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Capítulo 4 América Anglo-Saxônica: espaço econômico 2 Capítulo 5 Espaço econômico da América Latina 24 Capítulo 6 População americana 48 Volume 2

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Capítulo 4América Anglo-Saxônica: espaço econômico 2

Capítulo 5 Espaço econômico da América Latina 24

Capítulo 6 População americana 48

Volume 2

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capí

tulo América

Anglo-Saxônica: espaço econômico

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De acordo com critérios históricos e culturais, a América pode ser regionalizada em duas partes: América Anglo-Saxônica e América Latina. Iniciaremos os estudos pela América Anglo--Saxônica, que engloba os Estados Unidos e o Canadá. Analisa-remos especialmente seus aspectos econômicos, por causa da importância dessa região para a economia global, além da in-fluência econômica estadunidense em todo o continente.

Apesar da forte economia estadunidense, a imagem nos mostra uma cena em que miséria e progresso convivem lado a lado na cidade de Nova Iorque. Como explicar esse tipo de desi-gualdade em um dos países mais ricos do mundo? Será que a si-tuação retratada na imagem é comum nas paisagens da América Anglo-Saxônica?

Estados Unidos: surgimento de uma superpotência

Canadá: desenvolvimento industrial

o que vocêvai conhecer

©Viviane Moos/Corbis via Getty Images

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Geografia

Compreender as características do espaço econômico da América Anglo-Saxô-nica, identificando a influência da industrialização e da agricultura na configu-ração do território.

Identificar os fatores que levaram os Estados Unidos a se destacar no contexto econômico e comercial internacional.

Reconhecer as características do comércio exterior dos Estados Unidos e do Canadá.

Investigar os impactos socioambientais resultantes das atividades econômicas desenvolvidas na região.

objetivos do capítulo

Estados Unidos: surgimento de uma superpotência

É grande a importância dos Estados Unidos no contexto americano e internacional, pois

quase 24% da riqueza mundial é originária desse país. Seu poderio econômico é representa-

do por: estrutura produtiva moderna e diversificada; presença de indústrias com tecnologia

de ponta; grande participação no comércio mundial.

Desde o início da sua colonização, a

América Anglo-Saxônica apresentou uma

trajetória econômica diferente da ocor-

rida na América Latina. O próspero setor

agrícola e o expressivo crescimento das

manufaturas no século XVII foram fatores

primordiais para o desenvolvimento do

processo de industrialização, ocorrido no

fim do século XVIII.

A América Anglo-Saxônica é assim denominada por

ter sido colonizada principalmente por ingleses,

que deixaram uma grande influência cultural na

região, em especial o idioma inglês. Entretanto,

em uma parte do Canadá, houve também

colonizadores franceses, porém em menor número.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016.

Adaptação.

América Anglo-Saxônica

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O início da industrialização estadunidense foi desencadeado por uma série de fatores, entre os quais se destacam:

mercado consumidor interno, pois os pequenos produtores agrícolas tinham renda sufi-ciente para comprar as mercadorias produzidas pelas indústrias;

acumulação de capital originária de um modelo econômico voltado ao desenvolvimento interno. Os recursos obtidos com a agricultura, a pecuária e a mineração eram investidos nessas mesmas atividades, no desenvolvimento do comércio e nas atividades secundá-rias, como as manufaturas e, posteriormente, as indústrias;

numerosa mão de obra, representada basicamente por milhares de imigrantes europeus que se dirigiram ao país;

fontes de energia abundantes, constituídas pela força hidráulica dos rios, pelas jazidas de carvão e, mais tarde, pelo petróleo;

facilidades de transporte em virtude da vasta rede hidrográfica navegável e da constru-ção de grandes ferrovias ainda na primeira metade do século XIX, integrando boa parte do vasto território;

diversas invenções e diferentes aplicações técnicas, que eram estimuladas pela livre con-corrência entre os produtores;

rede urbana com cidades próximas a portos, ferrovias ou hidrovias e traçado largo das ruas para uma eficiente circulação de mercadorias e pessoas, etc.

Além disso, os Estados Unidos foram os grandes beneficiados economicamente pelas duas guerras mundiais ocorridas no século XX. Eles se tornaram, durante a Primeira Guerra Mundial, o principal exportador de produtos industrializados, em virtude da desestrutura-ção econômica e política da Europa nesse período. Assim, os países europeus se transfor-maram em grandes devedores dos Estados Unidos, criando um ciclo difícil de ser rompido.

O aumento da produtividade foi obtido porque houve mais planejamento e racionaliza-ção de atividades, que melhoraram a utilização do tempo, e porque as indústrias puderam absorver grande parte da mão de obra pouco especializada. Assim, durante a Segunda Guer-ra Mundial, esse país novamente se tornou o principal fornecedor de mercadorias à Europa.

Quando essa guerra terminou, os Estados Unidos emergiram como a única potência ca-paz de combater o avanço geográfico, econômico e ideológico do socialismo soviético. Além de incentivar a polarização entre o que era denominado mundo livre (mundo capitalista) e o mundo opressor do inimigo (mundo socialista), o governo estadunidense investiu pesada-mente no setor militar.

A importância do militarismo não foi apenas geopolítica, mas também econômica. Os grandes avanços tecnológicos da área militar, verificados desde a década de 1950, foram transferidos pouco a pouco para outros setores produtivos – de eletroeletrônicos, de máqui-nas e equipamentos, entre outros.

Desse modo, na década de 1970, já havia um novo modelo industrial desenvolvido gra-ças aos vários investimentos em ciência e tecnologia. As chamadas indústrias de ponta, ou seja, de grande aporte tecnológico, passaram a ser as de informática, eletrônica, biotecnolo-gia, aeroespacial e química fina.

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Geografia

Desde a década de 1950, os gastos do governo estadunidense com a defesa e a área mi-

litar em geral cresceram vertiginosamente. Na década de 1990, com o fim do comunismo e

a abertura de fronteiras e mercados nos países socialistas, os Estados Unidos lançaram uma

ofensiva em seu comércio exterior com o plano Iniciativa para as Américas, que pretendia

criar um comércio unificado do Alasca à Terra do Fogo, extremo sul do continente. Com essa

estratégia, procuraram se proteger da concorrência europeia e a dos países asiáticos.

A Nasa é um centro de referência mundial de ciência e tecnologia. Houston, Texas, EUA, 2016.

A criação da União Europeia e o avanço econômico do Japão

e dos Tigres Asiáticos poderiam prejudicar as transações comer-

ciais e financeiras dos Estados Unidos com o restante da América.

Nesse contexto, em 1994, surgiu o Acordo de Livre Comércio da

América do Norte (Nafta).

Tigres Asiáticos: grupo de quatro países asiáticos (Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan), que na década de 1970 tiveram um agressivo crescimento econômico- -industrial por causa da implantação de um modelo produtivo voltado às exportações.

Esse acordo (Nafta) surgiu como uma tentativa de consolidar o intenso comércio

entre Estados Unidos, Canadá e México e de enfrentar a concorrência asiática e

europeia. O bloco é fortemente centralizado nos Estados Unidos, que exercem

maior influência sobre os países-membros, a ponto de 80% das exportações e das

importações canadenses ocorrerem com esse país. Já o México fornece mão de

obra barata e mercado consumidor. Pelo livre fluxo de capitais e produtos, para

reduzir seus custos, algumas empresas estadunidenses mudaram sua produção

para o México. Além de resultar em uma reconfiguração no espaço econômico

da região, isso redundou no aumento do desemprego nos Estados Unidos e no

fechamento de pequenas empresas no México, que têm dificuldade de competir

com as multinacionais estadunidenses. Por pressão do governo dos Estados Unidos,

houve uma revisão nos termos do Nafta, sendo aprovado um novo acordo chamado

de Acordo EUA-México-Canadá (USMCA). Enquanto o Nafta vigorava por tempo

indeterminado, o novo tratado é válido por 16 anos com previsão de revisões das

regras a cada 6 anos, atualizando as relações comerciais entre os três países.

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No início da década de 1990, apesar de o dólar americano ter sofrido algumas desvalori-zações em relação ao iene japonês e ao euro, ele continuou sendo uma moeda importante. No mundo multipolarizado do século XXI, os Estados Unidos dividem a supremacia mundial com o Japão, com alguns países da União Europeia, como Alemanha e França, e com a China, que atualmente disputa com os EUA a hegemonia econômica mundial.

Blocos econômicos

Os blocos econômicos são associações feitas por países em busca de maior integração eco-nômica e comercial entre eles. Esses blocos restabelecem o equilíbrio de forças entre países e ampliam suas escalas de ação.

Existem diversos tipos de blocos econômicos, que variam de acordo com as intenções e os ob-jetivos de seus membros. Atualmente, os acordos comerciais entre os blocos econômicos vêm se tornando cada vez mais frequentes. Por exemplo, um país pertencente à União Europeia negocia com o Brasil tendo em vista a realização de trocas em todo o Mercosul. Os blocos regionais que integram o espaço mundial são de diversos tipos.

Área de livre comércio – estabelece isenção de tarifas para mercadorias produzidas e comer-cializadas entre os países-membros. Exemplo: Acordo EUA-México-Canadá (USMCA), que en-globa esses três países.

União aduaneira – abrange uma área de livre comércio entre os países-membros, isto é, sem tributos ou restrições para mercadorias produzidas e comercializadas dentro do bloco; e uma união aduaneira, isto é, a cobrança de tarifas de importação para transações fora do bloco. Entre alguns blocos desse tipo, é permitida também uma circulação mais facilitada de pessoas dos países-membros. Exemplo: Mercado Comum do Sul (Mercosul).

Mercado comum – ocorre maior integração entre os países-membros, com a livre circulação de mercadorias, serviços e, em parte, de pessoas, bem como a elaboração de leis em comum em diversos setores importantes, como ambientais e trabalhistas. Exemplo: União Europeia.

União econômica e monetária – estágio mais avançado, com o estabelecimento de uma moe-da, uma política monetária e um Banco Central comunitário. Há ainda um fórum político para a tomada de decisões. Exemplo: União Europeia.

Os mapas seguintes mostram a composição dos principais blocos econômicos do mundo atual. Além dos blocos destacados, há outros que não constam nos mapas por serem menores e mais regionais.

saiba mais

aduaneira: remete à aduana, ou

alfândega, local de registro ou taxação da entrada de mercadorias vindas de outros países.

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Geografia

Blocos econômicos

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

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Blocos Econômicos

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

atividades

1 Identifique, nos mapas Blocos econômicos, os blocos dos quais os países da América Anglo-Saxônica fazem parte. Cite-os.

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Organização do espaço econômicoO território dos Estados Unidos, o quinto maior em terras contínuas do mundo, está di-

vidido em 50 estados. Desses estados, 48 são contíguos e 2 são afastados: o Alasca, situado

no extremo noroeste da América; e o Havaí, no Oceano Pacífico.

Observe, no mapa, a divisão política desse país.

Estados Unidos: político

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Em linhas gerais, a organização do espaço econômico dos Estados Unidos abrange três

principais regiões geoeconômicas, também denominadas belts (cinturões): manufacturing

belt e sun belt, que abrangem parte do nordeste, do sul e do sudoeste do país, onde o des-

taque são as atividades industriais e de tecnologia; e os cinturões agrícolas, que compreen-

dem especialmente a região centro-leste, como o corn belt (cinturão do milho), o cotton belt

(cinturão do algodão) e outros voltados às atividades agropecuárias.

Grande complexo industrial Para entender a dinâmica e influente indústria estadunidense, é preciso analisar a distri-

buição territorial das jazidas de carvão e petróleo e de diversos recursos minerais.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

2 Qual é a importância dos blocos econômicos para os países que deles fazem parte?

3 Observando os mapas, identifique em qual bloco econômico o Brasil está inserido. Consulte a internet e pesquise mais sobre ele: seus objetivos, países-membros, importância para o Brasil, notí-cias recentes. Anote o resultado dessa pesquisa no caderno.

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Geografia

O carvão e o ferro, presentes sobretudo nos Montes Apalaches e na região dos Grandes

Lagos, favoreceram a criação do maior complexo industrial dos EUA, que conta ainda com a

facilidade do transporte hidroviário – adequado para cargas pesadas.

Essas condições facilitaram o desenvolvimento da siderurgia, setor importante para o

surgimento de outros tipos de indústria. A presença das jazidas de carvão e petróleo e a pró-

pria origem da ocupação do território tornaram a porção norte-oriental dos Estados Unidos

a área de industrialização mais antiga do país. Nessa região, também se concentram indús-

trias mecânicas e automobilísticas.

As reservas petrolíferas estão localizadas principalmente no sul e no sudoeste do país.

A economia do Texas, o segundo estado mais extenso, é baseada no petróleo e no algodão.

Existem ainda reservas significativas na Califórnia e no Alasca.

Identifique a localização das reservas petrolíferas dos EUA no mapa a seguir.

Estados Unidos: recursos minerais e fontes de energia

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Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Èditions Nathan, 2009. Adaptação.

Ao contrário das indústrias que dependem de carvão e ferro, as que utilizam petróleo

ou gás natural como fonte energética ou matéria-prima não precisam se instalar perto das

jazidas. Como os oleodutos e os gasodutos facilitam o transporte, os locais para a instalação

dessas indústrias podem ser definidos por outros fatores, como disponibilidade de mão de

obra, mercado consumidor e capital.

Embora sejam grandes produtores de petróleo, os Estados Unidos também importam

esse produto do México, da Venezuela e de países do Oriente Médio. Isso acontece por dois

motivos principais:

o elevado consumo de petróleo no país, apesar da redução nos últimos anos, quando

comparado a outras fontes de energia;

o país é exportador de derivados do petróleo, como querosene para aviação e óleos es-

peciais, produtos com maior valor agregado que o petróleo in natura.

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Quais são os impactos ambientais que os Estados Unidos, um dos países mais desenvolvidos do mundo, sofrem pelas atividades econômicas praticadas em seu território? Sobre esse assunto, pesquise, em fontes diversas, dois problemas ambientais relacionados à atividade petrolífera. Mencione o local onde aconteceram esses problemas, quais as causas e as consequências deles e as medidas tomadas para minimizar esses impactos.

pesquisa

A grande dispersão das jazidas de petróleo favoreceu a instalação de refinarias por todo

o território estadunidense. Além disso, foi um importante fator para a abertura de indústrias

em várias partes do país, não apenas na tradicional área do nordeste.

leitura cartográfica

Estados Unidos: localização industrial

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Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Éditions Nathan, 2009. Adaptação.

Com base nos mapas Estados Unidos: recursos minerais e fontes de energia e Estados

Unidos: localização industrial, responda às questões seguintes.

1 Existe alguma relação entre a localização espacial dos recursos minerais e das fontes de energia e o desenvolvimento industrial nos EUA? Justifique sua resposta.

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Geografia

2 Qual é a região mais industrializada dos EUA? Quais são os recursos naturais e as fontes de energia presentes nessa região?

3 No centro-sul e no sul dos EUA, há duas regiões industriais bem desenvolvidas. Quais são elas e quais são as principais indústrias instaladas?

4 O poder econômico dos Estados Unidos se fortaleceu mundialmente com a expansão internacio-nal de suas indústrias. Pesquise três indústrias multinacionais estadunidenses com filiais no Brasil. Anote o que elas produzem e onde se localizam. Depois, responda: Alguma dessas indústrias se localiza na unidade da Federação onde você vive? Sabe se existem indústrias brasileiras que fabri-quem o mesmo tipo de produto? Quais?

Já com um tradicional complexo industrial localizado nas porções nordeste e leste do

país, novos ramos industriais se instalaram na costa oeste, influenciados pelo crescimento

do setor militar e pelos rumos da Guerra Fria.

O desenvolvimento da indústria bélica levou à descoberta de

novos materiais – como algumas fibras sintéticas, utilizadas pos-

teriormente pelas indústrias têxteis – e ao aprimoramento dos

processos industriais. A dependência tecnológica desses setores

favoreceu a criação de um tecnopolo na região oeste do país.

O Parque Tecnológico de Stanford, conhecido como Vale

do Silício, foi criado em 1955, no estado da Califórnia. Nas pro-

ximidades da Universidade de Stanford, esse parque reúne

empresas inovadoras do ramo da informática e da microele-

trônica, cercadas por instituições de pesquisa. A utilização do

silício como matéria-prima industrial contribuiu para a expan-

são do parque, atraindo empresas ligadas às indústrias militar

e aeroespacial.

É um dos elementos químicos

mais abundantes na crosta da

Terra, constituindo 28% de sua

massa. Ele é encontrado nas

rochas, nas areias e nos solos.

O silício e seus compostos

são usados para formar ligas

com metais e aplicados em

painéis solares, chips de

computadores, monitores,

cimento, vidros, porcelanas,

vernizes, silicones e esmaltes.

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pesquisa

A localização desse parque industrial, na costa oeste dos Estados Unidos, está relaciona-da a questões estratégicas, além da proximidade com o silício. No auge da Guerra Fria, logo após a Guerra da Coreia (1950-1953), o governo estadunidense precisava ocupar essa região, inclusive no âmbito militar, por ser geograficamente mais próxima do inimigo soviético.

Na atualidade, esse parque é um dos mais modernos polos industriais do país, contrapondo--se ao da região nordeste, que surgiu ainda no século XIX e se desenvolveu com base em antigas fontes de energia e matéria-prima, como o carvão e o ferro. Isso faz com que o nordeste dos Estados Unidos, antes chamado de “cinturão industrial”, seja denominado hoje “cinturão da fer-rugem”, por causa do abandono de unidades produtoras em diversas cidades da região.

Isso ocorreu porque muitas indústrias se mudaram para áreas com menores custos de produção e, muitas vezes, com legislação ambiental menos rigorosa, especialmente para países em desenvolvimento, como México, Brasil e China. O caso mais emblemático dessa desconcentração industrial é o da cidade de Detroit, no estado de Michigan. Essa cidade já foi o berço de grandes montadoras de automóveis e uma das mais promissoras dos Estados Unidos na década de 1950. Atualmente, a situação econômica da cidade é preocupante, as-sim como as condições de vida de uma parcela significativa da população, que se encontra sem emprego. Isso porque, em especial nas duas últimas décadas do século XX, muitas mon-tadoras perderam espaço no mercado para outras potências industriais, como o Japão e a Alemanha. Em busca de menores custos tributários e de mão de obra, muitas montadoras transferiram suas unidades produtivas para outros lugares do país e do mundo, deixando, na cidade, fábricas abandonadas e milhares de desempregados.

A desconcentração industrial ocorrida em Detroit causou graves problemas socioeconômicos para a cidade. Realize uma pesquisa sobre as consequências desse processo na condição de vida de sua população, respondendo a estas questões:

Como era Detroit no auge do seu desenvolvimento econômico?

Quais as consequências da decadên-cia da economia de Detroit na quali-dade de vida da população?

Que dados sustentam a afirmação de que a cidade de Detroit é uma das mais pobres e violentas dos Estados Unidos?

Quais ações estão ocorrendo em Detroit para reverter o processo de decadência da cidade?

Existem outras cidades nos Esta-dos Unidos que também sentiram as consequências do processo de desconcentração industrial? Cite exemplos.

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Fábrica abandonada em Detroit, EUA, 2018

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Geografia

leitura cartográfica

Muitos cientistas afirmam que o aumento da temperatura da atmosfera, ocorrido com

mais intensidade nas últimas décadas, está relacionado à emissão de gases estufa, como o

CO (gás carbônico). A queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão, é um dos

fatores responsáveis pela liberação de gases estufa. O mapa a seguir mostra os países que

mais emitiram CO em 2014.

Nesse tipo de mapa, denominado anamorfose geográfica, a representação das áreas é

proporcional aos dados dos elementos presentes. Desse modo, um país que emite menos

CO está representado em tamanho menor que aquele que emite mais, independentemente

do tamanho real de seu território.

Planisfério: emissão de CO em 2014 (em mil toneladas)

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Fonte: BANCO MUNDIAL — Data. Disponível em: <https://data.worldbank.org/indicator/EN.ATM.CO2E.KT?view=map>. Acesso em: 15 jul. 2019. Adaptação.

1 De acordo com o mapa, qual país do continente americano mais emitiu CO na atmosfera em 2014?

2 Mundialmente, qual país foi o maior emissor de CO em 2014?

3 Por que nesses dois países há elevados índices de emissão de CO na atmosfera?

4 Em sua opinião, o que pode ser feito para reduzir o lançamento de CO na atmosfera?

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Uma agricultura modernizadaEm geral, nos países mais ricos, a produção agrícola é intensiva e emprega mais tec-

nologia que nos países pobres. No entanto, isso não significa que a agricultura tem papel

predominante no total da riqueza gerada naqueles países. De modo geral, quanto mais de-

senvolvido for o país, menor é a participação da agricultura no PIB.

Assim como em parte significante dos países europeus e no Canadá, nos Estados Unidos

os cultivos em geral são comerciais, pois estão voltados aos mercados de consumo interno

e externo. Ao contrário das culturas de subsistência, são cultivos típicos da economia capita-

lista desenvolvida e dominam amplamente o espaço agrário dos países mais desenvolvidos

na esfera econômica.

Tradicionalmente, a região agrícola por excelência dos Estados Unidos é a porção cen-

tro-leste. Em virtude das exportações agrícolas dessa região, foi possível financiar, em parte,

a industrialização do nordeste. Os produtos agrícolas ainda desempenham um papel impor-

tante nas exportações do país.

Observe, no mapa, as principais áreas de cultivo dos Estados Unidos.

Estados Unidos: principais áreas agrícolas

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Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Éditions Nathan, 2009. Adaptação.

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O espaço agrícola estadunidense é dividido em grandes áreas monocultoras, os deno-minados cinturões, com destaque para os cultivos de trigo, algodão e milho. Há também os cinturões pecuários do oeste (pecuária de corte) e do nordeste (pecuária leiteira).

Na região dos Grandes Lagos, onde há grande concentração populacional, predominam as culturas voltadas ao abastecimento urbano, como as de verduras e legumes, além da cria-ção de gado leiteiro e de aves. Já as regiões áridas são aproveitadas para a pecuária extensi-va. Mas existem muitas culturas irrigadas no oeste estadunidense.

O território do país, marcado tanto por áreas de inverno rigoroso quanto por áreas de clima semiárido e desértico, dificulta o desenvolvimento de um sistema agrícola artesanal. Isso exigiu investimentos em tecnologia e inovação, para obter maiores rendimentos agrí-colas. Desse modo, nos Estados Unidos, o uso da terra ocorre de forma intensiva. As médias e as grandes propriedades são exploradas com pouca mão de obra, alta tecnologia (uso de sementes selecionadas, fertilizantes e defensivos de combate a pragas) e mecanização, o que resulta em grandes rendimentos por área cultivada.

O uso de tecnologias resultou em profundas modificações no espaço agrícola estadunidense. Assim como ocorre no Brasil, nos Estados Unidos as terras agrícolas estão concentradas, cada vez mais, nas mãos de poucos proprietários. Além disso, o tamanho médio das propriedades mais do que triplicou. Esse fenômeno re-duziu quase pela metade a participação dos agricultores familiares

no valor de produção do país. Do mesmo modo, o êxodo rural se intensificou: a população que vivia e trabalhava nas fazendas passou de 30,1%, em 1920, para 1,9%, em 1995. Entretanto, di-ferentemente do que ocorre no Brasil, cerca de 70% das famílias estadunidenses que moram em zonas rurais têm renda maior que a média do país, proporção maior que a das famílias que residem em zonas urbanas.

Nos Estados Unidos, a agricultura familiar consiste em qualquer propriedade rural onde a pessoa ou a família seja proprietária de mais de 50% do negócio, sem considerar o tamanho da propriedade, a renda ou o número de empregados. Já no Brasil, para ser considerado um agricultor familiar, é necessário possuir uma área de até quatro módulos fiscais (medida que varia de 5 a 110 hectares, dependendo do município), com mão de obra e gerenciamento da própria família, e obter a maior parte da produção agropecuária.

©Jim Wark/AgStock / Alamy / Fotoarena

Vista aérea de cultivos agrícolas circulares irrigados em área de clima desértico. Nevada, EUA, 2015

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atividades

1 Qual foi o papel da tecnologia na transformação do espaço agrícola dos Estados Unidos?

2 Estabeleça semelhanças e diferenças entre o espaço agrícola dos Estados Unidos e o do Brasil.

3 Como o clima influencia a agricultura praticada em determinadas regiões dos Estados Unidos?

Comércio internacionalCom uma enorme e diversificada produção, e um grande mercado consumidor, os Esta-

dos Unidos mantêm um intenso comércio exterior. Para se ter uma ideia de sua importância

na economia do país, basta lembrar que as exportações estadunidenses em 2017 correspon-

deram a 9% do total mundial, perdendo somente para a China, com 12,4%.

Outro aspecto que evidencia sua grande potência econômica é o fato de o país ser o

maior exportador mundial de produtos de alta tecnologia. São exemplos os fabricados pelos

setores aeroespacial, eletroeletrônico, farmacêutico, de máquinas e equipamentos de pre-

cisão, automobilístico e de química fina. Destacam-se também as exportações de produtos

agrícolas, como o trigo e a soja.

Com grande rentabilidade na agricultura, os Estados Unidos diminuíram a importação de

produtos agrícolas. O governo do país costuma adotar medidas de proteção à agricultura,

oferecendo subsídios aos produtos nacionais, a fim de torná-los competitivos, ao mesmo

tempo em que impõe restrições aos importados, diminuindo a competitividade desses no

mercado estadunidense.

O país importa muitos produtos manufaturados, mas são de baixa complexidade tecno-

lógica, como alimentos, bebidas e têxteis, que custam bem menos que os produtos exporta-

dos pelo país.

Atualmente, no cenário econômico mundial, existe uma intensa disputa entre Estados

Unidos e China. Em 2018, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou medidas

protecionistas para fortalecer a indústria estadunidense, aumentando as tarifas sobre pro-

dutos chineses. Porém, o comércio bilateral é bastante necessário para o equilíbrio das duas

economias, pois a China é um dos principais fornecedores dos Estados Unidos, o que possibi-

lita que este país contenha sua inflação e que os empresários obtenham lucros. A compra de

produtos chineses pelos Estados Unidos garante o superávit da balança comercial chinesa.

Para resolver essas disputas, frequentemente os dois países recorrem à Organização Mun-

dial do Comércio (OMC), entidade que define as regras do comércio internacional e medeia

conflitos nessa área.

Observe, nas tabelas seguintes, os principais parceiros econômicos dos Estados Unidos

em 2017.

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Geografia

As tabelas seguintes mostram os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos no

ano de 2017. Observe-as.

olhar geográfico

Fonte: ESCRITÓRIO DO CENSO DOS ESTADOS UNIDOS. Principais parceiros comerciais: 2017. Disponível em: <https://www.census.gov/foreign-trade/statistics/highlights/top/top1712yr.html>. Acesso em: 22 jan. 2019.

ESTADOS UNIDOS: DIREÇÃO DAS

Posição País %

1 Canadá 282,4 18,3%

2 México 243,0 15,7%

3 China 130,4 8,4%

4 Japão 67,7 4,4%

5 Reino Unido 56,3 3,6%

6 Alemanha 53,5 3,5%

7 Coreia do Sul 48,3 3,1%

8 Países Baixos 42,2 2,7%

9 Hong Kong 40,0 2,6%

10 Brasil 37,1 2,4%

Fonte: ESCRITÓRIO DO CENSO DOS ESTADOS UNIDOS. Principais parceiros comerciais: 2017. Disponível em: <https://www.census.gov/foreign-trade/statistics/highlights/top/top1712yr.html>. Acesso em: 22 jan. 2019.

ESTADOS UNIDOS: ORIGEM DAS

Posição País %

1 China 505,6 21,6%

2 México 314,0 13,4%

3 Canadá 300,0 12,8%

4 Japão 136,5 5,8%

5 Alemanha 117,7 5,0%

6 Coreia do Sul 71,2 3,0%

7 Reino Unido 53,1 2,3%

8 Itália 50,0 2,1%

9 França 48,9 2,1%

17 Brasil 29,4 1,2%

Com base nas tabelas, responda às questões seguintes.

1 Tanto nas exportações quanto nas importações, o Canadá e o México aparecem entre os três princi-pais parceiros econômicos dos Estados Unidos. De acordo com o conteúdo estudado, por que existe

essa proximidade comercial entre os países citados?

2 É possível observar que, em ambas as tabelas, os cinco países que mais comercializam com os Esta-dos Unidos são quase os mesmos. Na tabela relativa às importações, qual é o país que mais exporta

para os Estados Unidos? Como é a relação comercial entre esses dois países?

3 Qual é a situação do Brasil no comércio dos Estados Unidos? Como se comportou a balança comer-cial brasileira em relação a esse país em 2017?

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Canadá: desenvolvimento industrial

Com uma superfície de 9 984 670 km², o Canadá é o país mais extenso da América e o

segundo maior do planeta – seu território é menor apenas que o da Rússia. Sua estrutura

produtiva moderna e diversificada o coloca entre os países mais desenvolvidos do mundo.

No passado, o território canadense foi disputado por franceses e ingleses, fato que

determinou peculiaridades culturais e políticas do país. Depois de vários conflitos entre a

França e a Inglaterra, um tratado firmado em 1763 garantiu o domínio inglês sobre todo o

território antes ocupado pelos franceses.

Predominantemente católicos, os franceses ocuparam a porção sul da atual província

de Quebec, e os ingleses, na maioria protestantes, fixaram-se na região que na atualidade

corresponde à província de Ontário. Essa divisão fez com que a colônia permanecesse dividi-

da entre esses dois territórios por muito tempo. Para eliminar os constantes conflitos entre

colonos ingleses e franceses, um ato britânico assinado em 1867 uniu os dois territórios sob

o nome de Domínio do Canadá.

Em 1926, assim como outras colônias do Reino Unido, o Canadá declarou sua independência

em relação à Inglaterra, porém o reconhecimento pela antiga metrópole só aconteceu em 1931.

Atualmente, o Canadá é constituído por três territórios e dez províncias. Os territórios

localizam-se ao norte do paralelo 60º, portanto em uma região desafiadora, sob ação do

clima polar. Embora essa área inóspita ocupe 40% do território canadense, a população des-

ses espaços representa apenas 3% da população total. Ao contrário das províncias, que têm

maior grau de autonomia em relação ao governo federal, os territórios estão sob a autorida-

de do Parlamento do Canadá.

Canadá: político

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Fonte: GOVERNMENT OF CANADA. Natural resources Canada. Disponível em: <http://ftp.geogratis.gc.ca/pub/nrcan_rncan/raster/atlas_6_ed/reference/eng/can_eng.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2019. Adaptação.

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Geografia

Organização do espaço econômico

A ocupação do Canadá foi similar à dos Estados Unidos, com atividades econômicas in-

troduzidas pela colonização europeia, baseadas no trabalho livre e na distribuição de peque-

nas e médias propriedades aos colonos.

Desse modo, as atividades agropecuárias e, posteriormente, a exploração mineral pos-

sibilitaram o acúmulo de capital, e a existência de um mercado consumidor interno tornou

possível a industrialização, que se iniciou no fim do século XIX.

Porém, o processo de industrialização do Canadá dependia fortemente de investimen-

tos ingleses e, depois da Primeira Guerra Mundial, dos estadunidenses.

Recursos minerais e industrialização O subsolo canadense apresenta grande variedade e abundância de recursos minerais.

O Canadá tem quase todos os minerais necessários à indústria moderna. Destaca-se princi-

palmente na produção de zinco, níquel, cobre, gás natural, prata e ferro, além de ser grande

produtor de carvão e petróleo. O país abriga mais da metade das empresas de mineração

públicas do mundo, e dois terços delas vêm explorando recursos minerais em outras partes

do mundo, em especial na América Latina, incluindo o Brasil. Infelizmente, relatórios têm

apontado a falta de responsabilidade das ações dessas empresas no exterior, associando-as

a impactos ambientais significativos e a conflitos com as comunidades locais.

Até as primeiras décadas do século XX, a exploração mineral e a industrialização eram

pouco intensas e limitadas a certos produtos. Nesse período, a economia do país era basea-

da na agricultura, sobretudo de trigo, e nos produtos extraídos da madeira.

leitura cartográfica

Canadá: recursos minerais e industriais

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Fonte: ATLAS National Geographic. São Paulo: Abril Coleções, 2008. Adaptação.

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1 Localize, no mapa, as principais regiões em que são encontrados os recursos seguintes.

a) Mineração:

b) Automóveis:

c) Petróleo:

d) Central nuclear:

2 Em que região a população se concentra em atividades da indústria e energia? Quais são as princi-pais atividades?

Durante a Primeira Guerra Mundial, o país se destacou na exportação de minérios. Ao longo da Segunda Guerra Mundial, quando a indústria europeia novamente se voltou às ne-cessidades da guerra, a produção do Canadá foi estimulada, e o país conseguiu exportar produtos industrializados para o carente mercado europeu, embora em escala menor que para os Estados Unidos.

A riqueza mineral e as fontes de energia do Canadá facilitaram sua industrialização. Em tempo relativamente curto, o país se tornou industrializado e passou a exportar não apenas cereais, papel e alguns minerais, mas máquinas e equipamentos agrícolas, aparelhos mecâ-nicos, veículos, etc. De modo simultâneo, desenvolveu uma avançada tecnologia, em setores mais ligados às atividades mais antigas, como pesquisa agrotécnica, equipamentos para mi-neração e maquinaria agrícola.

A região economicamente mais importante fica no sudeste do país, próximo aos Gran-des Lagos e ao vale do Rio São Lourenço, na fronteira com os Estados Unidos. É nela que se encontra a maioria das indústrias de bens de consumo, tanto duráveis quanto não duráveis.

O parque industrial mais moderno e de maior importância se localiza na província de Ontário, o que acentua a rivalidade com a província de Quebec, de maioria francesa.

As cidades que se destacam no centro e no oeste do país são centros industriais, de in-dústrias de base ou pesadas. Ao contrário das indústrias leves, elas estão desconcentradas, pois, em geral, localizam-se perto das fontes de energia e de matéria-prima. Os centros mais importantes são Vancouver, Edmonton, Calgary e Winnipeg.

Os principais setores industriais são o madeireiro e o metalúrgico. Em vários ramos, como o extrativismo mineral, o capital canadense e o estadunidense estão associados. Mas em setores como o petroquímico, o de transportes e o automobilístico, empresas dos Esta-dos Unidos exercem controle total.

Assim, a proximidade entre os Estados Unidos e o Canadá não é apenas geográfica, mas também econômica. As decisões sobre vários setores industriais da economia canadense dependem do mais antigo centro industrial dos Estados Unidos.

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Geografia

Comércio exteriorO Canadá depende economicamente dos Estados Unidos. O maior exemplo disso é o

fato de cerca de 75% das exportações serem absorvidas por este país. O Japão e outros países asiáticos, como a Coreia do Sul e a China, também comercializam com o Canadá, mas em escala menor.

No que diz respeito às importações, o México se tornou um parceiro importante do Ca-nadá. Contudo, a maior parte dos produtos importados ainda vem dos Estados Unidos e do Japão: equipamentos de transporte, produtos químicos, computadores e outros manufatu-rados. Do México, o país importa principalmente petróleo.

Com uma estrutura industrial relativamente diversificada – ou seja, que produz vários bens de consumo e de capital –, o Canadá participa ainda do comércio internacional como exportador de produtos de alta complexidade tecnológica, como máquinas e equipamentos.

Entretanto, nas exportações canadenses, as mercadorias mais importantes são: produ-tos agrícolas, como trigo e cevada; derivados de petróleo e gás natural; e minerais e metais, com destaque para o alumínio. A madeira é também uma importante fonte de divisas para o país, que está entre os maiores exportadores de celulose do mundo.

Depósito de madeira a céu aberto aguardando industrialização. Alberta, Canadá, 2012

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1 De que maneira os Estados Unidos se beneficiaram economicamente com as duas guerras mundiais que ocorreram no século XX?

2 Qual é a relação entre a densidade demográfica e a localização das indústrias nos Estados Unidos? Para responder, compare o mapa Estados Unidos: localização industrial, na página 10, com o mapa seguinte.

o que já conquistei

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Estados Unidos: densidade demográfica e principais zonas urbanas

Fonte: CHARLIER, Jacques (Org.). Atlas du 21e siècle. Paris: Éditions Nathan, 2009; ONU. Divisão de População. Perspectivas da urbanização mundial: população anual de aglomerados urbanos com 300 mil ou mais em 2018. Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/wup/DataQuery/>. Acesso em: 14 fev. 2019. Adaptação.

3 Sobre o Canadá, faça o que pede a seguir.

a) Que elementos da natureza se destacam na fronteira entre o Canadá e os Estados Unidos?

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Geografia

b) Com base nas características naturais do Canadá, explique por que a maior parte da população se concentra no sul do país.

c) Qual é a relação entre o desenvolvimento econômico do Canadá e sua linha de fronteira com os Estados Unidos?

d) Quais são os mais importantes recursos minerais do Canadá? Em que aspectos esses recursos favoreceram a industrialização do país?

4 O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) foi criado em 1994, com a intenção de favorecer a economia de México, Canadá e Estados Unidos, em relação ao avanço econômico do

Japão, dos Tigres Asiáticos e da Europa. De que modo esse acordo influenciou na reestruturação do espaço econômico de seus países-membros?

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capí

tulo Espaço econômico

da América Latina

5

A América Latina é formada por um verdadeiro mosaico de paisagens naturais, culturais e econômico-sociais que con-ferem à região características próprias que, em muitos casos, não são encontradas em nenhum outro lugar do globo. Como o Brasil faz parte dessa região, é importante conhecermos as especificidades regionais da América Latina, principalmen-te no que se refere ao espaço econômico. Isso porque, além das relações comerciais entre os países latino-americanos, é necessário compreender as potencialidades e as fragilidades econômicas da região no cenário mundial.

Observe a imagem. O que ela representa? Você saberia dizer qual é a relação dela com o conteúdo deste capítulo? Reflita e converse sobre isso com o professor e os colegas.

México: na fronteira entre dois mundos

Economia dos países da América Central

Importância econômica da América do Sul

O Brasil no contexto latino-americano

o que vocêvai conhecer

©Shutterstock/Oleg Elkov

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Geografia

Compreender a organização do espaço econômico de alguns países da América Latina.

Entender a influência estadunidense na configuração territorial e na organização do espaço econômico mexicano.

Conhecer as características econômicas da América Central, em especial as peculiari-dades envolvendo Cuba.

Compreender a importância econômica de alguns países da América do Sul no cenário latino-americano.

Entender o lugar do Brasil no contexto econômico e social latino-americano.

objetivos do capítulo

A economia da América Latina em números

Por muito tempo, boa parte da economia da América Latina esteve sujeita à influência dos Estados Unidos. Na atualidade, entretanto, essa região tem ampliado suas relações co-merciais com outros países, pois a competição entre as grandes empresas se intensificou globalmente, aumentando a dependência entre eles.

Além disso, a criação de blocos econômicos entre os países latino-americanos, como o Mercosul, impulsiona a integração comercial entre os países dessa região, reduzindo, em parte, a forte hegemonia econômica dos Estados Unidos na América Latina.

Observe os gráficos seguintes, que mostram os parceiros comerciais da América Latina no ano de 2017.

32,13

18,4

15,02

4,08

3,35

3,07

23,95

Estados Unidos

China

América Latina

Alemanha

Japão

Coreia do Sul

Outros países

44,76

15,31

10,34

2,23

2,19

2,04

23,13

Estados Unidos

América Latina

China

Canadá

Japão

Países Baixos

Outros países

América Latina: importações em 2017 América Latina: exportações em 2017

Fonte: BANCO MUNDIAL. Exportação, importação e balança comercial da América Latina e Caribe por país 2017. Disponível em: <https://wits.worldbank.org/CountryProfile/en/Country/LCN/Year/LTST/TradeFlow/EXPIMP/Partner/by-country#>. Acesso em: 1º. fev. 2019.

Fonte: BANCO MUNDIAL. Exportação, importação e balança comercial da América Latina e Caribe por país 2017. Disponível em: <https://wits.worldbank.org/CountryProfile/en/Country/LCN/Year/LTST/TradeFlow/EXPIMP/Partner/by-country#>. Acesso em: 1º. fev. 2019.

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Como estudamos anteriormente, a América Latina é formada por países da América

Central, da América do Sul e pelo México, que se situa na América do Norte.

Para o entendimento do espaço econômico da América Latina, serão considerados os

países com maior relevância econômica na região. Vamos começar pelo México, que apre-

senta características geográficas bastante peculiares.

México: na fronteira entre dois mundos

Ao norte, o México se limita com os Estados Unidos. Boa parte desse limite é representada

pelo Rio Grande, que nasce no oeste estadunidense e deságua no Golfo do México. É por isso

que se diz que a América Latina está ao sul do Rio Grande. O México faz parte da América do

Norte, regionalização baseada em critérios fisiográficos. Assim, esse país é latino-americano,

porém mantém relações bastante profundas com a América Anglo-Saxônica, especialmente

com os Estados Unidos.

Rio Grande na fronteira entre Estados Unidos e México

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Fonte: ATLAS National Geographic. São Paulo: Abril Coleções, 2008. Adaptação.

Organização do espaço econômico mexicano

Durante o Período Colonial, no México, assim como em toda a América espanhola, a

maior parte da riqueza produzida era enviada para a metrópole europeia, sob a forma de

tributos. A desigualdade social era imensa, e o que restava das riquezas se concentrava nas

mãos dos grandes fazendeiros, dos mineradores e do clero. Nesse período, a disputa pela

terra criou no país um grave problema agrário, que se mantém na base dos principais confli-

tos sociais e políticos, semelhante ao que vemos no Brasil.

Além da concentração de terras e da profunda desigualdade social, outros fatores in-

fluenciaram a formação socioeconômica do México, assim como de toda a América Latina:

falta de mercado consumidor, já que havia grande concentração de riqueza;

inexistência de investimentos produtivos destinados ao mercado interno, tanto por

desinteresse das classes dominantes quanto por falta de capital;

dependência e instabilidade econômica, pois a exportação dos produtos agrícolas de-

pendia das necessidades do mercado europeu.

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Geografia

Depois da independência do México em 1821, com o declínio da produção das minas, os

produtos agrícolas de exportação, como algodão, café, sisal e cana-de-açúcar, passaram a ser

parte importante da economia mexicana.

O México é um grande produtor de cana-de-açúcar. A cultura é realizada em terras quen-

tes da porção oriental. Sua produção é voltada ao mercado externo, mas grande parte é

consumida no próprio país.

Na porção ocidental, destacam-se os cultivos irrigados de frutas e legumes, produzidos

em grandes e médias propriedades, com altos custos de irrigação e mecanização, que exi-

gem importação de máquinas e equipamentos, sobretudo dos Estados Unidos. O mercado

consumidor é representado principalmente pela população das grandes cidades. A agricul-

tura começou a se modernizar a partir da década de 1960, e o emprego de técnicas avança-

das tem possibilitado conquistas notáveis.

Em relação ao restante da América Latina, o surgimento da indústria no México aconte-

ceu antes. No início do século XIX, já existiam indústrias siderúrgicas e de bens de consumo,

em especial as têxteis. No fim desse século, o país já contava com uma densa rede ferroviá-

ria, resultante principalmente da expansão das linhas estadunidenses. A comunicação ferro-

viária e marítima foi fundamental para o desenvolvimento industrial e a integração nacional.

A industrialização em direção ao interior passou a ser financiada pelo Estado, principal-

mente durante o governo nacionalista de Lázaro Cárdenas del Río (1934-1940). A porção nor-

te, ao contrário, recebia forte influência dos Estados Unidos, diretamente, com a instalação

de indústrias, ou pelo contato com técnicas administrativas e de produção mais avançadas.

As jazidas de petróleo se encontram no Golfo do México. Uma rede de oleodutos e

gasodutos faz a distribuição de petróleo e gás em todo o território nacional, com exceção da

porção noroeste. Observe o mapa seguinte.

México: petróleo e localização industrial

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Fonte: ATLAS National Geographic. São Paulo: Abril Coleções, 2008. Adaptação.

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Assim como no Brasil, as multinacionais são responsáveis, em grande parte, pela indus-trialização do México, sobretudo depois da Segunda Guerra Mundial. Entre as numerosas multinacionais que se instalaram no território mexicano, incluem-se as do setor automobilís-tico, como indústrias de autopeças e montadoras.

As primeiras montadoras que se estabeleceram no México foram as estadunidenses Ford, General Motors e Chrysler. Elas se instalaram no norte do território, próximas de seu país de origem, tornando mais fácil o intercâmbio com suas matrizes. Na década de 1980, montadoras europeias e asiáticas também se estabeleceram no México, como Volkswagen, Nissan e outras.

Para aproveitar a infraestrutura já existente, além da aglutinação de mão de obra e do mercado consumidor, as multinacionais se instalaram principalmente na Cidade do México, onde se concentra o maior parque industrial do país. Existem também várias indústrias nas cidades de Guadalajara e Monterrey. É nesta última que se concentra a maioria das indús-trias siderúrgicas do país.

No início da década de 1990, quase 50% das grandes empresas estavam localizadas pró-ximas à Cidade do México, ocupando 60% da população ativa no setor secundário. No início da década de 1960, para combater a concentração industrial, o governo criou oficialmente mais de 330 parques industriais, mas, no fim da década de 1980, apenas metade estava fun-cionando, muitos deles graças à presença de empresas estatais.

saiba mais

Operárias mexicanas trabalhando em indústria maquiladora têxtil. Ciudad Juarez, México, 2011

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Indústrias maquiladoras

Ao longo da fronteira com os Estados Unidos, estão instaladas indústrias denominadas “ma-quiladoras”, principalmente automobilísticas. As maquiladoras são empresas ligadas a grandes corporações, instaladas geralmente em países em desenvolvimento, que recebem os componen-tes necessários à produção de suas matrizes e realizam apenas a montagem final do produto, que depois será exportado.

As indústrias maquiladoras mexicanas apresentam etapas de produção e exportação direta-mente integradas às dos Estados Unidos. Algumas características e formas de atuação desse tipo de empresa são:

no México, são instaladas as indústrias de montagem, com empregados jovens e pouco qualificados, ganhando salários muito baixos;

nos Estados Unidos, ficam os centros de direção e organização empresarial, que cui-dam da administração geral, como estoque e comercialização. Muitas vezes, também é realizado o acabamento final de peças mon-tadas no México.

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Geografia

Essa modalidade produtiva oferece consideráveis vantagens às empresas transnacionais que a praticam: diminuição dos custos de produção, pelo emprego de mão de obra barata; facilidades administrativas; incentivos governamentais e isenções alfandegárias, para a importação das peças e exportação dos produtos já montados. Em consequência, há obtenção de maiores lucros na comer-cialização dos produtos finais, seja no mercado interno, seja pela exportação. No caso do México, a criação dessas indústrias ocorreu na década de 1960, com o propósito de reter em solo mexicano a força de trabalho que emigrava para os Estados Unidos, mas foi impulsionada com a criação do Nafta, em 1994. O acordo reduziu as taxas de importação entre os países-membros, possibilitando que empresas dos Estados Unidos deslocassem sua produção para o México.

Parte da população dos Estados Unidos critica as indústrias maquiladoras mexicanas, afir-mando que elas são responsáveis pela redução da oferta de emprego para os trabalhadores estadunidenses. Apesar de o Nafta prometer que reduziria a diferença salarial entre o México e os Estados Unidos, a desigualdade continua muito grande. Em certos casos, os trabalhadores mexicanos ganham até sete vezes menos que funcionários de fábricas que exercem a mesma função nos Estados Unidos. Isso estimula a migração de empresas estadunidenses para o Méxi-co, em busca da redução de custos com mão de obra.

Na atualidade, porém, o México vem investindo mais no desenvolvimento de mão de obra qualificada, especialmente na indústria automotiva. Aliado a isso, o fenômeno das maquilado-ras mexicanas teve, em parte, uma redução no impulso inicial, por causa do deslocamento de fábricas para a China, onde os custos com mão de obra são ainda mais baixos.

atividades

1 As informações apresentadas no texto da seção Saiba mais descrevem aspectos positivos e nega-tivos das indústrias maquiladoras no México. Analise essas informações considerando o ponto de vista do povo mexicano e o do estadunidense.

2 Qual foi o papel do Nafta no impulsionamento das indústrias maquiladoras?

3 No capítulo anterior, vimos que a cidade de Detroit, nos Estados Unidos, entrou em processo de de-cadência após uma intensa desconcentração industrial. Estabeleça uma relação entre o que ocorreu nessa cidade e o fenômeno das indústrias maquiladoras automotivas no México.

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América Central: político

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Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Economia dos países da América Central

A América Central, regionalização proposta com base em critérios fisiográfi-

cos, é composta de uma porção continental e outra insular. A parte continental une a

América do Norte à América do Sul. Já a parte insular é formada por um conjunto de

ilhas que constituem as Grandes Antilhas (Cuba, Jamaica, Costa Rica e outros países)

e as Pequenas Antilhas (Antígua e Barbuda, Dominica, Granada e outros países). Final-

mente, faz parte da América Central um arquipélago com 700 ilhas e cerca de 2 000

ilhotas e rochedos, que constitui um país chamado Bahamas. Por convenção, os países

da América Central são considerados latinos, embora alguns

deles tenham sido colonizados por países não latinos, como

Ilhas Virgens Britânicas (Reino Unido), Aruba (Países Baixos),

entre outros.

ilhotas: menores ilhas de um arquipélago; geralmente são desabitadas.

leitura cartográfica

Observe, no mapa América Central: político, os países que fazem parte dessa região e complete os itens seguintes.

a) Nome dos países que dividem uma ilha.

b) País que fica ao norte da Jamaica.

c) Países que fazem divisa com a Costa Rica.

d) País da América do Norte com o qual Belize e Guatemala fazem divisa.

e) País que faz fronteira com a Colômbia.

f) Dois países insulares mais próximos dos Estados Unidos.

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Geografia

Desde o Período Colonial, a América Central teve papel fundamental de interligação.

Para os espanhóis, as Antilhas serviam de escala entre o México e as suas colônias na Amé-

rica do Sul. Já a parte continental ligava os oceanos Pacífico e Atlântico, ou melhor, unia as

regiões produtoras de riquezas minerais das colônias espanholas à metrópole. O ouro e a

prata eram embarcados na costa do Pacífico, seguindo para o istmo do Panamá, onde eram

descarregados. Desse ponto, seguiam por terra até a costa do Atlântico para, finalmente,

serem embarcados nos galeões espanhóis.

Uma economia primária

A economia da América Central ainda apresenta traços do mo-

delo de exploração desenvolvido no Período Colonial, caracteriza-

do pelas plantations.

A base da economia de toda a região ainda é a agricultura, ha-

vendo também pequenos núcleos de exploração mineral. Contu-

do, depois de um período de forte instabilidade política, sobretu-

do nas décadas de 1970 e de 1980, o turismo tem se desenvolvido

na região.

Em razão da baixa qualidade das terras e da mão de obra barata e abundante na região,

as áreas ocupadas pela agricultura de subsistência são extensas e utilizam pouca tecnologia.

A agricultura mais produtiva, que re-

cebe maiores investimentos (muitas vezes

advindos de recursos estrangeiros), utiliza

equipamentos e técnicas mais modernos e

está voltada ao mercado exterior. Quando

os preços de produtos agrícolas no merca-

do internacional oscilam, isso tem um im-

pacto direto na economia desses países.

Os incentivos à exportação, muitas vezes,

comprometem a produção de alimentos

para o mercado interno, criando situações

de escassez e forçando a importação.

Quanto aos recursos minerais, a Jamai-

ca se destaca como produtora de bauxita.

Trinidad e Tobago, Aruba e Curaçao expor-

tam derivados de petróleo. A exportação

de banana é uma das principais fontes de renda em Honduras. Na Guatemala, em El Salvador,

na Nicarágua e na Costa Rica, o destaque fica para o café. O setor industrial e a produção mi-

neral são inexpressivos, destacando-se apenas algumas indústrias de produtos alimentícios e

de bens de consumo, como a de calçados e a têxtil.

Dos países da América Central, os que mais se destacam no cenário internacional são o

Panamá, por causa de sua posição estratégica materializada pelo Canal do Panamá, e Cuba,

pela sequência de eventos geopolíticos nos quais esteve envolvido nas últimas décadas.

plantations: sistemas agrícolas nos quais se cultivava um só produto em grandes extensões de terra, voltados ao mercado externo e estruturados sobre grande quantidade de mão de obra escrava.

O café é uma das principais atividades econômicas da Guatemala. Santiago Atitlan, 2013.

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Cuba

A independência de Cuba foi conseguida com o apoio dos Estados Unidos, em 1898. En-

tretanto, após esse acontecimento, os Estados Unidos passaram a exercer grande influência

econômica e militar na ilha, chegando a possuir cerca de 75% da terra arável, 90% dos ser-

viços essenciais e 40% da produção de açúcar. Em 1952, Fulgêncio Batista assumiu o poder

com um golpe de estado, apoiado pelos Estados Unidos, e instalou um governo ditatorial.

Esse contexto, aliado às grandes desigualdades socioeconômicas da população cubana, in-

centivou uma revolução popular. Em 1959, Fidel Castro, líder da revolução, conquistou o

poder e instaurou um governo de caráter socialista, apoiado pela União Soviética. Em plena

Guerra Fria, os Estados Unidos responderam rompendo relações diplomáticas com a ilha.

Organização do espaço econômicoAs primeiras medidas tomadas por Fidel Castro foram a reforma agrária, que rompeu

com o histórico domínio dos latifundiários sobre a maioria da população, e a nacionalização

das empresas estrangeiras, a maior parte delas estadunidenses.

Paralelamente, no campo, o incentivo à modernização das

cooperativas camponesas e às fazendas estatais contribuiu

para a expansão dos cultivos e o aumento da produtividade,

principalmente da cana-de-açúcar, do tabaco e do café.

Com o fim da Guerra Fria e o ingresso de quase todos os

países socialistas na economia de mercado, Cuba passou a en-

frentar uma grave crise econômica. Afinal, após a revolução, a

ilha deixou de fazer parte do mercado internacional. Seu isola-

mento foi agravado ainda pelo embargo econômico imposto

pelos Estados Unidos em 1962. Para pressionar outros países

a fazer o mesmo, os Estados Unidos previram sanções às em-

presas estrangeiras que mantivessem negócios com Cuba, o

que impactou gravemente a economia cubana.

Desde 2004, a estratégia principal de Cuba para enfrentar as dificuldades tem sido in-

vestir na especialização de seus principais produtos de exportação (açúcar, níquel e tabaco),

visando aumentar sua competitividade no mercado internacional.

Em 2007, Raúl Castro, que substituiu seu irmão Fidel Castro no poder, anunciou medidas

econômicas para elevar a produtividade e atrair investimentos estrangeiros. Em 2018, Mi-

guel Díaz-Canel assumiu o poder, começando uma reforma constitucional, aprovada em 24

de fevereiro de 2019.

O Canadá tem sido um valioso parceiro comercial de Cuba, além de contribuir para o

turismo cubano enviando milhares de turistas, que levam divisas ao país caribenho. Com a

reaproximação diplomática entre Cuba e Estados Unidos em 2015, o embargo foi ameniza-

do, mas as relações se deterioraram novamente no início do governo de Donald Trump, em

2017. A ONU criticou a posição dos Estados Unidos e, por meio de uma resolução, pediu o fim

do bloqueio, entretanto essa resolução tem encontrado bastante resistência no congresso

estadunidense, que é o único capaz de suspender o embargo comercial.

A cana-de-açúcar é um dos principais produtos de exportação de Cuba. Colheita na Província Sancti Spiritus, Cuba, 2012.

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Geografia

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7.

ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Além da agricultura de subsistência, a América Central insular apresenta atividades agrí-

colas voltadas ao mercado externo. Como o comércio interno de alimentos é afetado pelas

políticas de exportação de produtos agrícolas? Discuta a questão com o professor e os cole-

gas. Escreva um texto sobre essa relação entre a oferta de alimentos no mercado interno e

a produção que visa ao mercado externo.

Importância econômica da América do Sul

A América do Sul é formada

por 12 países e 1 enclave colo-

nial – a Guiana Francesa. Os paí-

ses sul-americanos apresentam

níveis de desenvolvimento eco-

nômico e social diferentes, com

algumas economias marcada-

mente agrícolas e outras já em

níveis mais avançados de indus-

trialização e tecnologia. Todos

eles são importantes no cenário

latino-americano, seja econô-

mica, social ou politicamente,

mas, por questões práticas, ape-

nas alguns serão destacados

neste capítulo.

América do sul: político

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Venezuela: riqueza do petróleo

Até o início do século XX, a Venezuela manteve sua tradição colonial de país agroexpor-

tador. Os principais produtos exportados eram café e cacau, que ainda representam impor-

tantes fontes de divisas.

Com o início da exploração do petróleo, a economia da Venezuela passou por um profun-

do processo de modernização e diversificação, com importantes investimentos públicos no

setor industrial e de infraestrutura, principalmente urbana.

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Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a intensificação da hegemonia estadunidense em todo o continente, as empresas dos Estados Unidos passaram a comandar a exploração de petró-leo. Desde a década de 1960, porém, a Venezuela propõe a nacio-nalização de todas as atividades ligadas à exploração e ao benefi-ciamento do petróleo.

O país detém a maior reserva mundial de petróleo cru e ajudou a fundar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

O processo de industrialização da Venezuela teve início em meados da década de 1930, com investimentos de capital nacio-nal. Depois da Segunda Guerra Mundial, os investimentos passa-ram a ser preferencialmente estadunidenses e voltados às indús-trias pesadas ou de bens de produção. A intervenção do estado na economia do país cresceu na década de 1960, intensificando--se com a nacionalização do petróleo, ocorrida em 1975. A partir de 1960, a Venezuela passou a empregar a renda da exploração do petróleo no desenvolvimento de outros setores da economia, principalmente na industrialização.

Desde a década de 1960, o governo incentiva a migração das atividades industriais para além de Caracas, o que levou à criação de um polo industrial em Ciudad Guayana e ao desenvolvimento de cidades menores do interior, como Puerto la Cruz e San Cris-tóbal. Além do petróleo, a Venezuela apresenta outros recursos naturais consideráveis, como o gás natural, a bauxita e o ferro.

A Opep é uma organização intergovernamental criada em 1960 por Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela. Posteriormente, outros dez países juntaram-se a ela: Catar (1961), que encerrou a sua adesão em janeiro de 2019; Indonésia (1962), suspensa desde novembro de 2016; Líbia (1962); Emirados Árabes Unidos (1967); Argélia (1969); Nigéria (1971); Equador (1973); Angola (2007); Gabão (1975); Guiné Equatorial (2017); e Congo (2018). Os objetivos da Opep são: coordenar as políticas de petróleo entre os países-membros, garantindo os preços do produto no mercado internacional por meio da regulação da oferta, e assegurar o fornecimento de petróleo para os países consumidores e a remuneração dos investidores.

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Argélia

Angola

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Guiné Equatorial

Gabão

Irã

Iraque

Kuwait

Líbia

Nigéria

Catar

Reservas mundiais de petróleo cru: participação dos países da Opep: 2017 (em bilhões de barris e %)

Produção de petróleo bruto entre países-membros da Opep: 2017 (%)

Fonte: OPEP. Dados do petróleo: montante. Disponível em: <https://asb.opec.org/index.php/interactive-charts/oil-data-upstream>. Acesso em: 29 jan. 2019.

Desde o final do governo de Hugo Chávez, em 2013, a Venezuela enfrenta uma crise econômico-social relacionada à excessiva de-pendência econômica do petróleo, agravada pelas instabilidades políticas do governo de Nicolás Maduro, sucessor de Chávez

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Geografia

na presidência do país. De acordo com o governo venezuelano, existem boicote e embargo

dos Estados Unidos, além de uma suposta tentativa de golpe de Estado. Já o governo estadu-

nidense acusa o governo de Maduro de não ser democrático e de causar a grave crise social

e econômica que atinge milhões de venezuelanos. O FMI estima

que, em 2018, a inflação acumulada da Venezuela tenha sido de

população. De acordo com a organização não governamental Co-

ligação de Organizações pelo Direito à Saúde e à Vida (Codevida),

em 2017, 61% das famílias venezuelanas viviam em situação de ex-

trema pobreza. Diante dessa situação, milhares de pessoas estão

migrando para outros países da América Latina, incluindo o Brasil.

inflação: aumento persistente dos preços em geral, de que resulta uma contínua perda do poder aquisitivo da moeda.

Leia a notícia a seguir, destacando as informações que estão relacionadas ao assunto em

estudo.

olhar geográfico

Venezuelanos buscam tesouro em rio poluído para vender e ter o que comer

Scott Smith, Em Caracas (Venezuela), 11/01/2018

Ángel Villanueva se movia nas águas turvas do rio Guaire, um canal pútrido que serpenteia pela capital venezuelana [Caracas], na esperança de encontrar algum tesouro.

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Caracas: imagem de satélite

Fonte: ©Google Earth/Data SIO, NOAA, U.S. Navy, NGA, GEBCO. Image © 2019 Maxar Technologies . Adaptação.

Enfiou as mãos no leito do canal pouco profundo, afastando o rosto do cheiro fétido. Depois se levan-tou, deixando que terra e pedras caíssem entre seus dedos e buscando um fecho de colar, anéis perdidos ou qualquer outro precioso pedaço de metal que pudesse vender para conseguir comida. [...]

Fonte: SANDRONI, Paulo. Novíssimo dicionário de Economia. São Paulo: Best Seller/Círculo do Livro, 1999. p. 301.

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As imagens de venezuelanos pobres buscando comida no lixo em Caracas se transformaram em um símbolo da profunda crise econômica no que foi um dos países mais ricos da América Latina. [...]

A água está muito suja, pois o canal recebe a chuva de ruas e encanamentos, assim como rejeitos indus-triais [...].

Toda manhã, os catadores descem ao Guaire de seus bairros nos morros. Alguns envolvem a ponta dos dedos com fita adesiva para se proteger de cortes e infecções, ignorando qualquer possível efeito preju-dicial em longo prazo de passar horas dentro da água suja todos os dias. [...]

O Banco Interamericano de Desenvolvimento in-terveio em 2012 com um empréstimo de US$ 300 mi-lhões para um ambicioso projeto de construir usinas depuradoras e tratar os resíduos que chegam ao rio.

Quase seis anos depois, a água continua suja e o projeto de limpeza conseguiu só uma pequena parte de seu objetivo.

[...]

Villanueva não conhece ninguém que tenha morrido em um riacho, mas há muitas histórias de outros que foram arrastados e nunca mais vistos. O acúmulo de nuvens e o aparecimento de mais lixo que o nor-mal nas margens rio acima lhe avisam que a água está subindo, e ele tem menos de 15 minutos para sair.

De acordo com o texto, faça o que se pede.

1 Explique as razões sociais que levam as pessoas a entrar no rio Guaire.

2 Quais os motivos que ocasionaram a degradação das águas do rio Guaire?

3 Segundo o texto, quais os riscos de se passar muito tempo dentro do canal do rio Guaire?

4 Na cidade onde você mora existe algum rio poluído como o Guaire? Caso positivo, qual é o nome dele e as condições em que ele se encontra? A prefeitura de seu município tem realizado medidas para despoluí-lo?

5 O texto listou algumas ações que seriam utilizadas para despoluir o rio Guaire, mas que não foram efetivadas. Quais são elas? Na sua opinião, o que wmais pode ser feito para despoluir um rio?

Ao lado de uma saída de esgoto no Rio Guaire, pessoas procuram objetos de metal para revender. Caracas, Venezuela, 2017

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VENEZUELANOS buscam tesouro em rio poluído para vender e ter o que comer. Disponível em: <https://noticiais.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2018/01/11/venezuelanos-se-arriscam-em-rio-poluido-de-caracas-em-busca-de-metal-para-vender-e-ter-o-que-comer.htm>. Acesso em: 15 maio 2019.

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Chile: características de um país predominantemente andino

O Chile é um país predominantemente andino, pois a Cordilheira dos Andes domina as paisagens naturais de quase todo o território chileno. Sua principal divisão regional está no sentido norte-sul e é definida, sobretudo, pelas condições climáticas.

Organização do espaço econômicoNo Período Colonial, a região em torno da cidade de Santiago abastecia de alimentos e

carne as zonas mineiras centrais (Peru e Bolívia). Nessa região, o clima é favorável à agricultura e à criação de gado. Atualmente, ela representa a principal área de cultivos irrigados do país.

A modernização agrícola foi possível graças a vultosos investimentos realizados a partir da década de 1960. Desde então, as grandes propriedades rurais passaram a ser legalmente obrigadas a realizar a irrigação em pelo menos 80 hectares de terra.

Os principais produtos cultivados nessa região são cereais, frutas e legumes, que, com o pescado, representam uma importante parcela das exportações.

Além da região de Santiago, centro geoeconômico do país, o Chile apresenta dois distin-tos conjuntos espaciais: o norte e o sul. No norte, onde há o Deserto de Atacama, o clima é árido, mas os oásis permitiram o desenvolvimento de uma agricultura altamente especializa-da, como a de uvas para a fabricação de vinho.

No entanto, no restante da região, agricultores pobres praticam agricultura de subsis-tência e, principalmente, a criação extensiva de gado. Sem dúvida, a produção mineral é a principal atividade do Atacama, com destaque para as jazidas de cobre e salitre. Há também depósitos de prata, ferro, manganês, zinco e ouro.

No sul do país, o clima rigoroso de inverno favorece principalmente a prática da pecuária intensiva e a vinicultura.

No Chile, a atividade mineral foi a principal fonte de acumulação de capital de investido-res nacionais e estrangeiros, sendo a responsável pela industrialização do país. As principais indústrias existentes são desse setor.

O subsolo apresenta recursos minerais, como ferro, manganês e cobre. Existem ainda re-servas de carvão, o que estimulou o desenvolvimento da indústria siderúrgica. No entanto, a riqueza vinda da exploração mineral oscila de acordo com os preços no mercado internacio-nal, deixando a economia chilena vulnerável: se os preços estão baixos, os ganhos também são menores; se a demanda internacional for baixa, a economia interna do Chile também sofre os efeitos da redução da exportação.

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Vinícola em Copiapó, região próxima ao deserto do Atacama, no norte do Chile, onde as uvas são produzidas graças a eficientes técnicas de irrigação, 2016

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O Chile é o maior produtor de cobre do mundo. Em 2017, esse minério e seus derivados com-puseram cerca de metade das exportações do Chile. A China é a principal compradora desse pro-duto, especialmente com o crescimento da industrialização e urbanização desse país, que au-mentou a demanda de cobre, pois ele é essencial na fabricação de cabos condutores de energia elétrica, eletroeletrônicos, como computadores e celulares, e tubulações.

Porém, a mineração de cobre está li-gada a diversos impactos ambientais no Chile, como erosão, desmatamento e con-taminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas. Além disso, muitas vezes, o trabalho nas minas é arriscado e não cum-pre as normas de segurança, resultando em graves acidentes. O mais conhecido mundialmente ocorreu em 2010, quando 33 mineiros ficaram presos por mais de dois meses a 622 metros de profundidade, na Mina San José, no norte do Chile.

saiba mais

Levando em consideração os aspectos de interdependência que ocorrem a partir do pro-

cesso de globalização mundial, relacione o desenvolvimento econômico chileno ao desem-

penho da economia chinesa, destacando também a influência das oscilações do mercado

internacional nas economias locais.

Paraguai: uma história de isolamento

O Paraguai, assim como a Bolívia, é um país sul-americano que

não tem saída para o mar. Essa característica geográfica influen-

ciou o desenvolvimento econômico do país, pois o isolamento

dificultou as relações econômicas paraguaias com o mercado in-

ternacional. Durante o Período Colonial, ao contrário dos demais

vizinhos sul-americanos, não havia no país minas nem extensas

plantações tropicais que permitissem a exploração do espaço.

Além disso, a distância em relação aos principais portos impediu o

território de se tornar uma zona agroexportadora.

Sob esse aspecto, na região, não houve poderosos

encomenderos, donos de minas e grandes comerciantes.

O sistema de encomienda regia a

exploração da terra nas colônias

espanholas. O encomendero,

que recebia do governo

espanhol a posse sobre a terra,

tinha o direito de recrutar os

indígenas para o trabalho sem

remuneração na agricultura.

Outro sistema de exploração

era a mita, já utilizado por

incas e astecas, segundo o qual

os indígenas recebiam terras

para fazer suas plantações,

mas, em troca, deveriam

prestar serviços nas minas.

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A mina de Chuquicamata é a maior do Chile e uma das maiores minas a céu aberto do mundo.

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Geografia

Organização do espaço econômicoO território atual do Paraguai pode ser dividido em duas regiões bem distintas. O oeste

e o norte correspondem à região do Chaco, que ocupa grande parte da superfície total do país, porém é relativamente pouco habitado.

Grande parte do Chaco paraguaio é constituída por áreas semiáridas, onde se desen-volvem apenas arbustos espinhosos. A principal atividade econômica dessa região é o ex-trativismo vegetal, sobretudo do quebracho-vermelho, árvore da qual se extrai o tanino, substância usada no curtimento de couro. Entretanto, o crescimento lento dessas árvores representa uma ameaça para a economia de tanino, pois as colheitas podem ser mais rápidas que os esforços de reflorestamento.

As atividades primárias concentram a maior parte da mão de obra do Paraguai, sobretu-do em razão do baixo grau de mecanização da agricultura.

As principais cidades são Assunção, capital do país, e Ciudad del Este. Elas formam o eixo econômico do Paraguai, onde se encontra a BR-277, uma das principais vias de escoamento das exportações paraguaias. Essa via leva esses produtos ao Porto de Paranaguá, localizado no estado do Paraná, em território brasileiro. Outra via usada para a exportação é o próprio Rio Paraguai, em direção ao Estuário do Prata.

Na área de fronteira com o Brasil, principalmente em torno de Ciudad del Este, há ex-pressiva presença de brasileiros, a maioria empresários e pequenos produtores de soja e algodão.

Nas áreas de maior umidade, próximas aos rios Paraguai e Pilcomayo, sujeitas a inunda-ções durante o verão, desenvolve-se a pecuária bovina extensiva em grandes propriedades. A finalidade principal dessa atividade é a exportação de carne. Em alguns locais da região, é cultivado o algodão, também voltado ao mercado externo.

O leste do país corresponde à denominada Mesopotâmia Paraguaia, situada entre os rios Paraguai e Paraná. Nessa região, concentram-se as principais atividades econômicas do país, bem como a maior parte da população. Sob influência do clima tropical úmido, as atividades produtivas de maior destaque são: na porção florestal, extração vegetal, particu-larmente de madeira (ébano e cedro) e de erva-mate; na porção central principalmente, pro-dução agropecuária – soja, algodão, milho, trigo, tabaco, cultivos de subsistência e pecuária.

Hidrelétrica Itaipu Binacional é uma fonte de receita importante para o Paraguai, 2013.©Antoine Boureau / Photononstop / Alamy / Fotoarena

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A exportação de energia elétrica é uma das grandes fontes de renda do Paraguai, visto que o país utiliza apenas uma pequena parcela da energia produzida nas usinas de Itaipu (construída em parceria com o Brasil) e de Yacyretá (construída em parceria com a Argenti-na). O país obtém cerca de 2 bilhões de dólares anuais graças ao fornecimento de energia.

Participando do Mercosul, o país tenta diminuir o déficit de sua balança comercial e sua tradicional instabilidade política. Nesse sentido, Brasil é um grande parceiro comercial do Paraguai. Em 2017, a maior parte das exportações paraguaias teve como destino o Brasil, que é o segundo país do qual o Paraguai mais importa, atrás apenas da China. As relações com o Brasil vêm se intensificando cada vez mais, especialmente porque o Paraguai oferece facilidades para instalação de indústrias em seu território.

olhar geográfico

Brasileiros abrem 7 de cada 10 indústrias no Paraguai

Sete em cada dez indústrias que se instalaram no Paraguai nos últimos cinco anos são de brasileiros, segundo dados do governo local.

Em comum, os que buscam o país vizinho como alternativa são empresários de setores que morrem no Brasil, vítimas de uma perda crônica na capacidade de competir.

Eles foram atraídos por uma vertiginosa diferença (para menos) nos custos trabalhistas, na conta de energia elétrica e nos impostos, capaz de tirar do vermelho suas margens de lucro e recolocá-los, com preços competitivos, na disputa global por consumidores.

[...]

[...] empresas brasileiras se habilitaram a entrar no regime de maquila – em que a produ-ção é 100% exportada e, com isso, paga-se menos imposto. [...].

"A indústria é nômade, ela se move. Assim como um dia saiu dos Estados Unidos rumo à China, as que estão no Brasil, vendo facilidades dentro do Mercosul, buscam essas alternati-vas", afirma Júlio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desen-volvimento Industrial (Iedi). [...]

CARNEIRO, Mariana. Brasileiros abrem 7 de cada 10 indústrias no Paraguai. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/12/1947163-brasileiros-abrem-7-de-cada-10-industrias-do-paraguai.shtml>. Acesso em: 31 jan. 2019.

De acordo com o texto e seus conhecimentos sobre o assunto, faça o que se pede.

1 Quais os motivos para a migração de muitas indústrias brasileiras para o Paraguai?

40

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Geografia

2 Compare o processo de migração industrial brasileiro para o Paraguai com o que ocorreu nos Esta-dos Unidos nas últimas décadas do século XX, em direção ao México e à China.

3 Relacione a produção de energia elétrica no Paraguai como atrativo para a instalação de indústrias brasileiras nesse país.

4 Quais as facilidades que as indústrias brasileiras veem no Mercosul que estimulam as relações co-merciais entre Brasil e Paraguai?

Uruguai: organização espacial – agropecuária

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Fonte: ATLAS National Geographic. São Paulo: Abril Coleções, 2008. p. 93. Adaptação.

Uruguai e a forte economia agropecuária

O Uruguai passou a integrar o comércio internacional em meados do século XIX, como fornecedor de produtos agropecuários, principalmente carne, couro e trigo.

Atualmente, as atividades econômicas uruguaias ainda estão relacionadas à agropecuá-ria, não só por predominar na ocupação do espaço, mas também por abastecer as principais indústrias do país (têxteis e frigoríficas), além de representar a maior parte das exportações. Com importantes investimentos, a atividade agropecuária uruguaia se destaca pela elevada produtividade.

No mapa seguinte, observe três principais formas de ocupação do espaço uruguaio.

41

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[...]

O grito de independência ocorreu pós-2002, quando a grande crise político-econômica argentina de 2001 chegou do outro lado do rio da Prata, fazendo com que argentinos retirassem suas poupanças dos bancos uruguaios e, com isso, praticamente quebrassem o sistema bancário local. O país conheceu a pobreza e a recessão, mas também colocou seus burocratas e economistas para trabalhar.

O segredo do Uruguai não foi fazer grandes reformas, mas sim ajustes em suas prioridades. Os principais, no redirecionamento das exportações agropecuárias ‒ agora para Ásia e Europa, com certificado de qualidade (princi-palmente quando a carne argentina se viu atingida pela febre aftosa), investimento em energia renovável [...] e na diversificação de produção, com investimentos nas áreas de serviços ‒ vendendo-os aos argentinos ‒ e de tecnologia.

Mas a menina dos olhos da economia uruguaia dos últi-mos anos passou a ser o turismo, hoje responsável por 8% a 10% do PIB nacional, segundo dados do governo. [...]

Zonas francas de isenção fiscal foram criadas, assim como estímulos para a inovação na agro-pecuária. Os gastos em pesquisa científica e aplicada à produção de alimentos cresceram em mais de 70%.

Enquanto isso, o Uruguai foi também se descolando da dependência da performance econô-mica do Brasil e da Argentina. De 2001 a 2018, as exportações para esses dois países caíram de 37% para 19%. [...]

saiba mais

COLOMBO, Sylvia. Sob governo de centro-esquerda, economia uruguaia cresce há 15 anos. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/12/sob-governo-de-centro-esquerda-economia-uruguaia-cresce-ha-15-anos.shtml>. Acesso em: 31 jan. 2019.

Argentina: uma potência regional?

A área platina, principalmente no entorno da cidade de Buenos Aires, foi a região que

mais se desenvolveu na Argentina, em virtude de sua grande importância estratégica, e ain-

da por concentrar a maior parte das atividades econômicas do país.

Na segunda metade do século XIX, as principais atividades econômicas eram a agrope-

cuária e o comércio, ambas influenciadas diretamente pelo capital britânico, investido na

ocupação de novas terras, na modernização agrícola, na construção de estradas de ferro, etc.

O processo de industrialização iniciou-se apenas no começo do século XX e vinculava-

-se às atividades econômicas tradicionais. Eram indústrias alimentícias, frigoríficas, entre

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A soja é destaque nas exportações do Uruguai. San Jose, Uruguai, 2011.

42

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Geografia

outras. Assim como nos principais países latino-americanos, como Brasil, México e Chile, as duas guerras mundiais possibilitaram a industrialização, estimulando-a por meio da substi-tuição de importações.

Organização do espaço econômicoO clima temperado úmido e a abundância de água doce na região do Pampa favorecem

o desenvolvimento de vários cultivos, principalmente cereais, produtos hortifrutigranjeiros e forragens. Com o solo intensivamente utilizado, essa região é responsável por dois terços do total da produção agrícola do país e pela maior parte do valor total da atividade pecuária (bovinos e ovinos).

Na região do Pampa, localiza-se o maior parque industrial do país, com destaque para as indústrias têxteis, de produtos alimentícios, de artefatos de couro, mecânicas, químicas, de material elétrico e de material de transporte, a qual inclui a indústria automobilística.

O espaço correspondente ao Chaco argentino (nordeste), território litigioso com o Paraguai durante a Guerra do Paraguai, corresponde a uma imensa planície ladeada pelo Rio Paraguai. Nele se desenvolve, sobretudo, a pecuária extensiva de bovinos. Obras de irrigação facilitam o desenvolvimento de cultivos de cana-de-açúcar, fumo e banana.

A Mesopotâmia Argentina é a região compreendida entre os rios Paraná e Uruguai, onde predominam a pecuária extensiva e os cultivos de algodão e milho. No extremo norte, é feito o cultivo da erva-mate.

As regiões mais distantes do centro econômico do país localizam-se a oeste, nos contra-fortes dos Andes, constituindo uma faixa que se alonga de norte a sul. Ao norte (Puna), corres-pondem a áreas semiáridas e, ao sul (Patagônia), frias. Em ambas, há a necessidade de obras de irrigação para viabilizar a produção agrícola. As cidades principais são Salta, San Juan e Mendoza, famosa por sua indústria vinícola.

A oeste de Mendoza, na frontei-ra com o Chile, destacam-se áreas de exploração de petróleo, o que originou o desenvolvimento de in-dústrias petroquímicas e de mate-rial plástico. A extração de petróleo e gás natural também ocorre na Pa-tagônia, além da pecuária de ovinos.

Argentina: energia e indústria

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Fonte: ATLAS National Geographic. São Paulo: Abril Coleções,

2008. p. 84. Adaptação.

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O Brasil no contexto latino-americano

Entre o final de 2010 e 2011, uma pesquisa perguntou a 1 881 brasileiros como eles se sentiam em relação à sua identidade nacional/regional.

Observe os resultados dessa pesquisa no gráfico seguinte:

1%

1%

1,20%

4,70%

15%

77%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Não sabe/não respondeu:

Cidadão do Mercosul:

Sul-americano

Latino-americano

Cidadão do mundo:

Brasileiro:

Nota-se que a maior parte dos entrevistados se veem como brasileiros e apenas pouco mais de 4% se declararam latino-americanos. A mesma pergunta foi feita na Argentina, Chi-le, Colômbia, Equador, México e Peru. Nesses países, cerca de 43% dos entrevistados respon-deram que se sentem latino-americanos, um resultado bastante superior à média brasileira. Qual seria motivo para essa grande diferença?

Realize dez entrevistas com pessoas adultas, que podem ser familiares ou amigos, todos brasileiros. Peça a eles que respondam como se sentem em relação à identidade nacional. Ofereça a eles as seguintes alternativas: latino-americano, sul-americano, brasileiro, cidadão do Mercosul, cidadão do mundo.

A partir dos dados levantados, elabore um gráfico de barras, a fim de facilitar a visualização dos resultados. Depois, abaixo do gráfico, escreva uma conclusão sobre os resultados obtidos na pesquisa.

pesquisa

Você se sente...

Fonte: INSTITUTO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS; USP; CEBRAP. O Brasil, as Américas e o mundo, segundo a opinião do público e dos líderes: 2010/2011-2014/201_. p. 20. Disponível em: <https://cebrap.org.br/wp-content/uploads/2017/09/Brasil_Ame%CC%81ricas%E2%80%93mundo.pdf>. Acesso em: 1º. fev. 2019.

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Geografia

De acordo com Fernando Mourón, pesquisador da Universidade de São Paulo, alguns

motivos justificam a baixa identificação do brasileiro com a América Latina, entre eles:

ter sido o único país da América colonizado por portugueses e, portanto, o único onde a

língua espanhola, muito associada à América Latina, não é oficial;

a independência da América espanhola ter sido conquistada por meio de guerras contra

a Espanha, enquanto a do Brasil foi declarada pelo próprio imperador;

o extenso tamanho territorial, que dificultou conexões com outros países.

a economia, que demorou a se abrir aos países vizinhos.

Atualmente, o Brasil vem saindo desse isolamento, especialmente em virtude das carac-

terísticas do comércio mundial, que leva os países a manter intensas relações internacionais.

Nesse contexto, o Brasil configura-se um dos países mais importantes da América Latina,

e seu desempenho econômico está atrelado a diversos outros países latinos em menor ou

maior grau, mas especialmente aos países que compõem o Mercosul.

Observe os dados da balança comercial de alguns dos países que mais se relacionam

comercialmente com o Brasil.

Exportação Importação

China 21,81 China 18,12

Estados Unidos 12,47 Estados Unidos 16,66

Argentina 8,09 Argentina 6,26

Países Baixos 4,25 Alemanha 6,12

Japão 2,42 Coreia do Sul 3,48

Exportação Importação

Brasil 18,49 China 21,79

Argentina 15,68 Brasil 16,77

Coreia do Sul 7,77 Argentina 12,51

Estados Unidos 7,40 Estados Unidos 8,00

Japão 7,23 Peru 6,55

Exportação Importação

Brasil 15,94 Brasil 26,71

Estados Unidos 7,74 China 18,41

China 7,41 Estados Unidos 11,41

Chile 4,49 Alemanha 4,83

Vietnã 3,89 México 3,11

Exportação Importação

China 27,58 China 23,83

Estados Unidos 14,44 Estados Unidos 18,05

Japão 9,31 Brasil 8,62

Coreia do Sul 6,19 Argentina 4,50

Brasil 4,97 Alemanha 4,07

Exportação Importação

China 18,78 China 20,03

Brasil 16,46 Brasil 19,47

Zonas Francas 16,42 Argentina 12,58

Estados Unidos 5,81 Estados Unidos 10,91

Argentina 5,54 México 2,6

Exportação Importação

Brasil 31,97 China 30,92

Argentina 13,10 Brasil 23

Chile 7,25 Argentina 10,28

Rússia 6,91 Estados Unidos 8,30

Turquia 3,33 Países Baixos 3,84

Fonte: BANCO MUNDIAL. Estatísticas do comércio por país/região. Disponível em: <https://wits.worldbank.org/countrystats.aspx?lang=en>. Acesso em: 1º. fev. 2019.

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atividades

1 Leia e interprete os dados apresentados nas tabelas. Em seguida, faça o que se pede.

a) Quais países da América Latina apareceram como os maiores exportadores e importadores em 2017?

b) Quais os dois países não latinos que aparecem em praticamente todas as tabelas apresentadas. Por que isso ocorre?

c) Qual país da América Latina exportou mais para o Brasil em 2017? E qual mais importou do Brasil nesse mesmo ano? O que esses países têm em comum?

2 Qual é o papel da América Latina na balança comercial brasileira?

3 Faça uma análise do papel do Brasil na balança comercial dos países mostrados na tabela.

Para os países da América Latina e, em especial para a América do Sul, o Brasil é um país muito importante economicamente. Além da sua importância econômica, a participação em blocos econômicos, como o Mercosul, estimulou ainda mais a integração do país com os seus vizinhos sul-americanos, pois é possível viver, estudar e trabalhar regularmente, com pouca bu-rocracia, nos países que fazem parte desse bloco, assim como em alguns países associados a ele.

Descubra se há alguém que mora na sua cidade que veio de um país do Mercosul ou de um país associado a ele. Quais os motivos para a vinda dessa pessoa? Ao encontrar essa pessoa pergunte a ela o que motivou a sua vinda para o Brasil. Na sua opinião, quais atitudes podem ser tomadas para integrar ainda mais o Brasil à América Latina? Converse com o pro-fessor e seus colegas sobre essas questões.

1 De acordo com os estudos do capítulo, complete corretamente as frases com as palavras abaixo.

eletricidade multinacionais maquiladoras plantations petróleo turismo

a) A economia da América Central ainda apresenta traços do modelo de exploração desenvolvido

na época colonial, caracterizado pelas .

b) A exploração de é a principal riqueza econômica da Venezuela.

c) Em virtude das usinas de Itaipu e Yacyretá, a exportação de é uma das principais fontes de renda do Paraguai.

o que já conquistei

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Geografia

d) Denominadas , essas indústrias são bastante comuns no espaço eco-nômico mexicano e, mais recentemente, paraguaio.

e) O tem sido uma importante fonte de divisas para Cuba e Uruguai.

f) Tanto no Brasil quanto no México, a industrialização se impulsionou, sobretudo, depois da

Segunda Guerra Mundial, com a chegada de empresas .

2 Com base no mapa “México: petróleo e localização industrial”, da página 27, responda às questões seguintes:

a) As indústrias ligadas à extração petrolífera se concentram em qual região do México?

b) Quais são as duas regiões do México em que há gasodutos? Cite duas importantes cidades industriais que dependem deles.

3 Estabeleça uma relação entre as características naturais da Argentina e as atividades agropecuárias desenvolvidas no país.

4 Analise o mapa “Uruguai: organização espacial – agropecuária”, na página 41, e descreva as princi-

pais informações contidas nele.

5 De acordo com o conteúdo estudado no capítulo, dê exemplos da influência dos Estados Unidos no cenário econômico latino-americano ao longo do tempo.

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capí

tulo População

americana6

A imagem acima mostra a fronteira entre México e Estados

Unidos. Entre as bandeiras dos dois países, há uma frase em

espanhol que diz: “Nascemos na América, somos americanos”.

Afinal, quem são os americanos? Nós, brasileiros, também so-

mos americanos? Converse sobre essas questões com seus

colegas e o professor.

A população americana é formada pelos habitantes da

América do Sul, América Central e América do Norte. Em 2016,

a população das Américas ultrapassou um bilhão de habitan-

tes que falam predominantemente línguas originárias do latim

(português, francês e espanhol), os demais falam o inglês, de

origem anglo-saxônica.

População da

América Anglo-

-Saxônica

População latino-

-americana:

panorama

Urbanização e

desigualdade social

Migrações americanas

o que vocêvai conhecer

©Meghan Dhaliwal/The New York Times /Fotoarena

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Geografia

Refletir o modo como a população americana está distribuída no continente ame-ricano, apontando características regionais.

Compreender as principais características demográficas do continente americano.

Identificar similaridades e diferenças entre as populações de alguns países americanos.

Compreender as causas das desigualdades sociais associadas à urbanização.

Entender os fluxos migratórios que ocorrem na América, identificando suas causas e consequências.

objetivos do capítulo

A população das Américas

Quase todos os países americanos compartilham uma característica comum: a colonização

europeia. Esse fato propiciou uma conexão entre as populações desse continente, resultante

da imposição das línguas matrizes das principais potências colonizadoras (Portugal, Espanha,

França e Inglaterra) sobre as populações locais. Entretanto, séculos de dominação promove-

ram uma grande miscigenação entre europeus, povos nativos e africanos escravizados.

Desse modo, a população americana apresenta um mosaico de características semelhan-

tes e diferentes entre si, resultantes dos processos históricos e geográficos de sua formação.

Com pouco mais de um bilhão de habitantes, a população americana está distribuída

irregularmente no continente, como podemos observar no mapa a seguir.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 70. Adaptação.

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América: densidade demográfica – 2015

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atividades

Com base no mapa anterior, descreva o modo como a população americana está distribuída no con-tinente, explicando os motivos naturais e históricos que condicionaram essa ocupação.

População da América Anglo-Saxônica

A população dessa porção do continente americano apresenta-se irregularmente distri-buída no território, concentrada em regiões mais vantajosas em termos de recursos naturais e econômicos, como a região litorânea, as planícies e zonas temperadas e úmidas.

Na América Anglo-Saxônica, está localizado um dos países mais populosos do mundo: os Estados Unidos. A participação do Canadá no total da população é de pouco mais de 10%.

Estados Unidos

Em 2019, com uma população estimada de 329 milhões de habitantes e uma densida-de demográfica de cerca de 33,5 hab./km2, os Estados Unidos são o terceiro país mais popu-loso do mundo.

A composição étnica de sua população é bastante variada, pois os Estados Unidos são um país que, historicamente, recebe muitas pessoas vindas de outros países.

País Habitantes em 2019*

China 1 433 784

Índia 1 366 418

Estados Unidos 329 065

Indonésia 270 626

Brasil 211 050

Fonte: ONU. World Population Prospects 2019. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/>. Acesso em: 29 abr. 2019.*Estimativa.

72,40%

12,60%

4,80%

0,90%

Brancos

Negros

Asiáticos

Ameríndios

EUA: composição populacional – 2010

Fonte: CIA. O livro de fatos do mundo: guia de perfis de países – Estados Unidos. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-world-factbook/geos/us.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.

50

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Geografia

Os Estados Unidos são considerados um país urbano, no qual 82,3% da população vive

nas cidades. Algumas delas compõem grandes aglomerados urbanos, como Nova Iorque,

com 18,8 milhões de habitantes, e Los Angeles, com 12,4 milhões.

leitura cartográfica

De acordo com os conteúdos estudados nos capítulos anteriores, analise o mapa “Esta-

dos Unidos: densidade demográfica e principais zonas urbanas”, na página 22, e explique por

que as densidades demográficas diminuem de nordeste para sudoeste e por que elas são

mais baixas no oeste do país.

Canadá

Em 2018, o Canadá tinha aproximadamente 35 milhões de habitantes e uma densidade

demográfica de apenas 3,9 hab./km². Em parte, as baixas densidades demográficas estão

relacionadas à paisagem natural, pois grandes extensões do território ainda são forma-

ções florestais variadas e, no extremo norte do país, existem regiões cobertas de gelo, que

são improdutivas.

Assim como as atividades econômicas, a maior concentração populacional do país está

no sudeste e na extensão de toda a fronteira com os Estados Unidos – nas proximidades dos

Grandes Lagos e, principalmente, no vale do Rio São Lourenço.

Fonte: ONU. Divisão de População. Perspectivas da urbanização mundial: população anual de aglomerados urbanos com 300 mil ou mais em 2018. Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/wup/DataQuery/>. Acesso em: 14 fev. 2019. Adaptação.

Canadá: densidade demográfica e principais zonas urbanas

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Mais de 81% da população canadense vive nas cidades. Ottawa,

a capital, conta com mais de 1 milhão de habitantes. As duas

maiores cidades do país são Toronto, com 6 milhões de habitan-

tes, e Montreal, com mais de 4 milhões. A terceira maior cidade

canadense é Vancouver, com 2,5 milhões de habitantes, localizada

na costa oeste.

A principal característica da população canadense é sua hetero-

geneidade, com destaque para os povos europeus, como ingleses,

franceses, escoceses, irlandeses, alemães, italianos, entre outros.

Chineses e indianos constituem aproximadamente 10% da popula-

ção. Estima-se que 2% sejam indígenas, incluindo os inuítes.

São um dos três povos aborígines

do Canadá, juntamente aos

métis e aos povos denominados

“primeiras nações”.

Conhecidos popularmente

como esquimós, os inuítes

vivem em comunidades em

todo o norte canadense.

Parte dessa diversidade está relacionada ao grande desenvolvimento econômico do país

no século XX, quando, devido à escassez de mão de obra, o Canadá adotou uma política de

aceitar imigrantes, sobretudo trabalhadores qualificados. Como o crescimento vegetativo da

população canadense é pequeno, e a densidade demográfica, muito baixa, essa política ajuda

a superar a redução da população economicamente ativa.

População latino-americana: panorama

A população da América Latina totalizou 644 milhões de habitantes em 2018. Cerca de

80% vivem nas áreas urbanas de grandes e médias cidades. Em função das características his-

tóricas e culturais, os principais grupos étnicos latino-americanos são formados por descen-

dentes de espanhóis e portugueses, negros e indígenas.

Assim como no capítulo anterior, por questões práticas, vamos nos ater às características

populacionais de apenas alguns países da região.

México

Depois do Brasil, o México é o país de maior população absoluta de toda a América Lati-

na, com mais de 125 milhões de habitantes, dados de 2018. Seu crescimento demográfico foi

um dos mais acelerados entre os países que apresentam desenvolvimento socioeconômico

equivalente.

Atualmente, a taxa de crescimento anual está um pouco acima de 1%. Nos países mais de-

senvolvidos, essa taxa costuma ser menor, isto é, possuem um crescimento populacional muito

pequeno. O índice de população urbana no México aproxima-se de 78,8%.

A população mexicana se distingue de várias outras da América Latina pela presença dos

mestiços de indígenas e brancos. Isso ocorreu porque havia, antes do período colonial, um

grande número de povos nativos na região, sobretudo no território asteca. Segundo dados

de 2012, do total da população, 62% são mestiços, 28% são indígenas e 10% de outras etnias,

principalmente descendentes de espanhóis. Comparado ao Brasil, esses dados apresentam

uma diferença marcante.

52

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Geografia

Observe o gráfico a seguir.

México: composição populacional – 2012

Fonte: CIA. O livro de fatos do mundo: guia de perfis de países – México. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-world-factbook/geos/us.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.

62%

Mestiços (indígenas e brancos)

28%

Indígenas

10%

Outras etnias

Apesar de compor uma grande parcela da sociedade mexicana, a população indígena tem sido alvo de atitudes discriminatórias, que reforçam sua condição de desigualdade perante as demais. Muitos povos têm sido espoliados historicamente, resultando na falta de acesso aos direitos fundamentais, como a educação. De acordo com o último censo, realizado em 2010, 28,2% da população indígena não sabe ler nem escrever. Além disso, os conflitos por territórios indíge-nas são bastante comuns, especialmente cobiçados por mineradoras e garimpeiros.

Brasil: composição populacional – 2017

Fonte: IBGE. Características gerais dos domicílios e dos moradores: PNAD contínua 2017. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101566>. Acesso em: 14 fev. 2019.

8,60%

Negros

1%

Asiáticos e indígenas

46,80%

Pardos

43,60%

Brancos

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Cidade do México, capital do México, apresenta uma das maiores concentrações populacionais do mundo.

Cuba

Após Fidel Castro conquistar o poder em 1959 e instaurar um governo de caráter socia-lista, a prioridade do governo cubano foi ampliar a oferta de serviços de saúde e educação para a população. Essas medidas, associadas à política de eliminação do desemprego, foram determinantes para romper com os péssimos indicadores sociais que ainda caracterizam muitos países da América Central. Atualmente, Cuba possui um índice de analfabetismo em

53

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Venezuela

Antes do desenvolvimento da indústria do petróleo na Vene-

zuela, sua população era composta basicamente por descendentes

dos povos nativos e colonizadores espanhóis. Com o crescimento

dessa indústria a partir de 1950, o governo venezuelano passou a

estimular a imigração de pessoas para trabalhar no campo, especial-

mente colombianos e europeus, substituindo a população que mi-

grava para as cidades. Também favoreceu a chegada de imigrantes

qualificados para trabalhar em todos os setores da economia. A par-

tir de então, houve maior miscigenação e crescimento populacional.

A riqueza do petróleo favoreceu a implementação de políticas

sociais, que reduziram a pobreza, que era de quase 50% em 1999

para cerca de 27% em 2011, aumentaram a escolaridade e diminuíram a mortalidade infantil,

garantindo o acesso à água tratada e ao saneamento. Porém, desde 2014, a queda dos pre-

ços do petróleo e a crise política reduziram drasticamente a qualidade de vida da população

venezuelana, o que desencadeou a migração de aproximadamente 3 milhões de pessoas,

que se dirigiram especialmente para a Colômbia.

Chile

No início do século XVIII, a Capitania-Geral do Chile tinha cerca de meio milhão de ha-

bitantes, número muito menor que o de outras regiões da América espanhola. Atualmente,

porém, esse número é de 17,9 milhões (2018).

As décadas de 1960 e 1970 marcaram o período de maior urbanização do país, que hoje

é de 87,6%. Em grande parte, essa tendência foi estimulada pelo Estado, que, voltado ao

projeto de modernização do país, investiu em infraestrutura urbana. Dos adensamentos

populacionais, 90% localizam-se em torno da capital, Santiago, que possui 6,6 milhões de

torno de 0,2%. Na área da saúde, ocorreu uma drástica redução da mortalidade infantil, que

atualmente é de 4,4 por mil nascidos vivos. Para se ter uma ideia, o índice brasileiro é quase

quatro vezes superior: 16,9 por mil. Os índices cubanos são semelhantes aos de muitos países

desenvolvidos e estão associados aos elevados investimentos do país em saúde e educação.

O incentivo à modernização do campo intensificou a urbanização. Dados de 2018 reve-

lam que 77% da população de 11,1 milhões de habitantes vive nas cidades. Na maior cidade,

Havana, habitam 2,1 milhões de pessoas.

Fonte: CIA. O livro de fatos do mundo: guia de perfis de países – Cuba. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-world-factbook/geos/cu.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.

Cuba: composição populacional – 2012

64,10%

Brancos

26,60%

Pardos

9,30%

Negros

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Fluxo de migrantes venezuelanos na fronteira entre San Antonio del Táchira, na Venezuela, e Cucuta, na Colômbia, 2016

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Geografia

Chile: composição populacional – 2012

Fonte: IBGE. Características gerais dos domicílios e dos moradores: PNAD contínua 2017. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101566>. Acesso em: 14 fev. 2019.

88,90%

10,80%

Brancos e não indígenas

Indígenas

habitantes. Também se destacam a área conurbada de Viña del Mar e Valparaíso, e a cidade

de Concepción, que tem um complexo industrial diretamente vinculado à capital chilena.

Ao longo da extensão dos Andes e em áreas de clima árido (ao norte), as cidades têm pouca

concentração populacional, com infraestrutura bastante reduzida e atividades econômicas

concentradas no setor primário. As principais são Antofagasta, Iquique e Copiapó, direta-

mente subordinadas à capital.

conurbada: é a área de crescimento de duas ou mais cidades até o ponto em que as áreas dessas cidades se fundem criando uma única mancha urbana.

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

Chile: político

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Bo

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Argentina

O Pampa argentino concentra mais de 70% do total dos 44,6 milhões de habitantes do

país (2018), sobretudo na região metropolitana de Buenos Aires.

Essa região soma mais de 15 milhões de habitantes, constituindo-se a terceira maior

região metropolitana da América Latina, atrás apenas das regiões de São Paulo e da Cidade

do México. Além da capital, as principais cidades argentinas estão no Pampa: Rosário

55

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Cerca de 97,2% da população argentina é descendente de europeus, principalmente

espanhóis e italianos, e de mestiços, descendentes de europeus e indígenas. Os indígenas

representam 2,4%, e os africanos, 0,4%:

Argentina: composição populacional – 2012

CIA. O livro de fatos do mundo: guia de perfis de países – Argentina. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-world-factbook/geos/ar.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.

97,20%

Europeus (espanhóis e italianos)e mestiços (brancos e indígenas)

2,40%

Indígenas

0,40%

Africanos

A Argentina apresenta um dos maiores ín-

dices de população urbana da América Latina:

92,5% do total nacional. Entretanto, nem sempre

a infraestrutura das cidades cresce de modo pro-

porcional para atender à grande demanda popu-

lacional, o que pode resultar em falta de moradia

e emprego. Na Argentina, assim como no Brasil,

esse processo acelerado de crescimento fez sur-

gir organizações sociais que buscam melhores

condições de vida nas áreas urbanas.

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Argentina: político

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. Adaptação.

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Villa 31, a favela mais antiga de Buenos Aires, que tem passado por um processo de urbanização, 2014.

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Geografia

Fontes: ATLAS National Geographic. São Paulo: Abril Coleções, 2008. p. 85.; ONU. Divisão de População. Perspectivas da urbanização mundial: população anual de aglomerados urbanos com 300 mil ou mais em 2018. Disponível em: <http://esa.un.org/unpd/wup/DataQuery/>. Acesso em: 14 fev. 2019. Adaptação.

Assim como no Brasil, nas últimas décadas, o intenso processo de urbanização ocorrido na Argentina não foi acompanhado de um planejamento urbano eficiente, o que resultou no aumento do número de pessoas vivendo em condições precárias de emprego e moradia. Do mesmo modo, existem muitos movimentos sociais brasileiros que lutam para proporcionar o acesso à moradia digna e a melhores condições de vida para população mais pobre. Pesquise esse assunto na inter-net, procurando responder às questões a seguir.

Quais os nomes dos movimentos brasileiros e onde eles atuam?

Quais são as principais reivindicações desses movimentos para solucionar o déficit de moradia nas grandes cidades brasileiras?

Para você, qual é a importância das reivindicações desses grupos?

Em dia agendado pelo professor, apresente o resultado de sua pesquisa em forma de texto, com o título: Quais são e como atuam os movimentos sociais por moradia no Brasil.

pesquisa

leitura cartográfica

Argentina: densidade demográfica e principais zonas urbanas

Analise os mapas “Argentina: densidade demográfica e principais zonas urbanas”, nesta página, e “Argentina: energia e indústria”, na página 43, e escreva sobre as relações existentes entre a densi-dade demográfica e a produção industrial.

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Uruguai

O Uruguai é um dos países menos populosos da América do Sul, com aproximadamente 3,3 milhões de habitantes. O Paraguai tem quase o dobro desse número (7 milhões), e a Argentina tem mais de dez vezes (44,6 milhões). Mas não é o número de habitantes que de-fine se um país é mais ou menos desenvolvido social e economicamente. O baixo índice po-pulacional do Uruguai é resultado, entre outros fatores, de sua história, da forma de explo-ração do território e de sistemas de segurança social, saúde e educação bem desenvolvidos.

Até o século XIX, a população do território uruguaio era muito reduzida e predominan-temente mestiça. Em meados do século XIX, quando o Uruguai passou a integrar o comércio internacional como fornecedor de produtos agropecuários, ocorreu um rápido crescimento econômico e o país passou a atrair imigrantes europeus, com destaque para espanhóis e italianos. Porém, o fluxo de imigrantes não foi tão intenso quanto os ocorridos no Brasil e na Argentina. Além disso, ocorreram no país algumas levas de emigração em massa, em razão de problemas econômicos e políticos.

Uruguai: composição populacional – 2011

CIA. O livro de fatos do mundo: guia de perfis de países – Uruguai. Disponível em: <https://www.cia.gov/library/publications/resources/the-world-factbook/geos/uy.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.

2,40%

Indígenas

87,70%

População branca

4,60%

Negros

Paraguai

A maior parte da população de 7 milhões de pes-soas reside na metade oriental do país, já que, a oeste, se localiza o Chaco. Embora represente 60% do territó-rio, essa região, em virtude de sua planície semiárida, não apresenta boas condições para a habitação. No Paraguai, 61,6% da população vive em áreas urbanas.

O país tem um grande histórico de mobilidade po-pulacional com o Brasil. É o segundo país onde mais vivem brasileiros no exterior (300 mil), atrás apenas dos Estados Unidos. Em meados do século passado, muitos brasileiros se dirigiram ao país vizinho para trabalhar na agricultura e na construção da Usina de Itaipu. Atualmente, a estabilidade econômica do país tem atraído muitos brasileiros em busca de oportuni-dades, especialmente no setor industrial.

Aproximadamente 95% da população é mestiça de espanhol e indígena. Em razão da marcante presença da população indígena, a língua guarani é considerada oficial no país, jun-tamente ao espanhol.

Centenas de pessoas e veículos cruzam diariamente a Ponte da Amizade, entre Brasil e Paraguai. Ao fundo, Ciudad del Este, Paraguai, 2015.

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Geografia

Urbanização e desigualdade social

A América é um continente essencialmente urbano, onde cerca de 80% da população

vive em cidades. As regiões metropolitanas de Nova Iorque, Los Angeles, São Paulo, Rio de

Janeiro, Buenos Aires e Cidade do México, por exemplo, são consideradas algumas das mais

populosas do mundo.

Os grandes centros urbanos possuem alta densidade demográfica, pois atraem pes-

soas em busca de mais oportunidades de emprego e estudo. Entretanto, muitas vezes, sem

planejamento urbano apropriado para comportar o crescimento populacional, esses locais

também intensificam os problemas sociais, que se traduzem em habitações precárias, altos

índices de pobreza, criminalidade e violência. Essas questões atingem níveis alarmantes em

muitos países, não apenas da América Latina, mas também da América Anglo-Saxônica, em-

bora em menor grau. Toronto, por exemplo, a maior cidade canadense e destino de muitos

migrantes, tem apresentado aumento na desigualdade de renda em relação a outras cidades

do Canadá. Isso ocorre em virtude do aumento do custo de vida na cidade e do desemprego,

fazendo com que a população mais pobre se estabeleça na periferia. A taxa de desemprego

nessa cidade, inclusive, é maior entre etnias não brancas e estrangeiras, mostrando também

o impacto histórico do racismo e colonialismo em sua sociedade.

atividades

Complete as afirmações usando as palavras do quadro abaixo.

Chile Paraguai Estados Unidos Uruguai Canadá

Paraguai Brasil Argentina Cuba Venezuela México

a) País mais populoso do continente americano: .

b) Nesse país, existem duas línguas oficiais, entre elas o guarani, em razão da forte presença da população indígena e seus descendentes: .

c) A composição étnica de sua população é composta principalmente por pessoas de diversas etnias europeias: .

d) Um dos países menos populosos da América do Sul: .

e) País com o maior número de população parda: .

f) País latino com a maior porcentagem da população vivendo em áreas urbanas: .

g) Dos países estudados no capítulo, é aquele com maior número de pessoas autodeclaradas negras: .

h) Quase 30% de sua população é indígena: .

i) A área próxima à capital concentra 90% dos habitantes, pois as características naturais do país dificultam grandes adensamentos populacionais: .

j) A ida de migrantes, estimulada pelo governo desse país, resultou em uma população mais mis-

cigenada: .

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Fonte: ONU. Relatórios de desenvolvimento humano:

Índice de Desenvolvimento Humano e seus componentes

– tabela 1. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/

composite/HDI>. Acesso em: 6 fev. 2019. Adaptação.

atividades

1 De acordo com o que você estudou até aqui, responda às questões seguintes:

a) Quais são os problemas enfrentados pelas cidades que crescem sem um adequado planeja-mento urbano?

b) Qual população é mais vulnerável aos problemas resultantes de uma cidade que cresceu sem planejamento urbano adequado?

c) Na sua opinião, as problemáticas mencionadas se limitam apenas às áreas urbanas?

2 Em sua opinião, o que são habitações precárias? Quais os riscos a que elas estão sujeitas?

3 Assinale as problemáticas associadas à falta de planejamento no município onde você mora.

( ) favelização

( ) violência

( ) alagamentos

( ) engarrafamentos

( ) deslizamentos

Desigualdade: marca inseparável do continente americano

As desigualdades entre os países americanos são reflexo das variações econômicas, so-

cioculturais e ambientais entre os países. Isso se reflete em alguns dados demográficos desse

continente, como o Índice de Desenvolvi-

mento Humano (IDH) e as pirâmides etárias.

Desde a década de 1990, a ONU classi-

fica anualmente os países segundo o IDH,

considerando que apenas os dados econô-

micos não são suficientes para analisar o

desenvolvimento de um país. O IDH se ba-

seia em índices, como renda nacional bruta

per capita, grau de saúde e condições edu-

cacionais. Varia de 0 a 1 e está dividido em

quatro grupos de desenvolvimento: muito

elevado, elevado, médio e baixo.

Observe, no mapa ao lado, os agrupa-

mentos de países americanos conforme os

indicadores do IDH.

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América: IDH – 2017

60

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Geografia

Em relação às pirâmides etárias, elas apresentam características diferentes, de acordo com o grau de de-senvolvimento das populações americanas. Assim, nos países mais desenvolvidos, com maior IDH, onde há re-dução do índice de natalidade e aumento da expectati-va de vida, a tendência é que a pirâmide apresente uma base mais estreita, formada pela população mais jovem, e o topo mais largo, formado pela população mais idosa.

Isso pode ser observado na pirâmide etária do Canadá.

ONU. Perspectivas da população mundial: perfis demográficos. v. 2. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/Publications/Files/

WPP2017_Volume-II-Demographic-Profiles.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2019.

Idade

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

02 1,5 1 0,5 0 0,5 1 1,5 2

Milhões de habitantes

Homens

2017

Mulheres

Canadá

Canadá: 2017

Idade

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

01,5 1,0 0,5 0 0,5 1,0 1,5

Milhões de habitantes

Homens

2017

Mulheres

Guatemala

Guatemala: 2017

ONU. Perspectivas da população mundial: perfis demográficos. v. 2. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/Publications/Files/WPP2017_Volume-II-Demographic-Profiles.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2019.

ONU. Perspectivas da população mundial: perfis demográficos. v. 2. Disponível em: <https://population.un.org/wpp/Publications/Files/WPP2017_Volume-II-Demographic-Profiles.pdf>. Acesso em: 7 fev. 2019.

10 5 0 5 10

Milhões de habitantes

Idade

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

0

2017

México

Homens Mulheres

México: 2017

O contrário ocorre nos países com baixos e médios índices de desenvolvimento, isto é, com elevadas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida, onde as populações mais jo-vens são maiores que as mais idosas. Nesse caso, as pirâmides possuem base larga, estrei-tando-se até o topo, como pode ser notado na pirâmide etária da Guatemala.

Agora observe a pirâmide etária do México, considerada um país em desenvolvimento.

atividades

1 De acordo com o mapa “América: IDH – 2017”, responda às questões seguintes:

a) Quais são os países americanos com IDH mais elevados? Quais deles se localizam na América Latina?

b) Qual é o único país classificado com baixo IDH?

c) O que é possível concluir em relação ao nível de desenvolvimento humano do continente americano?

61

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Migrações americanas

Ao longo da história, as pessoas têm se deslocado no planeta, geralmente em busca de

melhores condições de vida. Na América, esses fluxos ocorreram com mais intensidade a par-

tir da colonização europeia, no século XVI. Atualmente, a América ainda é origem e destino

de grandes deslocamentos populacionais.

Observe, no ma-

pa ao lado, o panora-

ma do fluxo migrató-

rio mundial.

2 Observe a pirâmide etária do Brasil e responda às questões seguintes:

Idade

100

90

80

70

60

50

40

30

20

10

015 10 5 0 5 10 15

Homens

2017

Mulheres

Brasil

Milhões de habitantes

Brasil: 2017 a) Qual das pirâmides etárias anteriores mais se parece com a brasileira?

b) Compare a pirâmide etária do Brasil com o mapa “América: IDH – 2017”. De acordo com essa análise, em qual nível de desenvolvimen-to o país se encontra?

Fonte: SCIENCESPO. Fluxos de migração:

2010-2015. Disponível em: <http://cartotheque.

sciences-po.fr/media/Migrants_

flows_2010-2015/2751>. Acesso em: 6 fev. 2019.

Adaptação.

Fluxo migratório mundial: 2010-2015

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Geografia

leitura cartográfica

Caracterize o panorama da América em relação ao fluxo migratório mundial, de acordo com o mapa “Fluxo migratório mundial: 2010-2015”.

A fronteira entre Estados Unidos e México é um dos maiores corredores migratórios

mundiais, por onde passaram e ainda passam milhões de pessoas vindas da América Latina.

O México é o país latino que possui maior número de cidadãos emigrados, que se dirigem es-

pecialmente para os Estados Unidos, onde compõem cerca de 4% da população. Atualmen-

te, milhares de pessoas da América Central também têm se dirigido a esse país, especialmen-

te vindas do meio rural, onde os índices de pobreza chegam a até 82%, como em Honduras.

A imigração tem sido um fator importante no crescimento demográfico do Canadá.

Atualmente, milhares de pessoas entram no país, atraídas pelas oportunidades de emprego

e por uma vida melhor. A maior parte dos imigrantes é constituída por europeus, principal-

mente ingleses. Mas, nos últimos anos, tem aumentado a imigração de norte-americanos,

centro-americanos e asiáticos. Toronto, a principal cidade da província de Ontário, e sua re-

gião metropolitana abrigam o maior número de imigrantes e são consideradas pela ONU o

maior centro multicultural do planeta.

Já em direção à América do Sul, destacam-se haitianos, bolivianos, venezuelanos e cuba-

nos, motivados por problemas internos em seus países, como violações de direitos, violência

e desemprego. Nesse contexto, a migração haitiana é considerada um dos maiores fenô-

menos migratórios dirigidos ao Brasil neste século: até o fim de 2016, foram autorizadas

67 mil autorizações de residência para haitianos no país. Esse movimento foi agravado pelo

forte terremoto que abalou o Haiti em 2010. O IDH desse país é muito baixo, pois apresenta

grande instabilidade política e problemas socioeconômicos, que se intensificaram após a

catástrofe natural.

A Colômbia se destaca pela enorme quantidade de deslocados

internos em razão de conflitos armados no país, num embate que

se iniciou há mais de 50 anos, quando grupos rebeldes se levanta-

ram contra o governo, reivindicando melhor distribuição de terras

e, posteriormente, planejaram tomar o poder. Já são mais de 7 mi-

lhões de deslocados, mas esse número poderá se reduzir após a

assinatura de um tratado de paz entre o governo e o principal gru-

po guerrilheiro, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia

(FARC), em 2016.

No cenário latino-americano, nos últimos anos, merece destaque a Venezuela, que apre-

senta o maior fluxo de populações na América Latina. Isso ocorre porque uma grave crise po-

lítica assola o país, com reflexos no setor econômico, que resultaram em escassez de alimen-

tos, remédios e produtos básicos para a população. Os migrantes venezuelanos dirigem-se

principalmente para a Colômbia e, em menor escala, para Equador, Peru e Brasil, país que deu

refúgio ou abrigou mais de 85 mil venezuelanos entre 2015 e 2018, segundo dados da ONU.

deslocados internos: são pessoas que, em virtude de crises humanitárias em seus locais de origem, como conflitos e miséria,

se deslocam para outras regiões em seus próprios países. A diferença entre deslocados internos e

refugiados é que os últimos se deslocam para outros países.

63

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Embora cercada de polêmicas, a questão da migração pode ser benéfica tanto para os migrantes quanto para os países envolvidos. Estudos apontam que a migração contribui para o crescimento econômico tanto dos países de destino, aumentando a oferta de mão de obra e o empreendedorismo, quanto dos países de origem, por meio de remessas financeiras para os familiares que não puderam migrar.

Especialmente nos países desenvolvidos, os migrantes costumam ocupar postos que exi-gem menos qualificação e que dificilmente são ocupados pelos habitantes nativos. Os migrantes contribuem para a redução do processo de envelhecimento dessas populações, aumentando o contingente dos economicamente ativos. Do mesmo modo, eles podem enriquecer a cultura dos países que os recebem, com sua música, hábitos alimentares, linguagem e técnicas.

No Brasil, o estado de Roraima, fronteiriço com a Venezuela, é o que mais tem sentido os im-pactos da crise no país vizinho, onde faltam medicamentos, atenção sanitária e alimentos.

[...]

Segundo [...] estimativa da prefeitura de Boa Vista, capital de Roraima, a 200 km da fronteira, aproximadamente 25.000 venezuelanos estão instalados [...] [2018] na cidade, o que equivale a 7,5% de sua população total, de cerca de 332.000 habitantes.

Muitos foram alojados em uma dezena de refúgios administrados pelo Exército, pela Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) e ONGs, mas cerca de 10% (2.500) ainda dorme na rua.

[...]

A disputa por camas de hospital e postos de trabalho, assim como o aumento da delinquência em determinadas regiões de Boa Vista e na fronteiriça Pacaraima geraram tensões com a popula-ção local.

[...]

saiba mais

ENTENDA a crise migratória na fronteira entre Brasil e Venezuela. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/brasil/entenda-a-crise-migratoria-na-fronteira-entre-brasil-e-venezuela/>. Acesso em: 6 fev. 2019.

Fronteira entre Brasil e Venezuela, em Pacaraima, 2015

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Geografia

O infográfico seguinte mostra as atuais características da migração na América do Sul, com des-taque para o Brasil. Analise as informações apresentadas e escreva um texto informativo que fale sobre o Brasil no contexto das migrações regionais e mundiais.

olhar geográfico

De 2010 a 2015, a população de

migrantes vivendo no Brasil cresceu 20%,

chegando a

713 mil estrangeiros.

713 mil migrantes estrangeiros vivendo no Brasil

207 mil vieram de outros países da América do Sul

70% de todos os movimentos migratórios na América do Sul são inter-regionais, isto é, para países da mesma região.

Migrantes que chegam ao Brasil vêm sobretudo dos países andinos (Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Chile e Venezuela) e do Paraguai.

Ranking de migrações extrarregionais em 2015

1,4 milhão1

o

.

1,3 milhão2

o

.

1 milhão3

o

.

Cerca de 700 mil estrangeiros vindos da Itália, Espanha e Portugal moravam na América do Sul.

No Brasil 0,3% da população era estrangeira. Na Argentina, quase 5%.

Colômbia Brasil

Maior parte para Estados Unidos e Paraguai

Equador

Fonte: ONU Brasil. População de migrantes no Brasil aumentou 20% no período 2010-2015, revela agência da ONU. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/populacao-de-migrantes-no-brasil-aumentou-20-no-periodo-2010-2015-revela-agencia-da-onu/>. Acesso em: 6 fev. 2019; IOM. Relatório de migração mundial: 2018. Disponível em: <https://publications.iom.int/system/files/pdf/wmr_2018_en.pdf>. Acesso em: 6 fev. 2019.

65

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1 Sobre a questão migratória no Brasil, responda às questões seguintes:

a) Cite dois povos que mais migraram para o Brasil na atualidade e as principais motivações des-ses deslocamentos.

b) Por que, em Roraima, ocorrem tensões com os refugiados venezuelanos? Qual é o papel de organismos internacionais e regionais nesse estado?

c) Quais as vantagens da chegada de imigrantes em um país?

d) Pesquise se a unidade da federação e o município onde você vive possuem alguma política de recebimento de imigrantes venezuelanos ou haitianos. Comente qual é a importância desse tipo de política de acolhimento.

2 Qual país constitui o maior destino de migrantes da América? Por quê?

3 Atualmente, o Chile apresenta o melhor IDH da América do Sul (44°. do mundo). Observe a tabela seguinte e responda às questões propostas.

o que já conquistei

IDH DE ALGUNS PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL MAIS A NORUEGA: 2017

PaísPosição no ranking do

IDHIDH

Esperança de vida (anos)

Produto Interno Bruto (PIB – U$) per

capita

Média de anos de

escolaridade

Noruega 1º. 0,953 82,3 68.012 12,6

Chile 44º. 0,843 79,7 21.910 10,3

Argentina 47º. 0,825 76,7 18.461 9,9

Uruguai 55º. 0,804 77,6 19.930 8,7

Brasil 79º. 0,759 75,7 13.755 7,8

Peru 89º. 0,750 75,2 11.789 9,2

Paraguai 110º. 0,702 73,2 8.380 8,4

Fonte: PNUD. Relatório do desenvolvimento humano: 2018. Disponível em: <http://hdr.undp.org/en/composite/HDI>. Acesso em: 8 fev. 2019.

a) Relacione os dados apresentados na tabela com as informações presentes no mapa “América: IDH – 2017”, na página 60, e classifique os países de acordo com o nível de desenvolvimento humano proposto pela ONU.

b) Em relação aos quatro indicadores apresentados, em um deles o Brasil possui o pior desempe-nho entre os países da tabela. Qual é esse indicador? Em sua opinião, qual é a influência desse fator sobre o desenvolvimento humano de um país?

66