nery et al,
2009
2 pacientes, homem
60 anos e mulher 47
anos.
O treinamento foi composto por exercícios de resistência com
halteres de 1 kg em MMSS e com uso do peso corporal em
MMII. Também foram realizados exercícios abdominais,
alongamentos e relaxamentos. Os pacientes participaram de
duas aulas semanais de 60 minutos cada uma, em dia
alternados ao da sessão de hemodiálise, durante 12 semanas.
Os pacientes apresentaram melhora da
capacidade funcional (CF) avaliada pelo
TC6M, demonstraram melhora em relação à
velocidade habitual do passo, ao tempo e a
distancia de caminhada. Com relação à QV
houve melhora de domínios como
componentes físicos, componente mental,
saúde geral, dor, situação geral de vida,
vitalidade e estado de trabalho. E como
relato, quanto aos sintomas percebidos,
mostrou melhora na condição física,
respiração, autoestima e concentração,
assim como nos sintomas pré e pós-dialise.
Peres et al,
2009
58 pacientes,
maiores de 18 anos
Os exercícios foram realizados 3x por semana, durante 8
semanas, com 1 hora de duração nas 2 horas de HD, A
cadeira de hemodiálise foi posicionada em posição sentada a
90° e apoiada contra a parede para estabilização. Inicialmente,
Os resultados do teste DP6min mostraram
que, após 8 semanas de exercício, houve
aumento na distância percorrida e PA
sistólica final, enquanto a PA diastólica final
26
os pacientes realizaram a fase de aquecimento, em seguida
passaram para a fase de exercícios aeróbios com o
cicloergômetro, depois para a fase de exercícios de força
muscular com pesos e bola, em uma última fase, exercícios de
desaquecimento em baixa velocidade. A intensidade do
exercício foi controlada através da Escala de Borg e do
controle da FC.
diminuiu. A distância percorrida no Shuttle
Walking Test (SWT) e o Vo2 máx.
aumentaram significativamente. A força
muscular do quadríceps dos MMII também
aumentou. Além disso, a taxa de adequação
da diálise aumentou e foi acompanhada de
uma diminuição na creatinina. A análise do
resultado do SF-36 revelou uma significativa
melhora na capacidade funcional, vitalidade,
aspectos emocionais, saúde mental,
componente mental e limitação de aspectos
físicos, dor corporal, componente físico.
Lopes et al,
2008
15 pacientes, 7
homens e 8
mulheres entre 36 e
74 anos.
O protocolo constou de alongamento de extensores de
cabeça e inclinadores de pescoço, abdutores de ombro,
extensores de cotovelo, flexores e extensores de punho, e
alongamento de extensores de joelho e alongamento de
flexores plantares. Executados 2x por 30 segundos. Após
exercícios ativo-livres foram realizados e eram flexão e
extensão alternada de ombro, diagonais de Kabat, flexão de
cotovelo alternada, rotação de tronco (com bastão), flexão de
quadril com flexão de joelho e flexão. Na posição sentada
ainda realizaram dois exercícios: extensão de joelho e
circundação de tornozelo. Os exercícios acima foram
realizados em 2x10 repetições com duração da sessão de 40
minutos. No período de 1 mês, 3x por semana. Antes da HD.
As variáveis analisadas (Peso, Volume
ultrafiltrado, ureia) não apresentaram
diferença significativa. Comparando o Kt/V
do mês sem exercício com os obtidos após a
aplicação do programa de exercícios, os
valores não foram estatisticamente
significativos. Não houve nenhuma diferença
significativa em nenhuma variável analisada.
27
Coelho et al,
2006
5 pacientes, 2
homens e 3
mulheres possuíram
idade média de 45
+/- 9 anos.
Cada paciente submete-se a 24 sessões, 3x por semana,
totalizando 8 semanas de treinamento, realizadas nos dias da
hemodiálise, com duração de 1 hora por sessão. O
aquecimento consistia de caminhada em corredor plano por 10
minutos, depois exercícios para MMSS. Os pacientes sentados
realizavam 3 tipos de exercícios: 1° os braços cruzados sobre
os MMII, e eleva-los acima da cabeça, descruzando-os até
45°. 2° Com os MMSS ao lado do corpo e abduziram até a
posição vertical acima da cabeça. 3° Com os MMSS ao lado
do corpo e fizeram abdução de ombros até 90°, seguindo de
adução horizontal até a linha média. Sem carga. Executando 1
série de 6 repetições para cada um dos 3 tipos de exercícios.
Após realizaram treinamento em bicicleta por 15 minutos com
FC 60 a 70%. Foi avaliado o nível de percepção de esforço
utilizando-se a Escala de Borg no termino do treinamento.
Após os pacientes realizaram treinamento em esteira, durante
15 minutos. Depois exercícios para a musculatura flexora dos
dedos com os aparelhos DIGIFLEX. E por fim exercícios de
relaxamento e alongamento. Quando a HD foi iniciada, foi
realizado o treinamento da musculatura inspiratória através de
treinador muscular inspiratório, com uma carga
correspondente a 30% da PImáx.
Observou-se aumento significativo na
VO2máx. Houve redução significativa PA
sistólica de repouso no TC6M após o
tratamento de 153 +/- 16 para 132 +/- 18
mmHg. Foi observada melhora significativa
na PImax e na PEmax. A força da
musculatura flexora das mãos apresentou
aumento significativa, bem como o consumo
de oxigênio.
28
7 DISCUSSÃO
O objetivo do presente estudo foi analisar como são as publicações em
revistas nacionais de pesquisas que envolvam atividade física/ exercício físico/
treinamento físico em pacientes em hemodiálise. Os trabalhos analisados
foram publicados entre os anos de 2006 e 2013, e tiveram como ênfase
analisar o efeito de um protocolo de treinamento em pacientes em hemodiálise.
Dos 11 artigos 5 foram publicados no Jornal Brasileiro de Nefrologia, 2 foram
publicados na Revista Fisioterapia do Movimento. O que é importante ressaltar
que as revistas publicadas não são da área de educação física.
É importante salientar que as instituições que estão em destaque são
todas localizadas no Sul e Sudeste do Brasil, principalmente em Santa Catarina
e São Paulo, mostrando assim que a uma polarização deste tema nesta região.
Regiões essas caracterizadas pelo desenvolvimento de grandes estudos. É
notória a importância de expansão de estudos deste tema para outros estados
do Brasil, sendo necessário o avanço de mais estudos sobre possíveis
intervenções em clinicas de diálise para proporcionar a estes pacientes uma
melhor qualidade de vida, e aumento da perspectiva de vida.
Os profissionais que se inseriram nestes trabalhos eram na maioria
fisioterapeutas, mostrando assim que o profissional de educação física não se
engajava nesta área de pesquisa, mesmo sendo de grande importância.
Apenas em um artigo o protocolo aplicado para os pacientes em hemodiálise
foi desenvolvido por um profissional de educação física, sendo este um relato
de caso. É importante que para uma melhor adequação sobre protocolos o
engajamento do profissional de educação física seja cada vez mais rápido,
tornando assim uma equipe multidisciplinar.
Todos os artigos avaliados seguiam a seguinte regra de iniciar o
protocolo de treinamento 2 horas iniciais da hemodiálise, sempre 3 vezes por
semana, sempre seguindo uma intensidade leve que não ultrapassasse de 60
minutos do exercício propriamente dito. O exercício realizado durante a HD traz
consigo os seus benefícios, realizado no período da hemodiálise, obtendo
vantagens adicionais como maior aderência ao tratamento, conveniência de
29
horário, redução da monotonia do processo de diálise e facilidade de
acompanhamento médico (CHEEMA, et al. 2005). É recomendado que o
exercício seja realizado nas duas primeiras horas da HD, pois, na terceira hora,
pode ocorrer instabilidade cardiovascular com queda da pressão arterial, onde
a questão hemodinâmica do paciente é alterada, após a longa sessão de
hemodiálise, podendo assim impedir a realização dos exercícios no final da
hemodiálise (MOORE et al., 1998).
Os tipos de exercícios mais utilizados foram treinamento aeróbio e
treinamento de força, onde 4 artigos utilizam os dois treinamentos em seu
protocolo, seguido de 3 artigos que utilizaram só treinamento aeróbio, e 2 que
utilizaram apenas treinamento de força.
Uma das formas mais utilizada para avaliar a intensidade do treinamento
usada em alguns artigos foi a Percepção Subjetiva de Esforço de Borg, que
tem como principal objetivo o controle da intensidade. Apesar de ser uma forma
subjetiva, hoje é uma das formas mais usada e com boa confiança.
Estudos realizados por Silva et al (2013); Peres et al (2009); Coelho et al
(2006); Marchesan et al (2012), a utilização do treinamento aeróbio e do
treinamento de força para pacientes em hemodiálise trouxeram diversos
benefícios, dentre eles destacasse o aumento da distância percorrida avaliada
pelo TC6M e aumento da força muscular de quadríceps a da musculatura
flexora das mãos. Observou-se também a redução da FC, FR e da PA. Melhora
no escore total da SF-36 sendo significante capacidade para todos os estudos
capacidade funcional e dor. Os protocolos utilizados melhoraram a aptidão
física e a qualidade de vida dos pacientes.
Foi visto em estudo realizado por Dantas e Figueirôa (2014) que
pacientes que realizaram 12 semanas de treinamento aeróbio durante a
hemodiálise, resultaram na redução da PA, especialmente da pressão arterial
sistólica, melhora nos níveis séricos de ureia.
Os pacientes que foram submetidos a 12 semanas de treinamento
aeróbio durante a HD obtiveram melhora nos níveis séricos de ureia, além de
uma redução significativa da pressão arterial, especialmente, da pressão
30
arterial sistólica (DANTAS; FIGUEIRÔA, 2014). Segundo estudo de Peres et al
(2009) á pratica de exercícios durante a HD possibilitou, maior número de
pacientes numa mesma sessão, ocasionando interatividade entre eles com
mais motivação no grupo. O crescimento do escore do ECF depois do
tratamento indica que o exercício físico foi significativo para melhorar a
percepção do estado de vida e dos benefícios que o exercício pode trazer.
Já Lima e demais autores (2013); Henrique et al (2009), utilizaram um
protocolo com apenas treinamento aeróbio, e verificaram que o valor da
Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) pós-programa foi maior após os
exercícios, observou-se aumento da distância percorrida avaliada pelo TC6M,
redução da PA, ao avaliar QV mostrou a diminuição relativos a dor, e melhora
capacidade funcional dos pacientes. Já estudo realizado por Rocha e Araújo
(2010), apresentaram redução dos valores da PImáx e PEmáx comparado aos
valores obtidos nos momentos pré e pós-intervenção. Onde, relacionando os
momentos pré e pós-programa de exercícios físicos, observou-se que apenas a
PImáx apresentou aumento.
Após a intervenção com exercícios e aplicado o SF-36 progresso no
domínio “dor”, piora do domínio “capacidade funcional” em 4 pacientes
submetidos. (SOARES et al., 2007). Por outro lado, Reboredo et al. (2007) em
seu estudo foi aplicado 3 meses de treinamento aeróbio intradialítico, onde foi
encontrado significativa melhora dos domínios “capacidade funcional”, “estado
geral de saúde”, “vitalidade” e aspectos sociais”.
Reboredo e demais autores (2011), utilizando o treinamento aeróbio,
mas com objetivo de avaliar a aderência dos pacientes em um programa de
exercício obteve resultados positivos, onde foi possível obter uma boa
aderência dos pacientes em 5 anos 34 pacientes participaram, somando o total
de 3.077 sessões individuais de exercício aeróbico. Comparando com estudos
realizados por Moinuddin e Leehey (2008) pacientes que realizaram exercícios
aeróbicos durante a hemodiálise apresentaram decréscimo da resistência à
insulina, diminuição da gordura corporal e redução da microalbuminuria.
Quando observado o treinamento aeróbico para pacientes em hemodiálise, o
equipamento mais utilizado é o cicloergômetro, está utilização está associada
31
com a possível remoção de fluidos e a eficiência da diálise (PARSONS et
al.,2006).
Em estudos feitos por Nery et al (2009) e Rocha et al (2010), que
usaram como protocolo treinamento de força para avaliar os pacientes em
hemodiálise, foi visto que houve melhora da capacidade funcional avaliada pelo
TC6M e na respiração. E quando avaliado QV pelo Sf-36 foi visto melhora em
diversos domínios físicos, mental, dor, situação de vida em geral, autoestima e
concentração. Contudo os pacientes relataram melhora nos sintomas pré e
pós-dialise, diminuição de cãibras, maior disposição e menos cansaço.
Moinddin e Leehey (2008), observaram que os pacientes em hemodiálise que
se submeteram a exercícios resistidos obtiveram aumento da força geral,
função muscular, flexibilidade e avanço do perfil metabólico (IGF).
Um programa de treinamento de força muscular respiratória através de
manovacuômetro em pacientes com DRC que faziam HD, obteve como
resultado a partir de relatos dos pacientes, que houve diminuição da falta de ar,
melhora da saúde, sensação de bem-estar, menor monotonia e maior
aderência ao tratamento, maior disposição e menor cansaço com relação as
atividades de vida diária (MARCHESAN et al., 2008).
LOPES et al (2008) e FREIRE et al (2013) utilizaram o protocolo com
exercícios isotônicos para pacientes durante a hemodiálise e verificaram que os
valores do Kt/V nos meses com exercícios foram diferentes dos valores dos
meses sem exercícios. Comparando o peso dos pacientes. Logo o exercício
isotônico trouxe benefícios para os pacientes. Em estudo de PARSON et al
(2006) que observaram a influência de 20 semanas de um programa de
exercícios de baixa intensidade, com 60 minutos de duração realizado nas 2
primeiras horas de HD, na capacidade funcional, na QV e na eficiência dialítica,
onde foi aviado o kt/V antes e no final de cada mês para analisar o impacto dos
exercícios na eficiência da diálise. Ocorreu um aumento de 11% no kt/V no 1°
mês e este permaneceu elevado do transcorrer dos outros meses (18% e
19%).
Por mais que se saiba dos diversos benefícios que o exercício físico
pode trazer aos pacientes com DRD, poucos são os programas inseridos nas
32
clinicas renais. Sobressaindo que as contribuições psicológicas e fisiológicas
que o exercício físico praticado de forma correta proporciona são imensuráveis.
Principalmente como forma de tratamento não farmacológico. (NAHAS, 2006).
Portanto, constata-se que a realização exercícios físicos, durante a HD é
uma pratica segura e bem aceita, e seus benefícios atua diretamente na
qualidade de vida desses pacientes. Lhes proporcionando uma maior
expectativa de vida, interação social, e melhorias na capacidade funcional para
realização de atividades de vida diária.
33
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em síntese, dentre os protocolos avaliados neste estudo, o que mais se
destacou foi o que associou o treinamento aeróbico com o treinamento de
força. Os estudos que usaram esses protocolos concomitantemente obtiveram
resultados mais fidedignos. É importante salientar que todos os exercícios
realizados foram supervisionados e feitos por profissionais capacitados,
seguindo todas as recomendações dos protocolos. Os estudos realizados são
do Sul e Sudeste do Brasil, mostrando assim que a uma polarização deste
tema nesta região. É importante a expansão de estudos deste tema para
outros estados do Brasil, sobre possíveis intervenções para proporcionar a
estes pacientes uma melhor qualidade de vida, e aumento da perspectiva de
vida. E seria de grande importância para os profissionais de educação física
expandir seus conhecimentos nesta área de pesquisa.
34
REFERÊNCIAS
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