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EEL Fadiga dos Materiais Metálicos - Prof. Carlos Baptista PARTE 7: EFEITOS DE ENTALHE E DE TENSÕES RESIDUAIS

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PARTE 7: EFEITOS DE ENTALHE E DE TENSÕES RESIDUAIS

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ENTALHES

Concentradores de Tensão

- Entalhe é um contorno geométrico a interromper o fluxo de forças pela peça.

- Furos, ranhuras, chanfros, etc, resultam em distribuição não uniforme da tensão.

- Uma medida das altas tensões localizadas é dada pelo Fator de Concentração

de Tensão, denotado por Kt (o índice “t” enfatiza o caráter teórico).

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ENTALHES

Concentradores de Tensão

- O Fator de Concentração de Tensão pode ser determinado matematicamente

ou experimentalmente.

- Visto que o estado de tensão provocado por um entalhe pode ser biaxial ou

triaxial, pode-se definir um “fator combinado” Kt’ que considera, por exemplo,

o critério de von Mises (a diferença entre os dois será menor que 15%).

Para se calcular o Fator de

Concentração de Tensão em

um corpo-de-prova entalhado,

o raio da ponta do entalhe

deve ser medido com precisão.

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ENTALHES

Sensibilidade ao Entalhe

- Pode-se prever o início da trinca por fadiga em peças com entalhe usando o

método Deformação-Vida, calculando-se a deformação local cíclica e

empregando-se, por exemplo, a Regra de Neuber (como visto anteriormente).

- Quando as condições elásticas prevalecem (fadiga de alto ciclo), o efeito dos

entalhes pode ser avaliado pelo fator de Sensibilidade ao Entalhe, q.

- A sensibilidade ao entalhe é considerada o grau com o qual um efeito teórico

é realmente obtido na prática e, para o Kt é definida pela expressão abaixo,

onde Kf é o Fator de Entalhe à Fadiga, dado pela razão entre a resistência à

fadiga de uma peça sem entalhe e a resistência de uma peça com entalhe,

para um mesmo número de ciclos na faixa de vidas longas (Nf > 106 ciclos).

Note que q varia de 0 (quando Kf = 1) a 1 (quando Kf = Kt ).

n,f

u,ffK

Geralmente, Kf < Kt .

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ENTALHES

Sensibilidade ao Entalhe

Efeito do raio do entalhe no

valor do Fator de Entalhe Kf..

Efeito da tensão média na vida em

fadiga de peças com e sem entalhe.

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TENSÕES RESIDUAIS

Caracterização das tensões residuais

- Tensões elásticas em equilíbrio, presentes no componente previamente à

aplicação das cargas de serviço.

- Podem ser resultantes dos processos usuais de fabricação (como usinagem,

soldagem, conformação).

- Ou podem ser deliberadamente introduzidas na peça, por algum método

apropriado, com o objetivo de melhorar o comportamento mecânico.

Produção de tensões residuais

- Métodos mecânicos, térmicos, operações de usinagem, plating.

- Métodos Mecânicos mais empregados para produzir tensões

residuais compressivas com o objetivo de aumentar a resistência

à fadiga:

- Shot Peening.

- Roleteamento.

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TENSÕES RESIDUAIS

Medição de tensões residuais

- Em laboratório ou no campo.

- Técnicas incluem: difração de raios-X, ultrassom, hole drilling.

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SHOT PEENING

Informações Básicas

- Processo de trabalho a frio por jateamento com esferas de aço, cerâmica ou vidro.

- Não é simples jateamento mas um método preciso, controlável e repetitível.

- Produz tensões residuais compressivas e alta densidade de discordâncias

nas camadas superficiais do componente.

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SHOT PEENING

Intensidade de Peening

- Controlada com o emprego das chamadas Placas de Almen.

- Placas padronizadas colocadas junto ao material tratado.

- Existem 3 espessuras de placas: “N”, “A”, “C”, onde 3N = A = 0,3C.

- Após o Shot Peening as placas se deformam; mede-se a flecha (polegadas).

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SHOT PEENING

Efeito do Shot Peening sobre a resistência à fadiga

- Vários fatores contribuem para o resultado final: campo de tensões

residuais, rugosidade da superfície, propriedades do material após a

deformação plástica induzida pelo shot peening.

Superfície do aço 4340 (39 HRC) submetido a

shot peening com intensidade 0,018 A (50 x)

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SHOT PEENING

Efeito do Shot Peening sobre a resistência à fadiga (cont.)

60

50

40

30

20

10

0

-10

0 100 200 300 400

Distância da superfície ( m )

10 10 10 10 10 10 103 4 5 6 7 8 9

1300

1200

1100

1000

900

800

700

600

(MP )

a

Esfera = 0,3mm

Esfera = 0,6mm

Número de c iclos

Am

plit

ud

e d

e te

nsã

o

(b)

(a)

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TRATAMENTO WPC (WONDER PROCESS CRAFT)

Resultados Alegados

- Aumenta dureza, reduz atrito, introduz tensão residual compressiva na superfície.

- Partículas ultra-finas atiradas em alta velocidade contra a superfície do metal.

Comparação de processos

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ROLETEAMENTO

Descrição

- Processo de conformação por meio de roletes.

- Induz tensões residuais compressivas próximo à superfície.

- Pode reduzir a nucleação de trincas de fadiga.

Ex.: Roleteamento

de virabrequim

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ROLETEAMENTO

Efeito do roleteamento na resistência à fadiga

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ROLETEAMENTO

Efeito do roleteamento na resistência à fadiga (cont.)

Corpo-de-prova para

o ensaio de fadiga.

Tentativa de simulação das tensões residuais induzidas pelo processo

de Roleteamento usando análise não-linear por Elementos Finitos.

Oliveira, C.L., Dissertação de

Mestrado. UNITAU, 2012.

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ROLETEAMENTO

Efeito do roleteamento na resistência à fadiga (cont.)

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Aço 4340 empregado em componentes de trens de pouso

EIXO DA RODA

CONJ. AMORTECEDOR

600

800

1000

1200

1400

103

104

105

106

107

% (Material base com 53HRc)

% (Material base com 39HRc [142] )

% (Material base com 39HRc [141])

Número de ciclos

Ten

são

(M

Pa)

Eixos

PISTÃO

Torres, M.A.S., Tese de

Doutorado. UNESP, 2002.

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Resultados Experimentais

- Aço temperado e revenido para dureza 50-53 HRC.

- Adotou-se 5 diferentes intensidades de shot peening.

- Curvas S/N não apresentam correlação evidente com o CTRC.

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25-1400

-1200

-1000

-800

-600

-400

-200

0

2000 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25

0,0027A

0,0063A

0,0083A

0,0101A

0,0141A

Tensão R

esid

ual [M

Pa]

Profundidade[mm]

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Resultados Experimentais

- Curvas S/N: pontos mostrados representam a média de 5 ensaios.

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

103

104

105

106

107

Nível 1 1370MPa

Nível 2 1130MPa

Nível 3 1007MPa

Nível 4 931MPa

Nível 5 840MPa

Nível 5

Nível 4

Nível 3

Nível 2

Nível 1

Curvas de Fadiga

Material base 53HRc

0,0027A

0,0063A

0,0083A

0,0101A

0,0141A

Número de ciclos

Tensão (

MP

a)

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Determinação dos locais de início das trincas de fadiga

Na superfície.

Em inclusão.

Abaixo da superfície.

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Relação entre a posição de início da trinca e a vida em fadiga

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Superposição de tensões e posição de início das trincas

0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25

-1200

-1000

-800

-600

-400

-200

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Relação de Goodman

Nível 1

Nível 4

Nível 3

% (CTRCna condição 0,0063A)

% (Posição do início da trinca no nível 3)

% (Posição do início da trinca no nível 4)

Ten

são

(M

Pa

)

Profundidade (mm)Resultados inesperados.

?

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Medição do campo de tensões residuais após um dado número de ciclos

Condição 0,0083A, nível 4.

Condição 0,0063A, nível 4.

RELAXAÇÃO DAS TENSÕES RESIDUAIS INDUZIDAS.

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Medição do campo de tensões residuais após um dado número de ciclos

Nos ensaios de flexão rotativa, as tensões de compressão aplicadas somam-se às tensões compressivas presentes devido ao tratamento de shot peening.Se o resultado desta superposição for suficientemente grande, existe entãouma deformação plástica e, consequentemente, uma redistribuição dastensões, causando o relaxamento do CTRC original. Com a continuidade dosensaios, devido ao relaxamento das tensões, a soma algébrica das tensões irádiminuir. Com isso, a partir de um determinado momento, espera-se que onível da superposição das tensões fique abaixo da tensão de escoamentocíclico do material e torne o CTRC estável.

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UM ESTUDO REALIZADO COM O AÇO AISI 4340

Efeito de outros fatores, como a Rugosidade

Dados para liga de Mg AZ80 (Wagner, 1999).

Rugosidade no aço 4340 após Shot Peening.

10

10

10

6

5

4

0.2 0.4 0.6 0.8

Intensidade Almen [mmN]

Cic

los

pa

ra fra

tura

NF

0 20 40 60 80 100 120 140 160

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

% (Média de rugosidades 53HRc)

% (Média de rugosidades 39HRc)R

ug

osid

ad

e ( m

)

Intensidade de peening ( 10-4 in A )

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FIM DA PARTE 7