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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Eduard Renaud da Costa
COLE<;AO DE CARTAZES EXISTENCILISMO
Curitiba2007
Eduard Renaud da Costa
COLECAo DE CARTAZES EXISTENCILISMO
Trabalho de Conclusao de Curso apresentado aoCurso de Design, habilita<;:ao em Design Grafico,da.Faculdade de Ci~ncias Exatas e de Tecnologiada Universidade Tuiuti do Parana, como requisitoparcial para a obten<;:t:io do grau de Bacharel emDesign Grafico.Orientador: Marcelo Catto Gallina
Curitiba2007
SUMARIO
Lista de Figuras .Lista de Tabelas e Gralicos .
. xx. xx
. xxResumo.
1 INTRODUc;:Ao.................. . 012 FUNDAMENTAc;:Ao TEORICA.. . . 022.1 DESIGN GRAFICO .. 022.20 CARTAZ.. . .. 032.3 0 DESIGN GRAFICO E A REVOLUC;AO 052.3.1 Alexander Rodchenko.. .. 072.3.2 Os Irmaos Sternberg.. .. 082.4 A IMPORTANCIA DAS CORES.. . 092.4.1 A Fisiologia e a Psicologia da Cor. . ...102.5 TENICAS DE DESENHO.. .. .. 142.5.1 Desenho tecnico. .142.5.2 lIustral'ao . .152.5.3 Croquis au Esbol'o .. 152.5.4 Desenho Digital. .. 152.6 STENCIL.. .. 162.6.1 Comunical'ao Simb6lica.. ...182.7 FOTOGRAFIA. .. 202.7.1 Dispositivos Formadores de Imagem.. . 202.7.2 Usos da Fotografia.. . 212.7.3 Dicas de Fotogralia.. .. 222.7.4 Fotogralia Digital.. . 222.7.5 A Fotografia como Instrumento do Olhar .. 232.80 EXISTENCIALISMO.. . .. 242.90 QUE ESTA HAVENDO COM 0 MUNDO.. .. 252.10 A VISAO DA ECONOMIA MUNDIAL .. 272.10.1 0 Lado Sombrio do Crescimento .. 332.10.10 Aumento da Desigualdade.. .. 342.11 A ATUAL SITUAC;AO SOCIAL BRASILEIRA.. . 353. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS.. . 373.1 PUBLICO ALVO.. .. 373.2 ANALISE DE SIMILARES.. . 383.3 INDENTIDADE VISUAL DA COLEC;Ao. . .413.4 ADEQUAC;AO A LlNGUAGEM URBANA. . 423.5 TUTORIAL DE STENCIL ..443.6 PROCESSO CRIATIVO DOS CARTAZES. .....................•.. . 513.6.1 Analise de lotos. .. 524. RESULTADOS. .. . 544.1 Capetalismo (Capitalismo).. .................•.......... .. 544.2 Exclusao Social (Roubo).. .. 584.3 Guerra pelo Poder .. .. 594.4 Aquecimento Global.. .. 614.5 Mundo Virtual.. . 625. CONCLUsAo .. 55
LlSTA DE FIGURAS
Figura 1 - Cartaz de EI Lissitzky .. . 06
Figura 2 - Cartaz de Rodchenko: encontro de sinais, imagens e significados 08
Figura 3 - Stencil contra a Imperialismo Americana e a Guerra 17
Figura 4 - Artista Urbano vsitando galeria de esgotos da capital Sao Paulo 38
Figura 5 - Cartaz do dia de nao comprar nada, contra 0 consumismo 39
Figura 6 - Cartaz do dia contra a utiliz89ao de combustiveis fassels 40
Figura 7 - Cartaz contra 0 dominic dos meiDs de comunic8tyao em massa 40
Figura 8 - Fonte Helvetica Bold ..
Figura 9 - Manchas teste.
Figura 10- Manchas teste 2 ..
Figura 11 - Mancha escolhida ..
Figura 12 - Mancha escolhida e tinta escorrendo.
Figura 13 - Mancha + tipografia da marca .
Figura 14 - Subtitulo explicativo da marca ..
Figura 15 - Inclina9ao 300 graus .
Figura 16 - Logomarca final.
Figura 17 - Aplic89E10 da marca como Stencil em mUrD ..
............................... 42
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Figura 18 - Mascara de gas.
Figura 19 - Mascara sem 0 fundo .
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________________48
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Figura 20 - Ferramenta Brightness/Contrast...
Figura 21 - Contraste aumentado .
Figura 22 - Ferramenta Color Range _.. ... __.... __... .. .. __... __..__... __..__.. ..__..__..__.48
Figura 23 - Mascara de sombra e mascara de fundo .. _..__...__..__...__..__..__...__49
Figura 24 - Mascaras prontas 49
Figura 25 - Stencil utilizando apenas a mascara de sombras (1 cor) 50
Figura 26 - Stencil utilizando as duas mascaras (2 cores) 50
Figura 27 - Coleg<3o e analize de fotDs . .. 52
Figura 28 - Soma das imagens escolhidas ......................... 52
. 53Figura 29 - Exemplo de resultado .
Figura 30 - 1° Cartaz Capetalismo 57
Figura 31 - 2° Cartaz Exclusao Social 59
Figura 32 - 3° Cartaz Guerra pelo Poder . . 60
Figura 33 - 4° Cartaz Aquecimento Global 62
Figura 34 - 5° Cartaz Mundo Virtual 63
LlSTA DE TABELAS
labela 1 - Planas pelos quais pode se estudar a aplicabilidade das cores 11
Tabela 2 - 0 espectro eletromagnetico medido pela frequencia em Hertz 12
Tabela 3 - As cores e seus significados 14
RESUMO
Existencia = 1. 0 fato de existir. 2. A vida ou a maneira de viver.
Existencialismo + Stencil = exiSTENCILismo.
ExposiC;:80 de cartazes que S8 utiliza de duas tecnicas principais para criticar a
sociedade madema ande a compaixao fol trocada pela corrupc;:ao, a falta de
responsabilidade que existe nos atos do homem mademo e 0 que i550 causa no
cotidiano de nossas vidas.
A primeira tecnica e a fotografia, para expressar 0 meio urbano, representar
as grandes cidades e a segunda tecnica e a Stencil (estEmcil) como forma de
linguagem de protesto para representar tais criticas.
Protesto ;; declaraC;:8o publica que S8 faz da propria vontade, 0 protesto expressa a
reary80 relativamente contra aos eventos ou as situ8c;:6es.
Palavras chave: Existencia, Oesign Grafico e Stencil.
ABSTRACT
Existencialismo + Stencil = exiSTENCILismo.
Posters exhibition represented by 2 main techniques to criticize the modern
society in which compassion has been switched by corruption, the lack of
responsibility seen in modern man acts and what it brings to our life on a day-to-day
basis.
"Photography" is the first technique which can express the urban environment and
represent major cities and the second technique is the "Stencil" as a way of language
of protest to represent such critics.
Keywords: Existence, Grafic Design and Stencil.
1.INTRODUVAO
"Design e atividade projetua/ responsave/ pela configura9Bo do entorno".
o termo "entorna" importado do espanhol cumpre a finalidade de interpretar
todas e qualquer forma de intervenc;ao human a em seu espac;o vital.
Desde a pre-historia, 0 homem tern procurado maneiras de representar visualmente
ide-ias e conceitos, guardar conhecimento graficamente, e dar ordem e clareza ainformacy030.
Da necessidade de divulgac;ao dessas informac;oes visualmente surge 0
cartaz como suporte. Ah§m da sua importancia como meio de publicidade e de
informac;ao visual, 0 cartaz passui urn valor hist6rico como meio de divulgag80 em
importantes movimentos de can:iter politico e artistico.
Com 0 passar dos anos a vontade do homem e S8 tazer Quvir, as vezes par
alegria, mas a maioria por revolta e protesto, quebra a barrera dos meios
convencionais de divulgac;ao de infarmac;oes, ele comec;a a expressar suas ideias
em qualquer lugar par meio de grafismos, linguagens urbanas, ai nasce 0 grafitti.
Unindo as temas: eXistencia, stencil e fotografia, tendo como suporte 0 cartaz,
esse projeto tern como objetivo fazer as pessoas pararem e pensarem urn pouco
sabre a que esta acontecendo em nassas vidas.
2. FUNDAMENTA<;AO TEORICA
2.1 DESIGN GRAFICO
E uma atividade que tern as suas origens na pre-historia com as primeiras
representac;oes visuais. Mas e 56 no final do sEkula XIX (quando ha uma separac;:ao
mais definida entre designer, artista e artesao) que 0 designer grafico comec;a a
ganhar autoconsciencia. E claro que essa separac;ao nunca foi absoluta e ate hoje
ha debate sobre defini90es de design grafico.
o design grafico e urn processo tecnico e criativo que utiliza imagens e textos
para comunicar mensagens, ideias e conceitos. Com objetivos comerciais ou de
fundo social, 0 design gratico e utilizado para informar, identificar, sinalizar,
organizar, estimular, persuadir e entreter, resultando na melhoria da qualidade de
vida das pessoas.
E uma forma de comunicac;ao visual. E 0 processo de dar ordem estrutural e
forma a informatyao visual, trabalhando frequentemente a relac;ao de imagem e textc.
Podendo ser aplicada a varios meios de comunicayao, sejam eles impressos,
dig ita is, audiovisuais, entre outras.
a trabalho dos designers graficos esta inserido no cotidiano da sociedade
at raves de posters, logotipos, embalagens, livros, jornais, revistas, placas e sistemas
de sinalizayao, camisetas, aberturas e vinhetas de cinema e televisao, websites,
softwares, jogos, sistemas de identidade visual de empresas, produtos e eventos,
exposiyoes, anuncios etc.
a profissional que realiza esse tipo de funyao e 0 designer grafico. No
entanto, mesmo existindo uma formayao especifica para essa area, varios tipos de
profissionais atuam como designers graticos - notoriamente as publicitarios
especializados em design grafico assim como ilustradores e artistas grcificos.
Tradicionalmente os principios do design grafico estavam ligados a um
formalismo e 0 funcionalismo. Atualmente, com 0 desenvolvimento da internet e da
teoria do design de informagao, hi! uma preocupaC;:;3o maior com a informagao e sua
estrutura no design grilfico.
2.20 CARTAZ
Oa necessidade de divulga9ao de informac;:oes visualmente surge 0 cartaz
como suporte tendo suas raizes na antiguidade. Mas e a partir do usc da lecnica da
litografia, na segunda metade do seculo XIX, que 0 cartaz passa a ter uma estrutura
reconhecivel como pe,a de publicidade.
Ah~m da sua importancia no meio publicitario e de informac;:ao visual, a cartaz
passui urn valor hist6rico como meio de divulgagao em importantes movimentos de
carater politico e artistico. Nesse periodo provou ser urn eficaz meio de persuasao.
Mais que isse, se estabeleceu como urn inestimavel recurso sensorial, capaz de
produzir uma catarze coletiva - necessaria para dar a desejada energia aquele
ambiente cercado de conflitos e problemas socia is dos primeiros anos do seculo xx.
o cartaz era um excelente meio para dar urn ar mais otimista aos sentimentos
dos povos diante da trajetoria dos conflitos. Assim, as mensagens transmitiam a
exalta,ao do patriotismo, 0 fortalecimento dos pensamentos de igualdade e de
vitoria e, ate mesmo, urn desprezo pelas ideias opostas - ou pelos inimigos dos
idea is revolucionarios. A evolu9ao dos cartazes como meio de comunica9ao e de
persuasao caminha em para lela com a evolu9ao dos meios de impressao, os quais
come,aram a possibilitar a produ,ao de pe,as coloridas de 6tima qualidade.
A Russia do inicio do seculo xx foi, sem duvida, uma das mais importantes
escolas na utiliza9ao das artes graficas - ou das artes em geral - como meio de
persuasao politica. Na Idade Media, as artistas ja colaboravam com a divulgac;ao
dos preceitos da Igreja e na persuasao do povo par meio de suas obras, porem de
forma involuntaria. Na Russia, contudo, os mais importantes nomes das artes
estavam realmente engajados em um ideal. 0 autor italiano Giulio Carlo Argan
explica que "a crescente identifica9aO com as ideias revolucionarias e os funda-
mentos da nova sociedade correm junto com 0 desejo de converter a arte em uma
arma para construir, para transformar a sociedade e a realidade da qual haviam se
apoderado".
Ate perto de 1917, existia uma grande influencia francesa nas artes graficas
comerciais russas. Somente apos esta data e que 0 estilo russo en contra um
caminho proprio, influenciado pelos artistas ligados ao processo revolucionario. Uma
breve analise historica revela que a Russia foi um dos mais importantes celeiros de
artistas graticos e de fotografos do inicio do seculo XX. Ate mesmo alguns nomes
que nao tiveram engajamento revolucionario, tais como Vladimir Bobritzky, Sacha
Stone e Alexei Brodovitch possuem um trabalho singular.
Essas personalidades desenvolveram valiosos trabalhos de vanguarda nos
Estados Unidos, para onde haviam emigrado, sendo que Brodovitch exerceu
importante influencia no desenvolvimento de alguns alunos, tais como Irving Penn,
Richard Avedon e Art Kane. Brodovitch ainda teve 0 merito de lanc;ar no mercado
editorial de moda personalidades como Mann Ray e 0 lot6gralo Henry Cartier-
Bresson.
2.30 DESIGN GRAFICO E A REVOLUC;:Ao
A Revolu<;:ao Russa colocou em movimento naD apenas uma nova forma de
perceber a sociedade, mas tambem urn questionamento e uma proposta de ruptufa
com os modelos que estavam em vigor. Acima de tudo, ela propunha uma
remodelac;ao da sociedade e, naturalmente, as artes graticas nao ficavam de fora, jil
que as artistas eram pe<;:as fundamentais nesse processo. 0 impulso coletivo de
diversas vanguardas rechac;ava 0 estabelecido, rompendo totalmente com 0
passado recente, inclusive como forma de negar 0 czarismo - 0 regime monarquico
centralizado e autocratica, au seja, de can~ter ilimitado e absoluto, que vigorou na
Russia desde a seculo XV ate a segundo decenio do seculo XX.
Fai neste periodo, e neste ambiente, que floresceu 0 Construtivismo,
movimento artistico que preconizava a integra9ao entre as tecnicas artesanais e a
produ9ao industrial, 0 usc de formas geometricas e sua adequac;ao as necessidades
do mundo socialista. Os construtivistas diziam que haviam recuperado a real tarefa
da arte em todos os tempos que, segundos eles, era a "construc;ao de urn novo
ideal". Alguns artistas, inclusive, colocavam a renuncia a propria arte em favor da
construc;ao deste "novo ideal"
A nova estetica proposta utilizava diferentes meios, tais como a fotografia, a
tipografia e, ainda, 0 incipiente cinema da epaca. 0 proprio lider socialista Vladimir
Lenin, considerado 0 "pai" da antiga uniao Sovietica, apostava no cinema como um
poderoso meio de persuasao das massas, ja que, na apaca, 76% da popula9ao era
analfabeta. Acima de tudo, 0 meio artistico estava engajado na construc;ao de uma
nova sociedade: a "sociedade coletiva e igualitaria socialista" E provavel que este
engajamento - que aglutinou a nata do meio artistico russo - e que tenha
transform ado esta vanguarda russa num dos mais importantes movimentos esteticos
ligados ao design grilfico do seculo XX.
Um dos principais nomes do design grafico russo - ou talvez 0 principal deles
foi EI Lissitzky. Ele acreditava que era necessaria propar novas modos de utilizar;ao
para os c6digos ja convencionados pela retina, priaritariamente a tipografia, nao
afetando apenas 0 desenho das letras, mas seu comportamento visual impresso e 0
vinculo com a nova proposta politica. Uma prova disso e 0 manifesto tipografico "A
topografia da tipografia" escrita par ele. EI Lissitzky, sem duvida, foi 0 grande
maestro da propaganda russa, atuando tanto na concepgao grilfica quanto textual, ja
que era tambem poeta e literato, tendo sido primeiramente reconhecido por estas
atividades. Ele acreditava que texto e imagem fazem parte de um mesmo processo.
EI Lissitzky atuou na area do design grafico, principalmente na produgao de livros e
cartazes, alem de ter trabalhado com 0 design tridimensional e com a pintura. Junto
com 0 poeta Vladimir Maiakovski, desenvolveu uma nova estrategia de comunicat;:8o
na qual a tipografia era um dos principais valores. Tanto EI Lissitzky quanto
Maiakovski estavam empenhados em um projeto de alfabetizar;8o estetica das
massas.
FIGURA 1 - Cartaz de EL Lissitzky
o artista EI Lissitzky produziu uma imensa quantidade de cartazes, revistas,
livros, logomarcas e anuncios publicitarios, alguns em co-autoria com Alexander
Rodchenko. Com certeza, 0 fato de ter estudado na Alemanha, passando tambem
urn longo periodo na Suiya, imprimiu urn carater internacional ao seu trabalho, tanto
par reeeber influencias quanta par leva-las a importantes names do design grafico
como Larzlo Moholy-Nagy, Kurt Scwitters, Gerrit Rietveld e Theo Van Doesburg.
Em 1919, quando lecionava desenho em Vitebsk, na Russia, EI Lissitski foi
colega de Kazimir Malevitch. Dutro grande "genio" do construtivismo. Este importante
artista foi 0 criador do Suprematismo - primeiro movimento radical de abstrayao
geometrica que, sem duvida, influenciou 0 trabalho gn3fico de EI Lissitzky. 0 criativD
EI Lissitzky tambem desenvolveu importantes trabalhos graficos utilizando colagens
e uma aprimorada tecnica de fotomontagem, mesclada a uma estetica tipografica
renovada.
Segundo Jan Tschichold, tip6grafo e te6rico sui90, autor do livro Die neue
tipographie, "Lissitzky aproveitou seu tempo na Europa para transformar seus
projetos graficos de livros em autenticas maravilhas tipograficas, para expor suas
teorias em revistas, para divulgar sua obra e de seus colegas empenhados na
educac;:ao das massas".
2.3.1 Alexander Rodchenko
Alexander Rodchenko fazia parte do grupo dos Construtivistas - os quais
aderiram a Vladimir Tatlin e ao Manifesto Produtivista, que trata a arte como produto.
Os Construtivistas, en tao, pregavam urn engajarnento doutriniuio e totalmente
revolucionario, ligando a arte ao sistema de produc;:ao.
FIGURA 2 - Cartaz de Rodchenko: encontro de sinais, imagens e significados
Em 1923, Rodchenko come90u a trabalhar com a poeta Vladimir Maiakovski.
Em aproximadamente dais anos, desenvolveu uma significativa produ9ao de design
e publicidade. Contabilizam-se mais de 50 cartazes, cerca de 100 logomarcas,
anuncios e diversos outros produtos. Provavelmente, Maiako_Maiakovski foi urn dos
primeiros redatores publicitarios, uma vez que somente por volta dos anos de 1950
surgiria nos Estados Unidos a figura do copywriter - 0 profissional responsavel pela
produ9ao de textos e slogans dentro das agencias de publicidade.
Rodchenko pregava a produyao de peyas simples, com mensagens claras, ja que a
maioria das pessoas que via a obra, principalmente os cartazes, era analfabeta. Por
isso, ele valorizava a tipografia, utilizando tipos sem serifa e em grande dimensao,
os quais - junto com elementos da fotomontagem - tornavam seus trabalhos
graficos um encontro entre sinais, imagens e significados, que, ao mesmo tempo, se
convertiam em algo atrativo.
o artista Rodchenko tambem esteve ligado ao design editorial, sendo
responsavel pelas revistas Kino-fat, Novii Lef e, mais tarde, pela publica9ao URSS
em Constru<;ao. Alem destas revistas, Alexander Rodchenko trabalhou na maioria
das editoras de Moscou desenhando capas de livros das mais diversas areas.
Segundo 0 autor espanhol Emic Satus, a liga9ao de Alexander Rodchenko e
de EI Lissitski com 0 design nao se deve somente a grande quantidade de trabalhos
grilficos desenvolvidos por eles, mas, acima de tudo, ao compromisso que assumi-
ram com uma comunica<;ao dirigida a urn publico especifico e que possuia objetivos
muito claros. Oesse modo, as concep<;oes formais precisavam ser rapidas e
eficazes. Por isso mesmo, eles renunciaram ao titulo de artistas.
2.3.2 Os Irmaos Stenberg
Os irmaos Vladimir e Georgi Stenberg nao tiveram 0 status de EI Lissitzky e
de Alexander Rodchenko. A produ9ao dos dois, entretanto, justifica 0 destaque dado
a ambos no contexto da cria<;ao dos cartazes politicos russos. Eles possuiam
experiencia na produryao cenografica para teatros, meio no qual tambem trabalharam
EI Lissitzky e Rodchenko.
A grande contribui9ao estetica dos irmaos Stenberg esta no fato de que,
diferentemente de outros designers graficos ligados ao Construtivismo, eles nao
trabalhavam com a fotografia, mas utilizavam as fotografias e os fotogramas
cinematogr/3ficos como referelncia para seu trabalho. Batizada de "realismo magico",
esta tecnica se baseava na ilusao tridimensional. Este trabalho realizado par eles
durou cerca de dez anos, tendo acabado par ocasiao da tragica morte de Georgi
Stenberg em um acidente de carro.
Por todos os artistas citados neste artigo - e par suas realizaryoes -, e pro-
vavel que a maior contribuic;:ao para 0 design grilfico do seculo XX tenha vinda da
vanguarda rUSS8. No entanto, esta situ8ryao gerou urn paradoxa. Ao mesmo tempo
em que na Russia os "artistas graficos" buscavam uma linguagem estetica que fosse
eficaz para a comunicaC;:80 com urn publico com pouca instruC;:80, ou seja, com as
massas operarias e camponesas, na Europa, esses mesmos trabalhos eram
cultuados nos mais importantes meios intelectuais do design, como a pr6pria escola
Bauhaus. 0 fato e que os artistas russos e suas crial;oes extrapolaram seu papel no
tempo, influenciando nao apenas 0 meio artistico de sua epoca como tambem as
geral;oes de artistas e designers que viveram nas decadas seguintes.
2.4 A IMPORTANCIA DAS CORES
o estudo das cores, embora seja visto par muitos profissionais da area como
um fator ambiental secundario na concepc;:aa dos espac;:os de trabalho, torna-se de
fundamental importancia para os ergonamistas a medida que contribui com a
adequal;ao do seu usc, nao s6 para a seguranc;:a (codificaC;:80 de perigos pelo uso da
cor), ordenaC;:8o e auxilio de orientac;:ao organizacional (principio de organizal;8o pela
aplica,ao da cor), mas tambem para a saude e bem estar das pessoas (devido a sua
influencia psicoI6gica).
A visao das cores e, segundo FOGLIA (1987), um dos aspectos mais
interessantes e debatidos da sensibilidade ocular, e seu estudo e utilizado nas mais
diversas areas do conhecimento, abrangendo desde a fisiologia, a psicologia ate as
engenharias e mais especificamente a ergonomia.
Sabemos, atraves de pesquisas, que as cores atuam sobre a especie humana
nao s6 pelo canal perceptiv~ da visao, comunicando alga, ou seja, transmitindo
mensagens aos quais atribui-se significados, mas tambem atraves da luz, pelas
ondas de energia e, portanto, eletromagneticamente (cromoterapia).
10
Podemos dividir a cor em quatro planas: fisico, quimico, sentidos e 0 psiquico;
estando cada um destes aspectos associadas a leis e fen6menos especificas.
Tabela 1 • Planas pelos quais pode se estudar a aplicabilidade das cores.
2.4.1 A Fisiologia e a Psicologia da Cor
Nos relacionamos com as cores pelos nossos sentidos e pelo "simb6Iico".
Elas podem ser definidas atraves de comprimentos de onda, vibragoes, energias ou
sentimentos. A forma como as consideramos nao e importante; a essencial,
enquanto pesquisadores, e saber que todos estamos sujeitos a sua ag80, seja pela
sensibilidade a determinados estfmulos luminosos ou pela representagao psiquica
que damos a elas.
No que diz respeito a fisiologia da cor, e atraves dos 6rg80s de recepgao
(cones) localizados na f6vea, que a homem percebe e identifica as cores que sao
refletidas. A luz e formada por radiagoes que, ao chegarem ao olho, originam
sensagoes coloridas diferentes de acordo com 0 comprimento de onda, intensidade
e misturas realizadas entre si.
Como cor e uma caracteristica pela qual 0 observador distingui padroes de
luz, e luz e energia radiante, visualmente avaJiada; a cor deve ser medida pela
combinagc3ode medigoes fisicas dos comprimentos de onda com informagoes sabre
como 0 observador percebe as cores. Medidas da energia radiante sao de ordem
fisica, enquanto a avalia9ao desta pelo percep9ao humana, e de ordem pSicol6gica.
11
Palavras-chave na descrigao da percepgc3.o das cores sao: matiz, saturagc3.o e
claridade: Matiz e a proporg8o de cada uma das cores percebidas: vermelho,
amarelo, verde e azul. Claridade e a atributo segundo 0 qual uma area aparenta
emitir mais au menDs luz. Saturagao e a proporgao de croma de uma cor em relagao
a sua claridade, {mais au menos cinza). As cores reconhecidas correspondem aos
seguintes comprimentos de onda no espectro luminoso:
Nao visiveis
(frequencia baixa)
Ondas de alta energia,
rompem liga<;6es maleculares.
Sao absarvidas pela camada
de ozonio
Nao visiveis
(frequencia alta)
Ondas de baixa energiamuitas fracas para afetaras moleculas. Sao absor-vidas pel a atmosfera.
LUZ VlsivEL
Ondas de energia media
absorvidas par pigmentasem plantas e animais.
Tabela 2 - 0 espectro eletromagnetico medido pela frequencia em Hertz.
Enquanta a fisialagia pesquisa as mecanismas de percep980 da cor, a
psicologia vai se ater aos efeitos que determinadas cores tern sabre as emogoes dos
individuos. Desde muito tempo, psic61ogos e mais recentemente ergonomistas,
verificam que em determinadas profissoes, 0 efeito psicol6gico das cores e
12
determinante. Na propaganda, par exemplo, percebeu-se que a uso da cor e
fundamental na apresenta9ao e aceita9ao do produto por parte dos consumidores.
Na arquitetura, atraves da concep9ao e da organizat;ao de espat;os, 0 usa das cores
destaca-se como urn importante complemento ambiental e de satisfat;ao. Nos
consult6rios medicos e psicol6gicos elas auxiliam na cura de enfermidades enos
sentimentos de chegada e saida do paciente.
Segundo LACY(1989), a cor esta muito ligada aos nossos sentimentos, ajudando-
nos em nossas atividades e influenciando em nossa sociabilidade, introversao e
extroversao. Abaixo, estao listados os significados rna is comuns atribuidos pelos
estudiosos as cores: primarias (amarelo, vermelho e azul) e secundarias (Iaranja,
violeta, verde e 0 rosa).
13
AMARELO: cor quente, estimulante, de vivacidade e luminosidade. Tem elevadoindice de reflex8.o, e sugere proximidade. Se usado em excesso, pode-se tornarmon6tono e cansativo. Boa para ambientes onde se exija concentrac;:<3.o, pOis atuano SNC (Sistema Nervoso Central). Eo utilizada terapeuticamente para evitardepress<3.o e estados de angustia.
AZUL: esta associado na cultura ocidental, a fe, confianc;a, integridade, delicadeza,pureza e paz. 0 azul escuro da a sensac;<3.ode frieza e formalismo.
LARANJA: cor estimulante e de vitalidade. Esta relacionada com ac;<3.o,entusiasmoe forc;a. Possui grande visibilidade, chamando a atenc;ao para pontos que devemser destacados.
ROSA: aquece, acalma e relaxa. Esta ligada a fragilidade, feminilidade edelicadeza.
VERDE: quando em tom claro transmite sensac;ao de paz e bem estar. E uma corque sugere tranquilidade, dando a impressao de frescor. Tons escuros desta cortendem a deprimir.
VERMELHO: cor estimulante. Oesperta entusiasmo, dinamismo, 8C;<3.0e violencia.Oa sensac;ao de calor e forc;a, estimulando os instintos naturais e sugerindoproximidade. Se usada em excesso pode irritar, desenvolver sentimentos deintranquilidade e despertar violencia.
VIOLETA: em excesso toma 0 ambiente desestimulante e agressivo, leva amelancolia e depressao. Sugere muita proximidade, contato com os sentimentosmais elevados e com a espiritualidade. Assim como 0 vermelho, 0 azul escuro e 0
verde escuro, nao se recomenda 0 uso em grandes areas.
Tabela 3 - As cores e seus significados
14
2.5 TECNICAS DE DESENHO
o desenho tern sido urn meio de manifestac;ao estetico e uma linguagem
expressiva para 0 homem desde as tempos pre-hist6ricos. Neste periodo, porem, 0
desenho, assim como a arte de uma forma geral, estava inserido em urn contexte
Iribal-religioso em que acreditava-se que 0 resultado do processo de desenhar
possuisse uma "alma" propria: a desenho era mais urn ritual mistico que urn meio de
expressao. A medida que os conceitos artisticos foram, lentamente, durante a
antiguidade separando-se da religiao, 0 desenho passou a ganhar autonomia e a S8
tamar uma disciplina propria. Nao haveria, porem, ate 0 Renascimento, uma
preocupac;ao em empreender urn estudo sistematico e rigoroso do desenho
enquanto forma de conhecimento.
A partir do Seculo XV, paralelamente a populariza,8o do papel, 0 desenho
comec;ou a tomar-S8 0 elemento fundamental da cria9ao artistica, um instrumento
basico para se chegar a obra final. Com a descoberta e sistematiza9ao da
perspectiva, 0 desenho vira a ser, de fato, uma forma de conhecimento e sera
tratado como tal por diversos artistas.
o desenho nao e necessaria mente um fim em si mesmo, podendo vir a
assumir uma fun9ao. Entre as varias modalidades de desenho, incluem-se:
2.5.1 Desenho tecnico
o desenho tecnico e urn ramo especializado do desenho, caracterizado pela
sua normatiza9ao e pela apropria9ao que faz das regras da geometria descritiva. Tal
forma de desenho e utilizada como base para a atividade projetual em disciplinas
como a arquitetura, °design e a engenharia. 0 desenho tecnico, e a ferramenta
15
mais importante num projeto, por ser 0 meio de comunicagao entre quem projeta e
quem fabrica. Nele constam todas as informa90es referentes ao projeto.
2.5.2 Ilustra,ao
Um tipo de desenho que pretende expressar alguma informa9ao,
normalmente acompanhado de outras midias, como 0 texto. Auxiliador do
entendimento e absorgao de alguma ideia.
2.5.3 Croquis ou Esbo,o
Um desenho rapido, normalmente feito a mao sem a ajuda de demais
instrumentos que nao propriamente os de tra9ado e 0 papel, feito com a intengao de
discutir determinadas ideias graficas ou de simplesmente registra-Ias.
Normalmente sao os primeiros desenhos feitos dentro de um processo para
se chegar a uma pintura ou ilustragao mais detalhada.
2.5.4 Desenho Digital
o desenho digital e elaborado por meio de ferramentas virtuais que simulam
as utilizadas na Arte Tradiciona1. E 0 aspecto mais conhecido da Arte Digital,
constantemente confundido com a mesma.
Dentro desta categoria de arte digital se encaixam as Pinturas Digitais e
gravura digital. As pinturas nada mais sao do que desenhos digitais feitos com maior
atengao em relagao a detalhes, sombras e luzes. E a equivalente digital as pinturas
em quadros e telas.
16
2.6 STENCIL au ESTENCIL
Desenho au ilustrayao que possa ser delineada par corte au periura«ao em
papel, papelao ou em Qutros materia is, formando assim uma mascara negativD do
desenho para ser impressa (funcionancto como uma mascara para ser preenchida
com tinta), de maneira rapida e fikil, em varios tipos de superficies, do cimento da
parede ao tecido de uma roupa.
E urn tipo de grafite normalmente usado como forma de protesto nas grandes
cidades. Segundo Larousse "Protesto to declara,8o publica que se faz da pr6pria
vontade, 0 protesto expressa a reayao relativamente contra aDs eventos ou as
situa,oes." (1980 p.)
FIGURA 3 - Stencil contra 0 Imperialismo Americana e a Guerra.
Pouco S8 sa be da origem exata dessa tecnica, mas ha registros dela antes do
ana 500 D.C em paises orientais de cultura milenar como 0 Japao e a China. Os
fenicios, inclusive, ja faziam mod a com estencil, produzindo os primeiros tecidos
estampados da hist6ria. Com a chegada da colonizac;:ao inglesa na China essa
tecnica acabou migrando para a Europa virando grande fonte de estamparia e
papeis de parede na epoca Vitoriana.
17
Epoca Vilorina - periodo que compreende a segunda melade do seculo XIX
e primeira decada do seculo XX, em que os movimentos sociais populares
cederarn lugar a urn sistema social equilibrado grandemente devido a
estabilidade do Imperio Brit~nico, governado pela rainha Viloria (1819-
1901). Apesar do rnalerialismo herdado, a epoca foi rnarcada pelo retorno
de valores eticos como respeitabilidade, polidez e circunspecryao,
considerados as mais elevadas virtudes sociais.
Como os Estados Unidos tinham sido colonizados pelos Ingleses, nao
demorou muito para 0 Estencil chegar la. Com 0 passar dos anos, as mascaras
foram adquirindo inumeras utilidades, servindo para assinar documentos em serie e
decorar ambientes, especialmente nos EUA e na Europa. Durante a Segunda
Guerra Mundial, comec;ou a ser utilizado em intervenc;oes urbanas, como forma de
propaganda do movimento fascista e demarcac;ao de territ6rio pela marinha -
avisando que determinada companhia havia atingido algum objetivo.
Nao demorou muito para 0 Stencil comec;ar a ser utilizado como forma de
protesto, ja que podia-se falar muito apenas com utilizac;ao grafismos e simbologias
de rapida produc;ao em serie sem ninguem ticar sabendo 0 nome do autor.
2.6.1 Comunica,ao Simb61ica
As linguas constituem sistemas de comunicaC;ao verbal, e mesmo de grande
importancia ao homem, nao se restringem a unica forma de comunicac;8.o simbOlica.
Entre nosso mundo interne e externo, ha outras linguagens alem das verba is,
nos comunicamos tambem atraves de formas. A fala, a pintura, a arquitetura, a
musica, a danc;a, entre outras, sao linguagens, formas nao verbais, que se
determinam por outros meios.
A definic;ao de forma simb61ica de Fayga Ostrower: "sao configurac;oes de
uma materia fisica ou psiquica (configurac;oes artisticas OU nao-artisticas, cientificas,
18
tecnicas, comportamentais) em que se encontram articulados aspectos espaciais e
temporais. As figuras de espayo/tempo sao percebidas como um desenvolvimento
formal que contem sequE!ncias ritmicas, proporc;:6es, distanciamentos, aproximac;:oes,
indicayoes direcionais, tensoes, velocidades, intervalos, pausas.
Tais figuras do espayo/tempo traduzem certos momentos dinamicos do nosso
ser. ritmos internos de vitalidade, de acrescimo ou declinio de forc;:as,
correspondendo ainda a certos estados de animo e de equilibrio interior,
entusiasmo, alegria, tristeza, melancolia, apatia, hostilidade, serenidade, agitac;:ao,
entre outros.
E em termos espaciais e temporais, ou seja, em termos de um movimento
interior, que avaliamos a percepc;:ao de nos mesmos e nossa experiencia do viver -
nao hi! outro modo de configura-las em nos e traze-Ias ao nosso consciente. Por
isto, as categorias de espac;:o e tempo sao indispensaveis para a simbolizac;ao.
Certas sensayoes como 0 olfato, 0 gosto, a pressao, temperatura, em si sao
insuficientes para configurarem formas simb6licas - nao ha como articular com elas
figuras de espac;:o/tempo. Evidentemente, tais sensac;oes pod em acompanhar uma
mensagem e complementar a conteudo expressivo incorporado na forma"
As imagens referenciais se formam, em cad a um de nos, ja impregnada de
valores.
Na cultura islamica, um cacho de uvas e uma tac;a de vinho, podem ser vistos
como um simbolo sensual, que no Brasil au outra regiao, nao passui a mesma
conotac;ao simbolica. E uma informac;aa adquirida, nao percebida.
As mem6rias de situac;oes ante rio res ja vivid as servem de referencial aos
dados novos. A imagem que percebemos e elemento de um processo, 0 de
perceber. Onde se inclui todos os elementos constituintes da vida.
19
A comunica9c3o atraves de imagens gr<aficas convencionais, ic6nicas ou
simbolicas, e um recurso muito mais importante do que 0 que se costuma imaginar.
2.7 FOTOGRAFIA
Fotografia e uma tecnica de grava9c3o por meios quimicos, mecanicos ou
digitais, de uma imagem numa camada de material sensivel a exposi9ao luminosa.
A palavra deriva das palavras gregas ph6tos ("Iuz"), e graphis ("estilo",
"pincel") ou graphe, significando "desenhar com luz" ou "representa98o por meio de
linhas". "desenhar".
Segundo Roland Barthes a fotografia possui uma linguagem conotativa e
denotativa (0 6bvio e 0 obtuso). A linguagem denotativa e 0 6bvio: tudo 0 que se ve
na fotografia. tudo que esta evidente. 0 conotativo e 0 obtuso: toda a informa980
lmplicita na fotografia. 0 enquadramento da foto, 0 poslcionamento da camara mais
para cima ou mais para baixo dando nOC;:8ode superioridade ou inferioridade ... Tudo
isso se trata de informa90es conotativas da fotografia, que geralmente revelam uma
bagagem social e cultural do pr6prio lot6gralo.
2.7.1 Dispositivos Formadores de Imagem
Mais comumente uma camera ou camara escura e 0 dispositiv~ formador de
imagem e 0 filme fotografico ou um cartao digital de armazenamento e a midia de
grava98o, mas existem Qutros metodos. Por exemplo, a fotocopia ou maquina
xerografica forma imagens permanentes mas usa a transferencia de cargas eletricas
estaticas no lugar do filme fotografico, disso provem 0 termo eletrofotografia. Na
raiografia, divulgada por Man Ray em 1922 imagens sao produzidas pelas sombras
20
de objetos no papel fotogrilfico, sem 0 usa de camera. E podem-se colocar objetos
diretamente do digitalizador ('scanner') para produzir figuras eletronicamente.
Fot6grafos controlam a camera ao expor a material fotossensivel (geralmente
a filme) a luz. Depois de processar, este produz uma imagem cujo conteudo e
aceitavelmente nitido, iluminado e comporto para atender ao objetivo de fotografar.
o contra Ie inelui:
• Foco
• Abertura das lentes
• Dura9ao da exposi9ao (ou velocidade de abertura do Obturador)
• Distancia focal das lentes (telescopicas, zoom, ou angulo de abertura)
• Sensibilidade do filme.
Os controles sao geralmente inter-relacionados, par exemplo, a brilho e a
abertura multiplicado pela velocidade de abertura do Obturadar, e variando a
distancia focal das lentes permitir-se-a maior controle sobre a profundidade de
campo fotogrilfico.
2.7.2 Usos da Fotografia
A fotografia pode ser classificada como tecnologia de confeC9<30 de imagens e
atrai a interesse de cientistas e artistas desde 0 seu comec;o. Os cientistas usaram
sua capacidade para fazer grava90es precisas, como Eadweard Muybridge em seu
estudo da locOm09c3.0 humana e animal (1887). Artistas igualmente se interessaram
par este aspecto, e tambem tentaram exploraram outros caminhos alem da
representa9aO fotomecanica da realidade, como a movimento pictura!. As far9as
armadas, a policia e for9as de seguran9a usam a fotografia para vigilancia,
reconhecimento e armazenamento de dadas.
21
2.7.3 Dieas de Fotografia
Urn simples amador, que fotografou meio filme consegue fazer 6timas fotos,
par ser uma arte aprendemos fotografando. E preciso sempre aumentar as testes,
ver se pode ser utilizado determinado filme (programa) a noite, em que veloeidade,
em rosta etc .. Uma dica para iniciantes e para quem ja fotografa a bastante tempo eanotar os dados que foram utilizados na foto. A partir do momento que forem feitos
testes e analizados as resultados a pessoa sera capaz de melhorar suas fotos e
perceber que tipo de tecnicas e preciso utilizar pra determinado resultado.
2.7.4 Fotografia Digital
A fotografia tradicional era um fardo consideravel para os fot6grafos que
trabalhavam em localidades distantes (como correspondentes de 6r9a05 de
imprensa) sem acesso as instalac;oes de produC;80. Com 0 aumento da competi980
com a televisao, houve urn aumento de pressao para transferir imagens aDs jornais
mais rapidamente. Fot6grafos em localidades remotas carregariam um
minilaboratorio fotografico com eles, e alguns meios de transmitir suas imagens pela
linha telef6nica. Em 1990, a Kodak lan,ou 0 DeS 100, a primeira camera digital
comercialmente disponivel. Seu custo impediu a usa em fotojornalismo e em
aplicagoes profissionais, mas a fotografia digital nasceu.
Em 10 anos, as cameras digitais se tornaram produtos de consumo, e estao
provavelmente substituindo gradualmente suas equivalentes tradicionais em muitas
aplicagoes, po is a prego dos componentes eletronicos cai e a qualidade da imagem
melhora.
A Kodak anunciou em Janeiro de 2004 que nao vai mais produzir cameras
reutilizfiveis de 35 milfmetros apos 0 fim desse ana. Entretanto, a fotografia "Iiquida"
22
val durar, pois os amadores dedicados e artistas qualificados preservam 0 uso de
materiais e tecnicas tradicionais.
Na fotografia digital, a luz sensibiliza um sensor, chamado de CCD au CMOS,
que por sua vez converte a luz nurn c6digo electr6nico digital, uma matriz de
ncmeros digitais (quadro com 0 valor das cores de todos os pixels da imagem), que
sera armazenado num cartao de mem6ria. Tipicamente, 0 conteudo desta memoria
sera mais tarde transferido para um cornputador. Ja e passive I tambem transferir os
dados diretamente para uma impressora, gerar uma imagem em papel, sem 0 uso
de um computador. Uma vez transferida para fora do cartao de memoria, este
podera ser apagado e reutilizado.
2.7.5 A Fotografia como Instrumento do Olhar
A fotografia capta urn sentido de realidade do ambiente. Atrav8s do repertorio
do fot6grafo, de seu olhar sobre a cena, produz uma sele9ao no espac;:o, tornando
perceptivel e visivel ao receptor, algo que se encontrava homogeneo, camuflado e
invisivel.
Ao mesmo tempo em que a fotografia identifica 0 lugar, serve de base para 0
processo perceptivel, podendo realizar uma analise e registrar uma cena.
Ela registra a cultura, a ideologia, 0 momento historico, possibilitando uma
sintese, tornando-se uma ferramenta poderosa para a confecc;:ao deste projeto.
Sendo a fotografia um canal transmissor da informa9ao entre 0 espac;:o e 0 receptor,
propiciando uma aproxima9ao entre a cidade e cidadao, que a ha muito tempo
convivem mas pouco se conhecem.
23
2.80 EXISTENCIALISMO
Correntefilosofica pos Guerra MundiaL
o existencialismo afirma 0 primado da existencia sabre a essemcia, segundo a
celebre defini9ao de Sartre: "A existencia precede a essencia." Onde 0 homem
primeiro existe e ao longo de sua vida vai adquirindo conhecimento suficiente para
come9ar a entender sua essencia. Essa defini980 funda a liberdade e a
responsabilidade do homem, sendo ele 0 unico respons8vel par seU$ atos e pelo
seu futuro.
A palavra responsabilidade aqui naD S8 refere a algo intangivel, e sim a algo
paupavel, ende nossos atos interferem diretamente ou indiretamente as Qutras
pessoas.
Mais que uma doutrina filos6fica, 0 existencialismo passou a ser identificado
como um estilo de vida, uma forma de comportamento que designava atitudes
excentricas e caracterizava seus seguidores como depravados, promiscuos e
m6rbidos. Tudo que infringisse as regras estabelecidas, a linha divis6ria entre 0
certo e 0 errado, era considerada existencialista. 0 autor, despojando-se dessas
ideias preconceituosas e fantasiosas, caracteriza os tra<;:os gerais dessa doutrina,
seus antecedentes filos6ficos, 0 momento hist6rico em que a humanidade se
encontrava (P6s 2° guerra mundial) e sua rela<;:aocom 0 marxismo.
o existencialismo foi inspirado nas obras de Arthur Schopenhauer, Soren
Kierkegaard enos fil6sofos alemaes Friedrich Nietzsche, Edmund Husserl, e Martin
Heidegger e foi particularmente popularizado em meados do seculo xx com as
obras do escritor e fil650fo frances Jean-Paul Sartre e a escritora e fil650fa Simone
de Beauvoir.
24
2.90 QUE ESTA HAVEN DO COM 0 MUNDO
A crise mundial vern aumentando muito, afetando a nossa vida, a nossa
saude, a nossa modo de vida, a qualidade do meio ambiente e as relac;oes
espirituais, socia is e intelectuais.
Essa crise decorre da ganancia de paises ditos ricas e de 1°, mundo, que
gastam uma fortuna incontavel na construy80 e armazenamento de armas
nucleares, com 0 proposito de seguranC;8, pon3m, isso soa como errado, pois S8 tais
armas cairem em maos inescrupulosas ou malucas, poderao destruir todo 0 planeta.
Tern S8 observado a aumento de doemy8s como cancer, derrame, depressao e de
doenc;as socia is como suicidios, crimes violentos, morte de jovens no transito e
pareee que para S8 ter uma explic8C;80 plausivel e necessaria ater-se a uma
distribuic;ao desigual de renda, ao desemprego, a inflagao e a escassez de energia.
T ados esses fatores poderiam estar acontecendo como can seq Oem cia de
transformagoes que estao por vir. Para os fil6sofos chineses, as manifestac;oes da
realidade sao geradas pela interac;ao dinamica de duas forgas: 0 Yin e 0 Yang.
Quando uma civilizaC;ao esta em alta exibe uma versatilidade sem limites, mas
quando esta em baixa tudo fica monotono e parada, sem harmonia e agravamento
na disc6rdia levando a ruptura social. As transigoes para essa nova transformaC;:80
sao:
A primeira transig80 ocorreu apos 3000 anos de patriarcado, quando a
hom em tinha influencia total sabre a mulher e esse patriarcado acabou com 0
surgimento do movimento feminista.
A segunda transiC;:8o tem relaC;:8o com 0 combustive I fossil, como 0 petroleo,
carvao e gas natural. 0 esgotamento dessas fontes esta previsto por volta do ana
25
2300 d.C. Tera de haver uma mudan9a para buscar fontes de energia renovavel,
como 0 sol.
A terceira transi9E1o esta ligada a mudan9a de paradigma, uma mudanya
profunda no pensamento, percep9E1o e valores que formam uma determinada visEio
da realidade. 0 paradigma que dominou nossa cultura durante seculos tem como
base a metoda cientifico de Descartes e Newton, onde a COnCeP9aO do universo era
tida como um sistema mecanico composto de unidades materiais elementares. a
paradigma tambem pregava a cren9a em progresso ilimitado. Todos esses valores
desse paradigma sao limitados.
Pitirim Sorokin, soci6logo, escreveu a sintese da hist6ria ocidental, que se
baseia na ascensEio e declinio ciclicos elaborados em 3 sistemas de valores:
1) Sensualista: sustenta que 0 importante e s6 a materia e que os fen6menos
espirituais sao uma manifestaC;:Elo da materia. A percep9E1o sensorial e a (mica
fonte de conhecimento e verdade.
2) Ideacional: sustenta que a realidade se situa alem do mundo material, no
mundo espiritual. 0 conhecimento atual se deve a experiencia de vida
anterior.
3) Idealistico: a verdadeira realidade tem aspectos sensoriais e supersensoriais
que coexistem numa unidade que abrange tudo. (ascensao do Cristianismo,
transi9ao da Idade Media para a Era Cientifica).
A analise de Sorokin sugere que a crise atual e decorrente da grande fase de
transi9ao como as que ocorreram em ciclos anteriores, porem, pode ser mais
dramatica de que qualquer dos precedentes, porque 0 ritmo de mudanc;:a em nosso
26
tempo e mais rapido do que no passado. As mudangas sao mais· amplas,
envolvendo 0 globo inteiro e as varias transigoes importantes estao coincidindo
(declinio do patriarcado, a forga da mulher, final da era do combustivel fossil e
mudanrya da cultura sensualista, materialista).
Precisaremos estar preparados para a grande transigao em que estamos
prestes a ingressar, rejeitando modelos conceituais e aceitarmos uma completa
mudanga na mentalidade da cultura ocidental. Durante esse periodo de mudanga,
seria bom minimizar as disc6rdias e as rupturas que inevitavelmente ocorrem para
estarmos prontos a aceitar a transformagao do antigo para 0 novo.
2.10 A VI sAo DA ECONOMIA MUNDIAL
A economia atual caracteriza-se pelo enfoque reducionista e fragmentario tipico
da maio ria das ciencias socia is. A economia nao e reconhecida como sendo um dos
aspectos de todo um contexto social e ecol6gico, enfim um sistema vivo e composto
de seres humanos em continua interagao e com seu habitat. 0 erro basico das
ciencias sociais foi separar todas as ciencias independentes, assim, os cientistas
politicos nao consultam os economistas e vice-versa para dar indicagoes da
realidade social e politica de uma naryao. A economia e definida como a disciplina
que se ocupa da produgao, da distribuigao e do consumo de riquezas. A economia
depende de sistema de valores, tais como a termologia, religiao, pesquisas
cientificas e politicas. Schumacher ilustrou 2 sistemas econ6micos:
a) Sistema materialista: maximo consumo associado a padrao de produgao.
b) Sistema budista: procura a meta de realizar 0 maximo de bem-estar humano com
um padrao 6timo de consumo.
27
Atualmente, os unicos valores que contam sao aqueles que podem ser
quantificados, mediante a atribui9ao de pesos monetarios, dando a aparencia de
uma ciencia exata. Os economistas reconhecem que fracassaram quando nao
encontraram uma maneira de diminuir a jnfla9aOem escala global, desempregos, ma
distribui980 de riquezas e escassez de energia. Talvez se substituissem 0 padrao
cartesiano par uma visao holistica e ecologica, seria mais compativel com as novas
conquistas nas ci€!nciasnaturais.
o surgimento da economia separada da politica e filosofia se deu no final da
Idade Media, quando os valares masculinos e de orienta980 yang dominou a
sociedade. Ate 0 seculo XVI, os fenomenos econ6micos nao existiam, os recursos
basicos como alimentos, roupas, moradia eram s6 produzidos para valor de uso. 0
comercio se baseava na troca e nao na moeda. Em muitas sociedades arcaicas, 0
dinheiro era usado para pagar impostos e nao tinha objetivo de lucra individual. A
prapriedade privada servia ao bem-estar de todos. Com a revolU9aO cientifica,
Iluminismo, 0 racionalismo critico, 0 empirismo e 0 individualismo passaram a ser os
valares dominantes, a que levou a produ980 de bens superfluos e ao consumo.
Novas institui96es sociais e politicas foram criadas, originando diversas atividades
econ6mica como a produ9c30, cambio, emprestimos financeiros, ariginado a
ascensilo do capitalismo (seculo XVII).
o desenvolvimento capitalista foi exaltado por influencias religiosas (seita
puritana) que consideravam a riqueza como recompensa divina.
A moderna ciencia economica foi fundada por Sir William Petry, no seculo
XVII, que expos um conjunto de ideias como 0 valor da lor9a de trabalho, dileren9a
entre a pre,a e valar, salarias justas, divisila de trabalha e manap6lia, e sustentava
que os pre,as da mercadoria deveriam relletir 0 trabalho nelas empregado. John
28
Locke, lil6sol0 do lIuminismo, delendia que os pre90s de produtos tinham de ser
determinados pela oferta e procura. 0 mais influente economista talvez foi Adam
Smith, que publicou "Uma investigat;(ao sabre a natureza e as causas da riqueza das
nac;oes" Viveu na epoca da revoluC;8o industrial. Nessa epoca, a economia agritria e
artesanal estava mudando para a economia dominada pelo vapor e par maquinas
operadas em grandes fabricas e usinas. Foi a epoca da invenc;ao da maquina de
fiar, teares mecanicos ande empregavam mais de 3000 operarios. Adam Smith
sustentava que a riqueza de uma naC;8o nao esta no trabalho do homem e dos
recursos naturais, acreditava na forc;a do trabalho, mas aceitava a ideia de que as
prec;os seriam determinados em "mercados livres", pela lei da ofelia e procura.
Quanto ao comercio internacional, Smith desenvolveu a doutrina da vantagem
comparativa, ou seja, cad a na9ao deveria sobressair em alguns tipos de prodUl;ao,
send a 0 resultado uma divisao internacional do trabalho e a livre comercio. 0 proprio
Smith dizia que 0 progresso economico teria um fim quando as riquezas das na(::Des
tivessem sido impulsion ad as ate os limites naturais do solo e do clima. Ele justilica
as lucros do capitalismo como necessaria para que fossem invertidos em mais
fabricas e maquinas para a bem comum. 0 status de cia sse media concebia ideias
radicais de igualdade, justi9a e liberdade, porem, esses conceitos nao se
estenderiam as classes inferiores que viviam na miseria, pelo numero excessivo de
filhos. No inicio do seculo XIX, David Ricardo falava que 0 progresso economico
chegaria de uma maneira ou outra, e tinha de enfocar a lavoura, cultivando as terras,
ate aquelas improdutivas, tratando-as. Segundo David, 0 dono da fabrica ao receber
o lucro estaria tomando algo que a lor9a do trabalho tinha produzido. 0 ideal seria
que qualquer mudan9a economica que fizesse alguem melhorar de vida e ficar mais
prospera sem prejudicar ninguem seria a ideal para 0 bem-estar social de todos.
29
Muitos instalaram fabricas e usinas pagando maiores salarios, segura, moradia a
seus empregados e fundaram a cooperativa de trabalhadores com 0 fim de elevar
valores eticos, esteticos, espirituais, poram, isso foi urn fracasso. John Stuart Mill,
1848, publicou "Principio da Economia", que diz que a economia deveria restringir-se
ao campo de prodUC;80 e da escassez de meios, e que a distribuiC;80 nao seria urn
processo economico, mas sim, pOlitico.
o fil6sofo Karl Marx revolucionou 0 mundo com suas criticas ao capitalismo.
Suas ideias eram criticar as formas capitalistas que aceleravam a processo da
inovaC;ao tecnol6gica e aumentava a produtividade material que ficava nas maos de
poucos magnatas que monopolizavam todas as vantagens e como resultado, a
maioria do povo ficava rna is pobre e explorado. Essa transac;:ao entre pessoas de
poder desigual permite que a capitalismo acumule rna is dinheiro a custa do trabalho
de seus operarios. Marx defendia a teoria do valor de forc;:a e a importancia do papel
da natureza no processo da produc;8o. Em meados do seculo XIX, a economia
politica dividiu em duas correntes: a) utopistas, marxistas, e, b) economistas
neoclassicos baseados na economia matematica, lei da procura e oferta.
Ap6s a grande depressao, que assolou a economia mundial, John Maynard
Keynes influenciou no renascimento da economia pelo uso do investimento adicional
de capital, insuflando a consumo e a produc;:ao ilimitada, nao levando em conta os
custos sociais e ambientais. Quando ha crescimento economico, tern de se
observar as seguintes casas: a) crescimento economico para que todos tenham
oportunidades de melhorar sua qualidade de vida. Ha muito consumo superfluo,
onde as produtos jogados nao sao reciclados, contaminando cada vez rna is a
ambiente e a uso cad a vez maior de recursos naturais como carvao, petr61eo e
gases naturais para produzir tais objetos de consumo e a energia usada em sua
30
produ«ao. Sabe-se que com a melhoria do padrao de vida e cultura, houve um
controle de crescimento populacional, com 0 declinio da taxa de natalidade, agora,
em paises do 3°. mundo, nao conseguiram 0 padrao de vida que permita a redu«ao
de sua taxa de crescimento populacional. Geralmente, os paises ricos aumentaram
suas riquezas atraves das colonias conquistadas pela forga e poder.
b) crescimento tecnol6gico. Os homens estao hipnotizados com as maravilhas da
tecnologia moderna, esquecendo-se que tal avan90 pode aumentar 0 perigo ao
planeta como na fabrica9ao de tantas armas nucleares com a desculpa de que sao
necessiuias para defesa de um pais, como os EUA, mas que quando detonadas
podem poluir 0 ambiente, como 0 solo, ar e rios por diversos anos, matando milhares
de pessoas no momenta e em anos depois, atraves do cancer, onerando os custos
socia is para 0 tratamento. A complexidade do sistema industrial e tecnol6gico e tao
alta que mal pode ser administrada. Quando ocorre uma avaria nesse complexo,
seja na usina nuclear ou numa compota de navio que transporte petr6leo, os danos
causados sao muito grandes ao meio ambiente e aos seres vivos. Investem tanto em
alta tecnologia e pouco em pesquisa comportamental, social e psicol6gica do
homem.
c) crescimento de institui90es. 0 crescimento das institui90es ocorreu com 0
crescimento econ6mico e tecnol6gico. Criaram-se grandes empresas multinacionais.
o ativo dessas multinacionais excede 0 PIB da maioria das na90es, e seu poderio
econ6mico e politico ultrapassam 0 de muitos governos, amea9ando a estabilidade
monetaria mundial. A natureza das grandes empresas e desumana, com ideias
somente de expansao ilimitada, tornando-as maquinas, onde seres humanos que ali
trabalham tornam-se desumanos, como maquinas. A medida que as companhias
multinacionais intensificam sua busca global de recursos natura is, mao-de-obra
31
barata e novos mercados, os desastres ambientais e as tensoes socia is tornam-se
cad a vez mais evidentes. Nos EUA, 76% de todas as ayDes de S.A sao detidas por
apenas 1 % de acionistas.
Os economistas desprezam a interdependencia social e ecol6gica e tratam
todas as mercadorias, quer sejam fabricadas pelo homem au pela natureza, com a
moeda de mesmo valor. Ex.: 10 US$ de carvao sao iguais a 10 US$ em roupas. A
infla9aO tern varias causas, porem, os ecanomistas nao conseguem entender que as
fontes da infla9aO envolvem variaveis que foram exeluidas dos atuais modelos
econ6micos. Ignoram que a riqueza se baseia em energia e em recursos naturais e
quando essas reservas caem, gasta-se muito para proeeder a extra9ao. 0 fato de a
nossa economia depender exageradamente de energia e recursos naturais reflete-
se no fato de ela assentar no intensive de capital e nao no uso intensivo do trabalho.
Com a carencia de energia, ela fica mais cara, causando infla9aO e desemprego.
A segunda maior causa da inflayao sao os custos socials crescentes
originados pelo crescimento nao dlferenciado. Agora, a educayao e tratada como
des pes a e nao como urn investimento, e os trabalhos feitos pelas donas-de-casa
nao sao remunerados. A eficiemcia de uma companhia e medida pelos seus lueras,
que hoje sao obtidos com muita freqUemcia, as custas da explorayao social e
ambiental. Para aumentar a produtividade de uma empresa, os donos estao
mecanizando ao maximo substituindo maquinas par seres humanos (desemprego).
Existem muitos trabalhadores que executam suas tarefas apenas por
obriga9ao, nao tendo nenhuma simpatia pelo servi90 que executa e como resultado
sao os produtos de ma qualidade. Ha muitas industrias produzindo quinquilharias
desnecessarias, consumindo energia e recursos naturais como alimentos e
cosmeticos para cachorros, jogos eletr6nicos e armas de guerra. Existem tarefas
32
que nao aparecem tanto, ou nao tem multo status como: preparar refeic;oesque sao
logo consumidas, varrer 0 chao de fabrlcas que logo estara sujo de novo, etc. A
essas tarefas que envolvem um trabalho entropico e atribuido menos status e
salarios baixos, embora todos sejam essenciais a nossa vida. Trabalhos com status
mais elevado envolvem tarefas que criem algo duradouro como fabrica980 de
avices, predios, ruas, pontes, foguetes, etc. Entao, essa hierarquia de trabalho e
inversamente proporcional as tradi90es espirituais. Mos monges budistas praticam
jardinagem, culinaria, limpeza da casa como parte de suas atividades meditativas,
assim como freiras tem uma longa tradi9aO em agricultura e em enfermagem. 0
trabalho ordinario esta em harmonia com a ordem que percebemos no meio
ambiente natural.
2.10.1 0 Lado Sombrio do Crescimento
o desordenado crescimento tecnol6gico criou um meio ambiente cujo qual a
vida se torna f[sica e mentalmente doente. Ar poluido, rufdos, poluentes qufmicos e
estresse causam riscos a saude. Esse crescimento para aumentar lucros e
produ90es induz as pessoas a comprar cada vez mais e jogar fora quantidades cada
vez maiores de produtos de pouca qualidade, aumentando os lixos que estao sendo
problemas para qualquer cidade. Com tal demanda, as fabricas operam em ritmo
alucinante gastando mais energia. A queima do carvao expele gases como di6xido
de enxofre e oxido de nitrogenlo, que misturados ao oxigenio e vapores de agua,
transformam-se em Bcidos sulf0ricos (H2S04) e em Bcidos nitricos (HN03), que
carregados pelos ventos caem em rios e lagos, matando todas as formas de vida e
os lagos morrem devido a acidez (chuva acida).
33
Com a escassez global de combustiveis fosseis, as parses industrializados
recorrem para a energia nuclear, cujas substancias radioativas podem acabar com 0
planeta.
2.10.2 0 Aumento da Oesigualdade
Em primero lugar, e preciso ressaltar que um dos fen6menos mais
importantes nas transforma90es socia is atuais e 0 aumento significativo da
desigualdade social. 0 quadro a seguir mostra a evolU9<30 da distribu9<30 de
ingressos no mundo nas ultimas decadas e permite observar que, em geral,
enquanto os altos niveis de concentra9<30 da riqueza se mantem nos paises em
desenvolvimento, os paises desenvolvidos est<3O atravessando um processo
significativo de concentra9<30 que os aproxima dos paises em desenvolvimento.
Apesar de existir um consenso em se reconhecer a complexidade destes
processos, tambem se admite que um dos fatores fundamentais associado ao
aumento da desigualdade e a transformat;;ao na organiza9ao do trabalho. Com
respeito a isso, as informat;;oes disponiveis permitem apreciar que a incorporat;;ao de
novas tecnologias ao processo produtivo esta associ ada a elimina9ao de numerosos
pastas de trabalho.
Esta diferent;;a no ritmo de criat;;<3o de postos de trabalho esta associ ada a
diferen9as nos salarios. Enquanto os setores de alta produtividade podem ter
politicas salariais generosas, os setores de servi90s, nos quais 0 vinculo entre
salarios e emprego e muito alto, estao ohrigados a aumentar moderadamente os
salarios, caso queiram ampliar 0 numero de empregos. Esta dinamica, em que 0
emprego diminui nos setores que pod em pagar bans salarios e aumenta naqueles
34
que pagam saliuios modestos, explica as razoes pelas quais a recomposic;ao do
emprego em fun~ao da evolu~ao tecnol6gica aumenta a desigualdade.
Em segundo lugar, as transformac;oes na organizac;ao do trabalho estao
provocando, nao s6 0 aumento nos niveis de desigualdade, como a aparigao de um
novo fen6meno social: a exclusao da participagao no cicio produtivo. Neste sentido,
as estudos sabre as possibilidades que oferecem as novas formas de organizac;ao
do trabalho indicam que elas poderiam incorporar de maneira estavel s6 uma
minoria de trabalhadores, para as quais haveria garantias de seguranga no emprego
em troca de uma identifica9ao total com a empresa e com suas exigemcias de
reconversao permanente. Para 0 resto, em compensagao, criar-se-iam condi90es de
extrema precariedade, expressas par formas tais como contratos temporarios,
trabalhos interinos, trabalhos de tempo parcial e, no extrema destas situa90es, 0
desemprego.
2.11 A ATUAL SITUA<;AO ECON6MICA BRASILEIRA
Na educa9ao, nao existe verba para pagar condizentemente as
professores e nem tao pouco para promover a manutengao das escolas ja
existentes. E para agravar a situa9aO,os professores estao praticamente
proibidos de reprovarem os seus alunos nas escolas estaduais e municipais, pais
se assim fizerem, nao haveria vagas para os alunos novas que chegam. Com
isso, as escolas estao formando alunos desqualificados. Essa anomalia serve
tambem como enganag80 para afirmar que 0 Brasil possu; um alto indice de
escolaridade.
35
Na saude, vimos recentemente 0 absurdo da talta de verbas para a
manutenC;<3odos hospitais existentes, levando a situac;oes ridiculas como as
montagens de "hospitais tendas" pela marinha brasileira a tim de resolver 0
problema de uma metr6pole do porte do Rio de Janeiro. No pais inteiro, as filas
do SUS sao imensas pela lentidao do atendimento par lalta de verbas para
remunerar mais tuncioniuios, levando as vezes algumas pessoas a morrerem nas
lilas.
No seter energetico, na decada de 70, 0 pais investia 20 bilhoes de
d6lares anualmente em grandes barragens e linhas de transmissao. De la para
ca, com 0 comando financeiro orientado pelos banqueiros que aumentaram seus
rendimentos at raves dos juros, 0 nosso pais s6 nao parou por talta de energia
eletrica porque 0 seu crescimento ficou estagnado.
No seter de transportes, no inicio da decada de 70, em um s6 dia, houve
uma licitaC;<3ode 83 trechos de estradas rodoviarias a serem executados. No final
da decada de 90, sete trechos colocados em licita9ao para duplicar a rodovia
Bela Horizonte - Sao Paulo (BR 381) estao inacabados ate hoje por lalta de
verbas. Depois de cada periodo chuvoso, os buracos infestam as estradas
brasileiras, infernizando a vida dos que por ali trategam, pois 0 governo nao tem
dinheiro nem para tampar os buracos das estradas.
A violencia alastra por todas as cidades do pais, devido principalmente alalta de emprego para os jovens entrarem no mercado de trabalho, levando-os a
praticar atos ilicitos como roubar e traficar. A escassez de emprego se deve
principalmente aos altos juros bancarios.
36
3. MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA
o projeto tern como parametro os acontecimentos nacionais e internacionais
que representam a falta de comprometimento e responsabilidade com as pessoas e
o modo de vida entre todas.
Os cartazes tem como objetivo fazer 0 expectador pensar e refletir urn pouco
sobre a que aconteceu e aconteee em nossas vidas, atraves de uma linguagem que
comevou como simples reprodugao em serie e hoje e urn grande referencial de
expressao de ideias e sentimentos dentro dos grandes centres urbanos. Essa
linguagem e 0 Stencil, onde a artista nao precisa assinar a sua obra, 0 irnportante e
expressar a sua ideia sem a inteng<3o de reconhecimento, apenas a mensagem.
3.1 PUBLICO ALVa
A colegao de cartazes tern como expectadores pessoas ligadas a produgao
de cultura, artes, ilustragao e comunicagao em geral tais como: designers,
arquitetos, publicitarios, artistas plasticos, artistas graficos, jornalistas, fotografos
entre outras que estao acostumadas a utilizar 0 processo criativo como ferramenta
para a produgao de seus trabalhos e posicionam-se de maneira a resistir as
sociedades de controle. Tambem e voltado ao publico jovem estudante que sempre
estao antenados aos acontecimentos mundiais pelo uso da Internet, jovens que sao
ligados a cultura do Graffiti, pixag80 de ruas, skatistas etc ..
37
3.2 ANALISE DE SIMILARES
Grandes referencias foram encontradas no meio eletronico, principalmente
sites relacionados com 0 tema arte urbana. Entre as nacionais:
• www.stencilbrasil.com.br
•www.artbr.com.br
•www.grafiteria.art.br
Grande destaque para 0 www.lostart.art.br. site nacional que e referencia mundial na
produ9ao de grafites.
FIGURA 4 - Artista Urbano vsitando galeria de esgotos da capital Sao Paulo.
o dono do site lostart que e um artista urbano, visita a galeria de esgotos da
cidade de Sao Paulo com 0 intuito de grafitar por la e acaba encontrando varios
grafites deixados por outros. Indignado com a quantidade de lixo encontrado ele
38
manta uma exposic;:ao de fotos e grafites com a intuito de alertar para a quantidade
de lixo que uma cidade como Sao Paulo gera e libera no meio ambiente.
Mas a grande referencia foi encontrada em um site norte americana chamado
adbusters (www.adbuster.org). 0 que eles representam?
Rede global que critica avidamente 0 "estilo de vida" contemporaneo, movido
e bombardeado pela inlormagao visual e comercial da publicidade e a ideologia de
consumo alienante que surge a partir disso. Formado par artistas, ativistas,
escritores, estudantes, educadores, empreendedores e designers. 0 alva e derrotar
as estruturas existentes de poder e forjar uma mudanc;:a importante na maneira que
vivemos neste seculo.
Exemplos de agoes leitas por essa organizagao:
FIGURA 5 - Cartaz do dia de nilo comprar nada, contra a consumismo.
39
FIGURA 6 - Cartaz do dia contra a utilizacc30 de combustlveis fasseis.
FIGURA 7 - Cartaz contra 0 dominic dos meios de comunicacc3o em massa.
40
3.3 IDENTIDADE VISUAL DA EXPOSICAO
Marca e uma representatyao simb61ica de uma entidade, qualquer que seja,
que tern per objetivo identificar e representar todo urn conceito de forma imediata.
Podendo ser representada graficamente par uma composic;:ao de urn sfmbolo el ou
logotipo, tanto individualmente quanta combinadas.
Oessa forma sera apresentacto as estudos feitos para chegar a marca
escolhida para representar a colec;:ao de cartazes.
Brainstorm
Brainstorm com palavras relacionadas com 0 conceito dos cartazes:
EXISTENCIALISMO Cartaz Protesto
Crfticas Responsabilidade Brasil
Hist6ria Guerra Paz
Armas Roubo Pensamento
Voz STENCIL Conscie!ncia
Reclamar Incomformidade Gra!iti
Arte Urbana Pixa,ao Respeito
Voz Representa,ao Dignidade
Amilise do Brainstorm
Analizando 0 Brainstorm feito, foi percebido a junc;:ao de duas palavras que
expressarn bern a conceito da colec;ao:
Existencia (existencialisrno) + Stencil = exiSTENCILisrno.
41
3.4 ADEQUACAO A LlNGUAGEM URBANA
Transformar a palavra existencilismo num grafismo que represente bern a
ideia dos cartazes como uma marca. Como S8 trata de linguagem urbana expressa
atraves de Stencil, escolher uma tipografia bern legivel e transfomorma-Ia em arte
urbana.
Existencilismo / ExiSTENCILismo - destacar a a palavra Stencil
Opc;ao de fonte legivel - Helvetica Bold
abcdefghijklmnopqrstuvwxyzABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXVZ123456789.:,;(:*!?')
FIGURA 8 - Fonte Helvetica Bold
ExiSTENCILismoPara transformar a fonte escolhida numa fente Stencil foi necessaria criar urn padrao
de cortes (aparas) para representar as tetras como mascara de Stencil.
x s -r ()Chegando aD seguinte resultado:
42
Mas ainda era necessario agregar mais elementos a marca, pois ela ainda
nao representava de maneira satisfateria 0 conceito da colec;ao.Com isso foi preciso
procurar mais elementos de arte urbana. Apes algumas pesquisas de elementos
na produ,ao das ilustra,oes:
visuais, foi escolhido a utilizac;aode manchas de tinta ou Sprays que sao utilizados
.•.\' ,.;..• - --- .-' .
•
: •.,.t;..~
:'-~.. . \.
~:: .=--,.
FIGURA 9 ~ Manchas teste
••43
Ap6s a sele~ao de algumas mais interessantes, foi feito testes com a letra E
escolhida para a marca.
FIGURA 10 - Mancha teste 2
Mancha selecionada: .,.FIGURA 11 - Mancha escolhida
Altera~ao na mancha selecionada visando demonstrar a tinta escorrendo, como se a
arte acabara de ser feita:
•FIGURA 12 - Mancha escolhida e tinta escorrendo
44
Junvao da mancha mais a tipografia da marca:
"iSTENGIUSmO.
FIGURA 13 - Mancha + tipografia da marrca
Ap6s a junvao da mancha com a tipografia da marca, ainda era necessaria urn
subtitulo explicando do que a marca se tratava:
"m:m~~~'h',!!>~~~l.FIGURA 14 - Subtitulo explicativo da marca
Para lembrar que a arte Stencil e sempre feita de maneira rapida nas ruas e
normal mente nao a tempo de urn alinhamento perfeito, no caso urn grafismo
perfeitamente reto, a marca sofreu uma inclinavao de 30° graus.
FIGURA 15 -Inclinagso 300
45
Resultado final:
:a.\stf..~~~~~i~\~r~1r'",,~(t~l- .
.~,.\ e·'·f~G\\"\~\~r~)r;oJ''''' 'l~{\t\l'OS
•; •• ,,~rt~'l_e,; .
.FIGURA 16 - La gomarca fjnal
FIGURA 17 .- Aphca9ao da marca como Stencil em muro
46
Chegado ao resultado que representa a cole<;:ao de cartazes Existencilismo,
agora apresento como sera feito os Stencils.
3.5 TUTORIAL DE STENCIL
Para se chegar a um resultado satisfat6rio foi necessario utilizar um software
de editora<;:ao grafica, nesse caso 0 Adobe Photoshop para a cria<;:ao das mascaras
do Stencil.
o 10 passo e procurar uma imagem de interesse para se fazer 0 Stencil, nesse caso
uma mascara de gas que e utilizada para entrar em lugares onde 0 ar esta infectado
ou impr6rpio para a respira.;:ao.
FIGURA 18 - Mascara de Gas
2° passo - selecionar e apagar 0 fundo da imagem.
FIGURA 19 - Mascara sem 0 fundo
47
30 passo - aumentar 0 contraste da imagem utilizando a ferramenta
Image / Adjustments / Brightness/Contrast
Brightness/Contrast [8JBrfl;;ltness: -1. CK:J
.) ~Cootrast: .., 0Ptevew
.)
FIGURA 20 - Ferramenta Brightness/Contrast
Chegando a mais au menos esse resultado:
FIGURA 21 - Contraste aumentado
Para selecionar as sam bras da imagem sera necessaria usar a ferramenta
Select / Color Range e usar 0 5 seguintes pan,metros:
olo[.Range
CiL:J~~~/ff
FIGURA 22 - Ferramenta Color Range
48
A imagem ficara preparada para serem feitas 2 mascaras, fundo e sombras.
FIGURA 23 - Mascara de sombras e mascara de fundo
Macaras prontas.
FIGURA 24 - Mascaras prontas
Nesse caso foi criado um Stencil que pode ser feito com uma ou duas cores,
dependendo da necessidade de aplica9ao da arte em rela9ao ao contraste da
imagem, lembrando que a escolha do local onde a arte sera aplicada e muito
importante.
49
FIGURA 25· Stencil utilizando apenas a mascara de sombras (1 cor)
FIGURA 26· Stencil utilizando as duas mascaras, (2 cores).
50
3.6 PROCESSO CRIATIVO DOS CARTAZES
Nesse t6pico sera apresentado as procedimentos e metodos adotados para
S8 chegar ao resultado graficos dos cartazes da coleyao.
Brainstorm de Assuntos Ligados aD Tema:
Existencialismo Cartaz
Criticas Responsabilidade
Historia GuerraARMAS ROUBO
Voz Stencil
Reclamar Incomformidade
Arte Urbana Pixac;:ao
Voz Representagao
MENSALAo Aquecimento global
Efeito Estufa Desmatamento
CICLO Desrespeito
FAVELAS Fame
Sistema Econ6mico Capitalismo
Temas escolhidos a partir do brainstorming:
•Capitalismo
• Ladroes IRoubo
• Poder
•Aquecimento Global
• Mundo Virtual
Protesto
Brasil
Paz
ASSALTO
Consciencia
Grafi!i
Respeito
Dignidade
Natureza
Extingao
POBREZA
Desemprego
Mundo Virtual
51
3.6.1 Analize das Fotos
Ap6s seJery80 das fotos, elas serao manipuladas em urn software de
FIGURA 27 - Colegao e analize de fotes
onde sera aplicado 0 Stencil.
editoragao de imagem, a Adobe Photoshop para se fazer a montagem do ambiente
+
FIGURA 28 - Soma das imagens escolhidas
52
Exemplo de resultado:
FIGURA 29 - Exemplo de resullado
o Cartaz faz aluzao a tipos de assaltos que existem em nOSSQ sociedade, de
urn lado 0 pobre que, excluido e a margem da sociedade, sob revive como pade aD
sistema capitalista, muitas vezes tendo que assaltar para sob reviver sempre atras de
dinheiro, e do outro lado 0 rico, que faz 0 seu assalto par debaixo do pan~, urn roubo
53
silencioso e burocratico (par isso sua arma esta com dispositivo silenciadar), esse
carre atras do poder. As Flechas indicam que isso e urn tipo de movimento ciclico e
vicioso e que nao ha solU9aO a curto prazo e ambos abusam da irresponsabilidade
sobre seus atos, 0 que urn faz interfere diretamento sobre a outro.
Esse e 0 metodo adotado pra gerar tdos os cartazes da Exposi9ao.
4. RESULTADOS
Como resultado final do projeto, foram feitos 5 caratazes que seguem uma
sequencia de explicayoes:
4.1 CAPETALISMO (Capitalismo)
E 0 nome que se da as atitudes econ6micas decarrentes naturalmente numa
sociedade que respeita a propriedade privada e a liberdade de contrato. As pessoas
quando sujeitas a estas condic;oes, com 0 intuito de satisfazer seus desejos elou
necessidades, tendem espontaneamente a dirigir seus esforyos no sentido de
acumular capital (economismo), a qual e entao usado como moeda de troca a fim de
adquirir os serviyos e produtos desejados. Como se perce be, 0 nome veio a calhar,
pais informa diretamente uma das principais caracteristicas imanentes, que e a
acumulo de capital (embara nenhum individuo seja obrigado legalmente a acumula-
10). 0 capital, par sua vez, pode ser adquirido elou expandido basicamente pelo
trabalho produtivo e a comercio, mas como a primeiro tam bern pode se enquadrar
na classificaC;ao de comercio, a rigor e em ultima instElncia, 0 acumulo se da pelo
comercio voluntario.
A mais rigorosa critica ao capitalismo foi feita por Karl Marx, ideo logo alemao
que propos a alternativa socialista para substituir 0 Capitalismo. Segundo 0
54
marxismo, 0 capitalismo encerra uma contradic;ao fundamental entre 0 carater social
da produc;ao e 0 carater privado da apropriac;ao, que conduz a um antagonismo
irredutivel entre as duas classes principais da sociedade capitalista: a burguesia e 0
proletariado (0 empresariado e os assalariados). 0 carater social da produg80 se
expressa pela divisao tecnica do trabalho, organizac;ao met6dica existente no interior
de cada empresa, que impoe aos trabalhadores uma atuac;ao solidaria e
coordenada. Apesar dessas caracteristicas da produc;ao, os meios de produc;ao
constituem propriedade privada do capitalista. 0 produto do trabalho social, portanto,
se incorpora a essa propriedade privada. Segundo 0 marxismo, 0 que cria valor e a
parte do capital investida em forga de trabalho, isto e, 0 capital variavel. A diferenga
entre 0 capital investido na produc;ao e 0 valor de venda dos produtos, a mais-valia
(Iucro), apropriada pelo capitalista, nao e outra coisa alem de valor criado pelo
trabalho.
Segundo os Marxistas, 0 sistema capitalista nao garante meios de
subsistencia a todos os membros da sociedade. Pelo contrario, e condic;ao do
sistema a existencia de uma massa de trabalhadores desempregados, que Marx
chamou de exercito industrial de reserva, cuja funC;80 e controlar, pela pr6pria
disponibilidade, as reivindicac;oes operarias. 0 conceito de exercito industrial de
reserva derruba, segundo os marxistas, os mitos liberais da liberdade de trabalho e
do ideal do pleno emprego.
o pressuposto do interesse individual, estimulando a acumulac;ao do capital
sem barreira alguma leva, por sua 16gica interna, a explorac;ao do trabalho para a
acumulac;ao do capital e para proveito do individuo a custa de suas relac;oes de
solidariedade com os outros. Esse e 0 erro do "economismo", que leva ao
materialismo. Se a lei e a de que "quem tem mais, pode mais", a conseqOencia disso
55
sera a luta descontrolada, competitiva e desumana, onde um vai sempre tentar
destruir 0 outro e a (mica coisa que conta e 0 lucro.
As rela<;:oes pessoais e sociais passam a ser todas "verticais", de cima para
baixo, pois a conseqOencia da competi<;:ao e concorrencia desenfreada vao colocar
uns acima dos outros. Alguns vao ter mais, e como conseqOemcia veo poder mais. E
essa rela,ao de posse, ou propriedade absoluta, que da origem as diferen,as entre
as pessoas, diferen<;:as entre pessoas que sao construidas injustamente, atraves da
domina<;:ao e da explora<;:ao. Uma analise mais detalhada do nosso quotidiano vai
revelar que essas rela<;:oes propositadamente desiguais, alem de servir de base para
injusti<;:as e opressoes, sao continuamente alimentadas, principalmente pela
propaganda e publicidade, que se serve dessas rela,Des de prestigio, poder, status,
etc., para vender seus produtos e levar ao consumismo. Todas essas sao rela<;:oes
que negam a fraternidade e a solidariedade.
56
4.2 EXCLUsAo SOCIAL (Roubo)
"A sociedade prepara 0 crime, 0 criminoso 0 camete" (Frase popular).
Seguindo a pensamento Marxista em que 0 sistema capitalista nao garante
meios de subsistencia a todos as membros da sociedade e pelo contrario, econdir;80 do sistema a existencla de uma massa de trabalhadores desempregados e
Dutra massa muito menor detentora de maior poder econ6mico. IS50 aeaba gerando
series problemas socia is, de urn lado a luta pela sobrevivencia e do outro a
desenfreada guerra par mais poder (Dominic Economico). 0 pobre tenta sobreviver
da maneira que consegue e a maiaria das vezes tern que cometer crimes (a55alto)
para sob reviver e conseguir urn pouco das condic;oes basicas de vida que 0 sistema
S8 nega a Ihe proporcionar. Do outro lado estao os ricos que cad a vez mais querem
poder econ6mico e essa gana por poder faz gerar outro tipo de assalto, um mais
silencioso, por debaixo das regras e leis, onde ele rouba 0 dinheiro que 0 sistema
capitalista cobrava, atraves de impostos, para tentar melhorar a vida dos pobres.
58
FIGURA 31 - 2° Exclusao Social
4.3 GUERRA PELO PODER
Seguindo a ideia de que quem tem mais pode mais dentro do sistema
capitalista, alguns governantes do mundo tem 0 objetivo de dominar 0 sistema por
inteiro, e a melhor maneira de fazer isso e controlando os meios de produ9ao de
energia que basicamente vem do petr6leo. Para essa tentativa e necessario
provocar as guerras. E quem ira guerrear para atingir tal objetivo? A res posta e
6bvia, todos aqueles que 0 sistema capitalista nao conseguiu absorver como forya
trabalhista, eles precisam sobreviver de alguma maneira e se submetem a guerrear
por um ideal que nao e 0 pr6prio. Vao a batalha com 0 unico objetivo de sustentar as
suas familias.
59
4.4 AQUECIMENTO GLOBAL
Consumismo e 0 ato de consumir produtos ou serviyos, muitas vezes, sem
consciencia. Ha varias discussoes a respeito do tema, entre elas 0 tipo de influencia
que a propaganda e a publicidade exercem nas pessoas. Muitos alegam que elas
induzem ao consumo desnecessario, sendo este urn fruto do capitalismo.
A explica9E1o da compulsao pelo consumo talvez possa S8 amparar em bases
hist6ricas. 0 mundo nunca mais foi 0 mesmo apas a Revolu98.0 Industrial. A
industrializ8y8.0 agilizou 0 processo de fabricac;:ao, 0 que nao era passive I durante 0
periodo artesanal. A industria trouxe 0 desenvolvimento, num modele de economia
liberal, que hoje leva ao consumismo alienado de produtos industrializados. Para
manter essa vontade de consumo insana e necessario aumentar a produ9ao dos
produtos desejados, e para isso e necessario aumentar a produ9ao de energia.
Como a principal fonte de gera\,ao de energia e a de combustivel fossil (petroleo) e
ela se caracteriza pela emissao de gazes poluentes na atmosfera, acabamos sendo
respons;3veis par serios danos a natureza de nosso planeta, 0 Aquecimento Global
(aumento da temperatura media dos oceanos e do ar perto da superficie da Terra
que se tem verificado nas decadas mais recentes causado pela emissao de gazes
poluentes, efeito estufa, na atmosfera terrestre).
61
FIGURA 33 - 4° Aquecimento Global
4.5 MUNDO VIRTUAL
E para finalizar existem aquelas pessoas que estao inseridas dentro do
sistema capitalista de forma confortavel e com boa estabilidade financeira, mas
mesmo assim se negam a viver nessa loucura toda, e procuram criar novas
realidades para suas vidas. Como nossa tecnologia evoluiu absurdamente nos
ultimos anos somas capazes de criar uma vida no mundo digital, a Realidade Virtual
ou Mundo Virtual. Onde hoje existem jogos eletr6nicos em que voce tem um
emprego, precisa se alimentar, pode fazer exercicios, namorar, fazer compras .. ate
usar drogas virtuais (ex. Second Life). Uma especie de fuga da realidade.
62
5. CONCLUSAO
Projeto de experimentac;:ao e uniao de tenicas com intuito de criticar 0 modo
de vida do homem madema. Os resultados forarn 5 cartazes dividos em 5 temas.
Em todos foram utilizados simbolos, sinais e leones contemporimeos com a inten9ao
de passar uma mensagem de protesto. Com urn publico alvD bern especificado
concluo que os cartazes atingiram sua meta de fazer 0 espectador absorver a
mensagem desejada.
64
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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DE SOUZA, Pedro, Notas para uma hist6ria do design - Editora 2AB, Rio de Janeiro,2000.
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MUNARI, Bruno, Das caisas nascern as caisas, Editora Martins Fontes, Sao Paulo,1998.
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Revistas:ABC designDesign Grilfico
TCC's:Maria de Azevedo, Michele dos Santos, Rubia de Oliveirao usa DA COR NO AMBIENTE DE TRABALHO - UMA ERGONOMIA DAPERCEP~AO - UFSC
ARTIGOS:Ericson StraubOs Cartazes Russos e a comunicayao em massa - revista ABC Design
Diana DobranszkyA Fotografia entre a arte e a maquina - UNICAMP
Sites:http://www.colori.com.brhttp://www.ibge.com.br
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