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Edição 430 - Ano 10 - 28 de julho de 2017 ICMBio ICMBio promove consultas públicas sobre criação de APA e RVS da Ararinha-azul Equipe da Rebio do Tinguá sobe ao pico culminante da UC Parque Nacional de Brasília realiza 2ª Caminhada da Saúde Carijós, Tupinambás e Pirapitinga celebram 30 anos de criação PÁGINA 13 PÁGINA 14 PÁGINA 17 PÁGINA 8

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Edição 430 - Ano 10 - 28 de julho de 2017ICMBio

ICMBio promove consultas públicas sobre criação de APA e RVS da Ararinha-azul

Equipe da Rebio do Tinguá sobe ao pico culminante da UC

Parque Nacional de Brasília realiza 2ª Caminhada da Saúde

Carijós, Tupinambás e Pirapitinga celebram 30 anos de criação

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Resex de Cassurubá promove oficina de cooperativismo

Nos dias 20 e 21 de julho, o escritório da Reserva Extrativista de Cassurubá, em Carave-las (BA), foi palco de uma oficina voltada para a temática do cooperativismo. O evento teve o intuito de levar à comunidade os objetivos, conceitos e princípios relacionados ao tema. “A intenção é continuarmos unidos, por isso precisamos de momentos de formação como esse”, afirmou o extrativista Carlos Henrique.

De acordo com o chefe da Resex, Marcelo Lopes, além de reunir os moradores e garan-tir um processo de capacitação que respeita o modo de vida dos extrativistas, “a oficina estimulou a reflexão sobre o formato de coo-perativismo realmente baseado nos princípios da adesão livre e voluntária, gestão democrá-tica e interesse pela comunidade”, ressaltou.

Onça-pintada na Estação Ecológica de Taiamã (MT)

Curso durou dois dias e foi realizado no escritório da Resex

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ORGANIZAÇÃO COLETIVA

Para o líder comunitário Alan dos Santos, refletir sobre o significado do cooperativismo “é muito importante para saber se estamos seguindo bem e o que podemos mudar e me-lhorar com base no pensamento coletivo”. Já a vice-presidente da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários da Bahia (Unisol-BA), Magda Almeida, destacou que “fomentar o cooperativismo popular e a economia solidária nas comunidades fortalece a organização social e o protagonismo da base”, disse a gestora.

Ainda segundo o chefe da Resex, a oficina foi construída em parceria com a Unisol-BA e o Instituto Diversa, instituições que possuem ampla experiências nas temáticas e processos relacionados ao cooperativismo.

Brasil lidera sequenciamento do genoma da onça-pintada

Com a participação de especialistas de sete países, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) liderou o sequencia-mento do genoma da onça-pintada, o maior felino das Américas, que está ameaçado de ex-tinção. O projeto contou, ainda, com a colabo-ração de dois analistas ambientais do Instituto Chico Mendes: Ronaldo Morato, do Centro Na-cional de Pesquisa e Conservação de Mamífe-ros Carnívoros (Cenap/ICMBio), e Daniel Kan-tek, da Estação Ecológica de Taiamã (MT).

Os dados foram comparados aos genomas de outros quatro grandes felinos (tigre, leão, leopardo-das-neves e leopardo), todos do gê-nero Panthera. A análise dessa enorme gama de informações foi feita durante cinco anos, sob a coordenação do professor Eduardo Ei-zirik, da Faculdade de Biociências da PUC-RS, e resultou na publicação de artigo na revista Science Advances. Clique no link para acessar o estudo: https://goo.gl/FGUC2c.

ANCESTRAL COMUM

O primeiro genoma da onça-pintada foi ob-tido de Vagalume, nome dado ao animal que vivia no Zoológico de Sorocaba (SP). Nascido na região do Pantanal em 1997 e pesando 94 quilos quando adulto, Vagalume foi deixado no local ainda filhote, após a morte da mãe. “Procurei um animal de cativeiro, para facili-tar a coleta de amostras, mas que fosse origi-nário da natureza”, comenta Eizirik.

Há 4,6 milhões de anos, os cinco grandes fe-linos tinham um ancestral comum, que era pa-recido com o atual leopardo. Ele deu origem às espécies atuais e também a outras já extintas, que a partir da Ásia se espalharam por quase todo o planeta. O estudo revela que houve di-versos tipos de cruzamentos entre essas espé-cies ao longo de sua evolução, o que pode ter contribuído para a sua sobrevivência até o pre-sente. “Esses animais não têm um número está-vel. Como predadores de topo, são suscetíveis a mudanças ambientais, como a diminuição das

presas, declinando rapidamente e perdendo a variabilidade genética”, explica o professor.

Um dos casos detectados de hibridação (cruzamento entre diferentes espécies) ocor-reu entre a onça-pintada e o leão e, provavel-mente, foi vantajoso para a primeira. Os pes-quisadores descobriram que ela herdou dois genes envolvidos na formação do nervo ópti-co, que, após a hibridação, sofreram seleção natural positiva (ou seja, foram importantes para a adaptação da espécie).

O estudo também aponta outros genes com evidência de seleção natural que mos-tram adaptação das espécies às novas condi-ções ambientais. Isso pode explicar por que a onça tem a mordida mais forte entre os grandes felinos, conseguindo predar jacarés e tartarugas, com seus cascos duros. Outro exemplo é o fato de o leopardo-das-neves su-portar mais a falta de oxigênio. Ele vive nos Himalaias, a mais alta cadeia montanhosa do mundo, e no Tibete, na Ásia.

ESTUDOS GENÔMICOS AUXILIAM CONSER-VAÇÃO DA ESPÉCIE

Tigre, leão e leopardo-das-neves já tinham o genoma sequenciado. O grupo de William Mur-phy, da Universidade do Texas, contribuiu para o sequenciamento do leopardo, permitindo a análise feita para o artigo, que pela primeira vez inclui genomas de todas as espécies deste grupo. Então aluno de doutorado em Zoologia pela PUC-RS, Henrique Figueiró, orientado por Eizirik, trabalhou nos dados sobre o sequencia-mento do maior felino das Américas.

A partir das descobertas, o grupo da PUC-RS e seus colaboradores no Brasil e em ou-tros países estão agora conduzindo estudos genômicos ainda mais detalhados das onças-pintadas, envolvendo múltiplos indivíduos de diferentes regiões, o que será importante para aprimorar as estratégias atuais para a conservação desta espécie.

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Serra do Gandarela forma brigada anti-incêndio

O Parque Nacional da Serra do Gandarela, em Minas Gerais, acaba de montar sua briga-da anti-incêndio. De julho a novembro, período mais seco do ano, quando a vegetação fica mais vulnerável, a brigada é responsável pelas ações de prevenção e combate ao fogo na unidade.

O curso de formação teve a participação de 17 alunos. Ao final, foram escolhidos um chefe de esquadrão e cinco brigadistas. Eles atuarão como a primeira força a ser mobili-zada em casos de emergência. Se for neces-sário, a chefia do parque solicitará apoio de brigadistas de outras unidades da região e do Corpo de Bombeiros.

“A brigada de incêndios é essencial na pre-servação de várias espécies de flora e fauna ameaçadas”, afirma o analista ambiental Ju-lio Cesar Botelho, que integra a gestão do parque e chefiou a UC até maio deste ano.

Com 31 mil hectares, o Gandarela abrange os municípios de Nova Lima, Raposos, Caeté, Santa Bárbara, Mariana, Ouro Preto, Itabirito e Rio Acima, protegendo formações de can-ga do Quadrilátero Ferrífero de Minas.

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CONSELHO CONSULTIVO E NOVA CHEFIA

No final de junho, o Parque Nacional da Serra do Gandarela deu posse aos membros do Conselho Consultivo, em reunião realizada com o apoio da Prefeitura Municipal de San-ta Bárbara. A mobilização para a formação do conselho começou em setembro de 2016, com o suporte da Coordenação Regional 11 do ICMBio, e foi, desde o início, considerada uma ação prioritária pela gestão da unidade.

Antes, o parque já havia firmado termo de parceria com a Prefeitura Municipal de Rio Acima, que cedeu salas, junto à Secretaria

Participantes do curso de formação durante treinamento

Municipal de Meio Ambiente, para abrigar a administração provisória da UC. Com a nova sede e a chegada do novo chefe, Tarcisio Ta-deu, o parque avança na gestão. “Estamos otimistas com esse momento pelo qual a gestão do parque está passando. A mudança de sede, a formação da brigada e a criação do Conselho Consultivo são peças funda-mentais para nos estruturarmos. Esperamos que o parque vire referência em termos de unidade de conservação inserida em região metropolitana, tanto na promoção da con-servação e do turismo quanto na gestão de conflitos socioambientais”, destacou Tadeu.

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Cemave realiza expedição no extremo sudoeste do Rio Grande do Sul

Ornitólogos do Centro Nacional de Pesquisa e Conserva-ção de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio) e da Pontifícia Universi-dade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) acabam de divul-gar os resultados da expedição de campo ao extremo sudoes-te do Rio Grande do Sul, na região do Par-que Estadual do Es-pinilho. A campanha teve como principal objetivo investigar a saúde das populações de aves do local, entre elas o cardeal-amarelo (Gubernatrix cristata).

tes de aves foram re-gistradas nas buscas ativas e deslocamen-tos durante as ativida-des de campo. Além disso, 43 aves silves-tres de 21 espécies diferentes foram mar-cadas com anilhas. Os registros de ocorrên-cia serão inseridos no banco de dados do Sistema Nacional de Anilhamento (SNA), gerido pelo Cemave/ICMBio. Saiba mais sobre o SNA: https://goo.gl/puq6q1.

Ainda durante os trabalhos de campo, dez cardeais-amarelos

amarelos, a equipe dedicou-se à captura das aves para a coleta de material biológico, com o intuito de subsidiar a avaliação da saúde das aves da região e marcá-las com anéis metálicos e coloridos (as anilhas) para estudos futuros.

“Os gestores do Parque Estadual do Espini-lho, assim como os proprietários rurais, foram muito importantes para o sucesso do trabalho desenvolvido durante a expedição. Os servido-res do parque acompanharam as atividades em campo com as aves e apoiaram os pesquisado-

res na articulação com os proprietários, que, por sua vez, garantiram a logística em campo”, dis-se Patrícia Serafini, analista do Cemave.

Nesse sentido, segundo ela, um outro objeti-vo da expedição, que era aproximar-se dos pro-prietários de terras e pecuaristas da região, foi cumprido. “Os produtores rurais são responsá-veis pela manutenção dos processos que regu-lam os ambientes campestres adequados para a permanência de aves ameaçadas na região do Parque Estadual do Espinilho”, reforçou Serafini.

Ainda de acordo com a analista, ao longo dos últimos anos de implementação do PAN Campos Sulinos, os pesquisadores têm obser-vado que é possível aliar a produção de gado com a conservação dos campos nativos e das espécies que vivem no local. “Essa percepção vem se consolidando entre os produtores de gado no estado e a sua ampla valorização na sociedade é crucial para o sucesso em grande escala do PAN Campos Sulinos”, concluiu.

ESPINILHO E CAMPOS SULINOS

Composta por savana de arvoretas espi-nhentas e retorcidas, típica da extremidade

oeste do Rio Grande do Sul, a formação de espinilho ocorre em sub-região do bioma Pampa e possui espécies de aves raras, restri-tas a essa formação, sendo também o único ambiente de ocorrência de espécies vegetais com extrema dificuldade de regeneração, os algarrobos e inhanduvás (Prosopis nigra e P.affinis, respectivamente).

Os Campos Sulinos são campos dos bio-mas brasileiros Pampa e Mata Atlântica. São ecossistemas naturais com alta diversidade de espécies vegetais e animais que se estendem além do sul do Brasil sobre amplas regiões do Uruguai e da Argentina. Nas últimas décadas, cerca de metade da superfície de campos do Rio Grande do Sul foi transformada em outros tipos de cobertura vegetal e muitas aves não conseguem “lidar” com as pressões e impac-tos gerados, por exemplo, pela expansão da agricultura e da silvicultura e pela continuida-de de atividades ilegais, como a captura de espécimes para o tráfico de animais.

PLANO DE AÇÃO

Considerando este cenário e o estado de conservação das aves, em 2011 foi elabora-do o PAN Campos Sulinos, um Plano de Ação Nacional para a conservação das espécies de aves ameaçadas dos campos e do espinilho, como o cardeal-amarelo. O plano tem o ob-jetivo maior de oferecer uma ferramenta de gestão para a conservação de um conjunto de espécies sob os mesmos fatores de pressão.

O cardeal-amarelo foi uma das espécies analisadas

Rede armada pelos pesquisadores para captura de aves

Os dados levantados pelos pesquisadores contribuirão para a implementação das estra-tégias do Plano de Ação Nacional para Conser-vação dos Passeriformes dos Campos Sulinos, o PAN Campos Sulinos, que prevê medidas para a preservação das espécies ameaçadas dos campos e do Espinilho, como o cardeal-amarelo, uma das aves mais ameaçadas do Brasil. O plano foi aprovado em 2011 e en-contra-se em seu segundo ciclo de gestão.

As informações servirão, ainda, para sub-sidiar as decisões e o manejo do programa de cativeiro do cardeal-amarelo, que surgiu em 2014, a partir do PAN Campos Sulinos. O cardeal-amarelo é um pássaro de beleza e canto extraordinários, sendo que a pequena população de vida livre realmente conhecida e monitorada no Brasil está restrita ao Parque do Espinilho e fazendas particulares vizinhas.

102 ESPÉCIES REGISTRADAS

Durante a expedição, 102 espécies diferen-

foram identificados em cinco territórios, haven-do a captura de duas dessas aves para coleta de material para exames de saúde, genéticos e marcação para o monitoramento. Reencontros e recapturas de indivíduos marcados individual-mente alimentam uma base de dados que ava-lia a sobrevivência e longevidade dos cardeais-amarelos no Parque Estadual do Espinilho.

Os resultados referentes à saúde das popu-lações de aves silvestres no interior do parque deverão ser aplicados pelos gestores dessa área protegida para a tomada de decisões e para embasar eventual manejo de atributos naturais da unidade e do cardeal-amarelo, vi-sando à conservação das espécies ameaçadas.

A EXPEDIÇÃO

A expedição ocorreu entre os dias 9 e 16 de julho. No dia 10, após mais de 1.300 km de es-trada, os pesquisadores chegaram a Barra do Quaraí (RS). Além de percorrer toda a região que abrange os remanescentes de espinilho na busca pelos territórios conhecidos dos cardeais-

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Carijós, Tupinambás e Pirapitinga celebram 30 anos de criação

No último dia 20 de julho, as Estações Eco-lógicas (Esec) de Carijós, em Florianópolis (SC), Tupinambás, no litoral de São Paulo, e Pi-rapitinga, em Morada Nova, Minas Gerais, ce-lebraram aniversário de 30 anos. As três uni-dades de conservação (UCs) foram criadas no mesmo dia por um único decreto, de número 94.656, publicado em 20 de julho de 1987.

Estações Ecológicas, de acordo com a Lei que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), são áreas terrestres ou marinhas, ricas em fauna e flora, que têm como principais objetivos a preservação inte-gral da natureza e a realização de pesquisas científicas. Além disso, podem receber visita-ção para atividades educativas.

Embora criadas no mesmo dia e por um único decreto, as três UCs estão situadas em diferentes biomas e guardam riquezas natu-rais distintas. Cada uma tem suas peculiari-dades e objetivos específicos. A seguir, saiba mais sobre elas:

CARIJÓS

Com 759 hectares, a Esec abriga mais de 500 espécies de animais e dezenas de espécies da flora. Dentre os animais de grande porte, destacam-se o jacaré-do-papo-amarelo, a lon-tra, o ratão-do-banhado e o graxaim. Estudos apontam a ocorrência de 227 espécies de aves, o equivalente a 32% da avifauna catarinense e 64% das espécies do município de Florianó-polis. A fauna aquática é especialmente rica, com destaque para caranguejos, mariscos, os-tras, robalos, tainhas, bagres e camarões.

A unidade de conservação apresenta duas glebas: Ratones e Saco Grande. O manguezal do rio Ratones é o maior e o mais bem preser-vado da Ilha de Santa Catarina. A Esec também protege três sítios arqueológicos – sambaquis – com idade estimada de 4 mil anos, indícios da antiga ocupação humana na região.

Como fica numa área semiurbana, à beira do litoral, a unidade sofre pressão por todos os lados. Pela terra, há riscos de invasões e aterros ilegais por parte da especulação imo-biliária. Pelo mar e rios, existem ameaças de pesca irregular e retirada de caranguejos, além da poluição. Tudo isso exige muito tra-balho da equipe da UC.

“Em 2016, aplicamos 66 autos de infração. Este ano, até agora, já são 53”, afirma o che-fe da Esec Carijós, o analista ambiental Ricardo Peng, ao ressaltar que as operações de fiscaliza-ção, assim como as atividades de educação am-biental, pesquisa e monitoramento, são feitas em conjunto com os colegas das outras UCs fe-derais em Florianópolis – APA de Anhatomirim, Reserva Biológica do Arvoredo e Reserva Extrati-vista Pirajubaé – e da Coordenação Regional 9.

E é exatamente isso que mantém a Esec bem conservada, espaço privilegiado para os inúmeros estudos sobre fauna e flora por parte de pesquisadores de universidades da região, como a Universidade Federal de Santa Catari-na, e de centros de pesquisa, como o Cemave/ICMBio. Além das pesquisas, segundo Peng, a

Estação Ecológica de Carijós recebe, também, alunos de escolas e universidades situadas em Florianópolis e no interior do estado para ativi-dades de educação ambiental. “Esse trabalho é muito significativo porque, com isso, estamos estimulando a consciência conservacionista das novas gerações”, reforça o analista.

Para desenvolver todos esses trabalhos, a gestão da Esec busca investir em parcerias com órgãos ambientais do governo local, or-ganizações não governamentais e, principal-mente, entidades da sociedade organizada de Florianópolis. A Esec Carijós, junto com as demais UCs da região, também ajuda os ór-gãos locais na execução do Plano Diretor e do Plano Municipal de Saneamento. Nessa linha de participação da sociedade, os gestores da unidade já articulam a reativação do Conselho Consultivo e a implementação do Programa de Voluntariado. “Esses são alguns dos nossos muitos desafios para breve”, conclui Peng.

PIRAPITINGA

como a sucupira-branca e o baru, e animais como o jacaré-do-papo-amarelo, lobo-guará, onça-parda, onça-preta, jaguatirica e tatu-canastra. A unidade de conservação também protege aves migratórias, como o cabeça-seca e a águia-pescadora, garantindo seu pouso e descanso durante passagem pelo local.

Do ponto de vista da gestão, a UC apoia a produção de conhecimento científico, incenti-vando a realização de pesquisas experimentais voltadas para o desenvolvimento de tecnolo-gias e práticas que visam à recuperação de ecossistemas degradados no bioma Cerrado.

Outra função importante da Esec é con-servar a bacia dos rios do Boi, Indaiá e Bor-rachudo, contribuintes do rio São Francisco, garantindo o estoque pesqueiro na região. Além disso, ela proporciona oportunidades de interpretação e sensibilização ambiental em área protegida e difunde a cultura e o co-nhecimento das comunidades locais sobre a biodiversidade.

TUPINAMBÁS

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A Esec Carijós possui grande importância para a preservação da Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, por ser área de reprodução e crescimento de animais marinhos, muitos de valor comercial. Além do ecossistema de manguezal, também protege áreas de restin-ga, rios e banhados.

Situada na confluência do córrego Riachão com o rio São Francisco, a Estação Ecológica de Pirapitinga localiza-se numa ilha artificial de 1.090 hectares, no reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, na região central de Minas Gerais. A unidade preserva amostras significativas do bioma Cerrado, em todas as suas fitofisionomias, e mantém ainda áreas de cobertura florestal.

A Esec de Piratpitinga contribui para a ma-nutenção da viabilidade ecológica de popula-ções de fauna e flora associadas à ilha, entre elas, espécies vegetais ameaçadas de extinção,

A Estação Ecológica de Tupinambás tem sede administrativa na cidade de São Sebas-tião, no litoral paulista, e está dividida em dois setores. O Setor I fica em São Sebastião, a aproximadamente 35 km da costa, compre-endendo parte do arquipélago dos Alcatrazes. O Setor II está localizado em Ubatuba, a cerca de 4 km da costa, abrangendo parte do ar-quipélago da ilha Anchieta, nas proximidades do Parque Estadual da Ilha Anchieta, sendo composto pela ilha das Palmas, ilhote e laje do Forno e ilhota das Cabras.

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As formações encontradas nessas ilhas e ilhotas são majoritariamente compostas de floresta ombrófila densa, que recobre quase toda a superfície, e de uma estreita faixa de vegetação pioneira em afloramento rochoso sob influência marinha.

No ano passado, foi criado na região o Re-fúgio de Vida Silvestre de Alcatrazes. Juntas, as duas unidades de conservação passaram a proteger cerca de 70 mil hectares, abran-gendo todo o arquipélago dos Alcatrazes. É a maior área marinha de proteção integral das regiões Sudeste e Sul e a segunda maior do Brasil. As UCs abrigam 1.300 espécies de flora e fauna, sendo que pelo menos 93 delas estão sob algum grau de ameaça.

Para a gestão integrada das duas UCs, foi criado o Núcleo de Gestão Integrada (NGI) do Arquipélago dos Alcatrazes – ICMBio Alcatra-zes, a fim de dar maior eficácia à preservação da biodiversidade e alcançar os objetivos de criação das UCs.

“Este é um ano de muitas comemorações para o ICMBio Alcatrazes pois, além do ani-versário de 30 anos da Esec Tupinambás e do primeiro ano do Refúgio de Alcatrazes, come-moramos também a publicação do Plano de Manejo integrado das unidades, constituindo um importante instrumento para a proteção da biodiversidade marinha do litoral norte do estado de São Paulo”, afirmou a analista am-biental Kelen Leite, chefe do NGI.

ESEC TUPINAMBÁS COMEMORA 30 ANOS COM EXPEDIÇÃO DE RETIRADA DE CORAL-SOL

Para marcar os 30 anos da Esec Tu-pinambás, e visando à preservação de seus ecossistemas, a equipe do ICMBio Alcatrazes, com apoio de voluntários e parceiros, realizou uma expedição para retirada de coral-sol da unidade. As espécies de coral-sol presentes em Tupinambás são Tubastraea tagusen-sis (de origem equatorial) e Tubastraea coccínea (originária do Indo-Pacífico). Ambas apresentam grande potencial invasor, prejudicando a manutenção dos corais nativos e de toda a biodi-versidade marinha associada.

O coral-sol foi identificado na Esec Tupinambás em 2011, durante os le-vantamentos de campo para a elabo-ração do Plano de Manejo, e a partir de então diversos projetos relacionados às espécies de coral-sol, incluindo mapea-mento e manejo de retirada, vêm sen-do realizados na região. Nesta expedi-ção comemorativa, que contou com o valioso apoio do Veleiro Fernande e seu capitão Charlie Flesch, além do pesqui-sador e fotógrafo Leo Francini, parceiro sempre presente, foram retiradas cerca de 1000 colônias de coral-sol.

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Retirada manual de colônia de coral-sol com ponteira e martelo

Equipe que participou da expedição na Esec Tupinambás

Conselho da APA Costa dos Corais discute revisão do Plano de Manejo e recomenda TAC

Durante a 23ª Reunião Ordinária do Conse-lho Gestor da APA Costa dos Corais, realizada no último dia 13 de julho no Espaço Cultural da AABB Maceió, dois temas foram intensa-mente discutidos: a revisão do Plano de Mane-jo da UC e a situação da exploração irregular das piscinas naturais de Ponta de Mangue, no município de Maragogi (AL).

Criado em 2011, o Conselho Gestor é composto atualmente por 40 assentos, com 44 instituições-membro, oriundas dos se-tores de gestão pública, pesca, pesquisa, ONGs ambientalistas, associações comuni-tárias, trade turístico e setor da agroindús-tria, com um total de 80 conselheiros, entre titulares e suplentes.

REVISÃO DO PLANO DE MANEJO

O analista ambiental da Coordenação Re-gional 6, Arlindo Gomes, apresentou ao ple-nário a nova metodologia adotada pelo ICM-Bio para elaboração de Planos de Manejo (a Foundation Document) e, em seguida, o pre-sidente do conselho, Iran Normande, apresen-tou o fluxograma do processo de revisão do documento, enfatizando que a equipe da UC terá como foco principal promover um amplo processo de participação social, principalmen-te no levantamento de usos e demandas de cada município e comunidades locais.

A equipe de Gestão Socioambiental da APA Costa dos Corais (Carolina Neves, Diego Santos e Ulisses Santos) apresentou aos conselheiros a agenda de reuniões que serão realizadas em todos os municípios da unidade no segundo se-mestre de 2017 e durante todo o ano de 2018. Cada um dos setores envolvidos (pesca, turis-mo, prestação de serviços náuticos, pesquisa científica, entre outros) será contemplado com reuniões setoriais específicas, mas todos os eventos serão abertos à participação dos de-mais interessados. Após a fase dos encontros setoriais, serão promovidas quatro oficinas re-gionais de planejamento participativo e uma oficina geral, com participação permanente do Conselho Gestor. A publicação do novo Plano de Manejo da APA Costa dos Corais está previs-ta para o primeiro semestre de 2019.

TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

Por solicitação da Prefeitura de Maragogi, os conselheiros também debateram a possibilida-de de celebração de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para permitir provisoriamente, até a finalização da revisão do Plano de Mane-jo, a visitação às piscinas naturais de Ponta de Mangue. Com 22 votos a favor, dois contra e duas abstenções, foi aprovada uma recomen-dação para que o ICMBio negocie e celebre os termos do TAC, com o acompanhamento de um Grupo de Trabalho (GT) formado por um representante de cada câmara temática do conselho e um membro indicado pela gestão.

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Moradores da Resex Lago do Cuniã participam de eventos gastronômicos em São Paulo

ICMBio promove consultas públicas sobre criação de APA e RVS da Ararinha-azul

Na tarde do último dia 13, moradores da Reserva Extrativista (Resex) Lago do Cuniã (RO) e equipe do ICMBio estiveram no Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em Piracicaba (SP), com o objetivo de apresentar e discutir o manejo de crocodi-lianos realizado na Resex para fins de conser-vação e comercialização. O debate envolveu professores, pesquisadores e profissionais de-dicados a áreas protegidas e uso sustentável por comunidades tradicionais.

MANEJO DO JACARÉ-AÇU

Após o debate em Piracicaba, o grupo se-guiu para Campinas para participar do Encon-tro de Vinhos, no dia 15, e do evento Chefs na Praça, no dia 16, ambos na Praça Carlos Go-mes. Nos dois dias de atividades, Jorge Lopes, morador da Resex Lago do Cuniã, preparou jacaré-açu manejado na unidade de conserva-ção (UC), abatido no frigorífico da própria co-munidade e legalizado para comercialização. Na preparação do jacaré, ele utilizou tucumã, temperos e pimentas provenientes da reserva.

Jorge aproveitava o tempo de cozimento para falar sobre a importância das áreas pro-tegidas e das populações tradicionais para o nosso país. Dessa forma, ele levou o público a conectar-se com a realidade amazônica, am-pliando o conhecimento dos presentes sobre o

O Instituto Chico Mendes promove, a partir deste fim de semana, no interior da Bahia, con-sultas públicas para apresentar e discutir a pro-posta de criação de duas unidades de conserva-ção (UCs), a Área de Proteção Ambiental (APA) e o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) da Ararinha-azul. As consultas serão neste sábado (29), em Juazeiro, e na segunda-feira (31), em Curaçá

Consultas públicas são uma das etapas con-clusivas do processo de criação de unidades de conservação. Elas são antecedidas por es-tudos técnicos e permitem que as comunida-des locais opinem sobre temas como a opor-tunidade de implementação de UC na região, sua localização, a dimensão e os limites mais adequados, entre outros. Antes dos debates, técnicos do ICMBio esclarecem, em linguagem simples e com uso de recursos gráfico-visuais, todas essas questões.

REINTRODUÇÃO DAS ARARINHAS

A criação da APA e do RVS faz parte das es-tratégias de reintrodução na Caatinga baiana dos exemplares de ararinha-azul mantidos em programa de cativeiro no Brasil e exterior. A ave é considerada extinta na natureza desde o ano 2000. Atualmente existem cerca de 150 exem-plares, distribuídos em criadouros particulares do Catar, Alemanha, Espanha e Brasil. A expectativa é que as primeiras solturas ocorram até 2021.

Os estudos para a implementação das uni-dades foram feitos pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Ce-mave/ICMBio) e pela Coordenação de Criação de UCs (COCUC/Diman), com a ajuda de par-ceiros. A região de Curaçá e Juazeiro é consi-derada de extrema importância para criação de unidades de conservação, por ser habitat histórico da ararinha-azul e, também, por pos-suir vegetação (savana estépica parque) pou-co protegida da Caatinga. Além disso, Curaçá fica em área tida como de grande ocorrência de aves pela Birdlife, organização internacio-nal dedicada à proteção de pássaros.

valor de cada UC e de cada população tradicio-nal. A plateia se encantou com seus relatos e também com as falas do presidente da coope-rativa, Antonio de Souza, e do gestor da Resex, Cristiano Andrey do Vale, que se dedica há 10 anos a essa fundamental iniciativa e ao desen-volvimento de alternativas sustentáveis para a população local.

João da Mata, da Coordenação de Produ-ção e Uso Sustentável (Coprod/Disat); Bruna de Vita, coordenadora geral de Populações Tradi-cionais (CGPT/Disat); Marcos Coutinho, pesqui-sador do Centro Nacional de Pesquisa e Con-servação de Répteis e Anfíbios (RAN/ICMBio); e Roberto Palmieri, do Imaflora, também com-puseram o grupo e enriqueceram as apresenta-ções e a interação com o público. Centenas de pessoas passaram pelo estande, numa média de 70 espectadores a cada apresentação.

TERMO DE COOPERAÇÃO

Essa foi uma ação realizada dentro do es-copo do termo de cooperação firmado entre ICMBio e Imaflora, que tem o objetivo de con-tribuir para a proteção da Reserva Extrativista Lago do Cuniã e promover o uso sustentável da biodiversidade amazônica, com geração al-ternativa de renda para a população local alia-da à conservação da espécie e do território.

Com aproximadamente 120,4 mil hectares, a APA da Ararinha-azul tem, segundo a propos-ta de criação, o objetivo de ordenar o processo de ocupação na região da bacia hidrográfica dos riachos da Melancia e do Barra Grande, juntamente com a proteção dos recursos hídri-cos e vegetais para a conservação da ararinha-azul. Já o Refúgio de Vida Silvestre, com 28,9 mil hectares totalmente circunscritos à APA, visa proteger ambientes naturais, assegurando as condições para a existência e reprodução da ararinha-azul e de outras espécies ou comuni-dades da flora e da fauna, como a maracanã-verdadeira, similar à ararinha.

Após as consultas, o ICMBio finalizará a pro-posta de criação das UCs, que será submetida à área jurídica do Ministério do Meio Ambiente an-tes de seguir para a Casa Civil. O último passo é a publicação do decreto presidencial instituindo oficialmente as unidades que servirão de lar para as ararinhas-azuis.

SERVIÇO:

Consultas públicas para criação da APA e do RVS da Ararinha-azul

Em Juazeiro (BA), sábado (29/07), às 8h, na Escola Municipal Santo Antônio, Rua Dois, NH 3-Itamotinga.

Em Curaçá (BA), segunda-feira (31/07), às 14h, no Teatro Raul Coelho, Praça Raul Coelho, Centro. Saiba mais sobre as consultas e a proposta de criação das UCs em https://goo.gl/b138Cf.

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Filhote de ararinha-azul em cativeiro

Morador da reserva cozinhou jacaré-açu e falou sobre a importância das áreas protegidas

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Equipe da Rebio do Tinguá sobe ao pico culminante da UC

A equipe da Reserva Biológica (Rebio) do Tinguá (RJ) e parceiros realizaram, no último mês de junho, expedição de reconhecimen-to ao ponto culminante da unidade, o Pico do Tinguá, com 1.610 metros de altura. Essa subida não era realizada por integrantes da gestão da Rebio desde 2009 e, além de pos-sibilitar a verificação de ilícitos ambientais cometidos na região, propiciou o registro de aves raras e de espécies de anfíbios que não constavam nos dados de ocorrência nem no Plano de Manejo da UC.

A parceria com o Centro Excursionista Petro-politano (CEP) foi fundamental para viabilizar a subida, uma vez que a trilha principal de acesso ao Pico do Tinguá encontrava-se com vários tre-chos obstruídos pela regeneração da vegetação nativa. Sete membros do CEP identificaram o tra-çado original e fizeram cuidadosa limpeza para permitir que os gestores da Rebio e pesquisado-res conseguissem acessar o ponto culminante.

Os montanhistas Luiz Claudio Antunes e Adriano Otavio Fiorini coordenaram o traba-lho do CEP. “A excursão foi um sucesso, ape-sar de bastante longa e com a parte final bem fechada (a partir de 1440m). Todos do grupo se sentiram privilegiados por estarem naquela mata linda e bem preservada”, afirmou Luiz.

“Por outro lado, ficamos muito tristes pelo que vimos no cume. É uma pena que a Re-bio esteja sendo frequentada por palmiteiros e por pessoas que deixam tanto lixo no local”, lamentou o montanhista.

Gisele Medeiros, analista ambiental e chefe substituta da UC, explicou que o lixo encon-trado é resultado do acesso não permitido de grandes grupos de religiosos que consideram o Pico um monte sagrado. Esses grupos têm feito acessos com regularidade, o que pôde ser com-provado pela estrutura montada no cume para permanência das pessoas: barracas de acam-pamento, colchonetes, instrumentos musicais e materiais com referências bíblicas. “A expedi-ção foi muito importante para reconhecimento do território e identificação de espécies da fau-na que não constavam da relação existente no Plano de Manejo da unidade, mostrando que ainda há muita riqueza de biodiversidade a ser pesquisada! Infelizmente também verificamos muito palmito cortado e lixo, o que demonstra o quanto é necessário conscientizar a popula-ção local sobre a importância da preservação da Rebio do Tinguá. Também demonstra a im-portância de ações de educação ambiental e fiscalização voltadas para esses usos não per-mitidos da reserva”, ressaltou Gisele.

Pico do Tinguá: 1.610 metros de altura guardam rica biodiversidade

RIQUEZA BIOLÓGICA

A expedição durou dois dias em função do clima chuvoso e das condições da trilha de acesso. Odirlei Vieira, ornitólogo colaborador do Museu Nacional/UFRJ, e Diogo José Luiz, fo-tógrafo de natureza e membro da ONG Onda Verde, acompanharam a equipe da Rebio na subida. “O acesso ao Pico do Tinguá oferece uma grande oportunidade de registro fotográ-fico de espécies que ocorrem nos campos de altitude. Nessa primeira expedição, feita mais com o intuito de reconhecimento do território, já pudemos observar a presença de diversas es-pécies diferentes”, pontuou o fotógrafo.

Segundo Odirlei Vieira, a região de Floresta Ombrófila Densa Altomontana (também co-nhecida como matas nebulares) da Rebio do Tinguá é bastante ampla e muito bem con-servada. “No Estado do Rio de Janeiro, assim como no Brasil em geral, matas nebulares são ambientes criticamente limitados e ameaça-dos, e o Tinguá com certeza apresenta uma excelente parcela desse ambiente. Uma das espécies mais ameaçadas do Brasil, sob o sta-tus internacional de Vulnerável, a ave Lipaugus conditus, foi redescoberta na Serra do Tinguá, em 1980, depois de 38 anos sem registros”.

Entre as aves encontradas nessa expedição, estão a Lipaugus ater e a Carpornis cucullata (ambas presentes no Plano de Manejo, mas com dados insuficientes) e o Bacurau-tesoura-gigante (Hydropsalis forcipata), que não cons-

tava no plano. Os anfíbios foram coletados e levados ao Museu Nacional para identificação. Um deles é o sapo-pingo-de-ouro (Brachyce-phalus margaritatus), espécie descrita recen-temente, e o outro indivíduo, do gênero Isch-nocnema, ainda está sendo identificado por especialistas. Foi visualizada, ainda, uma popu-lação de Glaziophyton mirabile, espécie endê-mica de bambu dos campos de altitude do Rio de Janeiro, classificada como “Em Perigo”.

De acordo com a analista ambiental e chefe da Rebio, Virgínia Talbot, os resultados da ex-pedição foram bastante animadores e trouxe-ram informações muito relevantes para a ges-tão da unidade. “A partir dessas informações, já estamos revisando e aprimorando ações de educação ambiental, comunicação e fiscali-zação. Também estamos programando outra subida ao Pico do Tinguá para retirada do lixo e outros materiais encontrados no caminho, além de outras expedições de reconhecimento do território da UC”, disse a gestora. “Encon-trar novas espécies em uma ‘simples’ expedi-ção de reconhecimento do território mostra o quanto de biodiversidade ainda existe para ser descoberta na Rebio, e a importância de fortalecer e apoiar ainda mais as pesquisas e a conservação dessa unidade”, concluiu Talbot.

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Alunos da Universidade Federal de Rondônia visitam a Rebio do Guaporé

Informe COFIS: solicitação de material controlado

Parque Nacional de Brasília realiza 2ª Caminhada da Saúde

Entre os dias 13 e 16 de julho, a Reserva Bio-lógica (Rebio) do Guaporé, em Rondônia, rece-beu alunos do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Rondônia (Unir). Conduzidos pelo professor Igor Fotopoulos, os estudantes conheceram a Rebio e aprovei-taram o ambiente da UC para apresentar tra-

Toda solicitação de material controlado deverá ser realizada via SEI, uma vez que as solicita-ções por e-mail não estão sendo mais aceitas. Ao abrir processo SEI, o agente de fiscalização deverá destacar o nome do solicitante, a uni-dade para a qual o material deverá ser enca-

Uma boa opção para quem quer manter a forma, curtir a natureza, fazer amizades e ain-da contribuir para uma causa nobre é a 2ª Ca-minhada da Saúde, que será realizada neste domingo (30), às 8h, no Parque Nacional de Brasília (DF). Além de celebrar o Dia Mundial dos Guarda-Parques, comemorado em 31 de julho, o evento vai arrecadar alimentos não pe-recíveis para a brigada anti-incêndio do parque. “É uma forma de reconhecimento do traba-lho dessas pessoas que atuam com dedicação e coragem na proteção do nosso patrimônio natural”, disse o presidente da Associação de Guarda-Parques do DF, Danilo Badke Lino, um dos organizadores da caminhada.

balhos finais de uma das disciplinas do curso. Além disso, os visitantes assistiram a uma pa-lestra sobre a unidade, fizeram caminhadas nas trilhas, atividades embarcadas ao longo do Rio Guaporé e, por fim, visitaram a comunida-de quilombola Santo Antônio.

minhado e o número da carteirinha de fiscal. Ademais, é necessário incluir na solicitação do material pretendido a descrição de quantida-de e tamanho. Para mais informações, consul-te a COFIS no ramal 9433.

O ponto de encontro será no início da trilha Cristal-Água, no interior do parque, a partir das 7h30. O percurso é de aproxima-damente 7 km e o número de participantes é limitado a 80 pessoas em função da estrutu-ra do local. Por isso, é preciso fazer inscrição prévia através do link https://goo.gl/5yKuqv. A trilha Cristal-Água requer esforço físico moderado. Os organizadores recomendam que as pessoas usem roupas leves, tênis e bo-nés ou chapéus para se proteger do sol. Ao final da caminhada, serão sorteadas algumas lembranças entre os participantes.

Estudantes do curso de Engenharia Ambiental durante visita à UC

Trilha Cristal-Água: 7 km de caminhada em meio às belezas do Cerrado

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www.icmbio.gov.br ICMBio em Foco - nº 43018 19créditos: Acervo ICMBio

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Divisão de Comunicação - DCOMInstituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio

Complexo Administrativo Sudoeste - EQSW 103/104 - Bloco B - Térreo - CEP: 70670-350 - Brasília/DF Fone +55 (61) 2028-9280 [email protected] - www.icmbio.gov.br

ICMBio em FocoRevista eletrônica

EdiçãoNana Brasil

Projeto Gráfico Bruno Bimbato

Narayanne Miranda

Diagramação Celise Duarte

Supervisora da DCOMMárcia Muchagata

Colaboraram nesta edição

Izabela Marinho – CGPRO/Diman; Elmano Cordeiro – DCOM; Bruno Bimbato – DCOM; Fernanda Portela – Parna da Serra do Gandarela; Ricardo Peng – Esec Carijós; Patrícia Serafini – Cemave; João da Mata – CGPT/Disat; Virgínia Talbot – Rebio do Tinguá; José Ulisses dos Santos – APA Costa dos Corais; Greice Quele Barboza – Rebio do Guaporé; Silvia Godoy – NGI Alcatrazes.

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