Fiepe · Júlio Becher / Renata Leão / Roger Queiroz Vladimir Teixeira Equipe técnica e...
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Fiepe
Recife, 2013

FIEPEFederação Das Indústrias do Estado de Pernambuco
DIRETORIA
Diretor presidente
Jorge Wicks Côrte Real
Diretor 1º vice-presidente
Ricardo Essinger
1º diretor administrativo
Carlos Abdenor Neiva Nunes
2º diretor administrativo
Bruno Salvador Veloso da Silveira
1º diretor financeiro
Felipe José Bezerra Coelho
2º diretor financeiro
Francisco Ricardo Heraclio do Rêgo
Diretores vice-presidentes
Aurélio Márcio Nogueira Josias Inojosa de Oliveira Filho Renato Augusto Pontes CunhaAnísio Bezerra Coelho Vikentios Kakakis Oscar Augusto Rache Ferreira João Sandoval da Silveira Massimo Giovanni Maschio Cadorin José Cosme da Silva Valdézio Bezerra de Figueiredo
Diretores adjuntos
Fernando Antônio de Araújo Pinheiro Rafael Araújo de Souza Coêlho Luiz Arnaldo Von Beckerath Grimaldi Otiniel Gerôncio Barbosa Anivaldo Dias de Oliveira Oséas Omena Ribeiro Sobrinho Fernando Carlos de Albuquerque Teixeira Samoel José Gomes da Silva Adenisio Lemos de Vasconcelos Aníbal Manoel Rebelo Jardim Capela Gilberto Duque de Souza Filho Airton Tenório de Albuquerque José Carlos Borba de Queiroga Cavalcanti Carlos Albérico Bezerra Ítalo Brasil Renda Filho Carlos Wiethaeuper
CNIConfedereção Nacional das Indústrias
Presidente
Robson Braga de Andrade
1º vice-presidente
Paulo Antonio Skaf
2º vice-presidente
Antonio Carlos da Silva
3º vice-presidente
Flávio José Cavalcanti de Azevedo
Vice-presidentes
Paulo Gilberto Fernandes TigreAlcantaro CorrêaJosé de Freitas MascarenhasEduardo Eugenio Gouvêa VieiraRodrigo Costa da Rocha Loures (licenciado)Roberto Proença de MacêdoJorge Wicks Côrte RealJosé Conrado Azevedo SantosMauro Mendes Ferreira (licenciado)Lucas Izoton VieiraEduardo Prado de OliveiraAlexandre Herculano Coelho de Souza Furlan
1º diretor-financeiro
Francisco de Assis Benevides Gadelha
2º diretor-financeiro
João Francisco Salomão
3º diretor-financeiro
Sérgio Marcolino Longen
1º diretor-secretário
Paulo Afonso Ferreira
2º diretor-secretário
José Carlos Lyra de Andrade
3º diretor-secretário
Antônio Rocha da Silva
Diretores
Olavo Machado JúniorDenis Roberto BaúEdílson Baldez das NevesJorge Parente Frota JúniorJoaquim Gomes da Costa FilhoEduardo Machado SilvaTelma Lucia de Azevedo Gurgel (licenciada)Rivaldo Fernandes NevesGlauco José CôrteCarlos Mariani BittencourtRoberto Cavalcanti RibeiroAmaro Sales de AraújoSergio Rogerio de CastroJulio Augusto Miranda Filho
FIEPE – Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco
Av. Cruz Cabugá, 767 – Santo Amaro CEP 50040-911 – Recife/PE
Telefone/fax: +55 81 3412.8300 / 3412.8404
www.fiepe.org.br
CONSELHO FISCAL
Efetivos
Severino Elias Paixão Edgard Wanderley Milton dos Reis Gomes
Suplentes
Fredi de Azevedo Maia Filho Severino Batista da CostaHugo Gonçalves de Souza
DELEGADOS REPRESENTANTES
Efetivos
Jorge Wicks Côrte RealArmando de Queiroz Monteiro Neto
Suplentes
Ricardo EssingerFelipe José Bezerra Coêlho

CEPLANConsultoria Econômica e Planejamento Ltda
Diretoria
Aldemir do Vale SousaJuliana GuimarãesLeonardo Guimarães NetoSebastião Jorge JatobáTania Bacelar de AraújoTarcísio Patrício AraújoValdeci Monteiro dos Santos
Equipe Técnica - CEPLAN
Aldemir do Vale Souza (coordenador) /Leonardo Guimarães Neto / Valdeci Monteiro dos Santos / Fábio Lucas de Oliveira / Jurema Regueira Rosa / Ademilson José Saraiva
Notas Técnicas
Inovação e Desenvolvimento TecnológicoAna Cristina Fernandes / Bertrand CozicQualificação ProfissionalRoberto Alves de Lima / Tarcisio Patricio de AraujoBenefícios FiscaisAlexandre de Araujo Albuquerque / Carlos Alberto do Egito / José Alencar de AraujoFinanciamentoFrancisco Sales Cartaxo Rolin / Valéria Louise Saturnino Infraestrutura de TransportesMaurício Oliveira de AndradeInfraestrutura de EnergiaTiago Barbosa DinizMeio Ambiente e SustentabilidadeFátima Maria Miranda Brayner
Revisão e Sistematização
Francisco Sales Cartaxo Rolim / Juliana Bacelar de Araújo
Moderação de Workshops
Emerson Emericiano
Copyright © 2013, FIEPE
Diretor presidente
Jorge Wicks Côrte Real
Diretor 1º vice-presidente
Ricardo Essinger
Superintendente
Camila Brito Tavares Barreto
Gerente de GDE
Cynara Delma de Siqueira Melo
Política IndustrialProposta de uma Política Industrial para o Estado
de Pernambuco – 2013
Realização
Unidade de Economia, Estudos e PesquisasGerente da UEPJúlio César Silva Becher
Comitê Interno de Acompanhamento
Abraão Rodrigues / Camila BarretoCynara Melo / Esmeralda Roberta Arruda de Moura /Humberto Bandeira / Israel ErlichJúlio Becher / Renata Leão / Roger QueirozVladimir Teixeira
Equipe técnica e dministrativa
Adail de Melo Mendonça Lira / Esmeralda Roberta Arruda de Moura / Jessica Rezende Duarte Vilela /Leonardo Luiz de Lima / Mariana de Meira Lins Haack
Comunicação e imprensa – Sistema FIEPE
Márcia Guenes / Rochélle Alves / Breno PessoaCarla Farias / Clara Cavalcanti / Guilherme FariaPatricia Xavier / Tuane Duarte
Estagiários
Aretha Medeiros Leite Feitosa / Ivangillys de LimaFernanda Rodrigues Laurindo / João Batista Felipe Cabral / Mateus Novais Santos / Thiago Nascimento
CONSULTORIA TéCNICA
A elaboração do projeto Proposta de uma Política Industrial
para o Estado de Pernambuco teve como consultoria
técnica para a elaboração do seu documento a CEPLAN –
Consultoria Econômica e Planejamento
Coordenador
Aldemir do Vale Souza
Apoio
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE/PE
Fotografias
Thinkstock (capa)Agência Renata Victor (página 9)
Projeto gráfico e diagramação
Z.diZain Comunicação | www.zdizain.com.br
Revisão ortográfica e gramatical (exceto páginas 9 e10)
Betânia Jerônimo
CEPLAN – Consultoria Econômica
e Planejamento Ltda
Rua João Ramos, 50, sala 409 – Graças
CEP.52.011-080 – Recife/PE
Telefone/fax: +55 81 3414.8181
www.ceplanconsult.com.br

Sindicatos filiados
Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçucar)Cais da Alfândega, 130 – Bairro do Recife – 50030-100 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 2137.7622 / 2137.7623sind[email protected] Presidente: Renato Augusto Pontes Cunha
Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Nordeste (Siacan)Rua Prof. João Medeiros, 1088/Casa 17 – Conj. Jardim de Alah – Boa Viagem – 51020-370 Recife/PETelefones: +55 81 3221.0670 / 1834 / 3170 Fax: +55 81 3423.1080 [email protected]: Wálter de Oliveira
Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado de Pernambuco (Sindivest) Av. Cruz Cabugá, 767/5° andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8436 / 3412.8405 [email protected] [email protected] Presidente: Adenísio Lemos de Vasconcelos
Sindicato das Indústrias de Calçados, de Solado Palmilhado, de Luvas, Bolsas e Peles de Resguardo e Material de Segurança e Proteção ao Trabalho do Estado de Pernambuco (Sindicalpe)Av. Cruz Cabugá, 767/5ºandar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8436 / 3412.8405sindica[email protected] Presidente: Luiz Arnaldo Von Beckerath Grimaldi
Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção no Estado de Pernambuco (Sindicer)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Sto. Amaro – 50040-000 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8521 / 34[email protected]: Otiniel Gerôncio Barbosa
Sindicato das Indústrias da Cerveja e Bebidas em Geral, do Vinho e de Águas Minerais no Estado de Pernambuco (Sindibebe)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Sto. Amaro – 50040-000 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8436 / 3412.8405sindicatob[email protected]: Severino Cândido Carneiro Júnior
Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon)Rua Marques de Amorim, 136 – Boa Vista – 500070-330 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 2127.0600 / [email protected] Presidente: Gustavo Alberto Cocentino de Miranda
Sindicato das Indústrias do Curtimento de Couros e Peles e de Malas e Artigos de Viagem do Estado de Pernambuco (Sindicouro)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8436 / 3412.8405sindicouro@ fiepe.org.brPresidente: Rafael Araújo de Souza Coelho
Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias de PernambucoAv. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8436 / 81 3412.8405sinddoces@ fiepe.org.brPresidente: Severino Elias Paixão

Sindicato das Indústrias da Extração e Beneficiamento de Gipsita, Calcáreos e Derivados de Gesso e de Minerais não Metálicos do Estado de Pernambuco (Sindusgesso)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8525 / 81 3412.8405sindusgesso@ fiepe.org.br Presidente: Ariston Pereira da Silva
Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral e da Malharia no Estado de Pernambuco (Sinditêxtil)Rua Tabira, 85 – Boa Vista – 50050-330 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3231-7784 / 3221-4849sin[email protected]: Oscar Augusto Rache Ferreira
Sindicato das Indústrias Gráficas, Editoriais, de Cartonagem, de Envelopes e de Formulários Contínuos do Estado de Pernambuco (Sindusgraf)Rua Capitão Lima, 116 – Santo Amaro – 50040-080 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3081.1100 / [email protected] | sec.[email protected]: Valdézio Bezerra de Figueiredo
Sindicato das Indústrias de Marcenaria (Móveis de Madeira) e de Móveis de Junco, Vime e Vassouras, de Cortinados e Estofos do Estado de Pernambuco (Sindimóveis)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3338.1370 / [email protected] | sindmoveis@ fiepe.org.brPresidente: Vikentios Kakakis
Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de Pernambuco (Simpepe)Av. Cruz Cabugá,767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8523 / 3412.8405simpepe@ fiepe.org.brPresidente: Walter Alves Câmara
Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Pernambuco (Simmepe)Rua Viscondessa do Livramento,130 – Derby – 52010-060 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3312.1200 / 3312.1216si[email protected] Presidente: Sebastião Pontes da Silva Filho
Sindicato das Indústrias de Produtos à Base de Cimento do Estado de Pernambuco (Sinprocim) Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8526 / 3412.8405sindocal@ fiepe.org.brPresidente: Bruno Salvador Veloso da Silveira
Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado de Pernambuco (Sindipão)Rua da Palma, 355/1º Andar – Santo Antônio – 50010-460 – Recife/PEFone/Fax: +55 81 3224.7027 / 6852 Fax: +55 81 [email protected] | sec[email protected] Presidente: Paulo Pereira dos Santos
Sindicato das Indústrias de Papel, Artefatos de Papel, Papelão e Artefatos de Papelão do Estado de Pernambuco Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8436 / 3412.8405sindpapel@ fiepe.org.brPresidente: Massimo Giovanni Maschio Cadorin

Sindicato das Indústrias da Pastelaria, Rotisseria, Confeitaria e Pizza do Estado de Pernambuco (Sinparope)Rua Hermínio Alves Queiroz, 489 – B – Piedade – 54310-640 – Jaboatão dos Guararapes/PE Telefone/fax: +55 81 3343.6397 ai[email protected] Presidente: Aníbal Manoel Rebelo Jardim Capela
Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos, Medicamentos, Cosméticos, Perfumarias e Artigos de Toucador do Estado de Pernambuco (Sinfacope)Av. Cruz Cabugá,767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8524 / 3412.8405sinfacope@ fiepe.org.brPresidente: Hercílio Victor Neto
Sindicato das Indústrias de Produtos Químico-Alimentares do Estado de Pernambuco (Sinproquimpe)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-911 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8436 / 3412.8405sinproquimpe@ fiepe.org.brPresidente: Alexandre Magno Coutinho de Oliveira Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado de Pernambuco – (Sindratar)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50.040.911 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8520 / 3412.8405sindratar-pe@ fiepe.org.brPresidente: Oséas Omena Ribeiro Sobrinho
Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Pernambuco (Sindirepa) Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50030-911 – Recife/PE Telefone: +55 81 3412.8528sindirepa@ fiepe.org.brPresidente: Airton Tenório de Albuquerque
Sindicato da Indústria de Sabão e Velas no Estado de Pernambuco (Sindilimpe)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50030-911 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8524 / 3412.8405sindilimpe@ fiepe.org.brPresidente: Felipe José Bezerra Coelho
Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias e Tanoarias do Estado de Pernambuco (Sindiserra)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-911 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8520 / 3412.8405sindiserra@ fiepe.org.brPresidente: Samoel José Gomes da Silva
Sindicato das Indústrias de Beneficiamento, Torrefação, Moagem e Solubilização do Café, da Moagem e do Beneficiamento do Milho do Estado de Pernambuco (Sincampe)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – 50040-911 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8436 / 3412.8405cafetorrefacao@ fiepe.org.brPresidente: Edgard Wanderley
Sindicato das Indústrias do Trigo e de Massas Alimentícias e Biscoitos no Estado de PernambucoAv. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – 50040-911- Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8436 / 3412.8405sindtrigo@ fiepe.org.br Presidente Ítalo Brasil Renda Filho

Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (Snic)Rua da Assembleia, 10/ 4001 – 20.011-901 Rio de Janeiro/Rj Telefones: +55 21 2531.1314 / 3553.1266 | Fax: +55 21 2531.1526se[email protected]: José Otávio Carneiro de Carvalho
Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon)Rua Debret, 23/1201-1207 – 20030-080 – Rio de Janeiro/RjTelefone: +55 21 2210.1322Rua do Progresso, 465/201 – Boa Vista – Recife/PE Telefones: +55 81 3423.9374 / [email protected] | [email protected]: João Borba Filho
Sindicato Interestadual das Indústrias de Moagem de Trigo de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e BahiaRua Soldado Mário Kozel Filho, 87 – Sítio Novo – 53110-901 – Olinda/PETelefone/fax: +55 81 3427.7000 / [email protected] | [email protected]: Carlos Wiethaeuper
Sindicato da Indústria de Extração e Beneficiamento de Pedras do Estado de Pernambuco (Sindipedra)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PETelefone/fax: +55 81 3412.8529 / 3412.8405sindipedra@ fiepe.org.brPresidente: José Carlos Borba de Queiroga Cavalcanti Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais, Resinas Sintéticas, Tintas e Vernizes do Estado de Pernambuco (Siquimpe)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Edf. Casa da Indústria – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PE Telefone/fax: +55 81 3412.8526 / 412.8405siquimpe@ fiepe.org.brPresidente: Marcelo Martins Tavares
Sindicato Nacional da Indústria de Máquinas (Sindimaq) Av. Jabaquara, 2925 – Jabaquara – 04045-902 – São Paulo/SpTelefones: +55 11 5582.6300 / 6304 / 6311 | Fax: +55 11 [email protected]: Luiz Aubert Neto
Sindicato da Indústria de Instalação e Manutenção de Redes, Equipamentos e Sistemas de Telecomunicações do Estado de Pernambuco (Sindimest)Av. Conselheiro Aguiar, 2333/27 – Boa Viagem – 51020-020 – Recife/PEFone/Fax: +55 81 3464.3888 [email protected]: Milton dos Reis Gomes
Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Pernambuco (Sindileite)Av. Cruz Cabugá, 767/5º Andar – Santo Amaro – 50040-000 – Recife/PETelefones: +55 81 3412.8436 / 3412.8405sindileite@ fiepe.org.brPresidente: Carlos Albérico Bezerra
Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval)Av. Churchill, 94/210 – Centro – 20020-050 – Rio de Janeiro/RjTelefones: +55 81 3412.8458 / 21 2533.4568 | Fax: +55 21 2533.5310 [email protected] | [email protected]: Ariovaldo Santana da Rocha


Jorge Wicks Côrte Real Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE)
Pernambuco vive um momento de inédito dinamismo de sua economia. Entre 2007 e
2012, registrou uma expansão média anual do PIB de 6,0%, superior às taxas alcançadas
pelo Brasil, (3,7%) e pelo Nordeste (4,7%). Em 2013, porém, enfrentamos severos desafios
que nos impõem a árdua tarefa de nos prepararmos, em bases mais sólidas, para enfren-
tar os problemas e as incertezas da economia global.
Encontramo-nos em um tempo no qual as circunstâncias exigem mudanças na ges-
tão, nos produtos e nos processos produtivos da economia, como um todo, e da indús-
tria, em particular. Transformações essas que irão favorecer a inserção de Pernambuco no
contexto nacional e internacional, além de habilitar o Estado para aproveitar as oportuni-
dades de negócios nos fluxos de comércio e de investimentos.
Para contribuir com o desenvolvimento social e econômico do nosso Estado, a FIEPE
desenvolveu um diagnóstico sobre as atividades produtivas da indústria de Pernambuco,
o qual se encontra consubstanciado neste documento. Trata-se da Proposta de Política
Industrial, construída desde o início de 2013, e que resultou em um detalhado mapeamen-
to das potencialidades do setor para, agora e no futuro, tornar acessível o conhecimento
IX
Caminhos para novos tempos

das possibilidades, dos estímulos, dos desafios, das alternativas e dos caminhos a seguir
na construção do Pernambuco que desejamos.
Iniciativa do Sistema FIEPE, seus diretores e colaboradores, contando com a parce-
ria da economista e professora Tânia Bacelar, da equipe da Ceplan Consultoria, da CNI e
do Sebrae Pernambuco, este documento nasceu, também, da necessidade de fornecer à
indústria um estudo técnico com visão de futuro, que oriente a obtenção de mais compe-
titividade e, consequentemente, de mais desenvolvimento, e no qual a sociedade possa
identificar a elevada prioridade com que a FIEPE trata os superiores interesses do nosso
Estado.
A elaboração do documento teve a participação direta de empresários, em reu-
niões técnicas e oficinas temáticas abrangendo todo o Estado, em suas Regiões de
Desenvolvimento, com destaque para oficinas realizadas na Região Metropolitana do
Recife, no Agreste e no Vale do São Francisco, onde se discutiu a formulação de estraté-
gias de curto e longo prazos.
A presença de empresários dos segmentos da indústria estadual, durante esses de-
bates, legitimou a proposta, possibilitando evidenciar os principais entraves ao desenvol-
vimento setorial. Essas contribuições nos ajudaram a definir os elementos que nortearão
políticas que visem minimizar as deficiências identificadas, através de propostas capazes
de aumentar a produtividade e tornar a indústria local apta a competir nesse novo cenário
em que a economia pernambucana se insere.
Este, contudo, é um levantamento que transcende os interesses da nossa Federação.
é uma contribuição ao desenvolvimento sustentado de Pernambuco.
Constam ainda no documento, as potencialidades de todas as regiões do território
estadual, evidenciando o vigor de uma economia que, apesar dos percalços, mantém sua
trajetória de crescimento. Nosso desafio é, após a realização desse trabalho, congregar
todos os empreendedores que acreditam em um Estado politicamente sólido, economi-
camente pujante e socialmente equilibrado, a se integrarem nesse Projeto. Uma proposta
de trabalho de um tempo que é de plantar e regar, para que todos possam, num futuro
breve, se beneficiar das melhores colheitas.
X

11
Sumário
Lista de gráficos 12
Lista de figuras 13
1 Introdução 15
2 Quadro recente e tendências da indústria 17
3 Mudanças recentes na economia de Pernambuco 23
4 Fundamentos da política industrial 25
4.1 Aspectos relevantes para as bases da política industrial 25
4.2 Visão conceitual da política industrial 26
4.3 Visão empírica da política industrial 28
4.4 Dimensão setorial e estruturante da política industrial 30
4.4.1 Aumentar a competitividade da indústria
de Pernambuco 30
4.4.2 Aumentar a agregação local de valor 33
4.4.3 Interiorizar a indústria 35
4.4.4 Ampliar o acesso ao mercado externo 37
4.4.5 Consolidar e adensar os Arranjos Produtivos Locais 40
4.5 Dimensão estruturante da política industrial 43
4.6 Política industrial: dimensão transversal 46
4.6.1 Inovação e desenvolvimento tecnológico 46
4.6.2 Qualificação profissional 48
4.6.3 Financiamento 50
4.6.4 Benefícios fiscais 51
4.6.5 infraestrutura de transporte 53
4.6.6 Infraestrutura de energia 55
4.6.7 Meio ambiente e sustentabilidade 57
5 Modelo de gestão da política industrial 59

12
Lista de gráficos
Gráfico 1 Brasil, Nordeste e Pernambuco | Taxa (%) de crescimento
do PIB industrial e série encadeada do volume do PIB
industrial (base: 2000 = 100) | 2000-2010 17
Gráfico 2 Pernambuco | Indústria de transformação: Valor da
Transformação Industrial, pessoal ocupado e
produtividade | 1996-2010 19
Gráfico 3 Pernambuco | Construção civil: valor adicionado, pessoal
ocupado e produtividade | 1996-2010 19
Gráfico 4 Pernambuco | Distribuição dos investimentos anunciados
(em %) | 2007-2016 23
Gráfico 5 Meta: aumento da produtividade da indústria estadual |
Indicador: hiato de produtividade em relação à indústria
nacional 32
Gráfico 6 Meta: agregação local de valor | Indicador: relação Valor
da Transformação Industrial/Valor Bruto da Produção 34
Gráfico 7 Meta:incremento do número de empresas e de emprego
industrial no interior do Estado | Indicadores: participação
das Regiões de Desenvolvimento – exceto RMR – no ano
de 2011. 37
Gráfico 8 Meta: aumento da inserção da indústria na economia
internacional | Indicador: relação entre as exportações
e o Valor da Transformação Industrial 40
Gráfico 9 Meta: estimular os processos de adensamento de APLs
industriais e agroindustriais através do fortalecimento de
MPEs. | Indicador: grau de formalização dos empregos da
indústria de transformação. 43

13
Lista de figuras
Figura 1 Pernambuco | Localização dos investimentos anunciados
em implantação ou realizados | 2007-2016 20
Figura 2 Estrutura da Política Industrial 29
Figura 3 Proposta de modelo de gestão para a implantação
da política industrial de Pernambuco 60


15
A proposta de uma política industrial para Pernambuco é nova, talvez inédita, e faz
parte de uma preocupação com o fraco desempenho do setor e a necessidade de recupe-
rar o papel que lhe cabe numa estratégia de desenvolvimento para o Estado. é também
um esforço motivado pelo ciclo de novos investimentos na indústria e em um conjunto de
infraestruturas no Estado.
O esforço de formular uma proposta de política industrial depara-se com a conside-
ração de alguns aspectos:
a) tem como objetivo a promoção da competitividade e integrar a indústria local às
atividades criadas pelas novas cadeias produtivas que ora se configuram na estrutura da
indústria estadual;
b) é não apenas condicionada pelos efeitos da conjuntura econômica nacional, como
subordinada à política econômica e às decisões de alocação de recursos federais destina-
dos ao setor e áreas complementares;
c) requer das empresas locais uma estratégia comercial que precisa adaptar-se à
concorrência em duas frentes: os produtos importados e a concorrência de produtos de
outras Unidades da Federação;
d) a maior exposição das empresas industriais do Estado no mercado globaliza-
do, frente à concorrência de empresas com elevada produtividade e qualidade dos pro-
dutos, impõe o esforço de modernização da indústria estadual para elevar o nível de
produtividade.
1Introdução


17
Após um período de desindustrialização da economia de Pernambuco, em fins de
1990, a indústria iniciou uma retomada, a partir da segunda metade da primeira década
do século XXI, com um crescimento superior à economia industrial do país (Gráfico 1).
Gráfico 1 Brasil, Nordeste e Pernambuco | Taxa (%) de crescimento do PIB industrial e série encadeada do volume
do PIB industrial (base: 2000 = 100) | 2000-2010
Fonte: IBGE; Condepe/Fidem; BNB/Etene/Ciest. Elaboração: Ceplan.
Quadro recente e tendências da indústria2
Brasil Nordeste Pernambuco
20
0
40
60
80
100
120
140
160
-10
-5
0
5
10
15
20
2000 2001 2002 2003 20052004 2006 2007 2008 2009 2010

18
Não houve aumento ou ganhos de produtividade cujo quociente, em relação à pro-
dutividade média da indústria brasileira, era de 0,58 para a indústria de transformação e
0,68 para a construção civil em 2010. Este modesto desempenho da indústria se associa
a uma estrutura industrial na qual predomina um nível de baixa intensidade tecnológica
(Gráfico 2).
Cerca de 70% do PIB industrial concentra-se na RMR, com uma participação em
torno de dois terços no emprego industrial. Com os novos investimentos na RMR, conso-
lida-se esta tendência, mas prospera a formação e consolidação de centralidades no in-
terior do Estado como ampliação das atividades da indústria de alimentos e confecções
no Agreste Central e Setentrional, e da fruticultura irrigada no Sertão do São Francisco,
além da formação do eixo do litoral norte, próximo à divisa da Paraíba, com a implan-
tação das indústrias automotiva e farmoquímica (Figura 1, página 20).
97% dos estabelecimentos da indústria de transformação eram, em 2010, forma-
dos por micro e pequenas empresas – na construção civil, 94% deles. Na construção, as
empresas com mais de 500 empregados detinham 39% dos empregos do setor, efeito
da presença dos investimentos em implantação na região do porto de Suape. Quase 50%
dos empregos na construção civil, em 2010, estavam vinculados às obras de infraestru-
tura no Estado (Gráfico 3).
Apenas cinco gêneros da indústria de transformação - alimentos e bebidas, produ-
tos químicos, minerais não metálicos, metalurgia e máquinas e equipamentos eletroele-
trônicos - representavam, em 2010, 72,5% do total do Valor da Transformação Industrial
(VTI).

19
Gráfico 2 Pernambuco | Indústria de transformação: Valor da Transformação Industrial, pessoal ocupado e
produtividade | 1996-2010
Fonte: IBGE; Condepe/Fidem; BNB/Etene/Ciest. Elaboração: Ceplan.
Gráfico 3 Pernambuco | Construção civil: valor adicionado, pessoal ocupado e produtividade | 1996-2010
Fonte: IBGE; Condepe/Fidem; BNB/Etene/Ciest. Elaboração: Ceplan.¹ Dados estimados sujeitos à retificação depois de consolidados.
PO VTI VTI/PO
80
60
100
120
140
160
180
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Índ
íce
de
cres
cim
ento
(b
ase
1996
= 1
00)
Relação de produtividade PE/BR 1996 = 0,686 2010 = 0,581
PO VA VA/PO
100
0
200
300
400
500
600
700
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Índ
íce
de
cres
cim
ento
(b
ase
1996
= 1
00)
Relação de produtividade PE/BR 1996 = 0,505 2010 = 0,678

20
••
• ••• •••••• • •
Oce
ano
Atl
ânti
co
Oce
ano
Atl
ânti
co
Recife
Ipojuca
Cabo de Santo Agostinho
Legenda
De R$ 100 mil a R$10 milhões
Mais de R$ 10 milhões a R$100 milhões
Mais de R$100 milhões a R$1 bilhão
Mais de R$1 bilhão a R$10 bilhões
Mais de 10 bilhões a R$ 60 bilhões
Sem informações
0 10 20 30 405km
1:2.800.000
Rodovias
Rios
Corpos d'água
Sede municipal
Regiões de Desenvolvimento
Suape
•
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• •
••••• •
••••
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Salgueiro
Caruaru
Recife
Ipojuca
Cabo de Santo Agostinho
Goiana
Petrolina
N
S
LO
408
408
232
232
232
101
101
101
104
Fonte: Ceplan.
Figura 1 Pernambuco | Localização dos investimentos anunciados em implantação ou realizados | 2007-2016

21
••
• ••• •••••• • •
Oce
ano
Atl
ânti
co
Oce
ano
Atl
ânti
co
Recife
Ipojuca
Cabo de Santo Agostinho
Legenda
De R$ 100 mil a R$10 milhões
Mais de R$ 10 milhões a R$100 milhões
Mais de R$100 milhões a R$1 bilhão
Mais de R$1 bilhão a R$10 bilhões
Mais de 10 bilhões a R$ 60 bilhões
Sem informações
0 10 20 30 405km
1:2.800.000
Rodovias
Rios
Corpos d'água
Sede municipal
Regiões de Desenvolvimento
Suape
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Salgueiro
Caruaru
Recife
Ipojuca
Cabo de Santo Agostinho
Goiana
Petrolina
N
S
LO
408
408
232
232
232
101
101
101
104


23
A partir de 2005, consolida-se a atração de empreendimentos de grande porte, fazen-
do do investimento o mais importante fator do dinamismo da economia de Pernambuco.
Mais de dois terços (67%) dos investimentos, em implantação e anunciados para os próximos
dez anos, destinam-se à indústria de transformação, 14% à infraestrutura e 14% à habitação.
São projetos de refino de petróleo, petroquímica, farmoquímica, indústria automobilística,
indústria naval e de energia eólica, com impacto significativo na indústria da construção.
Gráfico 4 Pernambuco | Distribuição dos investimentos anunciados (em %) | 2007-2016
Fonte: MDIC-Renai, AD Diper, Suape e instituições governamentais. Elaboração: Ceplan.
3
Empreendimentos industriais
Grandes empreendimentos imobiliários
Serviços e comércio
Infraestrutura (logística e Siup¹)
Outros
67,314,4
3,9
14
0,3
Mudanças recentes na economia de Pernambuco

24
Com a entrada em operação dos novos projetos, começará a etapa de mudanças
significativas na estrutura da indústria de transformação, com duas implicações relevan-
tes: aumento da importância dos bens intermediários e dos bens de consumo duráveis e
de capital na estrutura industrial; e configuração da tendência de abertura da economia
pernambucana para o mercado externo.

25
A partir do diagnóstico e dos workshops realizados com empresários e técnicos de
órgãos associados à Fiepe, resumem-se aqui as principais constatações sobre a econo-
mia, a indústria e o seu contexto, seguidas da apresentação de conceitos básicos que
fundamentam a opção da política industrial adotada. Seguem-se os objetivos da política
industrial, as macrodiretrizes e os critérios para a escolha dos segmentos estratégicos.
4.1 ASPECTOS RELEVANTES PARA AS BASES DA POLÍTICA INDUSTRIAL
Trajetória econômica recente do Estado
O diagnóstico da situação da indústria pernambucana foi determinante na formula-
ção da política industrial para o Estado, com realce para o forte impulso ao crescimento
do PIB, propiciado pelos novos investimentos ao longo do litoral sul e ao norte da RMR,
como destacados nos pontos a seguir.
a) Capacidade de atração de novas atividades industriais - As transformações econô-
micas recentes revelam a capacidade da economia estadual de atrair um significativo blo-
co de investimentos industriais e executar obras em infraestrutura. Para isso, contribuiu
a retomada do crescimento da economia brasileira, combinada com a disponibilidade da
infraestrutura portuária, reforçando a posição estratégica de Pernambuco no Nordeste.
b) Projetos estruturantes e novo ciclo de crescimento da economia estadual - O novo
ciclo econômico do Estado baseia-se na estruturação de novas cadeias produtivas, lide-
radas por empreendimentos industriais de grande porte. Este fato imprime dinamismo à
4Fundamentos da política industrial

26
economia, opera transformações na estrutura industrial e repercute em outros segmentos
como nos serviços urbanos. E mais, projetos em implantação como os de refino de petró-
leo, construção naval e indústria automobilística deverão mudar os fluxos comerciais do
comércio internacional e interestadual.
c) Concentração dos investimentos industriais e novas centralidades - Ao lado da
concentração industrial na RMR, estão emergindo novas centralidades que começam a
alterar a geografia da atividade econômica do Estado, além do eixo industrial nascente
ao norte da RMR com a indústria automotiva e farmoquímica. São centralidades emer-
gentes no Agreste e Sertão em torno das atividades ligadas, entre outras, às confecções
e à agroindústria, impulsionadas pelo ciclo de expansão do consumo que se reflete na
economia de municípios de médio e pequeno portes.
Percepção dos empresários sobre a situação da indústria
Os workshops entre os representantes dos sindicatos filiados à Fiepe - ao identifica-
rem as oportunidades e ameaças, os pontos fortes e as fraquezas e os desafios - levaram
os empresários a confirmar a influência dos fatores sistêmicos na produtividade e com-
petitividade da indústria pernambucana. Eles reconhecem avanços na infraestrutura eco-
nômica - a presença dos centros de pesquisa, mas apontam fortes gargalos na logística
estadual, no fornecimento de água e energia, e na ausência de integração entre os centros
de pesquisa e as empresas. Os empresários percebem, entre os fatores internos negati-
vos, o baixo nível de produtividade associado à obsolescência de máquinas e instalações,
e à baixa capacidade de investimento, inclusive em inovação, muito embora reconheçam
iniciativas isoladas neste campo.
Apesar de perceberem sinais de uma nova cultura empresarial e de fortalecimento
dos sindicatos, os empresários admitem que prevalece um ambiente conservador, de in-
cipiente associativismo, de entraves a parcerias, de reduzida inserção internacional e de
pouca sensibilidade para o aperfeiçoamento e a capacitação dos empregados, além de
uma frágil integração entre os novos empreendimentos e a indústria existente.
4.2 VISãO CONCEITUAL DA POLÍTICA INDUSTRIAL
A concepção de políticas industriais envolve duas visões antagônicas. A primeira
entende a política industrial como resultante de imperfeições de mercado, manifestadas
em externalidades, incertezas, assimetrias e informação insuficiente dos agentes eco-
nômicos. Assim, a política industrial deve ser reativa para corrigir eventuais distorções,

27
transitórias e de origem exógena, que exigem intervenções de governo horizontais e não
seletivas. Essa visão, portanto, coloca o mercado no centro do problema.
A visão sistêmica, ao contrário, desloca o foco da empresa para as condições do
ambiente competitivo, a infraestrutura e o aparato político-institucional, que juntos e de
forma interdependente influem na atividade das empresas. Decorre daí o caráter ativo e
propositivo da política que, para ser eficaz, exige uma definição clara de objetivos e me-
tas, com o subsequente acompanhamento e a avaliação de seus resultados.
Objetivos
A promoção da competitividade é o principal objetivo das políticas industriais. Seu
corolário é o fortalecimento do ambiente competitivo. A busca da competitividade é per-
manente, indissociável de uma política industrial assente na radiografia da realidade e
na visão dos próprios empresários. A política industrial de Pernambuco mira também o
adensamento de cadeias produtivas e a diversificação da indústria.
A fim de alcançar o objetivo estratégico e permanente, a política industrial contem-
pla objetivos específicos:
• recuperação e elevação do nível de produtividade da indústria;
• criação de encadeamentos entre novos empreendimentos e empresários locais;
•diversificação da indústria com vistas ao adensamento das cadeias produtivas;
• fortalecimento das MPEs;
•melhoria e ampliação dos fatores sistêmicos da competitividade;
• coordenação institucional para fortalecer o sistema industrial e a sua articulação
com outras entidades.
Macrodiretrizes
Macrodiretrizes, resumidas a seguir, constituem os eixos a partir dos quais se defi-
nem iniciativas estratégicas e uma agenda da política industrial para Pernambuco.
Aumentar a competitividade da indústria de Pernambuco, com ênfase na renovação
dos equipamentos e instalações das empresas, na atualização dos processos produtivos
e na introdução de práticas de inovação.
Aumentar a agregação local de valor para ampliar os impactos sobre produção, em-
prego e renda.

28
Interiorizar a indústria por meio do fortalecimento da atividade econômica das no-
vas centralidades e do estímulo às vocações produtivas locais.
Ampliar o acesso ao mercado externo, aproveitando mudanças na estrutura indus-
trial em curso e seus reflexos no redirecionamento dos fluxos comerciais da indústria de
Pernambuco.
Consolidar e adensar os arranjos produtivos locais por meio do fortalecimento das
micro e pequenas empresas, predominantes na estrutura industrial do Estado, benefician-
do-se do recente aumento real do salário mínimo e das transferências de renda.
4.3 VISãO EMPÍRICA DA POLÍTICA INDUSTRIAL
Com base nas conclusões do diagnóstico e nas discussões dos workshops, foram
definidas as macrodiretrizes e identificados os segmentos mais relevantes para a política
industrial. A abordagem empírica foi separada segundo dois planos: a) as dimensões se-
torial e estruturante, listando-se as variáveis significativas; e b) a dimensão sistêmica, com
os temas de corte transversal.
A separação do primeiro plano tem o objetivo de realçar as diferentes situações
da indústria enquanto estrutura herdada do desenvolvimento local e os novos empreen-
dimentos industriais em implantação. A ideia foi enfatizar dois aspectos e propor uma
questão. O primeiro foi esmiuçar as condições da indústria existentes e investigar poten-
cialidades decorrentes da fase atual do desenvolvimento da economia estadual. O segun-
do foi indagar em que extensão os empreendimentos em implantação repercutiriam na
indústria estadual.
No segundo plano, em linha com a concepção de política industrial adotada, o lado
esquerdo da Figura 2 contém os fatores sistêmicos. A escolha dos temas emergiu da per-
cepção de que, além dos elementos conjunturais de curto prazo – associados aos ciclos
dos negócios da economia internacional e nacional, existem fatores do ambiente que
afetam o desempenho industrial. E, dada a sua abrangência transversal, têm influência
difusa, duradoura e persistente na capacidade das empresas de alcançar e manter níveis
de produtividade que lhes assegurem competitividade.
Cada uma das variáveis no bloco da dimensão setorial (Figura 2) está relacionada a
uma macrodiretriz, com base na qual foram definidos os critérios de seleção dos segmen-
tos industriais. Essas variáveis tiveram origem nos workshops e nos documentos estuda-
dos em relação à indústria de Pernambuco.
Para cada uma das macrodiretrizes, foram definidas metas a partir da análise do
contexto do segmento, dos desafios e das providências sob o encargo dos empresários,
além daquelas afetas às negociações com o governo, caso em que a presença dos fatores

29
sistêmicos teria maior relevância. Em sequência à dimensão setorial, no plano da dimen-
são estruturante, o procedimento metodológico adotado foi o de:
• selecionar as cadeias produtivas em implantação para se ter uma ideia do potencial
das demandas criadas com a entrada em operação dos principais empreendimentos.
Foram selecionadas as cadeias de petróleo e gás, naval, automotiva, farmoquímica
e da construção civil;
• identificar as principais demandas na matriz de insumo do Brasil, de 2008, selecio-
nando os cinco maiores fornecedores;
• identificar no Cadastro Industrial de Pernambuco os principais produtos dos diver-
sos segmentos industriais;
• comparar os resultados de ‘b’ aos resultados de ‘c’ para identificar a ocorrência de
uma produção similar.
Figura 2 Estrutura da Política Industrial
Dimensão setorial
Enfoque vertical Enfoque horizontal
1. Produtividade
2. Grau de industrialização
3. Interiorização
4. Acesso a mercados externos
5. Adensamento de MPE
Inovação e desenvolvimento tecnológico
Qualificação profissional
Benefícios fiscais
Financiamento
Infraestrutura de transporte
Infraestrutura de energia
Meio ambiente e sustentabilidade
Dimensão estruturante
1. Adensamento de cadeias existentes e atração de novas cadeias
Dimensão sistêmica

30
4.4 DIMENSãO SETORIAL E ESTRUTURANTE DA POLÍTICA INDUSTRIAL
A dimensão setorial foi estruturada a partir das macrodiretrizes que levam em conta
a indústria existente e a abordagem isolada de cada segmento, enquanto na dimensão
estruturante a ênfase é atribuída às novas cadeias produtivas e à possibilidade de sua
articulação com a economia do Estado, em especial com a indústria.
Como desdobramento dessas duas dimensões da política industrial, para cada ma-
crodiretriz apresentam-se tópicos com os destaques relacionados ao contexto, aos desa-
fios, às iniciativas e ações no âmbito empresarial, à agenda de negociações, aos segmen-
tos produtivos e às metas.
A contextualização ressalta as questões marcantes do ambiente no qual se situa a
indústria que têm estreita relação com cada uma das macrodiretrizes.
A identificação dos desafios que explicitam os caminhos a percorrer na superação
dos obstáculos que impedem o cumprimento dos objetivos implícitos nas macrodiretrizes.
As iniciativas e ações no âmbito empresarial constituem o resumo de esforços e
ações mais relevantes, a serem realizados pelos empresários, suas lideranças e institui-
ções vinculadas ao setor industrial, voltados para a concretização dos objetivos da política
industrial.
A agenda de negociação identifica as iniciativas e ações que instituições governa-
mentais e outras situadas fora do meio empresarial devem realizar, a fim de concretizar
os objetivos contidos nas macrodiretrizes. Embora fora do círculo empresarial, espera-se
que tais ações e iniciativas constituam objeto de negociação entre lideranças empresariais
e governantes e líderes das instituições responsáveis pela sua realização, no âmbito de
políticas transversais ou horizontais.
Nos segmentos são explicitados os critérios das escolhas dos segmentos produtivos
prioritários, do ponto de vista de cada macrodiretriz, além dos procedimentos técnicos
adotados para a sua seleção.
Para a maioria das macrodiretrizes, foram estabelecidas as metas que sintetizam,
em termos quantitativos, os objetivos a alcançar.
4.4.1 Aumentar a competitividade da indústria de Pernambuco
Contextualização
•A recuperação recente do crescimento industrial com baixos níveis de produtividade,
após um longo período de desindustrialização.
•A produtividade da indústria estadual corresponde, hoje, à metade da indústria na-
cional, que já é baixa quando comparada aos países desenvolvidos.

31
•Os avanços de inovação, em nível internacional, e o acirramento da concorrência nos
mercados interno e externo mostram a necessidade de uma estratégia focada no
aumento da produtividade.
•O novo bloco de investimentos em Pernambuco, formado por segmentos industriais
com elevado grau de produtividade, geradores de efeitos encadeadores, cria moti-
vação para a indústria local investir em inovação.
Desafios
•Tornar a inovação o elemento central para a elevação da produtividade.
•Ampliar a interação contínua entre empresas industriais e instituições e competên-
cias integrantes do sistema de P&D e inovação do Estado.
•Articular universidades, institutos de ciência e tecnologia, grupos de pesquisa e ou-
tras instituições para promover a inovação e garantir apoio aos empreendimentos
industriais.
•Difundir entre os empreendedores o conhecimento sobre as instituições e os meios
disponíveis para financiar o processo de inovação.
Iniciativas e ações no âmbito empresarial
•Mapear as necessidades dos segmentos produtivos no campo da infraestrutura de
P&D e inovação, dos serviços de apoio técnico e de gestão às indústrias, das fontes
de financiamento de P&D e inovação.
• Promover negociações voltadas para a formação de competências entre empreende-
dores e especialistas em desenvolvimento e gestão da inovação.
•Criar e consolidar fóruns de inovação para um debate sistemático dos problemas
setoriais e o encaminhamento de soluções para a inovação de produtos e processo.
•Construir um sistema de indicadores para acompanhamento dos resultados das ini-
ciativas e ações, e compartilhamento de conhecimento.
•Realizar investimentos nos processos inovativos e na atualização e renovação do
parque industrial do Estado.

32
Agenda de negociação
•Ampliar, renovar e integrar o sistema estadual de inovação.
•Adequar o financiamento às condições específicas dos empreendimentos inovadores.
•Utilizar as compras governamentais como forma de apoio ao processo de inovação.
• Promover avanços na qualidade da educação e estimular a oferta de cursos profis-
sionalizantes em sintonia com o mercado de trabalho.
•Ampliar os investimentos em infraestrutura econômica.
Segmentos selecionados
Para a indústria alcançar níveis mais altos de eficiência, alguns segmentos são prio-
ritários, com vistas a consolidar o dinamismo industrial. Por isso, foram selecionados seg-
mentos cuja produtividade cresceu acima da média da indústria de transformação estadu-
al e que fecharam o hiato de produtividade em relação à indústria nacional, convergindo
para o seu nível de produtividade e, por vezes, superando-o. Estes são os segmentos
contemplados: couro e calçados; produtos de borracha e de material plástico; metalurgia;
produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos; produtos de madeira e móveis; e
máquinas, equipamentos e aparelhos eletroeletrônicos.
Gráfico 5 Meta: aumento da produtividade da indústria estadual | Indicador: hiato de produtividade em relação à
indústria nacional
Fonte: IBGE – PIA (1996 e 2010).
0,1
0
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,69
0,58
0,8
1996 2010 2018

33
4.4.2 Aumentar a agregação local de valor
Contextualização
•Queda na capacidade de agregar valor da indústria nacional e estadual, em decor-
rência da valorização cambial e da baixa produtividade da indústria em meio ao
recrudescimento da concorrência.
•Necessidade da indústria de transformação recuperar a capacidade de agregar valor
internamente, com o propósito de viabilizar o adensamento de cadeias produtivas.
• Possibilidade da indústria local agregar valor graças à retomada do crescimento do
Estado, baseada em um bloco de investimentos estruturantes de elevado grau de
produtividade.
Desafios
• Integrar a indústria local ao bloco de grandes investimentos em implantação.
•Recuperar a produtividade das indústrias locais, visando a habilitá-las para concorrer
às oportunidades geradas no mercado.
•Criar mecanismos ágeis de adaptação da empresa industrial à instabilidade do am-
biente de negócios, afetado por políticas de curto prazo.
•Modernizar a gestão empresarial e qualificar mão de obra.
Iniciativas e ações no âmbito empresarial
• Promover parcerias empresariais, a fim de aproveitar possibilidades de cooperação
internacional para ampliar o acesso a novos mercados.
• Estabelecer parcerias com universidades e institutos de pesquisa para atualizar com-
petências, otimizar investimentos e eliminar a obsolescência produtiva.
•Difundir, junto aos potenciais fornecedores industriais, os requisitos de contratação
de bens e serviços exigidos por grandes empreendimentos em instalação.
•Consolidar a interlocução do empresariado com instituições governamentais ou
não, quanto a potencialidades e gargalos referentes aos fatores sistêmicos de
competitividade.

34
Agenda de negociação
•Revisar o sistema de benefícios fiscais para corrigir distorções que interferem na
capacidade de agregar valor.
•Revogar o dispositivo legal que concede benefícios fiscais à terceirização da produ-
ção de empresas de outros Estados.
•Mobilizar competências para adicionar valor em segmentos agroindustriais e na in-
dústria extrativa mineral no interior.
Segmentos selecionados
A adoção de critérios técnicos acerca do grau de industrialização levou à seleção dos
segmentos de couro e artigos de couro, calçados; impressão e reprodução de gravações;
confecção de artigos do vestuário e acessórios; e outros equipamentos de transporte,
exceto veículos automotores.
Gráfico 6 Meta: agregação local de valor | Indicador: relação Valor da Transformação Industrial/Valor Bruto da
Produção
Fonte: PIA-IBGE (1996 e 2010).
0,51
0,44
0,6
0,1
0
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
1996 2010 2018

35
4.4.3 Interiorizar a indústria
Contextualização
•A industrialização pernambucana se deu de forma espacialmente concentrada na
Região Metropolitana do Recife, que detém 69,3% do valor agregado da produção,
53,3% do número de estabelecimentos e 61,8% dos empregos industriais.
•O novo ciclo da economia estadual reforça o peso da indústria na RMR, graças ao
Complexo Industrial Portuário de Suape, e se intensifica ao longo do eixo na direção
de Goiana, com o polo automotivo e o polo farmoquímico.
•Atividades produtivas de base local no Agreste e no Sertão possibilitam novas cen-
tralidades apoiadas nas vocações locais, exploradas por micro, pequenas e médias
empresas industriais, além de novos focos industriais como Bom Conselho e Glória
do Goitá.
Desafios
•Redefinir o sistema de benefícios fiscais para valorizar empreendimentos da base
econômica local.
• Superar gargalos de infraestrutura nos sistemas viário, de energia, de comunicação
e hídrico.
• Estabelecer condições mais favoráveis para o financiamento da produção, bem como
melhores condições de acesso às micro e pequenas empresas.
•Modernizar e atualizar processos produtivos, ampliar a formalização das rela-
ções de trabalho, sobretudo nos micro e pequenos empreendimentos industriais e
agroindustriais.
Iniciativas no âmbito empresarial
• Identificar estrangulamentos e possibilidades de negócios para as atividades indus-
triais e agroindustriais em polos como o gesseiro, o de fruticultura e o de confecções.

36
•Disseminar no interior a cultura inovadora e as condições de acesso a financiamen-
tos para ampliação, modernização dos negócios e aumento da capacidade de P&D
e inovação.
• Promover a interiorização do Sistema Indústria, mobilizando escritórios da Fiepe, do
Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai)
e do Serviço Social da Indústria (Sesi), cada um no seu campo de atuação.
Agenda de negociação
•Redefinir uma nova política de atração de investimentos.
•Ampliar e consolidar os distritos industriais.
• Promover uma maior interação entre as empresas do interior com o sistema de P&D
e inovação.
•Ampliar compras governamentais de produtos industriais de base local.
•Articular o Sistema S, as ONGs e o governo federal, estadual e municipal para am-
pliar e melhorar a qualidade da oferta de qualificação profissional no interior.
• Expandir e melhorar a infraestrutura de transporte terrestre, aéreo e fluvial no inte-
rior, inclusive ampliando a multimodalidade.
•Ampliar a cobertura e melhorar a qualidade do sistema de comunicação, no interior,
bem como o fornecimento de energia elétrica e água, disseminando o uso de ener-
gias renováveis, eólica, solar, biomassa.

37
Segmentos selecionados
Foram usados dois critérios para identificar os segmentos associados à interiori-
zação da indústria pernambucana: i) número de empregados e de estabelecimentos por
segmento no total dos empregos da indústria, segundo as RDs; e ii) presença significativa
do segmento nas RDs, do ponto de vista dos empregos, com dados de 1996 e 2010.
Segmentos selecionados: produtos alimentícios e bebidas; confecção de artigos do
vestuário e acessórios; e produtos de minerais não metálicos.
Gráfico 7 Meta:incremento do número de empresas e de emprego industrial no interior do Estado | Indicadores:
participação das Regiões de Desenvolvimento – exceto RMR – no ano de 2011.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – Rais/Caged (2011).
4.4.4 Ampliar o acesso ao mercado externo
Contextualização
•A indústria estadual vem perdendo posição relativa no comércio internacional na
comparação com o Brasil e o Nordeste. Entre 1995 e 2012, reduziu-se de 1,2% pa-
ra 0,5% a sua participação nas exportações nacionais e, de 13,5% para 7%, nas do
Nordeste.
54,7 52
60
10
0
20
30
40
50
60
70
2011 2018
55
Estabelecimentos Empregos

38
•O mercado internacional oferece novas oportunidades de negócios, mas em um
ambiente de muita competição que impõe mudanças tecnológicas e de gestão na
economia industrial.
•A implantação de grandes projetos estruturadores e novas cadeias produtivas
deve provocar fortes mudanças na estrutura industrial produtiva e na pauta das
exportações.
•A inserção internacional significa acesso a novos mercados e a possibilidade de
promover mudanças tecnológicas e de gestão na economia industrial. Cria oportuni-
dades para a absorção de novas tecnologias e possibilita a disseminação de conheci-
mentos e avanços tecnológicos nos demais elos da cadeia produtiva dos segmentos
exportadores.
Desafios
•Vencer barreiras institucionais, burocráticas e legais existentes no mercado
internacional.
• Superar dificuldades advindas do baixo nível tecnológico da maioria dos produtos
da pauta de exportação.
•Reduzir a forte dependência da indústria exportadora estadual dos fatores sistêmi-
cos e do ambiente macroeconômico.
• Integrar as ações da política de promoção das exportações à política de avanço tec-
nológico centrada nas inovações.
Iniciativas e ações no âmbito empresarial
•Desenvolver iniciativas de promoção das exportações, combinada com estratégias
de inovação e atualização dos processos produtivos.
•Articular lideranças empresariais com instituições governamentais focadas na redu-
ção da influência negativa dos fatores sistêmicos sobre a produtividade e a compe-
titividade das exportações estaduais.

39
•Consolidar uma política de promoção das exportações, articulando instituições pú-
blicas e privadas no apoio aos segmentos exportadores.
•Monitorar e avaliar as metas e a capacidade efetiva de inserção internacional dos
empreendimentos industriais, incluindo inovação, mudanças e modernização dos
seus processos produtivos.
Agenda de negociação
•Tentar reduzir os altos custos portuários, aeroportuários, alfandegários e tributá-
rios, e eliminar entraves e custos do financiamento às exportações.
•Disseminar o acesso às formas mais adequadas de financiamento das exportações
e à inovação.
• Promover uma maior aproximação entre as instituições de pesquisa, desenvolvimen-
to e inovação e os segmentos exportadores.
• Lutar pela ampliação da infraestrutura de transporte, com ênfase nas rodovias e
ferrovias de acesso aos portos.
Segmentos selecionados
Consideraram-se como prioritários os segmentos produtivos que tivessem maior
grau de inserção no mercado internacional e maior potencialidade. O grau de inserção no
mercado externo foi medido a partir da relação entre o valor das exportações e o valor
da transformação industrial do segmento produtivo. Daí resultou a seleção dos segmentos
de alimentos e bebidas; couros e calçados; produtos químicos, inclusive farmoquímicos e
farmacêuticos, produtos de borracha e de material plástico.

40
Gráfico 8 Meta: aumento da inserção da indústria na economia internacional | Indicador: relação entre as
exportações e o Valor da Transformação Industrial
Fonte: IBGE – PIA e MDIC – Secex (2000 E 2010).
4.4.5 Consolidar e adensar os Arranjos Produtivos Locais
Contextualização
•Os APLs industriais pernambucanos são compostos por micro e pequenos produ-
tores, com pouca incidência de “empresas-âncora”, mantendo notáveis vínculos
com a economia local e gerando renda e emprego, embora com elevado grau de
informalidade.
•Há diversificadas atividades econômicas regionais vinculadas à base local de recur-
sos, incluindo APLs com peso na geração de riqueza, emprego e renda, tais como
confecções no Agreste, minerais não metálicos no Araripe e fruticultura e vitivinicul-
tura no Sertão do São Francisco.
•Micro e pequenos empreendimentos enfrentam obstáculos de acesso ao crédito,
restrições na qualificação profissional e competência para tornarem-se fornecedores
de outras empresas.
•Os ganhos recentes de renda causados pelo aumento real do salário mínimo, trans-
ferências de renda e maior acesso ao crédito ampliam as oportunidade para os APLs
formados por MPEs.
• Existem ainda os efeitos dinâmicos oriundos dos investimentos de grande porte em
curso no Estado, que podem ser captados pelas bases produtivas regionais.
0,05
0
0,1
0,15
0,2
0,25
2000
0,130,14
0,2
2010 2018

41
Desafios
•Ampliar a capacidade empreendedora e associativa dos micro e pequenos empreen-
dedores industriais e agroindustriais.
• Superar dificuldades de acesso ao financiamento por parte das MPEs.
• Promover a melhoria da qualidade de produtos e serviços ofertados pelas MPEs.
•Ampliar o grau de formalização incluindo as relações de trabalho, modernizar a
gestão empresarial, introduzir maior conteúdo inovativo aos processos produtivos e
desenvolver competências para a elaboração de projetos de financiamento.
• Superar gargalos nos sistemas viário, hídrico, de energia e de comunicação.
•Criar competências nas empresas locais para se tornarem fornecedoras de médios
e grandes empreendimentos.
Iniciativas e ações no âmbito empresarial
• Estimular a formação e coordenação de networks entre empresas para ampliar o
compartilhamento de informações de interesse mútuo.
•Disseminar junto aos micro e pequenos empreendedores a cultura inovadora e a
modernização dos negócios.
•Dar suporte às MPEs no acesso às fontes de financiamento para ampliar, modernizar
produtos e processos, e estimular a capacidade de P&D e inovação.
•Ampliar e fortalecer as ações do Senai e do Sebrae destinadas à qualificação profis-
sional e ao empreendedorismo.
•Desenvolver uma estratégia mercadológica com apoio do Estado e dos municípios
para a divulgação e o marketing dos produtos de APLs.
Agenda de negociação
•Consolidar o papel do Governo do Estado como protagonista das políticas de APLs.
• Fortalecer o Programa de Apoio à Competitividade aos Arranjos Produtivos Locais.

42
• Priorizar a localização nos distritos industriais de empreendimentos cuja atividade
contribua para o adensamento de APL.
•Adequar linhas de crédito e financiamento à realidade das MPEs.
•Redefinir a política estadual de atração de investimentos para estimular as vocações
locais.
•Utilizar compras governamentais para incentivar a produção industrial de base local
e MPEs.
• Expandir e melhorar a infraestrutura de transportes, visando a facilitar o escoamento
das mercadorias e o fluxo de pessoas nos espaços contemplados por APLs indus-
triais e agroindustriais estratégicos.
Segmentos selecionados
Para a definição dos segmentos estratégicos, foram utilizados como critérios a par-
ticipação das micro e pequenas empresas, por segmento, no total das micro e pequenas
empresas da indústria de transformação, segundo o número de empregos; e a partici-
pação das micro e pequenas empresas, por segmento, no total das micro e pequenas
empresas da indústria de transformação, segundo o número de estabelecimentos. Assim,
usando dados comparativos dos anos de 2002 e 2011, foram escolhidos os segmentos de
produtos alimentícios e bebidas; confecções de artigos do vestuário e acessórios; produ-
tos de borracha e de material plástico; produtos de minerais não metálicos; produtos de
metal, exceto máquinas e equipamentos; e fabricação de móveis.

43
Gráfico 9 Meta: estimular os processos de adensamento de APLs industriais e agroindustriais através do
fortalecimento de MPEs. | Indicador: grau de formalização dos empregos da indústria de transformação.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – Rais.
4.5 DIMENSãO ESTRUTURANTE DA POLÍTICA INDUSTRIAL
Adensamento e consolidação das novas cadeias produtivas e da cadeia produtiva da
construção civil
Contextualização
•As transformações em curso na economia pernambucana, a partir da presença de
novas cadeias produtivas, alteram a estrutura industrial do Estado e sua dinâmica,
e criam novas oportunidades de negócios, abrindo espaço para potenciais fornece-
dores locais.
•A presença dessas novas cadeias deu lugar também a novos desafios, tais como a
premência de articulação da base industrial preexistente com as novas cadeias e,
em decorrência, a necessidade de internalização dos seus efeitos sobre a economia
pernambucana, em particular sobre a indústria.
•A necessidade de adensamento das novas cadeias produtivas amplia a diversificação
da indústria, abrindo oportunidades de modernização e atualização sintonizadas
com as exigências dos grandes projetos daquelas cadeias.
20.000
0
40.000
60.000
80.000
100.000
2002
50.062
86.800
127.600
2011 2018
120.000
140.000

44
• Parte relevante do impacto econômico recente na economia estadual repercutiu na
cadeia produtiva da construção civil, gerando oportunidades para o seu adensa-
mento e consolidação e articulação com importantes segmentos da indústria de
transformação.
Desafios
• Superar obstáculos na articulação entre os segmentos industriais preexistentes e
as novas cadeias produtivas, decorrentes das exigências de escala, qualidade do
produto, certificações; e nas vinculações dos grandes projetos com fornecedores de
outras regiões e países.
•Vencer a enorme diferença entre a base técnica das novas cadeias produtivas e a
indústria local.
• Promover uma política ativa e persistente de adensamento dessas grandes cadeias.
•Consolidar a capacidade de atração de investimentos industriais para diversificar e
modernizar a indústria pernambucana.
Iniciativas e ações no âmbito empresarial
• Estreitar canais de comunicação e interação com os grandes projetos estruturadores.
•Concentrar esforços na superação dos obstáculos ao adensamento das cadeias
produtivas.
•Mapear as demandas das cadeias que podem ser supridas por potenciais fornece-
dores da indústria local.
•Mobilizar instituições especializadas para o apoio ao processo de adensamento em
áreas com o sistema de P&D e inovação; assistência técnica e administrativa; finan-
ciamento; formação profissional e qualificação de mão de obra.
• Patrocinar rodadas de negócios sobre as demandas das cadeias produtivas e os re-
quisitos de apoio e serviços.
•Articular instituições públicas e privadas para definir objetivos e metas, bem co-
mo monitorar, avaliar e revisar periodicamente o desempenho dos potenciais
fornecedores.

45
Agenda de negociação
• Elaborar um programa de ação conjunta, visando à integração da indústria local às
cadeias produtivas.
• Integrar e adequar o sistema de inovação às necessidades dos potenciais fornecedores.
• Fortalecer as instituições governamentais de capacitação e qualificação profissional
para dar suporte a fornecedores potenciais.
•Adequar os sistemas de incentivo e crédito ao propósito da articulação de atividades
locais às novas cadeias produtivas.
•Melhorar a infraestrutura portuária, de transporte e energia, bem como a qualidade
da educação básica e a qualificação profissional para atrair novas cadeias produtivas.
Segmentos selecionados
Após a seleção das grandes cadeias produtivas, foram adotados procedimentos
para a identificação dos segmentos produtivos fornecedores, com a utilização da matriz
de insumo do Brasil, a fim de escolher os segmentos integrantes de cada cadeia selecio-
nada. Do confronto entre a lista dos segmentos da matriz de insumo com os do cadastro
industrial da Fiepe, foram selecionados cinco segmentos produtivos de cada cadeia que
apresentavam maior valor das vendas nas suas relações com cada uma das cadeias, lis-
tados a seguir.
•Cadeia de petróleo e gás: fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo
e de biocombustíveis; fabricação, manutenção e reparos de máquinas e equipamen-
tos; fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos; fabricação
de máquinas e aparelhos e materiais elétricos; fabricação de produtos químicos
(inorgânicos e diversos).
•Cadeia farmoquímica: fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos; fa-
bricação de produtos químicos (inorgânicos e diversos); fabricação de produtos de
borracha e de material plástico; fabricação de celulose, papel e produtos de papel;
fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis.
•Cadeia da indústria naval: fabricação de outros equipamentos de transporte, exceto
veículos automotores; metalurgia; fabricação de coque, de produtos derivados do
petróleo e de biocombustíveis; fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e
equipamentos; e fabricação de produtos de borracha e de material plástico.

46
•Cadeia automotiva: fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (pe-
ças e acessórios para veículos automotores); metalurgia; fabricação de produtos de
borracha e de material plástico; fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elé-
tricos; fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos.
•Cadeia da construção civil: fabricação de produtos de minerais não metálicos; fabri-
cação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos; metalurgia; fabrica-
ção de produtos químicos; fabricação de produtos de madeira, exceto móveis.
Dos segmentos selecionados como fornecedores, cabe destacar os de fabricação de
produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) e fabricação de coque, de petróleo,
derivados do petróleo e biocombustíveis, que constam como fornecedores de quatro das
cinco cadeias selecionadas. E também o segmento de fabricação de produtos químicos e
o de metalurgia, presentes em três das cinco cadeias produtivas selecionadas.
4.6 POLÍTICA INDUSTRIAL: DIMENSãO TRANSVERSAL
A dimensão transversal está associada à visão sistêmica, cujos fatores exercem in-
fluência nos segmentos industriais, propiciando ganhos ou perdas de competitividade,
na medida em que afetam a produtividade. As ações da dimensão transversal podem ser
de ordem pública, ou mesmo compartilhadas sob a forma de parceria público-privada.
Nesta proposta, foram selecionados temas representativos da importância dos fatores
sistêmicos, enunciados a seguir: inovação e desenvolvimento tecnológico; qualificação
profissional; benefícios fiscais; financiamento; infraestrutura de transporte; infraestrutura
de energia; e meio ambiente e sustentabilidade. Sua descrição aborda o contexto, os de-
safios, as iniciativas e ações do ambiente empresarial, e a agenda de negociação.
4.6.1 Inovação e desenvolvimento tecnológico
Contextualização
•Concentrada em segmentos de baixa intensidade tecnológica, a indústria pernam-
bucana detém limitada capacidade de apropriação de novas tecnologias e reduzida
interação com outras empresas de base técnica diferente e com instituições de pes-
quisa, desenvolvimento e inovação.

47
•Os indicadores de inovação situam a indústria estadual num patamar bem abaixo da
indústria do país.
• Existem também impactos negativos decorrentes dos fatores sistêmicos da competi-
tividade, de natureza cambial e tributária, de dificuldades de acesso a financiamento
e estrangulamentos na infraestrutura econômica.
•A base científica e tecnológica local - composta por universidades, institutos nacio-
nais de ciência e tecnologia, outras entidades privadas e grupos de pesquisa em di-
ferentes ramos e instituições - não constitui ainda um sistema integrado de inovação
articulado com o setor industrial.
•A grande concentração dos profissionais, altamente qualificados na academia e no
setor público, contrasta com a reduzida presença desses profissionais na indústria
estadual.
Desafios
•Avançar na constituição de um sistema de inovação que amplie e aproveite compe-
tências concentradas em poucas áreas do conhecimento.
•Alcançar níveis mais altos de produtividade e competitividade industrial para en-
frentar a concorrência internacional e alcançar padrões tecnológicos que permitam
maior inserção nas modernas cadeias produtivas.
•Desenvolver capacidade de inovação da indústria, superando a baixa intensidade
tecnológica prevalecente na indústria estadual.
•Reduzir os efeitos negativos provenientes dos fatores sistêmicos e macroeconômi-
cos, presentes nas políticas cambiais e tributárias, na infraestrutura econômica, nas
linhas de financiamento e outras áreas.
Iniciativas e ações no âmbito empresarial
a) Estimular as competências internas e as parcerias entre entidades empresariais,
sindicados de trabalhadores e entidades de formação profissional, pesquisa, metro-
logia e marketing.
b) Incorporar as agências governamentais de planejamento, fomento e financiamento
para aproveitar as oportunidades abertas pelas mudanças recentes.

48
c) Identificar e mapear as necessidades dos segmentos estratégicos e dos nichos
prioritários.
d) Patrocinar negociações junto às instituições responsáveis pelas políticas transver-
sais para ampliar, consolidar e articular o sistema de inovação com as indústrias
estaduais.
Agenda de negociação
•Adotar uma sistemática de atuação com objetivos e metas, que permita uma avalia-
ção periódica do processo de inovação da indústria estadual, cumprindo as etapas
de mapear as necessidades dos segmentos estratégicos com potencial para incor-
porar o processo de inovação; ampliar o suporte dos serviços industriais e articular
ações de inovação com a política de atração de investimentos.
• Institucionalizar e consolidar os fóruns setoriais de inovação para compartilhar co-
nhecimentos e debater problemas específicos de cada setor ou cadeias produtivas.
4.6.2 Qualificação profissional
Contextualização
•A insuficiente disponibilidade da mão de obra qualificada no Estado constitui um
gargalo apontado em estudos técnicos e pelo setor empresarial.
•A deficiência de qualificação tem estreita vinculação com a escolaridade inadequada
e a insuficiência de conhecimentos tecnológicos.
•As dificuldades para a qualificação de mão de obra se devem à limitação de recursos,
ausência de cursos adequados, deficiências no setor de Recursos Humanos (RH) das
empresas e outras causas.
• Embora haja no Estado uma importante rede de qualificação profissional, persiste
um grande déficit de qualificação de operadores, técnicos, mecânicos e eletricistas.
•A insuficiência de mão de obra qualificada tornou-se mais crítica ainda em razão da
implantação das novas cadeias produtivas, aumentando muito a procura por traba-
lhadores qualificados e novas especialidades.

49
Desafios
• Promover a qualificação profissional de uma força de trabalho com baixa e inade-
quada escolaridade para adquirir formação específica.
• Superar dificuldades de qualificação associadas aos problemas de conciliar treina-
mento e ritmo de produção, com recursos limitados e deficiência no setor de RH das
empresas.
•Reduzir os indicadores de atraso e abandono escolar precoce, sobretudo na faixa de
18 a 24 anos.
• Superar os déficits de mão de obra qualificada e atender à demanda gerada pelo
dinamismo e pelas novas exigências do mercado de trabalho.
Iniciativas no âmbito empresarial
•Reforçar as áreas de RH das empresas industriais, visando à atualização permanente
de programas de treinamento e qualificação.
•Desenvolver esforços sistemáticos na qualificação, entre outros, de profissionais
ligados às funções de operadores, técnicos, mecânicos e eletricistas.
•Ampliar a oferta de ensino técnico de nível médio através de parcerias com a rede
federal de qualificação tecnológica.
•Tentar antecipar a demanda dos grandes empreendimentos por profissionais exigi-
dos pelos novos empreendimentos.
Agendas de negociação
•Buscar parcerias para melhorar a educação básica, inclusive com a ampliação da
oferta de ensino técnico de qualidade.
•Ampliar os investimentos em conhecimento no campo da qualificação profissional e
instituir processo de avaliações independentes, inclusive de egressos.
•Desenvolver iniciativas voltadas para a adequação da oferta de cursos de qualifica-
ção profissional.

50
• Promover estudos sistemáticos com a finalidade de antecipar as demandas de mão
de obra qualificada para a indústria estadual.
4.6.3 Financiamento
Contextualização
• Pernambuco tem absorvido parcelas significativas de recursos financeiros em in-
fraestrutura e empreendimentos estruturantes que comandam grandes cadeias
produtivas.
•A disseminação do crédito em Pernambuco, embora tenha ocorrido aumento do
número de operações, é menos extensiva do que em outros Estados do Nordeste.
•Apesar dos avanços no acesso ao financiamento das empresas industriais, ainda
existe desconhecimento das fontes e modalidades de financiamento entre micro e
pequenas indústrias, e persistem entraves à habilitação ao crédito.
• Some-se a esses fatos o custo do financiamento, que envolve juros altos e a tributa-
ção que incide na intermediação financeira.
Desafios
• Superar demoras na aprovação dos pleitos, atribuídas ao excesso de burocracia e
às exigências técnicas das instituições financeiras, ou ainda a fragilidades técnicas,
financeiras e organizacionais das empresas, resultando no descumprimento dos cro-
nogramas com atrasos frequentes na realização dos investimentos.
• Eliminar os atrasos no cronograma de desembolso que obrigam os mutuários a re-
correr a fontes de crédito emergenciais muito onerosas para as empresas.
• Superar impasses costumeiros no oferecimento de garantias reais em operações de
financiamento, como forma de melhorar o acesso ao crédito às micro e pequenas
empresas.
• Promover a disseminação das informações sobre as condições de financiamento do
sistema bancário, para reduzir o desconhecimento sobre as exigências e formas de
obtenção de determinadas modalidades de financiamento.

51
Iniciativas no âmbito empresarial
• Promover, através da Fiepe e de outras entidades empresariais, o suporte técnico
para a elaboração de projetos junto às instituições financeiras.
•Divulgar informações referentes às normas e regras vigentes, às mudanças no mar-
co regulatório do sistema financeiro e às modalidades de financiamento.
•Disseminar informações sobre fontes e modalidades de financiamento voltadas para
micro e pequenas empresas, em especial destinadas à inovação, aquisição de máqui-
nas e equipamentos e vendas no comércio internacional.
Agendas de negociação
• Propiciar um entrosamento institucional entre os principais agentes do processo de
financiamento industrial, por meio de um Fórum Técnico de Integração com funções
consultivas.
• Promover uma maior utilização dos fundos garantidores e simplificar os requisitos e
exigências para acesso ao crédito às micro, pequenas e médias empresas.
• Promover a redução de alíquotas dos tributos incidentes sobre a intermediação fi-
nanceira e estabelecer normas e políticas que levem à redução da taxa básica de
juros adotada pelo sistema bancário.
4.6.4 Benefícios fiscais
Contextualização
• Pernambuco dispõe de programas de concessão de benefícios fiscais baseados no
ICMS para a indústria, o comércio atacadista importador e as centrais de distribuição.
•A criação recente de outros programas estendeu os benefícios para a atividade
portuária, a indústria naval e de mecânica pesada, refino de petróleo, automotiva,
energia solar e eólica, petroquímica e microempresas.
•O aparato de benefícios fiscais tem um papel suplementar, sendo usado como dife-
rencial associado a outros incentivos destinados a atrair novos investimentos, numa
disputa conhecida como “guerra fiscal”.

52
•A “guerra fiscal” constitui, na prática, uma política anti-industrial por ser indiscrimi-
nada e não seletiva. São pertinentes os exemplos dos casos de “isonomia” e conces-
são de benefícios para a terceirização da produção, que afetam a competitividade
das empresas industriais do Estado.
•A concessão dos benefícios, feita com base no ICMS, cria fortes distorções nas eco-
nomias estaduais.
Desafios
•Neutralizar possíveis efeitos da reforma tributária em pauta que podem levar empre-
sas com mercado consumidor no próprio Estado a ter sua carga tributária majorada,
em comparação com empresas cujo mercado principal seja em outros Estados.
•Adequar as empresas à nova sistemática tributária que advirá com a reforma tribu-
tária em perspectiva.
•Conceber incentivos não tributários para a atração de novos investimentos.
•Buscar uma fórmula que debele a política de incentivos fiscais adotada pelos Estados
brasileiros, pois a discussão da atual reforma do ICMS não conduz à redução da
carga tributária.
•Avaliar o real impacto dos benefícios na receita dos Estados, dada a falta de clareza
dos efeitos dos controversos benefícios na renúncia fiscal.
Iniciativas no âmbito empresarial
• Promover a divulgação de informações junto ao empresariado sobre as mudanças que
deverão ser implantadas no sistema tributário e seus impactos na política industrial.
• Elaborar estudos sobre possíveis alternativas de incentivo não tributário por parte
do governo, redefinindo novas formas de atração de investimentos e de consolida-
ção da indústria estadual através das instituições governamentais.

53
Agendas de negociação
•Rever a legislação sobre o direito à isonomia que, na prática, é prejudicial aos em-
preendimentos existentes.
•Revogar os benefícios para a terceirização da produção em outros Estados, nociva ao
Estado na medida em que o benefício fiscal é usufruído sem que o empreendimento
sequer exista em Pernambuco, provocando uma forte concorrência à empresa local.
•Criar novas modalidades de benefícios adequados à fase atual de transformação da
economia pernambucana e ao cenário de debate da reforma tributária, priorizando
empresas inovadoras, exportadoras e empreendimentos com potencial de adensa-
mento de cadeias produtivas que contribuam para a interiorização da indústria.
4.6.5 Infraestrutura de transporte
Contextualização
•O Estado conta com 6.576km de rodovias pavimentadas, sendo 2.504km da rede
federal, 3.816km da rede estadual e 259km da rede municipal, e possui três aero-
portos em atividade comercial, dois portos marítimos e um fluvial, além de 926km
de ferrovias inoperantes.
•A infraestrutura de transporte é insatisfatória pelo estado de conservação da malha,
elevado índice de acidentes de trânsito, difícil fluxo rodoviário em travessias urbanas
e incipiente multimodalidade de carga, associada à quase completa inoperância dos
sistemas ferroviários e hidroviários.
•O transporte aéreo, que recentemente cresceu muito, apresenta problemas nos prin-
cipais aeroportos, carentes de ampliação e modernização.
Desafios
•Melhorar a fluidez do tráfego na RMR, caracterizado por rotineiros congestionamen-
tos, baixa mobilidade urbana para o transporte público e individual, e transporte de
cargas.
•Reduzir acidentes nas rodovias.

54
•Melhorar a acessibilidade a Suape, prestes a atingir o teto da sua capacidade opera-
cional, gerando deseconomia para as empresas.
•Viabilizar a hidrovia do São Francisco num dos eixos nacionais de integração.
• Promover a multimodalidade, oferecendo soluções que atenuem pressões e estimu-
lem a integração dos transportes rodoviário, ferroviário e fluvial.
Iniciativas no âmbito empresarial
• Elaborar estudos sobre os custos e implicações de deficiências e gargalos da in-
fraestrutura de transporte e logística junto às empresas representativas dos dife-
rentes segmentos produtivos e dos empreendimentos localizados nas Regiões de
Desenvolvimento do Estado.
•Atuar junto às secretarias e instituições governamentais, no sentido de desenvolver
ações que reduzam os impactos negativos da infraestrutura de transporte sobre a
produtividade e competitividade da indústria.
Agenda de negociação
•Realizar iniciativas de negociações que assegurem duplicação e pavimentação de
rodovias prioritárias federais e estaduais.
•Melhorar as travessias rodoviárias urbanas das cidades mais importantes do Estado.
•Concluir a Transnordestina, recuperar os trechos ferroviários Recife-Maceió, Itabaiana/
PB-Suape; construir o ramal Petrolina–Salgueiro, além de um terminal multimodal em
Salgueiro.
•Melhorar e ampliar a infraestrutura dos aeroportos de Recife e Petrolina e as instala-
ções aeroportuárias em cidades-polo do interior.
•Revitalizar a hidrovia do São Francisco com a relocalização do porto fluvial de
Petrolina.
•Modernizar o porto do Recife e continuar a expansão do porto de Suape.
•Aumentar a capacidade operacional e modernizar as instalações do transporte ur-
bano de passageiros.

55
4.6.6 Infraestrutura de energia
Contextualização
•O mercado de energia de Pernambuco acompanhou o dinamismo econômico recente
do Estado, que apresentou, também, indicadores mais favoráveis do que os nacio-
nais e os do Nordeste. Entre 2007 a 2011, o consumo elétrico do Estado passou de
9.330GWh para 11.291GWh, com taxa média anual de crescimento de 4,88%, enquan-
to o país registrou uma evolução anual de 3,52% e, o Nordeste, de 3,63%.
• Em termos do consumo per capita de energia elétrica, o Estado apresentou um cres-
cimento médio de 3,9%, acima da expansão nordestina (2,63%) e do Brasil (2,45%).
•Diante do dinamismo e da reconfiguração do tecido industrial pernambucano, a in-
fraestrutura energética torna-se ainda mais estratégica para a indústria. Daí porque
é indispensável eliminar os entraves ainda persistentes no setor.
Desafios
• Superar falhas do setor elétrico refletidas em deficiências no fornecimento, tais co-
mo a ocorrência de “apagões” e a necessidade de racionamento.
• Executar obras de expansão da infraestrutura de energia na intensidade adequada à
evolução da demanda industrial.
•Reduzir o preço da tarifa média de energia elétrica e gás natural para fins industriais.
•Adequar a energia elétrica recebida em Pernambuco aos padrões de qualidade exi-
gidos pela demanda crescente da indústria.
• Eliminar morosidade e deficiências no sistema de regulação dos serviços de distri-
buição e geração do setor elétrico.
Iniciativas no âmbito empresarial
•Atuar junto ao Ministério de Minas e Energia e à Aneel para garantir a execução dos
investimentos necessários à ampliação e melhoria do sistema de energia.

56
• Elaborar estudos sobre o impacto das tarifas de energia para o setor industrial, vi-
sando a defender, junto ao governo federal e estadual, alternativas de redução de
tributos e encargos.
• Elaborar estudos sobre os custos e implicações das quedas ou oscilações no forne-
cimento de energia para as indústrias locais.
• Estabelecer programas contínuos para o aperfeiçoamento da gestão e dos processos
energéticos nas indústrias, para uma maior eficiência no seu uso e menor custo.
• Fortalecer o Programa de Eficiência Energética e Energias Renováveis criado pelo
Senai.
• Promover uma participação ativa das indústrias nos projetos de P&D, estreitando
parcerias com o governo estadual e estimulando o fomento a pesquisas de universi-
dades e instituições locais.
Agenda de negociação
• Expandir a rede de gasodutos de Pernambuco até o polo gesseiro do Araripe, para
substituir o uso de lenha e combustíveis fósseis.
• Estimular o uso de energias renováveis, especialmente eólica e solar, contempladas
no Programa Pernambuco Sustentável.
• Incentivar a cogeração de energia em alguns segmentos industriais como o
sucroalcooleiro.
• Implantar sistemas de iluminação da infraestrutura industrial, sobretudo nos distri-
tos industriais.
•Apoiar a implantação de sistemas de gestão de energia - NBR ISO 50001:2011.
• Fortalecer a interlocução entre os agentes do governo estadual e a representação
empresarial, incluindo a consolidação de um fórum de acompanhamento energético.

57
4.6.7 Meio ambiente e sustentabilidade
Contextualização
•As formas de ocupação do espaço pernambucano conduziram à degradação am-
biental, desrespeitando princípios básicos do desenvolvimento sustentável. O gran-
de gerador do impacto negativo ao ambiente natural foi a produção de cana-de-
-açúcar, bem como a exploração pecuária e, depois, a industrialização e a ocupação
urbana desordenada.
• Esses processos, acentuados com novas plantas industriais e a expansão urbana na
faixa litorânea, continuam a modificar o bioma Mata Atlântica/Costeiro e marinho.
•No bioma caatinga, os impactos negativos no Sertão decorrem de fatores climáticos,
aliados às práticas inadequadas de uso dos recursos naturais, agravando os efeitos
da seca e até estimulando a desertificação.
•No Agreste, ocorre o lançamento, nos cursos d’água, de efluentes domésticos e in-
dustriais sem tratamento, oriundos de empresas de confecções e laticínios.
•Os desastres ambientais mais frequentes se originam em fenômenos climáticos,
potencializados pela ação antrópica e associados ao uso impróprio dos recursos
naturais e à degradação de áreas frágeis, agravados pelo desmatamento, ocupação
irregular, erosão costeira, deslizamento de en¬costas, inundação e seca, esta última
com graves consequências no Sertão e no Agreste e, em menor escala, na Zona da
Mata.
Desafios
•Diminuir os impactos negativos associados à expansão industrial, causados pela
poluição atmosférica e hídrica, mau uso de recursos hídricos, contaminação de solo,
fauna e flora, vazamento de material tóxico ou inflamável etc.
•Reduzir a complexidade e a falta de clareza na legislação ambiental.
•Consolidar a infraestrutura e os mecanismos de controle, fiscalização e monitora-
mento ambiental.
•Desenvolver a cultura empresarial de uso racional dos recursos naturais e da impor-
tância da sustentabilidade.

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•Aperfeiçoar a governança na área ambiental.
Iniciativas no âmbito empresarial
• Promover iniciativas de mitigação de impactos ambientais, com seus respectivos
mecanismos de monitoramento e avaliação.
• Estimular a prática da reciclagem de resíduos industriais.
•Buscar formas inovadoras para reduzir custos e criar valor.
•Difundir práticas ambientalmente sustentáveis nas empresas.
Agendas de negociação
•Ampliar e melhorar os sistemas de monitoramento da qualidade da água e do ar.
•Ampliar e tornar mais eficiente o saneamento ambiental, especialmente a coleta e o
tratamento de resíduos líquidos industriais.
•Viabilizar o uso de energias alternativas na produção gesseira do Araripe, em subs-
tituição à energia de origem de combustíveis fósseis e lenha.
•Adotar medidas de conservação do meio ambiente no polo de confecções do Agreste,
de forma integrada e sistemática, no tratamento de efluentes industriais, reciclagem
de produtos etc.
• Fortalecer o Programa Especial de Controle Urbano e Ambiental do Território
Estratégico de Suape.
• Promover um amplo programa de combate à estiagem no semiárido pernambucano.
•Consolidar um programa de educação ambiental, promovendo, inclusive, sua siste-
mática disseminação nas redes educacionais.

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A finalidade do modelo de gestão é assegurar a implantação, coordenação, controle
e avaliação da política industrial de Pernambuco, de acordo com seus objetivos, macrodi-
retrizes e recomendações. Cabe, portanto, aos integrantes da gestão da política industrial,
não só a responsabilidade pela implantação desses objetivos, macrodiretrizes e recomen-
dações, como o monitoramento, a avaliação e a revisão da proposta, no sentido de sua
adequação e atualização às mudanças relevantes que se apresentam no contexto.
A gestão da política industrial compreende duas dimensões: a política e a técnica.
A dimensão política é constituída por integrantes do processo decisório que, em
última instância, são responsáveis pela execução dos objetivos da política industrial, con-
templando, assim:
•Coordenação Geral, constituída por um dirigente máximo ao qual caberá a respon-
sabilidade pela execução da política;
•o Conselho, que representa a instância deliberativa da gestão da política industrial
e deverá ser constituído por representantes da Fiepe, das demais instituições vincu-
ladas ao Sistema Fiepe e das instituições públicas (secretarias estaduais, instituições
financeiras, universidades etc) e privadas;
•Comissões Setoriais ou Temáticas, que têm a função de apoiar, nesse nível político,
a coordenação geral e o Conselho;
•o Comitê Gestor, com a função específica, no nível político, de assessorar diretamen-
te a Coordenação Geral.
5Modelo de gestão da política industrial

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A dimensão técnica (assessoria técnica e comitê operacional) constitui a instância de
apoio à coordenação geral, ao Conselho e aos comitês, no que se refere à produção de
informações e pareceres que podem constituir a base para a decisão dos integrantes da
dimensão política.
O diagrama, a seguir, sistematiza a proposta do modelo de gestão, abrangendo
tanto a dimensão política como a dimensão técnica, com um elevado grau de interdepen-
dência nas funções que exercem no modelo.
Figura 3 Proposta de modelo de gestão para a implantação da política industrial de Pernambuco
Um ponto de destaque do modelo de gestão é a convergência dos interesses dos
parceiros e o esforço em torno dos objetivos comuns. Neste caso, governo, organiza-
ções empresariais e outras instituições relevantes para o desenvolvimento industrial de
Pernambuco compartilhariam novos conhecimentos, acompanhariam e avaliariam conjun-
tamente a implantação das iniciativas públicas e privadas inscritas como prioritárias na
política industrial por eles aprovada e definiriam ajustes e complementações necessárias.
Como resultado da concepção da política e do modelo de gestão compartilhado,
espera-se:
•uma política industrial implantada com eficiência e retroalimentada a partir dos
avanços obtidos e das novas tendências do ambiente externo;
Assessoria técnica
Comitê operacional
Coordenação geral
Conselho
Comitê Gestor misto
ComissãoTemática 1
ComissãoTemática 2
ComissãoTemática n

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• a consolidação de um novo ambiente de diálogo e cooperação entre agentes públi-
cos e privados, em torno do objetivo comum de promover desdobramentos positivos
em sintonia com o novo momento industrial de Pernambuco;
•o estímulo a avanços na ação articulada entre as diversas instituições do Sistema
Fiepe e os órgãos governamentais, contribuindo também para aproximar os princi-
pais bancos públicos e as instituições de produção e difusão do conhecimento.
A consolidação desse diálogo e dessa cooperação é também justificável, conside-
rando o contexto atual no qual o esforço de operacionalização da maioria das propostas
ou macrodiretrizes da política industrial exige um trabalho de articulação das instituições
públicas e privadas, que têm um papel marcante na constituição de um ambiente que
permita um nível maior de eficiência e competitividade do setor industrial. Os esforços re-
centes para realizar políticas de inovação, promoção das exportações e adensamento de
grandes cadeias e arranjos produtivos locais mostram a necessidade e, ao mesmo tempo,
as dificuldades de articulação das instituições públicas e privadas neste sentido.




