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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMIÁRIDO
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA
MARCELO DA SILVA VIRGINIO
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE COMBATE A
INCÊNDIO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ
MOSSORÓ - RN
2013
MARCELO DA SILVA VIRGINIO
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE COMBATE A
INCÊNDIO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ
Monografia apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Departamento de Ciências Ambientais e
Tecnológicas para a obtenção do título de
Bacharel em Ciência e Tecnologia.
Orientador: Prof. M. Sc. Blake Charles Diniz
Marques – UFERSA.
MOSSORÓ - RN
2013
MARCELO DA SILVA VIRGINIO
AVALIAÇÃO DOS SISTEMAS DE COMBATE A
INCÊNDIO EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ
Monografia apresentada ao Departamento de
Ciências Ambientais e Tecnológicas para a
obtenção do título de Bacharel em Ciência e
Tecnologia.
APROVADA EM: __________ / __________ / __________
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________ Profº M. Sc. Blake Charles Diniz Marques – UFERSA
Orientador
_________________________________________ Prof ª André Duarte Lucena
Primeiro Membro
_________________________________________ Prof ª Francisco Edson Nogueira Fraga
Segundo Membro
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço a Deus por todas as benções que me foram concedidas, por sempre
me guiar e me mostrar o caminho do bem, me fortalecendo em todos os momentos de tristezas
e abatimento.
Agradeço aos meus pais, Marcos Antônio Ponciano Virgínio e Maria Ulenice da Silva
Virgínio, por me ensinarem o valor da honestidade e da dignidade. Vocês são um exemplo de
vitória. Aos meus irmãos, Marcos Ponciano e Mariana Virgínio, que, apesar da distância,
sempre me protegeram e me incentivaram.
Á todos os meus familiares, que sempre me deram atenção e me apoiaram nos momentos
mais difíceis.
À minha namorada, Jaqueline Brasil, pelas palavras de conforto e pelos gestos de carinho.
Aos meus amigos, que torceram por mim e me corrigiram nos momentos necessários.
Ao meu orientador, Blake Charles, pela orientação, pela ajuda e pelos conselhos nessa fase
final da minha graduação, estando sempre disponível para me ajudar e auxiliar no que fosse
preciso.
RESUMO
Os sistemas de combate a incêndio são equipamentos normatizados e
especializados que agem na extinção do fogo nas situações de emergências. Visando a
proteção dos usuários de uma Instituição de Ensino Superior, este projeto tem como objetivo
avaliar o sistema de combate a incêndio nos prédios da Universidade Federal Rural do Semi-
Árido, verificando se o mesmo está em conformidade com o Código de Segurança Contra
Incêndio e Pânico do Estado do Rio Grande do Norte. A metodologia foi baseada nas vistorias
realizadas nos prédios do Departamento de Ciências Exatas e Naturais e no prédio de
Engenharia de Produção. A análise dos dados obtidos comprovou que o sistema de combate a
incêndio da Instituição não está conforme as normas solicitadas pelo Corpo de Bombeiros do
Estado e que é necessário à correção dos projetos de combate a incêndio utilizados na
Universidade.
Palavras-chave: Incêndio. Avaliação de Conformidade. Segurança.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Triângulo do Fogo .............................................................................................. 13
Figura 2 - Tetraedro do Fogo .............................................................................................. 14
Figura 3 - Extintor de incêndio do prédio de aulas do DCEN ............................................ 38
Figura 4 - Extintor de incêndio do prédio dos professores do DCEN ................................ 39
Figura 5 - Extintor de incêndio do prédio de Engenharia de Produção .............................. 40
Figura 6 - Sistema de Hidrante do prédio de aulas do DCEN ............................................ 42
Figura 7 - Sistema de Hidrante do prédio dos professores do DCEN ................................ 43
Figura 8 - Sistema de Hidrante do prédio de Engenharia de Produção .............................. 44
Figura 9 - Iluminação de Emergência do prédio de aulas do DCEN .................................. 45
Figura 10 - Iluminação de Emergência do prédio dos professores do DCEN .................... 46
Figura 11 - Iluminação de Emergência do prédio de Engenharia de Produção .................. 47
Figura 12 - Sinalização de Emergência do prédio de aulas do DCEN ................................ 48
Figura 13 - Sinalização de Emergência do prédio dos professores do DCEN .................... 51
Figura 14 - Sinalização de Emergência do prédio de Engenharia de Produção .................. 52
Figura 15 - Planta baixa do bloco de salas de aula .............................................................. 59
Figura 16 - Corte do bloco de salas de aula .................................................................. 60
Figura 17 - Projeto de incêndio do bloco de salas de aula ................................................... 61
Figura 18 - Planta baixa do bloco de salas dos professores ................................................. 62
Figura 19 - Corte do bloco de salas dos professores ........................................................63
Figura 20 - Projeto de incêndio do bloco de salas dos professores ....................................64
Figura 21 - Projeto de incêndio do prédio de Engenharia de Produção ............................... 65
Figura 22 - Projeto de sinalização do prédio de Engenharia de Produção ........................ 66
LISTAS DE TABELAS
Tabela 1 - Classificação do tipo de edificação ...................................................................34
Tabela 2 - Extintores de incêndio do Prédio de Aulas do DCEN ..................................................37
Tabela 3 - Extintores de incêndio do Prédio dos professores do DCEN ..............................38 - 39
Tabela 4 - Extintores de incêndio no Prédio de Engenharia de Produção .......................39 - 40
Tabela 5 - Sistema de Hidrantes do Prédio de Aulas do DCEN .................................................. 42
Tabela 6 - Sistema de Hidrantes do Prédio dos professores do DCEN ...................................... 43
Tabela 7 - Sistema de Hidrantes do Prédio de Engenharia do Produção ..................................44
Tabela 8 - Iluminação de Emergência do Prédio de Aulas do DCEN .......................................45
Tabela 9 - Iluminação de Emergência do Prédio dos professores do DCEN ...........................46
Tabela 10 - Iluminação de Emergência do Prédio de Engenharia de Produção ...............47 - 48
Tabela 11 - Sinalização de Emergência do Prédio de Aulas do DCEN ....................................49
Tabela 12 - Sinalização de Emergência do Prédio dos Professores do DCEN ........................50
Tabela 13 - Sinalização de Emergência do Prédio de Engenharia de Produção ...............51 - 52
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ........................................................................... Erro! Indicador não definido.1
2.1 Geral ................................................................................................ Erro! Indicador não definido.1
2.2 Específico ........................................................................................ Erro! Indicador não definido.1
3 REVISÃO DE LITERATURA .............................................. Erro! Indicador não definido.2
3.1 Contexto histórico dos incêndios .................................................................................................. 12
3.2 Quimica do fogo ........................................................................................................................... 12
3.3 Normas e Regulamentações .......................................................................................................... 15
3.3.1 Normas e Regulamentações Federais ........................................................................................ 15
3.3.2 Normas e Regulamentações Estaduais ...................................................................................... 16
3.3.3 Normas e Regulamentações Municipais .................................................................................... 16
3.4 Sistema de Prevenção e Combate a Incêndio ............................................................................... 17
3.4.1 Extintor de Incêndio .................................................................................................................. 17
3.4.1.1 Classes de Incêndio................................................................................................................. 18
3.4.1.2 Cuidados com o extintor ......................................................................................................... 17
3.4.2 Sistemas de Hidrantes ................................................................................................................ 19
3.4.2.1 Reserva de Incêndio ................................................................................................................ 19
3.4.2.2 Bomba de Recalque ................................................................................................................ 20
3.4.2.3 Tubulação ............................................................................................................................... 20
3.4.2.4 Hidrante .................................................................................................................................. 21
3.4.2.5 Abrigo de Madeira .................................................................................................................. 21
3.4.2.6 Registro de Recalque .............................................................................................................. 21
3.4.3 Iluminação de Emergência ........................................................................................................ 21
3.4.4 Chuveiro Automático................................................................................................................. 22
3.4.5 Sistema automático de detecção e alarme de incêndio .............................................................. 23
3.4.6 Sinalização de Emergência ........................................................................................................ 24
3.4.7 Brigada de Incêndio ................................................................................................................... 25
3.4.8 Saída de Emergência.................................................................................................................. 26
3.5 Coleta de incêndio ........................................................................................................................ 27
3.5.1 Incêndios no mundo ................................................................................................................... 28
3.5.2 Incêndios no Brasil .................................................................................................................... 29
3.5.3 Incêndios no Rio Grande do Norte ............................................................................................ 30
3.5.4 Incêndios em Mossoró ............................................................................................................... 30
3.5.5 Incêndios nas Universidades ...................................................................................................... 31
4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 32
4.1 Levantamento bibliográfico .......................................................................................................... 32
4.2 Coleta de dados ............................................................................................................................. 32
4.3 Análise de projetos ....................................................................................................................... 33
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 34
5.1 Equipamentos exigidos ................................................................................................................. 34
5.2 Extintores de incêndio .................................................................................................................. 36
5.3 Sistema de Hidrantes .................................................................................................................... 41
5.4 Sistema de Iluminação de Emergência ......................................................................................... 45
5.5 Sinalização de Emergência ........................................................................................................... 48
5.6 Resultados da análise .................................................................................................................... 52
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 55
ANEXOS ................................................................................................................................. 58
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1 INTRODUÇÃO
Os incêndios sempre trouxeram acontecimentos trágicos, deixando marcas
indestrutíveis nas pessoas envolvidas. Os grandes incêndios estão relacionados às falhas
durante a execução do combate inicial, à ausência de políticas públicas na gestão da
prevenção e ao controle de incêndios nas edificações (THESIS, 2007).
O propósito global da segurança contra incêndio nas edificações é a redução do
risco de vidas e das propriedades, sendo o objetivo principal a segurança das pessoas. No
Brasil, a preocupação com a segurança tem evoluído bastante. A busca por melhoria contínua
das legislações para qualidade da segurança das edificações e áreas de risco envolve uma
crescente participação de profissionais que atuam na área e do órgão público responsável pela
gestão de segurança contra incêndio.
No Rio Grande do Norte, os estabelecimentos comerciais com grande fluxo de
pessoas já estão adotando medidas de proteção e segurança contra incêndio. Essas medidas
objetivam a prevenção e a integridade física dos trabalhadores e demais usuários dos locais.
Para Moraes (2006), o projeto das edificações deve ser elaborado visando, além
das necessidades estéticas, funcionais e econômicas exigidas pelo proprietário, as exigências
relacionadas à segurança contra incêndio, o que pode ser visto por alguns profissionais da área
como um fator limitante para o desenvolvimento de projetos.
As instalações de proteção contra incêndio apresentam-se de forma eficiente na
salvação de vidas humanas. O uso dos extintores vem sendo abordado, cada vez mais, pelas
empresas, escolas, indústrias e faculdades. O seu uso se tornou obrigatório e indispensável em
locais que apresentam riscos de incêndio. Visando o beneficio das pessoas, esse projeto vem
para mostrar a importância do uso de materiais de proteção contra incêndio, indicando que é
possível combater o fogo em uma situação de emergência.
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2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Este estudo teve como objetivo geral avaliar os sistemas de combate a incêndio de uma
instituição de ensino superior.
2.2 Específicos
1. Descrever as principais normas regulamentadoras associadas ao sistema de proteção
de combate a incêndio;
2. Selecionar duas edificações para realizar vistorias;
3. Expor os principais sistemas de combate a incêndio;
12
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Contexto histórico dos incêndios
O fogo tem sido responsável pela ocorrência de grandes catástrofes ao longo da
história. Embora possa dever-se a causas naturais – por exemplo, quando associado à raios,
calor excessivo ou vulcões –, cada vez mais resulta da atividade humana. Assim, mesmo que
surja em consequência de um terremoto ou furacão, seu foco provavelmente estará em
depósitos de combustíveis, canalizações de gás e instalações elétricas. Uma ocorrência de
fogo não controlado gera um incêndio.
Os incêndios sempre foram acontecimentos trágicos que deixaram e continuam
deixando consequências significativas nas pessoas envolvidas. No decorrer dos anos, pode-se
destacar grandes ocorrências de incêndios. A nível mundial, os principais acontecimentos
foram: em Roma, pelo imperador Nero em 64 d.c; em Londres, quando o incêndio foi iniciado
em uma casa de madeira e atingiu 85% da cidade; em Chicago no ano de 1871, deixando 300
pessoas mortas; no Sismo de São Francisco, na Califórnia, em1906; e em uma boate na
Argentina no ano de 2004.
Com a industrialização do Brasil e a migração desordenada da sociedade rural
para urbana, no século XIX, os riscos de incêndios aumentaram nas indústrias e nas
edificações. Em função dessa industrialização, diversos incêndios passaram a acontecer,
deixando, até hoje, rastros de desespero, dor, horror e morte.
Pode-se destacar como os incêndios de proporções devastadoras: o incêndio do
edifício Andraus em São Paulo, no ano de 1972, onde 375 pessoas ficaram feridas e 16
morreram; o incêndio do edifício Joelma em São Paulo, no ano de 1974, causando 189 mortes
e 300 feridos; no edifício Grande Avenida em São Paulo, no ano de 1981, com 17 mortos e 53
pessoas feridas; e o incêndio no Edifício Sede da CESP em São Paulo, no ano de 1987,
ocasionando 2 mortos.
Atualmente, o Brasil foi vítima de um grande incêndio em Santa Maria, no Rio
Grande do Sul. O incêndio ocorreu na boate Kiss, na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013,
deixando 245 mortos. O fogo iniciou-se depois que a banda Gurizada Fandangueira, que se
apresentava na boate, acendeu um sinalizador e incendiou o teto.
3.2 Química do fogo
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O primeiro cientista a estudar o fogo, definindo-o como o que é atualmente aceito,
foi Lavoisier , nasceu em Paris em 1743 e foi guilhotinado durante a Revolução Francesa em
1794, considerado o fundador da Química Moderna. Antes disso, o fogo era tido como uma
Força Divina que, juntamente com a Terra, a Água e o Ar, formavam todos os componentes
do Universo (PEREIRA; POPOVIC, 2007).
Hoje, portanto, já foram realizados diversos estudos apontando as principais
formas de combate ao fogo. Inicialmente, os especialistas criaram a teoria conhecida como
Triângulo do Fogo que explicava os meios de anulação do fogo por meio da retirada do
combustível, do comburente ou do calor, impossibilitando a sua evolução durante as fases
iniciais do processo.
No Triângulo do Fogo, o calor será o elemento que dará inicio ao fogo, este calor
poderá ser resultante de uma faísca elétrica, de um raio elétrico, do atrito entre metais, etc. O
combustível será o elemento que alimentará o fogo e que servirá para sua propagação,
aumentando ou diminuindo sua faixa de ação. O comburente será o elemento que ativará o
fogo, tendo o oxigênio como o componente mais comum.
FIGURA 1: Triângulo do fogo.
Fonte: Seito (2008)
Posteriormente, observou-se que, quando o comburente e o combustível eram
expostos a uma fonte externa de calor, eles desenvolviam uma reação em cadeia. A reação em
cadeia tornava a queima do material auto-sustentável. O calor irradiado das chamas atingia o
combustível, que se combinava com o oxigênio e queimava, irradiando outra vez calor para o
combustível, formando um ciclo constante. A combinação da reação em cadeia com o
comburente, o calor e a combustão deu origem ao Tetraedro do Fogo.
14
FIGURA 2: Tetraedro do Fogo
Fonte: Seito (2008)
Logo, se existir uma fonte inicial de calor, essa fonte possibilitará o início da
combustão de um material que, em condições adequadas, dará origem as reações exotérmicas
em cadeia. As reações em cadeia irão gerar uma energia que atingirá outros pontos do
ambiente e será suficiente para provocar novas combustões, resultando em um incêndio. O
incêndio costuma ser dividido em três fases:
1ª Fase – fase inicial de elevação da temperatura;
2ª Fase – fase de propagação generalizada;
3ª Fase – fase de redução da temperatura e extinção.
A primeira fase se inicia quando se provoca a ignição de um material combustível.
A quantidade de calor gerado e a variação da temperatura do ambiente são pequenas, na
medida em que se tem pouco combustível queimado. O calor gerado no foco do incêndio vai
servindo, principalmente, para o aquecimento dos outros materiais constituintes do ambiente,
que vão, paulatinamente, se aproximando de sua temperatura de ignição.
Quando os materiais sólidos já estiverem aquecidos suficientemente, vai faltar
apenas a presença de oxigênio para deflagrar uma inflamação generalizada. Logo, se o
ambiente ficar a uma temperatura da ordem de centena de graus, os vidros irão estourar e será
fornecido um farto acesso de oxigênio. Os gases combustíveis que se acumularam em certas
regiões, na forma de bolsões, iniciarão uma violenta combustão.
Ocorre o denominado flash-over, característico da segunda fase do incêndio. Ao
término da queima de parte considerável do combustível, a energia que vai sendo liberada nas
combustões restantes passa a não ser suficiente para suprir o calor perdido para o ambiente
15
externo. Dessa forma, passa a ocorrer uma queda da temperatura, caracterizando a terceira
fase do fenômeno.
Os gases liberados na pirólise já foram praticamente consumidos, restando ainda a
parte sólida dos materiais, cuja combustão é bastante lenta. Para o incêndio chegar ao ponto
de inflamação generalizada, o tempo é relativamente curto e depende dos revestimentos e
acabamentos utilizados no ambiente de origem.
Em qualquer edifício ou área de risco, o incêndio é sempre um fenômeno possível
de ocorrer. Portanto, os responsáveis pelas edificações ou áreas de risco devem prever e
manter os sistemas de segurança contra incêndio em condições ideais.
3.3 Normas e Regulamentações
Para garantir uma melhor qualidade e um maior desempenho dos materiais,
componentes e sistemas construtivos, foram criadas as normas e regulamentações referentes à
Segurança contra Incêndio. Estas normas são de fácil compreensão e prática.
Nas normalizações são definidas as condições mínimas de segurança para atender
a todos os locais e atividades. Em função das necessidades de cada região, as normas são
dividas em federais, estaduais e municipais. Nelas estão os detalhes técnicos que
providenciam a sustentação de cada regulamentação.
3.3.1 Normas e regulamentações Federais
As normas e regulamentações federais são aplicadas em todo território nacional e
têm como objetivo satisfazer os interesses dos consumidores, empresários e administração
publica. Existem varias normas e regulamentações federais, mas as que mais se destacam são
as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, a Norma Regulamentadora
– NR-23, do Ministério do trabalho, e a Tarifa Seguro Incêndio do Brasil, do Instituto de
Resseguros do Brasil.
Na Associação Brasileira de Normas Técnicas, o Comitê Brasileiro responsável
pelo estudo das normas de Segurança conta Incêndio é o CB-24 - Comitê Brasileiro de
Segurança Contra Incêndio. As Normas Regulamentadoras são utilizadas nas atividades de
Segurança e Medicina do Trabalho. Dentre as diversas Normas Regulamentadoras, tem-se a
NR-23 que é direcionada para Proteção Contra Incêndio. Já no Instituto de Resseguros do
Brasil foi aprovado o Departamento Nacional de Seguros Privados e Capitalização, onde
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concederá descontos nas taxas básicas do seguro, aos riscos que possuírem sistemas próprios
de proteção contra incêndio.
3.3.2 Normas e Regulamentações Estaduais
No Rio Grande do Norte, o Decreto Estadual n. 16.038 tem como objetivo
proporcionar meios de controle e extinção do incêndio, dando condições de acesso para as
operações de socorro público.
Os decretos fixam alguns critérios que só serão alcançados se houver uma
observação das exigências quanto à localização, arranjo físico e construção dos edifícios,
sendo indispensáveis os meios de fuga e as instalações de proteção contra incêndio nas
edificações. Deve-se levar em consideração que as instalações dos equipamentos de segurança
deverão seguir às normas técnicas da ABNT.
Segundo o Governo do Estado do Rio Grande do Norte, o Corpo de Bombeiros
Militar do Estado, organizado com base na hierarquia e na disciplina, destina-se à execução
das atividades de defesa civil e dos serviços específicos de bombeiros militares, bem como à
participação, através de organismos especializados, na defesa do meio ambiente.
3.3.3 Normas e Regulamentações Municipais
Para auxiliar na manutenção das ações de segurança contra incêndio nos
municípios, o Código de Obras e Edificações do Município e as orientações normativas
dispõem regras gerais e específicas que deverão ser obedecidas.
A execução, o licenciamento, a manutenção e a utilização de obras e edificações
deverão estar dentro do limite dos imóveis, uma vez que o Decreto n.32.329, de 23 de
setembro de 1992 regulamenta a Lei n.11228 – Código de Obras e Edificações, e dá outras
providências.
A autoridade municipal é a principal responsável na fiscalização das edificações,
pois é no município que haverá a liberação do alvará. As vistorias são feitas pelos órgãos
tecnicamente capacitados, com o objetivo de proteger a vida dos moradores e reduzir os danos
nas propriedades.
3.4 Sistemas de prevenção e combate a incêndio
17
Os sistemas de combate a incêndio são utilizados para controlar a ação do fogo
nas edificações. Eles agem no início do incêndio, limitando o crescimento e a propagação do
fogo.
Os equipamentos usados podem ser manuais ou automáticos, fixos ou móveis,
ativos ou passivos. Eles são adequados para cada tipo de risco e atuam em diversos tipos de
situações.
Os principais equipamentos de combate a incêndio são: extintores portáteis e
sobre rodas; sistemas de hidrantes; chuveiros automáticos; iluminações de emergência; e
sistema automático de detecção e alarme de incêndio.
As instalações dos sistemas de combate a incêndio devem seguir as normas
estabelecidas pelo corpo de bombeiros e os equipamentos devem ter sinalizações horizontais e
verticais.
3.4.1 Extintor de Incêndio
Segundo Pereira, Almiron e Del Carlo (2008), os extintores de incêndio surgiram
no século XV, de forma rudimentar, sendo constituído de uma espécie de seringa metálica
provida de um cabo de madeira. No século seguinte, o extintor foi renovado e passou a ser
constituído por um grande recipiente de ferro montado sobre rodas, proveniente de um
enorme gargalo curvo, podendo penetrar nas aberturas dos edifícios em chamas.
Os extintores portáteis fazem parte do sistema básico de segurança contra
incêndio em edificações. Eles têm como objetivo o combate de principio de incêndio e devem
ter como características principais: facilidade de uso, portabilidade, manejo e operação. Os
princípios de incêndio têm características diferentes, devido a sua origem elétrica e aos
materiais combustíveis envolvidos. Logo, o treinamento das pessoas para o seu uso é de
fundamental importância para o cumprimento do seu objetivo (PEREIRA; ALMIRON; DEL
CARLO, 2008).
Os extintores de incêndio são regulamentados no Código de Obras e Edificações
dos Municípios e estão nos regulamentos dos Corpos de Bombeiros de todo Brasil, tornando
seu uso obrigatório na maioria dos tipos de edificações, sendo não obrigatório em residências
unifamiliares.
3.4.1.1 Classes de incêndio
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Segundo Pereira, Almiron e Del Carlo (2008), os extintores são classificados em
função do agente extintor, esses agentes podem ser utilizados para um ou mais classes de fogo
descritas a seguir:
Incêndio classe A – fogo envolvendo materiais combustíveis sólidos, tais como:
madeira, tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas, que
queimam em superfície e profundidade, deixando resíduos. A extinção deste tipo de incêndio
ocorre através do resfriamento.
Incêndio classe B – fogo envolvendo líquidos e/ou gases inflamáveis ou
combustíveis, plásticos e graxas que se liquefazem por ação do calor e queimam somente em
superfície. A extinção ocorre através do abafamento ou inibição da reação em cadeia. No caso
de gases, a extinção também poderá ser por isolamento.
Incêndio classe C – fogo envolvendo equipamentos e instalações elétricas
energizadas. Uma vez desligada a corrente elétrica, sua classificação se modifica, de acordo
com o material envolvido pelo fogo. A extinção desse tipo de incêndio ocorre através do
abafamento ou inibição da reação em cadeia.
Incêndio classe D – fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio,
alumínio, zircônio, sódio, potássio e lítio. O principio de extinção é por abafamento, podendo
ser utilizado o método de isolamento.
Incêndio classe E – são considerados os incêndios em óleo de cozinha, gordura e
graxa. Os agentes extintores utilizados na extinção desses incêndios são à base de ácido
cítrico ou láctico, que transforma o óleo de cozinha em substância saponácea, abafando o
incêndio.
3.4.1.2 Cuidados com o extintor
A instalação dos extintores de incêndio nas edificações e áreas de risco é
resultante da necessidade de se efetuar o combate ao incêndio de imediato após sua detecção,
ou seja, na sua origem.
Porém, para usar os extintores, é necessário ter alguns cuidados e seguir as
normas regulamentadas pelo Corpo de Bombeiros. A seguir serão especificados os principais
cuidados a serem tomados:
Não deverá permanecer obstruído;
Deverá estar visível e sinalizado;
Não deverá ser colocado na escada e/ou obstruindo rotas de fuga;
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É permitida a instalação de extintores sobre suportes e nunca diretamente sobre
o piso;
Ensaio hidrostático (validade 5 anos) e a validade de recarga deverão estar
dentro dos parâmetros das Normas Técnicas Oficiais;
Quando os extintores estiverem localizados em pilares, a sinalização deve ser
implantada em todas as faces do pilar;
Deverá ser instalado onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu
acesso;
Altura da instalação: 1,60 metros a altura máxima, 0,20 metros a altura
mínima;
Deverá possuir o selo ou marca de conformidade de órgão competente ou
credenciado;
Deverá ser instalado de modo a ser adequado à extinção das várias classes de
incêndios, dentro da área de proteção;
O lacre não poderá estar rompido;
A sinalização dos extintores deve ser implantada também no piso, quando
estiverem localizados em garagens, depósitos, áreas de fabricação, por meio de um quadrado
vermelho com lado igual a 70 cm e com moldura amarela de 15 cm de largura.
3.4.2 Sistema de hidrantes prediais
O Sistema de Hidrantes é composto por Reserva de Incêndio, Bomba de
Recalque, Tubulação, Hidrante, Abrigo de Mangueira e Registro de Recalque. O agente
extintor, utilizado no sistema de hidrantes, é a água e o método de extinção é por
resfriamento.
Conforme Piolli (2003), os sistemas de hidrantes têm a função de extinguir o
incêndio em seus estágios iniciais, ou seja, enquanto o incêndio ainda estiver localizado, não
tiver ocorrido à inflamação generalizada e houver condições dos brigadistas se aproximarem
para desenvolver, com segurança, as operações de combate ao incêndio.
3.4.2.1 Reserva de Incêndio
É um compartimento feito de concreto armado ou de metal, destinado ao
armazenamento de grande quantidade de água que, efetivamente, deverá ser fornecida para o
uso exclusivo de combate ao incêndio.
20
A capacidade da reserva de incêndio deverá ser suficiente para garantir o
suprimento dos pontos de hidrantes, considerando em funcionamento simultâneo, durante o
tempo solicitado nas especificações técnicas.
3.4.2.2 Bomba de Recalque
A Bomba de Recalque efetua o deslocamento da água no interior das tubulações.
O seu acionamento é manual – botoeira tipo liga/desliga – ou automático, através da chave de
fluxo para reservatórios elevados ou manômetros para reservatórios subterrâneos.
As Bombas de Recalque possuem motor elétrico ou motor a explosão. As
instalações da bomba recalque deverão seguir as seguintes condições:
Devem ser protegidas contra intempéries, fogo, umidade, agentes químicos e
danos mecânicos;
A automatização da bomba deve ser executada de maneira que, após a partida
do motor, seu desligamento seja obtido somente por acionamento manual, localizado dentro
da casa de bombas e em um ponto estratégico da edificação ou no prédio de maior risco;
O funcionamento automático é iniciado pela simples abertura de qualquer
ponto de hidrante da instalação;
Devem ser utilizadas somente para esse fim;
As chaves elétricas de alimentação das bombas devem ser sinalizadas com a
inscrição “Alimentação da Bomba de I;cêndio – Não desligue”
As bombas de recalque devem possuir uma placa de identificação na qual
poderá ser constatada a sua potência.
3.4.2.3 Tubulação
A tubulação consiste em um conjunto de tubos, conexões, acessórios e outros
materiais destinados a conduzir a água, desde a reserva de incêndio até os pontos de hidrantes.
Todo e qualquer material previsto ou instalado deve ser capaz de resistir ao efeito do calor,
mantendo seu funcionamento normal. O meio de ligação entre tubos, conexões e acessórios
diversos deve garantir a estanqueidade e a estabilidade mecânica da junta, e não deve sofrer
comprometimento de desempenho se for exposto ao fogo.
Conforme a NBR 13714, nenhuma tubulação de alimentação dos pontos de
hidrantes pode ter diâmetro nominal inferior a 65 mm. A tubulação aparente deverá ser
pontada na cor vermelha e os acessórios na cor amarela (registros e válvulas).
21
3.4.2.4 Hidrante
Hidrante é um ponto de tomada de água provido de dispositivo de manobra
(registro) e união de engate rápido. Os hidrantes poderão ser de coluna ou de parede e com
uma única expedição ou duplos.
Todos os pontos de hidrantes devem receber sinalizações que permitam sua rápida
localização, também não podendo ficar obstruídos. A utilização do sistema de hidrantes não
deve comprometer a fuga dos ocupantes da edificação; portanto, deve ser projetado de forma
a proteger a área da edificação, sem que obstrua as rotas de fuga.
3.4.2.5 Abrigo de Mangueira
Compartimento (cor vermelha), embutido ou aparente, dotado de porta, destinado
a armazenar mangueiras, esguichos e outros equipamentos de combate ao incêndio, capaz de
proteger contra intempéries e danos diversos. Deverá ser instalado a não mais de 5 metros de
cada hidrante de coluna, em lugar visível e de fácil acesso, com o dístico “incêndio” na porta.
3.4.2.6 Registro de Recalque
O sistema deve ser dotado de registro de recalque, consistindo em um
prolongamento da tubulação, com diâmetro nominal mínimo de 65 mm até a entrada principal
da edificação, cujos engastes são compatíveis aos utilizados pelo Corpo de Bombeiros.
O dispositivo de recalque pode ser instalado na fachada da edificação ou no muro
da divisa com a rua, com a introdução voltada para a rua e para baixo em um ângulo de 45
graus e a uma altura entre 0,60m e 1 metro, em relação ao piso do passeio.
3.4.3 Iluminação de Emergência
Quando ocorre um incêndio em um edifício, a dificuldade da visibilidade em
corredores, escadas e passagens pode significar a diferença entre uma evacuação planejada e o
caos. O sistema de iluminação de emergência complementa a viabilidade da saída dos
ocupantes do edifício, portanto, não pode ser concebido isoladamente dos demais sistemas de
segurança da edificação (ARAUJO; GUBEROVICH, 2008).
A iluminação de emergência é obrigatória em todos os locais que proporcionam
uma circulação horizontal ou vertical, de saídas para o exterior da edificação. O sistema de
iluminação do ambiente deve garantir um nível mínimo de iluminamento no piso de 05 lux
em locais com desnível e 03 lux em locais planos; deve permitir o reconhecimento de
22
obstáculos que possam dificultar a circulação, como grades, saídas, mudanças de direção, etc.;
e não pode deixar sombras nos degraus das escadas e obstáculos (BRASIL, 1999).
De acordo com Araújo e Guberovich (2008), o projeto do sistema de iluminação
de emergência deve levar em consideração a falta ou falha de energia elétrica fornecida pela
concessionária ou o desligamento voluntário, em caso de incêndio na área afetada. Além
disso, deve indicar pontos da instalação dos dispositivos de iluminação, com o tempo mínimo
de funcionamento do sistema previsto nessas áreas, em caso de planejamento da variação da
autonomia de iluminação de emergência em diferentes áreas. O projeto deve ser constituído
de memoriais e outros documentos, bem como das plantas de leiaute que definam as
exigências do projeto da iluminação de emergência e suas soluções, além de definir e facilitar
a instalação do sistema.
3.4.4 Chuveiros automáticos
Os chuveiros automáticos, também denominados Sprinklers, são aparelhos
termicamente sensíveis, com um elemento projetado para entrar em funcionamento quando
chegam a temperaturas pré-determinadas. Sua função é atirar água automaticamente para
extinguir e combater um foco de incêndio.
Os chuveiros automáticos já têm pressão e vazão especificadas e são formados
pelos defletores, obturadores, corpos e elementos termo-sensíveis. Segundo as normas da
ABNT NBR 6135 e 6125, os Sprinklers devem apresentar no corpo e/ou no defletor, as
seguintes informações:
Ano de fabricação;
Cores corretas dos elementos termo-sensíveis;
Diâmetro nominal do orifício;
Marca do fabricante e modelo do Sprinkler;
Letra código da posição;
Temperatura nominal da operação.
Piolli (2003) menciona que o sprinkler contém um obturador ou sensor térmico
que impede a saída da água quando a situação for normal. Esse obturador pode ser constituído
por uma ampola de quartzoid, contendo um líquido apropriado, que, sob a ação do calor, se
expande graças ao seu elevado coeficiente de expansão, rompendo a ampola e permitindo a
aspersão da água sobre o local, após incidir sobre um defletor ou roseta de formato especial.
23
Segundo Pereira e Popovic (2007), deverão ser observadas as seguintes condições
durante a instalação do chuveiro automático, além das demais exigências previstas nas
Normas Técnicas Oficiais (NBR 6135 e 6125):
O sistema de automação e painel de controle deverá estar sempre em condições
de funcionamento;
Os registros deverão estar sempre abertos;
É obrigatório sinalizar, nos pavimentos, a localização das válvulas de alarme e
das chaves detectoras de fluxo d´água;
Não deverá ser amarrado nenhum tipo de material – tubulações diversas,
fiações etc. – nas tubulações do sistema;
No caso de necessidade de troca do chuveiro, deverá ser verificado o tipo
correto;
A critério do projetista, a instalação de chuveiros automáticos em casa de
máquinas, subestações, casa de bombas, sala de gerador etc. poderá ser substituída pela
instalação de detectores ligados ao sistema de alarme do prédio ou ao sistema de chuveiros
automáticos;
Deverão ser observadas as demais exigências na Norma Técnica Oficia – NBR
10897 – no caso de instalação e/ou manutenção do Sistema de Chuveiros Automáticos;
Os condutores e suas derivações deveram ser embutidos em eletrodutos
rígidos. No caso de serem externos, de instalação aparente, devem também ser metálicos,
pintados na cor vermelha.
3.4.5 Sistema automático de detecção e Alarme de incêndio
Os sistemas de detecção e alarme de incêndio são constituídos por elementos que
fornecem informações sobre os princípios de incêndio por meio de indicações sonoras e
visuais, esses sistemas controlam os dispositivos de segurança e de combate automático
instalados no edifício ou área de risco.
O objetivo é detectar o incêndio, que se apresenta sob a forma de três fenômenos
físicos:
Fumaça;
Elevação da temperatura ambiente em relação à normal;
Radiação da luz de chama aberta.
24
Primeiramente, é feito uma detecção do incêndio, após a detecção, os acionadores
manuais enviam uma mensagem do local do fogo até a central de processamento, o aviso é
ativado pela central de alarme e, por fim, são acionados os dispositivos auxiliares para
ativação de outros sistemas de combate a incêndio.
A proposta do sistema de detecção e alarme de incêndio (SDAI) é detectar o fogo
em seu estágio inicial, a fim de possibilitar o abandono rápido e seguro dos ocupantes do
edifício e iniciar as ações de combate ao fogo, evitando assim a perda de vidas, do patrimônio
e também evitar contaminação do meio ambiente (BRASIL, 2010).
3.4.6 Sinalização de Emergência
A sinalização de segurança contra incêndio e pânico tem como objetivo reduzir o
risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes, além de garantir que
sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e
facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da
edificação em caso de incêndio. A sinalização de segurança contra incêndio e pânico faz uso
de símbolos, mensagens e cores definidos na ABNT NBR 13434-2 e instalados nas áreas de
risco (BRASIL, 2004).
Brasil (2004) descreve os requisitos exigíveis que devem ser satisfeitas pela
instalação do sistema de sinalização contra incêndio e pânico em edificações. A sinalização de
segurança é classificada em básica e complementar.
A sinalização básica é constituída por quatro categorias, que são:
Sinalização de proibição;
Sinalização de alerta;
Sinalização de orientação e salvamento;
Sinalização de equipamentos.
A sinalização de proibição tem a função de proibir ações capazes de conduzir o
início de um incêndio; a sinalização de alerta tem a função de alertar para áreas e materiais
com potencial de risco; a sinalização de orientação e salvamento tem a função de indicar as
rotas de saídas e ações necessárias para o seu acesso e a sinalização de equipamentos de
combate a alarme tem a função de indicar a localização e os tipos de equipamentos de
combate aos incêndios disponíveis.
A sinalização complementar é formada por faixas de cor ou mensagens, onde são
empregadas nas seguintes situações:
25
Indicação continuada de rotas de saída, como pilares, arestas de paredes, vigas,
etc.;
Indicação de obstáculos e riscos de utilização das rotas de saída;
Mensagens específicas que acompanham a sinalização básica, onde for
necessária a complementação da mensagem dada pelo símbolo.
Os diversos tipos de sinalização de segurança contra incêndio e pânico devem ser
implantados em função de características especificas do uso e dos riscos, bem como em
função de necessidades básicas para a garantia da segurança contra incêndio na edificação
(BRASIL, 2004).
3.4.7 Brigada de Incêndio
A instalação de equipamentos de proteção nos edifícios e áreas de risco não
garante que, na ocorrência de um incêndio, seja ele simplesmente extinto ainda em seu
princípio. É necessário que os ocupantes tenham conhecimentos básicos sobre a operação de
tais equipamentos e saibam agir ordenadamente, atuando assim de modo eficaz durante a
situação de emergência.
Segundo Pereira e Popovic (2007), a utilização dos equipamentos de proteção
deverá ser realizada por uma equipe especializada, ou seja, pelos integrantes da Brigada de
Incêndio. A Brigada de Incêndio é um grupo organizado de pessoas treinadas e capacitadas
para atuar na prevenção e no combate a um principia de incêndio, bem como na evasão do
local e na prestação de primeiros socorros, dentro de uma área preestabelecida.
A organização da Brigada de Incêndio nas edificações é feita de acordo com
algumas características, tais como: a altura, área construída, número de ocupantes, número de
pavimentos e tipo de ocupação da edificação. Porém, é necessário consultar a Norma Técnica
– NBR 14276.
São atribuições das Brigadas de Incêndio: ações de prevenção e ações de
emergência. Essas ações consistem em:
Ações de prevenção
Elaboração de relatórios das irregularidades encontradas;
Inspeção geral dos equipamentos de proteção contra incêndio;
Orientação à população fixa e flutuante;
Avaliação dos riscos existentes;
26
Realização de exercícios simulados;
Inspeção de saídas de emergência e acessos;
Encaminhamento do relatório aos setores competentes.
Ações de emergência
Combate ao princípio de incêndio;
Corte de energia;
Recepção e orientação ao Corpo de Bombeiros;
Identificação do sinistro;
Preenchimento do formulário de registro de trabalho dos bombeiros;
Primeiros socorros;
Alarme/evasão da área;
Acionamento do Corpo de Bombeiros;
Encaminhamento do formulário ao Corpo de Bombeiros para atualização de
dados estatísticos.
Devem ser realizados exercícios simulados no estabelecimento ou local de
trabalho, com a participação de toda a população, em intervalos máximos de três meses pra
simulados parciais e seis meses para simulados completos. Avalia-se assim, a brigada de
incêndio, com o intuito de obter o melhor desempenho durante as ações de emergência
(PEREIRA;POPOVIC, 2007).
3.4.8 Saídas de Emergência
As saídas de emergência consistem em áreas especiais utilizadas para dar conforto
mínimo e segurança aos usuários nas situações de emergências. As saídas deverão ser
executadas no processo inicial da construção, para que possam ser observados todos os
detalhes construtivos.
Segundo Pereira, Almiron e Del Carlo (2008), o tempo necessário para que todos
os ocupantes de uma edificação consigam atingir um local seguro, previamente estabelecido
depende de:
a) características da população: número de ocupantes, sua distribuição pela
edificação, sua condição física, suas reações, seu estado físico e mental; tempo que dormiu ou
o tempo que esteja acordado e se é ou não treinado para enfrentar emergências;
b) tipo de atividade exercida: natureza dos componentes, dos processos
industriais, etc.;
27
c) instalações industriais abertas: são consideradas de alto risco para a evacuação.
São os processos industriais que, em fração de segundos, colocam em risco uma grande área.
A saída de funcionários de plataformas e torres de refinação deve estar no sistema de
evacuação e receber um tratamento particular e requerem um treinamento específico
(indústrias químicas, petroquímicas).
Durante o período de evacuação, a população envolvida procura determinados
pontos de apoio para servir de orientação. Dentre os mais procurados, estão os corredores e as
escadas de Segurança.
Os corredores devem ter as posições e os espaços completamente desobstruídos,
com trânsito livre para as pessoas, além de luz e ventilação necessárias ao bom andamento,
também deve possuir materiais de acabamento e de revestimento incombustível e largura de
acordo com as necessidades de unidades de passagem. As escadas deverão possuir sistema de
ventilação, facilitando a aeração e a extração de possível entrada de fumaça, devem ter lances
retos e em alguns tipos de escadas também existe a necessidade de haver portas cota fogo,
dutos de ventilação ou ainda a pressurização da caixa da escada. Todas as escadas de
segurança devem possuir resistência ao fogo compatível com a ocupação (PEREIRA;
ALMIRON; DEL CARLO, 2008).
Os grandes intervalos de tempo proporcionam insegurança aos ocupantes da
edificação, que por outra parte, pode incluir pessoas idosas, enfermas ou mesmo inválidas
temporária ou permanentemente (cegos, gestantes, surdos-mudos).
Infelizmente, a busca incessante de controle de gastos e a diminuição de custos
nas obras levam vários profissionais a ignorar itens fundamentais nas saídas de emergência.
Como resultados têm-se a inconsciência, a imprudência, o risco para os outros, a negligência,
a inconsequência e a ignorância. É para a proteção do homem que existe a legislação e o
correto projeto suprindo as falhas do aspecto humano e salvaguardando os bens. Nas
sociedades evoluídas é dado um valor inestimável às pessoas e as perdas de vidas humanas
são consideradas como inaceitáveis (ABOLINS; BIANCHINI; NOMELLINI, 2008).
3.5 Coleta de dados de incêndios
A coleta de dados, pelos órgãos públicos e privados, proporciona o
desenvolvimento de novas tecnologias de prevenção e de combate oa incêndio. Para a análise
desses dados, é necessário ter em mãos o registro da ocorrência, pois, somente através desse
registro, vai ser possível ter uma análise criteriosa do incêndio ocorrido.
28
Cada bombeiro busca um determinado número e tipo de informações para
melhorar a qualidade e diversidade do conteúdo escrito no registro de ocorrência. As
informações mais comuns são: caracterização da ocorrência, data/hora da ocorrência e
endereço, causa do incêndio, veículos utilizados e quantidade de bombeiros empregados na
ocorrência, horários parciais de saída e regresso da ocorrência e quilometragem parcial,
número de vítimas, consumo de água, sistemas de proteção existentes na edificação, histórico
da ocorrência e equipamentos utilizados.
Porém, é necessário expandir a coleta de dados no país como um todo, pois não
basta computar apenas os dados fornecidos pelo Corpo de Bombeiros, uma vez que eles não
serão suficientes para cobrir o vasto território nacional.
3.5.1 Incêndios no mundo
Os grandes incêndios ocorrem, em sua maioria, devido às falhas, durante o
processo de prevenção, e/ou na execução do combate inicial. Diversos incêndios ocorreram
nas últimas décadas e até hoje deixam marcas de desespero, dor, horror e morte.
Nesse tópico serão apresentados os principais casos de incêndio ao longo da
história, verifique-os a seguir:
Em Londres ocorreram incêndios significativos de 1666 a 1798 – no dia 2 de
setembro de 1666, o incêndio iniciou numa casa de madeira em Pudding Lane
e perdurou por quatro dias, consumindo cerca de 13.000 casas, 87 igrejas e
capelas, além de outras ocupações. Foi denominado como The Great Fire;
Constantinopla, em 1750 – 10.000 casas foram destruídas;
Chicago (EUA), em 1871 – o acelerado processo de urbanização da cidade e
verticalização dos edifícios sofreu interrupção devido ao incêndio, o qual
provocou 250 mortos e aproximadamente 100.000 desabrigados;
Lãs Vegas (EUA), em 1980 – o mais grave incêndio em hotel (MGM) deixou
85 mortos;
França, em 1982 – ocorreu um incêndio no hospital para deficientes mentais
(41 mortos);
Egito, em 1994 – um trem com oito tanques cheios de combustível, óleo,
começou a pegar fogo e foi levado pela força das águas, incendiando todas as
casas pelo caminho, morreram 557 pessoas;
29
China, ano 1994 – foram registrados 40 mil incêndios que mataram 2600
pessoas e deixaram 4 mil feridos.
Em todo o século XIX, foram registrados 12 grandes incêndios, que acarretaram
5.310 mortes. No século XX, de janeiro de 1900 a abril de 1996, já foram registrados 118
grandes incêndios, com 11.802 mortes, das quais 2.070 ocorreram nos últimos dois anos. Nos
primeiros 40 anos do século XX (1900 a 1939), houve 17 grandes incêndios, nos 40 anos
seguintes (1940 a 1979) houve 69 grandes incêndios (PEREIRA; POPOVIC, 2007, P.17).
3.5.2 Incêndios no Brasil
No Brasil, não se tem os dados detalhados em relação a incêndios, devido ao
desenvolvimento e ocupação urbana recente, e à falta de registro dos fatos ocorridos. No
decorrer da história, foram registrados alguns incêndios, verifique-os a seguir:
Porto Alegre, em 2013 – incêndio atinge casa noturna na região central de
Porto Alegre;
Salvador (BA), em 1743 – ocorreu um grande incêndio, onde funcionava uma
fábrica com depósito de munições, no Largo dos Aflitos, destruindo a Casa do Trem;
São Paulo, em 1984 – incêndio destrói o teatro da PUC;
Rio de Janeiro (RJ), em 1825 – o teatro São João, atual João Caetano,
incendiou-se pela terceira vez, sendo que, a primeira vez foi em 25 de março de 1825 e a
segunda vez foi em 1851. Então, D. Pedro II resolveu criar, através do Decreto Imperial
n.1775, o Corpo de Bombeiros Provisório da Corte (atual Corpo de Bombeiros do Rio de
Janeiro), com jurisdição apenas na Cidade do Rio de Janeiro;
São Paulo, em 1981 – incêndio no edifício Grande Avenida;
Bahia, em 1859 – no dia 12 de janeiro, ocorreu um incêndio num sobrado de
04 pavimentos, na rua Nova do Comércio, onde funcionava o Banco da Bahia;
Niterói (RJ), em 1961 – ocorreu um incêndio num circo com 350 mortos;
São Paulo, em 1974 – incêndio no edifício Joelma;
Rio de Janeiro (RJ), em 1973 – o incêndio destrói a fábrica de formulários
contínuos para computadores e artes gráficas Gomes de Souza, causando a morte de 05
pessoas;
Curitiba (PR), em 1973 – o incêndio ocorreu no Instituto do Lar dos Meninos,
matando 06 crianças;
São Paulo, em 1972 – incêndio no edifício Andraus;
30
Rio de Janeiro (RJ), em 1986 – incêndio no edifício Andorinha, com 23
mortos;
Manaus, em 1990 (AM) – incêndio em uma loja de eletrodomésticos, com
desabamento, provocando a morte de um oficial e ferimento de 1 sargento do Corpo de
Bombeiros;
Roraima, em 1998 – no norte do Estado, ocorreu um incêndio considerado o
maior da história, atingindo a floresta amazônica, entre outros;
Osasco (SP), em 1996 – ocorreu um incêndio no mês de julho, num shopping
Center, matou dezenas de pessoas;
Minas Gerais, em 1995 – no mês de setembro, duas reservas florestais foram
severamente atingidas por dois grandes incêndios num intervalo de 15 dias.
3.5.3 Incêndios no Rio Grande do Norte
O estado do Rio Grande do Norte tem uma deficiência muito grande no registro
de ocorrências de incêndio. Dentre os vários incêndios ocorridos no estado, os de destaque
são:
Patú, em 1964 – um incêndio de grandes proporções, que atingiu 05
propriedades, causando danos aos seus proprietários e à economia do Estado;
Natal, em 2013 – no mês de janeiro, houve um incêndio em uma fábrica de
adubos na zona oeste de natal;
São Paulo do Potengi, em 2013 – no mês de fevereiro, ocorreu um incêndio na
fábrica de beneficiamento de castanha;
Mãe Luiza, em 1966 – no mês de setembro, um incêndio proporcionou uma
ocasião em que uma criança do sexo feminino foi encontrada em estado de carbonização;
Natal, em 2013 – no mês de abril, ocorreu um incêndio em uma edificação, que
resultou em mortes e ferimentos. O fogo se iniciou em um colchão, e incendiou a casa.
3.5.4 Incêndios em Mossoró
Segundo o Corpo de Bombeiros de Mossoró, o número de incêndios aumentou
desproporcionalmente no ano de 2012. A instauração do quadro de seca na região, durante o
ano de 2012, fez com que as ocorrências de incêndio superassem as expectativas do Corpo de
Bombeiros.
31
No mês de dezembro, foram registradas 32 ocorrências de princípio de incêndio e
26 queimadas. Na maioria dos casos, percebe-se que o fogo é iniciado por ação humana e
ocorre, principalmente, em terrenos baldios e lixões.
3.5.5 Incêndios nas Universidades
Os casos de incêndios têm se tornado comum nas escolas e nas Universidades.
Nos anos de 2012 e 2013, ocorreram vários incidentes nas Universidades do Brasil, verifique
alguns casos citados abaixo:
Manaus, em 2013 – no mês de maio, um incêndio atingiu prédios da biblioteca
na Universidade Federal do Amazonas, UFAM, em Manaus;
Salvador, em 2013 – no mês de março, um incêndio atingiu um laboratório na
Universidade Federal da Bahia, UFBA;
Paraíba, em 2013 – no mês de março, um carro pegou fogo e a fumaça invadiu
um prédio na faculdade Mauricio de Nassau em João Pessoa;
São Paulo, em 2013 – no mês de março, um incêndio destruiu mais da de um
dos prédios da biblioteca do Instituto de Letras da metade Universidade Estadual de
Campinas, Unicamp;
Santos, em 2013 – no mês de março, um incêndio atingiu uma sala na
Universidade Santa Cecília;
Belo Horizonte, em 2013 – no mês de janeiro, um incêndio atingiu o Museu de
Ciências Naturais da Pontifícia na Universidade Católica de Minas Gerais;
São Paulo, em 2013 – no mês de janeiro, um incêndio atingiu o campus da Vila
Olímpia da Universidade Anhembi Morumbi;
Pernambuco, em 2012 – no mês de novembro, um incêndio atingiu a mata que
cerca os prédios do campus do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).
É de fundamental importância a segurança dos alunos e funcionários das
Universidades, sendo indispensável o uso de sinalizações, fiscalizações e treinamentos de
capacitação. É necessário implantar setores de orientações aos alunos e funcionários, para
responder todas as dúvidas e indicar o que pode ser feito para melhorar tal situação.
32
4 METODOLOGIA
A metodologia utilizada neste projeto foi divida em três etapas: primeiramente, foi
feito um levantamento bibliográfico de todo o material utilizado; logo em seguida, foram
coletados os dados das edificações; e, para finalizar, foram analisados os dados obtidos na
coleta realizada. Abaixo, detalhamento do procedimento realizado.
4.1 Levantamento bibliográfico
O tema estudado diz respeito aos métodos de combate a incêndio e, para a
elaboração do projeto, foram pesquisados, analisados e selecionados vários tipos de pesquisas,
artigos, livros, monografias e arquivos virtuais que pudessem, de alguma forma, auxiliar no
desenvolvimento do projeto.
Foram aplicadas as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas –
ABNT -, a Norma Regulamentadora – NR 23 - e o Código de Obras da cidade de Mossoró
para verificar se os equipamentos de combate a incêndio estavam adequados para serem
utilizados.
4.2 Coleta de dados
Para avaliação dos sistemas de combate a incêndio da Universidade Federal Rural
do Semi- Árido (UFERSA), foram realizadas cinco vistorias nas edificações da Instituição.
Observou-se que todos os prédios têm estruturas similares.
Sendo assim, foram selecionados dois prédios, Engenharia de Produção e Central
de aulas DCEN, a fim de verificar se os materiais de combate a incêndio estão de acordo com
as normas estabelecidas pelo corpo de bombeiro.
Na escolha dos prédios, foram observados os seguintes itens: fluxo de pessoas;
periculosidade dos materiais existentes dentro das edificações; e a similaridade dos projetos
arquitetônicos com os demais prédios.
Para realização do levantamento técnico dos materiais de combate a incêndio das
edificações, foram utilizadas as plantas arquitetônicas e as plantas das instalações de combate
a incêndio, ambas disponibilizadas pelo setor de infraestrutura da Universidade. Os projetos
estavam em um estado eletrônico e, devido a isso, foi necessária a utilização do programa
AUTOCAD, projeto auxiliado pelo computador, para se obter a altura e a área construída da
edificação.
33
Após o cálculo da altura e da área construída, foi classificado o tipo da edificação
e indicado quais seriam os sistemas de combate a incêndios necessários para proteger o
prédio.
4.3 Análise de projetos
Foi realizada uma vistoria dos sistemas de combate a incêndio das edificações e
foi feito um comparativo de conformidade entre o projeto de incêndio requerido pela norma e
o projeto de incêndio realizado pela Instituição. Os resultados foram colocados em várias
tabelas e expostos aqui, de forma a possibilitar maior esclarecimento e entendimento do
assunto em questão. A conclusão dos resultados obtidos fez-se necessário para saber se o
trabalho foi satisfatório ou não.
34
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta etapa, foram avaliados os sistemas de combate a incêndio presentes nas
edificações da Instituição. Para avaliação, foram utilizadas as normas vigentes pelo Corpo de
Bombeiros e o Código de Obra da cidade de Mossoró. A avaliação se iniciou com a escolha
dos prédios para realizar a vistoria.
Após a escolha dos prédios, foram calculadas as áreas construídas e as alturas dos
prédios. O cálculo foi feito utilizando os projetos arquitetônicos disponibilizados pelo setor de
infraestrutura da Instituição.
Através dos resultados obtidos, as edificações foram classificadas e
consequentemente foram especificados os equipamentos exigidos para atender a necessidade
da edificação. A tabela a seguir determina os tipos de classificações:
Tabela 1 – Classificação do tipo de edificação
Edificação Altura Área
Construída Ocupação
Tipo de
Classificação
Prédio das Salas
de aulas do
DCEN
3,9 metros 1110 metros² Reunião
Pública II
Prédio das Salas
dos Professores
do DCEN
3,55 metros 870 metros² Reunião
Pública II
Prédio de
Engenharia de
Produção
7,2 metros 1820 metros² Reunião
Pública IV
Fonte: Autoria própria (2013)
5.1 Equipamentos exigidos
De acordo com o Artigo 8° da Seção II do Código de segurança e prevenção
contra incêndio e pânico do estado do Rio Grande do Norte, as edificações classificadas com
ocupações de reunião pública deverão atender as exigências de dispositivos de proteção
contra incêndio, de acordo com a área construída e altura da edificação:
I – Edificações com altura inferior a seis metros, com área construída inferior a 750 m²:
prevenção fixa (hidrantes) nas edificações classificadas no risco “C”;
35
prevenção móvel (extintores de incêndio);
sinalização;
escada convencional.
II – edificações com altura inferior a seis metros, com área construída superior a 750 m²:
prevenção fixa (hidrantes);
prevenção móvel (extintores de incêndio);
sinalização;
escada convencional;
instalação de hidrante público.
III - edificações com altura entre seis e quinze metros, com área construída inferior a 750 m²:
prevenção fixa (hidrantes) nas edificações classificadas no risco “C”;
prevenção móvel (extintores de incêndio);
chuveiros automáticos (sprinkler) nas dependências de risco “C”;
iluminação de emergência;
sinalização;
escada convencional.
IV - edificações com altura entre seis e quinze metros, com área construída superior a 750 m²:
prevenção fixa (hidrantes);
prevenção móvel (extintores de incêndio);
chuveiros automáticos (sprinkler) nas circulações e área comuns e nas
dependências de risco “C”;
iluminação de emergência;
sinalização;
escada convencional;
instalação de hidrante público.
V - edificações com altura entre quinze e sessenta metros:
prevenção fixa (hidrantes);
prevenção móvel (Extintores de incêndio);
compartimentação vertical;
chuveiros automáticos (sprinkler);
alarme de incêndio;
iluminação de emergência;
sinalização;
escada protegida;
área de refúgio;
pára-raios;
instalação de hidrante público.
Segundo o Artigo 12° da Seção VI do Código de segurança e prevenção contra
incêndio e pânico do estado do Rio Grande do Norte, as edificações classificadas com
ocupação de Reunião Pública deverão atender às exigências de dispositivos de proteção
36
contra incêndio, de acordo com a área construída e altura da edificação, conforme disposto no
Artigo 8°, devendo ainda atender aos seguintes requisitos:
I – deverá dispor de sistema de iluminação de emergência;
II - as portas de saída de emergência deverão ter abertura no sentido de saída e
destravamento por barra anti-pânico;
III - ambientes com mais de 100 lugares, além das aberturas normais de entrada,
deverão dispor de saídas de emergência com largura mínima de dois metros e vinte
centímetros (2,20m), acrescendo-se uma unidade de passagem (cinqüenta e cinco centímetros)
para excedentes de 100 pessoas;
IV - edificações com mais de um pavimento terão escadas com largura mínima de
um metro e sessenta centímetros (1,60m), para público de até 200 pessoas, acrescendo-se uma
unidade de passagem de cinquenta e cinco centímetros (0,55 m) para excedentes de 200
pessoas.
Com o tipo da classificação especificada, torna-se necessário identificar se a
edificação condiz com as normas vigentes pelo Código de Segurança e Prevenção contra
Incêndio e Pânico do estado do Rio Grande do Norte.
Primeiramente, deve-se ressaltar a importância do material bibliográfico em mãos,
tendo em vista que é por ele que a fase da execução irá se basear. Para facilitar o
desenvolvimento do projeto, no final de cada fundamentação teórica, será apresentada uma
tabela com os quesitos analisados de cada sistema de combate e prevenção ao incêndio, para
seus respectivos resultados serão adotadas as siglas (C) para conforme, (NC) para não
conforme e (*) para itens que não se aplicam.
5.2 Extintores de Incêndio
De acordo com a NBR 12693 (Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio),
os extintores devem ser projetados em ambientes de fácil acesso e devem estar bem
sinalizados, para que, em caso de emergência, seja possível se obter uma rápida identificação.
Os extintores de incêndio devem passar por um processo de verificação para saber
se o tipo de extintor que está sendo utilizado é apropriado para o tipo de material existente no
prédio, levando-se em consideração que a carga apresentada no extintor deverá ser suficiente
para combater um possível incêndio. As cargas do agente extintor podem ser de: água, pó para
extinção de incêndio espuma mecânica gás carbônico, halogenados.
37
Na vistoria dos prédios, os extintores foram analisados segundo a sua carga
extintora, sinalização, pressão e data de validade.
Prédio 1
O prédio de aulas do Departamento de Ciências Exatas e Naturais, DCEN, é
caracterizado pelo grande fluxo de professores e alunos, portanto, é fundamental que os
extintores estejam bem distribuídos e validados, para que em caso de emergências eles
possam combater o fogo com eficiência.
Foram analisados seis extintores, todos eles distribuídos adequadamente e
posicionados a 1,50 metros do piso.
Tabela 2 - Extintores de incêndio do Prédio de Aulas do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
As não conformidades nas sinalizações ocorreram pela falta da sinalização vertical. As
pressões dos extintores 2, 4 e 6 estão inferiores a 0,83 MPA.
Extintores de
Incêndio
Agente
Extintor Pressão
Data de
Validade
Sinalização
1º extintor
Água
Pressurizada C C NC
2º extintor Pó Químico NC C NC
3º extintor Pó Químico C C NC
4º extintor
Água
Pressurizada NC C NC
5º extintor Pó Químico C C NC
6º extintor
Água
Pressurizada NC C NC
38
Figura 3 - Extintor de incêndio do prédio de aulas do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
Prédio 2
O Prédio dos professores do DCEN é composto por 36 salas e 2 banheiros sociais,
logo o fluxo de professores e alunos também é de grande intensidade. No prédio, foram
analisados 08 extintores, todos distribuídos proporcionalmente e posicionados a 1,50 metros
do piso.
Tabela 3 - Extintores de incêndio do Prédio dos professores do DCEN
Extintores de
Incêndio
Agente
Extintor Pressão
Data de
Validade Sinalização
1º extintor
Água
Pressurizada C C NC
2º extintor Pó Químico C C NC
3º extintor
Água
Pressurizada C C NC
4º extintor Pó Químico C C NC
5º extintor
Água
Pressurizada C C NC
6º extintor
Água
Pressurizada C C NC
39
7º extintor Pó Químico C C NC
8º extintor
Água
Pressurizada C C NC
Fonte: Autoria própria (2013)
A não conformidade nos extintores se dá pelo fato das sinalizações dos oito extintores
serem feitas somente na parte horizontal.
Figura 4 - Extintor de incêndio do prédio dos professores do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
Prédio 3
No Prédio de Engenharia de Produção, foram visualizados 09 extintores, sendo 02
extintores no térreo e 07 extintores no primeiro andar. Os extintores foram bem distribuídos e
posicionados a 1,50 metros do piso.
Tabela 4 - Extintores de incêndio no Prédio de Engenharia de Produção
Extintores de
Incêndio
Agente
Extintor Pressão
Data de
Validade
Sinaliização
1º extintor Gás Carbônico C NC NC
2º extintor Pó Químico C NC NC
40
3º extintor
Água
Pressurizada C NC C
4º extintor Pó Químico C NC NC
5º extintor Pó Químico C NC NC
6º extintor
Água
Pressurizada NC NC C
7º extintor Pó Químico C NC NC
8º extintor Gás Carbônico C NC NC
9º extintor
Água
Pressurizada C NC NC
Fonte: Autoria própria (2013)
A não conformidade nos extintores deve-se ao fato de que a data de validade dos
extintores teve a validade vencida no ano de 2012, a pressão no 6º extintor é inferior a 0,83
MPA, as sinalizações nos cinco primeiros extintores são feitas somente na parte horizontal e
não existe nenhuma sinalização nos dois últimos extintores.
Figura 5 - Extintor de incêndio do prédio de Engenharia de Produção
Fonte: Autoria própria (2013)
41
5.3 Sistemas de Hidrantes
A capacidade do reservatório de água deverá ser suficiente para garantir o
abastecimento de todos os pontos de hidrantes. O tempo do abastecimento da água é
proporcional ao tamanho da área construída da edificação.
Segundo as normas do Código de Segurança contra Incêndio e Pânico, o
funcionamento dos hidrantes deverá atender aos seguintes itens:
Trinta minutos (30 min.) – nas áreas construídas até 20.000m²;
Quarenta e cinco minutos (45 min.) – nas áreas construídas de 20.001 até
30.000 m²;
Sessenta minutos (60 min.) – nas áreas construídas de 30.001 até 50.000 m² e
nas instalações de produção, manipulação, armazenamento ou distribuição de gases e líquidas
combustíveis ou inflamáveis;
Noventa minutos (90 min.) – nas áreas construídas de 50.001 até 100.000 m²;
Cento e vinte minutos (120 min.) – para áreas construídas acima de 100.000
m².
Para os hidrantes da rede interna, serão utilizados dois módulos de 15 metros de
mangueiras de incêndio, considerando assim um raio de 30 metros, já nos hidrantes da rede
externa será permitida a utilização de dois módulos de 30 metros de mangueiras de incêndio,
estimando um raio de sessenta metros.
As tubulações utilizadas nas redes de hidrantes terão o diâmetro de 63 mm, e
serão feitas por um material especializado (aço galvanizado, aço preto ou cobre). Já nas
tubulações dos hidrantes públicos, o diâmetro mínimo será de 100 mm. Não é necessária a
instalação do hidrante público no local que cumpre a existência de um hidrante já instalado,
com raio máximo de duzentos metros do seu respectivo imóvel.
Na análise dos sistemas de hidrantes da UFERSA, foram realizadas 05 vistorias
nos Prédios do Departamento do DCEN e no Prédio de Engenharia de Produção. Nas vistorias
foram analisados os seguintes itens:
Abrigos de mangueira;
Tubulações;
Esguichos;
Bombas de Recalques.
42
Prédio 1
No Prédio de aulas do DCEN, foram visualizados dois sistemas de hidrantes. Os
dois sistemas estão bem distribuídos e com sinalizações horizontais, porém os esguichos estão
soltos, os abrigos de mangueira estão sujos e a mangueira do primeiro hidrante está mal
enrolada. A acessibilidade para o acionamento da Bomba de Recalque é precária.
Tabela 5 - Sistema de Hidrantes do Prédio de Aulas do DCEN
Sistema de
Hidrante Mangueira
Abrigo de
Mangueira Esguicho
Bomba de
Recalque
1º hidrante NC NC NC NC
2º hidrante C NC NC NC
Fonte: Autoria própria (2013)
Figura 6 - Sistema de Hidrante do prédio de aulas do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
43
Prédio 2
O Prédio dos professores do DCEN tem 01 sistema de hidrante. O sistema não
tem sinalização, a mangueira está desconectada da tubulação, e a Bomba de Recalque está
inacessível.
Tabela 6 – Sistema de Hidrantes do Prédio dos professores do DCEN
Sistema de
Hidrante Mangueira
Abrigo de
Mangueira Esguicho
Bomba de
Recalque
1º hidrante NC C C NC
Fonte: Autoria própria (2013)
Figura 7 - Sistema de Hidrante do prédio dos professores do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
Prédio 3
No Prédio de Engenharia de Produção, foram visualizados 02 sistemas de
hidrantes. O primeiro sistema de hidrante é localizado no térreo e o segundo no primeiro
andar.
44
Tabela 7 – Sistema de Hidrantes do Prédio de Engenharia de Produção
Sistema de
Hidrante Mangueira
Abrigo de
Mangueira Esguicho
Bomba de
Recalque
1º hidrante NC C NC NC
2º hidrante NC C NC NC
Fonte: Autoria própria (2013)
A não conformidade do Sistema de Hidrantes se dá ao fato de que os dois
hidrantes localizados na edificação são desprovidos de tubulação, de esguicho e de bomba de
recalque, o que impossibilita o seu uso para qualquer situação de emergência.
Figura 8 - Sistema de Hidrante do prédio de Engenharia de Produção
Fonte: Autoria própria (2013)
45
5.4 Sistema de Iluminação de emergência
O sistema de iluminação é dividido em iluminação de balizamento e iluminação
de aclaramento. Na iluminação de balizamento, a face iluminada do aparelho deve ter um
nível mínimo de iluminamento, capaz de garantir visibilidade de vinte metros (20 m); já na
iluminação de aclaramento, o nível de iluminamento deve ser no mínimo cinco (05) lux no
plano do piso da rota de escape ou um por cento (1%) do iluminamento normal.
Os pontos de iluminações de emergência deverão atender às áreas de risco, de
reunião de pessoas, de circulação e de acesso. As fontes de iluminação terão que alimentar o
sistema por no mínimo 02 horas de autonomia.
Na vistoria dos sistemas de iluminação de emergência, realizada nos prédios do
DCEN e no prédio de engenharia de produção, foram analisados os seguintes itens:
Posicionamento;
Intensidade;
Duração.
Prédio 1
No Prédio de aulas do DCEN, foram visualizados 03 sistemas de iluminações de
emergência. As iluminações estavam bem distribuídas, mas com baixa intensidade. No
primeiro e no segundo sistema de iluminação, só tinha uma lâmpada funcionando; já no
terceiro sistema, nenhuma das duas lâmpadas estavam funcionando.
Tabela 8 – Iluminação de Emergência do Prédio de Aulas do DCEN
Iluminação de
Emergência Posicionamento Intensidade Duração
1º aparelho C NC NC
2º aparelho C NC NC
3º aparelho C NC NC
Fonte: Autoria própria (2013)
46
Figura 9 - Iluminação de Emergência do prédio de aulas do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
Prédio 2
O Prédio dos professores do DCEN têm 03 sistemas de iluminação de
emergência. As iluminações estão distribuídas proporcionalmente, porém no 2º aparelho não
funciona nenhuma lâmpada e no 3º aparelho só funciona uma lâmpada.
Tabela 9 – Iluminação de Emergência do Prédio dos professores do DCEN
Iluminação de
Emergência Posicionamento Intensidade Duração
1º aparelho C C C
2º aparelho C NC NC
3º aparelho C NC NC
Fonte: Autoria própria (2013)
47
Figura 10 - Iluminação de Emergência do prédio dos professores do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
Prédio 3
No Prédio de Engenharia de Produção, foram visualizadas 07 iluminações de
emergência, sendo 04 iluminações no térreo e 03 iluminações no primeiro andar. Porém, as
07 iluminações se encontram descarregadas. Segundo a NBR 10898, o sistema de iluminação
de emergência com aparelhos descarregados torna o seu uso inativo nas situações de perigo.
Tabela 10 – Iluminação de Emergência do Prédio de Engenharia de Produção
Iluminação de
Emergência Posicionamento Intensidade Duração
1º aparelho C NC NC
2º aparelho C NC NC
3º aparelho C NC NC
4º aparelho C NC NC
5º aparelho C NC NC
48
6º aparelho C NC NC
7º aparelho C NC NC
Fonte: Autoria própria (2013)
Figura 11 - Iluminação de Emergência do prédio de Engenharia de Produção
Fonte: Autoria própria (2013)
5.5 Sinalização de Emergência
O projeto de sinalização de segurança identifica o tipo e a localização de cada
elemento do sistema de sinalização. Segundo a NBR 13434-1, para a execução do projeto,
será necessário obter a planta baixa da edificação e o memorial descritivo. Na planta baixa, as
sinalizações deverão estar indicadas por uma circunferência e nessa circunferência será
apontado o código do símbolo e as dimensões utilizadas. A sinalização complementar deve
ser indicada de tal forma que identifique a sua localização e seu espaçamento na planta baixa.
Prédio 1
No Prédio de aulas do DCEN, as sinalizações analisadas não estão conformes às
normas estabelecidas pela NBR 13434-1. As saídas de emergência não têm sinalizações e
tanto os hidrantes, quanto os extintores só têm sinalizações horizontais
49
Tabela 11 – Sinalização de Emergência do Prédio de Aulas do DCEN
Sinalização de
Emergência Extintores Hidrantes
Saídas de
Emergência
1º aparelho NC NC NC
2º aparelho NC NC NC
3º aparelho NC * NC
4º aparelho NC * NC
5º aparelho NC * *
6º aparelho NC * *
Fonte: Autoria própria (2013)
Figura 12 - Sinalização de Emergência do prédio de aulas do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
50
Prédio 2
No Prédio dos professores do DCEN, todos os extintores estão sem a sinalização
vertical. Os sistemas de hidrantes só estão com as sinalizações horizontais e as saídas de
emergência não têm sinalizações.
Tabela 12 – Sinalização de Emergência do Prédio dos Professores do DCEN
Sinalização de
Emergência Extintores Hidrantes
Saídas de
Emergência
1º aparelho NC NC NC
2º aparelho NC NC NC
3º aparelho NC * NC
4º aparelho NC * *
5º aparelho NC * *
6º aparelho NC * *
7º aparelho NC * *
8º aparelho NC * *
Fonte: Autoria própria (2013)
51
Figura 13 - Sinalização de Emergência do prédio dos professores do DCEN
Fonte: Autoria própria (2013)
Prédio 3
No Prédio de Engenharia de Produção, as saídas de emergência estão bem
sinalizadas, porém os hidrantes só têm sinalizações horizontais e somente os extintores 03 e
06 têm sinalizações verticais.
Tabela 13 – Sinalização de Emergência do Prédio de Engenharia de Produção
Sinalização de
Emergência Extintores Hidrantes
Saídas de
Emergência
1º aparelho NC NC C
2º aparelho NC NC C
3º aparelho C * C
4º aparelho NC * *
52
5º aparelho NC * *
6º aparelho C * *
7º aparelho NC * *
8º aparelho NC * *
9º aparelho NC * *
Fonte: Autoria própria (2013)
Figura 14 - Sinalização de Emergência do prédio de Engenharia de Produção
Fonte: Autoria própria (2013)
5.6 Resultados da análise
Os sistemas de combate ao incêndio, instalados na UFERSA, apresentam-se
divergentes com relação aos projetos requeridos pelo Código de Obras do Estado do Rio
53
Grande do Norte. Através das tabelas apresentadas, foi possível perceber que nenhum dos
sistemas de combate ao incêndio obteve conformidade em sua totalidade.
Logo, devido à similaridade nos projetos, os erros analisados nos prédios em
estudo serão repetidos na construção de prédios em diferentes locais da Universidade. Então,
para evitar futuros problemas, torna-se indispensável à revisão dos sistemas de combate ao
incêndio executados na Instituição.
54
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema de combate ao incêndio é um recurso utilizado nos prédios, empresas e
Universidades, objetivando a segurança dos usuários e diminuindo as perdas materiais nos
casos de emergências. Neste trabalho, foram analisados os critérios básicos e primordiais para
a correta aplicação dos materiais de combate ao incêndio nas edificações de uma Instituição
de Ensino Superior.
Foi realizada uma análise de conformidade dos materiais de combate ao incêndio
presentes nas edificações da UFERSA e, através dos projetos de instalações de incêndio, foi
possível perceber a situação de risco que os prédios se encontram.
Verificou-se que na execução dos sistemas de combate ao incêndio não foram
seguidas as normas impostas pelo Código de Obras do Rio Grande do Norte. Logo, foi
diagnosticado que os equipamentos de combate ao incêndio apresentam irregularidades nas
suas especificidades, invalidando o seu uso em situações de emergências. Dentre os
equipamentos mais prejudicados, estão os extintores, hidrantes e iluminações de emergências.
As sinalizações de emergências não foram elaboradas conforme a NBR 13434-1 e
as saídas de emergências não foram feitas com os materiais específicos. Esses erros são
determinantes na eficiência do combate ao fogo em uma situação de perigo.
Portanto, é de fundamental importância que o Corpo de Bombeiros exija da
Universidade a execução do projeto de instalações de incêndio conforme as normas
estabelecidas pelo Código de Obras do Rio Grande do Norte. A elaboração dos projetos de
prevenção e combate ao incêndio é um processo que deve ser realizado com bastante
eficiência, a fim de proporcionar o salvamento de maior número de vidas possíveis em casos
de incêndio.
55
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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56
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57
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Cuiabá. 2010. 45 f. Monografia (Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho),
Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2010.
58
ANEXOS
59
Figura 13 - Planta baixa do bloco de salas de aula.
Fonte: Arquivo da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade
60
Figura 14 - Corte do bloco de salas de aula.
Fonte: Arquivo da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade
61
Figura 15 - Projeto de incêndio do bloco de salas de aula.
Fonte: Arquivo da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade
62
Figura 16 - Planta baixa do bloco de salas dos professores.
Fonte: Arquivo da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade
63
Figura 17 - Corte do bloco de salas dos professores.
Fonte: Arquivo da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade
64
Figura 18 - Projeto de incêndio do bloco de salas dos professores.
Fonte: Arquivo da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade
65
Figura 19 - Projeto de incêndio do prédio de Engenharia de Produção.
Fonte: Arquivo da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade
66
Figura 20 - Projeto de sinalização de emergência do prédio de Engenharia de Produção.
Fonte: Arquivo da Superintendência de Infra-Estrutura da Universidade