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Auxiliar em Administração – IFCE INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA DO CEARÁ IFCE AUXILIAR EM ADMINISTRAÇÃO CONHECIMENTOS GERAIS LÍNGUA PORTUGUESA Compreensão de texto. ...................................................................................................................................................... 1 Significação vocabular (palavras sinônimas e antônimas; homônimas e parônimas). ..................................................... 35 Dígrafos, encontros consonantais e vocálicos. Emprego dos porquês. ........................................................................... 43 Pontuação. ....................................................................................................................................................................... 41 Morfologia (verbo: identificação e emprego de tempos e modos verbais; pronomes: identificação, emprego e formas de tratamento; substantivo: identificação e gênero; adjetivo: identificação e grau). .............................................................. 45 Redação oficial. ................................................................................................................................................................ 72 RACIOCÍONIO LÓGICO: Estruturas lógicas básicas: Proposições e Conectivos. Implicação e equivalência lógicas. Regras de dedução. Aritmética básica e relação de ordem nos inteiros. Noções básicas de conjuntos. Problemas básicos de contagem. ........ Pp 1 a 106 CONHECIMENTOS ESPECIFICOS: Regime Jurídico dos Servidores, Lei nº 8.112, de 11/12/1990 e alterações posteriores. ................................................... 1 Decreto nº 1.171, de 22/06/1994, que Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executi- vo Federal. ....................................................................................................................................................................... 21 Artigos 37 ao 41 da Constituição da República Federativa do Brasil. .............................................................................. 23 Princípios básicos da Administração; ............................................................................................................................... 26 Funções administrativas básicas, .................................................................................................................................... 27 Estruturas organizacionais. .............................................................................................................................................. 27

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Auxiliar em Administrao IFCE

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO,

CINCIA E TECNOLGIA DO CEAR

IFCE

AUXILIAR EM ADMINISTRAO

CONHECIMENTOS GERAIS LNGUA PORTUGUESA Compreenso de texto. ...................................................................................................................................................... 1 Significao vocabular (palavras sinnimas e antnimas; homnimas e parnimas). ..................................................... 35 Dgrafos, encontros consonantais e voclicos. Emprego dos porqus. ........................................................................... 43 Pontuao. ....................................................................................................................................................................... 41 Morfologia (verbo: identificao e emprego de tempos e modos verbais; pronomes: identificao, emprego e formas de tratamento; substantivo: identificao e gnero; adjetivo: identificao e grau). .............................................................. 45 Redao oficial. ................................................................................................................................................................ 72 RACIOCONIO LGICO: Estruturas lgicas bsicas: Proposies e Conectivos. Implicao e equivalncia lgicas. Regras de deduo. Aritmtica bsica e relao de ordem nos inteiros. Noes bsicas de conjuntos. Problemas bsicos de contagem. ........ Pp 1 a 106 CONHECIMENTOS ESPECIFICOS: Regime Jurdico dos Servidores, Lei n 8.112, de 11/12/1990 e alteraes posteriores. ................................................... 1 Decreto n 1.171, de 22/06/1994, que Aprova o Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executi-vo Federal. ....................................................................................................................................................................... 21 Artigos 37 ao 41 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil. .............................................................................. 23 Princpios bsicos da Administrao; ............................................................................................................................... 26 Funes administrativas bsicas, .................................................................................................................................... 27 Estruturas organizacionais. .............................................................................................................................................. 27

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LNGUA PORTUGUESA

Dicas para uma boa interpretao de texto

Uma boa interpretao de texto importante para o desenvolvimento pessoal e profissional, por isso elaboramos algumas dicas preciosas para auxiliar voc nos seus estudos.

Voc tem dificuldades para interpretar um texto? Se a sua resposta for sim, no se desespere, voc no o nico a sofrer com esse problema que afeta muitos leitores.

No saber interpretar corretamente um texto pode gerar inmeros pro-blemas, afetando no s o desenvolvimento profissional, mas tambm o desenvolvimento pessoal. O mundo moderno cobra de ns inmeras com-petncias, uma delas a proficincia na lngua, e isso no se refere apenas a uma boa comunicao verbal, mas tambm capacidade de entender aquilo que est sendo lido. O analfabetismo funcional est relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas do cdigo, pois a leitura mecnica bem diferente da leitura interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e criar inferncias. Para que voc no sofra mais com a anlise de textos, elaboramos algumas dicas para voc seguir e tirar suas dvidas.

Uma interpretao de texto competente depende de inmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar alguns que se fazem essenci-ais para esse exerccio. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos das mincias presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura j se faz suficiente, o que no verdade. Interpretar demanda pacincia e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode apresentar aspectos surpre-endentes que no foram observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, voc pode tambm retirar dele os tpicos frasais presentes em cada pargrafo, isso certamente auxiliar na apreenso do contedo exposto. Lembre-se de que os pargrafos no esto organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatria, se esto no lugar que esto, porque ali se fazem necessrios, estabelecendo uma relao hierrquica do pensamento defendido, retomando ideias supracitadas ou apresentando novos conceitos.

Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo autor: os textos argumentativos no costumam conceder espao para divagaes ou hipteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater s ideias do autor, isso no quer dizer que voc precise ficar preso na superfcie do texto, mas fundamental que no criemos, revelia do autor, suposies vagas e inespecficas. Quem l com cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um analfabeto funcional e ler com ateno um exerccio que deve ser praticado exausto, assim como uma tcnica, que far de ns leitores proficientes e sagazes. Agora que voc j conhece nossas dicas, desejamos a voc uma boa leitura e bons estudos! Luana Castro Alves Perez

Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretao de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:

01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto; 02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v

at o fim, ininterruptamente; 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos

umas trs vezes ou mais;

04. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor compre-

enso; 08. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto cor-

respondente; 09. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo; 10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no, correta,

incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;

11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;

12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lgica objetiva;

13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais; 14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,

mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a

resposta; 16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor,

definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importants-

simos na interpretao do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao

do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava

quando morreu.; 19. As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as idei-

as esto coordenadas entre si; 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza

de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS TEXTO NARRATIVO As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou no, for-

as naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.

Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ou

herona, personagem principal da histria. O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do prota-

gonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.

As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar-

sas, so os figurantes de influencia menor, indireta, no decisiva na narra-o.

O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem,

pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-tncia, ou ainda uma pessoa estranha histria.

Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-

nagem: as planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas no alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem caricatura; as redondas: so mais complexas tendo uma dimen-so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaes perante os acontecimentos.

Sequncia dos fatos (enredo): Enredo a sequncia dos fatos, a

trama dos acontecimentos e das aes dos personagens. No enredo po-demos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs ou quatro estgios progressivos: a exposio (nem sempre ocorre), a complicao, o clmax, o desenlace ou desfecho.

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Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente, as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, a histria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia), ou seja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de inte-resses entre as personagens.

O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten-

so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos.

Os fatos: So os acontecimentos de que as personagens partici-pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o g-nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crnica, o relato de um drama social um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa h um fato central, que estabelece o carter do texto, e h os fatos secundrios, rela-cionados ao principal.

Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-gares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa conter informaes sobre o espao, onde os fatos acontecem. Muitas ve-zes, principalmente nos textos literrios, essas informaes so extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo.

Tempo: Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificao do momento, dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A temporalidade sa-lienta as relaes passado/presente/futuro do texto, essas relaes podem ser linear, isto , seguindo a ordem cronolgica dos fatos, ou sofre inverses, quando o narrador nos diz que antes de um fa-to que aconteceu depois.

O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico o tempo

material em que se desenrola ao, isto , aquele que medido pela natureza ou pelo relgio. O psicolgico no mensurvel pelos padres fixos, porque aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepo da realidade, da durao de um dado acontecimento no seu esprito.

Narrador: observador e personagem: O narrador, como j dis-

semos, a personagem que est a contar a histria. A posio em que se coloca o narrador para contar a histria constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-zado por :

- viso por detrs : o narrador conhece tudo o que diz respeito s personagens e histria, tendo uma viso panormica dos acon-tecimentos e a narrao feita em 3a pessoa.

- viso com: o narrador personagem e ocupa o centro da narra-tiva que feito em 1a pessoa.

- viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v, aquilo que observvel exteriormente no comportamento da per-sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-dor um observador e a narrativa feita em 3a pessoa.

Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a-presentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do qual a histria est sendo contada. Como j vimos, a narrao feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.

Formas de apresentao da fala das personagens Como j sabemos, nas histrias, as personagens agem e falam. H

trs maneiras de comunicar as falas das personagens. Discurso Direto: a representao da fala das personagens atra-

vs do dilogo. Exemplo: Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da

verdade. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carna-val a cidade do povo e de ningum mais.

No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou descendi:

dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travesses. Porm, quando as falas das personagens so curtas ou rpidas os verbos de locuo podem ser omitidos.

Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas

prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E-xemplo:

Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-nos sombrios por vir.

Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se

mistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao. Exemplo:

Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem quela hora , sem fazer nada de cabea no tempo, um branco de ps no cho como eles? S sendo doido mesmo.

(Jos Lins do Rego) TEXTO DESCRITIVO Descrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais carac-

tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto so muito importantes,

tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica. esta atitude que vai determinar a ordem na enumerao dos traos caractersticos para que o leitor possa combinar suas impresses isoladas formando uma imagem unificada.

Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari-

ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco.

Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e outra tc-

nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria

transmitir a impresso que a coisa vista desperta em nossa mente atravs do sentidos. Da decorrem dois tipos de descrio: a subje-tiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas prefern-cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e no o que v realmente; j a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-vo, fenomnico, ela exata e dimensional.

Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao das personagens, pela acumulao de traos fsicos e psicolgicos, pela enumerao de seus hbitos, gestos, aptides e temperamen-to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-cial e econmico .

Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente o observador abrange de uma s vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais tpicas desse todo.

Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor uma visualizao das suas particularidades, de seus traos distintivos e tpicos.

Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. a descrio de um incndio, de uma briga, de um naufrgio.

Descrio Tcnica: Ela apresenta muitas das caractersticas ge-rais da literatura, com a distino de que nela se utiliza um vocabu-lrio mais preciso, salientando-se com exatido os pormenores. predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis-mos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.

TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao cons-

ta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto ou ques-to, e pressupe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerncia e objetividade.

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A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir

o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo.

A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-

do o contexto. Quanto forma, ela pode ser tripartida em : Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-

mentais do assunto que est tratando. a enunciao direta e ob-jetiva da definio do ponto de vista do autor.

Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-cadas na introduo sero definidas com os dados mais relevan-tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucesso deles resulte num conjunto coerente e unitrio que se encaixa na introduo e de-sencadeia a concluso.

Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da ideia central. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a in-troduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptese e opinio.

- Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; a obra ou ao que realmente se praticou.

- Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ou no, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so-bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido.

- Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao ou desaprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-tos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo.

O TEXTO ARGUMENTATIVO

Um texto argumentativo tem como objetivo convencer algum das nossas ideias. Deve ser claro e ter riqueza lexical, podendo tratar qualquer tema ou assunto.

constitudo por um primeiro pargrafo curto, que deixe a ideia no ar, depois o desenvolvimento deve referir a opinio da pessoa que o escreve, com argumentos convincentes e verdadeiros, e com exemplos claros. Deve tambm conter contra-argumentos, de forma a no permitir a meio da leitura que o leitor os faa. Por fim, deve ser concludo com um pargrafo que responda ao primeiro pargrafo, ou simplesmente com a ideia chave da opinio.

Geralmente apresenta uma estrutura organizada em trs partes: a introduo, na qual apresentada a ideia principal ou tese; o desenvolvimento, que fundamenta ou desenvolve a ideia principal; e a concluso. Os argumentos utilizados para fundamentar a tese podem ser de diferentes tipos: exemplos, comparao, dados histricos, dados estatstico, pesquisas, causas socioeconmicas ou culturais, depoimentos - enfim tudo o que possa demonstrar o ponto de vista defendido pelo autor tem consistncia. A concluso pode apresentar uma possvel soluo/proposta ou uma sntese. Deve utilizar ttulo que chame a ateno do leitor e utilizar variedade padro de lngua.

A linguagem normalmente impessoal e objetiva. O roteiro da persuaso para o texto argumentativo:

Na introduo, no desenvolvimento e na concluso do texto argumen-tativo espera-se que o redator o leitor de seu ponto de vista. Alguns recur-sos podem contribuir para que a defesa da tese seja concluda com suces-so. Abaixo veremos algumas formas de introduzir um pargrafo argumenta-tivo:

Declarao inicial: uma forma de apresentar com assertivi-dade e segurana a tese.

A aprovao das Cotas para negros vem reparar uma divida moral e um dano social. Oferecer oportunidade igual de ingresso no Ensino Superi-or ao negro por meio de polticas afirmativas uma forma de admitir a

diferena social marcante na sociedade e de igualar o acesso ao mercado de trabalho.

Interrogao: Cria-se com a interrogao uma relao prxima com o leitor que, curioso, busca no texto resposta as perguntas feitas na introduo.

Por que nos orgulhamos da nossa falta de conscincia coletiva? Por que ainda insistimos em agir como espertos individualistas?

Citao ou aluso: Esse recurso garante defesa da tese car-ter de autoridade e confere credibilidade ao discurso argumentativo, pois se apoia nas palavras e pensamentos de outrem que goza de prestigio.

As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais no chorarem mais, trazerem a criana, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora. O comentrio do fotgrafo Sebastio Salgado sobre o que presenciou na Ruanda um chamado conscincia pbli-ca.

Exemplificao: O processo narrativo ou descritivo da exempli-ficao pode conferir argumentao leveza a cumplicidade. Porm, deve-se tomar cuidado para que esse recurso seja breve e no interfira no processo persuasivo.

Noite de quarta-feira nos Jardins, bairro paulistano de classe mdia. Restaurante da moda, frequentado por jovens bem-nascidos, sofre o se-gundo arrasto do ms. Clientes e funcionrios so assaltados e amea-ados de morte. O cotidiano violento de So Paulo se faz presente.

Roteiro: A antecipao do que se pretende dizer pode funcionar como encaminhamento de leitura da tese.

Busca-se com essa exposio analisar o descaso da sociedade em relao s coletas seletivas de lixo e a incompetncia das prefeituras.

Enumerao: Contribui para que o redator analise os dados e exponha seus pontos de vista com mais exatido.

Pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Sade de So Pau-lo aponta que as maiores vtimas do abuso sexual so as crianas meno-res de 12 anos. Elas representam 43% dos 1.926 casos de violncia se-xual atendidos pelo Programa Bem-Me-Quer, do Hospital Prola Bying-ton.

Causa e consequncia: Garantem a coeso e a concatenao das ideias ao longo do pargrafo, alm de conferir carter lgico ao pro-cesso argumentativo.

No final de maro, o Estado divulgou ndices vergonhosos do Idesp indicador desenvolvido pela Secretaria Estadual de Educao para ava-liar a qualidade do ensino (). O pssimo resultado apenas conse-quncia de como est baixa a qualidade do ensino pblico. As causas so vrias, mas certamente entre elas est a falta de respeito do Estado que, prximo do fim do 1 bimestre, ainda no enviou apostilas para al-gumas escolas estaduais de Rio Preto.

Sintese: Refora a tese defendida, uma vez que fecha o texto com a retomada de tudo o que foi exposto ao longo da argumentao. Recurso seguro e convincente para arrematar o processo discursivo.

Quanto a Lei Geral da Copa, aprovou-se um texto que no o ideal, mas sustenta os requisitos da Fifa para o evento.

O aspecto mais polmico era a venda de bebidas alcolicas nos es-tdios. A lei eliminou o veto federal, mas no exclui que os organizadores precisem negociar a permisso em alguns Estados, como So Paulo.

Proposta: Revela autonomia critica do produtor do texto e ga-rante mais credibilidade ao processo argumentativo.

Recolher de forma digna e justa os usurios de crack que buscam ajuda, oferecer tratamento humano dever do Estado. No faz sentido isolar para fora dos olhos da sociedade uma chaga que pertence a to-dos. Mundograduado.org

Modelo de Dissertao-Argumentativa

Meio-ambiente e tecnologia: no h contraste, h soluo

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Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi-ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.

O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo a se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respons-veis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, pro-blemas ambientais que afetam a populao.

Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti-ca.

O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se transformar na salvao do mundo.

Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul.

Nesse modelo, didaticamente, podemos perceber a estrutura textual dissertativa assim organizada:

1 pargrafo: Introduo com apresentao da tese a ser defendi-da;

Uma das maiores preocupaes do sculo XXI a preservao ambi-ental, fator que envolve o futuro do planeta e, consequentemente, a sobre-vivncia humana. Contraditoriamente, esses problemas da natureza, quan-do analisados, so equivocadamente colocados em oposio tecnologia.

2 pargrafo: H o desenvolvimento da tese com fundamentos ar-gumentativos;

O paradoxo acontece porque, de certa forma, o avano tem um preo a se pagar. As indstrias, por exemplo, que so costumeiramente ligadas ao progresso, emitem quantidades exorbitantes de CO2 (carbono), respon-sveis pelo prejuzo causado Camada de Oznio e, por conseguinte, problemas ambientais que afetam a populao.

Mas, se a tecnologia significa conhecimento, nesse caso, no vemos contrastes com o meio-ambiente. Estamos numa poca em que preservar os ecossistemas do planeta mais do que avano, uma questo de continuidade das espcies animais e vegetais, incluindo-se principalmente ns, humanos. As pesquisas acontecem a todo o momento e, dessa forma, podemos consider-las parceiras na busca por solues a essa problemti-ca.

3 pargrafo: A concluso desenvolvida com uma proposta de interveno relacionada tese.

O desenvolvimento de projetos cientficos que visem a amenizar os transtornos causados Terra plenamente possvel e real. A era tecnol-gica precisa atuar a servio do bem-estar, da qualidade de vida, muito mais do que em favor de um conforto momentneo. Nessas circunstncias no existe contraste algum, pelo contrrio, h uma relao direta que poder se transformar na salvao do mundo.

Portanto, as universidades e instituies de pesquisas em geral preci-sam agir rapidamente na elaborao de pacotes cientficos com vistas a combater os resultados caticos da falta de conscientizao humana. Nada melhor do que a cincia para direcionar formas prticas de amenizarmos a ferida que tomou conta do nosso Planeta Azul. Prof Francinete

A ideia principal e as secundrias

Para treinarmos a redao de pequenos pargrafos narrativos, vamos nos colocar no papel de narradores, isto , vamos contar fatos com base na organizao das ideias.

Leia o trecho abaixo:

Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, demons-trando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as mos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.

Como voc deve ter observado, nesse pargrafo, o narrador conta-nos um fato acontecido com seu primo. , pois, um pargrafo narrativo. Anali-semos, agora, o pargrafo quanto estrutura.

As ideias foram organizadas da seguinte maneira:

Ideia principal:

Meu primo j havia chegado metade da perigosa ponte de ferro quando, de repente, um trem saiu da curva, a cem metros da ponte.

Ideias secundrias:

Com isso, ele no teve tempo de correr para a frente ou para trs, mas, demonstrando grande presena de esprito, agachou-se, segurou, com as mos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.

A ideia principal, como voc pode observar, refere-se a uma ao peri-gosa, agravada pelo aparecimento de um trem. As ideias secundrias complementam a ideia principal, mostrando como o primo do narrador conseguiu sair-se da perigosa situao em que se encontrava.

Os pargrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado de ideias secundrias. Entretanto, muito comum encontrarmos, em par-grafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o exemplo:

O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.

Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-proveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram conten-tes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.

Nesse trecho, h dois pargrafos.

No primeiro, s h uma ideia desenvolvida, que corresponde ideia principal do pargrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Incio.

No segundo, j podemos perceber a relao ideia principal + ideias secundrias. Observe:

Ideia principal:

Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram a-proveitar o bom tempo.

Ideia secundrias:

Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela me.

Agora que j vimos alguns exemplos, voc deve estar se perguntando: Afinal, de que tamanho o pargrafo?

Bem, o que podemos responder que no h como apontar um pa-dro, no que se refere ao tamanho ou extenso do pargrafo.

H exemplos em que se veem pargrafos muito pequenos; outros, em que so maiores e outros, ainda, muito extensos.

Tambm no h como dizer o que certo ou errado em termos da ex-tenso do pargrafo, pois o que importante mesmo, a organizao das ideias. No entanto, sempre til observar o que diz o dito popular nem oito, nem oitenta.

Assim como no aconselhvel escrevermos um texto, usando apenas pargrafos muito curtos, tambm no aconselhvel empregarmos os muito longos.

Essas observaes so muito teis para quem est iniciando os traba-lhos de redao. Com o tempo, a prtica dir quando e como usar pargra-fos pequenos, grandes ou muito grandes.

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At aqui, vimos que o pargrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia principal e outras secundrias. Isso no significa, no entanto, que sempre a ideia principal aparea no incio do pargrafo. H casos em que a ideia secundria inicia o pargrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o exemplo:

As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceu violentamente sob meus ps. Logo percebi que se tratava de um terremoto.

Observe que a ideia mais importante est contida na frase: Logo per-cebi que se tratava de um terremoto, que aparece no final do pargrafo. As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou comprovam a afirmao: as estacas tremiam fortemente, e duas ou trs vezes, o solo estremeceu violentamente sob meus ps e estas esto localizadas no incio do par-grafo.

Ento, a respeito da estrutura do pargrafo, conclumos que as ideias podem organizar-se da seguinte maneira:

Ideia principal + ideias secundrias

ou

Ideias secundrias + ideia principal

importante frisar, tambm, que a ideia principal e as ideias se-cundrias no so ideias diferentes e, por isso, no podem ser separadas em pargrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundrias deve-mos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia principal e mant-las juntas no mesmo pargrafo. Com isso, estaremos evitando e repetio de palavras e assegurando a sua clareza. importan-te, ao termos vrias ideias secundrias, que sejam identificadas aquelas que realmente se relacionam ideia principal. Esse cuidado de grande valia ao se redigir pargrafos sobre qualquer assunto.

VARIAO LINGUSTICA

FALA E ESCRITA

Registros, variantes ou nveis de lngua(gem)

A comunicao no regida por normas fixas e imutveis. Ela pode transformar-se, atravs do tempo, e, se compararmos textos antigos com atuais, perceberemos grandes mudanas no estilo e nas expresses. Por que as pessoas se comunicam de formas diferentes? Temos que conside-rar mltiplos fatores: poca, regio geogrfica, ambiente e status cultural dos falantes.

H uma lngua-padro? O modelo de lngua-padro uma decorrncia dos parmetros utilizados pelo grupo social mais culto. s vezes, a mesma pessoa, dependendo do meio em que se encontra, da situao sociocultural dos indivduos com quem se comunica, usar nveis diferentes de lngua. Dentro desse critrio, podemos reconhecer, num primeiro momento, dois tipos de lngua: a falada e a escrita.

A lngua falada pode ser culta ou coloquial, vulgar ou inculta, regional, grupal (gria ou tcnica). Quando a gria grosseira, recebe o nome de calo.

Quando redigimos um texto, no devemos mudar o registro, a no ser que o estilo permita, ou seja, se estamos dissertando e, nesse tipo de redao, usa-se, geralmente, a lngua-padro no podemos passar desse nvel para um como a gria, por exemplo.

Variao lingustica: como falantes da lngua portuguesa, percebe-mos que existem situaes em que a lngua apresenta-se sob uma forma bastante diferente daquela que nos habituamos a ouvir em casa ou nos meios de comunicao. Essa diferena pode manifestarse tanto pelo voca-bulrio utilizado, como pela pronncia ou organizao da frase.

Nas relaes sociais, observamos que nem todos falam da mesma forma. Isso ocorre porque as lnguas naturais so sistemas dinmicos e extremamente sensveis a fatores como, por exemplo, a regio geogrfica, o sexo, a idade, a classe social dos falantes e o grau de formalidade do contexto. Essas diferenas constituem as variaes lingusticas.

Observe abaixo as especificidades de algumas variaes:

1. Profissional: no exerccio de algumas atividades profissionais, o domnio de certas formas de lnguas tcnicas essencial. As variaes profissionais so abundantes em termos especficos e tm seu uso restrito ao intercmbio tcnico.

2. Situacional: as diferentes situaes comunicativas exigem de um mesmo indivduo diferentes modalidades da lngua. Empregam-se, em situaes formais, modalidades diferentes das usadas em situaes infor-mais, com o objetivo de adequar o nvel vocabular e sinttico ao ambiente lingustico em que se est.

3. Geogrfica: h variaes entre as formas que a lngua portuguesa assume nas diferentes regies em que falada. Basta prestar ateno na expresso de um gacho em contraste com a de um amazonense. Essas variaes regionais constituem os falares e os dialetos. No h motivo lingustico algum para que se considere qualquer uma dessas formas superior ou inferior s outras.

4. Social: o portugus empregado pelas pessoas que tm acesso escola e aos meios de instruo difere do portugus empregado pelas pessoas privadas de escolaridade.

Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de lngua que goza prestgio, enquanto outras so vtimas de preconceito por emprega-rem estilos menos prestigiados. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de lngua a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domnio solicitado como modo de ascenso profissional e social. Tambm so socialmente condicionadas certas formas de lngua que alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreenso por aqueles que no fazem parte do grupo. O emprego dessas formas de lngua proporciona o reconhecimento fcil dos integrantes de uma comunidade restrita. Assim se formam, por exemplo, as grias, as lnguas tcnicas. Pode-se citar ainda a variante de acordo com a faixa etria e o sexo.

AS DIFERENAS ENTRE FALA E ESCRITA

Enquanto a lngua falada espontnea e natural, a lngua escrita precisa seguir algumas regras. Embora sejam expresses de um mesmo idio-ma, cada uma tem a sua especificidade. A lngua falada a mais natu-ral, aprendemos a falar imitando o que ouvimos. A lngua escrita, por seu lado, s aprendida depois que dominamos a lngua falada. E ela no uma simples transcrio do que falamos; est mais subordinada s normas gramaticais. Portanto requer mais ateno e conhecimento de quem fala. Alm disso, a lngua escrita um registro, permanece ao longo do tempo, no tem o carter efmero da lngua falada. Lngua falada: Palavra sonora Requer a presena dos interlocutores Ganha em vivacidade espontnea e imediata Uso de frases feitas repetitiva e redundante O contexto extralingustico importante A expressividade permite prescindir de certas regras A informao permeada de subjetividade e influenciada pela pre-

sena do interlocutor Recursos: signos acsticos e extralingusticos, gestos, entorno fsico e

psquico Lngua escrita: Palavra grfica possvel esquecer o interlocutor mais sinttica e objetiva A redundncia apenas um recurso estilstico Ganha em permanncia Mais correo na elaborao das frases Evita a improvisao Pobreza de recursos no-lingusticos; uso de letras, sinais de pontua-

o mais precisa e elaborada Ausncia de cacoetes lingusticos e vulgarismos

LINGUAGEM VERBAL E NO VERBAL

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Linguagem Verbal - Existem vrias formas de comunicao. Quando o homem se utiliza da palavra, ou seja, da linguagem oral ou escrita,dizemos que ele est utilizando uma linguagem verbal, pois o cdigo usado a palavra. Tal cdigo est presente, quando falamos com algum, quando lemos, quando escrevemos. A linguagem verbal a forma de comunicao mais presente em nosso cotidiano. Mediante a palavra falada ou escrita, expomos aos outros as nossas ideias e pensamentos, comunicando-nos por meio desse cdigo verbal imprescindvel em nossas vidas. ela est presente em textos em propagandas;

em reportagens (jornais, revistas, etc.);

em obras literrias e cientficas;

na comunicao entre as pessoas;

em discursos (Presidente da Repblica, representantes de classe, candidatos a cargos pblicos, etc.);

e em vrias outras situaes.

Linguagem No Verbal

Observe a figura abaixo, este sinal demonstra que proibido fumar em um determinado local. A linguagem utilizada a no-verbal pois no utiliza do cdigo "lngua portuguesa" para transmitir que proibido fumar. Na figura abaixo, percebemos que o semforo, nos transmite a ideia de ateno, de acordo com a cor apresentada no semforo, podemos saber se permitido seguir em frente (verde), se para ter ateno (amarelo) ou se proibido seguir em frente (vermelho) naquele instante.

Como voc percebeu, todas as imagens podem ser facilmente decodificadas. Voc notou que em nenhuma delas existe a presena da palavra? O que est presente outro tipo de cdigo. Apesar de haver ausncia da palavra, ns temos uma linguagem, pois podemos decifrar mensagens a partir das imagens. O tipo de linguagem, cujo cdigo no a palavra, denomina-se linguagem no-verbal, isto , usam-se outros cdigos (o desenho, a dana, os sons, os gestos, a expresso fisionmica, as cores) Fonte: www.graudez.com.br

AS PALAVRAS-CHAVE

Ningum chega escrita sem antes ter passado pela leitura. Mas leitu-ra aqui no significa somente a capacidade de juntar letras, palavras, frases. Ler muito mais que isso. compreender a forma como est tecido o texto. Ultrapassar sua superfcie e aferir da leitura seu sentido maior, que muitas vezes passa despercebido a uma grande maioria de leitores. S uma relao mais estreita do leitor com o texto lhe dar esse sentido. Ler bem exige tanta habilidade quanto escrever bem. Leitura e escrita comple-mentam-se. Lendo textos bem estruturados, podemos apreender os proce-dimentos lingusticos necessrios a uma boa redao.

Numa primeira leitura, temos sempre uma noo muito vaga do que o autor quis dizer. Uma leitura bem feita aquela capaz de depreender de um texto ou de um livro a informao essencial. Tudo deve ajustar-se a elas de forma precisa. A tarefa do leitor detect-las, a fim de realizar uma leitura capaz de dar conta da totalidade do texto.

Por adquirir tal importncia na arquitetura textual, as palavras-chave normalmente aparecem ao longo de todo o texto das mais variadas formas: repetidas, modificadas, retomadas por sinnimos. Elas pavimentam o caminho da leitura, levando-nos a compreender melhor o texto. Alm disso, fornecer a pista para uma leitura reconstrutiva porque nos levam essncia da informao. Aps encontrar as palavras-chave de um texto, devemos tentar reescrev-lo, tomando-as como base. Elas constituem seu esqueleto.

AS IDEIAS-CHAVE

Muitas vezes temos dificuldades para chegar sntese de um texto s pelas palavras-chave. Quando isso acontece, a melhor soluo buscar suas ideias-chave. Para tanto necessrio sintetizar a ideia de cada par-grafo.

TPICO FRASAL

Um pargrafo padro inicia-se por uma introduo em que se encontra a idia principal desenvolvida em mais perodos. Segundo a lio de Othon M. Garcia em sua Comunicao em prosa moderna (p. 192), denomina-se tpico frasal essa introduo. Depois dela, vem o desenvolvimento e pode haver a concluso. Um texto de pargrafo:

Em todos os nveis de sua manifestao, a vida requer certas condi-es dinmicas, que atestam a dependncia mtua dos seres vivos. Ne-cessidades associadas alimentao, ao crescimento, reproduo ou a outros processos biolgicos criam, com frequncia, relaes que fazem do bem-estar, da segurana e da sobrevivncia dos indivduos matrias de interesse coletivo. FERNANDES, Florestan. Elementos de sociologia terica 2. ed. So Paulo: Nacional, 1974, p. 35.

Neste pargrafo, o tpico frasal o primeiro perodo (Em .... vivos). Se-gue-se o desenvolvimento especificando o que dito na introduo. Se o tpico frasal uma generalizao, e o desenvolvimento constitui-se de especificaes, o pargrafo , ento, a expresso de um raciocnio deduti-vo. Vai do geral para o particular: Todos devem colaborar no combate s drogas. Voc no pode se omitir.

Se no h tpico frasal no incio do pargrafo e a sntese est na con-cluso, ento o mtodo indutivo, ou seja, vai do particular para o geral, dos exemplos para a regra: Joo pesquisou, o grupo discutiu, Lea redigiu. Todos colaborando, o trabalho bem feito.

PARAGRAFAO

A PARAGRAFAO

NO/DO TEXTO DISSERTATIVO

(Partes deste captulo foram adaptados/tirados de PACHECO, Agnelo C. A dissertao. So Paulo: Atual, 1993 e de SOBRAL, Joo Jonas Veiga. Redao: Escrevendo com prtica. So Paulo: Iglu, 1997)

O texto dissertativo o tipo de texto que expe uma tese (ideias gerais sobre um assunto/tema) seguida de um ponto de vista, apoiada em argu-mentos, dados e fatos que a comprovem.

A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois, lendo, o indivduo tem contato com modelos de textos bem redigidos que, ao longo do tempo, faro parte de sua bagagem lingustica; e tambm porque entrar em contato com vrios pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, dessa forma, sua prpria viso em relao aos assuntos. Como a produo escrita se baseia praticamente na exposio de ideias por meio de pala-vras, certamente aquele que l desenvolver sua habilidade devido ao enriquecimento lingustico adquirido atravs da leitura de bons autores.

No texto acima temos uma ideia defendida pelo autor:

TESE/TPICO FRASAL: A leitura auxilia o desenvolvimento da escri-ta.

Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes ar-gumentos:

ARGUMENTOS:

(1)...lendo o indivduo tem contato com modelos de textos bem redigi-dos que ao longo do tempo faro parte de sua bagagem lingustica e, tambm, (2) porque entrar em contato com vrios pontos de vista de

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intelectuais diversos, (3) ampliando, dessa forma, a sua prpria viso em relao aos assuntos. E por fim, comprovada a sua tese, veja que a ideia desta recuperada:

CONCLUSO: Como a produo escrita se baseia praticamente na exposio de idias por meio de palavras, certamente aquele que l desen-volver sua habilidade devido ao enriquecimento lingustico adquirido atravs da leitura de bons autores.

Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um de-terminado ponto de vista em relao a um assunto qualquer e convencer o leitor de que este ponto de vista est correto. Poderamos afirmar que o texto dissertativo um exerccio de cidadania, pois nele o indivduo exerce seu papel de cidado, questionando valores, reivindicando algo, expondo pontos de vista, etc.

Pode-se dizer que:

A paragrafao com tpico frasal seguido pelo desenvolvimento uma forma de organizar o raciocnio e a exposio das ideias de maneira clara e facilmente compreensvel. Quando se tem um plano em que os tpicos principais foram selecionados e

dispostos de modo a haver transio harmoniosa de um para outro, fcil redigir.

O TPICO FRASAL DO PARGRAFO: geralmente vem no comeo do pargrafo, seguida de outros perodos que explicam ou detalham a ideia central e podem ou no concluir a ideia deste pargrafo.

O DESENVOLVIMENTO DO PARGRAFO: a explanao da ideia exposta no tpico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em vista a forma como iniciamos o pargrafo.

A CONCLUSO DO PARGRAFO encerra o desenvolvimento, com-pleta a discusso do assunto (opcional)

FORMAS DISCURSIVAS DO PARGRAFO

A) DESCRITIVO: a matria da descrio o objeto. No h persona-gens em movimento (atemporal). O autor/produtor deve apresentar o objeto, pessoa, paisagem etc, de tal forma que o leitor consiga distinguir o ser descrito.

B) NARRATIVO: a matria da narrao o fato. Uma maneira eficiente de organiz-lo respondendo seis perguntas: O qu? Quem? Quando? Onde? Como? Por qu?

C) DISSERTATIVO: a matria da dissertao a anlise (discusso).

ELABORAO/ PLANEJAMENTO DE PARGRAFOS

Ter um assunto

Delimit-lo, traando um objetivo: o que pretende transmitir?

Elaborar o tpico frasal; desenvolv-lo e conclu-lo

PARGRAFO-CHAVE: FORMAS PARA COMEAR UM TEXTO

Ao escrever seu primeiro pargrafo, voc pode faz-lo de forma criati-va. Ele deve atrair a ateno do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns como: atualmente, hoje em dia, desde pocas remotas, o mundo hoje, a cada dia que passa, no mundo em vivemos, na atualidade.

Listamos aqui algumas formas de comear um texto. Elas vo das mais simples s mais complexas.

Declarao

um grande erro a liberao da maconha. Provocar de imediato vio-lenta elevao do consumo. O Estado perder o controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrpicas e nossas instituies de recuperao de viciados no tero estrutura suficiente para atender demanda. Alberto Corazza, Isto , 20 dez. 1995.

A declarao a forma mais comum de comear um texto. Procure fa-zer uma declarao forte, capaz de surpreender o leitor.

Definio

O mito, entre os povos primitivos, uma forma de se situar no mundo, isto , de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. um modo ingnuo, fantasioso, anterior a toda reflexo e no-crtico de estabe-lecer algumas verdades que no s explicam parte dos fenmenos naturais ou mesmo a construo cultural, mas que do tambm, as formas de ao humana.

ARANHA, Maria Lcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Te-mas de Filosofia.So Paulo, Moderna, 1992. p.62.

A definio uma forma simples e muito usada em pargrafo-chave, sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar s a primeira frase ou todo o primeiro pargrafo.

Diviso

Predominam ainda no Brasil convices errneas sobre o problema da excluso social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder pbli-co e a de que sua superao envolve muitos recursos e esforos extraordi-nrios. Experincias relatadas nesta Folha mostram que combate margi-nalidade social em Nova York vem contando co intensivos esforos do poder pblico e ampla participao da iniciativa privada. Folha de S. Paulo, 17 dez.1996.

Ao dizer que h duas convices errneas, fica logo clara a direo que o pargrafo vai tomar. O autor ter de explicit-las na frase seguinte.

Oposio

De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parab-licas, aparelhos de videocassete. este o paradoxo que vive a educao no Brasil.

As duas primeiras frases criam uma oposio (de um lado/ de outro) que estabelecer o rumo da argumentao.

Tambm se pode criar uma oposio dentro da frase, como neste e-xemplo:

Vrios motivos me levaram a este livro. Dois se destacaram pelo grau de envolvimento: raiva e esperana. Explico-me: raiva por ver o quanto cultura ainda vista como artigo suprfluo em nossa terra, esperana por observar quantos movimentos culturais tm acontecido em nossa histria, e quase sempre como forma de resistncia e/ou transformao (...) FEIJ, Martin Csar. O que poltica cultural. So Paulo, Brasiliense, 1985.p.7.

O autor estabelece a oposio e logo depois explica os termos que a compem.

Aluso histrica

Aps a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalizao. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competio.

O conhecimento dos principais fatos histricos ajuda a iniciar um texto. O leitor situado no tempo e pode ter uma melhor dimenso do problema.

Pergunta

Ser que com novos impostos que a sade melhorar no Brasil? Os contribuintes j esto cansados de tirar do bolso para tapar um buraco que parece no ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que s parece piorar. A pergunta no respondida de imediato. Ela serve para despertar a ateno do leitor para o tema e ser respondida ao longo da argumentao.

Citao

As pessoas chegam ao ponto de uma criana morrer e os pais no chorarem mais, trazem a criana, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora. O comentrio, do fotgrafo Sebastio Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, um acicate no estado de letargia tica que domina algumas naes do Primeiro Mundo. DI FRANCO, Carlos Alberto. Jornalismo, tica e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. p. 73.

A citao inicial facilita a continuidade do texto, pois ela retomada pe-la palavra comentrio da segunda frase.

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Comparao

O tema de reforma agrria est a bastante tempo nas discusses sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparao entre o movimento pela abolio da escravido no Brasil, no final do sculo passa-do e, atualmente, o movimento pela reforma agrria, podemos perceber algumas semelhanas. Como na poca da abolio da escravido existiam elementos favorveis e contrrios a ela, tambm hoje h os que so a favor e os que so contra a implantao da reforma agrria no Brasil. OLIVEIRA, Prsio Santos de. Introduo sociologia. So Paulo, tica, 1991. p.101.

Para introduzir o tema da reforma araria, o autor comparou a sociedade de hoje com a do final do sculo XIX, mostrando a semelhana de compor-tamento entre elas.

Afirmao

A profissionalizao de uma equipe comea com a procura e aquisio das pessoas que tenham experincia e as aptides adequadas para o desempenho da tarefa, especialmente quando esta imediata. (Desenvol-vimento ) As pessoas j viro integrar a equipe sem precisar de treinamen-to profissionalizante, podendo entrar em ao logo aps seu ingresso.

Alternativamente, ou quando se dispe de tempo, pode-se recrutar pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver as aptides e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua misso. Sempre que possvel, uma equipe deve procurar combinar pessoas experientes e aprendizes em sua composio, de modo que os segundos aprendam com os primeiros. (concluso) A falta de um banco de reservas, muitas vezes, pode ser um obstculo prpria evoluo da equipe. (Ma-ximiniano, 1986:50 )

ARTICULAO ENTRE PARGRAFOS

COESO E COERNCIA

Articulao entre os pargrafos

A articulao dos/entre pargrafos depende da coeso e coerncia. Sem um deles, ainda assim, possvel haver entendimento textual, entre-tanto, h necessidade de ter domnio da lngua e do contexto para escrever um texto de tal forma. Dependendo da tipologia textual, a articulao textual se d de forma diferente. Na narrao, por exemplo, no h necessidade de ter um pargrafo com mais de um perodo. Um pargrafo narrativo pode ser apenas Oi. J a dissertao necessita ter ao menos um pargrafo com introduo e desenvolvimento (concluso; opcional). Assim tambm varia a necessidade de nmeros de pargrafos para cada texto. Para se obter um bom texto, so necessrios tambm: conciso, clareza, correo, adequa-o de linguagem, expressividade.

Coerncia e Coeso

Para no ser ludibriado pela articulao do contexto, necessrio que se esteja atento coeso e coerncia textuais.

Coeso textual o que permite a ligao entre as diversas partes de um texto. Pode-se dividir em trs segmentos:

1. Coeso referencial a que se refere a outro(s) elemento(s) do mundo textual.

Exemplos:

a) O presidente George W.Bush ficou indignado com o ataque no Wor-ld Trade Center. Ele afirmou que castigar os culpados. (retomada de uma palavra gramatical referente Ele + Presidente George W.Bush)

b) De voc s quero isto: a sua amizade (antecipao de uma palavra gramatical isto = a sua amizade

c) O homem acordou feliz naquele dia. O felizardo ganhou um bom di-nheiro na loteria. ( retomada por palavra lexical o felizardo = o homem)

2. Coeso sequencial feita por conectores ou operadores discursi-vos, isto palavras ou expresses responsveis pela criao de relaes semnticas ( causa, condio, finalidade, etc.). So exemplos de conecto-res: mas, dessa forma, portanto, ento, etc..

Exemplo:

a. Ele rico, mas no paga suas dvidas.

Observe que o vocbulo mas no faz referncia a outro vocbulo; a-penas conecta (liga) uma ideia a outra, transmitindo a ideia de compensa-o.

3. Coeso recorrencial realizada pela repetio de vocbulos ou de estruturas frasais

semelhantes.

Exemplos;

a. Os carros corriam, corriam, corriam.

b. O aluno finge que l, finge que ouve, finge que estuda.

Coerncia textual a relao que se estabelece entre as diversas partes do texto, criando uma unidade de sentido. Est ligada ao en-tendimento, possibilidade de interpretao daquilo que se ouve ou l.

OBS: pode haver texto com a presena de elementos coesivos, e no apresentar coerncia.

Exemplo:

O presidente George W.Bush est descontente com o grupo Talib. Estes eram estudantes da escola fundamentalista. Eles, hoje, governam o afeganisto. Os afegos apiam o lder Osama Bin Laden. Este foi aliado dos Estados Unidos quando da invaso da Unio Sovitica ao Afeganisto.

Comentrio:

Ningum pode dizer que falta coeso a este pargrafo. Mas de que se trata mesmo? Do descontentamento do presidente dos Estados Unidos? Do grupo Talib? Do povo Afego?

Do Osama Bin Laden? Embora o pargrafo tenha coeso, no apre-senta coerncia, entendimento.

Pode ainda um texto apresentar coerncia, e no apresentar elementos coesivos. Veja o texto seguinte:

Como se conjuga um empresrio

Mino

Acordou. Levantou-se. Aprontou-se. Lavou-se. Barbeou-se. Enxugou-se. Perfumou-se. Lanchou. Escovou. Abraou. Saiu. Entrou. Cumprimen-tou. Orientou. Controlou. Advertiu. Chegou. Desceu. Subiu. Entrou. Cum-primentou. Assentou-se. Preparou-se. Examinou. Leu. Convocou. Leu. Comentou. Interrompeu. Leu. Despachou. Vendeu. Vendeu. Ganhou. Ganhou. Ganhou. Lucrou. Lucrou. Lucrou. Lesou. Explorou. Escondeu. Burlou. Safou-se. Comprou. Vendeu. Assinou. Sacou. Depositou. Deposi-tou. Associou-se. Vendeu-se. Entregou. Sacou. Depositou. Despachou. Repreendeu. Suspendeu. Demitiu. Negou. Explorou. Desconfiou. Vigiou. Ordenou. Telefonou. Despachou. Esperou. Chegou. Vendeu. Lucrou. Lesou. Demitiu. Convocou. Elogiou. Bolinou. Estimulou. Beijou. Convidou. Saiu. Chegou. Despiu-se. Abraou. Deitou-se. Mexeu. Gemeu. Fungou. Babou. Antecipou. Frustrou. Virou-se. Relaxou-se. Envergonhou-se. Pre-senteou. Saiu. Despiu-se. Dirigiu-se. Chegou. Beijou. Negou. Lamentou. Justificou-se. Dormiu. Roncou. Sonhou. Sobressaltou-se. Acordou. Preocu-pou-se. Temeu. Suou. Ansiou. Tentou. Despertou. Insistiu. Irritou-se. Te-meu. Levantou. Apanhou. Rasgou. Engoliu. Bebeu. Dormiu. Dormiu. Dor-miu. Dormiu. Acordou. Levantou-se. Aprontou-se... Comentrio:

O texto nos mostra o dia-a-dia de um empresrio qualquer. A estrutura textual somente verbos no apresenta elementos coesivos; o que se encontra so relaes de sentido, isto , o texto retrata a viso do seu autor, no caso, a de que todo empresrio calculista e desonesto.

H palavras e expresses que garantem transies bem feitas e que estabelecem relaes lgicas entre as diferentes ideias apresentadas no texto. Fonte: UNINOVE

ESTRUTURAO E ARTICULAO DO TEXTO

Resenha Critica de Articulao do Texto

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Amanda Alves Martins Resenha Crtica do livro A Articulao do Texto, da autora Elisa Guima-

res No livro de Elisa Guimares, A Articulao do Texto, a autora procura

esclarecer as dvidas referentes formao e compreenso de um texto e do seu contexto.

Formado por unidades coordenadas, ou seja, interligadas entre si, o

texto constitui, portanto, uma unidade comunicativa para os membros de uma comunidade; nele, existe um conjunto de fatores indispensveis para a sua construo, como as intenes do falante (emissor), o jogo de ima-gens conceituais, mentais que o emissor e destinatrio executam.(Manuel P. Ribeiro, 2004, p.397). Somado isso, um texto no pode existir de forma nica e sozinha, pois depende dos outros tanto sintaticamente quanto semanticamente para que haja um entendimento e uma compreenso deste. Dentro de um texto, as partes que o formam se integram e se expli-cam de forma recproca.

Completando o processo de formao de um texto, a autora nos escla-

rece que a economia de linguagem facilita a compreenso dele, sendo indispensvel uma ligao entre as partes, mesmo havendo um corte de trechos considerados no essenciais.

Quando o tema a situao comunicativa (p.7), a autora nos esclare-

ce a relao texto X contexto, onde um essencial para esclarecermos o outro, utilizando-se de palavras que recebem diferentes significados con-forme so inseridas em um determinado contexto; nos levando ao entendi-mento de que no podemos considerar isoladamente os seus conceitos e sim analis-los de acordo com o contexto semntico ao qual est inserida.

Segundo Elisa Guimares, o sentido da palavra texto estende-se a

uma enorme vastido, podendo designar um enunciado qualquer, oral ou escrito, longo ou breve, antigo ou moderno (p.14) e ao contrrio do que muitos podem pensar, um texto pode ser caracterizado como um fragmen-to, uma frase, um verbo ect e no apenas na reunio destes com mais algumas outras formas de enunciao; procurando sempre uma objetivida-de para que a sua compreenso seja feita de forma fcil e clara.

Esta economia textual facilita no caminho de transmisso entre o enun-

ciador e o receptor do texto que procura condensar as informaes recebi-das a fim de se deter ao ncleo informativo (p.17), este sim, primordial a qualquer informao.

A autora tambm apresenta diversas formas de classificao do discur-

so e do texto, porm, detenhamo-nos na diviso de texto informativo e de um texto literrio ou ficcional.

Analisando um texto, possvel percebermos que a repetio de um

nome/lexema, nos induz lembrar de fatos j abordados, estimula a nossa biblioteca mental e a informa da importncia de tal nome, que dentro de um contexto qualquer, ou seja que no fosse de um texto informacional, seria apenas caracterizado como uma redundncia desnecessria. Essa repeti-o normalmente dada atravs de sinnimos ou sinnimos perfeitos (p.30) que permitem a permutao destes nomes durante o texto sem que o sentido original e desejado seja modificado.

Esta relao semntica presente nos textos ocorre devido s interpre-

taes feitas da realidade pelo interlocutor, que utiliza a chamada semnti-ca referencial (p.31) para causar esta busca mental no receptor atravs de palavras semanticamente semelhantes que fora enunciada, porm, existe ainda o que a autora denominou de inexistncia de sinnimo perfeito (p.30) que so sinnimos porm quando posto em substituio um ao outro no geram uma coerncia adequada ao entendimento.

Nesta relao de substituio por sinnimos, devemos ter cautela

quando formos usar os hipernimos (p.32), ou at mesmo a hiponmia (p.32) onde substitui-se a parte pelo todo, pois neste emaranhado de subs-tituies pode-se causar desajustes e o resultado final no fazer com que a imagem mental do leitor seja ativada de forma corretamente, e outra assimi-lao, errnea, pode ser utilizada.

Seguindo ainda neste linear das substituies, existem ainda as nomi-naes e a elipse, onde na primeira, o sentido inicialmente expresso por um verbo substitudo por um nome, ou seja, um substantivo; e, enquanto na segunda, ou seja, na elipse, o substituto nulo e marcado pela flexo verbal; como podemos perceber no seguinte exemplo retirado do livro de Elisa Guimares:

Louve-se nos mineiros, em primeiro lugar, a sua presena suave. Mil deles no causam o incmodo de dez cearenses.

__No grita, ___ no empurram< ___ no seguram o brao da gente,

___ no impem suas opinies. Para os importunos inventaram eles uma palavra maravilhosamente definidora e que traduz bem a sua antipatia para essa casta de gente (...) (Rachel de Queiroz. Mineiros. In: Cem crnicas escolhidas. Rio de Janeiros, Jos Olympio, 1958, p.82).

Porm preciso especificar que para que haja a elipse o termo elptico

deve estar perfeitamente claro no contexto. Este conceito e os demais j ditos anteriormente so primordiais para a compreenso e produo textu-al, uma vez que contribuem para a economia de linguagem, fator de grande valor para tais feitos.

Ao abordar os conceitos de coeso e coerncia, a autora procura pri-

meiramente retomar a noo de que a construo do texto feita atravs de referentes lingusticos (p.38) que geram um conjunto de frases que iro constituir uma microestrutura do texto (p.38) que se articula com a estrutu-ra semntica geral. Porm, a dificuldade de se separar a coeso da coe-rncia est no fato daquela est inserida nesta, formando uma linha de raciocnio de fcil compreenso, no entanto, quando ocorre uma incoern-cia textual, decorrente da incompatibilidade e no exatido do que foi escrito, o leitor tambm capaz de entender devido a sua fcil compreen-so apesar da m articulao do texto.

A coerncia de um texto no dada apenas pela boa interligao entre

as suas frases, mas tambm porque entre estas existe a influncia da coerncia textual, o que nos ajuda a concluir que a coeso, na verdade, efeito da coerncia. Como observamos em Nova Gramtica Aplicada da Lngua Portuguesa de Manoel P. Ribeiro (2004, 14ed):

A coeso e a coerncia trazem a caracterstica de promover a inter-

relao semntica entre os elementos do discurso, respondendo pelo que chamamos de conectividade textual. A coerncia diz respeito ao nexo entre os conceitos; e a coeso, expresso desse nexo no plano lingusti-co (VAL, Maria das Graas Costa. Redao e textualidade, 1991, p.7)

No captulo que diz respeito s noes de estrutura, Elisa Guimares,

busca ressaltar o nvel sinttico representado pelas coordenaes e subor-dinaes que fixam relaes de equivalncia ou hierarquia respectiva-mente. Um fato importante dentro do livro A Articulao do Texto, o valor atribu-do s estruturas integrantes do texto, como o ttulo, o pargrafo, as inter e intrapartes, o incio e o fim e tambm, as superestruturas.

O ttulo funciona como estratgica de articulao do texto podendo de-

sempenhar papis que resumam os seus pontos primordiais, como tam-bm, podem ser desvendados no decorrer da leitura do texto.

Os pargrafos esquematizam o raciocnio do escritos, como enuncia

Othon Moacir Garcia: O pargrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar con-

venientemente as ideias principais da sua composio, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estgios.

bom relembrar, que dentro do pargrafo encontraremos o chamado

tpico frasal, que resumir a principal ideia do pargrafo no qual esta inserido; e tambm encontraremos, segundo a autora, dez diferentes tipos de pargrafo, cada qual com um ponto de vista especfico.

No que diz respeito ao tpico Inicio e fim, Elisa Guimares preferiu a-

bord-los de forma mtua j que um consequncia ou decorrncia do outro; ficando a organizao da narrativa com uma forma de estrutura clssica e seguindo uma linha sequencial j esperada pelo leitor, onde o incio alimenta a esperana de como vir a ser o texto, enquanto que o fim

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exercer uma funo de dar um destaque maior ao fechamento do texto, o que tambm, alimenta a imaginao tanto do leito, quanto do prprio autor.

No geral, o que diz respeito ao livro A Articulao do Texto de Elisa

Guimares, ele nos trs um grande nmero de informaes e novos concei-tos em relao produo e compreenso textual, no entanto, essa grande leva de informaes muitas vezes se tornam confusas e acabam por des-prenderem-se uma das outras, quebrando a linearidade de todo o texto e dificultando o entendimento terico.

A REFERENCIAO / OS REFERENTES / COERNCIA E COESO A fala e tambm o texto escrito constituem-se no apenas numa se-

quncia de palavras ou de frases. A sucesso de coisas ditas ou escritas forma uma cadeia que vai muito alm da simples sequencialidade: h um entrelaamento significativo que aproxima as partes formadoras do texto falado ou escrito. Os mecanismos lingusticos que estabelecem a conectivi-dade e a retomada e garantem a coeso so os referentes textuais. Cada uma das coisas ditas estabelece relaes de sentido e significado tanto com os elementos que a antecedem como com os que a sucedem, constru-indo uma cadeia textual significativa. Essa coeso, que d unidade ao texto, vai sendo construda e se evidencia pelo emprego de diferentes procedimentos, tanto no campo do lxico, como no da gramtica. (No esqueamos que, num texto, no existem ou no deveriam existir elemen-tos dispensveis. Os elementos constitutivos vo construindo o texto, e so as articulaes entre vocbulos, entre as partes de uma orao, entre as oraes e entre os pargrafos que determinam a referenciao, os contatos e conexes e estabelecem sentido ao todo.)

Ateno especial concentram os procedimentos que garantem ao texto

coeso e coerncia. So esses procedimentos que desenvolvem a din-mica articuladora e garantem a progresso textual.

A coeso a manifestao lingustica da coerncia e se realiza nas

relaes entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos em relao aos substantivos; formas verbais em relao aos sujeitos; tempos verbais nas relaes espao-temporais constitutivas do texto etc.), na organizao de perodos, de pargrafos, das partes do todo, como formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as unidades de um texto. Construda com os mecanismos gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.

1. Considere-se, inicialmente, a coeso apoiada no lxico. Ela pode dar-se pela reiterao, pela substituio e pela associao. garantida com o emprego de:

enlaces semnticos de frases por meio da repetio. A mensa-gem-tema do texto apoiada na conexo de elementos lxicos su-cessivos pode dar-se por simples iterao (repetio). Cabe, nesse caso, fazer-se a diferenciao entre a simples redundncia resul-tado da pobreza de vocabulrio e o emprego de repeties como recurso estilstico, com inteno articulatria. Ex.: As contas do patro eram diferentes, arranjadas a tinta e contra o vaqueiro, mas Fabiano sabia que elas estavam erradas e o patro queria engan-lo.Enganava. Vidas secas, p. 143);

substituio lxica, que se d tanto pelo emprego de sinnimos como de palavras quase sinnimas. Considerem-se aqui alm das palavras sinnimas, aquelas resultantes de famlias ideolgi-cas e do campo associativo, como, por exemplo, esvoaar, revoar, voar;

hipnimos (relaes de um termo especfico com um termo de sentido geral, ex.: gato, felino) e hipernimos (relaes de um termo de sentido mais amplo com outros de sentido mais especfi-co, ex.: felino, gato);

nominalizaes (quando um fato, uma ocorrncia, aparece em forma de verbo e, mais adiante, reaparece como substantivo, ex.: consertar, o conserto; viajar, a viagem). preciso distinguir-se en-tre nominalizao estrita e. generalizaes (ex.: o co < o animal) e especificaes (ex.: planta > rvore > palmeira);

substitutos universais (ex.: Joo trabalha muito. Tambm o fao. O verbo fazer em substituio ao verbo trabalhar);

enunciados que estabelecem a recapitulao da ideia global. Ex.: O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e tambm

deserto, a casa do vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono (Vidas Secas, p.11). Esse enunciado chamado de anfora con-ceptual. Todo um enunciado anterior e a ideia global que ele refere so retomados por outro enunciado que os resume e/ou interpreta. Com esse recurso, evitam-se as repeties e faz-se o discurso a-vanar, mantendo-se sua unidade.

2. A coeso apoiada na gramtica d-se no uso de: certos pronomes (pessoais, adjetivos ou substantivos). Destacam-

se aqui os pronomes pessoais de terceira pessoa, empregados como substitutos de elementos anteriormente presentes no texto, diferentemente dos pronomes de 1 e 2 pessoa que se referem pessoa que fala e com quem esta fala.

certos advrbios e expresses adverbiais; artigos; conjunes; numerais; elipses. A elipse se justifica quando, ao remeter a um enunciado

anterior, a palavra elidida facilmente identificvel (Ex.: O jovem recolheu-se cedo. ... Sabia que ia necessitar de todas as suas for-as. O termo o jovem deixa de ser repetido e, assim, estabelece a relao entre as duas oraes.). a prpria ausncia do termo que marca a inter-relao. A identificao pode dar-se com o prprio enunciado, como no exemplo anterior, ou com elementos extraver-bais, exteriores ao enunciado. Vejam-se os avisos em lugares p-blicos (ex.: Perigo!) e as frases exclamativas, que remetem a uma situao no-verbal. Nesse caso, a articulao se d entre texto e contexto (extratextual);

as concordncias; a correlao entre os tempos verbais. Os diticos exercem, por excelncia, essa funo de progresso textu-

al, dada sua caracterstica: so elementos que no significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situao comunicativa. J os com-ponentes concentram em si a significao. Referem os participantes do ato de comunicao, o momento e o lugar da enunciao.

Elisa Guimares ensina a respeito dos diticos: Os pronomes pessoais e as desinncias verbais indicam os participan-

tes do ato do discurso. Os pronomes demonstrativos, certas locues prepositivas e adverbiais, bem como os advrbios de tempo, referenciam o momento da enunciao, podendo indicar simultaneidade, anterioridade ou posterioridade. Assim: este, agora, hoje, neste momento (presente); ulti-mamente, recentemente, ontem, h alguns dias, antes de (pretrito); de agora em diante, no prximo ano, depois de (futuro).

Maria da Graa Costa Val lembra que esses recursos expressam rela-

es no s entre os elementos no interior de uma frase, mas tambm entre frases e sequncias de frases dentro de um texto.

No s a coeso explcita possibilita a compreenso de um texto. Mui-

tas vezes a comunicao se faz por meio de uma coeso implcita, apoia-da no conhecimento mtuo anterior que os participantes do processo comunicativo tm da lngua.

A ligao lgica das ideias Uma das caractersticas do texto a organizao sequencial dos ele-

mentos lingusticos que o compem, isto , as relaes de sentido que se estabelecem entre as frases e os pargrafos que compem um texto, fazendo com que a interpretao de um elemento lingustico qualquer seja dependente da de outro(s). Os principais fatores que determinam esse encadeamento lgico so: a articulao, a referncia, a substituio voca-bular e a elipse.

ARTICULAO Os articuladores (tambm chamados nexos ou conectores) so conjun-

es, advrbios e preposies responsveis pela ligao entre si dos fatos denotados num texto, Eles exprimem os diferentes tipos de interdependn-cia de sentido das frases no processo de sequencializao textual. As ideias ou proposies podem se relacionar indicando causa, consequncia, finalidade, etc.

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Ingressei na Faculdade a fim de ascender socialmente. Ingressei na Faculdade porque pretendo ser bilogo. Ingressei na Faculdade depois de ter-me casado. possvel observar que os articuladores relacionam os argumentos di-

ferentemente. Podemos, inclusive, agrup-los, conforme a relao que estabelecem.

Relaes de: adio: os conectores articula sequencialmente frases cujos contedos

se adicionam a favor de uma mesma concluso: e, tambm, no s...como tambm, tanto...como, alm de, alm disso, ainda, nem.

Na maioria dos casos, as frases somadas no so permutveis, isto ,

a ordem em que ocorrem os fatos descritos deve ser respeitada. Ele entrou, dirigiu-se escrivaninha e sentou-se. alternncia: os contedos alternativos das frases so articulados por

conectores como ou, ora...ora, seja...seja. O articulador ou pode expres-sar incluso ou excluso.

Ele no sabe se conclui o curso ou abandona a Faculdade. oposio: os conectores articulam sequencialmente frases cujos con-

tedos se opem. So articuladores de oposio: mas, porm, todavia, entretanto, no entanto, no obstante, embora, apesar de (que), ainda que, se bem que, mesmo que, etc.

O candidato foi aprovado, mas no fez a matrcula. condicionalidade: essa relao expressa pela combinao de duas

proposies: uma introduzida pelo articulador se ou caso e outra por ento (consequente), que pode vir implcito. Estabelece-se uma relao entre o antecedente e o consequente, isto , sendo o antecedente verdadeiro ou possvel, o consequente tambm o ser.

Na relao de condicionalidade, estabelece-se, muitas vezes, uma

condio hipottica, isto ,, cria-se na proposio introduzida pelo articula-dor se/caso uma hiptese que condicionar o que ser dito na proposio seguinte. Em geral, a proposio situa-se num tempo futuro.

Caso tenha frias, (ento) viajarei para Buenos Aires. causalidade: expressa pela combinao de duas proposies, uma

das quais encerra a causa que acarreta a consequncia expressa na outra. Tal relao pode ser veiculada de diferentes formas:

Passei no vestibular porque estudei muito

visto que j que

uma vez que _________________ _____________________

consequncia causa

Estudei tanto que passei no vestibular. Estudei muito por isso passei no vestibular

_________________ ____________________ causa consequncia

Como estudei passei no vestibular Por ter estudado muito passei no vestibular ___________________ ___________________ causa consequncia

finalidade: uma das proposies do perodo explicita o(s) meio(s) para

se atingir determinado fim expresso na outra. Os articuladores principais so: para, afim de, para que.

Utilizo o automvel a fim de facilitar minha vida. conformidade: essa relao expressa-se por meio de duas proposi-

es, em que se mostra a conformidade de contedo de uma delas em relao a algo afirmado na outra.

O aluno realizou a prova conforme o professor solicitara. segundo consoante como de acordo com a solicitao... temporalidade: a relao por meio da qual se localizam no tempo

aes, eventos ou estados de coisas do mundo real, expressas por meio de duas proposies.

Quando Mal Logo que terminei o colgio, matriculei-me aqui. Assim que Depois que No momento em que Nem bem a) concomitncia de fatos: Enquanto todos se divertiam, ele estu-

dava com afinco. Existe aqui uma simultaneidade entre os fatos descritos em cada

uma das proposies. b) um tempo progressivo: proporo que os alunos terminavam a prova, iam se retirando.

bar enchia de frequentadores medida que a noite caa. Concluso: um enunciado introduzido por articuladores como portan-

to, logo, pois, ento, por conseguinte, estabelece uma concluso em relao a algo dito no enunciado anterior:

Assistiu a todas as aulas e realizou com xito todos os exerccios. Por-

tanto tem condies de se sair bem na prova. importante salientar que os articuladores conclusivos no se limitam

a articular frases. Eles podem articular pargrafos, captulos. Comparao: estabelecida por articuladores : tanto (to)...como,

tanto (tal)...como, to ...quanto, mais ....(do) que, menos ....(do) que, assim como.

Ele to competente quanto Alberto. Explicao ou justificativa: os articuladores do tipo pois, que, por-

que introduzem uma justificativa ou explicao a algo j anteriormente referido.

No se preocupe que eu voltarei pois porque As pausas Os articuladores so, muitas vezes, substitudos por pausas (marca-

das por dois pontos, vrgula, ponto final na escrita). Que podem assinalar tipos de relaes diferentes.

Compramos tudo pela manh: tarde pretendemos viajar. (causalida-

de) No fique triste. As coisas se resolvero. (justificativa) Ela estava bastante tranquila eu tinha os nervos flor da pele. ( oposi-

o) No estive presente cerimnia. No posso descrev-la. (concluso)

http://www.seaac.com.br/ A anlise de expresses referenciais fundamental na interpretao do

discurso. A identificao de expresses correferentes importante em diversas aplicaes de Processamento da Linguagem Natural. Expresses referenciais podem ser usadas para introduzir entidades em um discurso ou podem fazer referncia a entidades j mencionadas,podendo fazer uso de reduo lexical.

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Interpretar e produzir textos de qualidade so tarefas muito importantes na formao do aluno. Para realiz-las de modo satisfatrio, essencial saber identificar e utilizar os operadores sequenciais e argumentativos do discurso. A linguagem um ato intencional, o indivduo faz escolhas quan-do se pronuncia oralmente ou quando escreve. Para dar suporte a essas escolhas, de modo a fazer com que suas opinies sejam aceitas ou respei-tadas, fundamental lanar mo dos operadores que estabelecem ligaes (espcies de costuras) entre os diferentes elementos do discurso.

Autor e Narrador: Diferenas

Equipe Aprovao Vest

Qual , afinal, a diferena entre Autor e Narrador? Existe uma diferena enorme entre ambos.

Autor

um homem do mundo: tem carteira de identidade, vai ao supermer-cado, masca chiclete, eventualmente teve sarampo na infncia e, mais eventualmente ainda, pode at tocar trombone, piano, flauta transversal. Paga imposto.

Narrador

um ser intradiegtico, ou seja, um ser que pertence histria que est sendo narrada. Est claro que um preposto do autor, mas isso no significa que defenda nem compartilhe suas ideias. Se assim fosse, Ma-chado de Assis seria um crpula como Bentinho ou um bgamo, porque, casado com Carolina Xavier de Novais, casou-se tambm com Capitu, foi amante de Virglia e de um sem-nmero de mulheres que permeiam seus contos e romances.

O narrador passa a existir a partir do instante que se abre o livro e ele, em primeira ou terceira pessoa, nos conta a histria que o livro guarda. Confundir narrador e autor fazer a loucura de imaginar que, morto o autor, todos os seus narradores morreriam junto com ele e que, portanto, no disporamos mais de nenhuma narrativa dele.

GNEROS TEXTUAIS

Gneros textuais so tipos especficos de textos de qualquer natureza,

literrios ou no. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as funes sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser considerados exemplos de gneros textuais: anncios, convites, atas, avisos, programas de auditrios, bulas, cartas, comdias, contos de fadas, convnios, crnicas, editoriais, ementas, ensaios, entrevis-tas, circulares, contratos, decretos, discursos polticos

A diferena entre Gnero Textual e Tipologia Textual , no meu en-

tender, importante para direcionar o trabalho do professor de lngua na leitura, compreenso e produo de textos1. O que pretendemos neste pequeno ensaio apresentar algumas consideraes sobre Gnero Tex-tual e Tipologia Textual, usando, para isso, as consideraes feitas por Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos questionveis para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas consideraes a respeito de minha escolha pelo gnero ou pela tipologia.

Convm afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen-

so e a produo escrita em Lngua Materna deve ter como meta primordial o desenvolvimento no aluno de habilidades que faam com que ele tenha capacidade de usar um nmero sempre maior de recursos da lngua para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situao especfica de interao humana.

Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na esco-

la a partir da abordagem do Gnero Textual Marcuschi no demonstra favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez que no possvel, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embo-ra possamos classificar vrios textos como sendo narrativos, eles se con-cretizam em formas diferentes gneros que possuem diferenas espec-ficas.

Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberlndia/MG)

defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos, eles se instauram devido existncia de diferen-tes modos de interao ou interlocuo. O trabalho com o texto e com os diferentes tipos de texto fundamental para o desenvolvimento da compe-tncia comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto apropriado para um tipo de interao especfica. Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de texto fazer com que ele s tenha recursos para atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espcie de levantamento de quais tipos seriam mais necessrios para os alunos, para, a partir da, iniciar o trabalho com esses tipos mais necessrios.

Marcuschi afirma que os livros didticos trazem, de maneira equivoca-

da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, no se trata de tipo de texto, mas de gnero de texto. O autor diz que no correto afirmar que a carta pessoal, por exemplo, um tipo de texto como fazem os livros. Ele atesta que a carta pessoal um Gnero Textual.

O autor diz que em todos os gneros os tipos se realizam, ocorrendo,

muitas das vezes, o mesmo gnero sendo realizado em dois ou mais tipos. Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode apresentar as tipologias descrio, injuno, exposio, narrao e argu-mentao. Ele chama essa miscelnea de tipos presentes em um gnero de heterogeneidade tipolgica.

Travaglia (2002) fala em conjugao tipolgica. Para ele, dificilmente

so encontrados tipos puros. Realmente raro um tipo puro. Num texto como a bula de remdio, por exemplo, que para Fvero & Koch (1987) um texto injuntivo, tem