Post on 05-Aug-2015
Vulvodinia generalizada vs. localizada: relação com os contraceptivos oraisJoana Lima-Silva, Pedro Vieira-Baptista, João Cavaco-Gomes, Jorge Beires
Serviço de GinecologiaCentro Hospitalar de São João
Primeira referência a dor vulvar na literatura remonta ao século XIX
International Society for the Study of Vulvovaginal Diseases (ISSVD) – 2003, Congresso Mundial, Salvador, Brasil
Introdução
(Latim: vulva; Grego: dor)VULVODINIA
Moyal-Barracco M. J Reprod Med. 2004Haefner. J Low Genit Tract Dis. 2007
“Vulvar discomfort, most often described as burning pain, occurring in the absence of relevant visible findings or a specific, clinically identifiable, neurologic disorder.”
International Society for the Study of Vulvovaginal Diseases (ISSVD) – 2003, Congresso Mundial, Salvador, Brasil
Introdução
Vulvodinia essencial
Vulvodinia disestésica
Síndrome da vestibulite vulvar
Disestesia vulvar (generalizada ou
localizada)
Disestesia vulvar provocada
Disestesia vulvar espontânea
Hiperestesia vulvar
Adenite vestibular
International Society for the Study of Vulvovaginal Diseases (ISSVD) – 2003, Congresso Mundial, Salvador, Brasil
Introdução
International Society for the Study of Vulvovaginal Diseases (ISSVD) – 2003, Congresso Mundial, Salvador, Brasil
Introdução
- Eritema bilateral, localizado perto dos orifícios dos ductos das glds de Bartholin e das glds vestibulares menores, é um achado normal, não devendo ser classificado como relevante
- Condilomas, nevos e quistos podem estar presentes na vulva, mas não são considerados relevantes
Comum, embora subdiagnosticado e inadequadamente tratado
Introdução
Harlow BL. J Am Med Womens Assoc. 2003
- 16% das mulheres experienciaram dor vulvar com duração de pelo menos 3 meses, alguma vez na sua vida
- 7% estavam sintomáticas aquando da realização do estudo
Reed BD. . Am J Obstet Gynecol. 2012
- Prevalência 8,3%- Prevalência estável até aos 70 anos, depois diminui- Das mulheres com critérios de vulvodinia, 48,6% procuraram
tratamento – apenas 1,4% foram diagosticadas- Taxa de remissão: 16,9%
MAGNITUDE DO PROBLEMA
Introdução
MAGNITUDE DO PROBLEMA
- Afecta qualquer idade – estudos recentes em adolescentes sugerem que é bastante prevalente nesta faixa etária
Xie Y. Curr Med Res Opin. 2012
Arnold LD. Obstet Gynecol. 2006 Piper CK. J Low Genit Tract Dis. 2012
- Elevado impacto económico: custos directos em saúde, absentismo laboral- 31-72 mil milhões de dólares/ano
- Diminuição na qualidade de vida das mulheres afectadas- Impacto psicológico- Impacto na vida sexual/marital
Harlow BL. J Am Med Womens Assoc. 2003
Landry. J Sex Med. 2009
- Afecta igualmente brancos e negros, sendo mais comum entre os hispânicos
Anomalias do desenvolvimento embrionário Agentes infecciosos Factores genéticos e imunes Alterações inflamatórias Alergéneos Patologia do pavimento pélvico Factores hormonais ...
Introdução
ETIOLOGIA DESCONHECIDA: PROVAVELMENTE MULTIFACTORIAL
Controvérsia relativamente ao papel dos contraceptivos orais
Introdução
FACTORES HORMONAIS
Basin S et al1994
Harlow BL et al2008
Sjöberg I et al1997
Reed B et al2013
Bouchard C et al2002
CO associados a vulvodinia(Uso, duração e idade de
início)
VS. CO sem impacto significativo no risco de
vulvodinia
Vulvodinia generalizada ou localizada Vulvodinia espontânea, provocada ou mista
Introdução
FACTORES HORMONAIS
Sem dados na literatura?
Avaliar o papel dos CO nos diferentes tipos de vulvodinia Generalizada/Localizada Espontânea/Provocada/Mista
Objectivo
Estudo retrospectivo transversal
Revisão dos processos clínicos das mulheres com o diagnóstico de VULVODINIA
Consulta de Patologia Vulvar do CHSJ
Janeiro de 2008 – Dezembro de 2012
Análise dos dados em SPSS® 20.0.
Materiais e métodos
49 mulheres com o diagnóstico de vulvodinia Idade média no diagnóstico: 43,9±17,16 anos 42,6% nuligestas 66,6% casadas/união de facto
Resultados
75,6% uso actual ou prévio de CO
Tempo médio de utilização 97,3 meses
Resultados
Provocada
Espontânea Mista Total
Generalizada
14 1 11 26 (53.1%)
Localizada 14 - 9 23 (46.9%)
28 (57.1%)
1 (2.0%) 20 (40.8%)
49
49 mulheres com o diagnóstico de vulvodinia
Classificação da vulvodinia (ISSVD, 2003)
Resultados
GENERALIZADA
LOCALIZADA p
Exposição aos CO(alguma vez)
65,2% 86,4% 0,099
Vulvodinia generalizada vs. localizada
Contraceptivos orais
Duração média de exposição aos CO
25,6 meses
97,5 meses
0,008
RR= 2,05(IC 95%, 0,75-
5,63)
Resultados
ESPONTÂNEA
PROVOCADA MISTA p
Exposição aos CO(alguma vez)
100% (n=1)
81,5% 64,7% 0,383
Vulvodinia espontânea vs. provocada vs. mista Contraceptivos orais
Duração média de exposição aos CO
-62,4
meses71,7
meses0,952
Não há consenso acerca da influência dos CO na vulvodinia – factor de risco? Estudos apontam para risco aumentado de
vulvodinia nas mulheres com exposição mais prolongada e em idades mais precoces
Não há publicações acerca do papel dos CO nos diferentes tipos de vulvodinia
Discussão
Os presentes resultados sugerem uma associação entre a exposição aos CO e a vulvodinia localizada Efeito “tudo ou nada” Duração da exposição
Vulvodinia generalizada e localizada Diferentes etiologias Sintomas/entidades diferentes
Discussão
?
?
Discussão
? Mecanismo de acção Alterações vestibulares que condicionam um
menor limiar à dor
Exposição precoce e prolongada aos esteróides induz alterações morfológicas na mucosa vestibular
Localização mais superficial das terminações nervosas
Aumento da percepção da dor
Diminuição nos androgénios séricos (vestíbulo rico em receptores de androgénios)
Bohm-Starke N. J Reprod Med. 2004
As mulheres com vulvodinia localizada utilizam mais frequentemente e por períodos mais longos os CO, comparativamente às com vulvodinia generalizada
Possível associação entre CO e vulvodinia localizada
Conclusões
JOEL R. COOPER© 2002
“Today, idiopathic.Tomorrow, understood.”
© P
ED
RO
VIE
IRA
BA
PTIS
TA