Post on 22-Nov-2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO BRASILEIRA
ROMILSON GOMES DOS SANTOS
A SEQUÊNCIA FEDATHI NA FORMAÇÃO MATEMÁTICA DO PEDAGOGO:
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE GEOMETRIA BÁSICA E FRAÇÕES
EQUIVALENTES COM O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA
FORTALEZA
2015
i
ROMILSON GOMES DOS SANTOS
A SEQUÊNCIA FEDATHI NA FORMAÇÃO MATEMÁTICA DO PEDAGOGO:
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE GEOMETRIA BÁSICA E FRAÇÕES
EQUIVALENTES COM O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Educação
Brasileira, da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial para obtenção do Título de Mestre em
Educação. Área de concentração: Ensino de
Matemática.
Orientadora: Profª. Drª. Maria José Costa dos
Santos.
FORTALEZA
2015
iii
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca de Ciências Humanas
S238s Santos, Romilson Gomes dos.
A Sequência Fedathi na formação matemática do pedagogo: reflexões sobre o ensino de geometria
básica e frações equivalentes com o uso do software Geogebra / Romilson Gomes dos Santos. – 2015.
116 f. : il. color., enc. ; 30 cm.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Educação, Programa de Pós-
Graduação em Educação Brasileira, Fortaleza, 2015.
Área de Concentração: Ensino de matemática.
Orientação: Profa. Dra. Maria José Costa dos Santos.
1.Fedathi,Sequência. 2.Geogebra – Software. 3.Geometria – Estudo e ensino. 4.Frações – Estudo e
ensino. 5.Professores – Formação – Fortaleza(CE). 6.Educação – Estudo e ensino(Superior) – Fortaleza
(CE). I. Título.
CDD 371.33453
iv
ROMILSON GOMES DOS SANTOS
A SEQUÊNCIA FEDATHI NA FORMAÇÃO MATEMÁTICA DO PEDAGOGO:
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO DE GEOMETRIA BÁSICA E FRAÇÕES
EQUIVALENTES COM O USO DO SOFTWARE GEOGEBRA
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em Educação
Brasileira, da Faculdade de Educação da
Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial para obtenção do Título de Mestre em
Educação. Área de concentração: Ensino de
Matemática.
Aprovada em:____/____/_____.
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________
Profa. Dra. Maria José Costa dos Santos (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_______________________________________________
Prof. Dr. Jorge Carvalho Brandão
Universidade Federal do Ceará (UFC)
_______________________________________________
Profª. Dra. Ivoneide Pinheiro de Lima
Universidade Estadual do Ceará (UECE)
v
A Deus.
Aos meus pais, Eulina Gomes e José Pedro,
pelo apoio em todas as minhas escolhas e
decisões.
Aos meus irmãos.
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus por me amparar nos momentos difíceis, me dar força interior para superar as
dificuldades, mostrar os caminho nas horas incertas e me suprir em todas as minhas
necessidades.
À minha família, em especial aos meus pais Eulina Gomes e José Pedro a qual amo muito,
pelo carinho, paciência e incentivo aos meus irmãos pelo apoio na concretização deste sonho.
A minha namorada pela compreensão nos momentos que fiquei ausente para a elaboração
desse trabalho, um ser muito importante para minha vida.
A meu grande amigo/irmão Hallyson Góes, pelos incentivos, estímulos às horas dedicadas a
construção do projeto e durante a elaboração desse trabalho.
Um agradecimento especial a Ivonaldo Lima, amigo/irmão com um coração bondoso, muito
prestativo que não mediu esforços para me ajudar na concretização desse sonho, obrigado
pelos incentivos e suas sabias palavras que mim motivou a seguir até a reta final.
A minha orientadora Profª. Drª. Maria José Costa dos Santos pela excelente orientação, pelo
apoio, pelo acolhimento durante a pesquisa e, ainda pela confiança em mim depositada.
Ao Prof. Dr. Hermínio Borges pelas suas sábias palavras de incentivo que contribuíram para o
desenvolvimento desta dissertação, um excelente profissional, meu muito obrigado.
Ao Edisom Eugênio pelo acolhimento no inicio do mestrado pelos momentos compartilhados
e pela amizade construída durante a realização deste trabalho.
A amiga Drª. Marta Alves, pela grande amizade que nasceu ao longo do Mestrado que não
mediu esforços para mim orientar na elaboração desta pesquisa.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pelo auxilio
financeiro durante todo esse período de pesquisa e a realização deste trabalho.
Aos membros da banca Examinadora, Prof. Dr. Jorge Carvalho Brandão e Profª. Dra.
Ivoneide Pinheiro de Lima, por dedicarem o seu precioso tempo e conhecimento para
contribuírem com este trabalho.
Aos colegas do grupo GEM², pelas vivências compartilhadas. Aos integrantes do Multimeios.
Aos alunos do Curso de Pedagogia da disciplina Tópicos de Educação Matemática dos
semestres 2013.2 e 2014.1 por terem participado desta pesquisa.
As amizades construídas ao longo do mestrado, em especial Roberto Dias pelas suas
brilhantes palavras, companheirismo e acolhimento nos momentos de angustia e alegrias.
A todas as pessoas, que mesmo não tenham seus nomes aqui expostos, mas que contribuíram,
direta ou indiretamente, para a concretude deste trabalho e deste grande sonho.
vii
“Aprendi, através da experiência amarga, à
suprema lição: controlar minha ira e torná-la
como o calor que é convertido em energia.
Nossa ira controlada pode ser convertida numa
força capaz de mover o mundo”. (Mahatma
Gandhi)
viii
RESUMO
A presente pesquisa objetivou analisar as contribuições da metodologia de ensino Sequência
Fedathi (SF) com o uso do software GeoGebra, aplicado nos conteúdos de Geometria Básica
e frações equivalentes, na formação inicial do pedagogo, visando proporcionar condições
favoráveis ao desenvolvimento do ensino e da aprendizagem da Matemática, de forma
sistematizada e organizada. A problemática da pesquisa emergiu no entorno do conhecimento
matemático dos alunos do Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação FACED/UFC,
locus da pesquisa, diante do uso do GeoGebra, na compreensão dos conteúdos relacionados às
figuras geométricas planas; especificamente, no quadrado, triângulo, retângulo e
paralelogramo e nas figuras espaciais, como tetraedro, cubo, octaedro, dodecaedro e
icosaedro, e nas frações equivalentes. A pesquisa teve como fundamentação teórica a
metodologia SF. A partir da aplicação de Sessões Didáticas (SD) promovidas pela SF,
trabalhamos, durante as aulas, a compreensão dos conteúdos matemáticos, para propiciar uma
aprendizagem investigativa do conhecimento. Desse modo, o problema da pesquisa consistiu
na seguinte questão: Como trabalhar os conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes
na formação matemática dos alunos da pedagogia, com o uso do GeoGebra, a partir de SD?
Neste sentido optou-se pela pesquisa de natureza quali-quantitativa, utilizando a abordagem
descritiva e exploratória, configurando-se num estudo de caso, tendo como sujeitos
investigados os alunos do Curso de Pedagogia. A partir das observações feitas em sala de aula
e das ações realizadas dos alunos, durante o processo investigativo, foi possível
identificarmos as categorias de análises da pesquisa, caracterizadas como: SD e os conteúdos
de matemática sobre Geometria Básica e frações equivalentes. Como técnica de coleta de
dados, utilizamos observação direta, com fotos e áudios produzidos durante as aulas;
portfólios e fórum de discussão, em que foram registradas as atividades no ambiente virtual
TelEduc. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo, considerando três momentos: a
pré-análise, a descrição analítica dos dados e o tratamento dos resultados, abrangendo a
inferência e a interpretação. Os resultados obtidos contribuíram para melhor compreensão dos
conteúdos matemáticos, na formação inicial do pedagogo. Dessa forma, a metodologia de
ensino SF foi de fundamental importância para o uso do software GeoGebra, como recurso
didático, para auxiliar na formação matemática do pedagogo, na assimilação dos conteúdos de
Geometria Básica e frações equivalentes.
Palavras-chave: Sequência Fedathi. Sessões Didáticas. Software GeoGebra. Ensino de
Matemática. Formação inicial do Pedagogo.
ix
ABSTRACT
This study aimed at analyzing the contributions of the teaching methodology Fedathi
Sequence (SF) by using the GeoGebra software, applied in Basic Geometry contents and
equivalent fractions in the initial pedagogue training in order to provide favorable conditions
for the development of education and learning of mathematics, in a systematic and organized
manner. The problematic of the research emerged surrounding the mathematical knowledge
of the students in the Pedagogy Course of the Faculty of Education FACED / UFC, research
locus, before the use of GeoGebra, in the understanding of the content related to the flat
geometric figures; specifically, square, triangle, rectangle and parallelogram and the spatial
figures as tetrahedron, cube, octahedron, dodecahedron and icosahedron, and the equivalent
fractions. The research was theoretically based on the SF methodology. From the application
of Teaching Sessions (SD) promoted by SF, we work in our classes the understanding of math
concepts, to provide an investigative learning of knowledge. Therefore, the research problem
consisted of the question: How to work the Basic Geometry content and equivalent fractions
in mathematics education of pedagogy students, using the GeoGebra from SD? In this sense
we opted for the qualitative and quantitative research, using descriptive and exploratory
approach, setting up a case study. The investigated subjects were students of the Pedagogy
Program. From the observations made in the classroom and the actions of the students during
the investigative process, it was possible to identify the categories of research analysis,
characterized as: SD and math content on Basic Geometry and equivalent fractions. As data
collection technique, we used direct observation, with photos and audio produced during the
classes; portfolios and discussion forum in which the activities were recorded in TelEduc
virtual environment. The data were submitted to content analysis, considering three stages:
pre-analysis, the analytical description of the data and the processing of results, including the
inference and interpretation. The results contributed to better understanding of mathematical
content in the initial formation of the pedagogue. Therefore, the SF teaching methodology
was very important for the use of GeoGebra software as a teaching resource to aid in the
formation of mathematics educator, in the assimilation of Geometry Basic content and
equivalent fractions.
Keywords: Fedathi Sequence. Teaching Sessions. GeoGebra Software. Mathematics
Teaching. Initial training of the Pedagogue
x
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Etapas de Desenvolvimento de estratégias de ensino da SF. ................................... 34
Figura 2 - Representa a construção de um losango, por um aluno, a partir da visualização da
logomarca de um carro. ............................................................................................................ 37
Figura 3 - Representação de frações equivalentes através da Escala Cuisenàire. .................... 38
Figura 4 - Apresentação da tela inicial do software GeoGebra para os alunos. ....................... 38
Figura 5 - Aspectos entre professor-aluno-construção-conhecimento ..................................... 40
Figura 6 - Representação da circunferência pelos os alunos do Curso de Pedagogia. ............. 43
Figura 7 - Construção do Tangram pelo aluno no papel isométrico. ....................................... 45
Figura 8 - Construção das peças do Tangram no GeoGebra pelos alunos. .............................. 46
Figura 9 - Construção do Tangram pelos alunos no software GeoGebra. ................................ 47
Figura 10 - Relação entre a metodologia de ensino Sequência Fedathi e Van Hiele. .............. 49
Figura 11 - Sistematização das relações entre a SF e a teoria Piagetiana. ............................... 51
Figura 12 - Resposta dado pelo aluno para a compreensão do Tangram. ................................ 54
Figura 13 - Etapas da Sequência Fedathi.................................................................................. 55
Figura 14 - Elementos fundamentais para a preparação da sessão didática. ............................ 59
Figura 15 - Construção do paralelogramo no papel isométrico pelos alunos. .......................... 63
Figura 16 - Construção do paralelogramo no GeoGebra pelo aluno. ....................................... 64
Figura 17 - Resolução do problema pelo aluno. ....................................................................... 65
Figura 18 - Resposta do aluno na resolução do problema no GeoGebra. ................................ 66
Figura 19 - Construção da escala Cuisinàire em sala de aula. .................................................. 69
Figura 20 - Figura 20 – Construção da escala Cuisinàire no GeoGebra. ................................. 70
Figura 21 - Figura 21 – Construção da Tangram no GeoGebra ............................................... 72
xi
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Categorias e subcategorias da pesquisa para a formação matemática do pedagogo
.................................................................................................................................................. 29
Quadro 2 - 1ª fase: Análise preliminar da pesquisa. ................................................................. 80
Quadro 3 - 2ª fase: Acompanhamento dos alunos com a metodologia de ensino SF............... 81
Quadro 4 - 3ª fase: aplicação das SD nos conteúdos de matemática nos semestres 2013.2 e
2014.1 ....................................................................................................................................... 83
Quadro 5 - Resultados das respostas dos alunos em relação às categorias e subcategorias ..... 84
Quadro 6 - Resultados das respostas dos alunos em relação às categorias e subcategorias ..... 88
xii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Resultados obtidos das categorias e subcategorias de pesquisa de 2013.2. ........... 86
Gráfico 2 - Resultados obtidos das categorias e subcategorias de pesquisa de 2014.1 ............ 88
xiii
LISTA DE TELAS
Tela 1 - Ferramenta fórum de discussão ................................................................................... 28
Tela 2 - Portfólios dos alunos ................................................................................................... 28
xiv
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA .................................... 23
2.1 Tipo de pesquisa descritivo-exploratório .................................................................... 24
2.2 Estudo de caso como procedimento de investigação .................................................. 25
2.3 Sujeitos da pesquisa ....................................................................................................... 26
2.4 Tipologia do ambiente virtual TelEduc ....................................................................... 27
2.5 Categorias e subcategorias da pesquisa ....................................................................... 29
3 A SEQUÊNCIA FEDATHI E O SOFTWARE GEOGEBRA NA FORMAÇÃO
MATEMÁTICA DO PEDAGOGO ............................................................................. 31
3.1 A metodologia de ensino Sequência Fedathi na formação matemática do pedagogo
.................................................................................................................................................. 31
3.2 O desenvolvimento do pensamento geométrico com base na teoria de Van Hiele
fundamentada nos pressupostos metodológicos da Sequência Fedathi ................... 41
3.3 Reflexões Piagetiana sobre o ensino das frações equivalentes a partir da Sequência
Fedathi ............................................................................................................................ 50
4 A SEQUÊNCIA FEDATHI E O GEOGEBRA: realizações de sessões didáticas
para o ensino de Matemática aos alunos do Curso de Pedagogia ............................ 55
4.1 O planejamento de aula fundamentado na Sequência Fedathi para o ensino de
matemática na disciplina Tópicos de Educação Matemática .................................... 56
4.1.1 Preparação das Sessões Didáticas: o planejamento ................................................... 58
4.2 A utilização das Sessões didáticas durante as aulas nos semestres 2013.2 e 2014.1 60
4.2.1 Primeira Sessão didática - SD: conteúdos de Geometria Básica ............................... 61
4.2.2 Segunda Sessão Didática - SD: frações equivalentes .................................................. 67
4.3 As concepções dos alunos de Pedagogia sobre o uso da SF no ensino de Matemática
na plataforma TelEduc ................................................................................................. 73
5 ANÁLISE DOS DADOS DAS SESSÕES DIDÁTICAS APLICADAS NO ENSINO
DE MATEMÁTICA PARA A FORMAÇÃO INICIAL DO PEDAGOGO ............ 77
5.1 Analise e resultados das aulas na disciplina Tópicos de Educação Matemática ..... 78
5.1.1 Análise dos instrumentos de coleta de dados .............................................................. 84
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 91
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 95
xv
APÊNDICE A – CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DA PESQUISA PARA A
FORMAÇÃO MATEMÁTICA DO PEDAGOGO .................................................... 95
APÊNDICE B - ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA A PREPARAÇÃO DA
SESSÃO DIDÁTICA .................................................................................................... 99
APÊNDICE C – ROTEIROA DA PREPARAÇÃO DA 1ª SESSÃO DIDÁTICA
SOBRE GEOMETRIA BÁSICA ............................................................................... 100
APÊNDICE D – ROTEIROA DA PREPARAÇÃO DA 2ª SESSÃO DIDÁTICA
SOBRE FRAÇÕES EQUIVALENTES .................................................................... 101
APÊNDICE E - 1ª FASE: ANÁLISE PRELIMINAR DA PESQUISA SOBRE OS
SUJEITOS INVESTIGADOS .................................................................................... 102
APÊNDICE F – 2ª FASE: ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS COM A
METODOLOGIA DE ENSINO SF ........................................................................... 103
APÊNDICE G - 3ª FASE: APLICAÇÃO DAS SD NOS CONTEÚDOS DE
MATEMÁTICA NOS SEMESTRES 2013.2 E 2014.1 ............................................ 104
APÊNDICE H – RESULTADOS OBTIDOS A PARTIR DAS CATEGORIAS E
SUBCATEGORIAS DE PESQUISA DE 2013.2 ...................................................... 105
APÊNDICE I – RESULTADOS OBTIDOS DAS CATEGORIAS E
SUBCATEGORIAS DE PESQUISA DE 2014.1 ...................................................... 106
ANEXO A – IMAGNES DAS AULAS 2013.2 E 2014.1 .......................................... 107
ANEXO B – IMAGENS DA 1ª SESSÃO DIDÁTICA SD GEOMETRIA BÁSICA
....................................................................................................................................... 111
ANEXO C – IMAGENS DA 2ª SESSÃO DIDÁTICA FRAÇÕES
EQUIVALENTES ....................................................................................................... 113
ANEXO D – PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA TÓPICOS EM EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA .......................................................................................................... 115
15
1 INTRODUÇÃO
A presente dissertação intitulada “A Sequência Fedathi na formação matemática
do pedagogo: reflexões sobre a Geometria Básica e frações equivalentes com o uso do
software GeoGebra”, tem como objeto estudar as contribuições das Sessões Didáticas1 (SD)
da Sequência Fedathi (SF) com o uso do GeoGebra, na perspectiva de que os alunos do Curso
de Pedagogia, enquanto acadêmicos, preocupassem em aprimorar seus conhecimentos
matemáticos de forma significativa através da proposta da metodologia de ensino SF.
O interesse de enveredar pela temática SF e o GeoGebra foi devido ao fato de não
estarem contemplados no plano de ensino da disciplina Tópicos de Educação Matemática do
Curso de Pedagogia da Faculdade de Educação – FACED da Universidade Federal do Ceará –
UFC, visto que a ementa da referida disciplina foi reformulada em 2008.1. Naquele ano, já se
discutia a metodologia de ensino SF e as tecnologias digitais na Faculdade, mas
especificamente nos processos de ensino e aprendizagem e na formação inicial e continuada
do pedagogo. Entretanto, o uso da tecnologia digital, como por exemplo o software GeoGebra
restringia-se, ao ensino da Geometria Básica e frações equivalentes, na forma de tutorias e
vídeos aulas.
Com esse olhar, observou-se que a velha concepção do uso das tecnologias
digitais como ferramenta para subsidiar o ensino e a aprendizagem, implicava num papel em
que a programação dos aplicativos educacionais transformava o objeto em professor,
conduzindo o aluno em mera autoinstrução.
Essa visão resultou-se em aplicar as SD preconizadas da metodologia de ensino
SF que enfatizava a mudança de paradigma, tanto na postura do professor como no
conhecimento do aluno e fomentava a automação da aprendizagem, o que estava associado a
uma pedagogia construtivista. Nesse sentido, o ensino de Matemática vem sendo pautado por
princípios decorrentes de estudos, pesquisas, práticas pedagógicas e debates desenvolvidos
nos últimos anos, pois com os diferentes processos de criatividade que ela exibe, proporciona
ao aluno oportunidades de exercitar e desenvolver suas capacidades intelectuais.
Nesta dissertação, buscou-se caminhos que determinassem outras possibilidades
para o ensino de Matemática, partindo de situações gerais para o particular. Para Borges Neto
e Dias (1995), o ensino de Matemática pode ser realizado a partir de situações genéricas e não
1Sessão didática: termo que na proposta da Sequência Fedathi é usado para designar a aula.
16
através de casos particulares. Por situações genéricas entende-se as ocorrências em que as
ideias de um determinado conceito sejam retratadas em sua essência.
A Matemática caracteriza-se como uma forma de compreender e atuar no mundo
e o conhecimento gerado nessa área do saber como um fruto da construção humana na sua
interação constante com o contexto atual. Para os PCNM (BRASIL, 1997), a Geometria e a
Aritmética formaram-se a partir de conceitos que se interligavam, assim, em consequência
disso talvez tenha se generalizado a ideia de que a Matemática é a ciência da quantidade e do
espaço, visto que se originou da necessidade de contar, calcular, medir, organizar o espaço e
as formas.
Turner, Blackledge e Andrews (1998) ainda complementam, definindo a
Geometria como um ramo da matemática preocupada com questões de forma, tamanho,
posição relativa de figuras e com as propriedades do espaço, todas essas características foram
estruturadas em forma axiomática por Euclides2. Os conteúdos de Geometria Básica
trabalhados na disciplina foram a plana: quadrado, retângulo, triângulo, paralelogramo,
propriedades, ângulos, superfícies, dimensões; e a espacial os sólidos platônicos.
Quanto à fração, por definição é uma ou várias partes iguais de uma dada
grandeza, mas precisamente vista como um todo, ao dividir em uma, duas, ou mais partes
iguais, assim desse todo se entende qualquer número inteiro dessas partes iguais, ou seja, uma
fração é um número racional, sendo escrita na forma a/b, com a, b ϵ z e b≠0, no qual as
mesmas podem ser contínuas ou discretas.
Por se tratar de um conteúdo amplo, delimitou-se nesta pesquisa às frações
equivalentes, pois, por definição, se multiplicarmos os termos (numerador e denominador) de
uma fração sucessivamente pelos números naturais, tem-se um conjunto infinito de frações
que constitui um conjunto que é conhecido como a classe de equivalência da fração dada, que
representam a mesma parte do inteiro.
Santos (2007) em relação ao conceito de frações equivalentes destaca que a
compreensão desse conceito é um grande passo para se chegar num melhor entendimento do
conceito das frações em sua forma mais ampla, bem como os aspectos que envolvem a
comparação e os tipos de frações com a finalidade de obter uma diretriz daquilo que é
2 Euclides de Alexandria foi um matemático platônico e escritor referido como o "Pai da Geometria". Além de
sua principal obra, Os Elementos, Euclides também escreveu sobre perspectivas, secções cónicas, geometria
esférica, teoria dos números e rigor. A geometria euclidiana é caracterizada pelo espaço euclidiano, imutável,
simétrico e geométrico, metáfora do saber na antiguidade clássica e que se manteve incólume no pensamento
matemático medieval e renascentista, pois somente nos tempos modernos puderam ser construídos modelos de
geometrias não euclidianas.
17
esperado que os alunos do Curso de Pedagogia, compreendam e aprendam sobre frações
equivalentes.
No século XXI, face às intensas mudanças sociais provocadas pelos rápidos
avanços das tecnologias digitais, a formação matemática do pedagogo, especificamente nos
conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, tem sido bastante evidenciada nas
pesquisas em educação e a metodologia de ensino SF considerada uma tendência dominante,
devido às possibilidades de proporcionar outras concepções no processo de ensino e
aprendizagem em diferentes áreas do conhecimento, inclusive dentro da própria Matemática.
Neste contexto, a aplicação da SF com o uso do GeoGebra romperam velhos paradigmas e
assumem outras maneiras inovadoras, contribuindo para melhor compreensão dos conteúdos
nessa pesquisa.
No Mestrado com eixo em Ensino de Matemática, especificamente na disciplina
Tópicos de Educação Matemática trabalhou-se na sala de aula, a partir das ferramentas:
textos, quadro branco, lápis, notebook, internet e o software GeoGebra e no ambiente virtual
TelEduc, com as ferramentas: fórum de discussão e portfólio, com os alunos do Curso de
Pedagogia sujeitos da pesquisa no turno noturno da FACED/UFC.
Neste trabalho a professora da disciplina Tópicos de Educação Matemática foi
tratada como sujeito secundário, pois já conhecia a metodologia de ensino SF e durante suas
aulas a mesma apresentou e trabalhou a referida nos conteúdos matemáticos com os alunos.
Ressalta-se que o papel do pesquisador nessa dissertação foi de observar e coletar dados no
processo de ensino e aprendizagem dos conteúdos abordados durante os semestres 2013.2 e
2014.1, dando ênfase à aprendizagem dos alunos sujeitos investigados com a finalidade de no
final da pesquisa consolidar as observações realizadas.
Constatou-se, em conversas formais com a Professora, que a mesma seguiria
rigorosamente a Matriz Curricular do Curso, mas nos planejamentos das aulas inseriu a SF e
as tecnologias digitais, pois as mesmas ainda não estão na referida Matriz e que os alunos iam
realizar as atividades durante as SD conforme preconizada pela SF, compreendendo a
essência da metodologia e aprendendo a utilizar o GeoGebra, complementando as discussões
virtualmente.
Diante das observações, percebeu-se a importância de se pensar em atividades que
integrassem conteúdo e aprendizagem, utilizando a SF como metodologia de ensino e o
software como ferramenta pedagógica, para que o aluno aprenda a construir suas próprias
estratégias de solução mediante um problema com autonomia e segurança. Viu-se que o
18
principal não era trabalhar com o GeoGebra, pois, na realidade, faltava uma metodologia que
fizesse a conexão entre os elementos professor, tecnologia, aluno e conhecimento.
Com a entrada no mestrado em Educação Brasileira, em 2013.2, na FACED/UFC,
tive a oportunidade de me integrar ao Grupo de Pesquisa do Laboratório Multimeios
FACED/UFC, que tem como uma dos eixos de pesquisa o Ensino de Matemática e do Grupo
Educação Matemática (GEM²). Nesse período, tomei conhecimento e apropriação da
metodologia de ensino SF, principalmente das SD, a qual se decidiu utilizar, neste estudo para
nortear o aluno na melhor compreensão dos conteúdos de matemática em sala de aula.
Dessa forma, buscou-se realizar um estudo a partir das ações dos sujeitos desta
pesquisa, na perspectiva de propor outros entendimentos e compreensões dos conteúdos
abordados, para se adequar às novas situações com os ambientes digitais. Dada a natureza
deste estudo, procurou-se aproximá-lo a um modelo de educação necessária e fundamental,
para os dias atuais, com os alunos como sujeitos ativos nesse processo de construção da
aprendizagem.
Desse modo, na perspectiva de apresentar outras propostas de ensino que
provocassem mudanças de paradigmas no conhecimento matemático dos alunos do Curso de
Pedagogia, utilizou-se a SF e o GeoGebra com a finalidade de amenizar alguns problemas
existentes na formação matemática do pedagogo, tais como: falta de didática no ensino; aulas
mecânicas; aulas monótonas e sem dinamicidade.
Assim, a corrente pesquisa embasou-se nas teorias3 SF, Van Hiele e Piaget para
fundamentar o desenvolvimento do conhecimento matemático e da formação inicial dos
alunos do Curso de Pedagogia.
Imbuídos nesse desafio, abordou-se as SD da SF, a partir de observações das
ações dos alunos em sala de aula, utilizando a tecnologia digital, através do software
GeoGebra4 nos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes. Para tanto, planejou-se
SD, partindo do conhecimento dos alunos em relação aos conteúdos abordados. Concebeu-se
a expressão Sessões Didáticas (SD) referindo-se às aulas, planejadas com o objetivo dos
alunos em absorver as atividades propostas pela professora, enquanto a metodologia SF
consiste no momento da execução da aula.
3 A pesquisa embasou-se na teoria SF utilizando como metodologia de ensino para a realização das SD.
Utilizou-se Van Hiele para compreensão do desenvolvimento do pensamento geométrico dos sujeitos da
pesquisa e Piaget para o entendimento do desenvolvimento cognitivo sobre as frações equivalentes. 4
O software GeoGebra foi criado por Markus Hohenwarter para ser utilizado em ambiente de sala de aula. O
projeto foi iniciado em 2001, na Universität Salzburg, e tem prosseguido em desenvolvimento na Florida
Atlantic University.
19
De acordo com Sousa et al (2013), as sessões didáticas, numa perspectiva de
ensino que motive os estudantes a agirem como protagonistas do conhecimento, trabalhando
por descobertas e construção de conceitos sob as devidas mediação e assistência do professor.
Nesse sentido, optou-se pela pesquisa de natureza quali-quantitativa, utilizando a
abordagem descritiva-exploratória, configurando-se num estudo de caso, tendo como sujeitos
investigados os alunos da disciplina Tópicos de Educação Matemática do Curso de Pedagogia
da FACED/UFC.
A problemática da pesquisa está inserida no entorno da formação matemática do
pedagogo, situado num estágio de uma razoável dificuldade de compreensão dos conteúdos
matemáticos abordados neste trabalho, sem muita dinamicidade, que pouco contribui para o
desenvolvimento de suas aprendizagens. Constatou-se essa realidade, ao consolidar os
resultados preliminares revelados na primeira fase da pesquisa de campo.
A partir dessa problemática, a Professora da disciplina também foi convidada para
se colocar como elemento fundamental, frente aos avanços tecnológicos, pois já tendo
conhecimento da SF assumiu posturas adequadas nesse processo, para provocar interações
entre os alunos com a metodologia, a tecnologia e os conteúdos, procurando planejar a aula
com maior dinamicidade, de forma participativa, fomentando a interação e cooperação na
construção do conhecimento.
Haja vista a problematização, formulou-se como problema: como são trabalhados
os conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes na formação matemática dos alunos
de pedagogia?
Assim sendo, procurou-se empregar a metodologia de ensino SF como estratégia
didática para a execução das aulas. Atualmente, a SF é utilizada por
educadores/pesquisadores, de diversas áreas e vêm apresentando resultados significativos e
gratificantes para a educação, na medida em que se trata de todo o processo didático, desde o
planejamento até os resultados obtidos.
Destacou-se como hipótese do estudo, a de que a realização das SD da SF com o
uso do GeoGebra, na compreensão dos conteúdos de matemática possibilita mudanças de
posturas a serem adotadas pelo aluno, bem como a mediação do professor sinalizando para o
desenvolvimento na aprendizagem da formação matemática do pedagogo.
O objetivo geral da dissertação consistiu em analisar as contribuições da
metodologia de ensino SF com o uso software GeoGebra aplicados nos conteúdos de
Geometria Básica e frações equivalentes, na formação inicial do pedagogo.
20
Em função da hipótese proposta a ser investigada, assinalou-se os seguintes
objetivos específicos:
Conhecer a metodologia de ensino SF e as potencialidades do GeoGebra para a
formação matemática do pedagogo.
Realizar as sessões didáticas com base na SF com o uso do software GeoGebra
nos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes com os alunos do
Curso de Pedagogia.
Apresentar as contribuições das sessões didáticas com o auxílio do GeoGebra
aplicadas nos conteúdos de matemática para a formação matemática do
pedagogo.
Este trabalho justifica-se e torna-se relevante, visto que o tema Sequência Fedathi
e formação inicial do pedagogo são bastante recorrentes, no contexto da educação. Por outro
lado, pesquisadores têm defendido, com bastante evidência, a renovação dos métodos de
ensino, a partir de um novo paradigma metodológico.
Borges Neto e Santos (2006) destacam que é preciso uma boa formação
matemática para os professores, especificamente para o pedagogo, essa formação precisa ser
bem elaborada nos Cursos de Pedagogia, pois são esses profissionais que vão lecionar nos
anos iniciais do Ensino Fundamental.
O trabalho teve como locus a Faculdade de Educação - FACED da Universidade
Federal do Ceará – UFC, campus Benfica Fortaleza.
A pesquisa foi de abordagem quali-quantitativa, do tipo descritiva-exploratória,
caracterizando um estudo de caso com os sujeitos investigados.
A investigação da pesquisa da pesquisa de campo constituiu-se de três fases: a
primeira caracterizou-se a fase preliminar da pesquisa. A segunda fase resultou do período de
acompanhamento dos alunos, com a metodologia de ensino SF e a terceira fase configurou-se
com a aplicação das SD, aplicados durante os semestres 2013.2 e 2014.1.
Como técnica de coleta de dados, utilizou-se observação direta, com fotos, áudios
produzidos durante as aulas com a professora e os sujeitos da pesquisa.
Concretizou-se a primeira fase da pesquisa em oito aulas de 60 minutos, cada
aula, para duas turmas, que aconteceram em agosto de 2013.2 e fevereiro de 2014.1. Nas
aulas, participaram da pesquisa de campo os alunos de períodos variados, pois a disciplina era
optativa, no turno noturno.
Na segunda e terceira fases, transcorreu a o acompanhamento e a realização das
SD com o uso do GeoGebra seguindo com as discursões, com início em 22 de agosto de
21
2013.2 e 20 de fevereiro de 2014.1, formalizou-se as fases no final de cada semestre, com a
apresentação das contribuições da SF para o desenvolvimento da compreensão do
conhecimento matemático dos alunos, datas em que os trabalhos da pesquisa de campo
terminaram.
Assim, no processo desta pesquisa envolveu-se a aplicação das quatro etapas5
preconizadas pela SF, que possibilitou a realização das SD, são: Tomada de Posição,
Maturação, Solução e Prova. Souza (2010) afirma que as sessões didáticas buscaram
diferenciar-se positivamente em relação ao ensino tradicional, valorizando igualmente as
ações do professor e do aluno durante o ensino. Assim, o uso das sessões didáticas visa para
sala de aula procedimentos que desmistifique o ensino convencional e proporcione para os
alunos do Curso de Pedagogia medidas para tornar a aprendizagem mais significativa,
especificamente nos conteúdos de matemática.
Complementou a investigação os estudos dos autores como Santana (2006),
Santos (2007), Lima (2007), Rocha (2006; 2008), Souza (2010), Andrade (2011), Alves
(2002; 2011) e Fontenele (2013), estudiosos da metodologia SF. A pesquisa amparou-se em
autores que defendem, o desenvolvimento do pensamento geométrico, como Van Hiele
(1986) e as frações equivalentes Piaget (1997) e Santos (2007). As pesquisas ora
referenciadas, contribuem nessa pesquisa por abordar o uso da SF em algumas áreas do
conhecimento, no entanto se diferenciam, pois, esta dissertação apresentar o uso do GeoGebra
pelos alunos durante as fases da pesquisa.
Esperou-se, com este estudo, contribuir para a formação matemática do pedagogo,
no sentido de ajudar os alunos do Curso de Pedagogia a superar as dificuldades existentes na
compreensão dos conteúdos matemáticos abordados nesta pesquisa, utilizando metodologias
que norteasse para outras descobertas da aprendizagem.
Delimitou-se a pesquisa ao conteúdo “Geometria Básica e frações equivalentes”,
para que pudesse ter, a partir desse recorte, uma melhor compreensão e interação entre a
metodologia de ensino SF com o uso do software GeoGebra na tentativa de entender e
colaborar para a formação matemática dos alunos do Curso de Pedagogia.
Para a execução de cada capítulo, utilizou-se uma articulação cronológica dos
fatos ocorridos, como estratégia para facilitar a integração com outras partes da dissertação,
tendo um esforço rigoroso com vistas a estabelecer um diálogo mais próximo com o leitor, de
5 Essas etapas serão desenvolvidas no capítulo IV, apresentará a aplicação das mesmas nas sessões didáticas em
sala de aula.
22
forma que ele tenha leitura e compreensão integradas, sobre a totalidade da investigação
proposta.
Assim, a pesquisa estruturou-se em seis capítulos:
O capítulo 1 configura-se a parte introdutória aqui apresentada. Nela, explicitou-
se o objeto de estudo, a problemática, o problema, a hipótese, os objetivos geral e específicos,
a metodologia que norteou a realização do trabalho, os sujeitos da pesquisa e o locus do
estudo.
O capitulo 2 trata dos procedimentos metodológicos, trazendo o estudo de caso,
como método de investigação. Nele, descrevemos os instrumentos de coleta de dados, as fases
da pesquisa, as características e tipologia do software GeoGebra, utilizada na pesquisa de
campo.
O capítulo 3 ressalta a importância da proposta de ensino da SF e das
potencialidades do GeoGebra inseridas nos conteúdos de Geometria Básica e frações
equivalentes que tendem a possibilitar contribuições significativas para o desenvolvimento do
ensino de Matemática na formação inicial do pedagogo.
No capítulo 4 apresenta a realização das sessões didáticas propostas pela SF com
a interação do software nos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, e as
reflexões e questionamentos sobre as dificuldades, contribuições, divergências e
convergências. Esse capítulo preocupou-se com a aprendizagem dos alunos a didática da
professora sendo subsidiado por autores aplicados nos conteúdos abordados.
O capítulo 5 apresenta os resultados, a partir das análises dos dados coletados, à
luz das teorias fundamentadas no estudo. Este capítulo, referiu-se aos resultados obtidos
durante o desenvolvimento desta pesquisa apresenta a relevância que a metodologia de ensino
SF com o uso do GeoGebra traz para a construção de outros conhecimentos sobre os
conteúdos matemáticos abordados, a partir desta pesquisa para a formação matemática do
pedagogo.
O capítulo 6 trata das considerações finais da dissertação.
Dessa forma, finaliza-se o primeiro capítulo desta dissertação com a perspectiva
de que os cuidados para a escolha e a entrada do campo de pesquisa foram levados em
consideração, procurou-se analisar o desenvolvimento das atividades em sala de aula e
também virtualmente, um espaço para observação, coleta e análise de dados e de críticas na
tentativa de se fazer uma descrição do cotidiano dos alunos do Curso de Pedagogia.
23
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA
No decorrente capítulo, descreve-se os procedimentos metodológicos da pesquisa,
nos seguintes aspectos: quanto à abordagem da pesquisa, à delimitação do tema, aos
instrumentos utilizados para a coleta de dados com os sujeitos da pesquisa, a ferramenta
pedagógica utilizada o software GeoGebra, usado na fase da pesquisa de campo.
Os elementos que compõem os objetivos desta pesquisa caracterizam uma
investigação, de abordagem qualitativa e quantitativa, do tipo descritivo-exploratório,
configurando-se um estudo de caso, buscando os seguintes descritores: Sequência Fedathi,
Sessões Didáticas, Software GeoGebra, Ensino de Matemática e Formação inicial do
Pedagogo.
Optou-se pela abordagem de pesquisa qualitativa e quantitativa, pois de acordo
com Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos,
aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das
relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de
variáveis, a pesquisa é criticada por seu empirismo, pela subjetividade e pelo envolvimento
emocional do pesquisador.
As características da pesquisa qualitativa são: objetivação do fenômeno;
hierarquização das ações de descrever, compreender, explicar, a precisão das relações entre o
global e o local em determinado fenômeno; observância das diferenças entre o mundo social e
o mundo natural; respeito ao caráter interativo entre os objetivos buscados pelos
investigadores, suas orientações teóricas e seus dados empíricos; busca de resultados os mais
fidedignos possíveis; oposição ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para
todas as ciências.
Fonseca (2002) destaca que diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados
da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e
consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem
um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na
objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser
compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos
padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para
descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis.
A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais
informações do que se poderia conseguir isoladamente.
24
Ressalta-se ao leitor que o objetivo geral desta dissertação consistiu em analisar as
contribuições da metodologia de ensino SF com o uso das tecnologias digitais aplicados nos
conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, na formação inicial do pedagogo.
Para manter-se o devido rigor científico, utilizou-se instrumentos de investigação,
como observações diretas sobre as ações dos sujeitos da pesquisa, com fotos e áudios durante
as aulas. Envolveu-se neste estudo, autores que utilizaram a metodologia de ensino SF e
autores que defendem o desenvolvimento dos conteúdos de Geometria Básica e frações
equivalentes para a formação matemática do pedagogo, nesta pesquisa, fazendo com que haja
uma articulação, juntamente com os aportes da SF.
Dessa forma, procuramos estabelecer pontos convergentes entre a metodologia
SF, desenvolvida por Borges Neto et al, (2013), Van Hiele e Piaget, em que ambos propõem
um trabalho com base investigativa. No entanto, enquanto Van Hiele se preocupa com o
desenvolvimento da aprendizagem do pensamento geométrico e Piaget com o entendimento
das frações equivalentes, Borges Neto preocupa-se com a mudança de postura no ensino e
aprendizagem para tornar os sujeitos investigativo neste processo.
A abordagem da metodologia SF teve como caráter preponderante, neste estudo,
fazer o aluno se tornar o protagonista da construção de sua própria aprendizagem, que se
encontravam registradas nas fotos, áudio, fórum de discussão e portfólios do TelEduc
caracterizados como o momento do ensino a distância, produzidas durante as aulas em que se
utilizou o GeoGebra. Esse exercício teve a finalidade de avaliar a aprendizagem dos alunos
em relação aos conteúdos matemáticos, através da realização das SD, planejadas a partir da
SF.
Portanto, de forma gradativa, os alunos foram percebendo que o método de ensino
aplicado os colocava como sujeitos ativos, como alunos críticos e autônomos. A seguir,
adentramos no contexto do tipo de pesquisa.
2.1 Tipo de pesquisa descritivo-exploratório
Para Triviños (1987, p. 112), os estudos descritivos podem ser criticados, porque
pode existir uma descrição exata dos fenômenos e dos fatos. Estes fogem da possibilidade de
verificação através da observação. Ainda para o autor, às vezes não existe por parte do
investigador um exame crítico das informações, e os resultados podem ser equivocados, e as
técnicas de coleta de dados, como questionários, escalas e entrevistas, podem ser subjetivas,
apenas quantificáveis, gerando imprecisão.
25
Em relação à pesquisa descritiva, Gil (2008) define que descreve as características
de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de
técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como: o questionário e a observação
assistemática.
Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria
dessas pesquisas, envolve: levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram
experiências práticas com o problema pesquisado; e análise de exemplos que estimulem a
compreensão (GIL, 2007).
2.2 Estudo de caso como procedimento de investigação
A pesquisa, como mencionada na parte introdutória desta dissertação, teve como
locus a Faculdade de Educação FACED/UFC, Campus Benfica, Fortaleza e sujeitos da
pesquisa os alunos do Curso de Pedagogia da referida faculdade. O trabalho investigativo
realizou-se de acordo com o calendário da universidade no semestres 2013.2 e 2014.1.
Quanto ao estudo de caso Fonseca (2002, p. 33), define como:
Um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem
definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou
uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma
determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando
descobrir o que há nela de mais essencial e característico. O pesquisador não
pretende intervir sobre o objeto a ser estudado, mas revelá-lo tal como ele o percebe.
O estudo de caso pode decorrer de acordo com uma perspectiva interpretativa, que
procura compreender como é o mundo do ponto de vista dos participantes, ou uma
perspectiva pragmática, que visa simplesmente apresentar uma perspectiva global,
tanto quanto possível completa e coerente, do objeto de estudo do ponto de vista do
investigador.
Durante a pesquisa, foram coletados os dados mediante as observações
assistemáticas diretas aos alunos do Curso de Pedagogia, sujeitos desta pesquisa, utilizando
no final das aulas debates e dinâmicas para diagnosticar os possíveis resultados com o uso da
metodologia de ensino SF e do GeoGebra aplicados com recurso analógico e digital
trabalhadas na formação inicial do pedagogo. Foram observadas e analisadas as aulas de uma
professora que utiliza a SF como metodologia de ensino nos conteúdos de Geometria Básica e
frações equivalentes na disciplina Tópicos de Educação Matemática.
26
As aulas aconteceram uma vez por semana, no turno noturno, tendo quatro horas
de duração. A observação assistemática deu ao pesquisador a oportunidade de registrar os
acontecimentos em tempo real e de retratar o contexto de como aconteceram às aulas.
A observação assistemática consiste em um tipo de observação onde o
pesquisador permanece abstraído da situação estudada, apenas observa de maneira espontânea
como os fatos ocorrem e controla os dados obtidos, nesse caso os fatos ocorridos nos
semestres 2013.2 e 2014.1, em forma de portfólio com ênfase na SF com o uso do GeoGebra
trabalhadas nos conteúdos abordados nesta dissertação.
A coleta de dados realizou-se com as observações assistemáticas, dos portfólios e
avaliações extraídas da plataforma virtual TelEduc analisando as categorias Sessões Didáticas
(SD) e os Conteúdos de matemática e como subcategorias as Etapas (Tomada de Posição,
Maturação, Solução e Prova) e Geometria Básica e frações equivalentes sobre o objeto estudado.
As aulas aconteceram uma vez por semana, no turno noturno, tendo quatro horas
de duração. A observação assistemática deu ao pesquisador a oportunidade de registrar os
acontecimentos em tempo real e de retratar o contexto de como aconteceram às aulas.
A análise dos dados teve por base temática, as técnicas em que se classificam os
diversos elementos da comunicação, a partir de leituras que permitiram identificar o sentido,
colocando em ordem as ideias, assinala Minayo (1999).
Dessa forma, foram realizadas três SD (ver Apêndice C e D), com prévia
autorização dos sujeitos, visando a obter informações referentes aos seus conhecimentos
matemáticos com o uso das tecnologias digitais, especificamente com o software GeoGebra e
a aplicação da metodologia de ensino SF, que ocorreu na terceira fase da pesquisa de campo.
2.3 Sujeitos da pesquisa
Na pesquisa de campo, participaram do experimento os alunos do Curso de
Pedagogia, como sujeitos investigados frente aos conteúdos de Geometria Básica e frações
equivalentes. Este estudo ocorreu durante as aulas nos semestres 2013.2, numa sala de aula
com 27 alunos, e em 2014.1, noutra turma com 13 alunos na disciplina Tópicos de Educação
Matemática no Curso de Pedagogia, com a finalidade de coletar dados e informações sobre a
realização das Sessões Didáticas (SD) da SF e do software GeoGebra aplicados nos conteúdos
matemáticos.
Em 2013.2 eram 27 alunos matriculados, dentre esse total 21 do sexo feminino
correspondendo a um percentual de 77,78% e 6 alunos do sexo masculino totalizando
27
22,22%, no decorre do período, 8 alunos desistiram da disciplina (correspondendo a uma
porcentagem de 29,62%) restando 19 alunos frequentes até o término do semestre, totalizando
um percentual de 70,38%. A faixa etária de idade desses alunos variava nas seguintes faixas:
14 alunos com idade entre 20 a 25 anos; 10 alunos entre 25 a 30 anos e 3 alunos com idade
entre os 30 a 35.
Em 2014.1, seguindo com a mesma proposta do semestre anterior o número foi de
13 alunos regulamente matriculados, sendo 4 do sexo masculino equivalendo a um percentual
de 30,77% e 9 do sexo feminino totalizando um percentual de 69,23%. Nessa turma, a evasão
continuou, mas com uma proporção menor, apenas 2 alunos deixaram de frequentar as aulas
correspondendo a um percentual de 15,39%, e 11 permaneceram, equivalendo a um total de
84,61%. Quanto à faixa etária nessa turma obedeciam as seguintes: 6 alunos correspondente a
idade de 20 a 25 anos; 4 alunos entre 25 a 30 anos; 1 aluno na faixa de 30 a 35anos e 2 alunos
entre os 35 a 40 anos de idade.
Em relação ao conhecimento sobre os conteúdos de matemática, especificamente
de Geometria Básica e frações equivalentes dos alunos de Pedagogia observados durante a
pesquisa de campo no período 2013.2 e 2014.1, com os dados coletados percebeu-se que a
maioria dos alunos do Curso de Pedagogia apresentava algumas dificuldades na compreensão
da matemática, no qual os mesmos atrelaram esse déficit às suas formações anteriores.
Nos dois períodos, utilizou-se a ementa da disciplina como base para determinar
os conteúdos a serem trabalhados. Vale ressaltar que a metodologia de ensino SF e as
tecnologias digitais não estão inseridos na referida ementa. Analisou-se a aplicação das SD da
SF nas atividades apresentadas nas mídias analógicas (livros, papel isométrico e
quadriculado) e digital com o software GeoGebra.
2.4 Tipologia do ambiente virtual TelEduc
A partir da vivência e das observações em sala de aula no período de 2013.2 e
2014.1 na disciplina Tópicos de Educação Matemática com as ferramentas fóruns de
discussão e portfólio do ambiente virtual TelEduc pode-se elaborar mais um instrumento de
avaliação para validar a pesquisa desta dissertação através da realização das Sessões Didáticas
(SD) da Sequência Fedathi (SF) com o uso do software GeoGebra.
O intuito foi trabalhar o ensino de Geometria Básica e frações equivalentes de
forma lúdica e criativa, visando à autonomia na construção de estratégias para aprimorar o
conhecimento na formação matemática do pedagogo, no Curso de Pedagogia da
28
FACED/UFC. O referido ambiente virtual, tem como finalidade proporcionar uma maior
flexibilização na troca de informação entre professor-aluno-conteúdo, além do mais as
ferramentas inerentes neste ambiente permitiram que o aluno organizasse suas atividades e
expressasse suas concepções acerca dos fatos ocorridos durante as aulas na pesquisa de
campo.
As telas 1 e 2, abaixo, exibem a janela dos fóruns de discussão e dos portfólios.
Na primeira tela, a professora lança o questionamento após as aulas presenciais e os alunos
fazem os debates virtualmente.
Tela 1 - Ferramenta fórum de discussão
Fonte: http://teleduc4.multimeios.ufc.br
Na tela 2, a seguir, explicitou-se a janela dos portfólios dos alunos, neste espaço
os mesmos arquivaram suas atividades desenvolvidas dentro e fora da sala de aula, além do
mais, permitia a visualização por cada aluno dos exercícios postados, possibilitando assim a
troca de informação entre os mesmos.
Tela 2 - Portfólios dos alunos
Fonte: http://teleduc4.multimeios.ufc.br
29
De acordo com Borges Neto et al (2003), TelEduc é um ambiente virtual gratuito
destinado a criação, participação e administração de cursos na Web e se distingue das demais
plataformas pela facilidade e flexibilidade quanto a sua funcionalidade e operacionalização.
No laboratório de pesquisa Multimeios da FACED/UFC, encontra-se uma versão
atualizada no site: http://teleduc4.multimeios.ufc.br. Diante desses aspectos, a professora,
durante as aulas da disciplina, trabalhou com a proposta de ensino da metodologia SF, no qual
apontou caminhos que minimizassem as dificuldades no ensino de Matemática com os alunos
do Curso de Pedagogia, sujeitos dessa pesquisa.
2.5 Categorias e subcategorias da pesquisa
Em resposta ao problema da pesquisa, esta subseção tem como objetivo organizar
os dados de forma que fique claro e possível o fornecimento de soluções ao problema
proposto. Ao realizar as Sessões Didáticas (SD), foi apresentada aos alunos o objetivo e a
relevância desta pesquisa, à medida que se foi avançando no processo de análise dos dados, as
observações se tornaram mais estruturadas em torno do objeto da pesquisa.
De acordo com Gil (2006), em relação às formas que os processos de análise de
dados quantitativos podem assumir, observam-se em boa parte das pesquisas que as
informações possam ser adequadamente analisadas, faz-se necessário organizá-las, o que é
feito mediante seu agrupamento em certo número de categorias. Em muitas situações, o
estabelecimento de categorias e subcategorias é uma tarefa bastante simples, como no caso
das investigações que tiveram os dados obtidos a partir de instrumentos padronizados.
Assim, é necessário que as categorias sejam suficientes para incluir todas as
respostas e sejam organizadas de forma tal que não seja possível colocar uma determinada
resposta em mais de uma categoria.
Nesta fase, deve-se definir quais os elementos que pode ajudar a compreender o
fenômeno estudado, procurando qualquer grupo que o ajude a gerar as categorias e
subcategorias necessárias para caracterização do objeto estudado. No tocante desta
dissertação, as escolhas das categorias estão elencadas no quadro 1 a seguir:
Quadro 1- Categorias e subcategorias da pesquisa para a formação matemática do pedagogo
CATEGORIA DA PESQUISA NÍVEL I SUBCATEGORIA DA PESQUISA NÍVEL II
1 Sessões Didáticas (SD)
1 Etapas (Tomada de Posição, Maturação, Solução e
Prova)
2 Conteúdos de matemática 1 Geometria Básica e frações equivalentes Fonte: Elaboração do autor.
30
Com essas categorias e subcategorias, procurou-se enfatizar a realização das SD
seguindo cada etapa da SF, com seus respectivos elementos de análises. Toda a discussão em
torno das reflexões voltou-se para a dimensão da compreensão dos conteúdos matemáticas
dos alunos do Curso de Pedagogia.
A partir da metodologia de ensino SF, procurou-se, através da própria vivência e
dos conhecimentos já adquiridos dos sujeitos, desenvolver uma formação num processo de
reflexão sobre suas próprias compreensões, concebendo o processo tácito que se colocou de
forma espontânea, e na qual se pode caracterizá-lo como o conhecimento na ação diante das
tecnologias.
No segundo momento, trabalhou-se a ação dos alunos frente ao uso do GeoGebra
nos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, a qual resultou na produção de
uma nova forma de pensar, sobre a reflexão de outros conhecimentos, quando a professora
instigou-os a pensar de modo retrospectivamente sobre o que faz, para a reorientação de suas
ações futuras. Isso teve impacto diretamente na reformulação do próprio conhecimento.
Os alunos da investigação procurou estar ciente de suas atitudes durante o período
de formação com a SF, para se tornar crítico de suas próprias ações. Na ocasião, a professora
manteve-se firme com postura adequada, como, por exemplo, não fornecia respostas de
imediato às perguntas dos alunos, instigava-os a descobrir as soluções, lançava
comtraexemplos e os incentiva a chegar na prova final do problema. Dessa forma, trabalhou-
se a construção e a reconstrução das ações e, aos poucos, a metodologia ia sendo
internalizada.
31
3 A SEQUÊNCIA FEDATHI E O SOFTWARE GEOGEBRA NA FORMAÇÃO
MATEMÁTICA DO PEDAGOGO
Ao pensar nas propostas de ensino para esta pesquisa, surgiu a seguinte reflexão:
os conhecimentos obtidos no ensino de Geometria Básica e as frações equivalentes, a partir
desta dissertação, serão úteis à sociedade, à comunidade acadêmica e especificamente aos
alunos do Curso de Pedagogia?
Nesse capítulo, abordou-se os fundamentos deste trabalho com base na
metodologia de ensino SF, utilizando o GeoGebra nos conteúdos de matemática, com a
finalidade de proporcionar o desenvolvimento na formação matemática do pedagogo
embasado nas teorias SF proposta por Santana, Borges Neto e Rocha (2004), Souza (2013),
Lima (2007) e Santos (2007) e Van Hiele (1986) para o desenvolvimento do pensamento
geométrico. Toda via, apresentam-se nesse capítulo algumas características de ambas as
teorias no sentido de compreender as contribuições no processo de ensino e aprendizagem dos
conceitos matemáticos.
Além do mais, no que diz respeito às reflexões acerca da aprendizagem de frações
equivalentes a pesquisa traz algumas concepções da SF e da teoria Piagetiana (1997), as quais
destacam as concepções, os conhecimentos, as práticas pedagógicas, e a didática docente em
relação à proposta de ensino utilizando os fundamentos teórico-metodológicos da referida
sequência.
3.1 A metodologia de ensino Sequência Fedathi na formação matemática do pedagogo
Nas pesquisas elencadas a seguir, reconheceu-se a necessidade de um olhar mais
aprofundado sobre a formação matemática do pedagogo, a partir das reflexões em relação à
compreensão dos conteúdos matemáticos dos sujeitos dessa pesquisa.
Para tanto, ao se fazer um recorte nos artigos, dissertações e teses dos autores,
mencionados neste trabalho percebeu-se o grande desafio de se construir um novo paradigma,
considerando que toda mudança paradigmática é um processo pedagógico lento e inacabado
que sofre influências de modelos conservadores, que foram evoluindo com o decorrer dos
anos.
No trabalho de Santana, Borges Neto e Rocha (2004), os autores afirmam que a
Sequência Fedathi visa criar condições e possibilidades para que o professor possa trabalhar o
ensino de Matemática, com base em posturas que favoreçam a investigação em sala de aula.
32
Em concordância com os autores, citado acima, vê-se que a metodologia de SF,
cria condições para que o professor através de postura adequada ofereça um processo
investigativo em sala de aula, por meio de atividades que explorem o saber matemático,
levando em consideração o conhecimento prévio (plateau6), a experiência e a vivência
matemática dos alunos.
De acordo com Santos, Lima e Borges Neto (2013), a SF é uma metodologia
direcionada para a melhoria da prática pedagógica, visando à postura adequada do professor
em sala de aula, que tem como essência contribuir para que o professor e o aluno superem os
obstáculos epistemológicos e didáticos que ocorrem na abordagem dos conceitos matemáticos
em sala de aula.
Na tese de Lima (2007), a autora faz reflexões sobre a metodologia SF para o
ensino de Matemática no percurso da formação inicial do pedagogo, a partir de oficina
pedagógica com o uso do TelEduc.
No trabalho da autora, citado acima, percebe-se que não houve a preocupação de
investigar na formação inicial do pedagogo, conteúdos de Geometria Básica e frações
equivalentes, com o uso do GeoGebra.
Hohenwarter (2001) define o software GeoGebra, como um recurso tecnológico
que visa interagir nos conteúdos matemáticos, que compete a geometria e a álgebra. O
software tem como finalidade despertar a curiosidade nos alunos, o qual poderá propiciar uma
aprendizagem de forma dinâmica nas atividades de matemática.
Nesta pesquisa, diferentemente na apresentada por Lima (2007), utilizou-se a
metodologia de ensino SF, visando ao uso pedagógico do GeoGebra. Outro fato que merece
destaque, é que trabalhou-se somente os conteúdos de Geometria Básica e frações
equivalentes com os alunos do Curso de Pedagogia. Tudo isso, gerou algumas discussões
sobre o processo de aprendizagem, internalizando algumas dificuldades e desafios para a
formação matemática do pedagogo.
Nesse sentido, a formação inicial do pedagogo no que diz respeito à Matemática
vem sendo considerado um dos grandes desafios para a educação, especificamente para a
Pedagogia, pois um dos caminhos a trilhar em busca de alternativas é a inserção de outras
estratégias de ensino nas atividades em sala de aula.
De acordo com Fernandes e Curi (2012, p.2), diante dos desafios ocorridos na
educação que
6 Plateau - segundo a Sequência Fedathi, é o nível de conhecimento do sujeito em relação ao conteúdo a ser
trabalhado.
33
a formação de professores vem sendo percebida como uma questão fundamental nos
sistemas educacionais, nas licenciaturas e fortemente nas iniciativas individuais; que
apontam uma nova vertente de preocupação que é a formação dos futuros
professores para os anos iniciais no Ensino Fundamental.
A citação acima aponta como novas vertentes a formação dos professores,
principalmente a formação inicial do pedagogo, especificamente no que diz respeito ao ensino
de Matemática, pois uma das maiores dificuldades segundo as pesquisas e as observações
durante a investigação desta dissertação foi inserir recursos adequados na sala de aula, com
intuito de promover formas diferentes de pensar sobre o desenvolvimento da aprendizagem
para os conteúdos trabalhados nos anos inicias do Ensino Fundamental. Diante do exposto, a
preocupação desta pesquisa foi na preparação dos futuros professores frente às tendências
atuais do ensino com a utilização da metodologia de ensino SF, com o uso do software.
Nesta dissertação, uma forma de fortalecer a referida metodologia nos conteúdos
de matemática, usando o GeoGebra com os alunos sujeitos investigados, foi quando a
professora utilizou mecanismos que serviam de ferramentas orientadoras para manter uma
postura adequada e critica de seu próprio trabalho.
Agindo dessa forma, a referida proporcionou condições para que os alunos se
sentissem seguros para enfrentar os desafios e dificuldades existentes em seus conhecimentos
matemáticos, norteando-os para romper essa barreira.
Essa atitude da professora engajou-se em atividades de reflexão que proporcionou
o aprimoramento no desempenho dos conteúdos de matemática, estimulando os alunos a
pensar, numa perspectiva critica oportunizando-os, ao mesmo tempo, a refletir sobre suas
formações anteriores em relação à matemática. Atitudes nesse teor contribuíram na
internalização da SF, e consequentemente na ruptura dos desafios e dificuldades na formação
matemática do pedagogo.
Com a finalidade de aplica-la com os sujeitos da pesquisa, neste momento foi
proposto uma atividade preliminar, sem se preocupar com aprofundamentos, durante as
observações diretas no período de 2013.2 e 2014.1, onde a priori o intuito era que
entendessem como funciona a referida sequência.
Neste momento, buscou-se apresentar a metodologia de ensino SF, o que seria a
Sessão Didática (SD) e as etapas da SF, e de que forma as mesmas contribuem para minimizar
as dificuldades e desafios nos conteúdos de matemática, especificamente de Geometria Básica
e frações equivalentes.
34
Nesta pesquisa houve o interesse em discutir e explorar o uso das SD, que tem
como proposta a elaboração de um bom planejamento para a realização das aulas, tendo como
finalidade criar possibilidades para o desenvolvimento da formação matemática do pedagogo
de forma significativa.
Souza (2013) enfatiza que as Sessões Didáticas da SF, buscam diferenciar-se
positivamente em relação ao ensino tradicional, que neste trabalho caracteriza-se como aporte
que possibilita os alunos se tornarem protagonistas de suas próprias construções, sendo
estimulados pela professora para melhor compreensão dos conteúdos abordados.
A utilização da SF para a execução das aulas envolve a articulação dinâmica no
processo de ensino e aprendizagem, facilitando a compreensão dos conteúdos abordados. Para
tanto, é preciso entender as etapas que estruturou os planejamentos das SD desenvolvidas
durante as atividades na pesquisa de campo, por meio das etapas elaboradas por Borges Neto,
que são: Tomada de Posição, Maturação, Solução e Prova.
Lima (2007) ressalta que as propostas de ensino da SF têm como princípio a
realização de cada etapa, (tomada de posição, maturação, solução e prova), pois em
determinadas situações podem surgir simultaneamente nas resoluções dos problemas. Desse
modo, é preciso que o aluno passe por todas as etapas, mesmo aqueles que possuem mais
habilidade no raciocínio matemático.
Frente a essas etapas, o professor tem o papel de acompanhar todo o processo de
construção e desenvolvimento do raciocínio e não somente validar o produto final. Assim, em
cada aula iniciava-se o conteúdo abordando a importância do papel da SF para a construção
do conhecimento nos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, conforme a
figura Ilustrada 1.
Figura 1 - Etapas de Desenvolvimento de estratégias de ensino da SF.
Fonte: Souza (2013, p.40)
O modelo acima esquematiza a realização de quatro etapas sequências e
independentes, para a execução da aula. Com essas etapas, foram realizadas as SD mediante
35
a elaboração de um bom planejamento e plano de aula, levando em consideração os
questionamentos, dúvidas e pontos de dificuldades que poderão surgir. Sousa (2013) faz uma
análise entre o plano de aula convencional e o plano de aula segundo os pressupostos da SF e
conclui que a mudança de postura do professor deve acontecer inicialmente no plano
conceitual para depois ocorrer no plano organizacional.
Estas etapas foram desenvolvidas juntamente com os alunos no período das aulas
na discilplina Tópicos de Educação Matemática. Neste estudo, ao abordar a SF, pode-se
perceber como os alunos agiam, ao fazer uso do GeoGebra. Buscou-se a partir da execução
das quatro etapas, minimizar as dificuldades e desafios enfrentados nos conteúdos de
matemática abordados neste trabalho.
Vale ressaltar que neste momento da pesquisa não se adentrou na aplicabilidade,
das etapas, apenas foram discutidos de forma preliminar os conceitos, sendo aprofundadas no
capítulo 4.
A seguir, explica-se cada etapa, exibida na figura 1.
Tomada de Posição – nessa etapa a professora exibe o problema para os alunos,
partindo de uma situação generalizável de uma circunstância possível de ser abstraída de seu
contexto particular, para um modelo matemático genérico, ou seja, ocorre à apresentação do
problema, podendo ser de forma escrita, verbal, jogo, material concreto, perguntas e recursos
tecnológicos. O intuito desta etapa a priori foi instigar dos referidos seus conhecimentos
prévios sobre o assunto, a ideia é resgatar os conteúdos com indagações e motivações nas SD.
Nessa fase, antes de apresentar o problema foi necessário, fazer uma sondagem
acerca dos conhecimentos prévios (plateau) dos alunos em relação ao conteúdo estudado.
Este é o primeiro passo a ser executado pelo professor, ao iniciar a SD. Esse
também é o momento do professor apresentar o problema aos alunos. A apresentação poderá
ser feita de forma oral ou escrita, dependendo de como for planejada a sequência: podendo ser
feito mediante um jogo, uma pergunta, um material concreto ou de outro recurso analógico ou
digital. O problema proposto deve estar relacionado com o conhecimento que se deseja
ensinar. A atividade pode ser trabalhada na forma individual ou em grupo.
O professor, antes de apresentar o problema sobre retângulo, triângulo,
paralelogramo, frações equivalentes e sólidos platônicos, fez uma sondagem dos plateaus
acerca dos pré-requisitos sobre o conteúdo que deseja ensinar. Dessa forma, ele terá condições
de saber o nível de conhecimento da turma, bem como dos alunos e assim poderá obter o
feedback necessário sobre a compreensão e o nível do aluno.
36
Após o planejamento da primeira SD, a professora foi a campo para aplicá-la, fez
à apresentação do problema, a construção se deu utilizando os recursos analógicos com papel
isométrico, lápis de cor, caneta e o digital com o GeoGebra.
Este também é o momento de se estabelecerem as regras implícitas e explícitas,
que vão reger as relações entre professor, alunos e o conhecimento – os principais elementos
envolvidos no processo. A relação triangular existente entre esses três componentes constitui
o que Brousseau (1986) chamou de contrato didático.
Para Brousseau (1986, p.38), a expressão contrato didático significa “um conjunto
de comportamentos (específicos) do professor que são esperados pelos alunos e um conjunto
de comportamentos do aluno que são esperados pelo professor", estes intermediados pelo
saber. Na SF, esse saber é chamado atualmente pelo termo “conhecimento”.
Nesta pesquisa, após o planejamento da primeira SD, que ocorreu no período de
pesquisa de campo, a professora já tinha total conhecimento da aplicação da etapa.
Diante das observações realizadas nas aulas os alunos foram indagados a
visualizar a existência de figuras geométricas no ambiente da faculdade e em sala de aula,
caracterizando a importância da “visualização” para outro olhar sobre a Matemática, o
problema proposto foi “quais as figuras que compõem a logomarca do carro (Renault)?”.
Partiu-se, então, para a explicação da 2ª etapa da SF, chamada “Maturação”. Nela,
a professora teve a oportunidade de ser, mais uma vez, a mediadora e propiciar aos alunos
momentos de grande relevância para que ocorram as interações entre eles e as discussões
sobre o problema. A seguir, definiu-se o processo de “Maturação”, conforme a SF.
Maturação – após passarem pela primeira etapa os alunos já tomaram posse do
problema em questão, então ocorre à compreensão e identificação das variáveis envolvidas no
problema. Nessa fase, a professora deve estar em alerta para perceber quando e como mediar
às informações. Para Souza (2013 p. 23) “esta etapa é destinada à discussão entre o professor
e os alunos, para que possam compreender o problema e formular possíveis soluções”.
O papel do professor nesta etapa é estimular e desenvolver a parte reflexiva
levantando hipóteses para que solucionem o problema em discussão, vale ressaltar que nessa
fase pode-se considerar a mais importante e delicada, pois é onde os mesmos entram muito
em conflitos de conhecimento é um campo que gera muitas dúvidas e questionamentos e com
isso, haverá a intervenção de forma clara e objetiva.
Nesta etapa, cabe a referida iniciar as discussões com os alunos sobre o problema
em questão, sendo que ao longo da atividade pouco intervém propondo condições para que
desenvolvessem seus próprios raciocínios e argumentos sobre o que estava sendo abordado.
37
Neste estágio, os alunos reconhecem o significado das conjecturas apresentadas
na fase anterior e a partir deste reconhecimento, gradativamente, trabalhará mais sobre o
problema em questão, enquanto a mesma aos poucos se afasta para que os referidos possam
pensar sobre o problema.
Configura-se como o momento de socialização e discussão entre o professor e os
alunos, a respeito do problema apresentado, tendo como intenção a compreensão da referida
situação dada ou do problema proposto. Nesta fase, os alunos, de posse do problema,
passaram a percebê-lo e identificar as variáveis envolvidas, para entendê-lo.
No momento da “Maturação”, os alunos deverão debruçar-se sobre a atividade,
buscando descobrir os caminhos para leva-los à solução. Cabendo a eles investigar o
problema, a partir dos dados apresentados. Neste estágio, o professor passa a valorizar o erro
do aluno e a trabalhar com contraexemplo. No entanto, esse deverá afastar-se dos alunos,
porém, permanecer atento, mantendo a postura “mão-no-bolso7”, observando o que os alunos
estão fazendo, sem participar de forma efetiva, contudo, oferecendo-lhes as condições
necessárias para o desenvolvimento das atividades.
Em relação ao problema proposta na etapa anterior, como exemplo, sucinto para
fixar melhor as etapas, na figura a seguir apresenta-se o aluno construído figura geométrica
observada no ambiente proposto.
Figura 2 – Representa a construção de um losango, por um aluno, a partir da visualização da
logomarca de um carro.
Fonte: Imagem Ilustrada da aula 2013.2
Nesse momento o aluno apresenta quais foram às estratégias utilizadas para se
chegar à solução do problema, com as figuras geométricas.
7 Postura definida por Borges Neto como aquela em que o professor induz o aluno a pensar sobre a resposta, sem
lhe apresentar uma resposta direta sobre o questionamento. (SOUSA et al., 2013, p. 25)
38
Em outro momento dessa atividade, para fomentar ainda mais a discussão, a
professora propôs novos desafios que era associar esse momento de reflexão da figura 2 e
apresentar as frações equivalentes utilizando a Escala Cuisenàire.
Figura 3 – Representação de frações equivalentes através da Escala Cuisenàire.
Fonte: Imagem da aula 2014.1
Como nesse processo a ideia é que os alunos sejam sempre desafiados na busca
por estratégias de solução foi apresentado para os alunos o software GeoGebra, onde os
mesmo irão se debruçar nas ferramentas na SD. A figura 4 apresenta a tela inicial do software.
Figura 4 - Apresentação da tela inicial do software GeoGebra para os alunos.
Fonte: Imagem Ilustrada da aula 2013.2
Ressalta-se que esse momento foi uma demonstração preliminar das aplicações
das etapas, serão fundamentadas na realização das SD.
Assim sendo, caberá a professora, portanto, na medida em que as discussões entre
os alunos forem acontecendo, intervir no processo com perguntas estimuladoras,
esclarecedoras e orientadoras, valorizando o erro e, ao mesmo tempo, obtendo o feedback do
conhecimento deles.
39
A 3ª etapa será explicada no próximo subtópico. É um momento importante para
fomentar a discussão sobre a forma pela qual se chegou à solução do problema.
Solução – nesta fase os alunos organizaram e apresentaram formas e soluções que
pudessem resolver o problema proposto, ou seja, representação e organização através de
esquemas ou modelos que visem à solução do problema inicial. Nessa etapa, os mesmos já
deverão está com seus conceitos formulados e seguros de suas soluções.
De acordo com Sousa et al (2013), a SF visa que o professor proporcione ao aluno
o desenvolvimento das etapas do trabalho de um matemático, quando estiver diante de uma
situação problema deverá ter domínio de alguns aspectos como: apropriasse dos dados da
questão, desenha e desenvolve diferentes possibilidades de solução, verificar possíveis 'erros'
que possam surgir e averigua os resultados no sentido de encontrar a solução.
Esta é a fase de representação e organização dos modelos ou esquemas,
construídos pelos alunos, acerca da solução do problema. Eles deverão apresentar as soluções
encontradas, na forma escrita ou verbal, ou por intermédio de desenhos, gráficos, figuras ou,
até mesmo, por esquemas, para serem validadas ou refutadas.
Nesta fase, é importante o professor deixar os alunos à vontade, dando-lhes tempo
para refletirem e construírem suas soluções, fazerem suas avaliações e confrontarem as suas
com as respostas dos colegas. Na discussão, poderá haver desentendimentos, à medida que
cada um defender a sua solução ou aceitar que a resposta do outro é a correta. O professor
continuará mediando as discussões, estimulando e discutindo junto aos grupos ou de forma
individual com cada aluno as resoluções do problema, pedindo que eles expliquem o porquê
de terem realizado determinado caminho até chegar determinada solução.
Diante do exemplo do problema nas etapas anteriores os alunos de forma sucinta
apresenta uma solução.
[...] a princípio vejo 2 losangos, 4 retângulos e 1 quadrado, [...] além dessas figuras
citadas o desenho parece ter um efeito 3D, pois ao girá-lo podemos ter 2 quadrados,
e ainda, me fez lembrar da Fita de Möbius, também explorada em sala de aula pela
professora. (ALUNO C2; ALUNO B2, 2013.2).
Os modelos criados pelos alunos são importantes, pois é uma forma de
demonstrarem a participação na elaboração das atividades e desenvolvimento do
conhecimento. Ao professor, caberá validar ou não os modelos criados, compará-los e
discutir erros e acertos, mas sempre valorizando todos os modelos construídos. Estes, quando
40
inadequados, serão refutados mediante a apresentação de contraexemplos. Depois disso,
partirá para a 4ª e última etapa, a “Prova”, que será explicada a seguir.
Prova - ocorre à consolidação do modelo matemático pela professora, foi feito as
devidas orientações, utilizando a linguagem matemática formal. Nessa etapa, é apresentada a
solução do problema de forma sistematizada, no qual são estabelecidas relações que envolvem
o saber em questão e seu processo de validação. Na matemática, é o momento em que são
expostas as demonstrações rigorosas de um problema devidamente finalizado.
Compreende a apresentação e a formalização do problema referente ao conteúdo
proposto a ser ensinado, que deverá ocorrer após as discussões feitas na fase da solução. Essa
é a fase em que o professor formaliza o novo conhecimento, a partir da construção dos alunos,
fazendo a relação da construção deles com o conhecimento científico. No final do processo, o
problema deverá ser compreendido e internalizado ou assimilado por todos.
Assim, finaliza a quarta etapa da SF. Segundo Souza (2013 p. 33) “é nessa etapa
final que o novo saber foi compreendido e assimilado pelos alunos, levando-os a perceber que
será possível deduzir outros modelos simples e específicos”. Ainda para Sousa et al., (2013,
p. 19) “essas etapas consolidaram o trabalho de formação. A partir delas, foi possível perceber
mudanças na postura do professor. A relação professor-aluno-saber.
Com a internalização das etapas da SF, na pesquisa atual, o conhecimento se
caracterizou a partir de quatro aspectos: professor-aluno-construção-conhecimento,
configurando-se assim uma estrutura por meio da qual se pode aprender o significado da
construção do conhecimento.
Figura 5 - Aspectos entre professor-aluno-construção-conhecimento
Fonte: elaboração do autor
Para esta dissertação, esses aspectos se justificam através das faces de um
tetraedro, ou seja, qualquer movimento feito com a figura ele continua sendo visto da mesma
41
forma, isso implica dizer que do mesmo modo acontece com os quatros aspectos apresentado
na figura 5, uma vez que, os mesmos se relacionam entre si e não se sucedem linear e
periodicamente, pois estão conectados.
Para Souza (2010, p. 96), essa outra postura valoriza “igualmente as ações do
professor e do aluno durante o ensino”. Isto é, a estrutura não mais hierarquizada do modelo
tradicional de ensino deixará de sobrecarregar o professor antes, durante e depois da aula.
Assim, cabe ao professor propor atividades que possibilitem transformar a
realidade do aluno, fazendo construções e desconstruções estabelecendo condições que
possibilita a concretização do conhecimento.
Portanto, são essas etapas que nortearam o desenvolvimento das atividades
realizadas com os alunos do Curso de Pedagogia sujeitos dessa pesquisa, utilizadas nos
conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, o uso dessas etapas visou melhoria na
concretização do desenvolvimento na formação matemática do pedagogo.
3.2 O desenvolvimento do pensamento geométrico com base na teoria de Van Hiele
fundamentada nos pressupostos metodológicos da Sequência Fedathi
Nessa subseção, buscou-se compreender o desenvolvimento do pensamento
geométrico dos alunos do Curso de Pedagogia com base na teoria de Van Hiele,
especificamente nos níveis de aprendizagem preconizada pelo autor, sendo intensificada pela
metodologia de ensino Sequência Fedathi (SF) com a realização das Sessões Didáticas (SD)
durante a pesquisa de campo.
Ressalta-se ao leitor que a contribuição de Van Hiele para este trabalho foi
auxiliar na compreensão do pensamento geométrico e que as informações utilizadas aqui
foram extraídas dos dados coletados na pesquisa de campo e do ambiente virtual TelEduc.
Procurou-se nesse estágio da pesquisa apresentar de forma analítica algumas
concepções das atividades realizadas pelos alunos durante as aulas nos semestres 2013.2 e
2014.1, interagindo com a teoria e a metodologia posto nesta subseção e outros autores que
colaboraram nessa compreensão, com a finalidade de entender outros conceitos geométricos
que rege sobre o saber matemático dos sujeitos investigados.
Para Van Hiele (1986) o desenvolvimento do pensamento geométrico, é
constituído pelo conceito de que o raciocínio dos alunos passa por uma série de níveis
sequenciais e ordenados. Além disso, o desenvolvimento do pensamento geométrico pode
ocorrer com a utilização de objetos manipulativos, para construir o conhecimento geométrico
42
é preciso considerar as questões intuitivas quanto às atividades experimentais, como: imagem
mental, objeto e desenho.
Em relação aos objetos manipulativos outro autor complementa enfatizando que
os materiais manipulativos, contribuem para a compreensão dos conceitos
geométricos, porém, não podem ser considerados como determinantes, pois sua
finalidade é servir de interface mediadora para facilitar a relação entre o professor, o
aluno e o conhecimento em um momento preciso da elaboração do saber, (PAIS,
2000, p. 2-3).
Em concordância com o autor acima, os materiais manipuláveis contribuem para a
compreensão dos conceitos matemáticos, de forma a promover no aluno possibilidades para
criar imagens mentais que facilite o desenvolvimento do pensamento geométrico e
consequentemente gerar novos conhecimentos.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Matemática PCNM (BRASIL, 1997),
destacam que os conceitos geométricos constituem parte importante do currículo de
Matemática no Ensino Fundamental, pois o aluno desenvolve o pensamento matemático
permitindo compreender, descrever e representar de forma organizada o mundo em que vive.
No trabalho de Borges Neto, Cunha, Lima e Souza (2011), enfatiza a Geometria
como parte importante da matemática, por isso é preciso que seu ensino seja valorizado de
maneira adequada no âmbito escolar, fato esse, que na maioria das vezes não ocorre, pois, seu
ensino é quase sempre relegado a um segundo plano e, quando ensinada, normalmente é
abordada de forma inadequada e incompleta.
Com isso, neste estágio da pesquisa os alunos vivenciaram momentos de interação
na sala de aula fazendo uso da “visualização matemática” que teve como finalidade colaborar
com a compreensão do desenvolvimento geométrico estimulando a visão critica nos
ambientes em que estão inseridos. Flores (2010), em seu trabalho, destaca que a visualização
é uma nova perspectiva para a educação matemática, permitindo suscintamente, o conceito de
visualidade para problematizar o visual, a visão e a imagem, construindo e desconstruindo,
desta forma os princípios fundantes sobre os quais se construíram a noção de visão e
percepção.
Com o intuito de conhecer o saber geométrico dos alunos embasado na teoria Van
Hiele e SF, a partir da leitura do texto “visualização”, foram instigados após as observações
em sala de aula a construir figuras geométricas utilizando seus próprios corpos e outros
recursos como: o Tangram e o GeoGebra, a finalidade foi de explorar as habilidades do
43
pensamento geométrico dos sujeitos investigados. A figura a seguir, ilustra o resultado obtido
nesse momento da atividade.
Figura 6 – Representação da circunferência pelos os alunos do Curso de Pedagogia.
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2014.1.
Observa-se na figura acima que os alunos após explorarem os objetos na sala de
aula construíram a circunferência, no intuito de compreender a importância da Geometria
através da localização no espaço, contribuindo assim para o desenvolvimento do pensamento
geométrico.
Ressalta-se ao leitor que nesta pesquisa para apresentar os diálogos e falas dos
sujeitos investigados utilizou-se a seguinte classificação alunos A2 a T2 para a turma 2013.2 e
A1 a L1 para a turma 2014.1.
Face a isto, os alunos começaram a se posicionar apresentando suas concepções,
assim o aluno A2 “[...] essa atividade foi muito interessante, pois me fez entender que a
matemática pode ser explorada por diversas formas e bem dinâmicas”. O aluno D1
complementa “[...] o interessante é que ao formar a circunferência entre nós, lembrei-me
vastamente do conceito da circunferência e que cada aluno representava um ponto, e partindo
do centro pode-se fazer segmento de reta ligando ponto a ponto formando o raio”.
A professora ressaltou que “[...] a circunferência se caracteriza por um
ponto “O” de um plano e uma distância r, nessa atividade marcou-se o plano por uma aluna
no centro e os demais alunos ao redor como os pontos que estão em uma mesma distância r
de O, ou seja, qualquer segmento determinado pelo centro e por um ponto da circunferência é
igual ao raio”.
A representação das figuras geométricas, através da visualização, são elementos
indissociáveis e importantes para a formação do pensamento geométrico, apresenta-se como
44
um instrumento para auxiliar no desenvolvimento da compreensão dos conceitos
matemáticos.
De acordo Van Hiele (1986) a visualização é muito importante para a construção
do conhecimento geométrico, no início o aluno percebe a figura como um todo e, aos poucos,
passa a perceber suas relações e propriedades por meio de uma sequência de cinco níveis
elaborada para o desenvolvimento do pensamento geométrico.
Além disso, a proposta de ensino da metodologia SF contribui de forma sólida no
processo de ensino e aprendizagem, possibilitando atuar nas diversas situações levando os
alunos a progredir no pensamento geométrico através da execução de suas etapas.
No trabalho de Santos, Lima e Borges Neto (2013) a SF proporciona uma
construção integrada a projeto teórico e prático em ações didáticas do professor, sendo útil
para planejar, (re)construir, investigar e buscar soluções extraídos da realidade ou refutação
das hipóteses levantadas durante o desenvolvimento das SD.
Dessa forma, após utilizarem a “visualização” na sala de aula e observarem as
diversas figuras geométricas no ambiente, foi proposto que construíssem o Tangram para
consolidar o desenvolvimento do pensamento geométrico ocorrido durante as observações na
pesquisa de campo. O Tangram é um quebra-cabeça de origem chinesa formada por sete
figuras geométricas (dois triângulos grandes, dois triângulos pequenos, um triângulo médio,
um quadrado e um paralelogramo), a partir de suas formas geométricas, permite explorar os
conceitos básicos de geometria como: segmento de reta, vértices, ângulos, superfícies,
triângulos, quadrados, paralelogramos, áreas, perímetros e as frações equivalentes.
Para analisar o desenvolvimento do pensamento geométrico nesta fase da pesquisa
embasou-se nos cinco níveis de aprendizagem de Van Hiele relacionada com a metodologia
de ensino SF mediante as figuras, sendo realizadas em dois momentos com os sujeitos
investigados: primeiro momento construírem as figuras que compõem o Tangram no papel
isométrico e segundo no software GeoGebra.
Inserir Van Hiele (1986) neste estudo foi relevante por algumas semelhanças
estrutural entre as ideias dele e a proposta de ensino da metodologia SF, que juntas
permitiram analisar o trabalho realizado antes, durante e depois da atuação dos sujeitos
pesquisados. De forma mais completa, a abordagem reforçou o processo de mediação
promovida pela SF, em que o professor desempenhou um papel importante de reflexão e
investigação na sala de aula.
45
Agindo dessa forma, no primeiro momento dessa atividade os alunos construíram
as figuras geométricas que compõem o Tangram no papel isométrico, conforme apresentado
na seguir.
Figura 7 – Construção do Tangram pelo aluno no papel isométrico.
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2013.2
A imagem apresenta a construção das figuras geométricas que formam a
composição do Tangram desenhadas pelos alunos do Curso de Pedagogia. A partir dela,
analisaram-se os desempenhos da aprendizagem, utilizando os níveis de aprendizagem de Van
Hiele e os fundamentos teórico-metodológicos da SF.
Observa-se que na figura acima, pela teoria de Van Hiele (1986), os alunos
estariam no nível 1 caracterizado como: Visualização ou Reconhecimento, no qual nesse nível
o aluno reconhece as figuras pelas suas semelhanças ou diferenças físicas. Embora
observadas, elas não são definidas e o aluno não identifica as partes que as compõem ou suas
propriedades.
Nesta pesquisa, a SF tem a finalidade de intensificar a aprendizagem e o
desenvolvimento do pensamento geométrico dos sujeitos investigados de forma diferenciada,
na figura acima para a SF os alunos se encontram na primeira etapa da metodologia de ensino
a “Tomada de Posição”, ou seja, estão construindo uma atividade mediante um recurso que
foi apresentado pela professora, no qual apresentam quais são as propriedades que deveriam
utilizar para a construção das figuras, já tomado posse das suas propriedades.
Para além do que é posto no nível 1 de Van Hiele, a SF traz a partir do primeiro
momento diversas estratégias e propostas de ensino visando minimizar os obstáculos dos
alunos, ou seja, em sua primeira etapa aponta caminhos para que o aluno aprimore suas
descobertas e busque significados das informações repassadas na atividade. Ao passar por
46
essa fase da atividade, continuou-se analisando o desempenho dos alunos em relação ao
primeiro momento com o papel isométrico.
No nível 2 de Van Hiele (1986), caracterizado como análise, o aluno começa a
diferenciar as propriedades das figuras para analisá-las. Consegue apontar as propriedades
semelhantes, mas sem estabelecer relações entre elas. No entanto, ainda não faz classificações
adequadas, não é capaz de explicar relações entre as propriedades, não percebe inter-relações
entre figuras e não entende as definições. Percebe-se que nesta fase da teoria de Van Hiele o
aluno começa a compreender as semelhanças e particularidades da geometria, mas ainda não
consegue fazer suas classificações.
Diferente da SF, na segunda etapa “Maturação” os alunos já consegue fazer
associações e elaborar suas próprias estratégias para a construção das figuras buscando
concretizar suas aprendizagens. Na figura a seguir ocorre a realização do segundo momento,
nos quais os alunos apresentam as figuras geométricas que compõem o Tangram no software,
mas de forma desordenada.
Figura 8 – Construção das peças do Tangram no GeoGebra pelos alunos.
Fonte: aula na disciplina Tópicos de Educação Matemática 2014.1.
Na realização desse momento usou o GeoGebra como recurso didático, uma vez
que toda mediação ocorreu segundo as etapas da SF. De acordo com Santana, Borges Neto e
Rocha (2004) na SF o seu uso no ensino de Matemática requer que seja entendido o fenômeno
educacional conhecido por mediação, todo o processo de concretização, construção e
desconstrução das figuras no software ocorreu devido à forma como a professora trabalhou de
maneira planejada e organizada, permitindo que os alunos construíssem sem a ajuda dela,
intervindo somente quando necessário.
Continuando a contextualização do desenvolvimento do pensamento geométrico
dos alunos sujeitos dessa pesquisa, observou-se que no Nível 3 de Van Hiele, conceituado
47
como: Dedução Informal ou ordenação, o aluno estabelece relações e implicações entre as
figuras, classificando-as em relação às suas propriedades. Todavia, não estabelecem relações
acerca dos passos formais de uma demonstração.
Nota-se que, diante do conceito deste nível de Van Hiele para a SF os alunos
ainda se encontram na fase da “Maturação”, nesta fase os alunos foram capazes de reconhecer
as figuras, fizeram relações e estabeleceram estratégias de soluções e demonstrações.
No Nível 4 de Van Hiele conhecido como: Dedução Formal, o aluno já possui
domínio do processo dedutivo e das demonstrações. Realiza demonstrações formais das
propriedades já compreendidas e ainda descobre outras propriedades.
Observou-se que nesse ponto a teoria de Van Hiele (1986) e a metodologia de
ensino SF se cruzaram, pois, a terceira etapa da SF “Solução”, os alunos apresentam quais
foram as estratégias e as demonstrações utilizadas para a composição do Tangram no
GeoGebra.
A seguir, o aluno apresentou a forma como construiu o Tangram no GeoGebra
[...] então, primeiramente na ferramenta do software selecionei a opção „polígono‟,
na malha desenhei um quadrado ABCD, formando segmentos de retas paralelas, ou
seja AB//CD e AD//BC, logo na ferramenta do aplicativo selecionei o item „reta‟ e
tracei uma diagonal do ponto B ao ponto D, formando dois triângulos grandes, fui na
opção „ponto médio ou centro‟ e marquei o ponto E na reta „e‟ desenhada nos lados
BC e CD, voltei para o item „segmento‟ e tracei a reta nos pontos estabelecidos,
formando a reta „f‟, ao desenhar essa reta desenhei outra reta do ponto A ao ponto E,
formando a reta „g‟, logo após, voltei na opção ponto médio novamente marcando a
reta nos pontos DE, EB e GF gerando os pontos H, L e J, novamente marquei o item
„segmento‟ formando retas nos pontos HJ, EJ e LF, formando 2 triângulos grande, 1
triângulo médio, 2 triângulos pequenos, 1 quadrado e 1 paralelogramo, (ALUNO
L1)
Diante deste argumento o aluno construiu o Tangram conforme apresentado na
figura 9.
Figura 9 – Construção do Tangram pelos alunos no software GeoGebra.
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2014.1
48
O trabalho de Souza (2013) ressalta que a atuação do aluno nesta fase (maturação)
é indispensável para o desenvolvimento do seu raciocínio, pois na realização das tarefas
pertinentes a este estágio, a professora realizou intervenção com questionamentos, indagações
e esclarecimentos respeitando o tempo para a realização do Tangram.
Com a finalidade de intensificar a metodologia SF a professora continuou
provocando outros desafios para os alunos com os seguintes questionamentos: [...] Como
formar 01 quadrado usando 03 peças? Como formar 01 quadrado usando 04 peças? Como
formar 01 paralelogramo usando 02 peças? Como formar 01 paralelogramo usando 05 peças?
Como formar 01 retângulo usando 04 peças? Como formar 01 triângulo usando todas as
peças? Como formar 01 paralelogramo usando todas as peças?
Em respostas aos questionamentos alguns alunos apresentaram dificuldade para
responder, esse fato comprova que na formação anterior não desenvolveram as habilidades
necessárias ao desenvolvimento do pensamento geométrico, dessa forma a aluna E1 da turma
2014.1 afirma
[...] a priori achei um pouco fácil desenhar e montar o Tangram usando o software,
mas tive muitas dificuldades para construir outra figura geométrica a partir de outras
figuras, tanto no convencional como no GeoGebra, mexe muito com o raciocínio,
com isso senti falta de não ter desenvolvido tal habilidade anteriormente na minha
formação “fiquei um pouco angustiada.
Ainda sobre essas dificuldades a aluna Q2, complementa
[...] a maior dificuldade que tive com o Tangram foi retornar a figura inicial, o
quadrado. Acredito que isso se dava a uma deficiência de visualizar "o todo", ou
seja, o conjunto estando às partes separadas. Retomando experiências anteriores
consegui montar o quadrado. Chegando ao GeoGebra as ferramentas que tinha a
minha disposição aumentaram, pois o programa tem recursos matemáticos que meu
cérebro já havia esquecido, logo não podia ter usado com o papel. Entretanto,
mesmo com mais recursos montar as partes visando formar o quadrado foi bastante
difícil, pois era preciso que as peças estivessem relacionadas entre si, com os
ângulos corretos e encaixados.
De acordo com os PCNM (BRASIL, 1997), é necessário desenvolver habilidades
que permitam pôr à prova os resultados, testar seus efeitos, comparar diferentes caminhos
para obter a solução. Porém, o fato de ser estimulado a discutir sua própria resposta, a
questionar o problema, a transformar um dado problema numa fonte de outros problemas,
evidencia uma concepção de ensino e aprendizagem, não pela mera reprodução de
conhecimentos, mas pela via da ação refletida que constrói os conhecimentos.
Nesse processo de fazer consolidações que validem suas dificuldades e
aprendizagem na Geometria, Van Hiele define o último nível de sua teoria para o
49
desenvolvimento do pensamento geométrico como nível 5 caracterizado como: Rigor, neste
último nível sugerido por Van Hiele (1986), compreende a abstração geométrica não-
euclidiana, compara sistemas, desenvolve sistemas axiomáticos e relações topológicas mais
complexas.
Vale ressaltar que no último nível de Van Hiele, por se tratar da abstração
geométrica não-euclidiana não foi possível trabalhar com os alunos nem relaciona-lo com a
quarta etapa da SF.
Desse modo, trabalhou-se somente com a etapa da SF a “Prova”, que compreende
a apresentação e a formalização da construção do Tangram, com as discussões feitas na fase
da solução. Essa é a fase em que o professor formaliza o novo conhecimento, a partir da
construção dos alunos, fazendo a relação da construção deles com o conhecimento científico.
No final do processo, o problema deverá ser compreendido e internalizado ou assimilado por
todos.
Assim, percebeu-se que os níveis de aprendizagem de Van Hiele são importantes
para que o aluno entenda os primeiros passos para compreender a Geometria, mas que o uso
da SF intensificou de forma significativa a aprendizagem dos alunos. A figura 10, apresenta
de forma sistemática o ponto que a metodologia de ensino SF e Van Hiele se cruza.
Figura 10 – Relação entre a metodologia de ensino Sequência Fedathi e Van Hiele.
Fonte: Elaboração do autor.
A figura 10 demonstra que o modelo de Van Hiele é de grande importância para o
desenvolvimento do pensamento geométrico, suas preocupações e contribuições está na forma
de como é absorvido o conteúdo pelo aluno.
Por outro lado, a SF diferente do modelo de Van Hiele, apresenta algo mais
abrangente, pois o processo de ensino e aprendizagem preocupa-se principalmente com a
50
postura do professor e como o aluno irá absorver o conteúdo trabalhado. A SF frente a esta
pesquisa buscou contribuições para o desenvolvimento do pensamento geométrico,
oferecendo outras propostas de ensino, além de propor situações desafiadoras que estimulou o
aluno a desenvolver as etapas de aprendizagem, visto que conforme a figura acima a SF só se
cruza na 3ª etapa com o 4 nível de Van Hiele.
Portanto, ao final desta atividade constatou-se que a teoria Van Hiele preocupa-se
com o desenvolvimento das habilidades dos alunos, ao contrário disto a SF mesmo focando
na postura do professor, também se preocupa com todo processo durante a execução das
atividades apontando diversos recursos e caminhos que podem contribuir para os mesmos.
3.3 Reflexões Piagetiana sobre o ensino das frações equivalentes a partir da Sequência
Fedathi
Nessa seção, apresenta-se algumas discussões sobre as principais dificuldades
existentes no âmbito educacional sobre o ensino e aprendizagem de frações integrada a
Geometria, no entanto, por se tratar de um conteúdo muito amplo delimitou-se nesta
dissertação as frações equivalentes.
Esse estudo realizou-se com base na obra da autora Santos (2007) com a
metodologia de ensino SF e Piaget (1977), com a finalidade de entender os processos
cognitivos e mostrar alternativas estimuladoras para a compreensão das frações equivalentes e
consequentemente as contribuições para o desenvolvimento da Matemática a partir da
formação inicial do pedagogo.
Diante do foco do problema desta pesquisa, buscou-se compreender os aspectos
cognitivos dos alunos durante as sessões didáticas (SD), no sentido de estimula-los a refletir
sobre suas aprendizagens, e entender o significado matemático dos conteúdos trabalhados em
sala de aula e relacioná-los ao conteúdo de frações equivalentes, e o conhecimento
matemático.
De forma que, é primordial trabalhar a metodologia de ensino SF relacionando-a
as ideias Piagetiana que explicam como acontece o processo de aprendizagem e o
desenvolvimento do raciocínio matemático, levando em conta as estruturas cognitivas do
aluno, cujas contribuições para o cenário educacional pode ser entendida na formação
matemática do pedagogo.
Para Santos (2007) o conjunto das etapas da SF traz implicitamente teóricos do
construtivismo de Jean Piaget. A autora verificou que as ações dos alunos podem resultar em
51
aprendizado mediante as sucessivas assimilações e acomodações que uma atividade bem
planejada e executada pelo professor pode contribuir para o desenvolvimento significativo da
aprendizagem.
Na obra de Piaget (1977), o desenvolvimento cognitivo é um processo de
sucessivas mudanças qualitativas e quantitativas das estruturas mentais. A construção do
conhecimento ocorre quando acontecem ações que provocam o desequilíbrio na estrutura
necessitada dos processos de assimilação e acomodação, para a construção de novos
esquemas e alcance do equilíbrio. O mesmo autor propõe que se provoquem discordâncias ou
conflitos cognitivos que representem desequilíbrios a partir dos quais, mediante atividades, o
aluno consiga se reequilibrar, superando os conflitos e reconstruindo o conhecimento.
Nesta pesquisa, buscou-se compreender o desenvolvimento cognitivo do aluno
mediante a interação da Geometria com as frações equivalentes com a finalidade de
apresentar as contribuições que as duas trazem para o progresso da aprendizagem, além do
mais poucas são trabalhadas paralelamente nas redes de ensino.
A figura 11 apresenta, sistematicamente, como Santos (2007) analisou a relação
entre as teorias.
Figura 11 - Sistematização das relações entre a SF e a teoria Piagetiana.
Fonte: Santos (2007, p.56)
Com base na figura acima, observou-se que, na tomada de posição os alunos serão
estimulados a usar constantemente seus esquemas, estruturas cognitivas e os conhecimentos
prévios, na maturação ocorreu à assimilação captação e compreensão dos dados, a solução foi
o momento em que ocorreu a acomodação, ou seja, a busca pelas soluções que tenham
ocorrido à modificação ou criação de um novo esquema para dar conta do conteúdo abordado.
Na fase da prova, o docente apresenta formalmente o conteúdo para a turma, este pode
52
presenciar a assimilação e a acomodação resultando na adaptação, na ampliação dos esquemas
e, consequentemente, em aprendizagem.
É relevante à relação cognitiva Piagetiana e a interação da SF, certamente gera um
processo somatório para a contribuição da aprendizagem do aluno, visto que as ações do
professor nos processos de ensino e aprendizagem, norteia, coordena e estimula.
Apesar da Figura 11 trazer a proposta de um acontecimento de fases linear que
corresponde biunivocamente a cada etapa da SF, esse processo de assimilação, acomodação e
adaptação que geram equilíbrio/desequilíbrio cognitivo, pode estar acontecendo também nas
demais etapas.
Por isso, somente a assimilação e acomodação por si só, não explicam como se
deu o avanço do conhecimento na mente dos sujeitos investigados. Para Piaget (1995)
abordou-se o conceito de „abstração reflexionante’ com o qual descreve como o aluno
consegue chegar a outras aprendizagens e a construir diferentes conceitos, o mesmo confirma
que o surgimento dos conceitos, essenciais para o nosso pensar, só é possível mediante
tomadas de consciência que sucedem uma abstração reflexionante, que por sua vez deriva da
coordenação das ações.
Esse processo de abstração pode ajudar a professora, a entender como se deu
aprendizagem dos conceitos nas estruturas mentais dos alunos. Diante disso é melhor lidar
com as dificuldades que os mesmos enfrentam em relação ao aprendizado da Matemática.
De acordo com Fontenele (2013) na SF a abstração reflexionante não
necessariamente ocorrerá em uma única aula, mas seu sucesso dependerá das assimilações e
acomodações que o aluno for realizando na medida em que se estudar um determinado
assunto ou conforme vai tendo seu raciocínio estimulado pelas perguntas ou estratégias de
ensino apresentadas pelo professor.
Na dissertação de Santos (2007) complementa que o papel do professor fica claro
nessa relação, estimulando para que aconteçam os processos de ensino e aprendizagem
propostos.
Frente a essa descrição da abstração reflexionante para a construção do
conhecimento, compreende-se que trata-se de um processo de abstração que se transforma o
que se sabe em um novo objeto de pensamento conduzindo à generalização do saber em
questão. Paralelo a isso, a compreensão do caráter unificador e generalizador das teorias
requer a ocorrência da abstração reflexionante, uma vez que abrange uma generalização de
conceitos matemáticos que o aluno já estudou e que agora passam a ser abordados
amplamente. No entanto, não é fácil a assimilação desse processo de abstração.
53
No estudo das frações equivalentes para compreender suas aplicações, os alunos
fazem uso das propriedades dos objetos: proporcionalidade, composição, decomposição,
áreas, perímetros e comparação, obtidos em seus conhecimentos prévios nesse caso utiliza-se
o plateau da SF.
Para evidenciar o estudo de frações equivalentes nesta seção, seguiu-se a análise
do Tangram, com o intuito de apresentar a interação entre Geometria e frações equivalentes
utilizando as figuras geométricas compostas do Tangram, considerando o processo da
metodologia SF e a teoria de Piaget, no qual a priori a ideia foi de inserir a partir do Tangram
outras situações que gerassem desafios e descobertas para os alunos sujeitos dessa pesquisa.
Dessa forma, observou-se durante a pesquisa de campo que diante das discussões
em sala de aula os alunos foram instigados a entender as frações equivalentes por meio de
indagações, perguntas desafiadoras, perguntas reflexivas e questionamentos preconizados pela
SF, assim as discussões seguiram-se apresentando como aconteceram as analises.
Professora: [...] Quais peças do Tangram representam a mesma fração?
Justifique.
Aluno: [...] Os 2 triângulos grandes, os 2 triângulos pequenos, o triângulo médio,
o quadrado e o paralelogramo.
Frente a isso, os alunos tiveram dificuldades em fazer suas justificativas,
conseguiram apresentar apenas as propriedades que formam o Tangram, porém não
conseguiram responder quais as peças que representam as mesmas frações.
Para amenizar essas dificuldades de compreensão os alunos foram instigados a
relembrar como construíram o Tangram com perguntas reflexivas e desafiadoras, assim [...]
como vocês traçaram os segmentos de retas no software? O aluno G1: [...] ah, antes de
desenharmos as figuras que compõem o Tangram, primeiramente desenhamos um quadrado
na malha do software e daí formou-se 16 quadrados conforme apresentado na construção da
figura 12.
Dessa forma os dois triângulos grandes correspondem a 4 quadrados cada um,
dividido por 16 quadrados no total, ficando ¼ para cada triângulo, o triângulo médio
apresenta 2 quadrados dividido por 16, simplificando ficou 1/8, para os dois triângulos
pequenos têm 1 quadrado dividido por 16 quadrados, o quadrado e o paralelogramo se
procede da mesma forma do triângulo médio, logo o aluno conclui sua resposta conforme a
figura a seguir:
54
Figura 12 – Resposta dado pelo aluno para a compreensão do Tangram.
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2013.2
Após a explanação, os questionamentos seguiram:
Professora: [...] Qual a fração equivalente aos dois triângulos grandes?
Aluno C1: [...] ¼, pois ao sobrepor um triângulo no outro pode dizer que um
equivalente ao outro.
Professora: [...] Se do triângulo médio for retirada a fração equivalente ao
triângulo pequeno vamos encontrar como resultado que fração?
Aluno D2: [...]1/16
Nesse sentido de indagar os discentes a encontrar suas próprias respostas,
foram incentivados a buscarem caminhos para entender como encontrar as frações
equivalentes nas figuras.
Dessa forma, ficou evidente que foi importante trabalhar os conceitos de
frações a partir de suas equivalências, pois permitiu ao professor construir o conceito das
frações equivalentes, principalmente quando se utilizou outros recursos para ilustrar de
forma mais clara e dinâmica, a compreensão do conceito de fração e da aprendizagem.
No próximo capítulo, adentra-se na aplicação das (SD), observadas durante a
pesquisa nos semestres 2013.2 e 2014.1 apontando os resultados das propostas de ensino
da SF com o uso do software GeoGebra na prática pedagógica aplicada ao aluno em sala
de aula.
55
4 A SEQUÊNCIA FEDATHI E O GEOGEBRA: realizações de sessões didáticas para o
ensino de Matemática aos alunos do Curso de Pedagogia
Com o intuito de delinear o objeto de estudo desta pesquisa, esse capítulo tem por
escopo apresentar a realização das Sessões Didáticas (SD) da SF, visto que a referida sessão
foi utilizada como recurso didático para a execução das atividades em sala de aula na pesquisa
de campo desta dissertação, visando proporcionar condições favoráveis ao desenvolvimento
do ensino e aprendizagem dos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes de
forma organizada para a formação matemática do pedagogo.
Para melhor situar o leitor, Santos (2007) define SD como o termo proposto pela
SF que é usado para designar a aula. No intuito de descrever as SD desta dissertação,
observou-se os conhecimentos matemáticos dos alunos, antes e depois da metodologia de
ensino SF com o uso do software GeoGebra a partir da formação inicial do pedagogo.
Assim, as SD foram aprofundadas e fundamentadas mediante os estudos e
pesquisas científicas realizadas por pesquisadores do laboratório de pesquisa multimeios da
Faculdade de Educação FACED da Universidade Federal do Ceará - UFC, diante das leituras
elencaram alguns pontos que na concepção desses pesquisadores dificultavam o avanço nos
processos de aprendizagem dos alunos, principalmente no que diz respeito à matemática, os
pontos são: falta de articulação nas estratégias de ensino; falta de dinâmica nas aulas; falta de
preparação de um bom planejamento e aulas mecânicas.
Diante desses pontos, a SF visou como foco central para minimizar as
dificuldades encontradas, aprofundar-se na preparação do planejamento. A SD permite que
durante a aula o professor trabalhe de forma sistematizada envolvendo as etapas.
Figura 13 - Etapas da Sequência Fedathi
Fonte: Elaboração do autor
56
Essas etapas possibilitaram acompanhar todo o desenvolvimento da aprendizagem
do aluno antes, durante e depois da realização das SD, utilizando o GeoGebra. Com a
preparação do planejamento, a SF auxiliará tanto o professor quanto o aluno, pois o professor
sofre mudanças de posturas nas práticas pedagógicas conduzindo as aulas com mais
flexibilidade.
Nesse contexto, esta foi uma pesquisa que se consolidou com o intuito de verificar
a formação matemática do pedagogo, especificamente nos conteúdos de Geometria Básica e
frações equivalentes à luz da metodologia de ensino SF, observando a aprendizagem dos
alunos na abordagem dos conteúdos mediante as SD, tendo como elementos de análise as
categorias e subcategorias da pesquisa.
As SD, além de fazer parte das palavras-chave desta dissertação, foram um ponto
crucial, pois possibilitaram a professora nortear suas aulas e concretizar a aprendizagem de
forma significativa dos alunos em relação aos conteúdos, além do mais, se preocupa com todo
processo que envolve o ensino e aprendizagem, principalmente na mudança de paradigma e
nas práticas pedagógicas.
Ressalta-se ao leitor que a professora, nas duas turmas 2013.2 e 2014.1, foi tratada
como sujeito secundário, pois o foco da investigação eram os alunos da disciplina. As aulas
constituíram-se em observações na aprendizagem dos alunos a partir da pesquisa de campo,
com uso da SF e do GeoGebra. Para a coleta dos dados, utilizou-se máquina fotográfica
digital para fotos e filmagens e gravador para as gravações dos áudios.
Portanto, o papel da SD foi contribuir para a compreensão dos diversos fatores
descritos nesta pesquisa relacionados à aprendizagem dos alunos, como: os fatores
psicológicos, culturais, sociais e filosóficos, dessa forma possibilitou compreender a situação
em que o aluno ou a turma se encontrava em relação à aprendizagem e trabalhar a partir de
suas necessidades e do saber matemático de forma planejada e organizada.
4.1 O planejamento de aula fundamentado na Sequência Fedathi para o ensino de
matemática na disciplina Tópicos de Educação Matemática
Nesta subseção, apresenta-se a importância do planejamento de aula
fundamentada na metodologia de ensino Sequência Fedathi. Trata-se de uma metodologia que
proporcionou outras estratégias didáticas para a melhoria na prática de ensino e que dentre
outras ações didáticas e pedagógicas, incentiva à investigação, a descoberta e redescoberta
57
pelos alunos, sobre os conteúdos abordados, principalmente em Matemática, a qual propiciou
ao aluno uma maior autonomia na construção de sua aprendizagem.
Vale ressaltar ao leitor que, nesta dissertação para a realização das SD, a
professora antes de executá-las em sala de aula, seguiu rigorosamente o planejamento da SF,
o qual constituiu resultados positivos no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
A metodologia de ensino estabelece uma estrutura de ações educativas de forma
organizada, por essa razão prioriza o planejamento como elemento fundamental para se
alcançar bons resultados em sala de aula. Para Sousa et al. (2013, p. 12) afirma que:
[...] a pretensão de indicar como a melhor forma do professor agir em sala de aula,
mas apresentar subsídios que fortaleçam a prática pedagógica no contexto escolar.
Nesse sentido, esta obra se destina aos professores, tanto em formação inicial como
continuada, e a todos que se interessam pelos processos de ensino e de
aprendizagem, numa perspectiva significativa para os estudantes.
Desse modo, o planejamento é uma ferramenta que possibilita perceber a
realidade, avaliar os caminhos, construir um referencial, uma estrutura adequada para
reavaliar todo o processo a que o planejamento se destina, sendo, portanto, o lado racional da
ação pedagógica. Trata-se de um processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e
organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta decisão busca alcançar, da melhor
forma possível, alguns objetivos pré-definidos.
Para Padilha (2001), planejamento é o processo de busca de equilíbrio entre meios
e fins, entre recursos e objetivos, visando melhor qualidade do trabalho de forma organizada.
O ato de planejar é sempre arte de reflexão, de tomada de decisão sobre a ação, técnica de
previsão de necessidades e racionalização de emprego materiais e recursos disponíveis,
visando à concretização de objetivos, em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos
resultados das avaliações.
O ato de planejar é uma atividade indispensável da educação no contexto geral,
visto que esta tem algumas características básicas como evitar a improvisação, estabelecer
caminhos que possam nortear rapidamente a execução da ação em sala de aula. Com isso, a
SF em sua proposta de ensino preconiza que o professor antes de ir para a sala de aula elabore
um bom planejamento considerando todas as possíveis situações didáticas e não didáticas que
possa ocorrer em sala de aula, ou seja, a referida sequência se preocupa com toda estrutura e
recursos que facilite o trabalho do professor.
Dessa forma, a SF propõe ao aluno que ao confrontar-se com uma situação
desafiadora se debruce sobre os vários caminhos que possam levá-lo a uma solução. Cabe ao
58
professor nesse momento, mediar soluções e possíveis erros, por meio de perguntas, como
contraexemplos, em busca de fazer o aluno refletir e validar seus resultados encontrados,
havendo o discernimento de saber como acertou ou errou, onde acertou/errou como
acertou/errou, porque acertou/errou e, se errou, a partir deste ponto sair em busca da
construção de uma resposta ao problema colocado.
4.1.1 Preparação das Sessões Didáticas: o planejamento
Nessa fase da pesquisa, a preparação das Sessões Didáticas (SD) foi um dos
momentos bastante relevante, pois a professora precisou ter muita atenção na elaboração do
planejamento e compreender os elementos necessários para a realização das SD
fundamentadas na SF, explorando o saber matemático, principalmente na Geometria Básica e
frações equivalentes dos alunos do Curso de Pedagogia sujeitos dessa pesquisa.
Na compreensão desse momento, o planejamento compreende a preparação da SD
e a metodologia de ensino SF a execução, ou seja, a SF em ação, ao iniciar a aula, o professor
deve ter feito inicialmente a análise ambiental e a análise teórica que compreendem: o plateau
(nível de conhecimento e experiência do aluno acerca do assunto a ser abordado), o conteúdo
a ser trabalhado, deve se preocupar, nesse momento inicial, também com a pergunta inicial de
forma e visões distintas, escolhas do material, locus, dentre outras.
O ponto de partida deve ser uma situação compreendida e entendida pelos alunos,
tomando como referência o plateau de conhecimento do aluno além de estabelecer algumas
regras de convivência, ou seja, um acordo didático, compreendido como: prestar atenção na
aula, não atender celular no momento da aula, questionar, não aceitar soluções sem uma
reflexão do que se está fazendo, todos os alunos devem participar das atividades, apresentação
das atividades verbal ou/e escrita.
De forma sintética a figura a seguir apresenta os elementos essenciais posto pela
SF para a realização da SD.
59
Figura 14 – Elementos fundamentais para a preparação da sessão didática.
Fonte: Elaboração do autor
O planejamento foi a base inicial para a execução da 1ª SD e 2ª SD. O
planejamento é a preparação da SD são alicerces fundamentais para a execução da aula, pois
de acordo com a referida sequência, o professor deve ter feito inicialmente a análise ambiental
(são as ferramentas disponíveis no local da aula), a análise teórica que compreendem (as bases
teóricas em relação à natureza da informação) e o diagnóstico do plateau (nível de
conhecimento e experiência do aluno acerca do assunto a ser abordado).
Durante os estágios da preparação, há uma preocupação inicial em relação ao
direcionamento da pergunta, bem como na escolha do material e o locus.
A partir das sondagens do plateau, é preciso mais atividades para interpretações,
usando contraexemplos, perguntas reflexivas e desafiadoras. De acordo com Sousa et al
(2013) essas perguntas têm como objetivo levar o aluno a fazer descobertas, estimulando o
pensamento criativo, podendo gerar uma cadeia de outros questionamentos.
Não é simples nem usual para o professor ter esse tipo de reflexão durante uma
SD. Por isso a SF propõe que o professor elabore qualitativamente todas as etapas da
metodologia durante a preparação da referida sessão. Tendo como foco compreender
significativamente os conhecimentos da Geometria Básica e frações equivalentes, subsidiado
pelos pressupostos metodológicos da SF por meio das propriedades das figuras geométricas,
bem como entender as diversas maneiras de encontrar as áreas, perímetro, simetria e
diagonais.
Nas realizações das SD, construídas nesta dissertação apresentou-se a
metodologia de ensino SF com o uso do software GeoGebra) com a finalidade de
proporcionar uma interatividade entre professor, aluno e os conteúdos matemáticos,
60
promovendo desafios e instigando o aluno a construir suas próprias hipóteses acerca do que
está sendo abordado no momento da aula.
Nessas SD, a partir do planejamento a professora esperou que os alunos
participassem ativamente das ações didáticas em todos os momentos. Já o aluno, esperava que
a professora os orientasse na atividade de forma didática que os possibilitassem avançar nas
atividades propostas, oferecendo condições para chegar à solução do problema proposto.
Dessa forma, o professor deve mediar os trabalhos em sala de aula para que o
aluno possa resolver a situação que lhe foi apresentada norteando-os com interatividade e
participação possibilitando uma aprendizagem significativa. Para isto, poderá elaborar
hipóteses, escolher e definir estratégias de investigação em busca da solução para a situação
apresentada.
4.2 A utilização das Sessões didáticas durante as aulas nos semestres 2013.2 e 2014.1
Com a finalidade de compreender o objeto de estudo desta pesquisa, nessa seção
apresenta-se como ocorreram à utilização das sessões didáticas (SD) embasada na
metodologia de ensino SF, desenvolvidas com as etapas (Tomada de posição, Maturação,
Solução e Prova) no decorrer dos dois semestres, enfatizando a importância referida SD para
o desenvolvimento da aprendizagem.
Neste momento da dissertação, o pesquisador teve a oportunidade de participar
passivamente das atividades auxiliando a professora na preparação e realização das SD,
colaborando com o desenvolvimento das atividades no intuito de construir uma boa aula
fundamentada em aparatos teóricos-metodológicos.
As SD foram desenvolvidas durante as observações na pesquisa de campo nos
semestres 2013.2 e 2014.1 com a intenção de analisar a SF como metodologia de ensino com
o uso do software GeoGebra como recurso didático no conteúdo de Geometria Básica e
frações equivalentes para a formação matemática do pedagogo, proposta na disciplina
Tópicos de Educação Matemática para os alunos do Curso de Pedagogia FACED/UFC.
Dessa forma, para o desenvolvimento e execução das SD houve um trabalho
coletivo entre professor, pesquisador e os alunos com intuito de colaborar com a
aprendizagem dos alunos e com a compreensão dos conteúdos matemáticos contribuindo na
progressão e concretização do conhecimento.
61
4.2.1 Primeira Sessão didática SD: conteúdos de Geometria Básica
Com a intenção de analisar as categorias e subcategorias da pesquisa, nesta
subseção realizou-se a primeira SD durante as aulas na disciplina Tópicos de Educação
Matemática nos semestres 2013.2 e 2014.1 com os alunos do Curso de Pedagogia que teve
como finalidade compreender os conteúdos de Geometria Básica através das figuras
geométricas, como: quadrado, retângulo, triângulo e paralelogramo. Elegeu-se o
paralelogramo, por se tratar de uma figura construída a partir de outras figuras e por ser um
polígono de quatro lados (quadrilátero) iguais e paralelos dois a dois, por consequência tem
ângulos opostos iguais.
Assim, estudar a Geometria Básica a partir da formação inicial do pedagogo
tornou-se relevante, pois permitiu ao aluno desenvolver as diversas formas de explorar a
geometria, como: estabelecer as relações entre as figuras uni, bi e tridimensionais; entender o
espaço físico, em especial o da sala de aula e o mundo de forma tridimensional; identificar as
diferentes dimensões por meio da visualização, explorar as propriedades da geometria
espacial nos conteúdos matemáticos, as caracterizações de objetos, suas propriedades, atribuir
propriedades em objetos, caracterizando-os e diferenciando-os.
Desse modo, como foi escolhido o paralelogramo para se trabalhar nesta SD, o
problema proposto para os alunos resolver foi: “o paralelogramo tem 9 cm de base e 6 cm de
altura. Determine sua área e seu perímetro no papel isométrico e, em seguida, usando as
ferramentas do software GeoGebra”.
Assim, para a resolução do problema, inicialmente, os alunos resolveram a
questão de duas maneiras: primeira com o papel isométrico fazendo suas observações e
reflexões e na segunda maneira usando o GeoGebra, visto que todo esse processo foi
conduzido pela metodologia de ensino SF seguindo rigorosamente as etapas estabelecidas
pela referida sequência, para Borges Neto et al., (2007, p.7) prevê que é tarefa do professor
“preparar o ambiente, conquistar, orientar e preparar seus alunos”, em todas as etapas da SF.
Ressalta-se ao leitor que a professora já conhecia e utiliza a metodologia de ensino
SF em suas aulas, nesta dissertação apresentou e aplicou-a nos conteúdos matemáticos para o
desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do Curso de Pedagogia.
1ª etapa: Tomada de posição
62
Nesse momento, a professora apresentou o problema, solicitando que os alunos
fizessem a implementação de seus conhecimentos prévios sobre as composições do
paralelogramo, identificando as possíveis semelhanças entre as figuras geométricas estudadas
nesta pesquisa. Nesta etapa, o problema foi apresentado por aparatos como: quadro, lápis,
papel isométrico, recortes de papel, desenhos, imagens e com o GeoGebra. A intenção desse
problema foi intensificar nos sujeitos investigados seus conhecimentos sobre o conteúdo
abordado.
Discutiu-se nesta fase da pesquisa junto aos alunos que o processo de mediação é
importante para que os mesmos construam seus próprios conhecimentos, dando-lhes
possibilidades de investigar a dada situação de forma significativa, através da resolução do
problema.
No momento da apresentação inicial do problema, a professora estabeleceu
algumas regras que norteou todo o trabalho dos alunos durante a realização da SD. De acordo
com Borges Neto et al., (2001, p.7) na SF, essas regras devem ser pensadas “desde as
realizações desejadas frente ao problema proposto, como também, em relação ao tipo de
relações permitidas entre os alunos”.
Assim, após a sondagem dos conhecimentos prévios e a apresentação dos recursos
didáticos utilizados neste problema, a próxima etapa consolidou quais foram às estratégias
que os alunos utilizaram para resolver o problema proposto.
2ª etapa: Maturação
Depois da 1ª etapa, a professora iniciou a fase da “Maturação”. Os alunos
debruçaram-se sobre o atividade e utilizaram o papel isométrico e em seguida o GeoGebra.
Diante do problema abordado, após a compressão e identificação das variáveis
envolvidas no problema, os alunos foram instigados a buscar mecanismos através de várias
estratégias de resolução, usando seus conhecimentos prévios, identificando quais as
informações contidas no problema e a relação entre os dados da questão.
Nesta etapa foi um dos momentos mais importante na construção da compreensão
do conteúdo de Geometria Básica, pois é onde ocorre o processo de discussão entre professor
e aluno. Vale ressaltar que nessa fase o aluno se torna protagonista na busca por estratégias de
soluções a respeito do problema e a professora fez as intervenções somente quando
necessário.
63
A partir dessas discussões surgiram os questionamentos dos sujeitos investigados
sobre o problema proposto durante a aula, utilizando os recursos tradicionais e os
tecnológicos para responder a questão proposta em sala de aula.
De acordo com Souza (2013), os questionamentos podem surgir dos alunos ou
serem propostos pelo professor de maneira variada. Em sua maioria, surgem por parte dos
alunos no momento em que se debruçam sobre os dados contidos no problema, originando-se
a partir daí as reflexões, hipóteses e formulações, na busca de caminhos que conduzam à
solução de problemas.
Os alunos se debruçaram sobre a questão do paralelogramo de duas maneiras: de
forma convencional e o com o uso do software GeoGebra. No primeiro, conforme a figura
abaixo usaram lápis e papel isométrico desse modo não houve questionamento por parte dos
referidos, pois utilizaram seus conhecimentos prévios para resolver a questão e não
apresentaram dificuldades, a seguir a figura apresenta como foi construído o paralelogramo.
Figura 15- Construção do paralelogramo no papel isométrico pelos alunos.
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2013.1
Em seguida, apresentaram a segunda maneira de resolver o problema proposto,
desta vez utilizaram o software GeoGebra, os referidos desenharam o paralelogramo usando
as ferramentas do aplicativo, que a priori tiveram algumas dificuldade de manuseia-lo, pois
não tinham conhecimento da funcionalidade do mesmo, os alunos tiveram a oportunidade de
buscar essa familiarização do GeoGebra por meio de descobertas desafiadoras a professora
por sua vez fez intervenções somente quando necessário, assim ao se debruçarem nas
ferramentas do software fizeram o paralelogramo apresentado na figura a seguir.
64
Figura 16 - Construção do paralelogramo no GeoGebra pelo aluno.
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2014.1
No entanto, diante dessas apresentações, os alunos apontaram algumas
dificuldades em trabalhar o conteúdo de Geometria, bem como a resolução do problema
proposto, levantando alguns questionamentos, que se sucederam a seguir:
[...] Por que os valores da altura do paralelogramo no GeoGebra deu 7,21, sendo
que no problema exposto no papel é 6?
[...] A reta inclinada apresentou valores diferentes da reta perpendicular, por
quê?”;
[...] Por que o valor da área usando o GeoGebra dá igual ao do papel e o perímetro
diferente?
[...] O ângulo interfere nos resultados?
[...] Qual a razão do GeoGebra não apresentar a resposta correta?
[...] Não consigo entender essa diferença dos resultados.
Como os alunos nessa atividade estão vivenciando outras experiências e
aprendizagens, a professora começou a intervir com indagações e contraexemplos que
levavam os alunos a refletirem sobre os dois recursos utilizados, indagando-os: [...] “vocês
ainda se recordam de alguma propriedade das construções e desconstruções geométricas”?
[...] Será que todo quadrilátero é quadrado? [...] O ângulo interfere no resultado da área e
perímetro? [...] lembram das composições e decomposições das figuras? E da formação dos
ângulos?
Após as mediações, os sujeitos investigados começaram a recordar os conceitos
matemáticos, adquiridos em anos anteriores de suas formações e compreender as vantagens
que a metodologia de ensino da SF traz para o ensino de Matemática.
65
Entretanto, Alves (2011, p.154) propõe que nesta fase o professor deva provocar
situações de conflitos cognitivos, explorando a percepção e a intuição deles sobre o
conhecimento, estimulando-os para trocar ideias a respeito do conhecimento em jogo.
Para consolidar as dúvidas e dificuldades dos alunos sobre o problema proposto
na próxima etapa apresentaram os caminhos trilhados para chegar às soluções da questão.
3ª etapa: Solução
Ao iniciar a fase “Solução”, os alunos foram chamados a apresentar as soluções
de como resolveram o problema proposto, mediante as representações dos objetos
construídos, através de esquemas ou modelos que visem à solução do problema inicial,
usando o papel isométrico e o software GeoGebra.
Durante suas construções, a professora manteve a postura de mediadora do
conhecimento, explicando também que o GeoGebra facilitava a elaboração e a visualização da
figura com mais precisão.
No primeiro momento desta etapa, o aluno F2 apresentou a estratégia utilizada
para chegar à solução do problema o papel e caneta, considerado nesta pesquisa como modelo
tradicional, conforme a figura a seguir:
Figura 17 - Resolução do problema pelo aluno.
Fonte: Imagem ilustrativa da aula 2013.2
Em outro momento desta SD, a aluna C1 iniciou a apresentação da solução do
problema proposto a partir das indagações da professora descrevendo que para resolver a área
e o perímetro do problema no GeoGebra teria que pensar nas famílias que compõem o
paralelogramo, na construção e desconstrução da figura, traçar retas perpendiculares para
66
formar ângulos de 90°, transformando em um retângulo, que dessa forma a área e o perímetro
seria igual ao resolvido no papel isométrico. (Ver figura 18).
Figura 18 - Resposta do aluno na resolução do problema no GeoGebra.
Fonte: Imagem Ilustrada da aula 2014.1
A aluna F1, ainda traz sua concepção complementando que o GeoGebra é muito
preciso e detalhista, pois qualquer movimento requer uma nova forma de pensar sobre todos
os elementos necessários para a solução do problema, por isso ao inclinar a reta para desenhar
o paralelogramo apresenta valores diferentes, a partir dessa inclinação começa a interferir no
ângulo, então é preciso fazer a composição das figuras e transformá-lo em retângulo, assim os
valores da área e do perímetro darão iguais conforme os valores estabelecidos, ratificou a
aluna “achei muito interessante!”.
Noutro momento, o aluno G1 traz sua opinião [...] frente a essa concepção do
aluno F1, fica claro por que o GeoGebra não apresenta, nesse caso do paralelogramo, a
resposta correta, pois existem outros fatores que precisam ser analisados, como: ângulos, a
movimentação e inclinação, assim conseguir entender as diferenças nos resultados.
Quanto à professora sobre estes aspectos, é preciso fazer as mediações respeitando
o tempo que o aluno precisa para resolver o problema através da maturação. Apesar dos
alunos possuírem ritmos diferentes no desenvolvimento de suas atividades, ajustou-se esse
tempo de acordo com os tipos de situações estudadas, ao rendimento dos referidos em relação
à exploração do problema e ao que pretende realizar no tempo total da aula.
O importante foi que, durante essas consolidações para a resolução do problema,
os membros envolvidos tiveram a oportunidade de trocar informações, opiniões e ideias
provocando outras discussões diante do problema.
Finalizando esta etapa, a professora então partiu para a próxima fase, considerado
como a última etapa da SF.
67
4ª etapa: Prova
Finalizando esta etapa, a docente apresentou a formalização do conhecimento,
utilizando a linguagem cientifica da matemática. Desta forma, terminou a aula fazendo a
conexão entre os modelos apresentados e o modelo matemático científico. A professora
apresentou ainda as devidas mediações a partir do conhecimento adquirido do sujeito como
meio prático e otimizado para chegar a resposta do problema. Esta fase “Prova” constitui a
finalização da aula constituindo um novo conhecimento do conteúdo abordado.
Ao final da aula para consolidar as respostas do problema o aluno A1, destaca que
[...] diante dessas explanações constatou-se que o quadro interativo entre a SF e o software
serviu para facilitar a transposição do conhecimento matemático, favorecendo a
movimentação dos objetos geométricos, dando-lhes outras possibilidades de serem
analisados, proporcionando melhor compreensão na aprendizagem, propiciando ainda um
feedback de imediato na construção das figuras em movimentos impossíveis de serem feitos
no quadro convencional ou no caderno do aluno.
De acordo com Souza (2013), uma das características importantes na aplicação da
SF é a realização de forma sequencial, de todas as suas etapas, afirmando que só assim pode-
se produzir os resultados esperados na aprendizagem.
A fim de consolidar o conteúdo abordado, após o término das aulas, a professora
incentivou à participação dos alunos na Plataforma TelEduc explorando as ferramentas fórum
de discussão e portfólio sobre o tema da aula.
Portanto, ao final dessas etapas a professora, apresentou o quanto é importante a
realização das SD, pois a partir das reflexões durante a execução das etapas se deparou com
inúmeras possibilidades que a SF com GeoGebra podem oferecer para o desenvolvimento dos
conteúdos de forma construtivista, provocando outros conhecimentos nos sujeitos desta
pesquisa.
No próximo subtópico, descreve-se a 2ª SD, que se realizou nos semestres 2013.2
e 2014.2.
4.2.2 Segunda Sessão Didática - SD: frações equivalentes
Nos semestres de 2013.2 e 2014.1 também realizou-se a segunda SD, com a turma
da disciplina Tópicos de Educação Matemática do Curso de Pedagogia, do turno noturno da
FACED/UFC.
68
Nessa fase da pesquisa a professora trabalhou os conceitos de frações equivalentes
utilizando a metodologia de ensino SF, na qual buscou-se compreender a interação entre as
frações equivalentes com a Geometria Básica, mediante o estudo em material concreto, papel
e no GeoGebra.
Ressalta-se ao leitor que nesta SD o problema a ser investigado foi o
conhecimento dos alunos em relação à interação das frações equivalentes com a Geometria
Básica embasada na metodologia da SF com o uso do GeoGebra.
No entanto, antes de apresentar o problema sobre o conteúdo de frações
equivalente à professora fez a sondagem acerca do plateau dos alunos em relação ao conteúdo
estudado. Realizou-se a atividade em três momentos, a saber: compreensão e interpretação do
texto „Reaprender frações por meio de oficinas pedagógicas: desafio para a formação inicial‟;
o estudo da escala Cuisinàire; e o Tangram para o estudo de frações equivalentes com o
GeoGebra, essa atividade permitiu, o aluno, a explorar a relação da Geometria com as
equivalências das frações, a fim de ratificar se já eram detentores de seus conceitos.
Diante das ações da professora, no início da aula, identificou-se o estabelecimento
de um “contrato didático” feito na forma explícita e unilateral, dela para os alunos. Brousseau
(1996, p. 69) é muito claro e direto quando diz que o contrato didático é uma “relação que se
estabelece toda vez que um professor e seus alunos reunem-se em torno de um
conhecimento”. Segundo o autor, esse contrato é um conjunto de regras de comportamentos
que ocorre dos dois lados, em que, cada sujeito da relação didática, implícita ou
explicitamente, espera um do outro.
A ideia nessa aula foi entender qual a relação da Geometria com as frações
equivalentes e a importância de ser compreendida na formação matemática do pedagogo, bem
como suas influências no desenvolvimento matemático dos alunos do ensino fundamental.
Nesta sessão procurou-se relacioná-las e entendê-las sobre outros aspectos e recursos
utilizando o GeoGebra.
Depois do acordo, iniciou-se o primeiro momento da aula com a leitura do texto
“Reaprender frações por meio de oficinas pedagógicas: desafio para a formação inicial”, a
partir da leitura deste texto realizou-se um estudo das frações equivalentes utilizando a escala
Cuisinàire,no papel e no GeoGebra. A figura 19, a seguir, exibe a escala construída pelos
alunos do Curso.
69
Figura 19 – Construção da escala Cuisinàire em sala de aula.
Fonte: Imagem ilustrativa da aula 2014.1
Nesse momento, a professora apresentou os recursos utilizados durante a aula para
a compreensão do problema, solicitando que os alunos fizessem a escala observando suas
composições para o estudo de frações equivalentes e Geometria. Identificou-se aqui, a
primeira etapa da SF a “Tomada de posição”.
Discutiu-se nesta etapa, que os alunos percebessem que ao ser lançado o problema
se debruçassem nas explicações e amadurecessem as estratégias para se chegar à possível
solução e entender a relação da Geometria com as frações equivalentes, visto que já passaram
pela primeira SD.
O processo de mediação da professora foi importante para levar os alunos a
construírem o conhecimento, dando-lhe possibilidade de eles próprios investigarem a dada
situação para obter „conceitos de forma significativa‟, através da resolução do problema. Na
concepção da metodologia de ensino da SF apresentada em Borges Neto et al. (2007, p.7)
prevê que é tarefa do professor é “preparar o ambiente, conquistar, orientar e preparar seus
alunos”, em todas as etapas da SF.
O aluno B2 em relação às etapas complementa que [...] as etapas da SF foram de
suma importância para sua aprendizagem, pois a partir do acompanhamento das etapas, tive
mais segurança para manusear o GeoGebra, e construir a escala e as figuras geométricas.
Nesse momento da pesquisa os alunos foram estimulados a trabalhar de forma colaborativa,
interagindo entre eles para se chegar às diversas estratégias para a resolução do problema.
Depois dessa etapa, iniciou-se a segunda fase “Maturação”. Os alunos
debruçaram-se sobre a atividade proposta e utilizaram o GeoGebra para construir as frações
equivalentes.
70
Durante esta etapa, os alunos apresentaram quais foram as estratégias utilizada
para entender as equivalências das frações usando o GeoGebra, esse momento da aula foi
fundamental, pois eles se debruçaram no problema proposto e consolidaram a aprendizagem
dos conteúdos. A figura a seguir mostra a construção realizada pelos alunos.
Figura 20– Construção da escala Cuisinàire no GeoGebra.
Fonte: Imagem ilustrativa da aula 2014.1
A figura acima mostra que os alunos utilizaram as ferramentas do software para
construir a escala e a partir pode-se compreender as equivalências das frações. Após concluir
esse momento o aluno M2 apresenta o caminho percorrido para se chegar nesse entendimento.
Inicialmente desenhei a Escala Cuisenàire, (ver figura 20) visto que já havia
estudado nas aulas anteriores em seguida peguei a barra de 2 cm no caso a vermelha
considerei como todo, depois tive que perceber que tinha que pegar partes que coubesse nesse
todo no caso utilizei 2 barra de 1 cm, (ALUNO M2).
Nesta etapa, a preocupação da professora foi estabelecer relações que provocasse
questionamentos e discussões, instigando os alunos a compreender o problema, criando
hipóteses e tecendo conjecturas do conhecimento explorando o próprio ambiente digital,
deixando-os a vontade, sem fazer nenhuma intervenção. Assim, diante da figura acima a
professora fez a seguinte pergunta: Quantas barrinhas cabem na barra amarela, no verde-claro
e na laranja descrito na tela do software?
[...] como a barra amarela compreende 5 cm, tenho três possibilidades que são 4 +1,
3+2, 1+1+1+1+1, visto que todas são complementares do inteiro da barra. Já na
verde-clara representa 3 cm, posso pegar 2+1 e 1+1 e a barra laranja compreende a
10 cm, assim posso representar de nove maneiras mas na imagem acima representei
de duas formas, 1+1+2+2+1+2+1 e 2+5+3, assim como essas parte complementa o
inteiro pode-se dizer que elas são equivalentes, (ALUNO F2)
71
Observa-se que os alunos apresentaram as estratégias para se chegar solução da
questão proposta, considerando erros e acertos como partes importantes no aprendizado.
Dessa maneira, os mesmos entendem que a metodologia de ensino SF aponta
caminhos que os norteiam para o desenvolvimento de suas aprendizagens, contribuindo para o
aprimoramento dos conhecimentos de forma significativa, além do mais a mesma proporciona
outras formas de visualizar, entender e compreender a Matemática.
Terminada esta etapa, iniciou-se a fase “Solução”, neste momento os alunos
foram chamados a apresentarem suas soluções, mediante as representações das frações
equivalentes construídas com a escala Cuisinàrie e no GoeGebra e interagindo com as figuras
geométricas do Tangram.
Ao término da atividade, foi solicitado aos mesmos que debatessem sobre as suas
impressões e sobre as contribuições e dificuldades no manuseio da escala para o ensino das
frações equivalentes. Esperava-se que os sujeitos percebessem essa potencialidade do
material, o que de fato fica evidente na fala de alguns alunos, os depoimentos a seguir
indicam que os alunos acreditam que o trabalho com material concreto e no GeoGebra auxilia
na aprendizagem.
Ao se apropriarem dos conhecimentos da metodologia SF os alunos trazem nesta
etapa a resolução do problema proposto e consequentemente mostram as novas aprendizagens
consolidadas dos conteúdos abordados através dos fundamentos teóricos preconizados pela
referida SF.
Ao iniciar as discussões no primeiro momento o aluno O2 apresenta seu ponto de
vista afirmando [...] fica muito mais simples quando você pega o material e começa a
trabalhar, comparar e utilizar. Então, essas possibilidades, de usar o material auxiliam muito
na resposta.
Em outro momento o aluno P2 complementa [...] a primeira vez que eu peguei o
material, eu tive um pouco de dificuldade, mas assim, que comecei a contextualizar, fazer
uma relação com o material, você realmente entende o que está fazendo, não vai só pela regra
que foi passada. Ainda sobre esse contexto o aluno B1 complementa
[...] a relação percebida é que através desta escala é possível aprender vários
conceitos matemáticos, inclusive às frações equivalentes. Uma vez que na escala as
quantidades são indicadas pelas cores das barras, pode-se pegar uma quantidade, por
exemplo, a barra marrom que equivale a 8 e juntar outras barras diferentes que
equivalerão a 8, como: 1(bloco laranja) +2 (barra lilás)+5 (barra amarela). Existem
várias outras formas de representar as frações através desta escala.
72
O trabalho com escala Cuisenàire foi importante ao possibilitar que o aluno possa
visualizar a relação entre as frações equivalente, de forma lúdica. Mesmo que o aluno seja do
ciclo do fundamental, poderá dispor do comparativo que as figuras sólidas permitem na
construção de uma fração.
Ao trabalhar com as barras, por associação pode-se produzir e representar o
resultado esperado. Percebeu-se que a SF com o uso do material tanto no papel isométrico
como no GeoGebra proporcionou a reflexão sobre as características e propriedades das
frações e relaciona-las com a Geometria, neste momento utilizou-se o Tangram auxiliando os
alunos a minimizar suas dificuldades e dúvidas durante o Curso.
No intuito de apresentar a validação da aprendizagem das frações equivalentes
interagindo com a Geometria Básica seguindo as etapas da SF, os alunos construíram o
Tangram com a finalidade de apresentar o ponto em que ambas interagiram. A figura abaixo
apresenta o resultado da construção da composição das figuras caracterizando o Tangram.
Figura 21– Construção da Tangram no GeoGebra
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2014.1
Percebe-se na imagem acima que a partir da construção do Tangram utilizando o
GeoGebra, os alunos apresentaram suas percepções em relação a cconstrução, desconstrução,
comparação, composição, decomposição e equivalências a partir das sete peças do Tangram.
Frente a essas discussões foi bastante interessante, pois a partir dessas duvidas e
dificuldades nesta construção a professora interviu apresentando contraexemplos e
questionamentos com a finalidade de conduzi-los a compreender a composição do Tangram,
tanto no papel como no GeoGebra.
O aluno G2 comenta [...] os dois momentos evidência as possibilidades de um
mesmo desafio. O que, ao final, já provocou um novo sistema de acomodação do
73
conhecimento e o resgaste de informações que tinha sobre as figuras. Neste caso, a questão de
resgaste de um conhecimento passado e sua utilização mais lúdica no ambiente virtual.
Assim, com base nessas discussões F1 apresenta sua concepção [...] através da
figura acima consegui sanar algumas dificuldades, no qual pode entender que a partir das 7
peças do Tangram pode-se compreender que para compô-las é preciso ter uma percepção de
construção e desconstrução das figuras geométricas, além do mais ao sobrepor essas peças
ainda mim permite estudar as frações equivalentes.
Diante disto é evidente que a proposta de ensino SF contribuiu significativamente
nessas atividades, uma vez que mediante as dificuldades em compreender o problema, a
metodologia de ensino norteou aos alunos a concretizar a aprendizagem.
Para intensificar essas discussões os alunos foram instigados a utilizar o ambiente
virtual, de modo que houvesse o compartilhamento de informação no TelEduc ajudando-os na
compreensão dos conceitos matemáticos contribuindo para o desenvolvimento da
aprendizagem, neste ambiente os alunos buscava socializar o que foi discutido durante a aula,
utilizando as ferramenta fórum de discussão e portfólio, neles expressavam suas opiniões e
concepções.
Finalizando esta etapa a professora partiu para a fase da “Prova”, explicando as
soluções propostas pelos alunos e formalizando, então, o conhecimento, utilizando a
linguagem científica da matemática. Desta forma, terminou a aula fazendo a conexão entre os
modelos apresentados e o modelo matemático científico. A SF foi de fundamental
importância porque proporcionou aos alunos outros conhecimentos em relação à Geometria e
as frações equivalentes de forma plena e significativa.
Outras constatações estão nas figuras da primeira SD que serviram para facilitar o
conhecimento matemático, visto que a construção dos objetos geométricos proporcionou
melhor compreensão para a aprendizagem dos alunos.
Dessa forma, a interação das frações equivalentes com as figuras geométricas
desenvolvida nesta pesquisa gerou outras aprendizagens sobre o conhecimento matemático
dos alunos da Pedagogia.
4.3 As concepções dos alunos de Pedagogia sobre o uso da SF no ensino de Matemática
na plataforma TelEduc
A partir dos dados descritos e analisados acima, nesse tópico apresentam-se as
concepções dos alunos do Curso de Pedagogia em relação à metodologia de ensino SF para o
74
desenvolvimento do ensino de Matemática com o uso do GeoGebra, aplicados durante as
aulas nos semestres 2013.2 e 2014.1, no ambiente virtual TelEduc.
Assim, dentre as ferramentas existentes na plataforma optou-se pelo portfólio
como instrumento para as análises das atividades realizadas durante os semestres. É
importante ressaltar que as concepções dos alunos se deram mediante a execução das sessões
didáticas.
Lima (2007) destaca que o TelEduc é um ambiente virtual gratuito destinado a
criação, participação e administração de cursos na Web e se distingue das demais plataformas
pela facilidade e flexibilidade quanto a sua funcionalidade e operacionalidade.
Os ambientes virtuais representam possibilidades, flexibilidade de troca de
experiências e envolvem aspectos importantes no processo de crescimento tanto do professor
quanto dos alunos em que operar com o GeoGebra amplia e modifica o espaço e as
oportunidades de aprender, além de dinamizar as práticas pedagógicas.
Por se tratar de um ambiente que propiciou flexibilidade para os alunos num
espaço virtual, deu oportunidade dos mesmos expor suas dúvidas, trocam de informação,
percepções e concepções sobre os conteúdos que foram abordados.
Nesse ambiente a colaboração virtual auxiliou no processo de desenvolvimento
cognitivo visando à construção coletiva de conhecimentos, através do compartilhamento de
experiências, informações, dúvidas e descobertas em tempo real.
A utilização da plataforma abriu diferentes possibilidades e oportunidades
educacionais, entretanto, é preciso que seja utilizada como instrumento de criação, expressão
e comunicação, vale lembrar que toda fundamentação ocorreu seguindo as preconizações das
etapas da SF.
Desse modo, em relação às concepções dos alunos sujeitos desta pesquisa,
identificou-se por meio das análises de suas falas e escritas acerca da metodologia de ensino
SF, apresentando suas opiniões de como a mesma contribui para o desenvolvimento em suas
aprendizagens, além de oferecer mais aproximação na relação entre professor e aluno.
[...] acredito que a SF, é uma metodologia válida, pois proporciona significação no
ensino e aprendizagem através de suas etapas, visto que o conhecimento é
construído pelo aluno, ou seja, dá-se a oportunidade do aluno criar seu espaço de
autonomia, assim, sem dúvida a aula fica mais interessante, instigante e proveitosa,
tornando o aluno um sujeito ativo na sala de aula. O professor como mediador,
permite essa "atuação" do aluno na construção do conhecimento que se pretende
ensinar e, consequentemente, uma aprendizagem satisfatória desse aluno. Já no
ensino de Matemática, principalmente, a SF, pode facilitar para os alunos a
compreensão sobre os assuntos considerados difíceis e abstratos, (ALUNO, F1).
75
Percebe-se nesse comentário, que as discussões durante as aulas, concretizaram
uma aprendizagem significativa, já para F2, a SF lhe proporciona outro conhecimento, além
do mais propiciou mais segurança e autonomia para o desenvolvimento intelectual sobre o
ensino de Matemática.
Em seguida o aluno G2 comenta
[...] é de suma importância para a construção do conhecimento, pois permite que os
alunos sejam ativos no processo de aprendizagem, nesse sentido entendo que a SF
vem a ser uma metodologia que proporciona a produção de conhecimentos a partir
das experiências dos conhecimentos prévios, além disso, a docente trabalha de
forma planejada e organizada de acordo com as etapas propostas (tomada de
posição, maturação, solução e prova) ainda incentiva os alunos a participar mais das
aulas e consequentemente aprimorar a aprendizagem.
Sousa et al (2013) ressalta que a SF visa que o professor proporcione ao aluno a
reprodução das etapas do trabalho de um matemático quando este está diante de um problema,
a saber: apropriasse dos dados da questão, desenha e desenvolve diferentes possibilidades de
solução verificando possíveis erros que possam surgir e verificar os resultados encontrados no
sentido de encontrar a solução mais geral.
G2 ainda complementa que a proposta da SF trouxe para a sala de aula uma
maneira diferente de ensinar e aprender. O professor não é mais o detentor de todo o saber, ele
é um mediador que proporciona que o aluno desenvolva seu raciocínio, construindo, assim,
seu saber.
A finalidade de trabalhar com o ambiente virtual TelEduc era para que diante
desses processos de ensino e de aprendizagem os membros envolvidos nessa pesquisa
tivessem mais ferramentas para aprimorar seus conhecimentos, visto que com os avanços da
tecnologia no cenário educacional propicia a utilização desses recursos para auxiliar na troca
de informação e consequentemente contribuiu para o desenvolvimento da compreensão dos
conteúdos.
Assim, com os relatos dos alunos sobre o ambiente virtual com a metodologia de
ensino SF, evidenciam que ela traz contribuições significativas para a compreensão dos
conteúdos abordados nesta pesquisa.
Portanto, a partir dessas concepções apresentadas pelos alunos percebeu-se que os
mesmos demonstram resultados positivos em relação aos conteúdos abordados durante as SD,
visto que todo esse processo se deu com o acompanhamento da professora utilizando a
metodologia de ensino da SF. Dessa forma, fica evidente a proposta de ensino da SF
contribuindo de forma significativa para a formação matemática do pedagogo.
76
No próximo tópico, descreve-se as analises dos dados das SD em resposta a
hipótese levantada, apresentando quantitativamente os resultados obtidos e quais foram as
contribuições que a metodologia de ensino SF, trouxe para o desenvolvimento da
aprendizagem em relação ao conhecimento matemático dos alunos do Curso de Pedagogia.
77
5 ANÁLISE DOS DADOS DAS SESSÕES DIDÁTICAS APLICADAS NO ENSINO DE
MATEMÁTICA PARA A FORMAÇÃO INICIAL DO PEDAGOGO
Nesse capítulo, descreve os resultados obtidos durante o desenvolvimento dessa
pesquisa. Na perspectiva de Borges Neto (2013) para metodologia de ensino, Van Hiele
(1986) para o desenvolvimento da geometria e Santos (2007); Piaget (1997) para o
entendimento das frações equivalentes. Analisaram-se duas categorias definidas como:
Sessões Didáticas SD e os Conteúdos de Matemática. Registram-se também as observações
diretas além dos relatos dos alunos no fórum de discussão e portfólio do ambiente virtual
TelEduc. Ao longo das analises, discute-se as falas, fotos durante as aulas.
Neste estágio da pesquisa apresenta-se a relevância da metodologia de ensino SF
para a educação, e em particular para o ensino de Matemática, especificamente para os
conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes com o uso do software GeoGebra
visando à construção de outros conhecimentos sobre para a formação matemática do
pedagogo.
O foco foi mostrar os aspectos fundamentais da metodologia de ensino SF e das
SD, que teve como objetivo nesta pesquisa contribuir com o desenvolvimento da autonomia
dos alunos durante a aprendizagem. De acordo Souza (2013) afirma que a SF traz uma
eficácia nos resultados da aprendizagem, em decorrência da aplicação das Sessões Didáticas,
que requer em sua execução a vivência dos aspectos fundamentais entre professor e aluno.
Em tese para resposta concreta ao foco problema desta dissertação, obteve-se um
resultado positivo e satisfatório durante a realização das SD, no qual os aspectos fundamentais
expostos nas figuras acima representam ações cruciais para a concretização da aprendizagem
e do conhecimento em relação aos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes e
consequentemente a contribuição na formação matemática dos alunos do Curso de Pedagogia,
visto que os mesmos foram sujeitos desta pesquisa.
Então, as ações desenvolvidas entre a professora e os alunos, com a aplicação das
etapas (Tomada de posição, maturação, solução e prova) com base nos aspectos fundamentais
em torno do saber a ser constituído foi o grande diferencial em relação ao que ocorre nas aulas
com o ensino tradicional.
Para Souza (2013) ainda destaca que a ideia foi incentivar a professora a conduzir
a aula de maneira didática e eficaz sobre a sua prática pedagógica, no qual propiciou a
participação ativa dos alunos durante todo o processo de ensino e de aprendizagem.
78
No que diz respeito ao objeto de estudo desta dissertação, considerou-se
pertinente expressar as contribuições da SF sinalizada pela metodologia de ensino da referida
sequência, seguida da pesquisa de natureza quali-quantitativa, estudo de caso do tipo
descritivo-exploratório. Assim, por via de recorte, a pesquisa apresentou resultados
satisfatórios sobre a SF no ensino de Matemática, teve como foco elucidar, ratificar e desvelar
outros conceitos relacionados ao tema pesquisado e a formação inicial do pedagogo.
5.1 Analise e resultados das aulas na disciplina Tópicos de Educação Matemática
O objetivo desta dissertação foi analisar as contribuições da metodologia de
ensino SF com o uso do GeoGebra nos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes
no intuito de entender suas relações como conteúdos que podem ser trabalhados
paralelamente. Buscou-se compreender de que forma a SF e as SD com os recursos
tecnológicos contribuíram para o ensino dos conteúdos abordados e quais as percepções dos
alunos do Curso de Pedagogia no contato com a referida sequência e o GeoGebra.
Por tratar-se uma pesquisa específica, preencheu lacunas em relação a outros
estudos já investigados na Geometria Básica e frações equivalentes, na medida em que se
debruçou sobre uma metodologia de ensino na formação matemática do pedagogo utilizando
a SF, o qual poderá ter interesse para a educação em geral e, em particular para a UFC.
Em resposta a hipótese do estudo a de que, a realização das SD da SF com o uso
do GeoGebra, na compreensão dos conteúdos de matemática possibilita mudanças de posturas
a serem adotadas pelo aluno, bem como a mediação do professor sinalizando para o
desenvolvimento na aprendizagem da formação matemática do pedagogo
Desse modo, a análise da experiência e das observações durante a coleta de dados,
permitiu constatar que assim como a literatura levantada apontou as bonificações da
metodologia de ensino SF e o contato com as práticas ao longo das SD pode auxiliar na
formação matemática do pedagogo. A realização das atividades permitiu aos alunos uma
oportunidade de troca de saberes, reflexões sobre as características importantes envolvendo a
Geometria Básica e as frações equivalentes.
Apoiada na literatura sobre o ensino de Geometria Básica e frações equivalentes
observou-se a existência de certos erros não aleatórios e obstáculos que surgiram durante a
aprendizagem dos conteúdos. Foi possível observar que as principais dificuldades dos alunos
foram compreender a ideia da relação dos conteúdos na construção e desconstrução das
figuras e as frações em suas representações e equivalências.
79
Acerca das SD realizadas durante os semestres 2013.2 e 2014.1, que se
concretizou as contribuições da SF sobre os conceitos e aprendizagem dos conteúdos
matemáticos e a formação matemática do pedagogo. Isso ocorreu ao final de cada período
com as análises das categorias, subcategorias, dos portfólios e avaliações utilizando o
GeoGebra mediante os registros na plataforma TelEduc.
De acordo com Souza (2013), a avaliação da aprendizagem preconizada pela SF
pode ser realizada por vários meios como: exercícios orais, escritos, computador, jogos dentre
outros, desde que estes permitam ao professor verificar se realmente houve a apreensão do
modelo geral pelos alunos.
Com as análises dos portfólios e avaliações da plataforma TelEduc, apresenta-se
os resultados acerca da concretização da aprendizagem dos alunos, no qual os mesmos
apontaram em seus discursos no ambiente virtual as bonificações que a referida sequência traz
para os processos de ensino e aprendizagem dos conteúdos de matemática, e
consequentemente a contribuição para a formação matemática do pedagogo.
Nessa avaliação, os alunos trouxeram as contribuições de forma significativa
ocorridas durante todos os semestres, dessa maneira pode-se constatar tais resultados com os
discursos e falas dos alunos, assim a L1 relata que
[...] não conhecia essa metodologia de ensino, mas ao estuda-la durante esse período
percebi o quanto ela é importante, pois me proporcionou o estimulo e a motivação
para enxergar a matemática de forma diferenciada, além do mais desperta a
criticidade e autonomia do aluno a construir suas próprias concepções e estratégias
para a resolução do problema, isso permiti ao aluno desenvolver melhor a sua
aprendizagem. Achei muito interessante! (ALUNO, L1).
Percebeu-se, diante desse discurso, que a maioria dos alunos não conhecia a
metodologia de ensino SF, mas ao ser apresentada e explorada pela professora tornou-se
muito relevante provocando impactos positivos sobre a aprendizagem dos alunos.
O aluno N2, também comenta sobre os conhecimentos da metodologia de ensino
SF durante a apresentação da docente, relatando o seguinte [...] professora, confesso que ainda
não conhecia essa metodologia, mas vejo que as propriedades e recursos que ela tem nos
possibilitar uma mudança de paradigma na educação e principalmente na matemática, pois
durante esse período consegui aprender alguns conceitos dos conteúdos abordados que antes
não os tinha.
Com esses comentários, entende-se que a metodologia de ensino da SF vem se
tornando cada vez mais dinâmico, pois provoca no aluno, dinamização e autonomia na
80
construção da aprendizagem. Observou-se no relato acima que após o aluno se apropria da
SF, obteve outras concepções acerca da educação e dos conteúdos matemáticos. Para a
validação da aprendizagem a docente no final de cada semestre lançou uma avaliação para os
alunos de acordo com os pressupostos da SF, desse modo, ela pedia para os alunos criar seus
próprios problemas e resolvê-los, visto que os mesmos até chegar nesse estágio já passaram
pela exploração dos conceitos.
Para analise e compreensão dos dados, neste estágio tratou-se como subcategorias
as quatro etapas da SF, “Tomada de posição”, “Maturação”, “Solução” e “Prova” e os
conteúdos de matemática. Para cada uma dessas subcategorias, apresentam-se os principais
elementos de análises, relacionando-os com os conhecimentos dos alunos.
Os dados explicitados no quadro 2 a seguir, trazem a análise da primeira fase da
observação a preliminar. Ressalta-se que, nesta fase, a professora já conhece a metodologia de
ensino SF e os conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes. Todavia, esta análise
teve o propósito de verificar os conhecimentos dos alunos em relação às categorias.
Quadro 2 - 1ª fase: Análise preliminar da pesquisa.
Fonte: Elaboração do autor.
CATEGORIA SESSÕES DIDÁTICAS
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Tomada de
Posição
Metodologia de ensino SF Não conhecia
Diagnóstico inicial (plateau) da SF Não conhecia
Apresentação do problema embasado na SF Não conhecia
Maturação
Identificação das variáveis e envolvimento
do problema fundamentado na SF
Tinha conhecimento, mas não de acordo
com o que preconiza a SF
Reflexões sobre a maturação do problema
com base na SF
Não conhecia
Valorização do erro Não conhecia
Estratégias de soluções do problema da SF Não conhecia
Solução Representação e organização de esquemas
de modelos que visem à solução do
problema preconizado pela SF.
Não conhecia
Análise do professor, junto aos alunos, dos
modelos apresentados.
Não conhecia
Prova
Formalização pelo professor do problema Não conhecia
Conexão entre os modelos apresentados e o
modelo científico ensinado.
Não conhecia
Finalização do processo levando o aluno à
elaboração do modelo geral do
conhecimento.
Não conhecia
CATEGORIA CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Geometria
Básica e
frações
equivalentes
Domínio dos conteúdos de matemática Tinha pouco domínio e algumas dificuldades
Uso da SF com o GeoGebra nos
conteúdos de matemática
Não conhecia
81
Observa-se na primeira fase das observações direta da pesquisa que nestas
primeiras aulas da disciplina Tópicos de Educação Matemática os alunos das duas turmas não
tinham conhecimento sobre a metodologia de SF, além do mais apresentava algumas
dificuldades na aprendizagem e domínio nos conteúdos de matemática, bem como o uso do
GeoGebra nos conteúdos.
O objetivo da professora neste momento da aula foi levar os alunos a conhecer,
explorar e compreender a SF com o uso do GeoGebra, como ela já trabalhava com a referida
metodologia nas suas ações, percebeu-se o empenho e a dedicação para que os mesmos
aprendessem e entendessem os conteúdos utilizando esses recursos.
A preocupação dela estava no desenvolvimento do conhecimento e que eles
buscassem autonomia de construir suas próprias estratégias de aprendizagem.
Ao apresentar a metodologia de ensino SF, deixou claro que o papel da referida
SF, era orientar o processo de reflexão a partir de perguntas esclarecedoras, estimuladoras e
contraexemplos em um dado problema.
Constatou-se, nesta fase, que o papel da professora foi fundamental, pois permitiu
quebrar alguns paradigmas, tais como: dinamicidade nas aulas; aulas planejadas;
acompanhamento durante a aprendizagem nos conteúdos de matemática a partir de
metodologias de ensino diferenciado centrado no ensino e aprendizagem com mais interação e
participação.
A análise dos dados expresso no quadro 3, apresentado anteriormente, permitiu
verificar que os alunos estavam distante do conhecimento desta metodologia e do uso do
GeoGebra nos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes.
O quadro 3 a seguir apresenta a segunda fase da pesquisa caracterizada como o
acompanhamento dos alunos, com a metodologia de ensino SF. Os dados apresentados
conforme o quadro a seguir diz respeito a analise das categorias da pesquisa, as Sessões
Didáticas SD e os conteúdos de matemática, nesse estágio da pesquisa expresso no quadro
abaixo apresenta os conhecimentos dos alunos após terem conhecido a metodologia SF com o
uso do GeoGebra.
Quadro 3 - 2ª fase: Acompanhamento dos alunos com a metodologia de ensino SF
CATEGORIA SESSÕES DIDÁTICAS
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Tomada de
Posição
Metodologia de ensino SF Já compreendiam a finalidade da SF
Diagnóstico inicial (plateau) da SF A professora explicou o que era o plateau da
SF, antes de apresentar o problema, deve-se
ser feito uma análise sobre o conhecimento
82
Fonte: Elaboração do autor
Os dados apresentados dizem respeito à análise da segunda fase compreendida nas
duas categorias da pesquisa, as SD e os conteúdos de matemática, nessa etapa os alunos
vivenciaram o momento de conhecer os fundamentos da metodologia e seu papel para o
desenvolvimento de suas aprendizagens utilizando as ferramentas do GeoGebra.
em jogo, para saber os pré-requisitos
necessários para a obtenção desse
conhecimento.
Apresentação do problema embasado na
SF
Conheceram com se dá a apresentação do
problema embasada na SF, através
simulações, localização no espaço, material
concreto, papel isométrico e software.
Maturação
Identificação das variáveis e envolvimento
do problema fundamentado na SF
Durante as aulas com ao passa pela primeira
fase houve a maturação a respeito das
estratégias para se chegar a uma solução do
conteúdo abordado.
Reflexões sobre o amadurecimento do
problema com base na SF
Amadureceram as ideias e aprendizagem
através das indagações, estímulos,
incentivos, contraexemplos e perguntas
levando-os a refletir sobre o problema.
Valorização do erro Conheceram o quanto é importante aprender
através do erro, pois a professora o tempo
todo nas atividades valorizava os erros e
incentivava-os a chegar ao acerto.
Estratégias de soluções do problema da SF Conheceram o quanto é fundamental essas
estratégias, pois os permitiram criar suas
próprias autonomias para chegar à resposta
do problema.
Autonomia da SF Sentiram-se livre para construir suas
estratégias de repostas.
Solução Representação e organização de esquemas
de modelos que visem à solução do
problema preconizado pela SF
Foram instigados a apresentar para a sala
quais foram às estratégias criadas para
chegar à solução. Os alunos explicaram
como as soluções construídas.
Análise do professor, junto aos alunos, dos
modelos apresentados.
Nesse momento, o professor fez os alunos
refletirem sobre o conteúdo.
Prova
Formalização do problema. Nesse momento os alunos já tomaram
conhecimento do problema, mas a
professora formalizou os modelos de
soluções construídas.
Conexão entre os modelos apresentados e
o modelo científico ensinado.
Explicação para os alunos das soluções
apresentadas por eles, fazendo a conexão
com o modelo científico.
Finalização do processo levando o aluno à
elaboração do modelo geral do
conhecimento.
Os alunos apresentaram para as turmas a
solução idealizada e o modelo geral do
conhecimento adquirido nessas aulas.
CATEGORIA CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Geometria
Básica e
frações
equivalentes
Domínio dos conteúdos de matemática Sanaram algumas dificuldades com a SF e
passaram a ter mais domínio dos conteúdos.
Uso da SF com o GeoGebra nos
conteúdos de matemática
Ao conhecer a SF com o uso do GeoGebra
nessa aulas passaram a internalizar em suas
aprendizagens as ferramentas.
83
No quadro 4 a seguir, permite verificar na prática como os alunos absorveram as
informações postas sobre a metodologia SF e os conteúdos de matemática com o uso do
GeoGebra, através da aplicação dessas recursos nas SD durante as aulas, especificamente
neste trabalho em duas SD.
Quadro 4 - 3ª fase: aplicação das SD nos conteúdos de matemática nos semestres 2013.2 e
2014.1
CATEGORIA SESSÕES DIDÁTICAS
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Tomada de
Posição
Metodologia de ensino SF Durante todas as atividades utilizaram a
metodologia,
Diagnóstico inicial (plateau) da SF Nas atividades perceberam o quanto foi
importante estimular os conhecimentos
prévios.
Apresentação do problema embasado na
SF
Aprenderam a utilizar outros meios que
represente a apresentação do problema.
Maturação
Identificação das variáveis e
envolvimento do problema fundamentado
na SF
Se debruçaram nas identificações das
variáveis em busca por estratégias de
soluções.
Reflexões sobre o amadurecimento do
problema com base na SF
Puderam trabalhar a parte da reflexão antes
de resolver o problema.
Valorização do erro Sentiram-se mais seguros, pois foram
convencidos da valorização do erro.
Estratégias de soluções do problema da
SF
Criaram varias estratégias como: papel
isométrico, observações no espeço em sala
de aula, e as ferramentas do GeoGebra, para
chegar na resolução do problema de forma
significativa.
Autonomia da SF Sentiram-se bastante satisfeitos, pois tiveram
liberdade para construir suas respostas.
Solução Representação e organização de esquemas
de modelos que visem à solução do
problema preconizado pela SF
Após conhecer o problema e amadurecer as
ideias, os alunos apresentam as estratégias
construídas para chegar as respostas.
Análise do professor, junto aos alunos,
dos modelos apresentados, com seus
possíveis erros.
Conheceram a importância da mediação da
professora para auxilia-los na formalização
da solução do problema.
Prova
Formalização do problema. Nesse momento os alunos já tomaram
conhecimento do problema, mas a
professora formalizou os modelos de
soluções construídas.
Conexão entre os modelos apresentados e
o modelo científico ensinado.
Compreenderam a conexão com o modelo
científico e matemático.
Finalização do processo levando o aluno à
elaboração do modelo geral do
conhecimento.
Os alunos apresentaram os conhecimento
adquirido nessas aulas para suas
aprendizagens de forma significativa.
CATEGORIA CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Geometria
Básica e
frações
equivalentes
Domínio dos conteúdos de matemática Após terem minimizado suas dificuldades,
através da SF, passaram ter mais domínio
dos conteúdos.
Uso da SF com o GeoGebra nos
conteúdos de matemática
Ao conhecerem a SF com o uso do
GeoGebra nessa aulas passaram a
84
Fonte: Elaboração do autor
Dessa forma, ao passarem por essas três fases os alunos apresentam nos quadros
seus conhecimentos em relação aos conteúdos de matemática antes e depois de conhecerem a
metodologia SF, na qual pode-se perceber que, após a apresentação e utilização da referida
sequência, os alunos progrediram em suas aprendizagens.
5.1.1 Análise dos instrumentos de coleta de dados
Nesta pesquisa, foram realizadas observações diretas com os sujeitos investigados
durante as SD nos semestres 2013.2 e 2014.1 (ver apêndice 1 e 2) nos conteúdos de
Geometria Básica e frações equivalentes com base nas categorias e subcategorias da pesquisa
como instrumentos para analisar os conhecimentos dos alunos através de fotos das aulas,
áudios, os portfólios e fóruns de discussão extraídos da plataforma TelEduc com a finalidade
de mostrar as contribuições significativas da SF para a formação matemática do pedagogo.
No momento das primeiras observações nos dois semestres, os alunos se
mostraram bastante contentes, por estarem participando da pesquisa.
Falaram livremente sobre a importância do uso desses recursos para os seus
conhecimentos, procurando saber como utilizavam em suas atividades, apontando as
dificuldades os desafios e as superações conquistando outras aprendizagens sobre os
conteúdos abordados.
O quadro 5 a seguir representa os resultados das respostas dos alunos no semestre
de 2013.2 em relação as três fases estabelecidas com o usos à SF e do GeoGebra para o
desenvolvimento da aprendizagem dos conteúdos matemáticos.
Quadro 5 - Resultados das respostas dos alunos em relação às categorias e subcategorias
internalizar em suas aprendizagens as
ferramentas.
Alguns apresentaram dificuldades em
utilizar o software.
Amostra 19 alunos Período de análise agosto a dezembro de 2013.2
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase
Categorias e
subcategorias
Antes da disciplina Durante a disciplina Final da disciplina
Descrição das respostas
dos sujeitos
Sim Não Satisfatório Insatisfatório Satisfatório Insatisfatório
Aluno A2 X X X
Aluno B2 X X X
Aluno C2 X X X
Aluno D2 X X X
85
Fonte: Elaboração do autor
Neste momento da investigação, apresenta-se quais foram os resultados obtidos
através dos instrumentos de análises utilizado em sala de aula, o quadro acima mostra as
respostas dos alunos com base nas três fases desenvolvidas durante a pesquisa.
Em 2013.2, foram 27 alunos matriculados, dentre esse total 21 do sexo feminino e
6 alunos do sexo masculino, sendo que no decorrer do período 8 alunos desistiram da
disciplina.
Neste semestre foi apresentada, discutida e aplicada a metodologia de ensino SF
com o uso do GeoGebra, com a finalidade de mostrar o desenvolvimento no processo de
ensino e aprendizagem dos conteúdos de matemática dos alunos do Curso de Pedagogia. O
gráfico 1 representa o progresso que houve durante esse período analisado nas três fases
realizadas durante a pesquisa.
Aluno E2 X X X
Aluno F2 X X X
Aluno G2 X X X
Aluno H2 X X X
Aluno I2 X X X
Aluno J2 X X X
Aluno L2 X X X
Aluno M2 X X X
Aluno N2 X X X
Aluno O2 X X X
Aluno P2 X X X
Aluno Q2 X X X
Aluno R2 X X X
Aluno S2 X X X X
Aluno T2 X X X
86
Gráfico 1 - Resultados obtidos das categorias e subcategorias de pesquisa de 2013.2.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE
SIM NÃO SATISFATÓRIO INSATISFATÓRIO
Fonte: Elaboração do autor
Percebe-se no gráfico 1, que no decorrer do semestre de 2013.2 a metodologia de
ensino SF contribui de forma significativa para o conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia em relação a aprendizagem dos conteúdos de matemática..
Em 2013.2, dos 19 alunos frequentes na turma do Curso de Pedagogia da
FACED/UFC, observou-se o desenvolvimento dos conteúdos de Geometria Básica e frações
equivalentes através das categorias e subcategorias de análises, concluiu-se que poucos
conheciam a referida SF, mas ao longo da disciplina foram se familiarizando e inserido a
metodologia em suas atividades, obtendo assim um resultado satisfatório na aprendizagem.
Nessa turma, na análise da 1ª fase, apenas dois alunos conheciam um pouco a
finalidade da SF, antes da disciplina, isso devido à leitura de alguns artigos e livro da referida
sequência, obtendo um percentual equivalente a 10,53% e 17 alunos ainda não tinham
conhecimento da referida metodologia, além do mais apresentavam algumas dificuldades no
domínio dos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, correspondendo um
percentual de 89,47%.
Passando para 2ª fase da análise, os alunos ao conhecerem a metodologia de
ensino SF, foram instigados a inserir em suas atividades as etapas de desenvolvimento
preconizado pela SF. Diante das discussões em sala de aula, os mesmos começaram a
compreender a finalidade da metodologia para o desenvolvimento de seus conhecimentos, e
as contribuições que ela traz para entender os conteúdos de matemática trabalhados nesta
pesquisa.
Durante esta fase, foi constatado que alguns alunos não conseguiram absorver o
objetivo da SF, bem como compreender os conteúdos abordados utilizando o GeoGebra, dos
19 alunos sete não conseguiram entender bem a finalidade dessas ferramentas aplicadas na
87
aula, correspondendo uma porcentagem de 36,84% de insatisfação, de acordo com a fala dos
alunos O2 e J2, extraídos das gravações durante as aulas, [...] precisamos nos aprofundar mais
nas leituras sobre a SF, pois a priori nos deixou algumas dúvidas principalmente na aplicação
de suas etapas nos conteúdos estudados e com a tecnologia não conseguimos sentir a
associação a finalidade dela para as aulas, afirmou os alunos.
Noutro momento, os alunos L2 e B2 ainda complementam, [...] vejo as
bonificações no GeoGebra, mas penso que ele não traz muitas contribuições, pois facilita
muito a resposta do problema proposto, isso se torna um fator grave devido não instigar do
aluno o raciocínio necessário para a resolução.
Desse modo, doze alunos conseguiram entender o intuito da referida metodologia,
equivalendo um percentual de 63,16% de satisfação, pode-se constatar essa satisfação nas
falas dos alunos extraídas de gravação no momento da aula, [...] conseguimos compreender
muito bem o objetivo da metodologia, com as etapas ela pode nos proporcionar um passo a
passo para se chegar à concretização da aprendizagem, (ALUNO A2 e B2).
Ainda de acordo com os alunos C2 e D2, [...] conhecer a SF foi muito bom, pois
para nos proporcionou outros caminhos para minimizar as dificuldades que tínhamos em
relação aos conteúdos abordados, principalmente as etapas. Foi muito importante!
Na última fase da análise, caracterizada como final da disciplina ocorreu à
aplicação das sessões didáticas (SD), nelas os alunos tiveram a oportunidade de utilizar os
conceitos preconizados pela SF nos conteúdos de matemática, se debruçando na metodologia
desenvolvendo suas aprendizagens e conhecimentos nas atividades propostas, assim
minimizando as dificuldades sobre a compreensão dos conceitos da Geometria Básica e
frações equivalentes.
Após aplicação, percebe-se que apenas três alunos ainda continuaram com
algumas dúvidas para compreender todo esse processo, equivalente a um percentual de
15,78% de insatisfação, mas segundo o aluno O2, [...] acho que ainda não consegui
compreender bem, por que tenho algumas dificuldades de aprendizagem devido a minha
formação anterior. Deve ser por isso, ressaltou o aluno.
Dessa forma, ao chegar no final da disciplina 84,22% dos alunos apresentaram
satisfação na aplicação das etapas durante as SD. Pode-se constatar mediante esses fatos que a
SF, com o uso da ferramenta tecnológica o GeoGebra contribui para o desenvolvimentos da
aprendizagem e do conhecimento para a formação matemática dos alunos do Curso de
Pedagogia.
88
A seguir, o quadro 6 apresenta os resultados obtidos das fases aplicadas no
semestre 2014.1.
Quadro 6 - Resultados das respostas dos alunos em relação às categorias e subcategorias
Fonte: Elaboração do autor
Em 2014.1 foram 13 alunos matriculados, dentre esse total 9 do sexo feminino e 4
alunos do sexo masculino, sendo que no decorrer do período 2 alunos desistiram da disciplina.
Neste semestre foi apresentada, discutida e aplicada a metodologia de ensino SF com o
uso do GeoGebra, com a finalidade de mostrar o desenvolvimento no processo de ensino e
aprendizagem dos conteúdos de matemática dos sujeitos investigados. O gráfico 2 representa
o progresso que houve durante esse período analisado nas três fases realizadas durante a
pesquisa.
Gráfico 2 - Resultados obtidos das categorias e subcategorias de pesquisa de 2014.1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE
SIM NÃO SATISFATÓRIO INSATISFATÓRIO
Fonte: Elaboração do autor
Amostra 11 alunos Período de análise fevereiro a junho de 2014.1
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase
Categorias e
subcategorias
Antes da disciplina Durante a disciplina Final da disciplina
Descrição das respostas
dos sujeitos
Sim Não Satisfatório Insatisfatório Satisfatório Insatisfatório
Aluno A1 X X X
Aluno B1 X X X
Aluno C1 X X X
Aluno D1 X X X
Aluno E1 X X X
Aluno F1 X X X
Aluno G1 X X X
Aluno H1 X X X
Aluno I1 X X X
Aluno J1 X X
Aluno L1 X X X
89
Observa-se no gráfico 2, que em 2014.1, dos 11 alunos, ao observar o
desenvolvimento dos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, através das
categorias e subcategorias, concluiu-se que poucos conhecia a referida SF e que ao longo da
familiarização e conhecimento da mesma, conseguiram incrementar em suas aprendizagens
obtendo um resultado satisfatório.
Nessa turma na análise da 1ª fase, apenas um aluno conhecia um pouco a
finalidade da SF, antes da disciplina, isso devido à leitura de alguns artigos e livro da referida
sequência, obtendo um percentual equivalente a 9,10% e 10 alunos ainda não tinha
conhecimento da referida metodologia, além do mais apresentavam algumas dificuldades no
domínio dos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes, correspondendo um
percentual de 90,90%.
Passando para 2ª fase da análise, os alunos ao conhecerem a metodologia de
ensino SF, foram instigados a inserir em suas atividades as etapas de desenvolvimento
preconizado pela SF. Diante das discussões em sala de aula, os mesmos começaram a
compreender a finalidade da metodologia para o desenvolvimento de seus conhecimentos, e
as contribuições que ela traz para entender os conteúdos de matemática trabalhados nesta
pesquisa.
Durante esta fase, foi constatado que alguns alunos não conseguiram absorver o
objetivo da SF, bem como compreender os conteúdos abordados utilizando o GeoGebra, dos
11 alunos três não conseguiram entender bem a finalidade dessas ferramentas aplicadas na
aula, correspondendo uma porcentagem de 27,27% de insatisfação, de acordo com a fala dos
alunos B1 e H1, extraídos das gravações durante as aulas, [...] ficamos um pouco confusos
pois, não conseguimos entender quais são as contribuições que ela pode trazer para a
aprendizagem, sentimos no vácuo em como aplicá-la quando estivermos em sala de aula.
Desse modo, nove alunos conseguiram entender o intuito da referida metodologia
equivalendo um percentual de 72,73% de satisfação, pode-se constatar essa satisfação nas
falas dos alunos extraídas de gravação no momento da aula, [...] vejo nessa metodologia
caminhos que vão nos orientar a entender de forma lúdica os conteúdos abordados e
consequentemente concretizar a aprendizagem de forma significativa, (ALUNO A1 e l1).
Ainda de acordo com os alunos A1 e C1, [...] essa metodologia nos proporcionou
outros caminhos para minimizar as dificuldades em relação aos conteúdos abordados,
principalmente as o desenvolvimento das etapas.
Na última fase da análise caracterizada como o final da disciplina ocorreu à
aplicação das sessões didáticas (SD), nelas os alunos tiveram a oportunidade de utilizar os
90
conceitos preconizados pela SF nos conteúdos de matemática, debruçando-se nas
oportunidades que a metodologia oferece, desenvolvendo suas aprendizagens e
conhecimentos nas atividades propostas, assim minimizando as dificuldades sobre a
compreensão dos conceitos da Geometria Básica e frações equivalentes.
Após aplicação percebe-se que apenas dois alunos ainda continuaram com
algumas dúvidas na compreensão do processo, equivalente a um percentual de 18,18% de
insatisfação. Assim, ao chegar ao final da disciplina 81,82% dos alunos apresentaram
satisfação na aplicação das etapas durante as SD.
Dessa forma, pode-se constatar mediante esses fatos que a SF, com o uso da
ferramenta tecnológica o GeoGebra contribui para o desenvolvimentos da aprendizagem e do
conhecimento para a formação matemática dos alunos do Curso de Pedagogia.
91
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No âmbito da temática estudada, a Sequência Fedathi na formação matemática do
pedagogo: reflexões sobre o ensino de Geometria Básica e frações equivalentes com o uso do
software GeoGebra, no qual almejou-se com objetivo geral analisar as contribuições da
metodologia de ensino SF com o uso das tecnologias digitais nos conteúdos de matemática
abordados durante esta pesquisa para a formação matemática do pedagogo.
No contexto da investigação desta dissertação, foi pertinente pesquisar, na esfera
da aprendizagem dos sujeitos do Curso de Pedagogia a importância de trabalhar a Sequência
Fedathi, com o GeoGebra como elementos fundamentais na construção de outros
conhecimentos, sendo uma questão relacionada aos aspectos pedagógicos-metodológicos, na
perspectiva de aplicar uma metodologia de ensino sistematizada, com a finalidade de
contribui na desenvoltura dos conteúdos matemáticos abordados neste trabalho.
Assim, esta pesquisa investigou a presença das sessões didáticas aplicadas nos
conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes embasadas nos pressupostos teórico-
metodológico da SF, mediante as etapas: tomada de posição, maturação, solução e prova,
verificou-se a partir dai as diversas estratégias didáticas que ajudou na formação matemática
do pedagogo. Dessa maneira, tecendo algumas considerações acerca dos resultados obtidos,
chega-se a resposta da pergunta desta pesquisa, destacando sua relevância e contribuições
para a área da Matemática, bem como sugestões para futuras pesquisas.
Os problemas solucionados neste estudo, em resposta aos objetivos, foram
elencados alguns problemas existentes no cotidiano do ensino de Matemática com o uso das
tecnologias digitais, bem como na formação matemática do pedagogo. Foi mostrado como se
dá a aplicabilidade dos conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes usando a
metodologia de ensino SF com o GeoGebra. Foram abordadas as diferentes estratégias de
ensino proposta pela SF apontando caminhos e ferramentas que auxiliaram no processo de
ensino e aprendizagem dos conteúdos abordados.
A finalidade deste trabalho foi apresentar a relevância das sessões didáticas,
fundamentada na SF com o uso do software como recurso didático-tecnológico nos conteúdos
matemáticos auxiliando na formação matemática do pedagogo. Com essa compreensão,
entende-se que é relevante trabalhar as sessões didáticas a partir do pedagogo, pois promoverá
nos alunos o desenvolvimento do raciocínio matemático, bem como outras oportunidades de
estratégias de ensino para a Matemática.
92
No decorrer das sessões didáticas aplicadas durante os dois períodos, observou-se
que a Geometria Básica e frações equivalentes foram trabalhadas com a finalidade de
apresentar suas associações em nível de estudo, diante disso os alunos foram instigados e
motivados a refletir sobre a vantagem de trabalhar com os conteúdos abordados de forma
planejada e organizada possibilitando outras oportunidades de visualizar e compreender a
Matemática.
A ideia de trabalhar os conteúdos paralelamente para mostrar que é possível fazer
uma interação entre os mesmos surgiu dos poucos estudos em relação aos conteúdos
abordados nesta pesquisa, uma vez que de um modo geral ocorre no ensino da Matemática,
assim foram construídas ao longo das aulas planejamento e sistematização de ensino que
buscou caracterizar todas as etapas das sessões didáticas, bem como a importância da postura
da docente em conduzir e mediar às aulas de forma dinâmica e organizada.
Ao longo das sessões didáticas os alunos apresentaram algumas dificuldades de
assimilarem os conceitos dos conteúdos abordados e suas aplicações, assim, com o uso da
metodologia de ensino SF com a utilização das tecnologias digitais possibilitou uma
aprendizagem significativa, envolvendo os mesmos na construção de outros conhecimentos na
Matemática. As atividades foram desenvolvidas com a participação ativa dos alunos
estimulando o raciocínio matemático e a interação entre docente e os discentes, aprendendo
com os erros e com as tentativas.
Para trabalhar os conceitos dos conteúdos de Geometria Básica e frações
equivalentes, as sessões didáticas propostas foram mediadas de modo que os discentes fossem
instigados a pensar sobre seus significados, utilizando para isso perguntas reflexivas,
questionamentos, indagações, contraexemplos e recursos diversos como analógico e digital
sendo considerados como ferramentas que auxiliou na aplicação da metodologia de ensino
durante as atividades propostas.
Dessa maneira, a discussão entre o docente e sujeitos da pesquisa estabelece uma
questão importante na aprendizagem, pois fortalece o foco de avança na direção de descobrir
as melhores estratégias, técnicas e metodologias de ensino, visando uma aprendizagem
significativa, que envolve também o desenvolvimento das habilidades e competências nos
conteúdos matemáticos.
Desse modo, as turmas 2013.2 e 2014.1 foram auxiliadas a entender as ideias de
composição e decomposição das figuras geométricas partindo da construção de conceitos
elementares observado no espaço da sala de aula e a utilização dos instrumentos pedagógicos
na realização das atividades, no qual mediante as intervenções nas sessões didáticas deveriam
93
compreender a construção e desconstrução das figuras a partir da composição das peças do
Tangram e escala Cuisinàire, para com isso serem explorados os conceitos convenientes à
formação dos conteúdos abordados. Com esta metodologia, trabalhou a aplicação das sessões
didáticas para o desenvolvimento da aprendizagem na Geometria Básica e frações
equivalentes, constituindo o aprimoramento na formação matemática do pedagogo.
Assim, destaca-se nessa mediação que a docente teve toda atenção para não
fornecer o passo a passo para a resolução dos problemas propostas durante as atividades, mas
em vez disso propiciou a oportunidade de construírem seus conhecimentos, partindo de suas
próprias ações sobre o objeto estudado.
O uso da SF com o GeoGebra se tornaram recursos didáticos para auxiliar os
discentes a compreender e entender os conteúdos de Geometria Básica e frações equivalentes
através das etapas das sessões didáticas, onde os objetivos foram distintos de acordo com a
necessidade de cada atividade, sendo que algumas eram usadas de acordo com o desempenho
das turmas, ou seja, a mediação foi subsidiada por estes recursos e foram essenciais para que
se pudesse atingir o foco da pesquisa.
Neste estudo de caso os resultados obtidos apontaram que a metodologia de
ensino SF favoreceu o uso de recursos tecnológicos contribuindo de forma significativa na
compreensão dos conteúdos abordados bem como na aprendizagem, sendo determinante a
mediação, de modo que a postura ao utilizá-la em sala de aula motivassem os discentes à
reflexão. As contribuições deste estudo emergiram da concepção do trabalho integral a partir
de metodologia utilizada nas sessões didáticas, por meio das ações interventivas que
subsidiaram os sujeitos da pesquisa nas turmas da disciplina Tópicos de Educação
Matemática da FACED/UFC com o uso software GeoGebra como recursos didáticos.
Verificou-se que as teorias de Van Hiele e Piaget nessa pesquisa, se
complementou para a compreensão ao desenvolvimento do pensamento geométrico e a
compreensão das frações equivalentes. No entanto toda mediação para que ocorressem a
concretização da aprendizagem foi através da metodologia de ensino SF.
Essa complementaridade pode ser entendida como um resultado positivo para o
ensino dos conteúdos abordados, pois o acompanhamento da mediação com posturas
diferenciadas adotadas durante a realização das sessões didáticas ajudou a esclarecer aspectos
relacionados à elaboração das aulas que primaram pelo aprendizado e construção do
conhecimento.
Desse modo, a professora buscou alternativas de ensino para essa disciplina nos
pressupostos metodológicos da SF para elaborar as aulas, bem como utilizar as tecnologias
94
digitais, pois assim estará amparado no sentido de propiciar um ensino que objetive a
aprendizagem a partir desta metodologia de ensino. Vale ressaltar que, nesse caso prevaleceu
à busca pela qualidade do ensino, não se limitou apenas a transmissão de conteúdos, mas
explorou todos os significados e relações entre os conteúdos de Geometria Básica e frações
equivalentes, estimulando os discentes a pensar e ter autonomia de construir suas próprias
soluções.
Assim, pode-se afirmar que os problemas mencionados na introdução e ao longo
deste trabalho foram discutidos e apontados as possíveis soluções para serem sanados,
mediante a interação a referida metodologia aplicada nos conteúdos de Geometria Básica e
frações equivalentes. No entanto, diante do tempo que se dispõe para a realização de uma
pesquisa de mestrado, o foco principal foi na aprendizagem dos discentes sujeitos desta
pesquisa em relação aos conteúdos abordados.
Apesar dessa dissertação ter enfoque na disciplina Tópicos de Educação
Matemática, as discursões sobre a metodologia de ensino e as sessões didáticas da SF com o
uso do GeoGebra podem ser estendidas e trabalhadas nas outras disciplinas bem como em
outros conteúdos, pois suas contribuições proporciona avanços significativos no processo de
ensino e aprendizagem.
Portanto, com esta dissertação esperou-se contribuir de forma significativa para o
desenvolvimento da aprendizagem dos sujeitos desta pesquisa em relação aos conteúdos de
Geometria Básica e frações equivalentes, despertando as diferentes concepções e atitudes dos
discentes com a intervenção da metodologia de ensino da professora, com a Sequência
Fedathi, percorrendo caminhos que favoreceu a reflexões sobre a construção de outros
conhecimentos buscando superar todas as dificuldades encontradas ao longo desta dissertação
inerentes aos próprios conteúdos abordados.
95
REFERÊNCIAS
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VAN HIELE, P. M. Structure and Insight: A Theory of Mathematics Education. 1986.
Academic Press. ISBN 012714160X.
98
APÊNDICE A – CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS DA PESQUISA PARA A
FORMAÇÃO MATEMÁTICA DO PEDAGOGO
CATEGORIA DA PESQUISA NÍVEL
I
SUBCATEGORIA DA PESQUISA NÍVEL
II
1 Sessões Didáticas (SD)
1 Etapas (Tomada de Posição, Maturação,
Solução e Prova)
2 Conteúdos de matemática 1 Geometria Básica e frações equivalentes Fonte: Elaboração do autor
99
APÊNDICE B - ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA A PREPARAÇÃO DA
SESSÃO DIDÁTICA
Fonte: Elaboração do autor
100
APÊNDICE C – ROTEIROA DA PREPARAÇÃO DA 1ª SESSÃO DIDÁTICA SOBRE
GEOMETRIA BÁSICA
Análise Ambiental
Público Alvo: Alunos do Curso de Pedagogia dos semestres 2013.2 e 2014.1.
Disciplina: Tópicos de Educação Matemática
Duração da aula: 4h semanais Inicio das aulas: 18h – termino 22h
Objetivo a ser alcançado: Compreender os conceitos dos conteúdos de Geometria Básica
utilizando a metodologia SF com o GeoGebra para o aprimoramento da formação
matemática do pedagogo.
Material Utilizado: Textos, papel quadriculado, lápis e o software GeoGebra.
Análise Teórica
Observação da natureza da informação dos conteúdos de Geometria Básica
Objetivo: conhecer outros conceitos sobre os conteúdos abordados, a partir da formação
inicial do pedagogo.
Apresentação da Atividade
O paralelogramo tem 9 cm de base e 6 cm de altura. Determine sua área e seu perímetro
no papel isométrico e, em seguida, usando as ferramentas do software GeoGebra?.
Aplicação das etapas da SF para o desenvolvimento da SD.
Tomada de Posição Procedimentos iniciais do professor.
Estabelecimento do acordo didático.
Apresentação da atividade.
Maturação Maturação do problema pelos alunos
Estratégias de resolução do problema.
Momentos de reflexão e desafios
Questionamentos e dúvidas dos alunos.
Intervenções quando necessário
Apresentação de contraexemplos e indagações para
que os alunos chegem a uma resposta argumentativa.
Solução Apresentação das respostas encontradas.
Quais foram às estratégias utilizadas.
os alunos deverão organizar e apresentar explicando no
quadro interativo ou no computado
Prova Formalização do problema proposto.
Esta etapa é a fase final da sessão, em que o professor
fará a verificação das soluções apresentadas,
confrontará os resultados, fazendo analogias com os
modelos científicos preexistentes e, por fim,
formalizará o conhecimento construído sobre o
conteúdo dado. Fonte: Elaboração do autor
101
APÊNDICE D – ROTEIROA DA PREPARAÇÃO DA 2ª SESSÃO DIDÁTICA SOBRE
FRAÇÕES EQUIVALENTES
Análise Ambiental
Público Alvo: Alunos do Curso de Pedagogia dos semestres 2013.2 e 2014.1.
Disciplina: Tópicos de Educação Matemática
Duração da aula: 4h semanais Inicio das aulas: 18h – termino 22h
Objetivo a ser alcançado: Compreender os conceitos das frações equivalentes utilizando
a metodologia SF com o GeoGebra para o aprimoramento da formação matemática do
pedagogo.
Material Utilizado: Textos, papel isométrico, lápis, escala Cuisinàire e o software
GeoGebra, material concreto.
Análise Teórica
Observação da natureza da informação do conteúdo de frações equivalentes.
Objetivo: conhecer outros conceitos sobre os conteúdos abordados, a partir da formação
inicial do pedagogo.
Apresentação da Atividade
O problema a ser investigado foi o conhecimento dos alunos em relação à interação das
frações equivalentes com a Geometria Básica embasada na metodologia da SF com o uso
do GeoGebra.
Aplicação das etapas da SF para o desenvolvimento da SD.
Tomada de Posição Procedimentos iniciais do professor.
Estabelecimento do acordo didático.
Apresentação da atividade.
Maturação Maturação do problema pelos alunos
Estratégias de resolução do problema.
Momentos de reflexão e desafios
Questionamentos e dúvidas dos alunos.
Intervenções quando necessário
Apresentação de contraexemplos e indagações para
que os alunos chegem a uma resposta argumentativa.
Solução Apresentação das respostas encontradas.
Quais foram às estratégias utilizadas.
os alunos deverão organizar e apresentar explicando no
quadro interativo ou no computado
Prova Formalização do problema proposto.
Esta etapa é a fase final da sessão, em que o professor
fará a verificação das soluções apresentadas,
confrontará os resultados, fazendo analogias com os
modelos científicos preexistentes e, por fim,
formalizará o conhecimento construído sobre o
conteúdo dado. Fonte: Elaboração do autor
102
APÊNDICE E - 1ª FASE: ANÁLISE PRELIMINAR DA PESQUISA SOBRE OS
SUJEITOS INVESTIGADOS
Fonte: Elaboração do autor.
CATEGORIA SESSÕES DIDÁTICAS
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Tomada de
Posição
Metodologia de ensino SF Não conhecia
Diagnóstico inicial (plateau) da SF Não conhecia
Apresentação do problema embasado na SF Não conhecia
Maturação
Identificação das variáveis e envolvimento
do problema fundamentado na SF
Tinha conhecimento, mas não de acordo
com o que preconiza a SF
Reflexões sobre o amadurecimento do
problema com base na SF
Não conhecia
Valorização do erro Não conhecia
Estratégias de soluções do problema da SF Não conhecia
Autonomia da SF Não conhecia
Solução Representação e organização de esquemas
de modelos que visem à solução do
problema preconizado pela SF.
Não conhecia
Análise do professor, junto aos alunos, dos
modelos apresentados.
Não conhecia
Prova
Formalização pelo professor do problema
ensinado.
Não conhecia
Conexão entre os modelos apresentados e o
modelo científico ensinado.
Não conhecia
Finalização do processo levando o aluno à
elaboração do modelo geral do
conhecimento.
Não conhecia
CATEGORIA CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Geometria
Básica e
frações
equivalentes
Domínio dos conteúdos de matemática Tinha pouco domínio e algumas dificuldades
Uso da SF com o GeoGebra nos
conteúdos de matemática
Não conhecia
103
APÊNDICE F– 2ª FASE: ACOMPANHAMENTO DOS ALUNOS COM SF
Fonte: Elaboração do autor.
CATEGORIA SESSÕES DIDÁTICAS
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Tomada de
Posição
Metodologia de ensino SF Já compreendiam a finalidade da SF
Diagnóstico inicial (plateau) da SF A professora explicou o que era o plateau da
SF, antes de apresentar o problema, deve-se
ser feito uma análise sobre o conhecimento
em jogo, para saber os pré-requisitos
necessários para a obtenção desse
conhecimento.
Apresentação do problema embasado na
SF
Conheceram com se dá a apresentação do
problema embasada na SF, através
simulações, localização no espaço, material
concreto, papel isométrico e software.
Maturação
Identificação das variáveis e
envolvimento do problema
fundamentado na SF
Durante as aulas com ao passa pela primeira
fase houve a maturação a respeito das
estratégias para se chegar a uma solução do
conteúdo abordado.
Reflexões sobre o amadurecimento do
problema com base na SF
Amadureceram as ideias e aprendizagem
através das indagações, estímulos,
incentivos, contraexemplos e perguntas
levando-os a refletir sobre o problema.
Valorização do erro Conheceram o quanto é importante aprender
através do erro, pois a professora o tempo
todo nas atividades valorizava os erros e
incentivava-os a chegar ao acerto.
Estratégias de soluções do problema da
SF
Conheceram o quanto é fundamental essas
estratégias, pois os permitiram criar suas
próprias autonomias para chegar à resposta.
Autonomia da SF Sentiram-se livre para construir suas
estratégias de repostas.
Solução Representação e organização de
esquemas de modelos que visem à
solução do problema preconizado pela
SF
Foram instigados a apresentar para a sala
quais foram às estratégias criadas para
chegar à solução. Os alunos explicaram
como as soluções construídas.
Análise do professor, junto aos alunos,
dos modelos apresentados.
Nesse momento, o professor fez os alunos
refletirem sobre o conteúdo.
Prova
Formalização do problema. Nesse momento os alunos já tomaram
conhecimento do problema, mas a
professora formalizou os modelos de
soluções construídas.
Conexão entre os modelos apresentados
e o modelo científico ensinado.
Explicação para os alunos das soluções
apresentadas por eles, fazendo a conexão
com o modelo científico.
Finalização do processo levando o aluno
à elaboração do modelo geral do
conhecimento.
Os alunos apresentaram para as turmas a
solução idealizada e o modelo geral do
conhecimento adquirido nessas aulas.
CATEGORIA CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Geometria
Básica e frações
equivalentes
Domínio dos conteúdos de matemática Sanaram algumas dificuldades e passaram a
ter mais domínio dos conteúdos.
Uso da SF com o GeoGebra nos
conteúdos de matemática
Ao conhecer a SF com o uso do GeoGebra
nessa aulas passaram a internalizar em suas
aprendizagens as ferramentas.
104
APÊNDICE G - 3ª FASE: APLICAÇÃO DAS SD NOS CONTEÚDOS DE
MATEMÁTICA NOS SEMESTRES 2013.2 E 2014.1
Fonte: Elaboração do auto
CATEGORIA SESSÕES DIDÁTICAS
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Tomada de
Posição
Metodologia de ensino SF Durante todas as atividades utilizaram a
metodologia,
Diagnóstico inicial (plateau) da SF Nas atividades perceberam o quanto foi
importante estimular os conhecimentos
prévios.
Apresentação do problema embasado na
SF
Aprenderam a utilizar outros meios que
represente a apresentação do problema.
Maturação
Identificação das variáveis e
envolvimento do problema fundamentado
na SF
Se debruçaram nas identificações das
variáveis em busca por estratégias de
soluções.
Reflexões sobre o amadurecimento do
problema com base na SF
Puderam trabalhar a parte da reflexão antes
de resolver o problema.
Valorização do erro Sentiram-se mais seguros, pois foram
convencidos da valorização do erro.
Estratégias de soluções do problema da
SF
Criaram varias estratégias como: papel
isométrico, observações no espeço em sala
de aula, e as ferramentas do GeoGebra, para
chegar na resolução do problema de forma
significativa.
Autonomia da SF Sentiram-se bastante satisfeitos, pois tiveram
liberdade para construir suas respostas.
Solução Representação e organização de esquemas
de modelos que visem à solução do
problema preconizado pela SF
Após conhecer o problema e amadurecer as
ideias, os alunos apresentam as estratégias
construídas para chegar as respostas.
Análise do professor, junto aos alunos,
dos modelos apresentados, com seus
possíveis erros.
Conheceram a importância da mediação da
professora para auxilia-los na formalização
da solução do problema.
Prova
Formalização do problema. Nesse momento os alunos já tomaram
conhecimento do problema, mas a
professora formalizou os modelos de
soluções construídas.
Conexão entre os modelos apresentados e
o modelo científico ensinado.
Compreenderam a conexão com o modelo
científico e matemático.
Finalização do processo levando o aluno à
elaboração do modelo geral do
conhecimento.
Os alunos apresentaram os conhecimento
adquirido nessas aulas para suas
aprendizagens.
CATEGORIA CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA
Subcategorias
de análises
Elementos de análises Conhecimento dos alunos do Curso de
Pedagogia 2013.2 e 2014.1
Geometria
Básica e
frações
equivalentes
Domínio dos conteúdos de matemática Após terem minimizado suas dificuldades,
através da SF, passaram ter mais domínio
dos conteúdos.
Uso da SF com o GeoGebra nos
conteúdos de matemática
Ao conhecerem a SF com o uso do
GeoGebra nessa aulas passaram a
internalizar em suas aprendizagens as
ferramentas.
Alguns apresentaram dificuldades em
utilizar o software.
105
APÊNDICE H – RESULTADOS OBTIDOS A PARTIR DAS CATEGORIAS E
SUBCATEGORIAS DE PESQUISA DE 2013.2
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE
SIM NÃO SATISFATÓRIO INSATISFATÓRIO
Fonte: Elaboração do autor
106
APÊNDICE I – RESULTADOS OBTIDOS DAS CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS
DE PESQUISA DE 2014.1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
1ª FASE 2ª FASE 3ª FASE
SIM NÃO SATISFATÓRIO INSATISFATÓRIO
Fonte: Elaboração do autor
107
ANEXO A – IMAGNES DAS AULAS 2013.2 E 2014.1
Construção de um losango, por um aluno, a partir da visualização da logomarca de um carro
Fonte: Imagem Ilustrada da aula 2013.2
Representação de frações equivalentes através da escala Cuisenàire
Fonte: Imagem da aula 2014.1
108
Apresentação da tela inicial do software GeoGebra para os alunos
Fonte: Imagem Ilustrada da aula 2013.2
Representação da circunferência pelos os alunos do curso de pedagogia
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2014.1
109
Construção do Tangram pelo aluno no papel isométrico
Fonte: Imagem Ilustrativa aula da 2013.2
Construção do tangram no GeoGebra pelos alunos
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2014.1.
110
Construção do tangram pelos alunos no software GeoGebra
Fonte: Imagem Ilustrativa 2014.1
Resposta dado pelo aluno para a compreensão do Tangram
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2013.2
111
ANEXO B – IMAGENS DA 1ª SESSÃO DIDÁTICA SD GEOMETRIA BÁSICA
Construção do paralelogramo no papel isométrico
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2013.1
Cconstrução do paralelogramo no GeoGebra
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2014.1
112
Resolução do problema pelo aluno
Fonte: Imagem ilustrativa da aula 2013.2
Resposta do aluno na resolução do problema no GeoGebra
Fonte: Imagem Ilustrada da aula 2014.1
113
ANEXO C – IMAGENS DA 2ª SESSÃO DIDÁTICA FRAÇÕES EQUIVALENTES
Construção da escala Cuisinàire em sala de aula
Fonte: Imagem ilustrativa da aula 2014.1
Estudo das frações equivalentes com escala Cuisinàire no GeoGebra
Fonte: plataforma TelEduc 2014.1
114
Construção do Tangram no GeoGebra
Fonte: Imagem Ilustrativa da aula 2014.1
115
ANEXO D – PLANO DE ENSINO DA DISCIPLINA TÓPICOS EM EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA
EMENTA DA DISCIPLINA
Ano/Semestre
2008.1
1 – Identificação
1.1 Centro: FACULDADE DE EDUCAÇÃO-FACED
1.2 – Departamento: DEPARTAMENTO DE TEORIA E PRÁTICA DO ENSINO
1.3 – Disciplina:
Tópicos de Educação Matemática
1.4 Código:
PC178
1.5 Caráter: 1.6 Carga
Horária:
64 H/Aula
Sem
.
Anual
Obri
g.
Opt.
1.7 - Professor(es):
1.8 - Curso(s): PEDAGOGIA
2 – Justificativa
Faz-se uma exposição acerca do que trata a disciplina e se discorre, de forma sucinta, sobre a
importância da disciplina no contexto do curso e do momento histórico/da sociedade em que
se vive.
3 – Ementa
O desenvolvimento do raciocínio lógico e a psicogênese do conhecimento matemático. Histórico da
matemática moderna no Brasil. A modelagem matemática. Elementos para uma abordagem em
Educação Matemática baseada em um processo de compreensão: conteúdos (e suas articulações) e
métodos. 4 – Objetivos - Gerais e Específicos
Analisar o papel da matemática nos processos de desenvolvimento e aprendizagem humanos;
Procurar as diferentes atividades realizadas no ensino de matemática, tendo em vista suas
aplicações em sala de aula;
Analisar as diferentes atividades realizadas no ensino de matemática, tendo em vista suas
aplicações em sala de aula;
Procurar desenvolver atividades que estimulem o raciocínio lógico. Através da busca de soluções
de problemas;
Refletir sobre os diferentes conceitos e abordagens metodológicas acerca do ensino da
matemática, em busca de uma compreensão da articulações entre conteúdo e método;
Analisar a situação do ensino de matemática nas nossas escolas;
Refletir sobre o papel do professor de matemática no desenvolvimento do aluno.
5 - Descrição do Conteúdo/Unidades 5.1 Carga Horária
1. O ensino da matemática no Brasil;
2. Modelagem Matemática: teoria e prática;
3. A aprendizagem de conceitos matemáticos com o auxílio de computador;
4. Matemática na Pré-Escola;
116
5. Sistemas de Numeração;
6. Operações Fundamentais;
7. Frações;
8. Números decimais;
9. Números negativos.
10. Geometria;
11. Grandezas Proporcionais;
12. Conjunto versus contagem;
13. Problemas e enigmas;
14. Uma proposta de educação matemática segundo uma ótica histórico-
lógico-dedutiva.
6 – Metodologia de Ensino
A metodologia a ser utilizada visa atender os interesses e necessidades dos membros do grupo,
procurando desenvolver o pensamento lógico, crítico e criativo, diante dos problemas estudados. Serão realizados trabalhos individuais e em grupo, seminários, demonstração, exposição dialogada,
leituras e outras atividades que se fizerem necessárias.
7 – Atividades Discentes
Descrever atividades complementares as ações programadas na sala de aula, laboratórios e
/ou atividades de campo. 8 – Avaliação
O processo de avaliação seguirá as normas da UFC. Serão realizadas atividades individuais e em
grupo, além da auto avaliação, avaliação docente e da disciplina.
9 – Bibliografia
9.1 Básica
1. __________. Alguns Problemas Clássicos sobre grafos, RPM nº 12, 1988.
2. ÁVILA, Geraldo. O ensino de matemática, Revista do Professor de Matemática, nº 23, 1993.
3. BORGES NETO, H. e Iório Dias, Ana Maria. De como os pastores ensinaram a operar, 1993, a
publicar.
4. BURÍGIO, Elizabeth Zardo. Matemática Moderna; progresso e democracia na visão de
educadores brasileiros no anos 60, In: Teoria e Educação nº 02, Porto Alegre, 1990.
5. CARRAHER, D. A . Aprendizagem de conceitos matemáticos com auxílio de computador. In:
Novas contribuições da Psicologia dos Processos de ensino e aprendizagem, Editora Cortez,
1993.
6. CARRAHER, D. Carraher, T. Nunes, Schliemann. Na vida dez, na escola zero, Editora Cortez,
1991.
7. LIMA, Elen Lages. Meu Professor de Matemática, Projeto Euclides, SBM.
8. MACHADO, Nilson. Matemática e Língua Moderna, Editora Cortez, 1990.
9. MONTEJUNAS, P. Roberto. A evolução do ensino de Matemática no Brasil. In: Garcia, Walter
E. (coordenador). Inovação Educacional no Brasil, Editora Cortez, 1989, pág. 150-168.
10. PITOMBEIRA, J. B. O problema da ligação da água luz e telefone, RPM, Nº 11, 1987.
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13. USPENSKI, U. A Máquina de Post, Editora MIR, Moscou, 1979.
14. VILLA, Maria do Carmo. Autoritarismo no Ensino de Matemática, em Anais do Encontro de
Professores de Matemática do Estado de São Paulo, Rio Claro, 1989.
9.2 Complementar
117
10 - Parecer do Representante Titular da Unidade Curricular
PARECER
Fortaleza, _____/_____/_____
__________________________
Titular da Unidade Curricular
Aprovado em Reunião do Conselho Departamental em: Encaminhado à Coordenação do
Curso em:
Fortaleza, _____/_____/_____ Fortaleza, _____/_____/_____
__________________________ _________________________
Chefe do Departamento Chefe do Departamento