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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Felipe Campos de Souza
Ivo Raphael Pascoal
Vitor Barbosa Boasquives
IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJES COM USO DE MANTA ASFÁLTICA
Estudo de caso no tratamento de infiltração em laje de cobertura
Governador Valadares
2011
Felipe Campos de Souza
Ivo Raphael Pascoal
Vitor Barbosa Boasquives
IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJES COM USO DE MANTA ASFÁLTICA
Estudo de caso no tratamento de infiltração em laje de cobertura
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Engenheiro Civil apresentado à faculdade de Engenharia civil da Universidade Vale do Rio Doce.
Orientares: Raul Amorim de Castro
Rosalvo F. Biondi de Novaes
Governador Valadares
2011
Felipe Campos de Souza
Ivo Raphael Pascoal
Vitor Barbosa Boasquives
IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJES COM USO DE MANTA ASFÁLTICA
Estudo de caso no tratamento de infiltração em laje de cobertura
Trabalho de conclusão de curso para obtenção do título de Engenheiro Civil apresentado à faculdade de Engenharia civil da Universidade Vale do Rio Doce.
Governador Valadares, ___ de ____________ de _____.
Banca Examinadora:
__________________________________________ Eng. Rosalvo F. Biondi de Novaes
Universidade Vale do Rio Doce
__________________________________________ Prof. Anderson Caetano Gusmão Universidade Vale do Rio Doce
__________________________________________ Prof. Oton Silva
Universidade Vale do Rio Doce
Dedicamos todas as nossas conquistas e
vitórias primeiramente a Deus, e aos
nossos familiares que sempre nos
apoiaram durante nossa caminhada.
AGRADECIMENTOS
Sou profundamente agradecido à inúmeras pessoas que me apoiaram
quando necessitei.
Agradeço aos meus pais Gerson Carlos de Souza e Márcia Regina Campos
de Souza, e minha irmã Jéssica Campos de Souza pelo carinho e dedicação.
Ao meu irmão Leandro Campos de Souza pela compreensão e apoio
quando precisei me ausentar da empresa, para conclusão deste estudo.
(Felipe Campos de Souza)
Agradeço ao meu pai Agenor Pascoal e ao meu irmão Felipe Pascoal pelo
conhecimento técnico repassado à mim ao longo desses anos.
À minha mãe Sônia Raphael e minha irmã Lorena Pascoal pelo carinho e
dedicação.
(Ivo Raphael Pascoal)
Agradeço intensamente aos meus pais Helton Alves Boasquives e Márcia
Valeria Barbosa Boasquives pelo apoio nesses 5 anos de batalha.
Aos amigos e colegas pelas parcerias adquiridas
(Vitor Barbosa Boasquives)
Agradecemos a todos os amigos que conquistamos na Universidade durante este
curso.
Ao professor Raul de Cássio Amorim pelo apoio como orientador.
Ao engenheiro Rosalvo F. Biondi de Novaes, da Impermax, que nos ajudou com
todo o seu conhecimento técnico na área.
RESUMO
Este trabalho foi elaborado, com a proposta de demonstrar, através de um estudo de
caso, a aplicação da manta asfáltica com a finalidade de impermeabilizar a cobertura
de um prédio comercial, solucionando assim os problemas decorrentes da infiltração
através da laje. A obra estudada localiza-se na cidade de Governador Valadares -
MG. O principal objetivo da pesquisa, além de demonstrar a importância da
impermeabilização no aumento da vida-útil das estruturas, foi comprovar a eficácia
do sistema com uso das mantas asfálticas. Já como objetivo específico, através da
análise das atividades, demonstrar os procedimentos corretos de aplicação
conforme as premissas da NBR 9574. Através de um estudo dos resultados, a
manta asfáltica se mostrou eficaz em eliminar completamente a infiltração,
resultados estes comprovados através do teste de estanqueidade. Os resultados
também salientam a importância da impermeabilização das estruturas de forma
preventiva ao invés da corretiva.
Palavras - Chave: Impermeabilização. Manta asfáltica.
ABSTRACT
This work was done with the proposal to demonstrate, through a case study, the
application of the asphaltic membrane system in order to waterproof the cover of a
commercial building, solving the problems due to the infiltration through the roof. The
building studied was located in the city of Governador Valadares - MG. The main
objective of the research, was besides demonstrate the importance of protect the
structures from water and how it affects on increasing their shelf-life, and to prove the
effectiveness of the system using the asphaltic membrane. Our specific goal, by the
analyses of the activities, was demonstrate the correct procedures for application as
the premises of NBR 9574. Through a study of the results, the asphaltic membrane
was effective in completely eliminating infiltration, confirmed these results by testing
water leakage. The results also underscore the importance of sealing structures in a
preventive mode rather than corrective.
Keywords: Waterproof. Asphaltic membrane.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 - Detalhes de arremate.............................................................................42
Figura 02 - Detalhes de arremate 2............................................................................42
Figura 03 - Detalhes de contorno...............................................................................44
Figura 04 - Telhado Verde 1.......................................................................................50
Figura 05 - Telhado verde 2.......................................................................................50
Figura 06 - Telhado verde 3.......................................................................................51
Figura 07 - Hotel imperial de Tóquio..........................................................................52
Figura 08 - City hall de Chicago.................................................................................53
Figura 09 - Planta baixa área impermeabilizada........................................................59
Figura 10 - Detalhe impermeabilização da calha.......................................................60
Figura 11 - Detalhe impermeabilização da calha 2....................................................61
Figura 12 - Detalhe impermeabilização da laje..........................................................62
Figura 13 - Detalhe impermeabilização das torres de resfriamento...........................63
Figura 14 - Detalhe Impermeabilização dos rodapés.................................................64
Figura 15 - Detalhe Impermeabilização soleira..........................................................65
Figura 16 - Detalhe Impermeabilização da base da torre..........................................66
Figura 17 - Detalhe ralo de drenagem........................................................................67
Figura 18 - Demolição do revestimento......................................................................68
Figura 19 - Retirada da impermeabilização antiga.....................................................69
Figura 20 - Detalhe dos arremates.............................................................................70
Figura 21 - Aplicação da argamassa de regularização, nos rodapés........................71
Figura 22 - Aplicação da argamassa de regularização, para arredondamento dos
cantos.........................................................................................................................72
Figura 23 - Aplicação da solução asfáltica.................................................................73
Figura 24 - Manta tipo III 4mm pp............................................................................. 74
Figura 25 - Instalação das mantas com a utilização do maçarico..............................75
Figura 26 - Mantas aplicadas com detalhes de arremate e soleira............................76
Figura 27 - Arremates das quinas..............................................................................77
Figura 28 - Colocação da manta autoprotegida com acabamento aluminizado nas
calhas.........................................................................................................................78
Figura 29 - Fechamento dos ralos..............................................................................79
Figura 30 - Enchimento da área isolada para teste de estanqueidade......................79
Figura 31 - Execução da proteção mecânica primária...............................................80
Figura 32 - Contrapiso com juntas de dilatação.........................................................81
Figura 33 - Piso acabado...........................................................................................82
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Classificação dos asfaltos oxidados para impermeabilização (NBR
9910)..........................................................................................................................25
Tabela 02 - Descrição dos materiais utilizados no serviço de impermeabilização.....56
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 17
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 17
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 17
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 18
4 METODOLOGIA DE PESQUISA E ESTUDO ........................................................ 19
5 REVISÃO LITERÁRIA ........................................................................................... 20
5.1 INFILTRAÇÃO ..................................................................................................... 20
5.2 TIPOS E CONCEITOS DE INFILTRAÇÃO ......................................................... 20
5.2.1 Infiltrações capilares ...................................................................................... 21
5.2.2 Infiltração de fluxo superficial ....................................................................... 21
5.2.3 Absorção higroscópica e condensação capilar .......................................... 21
5.3 DANOS CAUSADOS PELA UMIDADE ............................................................... 22
5.3.1 Manchas .......................................................................................................... 22
5.3.2 Corrosão biológica ......................................................................................... 23
5.3.3 Mofo ................................................................................................................. 23
5.3.4 Eflorescência .................................................................................................. 23
5.3.5 Ferrugem ......................................................................................................... 23
5.3.6 Deterioração ................................................................................................... 24
5.4 NORMAS ABNT .................................................................................................. 24
5.5 IMPERMEABILIZAÇÃO....................................................................................... 25
5.5.1 Tipos de impermeabilização .......................................................................... 26
5.5.1.1 Impermeabilizações rígidas ........................................................................... 26
5.5.1.2 Plásticas ou elásticas .................................................................................... 28
5.5.1.3 Laminares ...................................................................................................... 28
5.6 MATERIAIS BETUMINOSOS .............................................................................. 29
5.6.1 Classificação dos materiais betuminosos ................................................... 30
5.6.2 Propriedades básicas .................................................................................... 31
5.6.2.1 Dureza ........................................................................................................... 32
5.6.2.2 Ponto de amolecimento ................................................................................. 32
5.6.2.3 Viscosidade ................................................................................................... 32
5.6.2.4 Ductilidade ..................................................................................................... 33
5.6.2.5 Massa específica ........................................................................................... 33
5.6.2.6 Ponto de fulgor .............................................................................................. 33
5.6.2.7 Betume total .................................................................................................. 33
5.7 TEORIA DO FUNCIONAMENTO DA IMPERMEABILIZAÇÃO ........................... 34
5.7.1 Tipos de vedação ........................................................................................... 34
5.7.1.1 Vedação por introdução de aditivo no concreto ............................................ 34
5.7.1.2 Vedação por introdução de aditivo na argamassa ........................................ 34
5.7.1.3 Vedação por tamponamento ......................................................................... 34
5.8 MANTAS ASFÁLTICAS....................................................................................... 35
5.8.1 Características e desempenho das mantas ................................................. 35
5.8.2 Estruturantes .................................................................................................. 37
5.8.2.1 Filme de polietileno........................................................................................ 38
5.8.2.2 Filme de poliéster .......................................................................................... 38
5.8.2.3 Feltro de poliéster .......................................................................................... 38
5.8.2.4 Véu de fibra de vidro ..................................................................................... 38
5.8.2.5 Filme de PVC ................................................................................................ 39
5.8.3 Tipos de mantas ............................................................................................. 39
5.8.3.1 Mantas elastoméricas .................................................................................... 40
5.8.3.2 Mantas modificadas com polímeros .............................................................. 40
5.8.3.3 Mantas plastoméricas .................................................................................... 41
5.9 IMPERMEABILIZAÇÃO DE COBERTURAS PLANAS COM MANTAS
ASFÁLTICAS ............................................................................................................ 41
5.9.1 Detalhes de arremate ..................................................................................... 42
5.9.2 Preparação da obra para receber impermeabilização ................................. 43
5.9.2.1 Preparo da Superfície.................................................................................... 43
5.9.2.2 Preparo dos contornos .................................................................................. 43
5.9.2.3 Instalação de tubulações ............................................................................... 45
5.9.2.4 Providências relativas à área de trabalho ...................................................... 45
5.10 IMPERMEABILIZAÇÃO COM RESINAS TERMOPLÁSTICAS ........................ 46
5.10.1 Campos de aplicação ................................................................................... 46
5.11 TESTE DE ESTANQUEIDADE ......................................................................... 46
5.12 TELHADO VERDE ............................................................................................ 46
5.12.1 Benefícios ..................................................................................................... 47
5.12.2 Instalação e execução .................................................................................. 48
5.12.3 Manutenção .................................................................................................. 49
5.12.4 Custos ........................................................................................................... 49
6 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 54
6.1 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA .......................................................................... 54
6.2 PROJETO EXECUTIVO DE IMPERMEABILIZAÇÃO ......................................... 54
6.2.1 Memorial descritivo ........................................................................................ 54
6.2.1.1 Objetivo ......................................................................................................... 54
6.2.1.2 Método Executivo .......................................................................................... 55
6.2.1.3 Calhas e coletores pluviais ............................................................................ 55
6.2.1.4 Lajes .............................................................................................................. 55
6.2.1.5 Execução dos serviços .................................................................................. 56
6.2.1.5.1 Materiais ..................................................................................................... 56
6.2.1.5.2 Preparação da superfície ........................................................................... 56
6.2.1.5.3 Detalhes dos arremates ............................................................................. 57
6.2.1.5.4 Forma de aplicação .................................................................................... 57
6.2.1.5.5 Proteção mecânica ..................................................................................... 57
6.2.1.5.6 Teste de estanqueidade ............................................................................. 58
6.2.2 Desenhos ........................................................................................................ 58
6.2.2.1 Planta baixa cobertura ................................................................................... 59
6.2.2.2 Detalhe 1 - Calha .......................................................................................... 60
6.2.2.3 Detalhe 2 - Calha .......................................................................................... 61
6.2.2.4 Detalhe 3 - Laje ............................................................................................. 62
6.2.2.5 Detalhe 4 - Torre de resfriamento ................................................................. 63
6.2.2.6 Detalhe 5 - Rodapé ....................................................................................... 64
6.2.2.7 Detalhe 6 - Soleira ......................................................................................... 65
6.2.2.8 Detalhe 7 - Base torre ................................................................................... 66
6.2.2.9 Ralo de drenagem..........................................................................................67
6.3 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS EXECUTADOS .................................... 68
7 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 83
ANEXOS ................................................................................................................... 87
ANEXO A - NBR 9574 - Execução de impermeabilização – Procedimento .............. 88
ANEXO B - Reportagem do portal R7 notícias, referente à ponte dos remédios, que
teve desabamento da mureta lateral, com oxidação das ferragens e deteriorização
da estrutura, devido à falta de manutenção. ........................................................... 112
14
1 INTRODUÇÃO
Analisando a história, é possível identificar vários sistemas de
impermeabilizações desenvolvidos pelo homem, mesmo nos tempos mais
primórdios, por volta 3000 A. C.
Pode-se dizer que os primeiros materiais usados pelo homem, em
impermeabilizações, foram os betuminosos, ou seja, os asfaltos e alcatrões; tem-se
notícia do emprego destes materiais na impermeabilização de terraços, piscinas,
etc., desde 3000 A.C. Noé impermeabilizou a arca com óleos e betumes. As
muralhas da China foram protegidas com betume natural e as pirâmides, os
sarcófagos e até as múmias com impermeabilizações diversas, inclusive óleos
aromáticos.
A primeira utilização de material betuminoso em coberturas de forma
semelhante a que conhecemos atualmente deu-se em 1790, na Suécia, em tábuas
revestidas com papel e impermeabilizadas com alcatrão. Por volta de 1845
começaram a ser utilizados, nos Estados Unidos, feltros impregnados de alcatrão
para coberturas. De início utilizou-se o alcatrão de madeira, depois o alcatrão de
hulha, e por fim o asfalto oxidado, desenvolvido em 1894.
Visando evitar os problemas gerados pela necessidade de aquecimento do
asfalto nas obras, sejam de pavimentação ou de impermeabilização, surgiram, no
final do séc. XIX, as primeiras emulsões asfálticas. Este sistema de
impermeabilização consiste na aplicação de diversas camadas de emulsões
asfálticas, intercaladas com uma armadura, que geralmente é um véu de fibra de
vidro. Apesar de grande facilidade de aplicação, o sistema não chega a atingir os
mesmos valores de flexibilidade, durabilidade, etc., do sistema feltro asfáltico e
asfalto. Foram também utilizadas impermeabilizações à base de metal dúctil (cobre,
por exemplo) e asfalto, atualmente em desuso devido principalmente a problemas de
custo.
Com o grande desenvolvimento da indústria dos polímeros sintéticos, a partir
do inicio do séc. XIX, surgiram novos materiais, cujas características de
impermeabilidade, elasticidade, extensibilidade, etc., possibilitaram o
desenvolvimento de sistemas de impermeabilização de desempenho comparável ao
do feltro asfáltico e asfalto, apresentando em geral, maior facilidade de execução.
Surgiram desta forma diversos sistemas de impermeabilização, sejam moldados no
15
local (como os tradicionais sistemas asfálticos), ou pré-fabricados. É o caso, por
exemplo, dos sistemas à base de elastômeros sintéticos (sistema neoprene e
hypalon e mantas de butil), utilizados desde a década de 30, e das mantas de PVC.
Vem tendo também um grande desenvolvimento o uso de mantas asfálticas pré-
fabricadas, bem como uso, em sistemas moldados no local, de diversos outros
polímeros e de asfaltos modificados com polímeros.
Nossa pesquisa foi movida com o intuito de mostrar que a grande falha das
construções de hoje em dia é a falta de impermeabilização nas estruturas da
edificação, o que acarreta ou acelera os problemas estruturais trazendo
conseqüências para os proprietários dos imóveis. Apesar da obrigatoriedade de
diversas leis federais, estaduais e municipais, a maioria das pessoas desconhece os
benefícios da impermeabilização. Esse assunto é tão sério que muitos engenheiros
defendem que, além de projetos hidráulico, elétrico, entre outros, deveria existir um
projeto técnico específico de impermeabilização, pois são vários os vícios
construtivos recorrentes em obras pela falta dessa prática.
Outro fator que nos levou a pesquisar sobre o assunto, é que mesmo sendo
um tema de grande importância na engenharia civil, é abordado de forma sucinta
pelo curso, de uma maneira geral, nas universidades do país, portanto um dos
objetivos do estudo é divulgar e salientar a importância do tema abordado.
Em relação à parte financeira, qualquer atividade que envolve canalização
de recursos financeiros, é necessário que seja feita uma análise de relação
custo/benefício. Quando se trata de impermeabilização não é diferente. Se
estudarmos o custo de uma boa impermeabilização, veremos que varia entre 1% a
3% do custo total da obra. Se os serviços forem executados apenas depois de
constatar problemas com infiltrações na edificação já pronta, o custo com a
impermeabilização ultrapassa, em muito, este percentual. Isto porque refazer o
processo de impermeabilização pode gerar um acréscimo de 10% a 15% do valor do
serviço. (BIONDI, 2011)
Pelo que se expôs, como em tudo na construção civil, a impermeabilização
também deve ser pensada em detalhes, usando as especificações corretas tanto em
termos técnicos quanto atendendo às normas específicas. Faz-se necessário prestar
uma atenção especial a esses detalhes, com ênfase na inspeção periódica da
edificação, tanto no que diz respeito à pintura e à impermeabilização, como também
16
em instalações hidráulicas, aterramentos, pára-raios, calçadas, rufos etc. pois, de
uma forma ou de outra, todos estes itens influenciam na eficiência da
impermeabilização e, por extensão, da conservação das edificações.
Diante do que foi explanado, estabeleceu-se como objetivo geral:
Comprovar a eficácia do sistema de impermeabilização por meio de
mantas asfálticas.
Salientar a importância da impermeabilização na construção civil.
Como objetivos específicos, enquadram-se:
Descrever a metodologia de preparação e aplicação da manta asfáltica a
fim de solucionar problemas de infiltrações conforme as premissas da
NBR 9574.
17
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral da pesquisa é demonstrar a importância da
impermeabilização na construção civil, e comprovar a eficácia do sistema de
impermeabilização com mantas asfálticas.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Como objetivos específicos, foi definido demonstrar através das análises das
atividades, os procedimentos corretos de aplicação das mantas asfálticas conforme
as premissas da NBR 9574.
18
3 JUSTIFICATIVA
Pela extrema importância que a impermeabilização representa, observou-se
que o tema não é tratado com a ênfase necessária no curso de engenharia civil nas
faculdades do país, visto que a prevenção contra a infiltração está diretamente
ligada à vida útil da estrutura.
Nota-se também que é uma área com certa escassez de conhecimento,
portanto o desenvolvimento deste trabalho pode vir a enriquecer a comunidade
acadêmica à respeito do assunto.
19
4 METODOLOGIA DE PESQUISA E ESTUDO
Para a execução deste trabalho, foram necessárias pesquisas bibliográficas,
onde foram utilizados livros, internet e normas da ABNT.
Em relação à pesquisa foi adotada a modalidade de estudo de caso devido à
melhor compreensão proporcionada em relação aos processos desenvolvidos no
tratamento de patologias referentes à infiltração, com a análise das etapas e
processos de aplicação das mantas asfálticas.
20
5 REVISÃO LITERÁRIA
5.1 INFILTRAÇÃO
Os problemas de umidade quando surgem nas edificações, sempre trazem
um grande desconforto e degradam a construção rapidamente, sendo as soluções
na maiorias das vezes caras.
Conforme PEREZ (1985), a umidade nas construções representa um dos
problemas mais difíceis de serem corrigidos dentro da construção civil. Essa
dificuldade está relacionada à complexidade dos fenômenos envolvidos e à
falta de estudos e pesquisas. Essa carência ainda é percebida hoje, mais de
20 anos após elaboração do trabalho do autor citado. (SOUZA, 2008, p.3)
Existem diversos tipos de infiltrações causadoras de patologias nos
materiais utilizados nas edificações como, por exemplo, no reboco, na pintura, no
concreto, no aço, entre outros. Este tipo de patologia, além de interferir na
durabilidade da obra é prejudicial à saúde do homem, uma vez que o ambiente
úmido abriga microorganismos (fungos) que são responsáveis pelo
desencadeamento de doenças. Ademais, podem gerar desgaste físico e emocional
nos proprietários, visto que a recuperação da obra implica gastos financeiros
e problemas na comodidade dos moradores.
5.2 TIPOS E CONCEITOS DE INFILTRAÇÃO
A infiltração é o processo pelo qual a água penetra nas camadas superficiais
do solo, se move para baixo através dos vazios pela ação da gravidade, até atingir
uma camada impermeável, formando um lençol d‟água.
Se tratando de edificações podemos caracterizá-la pela passagem da água
do meio exterior para o interior, que penetra por capilaridades através de fissuras ou
trincas existentes no contrapiso, revestimentos etc.
Os tipos de infiltrações são
Capilar
21
De fluxo superficial
Higroscópica
Por condensação capilar
5.2.1 Infiltrações capilares
Quando se tem materiais de construção em contanto direto com o terreno
úmido e sem impermeabilização, ocorre a absorção da água na forma capilar. Esse
é o mecanismo típico de umidade ascendente. A água é conduzida, através de
canais capilares existentes no material, pela tensão superficial. Caso não haja
ventilação, a água será transportada gradualmente para cima, pela capilaridade. O
método mais adequado para combater umidade ascendente em paredes é por meio
de impermeabilização horizontal eficaz (de difícil execução se a obra já estiver
concluída).
5.2.2 Infiltração de fluxo superficial
Caso o local que está em contato com o terreno não tenha recebido
impermeabilização vertical eficaz, ocorrerá absorção de água (da terra úmida) pelo
material de construção absorvente (através de seus poros), que poderá se
intensificar caso a umidade seja submetida a certa pressão, como no caso de fluxo
de água em piso com desnível. Neste caso, deverá ser adotada impermeabilização
vertical e, se necessário, drenagem.
5.2.3 Absorção higroscópica e condensação capilar
Em ambos a água é absorvida na forma gasosa. Na condensação capilar, a
pressão de vapor de saturação da água diminui, ou seja, ocorre umidade de
condensação abaixo do ponto de orvalho (17oC). Quanto menores forem os poros
do material de construção, mais alta será a quantidade de umidade produzida por
condensação capilar. Além das dimensões dos poros, o mecanismo depende
principalmente da umidade relativa do ar. Quanto maior for a umidade relativa,
maiores serão os vazios dos poros do material de construção que poderão ser
22
ocupados pela condensação capilar. Um ambiente com umidade relativa do ar em
torno de 70% produz, nos materiais de construção, certa quantidade de umidade por
condensação capilar, cujo valor se denomina umidade de equilíbrio. Caso o material
de construção contenha sais, a umidade de equilíbrio pode variar
consideravelmente.
O mecanismo de absorção higroscópica da umidade é desencadeado do ar,
do grau e do tipo de salinização. Naturalmente, a absorção higroscópica da umidade
desempenha papel especial nas partes da edificação que se apresentam salinizadas
por umidade ascendente. Os locais subterrâneos e o térreo são os mais atingidos
por esse fenômeno. (UEMOTO, 1988).
5.3 DANOS CAUSADOS PELA UMIDADE
A umidade é um fator causador de diversas patologias nos elementos
construtivos de uma edificação, portanto deve-se ter uma atenção especial a esse
tipo de problema.
De acordo com RIPPER (1986), a umidade manifesta-se em diversos
elementos estruturais das edificações como pisos, paredes, fachadas e elementos
de concreto armado. As manifestações mais comuns são as manchas de umidade,
corrosão, bolor ou mofo, algas, liquens, eflorescências, descolamento de pinturas,
revestimentos e desagregações de argamassa de revestimento. Consequentemente
gerando desconforto aos usuários, condições de insalubridade, podendo afetar a
saúde dos moradores, danos em equipamentos e bens presentes nos interiores das
edificações além da desvalorização do imóvel causada pela alteração do aspecto
estético.
5.3.1 Manchas
O aparecimento de manchas se deve à saturação de água nos materiais,
devido à infiltrações. As manchas podem se apresentar com coloração
diferenciadas, como marrom, verde e preta. Os revestimentos que sofrem ação da
umidade e de microorganismos, os quais provocam o surgimento de algas e mofo,
apresentam manchas pretas e verdes. (BAUER, 2008).
23
5.3.2 Corrosão biológica
A corrosão biológica ocorre quando superfícies constantemente úmidas de
materiais de construção abrigam colônias de bactérias, mofos, algas, que possuem
metabolismo ativo. Essas superfícies afetadas são mantidas permanentemente
úmidas pelos organismos e por precipitação de produtos metabólicos podendo
chegar inclusive a gerar uma salinização adicional do material. BAUER (2008).
5.3.3 Mofo
Conforme YAZIGI (1998), o mofo ou emboloramento tem como característica
o desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos. Em geral
possuem uma coloração esverdeada, e desenvolvem em diversos materiais.
5.3.4 Eflorescência
De acordo com UEMOTO (1988), o termo eflorescência tem como
significado a formação de depósito salino na superfície de alvenaria, isto
sendo resultado da exposição de intempéries. (SOUZA, 2008, p.41)
As eflorescência podem alterar a aparência da superfície sobre a qual se
depositam e em determinados casos seus sais constituintes podem ser agressivos,
causando desagregação profunda. Eflorescência é a formação de sais solúveis, que
se depositam nas superfícies dos materiais, carreados do seu interior pela umidade
que os atravessa formando manchas brancas, ou em outras situações aumentando
o volume, na forma de estalactites. O teor de sais solúveis existentes nos materiais
ou componentes, a presença de água e a pressão hidrostática necessária para que
a solução migre para superfície. A água em geral é proveniente da umidade do solo;
da água da chuva acumulada antes da cobertura da obra ou infiltrada através de
alvenaria, entre outros.
5.3.5 Ferrugem
24
Com a presença de umidade nas ferragens, ocorre o processo de oxidação
da mesma, que é a transformação lenta de um metal em seus óxidos. O processo de
ferrugem é complexo, e não será descrito neste trabalho, porém é essencial proteger
as ferragens da umidade, a fim de se obter um maior tempo de vida útil da
estrutura.
5.3.6 Deterioração
Todos os defeitos citados antes são causados pela água, ou por ela
conduzidos, ou afetados. Esses defeitos vão aos poucos deteriorando os materiais e
a obra construída. Logo, a impermeabilidade é também uma exigência de duração, e
não somente de aparência ou acabamento.
5.4 NORMAS ABNT
Para um maior conhecimento sobre a impermeabilização, existem normas
técnicas da ABNT que deverão ser atendidas para garantir a estanqueidade das
partes construtivas, bem como a salubridade, segurança e conforto do usuário. A
seguir estão descritas algumas das normas técnicas que poderão auxiliar no projeto,
especificação e execução de impermeabilização.
NBR 9574 - Execução de Impermeabilização.
NBR 9575 - Impermeabilização - Seleção e Projeto.
NBR 9685 - Emulsões asfálticas sem carga para impermeabilização.
NBR 9686 - Solução asfáltica como primer na impermeabilização.
NBR 9910 - Asfaltos modificados para impermeabilização.
NBR 9952 - Mantas asfálticas com armadura para impermeabilização.
NBR 11905 - Sistema de Impermeabilização com cimento
impermeabilizante e polímeros.
NBR 13121 - Asfalto elastomérico para a impermeabilização.
NBR 13724 - Membrana asfáltica para impermeabilização, moldada no
local, com estruturantes.
25
5.5 IMPERMEABILIZAÇÃO
Impermeabilizar é o ato de isolar e proteger os materiais de uma edificação
da passagem indesejável de líquidos e vapores, mantendo assim as condições
normais da construção. É uma técnica que consiste na aplicação de produtos
específicos com o objetivo de proteger as diversas áreas de um imóvel contra a
ação de águas que podem vir da chuva, de lavagem, de banhos ou de outras
origens.
A falta ou o uso inadequado da impermeabilização compromete a
durabilidade da edificação, causando prejuízos financeiros e danos à saúde. A água
infiltrada nas superfícies e nas estruturas afeta o concreto, sua armadura e as
alvenarias. O ambiente fica insalubre devido à umidade, fungos e mofo, diminuindo a
vida útil da edificação, sem falar no desgaste físico e emocional do proprietário ou
usuário que sofre com a má qualidade de vida causada pelos problemas existentes
no imóvel.
Conforme já vimos, em obras comerciais, industriais ou residenciais, a
impermeabilização deve ter um projeto específico, que detalhe os produtos e a
forma de execução das técnicas de aplicação dos sistemas ideais de
impermeabilização para cada caso. A indicação do sistema a usar depende de cada
tipo de estrutura sobre a qual se queira impermeabilizar.
Impermeabilizar não é só aplicar produtos químicos, visa obter 100% de
estanqueidade.
Para isso devemos observar as seguintes fases:
Projeto de impermeabilização
Materiais impermeabilizantes
Mão de obra de aplicação
Qualidade da construção
Fiscalização
Orientação aos usuários composição do projeto
Memorial descritivo
Plantas com detalhes específicos
26
Especificação e localização dos materiais a serem utilizados
Definição dos serviços a serem realizados
Planilha quantitativa de serviços e materiais aplicados
Estimativa de custos dos serviços descritos
5.5.1 Tipos de impermeabilização
Existem três tipos de impermeabilizações, relacionadas quanto à forma e
aos materiais usados em sua execução.
Rígidas
Plásticas ou elásticas
Laminares
5.5.1.1 Impermeabilizações rígidas
As impermeabilizações rígidas são os concretos que se tornam
impermeáveis pela inclusão de um aditivo, e os revestimentos com argamassas,
tratados da mesma forma.
Estes aditivos funcionam com a finalidade de estancar os vazios do concreto
de modo que a água não possa penetrar.
Há diferentes tipos de impermeabilizantes rígidos. Os mais utilizados pela
construção brasileira são os cimentícios modificados com polímeros acrílicos e os
cimentícios aditivados com substâncias cristalizantes, que reagem com o cimento
formando cristais de silicatos que entopem a estrutura porosa do concreto. Menos
utilizadas, há também as membranas epóxi modificadas com adições.
Nos últimos anos, porém, segundo o engenheiro Leonel Tula, gerente
técnico do Laboratório de Concreto da L.A.Falcão Bauer, tornaram-se bastante
difundidos outros materiais que atuam mais por penetração do que por formação de
membrana. É o caso dos cristalizantes à base de silicatos, os acrilatos de baixa
massa molecular e os novos polímeros chamados de bioquimicamente modificados,
que prometem uma atuação dinâmica por vários anos, ou seja, continuam reagindo
27
e formando produtos cristalizantes em novas fissuras surgidas bem após sua
aplicação.
O desempenho e a forma de aplicação podem variar de acordo com a
categoria da solução empregada.
A argamassa polimérica, por exemplo, é um tipo de impermeabilizante
industrializado, constituído por dois componentes, um de cimento e agregados
minerais inertes em forma de pó, e o outro de consistência líquida, que é um
polímero ou um composto de polímeros. Isso significa que basta misturar os dois
componentes e fazer a aplicação. Já em relação à argamassa impermeável com
aditivo hidrófugo, não se trata de um sistema industrializado, uma vez que a
impermeabilização é obtida pelo acréscimo de um aditivo hidrófugo a uma
argamassa de cimento, areia e água.
Para avaliar o desempenho de uma impermeabilização rígida é aconselhável
que seja feito ensaio de permeabilidade à penetração de água sob pressão positiva
ou negativa. Os fabricantes, em geral, realizam demorados testes de durabilidade
em presença de água durante as etapas de desenvolvimento e controle da
qualidade de seus produtos.
Mas há procedimentos simples que podem auxiliar a avaliação da aplicação
da impermeabilização. Um deles é a apreciação visual para atestar o surgimento de
fissuras, formação de bolhas, manchas, excessos ou falta de cobertura. Por sua vez,
a verificação do consumo de material também pode ajudar a controlar a qualidade
do tratamento. O consumo de material deve seguir à risca a recomendação do
fabricante, pois excessos podem ser tão prejudiciais quanto a falta do material.
Este tipo de impermeabilização, apesar de se ter um avanço notório na
qualidade dos produtos, não é indicado para locais que apresentam:
Movimentação
Forte exposição solar
Vibração
Variações térmicas
Aplicação recomendada para áreas como:
Reservatórios, piscinas e caixas d‟água (enterradas);
28
Fundações (alicerces);
Poços de elevadores;
Subsolos;
Pisos;
Paredes de encosta;
Muros de arrimo;
Paredes externas (fachadas)
5.5.1.2 Plásticas ou elásticas
São impermeabilizações feitas com mantas pré-fabricadas ou com
elastômeros dissolvidos e aplicados no local, em forma de pintura em várias
camadas e que, ao se evaporar o solvente, deixam uma membrana hipoteticamente
elástica.
Pode se citar alguns produtos que se apresentam em forma dissolvida o
neoprene e hypalon, emulsões asfálticas, emulsões acrílicas entre outros.
As mantas são indicadas para o uso em lajes planas, onde a
impermeabilização é coberta por uma pavimentação ou qualquer lastro, já as feitas
por pintura ou melação devem ter seu uso restrito a figuras geométricas, que
mantém o concreto em compressão, evitando se assim o surgimento de trincas e
fissuras.
As mantas para impermeabilização são feitas de borracha butílica, de PVC
plastificado e de asfalto com armadura.
5.5.1.3 Laminares
Utilizadas em casos extremos de necessidade de elasticidade e deformação
da base são executadas com asfalto ou elastômeros, armadas ou estruturadas pela
intercalação de materiais rígidos, com feltros asfálticos, tecidos de nylon, tecidos de
vidro, tecidos de juta e lâminas de alumínio. São também denominadas pinturas
armadas, e são feitas in loco.
29
Feltros e mantas (elástica): são camadas impermeabilizantes de alto
desempenho e grande durabilidade.
Feltros asfálticos - compostos de fibra de algodão e celulose, são
papelões ou feltros embutidos em asfalto;
Mantas butílicas - são altamente impermeabilizantes, inclusive a gases,
têm grande resistência ao ozônio, radiação infravermelha, ultravioleta,
podendo, quando bem executada, durar de 25 a 30 anos.
5.6 MATERIAIS BETUMINOSOS
Os materiais betuminosos têm grande aplicabilidade na engenharia, com uso
em pavimentação rodoviária, pintura industrial para proteção, isolamento elétrico e
impermeabilização. Alguns dos exemplos destes materiais são o asfalto, os
alcatrões, os óleos graxos, entre outros, todos compostos basicamente de betume.
Entende-se por betume um aglomerante orgânico, de consistência sólida,
líquida ou gasosa, obtido por processo industrial (resíduo da destilação do petróleo)
ou na própria natureza, completamente solúvel em bissulfeto de carbono (CS2), e
apresentando polímeros de variada composição química (CH4 – gás metano –
combustível para aquecimento; C8H8 – líquido octana – gasolina - combustível para
motores; C100 – sólido – asfaltos para pavimentação e impermeabilização).
As características básicas mais importantes acerca dos betumes estão as
seguir listadas:
• Ao contrário dos aglomerantes minerais da construção civil (cimento
Portland, gesso, cal), são adesivos que dispensam o uso da água;
• São materiais termoplásticos, isto é, amolecem quando aquecidos, sendo
então moldados e resfriados sem perda das propriedades, podendo passar
novamente pelo mesmo processo. Além disso, não possuem ponto de fusão
(temperatura de perda da estrutura cristalina) definido, amolecendo em temperaturas
variadas. No caso dos materiais termofixos, ao contrário, a moldagem ocorre por
reação química irreversível, tornando-o duro e quebradiço, não permitindo ser
novamente moldado;
• Repelem a água, ou seja, são materiais hidrófugos;
30
• São inócuos, isto é, não reagem quimicamente com cargas ou agregados
minerais eventualmente adicionados para efeito de enchimento;
• Por serem inócuos e termoplásticos podem ser reciclados, o que lhes
proporciona um grande número de reutilizações;
• Apresentam ductilidade muito influenciada pela exposição ao calor e luz
solar.
5.6.1 Classificação dos materiais betuminosos
Os materiais betuminosos podem ser classificados em dois grandes grupos:
os asfaltos ou cimentos asfálticos, e os alcatrões, de acordo com a sua forma de
obtenção.
Acerca dos asfaltos, ou cimentos asfálticos, de acordo com a NBR 7208
entende-se asfalto como o material sólido ou semi sólido, de cor preta ou pardo
escura, que ocorre na natureza ou é obtido pela destilação do petróleo, e cujo
constituinte predominante é o betume. Assim, os asfaltos são misturas de betumes
com solos de diferentes origens (argilas, siltes, areias, impurezas orgânicas, etc.).
Caso o asfalto seja encontrado naturalmente no solo é classificado como
nativo (CAN – cimento asfáltico natural), e caso obtido pela destilação do petróleo é
classificado como asfalto de petróleo, ou pirogenado (CAP – cimento asfáltico de
petróleo).
Os CAP utilizados atualmente em impermeabilização apresentam dureza de
85-100, 50-60 e 30- 0, todos com ponto de amolecimento na faixa de 40ºC a 50ºC.
Os CAP podem ainda sofrer um tratamento durante a fabricação, por meio da
passagem de corrente de ar através de uma massa de asfalto destilado, de modo a
torná-los mais sólidos e duros, menos sensíveis às variações de temperatura e às
intempéries, porém com menor poder de adesividade e menos aglutinantes. São os
chamados asfaltos oxidados, mais indicados à impermeabilização que os CAP
comuns e classificados em quatro tipos (vide tabela abaixo), conforme normalização
brasileira específica (NBR 9910). A sua aplicação ocorre com aquecimento a
temperatura da ordem de 200ºC.
31
Tabela 01 - Classificação dos asfaltos oxidados para impermeabilização (NBR 9910)
Tipo Aplicações
Ponto de
amolecimento
( C)
Penetração
(mm/10)
Ductilidade
(cm)
Perda por
aquecimento
I Estruturas enterradas 60-75 25-40 5 1%
II Sistemas de
impermeabilização
moldados no local e
colagens pré fabricados
(mantas asfálticas)
75-95 20-35 - 1%
III 95-105 15-25 - 1%
IV Câmaras frigoríficas e
isolação térmica 85-105 40-55 10 1%
Obs.: Fazem parte ainda da especificação técnica deste produto o ponto de fulgor, a solubilidade em
CS2 e a penetração de resíduo.
Por se apresentarem sólidos ou praticamente sólidos à temperatura
ambiente normal, os asfaltos puros são de difícil aplicabilidade. Neste sentido, são
normalmente dissolvidos para torná-los líquidos nas temperaturas normais,
formando os asfaltos diluídos, ou solução asfáltica, nos quais são utilizados
solventes orgânicos, ou as emulsões asfálticas, onde o asfalto é dissolvido em água.
As emulsões para impermeabilização são classificadas quanto ao teor de inerte
presente.
Os alcatrões são materiais resultantes da destilação de materiais orgânicos
(hulha, turfa, madeira) normalmente utilizados para a fabricação de mastiques ou
material para enchimento de juntas, especialmente devido ao seu bom desempenho
quanto à ação de agentes agressivos. Em comparação com os asfaltos, os alcatrões
destilados apresentam maior sensibilidade à temperatura (mais moles quando
aquecidos e mais duros quando resfriados), menor resistência às intempéries e
maior poder aglomerante.
5.6.2 Propriedades básicas
Para um adequado conhecimento do comportamento dos materiais
betuminosos, é fundamental o entendimento das propriedades básicas que norteiam
32
estes materiais, cujos métodos de avaliação são determinados pela normalização
brasileira:
5.6.2.1 Dureza
Está relacionada com a capacidade de deformação do material,
representada (NBR 6576) pelo índice de penetração (em décimos de mm ou cm) de
uma agulha padrão de diâmetro de 1mm a 1,2mm, aplicada durante 5 segundos
sobre uma amostra padronizada a 25ºC. Um material muito duro pode trincar sob
baixas temperaturas, devido à sua provável pouca ductilidade e, caso apresente
baixa dureza, poderá escorrer em altas temperaturas.
5.6.2.2 Ponto de amolecimento
Refere-se à temperatura de referência para a aplicação do material, a partir
da qual o material se torna mole. Em geral, quanto mais alto o ponto de
amolecimento, melhores as condições de uso do material, uma vez que não
amolecerá em dias quentes, sendo necessário, por outro lado, maior calor para os
trabalhos de aplicação (maior risco de explosão).
Está diretamente relacionado com a dureza. A determinação (NBR 6560) é
realizada a partir da fundição e moldagem do material em anel vazado padronizado,
sobre o qual é assentada uma bola de aço também padronizada, sendo o conjunto
aquecido de modo que a bola desça de nível gradativamente até que, a uma dada
temperatura (ponto de amolecimento), atinja uma placa de referência.
5.6.2.3 Viscosidade
Trata-se da resistência oposta por um fluido à deformação sob a ação de
uma força. O ensaio brasileiro normalizado (NBR 5847) é o de viscosidade absoluta,
com base no tempo de escoamento do material em vasos especiais calibrados com
óleos de referência a uma dada temperatura.
33
5.6.2.4 Ductilidade
É a capacidade do material se deformar sem romper ou apresentar fissuras.
É de fundamental importância para a escolha do material a ser utilizado na
impermeabilização, uma vez que avalia a plasticidade do material, necessária
quando a base está sujeita a dilatações volumétricas diferenciadas (concreto,
madeira, metal). A avaliação é realizada (NBR 6293) por meio da medida da
extensão da amostra padrão (em formato de “gravata borboleta” sob tração
controlada).
5.6.2.5 Massa específica
Refere-se à densidade do material, de grande importância para avaliação da
uniformidade e do teor de impurezas, podendo ser determinada a partir do processo
de balanças hidrostáticas.
5.6.2.6 Ponto de fulgor
Representa a temperatura na qual os gases desprendidos do material se
inflamam (rápida explosão), mesmo que temporariamente, acima da qual se
encontra o ponto de combustão (ou ponto de incêndio, em cuja temperatura a
amostra continua a queimar por, no mínimo, 5 segundos). Estão relacionados com a
segurança do aplicador, de modo que a temperatura de aplicação deve-se situar,
pelo menos, 20ºC abaixo do ponto de fulgor. A determinação (NBR 13341) é
efetuada pelo método de Cleveland, no qual ocorre uma passagem de chama sobre
amostra padrão até a ocorrência de lampejos inflamados.
5.6.2.7 Betume total
Muito utilizada para betuminosos utilizados em pavimentação, na qual se
avalia a solubilidade do material em bissulfeto ou tetracloreto de carbono.
34
5.7 TEORIA DO FUNCIONAMENTO DA IMPERMEABILIZAÇÃO
A água penetra em construções por vários caminhos:
Por trincas e rachaduras
Pelos poros do material
Por falhas no material: brocas, ninhos no concreto e fendas junto ás
ferragens
Por falta de arremate adequado acima do nível do perímetro da área
plana
Pelo lado externo do paramento que confina as áreas planas
5.7.1 Tipos de vedação
Existem diversos tipos de vedação, entre eles os por adição de aditivos no
concreto e os por meio de mantas asfálticas.
5.7.1.1 Vedação por introdução de aditivo no concreto
Obtida pelo emprego de aditivos, aliada à determinação correta da
granulometria dos agregados, à relação água/cimento e pelo perfeito controle do
lançamento e compactação do concreto.
5.7.1.2 Vedação por introdução de aditivo na argamassa
Caso o concreto ou as paredes de alvenaria fiquem porosos, vedam-se as
superfícies aplicando-se revestimento e argamassa com aditivo que promova a
impermeabilidade.
5.7.1.3 Vedação por tamponamento
Infiltrações oriundas de água com pressão são geralmente vedadas por
tamponamento local ou injeção em profundidade.
35
5.8 MANTAS ASFÁLTICAS
A vedação de trincas ou rachaduras é o caso de mais difícil solução, por
levar em consideração que na maioria dos casos as trincas ou rachaduras ainda
nem existem no momento da impermeabilização.
Outro fator é que as trincas nas estruturas estão em constante movimento,
principalmente quando oriundas de influências térmicas. Por último, terminada a
impermeabilização, ocorre uma relaxação que impedirá uma resposta imediata a
qualquer solicitação externa dos elementos rígidos.
Pelos motivos expostos, as impermeabilizações rígidas e as pinturas são
absolutamente inadequadas, mesmo quando a pintura tenha sido feita com um
elastômero que deposite filme de elevada elasticidade. Por mais elástico que seja o
produto, uma membrana delgada e aderida não acompanha o movimento e se
rompe, porém, uma manta não aderida ao suporte dará melhor desempenho, pois os
esforços não serão a ela transmitidos.
5.8.1 Características e desempenho das mantas
Existem várias opções de mantas com características bem diferentes. Para
escolher bem, é necessário estudar detidamente estas características e o
desempenho que a manta vai ter na obra.
Podemos descrever estas características como:
Resistência ao envelhecimento
Flexibilidade à baixa temperatura (<0°C)
Resistência ao ataque de micro-organismos, aos álcalis e aos ácidos
dissolvidos nas águas pluviais
Resistência ao puncionamento dinâmico e estático, conforme as
condições que a manta terá que suportar durante a execução e durante o
uso.
Resistência ao calor e ao escorrimento
Absorção de água e estanqueidade sob pressão
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Possibilidade de efetuar-se emendas entre as mantas com facilidade
Toda sistema de manta é eficaz quando há total segurança nas emendas,
sendo os sistemas mais usuais:
Para borracha butílica: Vulcanização a frio com adesivos e fitas especiais
Para PVC: Emendas por fusão, por meio do aquecimento com aparelho
elétrico de solda a ar quente
Para mantas asfálticas: Solda autógena do asfalto, usando maçarico de
GLP, sempre respeitando um mínimo de 10cm de transpasse.
Em termos de eficácia as emendas feitas por solda autógena de asfalto são
as melhores, mais seguras e de rápida execução, deixando pouca margem de erro.
Facilita tremendamente a execução de arremates junto às instalações hidráulicas e
contornos complicados da obra.
As impermeabilizações com mantas podem ser executadas de três
maneiras, em relação à aderência ao substrato.
Totalmente aderidas ao substrato
Semi-aderidas ao substrato
Não aderidas ao substrato
As mantas de borracha butílica e de PVC requerem uma camada de berço e
não devem ser aplicadas diretamente sobre um concreto ou argamassa.
Em contraste, as mantas de asfalto com armadura, com 3 mm de espessura
total, já têm a camada de berço e a de amortecimento incorporadas. Além disso, as
mantas asfálticas se acomodam sobre as irregularidades do substrato, de modo que
as protuberâncias penetrarem no asfalto e preencherem as depressões, amoldando-
se ao substrato e assim não estão sujeitas a perfurações. As mantas de borracha
butílica e PVC, quando aplicadas sem berço, são perfuradas pelos grãos de areia e
protuberâncias, porque não se amoldam ao substrato. Já as mantas asfálticas
podem ser aplicadas diretamente sobre o substrato, desde que respeitadas as
instruções de preparo.
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É necessário aderir as mantas ao substrato nos seguintes casos:
Nas mantas autoprotegidas, que não levam pavimentação ou lastro
pesados sobre elas, para evitar que sejam arrancadas pelo vento
Nos planos verticais
Em fundos de caixas d'água e de piscinas
As mantas asfálticas podem ser aderidas pelo processo CAQ (colagem com
asfalto quente) ou CMG (colagem com maçarico de gás).
O processo CMG é muito rápido, seguro e econômico. A possibilidade de
sua execução depende apenas do tipo de proteção anti-aderente empregado na
fabricação da manta. As mantas necessitam desta proteção para poderem ser
bobinadas. se a proteção anti-aderente for um granulado mineral, a manta somente
pode ser aderida pelo sistema CAQ,, porém a proteção anti-aderente por um filme
delgado de polietileno, ou de talco, que são facilmente consumido pelo calor da
chama do maçarico de gás, o processo CMG é o indicado. A colagem de manta
asfáltica na vertical e sobre superfícies curvas é de fácil execução e segura, levando
grande vantagem sobre as mantas de borracha de PVC, que não se amoldam.
5.8.2 Estruturantes
Respondem, quase que sozinhos, pela resistência da manta à tração e ao
alongamento, que são as características mais exigidas quando a manta é aplicada
na construção civil, por conta da dilatação das estruturas.
Vamos ver agora o que determina a escolha da armadura mais adequada
para as mantas asfálticas.
Como verificamos, os materiais mais usuais são:
Filme de polietileno
Filme de poliéster
Feltro de poliéster
Véu de fibra de vidro
Filme de PVC
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Os fatos determinantes são:
Desempenho
Custo
Rapidez e facilidade de execução da impermeabilização
5.8.2.1 Filme de polietileno
De acordo com AIMAR (1979), as mantas armadas com filme de polietileno
oferecem o menor custo para um bom desempenho em lajes planas de coberturas.
Sua colocação requer, entretanto, mão-de-obra treinada e especialização dos
responsáveis, porque nas mãos de inexperientes, as mantas pode ser danificadas.
5.8.2.2 Filme de poliéster
Conforme AIMAR (1979), o mesmo pode se dizer das mantas armadas com
filme de poliéster, que têm um custo um pouco mais alto do que as armadas com
filme de polietileno. Sua vantagem reside no fato do filme de poliéster ser muito
resistente à perfuração, resistindo aos brotos de capim e às raízes de plantas que,
por incrível que pareça, perfuram outros tipos de mantas. Estas mantas destinam-se
a floreiras e reservatórios executados diretamente sobre o solo, não obstante nada
impeça seu uso geral.
5.8.2.3 Feltro de poliéster
As mantas armadas com feltro de poliéster têm um custo elevado, porém
seu uso vem ganhando adeptos pela excelente qualidade e facilidade de instalação.
Têm boa resistência ao puncionamento, não sendo danificadas com facilidade,
mesmo por aplicadores pouco experientes. São dimensionalmente estáveis e por
isto facilitam a execução dos serviços. São indicadas para caixas d'água, piscinas e
planos verticais, resistindo a temperaturas altas (até 90 C) sem escorrer.
5.8.2.4 Véu de fibra de vidro
39
As mantas armadas com véu de fibra de vidro encontram poucas ocasiões
de serem especificadas, por não possuírem características que justifiquem seu
custo. São dimensionalmente estáveis e têm bom desempenho onde as solicitações
não são extremas.
5.8.2.5 Filme de PVC
O filme de PVC tem seus adeptos devido à sua boa resistência mecânica,
porém a associação do PVC com asfalto é perigosa, porque o tipo de PVC deve ser
especial. Quando não o for, haverá seqüestro do plastificante contido no PVC, a
manta torna-se rígida e perde sua flexibilidade, o asfalto se separa do filme e as
emendas se abrem. O PVC é de custo mais elevado do que o filme de polietileno,
sem oferecer vantagem de desempenho. Mantas de PVC de baixo custo são feitas
de PVC comum sem características adequadas e seu uso levará ao fracasso
(AIMAR, 1979).
5.8.3 Tipos de mantas
Existem 3 tipos de Mantas Asfálticas Pré-Fabricadas:
Mantas elastoméricas.
Mantas modificadas com polímeros.
Mantas plastoméricas.
Elas são constituídas de diferentes tipos de estruturantes e acabamentos,
conforme sua utilização:
1. Mantas Asfálticas Pré-Fabricadas para lajes em geral, coberturas,
piscinas, terraços, varandas, calhas, espelhos d'água etc., em áreas que
receberão revestimento de acabamento.
40
2. Mantas Asfálticas Pré-Fabricadas autoprotegidas com acabamento
aluminizado ou grânulos de ardósia em sua face exposta que dispensam
proteção mecânica para áreas de trânsito eventual.
3. Mantas Asfálticas Pré-Fabricadas Anti-Raiz, com adição de herbicida,
para floreiras, jardins, jardineiras e áreas em contato direto com o solo
onde seja necessário inibir a penetração das raízes das plantas.
4. Mantas Asfálticas Pré-Fabricadas, com adição de herbicida, aditivos filtros
de raios UV e antioxidantes para canais de irrigação e transposição de
água, vinhaça, tanques e lagoas sobre o solo.
5. Mantas Asfálticas Pré-Fabricadas, com acabamento de geotêxtil resinado
em sua face exposta para receber pintura refletiva.
5.8.3.1 Mantas elastoméricas
Mantas asfálticas de alta performance, à base de asfalto modificado com alto
teor (13%) de polímeros de SBS (estireno-butadieno-estireno) ou polímeros
elstoméricos, estruturadas com armadura não tecida de poliéster.
Mantas tipo III ou IV, conforme norma NBR 9952/98 da ABNT
5.8.3.2 Mantas modificadas com polímeros
1. Mantas asfálticas à base de asfalto modificado com polímeros
elastoméricos e plastoméricos, estruturadas com armadura não tecida de poliéster.
Manta tipo III, conforme norma NBR 9952/98 da ABNT.
2. Mantas asfálticas à base de asfalto modificado com polímeros
elastoméricos e plastoméricos, estruturadas com armadura de véu de fibra de vidro
para lajes internas, pisos frios, baldrames e como manta de sacrifício para o sistema
de dupla camada.
41
5.8.3.3 Mantas plastoméricas
Mantas asfálticas à base de asfalto modificado com polímeros
plastoméricos, estruturadas com armadura não tecida de poliéster. Mantas tipo III,
conforme norma NBR 9952/98 da ABNT.
5.9 IMPERMEABILIZAÇÃO DE COBERTURAS PLANAS COM MANTAS
ASFÁLTICAS
Por cobertura entendemos qualquer superfície plana exposta ao tempo
como terraço, varanda, pátio de estacionamento, cobertura de subsolo, etc.
Conforme Aimar (1979), quando se realiza um projeto de cobertura é
necessário prever um caimento mínimo de 1% em direção aos pontos de
escoamento, para evitar o empoçamento d'água. Por esse motivo esse desnível
deverá ser previsto em projeto pois um ponto afastado 10m do ponto de escoamento
precisa subir 11cm, e esse enchimento pode engolir soleiras, fora o acréscimo de
peso devido à argamassa para fazer o enchimento.
É comum o executor deparar-se com a não possibilidade de reconciliar os
caimentos com as alturas dos pisos internos. Os prejuízos decorrentes de soluções
improvisadas são às vezes muito grandes. Ou o proprietário arca com esse prejuízo
ou vai sofrer, toda a vida, as deficiências deixadas.
O caimento para a água não empoçar nada tem a ver com a durabilidade da
impermeabilização, que, aliás se mantém melhor no molhado do que no seco. O fato
é que poças d'água são inconvenientes aos usuários da área.
No planejamento da disposição dos ralos, deve-se levar em conta que juntas
na tubulação de esgoto são sempre passíveis de vazamento. Os trechos horizontais
de tais instalações devem ser de aço rosqueado ou de ponta e bolsa, com anéis de
borracha, para garantir a vedação perfeita e permanente, pois esses trechos são
submetidos aos esforços de dilatação da laje.
42
5.9.1 Detalhes de arremate
A impermeabilização precisa ser arrematada em todo o contorno da área,
pelo menos 30 cm acima do nível do piso acabado. É necessário que a
impermeabilização adentre nos ambientes cobertos, onde existem portas abrindo
para a parte exposta à chuva e ao vento.
Figura 01: Detalhes de arremate.
Fonte: Manual de Impermeabilização e isolamento térmico
Uma impermeabilização, seja qual for o processo, nunca poderá ser
terminada como mostra o desenho:
Figura 02: Detalhes de arremate 2
Fonte: Manual de Impermeabilização e isolamento térmico
43
5.9.2 Preparação da obra para receber impermeabilização
Conforme Aimar (1979), para que se possa garantir o êxito do serviço de
impermeabilização em coberturas, terraços, caixas d'água, piscinas ou subsolos
abaixo do nível freático, por meio de mantas asfálticas é necessário cuidados
especiais por parte do construtor.
5.9.2.1 Preparo da Superfície
Para superfícies com declive máximo de 3% as mantas asfálticas
geralmente são colocadas de forma não aderidas à superfície.
Pontas agudas, brocas e protuberâncias no substrato podem prejudicar a
manta, daí a necessidade de regularização com cimento e areia para assentamento
da mesma.
O traço da argamassa não precisa ser forte, pois sobre a superfície não
incidirá qualquer esforço de desgaste, apenas para apoio da manta. O traço
recomendado é 1:6, cimento, areia e aditivo aerante. Os traços fortes tendem a
trincar e empenar.
Para superfícies verticais ou com declive superior a 3% torna-se necessário
aderir a manta, o que se obtém por meio de adesivo apropriado. A força de adesão
depende da área de contato. A superfície ideal para adesão das mantas é um
emboço de cimento e areia lavada e peneirada. Recomenda-se os seguintes traços
em volume:
Com aditivo aerante: 1:6.
Sem aditivo: 1:3.
5.9.2.2 Preparo dos contornos
Em todos os casos de impermeabilização por sistema de manta, as bordas
das mantas precisam ser arrematadas seguramente, para impedir a infiltração da
água por trás da manta.
Cerca de 90% dos casos de infiltrações em impermeabilizações deste tipo
são oriundos das deficiências de arremates no contorno.
44
Figura 03: Detalhes de contorno
Fonte: Manual de Impermeabilização e isolamento térmico
45
5.9.2.3 Instalação de tubulações
A execução das instalações hidráulicas devem ser realizadas com atenção
especial, com vistas ao arremate da impermeabilização junto às extremidades das
tubulações.
Aproximadamente 90% dos problemas de vazamentos em caixas d'água são
oriundos de pontos onde a impermeabilização se une aos pontos.
As mantas asfálticas são aderidas às tubulações por meio da fusão do
asfalto. Para isso é utilizado maçarico a gás.
É muito importante observar que o tubo nunca fique por baixo da
impermeabilização, o que pode ocasionar vazamento de difícil correção.
Ao serem instalados os tubos de queda, é necessário que a ponta se
sobressaiam da superfície da laje, numa altura equivalente à espessura da
argamassa do caimento e regularização. O arremate preferível, consiste em fazer a
manta asfáltica adentrar no tubo. Para isso é necessário que este tenha um diâmetro
de no mínimo 75mm.
5.9.2.4 Providências relativas à área de trabalho
Antes do início das atividades de impermeabilização é necessário verificar
os seguintes pontos:
se a área está seca;
se as depressões estão regularizadas;
se os restos de argamassa foram removidos;
se os ninhos ou protuberâncias foram removidos
se os trabalhos de revestimento nas empenas e adjacências foram
suspensos
Estando tudo certo é necessário determinar a interdição da área até que o
serviço de impermeabilização esteja finalizado. Deve ser proibida a entrada de
pessoas estranhas ao serviço.
46
Estes cuidados são essenciais à manutenção da limpeza da área, o que é
fator primordial para excelência do serviço.
5.10 IMPERMEABILIZAÇÃO COM RESINAS TERMOPLÁSTICAS
Consiste na combinação de uma impermeabilização estrutural (um cimento
impermeabilizante que penetra por capilaridade na estrutura do concreto) e a
aplicação de um impermeabilizante à base de resina termoplástica em composição
com cargas ativas. Dessa forma, esse processo requer que a superfície a ser
impermeabilizada esteja isenta de impurezas e, de preferência, seja o próprio
concreto. Esse sistema tem a vantagem de, alem de ser flexível, dispensar a
regularização e formar uma camada pouco espessa, além de ser aplicado a frio.
Produto inodoro e atóxico que mantém sua aderência e flexibilidade a temperaturas
de até 0oC.
5.10.1 Campos de aplicação
O sistema é recomendado para áreas sujeitas a movimentações estruturais
constantes, tais como reservatórios superiores e reservatórios em torres, uma vez
que suas principais características são sua boa memória de alongamento,
impermeabilidade, durabilidade e resistência.
5.11 TESTE DE ESTANQUEIDADE
Após a execução da impermeabilização, deve-se fazer o teste de
estanqueidade, tamponando todas as tubulações e saídas, de acordo com a norma
NBR 9574, no qual a duração do teste deve ser de no mínimo 72 horas, para se
poder detectar quaisquer falhas de aplicação da impermeabilização.
5.12 TELHADO VERDE
Os Telhados Verdes consistem na aplicação e uso de vegetação sobre a
cobertura de edificações com impermeabilização e drenagem adequadas,
proporcionando melhorias nas condições de conforto termoacústico e paisagismo
47
das edificações, reduzindo a poluição ambiental comum em grandes centros
urbanos.
Já bastante populares em países escandinavos, os “telhados verdes” com
uma longa história também na Alemanha, aos poucos estão conquistando adeptos
na América Latina, a exemplo do México, onde a implantação de jardins nos
telhados das edificações têm despertado interesse e aceitação.
5.12.1 Benefícios
Ideal para edificações –casas, prédios e etc., em centros urbanos.
Melhora as condições termoacústicas da edificação, tanto no inverno
como no verão. Estudos de bioclimatismo indicam que, com o uso de
coberturas vivas, seja possível melhorar em 30% as condições térmicas
no interior da edificação, sem recorrer a sistemas de climatização ou ar
condicionado artificiais
Manutenção de umidade relativa do ar constante no entorno da edificação
e formação de micro-clima.
Purificação da atmosfera no entorno da edificação.
Formação de micro-ecossistema no telhado, vários tipos de plantas,
borboletas, joaninhas, pássaros que esse “jardim suspenso” atrai.
Aumenta a quantidade de verde nos centros urbanos, onde a inércia
térmica dos grandes edifícios acumula e dissipa grandes quantidades de
calor.
Contribui no combate ao efeito estufa, aumentando o „seqüestro‟ (retirada)
de carbono da atmosfera.
Traz mais harmonia, bem estar e beleza para os moradores e/ou
ocupantes da edificação.
Excelente atrativo para pontos comerciais, tornando os mais visíveis,
mesmo quando distantes de locais estratégicos.
Outro aspecto interessante é que nas regiões de chuva intensa, as áreas
naturadas podem reter de 15% a 70% do volume de águas pluviais, prevenindo a
ocorrência de enchentes.
48
Estudos demonstram que para uma cobertura verde leve de 100m2, cerca
de 1400 litros de água de chuva deixam de ser enviados para a rede pública.
Multiplique este valor pela soma de todas as coberturas de uma grande cidade e
veja a contribuição para a redução desse problema.
Os telhados verdes reduzem também os efeitos danosos dos raios
ultravioletas, os extremos de temperatura e os efeitos do vento, vez que nesses
telhados.a temperatura não passa de 25º C contra 60º C dos telhados
convencionais.
Em termos de custos os dos telhados verdes variam entre 80 e 150 dólares
o m2, ou seja de um terço à metade do custo das estruturas convencionais.
Existem dois tipos de telhados verdes: os intensivos basicamente parques
elevados que conseguem sustentar arbustos, árvores, passagens, bancos, etc., e os
extensivos que são criados por seus benefícios ambientais mas não funcionam
como jardins de cobertura acessíveis.
O telhado verde mais famoso dos EUA é o do City Hall de Chicago que
reúne sistemas intensivos, extensivos e intermediários e os mais antigos e
conhecidos do mundo são os famosos Jardins Suspensos da Babilônia.
5.12.2 Instalação e execução
Como não se trata de um produto pronto para uso, a execução de um
telhado verde requer que uma série de detalhes sejam observadas, afim de que o
que era para ser algo bonito, funcional e ecologicamente correto, não se torne uma
tremenda dor de cabeça, e traga prejuízos ao proprietário.
Para a instalação de um telhado verde, devem ser observados os seguintes itens:
Preparo da cobertura (laje ou outros) para receber a cobertura viva.
Aplicação de duplo sistema de impermeabilização, para garantir
problemas com infiltração.
Aplicação de sistema de drenagem.
Aplicação de vegetação e terra.
Aplicação de sistemas de manutenção e acesso.
Determinação das espécies vegetais mais adequadas a cada situação.
49
Quanto à impermeabilização da superfície, segue-se os procedimentos
normais descritos no capítulo anterior, com ressalva de que a manta utilizada deve
conter fungicida, para melhor desenvolvimento das plantas, e a manta deve conter
4mm de espessura.
Recomenda-se a manta tipo III anti-raiz, poliéster 4mm com fungicida.
5.12.3 Manutenção
Após implantação, pode ser feita por qualquer pessoa
Não requer podas.
As plantas selecionadas são resistentes à falta de água, dispensando a
irrigação intensiva.
As plantas escolhidas não ocasionam grande peso sobre a cobertura.
Não requer adubação contínua.
Não requer mão de obra especializada.
Sistema de irrigação dimensionado de acordo com a necessidade e
ecossistema onde o Telhado Verde será implantado.
5.12.4 Custos
Os custos de instalação de um telhado verde dependem do sistema e
tecnologia adotados. A diferença de preços se deve basicamente à quantidade de
materiais envolvidos, à complexidade de instalação e à escassez de mão-de-obra
especializada. Atualmente existem no Brasil tecnologias eficazes e simples de
telhados verdes, permitindo rápida amortização do investimento pela economia de
energia e uso da área como jardim e lazer, quando em lajes planas. Outro fator de
economia é a extensão da vida útil de uma cobertura com telhado verde em relação
à convencional, sujeita a demandas de manutenção devido à ação maior dos fatores
climáticos, principalmente a impermeabilização, que fica menos propensa a fissuras
pela constantes mudanças de temperaturas.
50
Figura 04: Telhado Verde 1
Fonte: http://www.aquarelladesentupidora.com.br/blog/10-vantagens-e-algumas-desvantagens-de-
um-telhado-verde/
Figura 05: Telhado verde 2
Fonte: http://www.idhea.com.br/produtos/pdf/TelhadoVerde.pdf
51
Figura 06: Telhado verde 3
Fonte: http://www.idhea.com.br/produtos/pdf/TelhadoVerde.pdf
52
Figura 07 - Hotel imperial de Tóquio
Fonte: http://paoeecologia.wordpress.com/2011/08/29/telhados-verdes-fotos/hotel-imperial-de-toquio-
com-telhado-verde/
53
Figura 08 - City hall de Chicago
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:20080708_Chicago_City_Hall_Green_Roof.JPG
54
6 ESTUDO DE CASO
Apresenta-se nesse capítulo os procedimentos de reparação e execução da
impermeabilização de acordo com a NBR 9574.
6.1 CARACTERIZAÇÃO DA OBRA
A referida obra em estudo, localiza-se no município de Governador
Valadares - MG, e apresentava problemas com infiltração na última laje devido à um
serviço de impermeabilização que foi executado há muitos anos.
O edifício em questão é um edifício comercial, portanto necessitava de
reparos urgentes.
Em geral a maioria dos problemas encontrados com relação à infiltração,
são oriundos da falta de impermeabilização, porém na referida obra já havia sido
executado esse tipo de serviço, porém há muitos anos, e como foram executados
serviços posteriores, como instalação de antenas e equipamentos diversos, esses
fatores contribuíram para a deteriorização da impermeabilização existente,
provocando infiltrações.
6.2 PROJETO EXECUTIVO DE IMPERMEABILIZAÇÃO
6.2.1 Memorial descritivo
6.2.1.1 Objetivo
Este memorial descritivo refere-se aos procedimentos básicos e necessários
que devem ser tomados para a execução das impermeabilizações das estruturas em
concreto, da referida obra citada acima.
A impermeabilização tem como objetivo principal proteger as estruturas
contra diversas patologias, ver item 5.3, impedindo a passagem indesejável de
águas, fluidos ou vapores devendo contê-los ou afastá-los para fora do local que se
deseja proteger.
55
6.2.1.2 Método Executivo
A impermeabilização deverá ser aplicada apenas em superfícies resistentes,
uniformes e perfeitamente secas.
Nenhum produto será aplicado, sem a devida preparação das superfícies a
serem impermeabilizadas. Os cantos e arestas internas das superfícies deverão ser
convenientemente arredondados.
A aplicação de qualquer produto indicado nestas especificações está
condicionada a mais completa obediência às recomendações do fabricante, e às
premissas da NBR 9574, quanto ao manuseio, dosagem e cuidados especiais para
garantia da qualidade e durabilidade dos serviços.
6.2.1.3 Calhas e coletores pluviais
As calhas são constituídas em concreto armado, devendo portanto receber
impermeabilização. A referida obra recebeu tratamento com manta asfáltica
autoprotegida, com acabamento aluminizado, e em alguns trechos com manta
asfáltica tipo III 4mm PP.
Como base para melhor aderência da manta, foi utilizado uma demão do
Impermanta primer.
6.2.1.4 Lajes
As lajes a serem impermeabilizadas, receberão uma demão do Impermanta
primer para promover uma melhor aderência entre a manta e o substrato e
Denvermanta tipo III 4mm PP, com processo de aplicação com maçarico a gás.
Após será executada uma camada de proteção mecânica primária com
argamassa de cimento e areia, que servirá como piso acabado, com juntas de
dilatação posteriormente preenchidas com mastique.
56
6.2.1.5 Execução dos serviços
6.2.1.5.1 Materiais
Tabela 02 - Descrição dos materiais utilizados no serviço de impermeabilização
MATERIAL DESCRIÇÃO FABRICANTE
IMPERMANTA
PRIMER
SOLUÇÃO ASFÁLTICA PARA APLICAÇÃO
A FRIO DENVER
DENVER MANTA
ELASTIC TIPO III
4mm PP
MANTA ASFÁLTICA ESTRUTURADA COM
UMA ARMADURA NÃO TECIDA DE
POLIÉSTER DENVER
IMPERMANTA AL
MANTA ASFÁLTICA AUTOPROTEGIDA
COM ACABAMENTO ALUMINIZADO NA
FACE EXPOSTA DENVER
6.2.1.5.2 Preparação da superfície
A superfície deverá apresentar-se limpa, sem partes soltas ou
desagregadas, nata de cimento, óleos, desmoldantes, e perfeitamente
regularizadas.
Para superfícies com declive máximo de 3% as mantas asfálticas
geralmente são colocadas de forma não aderidas à superfície.
Para superfícies verticais ou com declive superior a 3% torna-se necessário
aderir a manta, o que se obtém por meio de adesivo apropriado.
Todas as obras de impermeabilização com mantas asfálticas (coberturas,
terraços, caixas d'água, etc.) devem ser iniciadas pelo preparo dos cantos
periféricos, e depois dos pontos de escoamento ou de entrada da água.
Se houver necessidade de emendar peças, por ser o comprimento do canto
maior do que a extensão da manta asfáltica, ou para aproveitamento da mesma, as
emendas devem ser feitas com as peças colocadas no plano horizontal (sobre o
solo, etc.), antes de sua aplicação.
57
6.2.1.5.3 Detalhes dos arremates
A impermeabilização precisa ser arrematada em todo o contorno da área,
pelo menos 30 cm acima do nível do piso acabado. É necessário que a
impermeabilização adentre nos ambientes cobertos, onde existem portas abrindo
para a parte exposta à chuva e ao vento.
6.2.1.5.4 Forma de aplicação
Aplicar uma demão do produto de imprimação com rolo de lã de carneiro,
trincha ou brocha de forma homogênea aguardando sua total secagem, exceto para
os casos de mantas não aderidas ao substrato.
Recomenda-se que a aplicação das mantas asfálticas seja efetuada em
temperaturas ambientes acima de 5ºC, salvo orientação específica do fabricante.
Desenrolar as bobinas alinhando-as e rebobinando-as novamente, sobre o
substrato a ser impermeabilizado.
O maçarico a ser utilizado na aplicação deverá ser com gatilho controlador
de chama, haste de 50 cm, bocal de 2”.
Direcionar a chama do maçarico de forma a aquecer simultaneamente o
substrato imprimado e a face de aderência da manta. Pressionar a manta do centro
em direção às bordas de forma a expulsar eventuais bolhas de ar.
As sobreposições deverão ser de no mínimo 10 cm, executando o selamento
das emendas com roletes, espátulas ou colher de pedreiro de pontas arredondadas.
Adotar os cuidados necessários para que a intensidade da chama não
danifique a manta asfáltica e proporcione a adequada aderência da manta ao
substrato.
6.2.1.5.5 Proteção mecânica
Após o serviço de impermeabilização, deve-se executar uma argamassa de
cimento e areia, com traço 1:3, e espessura mínima de 3cm. Deve subir nos
arremates 30cm de altura.
58
6.2.1.5.6 Teste de estanqueidade
Após a execução da impermeabilização, recomenda-se ser efetuado teste
de estanqueidade com água limpa, com duração mínima de 72 h para verificação de
falhas na execução do tipo de impermeabilização utilizado.
6.2.2 Desenhos
Neste sub-item, encontram-se os desenhos dos projetos de
impermeabilização, bem como a planta baixa da área a ser impermeabilizada, com
as devidas legendas, e logo abaixo os desenhos com os detalhes executivos
referente à cada uma das legendas, de acordo com sua numeração.
59
6.2.2.1 Planta baixa cobertura
Figura 09 - Planta baixa área impermeabilizada
Fonte: Pesquisadores
60
6.2.2.2 Detalhe 1 - Calha
Figura 10 - Detalhe impermeabilização da calha
Fonte: Pesquisadores
61
6.2.2.3 Detalhe 2 - Calha
Figura 11 - Detalhe impermeabilização da calha 2
Fonte: Pesquisadores
62
6.2.2.4 Detalhe 3 - Laje
Figura 12 - Detalhe impermeabilização da laje
Fonte: Pesquisadores
63
6.2.2.5 Detalhe 4 - Torre de resfriamento
Figura 13 - Detalhe impermeabilização das torres de resfriamento
Fonte: Pesquisadores
64
6.2.2.6 Detalhe 5 - Rodapé
Figura 14 - Detalhe Impermeabilização dos rodapés
Fonte: Pesquisadores
65
6.2.2.7 Detalhe 6 - Soleira
Figura 15 - Detalhe Impermeabilização soleira
Fonte: Pesquisadores
66
6.2.2.8 Detalhe 7 - Base torre
Figura 16 - Detalhe Impermeabilização da base da torre
Fonte: Pesquisadores
67
6.2.2.9 Ralo de drenagem
Figura 17 - Detalhe ralo de drenagem
Fonte: Pesquisadores
68
6.3 DESCRIÇÃO DOS PROCEDIMENTOS EXECUTADOS
Devido aos problemas de infiltrações, a empresa Impermax foi contratada
para realização dos reparos, e os procedimentos realizados serão descritos a seguir
em etapas.
Primeira etapa: Como procedimento padrão, primeiramente foi executada a
demolição do revestimento, para a retirada da impermeabilização existente
danificada.
Figura 18 - Demolição do revestimento.
Fonte: Impermax
Segunda etapa: Retirada da impermeabilização existente, para que todo o
processo seja refeito. É imprescindível que a manta antiga seja removida, devido ao
fato que a instalação da manta nova por cima da antiga pode ocasionar infiltrações
entre as duas camadas.
69
Figura 19 - Retirada da impermeabilização antiga.
Fonte: Impermax
Terceira etapa: Toda a impermeabilização precisa ser arrematada em todo o
contorno da área, pelo menos 30 cm acima do nível do piso acabado. É necessário
que a impermeabilização adentre nos ambientes cobertos, onde existem portas
abrindo para a parte exposta à chuva e ao vento.
70
Figura 20 - Detalhe dos arremates
Fonte: Impermax
Quarta etapa: Todo serviço de impermeabilização, exige que a superfície
seja regularizada, com caimento de 1%. Como o prédio já havia sido
impermeabilizado não houve a necessidade da execução desse serviço no piso,
com exceção de alguns pontos, e dos rodapés, que ao remover a manta danificou
totalmente o reboco. Para recuperação utilizou-se argamassa com traço 1:3
conforme descrito na NBR 9574.
71
Figura 21 - Aplicação da argamassa de regularização, nos rodapés.
Fonte: Impermax
Quinta etapa: Após os serviços de regularização, deve-se arredondar os
cantos (meia-cana), e a superfície ao redor dos ralos de escoamento rebaixada,
conforme preconiza a NBR 9574.
72
Figura 22 - Aplicação da argamassa de regularização, para arredondamento dos cantos.
Fonte: Impermax
Sexta etapa: Após todas as etapas de preparação, foi aplicada uma demão de Denver Impermanta primer, para criar um ponto de aderência entre o substrato e a manta.
73
Figura 23 - Aplicação da solução asfáltica.
Fonte: Impermax
Sétima etapa: Para a escolha do sistema de impermeabilização, optou-se
pelo sistema de manta asfáltica, e por exigência do cliente, utilizou-se Denvermanta
tipo III PP com 4mm de espessura, conforme NBR 9952.
74
Figura 24 - Manta tipo III 4mm pp.
Fonte: Impermax
Ao serem instaladas as mantas devem obedecer uma medida de transpasse
de 10cm para garantir que a água não infiltre pelas emendas. Elas são aplicadas
com o uso de um maçarico a gás, esquentando o lado da manta que ficará voltado
para a superfície, para que esta possa ser perfeitamente aderida ao substrato. Para
os arremates nos cantos ou em ralos utliza-se o mesmo processo.
75
Figura 25 - Instalação das mantas com a utilização do maçarico.
Fonte: Impermax
76
Figura 26 - Mantas aplicadas com detalhes de arremate e soleira
Fonte: Impermax
77
Figura 27 - Arremates das quinas.
Fonte: Impermax
Para impermeabilização das calhas utilizou-se uma manta autoprotegida de
3mm com acabamento em alumínio.
78
Figura 28 - Colocação da manta autoprotegida com acabamento aluminizado nas calhas.
Fonte: Impermax
Oitava etapa: Após a instalação das mantas, deve-se realizar o teste de
estanqueidade para poder identificar possíveis vazamentos e corrigi-los a tempo. É
preciso fechar os ralos e isolar as áreas. De acordo com a NBR 9574, a análise é
feita deixando a área inundada por no mínimo 72 horas.
79
Figura 29 - Fechamento dos ralos.
Fonte: Impermax
Figura 30 - Enchimento da área isolada para teste de estanqueidade.
Fonte: Impermax
80
Nona etapa: Após os testes de estanqueidade, foi executada uma camada
de proteção primária de argamassa sobre a manta, e sobre esta foi executado o
contrapiso, com juntas de dilatação, devido às forças de retração e dilatação
causadas pela variação térmica.
Figura 31 - Execução da proteção mecânica primária.
Fonte: Impermax
81
Figura 32 - Contrapiso com juntas de dilatação.
Fonte: Impermax
Posteriormente essas juntas foram preenchidas com mastique, conforme a NBR
9574, quando se tem a camada de proteção mecânica como piso acabado.
82
Figura 33 - Piso acabado.
Fonte: Impermax
83
7 CONCLUSÃO
Apesar de serem bastante conhecidos os efeitos deteriorantes nas
construções causados pelas infiltrações, tanto por profissionais da área de
engenharia civil, como por leigos, ainda sim é um problema que ocorre com grande
frequência, não só em construções antigas, mas em muitos casos obras construídas
recentemente.
Durante a pesquisa, foi possível identificar vários fatores responsáveis por
esse problema. Dentre estes problemas pode-se destacar a resistência por parte
dos profissionais em realizar o serviço de impermeabilização durante a execução do
projeto, devido a uma falta de planejamento, o que refletiria em atrasos na entrega
da obra; à resistência por parte dos proprietários em relação ao gasto com a
impermeabilização no momento da obra, sendo que realizar o serviço mais tarde
torna-se bem mais oneroso; uso de materiais inadequados junto com uma mão-de-
obra desqualificada.
Conforme pode-se notar junto à empresa que nos apoiou na realização do
estudo, a Impermax, constatou-se que a demanda de serviços na área é enorme,
sendo que boa parte são serviços em obras já concluídas (correção).
A finalidade principal de uma construção destinada à habitação, é criar um
espaço confortável, arejado e salubre aos indivíduos que nela residem, portanto
problemas como infiltração poderão ocasionar o aparecimento de mofos, e outras
patologias descritas no referido trabalho, prejudicando a saúde dos usuários, e indo
contra o objetivo principal de uma edificação, que é a qualidade de vida dos
usuários.
Há também o incômodo que o serviço de reparação traz aos usuários e
proprietários, em relação ao tempo que é gasto, e em relação aos custos, conforme
foi mostrado na pesquisa, que são bem mais onerosos do que se tivessem sido
realizados no momento da execução da obra.
Frente a esse fator, o tema impermeabilização deveria ser tratado com mais
ênfase no curso de engenharia civil nas faculdades do país; visto que a prevenção
contra a infiltração está diretamente ligada à vida útil da estrutura; para que os
futuros profissionais ao ingressar no mercado dessem a devida importância ao tema,
salientando sempre que a adoção de medidas preventivas ao invés de corretivas,
84
deve se tornar parte do cotidiano de profissionais não só da área de engenharia,
mas de todos os setores.
Ao incorporarmos o "estudo de caso" à nossa pesquisa, foi possível uma
análise das atividades pela nossa equipe, o que possibilitou comprovar a eficiência
por meio do sistema de impermeabilização com mantas asfálticas em lajes de
cobertura.
Também foi possível analisar os procedimentos realizados durante a
execução dos serviços, constatando que estavam de acordo com as premissas da
NBR 9574. Lembrando que os serviços foram executados por uma empresa de boa
reputação, e por profissionais altamente qualificados, com vários anos de
experiência.
Por se tratar de uma área que carece de conhecimento técnico-científico,
este estudo foi de grande valia para seus idealizadores, no sentido de ampliar nosso
conhecimento na área, possibilitando um aprendizado aliado com a prática através
do monitoramento das atividades, e que temos certeza que fará diferença em
nossas carreiras profissionais.
Esperamos também que seja bastante útil à toda a comunidade acadêmica,
e que sirva de suporte teórico para novas pesquisas, visto que é uma área com certa
escassez de conhecimento, fator também que nos limitou em partes no que se
refere à elaboração da pesquisa. Esperamos também que o estudo sirva como um
meio de divulgação da importância do tema junto aos profissionais da área.
85
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9574: Execução de impermeabilização. Rio de Janeiro, 1986. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9952: Manta asfáltica com armadura para impermeabilização – requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 1998. Aulas impermeabilização. Disponível em: <http://www.uepg.br/denge/aulas/Impermeabilizacao/conteudo.htm>. Acesso em: 01 out. 2011. BAUER, L. A. F. Materiais de Construção. 5. ed. v.2 Rio de Janeiro: LTC, 2008. BIONDI, ROSALVO F. IMPERMAX, 2011 CUNHA, Aimar G.; NEUMANN, Walter. Manual de impermeabilização e isolamento térmico. Como projetar e executar. 5. ed. Rio de janeiro: Texsa Brasileiro Ltda, 1979. Guia da construção. Disponível em: <http://revista.construcaomercado.com.br/guia/habitacao-financiamento-imobiliario/113/a-192502-1.asp>. Acesso em: 10 set. 2011. Impermeabilizantes. Disponível em: <http://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/17/impermeabilizantes---para-evitar-infiltracao-89506-1.asp>. Acesso em: 20 set. 2011. PEREZ, A. R. Umidade nas Edificações: Recomendações para a prevenção de penetração de água pelas fachadas. Tecnologia de Edificações, São Paulo: Pini, IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p. 571-578. PIRONDI, Zeno. Manual prático da impermeabilização e de isolação térmica. Contribuição à execução do projeto de impermeabilização conforme norma da ABNT-NBR 9575. 2. ed. São Paulo: Pini, 1988. RIPPER, E. Como evitar erros na construção. 2. ed. São Paulo: Pini, 1986.
86
SOUZA, MARCOS FERREIRA. Patologias ocasionadas pela umidade nas edificações. Belo horizonte, 2008. Telhado verde. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Telhado_verde>. Acesso em: 10 nov. 2011. Telhado verde. Disponível em: < http://www.idhea.com.br/produtos/pdf/TelhadoVerde.>. Acesso em: 20 nov. 2011. UEMOTO, K. L. Patologia: danos causados por eflorescências. Tecnologia de Edificações, São Paulo: Pini, IPT- Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da Div. de Edificações do IPT. 1988. p. 561-64. YAZIGI, W. A. Técnica de edificar. São Paulo: Pini, SIDUSCON-SP, 1998.
87
ANEXOS
88
ANEXO A - NBR 9574 - Execução de impermeabilização – Procedimento
89
ABNT NBR 9574
Execução de impermeabilização – Procedimento
Origem: ABNT NBR 9574:1986
CB-22 - Comitê Brasileiro de Isolação Térmica
CE-22:000.01 - Comissão de Estudos Gerais
ABNT NBR 9574 - Execution of waterproofing - Procedure
Descriptor: Waterproofing
Prefácio
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de
Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos
Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial
(ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por
representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores,
consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e
ABNT/ONS, circulam para Consulta Nacional entre os associados da ABNT e
demais interessados.
1 Objetivo
1.1 Esta Norma estabelece as exigências e recomendações relativas à
execução de impermeabilização para que sejam atendidas as condições mínimas de
proteção da construção contra a passagem de fluidos, bem como a salubridade,
segurança e conforto do usuário, de forma a ser garantida a estanqueidade das
partes construtivas que a requeiram.
1.2 Esta Norma se aplica às edificações e construções em geral, em
execução ou sujeitas a acréscimo ou reconstrução, ou ainda àquelas submetidas a
reformas ou reparos.
2 Referências normativas
90
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas
neste texto, constituem prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam
em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita à revisão,
recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a
conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A
ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.
ABNT NBR 9575 - Impermeabilização – Seleção e projeto
ABNT NBR – 12170 – Potabilidade de água aplicável em sistema de
impermeabilização
3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições da ABNT NBR 9575:
4 Requisitos
4.1 Gerais
4.1.1 As áreas que requeiram estanqueidade devem ser totalmente
impermeabilizadas.
4.1.2 Os tipos de impermeabilização que requeiram substrato seco, a
argamassa de regularização deve ter idade mínima de 7 dias.
4.1.3 As superfícies sujeitas à água sob pressão positiva devem
receber a impermeabilização na face de atuação da água.
4.2 Tipo de impermeabilização rígido
4.2.1. Argamassa impermeável com aditivo hidrófugo
4.2.1.1 Preparação do substrato
91
O substrato deve se apresentar firme, coeso e homogêneo.
O substrato deve ser limpo, isento de corpos estranhos, restos de fôrmas,
pontas de ferragem, restos de produtos desmoldantes ou impregnantes, falhas e
ninhos.
Elementos traspassantes ao substrato devem ser previamente fixados.
O substrato deve estar úmido, porém deve estar isento de filme ou jorro de
água.
Na existência de jorro de água promover o tamponamento com cimento e
aditivo de pega rápida.
4.2.1.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
O substrato deve ser umedecido e receber camada de chapisco de cimento
e areia, traço 1:2, para servir de ponte de aderência entre o substrato e a argamassa
impermeável com hidrófugo.
A argamassa deve ser preparada in loco, não deve ser industrializada,
composta por areia, cimento portland, aditivo hidrófugo e água potável (ABNT NBR
12170).
A areia lavada deve ser de granulometria de 0,075 mm a 3 mm, classificada
como média, isenta de substâncias ou materiais argilosos.
O traço, o tipo de cimento e da areia e tempo de manuseio devem ser
conforme especificações do fabricante.
A argamassa impermeável deve ser aplicada de forma contínua, com
espessura de 30 mm, sendo a aplicação em camadas sucessivas de 15 mm,
evitando-se a superposição das juntas de execução. A primeira camada deve ter
acabamento sarrafeado, afim de oferecer superfície de ancoragem para camada
posterior, sendo a argamassa impermeável manualmente adensada contra a
superfície para eliminar ao máximo o índice de vazios. As duas camadas devem ser
executadas no mesmo dia, caso contrário, a última camada deve ser precedida de
chapisco.
Quando houver descontinuidade devido a interrupção de execução, a junta
deve ser previamente chanfrada e chapiscada.
92
A última camada deve ter acabamento com uso de desempenadeira.
A cura úmida da argamassa deve ser no mínimo 3 dias.
4.2.1.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Recomenda-se proteção mecânica em locais onde exista possibilidade de
agressão mecânica.
4.2.2. Argamassa modificada com polímero
4.2.2.1 Preparação do substrato
A preparação do substrato deve ser conforme 4.2.1.1.
4.2.2.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
A argamassa a ser empregada deverá ser preparada in loco, pela mistura de
aglomerante, agregado e polímero
O traço, o tipo de cimento e da areia, tempo de utilização da mistura e cura
devem ser conforme especificações do fabricante.
O substrato de concreto quando na horizontal deve ser umedecido e receber
camada de imprimação com uma composição de polímero e cimento Portland. O
polímero deverá ser previamente diluído em água de acordo com a especificação do
fabricante do polímero.
A necessidade da realização da imprimação e sua metodologia deve ser
conforme o fabricante:
O substrato de concreto quando na vertical deve ser umedecido e receber
camada de chapisco antes da aplicação da argamassa modificada com polímero.
O substrato de alvenaria, deve ser umedecido e receber camada de
chapisco antes da aplicação da argamassa modificada com polímero
A espessura da argamassa modificada com polímero deve ser no mínimo de
1,0 cm.
93
Em áreas abertas ou sob incidência solar, promover a hidratação da
argamassa modificada por no mínimo 72 horas.
4.2.2.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Não necessita de proteção em locais onde exista possibilidade de agressão
mecânica.
4.2.3. Argamassa polimérica
4.2.3.1 Preparação do substrato
A preparação do substrato deve ser conforme 4.2.1.1.
4.2.3.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Adicionar aos poucos o componente pó ao componente resina e misturar
homogeneamente, de forma manual ou mecânica, dissolvendo os possíveis grumos.
Uma vez misturados os componentes pó e resina, o tempo de utilização da
mistura não deve ultrapassar o período recomendado pelo fabricante.
Aplicar sobre o substrato as demãos em sentido cruzado da argamassa
polimérica, com intervalos de 2 a 6 horas entre demãos, dependendo da
temperatura ambiente. Caso a demão anterior esteja seca, molhar o local antes da
nova aplicação.
Quando da utilização de armadura tipo tela, esta deve ser posicionada após
a primeira demão e ser totalmente recoberta pelas demãos subseqüentes.
Em áreas abertas ou sob incidência solar, promover a hidratação da
argamassa polimérica por no mínimo 72 horas.
A dosagem, consumo, tempo de mistura e manuseio, ferramentas de
aplicação, secagem entre demãos e cura devem seguir as recomendações do
fabricante.
94
4.2.3.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Recomenda-se proteção mecânica em locais onde exista possibilidade de
agressão mecânica.
4.2.4 Cimento cristalizante para pressão negativa
4.2.4.1 Preparação do substrato
O substrato deve ser de concreto e se encontrar firme, coeso e homogêneo.
O substrato deve estar limpo, isento de corpos estranhos, restos de fôrmas,
pontas de ferragem, restos de produtos desmoldantes ou impregnantes, falhas e
ninhos.
O substrato deve estar saturado, porém deve estar isento de filme ou jorro
de água.
Na existência de jorro de água promover o tamponamento com cimento e
aditivo de pega rápida.
4.2.4.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Misturar em um recipiente o cimento com aditivo de pega-rápida com água,
na proporção indicada pelo fabricante até formar uma pasta de consistência lisa e
uniforme.
Aplicar uma demão com trincha, vassoura ou brocha.
Imediatamente sobre a camada de cimento com aditivo de pega rápida,
ainda úmido, esfregar o cimento com aditivo ultra rápido à seco sobre a superfície
tratada, forte e repetidas vezes até que se forme uma camada fina de cor escura e
uniforme.
Caso a água continue penetrando por algum ponto, repetir o tamponamento
com cimento com aditivo ultra rápido, até a obtenção da estanqueidade.
Aplicar de forma imediata uma demão de Líquido Selador, até que a
superfície fique brilhante.
95
Imediatamente sobre o Líquido Selador, ainda brilhante, aplicar uma demão
de pasta de cimento com aditivo de pega rápida preparada conforme procedimento
anterior.
Aguardar 20 minutos e dar outra demão de cimento com aditivo de pega
rápida no sentido cruzado em relação a demão anterior.
A dosagem, consumo, tempo de mistura e manuseio, ferramentas de
aplicação, secagem entre demãos e cura devem seguir as recomendações do
fabricante.
4.2.4.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Recomenda-se proteção mecânica em locais onde exista possibilidade de
agressão mecânica.
4.2.5 Cimento modificado com polímero
Ver item 4.2.3
4.2.6 Membrana epoxídica
4.2.6.1 Preparação do substrato
a) para água sob pressão negativa:
O substrato deve ser de concreto e estar firme, coeso e homogêneo.
O substrato deve estar limpo, seco, isento de corpos estranhos, restos de
fôrmas, pontas de ferragem, restos de produtos desmoldantes ou impregnantes,
falhas e ninhos.
b) para água sob pressão positiva
O substrato deve estar firme, coeso e homogêneo.
O substrato deve estar limpo, isento de corpos estranhos, restos de fôrmas,
pontas de ferragem, restos de produtos desmoldantes ou impregnantes, falhas e
ninhos.
96
4.2.6.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Adicionar aos poucos os componentes endurecedor e resina e misturar
homogeneamente, de forma mecânica ou manual.
Uma vez misturados os componentes, o tempo de utilização da mistura não
deve ultrapassar o tempo de manuseio.
Aplicar sobre o substrato as demãos, com intervalo máximo de 24 horas
entre demãos, Caso ultrapasse o intervalo máximo, promover lixamento superficial.
Quando da utilização de armadura tipo tela, esta deve ser posicionada após
a primeira demão e ser totalmente recoberta pelas demãos subseqüentes.
A dosagem, consumo, tempo de mistura e manuseio, ferramentas de
aplicação, secagem entre demãos e cura devem seguir as recomendações do
fabricante.
4.2.6.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Recomenda-se proteção mecânica em locais onde exista possibilidade de
agressão mecânica
4.3 Tipo de impermeabilização flexível
4.3.1 Membrana de asfalto modificado sem adição de polímero
4.3.1.1 Preparação do substrato
O substrato deve se encontrar firme, coeso, seco, regular, com declividade
nas áreas horizontais de no mínimo 1% em direção aos coletores de água. Para
calhas e áreas internas é permitido o mínimo de 0,5%. Cantos devem estar em
meia cana e as arestas arredondadas.
O substrato deve estar limpo, isento de corpos estranhos, restos de fôrmas,
pontas de ferragem, restos de produtos desmoldantes ou impregnantes, falhas e
ninhos.
97
4.3.1.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Aplicar uma demão do produto de imprimação com rolo de lã de carneiro,
trincha ou brocha de forma homogênea aguardando sua total secagem.
Aquecer o asfalto de forma homogênea em equipamento adequado numa
temperatura compreendida entre 190o a 220o C.
Aplicar uma demão do asfalto aquecido com o uso de meada de fios de juta.
Estender o estruturante com sobreposição mínima de 10 cm aplicando sobre este as
demãos necessárias de asfalto aquecido até a saturação do mesmo. Havendo mais
de um estruturante repetir o procedimento.
O consumo, a secagem entre demãos, ferramentas e instruções de
segurança, devem seguir as recomendações do fabricante.
4.3.1.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Deve haver proteção quando sujeita à incidência dos raios ultravioleta e
proteção mecânica estruturada com tela de fios de arame galvanizado ou plásticos
nas áreas verticais. Nas horizontais a proteção mecânica armada ou não, deve ser
executada sobre camada separadora e ou drenante, nos locais onde exista
possibilidade de agressão mecânica.
4.3.2 Membrana de asfalto modificado com adição de polímero
4.3.2.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.1.1
4.3.2.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Aplicar uma demão do produto de imprimação com rolo de lã de carneiro,
trincha ou brocha de forma homogênea aguardando sua total secagem.
Aquecer o asfalto de forma homogênea e indireta em equipamento
adequado numa temperatura compreendida entre 160o a 180o C
98
Aplicar uma demão do asfalto aquecido com o uso de meada de fios de juta.
Estender o estruturante com sobreposição mínima de 10 cm aplicando sobre este as
demãos necessárias de asfalto aquecido até a saturação do mesmo. Havendo mais
de um estruturante repetir o procedimento.
O consumo, a secagem entre demãos, ferramentas e instruções de
segurança, devem seguir as recomendações do fabricante.
4.3.2.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.1.3
4.3.3 Membrana de emulsão asfáltica
4.3.3.1 Preparação do substrato
O substrato deve se encontrar firme, coeso, seco, regular, limpo, isento de
corpos estranhos, restos de fôrmas, pontas de ferragem, restos de produtos
desmoldantes ou impregnantes, falhas e ninhos; com declividade nas áreas
horizontais de no mínimo 1% em direção aos coletores de água. Para calhas e áreas
internas é permitido o mínimo de 0,5%. Cantos devem estar em meia cana e as
arestas arredondadas.
4.3.3.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Aplicar uma demão do produto de imprimação com rolo de lã de carneiro,
trincha ou brocha de forma homogênea aguardando sua total secagem.
Aplicar uma demão com rolo de lã de carneiro, trincha ou brocha, de forma
homogênea e estender o estruturante com sobreposição mínima de 10 cm. Aguardar
a secagem. Aplicar as demãos subseqüentes, respeitando o tempo de secagem, até
atingir o consumo recomendado e garantindo o total recobrimento do estrututante.
Havendo mais de um estruturante repetir o procedimento.
O consumo, a secagem entre demãos, ferramentas e instruções de
segurança, devem seguir as recomendações do fabricante.
99
4.3.3.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.1.3
4.3.4 Membrana de asfalto elastomérico em solução
4.3.4.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.3.1
4.3.4.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.3.2
4.3.4.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.1.3
4.3.5 Membrana elastomérica de policloropreno e polietileno
clorossulfonado,
4.3.5.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.3.1
4.3.5.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.3.2
4.3.5.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Não se aplica, para aplicar proteção à incidência dos raios ultravioletas de
uma demão de policloropreno e polietileno clorossulfonado.
100
4.3.6 Membrana elastomérica de polisobutileno isopreno (I.I.R), em
solução.
4.3.6.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.3.1
4.3.6.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.3.2
4.3.6.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.1.3
4.3.7 Membrana elastomérica de estireno – butadieno – estirereno
(S.B.S)
4.3.7.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.3.1
4.3.7.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.3.2
4.3.7.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.1.3
4.3.8 Membrana elastomérica de estireno-butadieno-ruber (S.B.R.)
101
4.3.8.1 Preparação do substrato
O substrato deve se encontrar firme, coeso, regular, limpo, isento de corpos
estranhos, restos de fôrmas, pontas de ferragem, restos de produtos desmoldantes
ou impregnantes, falhas e ninhos; com declividade nas áreas horizontais de no
mínimo 1% em direção aos coletores de água. Para calhas e áreas internas é
permitido o mínimo de 0,5%. Cantos devem estar em meia cana e as arestas
arredondadas.
4.3.8.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Aplicar uma demão do produto de imprimação com rolo de lã de carneiro,
trincha ou brocha de forma homogênea aguardando sua total secagem caso o
substrato se encontre úmido.
Aplicar a demão com rolo de lã de carneiro, rodo ou com equipamento
mecânico, de forma homogênea. Caso necessário, estender o estruturante com
sobreposição mínima de 10 cm e aplicar a(s) demão(s) subseqüentes, até atingir o
consumo recomendado e garantindo o total recobrimento do estrututante. Havendo
mais de um estruturante repetir o procedimento.
O consumo, a secagem entre demãos, ferramentas e instruções de
segurança, devem seguir as recomendações do fabricante.
4.3.8.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.1.3
4.3.9 Membrana de poliuretano
4.3.9.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.3.1
4.3.9.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
102
Havendo mais de um componente, adicioná-los, misturando
homogeneamente, de forma mecânica ou manual. Uma vez misturados os
componentes, o tempo de utilização da mistura não deve ultrapassar o tempo de
manuseio. Aplicar sobre o substrato, caso necessário, uma demão de imprimação,
aguardar secagem. Da utilização de estruturante este deve ser posicionado após a
1ª demão do produto e ser totalmente recoberto pelas demãos subseqüentes.
A dosagem, consumo, tempo de mistura e manuseio, ferramentas de
aplicação, secagem entre demãos e cura, devem seguir as recomendações do
fabricante.
4.3.9.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Recomenda-se proteção mecânica em locais onde exista possibilidade de
agressão mecânica.
4.3.10 Membrana de poliuretano modificado com asfalto
4.3.10.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.3.1
4.3.10.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.8.2
4.3.10.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.1.3, exceto para membranas com resistência contra raios
ultravioleta.
4.3.11 Membrana de polímero com cimento
4.3.11.1 Preparação do substrato
103
O substrato deve se encontrar firme, coeso, regular, homogêneo, com
declividade nas áreas horizontais de no mínimo 1% em direção aos coletores de
água. Para calhas e áreas internas é permitido o mínimo de 0,5%. Cantos devem
estar em meia cana e as arestas devem ser arredondadas.
O substrato deve ser limpo, isento de corpos estranhos, resto de fôrmas,
pontas de ferragem, restos de produtos desmoldantes ou impregnantes, falhas e
ninhos.
Elementos transpassantes ao substrato devem ser previamente fixados.
O substrato deve estar úmido, porém deve estar isento de filme ou jorro de
água.
4.3.11.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Adicionar aos poucos o componente pó ao componente resina e misturar
homogeneamente, de forma manual ou mecânica, dissolvendo os possíveis grumos.
Uma vez misturados os componentes pó e resina, o tempo de utilização da
mistura não deve ultrapassar o período recomendado pelo fabricante.
Recomenda-se aplicar sobre o substrato duas demãos em sentido cruzado
de argamassa polimérica, com intervalos de 2 a 6 horas entre demãos, dependendo
da temperatura ambiente. Caso a demão anterior esteja seca, molhar o local antes
da nova aplicação.
Aplicar sobre o substrato uma demão de membrana de polímeros com
cimento. Posicionar o estruturante após a primeira demão e ser totalmente recoberta
pelas demãos subseqüentes.
A mistura, consumo, tempo de manuseio, ferramentas, secagem entre
demãos, cura, e instruções de segurança, devem seguir as recomendações do
fabricante.
4.3.11.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Ver item 4.2.1.3
4.3.12 Membrana acrílica
104
4.3.12.1 Preparação do substrato
O substrato deve se encontrar firme, coeso, seco, regular, com declividade
nas áreas horizontais de no mínimo 2% em direção aos coletores de água. Cantos
devem estar em meia cana e as arestas arredondadas.
O substrato deve estar limpo, isento de corpos estranhos, restos de fôrmas,
pontas de ferragem, restos de produtos desmoldantes ou impregnantes, falhas e
ninhos.
4.3.12.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Aplicar uma demão do produto de imprimação com rolo de lã de carneiro,
trincha ou brocha de forma homogênea aguardando sua total secagem, podendo ser
um cimento modificado com polímero, uma argamassa polimérica ou o próprio
produto diluído conforme as recomendações do fabricante.
Aplicar uma demão com rolo de lã de carneiro, trincha ou brocha, de forma
homogênea e estender o estruturante com sobreposição mínima de 10 cm. Aguardar
a secagem. Aplicar as demãos subseqüentes, respeitando o tempo de secagem, até
atingir o consumo recomendado e garantindo o total recobrimento do estrututante.
Havendo mais de um estruturante repetir o procedimento.
O consumo, a secagem entre demãos, ferramentas e instruções de
segurança, devem seguir as recomendações do fabricante.
4.3.12.3 Proteção do tipo de impermeabilização
A membrana acrílica deve ficar exposta.
4.3.13 Mantas asfálticas
4.3.13.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.3.1
105
4.3.13.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Aplicar uma demão do produto de imprimação com rolo de lã de carneiro,
trincha ou brocha de forma homogênea aguardando sua total secagem, exceto para
os casos de mantas não aderidas ao substrato.
Recomenda-se que a aplicação das mantas asfálticas seja efetuada em
temperaturas ambientes acima de 5ºC, salvo orientação específica do fabricante.
Desenrolar as bobinas alinhando-as e rebobinando-as novamente, sobre o
substrato a ser impermeabilizado.
O consumo, manuseio, ferramentas e instruções de segurança devem seguir
as recomendações do fabricante.
a) Aplicada com chama de maçarico à GLP.
O maçarico a ser utilizado na aplicação deverá ser com gatilho controlador
de chama, haste de 50 cm, bocal de 2”.
Direcionar a chama do maçarico de forma a aquecer simultaneamente o
substrato imprimado e a face de aderência da manta. Pressionar a manta do centro
em direção às bordas de forma a expulsar eventuais bolhas de ar.
As sobreposições deverão ser de no mínimo 10 cm, executando o selamento
das emendas com roletes, espátulas ou colher de pedreiro de pontas arredondadas.
Adotar os cuidados necessários para que a intensidade da chama não
danifique a manta asfáltica e proporcione a adequada aderência da manta ao
substrato.
b) Aplicada com asfalto a quente
Aquecer o asfalto de forma homogênea em equipamento adequado numa
temperatura compreendida entre 180o a 220o C para o asfalto sem a adição de
polímeros e 160ºC a 180ºC para o asfalto com a adição de polímeros.
Aplicar uma demão do asfalto aquecido na temperatura mínima de 160º,
com o uso de meada de fios de juta, no substrato imprimado numa distância máxima
de 1,00 m à frente da bobina. O asfalto deverá ser aplicado no substrato e face
inferior da bobina. Pressionar a manta do centro em direção às bordas de forma a
expulsar eventuais bolhas de ar.
As sobreposições deverão ser de no mínimo 10 cm, executando o selamento
das emendas através da aplicação de banho de asfalto, com o uso de meada de fios
106
de juta, pressionando as emendas com roletes, espátulas ou colher de pedreiro de
pontas arredondadas.
c) Aplicada com adesivos
Aplicar uma camada homogênea de adesivo no substrato imprimado e na
face da manta asfáltica a ser aderida ao substrato. Aguardar o tempo de pega do
adesivo e pressionar a manta contra o substrato pressionando do centro em direção
às bordas, para eliminação das eventuais bolhas de ar.
As sobreposições deverão ser de no mínimo 10 cm, executando o selamento
das emendas com roletes, espátulas ou colher de pedreiro de pontas arredondadas.
d) Auto adesivas
Remover o elemento antiaderente promovendo a adesão inicial ao substrato
e continuar o processo removendo o filme e aderindo a manta simultaneamente.
Executar o processo lentamente e ir pressionando do centro em direção às bordas
de forma a expulsar eventuais bolhas de ar.
As sobreposições devem ser de no mínimo 10 cm, pressionando as
emendas fortemente com roletes metálicos.
4.3.13.3 Proteção do tipo de impermeabilização
a) Promover proteção mecânica estruturada com tela de fios de arame
galvanizado ou plásticos nas áreas verticais. Nas horizontais a proteção mecânica
armada ou não, deve ser executada sobre camada separadora e ou drenante, nos
locais onde exista possibilidade de agressão mecânica.
b) Promover proteção contra raios ultravioleta, exceto para as mantas
autoprotegidas.
4.3.14 Manta de policloreto de vinila (PVC)
4.3.14.1 Preparação do substrato
O substrato deve se encontrar firme, coeso, seco, regular, limpo, isento de
corpos estranhos, restos de fôrmas, pontas de ferragem, restos de produtos
desmoldantes ou impregnantes, falhas e ninhos; com declividade nas áreas
horizontais de no mínimo 1% em direção aos coletores de água. Para calhas e áreas
107
internas é permitido o mínimo de 0,5%. Cantos devem estar em meia cana e as
arestas arredondadas.
No caso de superfície irregular onde não seja possível a execução de uma
camada de regularização, deve ser utilizado uma camada berço.
4.3.14.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Abrir os rolos ou painéis de mantas de policloreto de vinila (PVC).
As sobreposições deverão ser de no mínimo 10 cm, executando o selamento
das emendas através de soldagem química ou termofusão com sobreposição de 5
cm (cordão simples ou duplo).
O consumo, manuseio, ferramentas, equipamentos, fixações mecânicas e
instruções de segurança devem ser conforme recomendações do fabricante.
Executar as fixações mecânicas e compartimentações com os acessórios
determinados pelo fabricante.
4.3.14.3 Proteção do tipo de impermeabilização
a) Promover proteção mecânica estruturada com tela de fios de arame
galvanizado ou plástico nas áreas verticais. Nas horizontais a proteção mecânica
armada ou não, deve ser executada sobre camada separadora e ou drenante, nos
locais onde exista possibilidade de agressão mecânica.
b) Promover proteção contra raios ultravioleta, exceto para as mantas com
resistência aos raios ultravioleta.
4.3.15 Manta de polietileno de alta densidade (PEAD)
4.3.15.1 Preparação do substrato
Ver item 4.3.14.1
4.3.15.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
108
Desenrolar as bobinas, alinhando-as sobre o substrato a ser
impermeabilizado. Executar as soldas, que podem ser dos tipos: soldagem química
com sobreposição mínima de 7,5cm ou termofusão com sobreposição de 10 cm
(cordão simples ou duplo).
O consumo, manuseio, ferramentas, equipamentos, fixações mecânicas e
instruções de segurança conforme recomendações do fabricante.
4.3.15.3 Proteção do tipo de impermeabilização
Promover proteção mecânica estruturada com tela de fios de arame
galvanizado ou plástico nas áreas verticais. Nas horizontais a proteção mecânica
armada ou não, deve ser efetuada nos locais onde exista a possibilidade de
agressão mecânica.
4.3.16 Manta Elastomérica de etileno-dieno-monômero – EPDM
4.3.16.1 Preparação do Substrato
Ver item 4.3.14.1
4.3.16.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Aplicar uma demão do produto de imprimação com rolo de lã de carneiro,
trincha ou brocha de forma homogênea, aguardando sua total secagem, exceto para
os casos de mantas não aderidas ao substrato.
Abrir os rolos de mantas de etilenopropilenodieno-monômero (E.P.D.M.),
alinhando-as.
As sobreposições deverão ser de no mínimo 5 cm, executando as emendas
através de aplicação de monoadesivo e fita de caldeação.
O consumo, manuseio, ferramentas, equipamentos, fixações mecânicas e
instruções de segurança devem ser conforme recomendações do fabricante.
4.3.16.3 Proteção mecânica
109
Ver item 4.3.14.3
4.3.17 Manta Elastomérica de poliisobutileno isopreno (I.I.R.)
4.3.17.1 Preparação do Substrato
Ver item 4.3.14.1
4.3.17.2 Aplicação do tipo de impermeabilização
Ver item 4.3.15.2
4.3.18.3 Proteção mecânica
Ver item 4.3.15.3
5 Condições específicas
5.1 As trincas e fissuras devem ser tratadas de forma compatível com o
sistema de impermeabilização a ser empregado.
5.2 Devem ser cuidadosamente executados os detalhes como, juntas, ralos,
rodapés, passagem de tubulações, emendas, ancoragem, etc.
5.3 Deve ser vedado o trânsito de pessoal, material e equipamento,
estranhos ao processo de impermeabilização, durante a sua execução.
5.4 Devem ser observadas as normas de segurança quanto ao fogo no caso
das impermeabilizações que utilizam materiais asfálticos a quente da mesma forma
quando utilizados processos moldados no local, com solventes, cuidados especiais
deverão ser tomados em ambientes fechados, no tocante ao fogo, explosão e
intoxicação, a que o pessoal estiver sujeito, devendo ser prevista uma ventilação
forçada.
5.5 Antes da execução da impermeabilização de estruturas de concreto ou
alvenaria destinadas à contenção e ou armazenamento de água ou efluentes, deve
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ser efetuado teste de carga com água limpa para verificação da estabilidade
estrutural.
5.6 Após a execução da impermeabilização, recomenda-se ser efetuado
teste de estanqueidade com água limpa, com duração mínima de 72 h para
verificação de falhas na execução do tipo de impermeabilização utilizado.
5.7 A inclinação do substrato das áreas horizontais deve ser no mínimo de
1% em direção aos coletores de água. Para calhas e áreas internas é permitido o
mínimo de 0,5%;
5.8 Os coletores devem ter diâmetro que garanta a manutenção da seção
nominal dos tubos prevista no projeto hidráulico após a execução da
impermeabilização, sendo o diâmetro nominal mínimo 75 mm. Os coletores
devem ser rigidamente fixados à estrutura. Este procedimento também deve ser
aplicado para coletores que atravessam vigas invertidas;
5.9 Deve ser previsto nos planos verticais encaixe para embutir a
impermeabilização, para o sistema que assim o exigir, a uma altura mínima
de 20 cm acima do nível do piso acabado ou 10 cm do nível máximo que a água
pode atingir;
5.10 Nos locais limites entre áreas externas impermeabilizadas e internas,
deve haver diferença de cota de no mínimo 6 cm e ser prevista a execução de
barreira física no limite da linha interna dos contra-marcos, caixilhos e batentes,
para perfeita ancoragem da impermeabilização, com declividade para a área
externa. Deve-se observar a execução de arremates adequados com o tipo de
impermeabilização adotada e selamentos adicionais nos caixilhos, contra-
marcos, batentes e outros elementos de interferência;
5.11 Toda instalação que necessite ser fixada na estrutura, no nível da
impermeabilização, deve possuir arremate específico.
5.12 Toda a tubulação que atravesse a impermeabilização deve ser fixada
na estrutura e possuir arremate específico.
5.13 As tubulações de hidráulica, elétrica e gás e outras que passam
paralelamente sobre a laje devem ser executadas sobre a impermeabilização e
nunca sob ela. As tubulações aparentes devem ser executadas, no mínimo, 10
cm acima do nível do piso acabado, depois de terminada a impermeabilização e
seus complementos;
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5.14 Quando houver tubulações embutidas na alvenaria, deve ser prevista
proteção adequada para a fixação da impermeabilização;
5.15 As tubulações externas às paredes devem ser afastadas entre elas ou
dos planos verticais no mínimo 10 cm;
5.16 As tubulações que transpassam as lajes impermeabilizadas devem ser
rigidamente fixadas à estrutura;
5.17 Quando houver tubulações de água quente embutidas, deve ser
prevista proteção adequada destas, para execução da impermeabilização;
5.18 Todo encontro entre planos verticais e horizontais deve possuir
arremate específico da impermeabilização;
5.19 Os planos verticais a serem impermeabilizados devem ser executados
com elementos rigidamente solidarizados à estrutura, até a cota final de arremate da
impermeabilização, prevendo-se os reforços necessários;
5.20 A impermeabilização deve ser executada em todas as áreas sob
enchimento. Recomenda-se executá-la sobre o mesmo. Devem ser previstos, em
ambos os níveis, pontos de escoamento de fluidos;
5.21 As arestas e os cantos vivos das áreas a serem impermeabilizadas
devem ser arredondados, sempre que a impermeabilização a requerer;
5.22 As proteções mecânicas como piso acabado, bem como os pisos
posteriores, devem possuir juntas de retração e trabalho térmico preenchidas com
materiais deformáveis, incluindo o encontro de diferentes planos;
5.23 As juntas de dilatação devem ser divisores de água, com cotas mais
elevadas no nivelamento do caimento, bem como deve-se prever arremate
específico, incluindo rebatimento de sua abertura na proteção mecânica e pisos
posteriores;
5.24 Todas as áreas onde houver desvão devem receber impermeabilização
na laje superior e recomenda-se na laje inferior.
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ANEXO B - Reportagem do portal R7 notícias, referente à ponte dos remédios, que
teve desabamento da mureta lateral, com oxidação das ferragens e deteriorização
da estrutura, devido à falta de manutenção.
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Mureta desaba e interdita a Ponte dos Remédios em SP, parte da estrutura cai, mas
não há informação sobre feridos
Vistorias mais frequentes na estrutura poderiam ter evitado o desabamento
que aconteceu na ponte dos Remédios na madrugada da última terça-feira (22),
avaliam especialistas ouvidos pelo R7. Uma inspeção realizada entre os anos de
2005 e 2006 pelo Sinaenco (Sindicato da Arquitetura e da Engenharia) apontou
problemas de manutenção na ponte, que foi construída em 1969 e passou pela
última reforma em 1997, quando uma rachadura provocou risco de desabamento.
A inspeção feita pelo sindicato constatou problemas como junta de
pavimentação danificada, armaduras expostas e buracos no canteiro central que
ofereciam risco aos usuários. A ponte dos Remédios, que passa sobre a marginal
Tietê, na zona oeste de São Paulo, foi classificada como uma das 24 estruturas
(entre pontes e viadutos) com problemas complexos. No estudo, foram analisados
todos os 240 viadutos e pontes de São Paulo e o sindicato concluiu que 10% das
obras analisadas tinham sérios problemas. De acordo com os organizadores do
estudo, “ela [a ponte dos Remédios] tinha uma das situações mais graves”.
Para o arquiteto do CREA (Conselho de Engenharia e Arquitetura), Emílio
Carlos Martims, a vistoria feita pelo conselho após o desabamento desta terça-feira
indicou que os problemas da ponte não são na estrutura por onde os carros
trafegam, mas na marquise. Ele disse ter observado alguns trechos do passeio que
“têm sinais claros” de que estão cedendo.
- Fizemos uma inspeção sem instrumentos, mas dá para ver no fim da
marquise um trecho de 5 cm que está cedendo. O passeio está bem deteriorado,
com sinais de infiltração. Olhando por baixo, dá para ver várias borras de água, o
que pode comprometer a estrutura.
Falta de manutenção
O CREA vai avaliar se o projeto da obra de reparos feita em 1997
apresentava problemas técnicos que possam ter ocasionado o desabamento de
agora. Martims, porém, disse ser mais provável que o problema seja mesmo de falta
de manutenção periódica.
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- Nenhuma obra de engenharia resiste à falta de manutenção. Essa queda
poderia ser prevista? Claro. Qualquer obra feita há muito tempo dá sinais de
desgaste, de que pode cair.
O engenheiro civil especializado em contenção de estruturas José da Silva
Moreira partilha da mesma opinião de Martims. Para ele, a obra de 1997 foi um
trabalho de engenharia muito benfeito, que deixou a ponte “0 km”. Mas a queda de
agora poderia ter sido evitada se houvesse inspeções periódicas, pelo menos
mensalmente.
- A engenharia brasileira é muito boa nesse setor de pontes e viadutos,
senão teríamos problemas muito mais frequentes.
No resultado da inspeção feita pelo Sinaenco, entre 2005 e 2006, os
técnicos responsáveis sugerem solução para o problema das pontes e viadutos. De
acordo com o coordenador das vistorias, Gilberto Giuzio, uma lei federal deveria
instituir a obrigatoriedade de fazer reformas permanentes, pelo menos a cada dois
anos, nas construções do país.
- Não adianta fazer uma obra benfeita e depois abandonar. Não tenho
dúvida de que a prefeitura investe em recuperação, mas elas têm que ser
permanentes. A cada dois anos, pelo menos, em cada obra.
Risco
Apesar das críticas, todos os especialistas ouvidos concordam que não há
risco de desabamento iminente da ponte dos Remédios. Moreira conta que a mureta
pode ser reparada sem mais riscos.
- Pelo que vi, não houve problema com pilares e vigas, mas só o laudo vai
apontar um resultado mais preciso.
De acordo com a Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e
Obras), as causas da queda da mureta lateral serão divulgadas em uma semana. A
secretaria reafirmou a avaliação dos especialistas de que a “estrutura principal da
ponte, onde estão as pistas de veículos, mantém-se intacta”.
Em uma nota divulgada, ó órgão afirma que a “Siurb realiza periodicamente
uma vistoria nas pontes e viadutos da capital e, quando é constatada qualquer
anomalia, é realizada uma análise mais aprofundada, com o emprego de
instrumentos”.
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Fonte: Rede Record News.
Fonte: Rede Record News.