Post on 18-Aug-2020
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO STRICTO SENSU
FLÁVIO CREPARDI BRUSTELO
FINANÇAS COMPORTAMENTAIS EM DECISÕES DE JOGOS DE
EMPRESA NA GRADUAÇÃO DA UMESP
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2011
FLÁVIO CREPARDI BRUSTELO
FINANÇAS COMPORTAMENTAIS EM DECISÕES DE JOGOS DE
EMPRESA NA GRADUAÇÃO DA UMESP
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Alberto Sanyuan Suen
SÃO BERNARDO DO CAMPO
2011
FICHA CATALOGRÁFICA
B838f
Brustelo, Flávio Crepardi
Finanças comportamentais em decisões de jogos de empresa
na graduação da UMESP / Flávio Crepardi Brustelo. 2011.
102 f.
Dissertação (mestrado em Administração) --Faculdade de
Administração e Economia da Universidade Metodista de São
Paulo, São Bernardo do Campo, 2011.
Orientação : Alberto Sanyuan Suen
1. Jogos de empresa 2. Teoria do prospecto 3. Teoria de
mercado eficiente 4. Finanças comportamentais 5. Heurística
I.Título.
CDD 658
FLÁVIO CREPARDI BRUSTELO
FINANÇAS COMPORTAMENTAIS EM DECISÕES DE JOGOS DE
EMPRESA NA GRADUAÇÃO DA UMESP
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Metodista de São Paulo, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Alberto Sanyuan Suen
Data da Aprovação : 23/novembro/2011
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Alberto Sanyuan Suen ________________________
Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Orientador Prof. Dr. Elmo Tambosi Filho ________________________
Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Examinador Interno Prof. Dr. Octávio Ribeiro de Mendonça Neto _______________________
Universidade Presbiteriana Mackenzie Examinador Externo
A dissertação de mestrado sob o título “FINANÇAS COMPORTAMENTAIS EM DECISÕES DE
JOGOS DE EMPRESA NA GRADUAÇÃO DA UMESP”, elaborada por Flávio Crepardi Brustelo
foi apresentada e aprovada em 23 de novembro de 2011, perante banca examinadora
composta pelo Prof. Dr. Alberto Sanyuan Suen (Presidente/UMESP), Prof. Dr. Elmo Tambosi
Filho (Titular/UMESP) e Prof. Dr. Octávio Ribeiro de Mendonça Neto (Titular / Universidade
Presbiteriana Mackenzie).
__________________________________________
Prof. Dr. Alberto Sanyuan Suen
Orientador e Presidente da Banca Examinadora
__________________________________________
Prof. Dr. Luis Roberto Alves
Coordenador do Programa de pós-Graduação
Programa: Pós-Graduação em Administração
Área de Concentração: Gestão de Organizações
Linha de Pesquisa: Gestão Econômico-Financeira de Organizações
RESUMO
Os 799 discentes presenciais cursando entre o 5º a 8º semestre que utilizam os jogos de empresas, inclusos nas 225 empresas ativas distribuídas entre os cursos de Administração geral; Comércio exterior; Administração financeira; Ciências contábeis e Ciências econômicas no campus Rudge Ramos da Universidade Metodista de São Paulo, foram submetidos a 6 cenários virtuais, com diferentes graus de complexidade, onde suas decisões foram investigadas sob a ótica dos aspectos heurísticos, contidos em finanças comportamentais, validando a hipótese de que suas decisões não são tomadas utilizando a teoria de mercado eficiente contida nas finanças tradicionais, modelo este que pressupõe que seus agentes são racionais e maximizadores de benefícios esperados, mas as tomam através das heurísticas comportamentais de efeito certeza, reflexão e isolamento, existentes no questionário da Teoria do Prospecto, Nobel de economia em 2002 por introduzir os insights da pesquisa psicológica na ciência econômica, especialmente no que diz respeito as avaliações e tomada de decisão sob incerteza, sugerindo uma mudança na função linear da predileção de perdas à ganhos, constantes em finanças tradicionais, para uma concavidade da função utilidade para ganhos e convexas para perdas, utilizadas em heurísticas comportamentais de Kahneman e Tversky (1979). Foi também efetuada uma análise de processos das 56 empresas virtuais contidas no 1º quartil, escalonadas em ordem decrescente, gerando duas proxys de confirmação dos resultados tabulados. Foi constatado uma superestimação de resultados possíveis ao invés de resultados prováveis, demonstrando fantasias das habilidades dos jogadores, equiparáveis com os resultados de Weinstein (1980), em até 71% acreditando serem melhores do que realmente são. Além de análise Qui-Quadrática que confirmaram que os resultados da teoria do prospecto são equiprováveis e equilibrados com o trabalho original, além do Teste-t entre amostras de variâncias equivalentes que geraram significância estatística, reforçando o modelo. Também foi efetuado uma análise das decisões por gênero nas respostas, para comprovar a irrelevância proposta por Hanna, Gutter e Fan (2001) quanto a predileção e aceitação ao risco.
Palavras-chave: Jogos de Empresa; Teoria do Prospecto; Teoria de Mercado Eficiente; Finanças Comportamentais; Heurísticas.
ABSTRACT
The 799 students in person attending from the 5th to 8th semester using the game companies, included in 225 active companies distributed among the courses General Administration, Foreign Trade, Financial Management, Accounting and Economics on campus Rudge Ramos, Methodist University of São Paulo, were submitted to six virtual scenarios with different degrees of complexity, where your decisions were investigated from the viewpoint of heuristic aspects contained in behavioral finance, validating the hypothesis that their decisions are not made using the efficient market theory containedtraditional finance, this model assumes that agents are rational maximizers and expected benefits, but take them through the behavioral effect of certain heuristic, reflection and isolation, existing in the questionnaire Prospect Theory, Nobel Prize in economics in 2002 for introducing the insights from psychological research in economic science, especially concerning the assessment and decision making under uncertainty, suggesting a change in the linear function of the predilection of losses to gains, included in finance traditional to a concave utility function for gains and convex for losses, used in behavioral heuristics of Kahneman and Tversky (1979). It was also made an analysis of 56 cases of virtual enterprises contained in the 1st quartile, scheduled in descending order, generating two proxies confirm the results tabulated. It has been found an overestimation of possible outcomes rather than probable outcomes, showing costumes of the players' skills, comparable with the results of Weinstein (1980), in up to 71% believing they are better than they really are. In addition to Chi-Squared analysis which confirmed that the results of prospect theory are equiprobable and balanced with the original work, and t-test equal variances between samples that produced statistically significant, strengthening the model. It was also made an analysis of the decisions in the responses by gender, to prove the irrelevance proposed by Hanna, Gutter and Fan (2001) in the preference and acceptance of risk. Keywords: Business Games; Prospect Theory, Efficient Market Theory, Behavioral Finance, Heuristics.
LISTAS DE FIGURAS
Figura 1: Função de hipótese de valores .........................................................
Figura 2: Decisões de marketing .....................................................................
Figura 3: Decisões financeiras ........................................................................
Figura 4: Decisões de compra e venda ..........................................................
Figura 5: Decisões de compras .......................................................................
Figura 6: Decisões de fabricação ....................................................................
Figura 7: Distribuição logística .........................................................................
Figura 8: Decisões de RH ...............................................................................
Figura 9: Decisões de caixa ............................................................................
Figura 10: Decisões .........................................................................................
Figura 11: Tela inicial .......................................................................................
Figura 12: Políticas simulare ...........................................................................
Figura 13: Posicionamento das empresas .....................................................
Figura 14: Organograma de funções .............................................................
Figura 15: Parâmetros de recursos ................................................................
Figura 16: Cenário geográfico ........................................................................
Figura 17: Jornal periódico .............................................................................
Figura 18: Relatórios administrativos .............................................................
Figura 19: Relatórios financeiros ....................................................................
Figura 20: Relatórios de produção .................................................................
Figura 21: Relatórios de indicadores .............................................................
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95
LISTAS DE QUADROS
Quadro 1: Anomalias de Mercado ....................................................................
Quadro 2: Vieses que emanam da heurística da disponibilidade ....................
Quadro 3: Vieses que emanam da heurística da representatividade ..............
Quadro 4: Vieses que emanam da heurística da ancoragem e ajuste ............
Quadro 5: Dois vieses mais gerais .............................................................
Quadro 6 - Tabulação da Teoria do Prospecto .................................................
Quadro 7 - Ranqueamento de Resultados .......................................................
Quadro 9: Análise comparativa de resultados ..........................................
Quadro 10: Análise comparativa de resultados mesma base ....................
Quadro 11: Análise pareada dos resultados .............................................
Quadro 12: Resultados Qui-Quadrado ......................................................
Quadro 13: Análise por gênero .................................................................
Quadro 14: Comportamentos somados ..................................................
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19
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SUMÁRIO
1. Introdução ...............................................................................................
1.1 Tema ..................................................................................................
1.2 Problema ...........................................................................................
1.3 Hipótese ............................................................................................
1.4 Objetivos ................................................................................................
1.4.1 Objetivo Geral ..........................................................................
1.4.2 Objetivos Específicos ...............................................................
1.5 Justificativa .............................................................................................
1.6 Contribuição Esperada ..........................................................................
2. Fundamentação Teórica .........................................................................
2.1 Teoria Moderna de Finanças ..................................................................
2.2 Teoria de Mercado Eficiente ...................................................................
2.3 Finanças Comportamentais ...................................................................
2.3.1 Vieses e Heurísticas .....................................................................
2.4 Teoria do Prospecto ...............................................................................
2.5 Jogos de Empresa .................................................................................
2.5.1 Simulare ........................................................................................
2.5.2 Simulação de uma rodada ............................................................
3. Metodologia .............................................................................................
3.1 Teoria do Prospecto ..........................................................................
3.2 Ranqueamento de Notas ..................................................................
3.3 Teste Qui-Quadrado .........................................................................
3.4 Teste T de Student ...........................................................................
3.5 Procedimentos de Coleta de Dados .................................................
3.6 Surveys .............................................................................................
3.6.1 Questionário da Teoria do Prospecto ............................................
3.7 Procedimentos para tabulação ..............................................................
3.7.1 Questionário Teoria do Prospecto ................................................
3.7.2 Determinação do ranqueamento de notas ...................................
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03
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49
52
52
55
SUMÁRIO
4 Resultados Obtidos .......................................................................
4.1 Do resultado geral ............................................................................
4.2 Das heurísticas comportamentais ....................................................
4.3 Análise comparativa geral da Metodista versus
Kahneman e Tversky (1979) ............................................................
4.4 Análise comparativa perfis idênticos da Metodista versus
Kahneman e Tversky (1979) ............................................................
4.5 Ranqueamento ROA & endividamento ............................................
4.6 Teste Qui-Quadrado .........................................................................
4.7 Teste T de Student ..........................................................................
4.8 Análise de diferenças de aceitação de risco por gêneros ................
4.9 Previsibilidade das decisões ...........................................................
5 Conclusões ....................................................................................
5.1 Limitações da pesquisa ....................................................................
5.2 Sugestões para as próximas pesquisas ..........................................
Referências .......................................................................................
ANEXO A – Figuras utilizadas no Simulare Sistemasr v. 20-100729 ....
ANEXO B – Relação dos 300 respondentes ...........................................
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1
1 Introdução
As teorias tradicionais sobre finanças, segundo Aldrighi e Milanez
(2005), repousam no pressuposto que seus agentes são racionais, e
reorganizam suas expectativas na medida em que as informações são
atualizadas sob uma racionalidade exercida segundo a teoria de mercado
eficiente, transformando os agentes em maximizadores de benefícios
esperados.
Porém, desvios em relação ao comportamento dos agentes racionais,
segundo Thaler e Barberis (2003), são absolutamente normais de acontecer
por serem características da natureza humana, devendo entendê-las como
uma forma de extensão natural deste modelo tradicional de finanças, gerando
assim uma irracionalidade.
A racionalidade ou decisão racional, segundo Sauaia e Zerrener (2009),
se dá quando os agentes tomam decisões de forma consciente, vislumbrando
todo o cenário e suas prováveis conseqüências, modificando sua decisão a
cada nova informação que recebe, tentando gerar um equilíbrio entre retornos
desejáveis e riscos aceitáveis.
Segundo Bazerman (2004), Sauaia e Zerrener (2009), o processo de
decisão racional possui 6 etapas explícitas ou implícitas Respectivamente: (1)
Compreender claramente qual é o problema para que a solução proposta seja
efetiva; (2) Identificar quais os critérios de resolução do problema, pois podem
existir mais de um objetivo à ser atendido; (3) Ponderar os critérios
identificados, pois as conseqüências podem ser diferentes, portanto deve ser
priorizado o critério mais desejável; (4) Gerar alternativas; (5) Classificar estas
alternativas mediante algum critério; (6) Identificar a solução otimizadora.
2
A irracionalidade segundo Aldrighi e Milanez (2005), também pode
acontecer por fatores tais como a crença que nossos jogadores podem possuir,
acreditando que seus concorrentes se comportarão de uma certa forma,
tomando suas decisões impulsionadas pela esperança.
Segundo Simon (1972), existem outros fatores que colaboram para a
irracionalidade, tais como a limitação de tempo e percepção, falta de
informações importantes, e critérios relevantes e capacidade limitada de reter
informações na memória, que podem impedir os agentes de tomar decisões
ótimas e racionais.
Estudos acerca de finanças comportamentais têm demonstrado que as
irracionalidades podem possuir fortes e significativas influências nos resultados
esperados, portanto tais desvios devem ser incorporados nas análises de
nossos agentes, que não são tão racionais quanto imaginam.
Segundo Weinstein (1980) mais de 90% de seus pesquisados em seu
estudo, fantasiavam suas habilidades, acreditando serem bem superiores as
que de fato possuíam.
1.1 Tema
Finanças comportamentais em decisões de jogos de empresas na
graduação da UMESP.
3
1.2 Problema
Os 799 alunos presenciais de 5º a 8º semestre dos cursos de
Administração geral; Comércio exterior; Administração financeira e Ciências
contábeis da Metodista campus Rudge Ramos que utilizam os jogos de
empresas tomam suas decisões de forma racional, com irracionalidade
ilimitada, buscando sempre maximizar resultados embasados na teoria clássica
de finanças? Ou existem aspectos comportamentais da teoria do prospecto de
Kahneman e Tversky (1979) presentes nas decisões destes alunos, podendo
assim influenciar suas decisões frente aos 6 trimestres virtuais aos quais são
submetidos ?
1.3 Hipótese
De acordo com a teoria clássica de finanças, os agentes econômicos
que no presente estudo são os alunos presenciais de 5º a 8º semestre dos
cursos de Administração geral; Comércio exterior; Administração financeira e
Ciências contábeis, doravante denominados de “jogadores”, acreditam tomar
suas decisões de forma racional prevista na Teoria de Mercado Eficiente
(TME), porém podem estar tomando-as com base em um ou mais atributos
comportamentais sem nem mesmo se darem conta disto.
Segundo Thaler e Barberis (2003), é absolutamente normal as decisões
dos agentes sofrerem desvios oriundos do comportamento, por ser uma
característica de natureza humana, devendo entendê-la como uma extensão
natural do modelo tradicional de finanças, gerando assim uma irracionalidade.
4
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo Geral:
o Identificar se as heurísticas da teoria do prospecto das finanças
comportamentais são atribuíveis aos estudantes presenciais de 5º a 8º
semestre dos cursos de Administração geral; Comércio exterior;
Administração financeira e Ciências contábeis, da Universidade
Metodista de São Paulo, ao tomarem suas decisões empresariais,
utilizando os jogos de empresa.
1.4.2 Objetivos específicos:
o Demonstrar através da tabulação de dados do questionário da Teoria do
prospecto, utilizando o procedimentos de cálculos de Kahneman e
Tversky (1979), que os usuários de jogos de empresas da Universidade
Metodista, possuem heurísticas comportamentais que podem enviesar
suas decisões, e identificar quais são estes vieses comportamentais;
o Efetuar uma análise comparativa entre os resultados obtidos da
Metodista, turmas de 5 a 8 semestres, mediante aplicação da teoria do
prospecto, buscando similaridades ou dissimilaridades de Kahneman e
Tversky (1979), com os resultados obtidos no Brasil por Kimura, Cruz e
Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007), Marinho da
Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009) com todos os jogadores
participantes dos jogos de empresa;
o Efetuar uma análise comparativa entre os resultados obtidos da
Metodista, turmas de 5 a 8 semestres, mediante aplicação da teoria do
prospecto, buscando similaridades ou dissimilaridades de Kahneman e
Tversky (1979), com os resultados obtidos no Brasil por Kimura, Cruz e
5
Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007), Marinho da
Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009) com os jogadores de mesmo
campo de aplicação da análise original de Kahneman e Tversky (1979);
o Efetuar um ranqueamento, com base no ROA e no endividamento, em
ordem decrescente das empresas que estão utilizando o simulador, para
extrair o 1º quartil dos resultados ranqueados, para efetuar uma análise
de processo das decisões das empresas contidas neste 1º quartil,
tentando buscar evidências entre os melhores resultados ranqueados de
possível existência aos que tomam decisões utilizando heurísticas
comportamentais, contidas na teoria do prospecto;
o Efetuar uma análise Qui-quadrática para determinar aceitação ou
rejeição de resultados equiprováveis obtidos na teoria do prospecto, e
equilibrados com os resultados obtidos por Kimura, Cruz e Krauter
(2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007) e Kahneman e
Tversky (1979), demonstrados na freqüência dos prospectos de Marinho
da Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009);
o Efetuar um teste T de Student nas amostras presumindo variâncias
equivalentes, com níveis de significâncias de 1%, para análise bi-caucal
do grau de confiabilidade;
o Quantificar a diferença nas percepções de aceitação ou aversão ao risco
por gênero, para verificar se homens são de fato mais propensos a
aceitação de risco em relação a mulheres.
6
1.5 Justificativa
A escolha para a utilização de modelos comportamentais, se deu pelo
fato dos mercados eficientes suporem a predominância de agentes racionais,
que segundo Prothro e Grigg (1960), Loomes e Sugden (1982), determinaram
que o comportamento humano sofre influencias de diversos aspectos
psicológicos, podendo distorcer o processo da racionalidade da tomada de
decisão.
Os adeptos da Teoria do Mercado Eficiente, doravante denominado de
“TME”, defendem que seus agentes econômicos são seres racionais,
entretanto segundo Halfeld e Torres (2002), desde o surgimento da psicanálise,
o comportamento humano é largamente influenciado por emoções.
Ariely (2008) escreve sobre a influência da excitação que é exercida
sobre o nosso agente quando estiver em estado passional, e o quanto a visão
real da situação pode ser alterada conforme o resultado de suas expectativas,
podendo obscurecer profundamente o discernimento de nosso jogador, pois
este é previsivelmente irracional.
A utilização de jogos de empresa foi escolhida pois segundo Hess
(2004), a realidade mundial é de avanços tecnológicos e de embates
empresariais constantes, dinâmicos e imprevisíveis, podendo modificar a
realidade do cenário econômico regional ou global, que agravado pela
turbulência econômica pode gerar instabilidades empresariais, podendo chegar
a períodos de penumbra, e se a situação não for revertida, pode chegar a
insolvência empresarial, ou seja, falência, e como os jogos simulam as
situações empresariais, tal situação pode ser evitada.
Jogos de empresas são formas úteis de modelar e tratar situações
conflitivas, quanto mais dinâmico e preparado for o profissional, mais
qualificado ele estará para enfrentar as adversas situações empresariais, que
7
constantemente se alteram por causa da turbulência econômica e embates
empresariais.
Segundo Goliath (2002), os indivíduos tendem a responder de maneiras
diferentes para os problemas de decisões, que segundo Kahneman e Tversky
(1979), isto é denominado efeito framing. A teoria do prospecto de Kahneman e
Tversky (1979), foi comparada com duas concorrentes teorias, fuzzy trace (FIT)
e probabilístico de modelos mentais (PMM), para análise do efeito framing, que
segundo o autor, a teoria do prospecto melhor explica este efeito.
1.6 Contribuição esperada
Demonstrar que os 799 discentes presenciais no campus Rudge Ramos
na Universidade Metodista de São Paulo, distribuídos entre os cursos de
Administração geral; Comércio exterior; Administração financeira; Ciências
economias e Ciências contábeis não tomam suas decisões de forma
exclusivamente racional, pressupostas na TME. Mas as tomam utilizando
vieses heurísticos de efeito certeza, reflexão ou isolamento, previsto na teoria
do prospecto, contidas em finanças comportamentais.
Reforçar a solidez da teoria do prospecto, possuindo assim mais
informações sobre a forma que nossos agentes tomam suas decisões,
contribuindo para futuros trabalhos, através da análise comparativa entre os
resultados que serão obtidos mediante aplicação da teoria do prospecto,
comparados com os resultados obtidos no Brasil por Kimura, Cruz e Krauter
(2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007), que se espera demonstrar
similaridades, com a presente dissertação.
Após determinar quais heurísticas comportamentais da teoria do
prospecto os jogadores incidem, quantificar em termos percentuais e gerar um
relatório informativo tornando-os conscientes de seus vieses comportamentais,
8
que somado ao estudo de Weinstein (1980), revelando que mais de 90% de
seus pesquisados fantasiavam suas habilidades, acreditando serem bem
superiores as que possuem de fato, tornaremos nossos jogadores mais
qualificados para enfrentar as adversas situações empresariais.
2 Fundamentação teórica
2.1 Teoria Moderna de Finanças
As teorias tradicionais de finanças assumem que os agentes são
avessos ao risco, na presente dissertação estes agentes são alunos
presenciais de 5º a 8º semestre dos cursos de Administração geral; Comércio
exterior; Administração financeira e Ciências contábeis, que utilizam os jogos
de empresas na graduação, considerados como “jogadores”, e nossos
jogadores não estão sujeitos a ganhos ou perdas monetárias.
Os jogadores estão sujeitos ao ranqueamento das notas obtidas através
da média aritmética entre a rentabilidade e o endividamento empresarial. Este
ranqueamento é o motivador que influenciará de forma semelhante ao ganho
ou perda monetária, ou seja, sua recompensa.
Segundo Fiani (2004), a recompensa dos jogadores serão os resultados
obtidos ao final das simulações, de acordo com suas próprias escolhas em
meio às escolhas dos demais jogadores.
Segundo Mosca (2009), os agentes econômicos são 100% racionais,
com informações disponíveis que buscam maximizar sua satisfação através da
decisão ótima, pressupostas na TME. A decisão ótima é aquela decisão que
maximiza a satisfação ou retorno e minimiza os custos e riscos.
9
Segundo Jensen (1978), não há evidências de outra teoria mais sólida e
melhor fundamentada que a TME. Segundo Fama (1970), um dos maiores
defensores da teoria de mercado eficiente, existem anomalias no modelo tais
como (1) Anomalias de calendário; (2) Anomalias fundamentais; e (3)
Anomalias técnicas, que serão exploradas no capítulo 2.1 “Teoria de Mercado
Eficiente”.
É de se esperar que o agente econômico, apresentado aqui como nosso
jogador, tome a melhor decisão possível, ou seja, aquela decisão que se
espera ser de melhor resultado quando é submetido a um processo de escolha.
Bazerman (2004), entretanto, diz que a decisão tomada para tentar atingir o
resultado ótimo, depende da preferência de nossos jogadores e da aceitação
ao risco intrínseco que nosso jogador está disposto a aceitar.
Como podemos observar, existem várias literaturas comprobatórias e de
reforço acerca do assunto sobre a teoria clássica de finanças e a TME, porém
Simon (1972) ganhador do Nobel de Economia em 1978, alega que nossos
tomadores de decisões, não possuem a tão apregoada racionalidade ilimitada,
possuem apenas o que denomina de racionalidade desprovida de onisciência,
ou seja, racionalidade limitada.
A racionalidade limitada para Simon (1972) são as racionalidades cujas
decisões são satisfatórias, mas não ótimas.
A onisciência segundo Aurélio (2009) é a qualidade de tudo saber.
Segundo Simon (1972), se os tomadores de decisões não são oniscientes,
então não são ilimitados, mas limitados.
Simon (1972) afirma ainda que nosso tomador de decisão não tentará
tomar a decisão ótima, ou seja, aquela que maximiza recursos minimizando
riscos, mas interromperão o processo de tomada de suas decisões, quando
julgarem que obtiveram resultados satisfatórios ao invés de ótimo.
10
Segundo Halfeld e Torres (2001), finanças comportamentais não
definem o agente de mercado como alguém totalmente racional, o define como
um homem simplesmente normal, e esta normalidade implicam em um homem
que age freqüentemente de forma irracional, cujas decisões são influenciadas
por emoções e erros cognitivos.
Para Ferreira (2008), finanças comportamentais não substituem os
pressupostos originais das finanças tradicionais, apenas inclui aspectos
psicológicos que não existem na teoria tradicional.
Segundo Pimentel (2005), o “homem econômico” está em constante
busca dos interesses próprios, possuindo apenas racionalidades limitadas, e
que devemos utilizar esta racionalidade como conceito intermediário para a
tomada das decisões.
As decisões de nossos jogadores serão aplicadas em um jogo de
empresa denominado Simulare Sistemasr v. 20-100729, pois segundo Motta,
Armond de Melo e Paixão (2009), o jogo de empresa foi uma iniciativa tomada
em 1970, que visou à melhoria do processo educacional brasileiro em
administração, como técnica de ensino em cursos universitários.
Segundo Moore e Weatherford (2005), os jogos são formas rápidas e de
baixo custo, se comparado ao custo necessário para reverter a empresa de
situações destruídas por decisões errôneas. Segundo os mesmos autores, os
jogos de empresas também são formas de adquirir o conhecimento que
normalmente se obtêm pela experiência, além de poderem ser usadas para
analisar as decisões cujo comportamento dos fatores não são conhecidos com
certeza.
Formas rápidas, pois podemos simular algo que no mercado real, levaria
por exemplo um mês, em apenas poucos dias com a utilização do simulador,
desde que todas as características pertinentes a este mercado, tais como
sensibilidade a preços menores, prazos e descontos, bem como alavancagem
11
por influência de propagandas etc, estejam inseridas nos parâmetros de
controle do jogo.
O baixo custo está limitado apenas ao valor da compra ou valor
referente à concessão do uso do simulador, uma vez as decisões tomadas
eventualmente levem empresa simulada a prejudicar-se, ganhasse a
experiência do fato, se a mesma decisão tivesse sido tomada no mundo real, o
dano empresarial poderia ser fatal.
Segundo Sauaia (1997), os jogos representam formas muito
promissoras e bem sofisticadas de aplicar e melhorar os conhecimentos, além
de não possuírem o que Barçante e Pinto (2000) denominam de desvantagem
do papel passivo que o aluno adota.
A passividade do aluno se dá apenas como expectador enquanto o
professor dissemina seu conhecimento em aula, mas o aluno enquanto jogador
é ativo, coloca todo seu conhecimento para tomar a decisão necessária com o
propósito de atingir sua meta.
Como podemos observar, é vasta a discussão e abordagens sobre a
forma que nossos jogadores tomam suas decisões.
Por um lado, temos Mosca (2009) dizendo que nossos jogadores são
agentes econômicos 100% racionais, confirmando o que Fama (1970) disse
sobre os agentes possuírem racionalidade ilimitada, posteriormente fortificada
por Jensen (1978) ao afirmar não existir teoria mais sólida que a TME. Porém o
próprio Fama (1997) disse que existem anomalias no modelo.
Simon (1972) afirmou que os agente econômicos não possuem
racionalidade ilimitada, possuem apenas racionalidade limitada, e que o
processo de tomada de decisão é interrompida quando obtêm resultados
satisfatórios ao invés de ótimo.
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Halfeld e Torres (2001), Pimentel (2005), e Ferreira (2008) também
defenderam a racionalidade limitada, portanto, as decisões dos agentes podem
possuir vieses comportamentais.
2.2 Teoria de Mercado Eficiente
Segundo Fama (1970), em um mercado eficiente, as informações estão
disponíveis a todos, existindo ainda um teste de eficiência de mercado que é
dividido em três categorias, eficiência fraca, semi-forte e eficiência forte.
Segundo Fama (1991), na eficiência fraca, em se tratando de mercado,
não é possível obter retornos anormais vislumbrando o futuro, com base na
experiência passada. Fama (1991) cita o exemplo de rentabilidade passada no
mercado acionário, que não pode ser utilizado para projeção de rentabilidade
futura, com expectativas anormais.
Segundo Fama (1991), na eficiência semi-forte, também conhecido
como teste de evento, o preço atual reflete todas as informações públicas, que
trazendo para a realidade dos jogos de empresa, utilizando esta eficiência,
pode-se trazer a um contexto de preço calçado em custos de transformação,
estocagem e demais processos produtivos.
Segundo Fama (1991), na eficiência forte, os preços não apenas
refletem as informações conhecidas por todos, ou seja, informações públicas,
mas também as não públicas, que no contexto dos jogos, podem possuir, além
das informações padrões dadas de sistema, também inconstâncias quanto
cada mercado poderá aumentar ou diminuir a demanda.
13
Segundo Fama (1970), um dos maiores defensores da teoria de
mercado eficiente, existe anomalias no modelo, que são elas (1) Anomalias de
calendário; (2) Anomalias fundamentais; e (3) Anomalias técnicas,
apresentadas no quadro 1 “Anomalias de Mercado”.
É de se esperar que o agente econômico tente tomar a melhor decisão,
ou seja, aquela que tentará proporcionar o melhor resultado desejado quando é
submetido a um processo de escolha.
Segundo Bazerman (2004), a decisão para resultado ótimo depende do
quanto de risco o agente, no presente estudo denominado como jogador, está
disposto a aceitar.
Segundo Powell e Ansic (1997), e Grable (2000), as mulheres possuem
menor preferência ao risco em relação ao risco aceito pelo homem, entretanto,
Hanna, Gutter e Fan (2001), afirmam que a questão do gênero é irrelevante na
questão da tolerância ao risco.
Segundo Halfeld e Torres (2002), os adeptos da teoria de mercado
eficiente defendem a perfeita racionalidade, entretanto, ressaltam que desde o
surgimento da psicanálise, foi comprovado que o comportamento do ser-
humano sofre fortes influências das emoções inconscientes, o que invalida a
questão da perfeita racionalidade.
14
Quadro 1: Anomalias de Mercado
Tipo de anomalia Anomalia Definição Anomalias de Calendário: relacionadas à sazonalidade persistente nos preços das ações
Efeito dia da semana Efeito janeiro ou mês do ano Efeito Mudança de Mês
Os retornos diários de ativos de risco são diferentes ao longo dos dias da semana. A maioria dos estudos detectou retorno menor nos primeiros dias e maior nos últimos. Os retornos em janeiro são, em média, maiores que os retornos nos outros meses do ano. Afeta os retornos no final do mês, geralmente superiores aos retornos do início do mês.
Anomalias Fundamentais: relacionadas ao valor da ação
Ações de Valor (Value) e Crescimento (Growth) Efeito tamanho Efeito sobre-reação Efeito momento
Efeito tamanho, no qual o retorno de ações de empresas Value (índice book to market – B/M – maior) é maior que o de empresas Growth (índice B/M – menor). O retorno de ações de empresas pequenas é maior que o de empresas grandes. Em alguns estudos este efeito é relacionado com o efeito janeiro. Trata-se da reação exagerada às boas e más notícias nos mercados acionários. Os investidores não são totalmente racionais no processo decisório, dando mais importância às informações recentes. A estratégia de venda de ativos com mau desempenho passado e compra dos que tiveram um bom desempenho leva a retornos anormais positivos durante meses subseqüentes.
Anomalias Técnicas: relacionadas às previsões futuras, baseiam-se no comportamento passado
Efeito Anúncio Efeito Dividendos Arbitragem Estratégias técnicas Barreira de Preço
Mudanças de preço tendem a persistir após o anúncio inicial de novas informações. Ações com surpresas positivas tendem a subir vagarosamente os preços, e surpresas negativas causam movimentos lentos para baixo. Implica um retorno superior no preço das ações que têm maior dividend yield do que no preço das que têm menor dividend yield. Arbitragem é a compra de um ativo num mercado a um preço mais baixo e venda simultânea em outro mercado a um preço mais elevado. Pode envolver operações em mercados diferentes, com riscos inferiores aos da especulação. Regras (matemáticas/estatísticas ou gráficas) que, aplicadas a uma série histórica de retornos, pressupõem previsão do seu comportamento futuro. Utilizadas para testar a forma fraca de eficiência de mercado. Oscila, de acordo com analistas gráficos, dentro de um suporte de alta e um de baixa, conhecido como resistência, que é representada por um número inteiro do índice ou da cotação.
Fonte: Tabela 1 “Principais Anomalias de Mercado” de Famá, Cioffi e Coelho (2008), disponível em: http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rege/v15n2/v15n2a5.pdf
15
Segundo Bazerman (2004), os agentes sacrificam as melhores decisões,
e aceitam outras que sejam razoáveis ou ao menos aceitáveis, restringindo
assim a tão apregoada racionalidade, portanto ao sacrificar as melhores
soluções pela aceitação de outras, a racionalidade torna-se limitada.
2.3 Finanças Comportamentais
Segundo Kahneman e Tversky (1974), é improvável as pessoas tomarem
decisões racionais o tempo todo, e o conceito de racionalidade deverá ser utilizado
apenas como uma aproximação.
Segundo Kimura (2003), as finanças comportamentais tiveram suas
origens em Slovic (1972), com pesquisas comportamentais associadas aos
estudos de Kahneman e Tversky (1979) sobre heurísticas.
Segundo Sewell (2007), as finanças comportamentais estudam a
psicologia utilizada pelo agente econômico em suas decisões, e são
ramificações das finanças tradicionais.
Segundo Halfeld e Torres (2001), finanças comportamentais não
definem o agente do mercado como um ser totalmente racional, mas o definem
com um homem simplesmente normal, e esta normalidade implica em um
homem que age freqüentemente de maneira irracional, e que pode possuir
decisões influenciadas por emoções e por erros cognitivos.
Segundo Olsen (1998), finanças comportamentais não definem ou
tentam definir se um determinado comportamento é racional ou irracional, mas
tentam entender e predizer os processos psicológicos nas decisão, que
interferem na sistemática dos mercados financeiros.
16
Para Ferreira (2008), finanças comportamentais não substituem os
pressupostos originais das finanças tradicionais, apenas inclui aspectos
psicológicos que inexistem na teoria tradicional.
Shleifer (2000), define finanças comportamentais como uma forma de
alternativa para efetuar análises de mercado, tendo em vista o fato que as
decisões de seus tomadores não estão embasadas na premissa da
racionalidade de utilidade esperada.
Segundo Prothro e Grigg (1960), Loomes e Sugden (1982), e Kimura
(2003), na existência de heurísticas tais como dissonâncias cognitivas, excesso
de confiança, inconsistências, arrependimento e conservadorismo, a dita
racionalidade pode ficar para o segundo plano.
Segundo Lima (2003), as discussões sobre finanças comportamentais
estão longe de serem resolvidas, entretanto, estudos sobre sua aplicação são
constantemente crescentes no meio acadêmico.
2.3.1 Vieses e Heurísticas
Além das heurísticas utilizadas na teoria do prospecto, existem também
outros vieses comportamentais, heurísticas aspectos psicológicos utilizadas,
que segundo Prothro e Grigg (1960), Loomes e Sugden (1982), e Kimura
(2003), são a (1) Dissonância cognitiva; (2) Inconsistência; (3) Excesso de
confiança; (4) Conservadorismo; (5) Arrependimento; (6) Autoconfiança
Excessiva; (7) Aversão a extremos; (8) Disponibilidade, que possui outras sub-
aberturas que serão demonstradas; e (9) Representatividade.
A dissonância cognitiva, segundo Skeptics Dictionary (2010), é uma
teoria que afirma ser emocionalmente desconfortável manter posicionamento
oposto aos de seus pares. Skeptics Dictionary (2010) exemplifica ao falar que
17
os fumantes estão conscientes da nocividade deste vício, mas que seus
praticantes argumentam existirem coisas que matam mais rápidos, e que fumar
os ajuda a manter seu peso.
Prothro e Grigg (1960) efetuaram um estudo sobre a inconsistência,
onde os eixos norteadores eram expostos e aceitos pelos participantes, e
depois perguntavam aos participantes sobre sua concordância em relação a
frases que foram contrárias as anteriores aceitas pelos participantes, e estes
aceitavam tais frases novas que eram opostas as anteriores.
O excesso de confiança, segundo Plous (1993), é talvez mais comum e
destrutivo dos vieses, exemplo citado pelo autor foi a destruição de Pearl
Harbor.
Segundo pesquisa de Weinstein (1980), mais de 90% de seus
pesquisados acreditam serem muito melhores do que de fato são, que é outro
aspecto do excesso de confiança.
Conservadorismo: Kimura (2003) mencionou um trabalho que Edwards
(1964) conduziu, utilizando a teoria da probabilidade, e concluiu com este
estudo, que os indivíduos são mais conservadores em suas decisões, ou seja,
ousam menos, preferem algo conhecido.
O arrependimento, segundo Loomes e Sugden (1982), a pessoa já
antecipa o arrependimento na tentativa de suavizar o arrependimento de fato.
Diversos autores escreveram sobre finanças comportamentais,
demonstrando assim a importância nos processos decisórios. Segundo Lima
(2003), as heurísticas que devem ser levadas em consideração são as de
Representatividade; Autoconfiança Excessiva; Padrões Históricos; Aposta
Errônea; e Ponderação Errônea.
Mosca (2009) pondera as heurísticas de Excesso de confiança; Auto-
atribuição e Excesso de Informações.
18
Baker e Nofsinger (2002) alegam que as heurísticas interferem no
processo de decisão. Outras heurísticas tais como Aversão a extremos de
Benartzi e Thaler (1999), onde os extremos devem ser desconsiderados,
ficando como margem de viabilidade apenas as mais próximas da média, e
viés de efeito manada, onde os liderados seguem o líder sem contextação.
Segundo Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000), heurísticas de grande
incidência tais como efeito certeza e efeito reflexão.
Segundo Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000), no efeito certeza, as
pessoas levam menos em consideração os resultados mais prováveis, porém
quando existe a possibilidade de ganho, mesmo que improvável, os
respondentes preferem as possibilidades de maior ganho.
Segundo Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000), o efeito reflexão pode
ser uma situação envolvendo ganho, onde predomina a tendência de não
arriscar, porém, caso exista a possibilidade de perda, existe a tendência de
arriscar
Segundo Lima (2003), outros aspectos tais como Aversão à perda;
Aversão ao arrependimento; e Ilusão monetária também afetam as decisões.
Segundo Bazerman (2004), os vieses da heurística de disponibilidade,
abaixo demonstrados, são: (1) Facilidade de lembrar: Basicamente algumas
decisões serão afetadas pela vivacidade de uma informação; (2)
Recuperabilidade; e (3) Associações pressupostas.
Bazerman (2004) relata os vieses da heurística de representatividade
como sendo: (4) Insensibilidade aos índices básicos; (5) Insensibilidade ao
tamanho da amostra; (6) Interpretação errada da chance; (7) Regressão as
média; e (8) Falácia da conjunção.
19
Os vieses da heurística de ancoragem e ajustes segundo Bazerman
(2004) são: (9) Ajustes insuficientes da âncora; (10) Eventos conjuntivos e
disjuntivos; e (11) Excesso de confiança. Entretanto os dois vieses, segundo
Bazerman (2004), com maior incidência são os de (12) Armadilha da
confirmação e a (13) Previsão retrospectiva.
Quadro 2: Vieses que emanam da heurística da disponibilidade 1. Facilidade de lembrança 2. Recuperabilidade 3. Associações pressupostas
Indivíduos julgam que eventos mais facilmente recuperados da memória com base na recentidade e vividez são mais numerosos do que eventos de igual freqüência cujos exemplos são lembrados com menos facilidade. A avaliação que os indivíduos fazem da freqüência de eventos sofrem viés com base no modo como as estruturas de suas memórias afetam o processo de busca. Indivíduos tendem a superestimar a probabilidade de dois eventos ocorrerem concomitantemente com base nos números de associações semelhantes que podem recordar facilmente seja pela experiência, seja por influência social
Fonte: Quadro 2.2 Resumo dos 13 vieses apresentados no capítulo 2 de Bazerman (2004), pgs. 50 e 51 Quadro 3: Vieses que emanam da heurística da representatividade 4. Insensibilidade aos índices básicos 5. Insensibilidade ao tamanho da amostra 6. Interpretações erradas da chance
Ao avaliar a probabilidade de eventos, indivíduos tendem a ignorar os índices básicos caso seja fornecida qualquer outra descrição informativa – mesmo que seja irrelevante. Ao avaliar a confiabilidade de informações amostrais, indivíduos freqüentemente falham na avaliação do papel do tamanho da amostra. Indivíduos esperam que uma seqüência de dados gerada por um processo aleatório parecerá “aleatória” mesmo quando a seqüência for muito curta para
20
7. Regressão à média 8. A falácia da conjunção
que essas expectativas sejam estatisticamente válidas. Indivíduos são propensos a ignorar o fato de que eventos extremos tendem a regredir à média em tentativas subseqüentes. Indivíduos julgam erroneamente que conjunções (dois eventos ocorrendo concomitantemente) são mais prováveis do que um conjunto mais global de ocorrências do qual a conjunção é um subconjunto.
Fonte: Quadro 2.2 Resumo dos 13 vieses apresentados no capítulo 2 de Bazerman (2004), pgs. 50 e 51 Quadro 4: Vieses que emanam da heurística da ancoragem e ajuste 9. Ajuste insuficiente da âncora 10. Vieses de eventos conjuntivos e disjuntivos 11. Excesso de confiança
Indivíduos estimam valores com base em um valor inicial (derivado de eventos passados, atribuição aleatória ou qualquer informação disponível) e usualmente fazem ajustes insuficientes a partir daquela âncora para estabelecer um valor final. Indivíduos exibem um viés em relação à superestimação da probabilidade de eventos conjuntivos e à subestimação da probabilidade de eventos disjuntivos. Indivíduos tendem a demonstrar excesso de confiança quanto à infalibilidade de seus julgamentos ao responder perguntas moderada ou extremamente difíceis.
Fonte: Quadro 2.2 Resumo dos 13 vieses apresentados no capítulo 2 de Bazerman (2004), pgs. 50 e 51 Quadro 5: Dois vieses mais gerais 12. A armadilha da confirmação 13. Previsão retrospectiva (hindsight) e a maldição do conhecimento
Indivíduos tendem a buscar informações confirmatórias para o que eles acham que é verdadeiro e deixam de procurar evidência desconfirmatória. Após saber se um evento ocorreu ou não, indivíduos tendem a superestimar até que grau eles teriam previsto o resultado correto. Além do mais, não ignoram informações que eles têm mas que os outros não têm ao prever o comportamento dos outros.
21
Fonte: Quadro 2.2 Resumo dos 13 vieses apresentados no capítulo 2 de Bazerman (2004), pgs. 50 e 51
Segundo Kimura (2003), existem ainda alguns modelos teóricos de
mercado, que são legitimamente modelos que podem conter reflexos nas
decisões de nossos jogadores, por eles utilizarem um mercado onde suas
empresas operam.
Segundo Kimura (2003), são eles: Modelo de Barberis, Shleifer e Vishny
(1998); Modelo de Daniel, Hirshleifer e Subramanyam (1998); Modelo de Hong
e Stein (1999).
O modelo de Barberis, Shleifer e Vishny (1998) está baseado nas
heurísticas de representatividade e conservadorismo. Segundo os autores, por
causa da cognição conservadora, os tomadores de decisão tendem a serem
lentos à mudarem de opinião sobre o que fazer, mesmo estando de frente a
novas informações que re-nortearia parcialmente ou totalmente o processo.
Sobre as representatividade, conforme quadro 3 “Vieses que emanam
da heurística da representatividade” os tomadores de decisões ignoram fatos,
julgam erroneamente conjunções prováveis e analisam amostras insuficientes.
O modelo de Daniel, Hirshleifer e Subramanyam (1998), que segundo
Kimura (2003) pressupõe a existência de agentes informados e os não-
informados. Ainda segundo Kimura (2003), os investidores informados sofrem
de excesso de confiança e sobrevalorização, e os não-informados não sofrem
a influência de vieses.
O modelo de Hong e Stein (1999), é quando existe a possibilidade de
ganhos extraordinários por causa das variáveis envolvidas se distanciarem de
seus valores intrínsecos, pois se os agentes envolvidos tomam decisões com
base em observações passadas, podem exagerar, por exemplo, o preços dos
ativos além dos valores intrínsecos, fugindo assim de sua média.
22
2.4 Teoria do Prospecto
A teoria da perspectiva, ou do prospecto, é utilizada cada vez mais no
meio acadêmico, para determinar a forma em que seus participantes tomam
suas decisões, em ambientes onde existe a presença de risco.
Segundo Kahneman e Tversky (1974), as pessoas tendem a serem mais
conservadoras quando se deparam com decisões onde existem riscos. Em
contrapartida, segundo os mesmos autores, em situações de perdas, as
pessoas preferem arriscar mais na esperança de obter um retorno maior.
Segundo Kahneman e Tversky (1979), a decisão tomada em situações
onde existem riscos, são vistas como uma espécie de aposta, entretanto
segundo os autores, a utilidade de uma perspectiva é o que denominam de
utilidade esperada de seus resultados, não devendo ser “apostadas”, mas
calculadas.
Kahneman e Tversky (1979) citam o exemplo entre duas possibilidades,
(A) 50% de chances de ganhar $1.000,00 + 50% de ganhar nada, ou (B) 100%
de certeza de ganhar $450,00.
Se o indivíduo fosse racional e avesso ao risco, segunda a teoria de
Kahneman e Tversky (1979), certamente escolheria a opção de 50% de
chances de ganhar $1.000,00 + 50% de ganhar nada, pois em termos
matemáticos, a opção (A) gera retorno de $500,00 (0,50 x 1.000,00 + 0,50 x
0,00 = $500,00), e a opção (B) gera um retorno de $450,00.
Segundo Kahneman e Tversky (1979), o resultado obtido entre a
integração dos valores por suas probabilidades de sucesso forem maiores que
seus resultados isolados, gera o que os autores denominam de função côncava
23
de aversão ao risco, e proporcionalmente a isto, uma função convexa a perda
conforme figura 1 “Função de hipótese de valores”.
Figura 1: Função de hipótese de valores Fonte: Adaptado da figura 3 “A hypothetical value function” de Kahneman e Tversky (1979, p.279)
Entendamos da seguinte forma, supondo que nosso agente esteja no
setor de mais perdas e menos valor, a determinação por maior valor inerente
ao que se deseja, por exemplo valores financeiro, os ganhos de valores, nas
finanças tradicionais, são constantes, gerando assim uma função linear de
maior perdas e menos valor, para maior ganho e maior valor conforme linha
tracejada.
Por outro lado, as expectativas sobre ganhos e perdas na utilização das
heurísticas comportamentais não são lineares, segundo Kahneman e Tversky
(1979), um indivíduo é racional e avesso ao risco apenas se dentre as opções
que ele possui, é optado o que os autores denomina de concavidade da função
utilidade.
Nas teorias financeiras tradicionais, existe o pressuposto que seus
agentes são racionais e maximizadores de benefícios esperados, ou utilidades
esperadas. Entretanto Kahneman e Tversky (1979), determinaram que existem
sérias violações destas utilidades esperadas nos efeito certeza, probabilidade e
possibilidade.
24
Kahneman e Tversky (1979) efetuaram uma pesquisa para determinar o
efeito certeza, probabilidade e possibilidade, afim de comprovar as
contradições dos benefícios esperados pelos agentes tomadores de decisão, e
determinaram não serem tão racionais as decisões destes agentes. As opções
de escolhas eram bem simples:
Problema 1: os agentes analisados por Kahneman e Tversky (1979),
deveriam optar entre: (A) 33% de chances de ganhar $2.500,00 + 66% de
chances de ganhar $2.400,00 + 1% de chance de ganhar $0,00. (B) 100% de
certeza de ganhar $2.400,00.
Segundo a teoria Kahneman e Tversky (1979), a opção mais viável seria
(A), pois renderia $2.409,00 (0,33 x $2.500,00 + 0,66 x $ 2.400,00 + 0,01 x
$0,00 = $2.409,00) e a opção (B) renderia exatos $2.400,00.
Problema 2: os agentes analisados por Kahneman e Tversky (1979),
deveriam optar entre: (A) 33% de chances de ganhar $2.500,00 + 67% de
chances de ganhar $0,00 e (B) 34% de chances de ganhar $2.400,00 + 66%
de chances de ganhar $0,00. Segundo a teoria Kahneman e Tversky (1979), a
opção mais viável seria (A), pois renderia $825,00 (0,33 x $2.500,00 + 0,67 x
$0,00 = $825,00) e a opção (B) renderia $816,00 (0,34 x $2.400,00 + 0,66 x
$0,00 = $816,00).
A análise efetuada por Kahneman e Tversky (1979), determinou que no
problema 1, apesar da opção (A) ser a mais interessante, 82% de seus
entrevistados optaram pelo opção (B). 83% optaram pela opção (A) da questão
2. Kahneman e Tversky (1979), explicam que sua questão 2 possui o que
denominaram de desigualdade inversa em relação a questão 1, que segundo
os autores, este padrão de contradição de efeito certeza das respostas, violam
a utilidade esperada, reforçando assim a teoria da racionalidade de nossos
tomadores de decisão.
25
Segundo Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000), o efeito certeza está
relacionado à superestimação dos resultados, mediante a ótica dos
entrevistados em relação aos prováveis resultados.
Segundo Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000), o efeito reflexão tende a
verificar as alterações dos resultados na inversão de seus prospectos,
invertendo os ganhos pelas perdas.
Segundo Kahneman e Tversky (1979), na teoria do prospecto existe
também a heurística de efeito isolamento, e segundo os autores, os agentes
simplesmente ignoram parte da composição de suas opções de escolha,
focando-se apenas na outra parte, gerando preferências inconsistentes.
Kahneman e Tversky (1979) exemplificam o efeito isolamento com uma
possibilidade de 75% de chances de concluir um jogo sem ganhar nada e 25%
de chances de passar à próxima fase, e caso o jogador consiga passar para a
próxima fase, este jogador poderá optar entre 80% de chance de ganhar
$$4.000,00 e 100% de certeza de ganhar $3.000,00.
Em princípio parece bem simples, mas notemos que esta probabilidade
de 80% para $4.000,00 está sobre outra probabilidade de25% de chegar a
próxima fase, onde as chances reais caem para 20% apenas (0,80 x 0,25 =
0,20 = 20%).
Segundo a lógica de Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000), o efeito
isolamento tende a levar nossos jogadores a descartar partes das questões de
nosso questionário que será aplicado sobre a Teoria do Prospecto, focando-se
apenas nas outras partes.
Segundo Kahneman e Tversky (1974), existem ainda outras heurísticas
tais como as heurísticas de representatividade, disponibilidade e de
ancoragem.
26
A heurística de representatividade sustenta que o passado é um potente
influenciador nas decisões, ou seja, nosso jogador tende a ser mais pessimista
ou otimista nas futuras decisões usando suas experiências e frustrações
passadas, e segundo Kahneman e Tversky (1974), estas experiências são
nominadas de ilusão de validade
Segundo Kahneman e Tversky (1974) em seus estudos, também
notaram a existência da heurística de disponibilidade, que é uma espécie de
regra de bolso que auxiliará no processo decisório, que basicamente é quando
tomamos as decisões baseados nas informações de nossa memória.
A heurística de ancoragem acontece quando uma importância maior é
destinada a uma determinada informação inicial, ou quando nosso jogador
acredita possuir todo o cenário em sua cabeça com apenas informações
parciais.
Existem inúmeras heurísticas de comportamento forte influenciadoras no
processo de decisão, porém as mais difundidas são as heurísticas da teoria do
prospecto, que segundo Kahneman e Tversky (1974) são as heurísticas de
efeitos Certeza, Reflexão e Isolamento.
Conforme já visto anteriormente, segundo Araujo, Cordeiro e Cavalcante
(2000), no efeito certeza, as pessoas levam menos em consideração os
resultados mais prováveis, porém quando existe a possibilidade de ganho,
mesmo que improvável, os respondentes preferem as possibilidades de maior
ganho.
Conforme os mesmos autores, o efeito reflexão pode ser uma situação
envolvendo ganho, onde predomina a tendência de não arriscar, porém, caso
exista a possibilidade de perda, existe a tendência de arriscar
Segundo Kahneman e Tversky (1979), na teoria do prospecto existe
também a heurística de efeito isolamento, e segundo os autores, os agentes
simplesmente ignoram parte da composição de suas opções de escolha,
focando-se apenas na outra parte, gerando preferências inconsistentes.
27
Kahneman e Tversky (1979) exemplificam o efeito isolamento como uma
probabilidade aplicada à outra probabilidade, e seu exemplo foi os 75% de
chances de concluir um jogo, e em caso de sucesso, 80% de chance de ganhar
algo. Portanto temos 75% x 80% que resulta em chances reais de 60% de
ganhar algo.
Segundo Kahneman e Tversky (1974), os indivíduos demonstram-se
avessos ao risco em situações de possibilidade de ganhos e preferem o risco
quando se deparam com circunstâncias de perdas certas.
Apesar da presente teoria ter sido laureada com o Nobel de Economia
em 1978, Goliath (2002), aponta que existem algumas controvérsias entre
autores acerca desta teoria.
Segundo Goliath (2002), autores como Jackson e Spicer (1986) não
apóiam a presente teoria para o cumprimento do imposto de renda em um
estudo contábil em contexto de auditoria.
Entretanto segundo Goliath (2002), autores como Sanders e Wyndelts
(1989) e Schadewald (1989) não encontraram este efeito em estudos de
impostos, mas perceberam a incidência do efeito reflexão, que é um dos três
efeitos da teoria do prospecto, na tomada de decisão fiscal.
2.5 Jogos de Empresa
Segundo Sauaia e Zerrener (2009), aproximadamente em 3.000 AC na
China já existiam jogos baseados em estratégias militares, e desde então
vários trabalhos foram desenvolvidos.
28
Fiani (2004) relata que em 1944, com a publicação de “Theory of Games
and Economic Behaviour” de Neumann e Morgenstern a aplicação dos jogos
em administração, economia e estratégias empresariais, tem sido utilizado
como diferencial com maior freqüência, tendo em vista seus benefícios de
treinamentos, custos e benefícios.
Segundo Fiani (2004), os jogos simulam as tomadas de decisões por
processos de interações mútuas, ou seja, os jogadores se reconhecem dentro
de um determinado cenário, tomam suas decisões baseados em algum tipo de
política, e verificam as conseqüências de suas decisões refletidas em análise
diagnóstica, proporcionada pelos indicadores de desempenho do jogo que
simulará a realidade.
Segundo Bierman e Fernandez (2011), existem vários tipos de jogo,
como os militares, de negócios, treinamento & desenvolvimento, recursos
humanos, cooperativos e não-cooperativos, diversos tipos de estratégias, os de
estratégias estritamente dominantes, que são aquelas que são priorizadas em
relação a todas as demais estratégias deste jogador, e ele usará a estratégia
dominante sempre que for possível.
Segundo Bierman e Fernandez (2011), existem ainda tipos de jogos com
variantes como o de Cournot, onde o preço de mercado, é determinado pela
produção total das empresas em determinado setor, não havendo oscilação, ou
seja, o preço não é uma variável estratégica, o resultado das empresas são
mensuráveis por outros aspectos que não o preço.
Este modelo prevê ainda a homogeneidade de tipos de produtos
disputando o mesmo mercado, que é o caso do simulador que os jogadores
utilizarão, porém o simulador permite preços diferentes.
Segundo Barçante e Pinto (2000), a época do surgimento dos jogos não
é precisa, pois declaram já existir jogos desde 3.000 a.C. como, por exemplo, a
Chaturanga na Índia, que segundo Vila e Falcão (2002), são jogos envolvendo
29
elefantes, soldados e carruagens em um campo de batalha originando assim o
xadrez.
2.5.1 Simulare
O simulador que será utilizado para análise de resultados pelo
ranqueamento de indicadores, será o atualmente aplicado na rede Metodista, o
Simulare Sistemasr v. 20-100729.
Segundo Simulare (2011), o mercado é dividido entre 10 regiões internas (1)
Alfa; (2) Bravo; (3) Charlie; (4) Delta; (5) Eco; (6) Fox; (7) Lima; (8) Sierra; (9)
Tango, (10) Zulu, e 1 região externa. Existe uma empresa para cada uma das dez
regiões internas.
O mercado externo, localizado na região 11, não possui empresa
estabelecida, e sua demanda é disputada entre as dez empresas.
Para viabilizar os jogos, primeiramente os discentes devem ser divididos em
equipes de quatro integrantes, conforme figura 14 “Organograma de funções”,
onde cada integrante possui especificidades de atuação.
Todas as empresas iniciam com mesmas condições produtivas e
operacionais, ou seja, um terreno, um prédio destinado à área fabril e oito
bancadas de montagem modelo standard motor 1,5 CV, e nove funcionários que
trabalham 561/h cada, por trimestre.
O item a ser fabricado é um skate, e conforme figura 15 “Parâmetros de
recursos”, existem diversos materiais necessários para sua produção.
Existem ainda alguns parâmetro de produção que são limitadores, como por
exemplo a capacidade operacional de cada funcionário de 561/h por trimestre, e
30
cada skate necessita 42mins para ser desenvolvido, portanto a capacidade
produtiva total com 8 funcionário equivale a 6.411 skates.
Estes skates devem ser entregues nas regiões informadas nas decisões de
marketing, através de uma modalidade de frete, conforme figura 7 “Distribuição
logística”, que consiste inclusive nos modais marítimos, ferroviários, aéreos e
rodoviários.
As dez empresas anteriormente citadas, possuem um local específico onde cada
qual se estabelece fisicamente, conforme figura 16 “Cenário geográfico”, e cada
mercado possui tendência de crescimento entre 5% e 6% constantemente
crescente sobre o período anterior, em relação ao consumo geral dos territórios.
Conforme Simulare (2011), o jogo consiste em um total de 6 trimestres à
serem simulados, e cada trimestre possui características específicas de demanda,
oferta, volume de produção, propensão à greve, altas e baixas nas taxas de
contratação de empréstimos de capital de giro, e aquisição de máquinas.
Todas estas informações periódicas são informadas à todas as empresa
através de um jornal, que é a fonte de informação para os jogadores, vide figura 17
“Jornal periódico”
Quanto à navegação no simulador, a figura 11 “Tela inicial”, mostra a tela
onde os usuários iniciarão com as políticas a serem aplicadas. Estas políticas são
definições de marketing, finanças, compras, equipamentos, fabricação, destinação,
recursos humanos e caixa conforme figura 10 “Decisões”.
A figura 2 “Decisões de marketing” mostra as decisões à serem tomadas
referente ao preço, propaganda e demanda prevista que será praticado em cada
uma das 10 regiões internas e na região externa.
As informações financeiras, conforme figura 3 “Decisões financeiras”, são
inseridas pelos usuários, onde eles podem solicitar capital de giro para financiar as
compras de matérias primas caso não possuam reservas financeiras para isto, e
31
informam também a quantidade de parcelas que desejam quitar este empréstimos,
limitados a 3 parcelas, devidamente corrigidas pela tabela SAC “Sistema de
Amortização Constante”.
Financiamento para comprar máquinas com o propósito de expandir a
capacidade produtiva, fabricando mais skates, é informada nas decisões
financeiras, bem como o percentual de desconto que se deseja vincular aos seus
produtos, que serão vendidos nas decisões de marketing, demonstrado na figura 2
“Decisões de marketing”.
As compras de matérias primas necessárias para produzir os skates são
informadas, conforme figura 5 “Decisões de compras”. Basicamente cada skate
necessita de um desk “prancha”, uma embalagem, dois trucks “eixo”, quatro
parafusos e 0,90 cm de lixa.
Embora o financiamento para aquisição de máquinas, caso os participantes
não possuam caixa para tal operação, seja informado na figura 3: “Decisões
financeiras”, é de fato na figura 4 “Decisões de compra e venda” que a máquina é
comprada, ou vendida.
A quantidade de produtos acabados que os integrantes de cada empresa
desejar efetuar são informados na figura 6 “Decisões de fabricação”.
Eventualmente de desejarem efetuar uma quantidade superior a capacidade
operacional de produção, o sistema irá alertá-los sobre o excedente de mão-de-
obra ou horas de bancada, cabendo aos integrantes, apenas o planejamento de
quantos produtos efetivamente desejam fabricar.
Em caso de demanda excessiva à sua capacidade produtiva, uma
possibilidade para suprir tal necessidade, é a aplicação de horas extras, conforme
figura 8 “Decisões de RH”, onde inclusive podem ser contratados e demitidos os
funcionários.
Para cada novo período à ser simulado, os jogadores recebem
eletronicamente um jornal informativo contendo todas as informações que
32
nortearão suas decisões, e se este jornal informar sobre a possibilidade de greve,
será ou não, interessante, conforme figura 9 “Decisões de caixa” contratar uma
consultoria.
Eventualmente se houver uma distribuição de bônus por realização de lucro
acionário, a apropriação será efetuada e informada na própria tela de informações
financeiras. A consultoria é uma informação recebida aos participantes em seu
email sobre a existência da greve seus impactos.
Existem também os relatórios que podem ser verificados a qualquer
momento. A figura 18 “Relatórios administrativos”, mostra as opções de relatórios
das (1) compras efetuadas no período atual e os anteriores também, os relatórios
de (2) vendas que mostra a quantidade demanda em cada um dos territórios
internos e externo também, relatório das (3) despesas de operacionalização e
custos diversos e (4) estoque de produtos e insumos.
A figura 19 “Relatórios financeiros”, demonstra as opções dos relatórios
clássicos exigidos desde a Lei 6.404/76 que foi substituída pela Lei 11.638/07, que
são basicamente o relatório de (1) caixa que demonstra o que aconteceu em
termos financeiros quanto as necessidades, (2) demonstração de resultado do
período que mostra a realização de lucro ou prejuízo contábil, (3) balanço
patrimonial, que basicamente é a visão de curto e longo prazo dos bens, direitos e
obrigações, bem como o patrimônio líquido, (4) balanços patrimoniais de todas as
empresas, que basicamente é a visão do balanço patrimonial, porém não apenas
da empresa do participante que está efetuando a consulta, mas de todas as dez
empresas que fazem parte do mercado que está inserido.
A figura 20 “Relatórios de produção” mostra (1) custo por produto, que
compõe o produto acabado, (2) custos gerais que além dos custos das matérias
primas, também traz os custo de operacionalização, energia elétrica, e outros, e (3)
produção que mostra os custos de mão-de-obra e de bancadas, também
demonstra que houve estouro na capacidade produtiva.
A figura 21 “Relatórios de indicadores”, demonstra vários indicadores
contábeis e financeiros tais como o constante no item (1) rentabilidade, o indicador
33
ROA “Return Os Assets”, que é o indicador que os discentes serão avaliados
juntamente com o índice de endividamento, demais indicadores contábeis e
financeiros são constantes nesta figura também.
2.5.2 Simulação de uma rodada
Em cada um dos seis períodos à serem simulados pelos jogadores,
decisões sobre o que, quando e como fazer devem ser informados nos parâmetros
de decisões do período, estas informações à serem inseridas no sistema são
chamadas de políticas de decisões, ou simplesmente de políticas.
As política à serem tomadas pelos jogadores, serão iniciadas pelas de
marketing conforme figura 2 “Decisões de marketing”, onde os jogadores informam
o preço que desejam aplicar em cada uma das 11 regiões, sendo 10 regiões
internas e a região externa.
O preço a ser aplicado não poderá ser superior ao informado pelo jornal do
período em questão, também pode não ser interessante utilizar o preço máximo
informado pelo jornal, pois se alguma outra equipe utilizar preços inferiores, esta
poderá ter preferência nas vendas de seus produtos, pois o mercado virtual é
sensível a preço.
34
Figura 2: Decisões de marketing Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Outra sensibilidade que o mercado virtual possui, é em relação a quantidade
de propaganda que são informados na figura 2 “Decisões de marketing”, ou seja,
quanto maior a quantidade de propagandas, maior a possibilidade do mercado
virtual absorver os produtos desta empresa.
A projeção de vendas que também são informados na figura 2 “Decisões de
marketing”, representa a quantidade de produtos que os jogadores desejam
demandar em cada uma das regiões.
Também é informado o quanto de vendas a vista e a prazo os jogadores
desejam efetuar em seus produtos.
35
Após as decisões de marketing, a próxima decisão que deverá ser tomada
será referente as políticas de finanças. Conforme figura 3 “Decisões financeiras”,
os jogadores primeiro necessitam informar ao simulador se necessitam de dinheiro
para adquirir uma ou mais máquinas, isto caso desejem adquirir alguma.
Normalmente os jogadores adquirem máquinas quando desejam aumentar seu
potencial de produção de produtos.
Figura 3: Decisões financeiras Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Estas máquinas serão adquiridas na opção de máquinas e equipamentos,
conforme demonstra a figura 4 “Decisões de compra e venda”, porém caso
necessitem de capital para adquirir a máquina, é na figura 3 “Decisões financeiras”,
que o financiamento será realizado.
Ainda na figura 3 “Decisões financeiras”, o jogador poderá contratar uma
linha de crédito na opção empréstimo de giro para financiar a compra de suas
matérias primas.
36
Figura 4: Decisões de compra e venda Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Ainda na figura 3 “Decisões financeiras”, existe a possibilidade de efetuar
aplicação financeira, caso haja excedente de caixa após o fechamento de cada
trimestre.
Outra política a ser aplicada ainda nas opções de finanças é a de conceder
desconto sobre as vendas dos produtos dos jogadores.
Seguindo a etapa de decisões a serem tomadas, a próxima política a ser
informada será a de compras de insumos. A figura 5 “Decisões de compras”
demonstra quais os insumos e a quantidade destes insumos nossos jogadores
comprarão.
As compras de insumos, seguindo uma lógica de componentes, deverão ser
de 1 tábua, 1 embalagem, 0,9 lixas, 4 parafusos e 2 eixos para cada skate.
Entretanto, adquirir uma quantidade que segue a lógica de insumos, é uma decisão
que cabe aos jogadores, eventualmente, se algum destes jogadores desejarem
adquirir mais de um insumo e menos de outro, eles poderão.
As próximas decisões que deverão ser tomadas serão as previstas na figura
4 “Decisões de compra e venda”, onde os jogadores informam se desejam comprar
ou vender alguma máquina.
37
Lembrando que o capital para esta máquina não necessita de financiamento
disposto na figura 3 “Decisões financeiras”, caso exista excedente de caixa, será
diminuído automaticamente o valor referente a aquisição da máquina mesmo que
contraia financiamento.
Figura 5: Decisões de compras Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
As próximas decisões à serem tomadas serão as de fabricação de skates. A
figura 6 “Decisões de fabricação” receberá a informação de quantos produtos, no
caso skates, os jogadores desejam fabricar.
A lógica inicial é de fabricar apenas a quantidade de skates que a
capacidade que cada empresa possui. Inicialmente existem 8 máquinas e 9
funcionários que possuem capacidade trimestral de produção de 561 horas/mês,
que multiplicado por 8 máquinas, equivale a 4.488 horas trimestrais úteis de
produção.
Conforme Simulare (2011), cada skate necessita de 42 minutos para ser
fabricado, portanto a capacidade produtiva trimestral total que cada empresa pode
produzir será de 6.411 skates (4.488 horas x 60 minutos / 42 minutos). Esta lógica
38
inicial ainda deveria estar alinhada com a decisão de marketing na figura 2
“Decisões de marketing” na coluna de projeção de vendas.
Figura 6: Decisões de fabricação Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Quanto ao alinhamento de projeção de vendas, ao somar toda a demanda
das regiões, a quantidade deveria ser igual a de bens fabricados.
É incoerente divulgar ao mercado existir menos bens que a capacidade de
atender a demanda, pois isto gera sobra de mercadorias.
Entretanto esta lógica não é absoluta, pois existindo a possibilidade de não
vender toda a produção do trimestre atual, existirá a possibilidade no próximo
trimestre, de informar nas decisões de marketing, a possibilidade de vender mais
do que se produz, afinal, existe excedente de mercadorias não vendidas que estão
disponíveis no estoque de produtos acabados.
Outra decisão que os jogadores deverão tomar, serão sobre a destinação,
conforme figura 7 “Distribuição logística”, onde os jogadores informarão o tipo de
modal desejado à ser utilizado para transportar os skates.
39
Os modais marítimos, aéreos, ferroviários e rodoviários serão escolhidos em
função do custo de transporte.
Figura 7: Distribuição logística Fonte: Quadro 2 – Logística de distribuição. Simulare (2010, p.28)
Seguindo a seqüência de decisões à serem tomadas pelos jogadores, a
próxima é a de recursos-humanos, conforme figura 8 “Decisões de RH”, onde cada
jogador informa se deseja contratar, demitir, conceder férias ou aumentar em 1hora
ou 2horas extras a produção.
Caso o jogador opte por conceder férias, todos os funcionários se
beneficiam com esta decisão, e caso deseje aumentar o ritmo de trabalho em
1hora ou 2horas, todos os funcionários aumentam o ritmo de trabalho.
Figura 8: Decisões de RH Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
40
Quanto mais os jogadores aumentarem a capacidade produtiva dos
funcionários concedendo horas extras, maior a possibilidade de produzir mais
produtos no trimestre.
Possuindo insumos suficientes para aumentar a produção, nada os
impedirá, porém, este é um risco que os jogadores deverão assumir, pois nada
garante que aumentando a produção, eles consigam vender os produtos.
Caso exista possibilidade de uma greve no setor ou diminuição de
demanda, mediante anúncio pré-informado no jornal do trimestre, os jogadores
para se anteciparem ao que poderá ocorrer no próximo trimestre, poderão
contratar uma consultoria, conforme figura 9 “Decisões de caixa”, que fornecerá
aos jogadores um relatório sobre a potencialidade deste evento acontecer.
Figura 9: Decisões de caixa Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Uma vez que todas as decisões forem tomadas, os jogadores poderão
confirmá-las na opção “confirmar ou cancelar decisões” conforme figura 10
“Decisões”, e verificar as conseqüências de suas decisões através dos relatórios.
41
Figura 10: Decisões Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Os relatórios estão disponíveis na tela do menu principal do simulador,
conforme figura 11 “Tela inicial”.
Figura 11: Tela inicial Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Os relatórios que estão disponíveis são os de compras, vendas, despesas e
estoques de produtos e insumos, conforme figura 18 “Relatórios administrativos”;
relatórios de caixa, demonstração de resultado, empréstimos e financiamentos, e
balanços patrimoniais disponíveis na figura 19 “Relatórios financeiros”; Relatórios
42
de custos de produtos, custos gerais e de produção, conforme figura 20 “Relatórios
de produção”. Também existem relatórios de rentabilidade, estrutura de capital,
liquidez, fator de insolvência e market share nos relatórios de indicadores,
conforme figura 21 “Relatórios de indicadores”
Após os jogadores efetuarem uma consulta nos relatórios, verificando seus
hipotéticos lucros e situações empresariais tais como endividamento, estoques e
parte industrial, e não estiverem satisfeitos, podem cancelar as decisões efetuadas
no período e reinserir políticas onde acreditarem que será mais vantajoso.
Após estas reinserções de políticas, basta confirmar as decisões do período
novamente e reverificar todos os relatórios e suas situações empresariais.
As políticas à serem inseridas podem ser macro visualizadas conforme
Figura 12 ”Políticas simulare”.
Figura 12: Políticas simulare Fonte: Adaptado pelo autor com base em http://200.175.61.172/simul_ind/pages/jogo/list_jogos.jsf
43
3 Metodologia
A presente dissertação é qualitativa e quantitativa exploratória.
É qualitativo pois segundo Vidich e Lyman (2006), os métodos de
pesquisa são no fundo todos qualitativos, e baseadas na observação direta do
observador.
É quantitativa pois segundo Gil (2006), as informações serão coletadas
de forma sistemática, utilizando procedimentos estatísticos em condições
controladas.
É exploratória, pois segundo Marconi e Lakatos (2006), será descrito
determinado fenômeno a partir da observação de sua realidade.
As tabulações referente a teoria do prospecto entre os alunos de 5 a 8
semestres, bem como o ranqueamento das notas do simulador, critérios qui-
quadrático e t de student serão abordados em seus respectivos tópicos.
3.1 Teoria do prospecto
Será aplicado um questionário utilizando a teoria do prospecto, onde os
dados do questionário serão tabulados segundo protocolo de procedimentos de
Kahneman e Tversky (1974).
Apesar da análise tanto da tabulação do questionário da Teoria do
Prospecto de Kahneman e Tversky (1979), quanto o ranqueamento dos
resultados gerando os quartis para análise dos processos serem composta
pelo conjunto total de usuários, ou seja 799, ainda sim o conjunto total, ou
universo de 799 representa uma amostra dos alunos da Universidade
Metodista de São Paulo.
44
Será aplicado um questionário sobre a Teoria do Prospecto de
Kahneman e Tversky (1979) aos alunos de 4 a 8 semestre dos cursos de
administração geral, comércio exterior, financeiro, economia e ciências
contábeis que possuem a disciplina de jogos de empresa.
A análise dos resultados da quantificação dos jogadores que incidem em
cada uma das heurísticas propostas na Teoria do Prospecto de Kahneman e
Tversky (1979), será comparada com a análise de resultados de outros autores
efetuadas no Brasil, como Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000), Kimura, Cruz
e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007), buscando
similaridades ou dissimilaridades.
3.2 Ranqueamento de notas
Após o fechamento dos seis trimestres simulados por nossos 799
jogadores divididos em 225 empresas, será efetuado uma lista em ordem
decrescente de ranking, dividindo as 225 empresas em 4 quartis, ou seja, 3
blocos de 56 empresas e o último bloco com 57.
O ranqueamento dos resultados dos jogadores, será composto de 50%
dos maiores ROAs “Retorno sobre o Ativos” e 50% dos menores
endividamentos.
O primeiro bloco, denominado de primeiro quartil, terá as 56 empresas
de maior ranking, que é uma média aritmética entre ROA e Endividamento
explicados neste capítulo.
As decisões tomadas por estas 56 empresas alocadas no primeiro
quartil, serão analisadas trimestre a trimestre, em cada um dos 6 trimestres
simulados, efetuando uma análise de processo através de entrevista e relatório
das decisões dos 56 grupos inseridos no 1 quartil.
45
A análise para o processo da tomada de decisão a ser efetuado entre os
jogadores do 1 quartil, será efetuada mediante informações recebidas dos
jornais, que segundo Simulare (2011), nos jornais de cada trimestre a serem
simulados, existem diversas matérias informativas.
No período 1 a ser simulado, por exemplo, possuímos: 1.Palavra do
analista, informando que haverá aumento de consumo nos próximos períodos;
2.Publicidade, informando que a quantidade de inserções de propagando não
poderá ser inferior a quantidade utilizada no período 0 “zero”, ou seja, devemos
usar ao menos 3 ou 4 propagandas; 3.Insumos, informando que os preços
praticados pelos fornecedores não irá subir, e que serão concedidos bons
descontos para grandes compras; 4.Mão-de-Obra, informando que ao menos 1
“um” funcionário deveria ser contratado; 5.Mercado Financeiro, informando
que o banco está aceitando pedidos de financiamentos a baixo custo;
6.Política Salarial, informando que o sindicato está reivindicando melhores
salários, entretanto ainda nada foi definido; 7.Acordo de preços, o acordo
prevê preços máximos de R$90,00 para o período 1 e de R$ 105,00 para o
período 2; 8. Fretes, perspectiva de aumento de utilização dos modais de
caminhões e trens para os próximos períodos.
As decisões mais coerentes a serem tomadas, seriam aumentar o
volume de compras de insumos, pois é dado de enunciado o aumento de
demanda para os próximos períodos, e também existem os descontos sobre
compras para grandes quantidades de insumos, e caso a empresa não tenha
caixa suficiente para efetuar tais compras, existe a possibilidade de concessão
de linha de crédito a baixo custo de contratação para aquisição de matérias-
primas.
Contratar mais um funcionário para auxiliar no aumento de produção que
se seguiria nos próximos períodos sem nos preocupar com aumentos salariais,
pois ainda não existe política para isto.
Igualmente coerente, seria manter os níveis de preços baixos para
garantir preferência de demanda pelo mercado caso seu concorrente esteja
46
praticando preços mais elevados que os seus, desde que estes baixos preços
não afetem o resultado de forma negativa, pois as operações e processo do
período necessitam serem custeado.
Apesar de existir uma linha de raciocínio coerente com as informações
disponibilizadas nos jornais de cada trimestre, ainda sim as entrevistas para
obter relatórios impressos dos procedimentos de cada equipe auxiliarão para
efetuar uma análise do processo de tomada de decisão dos jogadores
ranqueados no 1 quartil.
3.3 Teste Qui-quadrado
Esta análise é efetuada quando desejamos comparas as freqüências
observadas nos estudos aplicados, com os resultados das freqüências
desejadas ou esperadas.
Na presente dissertação, os resultados observados serão aqueles
tabulados nos prospectos coletados com base no questionário da teoria do
prospecto de Kahneman e Tversky (1979).
O resultado das freqüências desejadas são aqueles já utilizadas como
resultados obtidos por Kahneman e Tversky (1979), ou seja:
18% e 82% respectivamente para as questões 1A e 1B;
83% e 17% respectivamente para as questões 2A e 2B;
20% e 80% respectivamente para as questões 3A e 3B;
65% e 35% respectivamente para as questões 4A e 4B;
22% e 78% respectivamente para as questões 5A e 5B;
67% e 33% respectivamente para as questões 6A e 6B;
14% e 86% respectivamente para as questões 7A e 7B;
73% e 27% respectivamente para as questões 8A e 8B;
92% e 08% respectivamente para as questões 9A e 9B;
42% e 58% respectivamente para as questões 10A e 10B.
47
Após obter os resultados observados, o subtraímos dos resultados
desejados determinando assim a diferenças entre os resultados, e o quadrado
da diferença da alternativa A dividido pelo resultado esperado desta alternativa,
somado ao quadrado da diferença da alternativa B dividido pelo resultado
esperado desta alternativa,gerará o resultado de xO2 .
O resultado de xO2 é esperado ser menor que o resultado de xC
2 para
admitir um resultado equiprovável aos resultados de Kahneman e Tversky
(1979), e desejável equilíbrio entre os resultados do teste qui-quadrado de
Kimura, Cruz e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007) e
Marinho da Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009).
3.4 Teste T de Student
O teste T de student segundo Anderson. Sweeney e Williams (2005), é
um teste de hipótese, visando verificar se podemos ou não, rejeitar uma
hipótese nula dos dados da amostra.
O grau de liberdade à ser utilizado será de 1%. Este ponto de corte foi
escolhido para gerarem altos graus de confiança.
A não rejeição da hipótese nula, significa aceitar a hipótese válida da
alternativa.
O teste T de student será efetuado utilizando a função de análise de
dados mo MS Excel, opção de Teste-t com duas amostras presumindo
variâncias equivalentes.
Os resultados emitidos através do relatório de saída da análise de
dados, será avaliada pela P(T<=t) bi-caudal, onde a diferença deste resultado
para 100% gera o grau de confiabilidade.
48
3.5 Procedimentos de coleta de dados
Segundo Hair, Babin, Money e Samouel (2005), os métodos mais
comuns para coleta de dados através dos Surveys são:
1. Entrevista pessoal;
2. Entrevista telefônica;
3. Entrevista por correio ou fax;
4. Entrevista eletrônica.
Na presente dissertação, os questionários serão aplicados de forma
impressa, onde serão quantificados e tabulados em um banco de dados,
segundo critérios de Kahneman e Tversky (1979).
Para coletar os dados referente a Teoria do Prospecto de Kahneman e
Tversky (1979), serão distribuído em sala de aula, questionários que consiste
em questões de respostas A ou B aos 799 jogadores, e tabulados seguindo o
protocolo de verificação mediante cálculos consagrados pelos autores.
O processo de amostragem e coleta de dados seguirá o proposto por
Hair, Babin, Money e Samouel (2005), ou seja:
1. Definição da população alvo;
799 discentes presenciais no campus Rudge Ramos na
Universidade Metodista de São Paulo, distribuídos entre os cursos
de Administração geral; Comércio exterior; Administração
financeira; Ciências economias e Ciências contábeis.
2. Seleção de estrutura e amostragem;
Será efetuada com tabulação atualizada, ou seja, não teremos
jogadores que não façam parte, ou que façam mas não estejam
inseridos no contexto, como por exemplo os jogadores dos cursos
de graduação na modalidade EAD (Educação a Distância).
3. Seleção de método de amostragem;
Probabilística.
4. Determinação do tamanho da amostra;
49
Não existe amostra, será analisado o censo composto por 799
jogadores.
5. Implementação do plano de amostragem.
Não, pois será analisado todos os 799 jogadores.
3.6 Surveys
Segundo Hair, Babin, Money e Samouel (2005), surveys são
investigações ou levantamento de dados sem prejuízo do sentido.
Podendo ser entendida como o levantamento de opiniões de um
indivíduo ou grupo de pessoas, normalmente através de um questionário.
Questionários auto-administrados “Surveys” serão utilizados para coleta
de dados, de forma estruturada ao final do fechamento do 6 trimestre simulado.
Os questionários são objetos cientificamente desenvolvidos, contendo
perguntadas elencadas que podem sem respondidas com ou sem a presença
do entrevistador.
3.6.1 Questionário teoria do prospecto
1. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 33% de chances de ganhar R$2.500,00 66% de chances de ganhar R$2.400,00 1% de chance de ganhar R$ 0,00
Alternativa (B) 100% de chances de ganhar R$2.400,00
2. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 33% de chances de ganhar R$2.500,00 67% de chances de ganhar R$ 0,00
Alternativa (B) 34% de chances de ganhar R$2.400,00 66% de chances de ganhar R$ 0,00
50
3. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 80% de chances de ganhar R$4.000,00 20% de chances de ganhar R$ 0,00
Alternativa (B) 100% de chances de ganhar R$3.000,00
4. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 20% de chances de ganhar R$4.000,00 80% de chances de ganhar R$ 0,00
Alternativa (B) 25% de chances de ganhar R$3.000,00 75% de chances de ganhar R$ 0,00
5. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 50% de chances de ganhar uma viagem de três semanas para a Inglaterra, França e Itália. 50% de chances de não ganhar nada.
Alternativa (B) 100% de chances de ganhar uma viagem de uma semana para a Inglaterra.
6. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 5% de chances de ganhar uma viagem de três semanas para a Inglaterra, França e Itália. 95% de chances de não ganhar nada.
Alternativa (B) 10% de chances de ganhar uma viagem de uma semana para a Inglaterra. 90% de chances de não ganhar nada.
7. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 45% de chances de ganhar R$6.000,00 55% de chances de ganhar R$ 0,00
Alternativa (B) 90% de chances de ganhar $3.000,00 10% de chances de ganhar $ 0,00
8. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 0,1% de chances de ganhar R$6.000,00 99,9% de chances de ganhar R$ 0,00
Alternativa (B) 0,2% de chances de ganhar R$3.000,00 99,8% de chances de ganhar R$ 0,00
9. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 80% de chances de perder R$4.000,00 20% de chances de perder R$ 0,00
Alternativa (B) 100% de chances de perder R$3.000,00
10. Escolha entre alternativa A ou B
Alternativa (A) 20% de chances de perder R$4.000,00 80% de chances de perder R$ 0,00
Alternativa (B) 25% de chances de perder R$3.000,00 75% de chances de perder R$ 0,00
Fonte: KAHNEMAN e TVERSKY (1979, pgs 265 - 270)
Questões 1 e 2 analisam o efeito certeza; Questões 3 e 4 analisam o efeito isolamento; Questões 5 e 6 analisam o efeito certeza; Questões 7 a 10 analisam o efeito reflexão;
51
As perguntas 01 a 09 foram extraídas na íntegra do artigo Prospect
Theory: An Analysis of Decision Under Risk. Revista Econometrica, volume 47,
n.2, março/1979 de Kahneman e Tversky (1979), onde destas, entre as
questões 1 e 2, 5 e 6 poderemos analisar o efeito certeza, as questões 7 a 10
poderemos analisar o efeito reflexão, e as questões 3 e 4 identificam o efeito
isolamento.
Nas questões 1, 2, 5 e 6 que tratam sobre o efeito certeza, os
respondentes para confirmar este efeito, tenderão a dar peso maior aos
resultados provável em relação aos resultados de certeza, fortalecendo assim o
que Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000) denominam de aversão ao risco em
escolhas de ganhos certos.
Nas questões 7, 8, 9 e 10 que tratam sobre o efeito reflexão, segundo
Kahneman e Tversky (1979), existirá fuga da alternativa que envolver risco
quando o ganho é o foco da questão, e a predileção oposto a este quando o
foco for a perda, ou seja, existirá a procura pelo risco quando o foco for a
perda.
Nas questões 3 e 4 que tratam sobre o efeito isolamento, segundo
Araujo, Cordeiro e Cavalcante (2000), na teoria da perspectiva de Kahneman e
Tversky (1979), os respondentes selecionarão apenas as propriedades da
condição proposta que se encaixa em seu interesse.
52
3.7 Procedimentos para tabulação
3.7.1 Questionário da Teoria de Prospecto
Nas questões 1 e 2 do questionário, mediante os estudos anteriores de
Kahneman e Tversky (1979), é teoricamente previsível que nossos
respondentes optarão pela alternativas B ao invés da A, pois a probabilidade
de ganho é maior, confirmando assim o efeito certeza. As respostas B para as
questões 5 e 6 também são confirmatórias para este efeito pois seus ganhos
são maiores também.
Kahneman e Tversky (1979) efetuaram uma pesquisa para determinar o
efeito certeza, probabilidade e possibilidade, a fim de comprovar as
contradições dos benefícios esperados pelos agentes tomadores de decisão, e
determinaram não serem tão racionais as decisões destes agentes. As opções
de escolhas eram bem simples:
Problema 1: os agentes analisados por Kahneman e Tversky (1979),
deveriam optar entre: (A) 33% de chances de ganhar $2.500,00 + 66% de
chances de ganhar $2.400,00 + 1% de chance de ganhar $0,00. (B) 100% de
certeza de ganhar $2.400,00.
Segundo a teoria Kahneman e Tversky (1979), a opção mais viável seria
(A), pois renderia $2.409,00 (0,33x2.500,00 + 0,66x2.400,00 + 0,01x0,00 =
$2.409,00) e a opção (B) renderia exatos $2.400,00.
As questões 3 e 4 tratam o efeito isolamento, que segundo Kahneman e
Tversky (1974), devem demonstrar inconsistência em relação a suas escolhas
no que trata ao ganho e perda, basicamente nossos respondente, para incidir
neste efeito deverão escolher alternativas que não tratem de maior
probabilidade como descrito no efeito certeza, mas escolherão alternativas com
maior valor, apesar que pode ser menor probabilidade.
53
Mas este efeito não se confirma se escolherem a alternativa (A) na
questão 3, e alternativa (A) na questão 4.
Kahneman e Tversky (1979) exemplificam o efeito isolamento com uma
possibilidade de 75% de chances de concluir um jogo sem ganhar nada e 25% de
chances de passar à próxima fase, e caso consiga, o tomador de decisão poderá
optar entre 80% de chance de ganhar $$4.000,00 e 100% de certeza de ganhar
$3.000,00.
Em princípio parece bem simples, mas notemos que estas probabilidade de
80% estão sobre outra probabilidade de25% de chegar ao próximo nível, onde as
chances caem para 20% apenas (0,80 x 0,25 = 0,20 = 20%).
As questões 7 e 8 tratam sobre o efeito reflexão, neste caso, se nosso
jogador sofra este efeito, é previsível segundo Kahneman e Tversky (1979),
que escolherão a alternativa (B) na questão 7 por possuir maior probabilidade
de ganho, e (A) na questão 8 por possuir maior valor de ganho, e
contraditoriamente com a questão anterior, menor probabilidade de ganho.
Segundo Kahneman e Tversky (1979) o efeito reflexão pode ser uma
situação envolvendo ganho, onde predomina a tendência de não arriscar,
porém, caso exista a possibilidade de perda, existe a tendência de arriscar.
As questões 9 e 10 não se espera que sejam opostamente escolhidas as
respostas. Espera-se que a maior quantidade de respondentes na questão 9 e
10 optem pela alternativa A, pois incide em menor probabilidade de perda.
Para confirmar estes efeitos então, as respostas deveriam ser: 1=B, 2=B,
3=A, 4=A, 5=B, 6=B, 7=B, 8=A, 9=A, 10=A. Mas trabalhemos com a hipótese que
55 respondentes não respondam conforme acima desejado, supomos que suas
respostas sejam embaralhadas conforme quadro 6 “Tabulação da Teoria do
Prospecto”, onde a equivalência numérica das alternativas de resposta sejam A=1
B=2.
54
Quadro 6 - Tabulação da Teoria do Prospecto
Fonte: Autor
Conforme quantificação das respostas do quadro 6 “Tabulação da Teoria do
Prospecto”, que é uma somatória da confirmação ou não confirmação se as
empresas incidem nestas heurísticas de efeito certeza, isolamento ou reflexão.
Os resultados podem variar de 0% ou seja, não sofrem este efeito; 50%
sofrem este efeito em uma tabulação de perguntas sobre esta heurística, mas
podem não sofrer este efeito na questão seguinte que visa verificar mesma
heurística, determinando assim que sofrem parcialmente este efeito, mas podem
sofrer outra heurística que em dado momento se manifestou mais forte; e, 100% ou
seja, certamente sofrem esta heurística.
55
3.7.2 Determinação do ranqueamento de notas
As empresas que estão sendo simuladas pelos jogadores serão
ranqueadas pela média aritmética do endividamento e do ROA “retorno sobre o
ativo”.
Segundo Neves e Viceconti (2001), o índice de endividamento indica o
quanto de recursos de terceiros estamos usando para tentar gerar lucros, e é
interessante que este índice chegue o mais próximo possível de 0 “zero”.
Segundo Matazarro (2010), o endividamento não possui forma de cálculo
global pois existem vários tipos de endividamento, e cada qual é atribuível a seu
contexto, podendo levar a dimensões suportáveis desde que administradas.
Segundo Gitman (2004), quanto maior a utilização de endividamento de
terceiros, maior será o grau de alavancagem financeira, podendo assim trazer um
retorno potencialmente mais elevado que a utilização do capital próprio.
Portanto não existe uma regra de ser ruim, utilizar muito ou pouco do capital
de terceiros, gerando assim endividamento.
Depende apenas de quanto e como se está utilizando estes recursos para
gerar riquezas.
Segundo Neves e Viceconti (2001), o ROA retorno sobre o ativo, demonstra
a eficiência com a qual a empresa utiliza seus recursos totais,
Segundo Gitman (2004), quanto maior for o ROA, melhor será para a
empresa, pois este índice demonstra quanto à empresa tem de retorno para cada
unidade monetária investida.
56
Mas uma atenção deve ser dada quanto aos altos índices de ROA, pois ele
é determinado pelo lucro líquido dividido pelo ativo total, e segundo Matazarro
(2010), o ativo total sempre será proporcional ao passivo total, portanto, quanto
maior for o ativo, fonte de bens e direitos, maior será o passivo, fonte de
obrigações.
O quadro 7 “Ranqueamento de Resultados”, demonstra uma situação
hipotética de índices. A empresa Alfa por exemplo possui o maior endividamento
93,63% e um dos menores ROA 15,16% negativo.
As empresas podem utilizar um determinado endividamento para financiar
seus recursos e produção, o endividamento não é necessariamente ruim, por
exemplo a empresa Sierra possui o segundo maior endividamento 90% e seu ROA
é positivo em 2,53.
Os jogadores tomam suas decisões para obter o melhor ranqueamento
possível, a Tango, por exemplo, possui um endividamento de 88,82%, ou seja,
menor que o endividamento da Sierra, e um ROA de 3,19, ou seja, maior que o da
Sierra, portanto, nitidamente a empresa Tango está melhor que a empresa Sierra.
Conforme quadro 7 “Ranqueamento de Resultados”, as empresas podem
incidir em 4 circunstâncias, são elas:
ROA alto e Endividamento alto = Atenção;
ROA alto e Endividamento baixo = Melhor opção;
ROA baixo e Endividamento alto = Ruim;
ROA baixo e Endividamento baixo = Atenção.
Para não criar um cenário de favorabilidade, de apenas altos ROAs, que
pode não ser justo com demais empresas que possuem ROAs não tão altos, mas
endividamentos menores, ou apenas baixos endividamentos, que pode não ser
justo com demais empresas que possuem endividamento um pouco maior, mas
com ROAs bem superiores, adotou-se o critério de efetuar uma média entre estes
dois indicadores.
57
Os procedimentos para determinar o ranking são os seguintes:
Primeiro: Obter o endividamento e o ROA no jogo Simulare Sistemasr v. 20-
100729 que está sendo utilizado pelos jogadores da graduação na Metodista
campus Rudge Ramos, que estão apresentados nas colunas índices do Quadro 7
“Ranqueamento de Resultados”.
Segundo: Entendamos que o ROA quanto maior melhor e o endividamento
quanto menor melhor, portanto as grandezas destes índices são
proporcionalmente opostos, para se criar um critério sistemático, ou seja, quanto
maior melhor, foi criada uma coluna de “inverso” no endividamento, ou seja, o que
falta para 100%, portanto, quanto menor for o endividamento, maior será seu
inverso, criando situação sistemática favorável para comparabilidade, pois quanto
maior for ROA melhor será também.
Terceiro: Somar a coluna de índices do ROA desprezando os índices
negativos, pois eventualmente um determinado jogo pode possuir uma quantidade
maior de índices negativos que os positivos, distorcendo assim a proporção de um
índice positivo em relação ao seu total que seria negativo.
Exemplo, se somarmos a coluna de índices do ROA considerando os
negativos, ao invés de 13,53 o resultado seria 22,75 negativo, e a proporção da
empresa Charlie, ao invés de 24,9% (3,37/13,53) seria de 0,15 negativos (3,37/-
22,75).
Quarto: Gerar uma média entre o inverso do endividamento e a equivalência
do ROA, e quanto maior for esta média, mais interessante está a empresa.
59
4 Resultados obtidos
4.1 Do objetivo geral
Ao ser tabulado os questionários da teoria do prospecto de Kahneman e
Tversky (1979), foi confirmado a hipótese de existir aspectos comportamentais,
podendo então influenciar a tomada de decisão dos agentes que acreditavam
ser, segundo a teoria clássica de finanças, estritamente racionais.
Portanto está cumprindo o objetivo geral que foi identificar se as
heurísticas da teoria do prospecto das finanças comportamentais, são de fato
atribuíveis aos estudantes presenciais de 5º a 8º semestre dos cursos de
Administração geral; Comércio exterior; Administração financeira e Ciências
contábeis, da Universidade Metodista de São Paulo, ao tomarem suas
decisões empresariais, utilizando os jogos de empresa.
4.2 Das heurísticas comportamentais
Efetuado o 1º objetivo específico, foi efetuado a tabulação de dados,
identificando quais as heurísticas comportamentais que podem enviesar as
decisões dos agentes.
Foi constatado o efeito certeza, existindo a superestimação dos
resultados possíveis em relação aos resultados prováveis e aversão ao risco
nos cenários onde existe ganhos.
Também foi constatado através do questionário da teoria do prospecto
de Kahneman e Tversky (1979), que nas questões do efeito reflexão, existe a
inversão da predileção do ganho pela perda, demonstrando assim inconstância
dos nossos jogadores.
60
Esta inconstância demonstra que eles agem de forma similar ao efeito
certeza, porem invertendo a predileção do ganho pela preferência à perda, ou
seja, deixam de preferir os ganhos para preferirem as perdas.
A constatação destas duas heurísticas demonstram que em cenários de
ausência de risco, os jogadores tomam decisões de maior retorno possível, e
na hipótese da existência de risco, ou na factual presença de decisões de risco,
os jogadores as procuram, sob a esperança de maiores recompensas.
O efeito isolamento, onde é esperado que alguns estágios de suas
decisões sejam ignorados, não teve expressividade na amostra analisada.
4.3 Análise comparativa geral da Metodista versus Kahneman e
Tversky (1979)
A análise comparativa, cumprindo o 2º objetivo específico, entre os
resultados obtidos mediante aplicação da teoria do prospecto de Kahneman e
Tversky (1979), comparados com os resultados obtidos no Brasil por Araujo,
Cordeiro e Cavalcante (2000), Kimura, Cruz e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro,
Araújo e Securato (2007), conforme quadro 9 “Análise comparativa de
resultados”, demonstraram fortes similaridades com a análise efetuada nesta
dissertação, reforçando assim a solidez da teoria do prospecto.
61
Quadro 9: Análise comparativa de resultados
Efeito Certeza Q1A Q1B Q2A Q2B Q5A Q5B Q6A Q6B Efeito Isolamento Q3A Q3B Q4A Q4B Efeito Reflexão Q7A Q7B Q8A Q8B Q9A Q9B Q10A Q10B
UMESP 49% 51% 60%* 40% 32% 68%* 65%* 35% 35% 65%* 48% 52% 29% 71%* 51% 49% 61%* 39% 54% 46%
S.L.M. Rodrigues 30% 70%* 57% 43% 18% 82%* 50% 50% 11% 89%* 44% 56% 12% 88%* 63%* 37% 88%* 12% 56% 44%
R.R.A. Securato 31% 69%* 94%* 06% 25% 75%* 54% 46% 30% 70%* 61 %* 39% 19% 81%* 66%* 34% 81%* 19% 57% 43%
Kimura C.K. 30% 70%* 52% 48% 20% 80%* 49% 51% 29% 71%* 57% 43% 23% 77%* 72%* 28% 82%* 18% 37% 63%
K&T 18% 82%* 83%* 17% 22% 78%* 67%* 33% 20% 80%* 65%* 35% 14% 86%* 73%* 27% 92%* 08% 42% 58%
Fonte: Adaptado pelo autor com base nas informações tabuladas através do questionário da teoria do prospecto aplicado aos jogos de empresa, e na tabela1-Freqüência dos prospectos na pesquisa e comparação com outras pesquisas. Apresentado em Finanças comportamentais no Brasil: Um estudo comparativo, de Rogers, Ribeiro, Araujo e Securato. 2007.
Nota: Segundo os autores, a presença do asterisco após a freqüência de respostas em cada problema representa que a preferência pelo prospecto é significativa ao nível de 1% utilizando-se o teste Qui-quadrado.
Observamos que na questão 1 de efeito certeza, temos maior peso
atribuído à alternativa B, assim como a tabulação original de Kahneman e
Tversky (1979), e os demais autores analisados, respectivamente e Kimura,
Cruz e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007), Marinho da
Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009).
Na questão 2, a alternativa A possui maior peso, assim como o original e
demais autores. Tais convergências, inclusive nas demais questões,
demonstram em princípio, que os resultados tabulados na Metodista são
62
equiparados com os resultados almejados, oriundos de Kahneman e Tversky
(1979).
Kimura, Cruz e Krauter (2006) efetuaram uma análise, declarando-se
fiéis ao trabalho de Kahneman e Tversky (1979), utilizando os três últimos
períodos nas graduações de administração e ciências contábeis, alterando
apenas a moeda e o número de respondentes.
4.4 Análise comparativa perfis idênticos da Metodista versus
Kahneman e Tversky (1979)
Na presente dissertação, cumprindo o 3º objetivo específico, entre os
resultados obtidos mediante aplicação da teoria do prospecto de Kahneman e
Tversky (1979), com os resultados obtidos no Brasil por Kimura, Cruz e Krauter
(2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007) conforme quadro 10 “Análise
comparativa de resultados mesma base”, foi utilizado apenas o último período
das turmas de administração e ciências contábeis para gerar hegemonia entre
a quantidade de respondentes, pois existem vários período de administração e
apenas um período de ciências contábeis na base de dados dos respondentes.
O quadro 10 “Análise comparativa de resultados mesma base”, também
demonstrou fortes similaridades, reforçando assim a solidez da teoria do
prospecto.
E se analisarmos ambos os quadros comparativos, conforme quadro 11
“Análise pareada dos resultados”, percebemos que quase não houve oscilação
entre a quantidade total dos respondentes e a tabulação efetuada apenas com
a última turma de administração e ciências contábeis.
63
Quadro 10: Análise comparativa de resultados mesma base
Efeito Certeza Q1A Q1B Q2A Q2B Q5A Q5B Q6A Q6B Efeito Isolamento Q3A Q3B Q4A Q4B Efeito Reflexão Q7A Q7B Q8A Q8B Q9A Q9B Q10A Q10B
UMESP 49% 51% 61%* 39% 31% 69%* 63%* 37% 31% 69%* 49% 51% 28% 72%* 52% 48% 61%* 39% 55% 45%
S.L.M. Rodrigues 30% 70%* 57% 43% 18% 82%* 50% 50% 11% 89%* 44% 56% 12% 88%* 63%* 37% 88%* 12% 56% 44%
R.R.A. Securato 31% 69%* 94%* 06% 25% 75%* 54% 46% 30% 70%* 61 %* 39% 19% 81%* 66%* 34% 81%* 19% 57% 43%
Kimura C.K. 30% 70%* 52% 48% 20% 80%* 49% 51% 29% 71%* 57% 43% 23% 77%* 72%* 28% 82%* 18% 37% 63%
K&T 18% 82%* 83%* 17% 22% 78%* 67%* 33% 20% 80%* 65%* 35% 14% 86%* 73%* 27% 92%* 08% 42% 58%
Fonte: Adaptado pelo autor com base nas informações tabuladas através do questionário da teoria do prospecto aplicado aos jogos de empresa, e na tabela1-Freqüência dos prospectos na pesquisa e comparação com outras pesquisas. Apresentado em Finanças comportamentais no Brasil: Um estudo comparativo, de Rogers, Ribeiro, Araujo e Securato. 2007.
Nota: Segundo os autores, a presença do asterisco após a freqüência de respostas em cada problema representa que a preferência pelo prospecto é significativa ao nível de 1% utilizando-se o teste Qui-quadrado.
Observamos que na questão 1 de efeito certeza, temos maior peso
atribuído à alternativa B, assim como a tabulação original de Kahneman e
Tversky (1979), e os demais autores analisados, respectivamente e Kimura,
Cruz e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007), Marinho da
Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009).
Na questão 2, a alternativa A possui maior peso, assim como o original e
demais autores. Tais convergências, inclusive nas demais questões,
demonstram em princípio, que os resultados tabulados na Metodista são
64
equiparados com os resultados almejados, oriundos de Kahneman e Tversky
(1979).
Demais questões seguem raciocínio anterior, sempre com pesos
maiores ou menores em relação as alternativas de cada pergunta.
Quadro 11: Análise pareada dos resultados
Efeito Certeza Q1A Q1B Q2A Q2B Q5A Q5B Q6A Q6B Efeito Isolamento Q3A Q3B Q4A Q4B Efeito Reflexão Q7A Q7B Q8A Q8B Q9A Q9B Q10A Q10B
UMESP 49% 51% 60%* 40% 32% 68%* 65%* 35% 35% 65%* 48% 52% 29% 71%* 51% 49% 61%* 39% 54% 46% Fonte: Quadro 9
UMESP 49% 51% 61%* 39% 31% 69%* 63%* 37% 31% 69%* 49% 51% 28% 72%* 52% 48% 61%* 39% 55% 45% Fonte: Quadro 10
Observamos que tanto na base geral, contemplando todos os jogadores
da Metodista, quanto na base que contempla apenas os jogadores de mesmo
perfil que o original tabulado por Kahneman e Tversky (1979), possuem
variações mínimas, exemplo a questão 2, alternativa A, de 61% para 61% e
assim sucessivamente.
Isto demonstra que quer seja alunos iniciantes ou concluintes, a
envergadura quanto as heurísticas comportamentais permanecem idênticas,
mudando apenas o conhecimentos e especificidades técnicas e operacionais,
absorvidas ao longo dos períodos letivos.
65
4.5 Ranqueamento ROA & endividamento
Quanto aos resultados obtidos dos jogos, composto de 50% do maior
ROA “Retorno sobre o Ativo” e 50% do menor endividamento, fazendo um meio
termo entre rentabilidade e comprometimento de endividamento, conforme
figura 13 “Posicionamento das empresas”, atendendo assim o 4º objetivo
específico, dispostos em ordem decrescente, utilizando apenas o primeiro
quartil, composta pelas 56 empresas envolvidas nos jogos, os resultados
ranqueados serão:
8ctunj01 Delta 1 Colocado
8ctunj01 Zulu 2 Colocado
8ctunj02 Zulu 3 Colocado
8etunj01 Zulu 4 Colocado
8ctunj02 Charlie 5 Colocado
6gt2nj02 Charlie 6 Colocado
6ftunj01 Zulu 7 Colocado
6gt2nj02 Bravo 8 Colocado
6gt1nj02 Charlie 9 Colocado
6stunj02 Fox 10 Colocado
6ftunj02 Fox 11 Colocado
6stunj02 Charlie 12 Colocado
6stunj02 Eco 13 Colocado
6gt1nj01 Tango 14 Colocado
6gt1nj01 Bravo 15 Colocado
5gt1nj01 Delta 16 Colocado
5gt2nj01 Sierra 17 Colocado
6stunj01 Zulu 18 Colocado
5gt1nj02 Delta 19 Colocado
5gt2nj01 Lima 20 Colocado
6ftunj01 Fox 21 Colocado
6ftunj01 Delta 22 Colocado
6ftunj01 Tango 23 Colocado
6ftunj01 Eco 24 Colocado
5gt1nj01 Eco 25 Colocado
6ftunj02 Delta 26 Colocado
6ftunj02 Alfa 27 Colocado
6gt3nj01 Zulu 28 Colocado
6stunj02 Tango 29 Colocado
6gt1nj02 Fox 30 Colocado
6gt3nj01 Lima 31 Colocado
6gt3nj01 Eco 32 Colocado
6gt1nj02 Delta 33 Colocado
6ftunj02 Eco 34 Colocado
5gt1nj01 Tango 35 Colocado
6stunj02 Zulu 36 Colocado
6gtumj01 Fox 37 Colocado
5gt2nj01 Charlie 38 Colocado
6stunj02 Alfa 39 Colocado
6gtumj01 Delta 40 Colocado
8etunj01 Bravo 41 Colocado
6gt3nj01 Alfa 42 Colocado
5gt1nj02 Bravo 43 Colocado
5gt1nj01 Fox 44 Colocado
6gtumj01 Bravo 45 Colocado
6gt2nj01 Lima 46 Colocado
6gt3nj01 Bravo 47 Colocado
6stunj01 Delta 48 Colocado
6ftunj01 Charlie 49 Colocado
5gt2nj01 Eco 50 Colocado
6stunj01 Eco 51 Colocado
8etunj01 Fox 52 Colocado
5xtunj01 Tango 53 Colocado
5gt1nj02 Sierra 54 Colocado
6gtumj01 Alfa 55 Colocado
6stunj01 Charlie 56 Colocado
66
1º lugar: jogo do 8semestre contábil composto por uma mulher de 22
anos e um homem de 21 anos;
2º lugar: jogo do 8semestre contábil composto por três mulheres de 22,
26 e 27 anos;
3º lugar: jogo do 8semestre contábil composto por uma mulheres de 26
anos;
4º lugar: jogo do 8semestre economia composto por uma mulheres de
24 anos e um homem de 30 anos;
5º lugar: jogo do 8semestre contábil composto por três mulheres de 22,
29 e 32 anos.
Figura 13: Posicionamento das empresas Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Ainda procurando atender o 4º item dos objetivos específicos, quanto a
busca por evidências de possíveis existências entre melhores resultados aos
tomadores de decisões utilizando heurísticas de comportamento, nestas cinco
primeiras colocações, em alguns casos, alguns jogadores incidiam em algumas
heurísticas, os outros jogadores da mesma empresa não incidiam.
Em outros casos, um jogador não incidia em nenhuma heurística e o
outro jogador incidia em algumas. Como a incidência não é constante, fica
impossível determinar se o fato de jogadores possuírem heurísticas
67
comportamentais os tornam mais ou menos eficientes em relação aos
jogadores meramente racionais que tomam suas decisões estritamente
utilizando a teoria de mercado eficiente.
Ao serem questionados, os alunos pertencentes as cinco empresas
vencedoras e as cinco empresas últimas colocadas, demonstraram super-
estimação de suas habilidades.
As cinco empresas vencedoras alegaram que por estarem em semestre
avançado de seu curso, possuíam conhecimentos mais abrangentes, e com
isto, maiores possibilidades de sucesso.
As cinco empresas últimas colocadas, alegaram que suas decisões não
tiveram sucesso no fechamento do primeiro período pois empresas
concorrentes utilizaram políticas de preços mais interessantes que eles.
No segundo período, a retomada positiva não foi forte suficiente para
superar o efeito negativo do fechamento referente o primeiro período, e assim
sucessivamente.
Seja como for, os jogadores transpareceram super confiança em suas
habilidades, mas que não foram afortunados por questões alheias as suas
decisões.
68
4.6 Teste Qui-Quadrado
Ao ser efetuado o teste Qui-Quadrado, foi percebido similaridades em
relação as análise de Kahneman e Tversky (1979), Kimura, Cruz e Krauter
(2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007) constantes nos resultados
obtidos por Marinho da Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009), conforme
quadro 12 “Resultados Qui-Quadrado”.
A pergunta 3 do questionário da teoria do prospecto, de análise do efeito
isolamento, cuja resposta pretendida pelos criadores Kahneman e Tversky
(1979) é a alternativa B, além de alinhado com a resposta de Kahneman e
Tversky (1979), Kimura, Cruz e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e
Securato (2007) e Marinho da Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009), foi
significativa ao nível de 1% no teste Qui-Quadrado.
A pergunta 5 do questionário da teoria do prospecto, de análise do efeito
certeza, cuja resposta pretendida pelos criadores Kahneman e Tversky (1979)
é a alternativa B, além de alinhado com a resposta de Kahneman e Tversky
(1979), Kimura, Cruz e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato
(2007) e Marinho da Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009), foi significativa
ao nível de 1% no teste Qui-Quadrado.
A pergunta 6 do questionário da teoria do prospecto, de análise do efeito
certeza, cuja resposta pretendida pelos criadores Kahneman e Tversky (1979)
é a alternativa A, não alinhou com a resposta de Kimura, Cruz e Krauter (2006),
Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato (2007) e Marinho da Silva, Lagioia, Maciel e
Rodrigues (2009). Mas está de acordo com a resposta de Kahneman e Tversky
(1979), e foi significativa ao nível de 1% no teste Qui-Quadrado.
A pergunta 7 do questionário da teoria do prospecto, de análise do efeito
reflexão, cuja resposta pretendida pelos criadores Kahneman e Tversky (1979)
é a alternativa B, além de alinhado com a resposta de Kahneman e Tversky
(1979), Kimura, Cruz e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato
69
(2007) e Marinho da Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009), foi significativa
ao nível de 1% no teste Qui-Quadrado.
A pergunta 9 do questionário da teoria do prospecto, de análise do efeito
reflexão, cuja resposta pretendida pelos criadores Kahneman e Tversky (1979)
é a alternativa A, além de alinhado com a resposta de Kahneman e Tversky
(1979), Kimura, Cruz e Krauter (2006), Rogers, Ribeiro, Araújo e Securato
(2007) e Marinho da Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009), foi significativa
ao nível de 1% no teste Qui-Quadrado.
Quadro 12: Resultados Qui-Quadrado
Questões Observado Esperado Diferença Quadrado Quadr/Esp
Q1A 49,00% 18,00% 31,00% 0,09610
0,533889
0,651084
Q1B 51,00% 82,00% -31,00% 0,09610
0,117195
Q2A 60,00% * 83,00% -23,00% 0,05290
0,063735
0,374911
Q2B 40,00% 17,00% 23,00% 0,05290
0,311176
Q3A 35,00% 20,00% 15,00% 0,02250
0,112500
0,140625
Q3B 65,00% * 80,00% -15,00% 0,02250
0,028125
Q4A 48,00% 65,00% -17,00% 0,02890
0,044462
0,127033
Q4B 52,00% 35,00% 17,00% 0,02890
0,082571
Q5A 32,00% 22,00% 10,00% 0,01000
0,045455
0,058275
Q5B 68,00% * 78,00% -10,00% 0,01000
0,012821
Q6A 65,00% * 67,00% -2,00% 0,00040
0,000597
0,001809
Q6B 35,00% 33,00% 2,00% 0,00040
0,001212
Q7A 29,00% 14,00% 15,00% 0,02250
0,160714
0,186877
Q7B 71,00% * 86,00% -15,00% 0,02250
0,026163
Q8A 51,00% 73,00% -22,00% 0,04840
0,066301
0,245561
Q8B 49,00% 27,00% 22,00% 0,04840
0,179259
Q9A 61,00% * 98,00% -37,00%
70
0,13690 0,139694 1,340944
Q9B 39,00% 8,00% 31,00% 0,09610
1,201250
Q10A 46,00% 42,00% 4,00% 0,00160
0,003810
0,006568
Q10B 54,00% 58,00% -4,00% 0,00160
0,002759
Fonte: Adaptado pelo autor com base nas informações tabuladas através do questionário da teoria do prospecto aplicado aos jogos de empresa, e na tabela10-Freqüência dos prospectos na pesquisa e comparação com outras pesquisas. Apresentado em Marinho da Silva, Lagioia, Maciel e Rodrigues (2009).
Como os xO2 da análise do Qui-Quadrado foram menores que xC
2 de
6,635 que é a referência para grau de liberdade de 1% no teste qui-quadrado,
temos então um Ho, representando a não rejeição, admitindo então um
resultado equiprovável e equilibrado.
4.7 Teste T de Student
Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes
Q1 Q2
Média 1,493333333 1,596666667
Variância 0,250791527 0,241460424 Observações 300 300 Variância agrupada 0,246125975 Hipótese da diferença de média 0
Gl 598 Stat t -2,550981702 P(T<=t) uni-caudal 0,005494948 t crítico uni-caudal 2,332599766 P(T<=t) bi-caudal 0,010989896
t crítico bi-caudal 2,584075687
As questões 1 e 2 que tratam sobre o efeito certeza, conforme
verificação do teste demonstrando amostras de variâncias equivalentes,
demonstram confiabilidade de 99% para teste de significância de 1%
71
Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes
Q5 Q6
Média 1,68 1,353333333 Variância 0,218327759 0,229253066 Observações 300 300 Variância agrupada 0,223790412 Hipótese da diferença de média 0 Gl 598 Stat t 8,457260582
P(T<=t) uni-caudal 1,05077E-16 t crítico uni-caudal 2,332599766 P(T<=t) bi-caudal 2,10154E-16
t crítico bi-caudal 2,584075687
As questões 5 e 6 que tratam sobre o efeito certeza, conforme
verificação do teste demonstrando amostras de variâncias equivalentes,
demonstram confiabilidade de 100% para teste de significância de 1%
Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes
Q3 Q4
Média 1,653333333 1,516666667 Variância 0,227246377 0,250557414 Observações 300 300
Variância agrupada 0,238901895 Hipótese da diferença de média 0 gl 598
Stat t 3,424509963 P(T<=t) uni-caudal 0,000329038 t crítico uni-caudal 2,332599766 P(T<=t) bi-caudal 0,000658077
t crítico bi-caudal 2,584075687
As questões 3 e 4 que tratam sobre o efeito isolamento, conforme
verificação do teste demonstrando amostras de variâncias equivalentes,
demonstram confiabilidade de 100% para teste de significância de 1%
72
Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes
Q7 Q8
Média 1,29 1,513333333 Variância 0,206588629 0,250657748 Observações 300 300 Variância agrupada 0,228623188 Hipótese da diferença de média 0 gl 598
Stat t -5,720566505
P(T<=t) uni-caudal 8,39491E-09 t crítico uni-caudal 2,332599766 P(T<=t) bi-caudal 1,67898E-08
t crítico bi-caudal 2,584075687
As questões 7 e 8 que tratam sobre o efeito reflexão, conforme
verificação do teste demonstrando amostras de variâncias equivalentes,
demonstram confiabilidade de 100% para teste de significância de 1%
Teste-t: duas amostras presumindo variâncias equivalentes
Q9 Q10
Média 1,386666667 1,456666667 Variância 0,237948718 0,248952062 Observações 300 300 Variância agrupada 0,24345039 Hipótese da diferença de média 0
gl 598
Stat t -1,737554486
P(T<=t) uni-caudal 0,041402075 t crítico uni-caudal 2,332599766 P(T<=t) bi-caudal 0,082804151
t crítico bi-caudal 2,584075687
As questões 9 e 10 que tratam sobre o efeito reflexão, conforme
verificação do teste demonstrando amostras de variâncias equivalentes,
demonstram confiabilidade de 92% para teste de significância de 1%
73
4.8 Análise de diferenças de aceitação de risco por gêneros
A análise das diferenças das decisões por gênero, nas questões 1, 2, 5
e 6 que tratam sobre o efeito certeza, indo apenas nos resultados certos, em
um ambiente de inexistência de risco, mostrou existir um certo equilíbrio,
conforme quadro 13 “Análise por gênero”.
Na questão 1, homens e mulheres estão em pleno equilíbrio em suas
decisões, pois a proporção é de 50,63% para mulheres e 49,37% para homens.
Na questão 5, existe um equilíbrio relativo de 28,48% mulheres e 31,65%
homens.
Na questão 2, os homens com 53,16% tendem a serem mais
conservadores que as mulheres com 32,28%. Em contra partida, na questão 6
as mulheres tendem a serem mais conservadoras com 70,89% contra 51,90%
dos homens.
A análise de gênero do efeito isolamento, respectivamente questões 3 e
4, não serão analisados pois os jogadores não tiveram relevância de incidência
nesta heurística comportamental, mas os resultados por gênero mostrou
equilíbrio de 35,44% para mulheres e homens.
Nas questões 7 e 9, que explicam o efeito reflexão, existindo propensão
a aceitação de risco, deu equilibrado entre homens e mulheres.Já na questão
8, as mulheres tendem serem mais propensas ao risco por um resultado de
57,59% contra 37,97% dos homens. E na questão 10, existe uma inversão em
relação a aceitação de risco, onde os homens estão mais propensos as
mulheres em uma relação de 69,62, contra 48,10% de mulheres.
Quadro 13 – Análise por gênero
Mulheres Homens Mulheres Homens Q1A 80 50,63% 39 49,37% Q6A 112 70,89% 41 51,90%
Q1B 78 49,37% 40 50,63% Q6B 46 29,11% 38 48,10%
158 79 158 79
74
Q2A 51 32,28% 42 53,16% Q7A 40 25,32% 27 34,18% Q2B 107 67,72% 37 46,84% Q7B 118 74,68% 52 65,82%
158 79 158 79 Q3A 56 35,44% 28 35,44% Q8A 91 57,59% 30 37,97% Q3B 102 64,56% 51 64,56% Q8B 67 42,41% 49 62,03%
158 79 158 79 Q4A 72 45,57% 46 58,23% Q9A 93 58,86% 49 62,03% Q4B 86 54,43% 33 41,77% Q9B 65 41,14% 30 37,97%
158 79 158 79 Q5A 45 28,48% 25 31,65% Q10A 76 48,10% 55 69,62% Q5B 113 71,52% 54 68,35% Q10B 82 51,90% 24 30,38%
158 79 158 79 Fonte: Desenvolvido pelo autor com base na tabulação do questionário da teoria do prospecto.
4.9 Previsibilidade das decisões
É improvável prever as decisões futuras das empresas mediante
cenários expostos pois o comportamento em relação ao risco é individual, e os
jogos de empresa são efetuados em grupos, e nestes grupos, nem todos são
avessos ou interessados pelo risco.
E para efetuar uma análise da soma dos comportamentos individuais, é
necessário que todos os integrantes de cada equipe responda ao questionário
da Teoria do Prospecto.
Infelizmente dos 799 participantes dos jogos de empresa, apenas 300
responderam ao questionário da Teoria do Prospecto de Kahneman e Tversky
(1979). Cruzando as informações dos respondentes, conforme quadro 14
“Comportamentos somados”, foi detectado apenas 14 das 225 empresas que
tiveram unanimidade de preenchimento do questionário para a soma dos
comportamentos
75
Quadro 14: Comportamentos somados Curso Sem T Idade Empresa Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10
Administração 6º 1 21 Fox B A A A A A A A A B
Administração 6º 1 21 Fox B B B A B A A B A A
Administração 6º 1 28 Fox B A A A B A B B A A
Administração 6º 1 26 Tango A A A B B A A B B B
Administração 6º 1 23 Tango A A B A B A A B B A
Administração 6º 1 24 Tango A A B B B A B A B A
Administração 6º 1 Alfa B A A A A A A A B B
Administração 6º 1 32 Alfa B B A B A A A B A A
Administração 6º 1 23 Alfa B B B B B B B A A A
Administração 6º 1 28 Alfa A A B B B A B A B A
Administração 6º 1 26 Charlie A A B A B A A A B B
Administração 6º 1 Charlie A A B B B A A A B A
Administração 6º 1 20 Charlie A B B A B A B B B B
Administração 6º 1 22 Charlie A A B A B B B B A B
Administração 6º 2 24 Charlie B B A A A B A B A B
Administração 6º 2 20 Charlie B B A A A B A B A B
Administração 6º 2 21 Charlie B B A B A B A A A B
Administração 6º 2 21 Delta B A B B B A B A A B
Administração 6º 2 24 Delta B A B B B A B A A B
Administração 6º 2 21 Zulu B A B A B A B A B A
Administração 6º 2 21 Zulu B B A B A A B A B B
Administração 6º 2 20 Zulu B B A B A A B A A A
Administração 6º 2 20 Delta A B A B B B A A A B
Administração 6º 2 20 Delta A B B A B B B B B B
Administração 6º 2 24 Delta A B B A B B B B B B
Administração 6º 2 24 Delta A B B A B A B A A B
Administração 6º 2 20 Eco A A B A B B B B A B
Administração 6º 2 Eco A B A B A B B B A A
Administração 6º 2 21 Eco A A B B A A A B A A
Administração 6º 3 21 Bravo B B B B B A A A A B
Administração 6º 3 22 Bravo B A B B A B A B A A
Administração 6º 3 21 Fox B B A B A B B B A B
Administração 6º 3 20 Fox A A B A B B A A A A
Administração 6º 3 20 Fox A A B A A A B A A A
Contábeis 8º U 21 Eco B B A A A A B A A B
Contábeis 8º U 22 Eco B B A A A A B A A B
Contábeis 8º U 21 Eco B A B A B B B A A B
Contábeis 8º U 22 Eco B B A A A A A B A A
Contábeis 8º U 32 Charlie B A B B A B A A A B
Contábeis 8º U 29 Charlie B A A A A A A A B A
Contábeis 8º U 22 Charlie B A B A B A B B B A
Contábeis 8º U 23 Charlie B A B B B B B B B B
Economia 8º U 23 Lima A B B A A A B B A A
Economia 8º U 28 Lima A B B B B B B B B B
Financeiro 6º U 24 Bravo A A B B B A B A A B
Financeiro 6º U 21 Bravo A A B A B B B B B A
Financeiro 6º U 20 Bravo A A B B B A A A B A
1e2 + 5e6 = Efeito Certeza 3e4 = Efeito Isolamento 7e8 + 9e10 = Efeito Reflexão
Fonte: Adaptado pelo autor com base nas informações tabuladas através do questionário da teoria do prospecto aplicado aos jogos de empresa.
76
Conforme quadro 14 “Comportamentos somados”, algumas equipes
possuem integrantes com incidência apenas de efeito certeza, onde segundo a
teoria, são avessos ao risco, e as decisões por eles tomadas refletem práticas
padronizadas nas tomadas de decisões dos jogos.
As práticas padronizadas podem ser consideradas como preços médios,
penetração de mercado moderada, e nas situações onde é informado pelo
jornal, conforme figura 17 “Jornal periódico”, que haverá aumento de
hipotéticos 10% na demanda de produtos, esta equipe aumenta em média de
5% a produção, nunca com atitudes agressivas ou de riscos, convergindo
menores ganhos, porém ganhos certos.
Outras equipes possuem integrantes adeptos na totalidade de efeito
reflexão, preferindo assim sempre ganhos, porém em situações de
inconstâncias de mercado, possíveis crises e greves, que são situações de
risco nos jogos, este grupo irá procura pelo risco quando o foco for a perda.
As decisões tomadas por este grupo foram confirmadas a este perfil pois
em situação de ameaça à demanda, possível retenção de mercadorias de
produtos e ameaça de greve, este grupo foi bem mais arrojado e “apostador”
que os demais, encarando assim os riscos com agressividade.
Algumas equipes de cinco integrantes onde três de seus membros
possuam determinadas características comportamentais, tenderiam a
estabelecer determinada forma de jogo, tornando teoricamente previsível seu
comportamento e dedutível suas jogadas.
Entretanto uma entrevista efetuada com alguns grupos demonstrou
alguns aspectos que invalidam tais previsibilidade.
Um destes aspectos relatados foi que as decisões tomadas por um
determinado grupo foram sempre em conjunto, mas que na maioria das vezes
77
os integrantes não estavam todos reunidos, o que ocasiona menor poder de
influência do perfil do(s) integrante(s) ausente(s).
Outra característica relatada que invalida a previsibilidade, foi a
declaração de haver um rodízio de um cargo eleito, denominado “diretor”. Onde
a cada rodada era trocado o diretor, e este com base nos argumentos dos
demais membros da equipe, tomava sua decisão, e esta decisão pode sofrer
influência apenas de sua heurística contidas nas finanças comportamentais.
Segundo Halfeld e Torres (2002), as finanças comportamentais são
formas de aperfeiçoamento do modelo tradicional de finanças que utiliza
meramente um modelo racional.
Dos questionários tabulados, 67% dos jogadores inscritos são mulheres,
conseqüentemente os 33% restante são homens. Apesar de existir um público
quase predominante de mulheres nas cinco primeiras colocações, também não
podemos afirmar que as mulheres tomam decisões mais racionais ou
acertadas, pois algumas das empresas que ficaram em últimas colocações
também eram quase predominantemente de mulheres.
Segundo Hanna, Gutter e Fan (2001), não existe a predominância da
aceitação de risco apenas pelos homens, e que as mulheres não possuem
aceitação de risco tão diferente quanto os homens.
Portanto podemos concluir que as finanças comportamentais não
substituem as finanças clássicas, apenas as complementam, e que as
expectativas de ganhos e perdas não são retilíneas conforme modelo clássico,
mas podem possuir função côncava de aversão ao risco, e proporcionalmente
a isto, uma função convexa a perda conforme figura 1 “Função de hipótese de
valores”.
78
5 Conclusões
Foi constatada a existência da superestimação dos resultados possíveis
em relação aos resultados prováveis identificados no efeito certeza,
enquadrando os jogadores como avessos ao risco em cenários de ganhos,
podendo ser caracterizado como a existência da racionalidade, contida na
teoria clássica das finanças tradicionais.
Não com tanta significância quanto a pesquisa de Weinstein (1980),
onde mais de 90% de seus pesquisados fantasiavam suas habilidades,
acreditando serem bem superiores as que de fato possuíam, apenas 71% dos
jogadores enquadrados nos efeitos certeza e reflexão superestimam suas
habilidades, onde quase a totalidade destes sofrem o efeito reflexão.
O efeito reflexão onde 71% dos jogadores incidentes neste efeito, e
destes a maioria “68% destes 71%” incidem na heurística do efeito certeza,
demonstram inversão da predileção do ganho pela perda.
Esta inversão gera inconstância da predileção do ganho pela preferência
à perda, descaracterizando assim a existência da racionalidade, contida na
teoria clássica das finanças tradicionais.
Ou seja, 68% dos jogadores apostam sempre no ganho certo em
cenários de inexistência de risco ou perdas, mas caso existam tais riscos e
possibilidades de perdas, estes 68% somados a 3% dos jogadores que não
incidem nesta heurística, totalizando 71%, preferem os riscos e possibilidades
de perdas com esperanças de um retorno melhor.
79
A incidência da postura dos jogadores quanto às decisões tomadas
utilizando a racionalidade, e em outras jogadas utilizando heurísticas
comportamentais, gerando aversão a risco em alguns casos, e predileção a
riscos em outros casos, confirma a figura 1 “Função de hipótese de valores” de
Kahneman e Tversky (1979), não seguindo uma função linear de maior perda e
menor valor, para maior ganho e maior valor, mas utilizando uma função de
concavidade para ganhos e convexas para perdas.
O efeito isolamento, que demonstra onde é esperado que alguns
estágios de suas decisões sejam ignorados, não teve confirmação
comprovada, o que significa que os jogadores não pensam no “passo 2”
ignorando as conseqüência do “passo 1”.
Quanto à análise do ranqueamento das notas compostas pelo maior
retorno sobre o ativo, e menor endividamento elencadas nas 56 empresas do
1º quartil dos resultados, não existe indícios de melhores resultados por
equipes que possuam ou não heurísticas comportamentais existentes na teoria
do prospecto.
Ao serem questionados, os alunos pertencentes as cinco empresas
vencedoras e as cinco empresas últimas colocadas no ranqueamento das
notas, demonstraram superestimação de suas habilidades, confirmando a
pesquisa de Weinstein (1980).
Como os xO2 da análise do Qui-Quadrado foram menores que xC
2 de
6,635 que é a referência para grau de liberdade de 1% no teste qui-quadrado,
temos então um Ho, representando a não rejeição, admitindo então um
resultado equiprovável e equilibrado.
Apesar da análise Qui-quadrática ter admitido relevância estatística nos
resultados dos testes propostos, para efeito de confirmação, e maior conforto
em termos de confirmações de resultados, foi efetuado também uma análise de
teste-t.
80
A análise do Teste-t entre duas amostras presumindo variâncias
equivalentes, demonstram nas questões 1, 2, 5 e 6 que tratam sobre o efeito
certeza, confiabilidade de 99% a 100% para teste de significância de 1% na
análise do P(T<=t) bi-caudal.
As questões 3 e 4 que tratam sobre o efeito isolamento, conforme
verificação do Teste-t demonstrando amostras de variâncias equivalentes,
revelaram confiabilidade de 100% para teste de significância de 1%.
A análise do Teste-t entre duas amostras presumindo variâncias
equivalentes, demonstram nas questões 7, 8, 9 e 10 que tratam sobre o efeito
reflexão, confiabilidade de 100% nas questões 7 e 8, e confiabilidade de 92%
nas questões 9 e 10 para teste de significância de 1%.
Segundo Powell e Ansic (1997), e Grable (2000), as mulheres possuem
menor preferência ao risco em relação ao risco aceito pelo homem, entretanto,
Hanna, Gutter e Fan (2001), afirmam que a questão do gênero é irrelevante na
questão da tolerância ao risco.
A irrelevância proposta por Hanna, Gutter e Fan (2001) foi comprovada
através da análise de diferenças de aceitação de risco por gêneros, onde os
respondentes demonstraram equilíbrio na maioria das perguntas, e em
algumas outras perguntas houverem inversões de propensões em relação ao
risco.
Ou seja, em algumas situações as mulheres aceitam mais riscos que
homens, e em outras situações os homens aceitam mais riscos que as
mulheres.
Todos os resultados acima mensurados e demonstrados, através da
coleta de dados do questionário de Kahneman e Tversky (1979), bem como
levantamento médio de ranqueamento de resultados quantificados por retornos
de ativos e endividamento, estatísticas-t calculadas e qui-quadrados são
relevantes para análise e quantificação de resultados.
81
Um ponto forte, além dos acima citados, é o volume de respondentes na
presente dissertação. Nenhuma outra pesquisa possui uma base de dados tão
extensa.
A presente dissertação possui uma grande população, maior amostra
que os trabalhos atualmente utilizados, e com altíssimos níveis de significância.
5.1 Limitações da pesquisa
Impossibilidade de triangular resultados 100% confiáveis, pois apenas
300 respondentes de um grupo de 799 jogadores, ou seja, 37,55%
responderam ao questionário da Teoria do Prospecto de Kahneman e Tversky
(1979).
Apesar de todos os 799 jogadores estarem alocados em 225 empresas
virtuais para tomarem suas decisões e competirem entre si, apenas 14 destas
225 empresas, ou seja, 6,22% de todos os integrantes das empresas
responderam ao questionário.
Empresas com “x” integrantes, onde “x-1” responderam ao questionário,
inviabilizou tentar determinar o perfil médio ponderado desta empresa, pois
inexiste dados completos para tal análise métrica.
Mesmo as 14 empresas cujo todos os integrantes responderam ao
questionário, também inviabilizaram a tentativa da análise ponderado do perfil
da empresa para efeito de previsibilidade das possíveis decisões a serem
efetuadas, pois em declaração de integrantes das empresas, foi efetuado um
rodízio de liderança onde o líder de cara rodada tem maior poder mandatório.
82
Em outros casos, nem todos os integrantes estavam presentes na hora
de tomar as decisões, gerando um desvio-padrão elevado para determinar a
previsibilidade das futuras decisões.
5.2 Sugestões para as próximas pesquisas.
Para verificar se é possível determinar a previsibilidade das decisões a
serem tomadas pelos jogadores nos próximos período simulados, os jogos
deverão possuir apenas um jogador por empresa.
Pois mesmo com a tabulação do questionário da Teoria do Prospecto,
determinando o perfil de heurística comportamental que incide em cada um dos
jogadores, ainda sim é improvável determinar o comportamento à ser tomado
pela empresa composta por “n” jogadores nos próximos períodos, pois o perfil
ao risco é individual, mas o jogo é em conjunto, e, o perfil e opinião de um
jogador interfere na decisão do outro, existindo ainda o viés que nem todos os
jogadores tomam suas decisões em conjunto.
É interessante efetuar a tabulação da Teoria do Prospecto além dos
alunos existentes na modalidade presencial, como também com os alunos da
modalidade Ead “Ensino a Distância”, para determinar se existem diferenças
nos perfis, auxiliando assim a determinação da escolha pelo EaD ou
presencial, reforçando ou aumentando a teoria que os alunos da rede EaD
assim opta pois questões logísticas, custo ou conveniência.
Após comparar a tabulação de ambas as modalidades, talvez seja
detectado uma envergadura natural para a predileção pela modalidade EaD por
causa do perfil heurístico comportamental, que se confirmado, pode ser
utilizado para identificar que “x%” dos alunos da modalidade presencial seriam
melhores enquadrados na modalidade EaD e vice-verso.
83
Outra sugestão é aplicar o questionário da Teoria do Prospecto nos
alunos ingressantes de 1º semestre de diversos cursos, e reaplicar o
questionário quando estes alunos forem concluintes no 8 semestre.
Os alunos ingressantes, ao serem promovidos ao 3º semestre onde
iniciam os jogos de empresa, terão suas decisões tabuladas pelo maior ROA e
menos endividamento ao longo dos demais semestres letivos, verificando
assim o real ganho de conhecimento nas áreas de administração, finanças,
contabilidade, logística e afins.
Ao estarem concluindo o 8º semestre, verificar se o questionário deste
semestre, dos mesmos alunos que preencheram no 1º semestre, se as
heurísticas são constantes um mudaram, assim, além de apurar o ganho
intelectual por meio do ranqueamento das notas, também será identificado se
houve uma mudança psicológica, determinando então se o aluno saiu da
mesma forma, mesmo perfil que entrou, havendo apenas ganho intelectual, ou
se houve mudança na forma de pensar e no perfil também.
84
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92
ANEXO A – Figuras do Simulare Sistemasr v. 20-100729
Figura 14: Organograma de funções Fonte: Figura 2.1 – Organograma de funções. Simulare (2010, p.19)
Figura 15: Parâmetros de recursos Fonte: Quadro 3.3 – Parâmetro de recursos necessários por produto fabricado. Simulare (2010, p.26)
Figura 16: Cenário geográfico Fonte: Figura 1.2 – Geografia do Simul Industrial. Simulare (2010, p.11)
94
Figura 18: Relatórios administrativos Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Figura 19: Relatórios financeiros Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
95
Figura 20: Relatórios de produção Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
Figura 21: Relatórios de indicadores Fonte: http://200.175.61.172/simul_ind/pages/usergame/jogo/principal.jsf
96
ANEXO B – Relação dos 300 respondentes
Curso Sem T Idade Empresa Sexo Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10
Administração 5º 1 21 Alfa Fem A A A A B A B A A B
Administração 5º 1 Delta Fem B B B A A A A B B A
Administração 5º 1 21 Delta Fem A B A B A A B A A B
Administração 5º 1 21 Eco A A B B B A B A B A
Administração 5º 1 Eco A B A B A B B A A B
Administração 5º 1 23 Fox B A B B A B B B A A
Administração 5º 1 21 Lima Fem A A A B B B B A B B
Administração 5º 1 21 Lima B A A B A A B B A B
Administração 5º 1 20 Tango Fem B B A B B B A B B B
Administração 5º 1 20 Fox A B B B A B A A A A
Administração 5º 1 22 Sierra Fem B A A B A A B A A A
Administração 5º 1 22 Tango Masc A B B A B B B B A B
Administração 5º 1 25 Fem A B A A B A A A A A
Administração 5º 1 38 Charlie B A B A B A B B A B
Administração 5º 2 21 Alfa Masc A A B B B A B B A B
Administração 5º 2 23 Alfa Fem B A A B B A B A A A
Administração 5º 2 21 Charlie Fem A A B B B A B A A A
Administração 5º 2 20 Charlie Masc A A B B B A B A A A
Administração 5º 2 21 Charlie Fem A A B B B A B A A A
Administração 5º 2 21 Delta A B B A B A B A B A
Administração 5º 2 27 Fox Fem A A B B B A B A A B
Administração 5º 2 30 Fox Masc A A B B B A B A A B
Administração 5º 2 21 Lima Masc B A A B B A B B A B
Administração 5º 2 21 Sierra Fem B A A B B A B B B A
Administração 5º 2 21 Sierra Masc B B B B B B B B A B
Administração 5º 2 24 Sierra Fem B A A B B A B B B B
Administração 5º 2 20 Tango Fem B A A A A A B B A B
Administração 5º 2 21 Tango Masc A A B B B A B B A B
Administração 5º 2 23 Tango Fem A A B B B A B A A B
Administração 5º 2 23 Tango Fem A A B B B A A B A A
Administração 5º 2 28 Tango Fem A A B B B A B A A B
Administração 5º 2 20 Bravo Fem A A B B B A B A B A
Administração 5º 2 21 Lima Masc A A B A B A B B A B
Administração 5º 2 22 Alfa Fem B A B B B A B A A B
Administração 5º 2 19 Delta Fem B B B B A A B A B A
Administração 5º 2 22 Eco Fem B A A B B A B B A B
Administração 6º 1 21 Charlie Masc A A A A A A A A A B
Administração 6º 1 21 Fox Fem B A A A A A A A A B
Administração 6º 1 21 Fox Fem B B B A B A A B A A
Administração 6º 1 28 Fox Fem B A A A B A B B A A
Administração 6º 1 24 Lima Masc B B B A B A A A B B
97
Administração 6º 1 20 Sierra Masc A A B B B A B A B B
Administração 6º 1 20 Sierra A B A B B A B A A B
Administração 6º 1 26 Tango Masc A A A B B A A B B B
Administração 6º 1 23 Tango Fem A A B A B A A B B A
Administração 6º 1 24 Tango Fem A A B B B A B A B A
Administração 6º 1 Alfa Fem B A A A A A A A B B
Administração 6º 1 32 Alfa B B A B A A A B A A
Administração 6º 1 23 Alfa B B B B B B B A A A
Administração 6º 1 28 Alfa Fem A A B B B A B A B A
Administração 6º 1 20 Bravo Fem A A B B B A B A B A
Administração 6º 1 26 Charlie Fem A A B A B A A A B B
Administração 6º 1 Charlie A A B B B A A A B A
Administração 6º 1 20 Charlie Fem A B B A B A B B B B
Administração 6º 1 22 Charlie Fem A A B A B B B B A B
Administração 6º 1 20 Delta Fem B A B B B A B A B A
Administração 6º 1 23 Delta Fem B A A B A A A A A B
Administração 6º 1 20 Delta Fem A B B B B A B A B A
Administração 6º 1 25 Eco Masc B B B A B A B B A B
Administração 6º 1 21 Alfa Masc B B B A B A A B A A
Administração 6º 1 23 Eco B A B B A A A B B A
Administração 6º 1 21 Eco B A B A B B A B A B
Administração 6º 1 37 Lima Masc B A B A B A B A B A
Administração 6º 1 22 Sierra A B A A B B A B A B
Administração 6º 1 20 Tango B A B B B A B A B A
Administração 6º 2 23 Alfa Masc A A A B A B B B A B
Administração 6º 2 27 Alfa Fem B A B B B A B A A A
Administração 6º 2 20 Alfa Fem B A B B B A B A B A
Administração 6º 2 20 Bravo Fem B A A B A A A A A A
Administração 6º 2 24 Charlie Fem B B A A A B A B A B
Administração 6º 2 20 Charlie Masc B B A A A B A B A B
Administração 6º 2 21 Charlie Fem B B A B A B A A A B
Administração 6º 2 21 Delta Fem B A B B B A B A A B
Administração 6º 2 24 Delta Fem B A B B B A B A A B
Administração 6º 2 21 Lima Masc B B B A B B A A A B
Administração 6º 2 21 Sierra Masc A B A A B A B B A B
Administração 6º 2 20 Tango A B B A B A B A A B
Administração 6º 2 22 Tango Masc B B B B B B A A A B
Administração 6º 2 21 Tango Fem B B A A A B A B A B
Administração 6º 2 21 Zulu Fem B A B A B A B A B A
Administração 6º 2 21 Zulu Fem B A A B A A B A B B
Administração 6º 2 20 Zulu B A A B A A B A A A
Administração 6º 2 20 Bravo Fem B A A B A A A B A A
Administração 6º 2 27 Bravo B A B B B A B B A B
Administração 6º 2 20 Bravo Fem B A A B B B B B B A
98
Administração 6º 2 20 Charlie Masc B A B A B A A B B B
Administração 6º 2 22 Charlie Fem B A B A B A A B B B
Administração 6º 2 21 Charlie Masc B A A A B A B B A A
Administração 6º 2 20 Delta Masc A B A B B B A A A B
Administração 6º 2 20 Delta Fem A B B A B B B B B B
Administração 6º 2 24 Delta Fem A B B A B B B B B B
Administração 6º 2 24 Delta Fem A B B A B A B A A B
Administração 6º 2 20 Eco Fem A A B A A A B B A B
Administração 6º 2 Eco A B A B A B B B A A
Administração 6º 2 21 Eco Masc A A B B A A A B A A
Administração 6º 2 20 Lima Fem B B A A B B A B A B
Administração 6º 2 31 Lima Fem A B B A B A B A A A
Administração 6º 2 26 Lima Fem B B B A B B B B A B
Administração 6º 2 22 Fox Fem A B B A B A B A A B
Administração 6º 2 22 Fox A A A B A B A B A B
Administração 6º 2 Lima Fem A A B A B A A A A A
Administração 6º 2 Lima Masc B B A A B B B A B B
Administração 6º 2 23 Lima Masc B B B A B B B B B B
Administração 6º 2 37 Sierra Masc B A B A B B B A B B
Administração 6º 2 20 Sierra Masc B A A B A A B A A A
Administração 6º 3 21 Bravo Fem B A B B B A A A A B
Administração 6º 3 22 Bravo Fem B A B B A B A B A A
Administração 6º 3 22 Charlie Fem A A B A B A B A A A
Administração 6º 3 20 Charlie Fem B A B B B A B A B B
Administração 6º 3 22 Delta A B B B A B A B A B
Administração 6º 3 20 Delta A B B B A B A B A B
Administração 6º 3 32 Eco Fem A B B A B A B A B A
Administração 6º 3 20 Eco A B B A B A B A B A
Administração 6º 3 20 Lima Fem A B B A B B B B A A
Administração 6º 3 Sierra Masc B A A B B A A A A B
Administração 6º 3 20 Tango Fem B A A B B A B B A A
Administração 6º 3 20 Zulu Masc A A B A B B B B A B
Administração 6º 3 23 Zulu Fem B A B B B B B B A A
Administração 6º 3 26 Alfa B A B A B A A A A B
Administração 6º 3 23 Bravo Masc A B B A B B B B B B
Administração 6º 3 21 Bravo A A A A B B B B B B
Administração 6º 3 20 Charlie Fem A A B A B B B B A B
Administração 6º 3 20 Delta A A B A B B B B B B
Administração 6º 3 21 Fox Fem B A A B A B B B A B
Administração 6º 3 20 Fox Fem A A B A A B A A A A
Administração 6º 3 20 Fox Masc A A B A A A B A A A
Administração 6º 3 21 Lima Masc A B B A A A B B A B
Administração 6º 3 19 Lima Masc A B B B B B B B A B
Administração 6º 3 28 Tango Masc B B B A B A B B A B
99
Administração 6º 3 21 Bravo B A B A A B B A A A
Administração 6º 3 21 Eco Fem A A A B A A B B A A
Comex 5º U 20 Alfa Fem A A A A B A B B A A
Comex 5º U 23 Charlie Masc A A A A B A B A A A
Comex 5º U 20 Delta Masc A A A A A B A B A B
Comex 5º U 20 Delta Masc A A A A A B A B A B
Comex 5º U 20 Delta Masc A B A A A B A B A B
Comex 5º U 22 Eco Fem B A A B B A B A B B
Comex 5º U 26 Fox Masc A B B A B B A B A A
Comex 5º U 20 Lima B B A B B A A A B B
Comex 5º U 23 Lima Fem B A A B A A A A A B
Comex 5º U 21 Sierra Masc A B A A B B A B A B
Comex 5º U 23 Sierra Masc B B A A A B B B B A
Comex 5º U 26 Sierra Masc A A B A A B A B A A
Comex 5º U 23 Tango Fem A A B B B A B A B A
Comex 5º U 20 Tango Fem A A B B A B B B B A
Comex 5º U 20 Zulu Fem A A B A B A B B A A
Comex 5º U 20 Zulu Fem B B B A B A A A A B
Comex 5º U 20 Alfa Fem B B A B A A B A A A
Comex 5º U 20 Alfa Fem B B A B A A B A A A
Comex 5º U 25 Bravo Fem B A B B A A A A B A
Comex 5º U 22 Bravo Fem B B B B A B A A B B
Comex 5º U 22 Bravo Masc A A A A A A A B A B
Comex 5º U 24 Bravo Fem A A B B B A B A B A
Comex 5º U 25 Bravo Masc B A B B B B A A B B
Comex 5º U 20 Bravo Fem A A B A B A B A B A
Comex 5º U 21 Bravo B B B A A B B A A A
Comex 5º U 25 Fox Masc A A B B B A A A B A
Comex 5º U 23 Lima Masc B B A B A A B B B B
Comex 5º U 22 Lima B A B A A A A A A B
Comex 5º U 24 Lima Fem B A B A B B B B B A
Comex 5º U 22 Lima Fem B A A B A B B B B B
Comex 5º U 22 Lima Fem B B A B A A B A A A
Comex 5º U 24 Sierra A A B B B A B A B A
Comex 5º U 23 Tango Fem A A A B B A B A B B
Comex 5º U 22 Tango B A B B A A B B B B
Comex 5º U 20 Zulu Masc B A A B B B A A A A
Comex 5º U 21 Zulu Fem B A B A B B A A A A
Contábeis 8º U 23 Alfa Masc B B B B A B B B B B
Contábeis 8º U 28 Alfa Masc B A B B B A B A B A
Contábeis 8º U 21 Bravo Fem A B B B B B B B A B
Contábeis 8º U 22 Bravo Fem A A B B B A B B A B
Contábeis 8º U 27 Bravo Fem A A B B B A B B A B
Contábeis 8º U 22 Charlie Fem B B B B B A B B A B
100
Contábeis 8º U 21 Charlie B A B B B A B B A B
Contábeis 8º U 24 Charlie Masc B B A A A A A A B A
Contábeis 8º U 26 Charlie Fem B B A A B A A A B A
Contábeis 8º U 22 Delta Fem B A A B A A A A A A
Contábeis 8º U 21 Delta Masc B A B A A B B A A A
Contábeis 8º U 21 Eco Fem B B A A A A B A A B
Contábeis 8º U 22 Eco Fem B B A A A A B A A B
Contábeis 8º U 21 Eco Fem B A B A B B B A A B
Contábeis 8º U 22 Eco B B A A A A A B A A
Contábeis 8º U 21 Fox B A A B A A A A A A
Contábeis 8º U 41 Fox Fem B A A B A A A A A A
Contábeis 8º U 25 Lima Fem A B B A B A B B A B
Contábeis 8º U 26 Lima Masc B B A B A B B B B B
Contábeis 8º U 21 Lima Fem B A B A B A B B A B
Contábeis 8º U 22 Lima Fem A A B B B A B B A B
Contábeis 8º U 38 Lima Fem A A A B B A B A A B
Contábeis 8º U 41 Sierra A A B B B A B A A B
Contábeis 8º U 27 Sierra Fem A B B B B A B A A B
Contábeis 8º U 22 Sierra Masc B A B B B A B A A B
Contábeis 8º U 25 Tango Masc A A B B B A B A B A
Contábeis 8º U 27 Tango Fem A A B B B A B A B A
Contábeis 8º U 26 Zulu Fem B A B B B A A A B B
Contábeis 8º U 22 Zulu Fem A A B A A A B A B A
Contábeis 8º U 27 Zulu Fem B A B A B A B A B A
Contábeis 8º U 35 Alfa Fem A A B B B A A B B A
Contábeis 8º U 21 Bravo Fem B A B B A A A A A A
Contábeis 8º U 22 Bravo Masc A A B A B B B B B B
Contábeis 8º U 21 Bravo Fem B A B B A B B B A A
Contábeis 8º U 32 Charlie Fem B A B B A B A A A B
Contábeis 8º U 29 Charlie Fem B A A A A A A A B A
Contábeis 8º U 22 Charlie Fem B A B A B A B B B A
Contábeis 8º U 23 Charlie B A B B B B B B B B
Contábeis 8º U 24 Delta Masc B A B A B B A A A B
Contábeis 8º U 28 Fox B A B B B A B A B A
Contábeis 8º U 21 Fox Fem B A B B B A B A B A
Contábeis 8º U 23 Lima Masc A B B A B A B B A A
Contábeis 8º U 34 Sierra Masc A A B B B A B A A B
Contábeis 8º U 31 Sierra A B B B B A B A A A
Contábeis 8º U 29 Sierra Fem A B B A B B B A A A
Contábeis 8º U 26 Tango Fem A B B B B A B A B A
Contábeis 8º U 29 Tango Fem A B B A B A B A A A
Contábeis 8º U 34 Tango Fem A B B B B A B A A A
Contábeis 8º U 26 Zulu Fem A B B B B A B A A B
Contábeis 8º U 22 Alfa Masc B B B B A B B B A B
101
Contábeis 8º U 27 Eco Fem B B A A A A A B A A
Contábeis 8º U Eco B B A A A A B B A B
Contábeis 8º U 21 Eco Masc A A B B B A B A B A
Contábeis 8º U Sierra Fem B A A A B B A A B B
Contábeis 8º U 23 Sierra B B A A B B A B A B
Contábeis 8º U 32 Masc B A B B B A A A B A
Economia 8º U Bravo B B B A B B B B A B
Economia 8º U 22 Delta A A B B B A B A B A
Economia 8º U 21 Alfa Masc A B B A B A B B B B
Economia 8º U 27 Alfa Fem B B A A A B B B A A
Economia 8º U 22 Alfa Fem A A B B B A B A B A
Economia 8º U Alfa Fem A B B A B B B A B B
Economia 8º U 22 Alfa Fem A B B A B B B A B B
Economia 8º U 21 Bravo Masc B B A A A B B B A A
Economia 8º U 22 Charlie Fem B B B A B B B B B B
Economia 8º U 22 Charlie Masc B B A A A A B B A B
Economia 8º U 21 Charlie Masc B B B A B B B B B B
Economia 8º U 23 Eco Fem A B B A B A B A A B
Economia 8º U 23 Eco Fem A A A B B B B B A B
Economia 8º U 25 Eco B A B A A A A B B B
Economia 8º U 27 Fox A B B A B A B B A B
Economia 8º U Fox A B B B B A B A B A
Economia 8º U 23 Lima B A A A A B A B A B
Economia 8º U 21 Lima Masc A B A B B A B B B B
Economia 8º U 20 Lima Masc B B B A B B B B A B
Economia 8º U 26 Sierra Fem A A B B B A B A B A
Economia 8º U 24 Sierra A A B A B B B B A A
Economia 8º U 23 Tango Fem A A B B B A B A B A
Economia 8º U 26 Tango Fem B A A B B A B A B A
Economia 8º U 29 Tango Fem B A B A A B B A A A
Economia 8º U 25 Tango Fem B A B A B A B A B A
Economia 8º U 24 Tango Masc A B B A B A B B B B
Economia 8º U Zulu A B B A B A B A A B
Economia 8º U 30 Zulu Masc A B B A B B A B A A
Economia 8º U 24 Zulu Fem A B B A B B B B B B
Economia 8º U 25 Alfa B B B B A A B B A B
Economia 8º U 30 Alfa B B B A B A A A A A
Economia 8º U 21 Bravo Masc B B B B B B B B B B
Economia 8º U 24 Charlie Fem B A A B A A B B B B
Economia 8º U 31 Delta A A B B B A B A B A
Economia 8º U 22 Delta Fem A A B B B B B B A A
Economia 8º U 29 Delta B A A B A B A A B B
Economia 8º U 25 Eco Masc A B A B B B B A A A
Economia 8º U 21 Eco A B B B B A B A A A
102
Economia 8º U 21 Fox Fem A A B B B A B B A B
Economia 8º U 31 Fox Fem B A A A A A B B B A
Economia 8º U 23 Lima Masc A B B A A A B B A A
Economia 8º U 28 Lima Masc A B B B B B B B B B
Economia 8º U 24 B B A B A A B A B B
Economia 8º U 24 Masc B A A A B B A A A B
Economia 8º U 21 B A A B A A A A A A
Financeiro 6º U 20 Charlie Fem A A A A A A A A B B
Financeiro 6º U 23 Lima Masc B B A A A A A B A B
Financeiro 6º U Lima Fem A A A A B A B B A A
Financeiro 6º U 22 Alfa Fem A A A A B B B B A B
Financeiro 6º U 24 Bravo Fem A A B B B A B A A B
Financeiro 6º U 21 Bravo A A B A B A B B B A
Financeiro 6º U 20 Bravo Fem A A B B B A A A B A
Financeiro 6º U 20 Charlie Masc B B B B A A B A B B
Financeiro 6º U 21 Charlie Fem A A A A B B A B B B
Financeiro 6º U 24 Eco A A A A A B B B A B
Financeiro 6º U 20 Eco A B B A B A B A A A
Financeiro 6º U 22 Fox Fem A B A A B A B B A B
Financeiro 6º U 20 Fox A A B A B B B A A A
Financeiro 6º U 21 Sierra Fem A A B B B A B B B B
Financeiro 6º U 24 Bravo Fem B A B B B B B B B B
Financeiro 6º U 30 Sierra Fem B A B A A A B A A B