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Capa: “O homem leão” A evolução de DEUS na Humanidade ESPÍRITA Nº 25 – ANO 3 – Janeiro / 2020 Organização Espírita para o Ensino e Pesquisa

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Capa: “O homem leão”

A evolução de

DEUS

na Humanidade

ESPÍRITA Nº 25 – ANO 3 – Janeiro / 2020

Organização Espírita

para o

Ensino e Pesquisa

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2 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

QUEM SOMOS

A Organização Espírita para o Ensino e Pesquisa é uma empresa privada

e sem caráter político-partidário que visa ensinar, pesquisar,

dar assistência e esclarecer.

MISSÃO

Ensinar, esclarecer e pesquisar em benefício do desenvolvimento

e respeito à vida.

VALORES

Consciência Plena

Empatia

Comprometimento com os Espíritos Superiores

Compromisso com o Desenvolvimento e com a Paz

Compromisso com a Ciência, Filosofia, Religião, Arte, Tecnologia e Amor ao Próximo

Estudo Permanente com Fé Raciocinada

Comprometimento com a Ética, a Moral e a Caridade

Compromisso com o Desprendimento Material

OBJETIVO

Com base na Ciência Espírita e sob a inspiração dos Espíritos Superiores, nosso

objetivo é o Desenvolvimento da Humanidade pelo ensino, pelo esclarecimento,

pela assistência, pela pesquisa e por ações de engajamento com os

conhecimentos humanos.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, armazenada ou

transmitida, total ou parcialmente, por quaisquer meios ou processos, sem autorização escrita da OEEP.

COSMOS ESPÍRITA

Revista Científica

De estudo das

inteligências e seus

fenômenos: As

relações entre o

Mundo Invisível e o

Mundo Material, suas

causas e

consequências

Organização

Espírita para o

Ensino e Pesquisa

Charles Antonio Kieling

Sócio-Administrador

(51) 998.908.980

www.oeep.com.br

[email protected]

Av. Protásio Alves, 5381

Porto Alegre – RS

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3 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

EDITORIAL

REFLETINDO DEUS

Que é Deus? Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. Pode o homem compreender a natureza íntima de Deus? Não; falta-lhe para isso o sentido.

Allan Kardec. O Livro dos Espíritos.

Os Espíritos afirmam que a humanidade ainda não tem condições de compreender

Deus, bem como estão impossibilitados de entender sua forma, características e

pensamentos. De fato, concordamos com os Espíritos. E o estudo que trazemos nesta

revista está longe da intenção de ferir sentimentos ou ideias que cada qual faz sobre Deus

e sobre valor pessoal tão caro ao íntimo de cada ser humano. Também compreendemos

que é a humanidade que evolui, e não Deus. Mas a reflexão que se faz é sobre a evolução

da humanidade e o entendimento que estabeleceram sobre Deus em diferentes períodos;

é o de compreender como nós, integrados socialmente, evoluímos em direção ao nosso

Criador, modificando sua forma.

Quando investigamos os tempos remotos da humanidade, e nos deparamos com

artefatos que os homens antigos consideravam como sagrados, identificamos a forma e os

atributos de Deus e que eram estabelecidas para garantir a sobrevivência dos grupos e

estabelecer um “respeito” ao espaço geográfico em que garantiam sua subsistência.

Percebemos a figura dos felinos de grande porte, especialmente do leão, como fundamento

para classificar Deus.

Na passagem dos anos e na formação das primeiras aldeias e das primeiras cidades,

percebemos o quanto os astros, estrelas e planetas, bem como os líderes, foram assumindo

posição de divindades.

Mas o que caracteriza e se destaca na pesquisa, é o fato de encontrar na Filosofia,

originária na Grécia Antiga, em particular em Aristóteles, as bases que definem e

caracterizam Deus até aos dias atuais. Pode-se afirmar que muito tempo antes do advento

do Cristianismo, o conceito de Deus que se tem hoje, já existia; ou seja, o entendimento

que o Mundo faz atualmente de Deus surgiu a 2.400 anos, ou a 400 antes de Cristo.

De qualquer forma, a reflexão sempre é necessária.

Boa leitura!

Charles A.K.

Sócio-Administrador

Organização Espírita para o Ensino e Pesquisa

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4 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

Imagem: Deusa Tiamat

A evolução de Deus na

Humanidade

As metamorfoses evolutivas de Deus estão

correlacionadas com as transformações da

humanidade e os avanços do conhecimento.

Charles A. Kieling

[...] Quando seus trabalhos na criação [do universo] terminaram, contra seus filhos Tiamat começou a fazer os preparativos de guerra. Estas foram as más novas que chegaram até Ea. Quando ele soube das más novas, Ea ficou prostrado, sentando-se em silêncio até encher-se de ira. Então ele lembrou-se dos outros deuses. Ele foi até Anshar, pai de seu pai, para relatar-lhe dos planos tramados por Tiamat. - Ela nos odeia, pai, nossa mãe Tiamat levantou as hordas, ela ruge com turbulência e outros se juntaram a ela, todos os deuses a quem deste a vida. - Juntos, eles estão para marchar com Tiamat, dia e noite, furiosamente eles tramam, bradando e rugindo, prontos para batalha, enquanto que a Velha Bruxa, a primeira de todas as mães, nutre uma nova geração. [...] ENUMA ELISH - O MITO BABILÔNICO DA CRIAÇÃO (1.300 a.C.)

O que é Deus?

Eis um interessante questionamento para ser refletido. A humanidade tem

feito essa pergunta desde muito tempo. Apesar dos conceitos já

estabelecidos pelas Religiões, Teologia, Filosofia, Espiritismo e Ciências,

o objetivo aqui é traçar as metamorfoses evolutivas de Deus e sua

correlação com as transformações da humanidade e os avanços do

conhecimento. Neste sentido, a pergunta mais apropriada é a que resgata

cada período da humanidade, ou seja:

- Quem é Deus ao longo do tempo?

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5 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

Nos primórdios do desenvolvimento humano, quando os mesmos

ainda eram vulneráveis ao meio em que viviam, quando suas fragilidades

físicas e necessidades os condicionavam à situações de perigo de vida

diante dos animais de grande porte e dos felinos, a humanidade era

vitimada e necessitava correr riscos a cada dia, e o medo era o sentimento

primeiro para a sobrevivência. Nesse contexto, os felinos de grande porte,

como os leões, ditavam a forma de vida e a organização dos grupos

humanos. Conhecer o comportamento dos felinos, dos leões, tornou-se

primordial para a superação do medo, e o consequente desenvolvimento

humano.

Porém, na medida que a humanidade superou as adversidades e

perigos que os animais provocavam, outros elementos surgiram; ou seja,

o desconhecido e o misterioso passou a ocupar o lugar dos leões na

consciência humana, como elemento amedrontador. E ao buscar superar

o desconhecido e o misterioso, a humanidade estabeleceu novo momento

(em especial com o início da Revolução Científica no século XVII) em que

o autoconhecimento determinou uma nova forma para Deus.

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6 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

SUGESTÃO DE LEITURA

Barbara Ehrenreich. Ritos de sangue: um

estudo sobre as origens da guerra. Rio de

Janeiro: Record, 2000.

Um dia é da caça, o outro do caçador. Segundo

a americana Barbara Ehrenreich, esse é o

mais verdadeiro dos ditados. Em seu novo

livro, Ritos De Sangue, ela trata, numa

abordagem multidisciplinar, dos sentimentos

que levam o homem a lutar - quais os

intrincados mecanismos sociais e morais que

nos fizeram passar de simples caça a

guerreiros? Ao construir essa tese original, a

autora desafiou teorias defendidas por nomes

como Darwin, Freud e outros, num trabalho

convincente. "Sempre me fascinou essa

questão: o que há com nossa espécie que nos

faz ver a guerra como algum tipo de

sacramento?", argumenta Barbara. "Por que a violência é vista, numa ótica histórica, como o

centro, o cerne da definição do que é sagrado?" Ritos De Sangue responde a essas questões,

mas sem tratar o assunto de forma acadêmica. O resultado é um livro elogiado pelo público e,

principalmente, pela imprensa especializada: "Barbara Ehrenreich se embrenhou em um dos

tópicos mais intratáveis da espécie humana, de forma singular", deu no New York Times;

"Ehrenreich se superou ao romper com a história convencional", escreveu a revista The Nation.

O sucesso não é gratuito. A autora escreve como que provocando os leitores, sem, no entanto,

super ou subestimá-los. Barbara destaca também a peculiaridade do processo de transformação

do homem de presa em predador e afirma que esse passo à frente na cadeia alimentar não

eliminou a memória do terror.

Um medo que era sublimado através de ritos de sangue, sacrifícios humanos a deuses

carnívoros, recriando o papel da presa que, capturada pelo animal predador, permitia a fuga e

subsequente sobrevivência do restante do grupo.

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7 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

No Quadro 1 está exposto objetivamente quem a humanidade

identifica como sendo Deus em cada período da História. Compreende-se

a evolução de Deus correlacionada com o desenvolvimento do

conhecimento humano.

QUADRO 1: A evolução de Deus na humanidade

PERÍODO

(APROXIMADO) DEUS É

Entre 350mil a.C.

até 15.000 a.C. Os Leões

Entre 15.000 a.C.

até 5.000 a.C.

Os Leões, outros animais (como crocodilo, touro,

serpente, íbis, falcão, escorpião etc.), alguns insetos

(escaravelho), as constelações, estrelas (Estrela Polar

etc.) e os planetas visíveis (Mercúrio, Vênus, Marte,

Júpiter e Saturno)

Entre 5.000 a.C.

até 600 a.C.

Os Leões, outros animais, alguns insetos, as

constelações, estrelas, os planetas visíveis e os seres

humanos (Reis e Rainhas)

Entre 600 a.C. a

1.600 d.C. O Humano e a Metafísica

Desde 1.600 O Espírito e a Metafísica

Fonte: Elaborado por Charles A. Kieling, 2020.

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8 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

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Período (aproximado) entre 350 mil a.C. até 15.000 a.C.

1.1 Contexto:

Desde o advento da

humanidade, a cerca de 350

mil anos a.C., até

aproximadamente 15.000

a.C., os leões eram

considerados deuses para a

humanidade.

1.2 Quem é Deus?

Os Leões.

1.3 Forma de Deus:

Zoomórfica (forma de animal).

1.4 Onde Deus está?

É exterior ao ser humano,

pois os leões coabitam no

mesmo espaço geográfico de

subsistência das famílias.

1.5 Característica:

Deus é um ser Material, Visível e Encarnado.

“O homem leão”, antiga estátua com mais de 40.000 anos, feita em marfim de mamute e encontrada na Alemanha. Fonte: <https://www.tudointeressante.com.br/2014/08/17-dos-objetos-cotidianos-mais-antigos-do-mundo-e-que-voce-nao-fazia-ideia-de-que-eram-tao-velhos.html>.

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9 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

2

Período (aproximado) entre 15.000 a.C. até 5.000 a.C.

2.1 Contexto:

As aldeias estão surgindo e a humanidade está se fixando no espaço

geográfico e necessitando compreender as estações para controlar os

períodos do ano para a agricultura e a pecuária, e também para a

subsistência e organização da sociedade.

2.2 Quem é Deus?

Os Leões, outros animais (como crocodilo, touro, serpente, íbis, falcão,

escorpião etc.), alguns insetos (escaravelho), as constelações, estrelas

(Estrela Polar, Arcturus etc.) e os planetas visíveis sem uso de

equipamentos (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno).

Constelações são agrupamentos de estrelas ligadas por linhas imaginárias usadas para representar objetos, animais, criaturas mitológicas ou deuses. O conceito de constelação surgiu durante a Pré-História, quando as pessoas as usavam para descrever suas crenças ou mitologia, por isso, diferentes civilizações adotaram, ao longo da história, as suas próprias constelações. Fonte e texto completo: <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/constelacoes.htm>.

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2.3 Forma de Deus:

Zoomórfica (forma de animal) e “Astromórfica” (esta palavra é um

neologismo para caracterizar a relação dos homens ao estabelecer

padrões de forma conhecidas para seres ou coisas na abóboda celeste;

traçar linhas e designar formas de seres nas constelações).

2.4 Onde Deus está?

É exterior ao ser humano, na medida que os animais e insetos

considerados divinos convivem no mesmo espaço geográfico da aldeia.

Mas também habitam a abóboda celeste, o éter, o céu.

Alinhamento dos cinco planetas visíveis a olho nu, ocorrido em 2016. Olhando da Terra, os planetas são muito semelhantes a estrelas, portanto, alguns detalhes são imprescindíveis para identifica-los. Vênus é o mais brilhante, Júpiter vem na sequência, em termos de luminosidade. Marte, que já é conhecido como o planeta vermelho, tem tons avermelhados, enquanto Saturno puxa para o amarelo, brilhando praticamente na mesma intensidade. Mercúrio é o menor planeta e também o mais difícil de ser visto. Fonte e texto completo: <https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/5-planetas-podem-ser-vistos-a-olho-nu-durante-as-proximas-semanas/>.

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2.5 Característica:

Deus e todos os Deuses, no período, são seres Materiais, Visíveis e

Encarnados, e também padronizados pela imaginação ao traçar linhas na

abóboda celeste.

Descoberta no Chipre aldeia que pode ser a mais antiga de ilha do Mediterrâneo. Construções datam de mais de 11 mil anos, segundo autoridades. Novo sítio teria sido construído pelo menos dois mil anos antes do assentamento mais antigo conhecido no Chipre, Khirokitia, na foto Foto: / Reprodução. O departamento de antiguidades informou que mais de 20 construções foram completamente escavadas em Klimonas, perto da cidade costeira de Limassol, onde “a mais antiga manifestação de agricultura e de um modo de vida de aldeia são datadas no mundo inteiro”. O departamento destacou que as estruturas têm entre 10,5 mil e 11 mil anos — o que significa que foram construídas pelo menos dois mil anos antes do assentamento mais antigo conhecido no Chipre, Khirokitia, próximo de Larnaca. Fonte e texto completo: <https://oglobo.globo.com/sociedade/historia/descoberta-no-chipre-aldeia-que-pode-ser-mais-antiga-de-ilha-do-mediterraneo-19696831>.

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Período (aproximado) entre 5.000 a.C. até 600 a.C.

3.1 Contexto:

As cidades surgem e formam

grandes aglomerados sociais,

onde o controle político assume

maior centralidade no Rei

(gerando uma política

Teocrática) e a legislação

regula a produção e as relações

de trabalho, das relações de

convivência e de propriedade.

BASTET - DEUSES EGÍPCIOS ANTIGOS Bastet era a deusa dos gatos de Bubastis no Delta Oriental. Ela provavelmente foi adorada originalmente como um gato selvagem (Felis vercata maniculata), mas suas manifestações posteriores foram como o gato doméstico que foi introduzido no Egito por volta de 2100 aC. Ela foi retratada como uma mulher com cabeça de gato, ou na forma que nos é familiar, pelas inúmeras estátuas do período tardio dela, a de uma rainha e majestosa gata rainha. Embora fosse uma deusa virgem, ela era mãe de um filho, Mihos. No período tardio, sua popularidade era tão grande que os fiéis se reuniram em seu templo para o festival anual realizado em sua homenagem. Os gregos a identificaram com Artemis, a caçadora divina. Fonte: <http://www.bbc.co.uk/history/ancient/egyptians/gods_gallery_12.shtml>.

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13 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

3.2 Quem é Deus?

Os Leões, outros animais, alguns

insetos, as constelações, estrelas, os

planetas visíveis e os seres humanos

que governavam as cidades (Reis e

Rainhas).

3.3 Forma de Deus:

Antropozoomórfica (forma que integra

parte humano e parte animal ou

inseto) e “Astromórfica” (formas de

seres nas constelações).

3.4 Onde Deus está?

É exterior ao ser humano, na

medida que os animais e

insetos considerados divinos

convivem no mesmo espaço

geográfico da cidade, ou

mesmo por habitar a abóboda

celeste, o éter, o céu, mas

também coabita a sociedade

na figura do Rei e da Rainha.

ATEN - DEUSES EGÍPCIOS ANTIGOS Aton era o disco solar, o corpo no qual a essência do ser divino se tornava visível. Ele ganhou destaque no reinado de Amenhotep IV, que se considerava a personificação de Aton. O rei mudou seu nome de Amenhotep ('Amon está satisfeito') para Akhenaton ('Espírito glorificado de Aton') e projetou uma iconografia na qual Aton era retratado como um disco solar com raios terminando em mãos Akhenaton e sua esposa, Nefertiti, se mudaram para uma nova cidade, Akhetaten (Horizonte-de-Aton - Amarna), onde era adorada uma trindade composta por Aton, Re e o próprio Akhenaton. O atenismo era exclusivo da família real, sem apelo aos egípcios comuns: quando Akhenaton morreu, também morreu. Fonte: <http://www.bbc.co.uk/history/ancient/egyptians/gods_gallery_11.shtml>.

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14 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

3.5 Característica:

Deus e todos os Deuses, no período, são seres Materiais, Visíveis e

Encarnados, padronizados pela imaginação ao traçar linhas na abóboda

celeste e, ao caracterizarem com forma humana, também expressam

sentimentos e comportamentos típicos dos Reis e Rainhas.

O Minotauro é um personagem da mitologia grega cuja representação mais tradicional entre os gregos antigos era uma criatura com a cabeça de um touro sobre o corpo de um homem. O autor romano Ovídio descreveu-o simplesmente como "parte homem e parte touro". Habitava no centro de um Labirinto, uma elaborada construção erguida para o rei Minos de Creta, e projetada pelo arquiteto Dédalo e seu filho, Ícaro especificamente para abrigar a criatura. O sítio histórico de Cnossos, com mais de 1300 compartimentos semelhantes a labirintos, já foi identificado como o local do labirinto do Minotauro, embora não existam provas que confirmem ou desmintam tal especulação. No mito, o Minotauro eventualmente morre pelas mãos do herói ateniense Teseu. Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Minotauro>.

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NUT - DEUSES EGÍPCIOS ANTIGOS

Nut (também Neuth ou Nuit) é a deusa do céu na mitologia egípcia. Ela simboliza a esfera celeste e era tida como a mãe dos corpos celestes. Nut é geralmente representada sob forma humana. Uma das representações mais recorrentes mostra a deusa de perfil e nua, como se arqueasse seu corpo sobre o deus da terra, Gebe, tocando o horizonte com os braços e pernas estendidos. As vezes ela aparece apoiada em seu pai, o deus do ar seco, Shu. Ela também foi representada de frente no interior de sarcófagos, geralmente engolindo ou dando à luz o sol. Essa imagem era posta na parte inferior da tampa, para formar uma espécie de união com o defunto. A urna representava o corpo de Nut, que recebia o morto para então dar-lhe novamente à luz. Em alguns casos, Nut foi retratada como “vaca celestial”, seus quatro cascos simbolizando os pontos cardeais, ou como uma porca com seus filhotes. Excerto do Escrito de Seth I "O esplendor de Rá emerge dos quadris dela, no horizonte oriental. Assim ele se dirige à Terra, assim ele nasce e se manifesta. Então abre as coxas de Nut, sua mãe. E retorna para o céu. Assim surge Rá, assim ele surge pela primeira vez sobre a Terra. Ele irrompe de sua bolsa e nada em seu rubor. E se limpa nos braços de Osíris, seu pai. E assim vive Osíris, após Rá ter nele se acomodado. Assim surge o rubro alvorecer. Assim ele atua no Oriente, nos braços de Osíris, seu pai. Assim sua figura se engrandece quando ele ascende ao céu." Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Nut>.

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4

Período (aproximado) entre 600 a.C. até 1.600 d.C.

4.1 Contexto:

Surge a Filosofia (Grécia Antiga), estabelecendo outra forma de raciocinar,

questionar e interpretar, as formas atribuídas a Deus ou aos deuses, as

questões sociais, a política, a natureza, o trabalho, a arte, a religião e tudo

que tenha relação com o ser humano.

Obra Prima de Rafael Sanzio. Ao centro e ao alto, Platão à esquerda, usando toga vermelha, dialoga com Aristóteles, vestindo uma toga azul. Note que Platão aponta para cima, para "o mundo das ideias", enquanto Aristóteles aponta para a Terra, a concretude. Fonte: <https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2016/08/12/noticia-especial-enem,793593/dia-nacional-das-artes.shtml>.

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17 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

4.2 Quem é Deus?

Seres com forma

Humana e que tenham

relação original com a

Metafísica e o ambiente

celeste, com o céu e as

estrelas.

4.3 Forma de Deus:

Antropomórfica (Deus e

os Deuses passam a ter

apenas a forma

humana)

4.4 Onde Deus está?

Deus existe tão somente

na Metafísica, no

ambiente celeste e

imaterial.

DEUSES DA GRÉCIA ANTIGA Os Doze Deuses Olímpicos Por Nicolas-André Monsiau, em finais do século XVIII. Os doze deuses olímpicos, também conhecidos como o dodecateão, na religião helênica, eram os principais deuses do panteão grego, residentes no topo do monte Olimpo. Os deuses olímpicos moravam em um imenso palácio, em algumas versões de cristais, construído no topo do monte Olimpo, uma montanha que ultrapassaria o céu. Alimentavam-se de ambrosia e bebiam néctar, alimentos exclusivamente divinos, ao som da lira de Apolo, do canto das musas e da dança das graças. Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Deuses_ol%C3%ADmpicos>.

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18 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

4.5 Característica:

Deus, no período, é caracterizado como Humano, Imaterial, Invisível e

Desencarnado, fundamentados nos textos mitológicos e nos registros

considerados sagrados. Deus pode enviar mensageiros e filhos para

encarnar e orientar a humanidade.

A Criação de Adão é um fresco de 280cm x 570cm, pintado por Michelangelo Buonarotti por volta de 1511, que fica no teto da Capela Sistina. A cena representa um episódio do Livro do Gênesis no qual Deus cria o primeiro homem: Adão. Deus é representado como um ancião barbudo, envolto em um manto que divide com alguns anjos. Seu braço esquerdo está abraçado a uma figura feminina, normalmente interpretada como Eva – que ainda não foi criada e, figuradamente, espera no céu para ganhar uma forma humana. O braço direito de Deus está esticado para criar o poder da vida de seu próprio dedo para Adão, o qual está com o braço esquerdo estendido em contraposição ao do criador. Os dedos de Adão e de Deus estão separados por uma pequena distância. [...]As posições de Deus e Adão, a pintura do braço direito de Deus e esquerdo de Adão são quase idênticas e representam o fato de que, como diz o Gênesis 1,27, "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança". Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Cria%C3%A7%C3%A3o_de_Ad%C3%A3o>.

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DEUS É AMOR - Aristóteles

Aristóteles classificou Deus como o Primeiro Motor e como o Amor, 350 anos antes do advento do

Cristianismo. Na obra Metafísica é perceptível o quanto esse filósofo influenciou a forma como se entende

e se explica sobre Deus. Em artigo de Auro José da Silva Rafael percebe-se a influência de Aristóteles

em classificar Deus e a finalidade do Amor.

________

Aristóteles argumenta que, para tratar da substância móvel, é necessário, porém, referir-se então a

fala da substância imóvel, já que, para se chegar à substância móvel tem de haver a imóvel, eterna e

incorruptível. Essa substância imóvel é o Primeiro Motor.

Mas, se tem algo que pode mover ou fazer, mas não opera nada, não haverá movimento; é possível, com efeito, que o que tem potência não atue. De nada serve tampouco, por conseguinte, que suponhamos substâncias eternas, como os partidários das Espécies, se não tem algum princípio que possa produzir mudanças. Mas tampouco este é suficiente, nem outra substância a parte das Espécies; porque, se não atua, não haverá movimento. E, ainda que atue, tampouco, se sua substância é potência; pois não será um movimento eterno; é possível, com efeito, que o que existe em potência deixe de existir. Por conseguinte, é preciso que haja um princípio tal que sua substância seja ato. Também, é preciso que estas substâncias sejam imateriais; pois, se tem alguma coisa eterna, devem ser eternas precisamente elas. São por conseguinte, ato (Meta. XII, 6, 1071b 12 - 22).

O Primeiro Motor ou Motor Imóvel é responsável pelo princípio do movimento dado na causa eficiente

ou final. O Motor é o que move sem ser movido. Segundo Aristóteles, o Primeiro Motor é a causa do

movimento das estrelas e das esferas celestes. Ele é necessário; existe de um único modo e não pode

ser de outro; é eterno, incorruptível e imóvel. Necessário, porque os seres movidos necessitam de um

movente que os mova. Eterno, pois não foi criado e se encontra dentro da eternidade de movimento e

tempo que são eternos. Imóvel, devido ao fato de o movimento exigir uma força infinita que não possa

provir dos entes, mas é causa última do movimento dos entes. Incorruptível, pois não possui a matéria

que é passível de corrupção. Ora, conclui Aristóteles, é impossível que ele tenha sido gerado ou que

venha a corromper. Ele deve ter existido sempre.

O Primeiro motor opera como causa final pela atração do amor, o que Aristóteles chama de Théos,

ser supremo e forma pura sem matéria.

O que muda, muda em substancialidade, quantidade, qualidade ou lugar. Fora dessas categorias não

pode haver o movimento. O movimento ocorre na matéria, exceto o movimento das coisas eternas que

são movidas por translação, ou seja, o movimento que exerce em torno de algo – a causa final, ou

Théos.

________

Fonte: Auro José da Silva Rafael. O PRIMEIRO MOTOR NO LIVRO XII DA METAFISICA DE

ARISTÓTELES. “Existência e Arte”- Revista Eletrônica do Grupo PET - Ciências Humanas, Estética e

Artes da Universidade Federal de São João Del-Rei - Ano I - Número I – janeiro a dezembro de 2005.

Disponível em: <https://ufsj.edu.br/portal-

repositorio/File/treinamento/Weiderson/Exist%EAnciaeArte/Edi%E7%E3o1/OPRIMEIROMOTORNOLIV

ROXIIDAMETAFISICADEARISTOTELES.pdf>. Acesso em 01 de janeiro de 2020.

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20 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

5

Período (aproximado) de 1.600 aos dias atuais

5.1 Contexto:

Alguns filósofos passam a

questionar sobre a formação

intelectual, a estrutura

política de governo e de

mercado e a necessidade da

objetividade para a análise,

interpretação e

entendimento sobre a

natureza e a sociedade, bem

como para a autonomia dos

sujeitos, originando os

primórdios da Ciência

Moderna e a aplicação do

Método, reinterpretando a

forma de Deus.

5.2 Quem é Deus?

Deus é o Espírito

Supremo, a Razão

Suprema.

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, elaborada na França em 1789, foi um dos muitos documentos políticos produzidos no século XVIII sob a inspiração do ideário iluminista. O iluminismo exerceu vasta influência sobre a vida política e intelectual da maior parte dos países ocidentais. A época do iluminismo foi marcada por transformações políticas tais como a criação e consolidação de estados-nação, a expansão de direitos civis e a redução da influência de instituições hierárquicas como a nobreza e a Igreja. Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo>.

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21 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

CONCEITO DE DEUS

O conceito de Deus sofreu transformações em conformidade com o

próprio processo de desenvolvimento da humanidade. Todavia, algumas

características para se designar Deus permanecem como diferenciais do

mundo concreto ou material. No Quadro 2 estão conceitos separados por

1.500 anos.

QUADRO 2: Conceitos similares de Deus

Aristóteles (Séc. IV a.C.)

Allan Kardec (Séc. XIX)

Deus é o Motor Imóvel ou Primeiro

Motor; princípio do movimento de

tudo sem ser movido. É imaterial

imutável, eterno, divino e

independente.

Fonte: Aristóteles. Metafísica. 2ª ed.

São Paulo: EDIPRO, 2012. Pág.

304-5.

Deus é causa primária de todas as

coisas, a inteligência suprema em

permanente atividade. Criou todos os

seres e se ocupa de toda a sua criação.

Fonte: PRINCÍPIOS DO ESPIRITISMO:

e o Ensino dos Espíritos. Revista

Cosmos Espírita Nº 23 Ano 2 Novembro

2019. Pág. 9. Disponível em:

<http://www.oeep.com.br/index.php/bibli

oteca/acesso-ao-conteudo/37-

revistas/193-revista-cosmos-espirita-n-

23-ano-2-novembro-2019>.

Fonte: Elaborado por Charles A. Kieling, 2020.

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22 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

5.3 Forma de Deus:

Amorfo (Deus não tem forma determinada).

5.4 Onde Deus está?

Deus existe na Metafísica, mas num ambiente imaterial do Mundo

Espiritual primordial.

O que é Metafísica? O termo metafísica surgiu quando Andrônico de Rodes, filósofo grego do século I a.C, organizou quatorze manuscritos de Aristóteles que tratavam das investigações das realidades que estão “além da física”. Andrônico deu à sua classificação o nome metafísica. Essa classificação ficou conhecida posteriormente como Metafísica de Aristóteles, uma das obras clássicas da filosofia antiga. O termo metaphisiké é composto pelos vocábulos gregos meta (além) e physiké (física), que indicam o estudo daquilo que está além da natureza, além dos sentidos, que se ocupa do eterno, do imutável, de Deus, da alma e do mundo (sim, mundo é também um conceito metafísico). Fonte: <https://www.netmundi.org/filosofia/2013/o-que-e-metafisica/>.

5.5 Característica:

Deus é caracterizado como Espírito Supremo, Imaterial, Invisível e Eterno.

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23 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

Prova da Existência de Deus

[...]

Descartes aceitava que o mundo tivesse sido criado por

Deus, aceitava que, se Deus existisse, ele seria garantia

e suporte de todas as outras verdades. Mas, como saber

se Deus existe ou não? Como provar a sua existência se

apenas podia ter a certeza da existência do cogito?

Nas suas obras, Descartes apresentou três provas da

existência de Deus.

1ª Prova a priori pela simples consideração da ideia

de ser perfeito

“Dado que, no nosso conceito de Deus, está contida a

existência, é corretamente que se conclui que Deus

existe.

Considerando, portanto, entre as diversas ideias que uma é a do ente sumamente

inteligente, sumamente potente e sumamente perfeito, a qual é, de longe, a principal de

todas, reconhecemos nela a existência, não apenas como possível e contingente, como

acontece nas ideias de todas as outras coisas que percepcionamos distintamente, mas

como totalmente necessária e eterna. E, da mesma forma que, por exemplo, percebemos

que na ideia de triângulo está necessariamente contido que os seus três ângulos iguais são

iguais a dois ângulos retos, assim, pela simples percepção de que a existência necessária

e eterna está contida na ideia do ser sumamente perfeito, devemos concluir sem

ambiguidade que o ente sumamente perfeito existe.”

Descartes, Princípios da Filosofia, I Parte, p. 61-62.

[...]

2ª Prova a posteriori pela causalidade das ideias

[...]

“Assim, dado que temos em nós a ideia de Deus ou do ser supremo, com razão podemos

examinar a causa por que a temos; e encontraremos nela tanta imensidade que por isso

nos certificamos absolutamente de que ela só pode ter sido posta em nós por um ser em

que exista efetivamente a plenitude de todas as perfeições, ou seja, por um Deus realmente

existente. Com efeito, pela luz natural é evidente não só que do nada nada se faz, mas

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24 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

também que não se produz o que é mais perfeito pelo que é menos perfeito, como causa

eficiente e total; e, ainda, que não pode haver em nós a ideia ou imagem de alguma coisa

da qual não exista algures, seja em nós, seja fora de nós, algum arquétipo que contenha a

coisa e todas as suas perfeições. E porque de modo nenhum encontramos em nós aquelas

supremas perfeições cuja ideia possuímos, disso concluímos corretamente que elas

existem, ou certamente existiram alguma vez, em algum ser diferente de nós, a saber, em

Deus; do que se segue com total evidência que elas ainda existem.”

Descartes, Princípios da Filosofia, I Parte, p. 64.

[...]

3ª Prova a posteriori baseada na contingência do espírito

“Se tivesse poder para me conservar a mim mesmo, tanto mais poder teria para me dar as

perfeições que me faltam; pois elas são apenas atributos da substância, e eu sou

substância. Mas não tenho poder para dar a mim mesmo estas perfeições; se o tivesse, já

as possuiria. Por conseguinte, não tenho poder para me conservar a mim mesmo.

Assim, não posso existir, a não ser que seja conservado enquanto existo, seja por mim

próprio, se tivesse poder para tal, seja por outro que o possui. Ora, eu existo, e contudo não

possuo poder para me conservar a mim próprio, como já foi provado. Logo, sou conservado

por outro.

Além disso, aquele pelo qual sou conservado possui formal e eminentemente tudo aquilo

que em mim existe. Mas em mim existe a percepção de muitas perfeições que me faltam,

ao mesmo tempo que tenho a percepção da ideia de Deus. Logo, também nele, que me

conserva, existe percepção das mesmas perfeições.

Assim, ele próprio não pode ter percepção de algumas perfeições que lhe faltem, ou que

não possua formal ou eminentemente. Como, porém, tem o poder para me conservar, como

foi dito, muito mais poder terá para as dar a si mesmo, se lhe faltassem. Tem pois a

percepção de todas aquelas que me faltam e que concebo poderem só existir em Deus,

como foi provado. Portanto, possui-as formal e eminentemente, e assim é Deus.”

Descartes, Oeuvres, VII, pp. 166-169.

[...]

Fonte: <https://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/alunos/marizabatista/Prova.htm>.

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25 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

QUADRO 3: Exemplo das formas de Deus na humanidade

PERÍODO

(APROXIMADO) FORMA DE DEUS

Entre 350mil a.C.

até 15.000 a.C.

Entre 15.000 a.C.

até 5.000 a.C.

Entre 5.000 a.C.

até 600 a.C.

Entre 600 a.C. a

1.600 d.C.

Desde 1.600

Fonte: Elaborado por Charles A. Kieling, 2020.

...

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26 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

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A ORGANIZAÇÃO ESPÍRITA PARA O ENSINO E PESQUISA foi fundada

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Ensino, Pesquisa e Assistência Social são os focos da empresa.

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Entre seus clientes estão Pessoas Físicas e Pessoas Jurídicas, como: Instituições

de Ensino, Empresários, Comerciários, Prestadores de Serviço, Consultores, Comunicadores, Prefeituras, Servidores Públicos, Servidores da Segurança e da

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Os serviços abrangem:

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Charles Antonio Kieling é o atual diretor da empresa. Ganhou notoriedade

ao desenvolver o mais avançado sistema de prospecção de cenários para analisar

e prever oportunidades, riscos e vulnerabilidades. Desde 1989 trabalha na área do Ensino.

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MISSÃO – Produzir conhecimentos de vanguarda, ensinar, esclarecer e

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27 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

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Produzir pesquisas, análises, informações e conhecimentos técnicos e

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28 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

Mini Currículo Profissional

Charles Antonio Kieling

É Cientista Social atuando como professor universitário e

empresário. Possui mestrado em Ciências Sociais pela PUCRS (2004) e graduação em Licenciatura Plena em História pela UCS

(1996); atualmente leciona na Universidade Feevale e na

Organização Espírita para o Ensino e Pesquisa; desenvolveu pesquisas no âmbito da Segurança Pública, Legislação Policial-

Militar, Prisões, Organizações Públicas, Políticas Públicas, Gestão

Pública, Segurança Privada, Empreendedorismo e Riscos Corporativos; estruturou o primeiro mapa da violência e da

criminalidade com fundamentação para cenários de inteligência

e prevenção da violência e criminalidade; elaborou Projetos Públicos executados em Caxias do Sul, Vacaria, Guaporé e Novo Hamburgo; desenvolveu projetos

públicos envolvendo instituições municipais, estaduais e federais, coordenando

atividades articuladas entre órgãos públicos e comunidades, e o que deu início no Rio Grande do Sul para equipar as Guardas Municiais com arma não letal.

Desenvolveu Projetos Pedagógicos dos cursos de graduação de Segurança

Pública e de Gestão Pública, dos cursos de pós-graduação Especialização de Riscos em Segurança Privada, Especialização em Segurança Pública,

Especialização em Gestão Pública e MBA em Defesa Civil. Como empresário é

sócio-administrador e diretor da Organização Espírita para o Ensino e Pesquisa, ministrando cursos profissionalizantes e palestras sobre Introdução em Ciência

Básica em escolas públicas e privadas; desenvolve pesquisas bibliográficas,

documentais e de caso, e de mapeamentos de cenários e de riscos corporativos; é editor da Revista Cosmos Espírita (versão eletrônica); é consultor empresarial

em estratégias, prospecção de cenários e análise de riscos corporativos. Tem

experiência na área de História e Ciências Sociais, com ênfase em História, Organizações e Sociedade, atuando principalmente nos seguintes temas:

educação, ensino e ciência básica, métodos científicos, culturas,

comportamentos, segurança privada, segurança pública, organizações públicas,

políticas públicas, negociação empresarial, ética, recursos humanos, direitos

humanos, cidadania, inteligência, gestão, estratégia e riscos corporativos; é

autor do livro O golpe de 1992 (publicado em 1998) e do livro O manifesto da cidadania (publicado em 2001).

...

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29 Revista Cosmos Espírita, Porto Alegre, nº 25, ano 3, janeiro de 2020.

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