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BANCO DE DADOS I/MODELAGEM DE DADOS Prof. Ricardo Rodrigues Barcelar http://www.ricardobarcelar.com
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- Aula 3 -
MODELAGEM DE DADOS
1. INTRODUÇÃO
Como dito anteriormente uma das principais características da abordagem banco de dados,
é que a mesma fornece alguns níveis de abstração de dados omitindo ao usuário final, detalhes de
como estes dados são armazenados.
Define-se modelo de dados como um conjunto de conceitos que podem ser
utilizados para descrever a estrutura lógica e física de um banco de dados.
2. ETAPAS DA MODELAGEM DE BANCO DE DADOS
Três são as etapas da modelagem de banco de dados, a saber: Projeto Conceitual, Projeto
Lógico e Projeto Físico. Contudo, uma etapa não descrita, mas de suma importância para qualquer
etapa da modelagem é a análise de requisitos que representa a etapa onde serão coletadas as
informações de uma abstração do mundo real – mini-mundo.
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2.1. Projeto Conceitual
É a descrição de mais alto nível da estrutura do BD, não contendo detalhes de
implementação; Nesta etapa não é necessário se preocupar com o tipo de SGBD a ser usado, ou
seja o projeto é independente do tipo de SGBD usado;
É o ponto de partida do projeto de Banco de Dados e seu objetivo é representar a
semântica da informação, independente de considerações de eficiência.
O objetivo é a representação dos requisitos de dados do domínio.
Requisitos: Clareza (facilidade de compreensão) e exatidão (formal).
2.2. Projeto Lógico
No modelo lógico existe a descrição da estrutura do BD que pode ser processada pelo
SGBD. Em poucas palavras é o modelo conceitual mapeado para um modelo lógico de dados;
Nesta etapa há a dependência da classe de modelos de dados utilizada pelo SGBD, mas não do
SGBD.
A ênfase do modelo lógico está na eficiência de armazenamento, ou seja em evitar muitas
tabelas (e junções); tabelas sub-utilizadas, etc.
Futuras alterações no modelo lógico devem ser primeiro efetuadas no Modelo Conceitual.
2.3. Projeto Físico
Nesta etapa ocorre o mapeamento do modelo lógico em um esquema físico de acordo com
o SGBD específico, ou seja o modelo criado está diretamente ligado ao SGBD escolhido. No
modelo físico contém a descrição da implementação da base de dados na qual descreve as
estruturas de armazenamento e os métodos de acesso. Caracteriza-se pela criação do esquema
SQL da modelagem lógica. Sua ênfase na eficiência de acesso como na implementação de
consultas, índices, etc.
Exemplos: alocação dinâmica de espaços, clusterização, particionamento físico das tabelas, etc.
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3. ABORDAGEM ENTIDADE-RELACIONAMENTO (ER)
A abordagem entidade-relacionamento é um padrão para a modelagem conceitual. Foi
criada em 1976 por Peter Chen que junto com alguns conceitos apresenta uma notação gráfica
para diagramas que tem por características:
- Ser um modelo simples, com poucos conceitos;
- Representação gráfica de fácil compreensão.
Um esquema conceitual de dados é também chamado de esquema ER, diagrama ER, ou
modelo ER.
3.1. Abordagem Relacional
A abordagem relacional é a utilização de conceitos de entidade e relacionamento para criar
as estruturas que irão compor o BD. Partindo da necessidade do usuário ou grupo de usuários do
sistema, iniciamos a pesquisa das necessidades de informação desses usuários, o que chamamos
de levantamento de requisitos. A definição do escopo do sistema é importante para o início
do trabalho de análise de dados.
É comum no início do desenvolvimento de um sistema não termos a noção exata da tarefa
a ser realizada. O maior erro nesta fase é admitir que já sabemos o que deve ser feito.
Para minimizar esse problema, devemos criar uma estrutura gráfica que permita identificar
as entidades de um sistema e como estas se relacionam.
O modelo de dados dará suporte a empresa, incorporando as informações necessárias para
o andamento dos negócios. Ele será composto, basicamente, de Entidades e Relacionamentos daí
ser conhecido como Modelo Entidade-Relacionamento (MER).
3.2. Vantagens na utilização do MER
Sintaxe Robusta: o modelo documenta as necessidades de informação da empresa de
maneira precisa e clara.
Comunicação com o usuário: os usuários podem, com pouco esforço, entender o modelo.
Facilidade de criação: pode-se criar e manter o modelo com facilidade.
Integração com várias aplicações: diversos projetos podem ser inter-relacionados.
Utilização universal: o modelo não está vinculado a um BD, garantindo independência de
implementação.
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3.3. Objetivo da Modelagem de dados
Desenvolver um modelo que, contendo entidades e relacionamentos, seja capaz de
representar os requerimentos das informações do negócio, evitando redundâncias, inconsistências
e economia de espaço.
EXEMPLO:
3.4. Objetos Conceituais
A Abordagem Entidade-Relacionamento (ER) é a técnica mais utilizada e difundida que
existe.
O modelo de dados é representado através de um modelo entidade-relacionamento (MER),
que graficamente é chamado de Diagrama entidade-relacionamento (DER). Chen destaca a
importância de reconhecer objetos do negócio e os classificou em dois grupos: Entidades e
Relacionamentos.
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3.4.1. ENTIDADES
Objeto que existe no mundo real com uma identificação distinta e com um significado
próprio.
Objeto da realidade na qual deseja-se manter informações no banco de dados.
Normalmente é representado por um substantivo na descrição do negócio.
Em outras palavras são as coisas que existem no negócio.
É importante ressaltar que uma entidade não é caracterizada somente por objetos físicos,
podendo existir objetos abstratos neste conceito. Vamos ao exemplo:
O Sr. Joaquim sente fortes dores no peito e procura um consultório médico para procurar
ajuda. Chegando ao consultório ele se apresentar a secretária que o encaminha para uma consulta
com o médico. Uma vez realizada a consulta o médico receita-lhe alguns medicamentos.
Pergunta: Qual objeto abstrato é possível armazenar alguma informação.
O Exemplo caracteriza que uma entidade pode ser um objeto concreto, como médico,
paciente, como também um objeto abstrato, como um fato que desejamos registrar, e que possui
características próprias como a consulta médica.
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Notação:
Em um DER, uma entidade é representada através de retângulo que contém o nome da
entidade, como na figura abaixo:
3.4.2. ATRIBUTOS
São informações que qualificam uma entidade e descrevem seus elementos ou
características. Quanto transpostos para o modelo físico são chamados de colunas ou campos.
Um atributo é uma característica, logo não contém um grupo de informações.
É importante utilizar sempre uma visão espacial de dados, a fim de enxergar o todo e não
uma única ocorrência.
3.4.3. TIPOS ESPECIAIS DE ATRIBUTOS
Normalmente existem atributos que tem funções especiais em uma entidade. Dessas
algumas servem como identificadores, a saber:
- Chave primária: É o atributo ou grupamento de atributos cujo valor identifica
unicamente uma entidade dentre todas as outras. Deve ter conteúdo reduzido e valor constante
no tempo. Pode ser natural ou artificial.
- Chave candidata: É o atributo ou grupamento de atributos que tem a propriedade de
identificação única. Pode vir a ser a chave primária.
- Chave estrangeira: É quando um atributo de uma entidade é a chave primária de outra
entidade com a qual ela se relaciona.
- Chave composta: É formada pelo grupamento de mais de um atributo.
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Notação:
3.4.4. TUPLAS
Os atributos e seu valores descrevem as instâncias de uma entidade, formando o que
chamamos de tuplas ou registros. Exemplo:
Não devemos considerar como entidade um objeto, se não conseguirmos ter a visão de seu
conteúdo em instâncias com valores de atributos.
3.4.5. RELACIONAMENTOS
É o fato ou acontecimento que liga dois objetos existentes no mundo real, ou seja, o fato
que efetua a junção de duas ou mais tabelas.
Um relacionamento é caracterizado por um verbo, como: Pessoas moram em
Apartamentos.
Notação:
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Várias são as possibilidade de relacionamento, vamos exemplificar:
3.4.6. CLASSIFICAÇÃO DOS RELACIONAMENTOS
3.4.6.1. Quanto a Cardinalidade:
- 1:1
- 1:N
- N:N
- Cardinalidade Máxima
- Cardinalidade Mínima
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3.4.6.2. Quanto a natureza
Indica se as ocorrências de uma entidade participam de forma Opcional ou Compulsória.
- Compulsória
- Opcional
Notação:
3.4.7. GRAU DOS RELACIONAMENTOS
3.4.7.1. Relacionamento um-para-um: cada elemento de uma entidade relaciona-se com um
e somente um elemento de outra entidade.
3.4.7.2. Relacionamento um-para-muitos: cada elemento de uma entidade relaciona-se com
muitos elemento de outra entidade. É o mais comum no mundo real.
3.4.7.3. Relacionamento muitos-para-muitos: caracteriza-se pelo relacionamento possuir
dados que são inerentes ao fato e não às entidades.
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Todos os relacionamentos vistos até agora referem-se a relacionamentos binários, ou
seja representado pelo relacionamento de duas entidades.
3.4.7.4. Auto-Relacionamento: cada elemento de uma entidade relaciona-se com um ou mais
elementos da mesma entidade, ou seja demonstra o relacionamento de ocorrências de uma
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
O
1:1
um para um
1 : n
um para muitosn : n
muitos para muitos
1
1
1
n
n
n
PESSOA CIDADERESIDÊNCIA
tarso
alberto
ana
porto alegre
belo horizonte
são paulo
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entidade com outras ocorrências da mesma entidade. São definidos papeis de cada lado do
relacionamento.
Exemplos: Peça, Pessoa, Funcionário, etc.
3.4.8. RELACIONAMENTO TERNÁRIO
Embora a maioria dos relacionamentos ocorra entre duas entidades (relacionamentos
binários) podem ser definidos relacionamentos entre qualquer número de entidades.
Os Relacionamentos ternários devem ser utilizados com muito cuidado, pois muitas vezes
induzem a criação de bancos de dados não normalizados. Como regra geral deve-se criar um
relacionamento ternário apenas quando não for possível representar a regra de negócio
desejada em um ou mais relacionamentos binários.
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3.4.9. ESPECIALIZAÇÃO/GENERALIZAÇÃO
A generalização trata-se de uma abstração, na qual um conjunto de entidades
semelhantes, possivelmente com alguns atributos comuns e outros diferentes e com a mesma
chave primária, são vistos como uma única entidade.
A especialização possui o mesmo conceito. A diferença está na origem das entidades.
Notação:
Abaixo segue uma maneira mais fácil de visualizar a estrutura:
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Quando utilizar uma generalização?
Se ocorrências de uma entidade tiverem relacionamentos ou atributos adicionais em
relação as demais.
Quando utilizar uma especialização?
Se os identificadores da generalização e da especialização não forem os mesmos.
Uma vez descrita as estruturas básicas de um modelo entidade-relacionamento (MER) é
possível compreender com facilidade um diagrama entidade-relacionamento (DER).
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EXERCÍCIOS
1) Defina os termos cardinalidade máxima e cardinalidade mínima. Apresente uma notação
para representação de cardinalidades através de um exemplo de diagrama ER.
2) Assuma que um conjunto de Entidades Empregado é especializado em Escritório, Vendas, e
Gerenciamento. Mostre como esta especialização é representada em um diagrama ER.
3) Construa um diagrama E-R para um hospital, com um conjunto de pacientes e um conjunto
de médicos. O Registros de diversos testes realizados são associados a cada paciente.
4) Construa um diagrama E-R para uma companhia de seguros de automóveis com um
conjunto de clientes, onde cada um possui certo número de carros. Cada carro tem um
número de acidentes associados a ele.
5) Construa um diagrama E-R para um sistema de saúde ideal:
Hospitais são formados por um ou mais Ambulatórios e cada um destes está em um único
Hospital
Médicos clinicam em um único Hospital, cada um deles agregando vários Médicos
Hospitais solicitam exames clínicos em vários Laboratórios, cada um destes pode ter
solicitações de vários Hospitais
Pacientes consultam vários Médicos, e estes são consultados por vários Pacientes
Ambulatórios atendem vários Pacientes, enquanto estes só podem ser atendidos em um
único Ambulatório
Pessoal de apoio está alocado a cada Ambulatório, e cada um destes conta com vários
integrantes do Pessoal de apoio
Pacientes realizam vários Exames, e cada Exame é realizado por um único Paciente
Laboratórios fazem vários Exames, e cada um dos Exames é feito em um único Laboratório
Cada Paciente pode receber vários Diagnósticos, e cada Diagnóstico é de um único
Paciente
6) Analise o caso abaixo e crie o devido diagrama E-R:
a) Deseja-se guardar dados sobre empregados, departamentos e projetos de uma
companhia:
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b) Suponha que, depois da fase de análise de requisitos, os projetistas chegaram à
seguinte descrição do “mini-mundo”, ou seja, a parte da companhia a ser representada no
banco de dados.
A companhia é organizada em departamentos e cada depto tem um nome, um número e
um empregado que o gerencia. Deseja-se guardar a data na qual o empregado começou a
gerenciar o depto.
Um depto pode estar em vários locais.
Um depto controla um número de projetos, os quais possuem número, nome e um único
local.
Um empregado é caracterizado por um cadastro, nome, sexo e salário. Ele está associado a
um depto, mas pode trabalhar em vários projetos que não necessariamente são
controlados pelo mesmo depto.
Deseja-se guardar o número de horas que um empregado trabalha em um projeto e o
supervisor direto de cada empregado (que também é um empregado).
Cada empregado possui dependentes caracterizados por nome, data de nascimento e grau
de parentesco.
7) Analise o caso abaixo e crie o devido diagrama E-R:
a. Uma Administradora de Condomínios deseja guardar dados sobre edifícios,
apartamentos e de seus moradores.
b. Suponha que, depois da fase de análise de requisitos, os projetistas chegaram à seguinte
descrição de mini-mundo, ou seja, a parte da Administradora a ser representada no Banco
de Dados:
Cada edifício tem um endereço, um código, uma data de construção e uma data de
vistoria.
Cada edifício possui vários apartamentos, e cada um destes está associado a um único
edifício.
Um apartamento é caracterizado por um número e uma área.
Em cada apartamento podem morar várias pessoas, e cada uma destas pode estar
associada a um ou mais apartamentos.
Uma pessoa é caracterizada por CPF, nome, sexo e data de nascimento.
Deseja-se guardar ainda o tipo de moradia (para indicar se o morador é inquilino ou
proprietário do apartamento) e a data em que uma pessoa começou a morar em um
apartamento.
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8) Considere o seguinte conjunto de requisitos para um banco de dados de uma Universidade,
usado para manter informações sobre os seus estudantes:
A Universidade mantém, para cada estudante, o seu nome, número de matrícula, RG,
endereço e telefone atuais, endereço e telefone permanentes, data de nascimento, sexo,
série (1a, 2a, ..., 5a, se se aplicar), grau (graduação ou pós-graduação), e curso. Algumas
aplicações necessitam se referir à cidade, estado e CEP do endereço permanente dos
estudantes, bem como ao seu último nome. Tanto o RG como a matrícula têm valores
únicos para cada estudante.
Cada departamento é descrito por um nome, código do departamento, bloco, ramal e
campus. Além disto, cada departamento é chefiado por um professor. Tanto o nome do
departamento como o seu código são únicos para cada departamento.
Cada professor é descrito por sua matrícula na Universidade, nome, RG, CPF, classificação
(MS1 (graduado), MS2 (mestre), MS3 (doutor), MS4 (adjunto) e MS5(titular)), endereço, e
e-mail. Um professor necessariamente deve estar vinculado a um departamento. A
matrícula, o RG e o CPF são únicos para cada professor.
Cada disciplina tem um nome, código, descrição, carga horária, duração (trimestral,
semestral, ou anual), nível (graduação, pós-graduação), e departamento responsável. O
código da disciplina é único para cada disciplina.
Cada turma de uma disciplina tem um instrutor (professor), período de aplicação (1o
semestre, 2o semestre, 1o trimestre, etc.), ano, e um identificadorda turma. O identificador
da turma distingue as turmas de uma mesma disciplina que existem num mesmo
período/ano.
Um relatório de notas deve incluir, para cada estudante, sua identificação, bem como as
disciplinas/turmas freqüentadas, com as respectivas notas. Projete um esquema ER para
esta aplicação e o construa utilizando a ferramenta DBDesigner. Especifique, para cada
conjunto de entidades uma chave primária apropriada. Especifique também as restrições
estruturais para cada conjunto de relacionamentos.
REFERÊNCIAS
- HEUSER, Carlos Alberto. Projeto de Banco de Dados. Porto Alegre: Sagrada Luzzatto, 2000.
- MACHADO, Felipe Nery R. Projeto de banco de dados: Uma visão prática. São Paulo SP:
Erica, 1996.
- OLIVEIRA, Celso Henrique Poderoso de. SQL – Curso Prático. São Paulo SP: Novatec, 2002