Post on 14-Aug-2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
CAED- CENTRO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM GESTÃO E AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
NELCÍDIO GERALDO CARNEIRO
A ORGANIZAÇAO DE TURMAS HETEREGÊNEAS: UMA ESTRATÉGIA DE INCLUSÃO SOCIAL POR MEIO DE ENSINO IGUALITÁRIO PARA TODOS OS
ALUNOS
JUIZ DE FORA
2012
NELCÍDIO GERALDO CARNEIRO
A ORGANIZAÇAO DE TURMAS HETEREGÊNEAS: UMA ESTRATÉGIA DE INCLUSÃO SOCIAL POR MEIO DE ENSINO IGUALITÁRIO PARA TODOS OS
ALUNOS
Trabalho apresentado à disciplina "Práticas
de Gestão: Estudos de Caso I" do curso de
Mestrado em Gestão e Avaliação da
Educação Pública, como requisito parcial à
conclusão da referida disciplina.
Professoras: Hilda Micarello e Rogéria
Campos de Almeida Dutra
JUIZ DE FORA
2012
1 – INTRODUÇÃO
O caso apresentado retrata a realidade da Escola Estadual General Juarez Távora situada
na periferia de Fortaleza, no Parque São José, bairro conhecido pelos altos índices de violência e
pobreza. Em virtude das dificuldades havia uma alta rotatividade de funcionários. A escola que já
possuía um público bastante diversificado aumentou significativamente em virtude de benefícios que
chegaram ao bairro. Passou a receber alunos oriundos de famílias em ascensão social atraídas pela
oferta de oportunidades.
O novo diretor contratado tinha como uma das metas acabar com alto índice de evasão e
repetência e proporcionar um espaço escolar marcado pelo respeito a diversidade e pela inclusão
social. O primeiro desafio seria inseri na escola uma nova cultura de organização de turmas. Antes a
escola sempre optava por agrupar alunos repetentes e com baixo rendimento numa turma e alunos
novatos em outra. A nova proposta se baseava na constituição de turmas heterogêneas esperava-se que
essa estratégia proporcionasse oportunidades similares a todos os alunos.
O fato era que escola estava fracassando no ensino aos alunos que não aprendia no ritmo dos
demais. Este fracasso pode ser associado a fatores externos e internos. Na visão do Diretor era
necessário que a escola fizesse, internamente, uma revisão de práticas rotineiras, no intuito de
redesenhar um novo cenário educacional para a escola. O objetivo era ofertar uma aprendizagem
significativa a todos, inclusive para aqueles que não têm maiores expectativas em relação aos
conhecimentos adquiridos na escola.
Ao perceber que professores contratados assumiam as turmas com maior dificuldade de
aprendizagem, ou seja, as turmas repetentes, fez a proposição de turmas heterogêneas. Buscava
solucionar uma questão central que era o “abandono pedagógico” de estratégias viáveis para reduzir
as altas taxas de repetência e evasão.
Nos últimos anos, mas precisamente após aprovação da LDB9394/96, tem-se
observado um aumento no número de matriculas nas escolas públicas. A democratização do
Brasil promoveu mudanças substanciais nas formas de organização social. A escola passou a
assumir um novo papel: a inclusão social daqueles que até então ficavam a margem dos bens
culturais. Rompeu-se com o principio de seleção e classificação exercido pela escola, devido
a nova demanda do país que exigia uma educação menos excludente. É consenso que a
evolução da nação está atrelada ao aumento da escolaridade geral, em especial, dos jovens
que irão assumir os novos postos de trabalho.
Este contexto provocou uma superlotação das escolas. Conforme dados do censo
escolar, aproximadamente 98% dos alunos com idade escolar se encontram matriculados. Os
incentivos governamentais associados a ampliação da rede física e o aumento de contratação
de professores viabilizaram o recebimento deste público que estavam fora do sistema. Essas
medidas proporcionaram uma diversidade ainda maior nas escolas, pois chegaram alunos
pertencentes a todas as classes sociais. Portanto, o espaço escolar passou a ser compartilhado
por agentes de diferentes estruturas familiares, de diferentes espaços sociais e, sobretudo por
um grupo que foram ao longo da história foi negligenciados poder público, logo não
entendem o valor da educação sistematizada.
A escola apresentada no caso não foge deste contexto. A descrição de sua localização
elucida bem o perfil do alunado. Isso significa que além de desenvolver o seu oficio de
construir competências e habilidades cognitivas, terá que mobilizar esforços para contribuir
nas mudanças sociais ora estabelecidas. Precisa ser instrumento na transformação do futuro,
principalmente para os alunos carentes que nela ingressam, até porque o bairro se encontra
em plena expansão imobiliária. Devem-se mobilizar novas estratégias que asseguram aos
alunos o prosseguimento dos estudos, em virtude da oportunidade que terão, já que, será
instalada no Bairro uma unidade do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
(IFECT), de educação profissionalizante.
Diante disso, fica claro que todas as ações devem estar voltadas para assegurar,
dentre outros, para os princípios: “da igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o
saber; vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais”.(BRASIL, 2007,
p.11) . Por mais que professores e pais não compreendam os verdadeiros objetivos das
mudanças implementadas pelo diretor, pode-se observar que elas buscam incluir aqueles, que
apesar de integrados, não usufruem de práticas voltadas para as suas peculiaridades.
Sendo assim, o diretor jamais poderá permitir que a exclusão dos alunos que por
motivos diversos não tiveram sua aprendizagem concretizada no tempo certo. A missão da
escola contemporânea é assegurar uma aprendizagem significativa para todos, sem distinção
de raça, credo, gênero e condição social. Quando é decidido a criação turmas heterogêneas
associado a oferta de suplementação escolar para este público, o gestor está amparado pelas
exigências da legislação e, mais importante, demonstra uma perfeita leitura da finalidade da
educação para o mundo atual.
2 -CAPÍTULO 1- FUNDAMENTAÇÃO
Ao construir o seu Projeto Político Pedagógico as escolas estabelecem alguns
parâmetros norteadores de sua prática. Em tese ao elaborar o currículo ela se embasa nos
princípios da equidade. No entanto, a organização do trabalho com turmas homogêneas
promove a segregação, já que não são traçadas diretrizes para o atendimento dos alunos com
mais dificuldade. Insistem no entendimento errôneo de que há uma maior facilidade e um
maior rendimento, quando se trabalha com essa metodologia de enturmação. Com isso as
práticas desenvolvidas configuram discrepâncias no modo de ensinar.
A gravidade maior é que as turmas com níveis baixos são entregues aos professores
menos experientes. Com essa ação a escola praticamente decreta o fracasso destes alunos,
oferecendo mais ensino a quem sabe mais e menos a quem sabe menos. Fica evidente a
lógica de que segregar os alunos organizando-os por grupos de nível de conhecimentos, só irá
contribuir para que os melhores alunos sejam cada vez melhores e que aqueles com mais
dificuldades para aprender continuem tendo cada vez mais dificuldades. Automaticamente,
ao propor essa homogeneização a escola acaba por reforçar a divisão por classes sociais,
porque normalmente as dificuldades socioeconômicas acabam por interferir no percurso
escolar.
Ao considerarmos as orientações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
que estabelece um principio educacional pautado no ideal de uma escola para todos, reforça
o entendimento de que a educação deve ser ao mesmo tempo um direito e um dever do
cidadão. Ao organizar turmas homogêneas inconscientemente a escola pode está negando ao
aluno direito de aprender.
Em uma pequena incidência de escolas há professores contrariam essa regra e
defendem que as diferenças presentes no grupo podem benéficas para a concretização de um
processo mais colaborativo e com mais equidade. Esses profissionais são aqueles que, por
formação continuada, se respaldam em estudos atuais que apontam os benefícios da
heterogeneidade para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.
Em meio a esse debate, Verdasca1(2007) nos alerta:
Independentemente de um maior ou menor grau de aleatoriedade no âmbito do processo de composição das turmas, a verdade é que cada uma destas configurará um determinado perfil em termos de composição e este pode ser analisado em função do grau de homogeneidade ou de heterogeneidade face a um conjunto de
1 Retirado do artigo cientifico de José Lopes Cortes Verdasca publicado nos Cadernos de Organização Administração Educacional, edição de julho de 2007, disponível em: http://www.turmamais.uevora.pt/docs/caoe/n01/art03/03.pdf
variáveis e da sua adequabilidade e coerência organizativas relativamente a um conjunto de finalidades educativas(Verdasca, 2007, p.16)
Essas ideias nos permite inferir que o problema vai além da escolha do tipo de
organização de turmas, em ambas é possível que a escola encontre dificuldades para
ensinar. O argumento usado pela escola para justificar a separação por nível de aprendizagem
é que será feito um atendimento diferenciado focado nas necessidades de cada grupo. No
entanto o que é feito na verdade é o esvaziamento do ensino de competências e habilidades
essenciais. Ao final do ano, pode-se observar uma situação discrepante: de um lado uma
turma com um alto índice de aprovação e do outro uma turma com uma taxa de reprovação
muito elevada. É como se existissem duas escolas funcionando num mesmo edifício.
Esse quadro nos permite fazer algumas pontuações. Uma delas converge na hipótese
de que a escola é inoperante no tange a gerência da heterogeneidade. Fazendo um paralelo
com o caso, percebe-se que o debate sobre esse tema gera polêmica e perpassa tanto pela
questão prática ligada a metodologia, quanto pela questão e ideológica influenciadora da
prática. Isso nos faz refletir se a gestão e os professores estão preparados para gerenciar com
competência esse grupo que se encontra em diferentes níveis de aprendizagem. Estas
constatações nos obrigam a deixar uma pergunta: Os integrantes que compõem as escolas
estão preparados para este tipo de desafio?
Para responder essas questões que são diferentes, porém complementares, temos que
entender que a prática metodológica é, inevitavelmente, apoiada por uma ideologia. Os
princípios ideológicos são consolidados a partir da influência de vários fatores: formação,
experiência, meio social, crença e valores. Portanto, esses aspectos são determinantes para a
construção do conceito de educação, de escola e de sociedade. Tais fundamentos nos
remetem a outras perguntas: Que educação queremos ofertar? Que escola queremos para os
nossos alunos? E por fim, que sociedade queremos para o futuro? Pode-se, então, concluir que
há uma relação de interdependência entre esses dois aspectos.
Há de ressaltar que os órgãos gestores, sobretudo de instâncias mais centrais das
Secretarias de Educação, deveriam viabilizar medidas para incentivar as escolas a
difundirem os benefícios operacionais do trabalho baseado na heterogeneidade. O
direcionamento constituiria um significativo impulso para que essa metodologia seja aceita e
utilizada na prática educativa.
Todo esse arcabouço deve culminar, principalmente na Educação Básica, no domínio
pleno dos conteúdos curriculares considerados essenciais e que, ao serem avaliados interna
ou externamente os alunos alcance a proficiência desejada. Vale ressaltar que tal prerrogativa
deve se aplicar tanto a clientela que por questão sociocultural assimilam com facilidade o
ensino ofertado, quanto àqueles que têm dificuldade em absorver a norma culta ensinada no
espaço escolar.
Outro aspecto a se considerar é que além dos saberes curriculares, deve ser de
interesse da escola, desenvolver outros, tais como, a capacidade de trabalhar em grupo, a
aceitação de que o outro é diferente, além da valorização da multiplicidade da nossa cultura.
Ao buscar a homogeneização a escola, muitas vezes, até de forma inconsciente, acaba por
privilegiar um grupo. Automaticamente, cria-se um segundo grupo composto de alunos com a
autoestima afetada acarretando a perda da autoconfiança. Adquirem o rotulo de alunos fracos,
indisciplinados e problemáticos.
Quanto aos professores, agentes diretos dessa transformação, observa-se que, mesmo
aqueles favoráveis a composição de turmas heterogêneas, se angustiam face complexidade do
trabalho a desenvolver. A preocupação central se situa na forma de como lidar com grupos
heterogêneos porque, se a diversidade é muito grande, a tarefa a enfrentar é realmente difícil.
Percebe-se o receio de que não será possível dar a atenção devida aos alunos mais
desenvolvidos, muito menos ajudar de forma adequada os que têm mais dificuldades. De fato
é procedente essa preocupação, pois há de se considerar que na maioria das vezes os
professores trabalham em muitas turmas e turmas com superlotação de alunos. Como
complicador pode-se citar, também, a falta de estrutura para apoiar as ações didático-
pedagógicas. Os programas a serem cumpridos são demasiadamente longos e os materiais
disponibilizados não são suficientes para um trabalho eficaz.
O diretor da escola do caso está diante da necessidade de se quebrar um paradigma
historicamente construído pelos os que o antecederam na gestão. A mudança gera conflitos e
cabia a ele interpretar as posições manifestas pelos pais, professores e alunos e reagir para
que a ruptura necessária se tornasse efetiva. O novo gera medo e insegurança. Em relação aos
professores, é até aceitável que a condição de aprendiz, dentro de uma nova estrutura, seja
um fator de desestabilização. Para os pais também não é diferente, pois a mudança irá gerar
sentimentos antagônicos. Se por lado a escola elitista, separatista era a que mais agradava ao
grupo da classe média, por outro, a medida será bem vista pelos menos favorecidos
economicamente, em virtude da percepção do principio da igualdade denotada pela atitude do
diretor.
De uma maneira geral é preciso despertar a consciência de que a instituição escolar de
ontem é diferente da instituição escolar de hoje. Os alunos são outros, o perfil da comunidade
escolar atendida é outro, mudaram os professores, mudaram também valores e as condições
sociais. Entretanto quase nada foi alterado em relação às práticas, continuamos tratando um
contexto novo com práticas ultrapassadas. É comum, no espaço escolar, nos defrontarmos
com a alegação dos professores de que a educação piorou. Ignoram fatores fundamentais, tais
como a ampliação do número de matriculas e a mudança do tipo de clientela atendida pela
escola. A defasagem na formação destes profissionais não os permite refletir e
compreenderem a dimensão das mudanças ocorridas devido ao novo quadro social. No
contexto atual é exigido da escola mais do que ensinar ela é considerada como o mais
importante veiculo de inclusão social.
Cabe à escola criar momentos de formação continuada para que professores e pais
desenvolvam as habilidades necessárias à atuação participativa, tendo como eixo norteador a
situação que se tem hoje e a que se objetiva construir no futuro para todos. O caminho mais
viável para Eduardo, diante da posição dos pais, dos professores e da própria Secretaria de
Educação, deve ser de dialogar com todos, ponderando sobre os princípios nobres da ideia
central da medida a ser implantada. Jamais recuar, pelo contrário, tirar o melhor proveito dos
conflitos, analisando quem os promovem e quais são os seus reais interesses.
3 - CAPÍTULO 2 - ENCAMINHAMENTOS
Antes de discutir possíveis encaminhamentos para o caso, faz-se necessário refletir os
motivos da não aprendizagem de parte do grupo. Toda a polêmica causada pela organização
de turmas heterogêneas se deve ao fato de que ninguém quer se responsabilizar pelos alunos
que fracassaram, é como se a escola não fosse, também, responsável pelo problema. Afinal
de contas, esses alunos não surgiram do nada. São originários de uma sociedade excludente,
das políticas públicas educacionais implementadas e das nossas próprias ações enquanto
educadores. O grande enfrentamento que se apresenta perpassa pela vertente da gestão dessa
heterogeneidade.
O diretor Eduardo está diante dos conflitos relacionados ao processo de tomada de
decisão. Espera-se do novo gestor a busca da transformação, por meio da quebra de um dos
muitos paradigmas que irão se colocar no percurso de sua gestão. O desafio é garantir que a
escola não continue segregando esses alunos e que o ensino ofertado em sua escola se
configure em aprendizagem para todos.
Para que o problema efetivamente seja resolvido o Diretor deve elaborar um projeto
especifico para diagnosticar as possíveis causas da heterogeneidade. Será importante
investigar se do ponto de vista metodológico a escola está adaptando a sua prática devido à
diversidade ou se ela está reforçando ainda mais as diferenças já existentes. Para que a
solução seja definitiva deve ser feito um trabalho específico e intensivo com os alunos do
sexto ano. Agindo assim, é possível aproximar o rendimento básico de todos, principalmente,
nas questões ligadas ao ensino das habilidades de leitura, escrita e produção de textos e da
matemática básica. Por ser o primeiro ano destes alunos na escola são importantes duas
medidas: A primeira é diagnosticar com precisão as habilidades que todos os alunos
dominam e confrontar com aquilo que se esperava que eles dominassem. Tabular os
resultados e montar intervenções para os que estão abaixo do esperado. As intervenções
podem acontecer no turno ou no contra turno.
Uma boa estratégia seria estabelecer parceria com SEE e implantar turmas de tempo
integral para atendimento a esses alunos. Esse órgão participaria como financiador dando
suporte técnico pedagógico para as mudanças previstas na escola. Para êxito do programa,
será necessário melhorar o espaço físico e infraestrutura tecnológica da escola. A ideia é
oferecer uma educação suplementar focada nas dificuldades diagnosticadas direcionando as
ações conforme aptidão de cada um. Pretende-se que essas ações sejam estendidas para os
demais anos de escolaridade, mas o foco principal deve se concentrar no sexto ano. Este foco
objetiva fechar a porta de entrada problema. Porém para a efetivação da aprendizagem para
todos, o diretor precisa agir em duas frentes: na prevenção e na correção.
Com o projeto estruturado e de posse dos dados que reforçam a necessidade da
mudança, o próximo passo é a promoção de uma reunião com toda a escola para a
apresentação dos resultados obtidos, bem como a tendência caso algo não seja feito. O
primeiro argumento válido é enfatizar a função social da escola, sendo contundente em
relação a necessidade de inclusão dos alunos de menor rendimento devido a sua condição
socioeconômico e cultural.
O momento é oportuno para a apresentação das vantagens de se trabalhar com turmas
heterogêneas. Ao apresentar o desenho com a análise retratando quem são esses alunos e
quais são as suas necessidades, é possível que boa dos professores repense suas posturas. É
necessária a compreensão de que a escola pública é uma instituição social especializada para
a tarefa de ensinar, não só para uma, mas para todas as classes sociais. É por isso que é
exigido um esforço coletivo para o enfrentamento das dificuldades, porque essas dificuldades
não são individuais, são institucionais.
Como resultado é esperado a sensibilização de todos os professores e funcionários
para que, coletivamente comecem a pensar estratégias de trabalho que irão valorizar as
experiências extraescolares da diversidade atendida. Daí surgirá à terceira ação.
Nesta etapa, a escola organizará uma grande oficina com vários temas relacionados ao
assunto e convocará os pais para a participação. Almeja-se, dentre outras coisas, promover a
interação entre eles e entre os alunos. Espera-se que essa interação a promova a troca de
experiências, criando uma rede de colaboração mutua. Esta estratégia possibilitará a
construção de um espaço comum de convivência, permitindo que os pais se conheçam
melhor. Desta forma, escola estará promovendo a diminuição dos preconceitos e mediando
a aproximação de pais de diferentes classes sociais.
A culminância poderá ser feita por meio de uma palestra proferida pelo diretor cujo
tema verse sobre o valor da diversidade existente na escola. Neste momento serão apontadas
todas as vantagens de se trabalhar com turmas heterogêneas, bem como as medidas que serão
processadas para que todos aprendam no tempo certo. Ao final os pais serão convidados a se
envolveram nesta tarefa. Caberão a eles a motivação os filhos e colaboração com a presença
na escola sempre que for solicitado.
4 - CAPÍTULO 3 – PLANO DE AÇÃO
Estado: A Escola Estadual General Juarez Távora Localização: _Fortaleza _________________Número de alunos: acima de 800 alunosObjetivos Ações Estratégia Período Responsável Orça-
mentoFinan-ciamento
Organizar a Reunião para Elaboração do Projeto.
Construção do Projeto
Envolvimento da Equipe Pedagógica na elaboração do documento
Até Dezembro de 2012
Diretor, Vice Diretor e Coordenação Pedagógica
R$100,00
Secretaria
Estadual de Educa-
cão de
Fortaleza
Estabelecer parceria com a Secretaria de Educação.
Solicitação de reunião com a equipe gestora para apresentação do projeto
Apresentação dos dados da escola e as necessidades financeiras para implantação do projeto. Exposição de fundamentos teóricos metodológicos que sustentam a possibilidade de sucesso para o trabalho focado no respeito à diversidade.
Inicio de fevereiro de 2013
Diretor, Vice Diretor e Coordenação Pedagógica
Mobilizar professores e funcionários para o desafio da inclusão social
Realização de reunião para apresentação do Projeto e para acrescentar contribuições dos funcionários.
1- Apresentação de slides em multimídia;
2- Entrega de formulários para registro das contribuições de cada segmento da escola;
3- Plenária para debate das ideias apresentadas.
4- Registro das contribuições e acréscimo no projeto original.
Até o final de fevereiro de 2013
Diretor, Vice Diretor e Coordenação Pedagógica
R$100,00
Preparar as equipes para a oficina com a comunidade escolar
Seleção de material instrucional e divisão do trabalho
Organização de encontros com cada grupo conforme tarefa atribuída para repasse e estudo do material coletado.
Início de março de 2013
Diretor, Vice Diretor, Coorde-nação Pedagógica e equipes selecionadas
Convocação da comunidade escolar
1-Divulgação da importância da participação da comunidade nos meios de comunicação;2- construção e distribuição de folders apresentando os assuntos que serão tratados nas oficinas, data, local e horário da reunião.
Meados de março de 2013
Toda a escolaR$300,00
Executar reunião com a comunidade
Solicitação de apoio de toda a escola
Organizar as equipes: recepção, equipamentos, entrega de material, oficineiros e apoio.
Até o final demarco de 2013.
Toda a escola R$300,00
Implantar o projeto de trabalho com turmas heterogêneas
Utilização de formas aleatórias para alocação dos alunos nas turmas de forma que elas fiquem heterogêneas em todos sentidos
Pode-se usar várias, como por exemplo; ordem alfabética de nomes, sorteio e outros.. O que não poderá ser usado é o critério da repetência ou do baixo rendimento para agrupar esses alunos.
Inicio de Abril de 2013
Diretor, Vice Diretor, Coordenação Pedagógica , professores e família.
R$5000,00
5 -REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura – Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional. -. Brasília-Distrito Federal: Ministério da Educação, 2007.
Cadernos de Orientação e Administração Educacional - Finalidades educativas e critérios de constituição de turmas: disponível em http://www.turmamais.uevora.pt/docs/caoe/n01/art03/03.pdf.Acessado em 17/11/2012
Esteban, M.T. Turmas Heterogêneas: desafio para a pesquisa e para a ação no cotidiano escolar- Disponível em http://www.rizoma.ufsc.br/html/221-of10a-st4.htm – acessado em 17/11/2012
Ministério da Educação – Indicadores de Educacionais –Disponível em hhttp://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/características_da_populacao/resultados_do_universo.pdf
Ministério da Educação - Parâmetros Curriculares Nacionais - Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf – acessado em 17/11/2012.
Programa de Pós Graduação em Gestão e Avaliação da Educação Pública . Acelera Brasil http://www.ppgp.caedufjf.net/mod/resource/view.php?id=3446 Acessado em 16/11/2012