UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS CULTURA E ENSINO DE...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS

CULTURA E ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA NA ESCOLA

Estudo Etnográfico

“Professoras de Alfabetização que constituem a primeira geração em

sua família com cultura escolar”

Curitiba / 2006

Equipe:

Caroline Tortato

Lauremir Dudek

A formação do professor é uma questão essencial no que diz respeito ao sucesso e/ou ao fracasso da aprendizagem.

Em muitos casos, pelas palavras do professor ou pelos seus olhos que as crianças conhecem muitas coisas, formam opiniões, solidificam uma ideologia.

Introdução

Assim, o professor contribui diretamente na formação da visão de mundo do aluno e, não apenas o professor, como também toda a cultura escolar, coloca os indivíduos frente a várias situações que ele não teria oportunidade de enfrentar sem a escolarização.

Pensando nisso...

Professoras de Alfabetização que constituem a primeira geração em

sua família com cultura escolar

Decidimos pelo tema de nossa pesquisa:

Professoras de alfabetização por se tratarem das primeiras “formadoras” de opinião

Primeira geração para que possamos contrastar com as dificuldade enfrentadas na própria família

O corpus do trabalho

- A faixa etária das entrevistadas varia de 28 à 46 anos de idade

- Todas trabalham com alfabetização

- O tempo de experiência varia de 6 a 30 anos

- Todas concluíram o ensino superior sendo que algumas fizeram cursos de especialização

- 7 questionários

Da formação para lecionar100 % das entrevistadas informaram a data de conclusão do ensino médio (antigo magistério) como sendo a data que estavam preparadas para dar aulas

Uma delas começou a lecionar quando ainda estava na 8ª série

Curiosidade:

Dado importante

Nenhuma entrevistada iniciou o curso superior imediatamente após a conclusão do magistério

Prováveis motivos:

1º - O magistério era um dos poucos cursos que preparava o aluno para uma profissão definida já no segundo grau

2º - Existia como hoje uma grande dificuldade para se cursar o ensino superior

Além disso...

Em famílias onde os pais mal aprenderam a ler e escrever, ou que ainda na infância tiveram que abandonar os estudos para trabalhar e ajudar no sustento da casa, ter o segundo grau concluído já era um privilégio.

O que permitiu que você estudasse mais que seus pais?

“O esforço e dedicação de minha mãe. Ela queria algo melhor para seus 6 filhos. Apesar de viúva, nunca media esforços para que pudéssemos concluir o 2º grau”. (Inês).

O que permitiu que você estudasse mais que seus pais?

“Como perdi meu pai muito cedo, minha mãe ficou com 6 filhos para criar sendo 5 meninas e 1 menino. Como ela não tinha muito estudo sofreu muito. Então ela sempre dizia que queria que nós estudássemos, pois não poderia nos oferecer coisa melhor e sempre falava que o estudo era a maior herança que iria nos deixar, que o estudo ninguém tira das pessoas”. (Maria Regina)

Como foram as condições para que você estudasse até onde estudou?

100% das entrevistadas responderam...

DIFÍCEIS!

Como foram as condições para que você estudasse até onde estudou?

“Difíceis, pois para concluir a graduação e a pós-graduação tive que me estabelecer profissionalmente para poder pagar o curso.”(Cristiane)

“Difíceis, pois para concluir a faculdade e a pós-graduação tive que trabalhar dois períodos como professora e estudar no período noturno, conciliar problemas particulares e de saúde na família.” (Sandra)

Outras dificuldades“Conclui o curso primário numa escola isolada, classe multi-seriada próxima da minha casa. Ia à pé. No ginásio estudei numa escola estadual que ficava três quilômetros de casa, no qual ia com condução escolar. No 2º grau estudei em colégio particular, o qual no 1º ano precisava andar alguns quilômetros para pegar o ônibus.

Outras dificuldades

No 2º e 3º ano o ônibus já passava em frente a minha casa. 15 anos depois, já casada e com 2 filhos, fiz o curso de Pedagogia em Presidente Prudente - SP. Estudava em casa e ia uma vez por mês para fazer as provas. Terminada a faculdade no ano seguinte fiz o curso de especialização.

Outras dificuldades

Não foi fácil pois tinha que dividir as tarefas escolares com o trabalho, os cuidados com a casa, com os filhos e com o marido.” (Luci)

Que nível de escolaridade você gostaria que seus filhos tivessem?

“Sempre sonhamos mais para nossos filhos.”(Elis)

“Hoje as condições de transporte, o acesso a cursos bem como o apoio favorecem para que tenham oportunidades melhores, apesar da concorrência. Mas a escolha deve ser feita por elas. O que vem como imposição pode trazer frustração e infelicidade.” (Inês)

Como foi ou tem sido a sua adaptação com as novas tecnologias?

Neste ponto podemos subdividir as entrevistadas...

- pelo tempo de formação;

- pelo tempo de experiência em sala.

Como foi ou tem sido a sua adaptação com as novas tecnologias?

“Foi tranqüila, com o tempo e força de vontade conseguimos nos adaptar com tudo.” (Cristiane, 12 anos de experiência)

“Com os novos métodos de ensino já me adaptei com cursos de aperfeiçoamento que fiz. Quanto à tecnologia das máquinas ainda não estou familiarizada. Se tivermos que usar computadores com os alunos acho que vou pedir a aposentadoria” (Maria Regina, 27 anos de experiência)

Mudanças no relacionamento

“Através do estudo conhecemos um pouco mais sobre o mundo e as pessoas que nos rodeiam, assim, estamos em constante evolução de aprendizagem e isso é muito importante nos dias de hoje.” (Joziane)

Mudanças no relacionamento“O meu relacionamento com as pessoas é diferenciado quanto às questões de assunto, interesses, necessidades, porém quanto ao fato de manter relacionamentos por amizade, de ajuda às pessoas, é o mesmo de meus pais. Meus pais, apesar da pouca cultura, sempre tiveram facilidade e um ótimo relacionamento com as pessoas. Eu tenho também muita facilidade de estabelecer relacionamentos e isso acho que aprendi com eles.” (Inês)

Na prática...

Na prática...

Na prática...

Na prática...

Na prática...

Na prática...