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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Daniei Aives de Souza MOTIVOS QUE LEVAM CRIANCAS AO TREINAMENTO NAS TRES PRINCIPAlS ESCOLINHAS DE FUTEBOL EM CURITIBA Curitiba 2007 :'~~~i 'CHAFFEH J r CON~.::>ULTA I !NTE!3_t:l A

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANADaniei Aives de Souza

MOTIVOS QUE LEVAM CRIANCAS AO TREINAMENTO NAS TRES

PRINCIPAlS ESCOLINHAS DE FUTEBOL EM CURITIBA

Curitiba

2007

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MOTIVOS QUE LEVAM CRIANCAS AO TREINAMENTO NAS TRES

PRINCIPAlS ESCOLINHAS DE FUTEBOL EM CURITIBA

Curitiba

2007

Daniel Alves de Souza

MOTIVOS QUE LEVAM CRIANCAs AO TREINAMENTO HAS TRES

PRINCIPAlS ESCOLINHAS. DE FUTEBOL EM CURITIBA

Trabalho de Conclusao de Curso apresentado aoCurso de Educac;iio Fisica da Faculdade deCi€mcias Biol6gicas e da Saude da UniversidadeTuiuti do Parana, como requisito parcial paraobtem;ao do grau de Licenciado em educayaOFisica.

Orientador: Prof.: M. Marcia Regina Walter

Curitiba2007

TERMO DE APROVACAo

Daniel Alves de Souza

MOTIVOS QUE LEVAM CRIANCAS AO TREINAMENTO NAS TRES

PRINCIPAlS ESCOLINHAS DE FUTEBOL EM CURITIBA

Este trabalho de conclusao de curso foi julgado e aprovado para obtenc;ao do titulo

de Licenciado em Educac;ao Fisica, na Facuidade de Ciencias Biologicas e da

Saude da Universidade Tuiuti do Parana.

Curitiba, 21 de novembro de 2007.

Orientadora: Prof".M. Marcia Regina WalterUTP I Educac;ao Fisica

j!,

"

AGRADECIMENTOS

Agrade<;:o primeiramente a Deus que me sustentou e me deu sabedoria para

desenvolver esie projeto.

Agrade<;:o a Prof" Marcia Regina Walter pela orienta<;:ao academica e apoio

prestados.

Agrade<;:o aos meus colegas de faculdade que sempre estavam prontos a

discussoeS e esclarecimentos de duvidas sobre este irabaiho.

Agrade<;:o a minha "familia" na faculdade, Luciana que sempre foi e sera uma

mae para mim e ao meu irmao de corac;:ao Ricardo, a eles que sempre me ajudaram

e caminharam comigo nos momentos alegres e dificeis do curso.

Agrade<;:o as pessoas da minha famliia, aos meus pais Alfredo e Irene que

sempre me apoiaram e torceram p~r mim, aos me us sogros Luiz e Soeli que

diversas vezes craram sobre meus objetivos no curso, a minha irma Danielie que

sempre me apoiou e me deu forc;:apara nunca desanimar e a minha cunhada

Vanessa. E finalmenie, a minha esposa Viviane que Sempre foi e sera minha

inspirac;:ao, a minha filha Alana que e 0 presente mais linda que ganhei de Deus,

obrigado pelo carinho, compreensao e apoio durante estes anos.

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RESUMO

o objetivo deste trabalho e verificar os principais motivos que levam crian<;as aingressar em treinamento nos tres principais clubes de futebol profissional emCuritiba. Utilizando-se de um questionario concluimos que as crian<;:asprimeiramente buscam 0 futebol com 0 intuito da profissionaliza<;:ao neste esporte ecom uma meta secundaria de manuten<;:ao da saude atraves desta modalidade.

Palavras-chave: crian<;as, escolinhas, recrea<;:ao, futebol.

ij.~

SUMARIO

1. INTRODUCAO.............................. . 82. FUNDAMENTACAO TEORICA.......... . 112.1 ORIGENS DO FUTEBOL 112.2 HlST6RIA DO FUTEBOL NO BRASIL.. 142.3 A ESCOLA DE FUTEBOL 182.4 TREiNAMENTO DE CRiAN~AS 192.5 MOTIVOS QUE LEVAM CRIANCAS A PRATICAR ATIVIDADES

DESPORTIVAS .212.6 A CRIANCA NO ESPORTE 252.7 A CRIANCA ESCOLHE SEU ESPORTEL 263. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 284. RESULTADOS E DISCUSSAO 295. CONSIDERACOES FINAIS... 39REFERENCIAS 40APENDICE I . . ..40APENDICE 11. .41

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1.INTRODUI;AO

1.1 JUSTIFICATIVA

o futebol e 0 esporte mais popular do mundo, possui papel fundamental na

sociedade onde vivemos, movimenta milh6es de d61ares por ana e cada vez mais

em todos os lugares ganha novos adeptos, aumentando a atenvao da midia e 0

interesse de pessoas no mundo todo.

Com toda essa infiuencia dos meios de comunica~o social, e natural que

crianvas de todas as idades queiram se tornar jogadores de futebol profissional, a

transformavao do esporte mais popular do planeta em uma especie de vitrine

constante vem trazendo as escolinhas de varios clubes supondo que a decisao

tomada por essas criangas nao enfrentara nenhuma dificuldade de ser alcanvada

com sucesso.

Os meios de comunicavao de hoje tem responsabilidade direta nesta relavao

da crianga com 0 futebol, com um manejo simples de um mouse ou com um controle

remoto da televisao em maos qualquer crianva tem a informa~o ou imagem que

desejar a respeito de jogadores e dos clubes nacionais e internacionais, alem de

assistir aos campeonatos de varios paises. A divulgavao da vida extra-campo de

jogadores bem sucedidos, de um status social extrema mente elevado e alto poder

aquisitivo, tem se tornado sonho de muitas crianvas, porem a realidade da maioria

dos jogadores e diferente, pobreza e sacrificio estao associadas a pratica deste

esporte, mas isso e algo que a midia nao revela, a maquina "futebol" tem que ser

vend ida rapidamente nao importando quem vai atingir e quais conseqOencias trara

as nossas crianvas.

No Brasil, 0 futebol e um fen6meno que cativa e impressiona pela sua

grandeza. Esse manifesto e natural, mas, para tudo na vida tem ha sua hora,

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especial mente no que diz respeito a pratica de esportes na infancia. 0 esporte na

infancia deve ser tratado de maneira adequada, respeitando a individualidade da

crianya, independente dos interesses ou objetivos das instituiyoes formais ou

informais.

o esporte deve se adaptar a condiy80 tecnica, ffsica e psfquica da erianya de

forma compatfvel com as suas necessidades e possibilidades adequadas a sua

maturay80 organica funcional. Mas, nem sempre esta perspectiva de respeito ao

desenvolvimento infantil e 0 que acontece na pratica, merecendo a ateny80 deste

estudo, no sentido de captar, dentro da literatura especializada, as sugestoes e

propostas adequadas para interveny80 nesta fase.

Com esse trabalho pretende-se demonstrar os reais motivos que levam as

crianyas ao treinamento nas tres principais escolinhas de futebol em Curitiba.

1.2 PROBLEMA

Quais os motivos que levam crianyas ao treinamento nas tres principais

escolinhas de futebol em Curitiba?

1.30BJETIVOS

1.3 Objetivo geral

Investigar os motivos que levam crianyas ao treinamento nas tres principais

escolinhas de futebol em Curitiba?

1.3.2 Objetivos especfficos

- Identificar as metas das crianyas na pratica da modalidade.

- Identificar a relay80 com os pais das crianyas matriculadas nas escolinhas de

futebol.

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2. FUNDAMENT ACAO TEORICA

2.1 ORIGENS DO FUTEBOL

Segundo 0 site www.suapesquisa.com/futebol (Origem do futebol 2007), 0

futebol e um dos esportes mais populares no mundo. Praticado em centenas de

paises, este esporte desperta tanto interesse em fun9aO de sua forma de disputa

atraente.

Embora nao se tenha muita certeza sobre os primordios do futebol,

historiadores descobriram vestigios dos jogos de bola em varias culturas antigas.

Estes jogos de bola ainda nao era 0 futebol, pois nao havia a definiV§o de regras

como ha hoje, porem demonstram 0 interesse do homem por este tipo de esporte

desde os tempos antigos.

o futebol tornou-se tao popular gra9as a seu jeito simples de jogar. Basta uma

bola, equipes de jogadores e as traves, para que, em qualquer espa90, crianvas e

adultos possam se divertir com 0 futebol. Na rua, na escola, no clube, no cam pinho

do bairro ou ate mesmo no quintal de casa, desde cedo jovens de varios cantos do

mundo come9am a praticar 0 futebol.

Nao e certa nem isenta de polemica a atribui9aO a uma cultura ou pais da

inven9aO do futebol. Sabe-se entretanto que as primeiras manifesta90es do

chamado football (do ingles foot, pe; e ball, bola) surgiram entre 3.000 e 2.500

a.C, na China.

Durante a dinastia do imperador chines Huang-ti, era costume chutar os

cranios dos inimigos derrotados. Os cranios, que mais tarde viriam a ser substituidos

por bolas de couro, tinham que ser chutados pelos soldados chineses par entre duas

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estacas cravadas no chao, no primeiro indicio de traves. 0 esporte era chamado de

tsu-chu, que em chines, significa "Ian<;:arcom 0 pe" (tsu) uma "bola recheada feita de

couro" (chu). 0 esporte foi criado para fins de treinamento militar, por Yang-Tse,

integrante da guarda do Imperador, na dinastia Xia, em 2.197 a.C.

Significando pontapear a bola (ke = chutar, mari = bola) e uma varia<;:§o do

tsu-chu com origem no Japao. Ao contra rio do des porto chines, as mulheres nao

podiam participar do kemari. E difundido pelos imperadores Engi e Tenrei, e era

proibido qualquer contacto corporal. 0 campo (kakan) era quadrado e cad a lade

havia uma arvore: cerejeira (sakura), salgueiro (yana-g/), bordo (kaede) e pinheiro

(matsu). Os jogadores (mariashi, de mari = bola e ashi = pel eram oito. Esse jogo

era mais um ritual religioso do que propriamente um esporte, antes de se iniciar era

realizada uma celebra<;:ao para aben<;:oar a "bola" que simbolizava 0 Sol e era feita

artesanalmente com bambu.

A primeira referencia ao epyskiros vem do livro Sphairomachia, de Homero,

um livro grego s6 sobre esportes com bolas.

Nele e citado 0 epyskiros, um esporte disputado com os pes, num campo

retangular, por duas esquipes de nove jogadores. 0 numero desses, porem, podia

mudar de acordo com as dimens6es do campo. Podia-se ter ate 15 jogadores de

cada lado, como acontecia no seculo I aC. em Esparta. A bola era feita de bexiga

de boi e recheada com ar e areia, que deveria ser arremessada para as metas, no

fundo de cada lado do campo.

Entre os anos de 900 e 200 a.C., na Peninsula de lucata, atual Mexico, os

maias praticavam um jogo (de nome desconhecido) com os pes e as maos. 0

objetivo do jogo era arremessar a bola num furo circular no meio de seis placas

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quadradas de pedras. Na Iinha de fundo havia dois templos, onde 0 atirador-mestre

(0 equivalente ao capitao da equipe) do grupo perdedor era sacrificado.

Descendente do epyskiros, 0 harpastum foi um esporte praticado por volta de

200 a.C. no Imperio Romano. 0 harpastum era disputado num campo retangular,

divido por uma Iinha e com duas Iinhas como meta. A bola, feita de bexiga de boi,

era chamada de follis.

o harpastum era um exercfcio militar, 0 que fazia uma partida poder durar

horas. Com as conquistas roman as, ele foi difundido por outras regioes da Europa,

da Asia Menor e do Norte da Africa.

Durante a Idade Media, na regiao on de atualmente fica a Franya, foi criado 0

soule, uma versao do harpastum, introduzido pelos romanos entre os anos de 58 e

51 a.C .. As regras do soule variavam de regiao a regiao. Seu nome tambem, onde

era chamado de choule na Picardia.

o soule foi um esporte da realeza, praticado pela aristocracia. 0 rei Henrique

II da Franya, por exemplo, foi um grande entusiasta do jogo.

Nao por acaso os italianos chamam hoje 0 futebol de calcio. 0 esporte foi

criado em Florenya, e por isso, chamado de calcio fiorentino. As regras s6 foram

estabelecidas em 1580, por Giovanni di Bardi. 0 jogo passou a ser arbitrado por dez

juizes, e a bola podia ser impulsada com os pes ou as maos, e precisava ser

introduzida numa barraca armada no fundo de cada campo. Nao havia limite de

jogadores (Ievando-se em conta 0 tamanho do campo, claro), por isso a necessidade

de tantos juizes. 0 esporte se espalhou rapidamente por todo pais, e hoje e uma

festa anual em varias cidades da Italia.

o primeiro registro de um esporte semelhante ao futebol nos territ6rios

bretiies vem do livro Descriptio Nobilissimae Civitatis Londinae, de Willian Fitztephe,

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em 1175. A obra cita um jogo (semelhante ao sou/e) durante a Sehrovetide (especie

de Ten;:a-feira Gorda), em que habitantes de varias cidades inglesas sairam a rua

chutando uma bola de couro para comemorar a expulsao dos dinamarqueses. A

bola simbolizava a cabe~a de um invasor.

Por muito tempo 0 futebol foi meramente um festejo para os ingleses.

Lentamente 0 esporte passou a ficar cada vez mais popular. Tanto que, no seculo

XVI, a violencia do jogo era tamanha, que 0 escritor Philip Stubbes escreveu certa

vez: "Urn jogo barbaro, que s6 estirnu/a a c6/era, a inirnizade, 0 6dio, a rna/leia, a

rancor." - 0 que de fato, era verdade. Era comum no esporte pernas quebradas,

roupas rasgadas ou dentes arrancados. Ha noticias ate de acidentes fatais, como a

de um jogador que se afogou ao pular de uma ponte para pegar a bola. Houve

tambem muitos assassinatos devido a rivalidade entre times. Por isso, 0 esporte

ficou conhecido como rnass football, "futebol de massa".

Em 1700, foi proibido as formas violentas do futebol. 0 esporte, entao, teve que

mudar, e foi ganhando aspectos mais modernos. Em 1710, as escolas de Covent

Garden, Strand e Fleet Street passaram a adotar 0 futebol como atividade fisica.

Com isso, ele logo ganhou novos adeptos, que sairam de esportes como 0 tiro e a

esgrima. Com a difusao do esporte pelos colegios do pais, 0 problema passou a ser

os diferentes tipos de regra em cada escola. Duas regras de diferentes colegios

ganharam destaque na epoca: uma, jogada s6 com os pes, e uma com os pes e as

maos. Criava-se, assim, 0 football eo rugby, em 1846.

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2.2 HIST6RIA DO FUTEBOL NO BRASIL

Segundo Duarte (1997) como em muitos paises, 0 futebol chegou ao Brasil

nos pes de ingleses expatriados. No Brasil, 0 pai do futebol foi Charles Miller, 0 filho

de um empregado de uma empresa ferroviaria. Miller, que era nascido no Brasil, foi

a Inglaterra para estudar em uma escola publica daquele pais. La, se tornou um

admirador do futebol e quando retornou ao Brasil, trouxe com ele duas bolas de

futebol. Ele entao lutou para converter a comunidade de expatriados britanicos da

cidade de Sao Paulo de jogadores de criquete para futebolistas, criando 0 primeiro

c1ube de futebol no Brasil.

o futebol rapidamente se tornou uma paixao para os brasileiros, que

frequentemente referem-se ao pais como "a patria de chuteiras" ou 0 "pais do

futebol". Mais de dez mil brasileiros jogam profissionalmente no Brasil enos outros

paises.

Um aspecto unico no futebol do Brasil e a existe!ncia e importancia dos

Campeonatos Estaduais. Por causa do desenvolvimento do esporte em tempos

remotos, 0 tamanho do pais e a falta de um transporte rapido, tornou-se inviavel a

criayiio de uma competiyiio de nivel nacional, fazendo com que os primeiros torneios

fossem estaduais ou interestaduais, como 0 Torneio Rio-Sao Paulo. Mesmo hoje,

apesar da existencia de um campeonato nacional, os campeonatos estaduais

continuam a ser disputados intensamente e as rivalidades dentro de cada estado

mantem-se muito forte.

"Numa tarde fria de outono em 1895, reuni as amigos e convidei-os a

disputarem uma partida de football. Aquele nome, por si s6, era novidade, ja que

naquela epoca somente conheciam 0 cr{quete.

- Como e esse jogo? - perguntam uns.

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- Com que bola vamosjogar? - indagavam outros.

- Eu tenho a bola. 0 que e preciso e enche-Ia.

- Encher com 0 que - perguntavam.

- Com ar.

- Entao va buscar que eu encho. "

Foi assim, que, de acordo com Charles Miller, 0 futebol comec;:ou no Brasil,

numa entrevista dada a revista 0 Cruzeiro em 1952.

No entanto, ha registros que 0 esporte ja tinha dado as caras no pais por

antes. Em 1874, marinheiros estrangeiros disputaram uma partida em praias

cariocas. Em 1878, tripulantes do navio Crimeia se enfrentaram numa exibic;:ao para

a Princesa Isabel.

Ha tambem outras historias, nao comprovadas. E dito que em 1882, um

homem chamado Mr. Hugh teria introduzido 0 futebol em Jundiai, entre seus

funcionarios.

Diz-se tambem que entre 1875 e 1876, no campo do Paissandu, na cidade do

Rio de Janeiro, funcionarios de duas companhias teriam jogado uma partida.

E bem provavel que 0 futebol tenha side introduzido no Brasil por Charles

Miller no final do seculo XIX, quando trouxe da Inglaterra, on de estudava e conheceu

o esporte, duas bolas de couro que eram usadas para a pratica do esporte futebol.

Partidas de futebol foram jogadas em Bangu, bairro do Rio de Janeiro antes

disso, com farta documentac;:ao reunida pelo pesquisador Carrlos Molinari, mas nao

atendiam naquela epoca ha regras deste esporte, como times uniformizados.

Em 1902 foi realizado 0 primeiro Campeonato Paulista de Futebol, onde 0

Sao Paulo Athletic (nao existe nenhuma ligac;:ao com 0 Sao Paulo FC) sagrou-se

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campeao e no dia 21 de Julho foi fundado 0 Fluminense Football Club , que

estimularia a criagao de uma liga carioca e organizaria 0 futebol neste Estado.

A partir de 1906 novos clubes surgiram em Sao Paulo e no Rio de Janeiro.

Entre eles, podemos destacar Botafogo Football Club (atual Botafogo de Futebol e

Regatas) e 0 America, esses do Rio de Janeiro.

Em 1906 0 primeiro campeonato carioca foi disputado, no qual 0 Fluminense

foi campeao. Por 9 anos (1910 - 1919) mais times e federagoes surgiram, 0 esporte

tornou-se cada vez mais popular. Em 1910 por exemplo, ap6s uma visita do

Corinthians londrino ao Brasil, surgiu em Sao Paulo 0 atual Clube Corinthians

Paulista.

Em 1912 0 Clube de Regatas do Flamengo comegaria a jogar futebol, assim

como Clube de Regatas Vasco da Gama faria em 1923 , clubes estes que existiam

desde 0 Seculo XIX, mas que iniciaram com a pratica do Remo.

Surgem os campeonatos regionais, publico e imprensa interessados cada vez

mais pelo esporte difundiram-no pelo pais. Separa-se do tEmis e do criquete,

esportes da elite, para despertar 0 interesse de toda a massa, principal mente na

decada de 20. A principio os jogadores de raga negra nao eram aceitos pel os times,

entretanto, essa situagao de modificou rapidamente, 0 pioneiro Vasco da Gama

contratou alguns. Alem dos negros, operarios e pessoas das baixas camadas sociais

passaram a fazer parte de diversos times.

Em 1933 0 futebol brasileiro prepara-se para sofrer uma mudanga radical: ate

esse momenta 0 esporte era ainda amador, e, a partir dai 0 profissionalismo e

oficializado, inicialmente no Rio de Janeiro e Sao Paulo, para depois atingir os

outros estados. Entretanto, pode-se dizer, que tal profissionalismo nao obedece bem

aos padroes, na verdade 0 que ocorreu foi uma especie de "profissionalismo

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amador", ja que medidas adotadas ate hoje em grandes clubes e associa90es,

fogem ao verdadeiro significado da palavra. Talvez seja isso que caracterize 0

futebol brasileiro, e 0 torne diferente dos demais paises.

Apos esse periodo 0 Brasil parte decisivamente em busca de reconhecimento

internacional, 0 qual ocorre nas Copas do Mundo. 0 avan90 tecnico e tatico dos

brasileiros ficam provados nos mundiais disputados, atingindo seu ponto maximo

com a conquista definitiva da Ta9a Jules Rimet, em 1970.

Durante as decadas de 60 e 70, 0 Brasil possuia uma das melhores "safras"

de jogadores ja vista na historia do futebol, com verdadeiros craques, como Bellini,

Vava, Didi, Nilton Santos, lito, Djalma Santos, Gerson, Jairzinho, Carlos Alberto

Torres, e muitos outros; alem de claro, os dois maiores da historia do futebol

brasileiro, 0 "Rei" Pele e Garrincha: a alegria do povo. Muitas pesquisas

internacionais apontaram a sele9ao tricampea, como a melhor ja existente na

historia do futebol mundial.

Apos um periodo de 24 anos sem um titulo mundial, apesar do brilhantismo

de sele90es como as de 82 e 86, na Era lico (que contava com craques de

indiscutivel qualidade como Socrates, Falcao, Junior e 0 proprio lico), apenas em

1994 0 Brasil volta a conquistar a Copa do Mundo, nos Estados Unidos, com

jogadores de nivel tecnico discutivel, exceto os maiores responsaveis pela conquista

do titulo, a dupla de atacantes Bebeto e Romario. E mais a frente, com Ronaldinho

Gaucho, Ronaldo e Rivaldo, a Copa do Mundo de 2002, tornando-se 0 primeiro

pentacampeao mundial de futebol.

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2.3 A ESCOLA DE FUTEBOL

Os objetivos das escolas de futebol sao desenvolver nas crian9as, por meio da

pratica esportiva, 0 espirito de equipe e promover inte9ra9ao social, nao esquecendo

da formac;:ao moral e educacional. Cientes do fator social representativo que 0

esporte representa para sociedade estimulam tambem 0 desenvolvimento

intelectual, visto que a maioria destas escolas procura saber como seu aluno esta na

escola, como andam suas notas e comportamento no ensino regular.

A escola de futebol proporciona tambem melhor desenvolvimento ffsico e

motor. Segundo Fonseca (1995), a partir de 09 anos, a crian9a tem a coordena9aO

de olhos e maos bem desenvolvidas; as maos podem trabalhar independentemente.

As crian9as aprendem a guiar seus impulsos de movimento e tem 0 desejo do

rendimento esportivo. Devem-se destacar as habilidades de aprendizagem e de

direvao motora, bem como a destreza e a velocidade aumentada.

Para as diversas faixas etarias de crian9as que sao matriculadas nestas

escolas existem categorias diferentes para classifica9ao dos alunos:

Com 0 passar do tempo, os alunos vao enfrentando durante os treinos uma

mudan9a muito grande conforme seu rendimento, isto vai aprimorando 0 sentido

fisico, motor e cognitivo destes alunos.

2.4 TREINAMENTO DE CRIANGAS

Segundo Benno (1997) as crian9as se diferenciam dos adultos tanto

fisicamente quanto psicologicamente, porem, sao vistas, na maioria das vezes, como

adultos em miniatura e por esse motivo, a exigencia sobre elas e equivalente a

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exigencia exercida sobre os adultos. A cobran<;:a exercida sobre a crian<;:a nada mais

e que 0 reflexo da cobran<;:a na categoria adulta.

Por existir essa visao, a exigencia exercida sobre a crian<;:a, que e comparavel

a de um adulto em muitos casos, reflete no treinamento dessas crianyas. Tal

exigencia leva tecnicos e professores a adotar metodologias apropriadas para

adultos e impr6prias para as crian<;:as, tomando 0 treinamento da crian<;:a aspero.

Nao e possivel conseguir uma gerayao de atletas de alto nivel, se houver

negligencia com 0 trabalho da crian<;:a, colocando um arduo caminho no inicio de

sua vida desportiva.

Colocam que os primeiros exitos de proje<;:ao de um atleta de futebol de campo

acontecem p~r volta dos 20 a 21 anos de idade e 0 nivel de desempenho 6timo p~r

volta dos 22 a 26 anos de idade, ou seja, os primeiros resultados pr6ximos dos

melhores que 0 atleta conseguira, viraG apenas depois da puberdade.

o treinamento para desempenho de puberes e pre-puberes, depende de

condi<;:6es e cuidados previos. 0 autor ainda relata que a diferenciayao do

treinamento de um adulto e um pubere e pre-pubere, se deve ao crescimento e

desenvolvimento, que gera mudanyas fundamentais no organismo. Na puberdade

ha um crescimento de 7 a 8 centimetros por ana em media, ate os 10 anos de idade

a crian<;:a adquiri metade do peso adulto e entre 12 e 14 anos ocorre 0 maior

aumento na estatura, a partir dos 15 anos de idade os meninos tem um grande

desenvolvimento da musculatura e as meninas com 12 anos desenvolvem

caracteres sexuais feminin~s, resultado da excreyao aumentada de hormonios.

Existem mais transforma<;:6es ocorrendo no organismo do jovem atleta e essas

mudan<;:as nao podem ser ignoradas quando se elabora um programa de

treinamento para atletas ness a faixa eta ria.

20

Na literatura, principalmente na brasileira, e escasso 0 material sobre

treinamento para criangas e adolescentes, servindo como para metro para prescric;ao

do treinamento. Por essa razao, essa pesquisa teve como objetivo definir alguns

motivos pelo qual crianc;:as procuram as chamadas uescolinhas de futebol" dos tn'ls

principais ciubes de Curitiba.

Em virtude do grande numero de crianc;:as e professores diplomados ou nao

envolvidos na pratica do futebol, da proliferac;:ao das escolas especializadas, da

formac;:ao de atietas, da competic;:ao no ambiente futebolista e de uma filosofia

imediatista, a crianc;:a no futebol tem sido submetida a um alto nivel de cobranc;:as e

exigencias em relac;:ao ao seu desempenho de modo gera!.

Nao devem ser enfatizados trabalhos que tendem a objetivar niveis maximos

de capacidades psicol6gicas e fisiol6gicas da crianc;:a. A pratica esportiva deve ser

adequada as fases de crescimento e desenvolvimento da crianc;:a.

2.5 MOTIVOS QUE LEVAM CRIANyAS A PRATICAR ATIVIDADES DESPORTIVAS

Os motivos que definem as atividades desportivas parecem ser segundo

Galvao (1995): melhorar as habilidades, passar bem, vencer, vivenciar emoc;:6es,

desenvolver 0 fisico e 0 bem estar. Assim, 0 tipo de motivac;:ao, pode definir a

orientac;:ao de jogar. Portanto, 0 que interessa nao e a vit6ria contra um adversario,

mas sim 0 progresso pessoa!. 0 principal fatar motivacional pela procura da pratica

esportiva continua sendo a busca da ludicidade, divertimento e aprimoramento de

suas habilidades motaras. Nesse sentido, 0 conhecimento dos motivos que levam

criangas a praticarem uma atividade motara, e um aspecto bastante relevante no

desenvolvimento humano, e de fundamental importancia para os Professores de

Educac;ao Fisica e Tecnicos p~r proporcionar subsidios a esses profissionais

envolvidos na pratica de atividades fisicas, para que estimule a preparaC;;ao de seus

programas e aulas voltadas mais para 0 interesse do praticante, facilitando a escolha

das atividades, 0 ritmo da aula, 0 comportamento relacional e a maneira de motivar

para uma pratica alegre e prazerosa. Assim este estudo objetivou verificar os

motivos que levam crianc;;as na faixa etaria de 11-13 anos, de ambos os sex~s, a

praticarem 0 futebol nas tres principais escolinhas de Curitiba.

o estudo da motivaC;;ao e um dos grandes temas da Psicologia e, tambem, a

psicologia desportiva tem investigado os aspectos motivacionais que levam a pratica

desportiva, seja em nivel de competiC;;ao ou apenas de lazer ou recreaC;;ao em jovens

e adultos.

o entendimento da motivaC;;ao no esporte torna-se importante no momento em

que enfocamos a motivaC;;ao como um processo para despertar a aC;;aoou sustentar

a atividade.

No inicio do seculo XX, a motivaC;;ao ganhou uma enfase maior devido, em

parte, aos esforc;;os, fazendo com que ganhasse um espac;;o importante na

psicologia. Os motivos de instintos que, eram um processo biol6gico inato que

predispunha 0 organismo a verificar estimulos especiais que respondiam a

movimentos de aproximac;;ao ou evitac;ao. Em 1908, Mc Dougall publicou uma lista

que apresentava a curiosidade, repulsa agressao, auto-afirmac;;ao, fuga, criac;ao de

filho, reproduC;;ao, fome, sociabilidade, aquisiC;;ao e construtivismo. Esta lista fez com

que muitos cientistas ficassem satisfeitos, passando a citar literalmente varios

instintos, inclusive 0 de ser moral. Tornando-se claro que rotular cada ato como

instinto ou motivac;ao era produtivo e nao contribuia com qualquer outra coisa. Nos

tempos atuais, os psicologos passam pouco tempo tentando identificar

21

22

determinados de motivos a maioria deles enfoca a descric;:ao e sua explicac;:ao sobre

as infiuencias do comportamento motivado.

Segundo Davidoff (1983), motivac;:ao e um conceito que se invoca com

freqi.iencia para explicar as variac;:6es de determinados comportamentos e, sem

duvida, apresenta uma grande importancia para a compreensao do comportamento

humano. E um estado interno resultante de uma necessidade que desperta certo

comportamento, com 0 objetivo de suprir essa necessidade. Os usos que uma

pessoa der as suas capacidades humanas dependem da sua motiva<;:ao, seus

desejos, carencias, ambic;:6es, apetites, amores, adios e medos.

As diferentes motivac;:6es e cognic;:6es de uma pessoa explicam a diferenc;:a do

desempenho de cada uma. Os fenomenos motivados apresentam comportamentos

que parecem guiados pelo funcionamento biolagico do organismo da especie: como

o de beber, comer, evitar a dor, respirar e reproduzir-se. Porem, 0 obstante, temos

os de natureza motivacional que seriam os comportamentos resultantes de

necessidades, desejos, propasitos, interesses, afeic;:6es, medos, amores e uma serie

de func;:6es correlatas. Alguns psicalogos afirmam que motivac;:ao tambem e 0 desejo

consciente de se obter algo, sendo assim, uma determinante da forma como 0

individuo se comporta. A motivac;:ao esta envolvida em varias especies de

comportamento como: aprendizagem, desempenho, percepc;:ao, atenc;:ao,

recordac;:ao, esquecimento, pensamento, criatividade e sentimento. A motivac;:ao

tambem possui elementos complexos, inconscientes e, muitas vezes, antagonicos,

gerando assim, constantes confiitos. Mas, com certeza, e a motivac;:ao que move 0

Homem.

Assim, em term os gerais, motivac;:ao significa os fatores e processos que

levam as pessoas a agirem ou ficarem inertes frente a determinadas situac;:6es diz

que motiva9ao refere-se a um estado interne que resulta de uma necessidade e que

ativa ou desperta comportamentos real mente dirigido ao cumprimento da

necessidade ativante.

Para Murray, motiva9i3o e um fator interne que da inicio, dirige e integra 0

comportamento de uma pessoa. Motiva9ao nao e algo que possa ser diretamente

observado; inferimos a existencia de motiva9ao observando 0 comportamento. Um

comportamento motivado, segundo Braghrolli; Bisi; Rizzon, et al. (2001) se

caracteriza pela energia relativamente forte nele despendida e por estar dirigido para

um objetivo ou meta. Ja 0 motivo pode ser definido como uma condi9ao interna

relativamente duradoura que leva 0 individuo ou que 0 predispoe a persistir num

comportamento orientado para um objetivo, possibilitando, a transforma9i3o ou a

permanencia da situa9i3o (Sawrey & Telfold, 1976).

Em uma analise hist6rica do esporte mostra que, ele tem se constituido num

fator importantissimo para 0 desenvolvimento social e cultural de todos os povos do

mundo. Ele coexiste com 0 homem desde os tempos mais primitiv~s. Nos dias

atuais, segundo Cratty, ele e um dos fen6menos sociais e culturais mais importantes

do seculo. Atualmente, uma parte importante da popula9ao esta engajada em

programas esportivos. A carga de treinamento a que sao submetidas estas pessoas

varia na razao do seu nivel de motiva9ao para 0 esporte. Se de um lade parece mais

facil entender a motiva9ao para 0 treinamento esportivo de um atleta profissional,

que recebe um salario mensal de milhares de reais, nao acontece 0 mesmo com 0

tipo de motiva9ao que leva muitas crian~s a buscarem um programa de iniciavao

esportiva. A motiva9ao, segundo Becker Jr. (1996), e um fator muito importante na

busca de qualquer objetivo, pelo ser humano. Os treinadores reconhecem este fato

como sendo principal, tanto nos treinamentos como nas competi90es.

24

Segundo Gaya & Cardoso, os motivos que definem as atividades desportivas,

parecem ser: melhorar as habilidades, passar bem, vencer, vivenciar em090es,

desenvolver 0 fisico e 0 bem estar. Assim, 0 tipo de motiva~o, pode definir a

orienta9ao de jogar. Portanto, 0 que interessa nao e a vit6ria contra um adversario,

mas sim 0 progresso pessoal. 0 principal fator motivacional pela procura da pratica

esportiva continua sendo a busca da ludicidade, divertimento e aprimoramento de

suas habilidades motoras.

Nesse sentido, 0 conhecimento dos motivos que levam adolescentes a

praticarem uma atividade motora, e um aspecto bastante relevante no

desenvolvimento humano, e de fundamental importancia para os Professores de

Educa9ao Fisica e Tecnicos por proporcionar subsidios a esses profissionais

envolvidos na pratica de atividades fisicas, para que estimule a prepara9ao de seus

programas e aulas voltadas mais para 0 interesse do praticante, facilitando a escolha

das atividades, 0 ritmo da aula, 0 comportamento relacional e a maneira de motivar

para uma pratica alegre e prazerosa.

Assim este estudo objetivou verificar os motivos que levam adolescentes na

faixa eta ria de 11-13 anos, de ambos os sex~s, a praticarem 0 futebol.

Especificamente, verificaram-se os motivos para a pratica que levam as crian9as ao

treinamento nas tres principais escolinhas de futebol em Curitiba.

2.6 A CRIAN~A NO ESPORTE.

Segundo Benno (2000) 0 numero de crian9as envolvidas com atividades

esportivas de inicia~o nesta ultima decada do milenio e impressionante. As

crian9as que freqllentam as primeiras series das escolas adoram as aulas de

Educa9ao fisica e 0 esporte, colocando-os entre as atividades favoritas (Thomas,

25

Lee & Thomas, 1988}. Muitas crian<yas estao significamente envolvidas em esportes

organizados em escolas e clubes. Para se ter uma ideia deste envolvimento, em um

periodo de dezoito semanas, de acordo com Gould & Martens (1979) elas dedicam

uma media de onze horas! semanais.

Os motivos da participayao de crian<yas no esporte foram estudados por varios

investigadores, como pode ser observado a seguir:

- Alegria (Klint & Weiss, 1987; Robertson, 1992);

- Aquisi<yao de habilidades (Johns, 1985);

- Competencia e desenvolvimento de habilidades (Johns, Lindner & Wilko,

1990; Klint & Weiss, 1987);

- Forma, status social, saude, libera<yao de energia, influencia de outros

(Brodkin & Weiss, 1990).

2.7 A CRIAN<;:A ESCOLHE SEU ESPORTE?

Para que uma crian<ya escolhesse 0 esporte que gostaria de praticar deveria

Ihe ser dada a informa<yao e a pratica de diferentes esportes. Depois desta vivencia

entao poderia optar pel a que viesse mais ao encontro de suas aptid6es e

necessidades psicofisicas (BeckerJr., 1992). Sera que isso ocorre na realidade?

Na introdu<yao da crian<ya no esporte, 0 pai aparece ser a figura mais importante

e express iva da familia (Green & Chalip, 1998; Lewko & Ewing, 1980) Os

componentes desta, de outro lado, parecem ser os modelos mais importantes para a

crian<ya participar no esporte, do que seus colegas e a pr6pria escola (Lewko &

Greendorfer, 1977). 0 modo como os pais introduzem a crian<ya na atividade

esportiva e que nao e citado pelos autores. Green & Chalip (1998) referem que

alguns pais imp6em fortemente a participa<yao de sua crianya nos programas.

26

Segundo Becker Jr. (1976; 1992) alguns pais matriculam seus filhos numa escola

esportiva sem consulta-Io, apenas infarmando 0 harario em que devera participar da

mesma. 0 criterio para escolha da atividade, muitas vezes, e que naquele horario

os pais tem afazeres profissionais ou socia is, que os impediriam de ficar cuidando da

crianya. Assim, em varios casos, as escolinhas passam a ser deposito de criam;as.

Como uma crianya enfrenta este tipo de situayao? Sera que ela tem tamanho,

habilidade e motivayiio para 0 esporte que esta sendo obrigada a participar? Muitas

vezes esta situayao de conflito pode ser a causa de transtornos que sao enfrentados

pelos professores de educayao fisica que atuam nas escolinhas (nem sempre sao

pessoas formadas responsaveis par elas) e, e claro, pela pr6pria crianya. Esta serie

de problemas como falta de habilidade, de estimulo para praticar a atividade, podera

ocasionar rejeiyoes por parte de seus colegas, gerando reduyao de auto-estima e de

motivayao para persistir na atividade. Segundo Pierce & Stratton (1981) 63% de

crianc;:as e adolescentes desportistas consideram jogar mal ou cometer erros, sera

que a crianc;:a tem estrutura de ego para agClentar tal pressao?

27

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

3.1 DESCRI<;:AO DO UNIVERSO

A amostra deste estudo foi composta por 60 crianc;:as na faixa etaria entre 11 e

13 anos, das categorias mirim e pre-infantil matriculados nas escolinhas de futebol

dos tres principais clubes profissionais de Curitiba, sendo 20 alunos do Coritiba Foot

Ball Club, 20 alunos do Clube Atletico Paranaense e 20 alunos do Parana Clube.

As crianc;:as foram escolhidas de forma aleat6ria dentro da faixa etaria

estabelecida sendo que, em entrevista durante as aulas, as mesmas responderam

diretamente 0 questionario.

3.2 MATERIAL E INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Para coleta de dados, utilizou-se um questionario formulado por este autor e

validado por um professor habilitado da area em questao composto de dez

perguntas fechadas relacionadas com a pratica das crianc;:as entrevistadas.

(Apendice 1 ).

3.3 ANALISE DE DADOS

Ap6s os dados coletados, os mesmos foram agrupados no software Microsoft

Office Excel 2003 para a construc;:ao de 10 graficos para uma analise estatistica

simples.

28

4. RESULTADOS E DlSCUSSAO

Neste capitulo do trabalho serao apresentados 10 graficos resultantes da

pesquisa dos dados coletados.

Na sequE'mcia segue 0 grafico 1 que se refere ao fator que chama mais a

atenyao das crianyas na modalidade.

GRAFICO 1: 0 QUE MAIS CHAMA ATEN<;:Ao NA MODALIDADE

0;0%

o Estar com amigos• Atividade Divertidao Popularidade do Esporteo Salario dos jogadores.Outros

No grafico 1 podemos observar que de 100% dos entrevistados, 44%

respondeu que a atividade e divertida, 20% relatam que 0 salario dos jogadores os

atrai mais para a modalidade, ja 18% dos entrevistados respondeu que estar com os

amigos e a popularidade do esporte e 0 que chama mais suas atenyoes.

29

GRAFICO 2: OBJETIVO EM REALIZAR A PRATICA DA MODALIDADE

32; 53%

18; 30%

DAmizades.SaudeoTornar-se um atleta profissionalo Retorno Financeiro.Outros

No grilfico 2 observamos que de 100% dos entrevistados, 53% deseja tomar-

se atletas profissionais de futebol, 30% esta na atividade para adquirirl manter-se

saudaveis, 10% devido as amizades do interior da escolinha e 7% relata pensar em

fins financeiros com a pratica.

30

GRAFICO 3: QUEM ESCOLHEU A MODALIDADE PARA PRATICA

10; 17%

DVoci'!.PaiDMlleDAvOs.Oulros

4; 7%

16; 27%

No grafieo 3, de 100% dos entrevistados, 39% respondeu estar na eseolinha

por propria eseolha, 27% realiza a atividade por eseolha do pai, 17% esta

matrieulado p~r eseolha de suas maes, 10% por OPitao dos avos e 7% p~r outros

fatores.

31

GRAFICO 4: FREQU~NCIA DA PRATICA

DUma vez par seman a• Duas vezes par seman aoTr"'s vezes par semanaDOutras

36; 60%

atividade tres vezes por semana, 25% duas vezes por semana, 10% pratica mais

Neste gratico 4, observamos que de 100% dos entrevistados, 60% realiza a

que tres vezes por semana e 5% pratica somente uma vez por semana.

32

GRAFICO 5: VOCE PRATICAVA FUTEBOL

------1

[DS;ml~

No grafico 5 observamos que 0 fndice de crian9as que ja praticavam futebol

antes de iniciarem os treinamentos na escolinha era de 72% para os que ja

praticavam a modalidade e 28% para os que nao praticavam a modalidade dos

100% de crian9as entrevistadas.

33

GRAFICO 6: TREINOU EM OUTRA ESCOLINHA

~~

No gnHico 6 observamos que de 100% dos entrevistados, 70% ja havia

treinado em outra escolinha de futebol, enquanto 30% estava na escolinha pela

primeira vez.

GRAFICO 7: PRATICA OUTRA MODALIDADE ESPORTIVA

DNata~o• AtletismoOVOleiOJudO• FutsalDOutros

Neste grafico 7, pode-se verificar que dos 100% dos entrevistados, 43%

praticam 0 futsal, 40% praticam outras modalidades como: basquete, handebol,

skate e tenis de mesa, 10% fazem natac;:aoe 7% aulas de judo.

34

GRAFICO 8: REALIZA OUTRA ATIVIDADE

35

19; 32%

o Informatica.Ingl~soAcademiao Aulas de Refor~o Escolar.Outros

No grafico 8, observa-se que de 100% dos entrevistados, 35% realizam outras

atividades quando nao estao na escolinha, tais como: kumon, xadrez, aulas com

instrumentos musicais.

36

GRAFICO 9: QUEM 0 "INSPIRA" NA PRATICA DA MODALIDADE

2; 3%

28; 47%

OPai.MaeOlrmaoo Jogador Famoso.Oulros

Neste grafico 9 podemos observar que de 100% dos entrevistados, 47% tem

como modelo / exemplo algum jogador de futebol famoso, 28% sao inspirados pelo

pai, 15% pelo irmao, 7% sao motivados pelas maes e 3% por outras pessoas.

37

GRAFICO 10: GRAU DE IMPORTANCIA NA PRATICA DA MODALIDADE.

13; 22%

o Disciplina• Conhecimento da Modalidadeo Retorno Financeiroo Fama (TV, Radio, Jornal, ...).Infiu;;ncia de Terceiroso Pratica da Atividade FisicaOutros

No grafico 10, de 100% das crianyas entrevistadas, 45% relatam como mais

importante na realizayao da modalidade a propria pratica, 22% informam ser mais

relevante 0 conhecer de toda a modalidade, 13% indicam como principal importancia

a questao da disciplina do desporto, 7% relatam que 0 retorno financeiro seria mais

significativ~, tambem com 7% outros fatores foram citados, entre os quais: manter

habitos saudaveis, condicionamento fisico, preenchimento de horario ocioso , 3%

relatam como principal motivo a questao da fama e 3% citam outros fatores, como:

obrigayao e sonhos de familiares.

38

5. CONSIDERACOES FINAlS

Os motivos que levam crian<;:asao treinamento nas tres principais escolinhas

de futebol em Curitiba sao varios, elas tem em comum 0 sonho de ganhar a vida

atraves deste esporte fabuloso que mexe com 0 imaginario de todos nos.

Abaixo descrevem-se as raz6es apontadas nas verifica<;:6es dos 60

questionarios aplicados nas tres escolinhas de futebol dos principais clubes de

Curitiba:

• Tornar-se um jogador profissional de futebol: citado em 32 questionarios,

sendo 0 principal motivo atingindo 53% das respostas dos entrevistados.

• Habitos saudaveis: citado em 18 questionarios, atingindo 30% das

respostas dos entrevistados.

• Amizades: citada em 6 questionarios, atingindo 10% dos entrevistados.

• Retorno financeiro: citado em 4 questionarios atingindo 7% dos

entrevistados.

Portanto, 0 principal motivo que leva crianc;:as ao treinamento nas tres

principais escolinhas de futebol em Curitiba e 0 sonho de se tornarem jogadores de

futebol profissional. Como objetivo secundario a manuten<;:aoda saude que 0

esporte proporciona e com um percentual mais baixo 0 convivio com os amigos que

as escolinhas proporcionam aos seus alunos.

Sugere-se que uma outra pesquisa seja realizada abrangendo um numero

maior de escolinhas de futebol em Curitiba para que se possa melhorar 0

desempenho das mesmas na forma<;:aode atletas, bem como dar oportunidade aos

profissionais de Educa<;:aoFisica e treinadores um maior conhecimento dos objetivos

das crian<;:asa serem alcan<;:adosem uma determinada escolinha de futebol.

39

REFERENCIAS

CRATTY, B. J. Psicologia no esporte. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil Uda,1983

DAVIDOFF, L. Introduc;ao a Psicologia. Sao Paulo: Mc Graw-Hill, 1983.

DUARTE, O. Futebol Historias e Regras. Sao Paulo: Mkron Books, 1997.

FONSECA, Vitor da. Manual de observaC;ao psicomotora: significac;aopsiconeurololiga dos fatores psicomotores. Porto Alegre, Artes Medicas, 1995.

GALLAHUE, David, OSMUN, John C. Compreendendo 0 desenvolvimento motor.Bebes, crianc;as, adolescentes e adultos. Sao Paulo: Phorte, 2003.

GAYA, A & CARDOSO, M. OS Fatores motivacionais para a pratica desportiva esuas relac;i.ies com 0 sexo, idade e niveis de desempenho desportivo. Revista Perfil.Porto Alegre: Editora da Ufrgs. Ano 2, N. 2, P. 40-52, 1998.

KATCH, Frank I.; MCARDLE, William D. NutriC;ao Exercfcio e Saude. Rio de Janeiro:Medsi, 1996.

MACHADO, A. A. Psicologia no esporte. Jundiai: Fontoura, 1983.

MURRAY, E. J. MotivaC;ao e emOC;ao. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978.

SAWREY, J. M. & TELFORD, C. W. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: LivroTecnico e Cientifico, 1976.

SCALON, R..M. , BECKER JR. ,B. & BRAUNER, M.R.G. Fatores motivacionais queinfluem na aderencia dos programas de iniciac;ao desportiva pela crianc;a. RevistaPerfil. Porto Alegre: Editora da Ufrgs. ANO 3, N. 3, P. 51-61, 1999.

APENDICE I

Questionario:

1- Q que mais Ihe chama aten980 no futebol?

) A atividade e divertida

) Estar entre os amigos

) A popularidade

) Q salario dos jogadores

) Qutros: _

2- Qual e seu objetivo em realizar a pratica do futebol na escolinha?

) Amizades

) Saude

) Tornar-se um atleta profissional

) Retorno Financeiro

) Qutros: _

3- Quem escolheu esta modalidade para sua pratica?

) Voce

) Pai

) Mae

) Avo/ Av6

) Qutros: _

4- Com que freqOencia voce pratica 0 futebol?

) 1 vez p~r semana

) 2 vezes por semana

) 3 vezes por semana

40

( ) Outros: _

5- Voce ja praticava futebol antes?

)Sim

) Nao

6- Voce ja treinou em alguma escolinha de futebol?

) Sim, em qual? _

) Nao

7- Voce participa de mais alguma modalidade esportiva?

) Nata9i3o

) Atletismo

)Volei

) Judo

) Futsal

) Outros: _

8- Voce realiza outra atividade al8m da escolinha de futebol?

) Informatica

) Ingles

) Academia

) Aulas de refon;:o escolar

) Outros: _

9- Quem 0 "inspirou" (familial idolos) a praticar esta modalidade?

) Pai

) Mae

) Irmao

) Jogador famoso

41

42

( ) Outros: _

10- Dentre os motivos abaixo (enumere de 1 a 6) conforme a importancia na

realiza<;80 da pratica desta modalidade levando em considera<;80 a importancia que

voce da a cada alternativa.

) Disciplina

) Conhecimento da modalidade

) Retorno financeiro

) Midia (TV, Radio, Jornal,etc.)

) Influencia de terceiros

) Pratica da atividade fisica

) Outros: _

PARECER SOBRE INSTRUMENTO PARA A COLETA DE DADOS DETRABALHO DE CONCLUsAo DE CURSO

Caro (a) professor (a)/_---.:.:ll.o=fXU.==--=::....·(":.....o=----.:f2-::..~~~:..::=....'V:::~=::.:::-__ -,-- _

Considerando suas areas de atuacao academica e profissional, eu,~~ iEO\ A\ vE'S .cE s,o\J/:-A , venho, por

meio desta, solieitar sl!a avaliayao sabre 0 instrumento por mim elaborado (emanexo), para a reaJizayao da coleta de dados do meu Trabalho de Conelusao deCurso intitulado «\qr~vo So auf' [FilA"". c..~Pr"" 'f"S t=o=tn ~;.u& CQI;;;.yT'O Llbo-'S ,ogs f""A ",c" p"n"> ,",$,90\ \ "-.l rV-+sQ\;- KYS5 (',01 EO('f'\ CU %'1 ; SM- , cujo objetivo geral sera

Agradeyo desde ja sua prestimosa contribuiyao,

PARECER DO (A) PROFESSOR (A)

FavoravelFavoravel com su est6esNao fav.oravel

Sugest6es:- y~j""",R., A. &e <t...".I~""1,