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ISSN 1982-7644

SPAECE2014

SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ

BOLETIM PEDAGÓGICOMatemáticaEnsino Médio Educação de Jovens e Adultos (EJA) 1º e 2º períodos

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GOVERNADOR

CAMILO SOBREIRA DE SANTANA

VICE-GOVERNADOR

MARIA IZOLDA CELA DE ARRUDA COELHO

SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO

MAURÍCIO HOLANDA MAIA

SECRETÁRIO ADJUNTO DA EDUCAÇÃO

ARMANDO AMORIM SIMÕES

SECRETÁRIA EXECUTIVA

ANTONIA DALILA SALDANHA DE FREITAS

COORDENADORA DO GABINETE

MARIA DA CONCEIÇÃO ÁVILA DE MESQUITA VIÑAS

COORDENADORIA DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA EDUCAÇÃO

COORDENADOR

ROGERS VASCONCELOS MENDES

CÉLULA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ACADÊMICO

ORIENTADORA

CARMILVA SOUZA FLÔRES

ASSESSORIA TÉCNICA

CESAR NILTON MAIA CHAVES

MARCELO JOSÉ TAVARES BESSA

ROSÂNGELA TEIXEIRA DE SOUSA

TERESA MÁRCIA ALMEIDA DA SILVEIRA

EQUIPE TÉCNICA

GEANNY DE HOLANDA OLIVEIRA DO NASCIMENTO

MARCO AURÉLIO JARRETA MERICHELLI

MARIA ASSUNÇÃO OLIVEIRA MONTEIRO

PAULA DE CARVALHO FERREIRA

SYLVIA ANDREA COELHO PAIVA

REVISÃO TÉCNICA DOS BOLETINS PEDAGÓGICOS

MATEMÁTICA (5º, 9º E EM)

MARCELO JOSÉ TAVARES BESSA

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CarosEDUCADORES,

O Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) completou no ano de 2014 o 18º ciclo de aferição da qualidade e equidade na oferta de serviços em educação pela rede pública de ensino de todo o Estado.

Esse sistema tem o objetivo de oferecer subsídios para diagnosticar, monitorar e otimizar a rede pública de ensino, consolidando-se em uma cultura avaliativa nas instituições de ensino público. A partir desse objetivo, vê-se uma trajetória do SPAECE que expressa e desperta um olhar apurado para os resultados das provas e dos questionários socioeconômicos aplicados nas salas de aula do 2º, 5º e 9º anos do Ensino Fundamental (EF); nas 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio (EM); e nas salas de aula da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) - 2º segmento do (EF) e 1º e 2º períodos do (EM).I

É necessário que os resultados do SPAECE suscitem, constantemente, uma discussão política e pedagógica a partir das metas e diretrizes educacionais no que diz respeito à definição e reformulação de políticas públicas e às inovações pedagógicas visando superar os múltiplos desafios do contexto escolar. Além disso, é fundamental centrarmo-nos na indagação: ‘o que fazer com os resultados obtidos pelo SPAECE, na promoção sistemática para o êxito no desempenho escolar e acadêmico dos educandos?’. Essa questão pode encontrar resposta no convite que fazemos aos profissionais da educação pública do Ceará para conhecer, manusear, ler, entender, discutir e aplicar o conteúdo da Coleção SPAECE 2014 com a seguinte organização: Boletins Pedagógicos, Boletim da Gestão Escolar, Boletim do Sistema de Avaliação e Revista Contextual.

Esperamos que essa coleção de boletins seja útil pedagogicamente e que possa abrir os caminhos da construção de conhecimento e da relação de empatia à proporção que norteia os momentos de estudo e de planejamento de gestores, professores e educadores em geral que, como extensão, refletem no desempenho e aquisição de conhecimento pelo aprendiz.

Em suma, o SPAECE é, antes de tudo, a expressão do nosso compromisso com o povo cearense na promoção de uma educação transformadora que nos exige, sobretudo, o monitoramento e o acompanhamento permanente das atividades pedagógicas que acontecem no “chão” da escola pública para que crianças, adolescente e jovens tenham garantidos seu direito à educação com qualidade e equidade.

Secretário da Educação – Maurício Holanda Maia

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9 1. O PAPEL

DESEMPENHADO PELOS PROFESSORES NOS

SISTEMAS DE AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA

14 2. INTERPRETAÇÃO

DE RESULTADOS E ANÁLISES

PEDAGÓGICAS

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61 3. ESTUDO DE

CASO

69 4. REFLEXÃO PEDAGÓGICA

77 5. OS RESULTADOS

DESTA ESCOLA

SUMÁRIO

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1O Boletim Pedagógico foi criado para você, educador, pensando em oferecer informações que possam aprimorar seu conhecimento sobre a avaliação edu-cacional e, consequentemente, aprimorar sua prática pedagógica. Ao tempo em que cumpre os objetivos acima, a presente publicação contém os principais ele-mentos das avaliações em larga escala, como a Matriz de Referência e os Pa-drões de Desempenho. Nessa referida publicação, você encontrará, também, os resultados de sua escola, que representam um importante subsídio para reflexão e planejamento do seu trabalho pedagógico.

O PAPEL DESEMPENHADO PELOS PROFESSORES NOS SISTEMAS DE AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA

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A avaliação educacional em larga escala, tema que se tornou central para a educação brasileira, especifica-mente, por se relacionar com a possibilidade de realiza-ção de uma reforma educacional efetiva no país, possui características próprias, que a diferenciam em relação a outras formas de avaliação. Tal modelo avaliativo se destina à produção de diagnósticos sobre a qualida-de da educação oferecida pelas redes de ensino e é, justamente, neste nível, o da rede, que o interesse da avaliação em larga escala repousa. Assim, é possível afirmar que os instrumentos avaliativos em larga escala perseguem uma compreensão em nível macro, permi-tindo uma análise geral da rede de ensino avaliada.

Com isso, a princípio, a concepção de um sistema de avaliação em larga escala faz parecer que seus instru-mentos e os diagnósticos que são capazes de produzir, se destinam a um público espe-cífico, qual seja, os gestores das redes de ensino, secretários de educação, equipe técnica dos órgãos de co-mando, superintendentes etc. De fato, as informações oriun-das das avaliações em larga escala passaram a possibilitar, a esses atores envolvidos com a educação, uma análise que as avaliações conduzidas pelos pro-fessores, em cada unidade escolar, não são capazes de fornecer. E esse é um ponto elementar para conhecer a importância, os objetivos e a efetividade de um sistema de avaliação em larga escala. Sem os diag-nósticos desses sistemas, não há dúvida, nosso enten-dimento em relação às redes de ensino é reduzido a um conjunto de impressões colhidas por atores específicos (como gestores escolares e professores), e jamais for-mará uma base sólida para que decisões educacionais possam ser tomadas com algum nível de segurança.

O suporte para a tomada de decisões, aliás, é um dos as-pectos justificadores e definidores da avaliação em larga escala. Os resultados que elas são capazes de produzir são destinados, em última instância, a servir de suporte para que decisões sejam tomadas no âmbito educacio-nal. Isso não quer dizer, evidentemente, que as decisões só possam ser tomadas com base nas informações das

avaliações. Os agentes educacionais e escolares sempre tiveram que tomar decisões, independente da existên-cia dos sistemas de avaliação. Contudo, e nossa histó-ria educacional recente reforça esse ponto de vista, ter acesso a um amplo conjunto de diagnósticos sobre a qualidade da educação oferecida por nossas redes de ensino representa um salto na qualidade das próprias decisões tomadas na seara educacional. As difíceis es-colhas apresentadas àqueles que vivem a educação em seu cotidiano se tornam menos complexas, à medida que tais atores se alimentam com informações capazes de lhes dar um suporte para a ação. Isso quer dizer que a avaliação significa a possibilidade de escolher melhor os caminhos a serem trilhados, estando, necessariamente, para sua eficácia, ligada à ação.

Delineado este cenário, pode parecer, equivo-camente, que, aos atores mais diretamen-

te ligados ao dia a dia da escola, como os professores e os gestores, não

é reservado nenhum papel pre-ponderante no que diz respeito às avaliações em larga escala. Ao se debruçarem sobre diag-nósticos da rede como um todo, os sistemas de avaliação se

apresentam como estranhos e indiferentes às práticas docentes,

tendo, desta maneira, pouco a dizer aos professores. Mesmo àqueles que

reconhecem a importância da avaliação em larga escala para a tomada de decisões

relacionadas à rede de ensino, a avaliação pode se apresentar como um instrumento inócuo para lidar com os problemas que os docentes encontram no âmbito das escolas, visto que o instrumento avaliativo, ao con-trário do trabalho do professor, desconheceria o “chão da escola”. Afinal, se é fundamental que problemas edu-cacionais sejam atacados tendo como foco a rede de ensino, não é menos importante que se reconheça a necessidade de enfrentar as dificuldades vivenciadas por cada unidade escolar, em específico. Nesse último caso, a avaliação, aos olhos docentes, pode ser vista como um elemento pouco produtivo.

Articulada a essa forma de entendimento, há a visão que antagoniza os objetivos e os efeitos das avaliações

Sem os diagnósticos desses

sistemas, nosso entendimento em

relação às redes de ensino jamais

formará uma base sólida para que

decisões educacionais possam ser

tomadas com segurança.

SPAECE 2014 10 BOLETIM PEDAGÓGICO

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realizadas pelos professores em sala de aula com os daquelas realizadas no conjunto dos sistemas de ava-liação em larga escala. Ao ver a avaliação externa como algo desconexo de sua realidade, o corpo docente ter-mina por compreender que tais instrumentos avaliati-vos, externos à escola, não simplesmente não dialogam com suas dificuldades, mas, além disso, terminam por impedir que as avaliações realizadas em sala de aula atinjam seus efeitos pedagógicos. Em regra, a polari-zação entre essas duas formas de avaliação gera, por parte dos professores, de um lado, a não utilização dos resultados produzidos pelos sistemas de avaliação, ou, em outro extremo, a utilização radical e incompreendida dessas informações.

Essa maneira de compreender a avaliação em larga es-cala e sua (não) relação direta com os problemas enfrentados pelas escolas tende a ganhar força entre os professores e tem, como resultado mais imediato e visível, a resistência aos processos avalia-tivos, o que, por sua vez, leva à ausência de ação com base nos diagnósticos. A postura oriunda desse entendimento diminui as possibilidades que, efetivamen-te, os sistemas de avaliação têm para estabelecer relações produti-vas com as escolas. Para contornar esse problema, é preciso desfazer al-guns pontos de incompreensão sobre as avaliações em larga escala.

Se os sistemas de avaliação se dedicam, conforme res-saltamos anteriormente, à produção de diagnósticos sobre a rede de ensino, isso não significa que as es-colas também não possam fazer uso das informações oriundas de tais sistemas. O enfoque é cobrir o siste-ma, mas, para tanto, é necessário produzir informações sobre as unidades escolares da rede. Isso quer dizer que as escolas têm acesso a informações específicas de sua própria realidade. O entendimento desse ponto desfaz a ideia de que a avaliação em larga escala se destina, exclusivamente, aos atores envolvidos em um nível macroeducacional, ressaltando que professores e gestores escolares também podem, e devem, desem-penhar papéis importantes.

No caso do corpo docente, especificamente, entender o seu papel implica compreender o que os resultados das avaliações realmente podem dizer, eliminando a leitura que coloca em posições antagônicas as avaliações que os professores realizam em sala de aula e os sistemas de avaliação. Ao reconhecerem que essas diferentes formas de conduzir o processo avaliativo possuem ob-jetivos e objetos distintos, os professores estarão em condições de vislumbrar aquilo que os resultados das avaliações em larga escala podem oferecer para o seu trabalho em sala de aula. Eliminando o antagonismo, o que resta é a percepção de que essas duas posturas avaliativas se complementam. Com isso, os resultados das avaliações em larga escala podem ser vistos como uma valiosa fonte de informação para o professor, que, a partir deles, é capaz de repensar suas práticas pedagó-

gicas, identificando o que pode ser alterado e o que precisa ser reforçado. Além disso, os

resultados das avaliações refletem as dificuldades e os sucessos experi-

mentados por toda a rede de ensi-no, fornecendo ao professor uma leitura geral de situações que ele passa a ver como compartilhadas por outras escolas. E problemas compartilhados abrem espaço

para a busca de soluções compar-tilhadas, que exigem, dessa manei-

ra, a troca contínua de experiências.

Esse pode ser um efeito virtuoso da utiliza-ção das avaliações em larga escala pelos profes-

sores nas escolas. Acima de tudo, a avaliação é um convite. Ela, como um instrumento, não é capaz de solucionar, por si só, todos os problemas escolares. Entretanto, é capaz de nos ajudar a identificá-los, o que é um passo necessário para que soluções sejam encontradas. Esse convite é feito a todos aqueles que estão envolvidos com a educação. O professor, não resta dúvida, é um ator fundamental. Para que a alme-jada reforma da educação brasileira seja possível, to-dos precisam, sem demagogia, assumir sua parcela de responsabilidade. Ao professor cabe o aceite a esse convite. A reforma da educação não depende somen-te dos professores, mas jamais ocorrerá sem eles.

Os resultados das avaliações em

larga escala podem ser vistos como

uma valiosa fonte de informação para

o professor repensar suas práticas

pedagógicas.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 11 SPAECE 2014

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ITENS

Os itens que compõem os testes são analisados, pedagógica e estatisticamente, permitindo uma maior compreensão do desenvolvimento dos alunos nas habilidades avaliadas.

página 42

PADRÕES DEDESEMPENHO

A partir da identificação dos objetivos e das metas de aprendizagem, são estabelecidos os Padrões de Desempenho estudantil, permitindo identificar o grau de desenvolvimento dos alunos e acompanhá-los ao longo do tempo.

página 41

CONTEÚDOAVALIADO

Reconhecida a importância da avaliação, é necessário definir o conteúdo que será avaliado. Para tanto, especialistas de cada área de conhecimento, munidos de conhecimentos pedagógicos e estatísticos, realizam uma seleção das habilidades consideradas essenciais para os alunos. Esta seleção tem como base o currículo.

MATRIZ DEREFERÊNCIA

O currículo é a base para a seleção dos conteúdos que darão origem às Matrizes de Referência. A Matriz elenca as habilidades selecionadas, organizando-as em competências.

página 16

POLÍTICA PÚBLICA

O Brasil assumiu um compromisso, partilhado por estados e sociedade, de melhorar a qualidade da educação oferecida por nossas escolas. Melhorar a qualidade e promover a equidade: eis os objetivos que dão impulso à avaliação educacional em larga escala.

DIAGNÓSTICOS EDUCACIONAIS

Para melhorar a qualidade do ensino ofertado, é preciso identificar problemas e lacunas na aprendizagem, sendo necessário estabelecer diagnósticos educacionais.

1POR QUE AVALIAR?

2O QUE AVALIAR?

3COMO TRABALHAR OS RESULTADOS?

SPAECE 2014 12 BOLETIM PEDAGÓGICO

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ESCALA DEPROFICIÊNCIA

As habilidades avaliadas são ordenadas de acordo com a complexidade em uma escala nacional, que permite verificar o desenvolvimento dos alunos, chamada Escala de Proficiência. A Escala é um importante instrumento pedagógico para a interpretação dos resultados.

página 22

COMPOSIÇÃO DOS CADERNOS

Através de uma metodologia especializada, é possível obter resultados precisos, não sendo necessário que os alunos realizem testes extensos.

página 20

PORTAL DAAVALIAÇÃO

Para ter acesso a toda a Coleção e a outras informações sobre a avaliação e seus resultados, acesse o site

www.spaece.caedufjf.net

ESTUDO DE CASO

Esse estudo tem como objetivo propiciar ao leitor um mecanismo de entendimento sobre como lidar com problemas educacionais relacionados à avaliação, a partir da narrativa de histórias que podem servir como exemplo para que novos caminhos sejam abertos em sua prática profissional.

página 61

RESULTADOS DAESCOLA

A partir da análise dos resultados da avaliação, um diagnóstico confiável do ensino pode ser estabelecido, servindo de subsídio para que ações e políticas sejam desenvolvidas, no intuito de melhorar a qualidade da educação oferecida.

página 77

AVALIAÇÃO

Para que diagnósticos sejam estabelecidos, é preciso avaliar. Não há melhoria na qualidade da educação que seja possível sem que processos de avaliação acompanhem, continuamente, os efeitos das políticas educacionais propostas para tal fim.

No diagrama ao lado, você encontrará, de forma resu-mida, os fundamentos principais do sistema de avalia-ção, começando pelo objetivo que fomenta a criação da avaliação em larga escala até a divulgação de seus resultados. Aqui, também, encontram-se as indicações das páginas nas quais alguns conceitos relativos ao tema são apresentados com mais detalhes.

O CAMINHO DA AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 13 SPAECE 2014

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2Para que as avaliações sejam utilizadas de forma significativa em benefício da edu-cação, faz-se necessário compreender e interpretar os resultados obtidos pelos alunos nos testes de proficiência. Para isso, é importante conhecer a metodologia que guia a elaboração dos testes e a produção dos resultados.

Nesta seção, você conhecerá os elementos que orientam a avaliação do SPAECE: a Matriz de Referência, a composição dos cadernos de testes, a Teoria da Resposta ao Item (TRI), os Padrões de Desempenho e alguns exemplos de itens.

INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES PEDAGÓGICAS

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As relações entre a Matriz de Referência e o currículo

A avaliação educacional em larga escala, diante da sua recente expansão no Brasil (a rigor, trata-se, do ponto de vista histórico, de um tema ainda relativamente novo para muitos professores e gestores escolares e de rede), exige, para a efetividade de sua proposta, que uma série de con-ceitos seja entendida pelos profissionais ligados à educa-ção, na escola e fora dela. É crucial que a conceituação que envolve a avaliação educacional seja apropriada pe-los agentes educacionais, sob pena de comprometermos a possibilidade de trabalhar com os diagnósticos produzi-dos pelos sistemas, em benefício das redes, das escolas e, evidentemente, dos alunos.

Há conceitos que são próprios da avaliação em larga es-cala, justificando sua existência e tendo sua esfera de sen-tido delimitada, no âmbito dos sistemas de avaliação. É o caso, por exemplo, da Matriz de Referência. Esse conceito é muito importante para a avaliação em larga escala e pode gerar uma série de dúvidas, por se relacionar, diretamente, com o currículo. A relação entre a Matriz de Referência e o currículo é, muitas vezes, entendida sob um prisma diverso do que aquele proposto pelos sistemas de avaliação. Em especial, para o professor, é necessário compreender a natureza dessa relação, bem como seus limites.

Matriz de Referência não se confunde, em absoluto, com Matriz Curricular (currículo). Elas são documentos relacio-nados, mas possuem objetos e objetivos distintos. A Ma-triz de Referência é dotada de um âmbito de atuação mais estreito e delimitado do que a Matriz Curricular. A primeira diz respeito ao contexto das avaliações em larga escala, ao passo que a segunda se relaciona com aspectos que, embora envolvam, extrapolam o âmbito da avaliação.

A Matriz Curricular direciona a produção do currículo em uma série de pontos: os objetivos do ensino e da aprendi-zagem, os conteúdos e as habilidades a serem desenvol-vidos, as metodologias a serem utilizadas, os processos de avaliação etc. É um documento que se relaciona com o ensino e com a aprendizagem em múltiplas dimensões, levando em consideração todas as atividades de caráter pedagógico que as instituições escolares devem exercer. Com isso, é preciso que se reconheça que a Matriz Cur-ricular não é o objeto de uma avaliação em larga escala. Logo, quando estamos diante de um sistema de avaliação, não é o currículo, como um todo, que está sendo avaliado.

A Matriz de Referência, por sua vez, é o objeto que dará origem aos instrumentos dos sistemas de avaliação. É o documento que fornece a direção para o que será avalia-do nos testes cognitivos. É a partir dela que os itens dos

testes são produzidos. Tendo como fonte a Matriz Curri-cular, a Matriz de Referência é um conjunto delimitado de habilidades e competências tidas como essenciais para cada etapa de escolaridade avaliada. As Matrizes de Refe-rência, portanto, não se referem, diretamente, a conteúdos a serem ensinados, mas, antes, a habilidades e competên-cias a serem desenvolvidas.

Como objeto de uma avaliação, a Matriz de Referência é formada por um conjunto de elementos que descrevem as habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos. Por seu caráter descritivo, tais elementos são chamados de des-critores. Cada descritor apresenta uma, e somente uma, habilidade. Cada item do teste, por sua vez, está relacio-nado a apenas um descritor. É importante ressaltar que as matrizes são específicas para cada disciplina e cada etapa de escolaridade avaliadas.

Com isso, podemos afirmar que, necessariamente, a Ma-triz de Referência se baseia na Matriz Curricular, mas, com essa última, não se confunde. A Matriz de Referência en-volve uma parte importante do currículo, mas não é ca-paz, pela própria natureza dos testes de proficiência, de abarcar todo o conteúdo curricular. Assim, tudo que está na Matriz de Referência já se encontra no currículo, mas nem toda previsão curricular é abarcada pela Matriz de Referência. Além de ser baseada no currículo, a Matriz de Referência, em seu processo de construção, envolve outros elementos, como a consulta a pesquisas em livros didáticos, debates com educadores e pesquisadores na área de educação, envolvimento de professores e gesto-res das redes de ensino.

O entendimento da relação entre o currículo e a Matriz de Referência definirá a forma como o professor se valerá dos resultados da avaliação educacional em seu trabalho pedagógico, se apresentando, por conta disso, como um ponto basilar. Por não esgotar os conteúdos curriculares que devem ser trabalhados em sala de aula, sempre mais amplos e complexos, a Matriz de Referência não deve ser confundida com estratégia de ensino, seleção de conteú-dos mais importantes, diretriz de trabalho pedagógico ou proposta curricular. Isso quer dizer que o professor deve se pautar na Matriz Curricular para a condução de seu pro-cesso de ensino e não se concentrar, somente, nas ha-bilidades previstas na Matriz de Referência. Ao cumprir o currículo, o professor já estará abarcando as habilidades da Matriz de Referência. E a efetivação do currículo é o que se espera de todo corpo docente.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 15 SPAECE 2014

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Matriz de Referência de MatemáticaEnsino Médio e EJA - 1º e 2º períodos

O tema agrupa por afinidade um conjunto de habilidades indicadas pelos descritores.

Os descritores associam o conteúdo curricular a operações cogni-tivas, indicando as habilidades que serão avaliadas por meio de um item.

Tema

Descritores

T

D

O item é uma questão utilizada nos testes de uma avaliação em lar-ga escala e se caracteriza por avaliar uma única habilidade indicada por um descritor da Matriz de Referência.

ItemI

(M100529E4) Carlos foi a uma loja de material de construção e comprou uma chave de fenda por R$ 12,50, uma escova de aço por R$ 8,80 e um conjunto de espátulas por R$ 25,90.Quanto ele pagou por essa compra?A) R$ 21,30B) R$ 45,00C) R$ 46,30D) R$ 47,20E) R$ 48,20

SPAECE 2014 16 BOLETIM PEDAGÓGICO

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MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA – SPAECE

1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

TEMA I. INTERAGINDO COM NÚMEROS E FUNÇÕES

D11 Ordenar ou identificar a localização de números racionais na reta numérica.

D16 Estabelecer relações entre representações fracionárias e decimais dos números racionais.

D17 Resolver situação-problema utilizando porcentagem.

D18 Resolver situação-problema envolvendo a variação proporcional entre grandezas direta ou inversamente proporcionais.

D19 Resolver problema envolvendo juros simples.

D22 Identificar a localização de números reais na reta numérica.

D23 Resolver situação-problema com números reais envolvendo suas operações.

D28 Reconhecer a representação algébrica ou gráfica da função polinomial de 1º grau.

D29 Resolver situação-problema envolvendo função polinomial do 1° grau.

D30 Reconhecer a representação algébrica ou gráfica da função polinomial de 2º grau.

D31 Resolver situação-problema envolvendo função quadrática.

D32 Resolver situação-problema que envolva os pontos de máximo ou de mínimo no gráfico de uma função polinomial do 2º grau.

D33 Reconhecer a representação algébrica ou gráfica da função exponencial.

D34 Resolver situação-problema envolvendo função exponencial.

D35 Reconhecer a representação algébrica ou gráfica da função logarítmica.

D37 Resolver situação-problema envolvendo inequações do 1º ou 2º graus.

D39 Resolver situação-problema envolvendo propriedades de uma progressão aritmética ou geométrica (termo geral ou soma).

D44 Analisar crescimento/decrescimento e/ou zeros de funções reais apresentadas em gráficos.

TEMA II. CONVIVENDO COM A GEOMETRIA

D49 Resolver problemas envolvendo semelhança de figuras planas.

D53 Resolver situação-problema envolvendo as razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente).

D57 Identificar a localização de pontos no plano cartesiano.

TEMA III. VIVENCIANDO AS MEDIDAS

D65 Calcular o perímetro de figuras planas numa situação-problema.

D67 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas.

TEMA IV. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

D75 Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas ou gráficos.

D76 Associar informações apresentadas em listas e/ ou tabelas aos gráficos que as representam, e vice-versa.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 17 SPAECE 2014

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MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA – SPAECE

2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

TEMA I. INTERAGINDO COM NÚMEROS E FUNÇÕES

D16 Estabelecer relações entre representações fracionárias e decimais dos números racionais.

D18 Resolver situação-problema envolvendo a variação proporcional entre grandezas direta ou inversamente proporcionais.

D21 Efetuar cálculos com números irracionais, utilizando suas propriedades.

D22 Identificar a localização de números reais na reta numérica.

D28 Reconhecer a representação algébrica ou gráfica da função polinomial de 1º grau.

D36 Reconhecer a representação gráfica das funções trigonométricas (seno, cosseno e tangente).

D38 Resolver situação-problema envolvendo sistema de equações lineares.

D41 Resolver problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo ou noções de permutação simples, ou combinação simples.

D42 Resolver situação-problema envolvendo o cálculo da probabilidade de um evento.

D43 Determinar, no ciclo trigonométrico, os valores de seno e cosseno de um arco no intervalo [0,2π].

TEMA II. CONVIVENDO COM A GEOMETRIA

D46 Identificar o número de faces, arestas e vértices de figuras geométricas tridimensionais representadas por desenhos.

D49 Resolver problemas envolvendo semelhança de figuras planas.

D50 Resolver situação-problema aplicando o Teorema de Pitágoras ou as demais relações métricas no triângulo retângulo.

D51 Resolver problemas usando as propriedades dos polígonos (soma dos ângulos internos, número de diagonais e cálculo do ângulo interno de polígonos regulares).

D52 Identificar planificações de alguns poliedros e/ou corpos redondos.

D53 Resolver situação-problema envolvendo as razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente).

TEMA III. VIVENCIANDO AS MEDIDAS

D64 Resolver problema utilizando as relações entre diferentes unidades de medidas de capacidade e de volume.

D65 Calcular o perímetro de figuras planas numa situação-problema.

D67 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas.

D68 Resolver problemas envolvendo cálculo de área da superfície, lateral ou total, de prismas.

D70 Resolver problemas envolvendo cálculo de volume de prismas.

TEMA IV. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

D75 Resolver problema envolvendo informações apresentadas em tabelas ou gráficos.

D76 Associar informações apresentadas em listas e/ ou tabelas aos gráficos que as representam, e vice-versa.

SPAECE 2014 18 BOLETIM PEDAGÓGICO

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MATRIZ DE REFERÊNCIA DE MATEMÁTICA – SPAECE

3ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO

TEMA I. INTERAGINDO COM NÚMEROS E FUNÇÕES

D16 Estabelecer relações entre representações fracionárias e decimais dos números racionais.

D19 Resolver problema envolvendo juros simples.

D20 Resolver problema envolvendo juros compostos.

D24 Fatorar e simplificar expressões algébricas.

D28 Reconhecer a representação algébrica ou gráfica da função polinomial de 1º grau.

D40 Relacionar as raízes de um polinômio com sua decomposição em fatores do 1º grau.

D42 Resolver situação-problema envolvendo o cálculo da probabilidade de um evento.

TEMA II. CONVIVENDO COM A GEOMETRIA

D49 Resolver problemas envolvendo semelhança de figuras planas.

D50 Resolver situação-problema aplicando o Teorema de Pitágoras ou as demais relações métricas no triângulo retângulo.

D51 Resolver problemas usando as propriedades dos polígonos (soma dos ângulos internos, número de diagonais e cálculo do ângulo interno de polígonos regulares).

D52 Identificar planificações de alguns poliedros e/ou corpos redondos.

D53 Resolver situação-problema envolvendo as razões trigonométricas no triângulo retângulo (seno, cosseno, tangente).

D54 Calcular a área de um triângulo pelas coordenadas de seus vértices.

D55 Determinar uma equação da reta a partir de dois pontos dados ou de um ponto e sua inclinação.

D56 Reconhecer, dentre as equações do 2°grau com duas incógnitas, as que representam circunferências.

D57 Identificar a localização de pontos no plano cartesiano.

D58 Interpretar geometricamente os coeficientes da equação de uma reta.

TEMA III. VIVENCIANDO AS MEDIDAS

D64 Resolver problema utilizando as relações entre diferentes unidades de medidas de capacidade e de volume.

D65 Calcular o perímetro de figuras planas numa situação-problema.

D67 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas.

D71 Calcular a área da superfície total de prismas, pirâmides, cones, cilindros e esfera.

D72 Calcular o volume de prismas, pirâmides, cilindros e cones em situação-problema.

TEMA IV. TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO

D76 Associar informações apresentadas em listas e/ ou tabelas aos gráficos que as representam, e vice-versa.

D78 Resolver problemas envolvendo medidas de tendência central: média, moda ou mediana.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 19 SPAECE 2014

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TEORIA DE RESPOSTA AO ITEM (TRI) E TEORIA CLÁSSICA DOS TESTES (TCT)

O desempenho dos alunos em um teste pode ser anali-

sado a partir de diferentes enfoques. Através da Teoria

Clássica dos Testes – TCT, os resultados dos alunos são

baseados no percentual de acerto obtido no teste, ge-

rando a nota ou escore. As análises produzidas pela TCT

são focadas na nota obtida no teste.

A título de exemplo, um aluno responde a uma série de

itens e recebe um ponto por cada item corretamente

respondido, obtendo, ao final do teste, uma nota total,

representando a soma destes pontos. A partir disso, há

uma relação entre a dificuldade do teste e o valor das

notas: os alunos tendem a obter notas mais altas em tes-

tes mais fáceis e notas mais baixas em testes mais difí-

ceis. As notas são, portanto, “teste-dependentes”, visto

que variam conforme a dificuldade do teste aplicado. A

TCT é muito empregada nas atividades docentes, ser-

vindo de base, em regra, para as avaliações internas,

aplicadas pelos próprios professores em sala de aula.

Língua Portuguesa e Matemática

Ao todo, são 21 modelos diferentes de cadernos.

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Língua Portuguesa

Matemática

91 x

91 x

1 item

Composição dos cadernos para a avaliação

91 itensdivididos em

7 blocos por disciplinacom 13 itens cada

2 blocos (26 itens) de cada disciplina

formam um caderno com 4 blocos (52 itens)

iiiiiiiiiiiiiiiiiii

iiiiiii

iiiiiiiiiiiiiiiiiii

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SPAECE 2014 20 BOLETIM PEDAGÓGICO

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A Teoria da Resposta ao Item – TRI, por sua vez, adota um procedimento diferente. Baseada em uma sofisticada modelagem estatística computacional, a TRI atribui ao desempenho do aluno uma proficiência, não uma nota, relacionada ao conhecimento do aluno das habilidades elencadas em uma Matriz de Referência, que dá origem ao teste. A TRI, para a atribuição da proficiência dos alunos, leva em conta as habilidades demonstradas por eles e o grau de difi-culdade dos itens que compõem os testes. A proficiência é justamente o nível de desempenho dos alunos nas habilidades dispostas em testes padronizados, formado por questões de múl-tiplas alternativas. Através da TRI, é possível determinar um valor diferenciado para cada item.

De maneira geral, a Teoria de Resposta ao Item possui três parâmetros, através dos quais é possível realizar a comparação entre testes aplicados em diferentes anos:

PARÂMETRO “A”

Envolve a capacidade de um item de discriminar, entre os alunos avaliados, aqueles que desenvolveram as habili-dades avaliadas daqueles que não as desenvolveram.

PARÂMETRO “B”

Permite mensurar o grau de dificuldade dos itens: fáceis, médios ou difíceis. Os itens estão distribuídos de forma equâni-me entre os diferentes cadernos de testes, possibilitando a criação de diversos cader-nos com o mesmo grau de dificuldade.

PARÂMETRO “C”

Realiza a análise das respostas do aluno para verificar aleatoriedade nas respos-tas: se for constatado que ele errou mui-tos itens de baixo grau de dificuldade e acertou outros de grau elevado, situação estatisticamente improvável, o modelo deduz que ele respondeu aleatoriamente às questões.

A TCT e a TRI não produzem resultados incompatíveis ou excludentes. Antes, estas duas teo-rias devem ser utilizadas de forma complementar, fornecendo um quadro mais completo do desempenho dos alunos.

O SPAECE utiliza a TRI para o cálculo da proficiência do aluno, que não depende unicamente do valor absoluto de acertos, já que depende também da dificuldade e da capacidade de discriminação das questões que o aluno acertou e/ou errou. O valor absoluto de acertos per-mitiria, em tese, que um aluno que respondeu aleatoriamente tivesse o mesmo resultado que outro que tenha respondido com base em suas habilidades, elemento levado em consideração pelo “Parâmetro C” da TRI. O modelo, contudo, evita essa situação e gera um balanceamento de graus de dificuldade entre as questões que compõem os diferentes cadernos e as habilida-des avaliadas em relação ao contexto escolar. Esse balanceamento permite a comparação dos resultados dos alunos ao longo do tempo e entre diferentes escolas.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 21 SPAECE 2014

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Escala de Proficiência de Matemática

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0 27

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0 32

5 35

0 37

5 40

0 42

5 47

5 50

045

0

SPAECE 2014 22 BOLETIM PEDAGÓGICO

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A ESCALA DE PROFICIÊNCIA foi desenvolvida com o objetivo de traduzir medidas em diagnósticos qualitati-vos do desempenho escolar. Ela orienta, por exemplo, o trabalho do professor com relação às competências que seus alunos desenvolveram, apresentando os resulta-dos em uma espécie de régua onde os valores obtidos são ordenados e categorizados em intervalos ou faixas que indicam o grau de desenvolvimento das habilidades para os alunos que alcançaram determinado nível de de-sempenho.

Em geral, para as avaliações em larga escala da Educa-ção Básica realizadas no Brasil, os resultados dos alunos em Matemática são colocados em uma mesma Escala de Proficiência definida pelo Sistema Nacional de Avalia-

ção da Educação Básica (Saeb). Por permitirem ordenar os resultados de desempenho, as Escalas são importan-tes ferramentas para a interpretação dos resultados da avaliação.

A partir da interpretação dos intervalos da Escala, os pro-fessores, em parceria com a equipe pedagógica, podem diagnosticar as habilidades já desenvolvidas pelos alunos, bem como aquelas que ainda precisam ser trabalhadas em sala de aula, em cada etapa de escolaridade avaliada. Com isso, os educadores podem atuar com maior preci-são na detecção das dificuldades dos alunos, possibilitan-do o planejamento e a execução de novas ações para o processo de ensino-aprendizagem. A seguir é apresenta-da a estrutura da Escala de Proficiência.

DOMÍNIO COMPETÊNCIAS DESCRITORES1ª Série do Ensino Médio

2ª Série do Ensino Médio

3ª Série do Ensino Médio

ESPAÇO E FORMA

Localizar objetos em representações do espaço.

D57 * D57

Identificar figuras geométricas e suas propriedades.

* D46 e D52. D52

Reconhecer transformações no plano. * * *

Aplicar relações e propriedades. D49 e D53 D49, D50, D51 e D53.D49, D50, D51, D53, D54, D55, D56 e D58.

GRANDEZAS E MEDIDAS

Utilizar sistemas de medidas. * * *

Medir grandezas. D65 e D67. D65, D67, D68 e D70. D65, D67, D71 e D72.

Estimar e comparar grandezas. * D64 D64

NÚMEROS, OPERAÇÕES, ÁLGEBRA E FUNÇÕES

Conhecer e utilizar números. D11, D16 e D22. D16 e D22. D16

Realizar e aplicar operações. D17 e D23. D21 D78

Utilizar procedimentos algébricos.D18, D19, D28, D29, D30, D31, D32, D33, D34, D35, D37, D39 e D44.

D18, D28, D36, D38 e D43.

D19, D20, D24, D28 e D40.

TRATAMENTO DA

INFORMAÇÃO

Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.

D75 e D76. D75 e D76. D76

Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade.

* D41 e D42. D42

QUADRO ESCALA-MATRIZ

A estrutura da Escala de Proficiência

* As habilidades relativas a essas competências não são avaliadas nesta etapa de escolaridade.

MATEMÁTICA - SéRIE DO ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 23 SPAECE 2014

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A estrutura da Escala de Proficiência

Na primeira coluna da Escala, são apresentados os

grandes Domínios do conhecimento em Matemática

para toda a Educação Básica. Esses Domínios são agru-

pamentos de competências que, por sua vez, agregam

as habilidades presentes na Matriz de Referência. Nas

colunas seguintes são apresentadas, respectivamente,

as competências presentes na Escala de Proficiência e

os descritores da Matriz de Referência a elas relaciona-

dos.

As competências estão dispostas nas várias linhas da

Escala. Para cada competência há diferentes graus de

complexidade representados por uma gradação de co-

res, que vai do amarelo-claro ao vermelho. Assim, a cor

amarelo-claro indica o primeiro nível de complexidade

da competência, passando pelo amarelo-escuro, laran-

ja-claro, laranja-escuro e chegando ao nível mais com-plexo, representado pela cor vermelha.

Na primeira linha da Escala de Proficiência, podem ser observados, numa escala numérica, intervalos divididos em faixas de 25 pontos, que estão representados de zero a 500. Cada intervalo corresponde a um nível e um conjunto de níveis forma um Padrão de Desempe-nho. Esses Padrões são definidos pela Secretaria de Educação (SEDUC) do Ceará e representados em tons de diferentes cores. Eles trazem, de forma sucinta, um quadro geral das tarefas que os alunos são capazes de fazer, a partir do conjunto de habilidades que desenvol-veram.

Para compreender as informações presentes na Escala de Proficiência, pode-se interpretá-la de três maneiras:

Primeira

Perceber, a partir de um determinado Domínio, o grau de complexidade das competências a ele associadas, atra-vés da gradação de cores ao longo da Escala. Desse modo, é possível analisar como os alunos desenvolvem as habilidades relacionadas a cada competência e realizar uma interpretação que contribua para o planejamento do professor, bem como para as intervenções pedagógicas em sala de aula.

Segunda

Ler a Escala por meio dos Padrões de Desempenho, que apresentam um panorama do desenvolvimento dos alunos em um determinado intervalo. Dessa forma, é possível relacionar as habilidades desenvolvidas com o percentual de alunos situado em cada Padrão.

Terceira

Interpretar a Escala de Proficiência a partir da abrangência da proficiência de cada instância avaliada: estado, CRE-DE ou município e escola. Dessa forma, é possível verificar o intervalo em que a escola se encontra em relação às demais instâncias.

SPAECE 2014 24 BOLETIM PEDAGÓGICO

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competências descritas para este domínio

Localizar objetos em representações do espaço.

Identificar figuras geométricas e suas propriedades.

Reconhecer transformações no plano.

Aplicar relações e propriedades.

DOMíNIOS E COMPETÊNCIAS

Ao relacionar os resultados a cada um dos Domínios da Escala de Proficiência e aos respec-tivos intervalos de gradação de complexidade de cada competência, é possível observar o nível de desenvolvimento das habilidades aferido pelo teste e o desempenho esperado dos alunos nas etapas de escolaridade em que se encontram.

Esta seção apresenta o detalhamento dos níveis de complexidade das competências (com suas respectivas habilidades), nos diferentes intervalos da Escala de Proficiência. Essa des-crição focaliza o desenvolvimento cognitivo do aluno ao longo do processo de escolarização e o agrupamento das competências básicas ao aprendizado de Matemática para toda a Edu-cação Básica.

ESPAÇO E FORMA

Professor, na Matemática, o estudo do Espaço e forma é de fundamental

importância para que o aluno desenvolva várias habilidades, tais como

percepção, representação, abstração, levantamento e validação de

hipóteses, orientação espacial; além de propiciar o desenvolvimento da

criatividade. Vivemos num mundo em que, constantemente, necessitamos

nos movimentar, localizar objetos, localizar ruas e cidades em mapas,

identificar figuras geométricas e suas propriedades para solucionar

problemas. O estudo deste domínio pode auxiliar a desenvolver,

satisfatoriamente, todas essas habilidades, podendo, também, nos ajudar a

apreciar, com outro olhar, as formas geométricas presentes na natureza, nas

construções e nas diferentes manifestações artísticas. Estas competências

são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo

que, a cada ano de escolaridade, os alunos aprofundem e aperfeiçoem o

seu conhecimento neste domínio, desenvolvendo, assim, o pensamento

geométrico necessário para solucionar problemas.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 25 SPAECE 2014

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IDENTIFICAR FIGURAS GEOMÉTRICAS E SUAS PROPRIEDADES

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 001 001 001 002 002 003 003 004 004 004 005 005 005 005 005

Nesta competência, a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para se referir tanto às

figuras bidimensionais como às tridimensionais. Em todos os lugares, nós nos deparamos com diferentes formas

geométricas – arredondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas, cônicas, esféricas, dentre muitas outras. A percepção

das formas que estão ao nosso redor é desenvolvida pelas crianças, mesmo antes de entrarem na escola. Nos anos

iniciais do Ensino Fundamental, os alunos começam a desenvolver as habilidades de reconhecimento de formas

utilizando alguns atributos das figuras planas (um dos elementos que diferencia o quadrado do triângulo é o atributo

número de lados) e tridimensionais (conseguem distinguir a forma esférica de outras formas). Nas séries finais do

Ensino Fundamental, são trabalhadas as principais propriedades das figuras geométricas. No Ensino Médio, os

alunos identificam várias propriedades das figuras geométricas, entre as quais destacamos o Teorema de Pitágoras,

propriedades dos quadriláteros dentre outras.

BRANCO 0 A 125 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as ha-bilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 125 A 200 PONTOS

No intervalo de 125 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, os alunos começam a desenvolver as habilidades de associar objetos do cotidiano às suas formas geométricas.

002

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

No intervalo de 200 a 250 pontos, representado pelo amarelo-escuro, os alunos começam a desenvolver as habilidades de identificar quadriláteros e triângulos, utilizando como atributo o número de lados. Assim, dado um conjunto de figuras, os alunos, pela contagem do número de lados, identificam aqueles que são triângulos e os que são quadriláteros. Em relação aos sólidos, os alunos identificam suas propriedades comuns e suas diferenças, utilizando um dos atributos, nesse caso o número de faces.

003LARANJA-CLARO DE 250 A 300 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos identificam algumas características de quadri-láteros relativas a lados e ângulos e, também, reconhecem alguns polígonos, como pentágonos, hexágonos entre outros, considerando, para isso, o número de lados. Em relação aos quadriláteros, conseguem identi-ficar as posições dos lados, valendo-se do paralelismo. Com relação aos sólidos geométricos, esses alunos identificam os objetos com forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano e reconhecem algumas características dos corpos redondos. A partir das características dos sólidos geométricos, os alunos discriminam entre poliedros e corpos redondos, bem como identificam a planificação do cubo e do bloco retangular. O laranja-claro indica o desenvolvimento dessas habilidades.

004

LARANJA-ESCURO DE 300 A 375 PONTOS

No intervalo laranja-escuro, de 300 a 375 pontos na escala , os alunos reconhecem um quadrado fora de sua posição usual. É muito comum, ao rotacionarmos um quadrado 45 graus, os alunos não identificarem a figura como sendo um quadrado. Nesse caso, os alunos consideram essa figura como sendo um losango. Em relação às figuras tridimensionais, os alunos identificam alguns elementos dessas figuras como, por exemplo, faces, vértices e bases, além de contarem o número de faces, vértices e arestas dos poliedros. Ainda, em

LOCALIZAR OBJETOS EM REPRESENTAÇÕES DO ESPAÇO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 000 000 000 000 000 000 001 001 002 002 003 003 004 004 004 005 005 005 005 005

Um dos objetivos do ensino de Espaço e forma em Matemática é propiciar ao aluno o desenvolvimento da

competência de localizar objetos em representações planas do espaço. Esta competência é desenvolvida desde os

anos iniciais do Ensino Fundamental por meio de tarefas que exigem dos alunos, por exemplo, desenhar, no papel,

o trajeto casa-escola, identificando pontos de referências. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos

iniciais do Ensino Fundamental, são utilizados vários recursos, como a localização de ruas, pontos turísticos, casas,

dentre outros, em mapas e croquis. Além disso, o uso da malha quadriculada pode auxiliar o aluno a localizar objetos

utilizando as unidades de medidas (cm, mm), em conexão com o domínio de Grandezas e Medidas. Nos anos iniciais

do Ensino Fundamental, malha quadriculada é um importante recurso para que os alunos localizem pontos utilizando

coordenadas. No Ensino Médio os alunos trabalham as geometrias plana, espacial e analítica. Eles utilizam o sistema

de coordenadas cartesianas para localizar pontos, retas, circunferências entre outros objetos matemáticos.

BRANCO 0 A 150 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as ha-bilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 150 A 200 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 150 a 200 pontos na escala, marcado pelo amarelo-claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Esses alunos são os que descrevem caminhos dese-nhados em mapas e identificam objeto localizado dentro/fora, na frente/atrás ou em cima/embaixo.

002

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo amarelo-escuro, 200 a 250 pontos na escala, realizam ati-vidades que envolvem referenciais diferentes da própria posição, como, por exemplo, localizar qual objeto está situado entre outros dois. Também localizam e identificam a movimentação de objetos e pessoas em mapas e croquis.

003LARANJA-CLARO 250 A 300 PONTOS

O laranja-claro, 250 a 300 pontos na escala , indica um novo grau de complexidade desta competência. Neste intervalo, os alunos associam uma trajetória representada em um mapa à sua descrição textual. Por exemplo: dada uma trajetória entre duas localidades, no mapa, o aluno verifica qual a descrição textual que representa esse deslocamento e vice-versa.

004

LARANJA-ESCURO 300 A 375 PONTOS

No intervalo de 300 a 375 pontos, cor laranja-escuro, os alunos já conseguem realizar atividade de locali-zação utilizando sistema de coordenadas em um plano cartesiano. Por exemplo: dado um objeto no plano cartesiano, o aluno identifica o seu par ordenado e vice-versa.

005

VERMELHO ACIMA DE 375 PONTOS

No intervalo de 375 a 500 pontos, representado pela cor vermelha, os alunos localizam figuras geométricas por meio das coordenadas cartesianas de seus vértices, utilizando a nomenclatura abscissa e ordenada.

SPAECE 2014 26 BOLETIM PEDAGÓGICO

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IDENTIFICAR FIGURAS GEOMÉTRICAS E SUAS PROPRIEDADES

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 001 001 001 002 002 003 003 004 004 004 005 005 005 005 005

Nesta competência, a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para se referir tanto às

figuras bidimensionais como às tridimensionais. Em todos os lugares, nós nos deparamos com diferentes formas

geométricas – arredondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas, cônicas, esféricas, dentre muitas outras. A percepção

das formas que estão ao nosso redor é desenvolvida pelas crianças, mesmo antes de entrarem na escola. Nos anos

iniciais do Ensino Fundamental, os alunos começam a desenvolver as habilidades de reconhecimento de formas

utilizando alguns atributos das figuras planas (um dos elementos que diferencia o quadrado do triângulo é o atributo

número de lados) e tridimensionais (conseguem distinguir a forma esférica de outras formas). Nas séries finais do

Ensino Fundamental, são trabalhadas as principais propriedades das figuras geométricas. No Ensino Médio, os

alunos identificam várias propriedades das figuras geométricas, entre as quais destacamos o Teorema de Pitágoras,

propriedades dos quadriláteros dentre outras.

BRANCO 0 A 125 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as ha-bilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 125 A 200 PONTOS

No intervalo de 125 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, os alunos começam a desenvolver as habilidades de associar objetos do cotidiano às suas formas geométricas.

002

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

No intervalo de 200 a 250 pontos, representado pelo amarelo-escuro, os alunos começam a desenvolver as habilidades de identificar quadriláteros e triângulos, utilizando como atributo o número de lados. Assim, dado um conjunto de figuras, os alunos, pela contagem do número de lados, identificam aqueles que são triângulos e os que são quadriláteros. Em relação aos sólidos, os alunos identificam suas propriedades comuns e suas diferenças, utilizando um dos atributos, nesse caso o número de faces.

003LARANJA-CLARO DE 250 A 300 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos identificam algumas características de quadri-láteros relativas a lados e ângulos e, também, reconhecem alguns polígonos, como pentágonos, hexágonos entre outros, considerando, para isso, o número de lados. Em relação aos quadriláteros, conseguem identi-ficar as posições dos lados, valendo-se do paralelismo. Com relação aos sólidos geométricos, esses alunos identificam os objetos com forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano e reconhecem algumas características dos corpos redondos. A partir das características dos sólidos geométricos, os alunos discriminam entre poliedros e corpos redondos, bem como identificam a planificação do cubo e do bloco retangular. O laranja-claro indica o desenvolvimento dessas habilidades.

004

LARANJA-ESCURO DE 300 A 375 PONTOS

No intervalo laranja-escuro, de 300 a 375 pontos na escala , os alunos reconhecem um quadrado fora de sua posição usual. É muito comum, ao rotacionarmos um quadrado 45 graus, os alunos não identificarem a figura como sendo um quadrado. Nesse caso, os alunos consideram essa figura como sendo um losango. Em relação às figuras tridimensionais, os alunos identificam alguns elementos dessas figuras como, por exemplo, faces, vértices e bases, além de contarem o número de faces, vértices e arestas dos poliedros. Ainda, em

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 27 SPAECE 2014

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APLICAR RELAÇÕES E PROPRIEDADES

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 001 001 002 005 005 005 005 005

A resolução de problemas é uma capacidade cognitiva do aluno que deve ser desenvolvida na escola. O ensino

da Matemática pode auxiliar nesse desenvolvimento considerando que resolver problemas não é o ponto final do

processo de aprendizagem, mas sim o ponto de partida da atividade matemática, propiciando ao aluno desenvolver

estratégias, levantar hipóteses, testar resultados e utilizar conceitos já aprendidos em outras competências.

No campo do Espaço e forma, espera-se que os alunos consigam aplicar relações e propriedades das figuras

geométricas – planas e não planas – em situações-problema.

BRANCO 0 A 300 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 300 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 300 A 350 PONTOS

O amarelo-claro, de 300 a 350 pontos na escala, indica que os alunos trabalham com ângulo reto e reco-nhecem esse ângulo como sendo correspondente a um quarto de giro. Em relação às figuras geométricas, conseguem aplicar o Teorema da soma dos ângulos internos de um triângulo para resolver problemas e di-ferenciar os tipos de ângulos: agudo, obtuso e reto. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses alunos estabelecem relações entre as medidas do raio, diâmetro e corda.

002

AMARELO-ESCURO 350 A 375 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 350 a 375 pontos, os alunos resolvem problemas geomé-tricos mais complexos, utilizando o Teorema de Pitágoras e a lei angular de Tales, além de resolver problemas envolvendo o cálculo do número de diagonais de um polígono e utilizar relações para o cálculo da soma dos ângulos internos e externos de um triângulo. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses alunos calculam os ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais.

003LARANJA-CLARO 375 A 400 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 375 e 400 pontos, marcado pelo laranja-claro, resolvem problemas mais complexos, envolvendo o Teorema de Pitágoras e relações métricas no triângulo retângulo.

005

VERMELHO ACIMA DE 400 PONTOS

Os alunos resolvem problemas utilizando conceitos básicos da Trigonometria, como a Relação Fundamental da Trigonometria e as razões trigonométricas em um triângulo retângulo. Na Geometria Analítica identificam a equação de uma reta e sua equação reduzida a partir de dois pontos dados. Reconhecem os coeficientes linear e angular de uma reta, dado o seu gráfico. Identificam a equação de uma circunferência a partir de seus elementos e vice-versa. Na Geometria Espacial, utilizam a relação de Euller para determinar o número de faces, vértices e arestas.

relação às figuras planas, os alunos reconhecem alguns elementos da circunferência, como raio, diâmetro e cordas. Relacionam os sólidos geométricos às suas planificações e também identificam duas planificações possíveis do cubo.

005

VERMELHO ACIMA DE 375 PONTOS

Alunos que apresentam proficiência a partir de 375 pontos já desenvolveram as habilidades referentes aos níveis anteriores e, ainda, identificam a quantidade e as formas dos polígonos que formam um prisma, bem como identificam sólidos geométricos a partir de sua planificação (prismas e corpos redondos) e vice-versa. A cor vermelha indica o desenvolvimento das habilidades vinculadas a esta competência.

RECONHECER TRANSFORMAÇÕES NO PLANO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 001 002 005 005 005 005 005

Existem vários tipos de transformações no plano. Dentre elas, podemos citar as isometrias que têm como

características a preservação de distâncias entre pontos do plano, como translações, rotações e reflexões e as

transformações por semelhança que preservam a forma, mas não preservam, necessariamente, o tamanho. As

habilidades relacionadas a esta competência dizem respeito às transformações por semelhança e, devido à sua

complexidade, começam a ser desenvolvidas em níveis mais altos da Escala de Proficiência.

BRANCO 0 A 325 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 325 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 325 A 350 PONTOS

Alunos que se encontram entre 325 e 350 pontos na escala, marcado pelo amarelo-claro, começam a desen-volver as habilidades desta competência. Esses alunos são os que resolvem problemas envolvendo escalas e constante de proporcionalidade.

002

AMARELO-ESCURO 350 A 375 PONTOS

O amarelo-escuro, 350 a 375 pontos, indica que os alunos com uma proficiência que se encontra neste in-tervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas, pois reconhecem a semelhança de triângulos a partir da medida de seus ângulos, bem como comparam áreas de figuras planas semelhantes desenhadas em uma malha quadriculada, obtendo o fator multiplicativo.

005

VERMELHO ACIMA DE 375 PONTOS

No intervalo representado pela cor vermelha, os alunos reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas.

SPAECE 2014 28 BOLETIM PEDAGÓGICO

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APLICAR RELAÇÕES E PROPRIEDADES

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 001 001 002 005 005 005 005 005

A resolução de problemas é uma capacidade cognitiva do aluno que deve ser desenvolvida na escola. O ensino

da Matemática pode auxiliar nesse desenvolvimento considerando que resolver problemas não é o ponto final do

processo de aprendizagem, mas sim o ponto de partida da atividade matemática, propiciando ao aluno desenvolver

estratégias, levantar hipóteses, testar resultados e utilizar conceitos já aprendidos em outras competências.

No campo do Espaço e forma, espera-se que os alunos consigam aplicar relações e propriedades das figuras

geométricas – planas e não planas – em situações-problema.

BRANCO 0 A 300 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 300 pontos, ainda não desenvolveram as habilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 300 A 350 PONTOS

O amarelo-claro, de 300 a 350 pontos na escala, indica que os alunos trabalham com ângulo reto e reco-nhecem esse ângulo como sendo correspondente a um quarto de giro. Em relação às figuras geométricas, conseguem aplicar o Teorema da soma dos ângulos internos de um triângulo para resolver problemas e di-ferenciar os tipos de ângulos: agudo, obtuso e reto. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses alunos estabelecem relações entre as medidas do raio, diâmetro e corda.

002

AMARELO-ESCURO 350 A 375 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 350 a 375 pontos, os alunos resolvem problemas geomé-tricos mais complexos, utilizando o Teorema de Pitágoras e a lei angular de Tales, além de resolver problemas envolvendo o cálculo do número de diagonais de um polígono e utilizar relações para o cálculo da soma dos ângulos internos e externos de um triângulo. Em relação ao estudo do círculo e circunferência, esses alunos calculam os ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais.

003LARANJA-CLARO 375 A 400 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 375 e 400 pontos, marcado pelo laranja-claro, resolvem problemas mais complexos, envolvendo o Teorema de Pitágoras e relações métricas no triângulo retângulo.

005

VERMELHO ACIMA DE 400 PONTOS

Os alunos resolvem problemas utilizando conceitos básicos da Trigonometria, como a Relação Fundamental da Trigonometria e as razões trigonométricas em um triângulo retângulo. Na Geometria Analítica identificam a equação de uma reta e sua equação reduzida a partir de dois pontos dados. Reconhecem os coeficientes linear e angular de uma reta, dado o seu gráfico. Identificam a equação de uma circunferência a partir de seus elementos e vice-versa. Na Geometria Espacial, utilizam a relação de Euller para determinar o número de faces, vértices e arestas.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 29 SPAECE 2014

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UTILIZAR SISTEMAS DE MEDIDAS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

001 001 002 002 003 003 003 004 004 005 005 005 005 005 005

Um dos objetivos do estudo de Grandezas e medidas é propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência:

utilizar sistemas de medidas. Para o desenvolvimento desta competência, nos anos iniciais do Ensino Fundamental,

podemos solicitar aos alunos que marquem o tempo por meio de calendário. Destacam-se, também, atividades

envolvendo culinária, o que possibilita um rico trabalho, utilizando diferentes unidades de medida, como o tempo

de cozimento: horas e minutos e a quantidade dos ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, pitada e outros. Os

alunos utilizam também outros sistemas de medidas convencionais para resolver problemas.

competências descritas para este domínio

Utilizar sistemas de medidas.

Medir grandezas.

Estimar e comparar grandezas.

Grandezas e medidas

O estudo de temas vinculados a este domínio deve propiciar aos alunos conhecer aspectos históricos da construção do conhecimento; compreen-der o conceito de medidas, os processos de medição e a necessidade de adoção de unidades padrão de medidas; resolver problemas utilizando as unidades de medidas; estabelecer conexões entre grandezas e medidas com outros temas matemáticos como, por exemplo, os números racionais positivos e suas representações. Através de diversas atividades, é possí-vel mostrar a importância e o acentuado caráter prático das Grandezas e medidas, para poder, por exemplo, compreender questões relacionadas aos Temas Transversais, além de sua vinculação a outras áreas de co-nhecimento, como as Ciências Naturais (temperatura, velocidade e outras grandezas) e a Geografia (escalas para mapas, coordenadas geográficas). Estas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensi-no Médio, permitindo que, a cada ano de escolaridade, os alunos aprofun-dem e aperfeiçoem o seu conhecimento neste domínio.

SPAECE 2014 30 BOLETIM PEDAGÓGICO

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BRANCO 0 A 125 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as ha-bilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 125 A 175 PONTOS

No intervalo de 125 a 175 pontos, representado pelo amarelo-claro, os alunos estão no início do desenvolvi-mento desta competência. Eles conseguem ler horas inteiras em relógio analógico.

002

AMARELO-ESCURO 175 A 225 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 175 a 225 pontos, os alunos conseguem ler horas e minutos em relógio digital e de ponteiro em situações simples, resolver problemas relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, minutos e horas), bem como es-tabelecer relações entre diferentes medidas de tempo (horas, dias, semanas), efetuando cálculos. Em relação à grandeza comprimento, os alunos resolvem problemas relacionando metro e centímetro. Quanto à grande-za Sistema Monetário, identificam quantas moedas de um mesmo valor equivalem a uma quantia inteira dada em reais e vice-versa.

003LARANJA-CLARO 225 A 300 PONTOS

Alunos que apresentam uma proficiência entre 225 e 300 pontos, marcado pelo laranja-claro, desenvolvem tarefas mais complexas em relação à grandeza tempo. Esses alunos relacionam diferentes unidades de me-didas como, por exemplo, o mês, o bimestre, o ano, bem como estabelecem relações entre segundos e mi-nutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando da grandeza Sistema Monetário, resolvem problemas de trocas de unidades monetárias, que envolvem um número maior de cédulas e em situações menos familiares. Resolvem problemas realizando cálculo de conversão de medidas das grandezas comprimento (quilômetro/metro), massa (quilograma/grama) e capacidade (litro/mililitro).

004

LARANJA-ESCURO 300 A 350 PONTOS

No intervalo de 300 a 350 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os alunos resolvem problemas realizando conversão e soma de medidas de comprimento (quilômetro/ metro) e massa (quilograma/grama). Neste caso, os problemas envolvendo conversão de medidas assumem uma complexidade maior do que aqueles que estão nos intervalos anteriores.

005

VERMELHO ACIMA DE 350 PONTOS

Percebe-se que, até o momento, as habilidades requeridas dos alunos para resolver problemas utilizando conversão de medidas envolvem as seguintes grandezas: comprimento, massa, capacidade. Há problemas que trabalham com outras grandezas como, por exemplo, as grandezas volume e capacidade estabelecendo a relação entre suas medidas – metros cúbicos (m³) e litro (L). Acima de 350 pontos na Escala de Proficiência, as habilidades relacionadas a esta competência apresentam uma maior complexidade. Neste nível, os alunos resolvem problemas envolvendo a conversão de m³ em litros. A cor vermelha indica o desenvolvimento das habilidades relacionadas a esta competência.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 31 SPAECE 2014

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004

LARANJA-ESCURO 325 A 400 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 325 a 400 pontos, laranja- escuro, resolvem problemas envolvendo o cálculo aproximado da área de figuras planas desenhadas em malhas quadriculadas cuja borda é formada por segmentos de retas e arcos de circunferências. Também calculam a área do trapézio retângulo e o volume do paralelepípedo. Em relação ao perímetro, neste intervalo, realizam o cálculo do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas e do volume de paralelepípedos retângulos de base quadra-da. Reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas.

005

VERMELHO ACIMA DE 400 PONTOS

A partir de 400 pontos na escala, os alunos resolvem problemas envolvendo a decomposição de uma figura plana em triângulos, retângulos e trapézios retângulos e calculam a área desses polígonos. O vermelho indica o desenvolvimento das habilidades relativas a esta competência.

ESTIMAR E COMPARAR GRANDEZAS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 000 000 001 001 002 002 003 003 003 005 005 005 005 005 005

O estudo de Grandezas e medidas tem, também, como objetivo propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência:

estimar e comparar grandezas. Muitas atividades cotidianas envolvem esta competência, como comparar tamanhos

dos objetos, pesos, volumes, temperaturas diferentes e outras. Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, esta

competência é trabalhada, por exemplo, quando solicitamos aos alunos que comparem dois objetos estimando as

suas medidas e anunciando qual dos dois é maior. Atividades como essas propiciam a compreensão do processo

de medição, pois medir significa comparar grandezas de mesma natureza e obter uma medida expressa por um

número.

BRANCO 0 A 175 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 175 pontos, ainda não desenvolveram as ha-bilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 175 A 225 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 175 e 225 pontos, representado pelo amarelo-claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Eles leem informações em calendários, localizando o dia de um de-terminado mês e identificam as notas do Sistema Monetário Brasileiro, necessárias para pagar uma compra informada.

002

AMARELO-ESCURO 225 A 275 PONTOS

No intervalo de 225 a 275 pontos, os alunos conseguem estimar medida de comprimento usando unidades convencionais e não convencionais. O amarelo-escuro indica o início do desenvolvimento dessas habilida-des.

003LARANJA-CLARO 275 A 350 PONTOS

O laranja-claro, 275 a 350 pontos, indica que os alunos com uma proficiência que se encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas relativas a esta competência, como, por exemplo, resolver pro-blemas estimando outras medidas de grandezas utilizando unidades convencionais como o litro.

005

VERMELHO ACIMA DE 350 PONTOS

A partir de 350 pontos os alunos comparam os perímetros de figuras desenhadas em malhas quadriculadas. O vermelho indica o desenvolvimento das habilidades referentes a esta competência.

MEDIR GRANDEZAS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 000 001 001 001 002 002 003 003 004 004 004 005 005 005 005

Outro objetivo do ensino de Grandezas e medidas é propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência: medir

grandezas. Esta competência é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental quando, por exemplo, solicitamos

aos alunos para medirem o comprimento e largura da sala de aula usando algum objeto como unidade. Esta é uma das

habilidades que deve ser amplamente discutida com os alunos, pois, em razão da diferença dos objetos escolhidos

como unidade de medida, os resultados encontrados serão diferentes. E perguntas como: “Qual é a medida correta?”

são respondidas da seguinte forma: “Todos os resultados são igualmente corretos, pois eles expressam medidas

realizadas com unidades diferentes.” Além dessas habilidades, ainda nas séries iniciais do Ensino Fundamental, também

são trabalhadas as habilidades de medir a área e o perímetro de figuras planas, a partir das malhas quadriculadas ou

não. Nos anos finais do Ensino Fundamental, os alunos resolvem problemas envolvendo o cálculo de perímetro e área

de figuras planas e problemas envolvendo noções de volume (paralelepípedo). No Ensino Médio, os alunos resolvem

problemas envolvendo o cálculo do volume de diferentes sólidos geométricos (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera)

e problemas envolvendo a área total de um sólido (prisma, pirâmide, cilindro, cone, esfera).

BRANCO 0 A 150 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 150 pontos, ainda não desenvolveram as ha-bilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 150 A 225 PONTOS

No intervalo de 150 a 225 pontos na escala, representada pela cor amarelo-claro, os alunos conseguem resolver problemas de cálculo de área relacionando o número de metros quadrados com a quantidade de quadradinhos contida em um retângulo desenhado em malha quadriculada.

002

AMARELO-ESCURO 225 A 275 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 225 e 275 pontos, representado pelo amarelo-escuro, realizam tarefas mais complexas, comparando e calculando áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas. Em relação ao perímetro, demonstram as habilidades de identificar os lados e, conhecendo suas medidas, cal-cular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada, bem como calcular o perímetro de figura sem o apoio de malhas quadriculadas. Ainda, reconhecem que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade quando os lados dobram ou são reduzidos à metade.

003LARANJA-CLARO 275 A 325 PONTOS

No intervalo representado pelo laranja-claro, de 275 a 325 pontos na escala, os alunos calculam a área com base em informações sobre os ângulos da figura e o volume de sólidos a partir da medida de suas arestas.

SPAECE 2014 32 BOLETIM PEDAGÓGICO

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004

LARANJA-ESCURO 325 A 400 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 325 a 400 pontos, laranja- escuro, resolvem problemas envolvendo o cálculo aproximado da área de figuras planas desenhadas em malhas quadriculadas cuja borda é formada por segmentos de retas e arcos de circunferências. Também calculam a área do trapézio retângulo e o volume do paralelepípedo. Em relação ao perímetro, neste intervalo, realizam o cálculo do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculadas e do volume de paralelepípedos retângulos de base quadra-da. Reconhecem que a área de um retângulo quadruplica quando as medidas de seus lados são dobradas.

005

VERMELHO ACIMA DE 400 PONTOS

A partir de 400 pontos na escala, os alunos resolvem problemas envolvendo a decomposição de uma figura plana em triângulos, retângulos e trapézios retângulos e calculam a área desses polígonos. O vermelho indica o desenvolvimento das habilidades relativas a esta competência.

ESTIMAR E COMPARAR GRANDEZAS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 000 000 001 001 002 002 003 003 003 005 005 005 005 005 005

O estudo de Grandezas e medidas tem, também, como objetivo propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência:

estimar e comparar grandezas. Muitas atividades cotidianas envolvem esta competência, como comparar tamanhos

dos objetos, pesos, volumes, temperaturas diferentes e outras. Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, esta

competência é trabalhada, por exemplo, quando solicitamos aos alunos que comparem dois objetos estimando as

suas medidas e anunciando qual dos dois é maior. Atividades como essas propiciam a compreensão do processo

de medição, pois medir significa comparar grandezas de mesma natureza e obter uma medida expressa por um

número.

BRANCO 0 A 175 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 175 pontos, ainda não desenvolveram as ha-bilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 175 A 225 PONTOS

Alunos cuja proficiência se encontra entre 175 e 225 pontos, representado pelo amarelo-claro, estão no início do desenvolvimento desta competência. Eles leem informações em calendários, localizando o dia de um de-terminado mês e identificam as notas do Sistema Monetário Brasileiro, necessárias para pagar uma compra informada.

002

AMARELO-ESCURO 225 A 275 PONTOS

No intervalo de 225 a 275 pontos, os alunos conseguem estimar medida de comprimento usando unidades convencionais e não convencionais. O amarelo-escuro indica o início do desenvolvimento dessas habilida-des.

003LARANJA-CLARO 275 A 350 PONTOS

O laranja-claro, 275 a 350 pontos, indica que os alunos com uma proficiência que se encontra neste intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas relativas a esta competência, como, por exemplo, resolver pro-blemas estimando outras medidas de grandezas utilizando unidades convencionais como o litro.

005

VERMELHO ACIMA DE 350 PONTOS

A partir de 350 pontos os alunos comparam os perímetros de figuras desenhadas em malhas quadriculadas. O vermelho indica o desenvolvimento das habilidades referentes a esta competência.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 33 SPAECE 2014

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CONHECER E UTILIZAR NÚMEROS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 001 001 001 001 002 002 003 003 004 004 004 005 005 005 005 005

As crianças, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, têm contato com os números e já podem perceber a

importância deles na vida cotidiana. Já conhecem a escrita de alguns números e já realizam contagens. Nessa fase

da escolaridade, os alunos começam a conhecer os diferentes conjuntos numéricos e a perceberem a sua utilização

em contextos do cotidiano. Entre os conjuntos numéricos estudados estão os naturais e os racionais em sua forma

fracionária e decimal. Não podemos nos esquecer de que o domínio de números está sempre relacionado a outros

domínios como o das Grandezas e medidas. Na etapa final do Ensino Fundamental, os alunos resolvem problemas

mais complexos envolvendo diferentes conjuntos numéricos, como os naturais, inteiros e racionais. No Ensino

Médio, os alunos já devem ter desenvolvido esta competência.

competências descritas para este domínio

Conhecer e utilizar números.

Realizar e aplicar operações.

Utilizar procedimentos algébricos.

Números e operações/Álgebra e funções

Como seria a nossa vida sem os números? Em nosso dia a dia, nos depa-ramos com eles a todo o momento. Várias informações essenciais para a nossa vida social são representadas por números: CPF, RG, conta ban-cária, senhas, número de telefones, número de nossa residência, preços de produtos, calendário, horas, entre tantas outras. Não é por acaso que Pitágoras, um grande filósofo e matemático grego (580-500 a.C), elegeu como lema para a sua escola filosófica “Tudo é Número”, pois acreditava que o universo era regido pelos números e suas relações e propriedades. Este domínio envolve, além do conhecimento dos diferentes conjuntos numéricos, as operações e suas aplicações à resolução de problemas. As operações aritméticas estão sempre presentes em nossas vidas. Quantos cálculos temos que fazer? Orçamento do lar, cálculos envolvendo nossa conta bancária, cálculo de juros, porcentagens, divisão de uma conta em um restaurante, dentre outros. Essas são algumas das muitas situações com que nos deparamos em nossas vidas e nas quais precisamos realizar operações. Além de números e operações, este domínio também envolve o conhecimento algébrico que requer a resolução de problemas por meio de equações, inequações, funções, expressões, cálculos entre muitos ou-tros. O estudo da álgebra possibilita aos alunos desenvolver, entre outras capacidades, a de generalizar. Quando fazemos referência a um número par qualquer, podemos representá-lo pela expressão 2n (n sendo um nú-mero natural). Essa expressão mostra uma generalização da classe dos números pares.

SPAECE 2014 34 BOLETIM PEDAGÓGICO

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BRANCO 0 A 100 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 100 A 200 PONTOS

Alunos que se encontram no intervalo de 100 a 200 pontos, representado pelo amarelo-claro, desenvolveram

habilidades básicas relacionadas ao Sistema de Numeração Decimal. Por exemplo: dado um número natural,

esses alunos reconhecem o valor posicional dos algarismos, a sua escrita por extenso e a sua composição

e decomposição em unidades e dezenas. Eles, também, representam e identificam números naturais na

reta numérica. Além disso, reconhecem a representação decimal de medida de comprimento expressas em

centímetros e localizam esses números na reta numérica em uma articulação com os conteúdos de Grandezas

e medidas, dentre outros.

002

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

O amarelo-escuro, 200 a 250 pontos, indica que os alunos com proficiência neste intervalo já conseguem

elaborar tarefas mais complexas. Eles trabalham com a forma polinomial de um número, realizando

composições e decomposições de números de até três algarismos, identificando seus valores relativos. Já

em relação aos números racionais, reconhecem a representação de uma fração por meio de representação

gráfica.

003LARANJA-CLARO 250 A 300 PONTOS

No laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, os alunos percebem que, ao mudar um algarismo de lugar,

o número se altera. Identificam e localizam números inteiros em uma reta numérica ou em uma escala não

unitária. Transformam uma fração em número decimal e vice-versa. Localizam, na reta numérica, números

racionais na forma decimal e comparam esses números quando têm diferentes partes inteiras. Neste intervalo

aparecem, também, habilidades relacionadas a porcentagem. Os alunos estabelecem a correspondência

50% de um todo com a metade.

004

LARANJA-ESCURO 300 A 375 PONTOS

No intervalo de 300 a 375 pontos, marcado pelo laranja-escuro, os alunos desenvolveram habilidades mais

complexas relacionadas a frações equivalentes. Eles já resolvem problemas identificando mais de uma forma

de representar numericamente uma mesma fração. Por exemplo, percebem, com apoio de uma figura, que a

fração meio é equivalente a dois quartos. Além disso, resolvem problemas identificando um número natural

(não informado), relacionando-o a uma demarcação na reta. Esses alunos, também, transformam frações

em porcentagens e vice-versa, identificam a fração como razão e a fração como parte-todo, bem como, os

décimos, centésimos e milésimos de um número decimal.

005

VERMELHO ACIMA DE 375 PONTOS

Acima de 375 pontos na escala, os alunos, além de já terem desenvolvido as habilidades relativas aos níveis

anteriores, conseguem localizar na reta numérica números representados na forma fracionária, comparam

números fracionários com denominadores diferentes e reconhecer a leitura de um número decimal até a

ordem dos décimos. O vermelho indica o desenvolvimento das habilidades associadas a esta competência.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 35 SPAECE 2014

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REALIZAR E APLICAR OPERAÇÕES

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 001 001 001 001 002 002 003 003 004 004 005 005 005 005 005 005

Esta competência refere-se às habilidades de cálculo e à capacidade de resolver problemas que envolvem as quatro

operações básicas da aritmética. Envolve, também, o conhecimento dos algoritmos utilizados para o cálculo dessas

operações. Além do conhecimento dos algoritmos, esta competência requer a aplicação dos mesmos na resolução

de problemas englobando os diferentes conjuntos numéricos, seja em situações específicas da Matemática, seja

em contextos do cotidiano.

BRANCO 0 A 100 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 100 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 100 A 200 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 100 a 200 pontos, em relação à adição e subtração,

os alunos realizam operações envolvendo números de até três algarismos com reserva. Já em relação à

multiplicação, realizam operações com reserva, tendo como multiplicador um número com um algarismo.

Os alunos resolvem problemas utilizando adição, subtração e multiplicação envolvendo, inclusive, o Sistema

Monetário.

002

AMARELO-ESCURO 200 A 250 PONTOS

Alunos, cuja proficiência se encontra no intervalo de 200 a 250 pontos, amarelo-escuro, em relação às

operações, realizam subtrações mais complexas com quatro algarismos e com reserva. Realizam também

multiplicações com reserva, com multiplicador de até dois algarismos. Realizam divisões e resolvem problemas

envolvendo divisões exatas com divisor de duas ordens. Além disso, resolvem problemas envolvendo duas

ou mais operações.

003LARANJA-CLARO 250 A 300 PONTOS

O laranja-claro, intervalo de 250 a 300 pontos, indica um novo grau de complexidade desta competência.

Os alunos com proficiência neste nível resolvem problemas envolvendo as diferentes ideias relacionadas à

multiplicação, em situações contextualizadas. Também efetuam adição e subtração com números inteiros, bem

como realizam cálculo de expressões numéricas envolvendo o uso de parênteses e colchetes com adição e

subtração, além de calcular porcentagens e resolver problemas do cotidiano envolvendo porcentagens em

situações simples.

004

LARANJA-ESCURO 300 A 350 PONTOS

Alunos, cuja proficiência se localiza no intervalo de 300 a 350 pontos, já calculam expressões numéricas

envolvendo números inteiros e decimais positivos e negativos, inclusive potenciação. Eles conseguem, ainda,

resolver problemas envolvendo soma de números inteiros e porcentagens, além de calcular raiz quadrada

e identificar o intervalo em que está inserida a raiz quadrada não exata de um número, bem como efetuar

arredondamento de decimais. O laranja-escuro indica a complexidade dessas habilidades.

SPAECE 2014 36 BOLETIM PEDAGÓGICO

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005

VERMELHO ACIMA DE 350 PONTOS

No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 350 pontos, os alunos calculam o resultado de

expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos e negativos, potências

e raízes exatas). Efetuam cálculos de divisão com números racionais (forma fracionária e decimal

simultaneamente). Neste nível, os alunos desenvolveram as habilidades relativas a esta competência.

UTILIZAR PROCEDIMENTOS ALGÉBRICOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 001 002 002 003 003 004 005 005 005

O estudo da álgebra possibilita ao aluno desenvolver várias capacidades, dentre elas a capacidade de abstrair,

generalizar, demonstrar e sintetizar procedimentos de resolução de problemas. as habilidades referentes à álgebra

são desenvolvidas no Ensino Fundamental e vão desde situações-problema em que se pretende descobrir o valor

da incógnita em uma equação utilizando uma balança de dois pratos, até a resolução de problemas envolvendo

equações do segundo grau. Uma das habilidades básicas desta competência diz respeito ao cálculo do valor

numérico de uma expressão algébrica, em que é utilizado o conceito de variável. No Ensino Médio esta competência

envolve a utilização de procedimentos algébricos para resolver problemas envolvendo o campo dos diferentes

tipos de funções: linear, afim, quadrática e exponencial.

BRANCO 0 A 275 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 275 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 275 A 300 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-claro, 275 a 300 pontos, os alunos calculam o valor numérico de uma

expressão algébrica.

002

AMARELO-ESCURO 300 A 350 PONTOS

No intervalo de 300 a 350 pontos, indicado pelo amarelo-escuro, os alunos já identificam a equação de

primeiro grau e sistemas de primeiro grau, adequados à resolução de problemas. Esses alunos também

determinam o cálculo numérico de uma expressão algébrica em sua forma fatorada e resolvem problemas

envolvendo: grandezas diretamente proporcionais, variações entre mais de duas grandezas, juros simples,

porcentagem e lucro.

003LARANJA-CLARO 350 A 400 PONTOS

O laranja-claro, de 350 a 400 pontos na escala, indica uma maior complexidade nas habilidades associadas

a esta competência. Neste nível de proficiência, os alunos resolvem problemas que recaem em equação

do segundo grau e sistemas de equações do primeiro grau e problemas mais complexos envolvendo juros

simples.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 37 SPAECE 2014

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LER, UTILIZAR E INTERPRETAR INFORMAÇÕES APRESENTADAS EM TABELAS E GRÁFICOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 001 002 002 003 003 004 004 004 005 005 005 005 005 005 005

Um dos objetivos do ensino do conteúdo Tratamento da informação é propiciar ao aluno o desenvolvimento

da competência: ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Esta competência é

desenvolvida nas séries iniciais do Ensino Fundamental por meio de atividades relacionadas aos interesses das

004

LARANJA-ESCURO 400 A 425 PONTOS

Alunos cuja proficiência se localiza no intervalo de 400 a 425 pontos, laranja-escuro, resolvem problemas que

envolvem grandezas inversamente proporcionais e sistemas de duas equações. No campo das sequências

numéricas, identificam uma regularidade em uma sequência numérica e determinam o número que ocupa

uma determinada posição na sequência.

005

VERMELHO ACIMA DE 425 PONTOS

Acima de 425 pontos na escala, indicado pela cor vermelha, os alunos resolvem problemas relacionando a

representação algébrica com a geométrica de um sistema de equações do primeiro grau.

Tratamento da informação

O estudo de Tratamento da informação é de fundamental importância nos dias de hoje, tendo em vista a grande quantidade de informações que se apresentam no nosso cotidiano. Na Matemática, alguns conteúdos são extremamente adequados para “tratar a informação”. A Estatística, por exemplo, cuja utilização pelos meios de comunicação tem sido intensa, utiliza-se de gráficos e tabelas. A Combinatória também é utilizada para desenvolver o Tratamento da informação, pois ela nos permite determinar o número de possibilidades de ocorrência de algum acontecimento. Outro conhecimento necessário para o tratamento da informação refere-se ao conteúdo de Probabilidade, por meio da qual se estabelece a diferença entre um acontecimento natural, que tem um caráter determinístico, e um acontecimento aleatório cujo caráter é probabilístico, avaliando-se a pro-babilidade de dado acontecimento. Com o estudo desses conteúdos, os alunos desenvolvem as habilidades de fazer uso, expor, preparar, alimen-tar e/ou discutir determinado conjunto de dados ou de informes a respeito de alguém ou de alguma coisa.

competências descritas para este domínio

Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos.

Utilizar procedimentos algébricos.

SPAECE 2014 38 BOLETIM PEDAGÓGICO

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crianças. Por exemplo, ao registrar os resultados de um jogo ou ao anotar resultados de respostas a uma consulta

que foi apresentada, elas poderão, utilizando sua própria forma de se expressar, construir representações dos fatos

e, pela ação mediadora do professor, essas representações podem ser interpretadas e discutidas. Esses debates

propiciam novas oportunidades para a aquisição de outros conhecimentos e para o desenvolvimento de habilidades

e de atitudes. Nas séries finais do Ensino Fundamental, temas mais relevantes podem ser explorados e utilizados a

partir de revistas e jornais. O professor pode sugerir a realização de pesquisas com os alunos sobre diversos temas

e efetuar os registros dos resultados em tabelas e gráficos para análise e discussão. No Ensino Médio, os alunos são

solicitados a utilizarem procedimentos estatísticos mais complexos como, por exemplo, cálculo de média aritmética.

BRANCO 0 A 125 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 125 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 125 A 150 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 125 e 150 pontos, os alunos leem informações em tabelas

de coluna única e extraem informações em gráficos de coluna por meio de contagem.

002

AMARELO-ESCURO 150 A 200 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-escuro, de 150 a 200 pontos, os alunos leem informações em tabelas

de dupla entrada e interpretam dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical.

003LARANJA-CLARO 200 A 250 PONTOS

De 200 a 250 pontos, intervalo indicado pelo laranja-claro, os alunos localizam informações e identificam

gráficos de colunas que correspondem a uma tabela com números positivos e negativos. Esses alunos

também conseguem ler gráficos de setores e localizar dados em tabelas de múltiplas entradas, além de

resolver problemas simples envolvendo as operações, identificando dados apresentados em gráficos ou

tabelas, inclusive com duas entradas.

004

LARANJA-ESCURO 250 A 325 PONTOS

Alunos com proficiência entre 250 e 325 pontos, laranja-escuro, identificam o gráfico de colunas ou barras

correspondente ao gráfico de setores e reconhecem o gráfico de colunas ou barras correspondente a dados

apresentados de forma textual; associam informações contidas em um gráfico de colunas e barras a uma

tabela que o representa, utilizando estimativas.

005

VERMELHO ACIMA DE 325 PONTOS

A cor vermelha, acima de 325 pontos, indica que os alunos leem, utilizam e interpretam informações a

partir de gráficos de linha do plano cartesiano. Além de analisarem os gráficos de colunas representando

diversas variáveis, comparando seu crescimento. Neste nível de proficiência, as habilidades relativas a esta

competência estão desenvolvidas.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 39 SPAECE 2014

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UTILIZAR PROCEDIMENTOS DE COMBINATÓRIA E PROBABILIDADE

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 001 002 005 005 005

Um dos objetivos do ensino do Tratamento de informação em Matemática é propiciar ao aluno o desenvolvimento

da competência: utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade. Esta competência deve ser desenvolvida

desde as séries iniciais do Ensino Fundamental por meio da resolução de problemas de contagem simples e a

avaliação das possibilidades de ocorrência ou não de um evento. Algumas habilidades vinculadas a esta competência

no Ensino Fundamental são exploradas juntamente com o domínio Números, Operações e Álgebra. Quando tratamos

essa habilidade dentro do Tratamento de informação, ela se torna mais forte no sentido do professor perceber a real

necessidade de trabalhar com ela. O professor deve resolver problemas simples de possibilidade de ocorrência,

ou não, de um evento ou fenômeno, do tipo “Qual é a chance?” Apesar desse conhecimento intuitivo ser muito

comum na vida cotidiana, convém trabalhar com os alunos a diferença entre um acontecimento natural, que tem um

caráter determinístico, e um acontecimento aleatório, cujo caráter é probabilístico. Também é possível trabalhar em

situações que permitam avaliar se um acontecimento é mais ou menos provável. Não se trata de desenvolver com

os alunos as técnicas de cálculo de probabilidade. Mas sim, de explorar a ideia de possibilidade de ocorrência ou

não de um evento ou fenômeno. Intuitivamente, compreenderão que alguns acontecimentos são possíveis, isto é,

“têm chance” de ocorrer (eventos com probabilidades não nulas). Outros acontecimentos são certos, “garantidos”

(eventos com probabilidade de 100%) e há aqueles que nunca poderão ocorrer (eventos com probabilidades nulas).

as habilidades associadas a esta competência são mais complexas, por isso começam a ser desenvolvidas em

níveis mais altos da Escala de Proficiência.

BRANCO 0 A 375 PONTOS

Os alunos cuja proficiência se encontra na faixa branco, de 0 a 375 pontos, ainda não desenvolveram as

habilidades relacionadas a esta competência.

001

AMARELO-CLARO 375 A 400 PONTOS

No intervalo representado pelo amarelo-claro, de 375 a 400 pontos, os alunos começam a desenvolver esta

competência, calculando a probabilidade de um evento acontecer no lançamento de um dado, bem como

a probabilidade de ocorrência de dois eventos sucessivos como, por exemplo, ao se lançar um dado e uma

moeda.

002

AMARELO-ESCURO 400 A 425 PONTOS

O amarelo-escuro, 400 a 425 pontos, indica uma complexidade maior nesta competência. Neste intervalo,

os alunos conseguem resolver problemas de contagem utilizando o princípio multiplicativo sem repetição de

elementos e calculam a probabilidade de ocorrência de um evento simples aluno.

005

VERMELHO ACIMA DE 425 PONTOS

No intervalo representado pela cor vermelha, acima de 425 pontos, os alunos demonstram ter desenvolvido

competências mais complexas do que as anteriores. Resolvem problemas de contagem utilizando o princípio

multiplicativo com repetição de elementos e resolvem problemas de combinação simples.

SPAECE 2014 40 BOLETIM PEDAGÓGICO

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Os Padrões de Desempenho são categorias definidas a partir de cortes numéricos que agru-pam os níveis da Escala de Proficiência. Esses cortes dão origem a quatro Padrões de De-sempenho – Muito Crítico, Crítico, Intermediário e Adequado –, os quais apresentam o perfil de desempenho dos alunos.

Desta forma, alunos que se encontram em um Padrão de Desempenho abaixo do esperado para sua etapa de escolaridade precisam ser foco de ações pedagógicas mais especializa-das, de modo a garantir o desenvolvimento das habilidades necessárias ao sucesso escolar, evitando, assim, a repetência e a evasão.

Por outro lado, estar no Padrão mais elevado indica o caminho para o êxito e a qualidade da aprendizagem dos alunos. Contudo, é preciso salientar que mesmo os alunos posicionados no Padrão mais elevado precisam de atenção, pois é necessário estimulá-los para que pro-gridam cada vez mais.

Além disso, as competências e habilidades agrupadas nos Padrões não esgotam tudo aquilo que os alunos desen-volveram e são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são aquelas consideradas essenciais em cada etapa de escolarização e possíveis de serem avaliadas em um teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através de instrumentos de observação e registros utilizados em sua prática cotidiana, identificarem outras caracte-rísticas apresentadas por seus alunos e que não são contempladas nos Padrões. Isso porque, a despeito dos traços comuns a alunos que se encontram em um mesmo intervalo de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica.

São apresentados, a seguir, exemplos de itens característicos de cada Padrão.

Padrões de Desempenho Estudantil

Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 41 SPAECE 2014

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Nesse Padrão de Desempenho, as habilidades matemáticas que se evidenciam são as relativas aos significados dos números nos diversos contextos sociais. Os alunos demonstram compreender o uso do algoritmo da adição de números de até três algarismos com reagrupamento, da subtração de números naturais de até quatro algarismos com reserva, da divisão exata por números de até dois algarismos e da multiplicação cujos fatores também são números de até dois algarismos.

Percebe-se nesse Padrão que as habilidades relativas ao conjunto dos números naturais ficam mais evidentes. Os alunos identificam esses números em um intervalo dado; reconhecem a lei de formação de uma sequência com auxílio de representação na reta numérica; resolvem problemas utilizando a multiplicação, reconhecendo que um número não se altera ao multiplicá-lo por um; resolvem problemas envolvendo várias operações. Constata-se, também, que esses alunos loca-lizam números na reta numérica; reconhecem a escrita por extenso de números naturais e a sua composição e decomposição, considerando o seu valor posicional na base decimal, e resolvem problemas envolvendo a soma de números naturais de até dois algarismos, envolvendo diferentes significados da adição. Há também, nesse Padrão, um indício do desenvolvimento da habilidade relativa aos números racionais, pois eles resolvem problemas envolvendo a soma ou subtração de números racionais na forma decimal, constituídos pelo mesmo número de casas decimais e por até três algarismos.

No campo Geométrico, reconhecem figuras bidimensionais pelas medidas dos lados e do ângulo reto, identificam a planificação do cone e do cubo a partir de sua imagem. Além de diferenciar entre os diver-sos sólidos, os que têm superfícies arredondadas; localizam pontos usando coordenadas cartesianas, a partir de um par ordenado; identificam a localização ou a movimentação de objetos em representações gráficas, com base em referencial igual ou diferente ao da própria posição; localizam pontos e objetos a partir de suas coordenadas em um referencial quadriculado; reconhecem a forma de círculo; identificam quadriláteros e algumas características relativas aos lados e ângulos. Eles, ainda, identificam figuras planas dentre um conjunto de polígonos pelo número de lados; calculam a medida do perímetro com ou sem apoio da malha quadriculada, além de comparar áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas e identificar propriedades comuns e diferenças entre sólidos geométricos através do número de faces.

MUITO CRíTICO

ATé 250 PONTOS

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

SPAECE 2014 42 BOLETIM PEDAGÓGICO

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Nesse Padrão, os alunos já demonstram conhecimentos relativos à Literacia Estatística. Conseguem ler e interpretar um gráfico de colunas, por meio da leitura de valores do eixo vertical, leem informações em tabelas de coluna única e de dupla entrada. Além disso, esses alunos leem gráficos de setores; localizam informações em gráficos de colunas duplas e dados em tabelas de múltiplas entradas. Ainda no Campo Tratamento da Informação, esses alunos possuem capacidade de identificar dados em uma lista de alter-nativas, utilizando-os na resolução de problemas, relacionando-os, dessa forma, às informações apresen-tadas em gráficos e tabelas, e identificam gráficos de colunas que corresponde a uma tabela com núme-ros positivos e negativos. São capazes de resolver problemas envolvendo as operações, usando dados apresentados em gráficos ou tabelas, inclusive com duas entradas; resolvem problemas que envolvem a interpretação de dados apresentados em gráficos de barras ou em tabelas.

No campo Grandezas e Medidas, os alunos também demonstram compreender a ação de medir um com-primento utilizando régua numerada; resolvem problemas relacionando diferentes unidades de medida de comprimento (metros e centímetros), massa (kg/g). Eles também resolvem problemas relacionando diferentes unidades de medidas de tempo (dias/semanas, mês/trimestre / ano, hora /minuto, dias/ano) para cálculo de intervalos de tempo transcorrido entre dois instantes, dados horas inteiras, sem a necessidade de transformação de unidades. Leem horas e minutos em relógios digitais e analógicos em situação sim-ples. Realizam trocas de cédulas e moedas, e identificam cédulas que formam uma quantia de dinheiro inteira; identificam a forma ampliada de uma figura simples em uma malha quadriculada; resolvem proble-mas de cálculo de área com base na contagem das unidades de uma malha quadriculada. Eles também estimam medida de comprimento usando unidades convencionais e não convencionais; resolvem pro-blemas envolvendo as operações com valores do Sistema Monetário brasileiro, além de estabelecerem relação entre diferentes unidades monetárias (representando um mesmo valor ou numa situação de troca, incluindo a representação dos valores por números decimais).

As habilidades matemáticas que se evidenciam nesse Padrão são elementares para esta série e o desafio que se apresenta é o de viabilizar condições para que os alunos possam vencer as próxi-mas etapas escolares.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 43 SPAECE 2014

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(M100529E4) Carlos foi a uma loja de material de construção e comprou uma chave de fenda por R$ 12,50, uma escova de aço por R$ 8,80 e um conjunto de espátulas por R$ 25,90.Quanto ele pagou por essa compra?A) R$ 21,30B) R$ 45,00C) R$ 46,30D) R$ 47,20E) R$ 48,20

1° ANO DO EM

Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problema envolvendo os números reais.

Para resolver esse item, os alunos podem usar o algoritmo da adição ou o cálcu-lo mental para encontrar o total da compra, que é R$ 47,20. Nesse processo, os alunos devem estar atentos aos reagrupamentos da ordem dos décimos para a ordem das unidades.

Aqueles que marcaram a alternativa D, provavelmente, desenvolveram a habili-dade avaliada pelo item. Os alunos que marcaram a alternativa A, possivelmente, não se apropriaram de todas as informações do enunciado e somaram o preço da chave de fenda (R$ 12, 50) com o preço da escova de aço (R$ 8,80) e não incluíram o preço do conjunto de espátulas. Aqueles que marcaram a alternativa B, provavelmente, adicionaram somente a parte inteira dos números racionais. Já os alunos que escolheram a alternativa C, possivelmente, não incluíram na adição os 90 centavos do preço da espátula. Os alunos que optaram pela alternativa E, provavelmente, incluíram um real a mais na contagem.

Para o desenvolvimento dessa habilidade é necessário uma compreensão mais significativa no que tange a estrutura do Sistema de Numeração Decimal. Com-preender as características desse sistema é essencial para manipular qualquer tipo de algoritmo, seja da divisão, subtração, multiplicação ou adição, bem como utilizar com desenvoltura o cálculo mental.

SPAECE 2014 44 BOLETIM PEDAGÓGICO

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(M120976E4) O dono de uma locadora fez uma pesquisa para saber a quantidade de fi lmes que os clientes alugam por mês. Os resultados dessa pesquisa estão representados na tabela abaixo.

QUANTIDADE DE FILMES ALUGADOS POR MÊS

QUANTIDADE DE CLIENTES

2 OU MENOS 42

3 35

4 87

5 95

6 OU MAIS 58

De acordo com essa tabela, quantos clientes alugam menos de 5 fi lmes por mês?A) 87B) 95C) 164D) 259E) 317

2° ANO DO EM

Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo dados apresentados em tabelas de única entrada.

Para resolvê-lo, eles devem fazer uma leitura dos dados da tabela e identificar que a quantidade de clientes que alugam menos de 5 filmes é dada pela soma das quan-tidades de clientes que alugam 2 ou menos, 3 ou 4 fil-mes. Ao efetuar 42 + 35 + 87, o resultado é 164. Portanto, aqueles que assinalaram a alternativa C demonstram ter desenvolvido a habilidade avaliada pelo item.

As demais alternativas de resposta sugerem que os alu-nos não se apropriaram de forma correta do enuncia-do do item. Por exemplo, optaram pela alternativa A os alunos que compreenderam de forma equivocada que alugar menos de 5 filmes significa alugar exclusivamen-te 4 filmes. A escolha da alternativa B indica que esses alunos, possivelmente, não compreenderam o coman-do para resposta do item ao indicarem a quantidade de pessoas que alugam 5 filmes por mês. Aqueles que

marcaram a alternativa D incluíram na adição a quanti-dade de clientes que alugam 5 filmes. Já aqueles que optaram pela alternativa E, provavelmente, adicionaram todos os valores presentes na tabela, mostrando não ter compreendido o comando para resposta do item.

Organizar, representar e analisar os dados neste tipo de representação são habilidades que exigem outras ações, além de uma simples leitura. A habilidade ava-liada por esse item requer uma leitura e uma interpre-tação atenta das informações contidas na tabela, além do domínio da operação aditiva. Este item requer uma análise do tipo ler entre os dados, ou seja, requer que os alunos comparem quantidades e utilizem operações matemáticas para resolver um problema. A consolidação desta habilidade deve servir como preparação para que os alunos realizem outro tipo análise, mais sofisticada e cada vez mais necessária no exercício de sua cidadania. Essa análise requer que eles façam previsões ou infe-rências a partir de dados que não se encontram explici-tamente indicados na representação visual.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 45 SPAECE 2014

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(M120964E4) O gráfi co abaixo apresenta a quantidade de alunos matriculados, por turma, no 3º ano do Ensino Médio de uma escola.

Turmas do 3º ano do Ensino Médio

Turma 3

Qua

ntid

ade

de a

luno

s m

atric

ulad

os

Turma 5Turma 2Turma 1 Turma 4

5550454035302520151050

A tabela que representa as informações contidas nesse gráfi co é

A)Turmas do 3º ano do Ensino Médio

Quantidade de alunos

matriculadosTurma 1 35

Turma 2 50

Turma 3 40

Turma 4 45

Turma 5 30

B)Turmas do 3º ano do Ensino Médio

Quantidade de alunos

matriculadosTurma 1 30

Turma 2 35

Turma 3 40

Turma 4 45

Turma 5 50

C)Turmas do 3º ano do Ensino Médio

Quantidade de alunos

matriculadosTurma 1 50

Turma 2 45

Turma 3 40

Turma 4 35

Turma 5 30

D)Turmas do 3º ano do Ensino Médio

Quantidade de alunos

matriculadosTurma 1 45

Turma 2 30

Turma 3 40

Turma 4 50

Turma 5 35

E)Turmas do 3º ano do Ensino Médio

Quantidade de alunos

matriculadosTurma 1 35

Turma 2 50

Turma 3 40

Turma 4 30

Turma 5 45

3° ANO DO EM

SPAECE 2014 46 BOLETIM PEDAGÓGICO

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Esse item avalia a habilidade de os alunos associarem informações apresentadas em um gráfico de colunas à tabela que as representam.

Para resolvê-lo, os alunos devem observar as alturas de cada coluna do gráfico e suas respectivas quantidades de alunos matriculados e relacionar as quantidades encontradas com cada turma indicada no eixo horizontal. Em seguida, é possível fazer uma correspondência entre as quantidades de alunos observadas em cada coluna do gráfico e as linhas da tabela referente a cada turma.

Aqueles que assinalaram a alternativa E, provavelmente, desenvolveram a habili-dade avaliada pelo item. A escolha da alternativa A sugere que os alunos não ob-servaram que a quantidade de alunos das turmas 4 e 5, representadas nas duas últimas colunas, estavam trocadas. Na alternativa B, os alunos, possivelmente, se equivocaram ao listar as quantidades de alunos das turmas em ordem crescente sem levar em consideração a correspondência dessas quantidades com suas res-pectivas turmas, enquanto que na alternativa C, os alunos listaram as quantidades em ordem decrescente e da mesma forma que aqueles que marcaram a alternati-va B, não as correlacionaram com as respectivas turmas. Já os que optaram pela alternativa D, provavelmente, fizeram a leitura dos dados do gráfico da última para a primeira coluna e dessa forma, relacionaram à tabela cujos dados estavam assim representados.

O desenvolvimento das habilidades em leitura e interpretação de dados em ta-belas, gráficos de colunas e em outras representações é de suma importância, uma vez que irá permitir a esses alunos não só serem capazes de avaliar criti-camente as informações estatísticas comumente divulgadas em jornais, revistas e outras mídias, como também poderá ajudá-los a tomarem decisões com base na interpretação dessas informações. Como a habilidade avaliada por este item não demanda funções cognitivas complexas, mas apenas leitura e identificação de dados, então espera-se que os alunos tenham consolidado esta habilidade ao final do Ensino Médio.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 47 SPAECE 2014

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Nesse Padrão, amplia-se o leque de habilidades relati-vas ao campo Numérico e Algébrico, aparecendo a par-tir daí as primeiras noções de Álgebra.

No conjunto dos números naturais, esses alunos resolvem problemas de soma envolvendo combinações e de multi-plicação envolvendo configuração retangular; assim como, resolvem problemas de contagem em uma disposição re-tangular envolvendo mais de uma operação; problemas que envolvem proporcionalidade também envolvendo mais de uma operação e reconhecem que 50% corres-pondem à metade; resolvem problemas utilizando mul-tiplicação e divisão em situação combinatória; resolvem problemas de contagem utilizando o princípio multiplicati-vo. Eles, também, efetuam cálculos de números naturais que requerem o reconhecimento do algoritmo da divisão inexata; identificam a localização aproximada de números inteiros não ordenados, em uma reta em que a escala não é unitária; comparam números racionais na forma decimal com diferentes partes inteiras; calculam porcentagens; lo-calizam números racionais (positivos e negativos), na forma decimal, na reta numérica; estabelecem a relação entre frações próprias e impróprias e as suas representações na forma decimal, assim como localizá-las na reta numérica; resolvem problemas de soma ou subtração de números decimais na forma do Sistema Monetário brasileiro.

Esses alunos demonstram uma compreensão mais am-pla do Sistema de Numeração Decimal, pois calculam expressão numérica envolvendo soma e subtração com uso de parênteses e colchetes; calculam o resultado de uma divisão por um número de dois algarismos, inclusive com resto; reconhecem a modificação sofrida no valor de um número quando um algarismo é alterado e identificam fração como parte de um todo, sem apoio da figura. Eles resolvem problemas envolvendo as operações de adição e subtração com reagrupamento de números racionais dado em sua forma decimal. Esses alunos ainda reconhe-cem e aplicam, em situações simples, o conceito de por-centagem, além de resolverem problemas envolvendo o cálculo de uma porcentagem de uma quantidade inteira.

No campo Algébrico, esses alunos identificam equações e sistemas de equações de primeiro grau que permitem resolver um problema e calculam o valor numérico de uma expressão algébrica, incluindo potenciação.

Esses alunos também realizam conversões entre unidades de medida de comprimento (m/ km), temperatura e capa-cidade (mL/ L), leem horas em relógios de ponteiros em situações mais gerais (8h50min), resolvem problemas de cálculo de área com base em informações sobre ângu-los de uma figura, além de atribuírem significado para o metro quadrado. Eles calculam a medida do contorno (ou perímetro) de uma figura geométrica irregular formada por quadrados justapostos desenhados em uma malha quadri-culada e do volume por meio da contagem de blocos.

No campo Geométrico, os alunos reconhecem diferen-tes planificações de um cubo; identificam as posições dos lados de quadriláteros (paralelismo); relacionam poliedros e corpos redondos às suas planificações; re-conhecem alguns polígonos (triângulos, quadriláteros, pentágonos, hexágonos); reconhecem que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade, quando os lados dobram ou são reduzidos à metade; associam uma trajetória re-presentada em um mapa à sua descrição textual, identifi-cam a planificação de cubo e de um cilindro em situação contextualizada; reconhecem e efetuam cálculos com ângulos retos e não retos e identificam as coordenadas de pontos plotados no plano cartesiano.

Nesse Padrão, percebe-se, ainda, que esses alunos iden-tificam o gráfico (de barra / coluna / setor) corresponden-te a uma tabela e vice-versa. Reconhecem o gráfico de colunas correspondente a dados apresentados de forma textual; identificam o gráfico de colunas correspondente a um gráfico de setores; leem tabelas de dupla entrada e reconhecem o gráfico de colunas correspondente, mesmo quando há variáveis representadas e reconhecem o gráfi-co de linhas correspondente a uma sequência de valores ao longo do tempo (com valores positivos e negativos).

CRíTICO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

DE 250 ATé 300 PONTOS

1° ANO DO EM

SPAECE 2014 48 BOLETIM PEDAGÓGICO

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(M100530E4) Na empresa de Alberto, 75% das 200 mulheres são casadas.Quantas mulheres dessa empresa são casadas?A) 15B) 50C) 75D) 150E) 275

1° ANO DO EM

Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo porcentagem.

Para resolver esse item, os alunos devem compreender o significado de porcen-tagem explícito no contexto do problema, em seguida podem manipular os núme-ros da seguinte forma: 0,75 x 200 = 150. Outra possibilidade é encontrar 50% da quantidade apresentada no enunciado (metade de 200 é 100) e adicionar esse valor à metade dessa metade (50% de 100 = 50 que corresponde a 25% de 200), encontrando como resultado 150.

Aqueles que marcaram a alternativa D, provavelmente, desenvolveram a habilida-de avaliada pelo item.Os alunos que optaram pela alternativa A, possivelmente, relacionaram equivocadamente 75% a uma divisão de 75 por 1000 e não por 100, em seguida multiplicaram esse valor (0,075) por 200, encontrando como resultado 15. Aqueles que marcaram a alternativa B, provavelmente, calcularam 25% de 200. Já aqueles que marcaram a alternativa C, provavelmente, fizeram uma interpreta-ção equivocada do problema e associaram a quantidade de mulheres casadas a 75, demonstrando dessa forma não compreender o conceito de porcentagem ex-plícito no enunciado do item. Os alunos que marcaram a alternativa E, adicionaram os números apresentados no contexto do item (75 + 200).

É notório, ao analisar esse item, que alguns alunos chegam a essa etapa de es-colaridade sem compreender o conceito de porcentagem. Algumas vezes, esses alunos também confundem o percentual que foi retirado de um todo com o per-centual que sobrou desse todo. Resolver problemas que envolvem porcentagens é uma habilidade importante na compreensão da linguagem numérica e algébrica inserida em contextos financeiros, além de construir os conceitos matemáticos as-sociados às situações socioeconômicas, amplamente aplicáveis no cotidiano. Por isso, espera-se que os alunos nessa etapa de escolarização tenham consolidado as habilidades referentes ao conceito de porcentagem.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 49 SPAECE 2014

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(M110782E4) O desenho abaixo apresenta as dimensões da laje da casa de Isadora. Ela irá colocar um muro de proteção nessa laje e, para calcular a quantidade de material a ser comprado, precisou medir o seu contorno.

40 m

18 m

Qual é o perímetro da laje dessa casa?A) 58 mB) 116 mC) 232 mD) 360 mE) 720 m

2° ANO DO EM

Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo o perímetro de figuras planas.

Para resolvê-lo, eles devem reconhecer que a laje da casa de Isadora possui formato retangular. Logo, para o cálculo do perímetro, basta somar a medida de todos os lados dessa região.

Os alunos que assinalaram a alternativa B, provavelmen-te, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. A opção pela alternativa A indica que os respondentes as-sociaram o cálculo do perímetro à soma das dimensões explícitas no suporte do item. Eles, provavelmente, não perceberam que os lados opostos do retângulo possuem a mesma medida, e que, para o cálculo do perímetro, as medidas de todos os lados deveriam ser consideradas. Os alunos que marcaram a alternativa C, possivelmente, somaram as medidas expostas no suporte do item (40 + 18) e, em seguida, multiplicaram o resultado por 4 por considerarem os 4 lados do retângulo. Aqueles que op-taram pela alternativa D, provavelmente, confundiram o conceito de perímetro e área, e ainda consideraram para o cálculo da área o produto das dimensões dividido por 2, ou seja, calcularam a área de um triângulo. Já aqueles

que optaram pela alternativa E, provavelmente, confun-diram os conceitos de perímetro e área e calcularam a área da laje.

Um ponto importante a ser trabalhado com os alunos é a diferença entre os conceitos perímetro e área. Dessa forma é preciso que se considere essa diferença sobre os pontos de vista: topológico (área sendo associada à superfície e o perímetro ao contorno), Dimensional (uma superfície e seu contorno são objetos matemáticos de natureza distintas), computacional (corresponde à aquisi-ção das fórmulas de área e perímetro de figuras usuais) e a Variacional (consiste na constatação de que área e perímetro não variam necessariamente no mesmo sen-tido, de que superfícies de mesma área podem ter perí-metros distintos e vice-versa).

Para o desenvolvimento pleno dessa habilidade é im-portante que a grandeza perímetro seja compreendida tanto do ponto de vista numérico, quanto geométrico. É essencial também que os alunos consigam perceber, através de exemplos práticos, a relevância social dessa medida, proporcionando assim uma aprendizagem mais significativa.

SPAECE 2014 50 BOLETIM PEDAGÓGICO

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(M120962E4) Para a realização de uma pesquisa, foram usados os submarinos Alfa, Beta e Gama para verifi car o ecossistema de determinada área marítima. As posições desses três submarinos foram relacionadas a pontos no plano cartesiano, no qual o submarino Alfa está representado pelo ponto de coordenadas (– 3, 2), Beta pelo ponto (– 2, – 3) e Gama pelo ponto (2, – 3) conforme indicado abaixo.

y

x0 1

1

2

2

3

3

4

P

Q

R

–4 –3 –2 –1–5

–4

–3

–2

–1

–5

Os pontos que representam, respectivamente, a localização dos submarinos Alfa, Beta e Gama nesse plano cartesiano sãoA) P, Q e R.B) P, R e Q.C) Q, P e R.D) Q, R e P.E) R, P e Q.

3° ANO DO EM

Esse item avalia a habilidade de os alunos identificarem a localização de pontos no plano cartesiano. Para resol-vê-lo, eles devem conhecer o plano cartesiano, sabendo que um ponto é representado por um par ordenado, no qual a primeira coordenada representa a abscissa, que se localiza no eixo x, e a segunda, a ordenada, que se localiza no eixo y. Devem reconhecer ainda que os eixos nada mais são do que retas numéricas, nesse caso, de números inteiros. A partir daí, os alunos devem se aten-tar aos pontos informados no enunciado e procurar no suporte dado as coordenadas que se relacionam a eles. Os alunos que assinalaram a alternativa C provavelmen-te desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

Quando se trata de plano cartesiano, as dificuldades mais comuns dos alunos estão relacionadas à ordem

do par que representa o ponto, que é frequentemente invertida por eles, ou mesmo à orientação dos eixos, o que leva alguns deles a identificarem de forma incorre-ta a localização dos pontos que têm pelo menos uma das coordenadas negativas. Essas foram as prováveis causas que levaram os alunos a marcar as alternativas incorretas.

O conhecimento da reta numérica está diretamente liga-do à habilidade de localizar pontos no plano cartesiano, uma vez que esse é composto por duas retas perpen-diculares assim como o domínio do conjunto numérico que está sendo utilizado para compor os pares ordena-dos informados no problema. Com o domínio dessas ha-bilidades, os alunos provavelmente não terão dificulda-des em resolver itens como esse exemplo.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 51 SPAECE 2014

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As habilidades características desse Padrão de Desempenho evidenciam uma maior expansão dos campos Numérico e Geométrico. Os alunos nesse Padrão de Desempenho demonstram compreender o significado de números racio-nais em situações mais complexas, que exigem deles uma maior abstração em relação a esse conhecimento. Eles identificam mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração; transformam fração em porcenta-gem e vice-versa; localizam números decimais negativos na reta numérica; reconhecem as diferentes representações decimais de um número fracionário, identificando suas ordens (décimos, centésimos e milésimos); calculam expres-sões numéricas com números decimais positivos e negativos; efetuam cálculos de raízes quadradas e identificam o intervalo numérico em que se encontra uma raiz quadrada não exata; efetuam arredondamento de decimais; resolvem problemas com porcentagem e suas representações na forma decimal; resolvem problemas envolvendo o cálculo de grandezas diretamente proporcionais ou envolvendo mais de duas grandezas; além de resolverem problemas envol-vendo noção de juros simples e lucro. Esses alunos, também, ordenam e comparam números inteiros negativos; iden-tificam um número natural não informado na reta numérica e calculam expressões numéricas com números inteiros.

Nesse Padrão, percebe-se um salto cognitivo em relação ao estudo da Álgebra. Esses alunos, além de identificarem a equação e a inequação do primeiro grau adequada para a solução de um problema, resolvem problemas de adi-ção e multiplicação, envolvendo a identificação de um sistema de equações do primeiro grau com duas incógnitas e problemas envolvendo o cálculo numérico de uma expressão algébrica em sua forma fracionária. Analisando, ainda, as habilidades relativas ao campo Algébrico, percebe-se que esses alunos resolvem problemas envolvendo o cálculo de um valor assumido por uma função afim; identificam crescimento e decrescimento em um gráfico de função; calculam o valor numérico de uma função; conseguem identificar uma função do 1º grau apresentada em uma situação-problema e identificam o gráfico de uma reta, dada sua equação.

No campo Geométrico, os alunos identificam elementos de figuras tridimensionais; resolvem problemas envolvendo as propriedades dos polígonos regulares inscritos (hexágono), para calcular o seu perímetro; localizam pontos em um refe-rencial cartesiano; classificam ângulos em agudos, retos ou obtusos de acordo com suas medidas em graus; reconhecem um quadrado fora da posição usual; avaliam distâncias horizontais e verticais em um croqui, usando uma escala gráfica dada por uma malha quadriculada, reconhecendo o paralelismo; contam blocos em um empilhamento; sabem que em uma figura obtida por ampliação ou redução os ângulos não se alteram; identificam a localização de um objeto requeren-do o uso das definições relacionadas ao conceito de lateralidade, tendo por referência pontos com posição oposta a do observador e envolvendo combinações; calculam ampliação, redução ou conservação da medida de ângulos, informada inicialmente, lados e áreas de figuras planas; além de realizarem operações, estabelecendo relações e utilizando os ele-mentos de um círculo ou circunferência (raio, corda, diâmetro) e solucionam problemas em que a razão de semelhança entre polígonos é dada, por exemplo, em representações gráficas envolvendo o uso de escalas.

Os alunos, nesse Padrão, também analisam gráficos de colunas representando diversas variáveis, comparando seu crescimento; leem informações fornecidas em gráficos envolvendo regiões do plano cartesiano; compreendem o significado da palavra perímetro e realizam conversão e soma de medidas de comprimento e massa (m/km, g/kg).

INTERMEDIÁRIO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

DE 300 ATé 350 PONTOS

SPAECE 2014 52 BOLETIM PEDAGÓGICO

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(M100531E4) Mariana utilizou 2,5 kg de farinha de trigo para fazer 30 pães.Para ela fazer 90 desses pães, quantos quilogramas de farinha, no total, serão necessários?A) 5,5 kgB) 7,5 kgC) 27,5 kgD) 36 kgE) 150 kg

Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo relações entre grandezas diretamente proporcionais.

Para resolvê-lo, eles devem inicialmente perceber que há duas grandezas envolvi-das no problema: a “quantidade de farinha de trigo” e a “quantidade de pães”. Em seguida, eles devem notar que essas grandezas são diretamente proporcionais. Portanto, para aumentar a produção de 30 para 90 pães, ou seja, para triplicar a quantidade de pães, é preciso também triplicar a quantidade de farinha.

Os alunos que encontraram 7,5 kg (alternativa B) como resposta, provavelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Os alunos que optaram pela al-ternativa A, possivelmente, fizeram uma interpretação equivocada do problema e adicionaram 2,5 ao fator de proporcionalidade 3, encontrando como resposta 5,5 Kg. Aqueles que marcaram a alternativa C, provavelmente, subtraíram 2,5 kg de 30, demonstrando dessa forma não perceber a relação entre as quantidades envolvidas no contexto do problema. Já aqueles que escolheram a alternativa D, possivelmente, dividiram 30 por 2,5 e multiplicaram o resultado por 3, demons-trando dessa forma não estabelecer corretamente a relação entre as grandezas envolvidas. Os alunos que optaram pela alternativa E, possivelmente, conside-raram a diferença entre 90 e 30 como sendo o fator de proporcionalidade e o multiplicaram por 2,5, encontrando 150 como resposta.

Os alunos só irão desenvolver essa habilidade, quando conseguirem compreen-der a relação existente entre as quantidades envolvidas nos diversos contextos e, serem capazes de entender a operação aritmética que subjaz a manipulação dessas quantidades. Para isso, é preciso que se se perceba a forma como eles manipulam as quantidades extensivas e intensivas1 e fazer intervenções pedagó-gicas pontuais, criando situações-problema que permitam inferir a forma como o pensamento aritmético desses alunos é desenvolvido. Compreender a álgebra quando os conceitos que envolvem a aritmética estão resolvidos, permite a esses alunos saber que a funcionalidade de uma expressão algébrica é caracterizada pelos tratamentos e pelas deduções que elas nos permitem fazer.

1 Entendemos por quantidade extensiva aquela relativa à comparação de duas quantidades de mesma natureza e na lógica parte-todo e, por quantidade intensiva, a quantidade medida através da comparação entre duas quantidades diferentes.

1° ANO DO EM

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 53 SPAECE 2014

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(M110781E4) Em uma aula de Geometria, a professora Flávia desenhou no quadro o sólido abaixo.

Quantos vértices e faces, respectivamente, tem esse sólido?A) 8 e 10.B) 10 e 5.C) 12 e 10.D) 12 e 11.E) 12 e 16.

2° ANO DO EM

Esse item avalia a habilidade de os alunos reconhece-rem o número de vértices e faces de um poliedro.

Para resolvê-lo, os alunos devem reconhecer que esse poliedro é formado pela reunião de 10 regiões poligonais planas, correspondentes às faces, de tal forma que as in-terseções dos lados de algumas dessas faces determinam as arestas do poliedro. Além disso, devem reconhecer que esse poliedro possui 12 vértices, que são os pontos deter-minados no encontro de três ou mais arestas. A escolha da alternativa C indica que esses alunos, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

Os respondentes que optaram pela alternativa B, possi-velmente, consideraram apenas as faces e os vértices visíveis do poliedro. Os que escolheram a alternativa D, provavelmente, consideraram que o sólido é formado pela justaposição de dois prismas, e assim, contabiliza-ram a “suposta base em comum desses prismas”1 como

1 Por “suposta base em comum desses prismas” queremos dizer que essa face não está presente no poliedro do suporte, pois as faces são elementos do exterior de um poliedro.

uma face que compõe o poliedro. A escolha da alterna-tiva A indica que esses alunos consideraram apenas os vértices das bases do poliedro. Já os alunos que mar-caram a alternativa E, possivelmente, consideraram que o sólido é formado pela justaposição de dois prismas, contaram separadamente o número de vértices e faces de cada sólido e somou-os depois.

A visualização espacial engloba um conjunto de capaci-dades relacionadas com a forma como os alunos percep-cionam o mundo que os rodeia e, com a sua capacidade de interpretar, modificar e antecipar transformações dos objetos. Alguns alunos apresentam muita dificuldade em visualizar figuras tridimensionais que estão projetadas num plano ou mesmo projetá-las. Dessa forma, faz-se necessário um trabalho que possibilite aos alunos ultra-passar tais dificuldades perceptuais e compreender as propriedades que envolvem os desenhos de figuras tri-dimensionais.

SPAECE 2014 54 BOLETIM PEDAGÓGICO

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(M120963E4) Observe o número racional no quadro abaixo.

47

Qual é a representação decimal desse número?A) 0,57B) 1,75C) 4,7D) 7,4E) 10,75

3° ANO DO EM

Esse item avalia a habilidade de os alunos reconhecerem a representação deci-mal de um número racional apresentado em sua forma fracionária. Para resolvê-lo, eles podem encontrar o quociente da divisão do numerador pelo denominador da fração 7

4 apresentada no enunciado ou encontrar uma fração equivalente cujo

denominador seja igual a 100 e, em seguida, representá-la como número decimal. Os alunos que marcaram a alternativa B, possivelmente, desenvolveram a habili-dade avaliada pelo item.

Os alunos que assinalaram a alternativa A, possivelmente, relacionaram a represen-tação decimal com a divisão do denominador pelo numerador da fração. Os alunos que indicaram a alternativa C, provavelmente, relacionaram o denominador da fração à parte inteira e o numerador à parte decimal e aqueles que optaram pela alternati-va D relacionaram o numerador à parte inteira e o denominador à parte decimal. Já aqueles que assinalaram a alternativa E, possivelmente, se equivocaram no cálculo ao tentar encontrar o quociente da divisão do numerador pelo denominador da fração.

É importante que os alunos percebam que as diferentes representações (percen-tual, decimal, fracionária) de um número racional têm um papel importante nos diver-sos contextos. Utilizar essas diferentes representações, conhecendo seus significa-dos, possibilita a eles escolher a forma mais adequada e conveniente para resolver problemas e expressar quantidades. Dessa forma, ficam na posse de importantes ferramentas que ampliam a sua capacidade de pensar matematicamente.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 55 SPAECE 2014

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Nesse Padrão, os alunos demonstram resolver problemas envolvendo equação do 2° grau e sistema de equações do 1° grau. Eles também resolvem problemas envolvendo juros simples; localizam frações na reta numérica; reconhe-cem o valor posicional de um algarismo decimal e a nomenclatura das ordens; efetuam adição de frações com de-nominadores diferentes; resolvem problemas com números inteiros positivos e negativos não explícitos com sinais e conseguem obter a média aritmética de um conjunto de valores. Embora o cálculo da média aritmética requeira um conjunto de habilidades já desenvolvidas pelos alunos em séries escolares anteriores, que utilizam, na prática, essa ideia para compor a nota bimestral ou em outros contextos extraescolares, o conceito básico de estatística, combinado com o raciocínio numérico, só é desempenhado pelos alunos nesse Padrão. Eles também calculam ex-pressões com numerais da forma decimal com quantidades de casas diferentes; efetuam cálculos de divisão com números racionais nas formas fracionária e decimal, simultaneamente, além de calcular o resultado de expressões envolvendo, além das quatro operações, números decimais (positivos e negativos, potências e raízes).

Evidencia-se, também, nesse Padrão, as habilidades relativas ao estudo das funções. Os alunos identificam a função linear ou afim que traduz a relação entre os dados em uma tabela ou no gráfico de uma função, intervalos em que os valores são positivos ou negativos e os pontos de máximo ou mínimo. Resolvem, ainda, problemas envolvendo funções afins; expressões envolvendo módulos; uma equação exponencial por fatoração de um dos membros e resolvem uma equação do 1° grau que requer manipulação algébrica.

No campo Geométrico, há um avanço significativo no desenvolvimento das habilidades. Os alunos resolvem proble-mas envolvendo a Lei Angular de Tales; o Teorema de Pitágoras; propriedades dos polígonos regulares, inclusive por meio de equação do primeiro grau; utilizam razões trigonométricas para resolver problemas simples. Eles tam-bém aplicam as propriedades de semelhança de triângulos na resolução de problemas; reconhecem que a medida da área de um retângulo quadruplica quando a medida dos seus lados dobra; resolvem problemas envolvendo cír-culos concêntricos; resolvem problemas utilizando propriedades de triângulos e quadriláteros; identificam proprie-dades comuns e diferenças entre figuras bidimensionais e tridimensionais, relacionando estas às suas planificações, além de identificarem o sólido que corresponde a uma planificação dada; reconhecem a proporcionalidade entre comprimentos em figuras relacionadas por ampliação ou redução; calculam ângulos centrais em uma circunferência dividida em partes iguais e reconhecem ângulos como mudança de direção ou giro, diferenciando ângulos obtusos, não obtusos e retos em uma trajetória. Além disso, esses alunos conhecem e utilizam a nomenclatura do plano car-tesiano (abscissa, ordenada, quadrantes) e conseguem encontrar o ponto de interseção de duas retas.

No Padrão Adequado da Escala, os alunos utilizam o raciocínio matemático de forma mais complexa, conseguindo identificar e relacionar os dados apresentados em diferentes gráficos e tabelas para resolver problemas ou fazer inferências. Analisam gráficos de colunas representando diversas variáveis. Eles também calculam a medida do perímetro de polígonos sem o apoio de malhas quadriculas e calculam a área de figuras simples (triângulo, para-lelogramo, retângulo, trapézio). Esses alunos ainda calculam áreas de regiões poligonais desenhadas em malhas quadriculadas, inclusive com lados inclinados de 45° em relação aos eixos.

Em relação ao conceito de volume, esses alunos conseguem determinar a medida do volume do cubo e do parale-lepípedo pela multiplicação das medidas de suas arestas e realizam conversões entre metro cúbico e litro.

ADEQUADO

0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500

ACIMA DE 350 PONTOS

1° ANO DO EM

SPAECE 2014 56 BOLETIM PEDAGÓGICO

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(M100532E4) André emprestou R$ 1 200,00 para seu irmão Rafael no regime de capitalização simples, a uma taxa de 2% ao mês. Ao fi nal de 6 meses, Rafael saldou sua dívida com André.Quanto Rafael pagou para seu irmão André?A) R$ 144,00B) R$ 1 224,00C) R$ 1 334,00D) R$ 2 400,00E) R$ 7 200,00

Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problema envolvendo o cálculo de juros simples.

Para resolvê-lo, eles devem perceber, primeiramente, que o contexto do problema envolve o empréstimo de um capital e que o valor desse empréstimo não se man-tém fixo, pois sofre reajustes com o tempo, existindo uma quantia a ser paga pela dívida (os juros). Eles tam-bém devem compreender que, como o empréstimo foi feito no regime de capitalização simples, então os juros incidem apenas sobre o valor inicial. Dessa forma, so-bre os juros gerados a cada período não incidem novos juros. Como o item requer o cálculo do montante da dí-vida de Gabriel, após 6 meses do empréstimo, então os alunos podem calcular os juros a cada mês, fazendo 2% de 1 200 = 24, e, em seguida, podem calcular o total de juros, multiplicando 24 pelo número de meses (6 x 24 = 144) e, finalmente, podem somar o total de juros com o valor inicial (1 200 + 144 = 1 344). Outra estratégia é utilizar a fórmula para o cálculo do montante nesse regime de capitalização, isto é,

M = C (1 + i . t),

na qual M é o montante, C é o capital inicial, i é a taxa de juros e t é o número de períodos. Ao utilizar essa fórmu-la, eles devem obter:

M = 1200 (1 + 0,02 . 6) = 1200 (1 + 0,12) = 1200 (1,12) = 1344

Logo, os alunos que marcaram a alternativa C, provavel-mente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item. Os alunos que marcaram a alternativa A, provavelmente, fizeram uma interpretação equivocada do problema e calcularam somente os juros que André pagou por esse empréstimo. Aqueles que marcaram a alternativa B, pos-sivelmente, calcularam o valor da dívida em um mês de empréstimo. Já os que optaram pela alternativa D, prova-velmente, multiplicaram o valor absoluto 2 por 1200, de-monstrando dessa forma não compreender o significa-do de porcentagem explícito no contexto do problema. Os alunos que marcaram a alternativa E, possivelmente, apropriaram-se de forma equivocada do contexto do item e multiplicaram 1200 por 6.

A noção sobre juros é fundamental na vida cotidiana, pois a utilizamos na maioria das vezes para tomar deci-sões no que tange a compra ou a venda de bens, como, por exemplo, no planejamento de um financiamento para compra de um imóvel, na opção pelo uso ou não do che-que especial, no uso de cartões de crédito, etc. Portanto, na formação cidadã dos alunos, é importante que eles aprendam a lidar com as trocas monetárias, que conhe-çam as ferramentas matemáticas que permitem prever o valor do dinheiro no tempo e que discutam situações sobre como utilizar o dinheiro de forma responsável.

1° ANO DO EM

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 57 SPAECE 2014

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(M110783E4) Uma perfumaria encomendou frascos de mini-perfumes que são embalados individualmente em caixinhas com 4 cm de aresta e são entregues em uma caixa com formato de bloco retangular, completamente preenchida, cujas medidas internas estão indicadas no desenho abaixo.

16 cm

28 cm

12 cm

Quantas caixinhas com mini-perfumes foram encomendadas por essa perfumaria?A) 5 376B) 460C) 448D) 84E) 64

2° ANO DO EM

O item avalia a habilidade de os alunos resolverem proble-ma envolvendo o volume de um prisma.

Para resolvê-lo, primeiramente, eles devem perce-ber que, para determinar a quantidade máxima de cai-xinhas de perfume que cabem na caixa, é necessá-rio relacionar seus volumes. Assim, devem calcular o volume da caixinha, a partir de suas dimensões (4 x 4 x 4 = 64 cm³), e também calcular o volume da caixa (28 x 16 x 12 = 5376 cm³). Logo, para verificar quantas cai-xinhas “cabe dentro” da caixa maior, basta dividir 5376 cm³ por 64 cm³. Os alunos que marcaram a alternativa D, pos-sivelmente desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

Os alunos que marcaram as alternativas A, B ou C desconside-raram na resolução do problema a quantidade de caixinhas de perfume que cabem na caixa maior. A opção pela alternativa A indica que esses alunos calcularam o volume interno da cai-xa. Aqueles que optaram pela alternativa B calcularam a área da base da caixa maior e adicionaram a altura. Já aqueles que marcaram a opção C calcularam apenas a área da base da cai-xa.

Os alunos que optaram pela alternativa E calcularam o vo-lume da caixinha de perfume, porém desconsideraram o volume da caixa maior e o cálculo do número de caixinhas que foram armazenadas na caixa maior.

Ao analisar a habilidade avaliada por esse item, constata-se que os alunos apresentam dificuldade em compreender a relação existente entre altura, largura e comprimento de um

objeto tridimensional. Para lançar os fundamentos para a compreensão de como calcular o volume dos prismas retan-gulares, bem como entender a relação existente entre altura, largura e comprimento, os alunos precisam já ter se apropria-do do significado de capacidade, por meio de experiências com materiais manipuláveis. Em etapas iniciais de escolariza-ção, os alunos podem usar esses materiais (cubinhos, água, areia, arroz, etc.) para preencher recipientes e medir a quanti-dade utilizada. Em etapas subsequentes, eles devem perce-ber que na representação de um tipo especial de recipiente (prisma retangular com dimensões a, b, c), como mostra o de-senho abaixo,

a base (uma camada) pode ser preenchida por (a x b) cubos de 1 unidade cúbica de medida, para então reconhecer que há c dessas camadas na estrutura vertical. Portanto, o volume do prisma retangular pode ser dado por (a x b) x c. (Confrey et al, 2012)1.

1 Confrey, J., Nguyen, K. H., Lee, K., Panorkou, N., Corley, A. K., and Maloney, A. P. (2012). Turn-On Common Core Math: Learning Trajectories for the Common Core State Standards for Mathematics. Disponível em: <www.turnonccmath.net> . Último acesso em nov. 2013.

SPAECE 2014 58 BOLETIM PEDAGÓGICO

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(M120965E4) Em uma cooperativa de produtores de leite existe um recipiente de forma cúbica com 2 m de aresta interna que estava completamente cheio de leite. Todo esse leite foi despejado em um recipiente vazio, com forma de paralelepípedo retângulo, cujas medidas das arestas internas estão representadas no desenho abaixo.

8 m

4 m

2 m

O nível de leite nesse recipiente éA) 64 mB) 56 mC) 8 mD) 6 mE) 1 m

3° ANO DO EM

Esse item avalia a habilidade de os alunos resolverem problemas envolvendo volume.

Para resolvê-lo, eles devem perceber que a altura do nível de leite no recipiente em formato de paralelepípedo retângulo depende do volume de leite despejado do recipiente cúbico. Esses alunos também devem compreender que a quanti-dade de leite contido no recipiente cúbico equivale à medida do volume interno desse recipiente, dado por Vcubo = (2m)3 = 8m3. Dessa forma, ao observarem as dimensões internas da base do recipiente em formato de paralelepípedo retângu-lo, devem inferir que h . 2m . 4m = 8m3 => h = 1m. A escolha da alternativa E indica que esses alunos, possivelmente, desenvolveram a habilidade avaliada pelo item.

A escolha da alternativa A indica que esses alunos, provavelmente, calcularam o volume do paralelepípedo apresentado no suporte do item, sem se atentarem para o contexto que faz referência ao nível de leite nesse recipiente. Os alunos que optaram pela alternativa B, possivelmente, compreenderam de forma equi-vocada que o nível de leite no recipiente equivale à diferença entre o volume do recipiente cúbico e o volume do recipiente apresentado no suporte. Aqueles que marcaram a alternativa C não se apropriaram do comando para resposta do item e calcularam quantas vezes o volume do recipiente cúbico “cabe” no recipiente em formato de paralelepípedo retângulo. Já aqueles que marcaram a alternativa D, provavelmente, consideraram que o nível de leite no segundo recipiente equivale à diferença entre a altura dos recipientes.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 59 SPAECE 2014

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Medir é uma ação essencial no cotidiano, na Matemática e nas demais ciências em geral, portanto, é evidente que os alunos devem compreender não somente como medir, mas também o que significa medir. Sendo assim, conhecer os concei-tos e procedimentos matemáticos, bem como a relação entre eles são elementos fundamentais para uma aprendizagem significativa.

Nos anos iniciais de escolarização, é interessante que o conceito de volume1 seja intuitivamente introduzido aos alunos a partir do conceito de capacidade2. Por exemplo, podem ser propostas atividades investigativas nas quais eles devem discutir como medir a quantidade de água e a quantidade de cubos necessários para preencher recipientes com diferentes formatos. Já em etapas posteriores de escolarização, com essas mesmas atividades, os alunos podem observar a existência de padrões para medir a quantidade de água e cubos em recipientes com formatos de poliedros (fórmulas para o cálculo de volume) e discutir quais ca-racterísticas são necessárias para que dois recipientes tenham o mesmo volume (Princípio de Cavalieri).

1 Volume descreve a medida da quantidade de espaço delimitada por uma forma tridimensional. É medido em unidades cúbicas. 2 Capacidade descreve a quantidade de líquido (ou de outras substâncias, tais como cereais, arroz ou areia) que preenche o espaço que um objeto tridimensional pode conter. Sua unidade é geralmente o litro.

SPAECE 2014 60 BOLETIM PEDAGÓGICO

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As discussões propiciadas pela avaliação educacional em larga escala e, mais especificamente,

as relacionadas à apropriação dos resultados dos sistemas avaliativos se apresentam, muitas

vezes, como desafios para os profissionais envolvidos com a educação e com a escola. Assim, é

necessário, sempre, procurar mecanismos para facilitar o entendimento dos atores educacionais em

relação às possibilidades de interpretação e uso desses resultados, bem como no que diz respeito

aos obstáculos enfrentados ao longo do processo de apropriação das informações produzidas no

âmbito dos sistemas de avaliação.

Uma maneira de aproximar os resultados das avaliações às atividades cotidianas dos atores

educacionais é apresentar experiências que, na prática, lidaram com problemas compartilhados por

muitos desses atores. Apesar da diversidade das redes escolares brasileiras, muitos problemas,

desafios e sucessos são experimentados de maneira semelhante por contextos educacionais

localizados em regiões muito distintas. Para compartilhar experiências e conceder densidade àquilo

que se pretende narrar, os estudos de caso têm se apresentado como uma importante ferramenta

na seara educacional.

Por isso, a presente seção é constituída por um estudo de caso destinado à apresentação de um

problema vivido nas redes de ensino do Brasil. Seu objetivo é dialogar, através de um exemplo, com

os atores que lidam com as avaliações educacionais em larga escala em seu cotidiano. Esse diálogo

é estabelecido através de personagens fictícios, mas que lidaram com problemas reais. Todas as

informações relativas à composição do estudo, como a descrição do contexto, o diagnóstico do

problema e a maneira como ele foi enfrentado, têm como base pesquisas acadêmicas levadas a

cabo por alunos de pós-graduação.

O fundamento último desse estudo é propiciar ao leitor um mecanismo de entendimento sobre como

lidar com problemas educacionais relacionados à avaliação, a partir da narrativa de histórias que

podem servir como exemplo para que novos caminhos sejam abertos em sua prática profissional.

ESTUDO DE CASO

3

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A motivação do professor e a melhoria da aprendizagem dos alunos

Se for feito um balanço das notícias que são veicula-das sobre o contexto das escolas, certamente, vamos perceber que estamos mais acostumados a ler e saber sobre os problemas e as dificuldades enfrentadas pe-los professores e como tais dificuldades os imobilizam e os deixam desanimados diante delas. É menos comum ouvirmos sobre as experiências bem sucedidas, as inú-meras estratégias encontradas pelos profissionais que atuam nas escolas para a resolução dos problemas e, principalmente, no desenvolvimento de ideias que re-volucionam e melhoram a educação no país. Pois bem, a história de Teresinha é um desses exemplos que, ape-sar de não serem muito divulgados, são mais comuns do que imaginamos.

...

Dezembro de 2011. Teresinha acabara de saber a tur-ma pela qual seria responsável no ano seguinte. Em um primeiro momento, seu grau de animação não era dos maiores, uma vez que ela teria pela frente um desafio enorme, talvez o maior na sua trajetória de oito anos como professora daquela escola. Os alunos pelos quais ela seria responsável, em 2012, encontravam-se matri-culados no 5º ano do Ensino Fundamental, todos com idade acima de 12 anos. Eram alunos com dois ou mais anos de reprovação, considerados, pela escola e pelos professores, os mais “difíceis”, com as maiores dificulda-des de aprendizagem e comportamento. Teresinha sa-bia bem sobre esses meninos e meninas, já que estava na escola fazia tempo e havia acompanhado, mesmo que pelas conversas na sala dos professores ou nos conselhos de classe, a trajetória desses alunos. Agora, eles estariam frente a frente com ela, durante os próxi-mos 200 dias letivos.

Teresinha, enquanto organizava seu armário, fez um de-sabafo com Beth, a professora que havia lecionado para essa turma naquele ano:

– Ah, Beth, eu nem sei o que pensar, sabe? Sabia que, mais cedo ou mais tarde, esses meninos viriam para mim, mas não imaginei que seria tão rápido. Você que

esteve com eles durante esse ano, o que me diz? Que sugestões você tem para me dar?

– Ih, Teresinha, acho que você perguntou para a pessoa errada. Esse ano foi tão difícil para mim. Esses meninos me deram tanto trabalho, estou esgotada, mas o que posso lhe dizer é que nada que você fizer vai resolver o problema deles. É perder tempo. Eu tentei tantas coi-sas esse ano e veja no que deu: nenhum aprovado. Ou melhor, aquela menina, coitada, que veio transferida no meio do ano conseguiu passar. Eu fiquei com pena, uma menina tão bonita, tão delicada, ficar mais um ano no meio daqueles marmanjos. Agora, o irmão dela ficou. Vai ser seu aluno esse ano.

– Você acha que os meninos têm mais dificuldades, Beth?

– Que nada, criatura. Nessa turma há várias meninas. E eu estou para lhe dizer que elas são as piores, me deram mais trabalho, se você quer saber. É um tal de ficar no celular, mandando mensagens para as colegas. Acho que já estão na fase das paqueras, aí já viu, né? Distraem com qualquer coisa. Parece que vivem no mundo da lua.

Teresinha esboçou um sorriso e disse:

– Ah, isso é verdade, não é Beth? Nós já tivemos a idade dessas meninas e sabemos como nossos pensamentos voam quando estamos apaixonadas. Faz parte. É impor-tante viver bem cada fase da vida.

– É verdade, Teresinha, mas nunca perdemos o ano por causa disso. Sempre conseguimos dar conta de tudo, das coisas do coração e da escola.

– Sim, mas os tempos são outros. A realidade em que elas vivem é bem diferente daquela em que crescemos. Você conhece as famílias desses alunos, Beth? Eles costumam participar das reuniões de pais?

– Conheço alguns, Teresinha. Para falar a verdade, poucos. Quem mais veio à escola, esse ano, foi a mãe

SPAECE 2014 62 BOLETIM PEDAGÓGICO

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desses dois irmãos que vieram por transferência. Assim mesmo, veio para resolver questões burocráticas de matrícula e, sempre que dava, passava na minha sala para saber sobre os meninos. Parece uma boa mãe.

Teresinha continuou a arrumar suas coisas e Beth reti-rou-se para a sua sala também.

Enquanto trabalhava com as mãos, Teresinha mergu-lhava em seus pensamentos, imaginando como seria o ano seguinte, o que ela poderia fazer para dar conta daqueles meninos. Ela estava apreensiva, até um pouco chateada, mas, ao mesmo tempo, sentia uma vontade enorme de ajudar aqueles alunos. Não conseguia com-preender por que eles não aprendiam, o que havia de errado. Sentiu-se, de certo modo, um pouco culpada. Há tantos anos na escola, ouvindo falar daquela turma e nunca havia se preocupado, de fato, com eles. Tudo bem que ela não havia sido, até então, professora deles, mas, eles eram alunos da escola e, por isso, responsabi-lidade de todos, inclusive dela. A tarde se foi e Teresinha terminou suas tarefas, ainda imersa nos seus pensamen-tos, naquele sentimento dúbio: preocupada com o que teria que enfrentar no ano seguinte e angustiada com a vontade de enfrentar esse desafio e ajudar aqueles adolescentes a seguirem na sua vida escolar com êxito.

...

Durante o mês de janeiro, Teresinha passou boa parte do seu recesso pensando na turma que receberia em fevereiro e como poderia dar conta daquela tarefa tão desafiadora. Antes de sair de férias, ainda naquela tar-de, ela recolheu algumas informações sobre os alunos com a coordenadora pedagógica e com Beth, a última professora da turma. Conseguiu as notas nas avaliações realizadas pela escola; algumas atividades que a coor-denadora havia arquivado; os registros que Beth fez, ao longo do ano, sobre cada um; bem como os resultados daqueles alunos nas últimas avaliações estaduais. Vale lembrar que a rede em que Teresinha trabalha passou a ser avaliada, externamente, desde 2008, em quase todas as etapas de escolaridade. São avaliados, anual-mente, o 3º, 5º, 6º e 9º anos do Ensino Fundamental. Certamente, tendo em vista o tempo que esses alunos estavam matriculados no Ensino Fundamental, já deve-

riam ter realizado, mais de uma vez, os testes aplicados em cada um dos anos avaliados. Teresinha juntou tudo o que podia ser levado para casa. Aqueles documentos que não podiam sair da escola, ela pediu autorização da direção para xerocar, pois queria voltar do recesso com alguma coisa planejada para aqueles alunos.

Teresinha dedicou-se a pensar em maneiras de ajudar aqueles meninos. Mesmo tendo que viajar com a famí-lia na primeira quinzena de janeiro, ela não parou de pensar sobre o assunto e, quando retornou da viagem, debruçou-se sobre as informações que havia levado da escola para conhecer melhor o perfil dos alunos com os quais ela iria trabalhar.

Antes do início do ano letivo, a escola se reunia, por dois dias, para o planejamento anual. Todos os anos eram assim. Nesses dois dias, a direção repassava al-guns informes importantes e o restante do tempo era usado pela equipe pedagógica para planejar com os professores. Geralmente, os docentes se reuniam por segmento. Teresinha ficou com o seu grupo de costu-me, os professores dos anos iniciais do Ensino Funda-mental. Quando ela entrou na sala, Beth logo falou:

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 63 SPAECE 2014

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– E aí, minha filha, preparada para a batalha desse ano? Já acostumou com a ideia de que vai enfrentar uma pe-dreira pela frente?

Todos se entreolharam – alguns ainda não sabiam do que Beth estava falando –, e Teresinha respondeu:

– Sim, estou preparada para a batalha, mas preciso da ajuda de todos vocês. Pensei muito nesses dias, estudei bastante e fiz vários esboços de propostas para traba-lhar com esses alunos, mas não conseguirei nada se não puder contar com o apoio de todos vocês.

Nesse momento, Fernanda, a coordenadora dos anos iniciais, entrou na sala para distribuir o material de tra-balho.

– Do que é mesmo que vocês estão falando? – pergun-tou Fernanda.

– Estamos falando da minha turma, Fernanda. As me-ninas estão preocupadas comigo, porque saí muito angustiada daqui, antes das férias, como você mesma viu, quando lhe pedi aqueles portfólios dos alunos. Mas esse mês foi essencial para eu esfriar minha cabeça e perceber que estava fazendo tempestade em copo d’água. Ou, pelo menos, estava desperdiçando energia em preocupar-me. Na verdade, usei minha angústia e preocupação, todos esses dias, para pensar em como ajudar a esses alunos. Conversei com algumas pessoas que conheço e que têm experiência e me dediquei a analisar tudo o que temos registrado sobre os alunos. Aliás, queria até aproveitar para dizer que isso foi muito positivo. Nossa escola tem uma prática muito interes-sante, que é fazer o registro sobre o processo de apren-dizagem dos nossos alunos. Sem essas informações, eu não teria conseguido pensar sobre tudo o que pensei; não teria conseguido desenhar uma proposta de traba-

lho com esses alunos, não fosse o diagnóstico que eu tenho em mãos. Por isso, quero reforçar esse trabalho que já vem sendo feito em nossa escola e propor que aperfeiçoemos o que já estamos fazendo e ampliemos essa estratégia para os anos finais. Tenho certeza de que muitas dificuldades enfrentadas pelos colegas que atuam do 6º ao 9º anos também poderão ser minimiza-das, se fizermos isso.

– Que bom ouvir isso, Teresinha. Essa tem sido uma luta, desde que cheguei nessa escola. No começo não foi fá-cil. Muitos de vocês devem se lembrar de como nossa escola carecia de informações. Não havia registro de nada. Quando precisávamos de alguma informação so-bre os alunos, era a maior dificuldade. Dependíamos, muitas vezes, da boa memória da D. Cida, secretária da escola. Ela sempre foi uma excelente profissional, mas era impossível dar conta de todos os dados da escola. E, no que se refere às informações mais pedagógicas, não era costume dos professores fazer nenhum regis-tro. Não que eu esteja falando mal da equipe anterior, longe disso. Mas, era muito complicado pensar em qual-quer coisa, pois não sabíamos o terreno em que estáva-mos pisando. Não é verdade, Célia? Você, que chegou aqui antes de mim, pode falar melhor.

SPAECE 2014 64 BOLETIM PEDAGÓGICO

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– É verdade, Fernanda. Nossa escola melhorou bastan-te nos últimos anos. Para vocês terem ideia, nós não tínhamos o hábito nem de fazer nosso plano de aula, sabe? Nós fazíamos nosso planejamento bimestral – isso quando dava – e seguíamos a partir dali. Muitas vezes, nem para isso conseguíamos sentar. A maioria dos professores trabalhava em mais de uma escola, às vezes em três ou até mais, dependendo da disciplina que lecionavam. Com isso, dispúnhamos de pouco tem-po para encontros. Fazíamos os conselhos de classe correndo, mais para decidir quem deveria ou não ser reprovado e fechar as datas das avaliações. Isso foi por um bom tempo, não é Fernanda?

– Sim, sim. Foi por muito tempo. E tenho para lhes dizer que essa não é uma característica exclusiva da nossa escola. A maioria das escolas da nossa rede e de outros lugares é assim. Nós, professores, geralmente, trabalha-mos em mais de uma escola e, às vezes, elas são dis-tantes umas das outras. Mas, com tempo e aos poucos, estamos mudando essa cultura aqui na escola.

Fernanda era coordenadora da escola em que Teresi-nha dava aula e professora em outra rede.

– E como vocês conseguiram? —– indagou Luana, pro-fessora recém-chegada à escola.

– Olá, Luana, seja muito bem-vinda à nossa escola. A Luana é a nova professora do 2º ano, meninas, nem deu tempo de apresentá-la, pois já entramos nesse assunto.

– Que isso, Fernanda, não se incomode. Esse assunto é muito importante e eu já estou me sentindo em casa, conhecendo um pouco melhor sobre como as coisas funcionam por aqui.

A conversa decorreu mais livremente, todos foram dando as boas-vindas e acolhendo a nova professora, conversando sobre a escola, sobre suas expectativas, de onde ela tinha vindo etc. Até que, novamente, Tere-sinha retomou o tema que ela havia levado para essa reunião de planejamento: os alunos do 5º ano, aqueles com os quais teria que trabalhar naquele ano e que

apresentavam, historicamente, sérias dificuldades de aprendizagem.

– Mas, então, Fernanda, quando você chegou, faláva-mos sobre a minha nova turma, os alunos do 5º ano com histórico de reprovação.

– Ah, Teresinha, queria dizer que chegaram mais três alunos para essa turma, hein? São matrículas novas, fei-tas durante o mês de janeiro. D. Cida me passou hoje. Ainda não sei nada sobre eles, mas sei que são filhos de uma família que mudou para o residencial novo, aquele onde a maioria dos nossos alunos mora agora.

– É mesmo, Fernanda? Quantos alunos terá essa turma esse ano? – perguntou Sabrina, que já havia lecionado para a mesma turma há uns dois anos.

– Hoje, com os três novatos que chegaram, estão matri-culados, 21 alunos.

Sabrina fez uma expressão de quem havia ficado mais preocupada, mas Teresinha interveio:

–Vejam bem, eu fico feliz que tenha chegado gente nova. Esses meninos já estão juntos há tanto tempo, vendo e revendo as mesmas coisas a cada ano, é bom haver mudanças. A começar por novos amigos. Eu não me importo; ao contrário, fico feliz mesmo. E eu quero dizer para vocês das coisas que pensei para esse ano, para trabalhar com essa turma.

– Vamos lá, Teresinha. Desculpe-me tê-la interrompido de novo.

– Primeiro, quero que vocês entendam que não se tra-ta de fazer nenhuma crítica ao trabalho desempenha-do pelos colegas até aqui, mas são constatações im-portantes para a nossa reflexão e o aprimoramento do nosso trabalho. Uma coisa que percebi em relação a esses meninos é que os mesmos têm muita dificuldade de escrita. Alguns demonstram ter desenvolvido ape-nas as primeiras habilidades no processo de aquisição dos conceitos de leitura e escrita, outros já apresentam

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 65 SPAECE 2014

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um nível maior de desempenho, demonstrando serem capazes de produzir pequenos textos. Aliás, identifiquei textos muito bons entre os que li. Outra coisa há alguns alunos com sérios comprometimentos em Matemática, principalmente no que diz respeito à resolução de pro-blemas. Isso me parece decorrer de dois fatores: pri-meiro pela dificuldade de leitura e escrita que eles têm e também porque ainda não desenvolveram habilida-des relacionadas às quatro operações. Sem isso, eles não têm mesmo condições de avançar naqueles con-teúdos que exigem a consolidação dessas habilidades.

– Nossa, Teresinha, como você conseguiu observar tudo isso, apenas analisando os registros dos alunos? – indagou Renata.

– Então, por isso, estou dizendo que nos-sa escola já deu um passo muito im-portante ao fazer o registro sobre o desenvolvimento dos alunos. O que falta é sistematizá-lo e usar mais o que temos à nossa disposição. Consegui perceber que os alunos não desenvolve-ram as habilidades relacionadas à leitura e à escrita e aos conhe-cimentos básicos de Matemática, analisando os resultados alcan-çados por eles na avaliação externa e nas atividades propostas pela escola. Procurei identificar os Padrões de Desempe-nho em que eles se encontravam na última avaliação e observei quais as habilidades os alunos, que se en-contram naqueles padrões, ainda não desenvolveram. Depois, olhei para os resultados dos descritores: eles erraram a maioria. E, mesmo aqueles que têm um de-sempenho melhor em leitura, estão agarrados em de-terminadas habilidades, que, não sendo desenvolvidas adequadamente, impedem que os alunos avancem em outros conteúdos. É o caso das quatro operações bási-cas. Após essa análise, chequei nossa proposta curricu-lar e os conteúdos que foram trabalhados com os me-ninos ano passado. Da forma como estamos fazendo, mesmo que tenhamos muita disposição e criatividade, não resolveremos as dificuldades deles, pois a questão

passa por um diagnóstico mais preciso sobre o que eles já desenvolveram e o que eles ainda não sabem, em relação aos conteúdos trabalhados.

– Nossa, mas isso é muito sério mesmo.

– Sim, é muito sério, importante e fantástico! Vejam vo-cês que temos em mãos um material rico, repleto de informações sobre a aprendizagem e o desenvolvimen-to dos nossos alunos. Precisamos, apenas, lançar mão desses dados e analisá-los conjuntamente. Essa é a pri-meira coisa que gostaria de propor a vocês. Acredito que, com isso, ajudaremos essa turma com a qual vou trabalhar, mas, principalmente, poderemos ajudar a to-dos os alunos, uma vez que temos esses dados para

diferentes etapas que foram avaliadas. Esses dados, depois de analisados e com-

preendidos, servirão de subsídios para o nosso planejamento, para as

nossas intervenções!

– Teresinha, não posso negar que agora você me fez lembrar um ditado popular: carro aperta-do é que canta. Foi preciso que

você passasse por esse sufoco todo para que pensássemos em

usar os dados desse material que está disponível para nós há tanto tem-

po! Muitos, produzidos por nós mesmos. E que eles precisam ser analisados conjuntamen-

te, buscando relacionar o que fazemos aqui dentro com o que é avaliado pelo sistema. É engraçado como sem-pre ouvimos isso, seja nas oficinas de apropriação de resultados, seja quando estamos participando de algum treinamento ou formação, mas a gente demora um pou-co a perceber que tudo isso faz parte da nossa rotina e que pode ser incorporado e melhor aproveitado por nós.

– É que a correria, às vezes, nos consome, Sabrina. Ficamos tão envolvidos com as demandas diárias que não nos damos chance de parar e refletir sobre o que temos e o que precisamos fazer. A iniciativa da Teresi-nha me deixa muito orgulhosa e feliz; e sei que a vocês

[...] sempre

ouvimos isso, seja

nas oficinas de apropriação de

resultados, seja quando estamos

participando de algum treinamento

ou formação, mas a gente demora um

pouco a perceber que tudo isso faz

parte da nossa rotina e que pode

ser incorporado e melhor

aproveitado por nós.

SPAECE 2014 66 BOLETIM PEDAGÓGICO

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também. Venho tentando fazer isso há bastante tempo,

mas de outras formas, não muito eficientes. Mas, hoje,

vejo que sua atitude me deu algumas ideias. Enquanto

você falava, ia pensando em algumas coisas aqui. Pre-

cisamos aproveitar melhor nossas horas de atividades

extraclasses. É para isso que elas devem ser usadas,

para analisarmos nossa escola e fazermos nossos pla-

nejamentos. Já que estamos aqui, nessa conversa, com

esse propósito, vamos começar a trabalhar nesse sen-

tido desde agora. Vou trazer os resultados de todas as

outras turmas de vocês, bem como os portfólios e de-

mais documentos. Vou sugerir à Glaucia, coordenadora

dos anos finais, que faça a mesma coisa.

...

Assim foi feito naquele início de ano.

Todos os professores da escola de

Teresinha, durante os dois dias

de planejamento, dedicaram-se

a analisar e a compreender os

resultados dos seus alunos. A

partir desse primeiro esforço, al-

gumas iniciativas foram propos-

tas para aquele ano letivo. Em es-

pecial, sobre os alunos da turma de

Teresinha, ficou estabelecido que os

mesmos fossem enturmados, de acordo

com as dificuldades que apresentavam. Isso

ficou valendo para os demais alunos da escola que se

encontravam em condições semelhantes. A escola se

organizou, ainda, para atender aos alunos no contratur-

no. Para os que não podiam ir para casa e voltar, pois

moravam longe, a escola servia o almoço.

Os professores do Ciclo de Alfabetização passaram a

fazer um planejamento conjunto, em que todas as crian-

ças matriculadas nas turmas do 1º ao 3º anos eram de

responsabilidade dos professores que atuavam nessas

etapas. O planejamento passou a contar com 600 dias

letivos para as crianças serem alfabetizadas e toda a

organização do tempo e do espaço escolar passou a

levar em conta esse princípio.

Diante do desempenho da escola em Língua Portugue-sa e conforme os registros dos próprios professores nas avaliações internas, a questão da leitura era um problema geral, que perpassava todas as etapas de escolaridade e comprometia o desempenho em todas as áreas do conhecimento. Como iniciativa para sanar essa dificuldade, ficou estabelecido que toda a escola se envolveria com o processo de alfabetização dos alu-nos, em seus mais variados níveis. Para isso, a escola se tornaria um ambiente alfabetizador, cujo objetivo era fazer com que todas as atividades ali desenvolvidas ti-vessem como foco a leitura e a sua apropriação. Como estratégias concretas, foi proposto um jornal da escola em que todos os alunos, professores e responsáveis deveriam participar, contribuindo com a sua produção

e divulgação. Outras ações foram implemen-tadas, desde então, na escola, como o

projeto de elaboração de um livro de receitas, narradas pelas cozinhei-

ras da escola. Os próprios alunos fizeram as entrevistas e depois, com a ajuda dos professores, corrigiram os textos e os organi-zaram em forma de livro. Como a escola contava com uma sala de

computadores, além do trabalho redigido à mão, os alunos puderam

digitá-lo e formatá-lo com a ajuda do professor de Informática.

Recentemente, Teresinha esteve em uma reu-nião pedagógica da escola de sua filha, narrando so-bre como vêm sendo trabalhadas as dificuldades em sua escola. Dentre os relatos apresentados, ela conta como estão seus alunos, depois de quase um ano de efetivo trabalho. Segundo ela, a turma avançou bastan-te, e ela tem percebido ganhos bastante significativos. Para aqueles com maiores dificuldades, com a ajuda da direção da escola e da coordenação pedagógica, Te-resinha sugeriu um acompanhamento escolar, em que cada aluno tem um atendimento individual, para que suas necessidades sejam trabalhadas. Nessa atividade, Teresinha e a outra professora que acompanha os alu-nos identificaram problemas extraescolares que pode-riam estar afetando o desempenho dos mesmos. Para

[...] a escola se tornaria um ambiente

alfabetizador, cujo objetivo era

fazer com que todas as atividades ali

desenvolvidas tivessem como foco a

leitura e a sua apropriação.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 67 SPAECE 2014

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esses, a escola se propôs a dar um pouco mais, criando estratégias de recuperação no contra-turno e encami-nhando-os para o atendimento psicossocial do municí-pio. Para alguns, pouco frequentes à escola, Teresinha precisou lançar mão das leis de proteção à criança. Ela tomou o Estatuto da Criança e do Adolescente como referência para resolver essa questão. Com isso, toda a escola tem estudado esse documento e ajudado muitas crianças.

Mesmo aqueles que não precisam de algum acompa-nhamento fora, a escola tem dado suporte, buscando inseri-los nas suas principais atividades, dando a eles oportunidades de assumirem lideranças positivas den-tro da escola. Isso tem sido de grande ajuda para os alunos, que se sentem mais partícipes da vida da esco-la e mais motivados a frequentarem as aulas e tirarem boas notas.

Outra ação que tem contribuído, consideravelmente, para o envolvimento dos alunos e, consequentemente, com a melhoria do seu desempenho nas atividades es-colares, são as atividades culturais. Os professores, das diferentes áreas e dos dois segmentos do Ensino Fun-damental, se juntaram para fazer um projeto que envol-ve toda a escola. Trata-se de um projeto artístico, cultu-ral e esportivo. Os alunos, com o apoio dos professores, têm pesquisado sobre a comunidade, a sua formação, as principais manifestações culturais que marcam sua história e do município. A partir daí, esse trabalho já ga-nhou o mundo e os alunos estão, atualmente, estudan-do sobre a formação da sociedade latino-americana. Toda a escola, desde a merenda escolar, até o trabalho desenvolvido nas diferentes disciplinas, envolve esse tema, considerado como uma unidade geradora para o desenvolvimento dos conteúdos curriculares. A propos-ta é finalizar esse trabalho com uma apresentação para as famílias em um sábado letivo.

Esse foi o caminho escolhido pela escola de Teresinha para vencer as dificuldades dos alunos e melhorar suas condições de aprendizagem.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO

» Você já vivenciou alguma experiência semelhante

à de Teresinha? Como foi? Procure relatá-la ao seu

grupo e conhecer as experiências vivenciadas por

eles também.

» Como você analisa a postura dessa escola? Quais

estratégias você usaria, caso estivesse no lugar de

Teresinha?

» Caso você seja coordenadora da sua escola, como

você avalia a postura de Fernanda? Como você agi-

ria, se estivesse no lugar dela?

» Quais as principais dificuldades apresentadas por

seus alunos? Como você tem trabalhado para saná-

-las?

» Como os resultados da avaliação externa são apro-

priados por sua escola? Quais são as estratégias de

utilização desses resultados aplicadas por sua esco-

la?

» Há uma análise do desempenho dos alunos nas ava-

liações externas e dos resultados internos à escola?

Como vocês têm feito isso?

SPAECE 2014 68 BOLETIM PEDAGÓGICO

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REFLEXÃO PEDAGÓGICA

4A Matriz de Referência apresenta as habilidades definidas para serem avaliadas nos testes de proficiência, habilidades essas retiradas do currículo que você, educador, utiliza no Ceará.

Com o intuito de oferecer uma sugestão para o desenvolvimento de algumas habilidades, o artigo a seguir apresenta uma proposta de intervenção pedagógi-ca que poderá ser adaptada para a realidade da sua sala de aula e servir como exemplo para o trabalho com outras competências e habilidades.

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O DESENVOLVIMENTO DOS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS NO ENSINO MéDIO

O Ensino Médio corresponde às etapas finais da Educação Básica e complementa a apren-dizagem de conhecimentos e habilidades desenvolvidos no Ensino Fundamental. Relacio-na-se àquele período em que os alunos já possuem maturidade e, com isso, é esperado que o ambiente escolar apresente oportunidades para que eles aprofundem conhecimentos e/ou adquiram novos. Isso significa, a partir das informações do cotidiano e dos saberes desenvolvidos anteriormente na escola, que os indivíduos desenvolvam capacidades para tecer interpretações, emitir julgamentos e, entre outros aspectos, perceber, diferenciar e relacionar temas e assuntos diversos.

Atualmente, com as mudanças na sociedade, o conhecimento científico aplicado no ambien-te educacional, isto é, o saber escolar, tem demandado mais que resoluções de problemas ou conhecimentos específicos de cada área. Discussões recentes nesse meio atentam-se para o fato de que os alunos, ao terminarem o Ensino Médio, não devem apresentar desen-volvimento cognitivo apenas para o ingresso na Educação Superior, mas capacidades para atuar nos campos do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia.

A formação do aluno, portanto, como abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais, vem requerer outros modos de articulação desse ambiente educacional que tenham como foco o desenvolvimento destes quatro elementos supracitados (trabalho, ciência, cultura e tecno-logia). Nesse sentido, faz-se necessária uma articulação também entre as diferentes instân-cias do contexto educacional: no âmbito micro, a escola e a sala de aula; no macro, as redes de ensino e a as políticas educacionais nacionais.

Isso pressupõe, por exemplo, dos sistemas educacionais, políticas de intervenção que dis-cutam a elaboração e a implementação de currículos flexíveis, permitindo que os jovens te-nham oportunidade de escolher uma formação que atenda ao seu interesse e aos anseios. Na escola, isso pode ser referenciado por oportunidades de trabalho interdisciplinares, que discutam temas significativos e utilizem diversos recursos didáticos, como os jogos, os ma-teriais manipulativos e a tecnologia.

Saber operar, identificar figuras, ler e interpretar gráficos e resolver problemas são habilida-des desenvolvidas no Ensino Fundamental, e se espera que os alunos destas etapas apli-quem os conhecimentos nas atividades apresentadas pelo professor. Entretanto, no Ensino Médio, o objetivo de aplicação desses conhecimentos passa a ser, principalmente, as inter-venções em ações do cotidiano, que requerem, dos alunos, capacidades de argumentação, criticidade, entre tantos outros, tais como a apresentação de competências relacionadas à ética e à autonomia.

Podemos perceber que o mundo em que vivemos apresenta diversos modelos matemáti-cos que permitem resolver situações de nossos interesses, por exemplo, cálculo de juros, operações financeiras, limites de espaço e de moradia, entre outros. O trabalho contextuali-

SPAECE 2014 70 BOLETIM PEDAGÓGICO

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zado e articulado dos conceitos matemáticos, no Ensino Médio, torna-se algo importante e necessário, cabendo ao professor o compromisso de inserir, na sala de aula, possibilidades para os alunos manipularem essas informações advindas da nossa sociedade.

Sendo assim, mais do que saber ler as informações que circulam no nosso cotidiano, prin-cipalmente, sobre as informações presentes na mídia e nas relações sociais e comerciais, espera-se dos alunos do Ensino Médio uma reflexão mais crítica sobre esses significados.

OS CONCEITOS DE PROBABILIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR

Os conceitos relacionados ao conteúdo de Probabilidade podem ser desenvolvidos pelos alu-nos desde a educação infantil, e estão diretamente relacionados às demais etapas de escolari-dade. As aplicações realizadas em sala de aula podem iniciar pelo cálculo das incertezas, com

experiências que permitam desenvolver noções intuitivas de acaso com base nas expe-riências dos alunos, pois assim, permite-se que eles compreendam o conhecimento

probabilístico.

Nesta fase inicial, as crianças apresentam noções concretas sobre os conceitos de probabilidade, decorridas dos jogos e brincadeiras vi-venciados fora do ambiente escolar. O professor, neste caso, pode utilizar desses elementos para trabalhar conceitos formais do tema Probabilidade. Entretanto, muitas dúvidas em relação a essas aplica-ções podem ser comumente apontadas pelo professor, que procura a melhor forma de abordar os conteúdos com os alunos que, mesmo

alocados em uma mesma etapa de escolaridade, estão em diferentes fases de formação.

As ações pedagógicas aplicadas pelos docentes, relacionadas às noções de Probabilidade, possibilitam o desenvolvimento de capacidades como in-

terpretar informações e tomar decisões, além de permitir uma postura crítica e reflexiva diante de situações do cotidiano. Espera-se, deste modo, que os alunos da Edu-

cação Básica possam realizar experimentos e explorar ideias de eventos casuais que estão relacionadas aos problemas que encontramos no dia a dia, ou então, no Ensino Superior, desenvolver estudos relacionados às áreas científicas, como a Biologia e a Ciências Sociais.

Originalmente, o tema Probabilidade era aplicado na escola para o cálculo de chances de vitória ou derrota em jogos de azar, dados ou baralho. Nas propostas educacionais atuais, percebe-se uma mudança em relação a isso, considerando a possibilidade de discutir ele-mentos da teoria de probabilidade, a qual possui aplicações importantes nos mais diversos ramos da atividade humana, tais como Economia, Política e Medicina. Esses estudos permi-tem, ainda, conhecer os fundamentos matemáticos que garantem a validade dos procedi-mentos da inferência estatística.

Para que a aprendizagem de conceitos de probabilidade contribua para a compreensão de fatos cotidianos, o professor deve possibilitar a resolução de problemas diversos e que auxi-liem os alunos a elaborarem estratégias próprias de resolução. A discussão entre os alunos

A formação do aluno,

portanto, como abordado nos

Parâmetros Curriculares Nacionais,

vem requerer outros modos de

articulação desse ambiente educacional

que tenham como foco o desenvolvimento

destes quatro elementos supracitados

(trabalho, ciência, cultura e

tecnologia).

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 71 SPAECE 2014

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inseridos em um grupo (sala de aula), também, faz-se necessária, permitindo que eles revejam estratégias e compreendam o modo de pensar do outro em relação a esses conceitos.

Sendo assim, consideramos imprescindível o contato com os fundamentos da probabilidade desde o Ensino Fundamental, sendo papel da escola o de permitir que os alunos realizem um trabalho de reflexão sobre as transformações sociais ao retomar esses e outros conheci-mentos no Ensino Médio. Mas neste contexto, quais são os conceitos de probabilidade que procuramos desenvolver na sala de aula?

Nos estudos da área, encontramos algumas concepções de probabilidade, mas por trabalhar com alunos da Educação Básica, nos limitaremos àquelas que possibilitam suprir as principais situações do cotidiano. Elas são nomeadas por clássica, frequentista, subjetiva e axiomática.

Na concepção clássica, a probabilidade refere-se à proporção entre o núme-ro de casos favoráveis em relação ao número total de casos possíveis, compreendendo uma percepção comumente trabalhada na sala de aula do Ensino Médio. Como exemplo em sala de aula, o profes-sor pode trabalhar os jogos de dados, o lançamento de moedas e até o bingo, que apresentam um conjunto de variáveis discretas que possuem a mesma chance de sucesso (equiprobabilidade). O que isso significa? Para o aluno, essa noção, apesar de suge-rir um conceito simples, não é tão clara. O professor pode levar dados para sala de aula e discutir, com os alunos a chance de sortear os números 1, 2, 3, 4, 5 ou 6. Ao determinar um evento, por exemplo, levando-se em conta a chance de sortear o número 5, temos que o resultado é 1/6, o que, também, corresponde a chance de sortear os números 1, 2, 3, 4 ou 6.

Já a probabilidade frequentista incide a partir do cálculo das frequências rela-tivas de ocorrências de sucessos advindos de repetidas tentativas. A probabilidade, neste caso, é apresentada com base em uma estimativa de ocorrência do evento, isto é, realiza-se um conjunto de tentativas, sob mesma condição, buscando determinar qual a probabilidade desse evento acontecer. Retomando o exemplo dos dados, o professor pode levar para a sala, um dado não honesto, onde a probabilidade de ocorrência de sorteio dos números não é igualmente provável. Para isso, os alunos podem fazer vários lançamentos do dado, observando a frequência com que ocorre cada evento (cada resultado).

Cabe ressaltar que este tipo de concepção não permite avaliar a probabilidade de um evento com precisão, uma vez que o número de tentativas é limitado. Entretanto, podemos aproximar esse resultado com uso de alguns recursos, como a simulação computacional. Os softwares permitem que experimentos sejam realizados com um número maior de tentativas, simulando lançamentos simultâneos de eventos equiprováveis, apresentando as frequências de cada evento possível.

As ações pedagógicas

aplicadas pelos docentes,

relacionadas às noções de

Probabilidade, possibilitam o

desenvolvimento de capacidades como

interpretar informações e tomar decisões,

além de permitir uma postura crítica

e reflexiva diante de situações do

cotidiano.

SPAECE 2014 72 BOLETIM PEDAGÓGICO

Page 75: SPAECE · encontrar resposta no convite que fazemos aos profissionais da educação pública do Ceará para conhecer, manusear, ler, entender, discutir e aplicar o conteúdo da Coleção

No trabalho em sala de aula, geralmente, é desenvolvida uma concepção de Probabilidade tra-tada no Ensino Superior, mas podemos observar que essa concepção apresenta possibilidades de realização para alunos da Educação Básica, a medida que concebe outra forma de interpretar um fenômeno com resultados imprevisíveis, que faz parte do cotidiano do indivíduo.

A concepção de probabilidade, ainda, pode ser dada de forma subjetiva, o que consiste em um resultado provido de crenças ou percepções pessoais. Geralmente, são eventos únicos, que não podem ser realizados por meio de outras tentativas. O professor pode indicar si-tuações que, mesmo que essa informação possa ter sido observada em ensaios similares, ocorridos anteriormente, não apresentam informações de experimentos realizados sob con-dições idênticas. Por exemplo, a probabilidade de o aluno aprender um novo conteúdo na escola ou da seleção de futebol do Brasil ganhar um jogo.

Os alunos, neste caso, podem medir a probabilidade de um evento tomando como base sua experiência ou conhecimento sobre o tema estudado e, esse resultado, pode ser represen-tado de forma diferente para cada indivíduo.

Com base nas restrições apresentadas pelas concepções anteriormente citadas, tem-se a definição axiomática. Utilizando os elementos da teoria dos conjuntos, são estabelecidas pro-priedades mínimas para satisfazer a probabilidade de qualquer evento. Assim, retomando o exemplo do jogo de dados, desejamos determinar um número que indique a probabilidade de um evento acontecer e, para isso, consideramos a probabilidade como uma função definida no conjunto dos eventos possíveis desse espaço amostral. Geralmente a função é definida por P.

Esses elementos permitem, ao professor, discutir em sala de aula propriedades básicas so-bre Probabilidade como, por exemplo, o número máximo e mínimo da probabilidade de um evento. Além disso, propriedades envolvendo união ou interseção de eventos, entre outros.

Observadas essas possibilidades, pode-se questionar o trabalho realizado na sala de aula: Qual o motivo de tratar todas essas concepções com alunos no Ensino Médio? Em educa-ção, reconhecemos a importância do desenvolvimento de aspectos intuitivos das diferentes concepções da Probabilidade, que podem ser retratadas por meio de exemplos e/ou pro-blemas encontrados no cotidiano dos alunos.

REALIZANDO EXPERIMENTOS EM SALA DE AULA

A aprendizagem da Matemática, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, apresenta resultados significativos quando desenvolvida utilizando a resolução de problemas. Nesses momentos, proporcionados pelo professor, nos deparamos com a possibilidade de os alu-nos utilizarem as estratégias do pensar e do fazer para resolver os desafios propostos, os quais requerem que conhecimentos desenvolvidos anteriormente sejam retomados ou que sejam construídos novos conhecimentos.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 73 SPAECE 2014

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Ao iniciar o trabalho de desenvolvimento de conceitos de Probabilidade, consideramos a importância do professor apresentar temas de interesse dos alunos, permitindo que eles participem dos momentos de investigação que serão propostos no decorrer da disciplina. Perceber como os alunos apresentam noções intuitivas sobre a probabilidade de ocorrência de eventos e, também, de seus conhecimentos sobre conceitos e termos utilizados neste contexto (como aleatório, azar, eventos) pode ser uma forma de nortear o desenvolvimento de atividades que serão realizadas em sala de aula.

Os alunos que têm acesso ao material de coleta de dados e dispõem de oportunidades para fazerem referência às noções probabilísticas, muitas vezes desenvolvem conceitos de modo adequado. Retomando mais uma vez o jogo de dados, identificamos a possibilidade de o professor propor que os alunos trabalhem com experimentos. Que tal disponibilizar um jogo de dados para os alunos e solicitar que eles preencham uma tabela com os resultados encontrados em cada tentativa/jogada?

Número no dado 1 2 3 4 5 6

Número de jogadas

Figura 1:  Resultados extraídos de tentativas de jogos de dados

Como observado, a Figura 1, acima, representa uma tabela que relaciona uma face do dado, representada por números de 1 a 6, (eventos possíveis, disponibilizados na primeira linha) ao número de tentativas que resultam em cada um desses eventos (segunda linha). O professor pode solicitar que grupos de alunos se reúnam para realizar os experimentos e construir a tabela com os resultados alcançados. Neste caso, deve-se tomar o cuidado de não tornar essa atividade exaustiva, ou seja, não solicitar que os alunos realizem essas jogadas centenas de vezes.

No decorrer da construção das tabelas pelos grupos, o professor pode fazer questionamentos sobre a tabela construída por cada um. Pode-se, ainda, indagar sobre as relações entre as tabelas dos grupos que apresentam diferentes números de tentativas. O que temos em comum nesses resultados?

Nesta etapa inicial de desenvolvimento das noções de probabili-dade, pode-se incluir o trabalho com softwares matemáticos, que permitem a construção dessas tabelas com base em um número muito maior de experimentos, possibilitando que os alunos construam estratégias e relações mais próximas ao resultado real, posto pela teo-rização desses procedimentos. O Winstats ou Tinkerplots são instrumentos computacionais que permitem trabalho dessa natureza em sala de aula, mas outros, como ferramentas de edição de planilhas, também, podem ser utilizados. Cabe, assim, ao professor selecionar o recurso que melhor atenderá a sua proposta de atividade.

Com essas propostas, o professor tem possibilidades de discutir conceitos sobre o espaço amostral e sobre eventos aleatórios. Seria uma opção de apresentar, por exemplo, a relação de

Nesses momentos,

proporcionados pelo professor,

nos deparamos com a possibilidade

de os alunos utilizarem as estratégias

do pensar e do fazer para resolver os

desafios propostos, os quais requerem

que conhecimentos desenvolvidos

anteriormente sejam retomados ou

que sejam construídos novos

conhecimentos.

SPAECE 2014 74 BOLETIM PEDAGÓGICO

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elementos de probabilidade como a representação por meio de uma fração e sua representação percentual. Nesta abordagem, podemos trabalhar com os conceitos da concepção frequentista.

Ainda em relação a esses eventos, podemos remeter à concepção clássica, onde a proba-bilidade refere-se à proporção entre o número de casos favoráveis em relação ao número total de casos possíveis. No dado, temos os eventos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, dentre um total de 6 possibilidades.

Neste sentido, trabalhamos com elementos práticos e contextualizados que permitem o desen-volvimento do conhecimento matemático formal. A importância desses momentos é expressiva e, apesar de parecer simples, as dificuldades encontradas pelos alunos, no processo de abstra-ção dessas relações, são grandes. Cabe, então, ao professor identificar e mediar essas ativida-des e propor outras atividades com foco no desenvolvimento dos mesmos conceitos.

Relacionados a esse trabalho, o professor pode utilizar outros elementos conhecidos dos alu-nos, tais como dados, moedas e cartas, propondo que os alunos façam relações sobre a probabilidade de ocorrência dos possíveis eventos. Além disso, pode-se propor a estimativa de outros tipos de eventos. Isso significa que podem ser aplicadas as mesmas atividades de construção de tabelas, mas com possibilidades de eventos diferentes, como veremos a seguir.

Jogadas consecutivas Números iguais (1 e 1, 2 e 2, 3 e 3, ... 6 e 6)

Números diferentes (1 e 2, 1 e 3, 1 e 4, ... 6 e 5)

Número de jogadas

Figura 2: Resultados para duas jogadas de dados consecutivas

Pela tabela 2, podemos perceber que os eventos esperados estão relacionados às jogadas de dois dados e, além disso, permitem que sejam observados dois tipos de eventos: aque-les relacionados à jogada, que resultou no mesmo número nos dois dados (p.e. 2 e 2), ou aquelas jogadas em que eram esperados números diferentes (p.e. 2 e 3).

Com essa atividade, espera-se que os alunos, também, consigam tecer relações sobre o espaço amostral e os eventos aleatórios, observando relações ainda mais complexas, refe-rentes às diferenças entre a primeira e a segunda atividade proposta.

A introdução de conceitos matemáticos implícitos nesses tipos de eventos, considerando a concepção clássica, com dados honestos, já não constitui em um trabalho tão simples, como no exemplo anterior. O professor, junto com os alunos, pode realizar os cálculos com base no número de possibilidades reais e o número de eventos que determinam esses tipos de jogadas, indicando as possibilidades, como apresentamos a seguir:

1 e 1 1 e 2 1 e 3 1 e 4 1 e 5 1 e 6

2 e 1 2 e 2 2 e 3 2 e 4 2 e 5 2 e 6

3 e 1 3 e 2 3 e 3 3 e 4 3 e 5 3 e 6

4 e 1 4 e 2 4 e 3 4 e 4 4 e 5 4 e 6

5 e 1 5 e 2 5 e 3 5 e 4 5 e 5 5 e 6

6 e 1 6 e 2 6 e 3 6 e 4 6 e 5 6 e 6

Figura 3

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 75 SPAECE 2014

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Nesse caso, as possibilidades para cada evento são as mesmas. Assim, ao observar os 36 possíveis resultados, temos um grupo de 6 resultados que correspondem à coluna “Núme-ros iguais (1 e 1, 2 e 2, 3 e 3, ... 6 e 6)”, da Figura 2, e 30 resultados para a coluna “Números diferentes (1 e 2, 1 e 3, 1 e 4, ... 6 e 5)”, desta mesma figura. Esses resultados, tomados da teo-ria, correspondem àqueles realizados pelos alunos ao jogar os dados? E ao utilizar o número de jogadas com o auxílio do software, o que podemos perceber?

Neste momento, é possível inserir algumas discussões da concepção axiomática, apresen-tando as maiores ou as menores probabilidades encontradas em cada caso ou estudando, também, as relações de união ou interseção dos conjuntos (que são apresentadas pela atividade 2, por exemplo).

O mesmo trabalho que propusemos com jogos de dados pode ser aplicado a outros objetos manipulativos, sendo possível que o professor, também, faça uma relação com contextos sociais, tais como jogos de azar, de crescimento ou prejuízo de uma empresa ou experiên-cias científicas. Ressaltamos a importância de usar estratégias de desenvolvimento iniciais, dada pela noção dos conceitos, e, em abordagens posteriores, de propiciar momentos de sistematização e aplicações mais complexas desses conhecimentos matemáticos.

Pode-se notar que em nossa sociedade, um grande grupo de indivíduos ainda apresenta uma visão determinista em relação aos problemas que lhes são apresentados, procurando, muitas vezes, relacioná-los a simples aplicações de fórmulas para sua resolução, sem com-preender os significados associados a esse contexto. O trabalho do professor, neste am-biente, consiste em expandir essa compreensão limitada dos acontecimentos do cotidiano.

SPAECE 2014 76 BOLETIM PEDAGÓGICO

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5O resultado das avaliações é uma importante ferramenta para o trabalho da equi-pe escolar. Para que você, educador, possa utilizá-lo como instrumento no pla-nejamento de suas ações pedagógicas, esta seção apresentará os resultados desta escola no SPAECE 2014.

Serão demonstrados os resultados de participação, a média de proficiência, a distribuição do percentual de alunos por Padrões de Desempenho e o percen-tual de alunos para os níveis de proficiência dentro de cada Padrão.

OS RESULTADOS DESTA ESCOLA

Nota sobre o cálculo e a interpretação dos erros amostrais

Cálculo do erro amostral

Para o cálculo do erro amostral foram considerados: i) Quantidade de alunos em cada turno da escola (informação obtida no censo 2014); ii) o número de alunos amostrados que fizeram o teste (em torno de 30% dos alunos de um turno da escola); e iii) o desvio padrão, dentro de cada turno da escola, das proficiências dos alunos nas disciplinas avaliadas. Neste cálculo, escolas, municípios e credes que tiveram uma participação baixa na avaliação e/ou uma alta variação de proficiências de seus alunos, ou seja, um desvio padrão alto, terão erros amostrais mais altos se comparados com escolas, municípios e credes com maiores participações e/ou desvios padrões das proficiências menores.

Interpretação das médias de proficiências e erros amostrais

Os erros amostrais estão na mesma escala da proficiência. Assim, por exemplo, no caso do estado do Ceará, para a etapa 11 de Língua Portuguesa onde a média de proficiência é de 254,64 e o erro amostral é de 0,41, isto significa que esta medida tem 95% de chance de estar no intervalo de 254,64 - 0,41 e 254,64 + 0,41, ou seja, entre 254,23 e 255,05. Esta mesma interpretação é válida para as credes, municípios e escolas, com suas respectivas medidas de proficiências e erros amostrais.

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RESULTADO DA ESCOLA (BOLETIM)

Participação dos alunos no teste

» Observar número de alunos e percentual de participação.

» Analisar os resultados quando a participação está acima ou abaixo de 80%, levando em

consideração que, quanto maior o percentual de participação, mais representativos do

universo avaliado são os resultados.

Proficiência Média

» Com base na Proficiência Média: identificar o Padrão de Desempenho.

» Relacionar a Proficiência Média com o desempenho dos alunos: que habilidades e competên-

cias já foram desenvolvidas?

» Refletir sobre o desempenho alcançado pelos alunos em relação ao esperado, com

base na Matriz de Referência, para a sua etapa de escolaridade. Quais habilidades e

competências devem ser desenvolvidas para alcançar este resultado?

» Como recuperar os alunos que já passaram pela etapa avaliada e não apresentaram o

desempenho esperado?

» Refletir sobre o trabalho realizado na sala de aula e as possíveis mudanças, com o ob-

jetivo de melhorar o desempenho dos alunos.

» Relacionar o resultado alcançado com a possibilidade de realizar ações/intervenções

pedagógicas.

SPAECE 2014 78 BOLETIM PEDAGÓGICO

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Distribuição dos alunos por Padrão de Desempenho

» Identificar o percentual de alunos em cada Padrão de Desempenho.

» As turmas da escola são homogêneas e todos desenvolveram as habilidades no mes-

mo grau de complexidade?

» Calcular o número de alunos em cada Padrão de Desempenho, utilizando variação pro-

porcional (regra de três).

» Conseguimos identificar quem são os alunos alocados em cada Padrão na escola?

» Apresentar as habilidades e competências desenvolvidas por cada grupo de alunos.

» Observar, em relação às habilidades e às competências, o desempenho dos alunos que

estão alocados em Padrões de Desempenho diferentes.

» Como relacionar o desempenho obtido por esses alunos com os resultados alcançados

na avaliação interna?

» Refletir sobre ações que podem ser pensadas e aplicadas na sala de aula para, ao

mesmo tempo, recuperar os alunos que não desenvolveram as habilidades da Matriz de

Referência esperadas para a etapa de escolaridade em que se encontram e estimular

aqueles que já as desenvolveram.

Apresentamos, nesta seção, uma sugestão de roteiro para a análise pedagógica dos resultados da avaliação do SPAECE 2014.

Esse roteiro tem como objetivo subsidiar o trabalho da equipe pedagógica da escola, propondo atividades que auxiliarão na compreensão dos dados obtidos pela avaliação externa.

MATEMÁTICA - ENSINO MéDIO E EJA - 1º E 2º PERíODOS 79 SPAECE 2014

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RESULTADO POR ALUNO (SITE)

Observar o resultado geral de uma turma.

Relacionar cada descritor com seu percentual de acerto.

Observar o descritor mais acertado (indicar o descritor).

Observar o descritor menos acertado:

» Qual é esse descritor?

» Qual a relação dessa habilidade com os conteúdos trabalhados em sala de aula? É uma

habilidade trabalhada em etapas de escolaridade anteriores? Quais as práticas pedagó-

gicas adotadas pelos professores da escola em relação a esse conteúdo?

» Como possibilitar a compreensão dos alunos em relação a essa habilidade: ações pe-

dagógicas? Formação dos professores? Utilização de recursos pedagógicos?

Observar o percentual de acerto dos descritores por tópico:

» Observar, dentre os tópicos apresentados, aquele com os menores percentuais de

acerto por descritor.

» O professor tem trabalhado cada tópico de modo suficiente?

» O percentual de acerto dos descritores de cada tópico tem relação com o trabalho feito

pelo professores em sala de aula?

Observar se existe relação entre descritores (observar se são habilidades de uma mesma competência ou conteúdo comum):

» O que pode ser observado com relação ao percentual de acerto desses descritores?

SPAECE 2014 80 BOLETIM PEDAGÓGICO

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REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAJÚLIO MARIA FONSECA CHEBLI

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE CONTRATOS E PROJETOSCRISTINA BRANDÃO

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃORÔMULO OLIVEIRA DE FARIAS

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REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAJÚLIO MARIA FONSECA CHEBLI

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE CONTRATOS E PROJETOSCRISTINA BRANDÃO

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃORÔMULO OLIVEIRA DE FARIAS

Ficha catalográfica

CEARÁ. Secretaria de Educação (SEDUC) do Ceará.

SPAECE – 2014/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 1 ( jan./dez. 2014), Juiz de Fora, 2014 – Anual.

Conteúdo: Boletim Pedagógico - Matemática - Ensino Médio e EJA - 1º e 2º períodos.

ISSN 1982-7644

CDU 373.3+373.5:371.26(05)

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