SIONews · O que eu gosto: - de fazer aula no chão; - de fazer as diagonais e os centros, só que,...

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SIONews Informativo da Escola São Teodoro de Nossa Senhora de Sion ANO XII · N 0 39 · ABRIL DE 2010

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SIONewsInformativo da Escola São Teodoro de Nossa Senhora de Sion

ANO XII · N0 39 · ABRIL DE 2010

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Dez anos de Ballet Sion

No ano de 2000, iniciaram-se as aulas de Ballet de Sion. A princípio, tínhamos somente três alunas que estudavam no Período Integral. Depois com a proposta da Escolinha de Esportes, as turmas foram aumentando, surgindo a necessi-dade de abrirmos novos horários. A cada encerramento do ano letivo, as bailarinas apresentavam-se no pátio interno do Ensino Infantil, mas com a adesão de um número maior de participantes, o espaço ficou restrito e a partir do ano de 2003, os eventos passaram a se realizar na quadra polies-portiva da Escola, no mesmo período em que nós assumi-mos as aulas de Ballet.

Foi uma parceria importante e abençoada, uma vez que essa união trouxe muitos frutos para o nosso trabalho. Juntas, tivemos condições de escalonar os nossos horários, dividir as turmas de acordo com a faixa etária e condições técnicas, aperfeiçoar ainda mais as aulas, o que possibilitou o nosso crescimento como profissionais da área.

Com isso, conseguimos nosso reconhecimento no Baby & Kids, um conceituado evento de Dança, que premiou algumas de nossas coreografias, deixando-nos muito orgulhosas, pois competimos com outras renomadas escolas de dança.

Motivo de honra também é o ingresso de algumas de nossas alunas na Escola de Baila-do do Teatro Municipal de São Paulo, e também em outras conceituadas escolas, uma vez que elas aprenderam conosco seus primeiros passinhos e hoje, estão cada vez mais tecnicamente preparadas, levando seu brilho e competência aonde quer que estejam.

Entre todas as nossas pérolas (como costumamos chamá-las) temos ainda a alegria de acompanhar o desen-volvimento de três alunas que estão conosco desde o início e agora chegam ao seu 8º ano de formação, representando o amadurecimento desse trabalho.

Então, é com muita satisfação que comemoramos durante este ano, os dez anos de Ballet Sion e queremos agradecer a participação das alunas, o apoio dos pais e da Escola que contribuem para que esse trabalho aconteça.

A seguir alguns depoimentos de alunas e familiares.Nosso muito obrigada!

Carinhosamente,

Professoras Magali e Vanessa

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O Ballet é um esporte relaxante e é muito bom praticá-lo. Precisamos de concentração, vontade no coração e sempre nos preocupar com a postura.

Para fazer Ballet é preciso gostar muito, muito mesmo. O uniforme da bailarina é bem comportado, o cabelo deve estar bem preso com o coque e gel. Na parte de baixo usamos a meia-calça, a sapatilha e a saia. Ah, estava me esquecendo do collant.

A sala de Ballet tem que ser grande, com espelhos e barras. Para começar a aula fazemos um bom alongamento para evitar futuros acidentes.

Quem não gosta é porque nunca pra-ticou. Experimente, faça, é muito bom! Eu adoro!!

Laura Antonieli Gaetano dos Santos

O BAllEt PArA mIm...

O que eu mais gosto nas aulas são:

- as aulas de ponta e de chão ;

- das minhas novas amigas. Algu-mas eu já conhecia, outras vou poder conhecer melhor.

O que eu não gosto:

- A professora fica muito “no nosso pé”. Só que nós sabemos que é para o nosso bem. É claro que ela quer nos ajudar.

O que eu preciso melhorar:

- A minha postura, o equilíbrio ao subir no eleve, prestar atenção se é en dedans ou en dehors e forçar mais o meu colo, para a ponta ficar inteira no chão.

Precisamos melhorar a cada aula.

Stephanie Yamamoto

Adoro praticar qualquer tipo de dan-ça, mas o Ballet foi o escolhido.

Eu me esforço, mas às vezes dá uma preguiça!!! A Vanessa, minha professora, nos dá aula de ponta e de meia ponta.Eu sempre achei interessante a aula de ponta, mas quando comecei, eu vi que era difícil e dolorido.

O que eu gosto:

- de fazer aula no chão;

- de fazer as diagonais e os centros, só que, às vezes, eu me confundo e acabo fazendo errado.

- gostaria que tivesse menos feria-dos para conseguirmos ter mais aulas de chão, ponta, meia ponta, etc.

O que não gosto:

- às vezes, a professora briga com a gente, mas é porque ela fala 20.000 vezes e nós continuamos errando. Eu sei que tudo isso é para o nosso bem.

Eu danço há quatro anos.

Christiane Baffini de Paula

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Gostaria de parabenizar a direção do colégio e, em espe-cial, as professoras magali e Vanessa pela linda apresentação de Ballet.

Posso dizer que, ao longo desses seis anos de participação da minha filha Isabelle, este ano foi sem dúvida o mais bonito. Desde a organização, quanto a compra dos ingressos, assim como os figurinos, coreografias, duração e cenário, sem contar o programa com os nomes das bailarinas, elaborado com muita delicadeza.

Um lindo espetáculo!!!!!

Um abraço.

Mara Cristina Buzato Colina(mãe da aluna Isabelle Buzato Colina)

O ballet clássico surgiu na corte italia-na, no início do século XVI. É um esporte que exige muito treino. tem que gostar para praticá-lo. E quem gosta mesmo, nunca deixará esse sonho para trás.

Flávia Martins Freitas

O Ballet de repertório é aquele que contém uma história dentro dele. tem um conjunto de passos que devem ser seguidos minuciosamente, apesar de, às vezes o coreógrafo fazer adaptações que devem sempre ser citadas. Os mais conhecidos são: O Quebra Nozes, O lago dos Cisnes, Giselle, Copéllia, Pássaro de Fogo, Esmeralda, Dom Quixote, etc.

Maylla Nogueira Schmith

O Ballet de repertório conta uma his-tória usando a dança, a música e a mí-mica. Foi montado e encenado durante o século XIX, e até hoje são remontadas as mesmas músicas e as coreografias de origem; baseadas no estilo da escola que vai apresentá-lo. Seguem tradicional-mente sua criação.

Julia de Oliveira Campos

Não posso deixar de parabenizar e agradecer a todos da Escola São teodoro de Nossa Senhora de Sion, que ajudaram a realizar um maravilhoso Espetáculo de Ballet.

Fiquei emocionada ao assistir a apresentação da minha pequena Natalie. Ela estava linda!

Obrigada a todos, principalmente, às professoras magali e Vanessa. Vocês são ótimas.

Beijos.

Viviane(mãe da aluna Natalie Pereira de Almeida)

O BAllEt PArA mIm...

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Resgatar antigas marchinhas, vestir uma fantasia e brincar com confetes e serpentinas, foi o que aconteceu com os alunos dos 2º aos 5º anos do Ensino Fundamental, no dia 12 de fevereiro deste ano. A atividade foi conduzida pela professora de Educação Física, Kátia de Brito Fonseca, e teve como objetivo retratar a verdadeira tradição do carnaval. Pais e mães foram convidados e também participa-ram da folia.

No dia 06 de março, pais e alunos do Infantil II e 1º Anos reuniram-se no Ginásio Poliesportivo para participar da XXIII Manhã Recreativa e no dia 20 de março, foi a vez dos alunos dos 2º e 3º Anos. “Considero essa atividade muito especial por ser um momento de integração entre pais, filhos e escola. As crianças brincaram com seus pais e se divertiram muito. A felicidade e a alegria ficaram estampadas em cada rostinho”, diz a coordenadora de Edu-cação Física, Kátia de Brito Fonseca.

Marchinhas, confetes e serpentinas...

XXIII Manhã recreativa

Quadro com características do movimento artístico da Op Art.SI

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As atividades artísticas geralmente são prazerosas, ainda mais esta que re-quer habilidades de marcenaria, mesmo alguns alunos martelando o dedo na hora de construir o desenho, eles dizem que é tudo em nome da “arte”.

Usamos para representar o ponto – um prego. O Trabalho Linear consiste em esticar uma linha ou lã de um ponto ao outro.

Reparem a sensação de ilusão de ótica em alguns quadros.

Parabéns, queridos alunos dos 7° anos A e B.

Observem com muito cuidado estes trabalhos.

Usamos revistas velhas para fazer colagens e reparem que os trabalhos são feitos de pontinhos.

Utilizando o tema textura dentro do estilo artístico – o pontilhismo, os trabalhos de Artes foram execu-tados com muita dedicação pelos alunos dos 6º anos A e B.

“Vocês mostraram que são persistentes, críticos e apresentam o lado artístico bem desenvolvido. Parabéns a todos os alunos”.

Profa. leila Bonini

DEPOIS DO PONtO, A ...

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Certas histórias lidas ou que ouvimos na infância ficam para sempre guardadas em nossa memória. De um simples conto de fadas ou uma narrativa mais elaborada, as impressões perduram por décadas ou até por uma vida inteira. Talvez, porque sejam muito carregadas de emoção. As lembranças vivas de nossos pais nos contando sobre aventuras fantásticas em que o herói salvava a mocinha e eram felizes para sempre, as viagens pelo centro da terra e para a Terra do Nunca, os seres mágicos, os príncipes e princesas, as bruxas e os vilões, o nonsense, enfim, os personagens que faziam-nos despertar “pela” e “para” a leitura, continuam vivos em cada um de nós.

Como assídua leitora e ouvinte, lembro-me da minha mãe narrando o clássico brasileiro: Reinações de Narizinho. Eu viajava a cada palavra proferida e sentia-me como se fizesse parte daquela história. Eu era a própria Emília.

Com o desejo de manter essa curiosidade pela leitura de clássicos, adotamos neste primeiro bimestre o livro - Alice no país das Maravilhas. A seguir um pouco da história dessa obra.

“Sessenta anos atrás um professor de matemática de Oxford, Lewis Carroll, muito amigo das crianças, fez um passeio de bote pelo Tâmisa com três menininhas. Para diverti-las, foi inventando uma história da qual elas gostaram muito. Chegando em casa teve a ideia de escrever essa história – e assim nasceu para a biblioteca infantil universal a obra-prima – Alice no país das Maravilhas”.

Após a leitura do livro, os alunos realizaram atividades escritas e lúdicas, produziram um livro ilustrativo e confeccionaram, com material específico, a protagonista da obra e suas principais aventuras.

O objetivo maior não foi somente estimular a leitura, mas também a percepção e o entendimento mais detalhado desse conto maravilhoso, que narra as aventuras de uma garotinha que um dia tivera o sonho mais lindo da sua vida- o sonho das aventuras no País das Maravilhas.

Professora liz

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Este ano a equipe de Língua Portuguesa, com o objetivo de tor-nar nosso aluno um leitor capaz de decifrar os enigmas da linguagem e da própria vida, começou a trabalhar com os alunos do Ensino Fundamental II, a partir do sétimo ano, textos mais densos e exigentes que fazem parte do arquivo cultural da humanidade e que, de maneira realmente artística, buscam tornar possível a reflexão sobre a nossa identidade. Nós seres humanos vivemos em busca de uma vida plena, feliz e da realização concreta de pala-vras como beleza, justiça, felicidade, amizade, amor entre tantas outras que precisam da nossa vivência para se concretizar verdadeiramente.

Antônio Cândido, personagem ilustre nos estudos de literatura, em sua obra “Literatura e sociedade”, afirma que a literatura é uma manei-ra de transportar a realidade para o “mundo ilusório” ou, como afirmamos aos nossos alunos, para o universo da imaginação e da criatividade, através de uma composição especial do autor que transforma tudo aquilo que ele escreve em literatura.

Essa composição especial é produzi-da a partir da linguagem. Esse sistema de códigos através do qual é possível entender o que os textos, sejam eles escritos ou orais, nos comunicam. A linguagem como sistema nos impede de a utilizarmos livremente como se não possuísse regras e limitações que nos são impostas, isso já dizia Roland Barthes, grande estudioso da lingua-gem. Entretanto, a composição de um escritor, embora siga as regras do siste-ma de códigos, consegue subvertê-lo utilizando uma linguagem, por vezes, enigmática que mobiliza no leitor seu conhecimento de mundo, suas vivên-cias, sua capacidade de comparar o fictício com o real, inaugurando em sua leitura, uma possibilidade de transfor-mação pessoal e de revisão de seus

conceitos. Portanto, a linguagem, é determinante para classificar uma obra como artística ou não.

Evidentemente nossos alunos, nesta etapa de formação, ainda não tomam contato com esses conceitos de maneira direta, mas ao lerem obras que têm um tratamento especial na linguagem vão se tornando aptos a verificarem quais são as riquezas constantes nestes textos desafiadores e enigmáticos, seja pelo uso de palavras desconhecidas, constru-ções argumentativas que precisarão de atenção, seja pelas relações intertextuais que eles ainda desconhecem e mundos recém-inaugurados no universo intelec-tual de nossos alunos. Evidentemente, não se trata de uma leitura facilmente digerível, mas com o auxílio das profes-soras de Língua Portuguesa, todas essas dificuldades se tornarão o ganho de um grande tesouro: o deleite em decifrar os enigmas dos textos.

A função da Literatura e a leitura dos Clássicos Modernos no Ensino Fundamental II angélica riello de souza

lItErAtUrA É UmA mANEIrA DE trANSPOrtAr A rEAlIDADE PArA O “mUNDO IlUSórIO”...

A leitura de textos como Odisseia (7º ano), numa versão acessível con-tada por Ruth Rocha, Muito barulho por nada lido integralmente (8º ano) e Revolução dos Bichos em texto integral (9º ano), torna possível a formação do nosso aluno como leitor de um tipo de obra que pode, de fato, contribuir para uma leitura cada vez mais competente e para a formação de um ser humano que, ao ler textos literários, seja mobi-lizado internamente, tocado e sensibi-lizado para uma reflexão acerca de si mesmo e do mundo que o cerca.

Para possibilitar estas leituras nesta etapa da vida escolar dos nossos alunos, temos feito trabalhos práti-cos e concretos em que a leitura e a

releitura são instrumentos essenciais e interativos.

Nos sétimos anos motivamos nossos alunos a demonstrar sua leitura a partir de atividades práticas e manuais como a confecção da jangada de palitos com a qual Ulisses, na narrativa da Odisseia, consegue fazer com a ajuda de Calip-so para, depois de sete anos, seguir sua viagem de volta para casa onde o esperam Penélope e Telêmaco, ou da confecção de bonecos de massinha de modelar inspirados nas personagens mitológicas presentes na obra, além da elaboração de perguntas para confecção de um jogo de perguntas e respostas.

Nos oitavos anos, nossos alunos fizeram uma pequena viagem virtual à Messina, cidade-cenário, escolhida por Shakespeare para ambientar “Muito Barulho por nada” e, inspirados nessa viagem, produziram, através de dese-nhos, cenários para a dramatização das versões escritas que eles produziram com suas próprias palavras e recursos.

Nos nonos anos, os alunos reco-nheceram os principais acontecimen-tos na narrativa de George Orwell e através de desenhos estão organizan-do um mural, que ao final do trabalho, contará resumidamente a narrativa de “A Revolução dos bichos”. Além do trabalho prático com os desenhos, foram destinadas algumas aulas em que os alunos fizeram a relação entre a revolução presente na obra com as revoluções Francesa e Russa .

Por acreditarmos que a literatura tanto é material para a compreensão dos fatores sociais, históricos e filosó-ficos de uma determinada época, como é também para mover internamente o leitor mudando sua visão e compreen-são do mundo que o cerca, temos nos empenhado para oferecer a nossos alu-nos atividades que utilizem linguagens diferenciadas e experiências interativas para que a leitura seja efetivamente um aprendizado.

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A seguir trechos das redações de alunos dos sétimos anos que descrevem suas experiências de leitores nos trabalhos em sala de aula. Após estas declarações todos nós poderemos verificar a capacidade libertadora de uma boa leitura.

“Para mim [...] estou evoluindo através da leitura, não somente em Português como também em História,

pois ao ler o livro “ruth rocha conta a Odisseia” estamos estudando a história da Grécia.”

Leonardo G. Magalhães - 7ºC

“A leitura deste clássico [Odisseia] instiga a curiosidade. Eu adorei o livro.”

Vinícius Zaccarato - 7ºC

“Eu nunca fui muito chegada a livros, mas neste ano estou entrando em um mundo de fantasia [...]

estou entendendo que um livro é muito mais do que ler e pronto [...] é ler e imaginar.”

Carolina Ignez Pardal - 7ºC

“É fascinante comentar e aprimorar os meus conhecimentos trocando ideias com os meus colegas e

a professora.” André Schicariol Magria - 7ºC

“A cada página a aventura fica mais interessante, eu me sinto uma personagem do livro, é como se eu

estivesse dentro da história me aventurando cada vez mais.”

Laura Norvais - 7ºC

“ler o livro deste bimestre foi verdadeiramente uma aventura cheia de cultura, conhecimento e

diversão.“ Rebeca Marcelo - 7ºC

“Eu não gostava de ler. Sempre tive muitas dificuldades, mas ao ler Odisseia foi muito diferente,

conheci um pouco da História, das guerras e dos deuses. Adorei.”

Gabriela de Paula - 7ºB

“Emocionante.As aventuras narradas são cercadas de pura emoção. O livro trouxe-me um novo conceito de mitologia e fiquei tão interessado que já

iniciei a leitura de Ilíada.” Fábio Pires - 7ºB

“ler esse clássico foi muito especial, pois além de ampliar meus conhecimentos ajudou-me em

Português.melhorei, consideravelmente, a interpretação de texto. Gostei tanto que indico para todos a leitura.”

Gabriela Hanae - 7ºA

“É a segunda vez que leio Odisseia. Neste ano pude aprofundar a leitura, pois fizemos um

trabalho paralelo ao livro. Foi muito legal. meus pais já leram a versão original, que é gigantesca. Eu ainda não

li, quem sabe um dia...” Julio Martins - 7ºA

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A partir deste ano, uma nova disciplina já faz parte da grade curricular dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II: ATUALIDADES. Com um pouco de curiosidade e uma certa resistên-cia, os alunos iniciaram as pesquisas em revistas diversificadas e descobriram novas fontes de informações, com temas interessantes, de fácil acesso e uma linguagem voltada aos estudantes. Tudo isso contribuiu para que os alunos ficas-sem cada vez mais interessados.

A cada aula é apresentada uma nova ativi-dade como: leituras complementares, posicio-namento crítico diante dos fatos internacionais e nacionais, relacionados à política, economia, sociedade, meio ambiente, cultura e educação. Informações direcionadas e um novo olhar sobre o papel da mídia nos dias atuais, também fazem parte das atividades.

Foi através do tema sobre o Terremoto no Haiti, que iniciamos as discussões em sala. Fize-mos leituras de fontes jornalísticas diferenciadas e também da matéria Terremoto da Miséria, que saiu na revista Le Monde Diplomatique Brasil, em fevereiro de 2010. A partir dessas leituras, os alunos elaboraram uma resenha crítica.

As alunas Gabriela e Mariana do 9ºC dispo-nibilizaram seus escritos para compartilharmos um fato que abalou não apenas as estruturas dos prédios do país, mas uma estrutura social intrínseca e aliada à miséria humana. Pensemos!

Professora fernanda

Geografia e Atualidades

NUNCA FOI Um PAíS

O Haiti tem população, território e embaixadas, mas não é propriamente um país. Nunca foi. A sociedade haitiana constitui uma nação no sentido cultural do termo: um conjunto de pessoas com identidade histórica, linguística e religio-sa em comum. Nisso o Haiti é rico. mas falta-lhe uma Constituição representando aspirações e princípios. Sob um estado corrupto e fraco nas suas atribuições básicas, a sociedade não consegue ir além da luta pela própria sobrevivência. moradia, atendimento médico e segurança pública são alguns dos elementos sem os quais um Estado não consegue fornecer aos cidadãos seus direitos básicos. Pois, o Haiti não tem sequer forças armadas. Foram dissolvidas em 1994. A tentativa, em seguida de criar uma polícia haitiana, com a ajuda dos Estados Unidos e da ONU, revelou-se um desastre. Nos últimos anos, a força de paz liderada pelo Brasil se esforçou para melhorar a polícia haitiana – mas metade do contingente sucumbiu ao terremoto, e a metade que sobreviveu demonstra que não abandonou o estado crítico que se encontra aquele país. Que os haitianos consigam tirar forças para, finalmente, construir um país.

Mariana Diniz Sobrinho – 9ºC

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HAItI... SErá O FIm?... OU UmA OPOrtUNIDADE DE rECOmEçAr...

todos nós sabemos que um terremoto pode destruir cidades ou até países. mas o que acontece com um país que passou por inúmeras guerras civis? mais destruição. Assim é o Haiti neste momento. milhares de mortes, desabrigados e muitos soterrados... O país afundou novamente, mas desta vez mais profundamente. Entre os mortos, não só haitianos, mas também representantes da força da paz. Palavra que hoje não faz mais parte do vocabulário deles.

Atualmente, os haitianos vivem de doações de ONGs, que mesmo assim não suprem suas necessidades. Há famílias totalmente dizimadas e muitas crianças órfãs. E qual o destino dessas crianças? muitas estão sendo transportadas ilegalmen-te à república Dominicana, com quem o Haiti faz fronteira. muitos adultos também estão fugindo da capital. Não há emprego, não há comida, não há água. Para Porto Príncipe se reerguer novamente, levará muitos anos. O país todo precisa se reerguer.

terremotos, tsunamis, tornados, furacões, arrasam cidades. mas da mesma forma que destroem, também eles podem unir uma nação inteira. Neste momento muita ajuda internacional tem chegado ao Haiti. mas por quanto tempo isso acontecerá? Será que o Haiti cairá no esquecimento, assim como o terremoto que ocorreu na China alguns anos atrás? Quando se é questio-nado sobre ele, logo pensamos: ”terremoto na China?! Nem me lembrava mais dele!” torcemos para que isso não aconteça.

Gabriela Ferrari – 9ºC

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COMÉRCIO EXTERIORMACKENZIE

PUBLICIDADE E PROPAGANDA /

PSICOLOGIAFMU /

MACKENZIE / ANHEMBI-MORUMBI

DESIGN GRÁFICO / MATEMÁTICA

BELAS ARTES / MACKENZIE

DIREITOFMU

CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO

MACKENZIE

PUBLICIDADE E MARKETING

MACKENZIEGASTRONOMIA

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DESIGN DE MODABELAS ARTES

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GASTRONOMIAANHEMBI-MORUMBI

ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

UFSCAR / UNESP

RELAÇõES INTERNACIONAIS

UNESP

ENGENHARIA ELÉTRICAMACKENZIE

DIREITOPUC-SP

DESIGN DE GAMESESPM

CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO

PUC-SP

MEDICINA VETERINÁRIA /

FARMÁCIAFMU / MACKENZIE

GERONTOLOGIAUSP-SP

ADMINISTRAÇÃOPUC-SP / MACKENZIE

NATUROLOGIAANHEMBI-MORUMBI

SISTEMA DE INFORMAÇÃO

MACKENZIE

QUÍMICA INDUSTRIALOSWALDO CRUZ

MEDICINA VETERINÁRIA

UNESP

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Nossa Escola

Um Departamento

Quem não conhece esse espaço delicioso da escola?

O bom atendimento, a alimentação de qualidade, a higiene do serviço e a simpatia dos funcionários são as características da nossa cantina.

Aqui são servidos lanches, refeições, sucos, salgados, etc. É importante fri-sar que quase todos os salgados são assados, justamente para evitar o consu-mo desnecessário de frituras em óleo. A coxinha é a única exceção, mas quem a experimentou, não deixou de elogiar o sabor e a crocância dessa guloseima.

O serviço de refeições por quilo é muito requisitado, pois a escola tem uma significativa diversidade de atividades que ocupa parte considerável do tempo dos alunos e muitos deles optam por almoçar aqui. A nossa cantina é também frequentada pelos pais dos alunos, professores e funcionários da escola.

No cardápio diário não faltam o clássico feijão com arroz. Para com-plementar são servidos seis tipos de saladas, grão, verdura, legume e dois tipos de carnes. É curioso dizer, que a exemplo dos cariocas, muitos alunos adoram o feijão preto.

E quem pensa que a cantina “apenas” serve refeições e outros alimentos, se engana. Aqui também realizamos um trabalho educativo na área de orien-tação alimentar. Frequentemente, orientamos os alunos sobre a composição de uma refeição equilibrada, sobre o desperdício de alimentos e o consumo exagerado de doces. Acatamos, também, as determinações de algumas famí-lias que liberam, por exemplo, refrigerantes e doces apenas nas sextas-feiras.

PArA ESSE PESSOAl, NOSSO mUItO OBrIGADO!

Para organizar esse trabalho, contamos com uma equipe de muito prestígio:

• Katita é quem administra a cantina. Equilíbrio e eficiência são seus maiores requisitos.

• Martha Maria, Martha Vieira, Nice e Zélia são as auxiliares de cozinha.

martha maria tem paixão pelas netas Beatriz e maria Eduarda. É uma mulher de iniciativa. Nas horas de folga, gosta de aproveitar o dia e vive dizendo que ama o mar e a praia.

martha Vieira é muito esforçada e temperamental. Adora caranguejo e seu sonho é finalizar a casa própria em Aracajú.

Nice é conhecida como Baiana e, como tal, é uma pessoa calma, tranquila e detalhista nos seus afazeres.

Zélia é uma pessoa calada e muito dis-creta. Está sempre disposta a cooperar com os colegas. Adora doces!

• Neonita é a cozinheira. Ela também veio da Bahia. É bem humorada, falante, sorridente e cozinha com cari-nho e muita dedicação. Adora assistir novelas.

• Roseli é a caixa. Ela é muito atenciosa e prestativa. todos a chamam de rose. É conhecida pela perfeição e beleza com que mantém as suas unhas.

• Arlete, não é funcionária desse de-partamento, mas no período da manhã colabora no caixa para um melhor fluxo do trabalho.

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Nossa Escola

Um Funcionário

Se disséssemos que a funcionária em destaque nesta edição chama-se Elaine Monteiro L. Zechinatti muitos indagariam: – Quem é ela?

Se respondêssemos que trata-se da Katita, não haveria mais dúvidas, pois é assim que todos a conhecem.

O simpático apelido lhe foi dado pela saudosa professora Neyde do Céu Rego, que nutria pela “pequena menina” especial carinho e simpatia.

Sim, a Katita foi aluna da nossa escola e fez parte da primeira turma de Magistério, em 1980. Formou-se professora e na própria escola iniciou a sua vida profissional, atuando na educação das crianças do Ensino Fundamental I, entre os anos de 1984 e 2004.

Nessa data, ela foi convidada pela Irmã Dalva para administrar a cantina da escola. E não foi sem razão, pois sempre esteve envolvida na organização de chás, noites de pizzas, encontro de ex-alunos e outros eventos que ocorrem na escola. Essa experiência já seria suficiente para a indicação da tarefa que ela desempenha - administração da cantina e organização de eventos.

Mas as suas predileções pessoais têm forte relação com tudo isso. Ela tem muito gosto pela gastronomia e, frequentar restaurantes é um deleite para suas horas de folga. Quem já provou, garante que seus dotes culinários são de agradar e enfeitiçar os mais refinados paladares.

A Katita tem duas grandes paixões: seu filho e o Corinthians. E nas horas de folga, adora tecer com suas agulhas de tricô.

E mais um detalhe – ela vive sorrindo. Todos sabem que o bom humor é o seu traço característico mais forte.

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Fiquei muito feliz com a mudança do bazar em frente à cantina. A sala é bem arejada e recebe muita claridade. Os alunos gostaram da nova localização por estar ao lado do pátio e não haver mais necessidade de descer. E os pais também aprovaram. Agora, para fazer as com-pras eles podem estacionar na Rua Otacílio de Albuquerque, com muita tranquilidade.Gostaria de agradecer aos funcionários da manutenção pela dedicação que tiveram ao montar o novo Bazar: Sr, Bafa, Desterro e Saturnino –o meu muito obrigada!Agradeço também Inês Alda, Jorge e Rose pela colaboração na venda de uniformes e o material escolar, no início deste ano. Muito obrigada, Irmã Dalva e Cláudia, pela mudança.Vanda

Bazar

EsportistaAí está, novamente, a nossa esportista

Anacyr Felix. Ela é auxiliar de serviços gerais da nossa escola e maratonista. Em 2008, como já mencionamos na edição de número 37, participou da corrida Circuito de Rua da Cidade de São Paulo, ficando em 4º lugar. E no final de 2009, conquistou mais uma me-dalha, incentivando a todos que a prática de esportes faz bem ao corpo e à mente.

Parabéns Anacyr, pela sua grande con-quista!

Em especial Cida (Coordenação de Infor-mática) e Márcia ( Tesouraria).

Para oferecer um maior conforto aos nossos alunos, temos a satisfação de poder contar com o nosso Bazar. Lá encontramos os livros paradidáticos, os uniformes em geral, além do material escolar solicitado pelos professores.

A nossa querida Vanda( responsável pelo Bazar) oferece-nos um depoimento:

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Nome completo:

Cintia Maria Costa da Cunha.

Quando estudou no Sion?

Estudei no Sion desde o terceiro ano do Ensino Fundamen-tal I, de 1989 até o terceiro ano do Ensino Médio, em 1998.

Qual a sua trajetória estudantil depois que saiu do Sion?

Ao concluir o Ensino Médio fiz um ano de cursinho por-que estava em dúvida sobre o caminho a seguir. Queria con-tinuar meus estudos musicais, mas o medo de não conseguir trabalho me fez desistir dessa ideia. Então, decidi fazer Biolo-gia, pois era uma matéria que sempre me chamou a atenção. Terminei a faculdade e fui trabalhar em uma área que não ti-nha nada a ver com biologia, em um banco. Para quem gosta é um lugar maravilhoso, cheio de benefícios e possibilidades de crescimento, mas não era o que eu queria fazer, não me sentia completa. Então, deci-di dar uma chance aos meus sonhos e prestei o vestibular para Música, com ênfase em canto lírico.

Como a música “entrou” na sua vida?

A música sempre esteve presente em minha vida. Desde pequena via meus irmãos na fanfarra da escola e não podia entrar por causa da idade e por não estudar na escola. Assim que entrei no Sion, inscrevi-me na fanfarra e toquei por 16 anos.

Qual a sua formação musical? E profissionalmente, o que você faz?

Sou cantora lírica formada pela Universidade Cruzeiro do Sul, onde ganhei bolsa integral por mérito acadêmico. Sou professora de canto e musicalização infantil, arte-educadora e regente de coral infantil. Participo do Grupo Experimental de Ópera onde montamos uma ópera diferente a cada ano. Também canto em diversos eventos como óperas profissio-nais, casamentos, eventos, recitais dentre outros.

Como se deu o seu amor pela ópera?

Até entrar na faculdade, a ópera era uma realidade mui-to distante para mim e também não me interessava muito. Queria me formar e depois estudar canto popular. Mas lá

conheci uma cantora de ópera que me “apresentou” a esse mundo mágico. Uma mistura de teatro e música, cheio de emoção e encantamento. Desde então comecei a estudar, es-cutar alguns cantores, mas ainda sentia que não se encaixava em minha vida. Até que um dia fomos visitar uma cantora do Teatro Municipal de São Paulo para pedir aulas de ópera e orientações de como montar um espetáculo. A partir dali, nasceu o GEO – Grupo Experimental de Ópera, sob a direção de Eloísa Baldin. E em 2009, montamos nossa primeira ópe-ra (As Bodas de Fígaro de Mozart), onde atuei como solista interpretando a personagem Barbarina. Depois disso, já tive oportunidade de cantar profissionalmente em outro espetá-culo e estamos montando a segunda ópera do grupo.

É incrível, quanto mais você conhece ópera, mais você se apaixona. Tanto pela história, quanto pelas próprias compo-sições. Todos os sentimentos do compositor estão retratados naquelas canções. E estar no palco é indescritível.

Hoje, estudar é um pra-zer e trabalhar mais ainda. Estou feliz e realizada.

Como e por que você indicaria a audição da música erudita a um jovem e/ou a uma criança?

A música erudita perten-ce a um universo riquíssi-mo. Com o predomínio dos

estímulos visuais e excesso de ruídos, ouvir música ajuda na percepção auditiva, que fica em segundo plano. Alguns estilos musicais trabalham com a repetição de sons, e têm apenas a função de diversão. Acredito que a música pode ser muito mais ampla e a música erudita colabora justamente nisso, pois desenvolve a escuta, explora o universo sonoro, amplia os co-nhecimentos ( aprende-se a analisar, comparar e identificar diferentes fontes sonoras). Tudo isso vem a desenvolver a ca-pacidade auditiva, exercitando assim a atenção, concentração e a capacidade de análise e seleção de sons. Além de favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da criatividade, do senso rítmico, da imaginação e da memória.

Relate o momento mais significativo da sua experiência como edu-cadora.

Nesse período vivenciei várias experiências marcantes e significativas. Trabalho como arte-educadora no CEU Três Pontes, que fica no bairro do Jardim Romano. Local este que,

SIONewsENtrEVIStA

CINtIA CUNHA – NOSSA EX-AlUNA

... CONHECI UmA CANtOrA DE óPErA QUE mE “APrESENtOU” A ESSE mUNDO máGICO. UmA mIStUrA DE tEAtrO E múSICA, CHEIO DE EmOçãO E ENCANtAmENtO.

lOGO NO INíCIO DEStE ANO lEtIVO, tIVEmOS A GrAtA SAtISFAçãO Em rECEBEr A EX-AlUNA CINtIA CUNHA.

ElA VEIO NOS CONVIDAr PArA UmA APrESENtAçãO DE CANtO lírICO QUE mArCAVA O ENCErrAmENtO DE SEU CUrSO DE múSICA, NA UNIVErSIDADE CrUZEIrO DO SUl.

APrOVEItANDO A SUA VISItA, ElA, PrONtAmENtE, NOS CEDEU UmA ENtrEVIStA.

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infelizmente, ficou bem famoso, por causa das enchentes ocorridas no final de 2009 e pela escola ter sido alvo de vandalismo, no início deste ano.

Como foi relatado pelos noticiários, lá é um bairro muito pobre e as crianças são ex-tremamente carentes. Mas não só de dinhei-ro, comida e roupas. Também de carinho, educação e atenção. O nosso trabalho nesse local não é só o artístico, também ofertamos esperança, e, porque não, comida. Tenho muitos alunos que vão para a minha aula sem almoçar e ficam até o final da tarde para receber seu tão esperado lanche, que muitas vezes não passa de três bolachinhas e meio copo de iogurte. E mesmo com todas as dificuldades, sempre encontramos os alu-nos sorrindo e esperando, ansiosamente, a nossa aula, que é semanal. Já montamos até um espetáculo com eles para apresentação no teatro da escola.

E o maior retorno é o carinho que rece-bo deles. Em certa ocasião, ganhei de uma aluna um colarzinho feito por ela. Disse-me que havia juntado umas moedinhas que ganhou dos seus pais para montá-lo. Essa aluna sempre passa mal por não al-moçar antes da aula. Naquele dia eu estava triste e preocupada com outras coisas e aquele gesto me fez repensar sobre a vida. Tenho, sim, que agradecer a oportunidade de aprender com aquelas crianças e que a felicidade está presente em cada momento de nossas vidas.

Você recebeu apoio de sua família em relação a sua escolha profissional? Qual a importância disso para você?

Meus pais sempre me incentivaram para que eu participasse da fanfarra, tanto que até hoje eles são voluntários na Banda Irmã Dina de Sion. Mas, quando terminei meus estudos, eles ficaram receosos de que fosse uma área sem retorno financeiro e assim, me apoiaram na escolha pela bio-logia. Mas, a partir do momento que eu de-cidi voltar a estudar música, eles aceitaram a minha decisão e me ajudaram muito, pois larguei o meu emprego fixo e fui sobrevi-ver da música, que não é nada fácil. Eles são meus fãs de carteirinha, acompanham-me em qualquer trabalho que realizo. O or-gulho que eles têm por mim é o que mais me emociona e me dá forças para continu-ar. O caminho é árduo, mas a recompensa é muito maior. E com a ajuda deles é muito mais gratificante. E ainda, são divulgadores do meu trabalho e convidam a todos para me assistir. São meus heróis!

Nome completo

Felipe Peres Valini

Quando estudou no Sion?

Do Infantil ao Ensino Médio. Foram 14 anos.

Qual a melhor lembrança da sua vida estudantil?

Eu tenho boas lembranças: desde os queridos professores e suas aulas, até as fortes amizades que fiz no Sion. Até hoje, mantenho contato com meus amigos e cada vez que eu os encontro, damos muitas risadas quando lem-bramos das nossas festinhas, das “broncas” que levávamos, das viagens, das provas...

Tenho também muitas saudades e ótimas recordações do tempo em que participei de fanfarra. Iniciei as atividades em 1992 e fiquei até 2005 (como ex-aluno) quando, infelizmente, ela acabou. Foi uma trajetória linda. Sempre tive uma tremenda admiração pela música. Eu passava quase o dia todo estu-dando no Sion e os ensaios da fanfarra me ajudavam a relaxar. Lá eu aprendi, além de tocar um instrumento, que cada pessoa é importante para o grupo e que na música você tem que se escutar e escutar seus companheiros, com-partilhar as mesmas regras de todos, e tudo isso me ajudou a crescer como pessoa.

Qual a sua trajetória estudantil após terminar o Ensino Médio no Sion?

Eu era considerado um aluno “fraco” na área de exatas. Mesmo após ter sido desencorajado por alguns professores e colegas, por ter decidido fazer curso de Química, eu segui em frente com o meu objetivo.

Durante os quatro anos da graduação eu conheci um outro Felipe que eu não sabia que existia dentro de mim. Vi minhas notas subirem sensivelmen-te. Minha média anual foi 10 em uma disciplina e 9,5 na maioria das outras. Muitas delas envolviam matemática pura, cálculos diferenciais, integrais, etc.

Na minha colação de grau tive uma enorme surpresa. Recebi um prêmio como melhor aluno do curso de Química da Universidade Oswaldo Cruz. Resolvi fazer a licenciatura e adquirir habilitação para lecionar no Ensino Médio.

No último ano da universidade prestei um concurso para a Petrobrás e fiquei em 25° lugar, concorrendo com mais de dois mil candidatos.

FElIPE VAlINI – NOSSO EX-AlUNO

NO FINAl DO ANO DE 2009, O NOSSO EX-AlUNO FElIPE VAlINI, EStEVE NO BrASIl. AtUAlmENtE, mOrA NA AUStrálIA. AO VISItAr A NOSSA ESCOlA, FICOU mUItO EmOCIONADO, COmO tEStEmUNHA A PrOFA. DINAlVA, QUE CAmINHANDO COm ElE PElOS COrrEDOrES, O VIU COm A VOZ EmBArGADA PElA EmOçãO E COm OS OlHOS BrIlHANDO AO rEmEmOrAr A VIDA QUE AQUI SE DESENrOlOU. tODOS QUE CONVErSArAm COm O FElIPE NAQUElA OCASIãO, tIVErAm A mESmA SENSAçãO. FOI QUANDO SUrGIU A IDEIA DElE NOS CONCEDEr UmA ENtrEVIStA PArA FAlAr DE SUA trAjEtórIA INICIAl AtÉ A AtUAl EXPErIêNCIA DE mOrAr Em Um OUtrO PAíS.

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E hoje, o que você faz?

Atualmente, faço meu PhD na University of Queensland em Brisbane, na Austrália. Meu projeto é investigar o impac-to ambiental no mangue e no estuário perto dos aeroportos (doméstico e internacional) de Brisbane. Tanto na Austrália como aqui no Brasil, os centros urbanos são cercados por vegetação litorânea. Muitos mangues e estuários estão so-frendo com o desequilíbrio urbano, alterando o balanço de nutrientes com a presença de metais pesados, contribuindo com a extinção de espécies, provocando a contaminação de rios e riachos, com os quais a população tem contato.

Paralelamente, eu estou contribuindo com um outro pro-jeto de energia geotérmica, que trata de aproveitar fontes de calor vindas da terra e utilizá-las como fonte de energia limpa. A Austrália quer ser a pioneira na queima do carvão dentro da terra sem ter a necessidade de extraí-los e levá-los para queimar nas usinas termoelétricas que geram enormes quantidades de CO2 na atmosfera.

Além de meu trabalho em pesquisas, leciono algumas dis-ciplinas para os estudantes do curso de Geologia, convite que me foi feito pelos próprios professores. Estou muito feliz!

E a decisão em ir para a Austrália, como foi?

Tudo começou com o desejo de aperfeiçoar mais a língua inglesa, em um outro país e poder tentar um curso de espe-cialização ou até mesmo um trabalho voluntário na área de química. Lendo vários depoimentos de pessoas que foram estudar no exterior, perce-bi que a maioria retratava o crescimento pessoal. Isso me encantou. Após meses pensando e refletindo, deci-di viajar. Fiz tudo isso sozi-nho, pois não queria que os sentimentos emocionais, tanto da família como dos amigos, pudessem amolecer meu coração. Eu só tinha um pensamen-to que diz: “você faz a sua história, o que tiver que acontecer será um aprendizado, será uma lição de vida, pelo menos posso dizer que tentei”.

Decidi comunicar os meus pais. Eles ficaram surpresos, mas me apoiaram muito e em todos os momentos. Depois contei aos meus amigos e muitos nem acreditaram, achavam que eu estava ficando doido, outros falaram que eu ia voltar no primeiro mês, etc.

E a conquista do PhD?

Quando fui para a Austrália não tinha a intenção imediata de fazer mestrado nem doutorado e muito menos um PhD. Confesso que sempre tive paixão pela pesquisa, mas fui até desmotivado, tanto pelo aspecto financeiro, acadêmico e até emocional.

A Austrália (com cerca de 21.000.000 habitantes) foi um destino escolhido porque a cultura do país me atraia. Depois de ler muito sobre a sua história e geografia, minha segunda decisão foi a escolha da cidade. Escolhi Brisbane, pois além de conservar os valores tradicionais é a terceira maior cida-de da Austrália (com uma população de aproximadamente 1.857.594 habitantes). Por não ser tão cosmopolita quanto Sydney e Melbourne, recebe, diariamente, muitas pessoas que estão fugindo dos grandes centros urbanos.

Depois de alguns meses tentando me acostumar com a nova cultura, hábitos, valores e língua, pesquisei e resolvi visitar as universidades pessoalmente a fim de encontrar algum trabalho voluntário ou um curso na minha área. Foi quando alguns professores da School of Earth Science me chamaram para uma entrevista. Eles ficaram impressionados com meu histórico escolar e a minha determinação. Recebi o convite para entrar em uma linha de pesquisa. Naquele momento eu nem podia acreditar. Era o meu sonho virando realidade. O mais impressionante foi quando perguntei para eles se seria um problema eu não possuir experiência acadê-mica nem curso de pós-graduação. A resposta dada por um dos professores ficou gravada em minha memória, pois dizia que as pessoas começam sem experiência. Ela é uma conse-quência de nosso crescimento profissional. O mais importan-te é ter vontade em aprender. A partir disso, resolvi encarar essa nova etapa de minha vida e fazer o meu PhD.

O que você tem a dizer dessa experiência internacional?

Essa experiência está sendo um desafio pra mim. Eu olho para trás e vejo que mudei muito, minha vida mudou. Ama-dureci. Eu nunca pensei que eu tinha potencial para pesquisa e muito menos em fazer um PhD em outro país. Morar e estu-dar no exterior faz você crescer muito. Lá não tenho amigos ou parentes para ligar e conversar nos momentos difíceis. E se você é tímido, como eu, tem que se virar, ninguém fará por você.

Quais os seus projetos de vida profissional?

Meu projeto é poder ter-minar meu PhD e adquirir o máximo de conhecimen-to possível e poder dividir com meu time (minha linha

de pesquisa) e com os alunos da universidade, um pouco de meu conhecimento.

Tenho alguns projetos em mente, mas ainda não estão definidos ou amadurecidos. São voltados para a área petro-química e mineração.

Deixe a sua mensagem.

Na vida sempre recebemos críticas, sendo algumas cons-trutivas e outras sem fundamento. Somos seres humanos e temos nossos defeitos, mas o que nos diferencia são as nos-sas virtudes, nossos valores, nosso caráter. Hoje, eu diria que se você tem um sonho, vá em frente, lute e esteja preparado para enfrentar os obstáculos da vida, pois ela é feita de desa-fios. Acredite em seu potencial.

Eu nunca fui uma pessoa ambiciosa e não quero ser. Esse paradigma que a nossa sociedade capitalista coloca torna a competitividade um valor a ser buscado. Nós temos que aprender a ser solidários. A paixão pelo conhecimento torna a nossa vida mais rica e nos ajuda a entender o mun-do. Ter ambição e viver competindo não é bom, ter objeti-vos e sonhos de uma vida social melhor para todos, é mais gratificante.

Para finalizar gostaria de dizer que o conhecimento é algo que ninguém pode nos tirar. E isso é fundamental para o crescimento de qualquer ser humano.

AtUAlmENtE, FAçO mEU PHD NA UNIVErSItY OF QUEENSlAND Em BrISBANE, NA AUStrálIA.

SIONewsRua Mére Amédea, 476CEP 02125-001São Paulo - SPTel. (11) 2954-4744www.estsion.com.br

Responsável:Prof. Andréa de Cássia GiuntaRedação:Coordenadores, professores e alunosRevisão:Profa. Liz Maria A. F. Teixeira

Projeto gráfico:Expressão Exata (11) 3539-1771Impressão:Cidrão Artes Gráficas (11) 2955-8672Tiragem: 1.000 exemplaresDistribuição interna gratuita

O aprendizado musical associado à participação em um conjunto instrumental, como é o caso da Banda Marcial, traz muitos benefícios ao aluno como: oportunidade da convivência em grupo, senso de compromisso coletivo, visão de cooperação, organização, responsabilidade e importância de cada um dentro do grupo.

O espírito de companheirismo, solidariedade e a conscientização estão presentes em cada membro de nossa Banda. Então, o que você está esperando?

Os ensaios acontecem às segundas, ou terças ou quartas-feiras, das 17h30 às 19h30. Temos vagas disponíveis para todos os instrumentos, e o curso é gratuito.

Venha participar!

Prof. eric rossini

regente da Banda marcial Irmã Dina de Sion

A BANDA mArCIAl IRMã DINA De SION EStá ABErtA PArA A PArtICIPAçãO DE tODA A COmUNIDADE ESCOlAr.