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Preco 1$00 Quinta [eire, 4 de Abril de 1957 Ano II - N.° 108 nana R A. O u M C c u A Á | 0 senhor Presidente da I , '• ‘ " J ‘ j Repúblico vai ao Brasil EM VISITA OFICIAL J .4 convite do sr. Kubitschek de Oliveira, ilustre Presidente j da Republica do Brasil, visita em Junho próximo a Nação I Irmã o sr. General Craveiro Lopes, não menos ilustre Pre- sidente da Republica Portuguesa. Esse honroso convite, que abrange no seu significado não j o venerando Chefe do | Estado como também todo o ) Povo Português, è mais uma j clara prova da muita estima ) que o Brasil nos dedica e | servirá para estreitar cada j vez mais os laços fraternos j que unem as duas Pátrias. j >1 viagem do sr. General ) Craveiro Lopes a terras de Santa Cruz vai constituir, certamente, um aconteci- mento histórico, da maior projecção; e, se Portugal ainda recentemente teve mo- tivos para elevar a sua gra- tidão pela activí/tade nobre e desassombrada do repre- sentante brasileiro na U. N. O., mais devedor se vai sen- tir ainda pelas altas de- monstrações de civismo e de acrisolada consideração que vão ser dispensadas ao su- premo Magistrado da nossa República. Saudamos o Brasil e o seu povo ! Sabemos que, através do Atlântico, os dois paises amigos encurtarão por al- guns dias, com essa via- gem, a distância que separa o bater sinciònico dos cora- ções dos dois povos. Ii os dois povos, sinteti- zados nas figuras ilustres dos seus magnos representantes, viverão nesses momentos na mesma epopeia dá História e dos seus ideais. F i a l h o d e A l m e i d a Proprietária, Àdminitirflil&r e ídilor V. S. MOTTA PINTO REDACÇÃO E ADMIN1STRAÇÀO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467 M O N T I J O -------- COMPOSIÇÃO B IMPRESSÃO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TEI iEF. 026 236 — MONTIJO Está-se comemorando o centenário do nascimento do grande escritor Fialho de Almeida. O facto tem provocado várias manifestações cultu- rais, bem justificadas e bem merecidas, porquanto o ta- lento do génial hom em de letras ocupou na literatura portuguesa lugar de relevo. À Imprensa compete as- sinalar a data e dar ao acon- tecimento toda a distinção, dado que Fialho foi também um brilhante jornalista, em cuja faceta se destacou e demonstrou excepcional va- lor. «A Prpvíncia» assim o en- tende. Associa-se a todas as homenagens e vincula nas suas colunas a modesta homenagem da sua muita admiração pelo alto espírito do português ilustre. Não é possível, num sim - ples artigo de jornal provin- ciano, escrever quanto mere- cia a evocação deste nome superior das letras pátrias ; haverá que restringir a prosa e dar ao leitor, que o des- conhece ou mal conhece, a pálida impressão duma bio- grafia apressada. N o entre- tanto, cabe-nos o dever de juntar a nossa débil voz jor- nalística à consagração do momento que se aproxima. José Valentim Fialho de B E J A Alm eida, que nasceu em Vila de Frades abs 7 de M aio de 1857 e faleceu em Cuba aos 4 de M arço de 1911, com cinquenta e quatro anos -— — Por -------- ÁLVARO VALENTE apenas, fez parte dessa ga- leria de nevróticos ilumina- dos a cuja cabeça devemos colocar sempre a figura h o - mérica de C a m ilo ,— seu contemporâneo.' A sua obra fragmentária, plena de contrastes, des- conexa e desigual, exsuda talento por tode^ os inters- tícios, destila amargor e aze- dume, mas brilha e fulgura como estrela inapagável rios céus da nossa literatura de pífia e restrita amplidão. Ela reflecte a cada passo a vida torturada- do insigne escritor, as suas aventuras e privações por escolas e boticas, até se formar em medicina «à custa de mil sa- crifícios». N a obra está, pois. a sua melhor biografia, nào havendo necessidade de ou- vir biógrafos, nem comenta- dores, que muitas vezes deambulam pelos mundos de fantasia. Dessa vida áspera e des- trambelhada resultou aquela prosa viril e revoltada que fez de Fialho um dos nossos maiores panfletários, se não o m aior! francês, e datam de 1669, quando Mariana Alcoforado tinha 29 anos de idade. E em Virtude dessas cartas, o Convento da Conceição adquiriu maior cele- bridade, para se jun- tar à admiração que as suas arcarias, balaus- tradas, e torre cimeira provocam ao Visitante. É um escrínio de be- lezas arquitectónicas a formosa cidade alente- jana, a P a x lia dos romanos, a Beja dos portugueses! NO PROXIMO NÚMERO: PORTUGAL PITORESCO Beja monumental A' Dr.1Jovita de Carvalho, educadora e médica dis- tinta e brilhante poetisa Contei po r m il as graças da Fig u e ira N o dia em que acordei enam orado Desta dona gentil, do m ar salgado E da serra plantada à sua beira. Graças ? 1 ... Feitiço ? ! A i, linda e feiticeira Praia da Claridade e sol doirado l . .. P o r que m istério ju i eu conquistado P a ra prendei-m e a ti de tal m aneira? Será que tenha a culpa deste ape^o O sorriso tranquilo do M ondego Tro van d o m adrigais no teu regaço ? « » # » . .. 7 'alvez seja a canção das tuas águas D ilu in d o o am argor das m inhas m ágoas, E a cingir-te na lu z do seu abraço ! . . . Figueira da Foz — 1956 Orlando de Sousa Branca livro de tomo, — «O s Contos» , aparecido em 1881, até «Estâncias de Arte e de Saudade», a p arec id o em 1921, rindo e chorando, ar- remetendo e praguejando, demolindo e arrasando, sar- cástico e azedo, sentimental e romântico, ele escreveu e deixou aos pósteros uma gloriosa epopeia portugesa, de crítica e de beleza, que não tem igual pela sua ori- (Continua na página 5) Publicamos hoje uma fo- tografia do Convento da Con- ceição, como fazendo parte de Beja monumental. Além do aprazível local onde está situado, que admirar a sua arqui- tectura (estilo gótico) deslumbrante. Serve hoje de museu, com a Casa do Capítulo, compartimento his- tórico do Convento. Outro facto o torna, porém, ainda mais no- tável. esteVe internada como freira, e viveu até os 85 a n o s de idade, Mariana Alcofo- rado, — a autora das cé- lebres cartas amorosas, tão discutidas e que tanta ce- leuma têm levantado entre escritores e investigadores. Ainda hoje se indica ao Tendo começado pela cola- boração avulsa em «peque- nas folhas literárias», em jornais da província, princi- palmente de Leiria e Viseu, em breve o seu talento exu- berante explodiu por folhe- tos e livros que o elevaram definitivamente à categoria dos grandes nomes que fi- cam imortais. E desde o seu primeiro Visitante uma janela de gra- des,como sendo aqueladonde a freira via o capitão Cha- milly, do regimento de cava- laria de Briquemault, então estacionado na cidade. Convento da Conceição Dizem os irnditos que á a «Varanda donde se Vêem as portas de Mértola». As discutidas cartas foram publicadas por um ediíor

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Preco 1$00 Quinta [eire, 4 de Abril de 1957 Ano II - N.° 108

nana

R A.O uM C c uA Á

| 0 senhor Presidente daI , • '• ‘ " J ‘ ‘ j

Repúblico vai ao BrasilE M V I S I T A O F I C I A L

J .4 convite do sr. Kubitschek de Oliveira, ilustre Presidente j da Republica do Brasil, visita em Junho próximo a Nação I Irmã o sr. General Craveiro Lopes, não menos ilustre Pre­sidente da Republica Portuguesa.

Esse honroso convite, que abrange no seu significado não jsó o venerando Chefe do | Estado como também todo o ) Povo Português, è mais uma j clara prova da muita estima ) que o Brasil nos dedica e | servirá para estreitar cada j vez mais os laços fraternos j que unem as duas Pátrias. j

>1 viagem do sr. General ) Craveiro Lopes a terras de Santa Cruz vai constituir, c e r t ame nt e , um aconteci­mento histórico, da maior projecção; e, se Por t ugal ainda recentemente teve mo­tivos para elevar a sua gra­tidão pela activí/tade nobre e desassombrada do repre­sentante brasileiro na U. N.O., mais devedor se vai sen­tir ainda pelas altas de­monstrações de civismo e de acrisolada consideração que vão ser dispensadas ao su­premo Magistrado da nossa República.

Saudamos o Brasil e o seu povo !

Sabemos que, através do At l ânt i co , os dois paises amigos encurtarão por al­guns dias, com essa via­gem, a distância que separao bater sinciònico dos cora­ções dos dois povos.

Ii os dois povos, sinteti­zados nas figuras ilustres dos seus magnos representantes, viverão nesses momentos na mesma epopeia dá História e dos seus ideais.

F i a l h o d e A l m e i d a

Proprietária, Àdminitirflil&r e ídilor

V . S . M O T T A P I N T O

REDACÇÃO E ADMIN1STRAÇÀO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467M O N T I J O --------

COMPOSIÇÃO B IMPRESSÃO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TEI iEF. 026 236 — MONTIJO

E s t á - s e c o m e m o r a n d o o c e n t e n á r i o d o n a s c i m e n t o d o g r a n d e e s c r i t o r F i a l h o d e A l m e i d a .

O f a c t o t e m p r o v o c a d o j á v á r i a s m a n i f e s t a ç õ e s c u l t u ­r a i s , b e m j u s t i f i c a d a s e b e m m e r e c i d a s , p o r q u a n t o o t a ­l e n t o d o g é n i a l h o m e m d e l e t r a s o c u p o u n a l i t e r a t u r a p o r t u g u e s a l u g a r d e r e l e v o .

À I m p r e n s a c o m p e t e a s ­s i n a l a r a d a t a e d a r a o a c o n ­t e c i m e n t o t o d a a d i s t i n ç ã o , d a d o q u e F i a l h o f o i t a m b é m u m b r i l h a n t e j o r n a l i s t a , e m c u j a f a c e t a s e d e s t a c o u e d e m o n s t r o u e x c e p c i o n a l v a ­l o r .

« A P r p v í n c i a » a s s i m o e n ­t e n d e . A s s o c i a - s e a t o d a s a s h o m e n a g e n s e v i n c u l a n a s s u a s c o l u n a s a m o d e s t a h o m e n a g e m d a s u a m u i t a a d m i r a ç ã o p e l o a l t o e s p í r i t o d o p o r t u g u ê s i l u s t r e .

N ã o é p o s s í v e l , n u m s i m ­p l e s a r t i g o d e j o r n a l p r o v i n ­c i a n o , e s c r e v e r q u a n t o m e r e ­c i a a e v o c a ç ã o d e s t e n o m e s u p e r i o r d a s l e t r a s p á t r i a s ; h a v e r á q u e r e s t r i n g i r a p r o s a e d a r a o l e i t o r , q u e o d e s ­c o n h e c e o u m a l c o n h e c e , a p á l i d a i m p r e s s ã o d u m a b i o ­g r a f i a a p r e s s a d a . N o e n t r e ­t a n t o , c a b e - n o s o d e v e r d e j u n t a r a n o s s a d é b i l v o z j o r ­n a l í s t i c a à c o n s a g r a ç ã o d o m o m e n t o q u e s e a p r o x i m a .

J o s é V a l e n t i m F i a l h o d e

B E J A

A l m e i d a , q u e n a s c e u e m V i l a d e F r a d e s a b s 7 d e M a i o d e 1 8 5 7 e f a l e c e u e m C u b a a o s 4 d e M a r ç o d e 1 9 1 1 , c o m c i n q u e n t a e q u a t r o a n o s

-— — P o r--------Á L V A R O V A L E N T E

a p e n a s , f e z p a r t e d e s s a g a ­l e r i a d e n e v r ó t i c o s i l u m i n a ­d o s a c u j a c a b e ç a d e v e m o s c o l o c a r s e m p r e a f i g u r a h o ­m é r i c a d e C a m i l o , — s e u c o n t e m p o r â n e o . '

A s u a o b r a f r a g m e n t á r i a , p l e n a d e c o n t r a s t e s , d e s ­c o n e x a e d e s i g u a l , e x s u d a t a l e n t o p o r t o d e ^ o s i n t e r s ­t í c i o s , d e s t i l a a m a r g o r e a z e ­d u m e , m a s b r i l h a e f u l g u r a c o m o e s t r e l a i n a p a g á v e l r i o s c é u s d a n o s s a l i t e r a t u r a d e p í f i a e r e s t r i t a a m p l i d ã o .

E l a r e f l e c t e a c a d a p a s s o a v i d a t o r t u r a d a - d o i n s i g n e e s c r i t o r , a s s u a s a v e n t u r a s e p r i v a ç õ e s p o r e s c o l a s e b o t i c a s , a t é s e f o r m a r e m m e d i c i n a « à c u s t a d e m i l s a ­c r i f í c i o s » . N a o b r a e s t á , p o i s . a s u a m e l h o r b i o g r a f i a , n à o h a v e n d o n e c e s s i d a d e d e o u ­v i r b i ó g r a f o s , n e m c o m e n t a ­d o r e s , q u e m u i t a s v e z e s d e a m b u l a m p e l o s m u n d o s d e f a n t a s i a .

D e s s a v i d a á s p e r a e d e s ­t r a m b e l h a d a r e s u l t o u a q u e l a p r o s a v i r i l e r e v o l t a d a q u e f e z d e F i a l h o u m d o s n o s s o s m a i o r e s p a n f l e t á r i o s , s e n ã o o m a i o r !

f r a n c ê s , e d a t a m d e 1 6 6 9 ,

q u a n d o M a r i a n a A l c o f o r a d o

t i n h a 2 9 a n o s d e i d a d e .

E e m V i r t u d e d e s s a s c a r t a s ,

o C o n v e n t o d a C o n c e i ç ã o

a d q u i r i u m a i o r c e l e ­

b r i d a d e , p a r a s e j u n ­

t a r à a d m i r a ç ã o q u e

a s s u a s a r c a r i a s , b a l a u s ­

t r a d a s , e t o r r e c i m e i r a

p r o v o c a m a o V i s i t a n t e .

É u m e s c r í n i o d e b e ­

l e z a s a r q u i t e c t ó n i c a s a

f o r m o s a c i d a d e a l e n t e ­

j a n a , — a P a x J ú l i a

d o s r o m a n o s , a B e j a

d o s p o r t u g u e s e s !

N O P R O X I M O N Ú M E R O :P O R T U G A L P IT O R E S C O

B e ja m o n u m e n t a l

A' Dr.1 Jovita de Carvalho, educadora e médica dis­tinta e brilhante poetisa

C o n t e i p o r m i l a s g r a ç a s d a F i g u e i r a N o d i a e m q u e a c o r d e i e n a m o r a d o D e s t a d o n a g e n t i l , d o m a r s a l g a d o E d a s e r r a p l a n t a d a à s u a b e i r a .

G r a ç a s ? 1 . . . F e i t i ç o ? ! A i , l i n d a e f e i t i c e i r a P r a i a d a C l a r i d a d e e s o l d o i r a d o l . . .P o r q u e m i s t é r i o j u i e u c o n q u i s t a d o P a r a p r e n d e i - m e a t i d e t a l m a n e i r a ?

S e r á q u e t e n h a a c u l p a d e s t e a p e ^ o O s o r r i s o t r a n q u i l o d o M o n d e g o T r o v a n d o m a d r i g a i s n o t e u r e g a ç o ? • « • • • • • • • • » # »

. . . 7 ' a l v e z s e j a a c a n ç ã o d a s t u a s á g u a s D i l u i n d o o a m a r g o r d a s m i n h a s m á g o a s ,E a c i n g i r - t e n a l u z d o s e u a b r a ç o ! . . .

Figueira da Foz — 1956 Orlando de Sousa Branca

l i v r o d e t o m o , — « O s C o n t o s » — , a p a r e c i d o e m 1 8 8 1 , a t é « E s t â n c i a s d e A r t e e d e S a u d a d e » , a p a r e c i d o e m 1 9 2 1 , r i n d o e c h o r a n d o , a r ­r e m e t e n d o e p r a g u e j a n d o , d e m o l i n d o e a r r a s a n d o , s a r ­c á s t i c o e a z e d o , s e n t i m e n t a l e r o m â n t i c o , e l e e s c r e v e u e d e i x o u a o s p ó s t e r o s u m a g l o r i o s a e p o p e i a p o r t u g e s a , d e c r í t i c a e d e b e l e z a , q u e n ã o t e m i g u a l p e l a s u a o r i -

(Continua na p á g i n a 5)

P u b l i c a m o s h o j e u m a f o ­t o g r a f i a d o C o n v e n t o d a C o n - c e i ç ã o , c o m o f a z e n d o p a r t e d e B e j a m o n u m e n t a l .

A l é m d o a p r a z í v e l l o c a l o n d e e s t á s i t u a d o , h á q u e a d m i r a r a s u a a r q u i ­t e c t u r a ( e s t i l o g ó t i c o ) d e s l u m b r a n t e .

S e r v e h o j e d e m u s e u , c o m a C a s a d o C a p í t u l o ,— c o m p a r t i m e n t o h i s ­t ó r i c o d o C o n v e n t o .

O u t r o f a c t o o t o r n a , p o r é m , a i n d a m a i s n o ­t á v e l .

A í e s t e V e i n t e r n a d a c o m o f r e i r a , e a í v i v e u a t é o s 8 5 a n o s d e i d a d e , M a r i a n a A l c o f o ­r a d o , — a a u t o r a d a s c é ­l e b r e s c a r t a s a m o r o s a s , t ã o

d i s c u t i d a s e q u e t a n t a c e ­

l e u m a t ê m l e v a n t a d o e n t r e

escritores e i n v e s t i g a d o r e s .

Ainda h o j e s e i n d i c a a o

T e n d o c o m e ç a d o p e l a c o l a ­b o r a ç ã o a v u l s a e m « p e q u e ­n a s f o l h a s l i t e r á r i a s » , e m j o r n a i s d a p r o v í n c i a , p r i n c i ­p a l m e n t e d e L e i r i a e V i s e u , e m b r e v e o s e u t a l e n t o e x u ­b e r a n t e e x p l o d i u p o r f o l h e ­t o s e l i v r o s q u e o e l e v a r a m d e f i n i t i v a m e n t e à c a t e g o r i a d o s g r a n d e s n o m e s q u e f i ­c a m i m o r t a i s .

E d e s d e o s e u p r i m e i r o

V i s i t a n t e u m a j a n e l a d e g r a ­d e s , c o m o s e n d o a q u e l a d o n d e a f r e i r a v i a o c a p i t ã o C h a - m i l l y , d o r e g i m e n t o d e c a v a ­l a r i a d e B r i q u e m a u l t , e n t ã o e s t a c i o n a d o n a c i d a d e .

Convento da Conceição

D i z e m os i r n d i t o s q u e á a

«Varanda donde se Vêem as

p o r t a s d e M é r t o l a » .

A s d i s c u t i d a s c a r t a s f o r a m

p u b l i c a d a s p o r u m e d i í o r

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N ã o t e m o s g r a n d e s i l u s õ e s . S a b e m o s q u e s e r á a i n i c i a ­t i v a p a r t i c u l a r a m a i o r f o r ç a p a r a o c o n s e g u i r .

C o n t u d o , c o n t i n u a r e m o s a a g i t a r o p r o b l e m a , c o m a c o n s c i ê n c i a d e q u e s e t r a t a d u m d o s a s s u n t o s m a i s i m ­p o r t a n t e s p a r a a v i d a p r o ­g r e s s i v a d e M o n t i j o .

A l g u n s j u l g a r ã o q u e b a s t a h a v e r u m c i n e m a n o v o , u m « m e r c a d o » n o v o , u m p a l á c i o d e j u s t i ç a n o v o , u m a c a d e i a c o m a r c a n o v a , m u i t o s e d i f í ­c i o s n o v o s , m u i t a s h a b i t a ­ç õ e s n o v a s ; m a s t u d o i s s o n ã o b a s t a e n a d a t e m c o m a c u l t u r a p o p u l a r .

Q u a n t o m a i s o j a r d i m s e d e s e n v o l v e r , m a i s h á q u e c u i d a r d a s f l o r e s .

E t o d a e á s a p a r t e m a t e r i a l d a v i d a , p o u c a , r e p e r c u s s ã o t e r á s e n ã o h o u v e r a a c o m ­p a n h á - l a c e r t a e l e v a ç ã o d o e s p í r i t o , m a i s i n s t r u ç ã o e m a i s e d u c a ç ã o d a p a r t e d e q u a n t o s e s t i v e r e m a u s u ­f r u í - l a .

É p r e c i s o q u e a u m a c o r ­r e s p o n d a a o u t r a , n ã o s ó p a r a o s q u e v i v e m n e s t e a m b i e n t e c o m o a t é p a r a o s q u e n o s v i s i t a m o u v i s i t a ­r e m .

É p o r t u d o i s t o q u e a a c ç ã o d o A t e n e u P o p u l a r s e t o r n a e x t r a o r d i n a r i a m e n t e n o ­t á v e l : l u t a n d o q u a s e s ó e s e m a m p a r o s c o n t r a a o n d a c r e s c e n t e d a i n d i f e r e n ç a .

A s u a D i r e c ç ã o a c t u a l , f o r m a d a p o r e l e m e n t o s d e d i ­c a d o s q u e , d e s d e a p r i m e i r a h o r a , a c o m p a n h a m e t ê m s e r v i d o a p r e s t i m o s a c o l e c ­t i v i d a d e , m e r e c e d e t o d o s a m a i o r c o n f i a n ç a e m u i t o h á d e l a a e s p e r a r .

E s t a m o s c o n v i c t o s d e q u e , a t é o f i m d o s e u m a n d a t o , h á - d e p r o c u r a r e n g r a n d e c e r o A t e n e u q u e r e p r e s e n t a e p r o d u z i r u m t r a b a l h o , e m ­b o r a s i m p l e s , h o n e s t o e s é r i o .

N à o o b s t a n t e , h á q u e a u ­x i l i á - l a , h á q u e p r o p o r c i o ­n a r - l h e o s m e i o s i n d i s p e n ­s á v e i s p a r a a o b r a q u e s e i m p õ e .

S ã o n e c e s s á r i o s n o v o s c u r s o s ; é p r e c i s o i n t e n s i f i ­c a r a f r e q u ê n c i a d o s a c t u a i s ; c o n v é m i n t e r e s s a r o s d o i s s e x o s c a d a v e z m a i s n e s s a f r e q u ê n c i a ; e a c i m a d e t u d o a n g a r i a r n o v o s s ó c i o s , n o ­v o s a d e p t o s q u e i m p u l s i o n e m

a s g e n e r o s a s i n i c i a t i v a s e m m a r c h a e s e p r o p o n h a m r e a ­l i z a r o u t r a s q u e c o n d u z a m à s f i n a l i d a d e s p r e v i s t a s .

« A P r o v í n c i a » c o n t i n u a c o m o s e m p r e a o l a d o d a p o ­p u l a r e ú t i l a g r e m i a ç ã o e , n o s e u p a p e l d e I m p r e n s a R e g i o n a l i s t a , c o l a b o r a r á c o m o a t é a q u i n e s s a o b r a t ã o p r e m e n t e e t ã o e l e v a d a c o m t o d o o s e u e s f o r ç o e s i m p a t i a .

T e m a s h i s t ó r i c o s

0 «Barbadõo» em Aldeia GalegaPelo Prof. José Manuel Landeiro

i i i

Se lermos com atenção toda a nossa História vemos que ela é fértil de lendas cavalheirescas, em que sobressaiem vultos de epopeia.

Já aqui tivemos ocasião de dizer ser a lenda a poesia da História. A lenda é filha da imaginação do povo. I£ este quem as cria e as põe a correr dc boca em boca, de geração em geração. Camões soube, com o seu grande engenho e arte, tirar partido patriótico incluindo, no seu imortal, «C)s Lusíadas», muitas das lendas portuguesas, com as quais enaltece o amor pá­trio e outras virtudes da raça lusa ( 1).

N ão se torna necessário um conhecimento profundo de factos históricos, isto é, dos aconteci­mentos apurados pela História que é quem tem a faculdade de passar a «certidão da Verdade», para se saber distinguir a lenda da Histó­ria. Esta é testemunhada por do­cumentos; aquela, pela imaginação tradicional popuiar. O encontro do Barbadão com I). João 1, em Aldeia Galega, de que resultou um atentado frustrado, do Mem da Guarda contra o rei, não passa de uma autentica lenda, em que a imaginação popular põe em des­taque a honra de um beirão ser­rano e a generosidade de um rei indulgente. Assim se criaram dois sím bolos: O Barbadão, o da hon­radez ; o Rei, o da generosidade e da justiça, perante o mal que havia praticado.

Quem conhecer até a que ponto os beirões sabem defender a sua honra e a dos seus, não duvidará do que, nesta lenda, se atribui ao sapateiro da Guarda, ao saber da desonra da sua linda Inez, que cremos ser a sua filha única.

Nesses tempos era notório e sabido que D. João I (e seu filho D. Duarte) gostava imenso destas terras da margem esquerda do Tejo, principalmente de A lh o s Velhos, Aldeia Galega e Alcochete. Nessa altura, Aldeia Galega era

S A N F E R O Á

S E D [ E H l A R M A Z É N S

U S B O i , Ruo de S. l u l i õ o , 4 1 > - 1 . ° I I I ( I I O A T I J O , Ruo J o Bel o Vista

À ER O M O T O R S A N F E R o moinho que resistiu ao ciclone - F E R R O S para construções, A R A M ES , A R C O S , etc.

C IM EN T O P O R T L A N D , T R IT U R A Ç A O de alimen­tos para gados

R IC IN O B E L G A para ndubo de batata, cebola, etc.C A R R IS , V A G O N E T A S e todo o material para Ca­

minho de FerroA R M A Z É N S D E R E C O V A G E M

ainda um pequeno povoado, onde havia «pequenas casas cobertas de colmo ou giesta, onde se abrigavam os «ratinhos» em ocasião de safra». Havia já salinas, que produziam sal finíssimo, e os seus campos eram povoados de matagais exten­sos, onde se criavam animais de caça de diversas raças e em abun­dância. D. João I era um apaixo­nado pela caça e, tanto assim, que escreveu o L iv r o da Montaria. Aqui vinha, com frequência, a caçar. O Barbadão que, nesta al­tura, vivia em Veiros, soube que o raptor de sua filha vinha muitas vezes a Aldeia Galega, em jornadas venatórias. Com o fim de vingar a sua honra, concebeu um aten­tado contra o pai dos seus neto*. E se bem o pensou,, melhor o fez. E um dia, veio dc íongada de Vei­ros a Aldeia Galega para pôr em prática o atentado que premedi­tara.

Quando o rei andava caçando, juntamente com alguns cortesãos, de que sempre se fazia acompa­nhar, Mem da Guarda (um dos nomes por que era também conhe­cido em Veiros) lobrigou-o e che­gou-se à distância de lhe poder «desfechar um tiro cie besta, mas não o atingiu '.

Há quem diga que o liarbadão, para consumar o atentado, se ser­viu de uma faca. O atentado, a dar-se (2). nunca poderia ter sido com fa ca porque o rei andava acompanhado, e os da «compa­nha» não consentiriam que qual­quer pessoa estranha se chegasse junto deles e principalmente do monarca, sem licença e sem ser identificado. Felizmente q u e o crime não fora consumado, (acre­ditando no real atentado), pois a morte de D. João I, como temos ocasião de ver através do seu go­verno e pela «ínclita geração» que deu à Pátria, seria a maior calamida- deda Casa Lusitana que nessa altura consolidava a independência da Pátria Portuguesa e Sagres de D. Henrique iniciava os descobrimen­tos de outros mundos.

Nessa mesma ocasião — diz a lenda - Barbadão e o rei fizeram as pazes. O Mestre legitimou os filhos e Mem da Guarda recebeu de el- -rei grandes mercês.

Este facto, como dissemos, não passa de uma lenda, pois não há documento algum que lhe garanta autenticidade de histórica.

D. João I devia, certamente, ter assistido ao casamento de seu filho, D. Afonso, com a filha de D. Nuno Alvares Pereira, também beiião de gema, o qual se efectuou na então vila de Leiria, nas mar­gens do Lis, onde foi criado (1442) o ducado de Bragança, de que D. Afonso foi primeiro titular.

Entre Aldeia Galega e a Beira encontram-se, através da História, relacionados muitos factos, a que

b e l i s c õ e s

F u i o n t e m a t è à p r a ç a A c o m p a n h a r a m u l h e r ,Q u e i a c o m p r a r a l i m e n t o s

p a r a a f a m í l i a c o m e r . . . N u n c a v i m a i o r d e s g r a ç a ! N u n c a v i t a n t o s t o r m e n t o s ! P a r ^ o a d e s a s s e i s e s c u d o s ,E p e s c a d a a v i n t e e o i t o ;O t a l c a r a p a u d o g a t o A d o s e e s c u d o s o q u i l o ;F o s v e n d e d o r e s « . v e l u d o s » , d i s t r i b u i n d o o s b i s c o i t o s C o m m u i d e l i c a d o t r a t o E s o r r i s o m u i t r a n q u i l o !

A s f r u t a s e a s h o r t a l i ç a s M e s m o p i a h o r a d a m o r t e . O s c h o u r i ç o s e l i n g u i ç a s S ó p r ó s q u e v i v e m c o m s o r t e . T u d o o m a i s d a m e s m a f o r m a T u d o o m a i s p a r a e s c a l d a r . E o s d a l e i c o m a m e s m a

n o r m a ,V ã o v e n d o o p o v o e s f o l a r . . .

F u i - m e e m b o r a e s p a v o r i d o , D e i x r i a m u l h e r s o z i n h a , S o l t a n d o c a d a g e m i d o d e m e t e r d ó — p o b r e z i n h a !

T r o u x e d o i s n a b o s p a r a c a s a , A r e i a , e u m t e r ç o d o p e s o ! V i n h a p i o r q u e u m a b r a s a , C o m g u e l r a s d e c o n t r a p e s o . . .

E d o s c e m e s c u d o s q u e d e i , P a r a a s c o m p r a s d e s s e d a , F i c o u a d e v e r , — e u s e i ! M a i s d e v i n t e à b o a g e n t e - . .

M a s q u e t r e m e n d a s a n g r i a ! Q u e t o s q u i a n o p a c i e n t e !

E v i v a a m o r a l i d a d e D e s t a b e l a s o c i e d a d e !

H o m e m a o m a r

nos referiremos em ocasiões opor­tunas.

1) Entre estas lendas nós quere­mos aqui, ainda que, em nota, distinguir a do milagre de Ouri- que, que afirma ter Jesus Cristo aparecido ao no so rei, antes da batalha de Ourique. a prometer- -lhe vitória sobre os infiéis e á confirmar-lhe o ceptro de um im­pério. O documento a p a re c id o sobre este «milagre» é, como já o demonstraram alguns dos nossos historiadores, c o m o Alexandre Herculano, o actual Cardeal Pa­triarca e Mons. Miguel de Oliveira, apócrifo. A lenda deste apareci­mento urdiu-se pelo paralelismo que a imaginaçõo popular encon­trou entre 1). Afonso Henriques e o imperador Constantino, filho de Santa Helena.

Esta lenda e outros factos rei >- cionados com I). Afonso I levaram grandes de Portugal a rogar a canonização deste nosso rei, mas a que a Santa Sé, sempre dotada de uma criteriosidade escrupulosa, nestes actos, negou provimento.

Não ser Ela assistida do Espírito Santo!

A lenda de Ourique teve tão grande reflexo nas realidades his­tóricas, que Camões a soube apro­veitar para provar que Deus pro­tegia Portugal, — o Portugal con­quistador, navegador e missionário.

O povo português é, entre os modernos, o único que tem uma epopeia nacional, não se conforma também com os historiadores que atribuem a sua independência à «simples ambição de um conde francês, de uma infanta espanhola e de seu filho (D. Rafael Ata- mira). E têm razão, diz Mons. Miguel de Oliveira.

A alma nacional está dentro da verdade quando se volta para o Céu e contempla aquele Deus «em cujas mãos reside o supremo im­pério dos homens e dos reinos», como rezavam os magos antigos. Dizem que os cinco escudetes do brazão nacional significam, heràl- dicamente, as cinco chagas de Cristo em memória das cinco cha­gas de Jesus Crucificado, qué

(Continua na p â g id a 3)

Page 3: | 0 senhor Presidente da Repúblico vai ao Brasil · simpatia. Temas históricos 0 «Barbadõo» em Aldeia Galega Pelo Prof. José Manuel Landeiro i i i Se lermos com atenção toda

4 -4 -9 5 7 A PROVINCIA

A GE ND AIi

ELEGANTE

A n i v e r s à r i o sMARÇO

— No dia 29, completou o seu 33.0 aniversário a sr.a I), Celeste Cas- tanheira, esposa do nosso prezado amigo e assinante, sr. Luís Jesus Kufino.

ABRIL— No dia 1, a menina Maria

Albertina Pinto da Silva, filha da nossa estimada assinante sr.* D. Albertina das Dores Pinto.

No dia 1. a sr.* D. Maria das Dores Machado Ferreira, priina da nossa dedicada assinante sr.* D. Margarida Ferreira.

— No dia 2, a menina Maria de Fátima Marinho de Oliveira, filha do nosso prezado assinante sr. Álvaro Maria de Oliveira.

— No dia 3, a menina Ana Maria Ribeiro Cercal Martins, filha da sr.* I). Maria Leonor Ribeiro Mar­tins, e neta do nosso dedicado as­sinante em Lisboa, sr. Mário Henrique Ribeiro.

— No dia 4, o sr. António Joa­quim Marques da Silva, filho do nosso dedicado assinante sr. An­tónio Gonçalves Silva.

— No dia 4, completa o seu 8.° aniversário o menino Alvaro Ma­nuel Dias d*í Carvalho, neto do do nosso estimado assinante, sr. João Nunes de Carvalho.

— No dia 4, completou o ss-u 43.° aniversário a sr.* D. Eraa dos Santos Cola, esposa do nosso de­dicado assinante, sr. Francisco Conceição Cola, residente em Sa­ca vém.

O « Barbadão» em Àldeia Galega

(Continuação da página 2)

D. Afonso Henriques viu em Ou­rique, antes da Batalha. Puro engano! Estes escudetes represen­tam cinco feridas de alfange que o nosso rei conquistador trouxe da referida batalha, em que venceu 5 grandes nobres filhos de Ma- foma.

Com o tempo, baseada na ver­dade histórica, a ciência concor­dará connosco.. .

2) A dar-se o atentado, é caso único na nossa história em tal circunstância e com a posição so­cial do atingido; como lenda é muito interessante este facto, que merece ser arq u ivad o!...

Próximo artigo: Nosssa Senhora de Miléu, da Guarda.

P. S. — Já depois de escrito esta série de artigos sobre o Barbadao, leraos em «Amigo da Veidade» da Guarda, que conta muitos mi­lhares de assinaturas, as seguintes notas que, sobre a Rainha Isabel II, recortamos do jornal referido, por as acharmos deveras interessantes:

Sabendo (a Rainha Isabel II) que os seus ascendentes eram da Guarda, fez logo tenção de vir por çá prestar-lhei homenagem e por isso pediu ao duque de Norforlk, que é também descendente do Mestre de Aviz, que lhe arranjasse uma rota, a que se chamou a rota púrpura, pela qual partindo de Vilar Formoso, passando pelo Cró, direito a Coruche e Montijo, so­brevoou primeiro que quaisquer outros, os concelhos de Almeida, Sabugal e Guarda.

E mais esta:Como o Amigo da Verdade

de há muito tinha revelado, quase todos os jornais confirmam que a Kainha lsa*bel 11 descende de por­tugueses.

E digam aos da Guarda que o Barbadão não nasceu na ci lade mais alta da P en ín su la!...

P ro f , J o s é M a n u e l L a n d e ir o

Perdeu-se— COLAR de coral. Trajecto da

*"ua Alexandre Herculano ao Par­que.

Daa -se alvíssaras a quem o en­tregar nesta Redacção.

M O N TFestas Populares de R e la tó rio d a C â m a r a M . de M o n tijo

S, Pedro G E R Ê N C I A D E 1 9 S 6Continuam no mesmo ritmo

progressivo os trabalhos da Comis­são das nossas Festas.

Começam chegando notícias da organização de excursões que nes­ses dias de 27 de Junho a 2 de Julho se deslocam a Montijo, como tem sido hábito nos anos anterio­res.

A Comissão de Iniciativa e Fes­tas do Ateneu Artístico Vilafran­quense reali/a 110 Domingo, 20 de Junho, uma grandiosa excursão acompanhada pela Banda do Ate­neu que, nesse mesmo dia, vem colaborar, mais unia vez, nas Fes­tas Populares de S. Pedro.

Serão recebidos como amigos de sempre, tudo se preparando para que a recepção deste ano seja bem expressiva dos sentimentos de fraternidade e gratidão que une as duas populações.

Outras excursões estão também em perspectiva, das quais daremos oportunas comunicações.

E tudo deuioastra o entusiasmo que já se vai notando, dentro e fora da nossa terra, pelas ira.licio nais festividades.

É difícil, senão quase impossí­vel, realizar por intermédio dum modesto e pequeno jornal régio- nalista a análise circunstanciada dum documento desta importância local.

Começaremos p o r salientar a foi ma desassombrada e sincera cumo todo o relatório está elabo­rado.

Todo ele ressuma processos ho­nestos de trabalho, desejos claros e precisos de produzir m ais e melhor a favor do Município e, por conseguinte, dos munícipes.

Na verdade, é assim que a admi­nistração municipal se impõe, ao demonstrar os propósitos firmes das suas actividades.

Com a devida vénia, para justi­ficação destas ligeiras considera­ções, respigamos do preâmbul » os seguintes períodos :

Não é possível, evidentemente, uma resenha completa das activi­dades exercidas, dos esforços dis- pendidos e até das arrelias e desi- luções colhidas, mas, o que se segue, permite, no entanto, fazer-

Sociedade filarmónica 1/_de DezembroM a i s u m a g íó r ia

No dia 29 do passado mê3 de Março a Direcção desta centenária colectividade montijense deslo­cou-se a Lisboa, onde, em sessão solene que se realizou na sede da Federação Portuguesa das Colec­tividades de Cultura e Recreio, lhe foi entregue pelo Sr. Ministro da Educação Nacional o diploma da Medalha de Instrução e Arte com que a Sociedade Filarmónica l."d e Oezembro foi condecorada.

O acto foi revestido da maior solenidade e o diploma referido já se acha em Montijo, na sede e ein poder da Direcção.

Cumprimentamos efusivamente a Direcção pela justa homenagem prestada à Sociedade Filarmónica,

a qual, além do preito superior dos poderes públicos aos apreciáveis sei viços dedicados ao país, cons­titui mais uma glória a regi tar nos seus anais.

Para que não esqueça, repetimos que no próximo Domingo, 7 do corrente, se realiza nesta presti­mosa colectividade o tradicional «Baile da Pinha», o qual será abri­lhantado pela Orquestra «Os Cuba­nos», da Moita do Ribatejo.

Vai ser uma noite esplêndida, como se p r e v ê d o s elementos agora rep etid os... para que não haja esquecimentos imperdoáveis.

Da Comissão Pró-Praca de Toiros de»

M O N T I J O recebemos o seguinte comunicada que publicamos com grande regozijo:

Começaram as obras de cons­trução da Praça de loiros de

M O N T I J O

Foi celebrado o contrato entre esta Comissão e a Empresa de Construções e Edificações Lda., de Lisboa, para a construção total da Praça de Toiros, estando pre­vista a sua inauguração, ainda este ano, em princípios do tnSs de Setembro.

Já estão em movimento t idos os serviços técnicos da referida Casa Construtora, pessoal dirigente e especializadò para a Obra, e já se encontram no local dos trabalhos as máquinas e ferramentas que serão utilizadas na fase inicial dos trabalhos, havendo já grande acti vidade dos operários que forma­rão o primeiro turno do pessoal admitido, sendo aumentado este número de trabalhadores, com o andamento e organização normal dos alicerces e desaterros que an­teciparão o levantamento do ma­jestoso tauródromo, que será er­guido a bem da portnguezíssima «Festa de Toiros».

As Sub-Comissões Angariado- ras já começaram a recolha das inscrições das generosas ofertas de donativos e trateriais a favor da construção da Praça, e esperam do

laborioso Povo de Montijo, e de toda a «Aficioh* Portuguesa, a contribuição entusiástica e subs­tancial para levar a cabo o grande empreendimento que honrará Mon­tijo e que paderá enfileirar ao lado doutras grandes realizações que engrandecerão esta Terra R i­batejana, de tradições bsrn vinca­das.

Esta Comissão lamenta não po­der satisfazer as aspirações do Povo de Montijo para ligar este acontecimento à realização das imponentes e grandiosas Festas de S. Pedro, mas tudo fará, para que a Inauguração se revista do mesmo esplendor e grandeza.

A Comissão

José Salgado d’OHveira, Dr. Ma­nuel Nepomuceno Leite da Cruz, Amadeu Augusto dos Santos, José Júlio da Veiga Marques, António Rodrigues Tavares Jor., Izidoro Maria d’01iveira, Domingos Tava­res, António Maria Ramos Rasteiro,1 >ão Euclides Rosa Carneiro, Ma- n -1 Cândido da Costa, António Júlio Canarim Nepomuceno.

-se u m a ideia, quanto possível aproximada, de como decorreu a vida do Município durante o pe­ríodo a que me reporto.

Para já, se adianta que a activi­dade municipal, naquele sector importantíssimo que respeita a obras, não colheu os resultados que todos desejávamos e que a Câmara honeslamente julgara, se não realizar pelo menos iniciar, pois para isso está preparada sob todos os aspectos.

Sem pretender encontrar des­culpas, nâo podemos no entanto esconder que o sistema de compar­ticipações do Estado atravessa uma crise, por motivos certamente ju s­tificados mas que escapam à nos*a apreciação, que emperra as activi­dades dos Municípios.

No noaso caso, há na verdade a lamentai- que por falta da neces­sária comparticipação não tenha sido possível a realização de obras de grande valor para a nossa terra e que julgamos ao alcance das nossas possibilidades.

Noutros campos da actividade camarária surgiram-nos também obstáculos, que vencemos, depois de estudos ponderados, que nos permitiram encontrar s o lu ç õ e s adequadas e, sobretudo, baseadas em rigorosa honestidade de pro­cessos, o que, não 1 aro, acar: eta demoias que, caso contrário, não se verificariam.

E assim com estas palavras es- clai ecedoras, entra-se na aprecia­ção das «receitas e despesas*.

Compulsando os r e s p e c t iv o s mapas e os desenvolvidos porme­nores, conclui-se que o saldo real das r e c e i t a s computa-se em 1 .93Q.261160, denotando um au­mento de 71.248$80 em relação ao ano de 1955.

Num desses pormenores, salien- ta-se que «a Câmara Municipal de Montijo tem necessidade de pro­ceder à revisão dos seus rendi­mentos, com vista a obter o seu aumento», e ainda que «a lei auto­riza a cobrança de impostos vários, que se têm evitado; mas os encar­gos previstos impõem inevitàvel- mente que, em altura oportuna, este assunto seja considerado de­vidamente».

Quanto às despesas, afirma-se que foram muito inferiores às do ano anterior, o que não foi ocasio­nado por qualquer restrição mas lim pela aquisição de material de elevado custo e admissão de pes­soal, o que originou despesas que foram divididas pelo triénio de 53 a 55. Cessando estas causas, o cômputo das despesas para 1956 diminuiu como consequência.

(Continua)

Concurso H o r a F e l i z

O relógio deste concurso, esta semana quando o deslacrámos, en- contrárao-lo parado nas :

2 3 h o r a s m 59 m in u to sEstr- concurso, que tem como

organizadora a grande Relojoaria e Ourivesaria Contramestre, na Praça 1.® de Maio, em MontijQ, fez premiar a sr.* D. Maria José da Silva, Campo de Tiro, - a qual tinha o cartão com a hora exacta.

Vamos toefos, pois, tentar a sorte neste CONCURSO 1IORA FELIZ !

À g r a d e c i m e n t oAmélia, de Jesus

Rozendo Correia e sua mulher Margarida Rosa Carvalheira, Maria Rosa Correia, e mais família, vêm por este meio agradecer a iodas as pessoas que se dignaram acompa­nhar à última morada a sua cho­rada mãe e sogra. Para todos, o maior reconhecimento.

| AGENDA f UTILITÁRIA

formadas ds Serviço

5.‘ ~ fe ira , 4 - D i o g o6,* - fe ira , 5 — Gi r a 1 d e a S á b a d o , 6 — M o n t e p i o Domingo, 7 — M o d e r n a £*• fe ira , 8 — D i o g o í.* - fe ira , 9 — G i r a l d e s4,“ --fsde-a, 1 0 — M o n t e p i o

B o l e t i m R e l i g i o s o

C u lto C a tó licoMISSAS

5,*-feira — às 8,30 e 9 horas.6,*-feira— às 9 e 18 horas. Sábado — às 8,30 e 9 horas. D om ingo— às 8, 9, 10, 11,30;

11,30 (Atalaia); 18 (Montijo).

Espectáculos

CINE PO PU L A R

5.* feira, 4; (18 anos) O filme em Cinemascópio e Eastmancolor, «A Castelã do Líbano», com Jean Claude Pascal e Gianna Maria Ca- nale. No programa, complementas curtos e Metro-Jornal.

6 .a feira, 5; (18 anos) Uma obra poderosa de impressionante rea­lismo, «Juventude em Perigo» com James Withmore e Virgínia Gregy. Em complemento, Fern*n- del em «Padeiro de Valorgue».

Sábado, (*; (6 anos) Uma vez mais o enternecedor filme, «Mar­celino, Pão e Vinho», com Pablito Calvo. No programa, complemen­tos curtos e Imagens de Portugal.

Domingo, 7 e 2.* feira, 8 ; (18 anos) O filme português, «Per­deu-se um Marido». No programa, complementos curtos.

4.* feira, 10; Um filme Metro, «Sombrero».

CINEMA 1.® DE DEZEMBRO

5.* feira, 4; (Para 18 anos) O assombroso filme em Cinemascó­pio. com Gary Cooper, «Conselho de Guerra».

Sábado, 6 ; (Para 13 anos) Um drama de aventuras e lutas, em Cinemascópio, <Uma Estranha na Cidade».

Domingo, 7 e 2.* feira, 8 ; (Para 13 anos) Um filme de aventuras na Selva, em Cinemascópio, com Victor Mature, «Safari*. No pro­grama, lindos complementos.

3.“ feira, 9; (Para 18 anos) A pe­dido, a cópia nova do maravilhoso filme que deslumbrou o mundo, «Duelo ao Sol».

4.* feira, 10; (Para 18 anos) O filme das Mil e Uma Noites e mil e uma aventuras, «Prisioneiros da Casbah» ; e a linda comédia, «Com­panheiros da Folia».

Vendem-se- MÁQUINAS DE COSTURA,

desde 800$00, afiançadas por 10 anos. Rua da Cruz, 23 — Montijo.

— Duas PROPRIEDADES pegadas, no sítio das Cheiras, às Barreiras, uma denominada Vale das Cheiras, e outra Serrado. Têm muito barro e servem para qualquer fábrica. Aceito propostas J. B. Figueirôa — Rua Serpa Pinto, 9 - 2.*.

Precisa-se— APRENDIZ de torneiro,l.até

15 anos e sem prática.Informa — R, da Barrosa, 39

— Montijo,

Garagem pequtnaPRECISA-SE. Resposta ao N.®

72 deste Jornal.

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4 APROVINCIA 4 -4 -5 5 7

R O V I W C

D O S

P E Q U E N I N O S-------------- ------ ----------- -------------------- 1 ! | | — MllWIlW II 11 mi

O s n o s s o s c o n c u r s o s

a A M O S S A P Á G I N ABe tempos a tempos, cá estamos.Desejaríamos vir mais amiúde ao convívio dos nossos

camaradas; mas as exigências naturais do nosso jornal nem sempre o permitem.

Assim mesríio, gostaríamos também de ver um maior interesse por esta página, da parte daqueles que com ela mais têm a ganhar.

Se o interesse fosse maior, a página dos pequeninos apareceria mais vezes.

No' entanto, também não queremos dizer que nâo hou­vesse quem se interessasse. Queríamos mais, ora ai está. E queríamos também qua nos comunicassem a recepção dos prémios que temos enviado. Não é preciso agradecer. Basta que nos digam que receberam, para nosso descanso.

E esperamos que esta página de hoje desperte mais interesse ainda, que haja mais concorrentes ainda, que correspondam mais ainda às nossas intenções.

J o s é Á lv a r o

Passatempo

Q u e s tio n á rio1.‘ — Qual é a terra portuguesa

que é rapazinho ?2.a — Qual é a que dá entrada

nas casas ?3.a — Qual é a que é africana ?4.!l — Qual é a que nunca está

no mesmo lugar ?5.a — Qual é a terra francesa que

tem o nome duma ave de rapina?6.a — Quais são os dois número<

que. somados, dão 14.65, sabendo- -se que o maior excede o nyjiuir em 2,17 ?

7.a — Quais os nomes modernos de Cristiania, Mesopotàmia, Abis­sínia, e Constantinopla ?

— Entre os que acertarem em cinco respostas, será sorteado um livro regional, de 300 páginas.

Um conto dalguém que principia . . .

Sonho que não viviÉ t a r d e ! O S o l c o m e ç a a

b a i x a r n o h o r i z o n t e . S e n t a d a n o p e q u e n o t e r r a ç o d a m i n h a c a s a , Vou s o n h a n d o . A s f l o ­r e s e s p a l h a d a s p e l o s Vasos V ã o e m p r e s t a n d o a o a r s u a v e e c a l m o o s e u o l o r m a v i o s o . T u d o é b e l e z a e m m e u r e d o r ! E n c o s t o - m e a o p a r a ­p e i t o , p a r a m e l h o r a s p i r a r o p e r f u m e d a s f l o r e s q u e a t é e l e s o b e m . L a n g u i d a m e n t e , o m e i g o b i c h a n o , d e l o n g o p e l o s e d o s o e m a c i o , e s p r e ­g u i ç a - s e , a b a n d o n a n d o - s e t o d o à c a r í c i a d o s m e u s d e ­dos, e n q u a n t o Vai e n c h e n d o o a r c o m o s s e u s « r o m - r o n s » d e s a t i s f a ç ã o .

A l é m , c o r t a n d o o e s p a ç o , u m a a n d o r i n h a s i n g r a l i g e i r a . A o V ê - l a , m e u s o l h o s q u e ­b r a m - s e m u d o s d e e s p a n t o . Q u e l i g e i r e z a ! — q u e g r a c i o ­s i d a d e , m e u D e u s ! . . . S i g o o s e u v o o m a r a v i l h o s o .

C o m o e u g o s t a v a d e t e p o d e r a c o m p a n h a r , q u e r i d a a m i g a , d o c e i r m ã . . . M a i s a l é m , s o b r e u m f i o e m r i g o ­r o s o a l i n h a m e n t o , p o u s a m a l g u m a s c o m p a n h e i r a s , q u a i s d e v o t a s f r e i r i n h a s e m m í s t i c o r e c o l h i m e n t o . O s s i n o s t o ­c a m . . S ã o a s T r i n d a d e s . Re- c o l h o - m e p o r m o m e n t o s ; m a s s e m c o n t u d o d e i x a r de f i t a r a q u e l a s a n d o r i n h a s t ã o m e i ­g a s , t ã o s i n g e l a s . . .

E n t ã o , — m i l a g r e d o s m i ­l a g r e s , d o c e V i s ã o q u e m e t o r n a s t e t ã o f e l i z — ; t i v e a s e n s a ç ã o d e e s t a r o u v i n d o o a m i g á v e l e i n t e r e s s a n t e c o l ó ­q u i o d a s m e n s a g e i r a s d a P r i m a v e r a , , d a A m i z a d e e d o A m o r .

C o m o a s u a l i n g u a g e m m e p a r e c i a s i m p l e s e e l e v a d a a u m t e m p o ! N e s s a c o n v e r s a n a d a h a v i a d e m a l e d i c e n t e . F a l a v a m d a s s u a s i r m ã s m a i s d e s p r o t e g i d a s d a s o r t e , d o s h a b i t a n t e s d o s e u m u n d o . M a s , a s s u a s p a l a v r a s e r a m c o m o q u e u m b á l s a m o b e n ­

d i t o . F o r j a v a m p l a n o s d e a u ­x í l i o m ú t u o . S o n h e i o u v i - l a s e m t o d a a s u a p l e n i t u d e d e b o n d a d e . U m h i n o d e l o u v o r e e n t u s i a s m o d e u p o r t e r m i ­n a d a a p i e d o s a r e u n i ã o . C a d a u m a d e b a n d o u p a r a o s e u n i n h o . M a s i a m f e l i z e s , c o n ­t e n t e s c o n s i g o p r ó p r i a s .

C o m o e u a m b i c i o n a v a v i ­v e r n a q u e l e m u n d o , l o n g e d a s i n t r i g a s , d a s i l u s õ e s d e s t a v i d a . C o m o s e r i a b o m q u e m u i t o s h o m e n s o u v i s s e m a s m e n s a g e i r a s d a p a z e d o A m o r . T u d o s e r i a b e l o , p o r c e r t o ! T u d o m u d a r i a , s e a h u m a n i d a d e p u d e s s e o u v i r a q u e l a l i ç ã o d e h u m i l d a d e . C o m o é b o m s o n h a r a s s i m ! M a s , a o l o n g e o « d l i m - d l ã o » d e m u i t a s c a m p a i n h a s ; q u e s e r á ? É u m r e b a n h o q u e p a s s a a c a m i n h o d o a p r i s c o . Q u e e n c a n t o ! O s o l d e c a i u . A s s o m b r a s d a n o i t e , q u e c o m e ç a a e n v o l v e r t u d o n o s e u m a n t o c i n z e n t o , a d e n ­s a m - s e c a d a Vez m a i s .

U m a b r i s a l i g e i r a v e m b e i ­j a r - m e o r o s t o e s q u e c i d o ; o s c a b e l o s s o l t o s s o b r e o s o m b r o s a g i t a m - s e f r e n é t i c o s : S ã o h o r a s d e a c o r d a r d a i l u s ã o m a r a v i l h o s a - U m s u s ­p i r o m u i t o f u n d o f a z e s t r e ­m e c e r t o d o o m e u c o r p o ;

Problemas a premia.i.°

Num cofre que continha certa q u a n t i a depositaram-se m a i s 174$60. Fizeram-se vários paga­mentos num total de 486$50 e <> cofre ficou com 658$20.

Qual a primitiva quantia qua estava no cofre ?

2.°

Qual é o número dígito que re­petido 10 vezes dá a soma de 11106?

Entre os que acertarem, será sorteado um lindo prémio ofere­cido pelo jornal «A Pi ovinci»».

d u a s l á g r i m a s d e s l i z a m p e l a s f a c e s . E ’ q u e , m e u D e u s , t e ­n h o s a u d a d e s . S a u d a d e s ? d e q u ê ? — p e r g u n t a a b r i s a , a o p a s s a r b r i n c a n d o n a r o m a ­g e m v e r d e e m a j e s t o s a d a s á r v o r e s c i r c u n d a n t e s .

— D u m s o n h o , . . . q u e s o ­n h e i e n ã o v i v i !

L ír io d o M o n te

CURIOSIDADE— A girafa, que tem um pescoço

tão comprido, apenas possui sete vértebras, metade das que possui um beijaflor.

— O chá foi introduzido na Eu­ropa pelos holandeses no ano de 1610.

— O canal de Suez teve como antecessor o canal dos Heis, com 30 metros de largura e 3 de pro­fundidade. Foi o faraó Rhamsés que o mandou abrir entre o Nilo e o Mar Vermelho, e tinha 150 quilómetros de comprimento. O califa Abassides 1'ê-lo entulhar em 875.

— A árvore que tem as folhas mais compridas é a palmeira «inaji, que vive perto do rio Amazonas. Algumas dessas folhas chegam a atingir 12 metros de comprimento por 3 metros de largo.

— A escola mais antiga que existe é o University College, de Oxford, que foi fundada em 1050.

— A primeira máquina de es­crever foi inventada pelo austríaco Knauss, em 1760.

— Qual é palavra portuguesa com quatro sílabas que tem 24 le­tras? É fácil.

É a palavra Alfabeto.

Respostasao questionário do n.° 94

1.° — No ano d e l 186.2.° — Lacobricenses.3.° — Sardão (concelho de Ague­

da).4.° — Algoz (Silves).5.° — Pedro Nunes.6.° — Canal de Corinto.7.° — 24 cabeças de gado.

No Concurso, que era o Con­vento da Conceição, em B e j a , acertaram 38 concorrentes, e o prémio coube ao menino Júlio Benevides Pereira, do C a m p o Grande, Lisboa.

O prémio, — um lindo cesto fili- granado com amêndoas — , coube á menina Maria de Lourdes Pe­reira, da rua da Cedofeita — Porto.

No Questionário contaram-se 18 concorrentes certos em 5 respos­tas.

À moralidade do conto, ninguém acertou. Era bem fácil: «Nem tudo que luz é oiro».

A gravura que hoje publicamos, representa uma igreja situada numa linda cidade portuguesa.

Onde estará ?Em Eivas, em Tavira, em Viana do Castelo, em Faro,

ou em A rouca ?E como se chama ?— Será sorteado outro livro monográfico entre os

que acertarem.

A N E D O TA S IN FA N TISi

O PAI: — Carlos, não sejas as­sim tão porquinho. Sab<*s o que é um porquinho, não é verdade?

C A R L O S : — Sei tuuito bem, paizinho. Os porquinhos são os filhos dos porcos m aiores,..

I I

A tia rabujenta para o sobrinho José:

— Então Zèzito, estás muito con­tente por me ve r?

— Não me importa; o pai disse

há pouco que a tia não se dem o rava muito na sua v is ita ...

I I I

O João está todo absorvido na solução duma equação «levada da breca», qualido e n t r a a criada muito aflita:

— Ai menino João, que o seu mano engoliu uma moeda de doW tostões! Não sei o que hei-de fa ze r ...

E o João, a toda a pressa:— Tome lá outra e deixe-me era

paz, mulher 1

P e l aI M P R E N S A

— O j o r n a l * C i d a d e d ? T o m a r a , d e q u e é D i r e c t o r

M a n u e l T o r r e s * a C a m p o s , c o m p l e t o u 22 a n o s d e e x i s ­t ê n c i a c o m s e u N . ° 1 1 3 5 .

F e l i c i t a m o s a f e c t u o s a m e n t e e f a z e m o s a r d e n t e s v o t o s p o r p r o l o n g a d a v i d a d e p r o s ­p e r i d a d e s .

— O « S e s i m b r e n s e » , q u e s e p u b l i c a e m S e s i m b r a , t r a n s c r e v e u n o s e u N . ° 2 7 3 , o a r t i g o « M u l h e r e s c é l e b r e s » q u e p u b l i c á m o s n a ú l t i m a P á g i n a F e m i n i n a .

M u i t o g r a t o s p e l a d i s t i n ­ç ã o e g e n t i l e z a .

— « E c o d o E i i n c h a l » c o m ­p l e t o u 1 4 a n o s d e e x i s t ê n c i a j o r n a l í s t i c a .

E n v i a m o s o s n o s s o s c u m ­p r i m e n t o s p e l o f a c t o , d e s e ­j a n d o ' q u e e s s e a n i v e r s á r i o s e r e p i t a p o r a n o s i n f i n i t o s , c o m as m a i o r e s p r o s p e r i ­dades.

CA LEN D Á RIO S

D o s S e r v i ç o s A g r o n ó m i ­c o s d a C o m p a n h i a U n i â o F a b r i l , e d a f i r m a F e r n a n d o F e r r e i r a & C . a d e M o n t i j o , r e c e b e m o s d o i s i n t e r e s s a n ­t e s e v i s t o s o s c a l e n d á r i o s p a r a o a n o c o r r e n t e , a c o i r - p a n h a d o s p o r o u t r o c a l e n ­d á r i o p o r t á t i l « d a u t i l i z a ­ç ã o d e p r o d u t o s p a r a a A g r i c u l t u r a . »

A c o m p l e t a r a a m a b i l i ­d a d e , a i n d a u m c a r t ã o d e c u m p r i m e n t o s .

A g r a d e c e m o s , m u i t o p e ­n h o r a d o s , a s g e n t i l e z a s q u e d i s p e n s a r a m a o n o s s o j o r ­n a l e r e t r i b u i m o s e s s e s c u m p r i m e n t o s c o m a m a i o r s a t i s f a ç ã o .

E s te n ú m e r o d e « A P r o ­

v in c ia » fo i v is a d o p e la

C E N S U R A

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4 -4 -9 5 7 A PROVINCIA 5

O M E U D I Á R I OExclusivo para «A Província»

M a rra d o pela jo v e m a c triz c in e m a to q rá fic a

J U a i ia O )nletII partida - 0$ primeiros contactos com a fspanha prometedora

8

Fialbode Almeida( C o n t i n u a ç ã o d a

O d i a 3 d e M a i o d e 1951 n a o f o i p a r a m i m i g u a l a o s o u t r o s d i a s d a t n i n h a e x i s ­t ê n c i a , a t é e n t ã o . E r a a v é s p e r a d a m i n h a ’ a b a l a d a p a r a t e r r a s d e E s p a n h a , a c u m ­p r i r o m e u p r i m e i r o c o n ­t r a c t o i n t e r n a c i o n a l . A v i d a s o r r i a - m e , e c o m o a p e n a s c o n h e c i a o p a í s v i z i n h o d a s n a r r a t i v a s d o s a u t o r e s e s ­p a n h ó i s q u e e u l e r a , i m a g i ­n a v a d i f e r e n t e m e n t e a E s ­p a n h a q u e f u i e n c o n t r a r , q u a n d o l á c h e g u e i .

Q u a n d o e m m e u e s p í r i t o e u e v o c a v a o n o m e d o r e i n o d e C a s t e l a , l o g o n u m t r o p e l a c o r r i a m à m i n h a i m a g i n a ­ç ã o p o v o a d a d e t o d a s a s h i s t ó r i a s e l e n d a s c a s t e l h a ­n a s c o m m i l e u m D o n Q u i - x o t e s s e g u i d o s d e o u t r o s t a n t o s S a n c h o s P a n ç a s , d e r ­r o t a n d o m o i n h o s a q u i e a l é m . A s s i m , q u a n d o d e s e m ­b a r q u e i e m M a d r i d , e d e ­p o i s , m a i s t a r d e p e r c o r r i u m a p a r t e d o p a í s , a c o i m e i - - m e i n t i m a m e n t e d e i n f a n ­t i l . D o n Q u i x o t e e S a n c h o P a n ç a h a v i a m j á h á m u i t o p e r e c i d o , e q u a n t o a m o i ­n h o s . . . n i h a b l a r . E m c o n t r a ­p a r t i d a , h a v i a a s g r a n d e s c b o i t e s » — o « A l a z a n » o « P a - ç a P o g a » , e r u a s l i n d a s c o m o a G r a n V i a , p r i n c i p e s c a , p o ­v o a d a d o s s e u s m i l h e n t o s c i ­n e m a s , q u e s e r i a m , a l g u n s m e s e s v o l v i d o s s o b r e a m i ­n h a c h e g a d a a M a d r i d , o u ­t r a s t a n t a s c a i x i n h a s d e s u r ­p r e s a s o n d e a m i n h a i m a g e m i r i a p r o j e c t a r - s e p a r a r e ­c r e i o e a d m i r a ç ã o d o p o v o e s p a n h o l . C o n t u d o , s ó u m a c o i s a a g o r a m e p r e o c u p a v a : o m e u c o n t r a c t o , q u e e u i a c u m p r i r c o r a a A s p a F i l m e s , n a i n t e r p r e t a ç ã o d o p a p e l d e « J a c i n t a » , a p e r s o n a g e m d a m i r a c u l a d a e m a l o g r a d a p a s t o r i n h a d a C o v a d a I r i a 1

V e n c i d a s t o d a s a s d i f i c u l ­

d a d e s s u r g i d a s c o m o s m e u s n o v o s d i r e c t o r e s , q u e a p e n a s m e c o n h e c i a m a t r a ­v é s d u m a s p o u c a s f o t o g r a ­f i a s e e s c a s s o s m e t r o s d e f i l m e , l a r g u e i d e L i s b o a n a n o i t e d e q u a t r o d e M a i o p e l o L u s i t â n i a E x p r e s s o , t e n d o c o m o ú n i c a g a r â n t i a p a r a D . R a f a é l G i l , o r e a l i ­z a d o r q u e í a f a z e r o d r a m a d e F á t i m a , a i n f o r m a ç ã o d e A n í b a l C o n t r e i r a s . E d u r a n ­t e a q u e l a n o i t e d e v i a g e m , r e c o s t a d a n o í c o n f o r t á v e l c o c h e - c a m a , e n t r e t i v e - m e a a f a z e r p a s s a r e m m e u e s ­p í r i t o , c o m o n u m c a l e i d o s ­c ó p i o ,1 a p l a t e i a t r a n s b o r - d a n t e d o E d e n T e a t r o d u r a n t e o s p a s s a t e m p o s A P A , a q u a l , e m a p l a u s o s f r e n é t i c o s m e s o l i c i t a v a m a i s

e m a i s p o e m a s . « F r e i L u í s d e S o u s a » e m b o r a t e n h a s i d o e c o n t i n u e a s e r p a r a m i m , p e r a n t e o p o v o p o r t u ­g u ê s « a m i n h a b o a e s t r e l a » , j á n ã o é m a i s d o q u e u m a s o , n b r a q u e s e e s v a i , q u e f i c a p a r a a l é m d a f r o n t e i r a p o r t u g u e s a , e m b o r a e u c o n ­s e r v e t u d o i s s o — o m e u p r i m e i r o f i l t n e i n t e r p r e t a d o e m P o r t u g a l e o m e u a m o r p e l a m i n h a P á t r i a p e r e n e s

E s c r ito p o r

Aníbal Anjose m m e u c o r a ç ã o — c o m o u m a c h a m a i n e x t i n g u í v e l q u e m e h á - d e a c o m p a n h a r d u r a n t e a m i n h a c a r r e i r a a r t í s t i c a . E c o m o d e r r a d e i r a s i m a g e n s d o m e u q u e r i d o P o r t u g a l , q u e a s v i c i s s i t u ­d e s d a m i n h a v i d a d e a r ­t i s t a m e o b r i g a m a a b a n d o ­n a r , e u r e v e j o o m o v i m e n t o i n t e n s o d a E s t a ç ã o d o R o s ­s i o à p a r t i d a d o L u s i t â n i a E x p r e s s o e o s i n ú m e r o s l o - t ó g r a l o s d a s r e v i s t a s c i n e ­m a t o g r á f i c a s q u e v i e r a m a s s e s t a r a s s u a s c â m a r a s , n u m g e s t o s i m p á t i c o , à « e s ­t r e l i n h a » c i n e m a t o g r á f i c a q u e p a r t e , q u a l e s t r e l a c a ­d e n t e n a e s c u r i d ã o d a q u e l a n o i t e m e m o r á v e l q u e a i n d a e r a u m a i n c e r t e z a . D e n t r e t o d o s e s s e s c a ç a d o r e s d e i m a g e n s n ã o f a l t a r a m o s d a s s e m p r e a m á v e i s r e v i s ­t a s c i n e m a t o g r á f i c a s « P l a ­t e i a » e « F l a m a » , à s q u a i s p o s t e r i o r m e n t e t e n h o d e v i d o a a m á v e l d e f e r ê n c i a d e e v i ­d e n c i a r e m a m i n h a m o d e s t a p e s s o a . ;?

D e p o i s , f o i a p a r t i d a . O r e l ó g i o d a g a r e m a r c a d e - s a n o v e h o r a s e c i n q u e n t a m i n u t o s ; s e g u i r a m - s e o s i n e v i t á v e i s b e i j o s e a b r a ç o s e a s n ã o m e n o s i n e v i t á v e i s l á g r i m a s . E f o i n e s t a m e d i ­t a ç ã o e m q u e a s i d e i a s s e s o b r e p u n h a m c o m o n u m a c a l v a g a d a d e l i r a n t e , n o m e u c é r e b r o , q u e a d o r m e c i , v e n ­c i d a p e l a f a d i g a c a u s a d a p e l a s m i l h e n t a s v o l t a s q u e e u f i z e r a , n o m e u a d e u s a L i s b o a !

* **

Q u a n d o c h e g á m o s a M a - d r i d a g u a r d a v a m - m e n a G a r e d a s D e l í c i a s o s D i r e c ­t o r e s d o s E s t ú d i o s d a C E A , q u e m e t r a n s p o r t a r a m e a m e u s p a i s a o H o t e l A l i - c a n t e , q u e f i c a n o N . ° 16 d a C a l l e A r e n a l .

S e b e m q u e o a u t o m ó : ' t i v e s s e a t r a v e s s a d o M a d n a t o d a a b r i d a , e s s e t r a j e •

r e l â m p a g o d e u - m e a o p o r ­t u n i d a d e d e f a z e r u m a i d e i a , p e l o m e n o s d a d i f e r e n ç a e x i s t e n t e e n t r e a m i n h a q u e ­r i d a L i s b o a e a b u l i ç o s a c a p i t a l e s p a n h o l a , c u j o m o ­v i m e n t o é t a m b é m b a s t a n t e i n t e n s o .

A p ó s o a l m o ç o p e r c o r r e ­m o s M a d r i d n u m a e s p é c i e d e v i s i t a d e c o r t e z i a , c o m o q u e p a r a m e a p r e s e n t a r . P e l a s s u a s c a l l e s p a s s e i a m r a p a z e s e r a p a r i g a s e s p a ­n h o l a s q u e , e m t u d o , s ã o b e m d i f e r e n t e s d o s r a p a z e s e d a s r a p a r i g a s p o r t u g u e s a s . F a l a m a l e g r e m e n t e , c h a l a ­c e i a m ; e l e s d i z e m - l h e s p i - r o p o s a o s q u a i s e l a s c o n t e s ­t a m c o m u m g r á c i a s c h e i o | d u m c h i s t e m u i t o p a r t i c u l a r . 1 N a q u e l e p o v o n ã o h á t r i s - I t e z a s n e m a r r e l i a s , p e l o m e n o s a p a r e n t e m e n t e . I T n s a m i g o s q u e e n c o n t r o i n f o r ­m a m - m e q u e a q u i o s c i n e ­m a s f u n c i o n a m d e s d e a s d e z h o r a s d a m a n h ã a t é d e p o i s d a u m a d a , m a d r u ­g a d a e e s s a p a r t i c u l a r i d a d e a d m i r a - m e . A n o i t e , t e n n i - n o - a n o c o n f o r t o d o h o t e l , p o r q u e a v i a g e m , s e b e m q u e n ã o m a t e , p e l o m e n o s s e m p r e m ó i o s o s s o s .

P a s s a r a m a l g u n s d i a s e f i n a l m e n t e c h e g o u A n í b a l C o n t r e i r a s , q u e f o m o s e s p e ­r a r a o a e r o p o r t o d e B a r a - j a s , c o m o s r e a l i z a d o r e s e s ­p a n h ó i s e o s f o t ó g r a f o s . C o n v e r s á m o s d e m o r a d a ­m e n t e s o b r e a s s u n t o s d e c i n e m a , e , à n o i t e , f u i c o m o c i n e a s t a p o r t u g u ê s e m e u s p a i s a s s i s t i r à e x i b i ç ã o d a p e l í c u l a d e g r a n d e s u c e s s o « B a l a r r a z a » , q u e m u i t o m e a g r a d o u , ” t a n t o p e l a i n t e r ­p r e t a ç ã o , c o m o p e l a t é c n i c a d a p r ó p r i a p e l í c u l a . P o r e s t a p e q u e n a a m o s t r a , s e b e m q u e s e t r a t e d e u r n a g r a n d e p r o d u ç ã o , s e p o d e a v a l i a r d a i n t e n s i d a d e d a p r o d u ç ã o e s p a n h o l a , “ e m c u j o s e s t ú d i o s m a d r i l e n o s s e c h e g a m a r o d a r d e z a s ­s e t e p e l í c u l a s s i m u l t a n e a ­m e n t e .

A s e g u i r : N o s E s t ú d i o s d e M a d r i d — « L a S e n h o r a d a F á t i m a » .

A n ib a l A n jo s

^ ô l ô filiNe jí r o b a i h o f p e r a a m a d o r e i

f o t o g r a f i a ; d ' f l r f «

A p a r e l h o s Foto<|rá{icn<

R e p o r ta g e m F o t o g r á f ic a

Rua Bul hão P a t o , 1 1 • M O N I I j O

g i n a l i d a d e e m o r b i d e z a c r u e l .

D e t o d a e l a h á q u e d e s t a ­c a r « O s g a t o s » , — e s s a c o l e c t â n e a d e c r ó n i c a s f u r i ­b u n d a s , d e a r r e m e s s o s f e r o ­z e s , e s c a v a c a n d o u m a é p o c a a t r a b i l i á r i a c o m d e n o d o e p r o f u n d a o b s e r v a ç ã o .

E e m b o r a a o d i a n t e v i e s s e a c o n d e n á - l a p o r s u a p r ó p r i a p e n a , e l a s e r á s e m p r e a h i s ­t ó r i a f a c u n d a e m o r d e n t e d u m a f a s e n a c i o n a l q u e a l i s e e s t u d a e c o m p r e e n d e .

D e p o i s « A C i d a d e d o V í c i o » , « A V i d a I r ó n i c a » , « O P a í s d a s U v a s » , « À ^ E s q u i n a » , « S a i b a m Q u a n t o s . . • » , « A v e s M i g r a d o i r a s » , « P a s q u i n a ­d a s » , e m c o n j u n t o c o m « O s g a t o s » e p o u c o m a i s , f o r ­m a m a p u j a n t e e d i a b ó l i c a o b r a q u e m a r c o u u r n a g e r a ­ç ã o e u m e s c r i t o r .

E n t r e m e a d a d e g a l i c i s m o s , b a r b a r i s m o s e n e o l o g i s m o s , a n f r a c t u o s a , s i l e n t e , d e s ­c o n e x a , m e s m o ' a s s i m c o n ­s e g u i u a t i n g i r 0 a l t o d o m o ­n u m e n t o q u e i m o r t a l i z a , e n ­q u a n t o n o p e d e s t a l e s c a b u - j a m a s n u l i d a d e s e a s v a g a s t e n t a t i v a s q u e f r a c a s s a m p e r a n t e a P o s t e r i d a d e j u l g a ­d o r a .

A l í n g u a l h e d e v e s e r v i ç o s r e l e v a n t e s , p o r q u e a e n r i ­q u e c e u , a f o r t a l e c e u , a e n ­f e i t o u d e n o v o s v o c á b u l o s e n o v o s c a m i n h o s f l o r i d o s , t o r n a n d o - a m a i s b e l a e m a i s f u l g u r a n t e .

O d i s c u l i d o v o c a b u l á r i o f i a l h i a n o m o s t r a a c h a m a q u e i n s p i r a v a 0 a u t o r , c r i a d o r d e b e l e z a e s p i r i t u a l , a o s « s o l a ­v a n c o s l o u c o s » , c o m o é p r ó ­p r i o d o s g é n i o s .

E m « O s g a t o s » e n c o n - t r a m - s e a m i u d e p a l a v r a s n o ­v a s - n o s s e i s v o l u m e s ; n o s o u t r o s l i v r o s , i m a g e n s c o n ­t u n d e n t e s , v o c á b u l o s o r i g i ­n a i s , a d v é r b i o s t r a n s f o r m a ­d o s e m s u r p e r l a t i v o s i n v e n t a ­d o s , n o m e s f e i t o s a d v é r b i o s , n o m e s f e i t o s s u b s t a n t i v o s , n o m e s f e i t o s a d j e c t i v o s , v e r ­b o s f e i t o s a d j e c t i v o s , a n t e c i ­p a ç ã o d e s u f i x o s , m i s t u r a d e p r e f i x o s e s u f i x o s , b r i n c a n d o c o m a g r a m á t i c a e a s r e g r a s n o s e u s o n h o d e m a i o r p e r ­f e i ç ã o .

E 0 c e r t o é q u e a l í n g u a t o m o u e l a s t i c i d a d e , p a s s o u a d o c u m e n t a r e a i m p r e s s i o ­n a r c o m o g e r m e s v i r u l e n t o s q u e i n f e s t a s s e m u m o r g a ­n i s m o a p á t i c o e l h e t r a n s ­f u n d i s s e m m a i s v i d a , m a i s d i n a m i s m o , m a i o r e x p r e s ­s ã o .

A o b r a d e ' F i a l h o é e s t r a ­n h a , d i v e r s a d e t o d a a l i t e ­r a t u r a c o n t e m p o r â n e a , m u i t o s u a e m u i t o d e l e , s u b i n d o c o m 0 r i s o , s u b i n d o c o m a l á g r i m a , s u b i n d o c o m a v e r - r i n a , s u b i n d o c o m a s t i n t a s e s q u i s i t a s d a s u a p a l e t a m á ­g i c a . P o i , p o r v e z e s , i n j u s t o e i n f e l i z n o t r a ç o d o s a s ­s u n t o s e n a a n á l i s e d o s f a c ­t o s ; m a s , a t é n e s s e s d e c l i ­v e s , i n c o n f u n d í v e l e f e n o m e ­n a l , s e m p r e e r g u i d a p a r a s u p e r i o r e s a s p i r a ç õ e s . T i n h a , a l é m d a s n e v r o s e s ; a f o b i a d o « m a i s b e l o » , c o m o B e e t h o v e n c o m s u a m ú s i c a .

A e s p a ç o s s o b r e v i n h a m - - l h e p a r a g e n s b r u s c a s e n e u -

p r i m e i r a p á g i n a )

r a s t é n i c a s . O g é n i o e n v e r e ­d a v a p o r s o m b r i a s h e c a t o m - b e s e d e s u n i m o s , e p a r e c i a q u e i r i a l i q u i d a r d e s a s t r o s a ­m e n t e n u m a p a g a d o s i l ê n c i o d e a u s ê n c i a i n t e l e c t u a l .

E m b r e v e , p o r é m , v o l t a v a à l u t a , m a i s e n c a r n i ç a d o , m a i s f e r i n o ; e , c o m a s p e c ­t o s d e d e u s v i n g a d o r , d e m o ­l i a , d e s f a z i a e m p e d a ç o s o s q u a d r o s r i d í c u l o s d o s e u t e m p o .

T o d a v i a , q u a n d o n o s e m ­b r e n h a m o s 11a s u a p r o s a r i c a e c o l o r i d a , d e p a r a m - s e - n o s t r e c h o s p e r t u r b a n t e s , « e p i - l é c t i c o s d e s o m e c o r » , v e r ­d a d e i r a s e e m o t i v a s o b r a s p r i m a s q u e e l e v a m a n o s s a l i t e r a t u r a a o s p i n á c u l o s o n d e r e p o u s a m o s a s t r o s d e i n a ­t i n g í v e l g r a n d e z a .

O c o n t o « O s c e i f e i r o s » , « A M a d o n a d o C a m p o S a n t o > , « O e n t e r r o d e D . L u í s * , « O v i o l o n c e l i s t a S é r g i o » , « O s p o b r e s * , « O i d í l i o t r i s t e » , e t a n t a s e t a n t a s p á g i n a s m a ­g i s t r a i s , s ã o p é r o l a s q u e n o u t r a s g r i n a l d a s e s t r a n g e i ­r a s s e r i a m m a i s q u e s u f i ­c i e n t e s p a r a a c a n o n i z a ç ã o l i ­t e r á r i a d o s e u s u p e r t a l e n t o .

F i l h o d u m p r o f e s s o r p r i ­m á r i o , e s c r a v o d e p o n t a p é s q u e 0 D e s t i n o l h e p r o d i g a l i ­z o u , e r r a n t e p o r b o t i c a d a s e m e d i c i n a s i n g r a t a s , f a l h a d o d e m e i o s e d e i n t e r e s s e s , e m p u r r a d o p a r a a s l e t r a s p o r u m a p e n a « d o n d e c o n t i n u a ­m e n t e e s p i r r a v a m r e v o l t a s » , a u t o d i d a t a e s f o m e a d o e s ô ­f r e g o , t e r m i n o u n u m « m i s a n ­t r o p o n o s t a l g i z a d o e m a l d e o ­t a s s e l v a g e n s d a p l a n í c i e b e j e n s e » .

D a q u i r e s u l t a v a m r í s p i d a s z a r g u n c h a d a s n o e s t i l o , p o r ­v e n t u r a l i c e n c i o s a s e e s c a ­b r o s a s , — v á l v u l a s d e e s c a p e i r r e v e r e n t e s c o m o 0 « c a n s a d o c a n a s t r o » d o s o l i t á r i o d e V i l a d e F r a d e s .

A í s e i s o l a n o s ú l t i m o s a n o s d a v i d a á s p e r a , c h e i a d e a l t o s e b a i x o s , s o f r e n d o a s « h e r a n ç a s m ó r b i d a s » e a t r a g é d i a d o s e u g é n i o d o e n ­t i o . '

E u m d i a , — a o s 4 d e M a r ç o d e 1 9 1 1 — p a r t e d a t e r r a p a r a C u b a n o c a r r o a l e n t e j a n o e r e g i o n a l i s t a , p o r c a u s a d u m a i n j e c ç ã o m i s t e ­r i o s a , e n o c a m i n h o g r i t a a o c a r r e i r o : — « T o c a a s b e s t a s q u e i s t o e s t á p o r p o u c o » .

E m a i s a d i a n t e , b a t e n d o n a c a b e ç a , g r i t a a i n d a : — « A h , q u e g r a n d e b r u t o ! » , p a r a m o r r e r s o b r e a s t á b u a s d u m a c a r r e t a , e m p l e n a e s ­t r a d a , e m p l e n a p a i s a g e m m o n ó t o n a d e s s e A l e n t e j o q u e t a n t o a m o u e e n a l t e c e u !

S e j a q u a l f o r a o p i n i ã o e 0 c r i t é r i o d a c r í t i c a e d o s h o m e n s q u e l ê e m , F i a l h o f i c a r á p a r a s e m p r e n a s l e t r a s d o s e u p a í s c o m o u m c o l o s s o h e r c ú l e o o n d e a l u z , a c h i s p a , 0 r e v é r b e r o d u m i n t e l e c t o p r i v i l e g i a d o c h e g o u p a r a a p a ­g a r d e f e i t o s e o i n t r o d u z i r n o p a n t e ã o d o s i m o r t a i s e s ­c r i t o r e s p o r t u g u e s e s .

- E s t a c o n s a g r a ç ã o d o c e n ­t e n á r i o d o s e u n a s c i m e n t o ,— p e q u e n a s p e d r a s q u e o

(Continua n a p á g in a 7)

Álvaro Valenta

Page 6: | 0 senhor Presidente da Repúblico vai ao Brasil · simpatia. Temas históricos 0 «Barbadõo» em Aldeia Galega Pelo Prof. José Manuel Landeiro i i i Se lermos com atenção toda

6 APROVINCIA 4 4 957

C a m p e o n a t o N a c i o ­

n a l d a 2 . a D i v i s ã o

( F a s e F i n a l )

M o n t i jo , O - B r a g a , 1EQUIPAS:D. DE MONTIJO : - K e d o 1;

Caixeirinha e Manuel Luís ; .Neto, Barragon e Santana; Barriga. Ve­redas, Serralha, Mora e Ernesto.

S . DE BBAGA : — Cesário; A n­tunes e José Maria II ; Pa^ssos, José Maria I e Arm ando; Costa, Ferreirinha, Jorge Mendonça, Fer­nando Mendonça e Sílvio.

ÁRBITRO — Mário Mendonça, de Evora.

CAMPO — «Luís Almeida F i­d a lg o , Montijo.

A derrota do Desportivo de Mon­tijo, em frente ao marcador, não é nada espectacular para quem vinha precedido duma fama espa­ventosa.

Estamos até em dizer que o em­pate seria o mais natural, se não fossem os factores que perseguiram a nossa turma. Vejamos alguns desses factores:

A sorte esteve sempre no «con­tra», — como dizem os brasileiros. Kite factor concorre muitas vezes para resultados inesperados, e não seria de admirar se tivesse favo­recido um pouco os montijenses e lhes desse, ao menos, esse natu­ral empate.

Assim não aconteceu... e está visto que noi foi adversa em mui­tas ocasiões.

A falta de apoio por parte da assistência também bastante con­correu para o destecho. Inexpli­cavelmente. houve um silêncio e uma indiferença de pasm ar! Só no fim, depois da derrota, quando n ão tinha qualquer cabimento <?sse silêncio e essa indiferença se quebraram para dar lugar a cenas nada edificantes.. .

De notar, neste capítulo, uma pequena falange de Braga q u e desde o princípio sempre encora­jou * animou os da sua equipa, correcta e desportivamente.

Certos deslizes do árbitro, bem disfarçados, a que alguns chama­ram falta de visão e outros deno­minaram erro s...

A ausência de João Mário, digam

BASQUETEBOLTeve o efeito desejado o «alvi­

tre» por nós lançado no penúltimo número da «Província».

A comissão de Basquetebol do C. D. M. agiu em conformidade com o que então escrevemos e segundo depois apurámos já tinha em mente realizar.

Congratulamo-nos em ter cola­borado com aquela simpática sec­ção do C. D. M. na divulgação da ideia que, cremos, tal como esta, terá sido de extrema utilidade.

O total verificado na distribui­ção dos bilhetes especiais ao jogo com o Sporting de Braga cifrou-se na quantia de 1.371$00, Bonita so­ma, não há dúvida.

Se nos enganámos nos números, tínhamos c a l c u l a d o cerca de ã.000$00, não nos enganámos, po­rém, no significado que eles irão representar:

Para a construção do novo campo de Basquetebol 1

Pena será que se interrompam outras iniciativas no género.

Era nosso desejo que elas tives­sem a continuidade merecida, con ­tudo, os dirigentes mandam..

Deslocou-se no passado sábado dia 30/3, a Setúbal a equipa de ju ­niores do C. D. M. para defrontar a mesma categoria do Clube Naval Setubalense, tenho saído derrotada pela marca de 28 pontos contra 24.

L u c ia n o M o c h o

Adelaide MartinsCABELEIREIRA

Convida todas as suas clientes e amigas a visitarem as suas instalações, onde executa todos os trabalhos referentes à sua

arte.I.intéiia IWrijvti Pineafcl, 20-2.-I.

M O N T I J O

o que disserem, que também devia ter concorrido para o «quebranto» da segunda parte. Enfim, tudo isto e ainda o vento e um desfaleci­mento claro nessa segunda parte, conduziram ao resultado conhe­cido.

Poderíamos fazer um relato de­senvolvido do jogo. Enganam-se os que supõem que pouco perce­bemos da técnica. Estão iludidos. Nasceram-nos os dentes nos cam­pos de futebol, e sabemos tanto como os que fazem essa afirmativa, ou mais.

Nada ganhamos, porém, nas dis­sertações sobre jogo razo, jogo elevado, e outras minúcias desle encontro.

O facto principal é que perdemos «em casa», — o que ioi novidade. — e que o adversário, embora longe da fama, chegava bem para nos atormentar.

E ficámos em último lugar, com 2 pontos, enquanto o Vitória de Guimarães vai à cabeça com 8.

Todavia, é preciso saber perder. Já não alimentamos esperanças; mas devemos cumprir até ao final o nosso dever desportivo.

Algum dia e alguma vez será.Tem acontecido o mesmo a

muito gente boa, e nem por isso se abandonam os clubes e se in­sultam os jogadores.. . — os bodes expiatórios quando se perde, os heróis máximos quando se ganha.

J o ã o d i c á

Não lamentamos.Condenamos ! . .

No passado domingo, quando no final do encontro que o C. D. M. disputou com o Sporting de Braga, o resultado era negativo para as cores auri-verdes, grande decepção revestia o pensamento dos despor­tistas montijenses, por verem ruir. não só as melhores esperanças duma posição cimeira, como a lenda de que em sua casa o clube local era invencível, mas ainda pela medíocre, senão paupérrima exibição da «turma» montijense, a que faltou aquela garra e ânsia de ganhar que nos habituámos a ver e admirar, no decorrer da presente época.

Sem vislumbre de vaidade, pre­sumimos sintetizar no período

Sociedade Comercia! Cafeeira o Cortiço, Limitada«A Provincia» — n.° 108_4/j/lj57

Para os devidos efeitos se anun­cia que por escritura de 15 do corrente mês, lavrada nas notas do Cartório Notarial de Moita, en­tre José Eusébio de Brito Caiado, Vitor Brito de Sousa, Custódio Bernardo Nunes, Joaquim Pires Ros.i, Henrique Fernando Nasci­mento Sancho, João Chagas Guer­reiro Serro, João Martins Carva­lho Júnior, Victor de Sousa Eusé­bio, liafael Dias Sancho Júnior e António Correia Dias Sancho, foi constituída uma Sociedade comer­cial por cotas, de responsabilidade limitada, nos termos dos artigos seguintes :

Art. 1.°A sociedade adopta a denomina­

ção «SOCIEDADE COMERCIAL C AFEEI RA O CORTIÇO. LIMI­TADA» e fica com a sua »ede em Alhos Vedros.

Atr. 2.°A sua duração é por tempo in ­

determinado e tem o seu inicio nesta data :

Art. 3.°O seu objecto consiste na mon­

tagem. instalação e exploração de cafés;

Art. 4.°O capital social é de 50.000$00,

integralmente realizado em di­nheiro que deu entrada na Caixa Social e corresponde à soma das cotas de todos os sócios, no valor de 5.000$00 cada um a:

Art. 5.°Não serão exigidas prestações

suplementares;Art. fi.*

Se a sociedade carecer de fundos para o exercício do seu comércio serão eles fornecidos em aumento de capital ou em conta de supri­mentos pelos sócios, conforme se resolver em assembleia geral por maioria de votos de todo o capital.

§ únicoA assembleia geral determinará

se os suprimentos vencerão juro* e no caso afirmativo, qual a sua taxa.

Art. ti.° AFica proibida a divisão das cotas,

exceptuada a que se prevê no pa­rágrafo 3.° do art. 1.*.

Art. 7.°E proibida a cessão de cotas a

estranhos sem consentimento da sociedade à qual é, em todo o caso, reservado o direito de preferência.

S 1.°O sócio que quiser ceder a sua

cota a estranhos assim o comuni­cará à sociedade por carta regis­tada, declarando o nome do adqui­rente, o preço e demais condições da cessão :

§ 2.°A assembleia geral deverá reu­

nir dentro de 8 dias e deliberará se a sociedade consente ou não na cessão e, no caso afirmativo,, se deve ou não optar;

S 3.°Se a sociedade náo desejar usar

do direito de preferência será ele atribuído aos sócios; se mais de um sócio quiser adquirir a cola, será ela dividida pelos que a qui­serem na proporção das suas cotas.

Art. 8.°A Sociedade reserva-se o direito

de amortizar a cota de qualquer

dos sócios que não cumprir a de­liberação da assembleia geral so­bre os suprimentos que cada um dos sócios deverá fornecer à so­ciedade nos termos do art.0 6.° e seu parágrafo.

§ 1.“O valor da cota será apurado de

harmonia c >m o que se dispõe no art.

§ 2.“O preço da amortização será

pago em quatro prestações semes­trais e iguais. A primeira presta­ção pagar-se-á no acto da amorti­zação. As que hajam de ser pagas posteriormente vencerão juros à taxa igual à do desconto do Banco de Portugal.

§ 3.*C onsiderar-se-á r e a l i z a d a a

amortização quer pela outorgada respectiva escritura, quer pelo pa­gamento ou consignação em depó­sito do preço ou da sua primeira prestação ;

Art. 9.°A sociedade será representada

por uma gerência composta por irês sócios que vierem a ser eleitos pela assembleia geral da sociedade.

§ L°O mandato dos gerentes tem a

duração de um ano e será exercido sem remuneração e sem caução, salvo se outra coisa for deliberada em assembleia geral;

§ 2.°E permitida a reeleição dos

gerentes;§3.«

As atribuições especiais de cada um dos gerentes serão determi­nadas em reunião da gerência;

Art. 10.°A gerência tem os mais amplos

poderes para a gestão dos negócios sociais e representação da socie­dade era juizo e fora dele, activa e passivamente;

S 1.°Para a sociedade ficar obrigada

é, porém, necessário que os res- pectivosactos ou documentos sejam em nome dela assinada por dois gerentes;

§ 2."Para os actos de mero expediente

bastará a assinatura de um só dos gerentes; '~

Art. 11.°Em caso algum os gerentes po­

derão o b r i g a r a sociedade em quaisquer actos ou contratos que respeitem a negócios estranhos à sociedade, designadamente, letras de favor, fianças, abonações e actos semelhantes ou para assumir obri­gações ou responsabilidades estra­nhas aos interesses sociais;

§ únicoO gerente que infringir o dis­

posto neste artigo responde para com a sociedade pelos prejuízos que lhe causar e perde o direito aos lucros referentes ao ano em que se der a infracção, bem como a quaisquer retribuições que lhe devessem ser atribuídas;

Art. 12.*As assembleias gerais, quando a

lei não determinar formalidades especiais, serão convocadas por cartas registadas dirigidas aos só­cios com a antecedência mínima de oito dias ;

Art. 13.°Os lucros da sociedade serão di­

vididos pelos sócios na proporção das cotas, prèviamente que seja

5°/»retirada a percentagem de para o fundo de reserva legal;

S L°Na proporção da divisão dos lu­

cros serão suportados os prejuíso-;§ 2.°

A entrega aos sócios far-se-á no fim de cada ann, em seguida à aprovação dos balanços, salvo se outra coisa for deliberada;

Art. 14.“A sociedade não se dissolve pela

interdição ou morte de qualquer sócio e continuará com os restan­tes e com o representante ou her­deiros do sócio interdito ou fale­cido, salvo se a sociedade resolver proceder à amortização da cota, o que lhe fica permitido durante os trinta dias imediatamente seguin­tes à interdição ou ao óbito;

§ únicoEnquanto a cota do sócio fale­

cido estiver indivisa ou não for adjudicada a um único herdeiro, sòmente poderão os respectivos direitos ser exercidos por um dos representantes do lalecido q u e fstes entre si escolherem ;

Art. 15.°A sociedade tem o direito de

adquirir cotas e bem assim as poderá amortizar nos casos pre­vistos nos artigos oitavo, décimo quarto e décimo nono, e ainda nos seguintes:

t .8Por acordo com os respectivos

proprietários ;2.a

Quando se haja feito penhora ou arresto sobre uma cota ou quando, por qualquer outra circunstância, deva proceder-se à sua arremata­ção ou adjudicação ju d icia l;

Art. lti.”Em qualquer caso de amortiza­

ção será esta feita pela importân­cia que o sócio haja desembolsado, acrescida da correspondente parte no fundo de reserva e dos ganhos relativos ao tempo de-corrido desde o último balanço, calculados pelos do ano a que esse mesmo último balanço respeitar;

§ 1 .»No caso de falecimento de algum

dos sócios, o preço da amortização será o que se determinar por ba­lanço especialmente feito para esse fim, com referência à data do fale­cimento ;

§ 2.*O preço da amortização será

feito em qualquer caso, pago de harmonia com o que se dispõe nos parágrafos segundo e terceiro do artigo oitavo ;

Art. 17.°A sociedade dissolve-sé nos ea-

sos determinados na lei;Art. 18.°

Dissolvida a sociedade proceder- -se-á à liquidação e partilha como se deliberar, salvo se algum dos sócios quiser ficar com o estabe­lecimento social, isto é, com todo o activo e passivo da sociedade, caso em que lhe será feita a adju­dicação pelo valor em que acorda­rem ;

§ únicoSe dois ou mais sócios preten­

derem o estabelecimento, haverá licitação entre eles e será preferido o que mais vantagens oferecer;

Art. 19.°Nenhum sócio poderá exercer,

por si ou por interposta pessoa, ou associado com outrem, o mesmo

acima, a maneira de sentir de todos os montijenses que «vivem» os problemas do desporto local.

Em todo o tempo se verificou que, onde haja contenda a derimir por duas partes, uma será vence­dora, se o resultado não for nulo.

Isto diria, também, o Amigo Banana.

Por vezes, senão sempre e neste caso, há que contar cora o tempe­ramento ou o grau educacional do indivíduo, a derrota tem laivos de amargura que custa saborear. É lógico e natural.

Estes pensamentos, porém, não justificam os factos verificados no fim do espectáculo já referido e que, exclusivamente, servem para denegrir e malconceituar a terra onde se v e r i f i c a m , e ainda para -dar lugar aos «moralistas» do futebol expandirem a sua dou­trina, falseando a verdade e ne­gando os sãos princípios deste Desporto (?) tão cheio de beleza, vigor atlético e arte.

Não sabemos conio o conflito começou, nem de tal curamos.

Sabemos apenas aquilo que es­tupefactos presenciámos, mudos e quedos no lugar onde estivéramos, remomerando os belos momentos que u Desporto-Rei já nos ofere­cera, os quais eram o ínfimo, com­parados com a degradante cena que admirávamos, tristonhos e envergonhados.

E porque não d ize-lo :— Senti­mos ganas de não voltar ali.

Revoltámo-nos contra nós pró­prios, pelo tempo que desperdiçá­mos, em tentar ajudar a construir o castelo do sonhos do C. D. M..0 nosso trabalho resultou inglório, pois sempre aparecem irresponsá­veis, que em gestos e atitudes irre­flectidas, conseguem deitar por terra aquilo que os bem intencio­nados logram erguer.

A data não sabemos as sanções disciplinares que possam ser pro­movidas contra o Clube Despor­tivo de Montijo, mas desde já pronunciamos os causadores de tais desacatos, acusando-os de ini­migos da Colectividade, a que ju l­gam prestar bom serviço e de indesejáveis para a terra onde vivem e que não sabem honrar como burgo honesto e pacato que é, permitindo que além-região se possa difamar o seu nome, o que bastante nos faz sofrer, Jquando «in loco», somos auditores“de tais desaforos.

Apelando para as suas consciên­cias, rogamos que se penitenciem!

Quanta alegria não sentiríamos, ao poder enaltecer aqui as virtudes dos desportistas locais, se numa lição de civismo aplaudissem o v e n c e d o r que. meritòriamente, conseguiu impor a sua melhor técnica e capacidade futebolística, obtendo uma vitória que lhe acenta muito bem.

Poucos seriam os louvores se, em vez da desordenada e irrequieta manifestação promovida ao inábil juiz da partida, lhe demonstrasse mos o nosso desacordo com uma profunda manifestação de silêncio que, respeitador, exprime o desa­cordo. senão a indiferença, para não dizer desprezo, que nos me­rece o critério dum homem que, accionado pela vontade alheia, trai os princípios natos do Homem que Deus criou para conviver em boa harmonia com o seu seine-1 hante.

Proclamando o nosso desabafo, fazemos votos para que não volte­mos a ser testemunhas do triste espectáculo de Domingo, e apela­mos para a compreensão das pes­soas dc boa vontade, de modo a nos ajudarem ua repressão dos díscolos.

M s n u o l L in o

ramo de negócio que a sociedade exerce, no concelho a que per­tence a sede da sociedade;

§ únicoA sociedade poderá amortizar a

cota do sócio que infringir o dis­posto no corpo deste artigo;

Art. 20.°

Em todo o omisso regulai ão as disposições da lei de 11 de Abril de 1901 e mais legislação aplicá­vel.

Moita, 28 de Dezembro de 195o.

Maria Mad. de Azevedo R^a

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4 -4 -9 5 7 A PROVINCIA t

D O M i n h o a o G u a d i a n a

fstremozO r q u e s t r a T í p i c a A l e n t e j a n a

d e E s t r e m o z . V a i f e s t e j a r o s e u 2 . * a n i v e r s á r i o

E s t e simpático agrupa­mento musical da nossa terra, passa o seu 2.° aniversário no dia 30 do corrente, orga­nizando os seus directores um grande e extraordinário espectáculo na noite de 31, que terá lugar no magnífico Teatro Bernardino Ribeiro, desta cidade.

Neste espectáculo, como comemoração da data, será inaugurado o novo Éstan • darte da Orquestra, com a" apresentação da sua madri­nha a E x .ma Sr.a D. Maria Antónia Pinheiro C r e s p o Assis e Santos, que nele colocará uma fita comemo­rativa.

A Orquestra Típica, sob a regência do Maestro J o ã o Veiga, apresentará novos números do seu vasto repor- tório e da sua a u t o r i a ,— música genuinamente típica e popular.

A Orquestra Típica Alen­tejana, com a sua ainda curta existência, apenas dois anos, tem tido uma actuação ex­traordinariamente digna de registo, pois com o actual espectáculo faz 20 exibições observadas por 50 mil pes­soas, facto para que todos os Estremocenses se sintam orgulhosos pela sua Orques­tra Típica.

«A Província» associa-se à data comemorativa da Or­questra Típica Alentejana, desejando-lhe longos anos de existência e de prosperi­dades. — (C .)

B a ix a da Banheira( A l l i o s V e d r o s )

Para fa to s b em fe ilo s , e de pur a 13, aó ua a lfa ia ta ­

r ia de

ffRNANDO LOURfHCO*I. Imbuía d; iliueida MIH11 ] 8

— I n t e r e s s e s locais — Como é do conhecimento dos nossos leitores, esta im­portante povoação é atra­vessada pela Estrada Nacio­nal, junto da qual funcio­nam dois postos escolares, cuja existência não é assi­nalada por qualquer placa ou sinal indicativo, o que, de um momento para o outro, pode dar lugar a desastres graves! Chamamos por este motivo, a atenção da Ex ™ Junta Autónoma das Estra­das.

À Administraçâo-Geral da C P. lembramos também a Velha aspiração do humilde e ordeiro povo desta terra, que é a criação de um apea~ deiro. Quanto à passagem de nível sem guardas, man­tém-se u situação anterior, o que já tem dado origem a algumas dezenas de aciden­tes mortais. Continuamos também a pedir urgentes providências!

— Clube União Banhei­rense « O Chinquilho» — Na noite de 16 de Fevereiro findo, realizou-se um anima­díssimo baile, abrilhantado pelo C. M. «Ideal Ritmo», nosso dedicado assinante em Lavra lio.

Também nesta colectivi­dade, com o sen vasto salão de f e s t a s lindamente de­corado a serpentinas e ba­lões, o carnaval foi assim festejado: — Sábado gordo, às 21,30, início de um gran­dioso baile, abrilhantado pelo apreciado acordeonista alen­tejano, sr. Hermenegildo Joa­quim Rodrigues, do Sítio das NeVes (Beja), que pela pri­meira Vez e com grande êxito, nesta colectividade se fez ouvir com a apresentação da seu Vasto reportório — Domingo gordo, às 21, início de novo baile; às 25 h., con­

curso de mascarados, com esta classificação : — Senho­ras— l.a, Maria Ivone; 2.a, Diamantina M a r q u e s ; 5.a, Nazaré-Bui; 4.a, Cúria da Silva; 5.a, Leonilde Sequeira; e G.a, Tereza da Costa. — Homens — 1.°, Manuel da Silva; 2.°, António Pires; 5.°, Ferrer Trindade; e 4.°, Artur Ferreira Às 0,30 h., os po­pulares amadores do fado srs. Manuel Afonso, na letra «O meu Alentejo», e Victor Ribeiro na l e t r a «Maria Clara»,^ sendo muito aplau­didos. Às 2 da madrugada, fim do baile. — Segunda feira gorda, às 22 h , novamente baile e outras diversões, até; cerca da 1,15 da madrugada.— Terça feira de Carnaval, às 21 h., e já com o salão totalmente, repleto, abertura do baile. À s 25,50, tambéin o popular amador do fado sr. José Francisco Caeiro, na letra « F a d o Hilário», sendo muito aplaudido. Com excepção do baile de sábado, os restantes foram abrilhan­tados por um elenco musical para este fim organizado e intitulado C. M. «Clube União Banheirense» e assim com­posto: Acordeonista já refe­rido (contratado) Alfredo da Silva, Alberto de Oliveira, Daniel Martins, e outros, que tiveram a gentileza de prestar a sua Valiosa cola­boração graciosamente, mo­tivo porque sinceramente os felicitamos.

— G i n á s i o A t l é t i c o Chibe— No p. p. dia 16 de Feve­reiro último, e abrilhantado pelo sempre muito apreciado C. M. «Estrelas do Oriente», do Barreiro, e que se compõe de 10 elementos, realizou se nesta colectividade um con- corridíssimo baile, que durou até de madrugada.

Também nesta colectivi-

IN T E R E S S A À V I T I C U L T U R AE A T O D A A L A V O U R A . . .

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dade, mesmo abrilhantado com música de «Discos», o carnaval foi largamente con­corrido e festejado. Em 16 de Março, também na mesma se realizou um ani­madíssimo baile, abrilhan­tado pelo C. M. «Os RiVa- listas», um dos principais da Moita do Ribatejo.

JiladiinkaEscreve-nos o sr. Jú lio Ro ­

drigues Moreno, internado no Sanatório Sousa Martins, s e r v i ç o 6 — c a m a 2 q — Guarda, para solicitarmos das nossas leitoras uma «madrinha espiritual» que lhe leve. um pouco de con­forto â. sua infelicidade.

Aqu i fica o pedido, com a esperança de que algum coração generoso, de mu­

lher e de altruista, se condoa do triste doente.

Fialho de Almeida(Continuação da página õ)

mundo intelectual de agora depõe no pedestal do monu­mento à sua memória — , é, pois, a grata demonstração de quantos se sentem obri­gados, pela consciência e pela justiça, a prestar-lhe a homenagem que o seu talento e o seu génio mereciam há muito.

O «mundo jovial, de guarda sol aberto» parou, finalmente, para em tudo reparar e para, nuns instantes de concentra­ção, lhe tributar o remorso das gerações anteriores como preito transfigurado.

Â’lvaro Valente

N." 50 Folhetim de «A Provínci> 4-4-957

ia d o ff ív e s s oc P O c c Á l v a r o Q 5 a l e n t e

E adeus tamancos, cintas, barretes, pés ao laréu, cravo na orelha, mangas de cam isa!

Urna zangarilhada que deu cabo de tudo!Mas, desde que vieram estas obras, inda pior, trinta mil vezes pior!

Anda tudo maluco! Elas tiram à barriga pró luxo. E o bocado da broa, duas sardinhas sevelhas e podres, tarraçadas de água, e disse. Só conversam nos homens, --este é isto, falou-me assim, balha assado, aquele é aquilo, prometeu-me «mundos^ fundos», no sábado vai balhar comigo, eu sei lá! — ; e se adregam de foguear o caso, já pensam na «casa e pucarinho». Quantas já estão pràí amigadas e perdidas !

Eles fizeram-se calaceiros, deitam-se às horas de levantar, — picanços não faltam ! — , passam os dias num remancho que mete pilhas de raiva, e com as ciumeiras e aramanhas esmurram-se pias azinhagas quando as noi­tes escurecem.

Anda tudo desapernado, que lo digo eu !Bonito, não é ?Foi o que cá veio fazer a grande obra, com o sr. Engenheiro, com o

tel sr. Morais, e com a tropa malina que os acompanha!— Má mês os consuma a todos!O engenheiro escutava interessado. Achava o velho muito «sabido»,

IT>uito curioso, com aquelas expressões características que lhe davam sabó- res pujantes de observação e de filosofia barata.

Tranquilamente, aventou :— Ouvi as suas araviadas, embora não saiba porque m fivo as tinha

que ouvir . ., Mas, enfim,.. O que tenho eu com a vida p i . .....uar dos que

trabalham sob a minha direcção, e ainda mais dos que vivem na aldeia? Concordo com alguinas das suas reflexões; mas sou partidário decidido da Civilização e do Progresso. O Homem não podia ficar eternamente na ca­verna, olhando o mundo como um imbecil, —a menos que não lhe tivessem dado cérebro para pensar e raciocinar. Pensou, raciocinou, levou séculos na luta contra os elementos, e instintivamente foi procurando sempre me­lhorar a vida. É claro que, com as conquistas dessa luta, vieram outros hábitos, outros costumes, e depois os defeitos e os vícios .. Mas é indis­cutível que, se não fosse o Progresso, ainda hoje seria preciso bater duas pedras para fazer lume e o Homem andaria de tanga, sujeito às intempé­ries várias. \

— Sr. Engenheiro, sr. Engenheiro! — interrompeu o velho, tomando calor. Náo vamos pra esse lado. Vossoria está a fugir com o rabo à serin­ga ,— como se diz por aqui. Não se trata da vida particular de cada um, nem de condenar os fósforos e as casimiras. Não nego que o Progresso nos trague vanta^es más sabidas e conhecidas, ainda que podia prèguníar a vossoria porque nào descobriram até hoje a cura da tísica e da cancra... O que eu confirmei e arrepito, foi que era melhor a vida antiga deste «povo» antes de cá aparecer esta «cambada», do que esta de agora com tanta pouca vergonha! Quem pôs isto neste estado? Foi o Progresso? Não foi o Pro­gresso? Cá pra mim foi esta fábrica e os venenos que troisse com ela. E daqui nào saio! Agora o sr. Engenheiro tem lá oitra maneira de ver as coisas e ’stá no seu direito.

O Engenheiro analisava o filosofo enquanto ele palrava. Via-lhe no rosto as rugas do passado tempestuoso, — talvez com foines e misérias— , aquele olhar vivaz, de pobre que levou muito trambulhão e se habituou a espreitar as sombras suspeitas, e concluia por se dispor a escutá-lo com pa­ciência e mais curiosidade.

— Bem vê, meu amigo, qualquer onda progressiva traz sempre a sua convulsão natural. E a novidade que faz desorientações, a ânsia de proveito que provoca desequilíbrios.

( C O N T I /V U A )

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8 A PROVINCIA 4-4-957

N o s e n s a i o sS á b a d o à t a r d e . . .N o M a r i a V i t ó r i a e n s a i a - s e a n o v a r e v i s t a c o m o s

m e s m o s e l e m e n t o s q u e c o l a b o r a r a m n o « R e b o l i ç o » .N o p a l c o , e m m e i a d ú z i a d e c a d e i r a s , a r t i s t a s , « g i r l s » ,

p o n t o , c o n t r a - r e g r a , e a p e n a s u m a l â m p a d a n o p r o s c é n i o .S e n t a d a s a o f u n d o d o p a l c o a s i m p á t i c a T e r e z a G o ­

m e s , a j o v e m A n i t a G u e r r e i r o , G u i d a d e C a r i o e a m o ­r e n a b r a s i l e i r a G l ó r i a M a y , a s s i s t e m a o d i á l o g o e n t r e A n t ó n i o S i l v a e B e a t r i z C o s t a . T a n t o u m a c o r n o o u t r o t è m u m a d i c ç ã o e s p l ê n d i d a , a l i a d a a o h u m o r c a r a c t e r í s ­t i c o d e a m b o s .

O j o r n a l i s t a , e m c o n t i n u a ç ã o d a s u a r o n d a p e l o s t e a ­t r o s e p e l o s a r t i s t a s q u e n e l e s t r a b a l h a m , e n t r e v i s t a p a r a i A P r o v i n c i a » a l g u m a s « e s t r e l a s » p r e s e n t e s e a l g u n s v a l o r e s m a s c u l i n o s .

E e n q u a n t o 0 e n s a i o p r o s s e g u e , v a i o u v i n d o e i n t e r r o ­g a n d o , e m c u r t a s e r á p i d a s t r o c a s d e i m p r e s s õ e s , e m c u r i o ­s a s c o n f i d e n c i a s d e m o m e n t o .

N o p a l c o a c e r t a m - s e c e n a s , a f i n a m - e e p a s s a g e n s , r e ­p e t e m - s e n ú m e r o s m u s i c a d o s ; e , n x s u a f a i n a h a b i t u a l e c o r r e n t e , 0 j o r n a l i s t a a b o r d a o s a r t i s t a s e v a i c o n j u g a n d o o s e l e m e n t o s i n d i s p e n s á v e i s a o s e u l a b o r .

T r ê s , q u a t r o p e r g u n t a s s a c r a m e n t a i s e a e n t r e v i s t a r e s u l t a e s p o n t â n e a e e x p r e s s i v a .

E t a l c o m o a s s e n s a ç õ e s , q u a n t o m a i s c u r t a s m a i s v i b r a n t e s , a s s i m a s r e s p o s t a s v ã o e n f i l e i r a n d o p a r a a r e p o r t a g e m , i n c i s i v a s , s i m p l e s , s e m a l a r d e s d e s p r o p o s i t a . d o s , n e m d i v a g a ç õ e s d e s n e c e s s á r i a s .

O s a r t i s t a s d o « M a r i a V i t ó r i a » s ã o v e r d a d e i r a s s i m ­p a t i a s . P r o n t i f i c a m - s e g e n t i l m e n t e a o s i n t e r r o g a t ó r i o s , s e m e s f o r ç o n e m c o n t r a r i e d a d e , e p õ e m n a s s u a s d e c l a r a ­ç õ e s a q u e l a « s e m c e r i m ó n i a » q u e c a t i v a , a q u e l a « c a m a ­r a d a g e m » q u e s e d u z .

A q u i v i n c u l a m o s 0 n o s s o a g r a d e c i m e n t o p e l a a t e n ç ã o d i s p e n s a d a e p e l a a m a b i l i d a d e c o m q u e n o s r e c e b e r a m e d i s t i n g u i r a m .

Ouvindo a actriz brasileiraGlória May, que é uma brasileira

gentilissima e uma artista de reais qualidades, encontra-se em Lisboa actuando no «Maria Victória».

Todo o público, que há meses vem esgotando as lotações do po­pular teatro do Parque Mayer, é unânime em considerar a gentil Glória May como uma das melho­res frtistas brasileiras’ que têm actuado em Portugal, e aplaude-a, sempre, com raro entusiasmo.

Por sua vez, a simpática brasi­leira está encantada com o nosso público e com o ambiente dc boa camaradagem que encontrou na Companhia do «Maria Vitória».

Maria da Glória Meireles (Glória May) nasceu 110 Rio de Janeiro e conta apenas 24 anos.

Estreou-se no Teatro Madureira, 110 Rio, com a revista «Trem de Luxo» em 1952. Três meses depois foi actuar para Copacabana no Teatro Folies, ao lado de Renata Fronzi.

Veio para Portugal em 1955, a tim de actuar no Variedades, na

"revista «Abril em Portugal». No «Reboliço» desempenhou diversos papéis. ,Iá foi televizionada para a Rádio Televisão Portuguesa. Numa entrevista que nos concedeu, du­rante o ensaio da revista «Toca a Música», a popularíssima brasileira disse-nos que o público português é. de facto, um público dilerentc, que sabe escolher o que é bom.

— Qual a profissão que desejaria t<:r, se não fosse artista?

— Advogada. Náo sei porquê, tenho uma certa queda para de­fender e acusar... Talvez um dia... venha a desempenhar essa profis­são liberal no p a lco ...

— Como ingressou no teatro?

— Desde pequena que sempre live uma certa queda para o teatro, tendo representado num teatro de amadores. Um dia, de repente, sou contratada e, num abrir e fechar (le olhos, «fiquei profissional».

Antes de nos despedirmos, Gló­ria May entrega-nos uma fogogra- fia com a seguinte legenda: «Ao simpático Luís B o n i f á c i o , um abraço bem brasileiro da Glória May». GLORIA M AY

35=

Humberto MadeiraH u m b e r t o M a d e i r a , u m

a r t i s t a q u e f o i d a R á d i o

p a r a o T e a t r o , o n d e c o n q u i s ­

t o u , r á p i d a m e n t e u m a p o ­

s i ç ã o d e n o t á v e l d e s t a q u e ,

é h o j e , t a m b é m , u m d o s

a r t i s t a s m a i s p o p u l a r e s e

q u e r i d o s d o C i n e m a N a c i o ­

n a l .

I m p a g á v e l d e g r a ç a , H u m ­

b e r t o M a d e i r a é u m a r t i s t a

c h e i o d e p e r s o n a l i d a d e , q u e

F i c h a t e a t r a l

N o m e : M a r g a r i d a F e r ­n a n d a ( G u i d a d e C a r i o ) ,

E s t r e i a : 6 d e M a i o d e

1 9 5 ° . n o T e a t r o M a r i a V i c ­t ó r i a , n a r e v i s t a : « P a r a d a d a A l e g r i a » . A c t u o u d e p o i s e m ; « P a p ã o , v a i - t e e m b o r a » , « C a n t i g a s , Ó R o s a » , « O h R o s a a r r e d o n d a a s a i a » , « S a i a s C u r t a s » , « C o m o é o T e m p o » , « F e s t a é f e s t a » ,

P Á G I N A D E

TE A TROPor L U Í S B O N I F Á C I O

p õ e s e m p r e , n a s s u a s i n t e r ­

p r e t a ç õ e s d o T e a t r o o u d o

C i n e m a , m u i t o d o s e u e s p í ­

r i t o d e a c t o r m o d e r n o d e

c o m i c i d a d e .

H u m b e r t o M a d e i r a , f o i

e s c o l h i d o p o r R a y M i l l a n d

p a r a i n t e r p r e t a r u m d o s

p a p é i s d o s e u f i l m e « L i s ­

b o a » . E , p r e s e n t e m e n t e , u m

d o s p r i n c i p a i s e l e m e n t o s d a

C o m p a n h i a d e S a l v a d o r .

s e s o b r e p õ e m 0 a f e c t o p e l a d i r e c t o r a e 0 r e s p e i t o p o r si p r ó p r i a .

L e v a d o p e l o l o u v á v e l i n ­t u i t o d e e n g r a n d e c e r 0 m é ­t o d o e d u c a t i v o , h u m a n o e r a c i o n a l , p e r a n t e 0 m é t o d o d a p u n i ç ã o e d a v i o l ê n c i a , M o g u y s e r v i u - s e t a m b é m d o s c o n t r a s t e s o b j e c t i v o s , q u e n e m s e m p r e r e s u l t a r a m ,

GUIDA DE CARLOSósia de ivone de Cario — Desejaria ser aviadora

« F o n t e L u m i n o s a » , « R e b o ­l i ç o » e « T o c a a M ú s i c a » .

R á d i o ' . T r a b a l h o u n a R á ­d i o p o r d i v e r s a s v e z e s .

E n t r e v i s t a '.

— C o m o i n g r e s s o u n o t e a ­t r o ?

— E m p e q u e n a b r i n c a v a m u i t o a o s t e a t r i n h o s , à s e s ­c o n d i d a s d e m i n h a m ã e . U m d i a , u m a p e s s o a d e f a ­m í l i a l e v o u - m e a t ê à p r e ­s e n ç a d e A n í b a l N a z a r é , t e n d o t e m p o d e p o i s t i r a d o a c a r t e i r a d e a r t i s t a . D e v o e m p a r t e a m i n h a e n t r a d a n o t e a t r o a o M á r i o N o b r e .

— G o s t a d o l a r ?

— I m e n s o , A d o r o o s t r a ­b a l h o s c a s e i r o s . C r e i o m e s ­m o q u e « t e n h o a v o c a ç ã o e r r a d a » . A g o r a j á é u m p o u c o t a r d e , p o i s t r a b a l h o c o m m u i t o p r a z e r p a , r a o t e a t r o e , d i g o - l h e c o m a m á ­x i m a f r a n q u e z a , q u e v i v o o q u e r e p r e s e n t o . C r e i o q u e é u m a q u a l i d a d e . E s t u d o b a s ­t a n t e e g o s t o i m e n s o d o s m e u s c o l e g a s .

c m Srisão Sem Srades

. .GUIDA DE CARLO

E n t r e o s a r t i s t a s c ó m i c o s d o n o s s o T e a t r o l i g e i r o , T e ­r e z a G o m e s o c u p a u m l u g a r i n c o n f u n d í v e l .

E o s s e u s a m i g o s e a d m i ­r a d o r e s , q u e t a n t o s s ã o , s ó d e s e j a m q u e a i n d a , p o r m u i ­t o s a n o s , p o s s a m a p l a u d i r a « R a i n h a d a S i m p a t i a » d o n o s s o T e a t r o M u s i c a d o .

H á b a s t a n t e t e m p o q u e a « T e r e z i n h a » f a z p a r t e d o e l e n c o d a E m p r e s a E u g ê n i o S a l v a d o r & R u i M a r t i n s , q u e e x p l o r a 0 T e a t r o M a r i a Vitória, e t e m , t a m b é m , a p r e s e n t a d o g r a n d e s e s p e c ­t á c u l o s n o C o l i s e u d o s R e ­c r e i o s .

P r e s e n t e m e n t e , é u m a f i ­g u r a d a s p r i n c i p a i s d o

O c i n e m a f r a n c ê s é p o u c o c o n h e c i d o e n t r e n ó s , m a s c o n t a c o m a f r a n c a a c t i v i ­d a d e d e c i n e a s t a s c o m o D u - v i v i e r e J e a n R e n o i r . E m « P r i s ã o s e m G r a d e s » r e v e -

l a - n o s m a i s u m v a l o r : L é o - n i d e M o g u y . E m f a c e d e a s s u n t o d e l i c a d o e d i f í c i l , e s t e r e a l i z a d o r h o u v e - s e d e m a n e i r a h o n r o s a , f a c t o q u e

«RAÍNHA DA

S I M P A T I A »

e l e n c o q u e , n o T e a t r o M a r i a V i t ó r i a , e s t á i n t e r p r e t a n d o r e v i s t a .

A r t i s t a d o t a d a d e r a r a s q u a l i d a d e s , c o m u m s e n t i d o c ó m i c o o p o r t u n í s s i m o , a « T e r e z i n h a » é q u e r i d a d o p ú b l i c o e d o s c o l e g a s , e a s u a e n t r a d a e m c e n a é s e m ­p r e s u b l i n h a d a c o m a q u e l e r u m o r d e p l a t e i a q u e m a r c a

, a p r e s e n ç a d o s g r a n d e s a r ­t i s t a s .

S ã o i n ú m e r a s a s p e ç a s e m q u e T e r e z a G o m e s t e m e v i ­d e n c i a d o a s s u a s r e a i s q u a ­l i d a d e s . A s u a g r a ç a v a i d i r e i t i n h a à s p l a t e i a s , e c a d a n ú m e r o s e u d e s p e r t a s e m ­p r e e s p o n t â n e a s g a r g a l h a ­d a s .

l h e v a l e u u m p r é m i o d a B i e ­n a l d e V e n e z a , j u s t í s s i m o , q u a n t o a n ó s .

A a c ç ã o d e « P r i s ã o S e m G r a d e s » d e c o r r e n u m a c a s a d e c o r r e c ç ã o d e r a p a r i g a s ,

P O R

M a n u e l A z e v e d o

p o n d o e m c o n f r o n t o d o i s m é t o d o s , — r o p u n i t i v o e 0 e d u c a t i v o . É a r e a c ç ã o d e s ­t e s d o i s m é t o d o s n o e s p í r i t o d o s a d o l e s c e n t e s a p r e o ­c u p a ç ã o c e n t r a l d o f i l m e .E , a s s i m , 0 q u e a o b r a p e r d e e m a c ç ã o e m o v i m e n t o g a ­n h a e m e s t u d o p s i c o l ó g i c o .

É n o t á v e l , p o r q u e j u s t o e v e r d a d e i r o , 0 m o d o c o m o e s t á t r a t a d a a f i g u r a p r i n c i ­p a l , N e l l y , u m a j o v e m d e 1 7 a n o s . E n c o n t r a - s e n u m a i d a ­d e p e r i g o s a , e m . p l e n a c r i s e d e a d o l e s c ê n c i a . L é o n i d e M o g u y d e u m u i t o b e m , p o r v e z e s c o m r i q u e z a d e p o r ­m e n o r e s , a s r e v o l t a s ' s u r d a s q u e r e b e n t a m e m g r i t o s h i s ­t é r i c o s , o s a n s e i o s m a l d e ­f i n i d o s , a n e c e s s i d a d e d e c a r i n h o s p r ó p r i o s d e s s a c r i s e , q u e e m N e l l y s e r e s o l v e p e l o s a c r i f í c i o , p e l a r e n ú n c i a a o a m o r d o m é d i c o d a C a s a d e C o r r e c ç ã o , p o r q u e a e l e

s o b r e t u d o q u a n d o f o r ç o u a v i o l ê n c i a d e s t e ú l t i m o .

O u t r o s p r o b l e m a s e s t ã o p o s t o s n e s t e f i l m e , a l g u n s c o m a s u b t i l e z a , q u e 0 a s ­s u n t o r e q u e r i a . É f á c i l p r e ­v ê - l o s , n u m a m b i e n t e d e r a p a r i g a s i s o l a d a s d a v i d a , m u i t a s d e l a s v i n d a s d o s p i o ­r e s m e i o s , d o s m e s t e r e s m a i s v a r i a d o s .

A i n t e r p r e t a ç ã o v a i a l é m d o q u e s e p o d e r i a e s p e r a r . O p a p e l d a a d o l e s c e n t e N e l l y f o i c o n f i a d o a C o r i n n e L u c h a i s e , q u e f e z u m a c r i a ­ç ã o n o t á v e l a o l a d o d e A n n i e D u c a u x , q u e i n t e r p r e t o u a f i g u r a d e n o v a d i r e c t o r a c o m s u p e r i o r i n t u i ç ã o .

N o s e u c o n j u n t o , « P r i s ã o s e m G r a d e s » é u m a ' o b r a s é r i a , a t i n g i n d o p o r v e z e s g r a n d e e m o ç ã o , c o m b e l o s p e d a ç o s d e p o e s i a , m u i t o e m b o r a h a j a a l i ' i n t e n ç ã o e v i d e n t e d e d e f e n d e r u m a t e s e . S e e s t e f i l m e , p o n d o v á r i o s p r o b l e m a s , o s n ã o r e s o l v e c o m p l e t a m e n t e é, p e l o m e n o s , u m a c a n ç ã o o p t i m i s t a — u m g r i t o c o n ­f i a n t e n o f u t u r o e n o p o d e r d o H o m e m .

T ele fo n e O jg jT j

rPara haai CfMoqxafiai

F o t o M o n t i j e n s e