Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle...

55
N.° 2.054 Janeiro de 1957 Ano LII__tí__fc\ \ \ I

Transcript of Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle...

Page 1: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

N.° 2.054 — Janeiro de 1957 — Ano LII __tí__fc\ \ \ I

Page 2: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

___________________! l^nBH^^BH_|_HDESCUBRA AS DIFERENÇAS!

Olhe bem parao quadro à es-querda e prestetoda atenção aosseus detalhes.

Observou tudo ?

Agora, des-

cubra, no quadroaqui à direita, 7

diferenças exis-

tentes, nos dete-

lhes, embora o

desenho pareça omesmo.

Damos no ro-dapé a solução.

NOTA: — Eventuais defeitos de impressão, ou manchas, nio devem serconsiderados como "diferenças".

¦lotam oina op aiuojoa oo vanijo pff (i -uoeup op sdjjd uaaof outnopttottod v>yi (9 -pnuoxuoy » owpowjo op oifjout y (ç -orunD a oyupuo q (p •opj&nbsa op ornoop opox y (£ 'Muíu ou nadot/o _m oipj (_ jopDStjjtu op oujado y ({ iSVISOdSSV

Page 3: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

__&B8__*_ô/

,,____ ^^

Du.DC

Meus netinhos:

TODOS vocês ouvem falar e lêem

sempre referências ao século XX,que é o século em que vivemos

Apesar de ser isso uma coisa sim-pies, nem todos, porém, estarão certamente ao par do que exatamente significa.

Chama-se século o espaço de cemanos. O nosso, isto é, o século XX, teveprincípio no dia 1.° de Janeiro de 1901e terminará no dia 31 de Dezembro doàno 2.000. Começaram a ser contadosos séculos a partir do nascimento deJesus Cristo, e daí se chamar éra cristãà nossa éra

O século XX começou em uma ter-ça-feira e vai terminar em um domingo.

Um século tem 1200 meses, 5.217 semanas e seis dias, num totalde 36.526 dias. Tem 1.236 luas-novas, que se completam no dia26 de Dezembro do ano2.000.

Não se diz "vigésimoséculo", mas sim "séculovinte", "século vinte e ur_";"século

quinze", usandosempre o numerai, em vezdo ordinal corresponden-te.

VOVÔ /^\â__A ffmeeWí jflà /f

\mame- ^^^^^_S_ W* T__^^*^»C\^^r ^?mm******^Ê^^^mmmamma\a*m'

—^.^mma^^SemmmSai^e, . > -~-*"^y_i__; _!___! ^^ "^^

Page 4: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

0

DESENHOS DE % %jJ*

/ f~\ sÊy I\y^ ^\ ______ 1 I __

f^| ^^^^^_____^^^^*^^^^^ ,t**i////,..

£T>*\ ,*-0-\ ^xT

^» i **¦ -^ ~* ~*-^ - ¦ _—J

CONTINUAÇÃO DO NÚMERO PASSADO

Certa manhã, êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme algazarra. Pensou

que fossem ladrões, mas depois viu qua era a cozinheira • o lavador de pratos que pagavam as aves, toma-

vam-lhes o peso • metiam as mais gordas nos castos.

O TICO-TICO

Page 5: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

O lavador de pratos agarrou Meia-noi-

te, achando-o, decerto, bom para canja.

/ Olhe que galo bonito para Y\

l a panela ! Está pesado ! J\L—¦*.

Larga! Larga!... Cise não! E' oo galo da Senhora Marquesinha. Quediria ela ? Seríamos postos na rua.., \ diria ela? Seríamos postos na rua... /

| Olha, pega aquela perua.

JANEIRO — 1957

Page 6: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

/ Desta vex, então, elo \se vai .casar ? Com

1/ Enxúndia, rico

gy^yÒÇA t muito bonito. Vamos, te-

V>£<yxpv\ mos que fazer!

O pobre Meia-noite ouvindo esta conversadeixou de beber e comer e ficou a um can-to, empoleirado e muito triste.

Mas à tarde, indo até à beira do rio, teve

ocasião de ver o rei da Enxúndia conversando

com o conde Pico-pau...

Não é o amor que me impele a esta união.Estou arruinado e a meu povo geme sob os im-postos. Ora, o marquês i riquíssimo. Cam esteouro poderio restaurar as finanças do país e as...minhas...

O TICO-TICO

Page 7: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

O conde de Pica-pou se despediu e afastou-seMeia-noite se pôs diante do rei e...

Apareceu a bolsa, que o rei quis agarrar, moso galo lhe deu tremenda bicada.

/ Pela minha crista e meu \ ,«. /" P-íTu} \/ esporão ! Uma bolsa cheia de ) Ui=P=27 / AA~~\ .M __Ê%__ f^^V* V

ST iv-a Al 17 *\ fi5"C\ /o . <-» Aceit0* e-< "m feiticeiro J n

^—*^

^— -—- \\J><> 1 •"« teu dinheiro é bom. hjí\\A

I O ouro será teu, com a \A ^A^A ' l I Vxf) S ^ °

°_/A

| condição de ires embora V^A \\ \ A \ " 1*-"_X\ \\ para teu reino. / \ \—AAA^Af^ I Vv

]CONT!Wfí

JANEIRO — 1957

Page 8: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

* /HAWD/OCAãmW

w Iií'V (I\mm! i 'Á

J. SILV-EIRA mOMA2>

\_Y

í y?m>^~>

mandioca pertence à família das euforbiácKu. Damandioca propriamente dita conhecem-gp váriasespécies: a vermelha, a branca, a maía&mie etc.,todas muito úteis não só como ali-hehto, como

pelos sub-produtos que encerram.O que de mais comum se extrai da mandiada>é a farinha,

a farinha de pau, farinha comum, farinha de mesa. Não háquem não a conheça e dela nunca tenha comitio.

A mandioca é cultivada em quase todo o país, do extremonorte, sem interrupção, até o extremo sul. Os Estados de maiorprodução, entretanto, são o Rio Grande do Sul e a Bahia.

Constitue, por isso, a farinha de mandioca um dos dezprodutos agrícolas mais importantes do Brasil.

No ano de 1936, exportámos 15.815.000 de sacas de ses-senta quilos e, nos dias que correm, essa produção já deve tertriplicado.

O cultivo da mandioca é extremamente fácil; a planta sereproduz mediante o plantio de pedaços do tronco, que bro-tam em poucos dias.

Além da farinha, a mandioca nos dá a amido, com inú-meras aplicações na indústria têxtil, na fabricação de dex-triria, na manufatura das gomas, etc.; a tapioca, universal-mente conhecida e apreciada; o álcool, combustível de moto-res de explosão e.o pão, pois a farinha utilizada, hoje em dia,nas padarias, leva 30', de farinha de mandioca.

Mas não é só: a raiz, as folhas e os talas de mandioca cons-tituem ótima ferragem, principalmente para a engorda deporcos. Trata-se, portanto, de uma dessas plantas de que se

aproveita tudo. Cada cem quilos de amido, (a farinhapuba de mandioca), produzem em média cem litros deálcool de superior qualidade.

No Município de Divinópolis, no E. de Minas Gerais,existe uma destilaria que produz álcool de mandioca,Atualmente as possibilida-des brasileiras a respeito daprodução de mandioca e desua indústria são extraordi-nárias e em permanenteascensão.

-e—§»*•

V i-F-^-l,

r i(

1 í^^^*ti*—

ii | .. \

M'Á'yylC&a^^^4y^^^9

O TICO-TICO

Page 9: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

QjardiT_e.ro eoesculto

-s__Ç5. ^^y^*> « ^A ti T**^il\ \

*° ^^J?>^_.JANEIRO — 1957

Page 10: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

vuJB £^S PS-, ..: ^^ PÍ_P_Í_ Medindo às ve-^r^BBa^Mw^âHBBI :"**s<r *§>íl t„.. Bi ze* até 2 metros2*ç_Bài?l_B yCP—' TartaruBa de terra^C\ ¦E^—í *lítí~\ _^ lajiirrn ou elefantina de comprimento,

J l/S v. P^Çf! ra_^^:'\-—*P ^1 normal „ ,•—»A *\wJ/&Si, íXM—-— Trsa r ' Podem viver 150——JlteBav^MS^v^aKW^ __tíL_!—' *¦ V^\ ~~—!*~~~^~^**^Cj L."*^

"^ f_^afiHr///\MtV' V_l_I __«^2^^*,™^^B _r_j" _- __ yjí^c^^ín. "

^l^X>^/_i-^-£S^*_ÍW*-jy vários meses sem

^p—^^ _.-i _- ;. ,i^. ^mento.

J_HI BBBHBBBB—^_B—i—I—¦BB—y_i_3_PBBHW—ff-^i ii *— ¦ ¦ ¦¦- ¦'» ¦ ¦

Coisa curiosa:essas tartaru-gas dormem deixando- se flutuar àsuperfície daságuas, às vezes a\una distância de2.000 metros^dacosta.

Não têm dentes,mas um maxilarcórneo de tal rigi-dez que pode que-brar o braço deum homem.

10 O TICO-TICO

Page 11: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

A espécie marinha, como a terrestre, é muda, mas protiuzum assobio forte, característico.

Possue 3 pálpebras, uma das quais; interior, que se fechada frente para trás. Sua carapaça é tão dura que resiste ao pesode um caminhão de 2 toneladas.

oOOo*

N*v UJB?_'^—-^*_/«jB _^_^\ ,^"^mJB ÜÍ_?I^__Í sPBB^N^^v fm\m?**Yaf) °

¦r^B ^*******Ajl^ _w_H_Kvl Ik^I ma/// cSs^Sã.*''—\ °

As tartarugas são anfíbios quelônios. Têm uma pos-tura de 300 ovos por ano, ovos que mm> comestíveis. Paracapturá-las, enfia-se uma vara em baixo delas virando-as de barriga para o ar. Assim, ficam imobilizada-.

E' comum, entreos indígenas decertas tribus afri-canas, a realiza-ção de "corridas detartaruga". Quemvai assistir precisalevar boa dose depaciência, porquea coisa é demora-da a valer...

Gente insofrida,que quer tudo àspressas, não apre-cia esse originalesporte, é claro...

JANEIRO

*0~*m—w ^H» ^—«»"»

*"^^^^ppMB^

¦'—¦'¦¦¦ ¦ ' ¦ ¦!—— '

II1957

Page 12: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

°\ Pd(ATlTOCA .VAI RETIRAR MINHA FILHA)biribi Do"iNsrrruTO dos chãosf/^o<©\--^—-*- de pais mvos v [Q |JYV

AGORA QUE..ME. LEMBRO. I I GUE HEMCÍRíAHINH_.FIV.HA BIRIBI'ESTA' \lTEMEl£.NO INSTITUTO, vou HAKOa-uJ *"RETIRAR- lj/-~N

O SNfc lOaXIlIBOWN flANDOU RETIRAR.SUA FILHA BIRIBI. DOi

CDLEfelO f—" -( SO ASORA QUE .^ ELE SE LEHBIcOU-

8ÜSC4-IA

atTEHunAHLHA!5Èff.foBOHITA VOU CASAR OOH ELA

aqlh esta' a senhorita biribinWAODSNE. •_A?yMBO,iVN«ELEEs<auecB-)-â fimmU\/y

12 O TICO-TICO

Page 13: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

fl-'.">3 '-:..'".^_i

ll r ;ii_llÀ', ¦*¦>***-'(„» Gavetinha do Saber

•S a i u o¦oaque de Tlquinho"

•"O néscio leva_*nde vantagem só-

._»• o homem instrui-*>: está sempre sa-«afeito de si mes-•n»'. Napolcão.•

Saiu o "Almana-Q.ue de Tlquinho".

•Os chineses fazemremontar em suastf^dieões o uso da•™«»la ao reinado

Hoaugtl, 2.800 anos•«te» de CristaHá citações dessas*-*«aa magnéticas",°« portadoras de bús-«Ias. nas Memórias

N»*-o-rtcas de *_u-^tnstan. mo anos«•tes du nossa éra.

•Saiu o "Almana-

***** de Tlquinho''-• .~ma

pessoa aduiutem um metro qua-«irado • meio de pe-le, envolvendo o cor-po. a quantidade ne-cessaria para lasertrês bolsas de senho-ra e um par de car-tetras de notas.

O primeiro para*ralos foi inventadopor Benjamim Fran-feita, em 1783.

•Saiu o "Almana-

que de Tlquinho".

O átomo é tio pe-queno que. para servisto, precisaria seraumentado um mi-lhfio de vezes em seudiâmetro. !E... ata-da continuaria pe-queno I

•Saiu o "Almana-

que de *nquinh*y.

%jL- .j»

A peses da balela ebacalhau, em instasda NOruega, é maltaantiga • bi dados his-tóricos que permitemcomprovar que Já

éta,suo 411 de

Os crocodilos donosso tempo sao des-cendentes dos anti-gos e pre—stórteo-*dlnosáuros.

TOSSE ? C0DEIN0L

mMP_

^_3^í_»

Saiu o "Almana-que de Tlquinho".

Poi Copérnico quedisse, pela primeiraves, que a Terra ai-rara em torno doSol.

•S a I u o "Alma.

naque de Tlquinho"•

O arroz é alimen-to de maior consu-mo no mundo, tfcultivado em maiorescala que qualqueroutro alimento • éconsumido nas mes-mas proporções.

•Saiu o "Almana-

que de Tlquinho".• -

O metal que sefunde a menor tem-peratura é i o esta-nho (excetuando omercúrio). Funde-**a 233 graus centi-erados. O chumbo selunde a 337 graus.

Saiu o "Almana-que de Tlquinho".

S« hnagiaarmas aTerra como um imen-ss taboleiro ds sa-•três, das M easss deque sa compõe um ta-boislro dteses. «< se-riam de acua e as ou-•ras IS de terra.

•As primeiras pala-

vras faladas ao te-lefone, foram dirigi-das pelo Inventordesse aparelho, Ale-sandre Orahan Bell,ao seu sócio Watson,no dia 1.* da Marcode i87«.

•Vm garoto náo p6-de crescer sem co-

«ner. Seu cérebrotambém náo se -pôdedesenvolver sem aleitura de livros bem.escolhidos.

NUNCAFALHA

PREFERIDO PELAS CRIANÇAS POR SERDE -GOSTO AGRADÁVEL.PREFERIDOS PELOS MÉDICOS POR SER OREMÉDIO QUE ALIVIA, ACALMA E CURA.

Infalível contra resfriados, asma e bronquite.

JANEIRO — 1957 13

Page 14: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

__^^_í-_». **¦ •> _^ S^_-^ ____^____r^_^_<^__r§^_fc _-_fe

^W^_~H|g14 O TICO-TICO

Page 15: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

/ t**»íbp*7í x_-**y I - -i. /

^Tfenbís ^~ik>

JANEIRO — 1957 15

Page 16: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

JíS-v- v EUFORIATambém tem origem grega esta pa-

lavra. Mas seu significado era dife-1rente, hoje dizemos eufórica a pessoa

contente, feliz. Primitivamente, eufo-ria significava bem estar físico, ma-terial: boa saúde, estômago bem nu-trido, corpo bem repousado...

DIPLOMALiteralmente, em grego, quer di-

zer: "dobrado em dois". Os diplomaseram escritos em grandes folhas depapel que tinham, pelo seu tamanho,que ser dobradas em dois.

Diplomata deriva dela. As creden-ciais são diplomas (dobrados emdois...) |

*âür '*^_| Wr\. *.jt-£a^- ^^^M mk "~**i'

^^^^^^J ^Ç^lsS^^*^' *

FAROLPtolomeu Filadelfo edificou uma

grande torre branca que irradiavaluz potente, na ilha de Pharos. Donome dessa ilha é que vem a palavrafarol, dado genericamente a todasas torres com igual finalidade, sejamconstruidas em ilhas ou em terrafirme.

16 O TICO-TICO

Page 17: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

WANBKMS

*$

i2a456789

10111213141516171819202122232425262728293031

Terça-feiraQuarta-feiraQuinta-feira

¦ Sexta-feiraSábadoDOMINGOSegunda-feiraTerça-feiraQuarta-feiraQuinta-feira

• Sexta-feiraSábadoDOMINGO.Segunda-feiraTerça-feiraQuarta-feiraQuinta-feiraSexta-feiraSábadoDOMINGOSegunda-feiraTerça-feiraQuarta-feiraQuinta-feiraSexta-feiraSábadoDOMINGOSegunda-feiraTerça-feiraQuarta-feiraQuinta-feira

Fraternidade UniversalSanto IsidoroSanto AnteroSão GregóríoSão SimeãoReisSão LucianoSão LinoSão JuliãoSão Gonçak)São HiginoSão SátiroSanto HilárioSão FelixSanto AmaroSão MarcelinoSanto AntãoSão PriscoSão CanutoSão SebastiãoSanta InêsSão VicenteSão Randolf oNossa Senhora dá PasConversão de São PauloSão PolicarpoSão João CrisóstomoSão CiriloSão FranciscoSanta MarinaSão Pedro Nolasco

A república deAndorra está situa-da nos Pirineus Ori-entais no limite daFrança com a Es-panha. Tem 452 qui-lometros quadradosde superfície e uns6 mil habitantes.

O anil, que as la-vadeiras usam tema virtude de neu-tralizar o amarelo,transformando-o embranco.

O aço é, entre osmetais, o que possuimaiores proprieda-des refletoras.

Depois vem a pra-ta pura. O aço, umavez polido, tem umbrilho extraordiná-rio e por isso é uti-lizado com preferên*cia a qualquer ou-tro metal, nos re-fletores dos faróis.

Antigamente, naInglaterra, os con-tratos eram legali-zados por um pro-cesso curioso: umadentada no papel,em baixo da assina-tura. A marca dei-xada pólos dentestinha tanto valorcomo, hoje, as im-pressões digitais.

Aturqüeza oriental, que se encontra especialmente

nos terrenos de aluvião da Pérsia (Irá) e da Síria,deve a côr azul celeste que tem, ao oxido de cobre

Que entra em sua composição. Nenhum ácido o ataca, enão se a pôde fundir.*

Quanto mais superiores formos, tanto mais modes-tamente nos devemos conduzir . —Cicero.

Há 3.000 anos jáse mencionava, nosmanuscritos chine-ses, que a bananaera um dos melho-res alimentos exis-tentes.

JANEIRO — 1957 17

Page 18: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

a vida mm.D m P

SANTA6 E N O V E V A

mi ^£S WmmmLl

\VI 'Ai mM^**^T^\aa\X.r m

ÍÍ_dr«^AJSANTA Genoveva, pa-

droeira de Paris, cujafesta é comemorada nodia 3 de janeiro, nasceuem Nanterre no ano de 422, de uma família abastada, e, con-trariando o que diz a lenda, não foi pastora. Desde muito cedomanifestou uma grande piedade. Tinha 11 anos de idade, quan-do S. Lobo, bispo de Tróia, e S. Germano, bispo de Auxerre, atra-vessaram o país para ir à Grã-Bretanha. O povo prostrava-se àsua passagem. S. Germano viu Genovera e ficou impressionadocom o seu ar de êxtase. Fez-lhe perguntas, perguntou-lhe o no-me e disse a seus pais:

— Vocês devem bendizer o dia em que ela nasceu. Suasvirtudes torná-la-ão agradável aos olhos de Deus e os cristãos atomarão por modelo.

Depois, avistando no chão uma medalha na qual estavagravada uma cruz, entregou-a o Genoveva.

Um dia de festa a mãeda futura santa foi àigreja e proibiu a filha deacompanhá-la. Genoveva,em prantos, lembrou aprofecia de S. Germano. Amãe irritada, deu-lhe umasurra. Imediatamente fi-cou cega. Ao fim de 21 me-ses, a infeliz mulher, tor-turada pelo remorso, pediuà filha para encher uma

_yy)rj_^aj^l^v1_g^^AyA

18 O TICO-TICO

Page 19: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

_^_^^^^nfj____'M"'_i**3|__l a A Jtv^^Y/ ^^^^

^^_P*-___!J__Ík_fc- ^^"^ ¦*'__l-_T // Mmm\mm%^rm "j-V ' _____?WTTÍ_!#Í_L^-i I

vasilha com água. QuandoGenoveva se curvou na fon-te, começou a chorar è suaslágrimas caíram dentro dopote. Então ela voltou parajunto da mãe. Jerônima le-vantou os olhos ao céu, pe-diu que a filha benzesse aágua e lavou os olhos. Naterceira ablução, recupe-rou a vista.

Depois da morte de seusPais, ela foi viver em Paris com a madrinha Certa vez um grandeperigo pairou sobre Lutécia, nome que tinha a cidade de Paris.Átila, rei dos Hunos, cognominado o Flagelo de Deus, penetrou naGália à frente de gigantesco exército, destruindo tudo à sua pas-sogem e finalmente veio cercar a cidade. O pânico apoderou-seda população: as mulheres em prantos, rezavam nas igrejas. Ge-novevo, impassível, afirmava que a cidade não seria atacada.

As hordas de Átila foram, efetivamente, arrasadas nos Cam-pos Catalães. Alguns anos mais tarde, Meroveu, um dos vencedo-res dos Hunos, veio cercar Paris. O cerco, que, dizem, durou cincoanos, acarretou uma época de terrível fome e penúria. Uma vezmais Genoveva salvou a cidade e não foi somente com orações.Atravessou o Sena e conseguiu levar aos sitiados onze barcos detrigo, depois de ter feitovários milagres pelo cami-nho.

No fim do século XIainda era conservada amedalha dada por S. Ger-mano a Santa Genoveva.O corpo da Santa era leva-do em procissão pelas ruasda cidade para pedir a paz,a chuva ou o bom tempo.

/¦V_J_feí*_5>___ ____»p" / mmW^^^m\\ <flET

tv** r h \\\ V*r_R_^_^BH_k^v 3*/! VSL

_ií____2m

JANKIKO — 1957 19

Page 20: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

u__I '"-¦¦ _h_

AUGUSTO SEVEROAUGUSTO

Severo de Albuquerque Maranhão íolum dos pioneiros da navegação aérea. Na histo-ria da aeronáutica brasileira, seu nome figura,

indelèvelmente, ao lado de Santos Dumont, Julio Césarde Sousa e Bartolomeu de Gusmão. Pertenceu a umafamilia ilustre, heróica, cheia de tradições. Nascido noRio Grande do Norte, a 11 de Janeiro de 1864, fez osestudos preparatórios na terra natal, vindo depois parao Rio de janeiro, a fim de cursar a Escola Politécnica.Deixando o curso no terceiro ano, voltou a Natal, ondefoi professor do Ginásio local.

Proclamada a República, foi eleito deputado estadual e, depois, deputadofederal. Mas, o seu cérebro estava cheio de idéias de aeronáutica. Desde menino,tinha êle a preocupação do espaço. Ao rebentar a revolta da Armada, no Go-v.rno do marechal Floriano Peixoto, apresentaram ao presidente a idéia decombater os revoltosos com um tipo de balão ideado por Augusto Severo. Opresidente, depois de ouvir um técnico, mandou construir o aeróstato, a quederam o nome de "Bartolomeu de Gusmão". Mas, ao se erguer do solo, o apa-relho foi prejudicado com a queda da barquinha. Isso, a 14 de fevereiro de 1894.

** *

O insucesso, entretanto, não desanimou Augusto Severo. Em 1901, quandoSantos Dumont encheu o mundo de admiração, fazendo a volta da Torre Eiffel,Augusto Severo, deputado pelo Rio Grande do Norte, conseguiu da Câmara umalei concedendo ao grande brasileiro um prêmio de 125 mil francos. Embarcando,pouco depois, para a França, Severo levava o projeto de construção de umdirigível; o "PAX". A notícia despertou em Paris o maior interesse e sensação.Suas idéias foram debatidas e todos esperavam o dia da ascensão.

Augusto Severo marcou a data de 12 de maio de 1902. Pela manhã, o grandebalão foi retirado do galpão, no Parque de Vaugirad. Ao lado do mecânico Sachet,o ilustre brasileiro toma lugar na barquinha. As 5 horas e vinte minutos, foidado o grito de "larga". O balão subiu mansamente, fazendo evoluções circulares sobre o local. Todos acompanhavam emocionados os detalhes do feito.O "PAX" elevava-se cada vez mais. Subitamente, um estrondo a 400 metros dealtura, e o aparelho incendiava-se. Os destroços foram cair na avenida do Maine.O corpo do aeronauta foi encontrado numa calçada dessa avenida e seu me-cânico, um pouco adiante.

Assim terminou a vida desse homem ousado o ilustre, cujo nome há deser sempre lembrado na história da aeronáutica. Êle lançou a semente de tunanova concepção técnica para a conquista do espaço, a qual foi, mais tarde, apro-veitada pelo general Nobile. Espirito predestinado, o glorioso brasileiro morreuvitimado pelo seu sonho.

AMÉRICO PALHA

20 O TICO-TICO

Page 21: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

AVENTURAS DE ZÉ MACACO

O casal Macaco foi fazer um pi- ... do mundo (depois de Cabo Frio...).«.uenlque em Pula-pula, a mais lin- A "mesa" era farta e apetitosa, mas, an-da praia... . tes...

... apetecia um belo banho nas águas Findo o banho, lá se foram eles,do profundo mar azul. antegozando o belo almoço.,.

IP-"mm Tl&w] ^T" hS&SS L

vflL%AA ) AXlPw" >> ^** QqA ' PS V J^

¦^A)/èA>A>7\ nk? -^xftMas... Que era aquilo? Alguém A "boia" ? Lá ia ela, carregada pe-esvasiara a mesa I Onde estava a Ias formigas, as afamadas saúvas de"boia" Pula-pula ! !

JANEIRO — 1057 21

Page 22: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

(Continuação do número passado)

CAPÍTULO X

NO momento em que a Rainha das Fadas castigava a prin-

cesa Maravilhosa, a fada Lumiana andava passeando porum planeta muito distante da Terra. Mas as fadas têm artesmágicas extraordinárias; soube logo do que acontecera à suaafilhada e, tomando o seu carro puxado por colibris, dirigiu-separa a Estrela Azul que, como se sabe, é o Reino das Fadas.

Chegando ali, Lumiana procurou a Rainha das Fadas, paraver se obtinha que o castigo de Maravilhosa fosse menor.

A fada Severa recebeu Lumiana com bondade; mas quan-do ouviu a súplica, a sua fisionomia tomou um ar grave. Entre-tanto, Lumiana insistiu, observando que a Rainha, mãe de Ma-ravilhosa, era a verdadeira culpada.

Ela não soubera educar a princesa e esta, sendo sempreadulada e festejada, acabara por se tornar má.

Essas observações eram razoáveis; mas a fada Severa de-clarou que era preciso dar um exemplo e acabar com as malda-des de Maravilhosa.

— A princesa — acrescentou — já tem idade de compre-ender o bem e o mal. Devia evitar causar desgostos aos outros.O seu procedimento não tem desculpa; ademais, não posso lheperdoar ter faltado com o respeito à mãe. Quanto a esta, setambém é culpada, já teve castigo bastante vendo-se privadada filha.

E, dizendo isto, a fada Severa ia retirar-se da sala, quan-do surgiu a fada Gramineta, implorando também. Graminetaobservou à Rainha, que o castigo de Maravilhosa ia causar amorte do pajem Sem Malícia, que era um rapaz bom e dedi-

22 JANEIRO — 1957

Page 23: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

¦/ffÊ m^

O TICO-TICO 23

Page 24: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

cado. Não era justo que uma criatura bôa fosse igualmentecastigada.

A Rainha das Fadas, ouvindo isso, ficou pensativa e per-guntou:

Não se pode fazer com que êle esqueça essa princesaque sempre o maltratou tanto ?

Não — respondeu Gramineta. — Meu afilhado temum coração de ouro; é incapaz de esquecer aqueles aquem estima.

E' pena... — Murmurou a Rainha das Fadas.Depois, disse:

Está bom, ouçam: consinto no perdão pedido, mascom três condições. Como vocês sabem, há três grandes servi-ços a prestar à humanidade:

1.° — Destruir o monstro marinho que devasta a cidadede prata.

2.° — Conquistar o Diamante Verde, que cura todas asfebres, e que está em poder de nossa terrível inimiga, a fadaNebulosina, nas profundezas do Reino da Noite.

3.° — (o mais difícil de todos). Vencer o temeroso anãoKunchú-Kunlú-Kunfú, soberano do Mar dos Gelos.

Se o seu afilhado se sentir com coragem para tentar, poramor da princesa, essas terríveis aventuras, e se tiver a feli-cidade de as levar a cabo... então veremos...

A Rainha das Fadas, refletiu um instante, e continuouassim:

A cada vitória de Sem Malícia a princesa Maravilhosapassará por uma transformação, aproximando-se de sua anti-ga forma.

E' tudo quanto posso conceder — concluiu.As fadas Lumiana e Gramineta ajoelharam-se,agradecen-

do. Mas via-se bem que nem uma, nem outra, estava comple-tamente satisfeita.

Mas — murmurou Lumiana, timidamente, — a prince-sa nunca voltará à sua beleza antiga ?

24 O TICO-TICO

Page 25: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

y

%*\/. ,

y /CvVil Wyj

Pode ser — disse Severo— mas porá isso será precisoque o pajem faça um sacrifíciotão grande que é quasi impôs-sível !

Afinal — murmurou Gra-mineía, o meu pobre afilhado,que sempre foi bom/é que vai so-frer por todos.

Notem, porém — disseQinda a Rainha — que em cada /ap-fuma de suas transformações es- ^___r_tara sujeita a todos os perigos esofrimentos da sua situação. E'preciso que ela sofra muito parase acostumar a ter piedade pelosinfelizes. Cabe às fadas velarPor eles, porque no meio de todas essas provações, eu não res-Pondo pela vida da princesa, nem do pajem, que deverá corrergrandes perigos para salvar a sua irmã de leite. Enfim, se aocabo de tudo isso a primeira ação de Maravilhosa não provarque ela está totalmente emendada, voltará ao estado de mons-tro no fundo do mar e, dessa vez, para sempre.

CAPÍTULO XI

Mal tinham passado duas horas após a desgraça aconte-cida à Princesa, quando os colibris, que puxavam o carro dafada Lumiana, entraram no quarto onde a Rainha, mãe de Ma-•"avilhosa, chorava amargamente.

Todo o palácio estava em confusão. Todos os fidalgoschoravam, os guardas soltavam suspiros lamentosos. Os mi-nistros estavam preocupados por vêr o trono sem herdeira.

Lumiana, entrando, julgou acalmar todos os espíritos comostas palavras:

Só o pajem Sem Malícia pôde salvar a Princesa.Mandem chamá-lo imediatamente.

JANEIRO — 1057 25

Page 26: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

Aí, então, a Rainha, ao ouvir estas palavras, começou aarrancar os cabelos e toda a corte desatou em pranto !

Que foi ? Que aconteceu ? Onde está o pajem? — per-guntou a fada, admirada.

Afinal, depois de muitas hesitações, a Rainha confessou aLumiana que Sem Malícia fugira do palácio, para não ser en-carcerado em um calabouço. E ninguém sabia para onde êle ti-nha ido. A fada ficou muito zangada e disse:

Talvez tenham perdido, com uma tolice, a única espe-rança de salvar a Princesa. Só o pajem poderia fazer melho-rar a sorte da infeliz e agora não é provável que esteja dispôs-to a prestar serviço a uma Rainha tão ingrata.

Quem sabe ? Talvez oferecendo-lhe muito dinheiro ...— falou a Rainha.

Esta frase ainda enraiveceu mais a fada.Pois sim! E' deste modo que Vossa Majestade pensa ?

Então arranje-se como quiser, e adeus !E saiu sem voltar a cabeça, deixando a Rainha mais de-

sesperada do que nunca.Então, o primeiro ministro, o ilustre Borbotão, lembrou que

o pajem, tendo fugido havia duas horas apenas, não podia es-tar muito longe. A Rainha ordenou logo que os seus homensdarmas partissem imediatamente para todos os lados, com or-dem de trazer o pajem Sem Malícia, por bem ou por mal.

Estavam as coisas neste pé. Lumiana, ao sair do palácio,foi conferenciar com a fada Gramineta, do lado de fora, quan-do apareceu, voando, um papagaio que o pajem, uma vez, sal-vara das mãos da Princesa.

O inteligente pássaro havia visto Sem Malícia lutando nafloresta com os lobos, e vinha ao palácio buscar o socorro deum grande cão, que também estimava muito o valente rapaz.

As fadas fizeram com que o papagaio falasse e êste con-tou-lhes tudo. Gramineta não perdeu nem um minuto; tocouos ratinhos brancos que puxavam o seu carro e, com a rapidezde um relâmpago, chegou ao lugar em que os lobos se encarni-cavam contra o pajem. (Continua)

26 O TICO-TTCO

Page 27: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

Lüis^a

AVIA uma vez um principe que trazia em constante angústia ospais. pois mostrava-se triste e descontente com tudo que o ro-deava. A maior parte do tempo, êle passava em absoluta iner-cia e raramente sorria. Um dia, então, seu abatimento foi tãogrande que a mie perguntou, preocupada:

— Que tens, meu filho ?Desejas alguma coisa que não tens coragem de pedir ?

Sim, desejo uma coisa, porém nenhum de vocês a pode dar.Oh ! E por que nâo ? Dize: de que se trata ?

E eis aqui do que se tratava: uma tarde, o jovem,- muito pesaroso e triste, foi até o terraço do paláciopara observar o pôr do sol... Nuvens grossas ocupavam quase todo o céu, formando um cenário de ex-traordinária beleza...O principe contemplava enlevado o ocaso, quando, de repente, soltou uma exclamação, ao mesmo

kmpo que se inclinou sobre o parapeito, em perigo de cair...iA ao longe, no horizonte, por efeito de um jogo de sombras e íulgores, as nuvens tinham formado

um fantástico castelo, e diante daquele quadro magnífico, o principe tinha murmurado:Aquele seria o lugar onde eu encontraria a verdadeira felicidade!

Ao eclipsar-se o sol e apagar-se todos os seus raios, o castelo, envolto em sombras, tinha perdido suafascinação, porém o principe conservou na retina aquele espetáculo maravilhoso, e desde aquele instanten*° desejou outra coisa senão penetrar no misterioso castelo de nuvens.

Ao ouvir a narração do filho, depois de um momento de consternação e assombro, seus pais, com"w sorriso de condescendência, exclamaram:

Não é mais do que isso ? Está bem; se desejas um castelo, aqui no reino há tantos que nio tensoutra coisa a fazer a não ser escolher o que mais te agrade.

JANEIRO — 1957 27

Page 28: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

Sim, mas como aquele que vi, nunca !Em nosso reino os há tão formosos que quando *m

os vires esquecerás imediatamente o outro...E os senhores que habitavam, os castelos dos arre-

dores do reino foram desalojados por algum tempo, afim de que o principe pudesse escolher com liberdadeaquele que preferisse. E os nobres senhores nâo tiveramoutro remédio senão inclinar-se diante da vontade dopríncipe, que, acompanhado do seu séquito, formadopor cortesãos e homens dc armas, se apressou a seguirem busca da felicidade, que não tinha encontrado aolado dos pais.

Galopava e galopava, e quando via desenhar-se nocume de alguma colina as torres de um castelo, o prfnct-pe o contemplava por um momento e depois, sacudindoa cabeça, murmurava:

Não, não, não é este o que procuro!E continuava a busca.Algumas vezes, no entanto, parecia que Sua Alteza

tinha encontrado aquilo que sonhava, e então, seguidode todo seu séquito, atravessava a ponte levadiça e pe-netrava nos solitários salões... E seus cortesãos Ímpio-visavam distrações, tais como: canto, danças, etc., parareanimar o jovem e fazer com que aquele ambiente setornasse agradável. No "melhor da festa", porém, o semblante do príncipe se anuviava e tudo que se fi-zera tinha sido vão.

Ponhamo-nos em marcha ! Não é este o castelo que eu quero tE assim, um a um, foram visitados todos os castelos do reino, até que o príncipe, tornou de novo ao

palácio dos pais, mais desanimado e triste do que quando sairá.O rei e a rainha, estavam extremamente desconsolados com a atitude do filho, mas, em dado mo-

mento, o rei teve uma Inspiração:r- Oh! Como náo me ocorreu Isto antes ? Farei .construir um castelo como o que êle deseja !

Foram então, chamados os melhores arqulte-tos, porém ante cada projeto de construção o prin-cipe sacudia sempre a cabeça, deixando desconcer-tados todos os que o rodeavam.

— Meu filho, — propôs finalmente a rainha— escolhe tu mesmo o projeto e depois, durante aconstrução, sempre se poderá fazer algumas motíi-ficações...

Imediatamente se deu começo à obra e, de trêsem três dias, o principe, dentro de uma berlindatirada por oito cavalos, se dirigia ao seu posto deobservações para vêr os trabalhos.

Nem bem começavam os muros a erguer-se àaltura de um metro, já o jovem ordenava desfazertudo.

'•¦'•.. ,\ _, -<--¦¦"' ' 1 \ v-©V^^^

pjf

Os operários, que tinham trabalhado com fer-W_. vor, deixavam cair os braços_ desanimados, porque

^J toda vez que o príncipe aparecia era mister desfa-^ '¦''' zt-r Ioda a obra. Dessa forma, não houve outro rc-

„ »-•' médio senão abandonar a idéia, e o rei e a rainha,desesperados, recorreram ao Grande Sábio da corte.

O Grande Sábio interrogou os astros, porémestes nâo lhe deram a menor esperança de satisfazer o principe.

ENQUANTO isto, o jovem só ansiava pela hora do ocaso e se,

graças a uma estranha combinação de sombras e de luzes'""\ a, visão do castelo aparecia, êle, com os braços estendidos, excla-

J^ ^ _P _ ,m< mava como um alucinado:% » im^F íSj^— _ Quero ir até lá! Quero ir até lá!

—3» ÍVyr-» ' -J»__' Não comia, náo bebta e recusava tudo quanto se lhe oferecia.— Ir até lá, meu filho ? Nem mesmo o cõche das fadas se

atreveria a fazer tal viagem !Um dia, porém, apresentou-se no palácio real um homenzi-

nho preto como o plxe. que propôs a arriscar-se a levar o principeonde éle desejava, na garupa de um cavalo alado que êle possuía.

O rei e a rainha, a principio vacilaram, mas em seguida,aceitaram a oferta, porque o príncipe se achava tão contentecom essa perspectiva, que decidiu esperar um ocaso favorável,em que o castelo se apresentasse em todo seu esplendor no dis-tante horizonte.

E quando chegou êsse dia, o homenzinho negro apareceuno seu cavalo alado, que era mais negro do que êle. e convidou o príncipe a subir, montando por sua vez

° ^o me^o^lLte o cavalo abriu sua. possanfs asas e partiu como uma flecha . E o Jovem nem

«quer se lembrou de se despedir do, pais. pois se sentiu como que hipnotizada Que cores e que^tlexoslMas. à medida que as horas se passavam e que o «lado corcel ae aproximava de sua meta a hwU»visão se transformava*, as luzes radlosas que o envolviam mudavam para um cinza espesso que Unha qual-quer coisa de sinistro...

Faz um pouco de frio I - exclamou o príncipe tendo um estremecimento.Isto não é nada !... —

respondeu o homenzinho com umsorriso sardònico. E no mesmoinstante uma rajada de vento.fortíssima, dobrou uma das asasdo cavalo. E o grande castelo,que já estava próximo, agitou-secomo se estivesse a dançar.

Que está acontecendo ? —Indagou o Jovem, cujos dentesbatiam uns contra os outros, defrio e espanto.

Nada de extraordinário! Sãonuvens de tempestade I

,©'A *-~4* a

____F

/ . © ©j ¦

. .i.i ¦ ii wi mi r ' riririrri

Tradução de __^__.M. M. EME (j&êSj)-^m*m'*ma*m* ,****¦******* »»*** m*+i*m**mii ¦ ***** V^JPÇ """© ,+¦.-&

h^témmVÍ-JttA^-r^3l__" M H

28I

0 fO-TlCO 29

Page 29: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

/—¦"" ^__É___^^ ____p 'X" __¦ ^___

cQ^___,,V> '

E onde está o castelo ?E' aquilo que estais vendo, Alteza.

Entretanto, o que o príncipe via era nada em comparação ao que sentiu naquele momento Presas devertigem, cavalo e cavaleiros começaram a revolutear vertiginosamente em melo de relâmpagos que se su-cediam sem interrupção, enquanto o vento parecia gritar-lhes estranhas palavras.Voltemos, por piedade, voltemos IIsso nâo era coisa fácil, porque parecia que os elementos desencadeados nio queriam soltar sua prê-sa.;. Passaram, assim, longas horas, que ao príncipe pareceram séculos. Finalmente, no meio da sombrasda noite, o principe foi depositado no palácio real, e quando o Jovem tornou a si, o homem e o cavaloalado haviam desaparecido.

HPODOS os serviçais do palácio correram em auxilio de Sua Alteza.* Quando o Jovem se sentiu refeito do susto por que passara, deu um profundo suspiro e exclamou'Oh I Mamãe querida ! Oh I papai adorado ! Minha casa ! — e olhava para tudo com o semblan-te transfigurado. — Por que não compreendi que só aqui está a verdadeira felicidade ?E enquanto os soberanos o contemplavam comovidos, o Jovem continuava sorrindo cheio de encan-

tamehto, como se daquele momento em diante passasse a ter uma nova vida. E realmente renascia, de.pois de tão amarga prova, vitorioso para sempre do desgosto que tanto lhe amargara a vida, e, por suavez, sentia-se capaz de compreender todos os seus deveres de filho e apreciar o bem que a sorte lheoferecia.

Convenceste-te, meu filho — disse-lhe o pai — de que o que desejavas era uma coisa impossível ?Sim, papai — respondeu o principe envergonhado. — Agora compreendo que fui um louco ao que-

rer um castelo como aquele que vira nas nuvens. Fui tão tolo 1 Quanto tempo perdi! E não _í> eu perditempo, como todos os demais que trabalharam penosamente para mim. Quantos projetos que represen-tavam horas e mais horas de trabalho eu desfiz, por capricho. Sou muito culpado, reconheço, mas desejo,de hoje em diante, recompensar a todos que trabalharam para satisfazer os meus caprichos.

E o principe repartiu generosos bens entre os que o serviam, e que tanto sofreram por sua causa. Pas-sou a ser um rapaz tão ajuizado que, quando subiu ao trono,, seus súditos o chamaram o "Rei Prudente".

30 O TICO-TICO

Page 30: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

FEITIÇO CONTRA FEITICEIRO?^:S:-S$8!?á__S______í^'S-5íí^^^^

e~y ^W^-*-^_. "^~^v^_^^PÍÍÍ7_)

^~**"1 \^ PareP*"'

¦r_iIt ¦&¦: ____i> Jr

»*-. ? ^ 5iÈS__

_______ff rLà' ••***Í*-K

^**i;****«-**u_^-^*-*-~ ., .s>^&Çtti&Ammf^^^mWr

_, tofâ&í&ÈMwal*^*9**

Até mesmo portrás das grades,Pururuca era umsujeito brincalhão.Vivia a pregar pe-ças no guarda LulúPoquetrefe, queera seu amigo deinfância.

Aquele dia, ZéPururuca fez umaarmadilha, espe-rando dar um sustono guarda.

Mas... o feiti-ço virou contra ofeiticeiro. QuandoPoquetrefe entrou,empurrou a portae ... Io se foi JucáPururuca de ca-trambias, coisacom que não con-tava.

E foi Lulú Po-quetrefe que deurisadas, às custasdo brincalhão ...

wytQyÈjfB wíbfsr

év\ I wÉÈʧ >;wV___»*____ B*9SRjjk 1 mmtm*$s •í--^WLAmammím*mm ICfl

$fcr°\ J S&imi6ffi$PÈ

JANEIRO — 1957 31

Page 31: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

_____m___m__*___\ I

I I

BOTBIIPINTURA

32 O TICO-TICO

Page 32: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

HENRIQUE BERNADELLI nasceu em 1858, no Chile. Tempos depois

veio para o Brasil onde se naturalizou brasileiro em 1878.Pouco tempo depois, resolvendo estudar na Europa, para lá partiu, contando comseus próprios recursos. Escolheu Roma para centro de seu aprendizado.

Desde então sua existência foi pontilhada de glórias, cujos pontos aí estão,

para orgulho da pintura do Brasil.Yoltou em 1886 com muitos trabalhos, revelando uma arte um tanto revolucio-

nária, para a época. Sua técnica já era de verdadeiro mestre.Entretanto, não logrou ser bem compreendido, logo de início, pois se afasta-

va dos moldes acadêmicos, exibindo ousadias que até então não eram co-nhecidas.

Nessa sua primeira exposição estariam "Tarantela" e "Mater", duas obras fa-

mosas hoje em dia.Trabalhador infatigável, Henrique Bemadelli teve uma larga trajetória ar-

tística.Viveu, com seu irmão, Rodolfo, na mesma casa,

trabalhando no mesmo afetier, e envelhece-ram como velhos celibatários, casadosArte.

Em 6 de Abril de 1936 faleceu,com 78 anos legando à pátriaadotiva uma obra de inestimávelvalor.

_-<_____p!

/2m§JANEIRO — 1957 33

Page 33: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

PALAVRAS CRUZADAS

y^~^ r^T**^AA ç~yyÍZlA—wr\J-

CHAVES:

Horizontais: — li Batárquio — 4: Não é certa — 5: Nos cemitérios e nas escolas — 8: Nota'musical — 9: Cheiro.

Verticais: — 1: Na carta — 2: Anéis — 3: Escova — 6: Para jogar — 7: Flor (invertida).(Solução no próximo número).

mLy ***4 B wkmwmm tym **á W

*mma\ m \

psSol NÃO FALHAFAZ DOS FRACOS FORTES. INFALÍVEL NOSCASOS DE ESGOTAMENTO:

ANEMIADEBILIDADE NERVOSA — IN.SÔNIAFALTA DE APETITE

E OUTROS SINTOMAS DE FRAQUEZA ORGA-NICA DE CRIANÇAS E ADULTOS.

34 JANEIRO — 1957

Page 34: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

.5jHTlGAMBmfl

JX44ÍMija.a\

rv URANTE uma boa parte daU Idade Média os campone-

ses, na França, consideravam sa-crilégio matar um rato, porqueconstava entre eles que um dês-ses roedores estivera presente en-

tre as primeiras criaturas que foram ao presépio adorar o Me-nino Jesus.

Era costume, ainda, poucos dias depois do Natal, celebra-rem os camponeses a "festa dos ratos", durante a qual coloca-vam nos celeiros guloseimas e comida para esses repelentesanimais.

Apesar do terror que eles inspiravam, e dos prejuízos quecausavam, a sua presença era suportada, e isso continuou atéque a origem dessa celebração foi, afinal, esclarecida. Naque-lesles tempos, poucas pessoas sabendo lêr, a História Sagradaera contada pelos padres e se transmitia verbalmente no seiodas famílias. Ora, numa dessas narrativas fazia-se referênciaa um rato (que se escreve em francês rat e se pronuncia ra) quese viera prosternar,« emBelém, diante do Deus Me-nino, mas esse rato, ou ra,não era um roedor, e sim orei Gaspar, que viera daEtiópia, país onde os sobe-ranos têm o título de Ras,palavra que tem a mesmapronúncia de rato, emfrancês: ra.

. .A partir desse momento,esclarecida a confusão queaté então perdurara, osmamíferos roedores foramdestruídos sem contempla-ção. Por sua vez a "festados ratos", que se apoiavanum verdadeiro trocadi-lho, caiu em desuso.

--v. v £x ____$ .1

^7ok_5r®S?__iZiív^N.__i_vín__.vj __P^^T )ysL \ffiJt?~V^'_^^ tmm^T^T^ -_.

O TICO-TICO

Page 35: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

sr^%rÉRICO PALHA

-ASÃO SEBASTI Ã O

São Sebastião,cidadão romanoe militar, é umdos maiores san-tos nos anais dafé católica. Erachefe do exerci-

to romano, que honrou com sua le-aldade e fidelidade a Cristo. Ho-mem bom, era valoroso e devotado,professando a religião de Jesus,antes mesmo de ingressar na car-reira das armas. Sem desobedecera seus chefes superiores, entregava

1 sua alma ao serviço de Deus. Não1 se arreceava de penetrar nas pri-I soes onde eram encarcerados os

cristãos, para consolá-los: conver-teu muitos soldados e carcereiros,empolgados pela sua palavra ar-dente e cheia de fé. Fora-lhe conce-dida a suprema graça do milagre,e o simples sinal da cruz feito porsua mão curava doentes de malestidos com incuráveis, fazia falar

(mudos,

devolvia, a luz aos cegos.Assim procedeu até o dia em queao imperador foi levada a denun-cia de que Sebastião era fiel cris-tão. Diocleciano tinha predileçãopelo valente soldado, mas assimmesmo mandou prendê-lo e inter-rogá-lo, ao que o Santo respondeuque estava pronto a cumprir seudever de soldado, mas que de for-ma alguma iria adorar idolos.

Em vista disto foi atado a umacoluna, e serviu de alvo a uma tur-

ma de atiradores, que o deixaramdesfalecido e ensangüentado. Emseguida é recolhido por uma pie-dosa viúva, que ao lhe querer darsepultura, verifica estar Sebastiãoainda vivo. Trata-o carinhosamen-te, e logo o santo recupera a saúde.Não obedecendo aos conselhos deseus irmãos cristão, que desejamescondê-lo, pôe-se a caminho, en-contrando o imperador que comuma comitiva se dirigia a um tem-pio. O soberano ao depará-lo assus-ta-se, julgando ser um fantasma.

Sebastião, porém, dirigiu-lhe apalavra, fazendo uma pregação,procurando convencê-lo a se con-verter para a verdadeira religião.

O imperador, indignando-se comas palavras, manda arrastar o san-to a um anfiteatro, onde o matama pauladas, jogando fora o corpoque foi recolhido por cristãos, queprocuraram inumá-lo para, maistarde, ser visitado e venerado co-mo vem sendo desde o dia de suagloriosa morte.

Não se sabe ao certo porq,u.\ SãoSebastião é tido como advogadocontra a peste. Em Roma, por oca-sião de uma epidemia que assoloua capital dos romanos, o seu nomefoi invocado, ganhando crédito no-tável; é patrono também dos ai-faiates militares, armeiros, nego-dantes de ferragens e outros mis-teres inherentes.

36 O TICO-TICO

Page 36: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

/^ Ni *( ÓLEO DE OVO ^^Jv

Marca Registrada V

Cabelos, sedosos I! |e ondulados I

II

^=*UP.190í- fJtPWH^^ _.....aa«.*B--B*BW--*»*fe»B»«,1 DIPLOMA DE HONRA ^^B**1Êt^^^^^m***mm^iÍ€J!* EXPOSIÇÃO DO CtWTCMMIQj^íS ^^^ ^^"tfcw

,., '-—7^|| Exija o legítimo de ^-k

TO LEGÍTIMO'% CARLOS BARBOSA \

Jffilcr&b. LEITE que traz o nome /

IIÍ \ 7CARL0S BARBOSA LEITE?^Í| \W^ ATE ÇrtlO.OO.^JI

- BBBÊ^BBmmmmmmmmmm

Page 37: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

CONCURSON.o 355

R e u n"8" os6 pedaços queestão no qua-dro ao lado eforme com elesa silhueta deum passarinho.

Envie, coladaem folha debloco, à nossaRedação, ende-rèço abaixo,com seu nomee endereço.

A soluçãoaparece emMarço.

_p£\^¦a ii H

ti_»5-_as_T"*'**gssw»«ft.ttMi_B»Bsciaaffia_^

AOS CONCORRENTES

EM nossas notas sobre os "Nossos Concursos",

explicamos sempre: ss soluções devem virEM FOLHA DE BLOCO. Mas muitos leitoresinsistem, nâo sabemos porque, em mandar osconcursos soltos no envelope, mal colados, semos seus endereços completos.

Isto, é lógico, fas com «ue tais soluções niosejam apuradas. Aquelas que vêm às nossasmios com demonstrações evidentes de descaso,desleixo, pressa ou preguiça. NAO SAO LEVA-DAS EM CONTA, para o sorteio.

Cada solução é um atestado do capricho, dobom rosto, da personalidade do concorrente. De-mais a mais, precisamos saber o endereço decada concorrente • sua solução deve vir COLA-DA ou ESCRITA em folha de papel, com oNOME e ENDEREÇO COMPLETOS de quemnos manda.

r.,*_nr*__.< .tf rtvr,ffit. ntrrr . ._ ..' ."wm. t*""" ,¦ ¦r.wFi_*irr,1.

REVISTA INFANTIL MENSALFundada «m 1905

UMA PUBLICAÇÃO OA S.A. "O MALHO"

•ditara d* TIQUINHO","CIKANDINHA" • "PINGUINHO"

DIRETOR:

A.NTOSK1 A. DE SOUZA E SILVA

R*__çà_; Riu Senado. Dantas, 15 - i.m andar.TeMone: K-H75 — RIO.

NfMF.RO AVTLSO: CRI 5.00AMINATURA! CRS M,_>

(IS número* sob registro postal)

38 O TICO-TICO

Page 38: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

QIIAIM-0 IM. HONRAFORAM SORTEADOS PARA SAIR NO QUADRO DE HONRA, ESTE MÊS.

— RAIMUNDO NONATO DOSREIS — Curitiba — Paraná.

r- MÁRCIA REGINA S O E I R OPASSOS — Petropolis — E. Rio.

— HENRIQUE DEL MONTE — Pie-dade — Rio — D. F.

— TEÓFILO MACEDO DA SILVASantos — Sào Paulo.

— ROBERTA CORDEIRO — Nite-roi. — E. do Rio.

— DIRCE M. DE PAULA SOARESPorto Alegre — R. G. do Sul.

-- IRINEU SILVEIRA PACHECOQuarai — R. G. do Sul.

—. ADELELMO PINHEIRO PIRESBagé — R. G. do Sul.

— SILVANA MONTANHA — Bar-ra do Piraí — E. do Rio._-•

10 — OROZIMBO P. TELES — Salva-dor — Bahia.

11 — RITA MARIA DOMENICO —São Paulo — S. Paulo

12 — SÔNIA CARVALHEDO — SãoGonçalo — E. do Rio.

13 — EUR1PEDES D. SANTANA —Grajaú — Rio — D. F.

14 — PAULO ROBERTO BONELL —Recite —Pernambuco.

15 — OSÓRIO BENVIDES D'ÁVILA —Canta galo — E. do Rio.ÁLVARO RODRIGUES PAZ —Tijuca — Rio — D. F.

- HILDA MARIA MORENO —

16

HILDAGrajaú ¦

MARIA- D. F.

18 — MENANDRO ALVARES LOPES— Vitória — Espirito Santo.

19 — SUELI MENEZES DOS PRAZE-RES — S. José dos Campos —São Paulo.

20 — WILSON CASTANHO — Serri-nha — Bahia.

OS nomes que aparecem no Quadro de Honra são de concorrentes sor-

teados entre os que acertaram os 2 últimos concursos.

UM PASSEIO NO JARDIM solução exat*do concursoZOOLÓGICO

A QUI está a solução do passa-¦f\ tempo da página central daedição passada; sendo o homem umanimal, racional, como vocês sabem,estava incluido entre os que figu-ravam no quadro. Havia ali 16 cria-turas humanas (animais racionais).

Logo a seguir, os mais numerososeram os macacos, em número de 15.

JANEIRO — 1D57 39

Page 39: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

ALGUMAS NOÇÕES ÚTEIS RaymundoSOBRE OS MINERAIS Galvão

0 CHÜMWPOUCOS metais encontram, nos diferentes ramos da ativi-*• dade humana, tantas e tão variadas aplicações como ochumbo.

Conhecido pelos antigos egípcios, seu nome é, também,citado em vários trechos do Antigo Testamento. Os romanosempregaram-no, igualmente, na canalização de água paraa velha Roma.

Combinado com o enxofre, sob a forma de sulfato ou "ga-

lena", tal é a forma como se encontra mais difundido na na-tureza, muito embora exista, ainda, sob a forma de sulfatou,carbonatos, etc.

Os países mais ricos em reservas plumbíferas são os Es-tados Unidos, Alemanha e Espanha, este último, até bem pou-co tempo, o maior pro-dutor.

A galena brasileira é,toda ela, de natureza ar-gentífera, isto é, dá em re-cuperação, em cada tone-lada de chumbo refinado,de dois a dois e meio qui-los de prata.

O chumbo ostentauma côr gris azulada combrilho metálico vivo, quando é recentemente cortado. Essebrilho logo desaparece, porém, ao contato com o ar.

E' muito brando, maleavel e pouco tenaz, características J40 O TICO-TICO

Page 40: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

que o tornam muito procurado na indústria como nas artes.E' usado na fabricação de canos para canalizar água,no revestimento de cabos elétricos, na indústria bélica e naconfecção de placas para acumuladores.

A água, em si, não o ataca, devido à presença de sulfatose carbonatos de cálcio e magnésio, que detêm sua oxidação.Todavia, quando a água de uma cidade é muito pura, seu em-prego pode ocasionar intoxicação plúmbica.

Os recipientes culinários, por outro lado, nãodevem ser revestidos de estanho, que contém chumbo.

O chumbo encontra largo emprego na pro-teção dos tubos de Raios X e substâncias radioa-tivas, sem o qual as radiações causariam umnúmero elevado de vítimas.

Um de seus sais de múltiplas utilidades(o hidrocarbonato) é o conhecidíssimo "ai-

vaiade", cujo poder refringente lhe emprestaa faculdade de "cobrir muitas outras cores".É, assim, muito utilizado pelos pintores.

O papel mais destacado do chumbo, po-rém, está no concurso que empresta à impren-sa, servindo quer para alimentar as cal-deiras das linotipos, quer para prepararas matrizes das gigantescas rotativas.

O chumbo tem grande aplicação naindustria dos vitrais, que sem êle nãoexistiria. ii III 19 '4tlJMás®.

JANEIRO — 1957 41

Page 41: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

O LAVADOR DE VIDROSFOI DESCENDO.—n^—nr ~

ü _. L___=J CAÍA A"^Afa)

42 O TICO-TICO

*

Page 42: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

^_l_ $>"®S3pi

__^^^ <•¦*¦*_ ^V ^*%^^__ __^*"^^^*"^^_B lücv ^^-W ^^—-¦ ^^^^* «""^^ _" _i^_ _______ y' ^v^_ ^* ^ '-T*r\1 i i ^liv fi i

43JANEIRO — 1957

Page 43: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

*S_.' "*" XAf I f^w. Af___nrSmWÈ •_> ___ / i^&BBmr

^^^^^^^mmmmsmmmma-jn~^* ^.^^mm^mm^x_%___mw ™-~^,^^^-'--™«^PC-™™__^Z!5SB_BiL_—, .

TERRA ! Sim, é terra que st vê no horizonte ! — grito a marujada. Grita e pula.

De alegria. E, de seu posto de observação, sorri Vasco da Gama. Arrostara tem-pestodes. Calmaria*. Fome. Sêdt. Até motins. Mas vencera !

Enquanto se iam aproximando da terra vista, o grande varão recordava o que ti-nha sido sua viagem: um turbilhão de aventuras !

Aos 3 de julho de 1497 deixara Portugal. O próprio Rei o saudara antes da partida.A viagem fora dura. Só para atravessar o Cabo das Tormentas, levara 3 dias. Trêsdias de lutas contra os elementos. Mas chegara. Aquelas terras, êle sabia, eram terrasdas índias !

E a nau vai chegando mais e mais à terra avistada. Esta terra é Mocambo. Logoatingirá Melinde. E depois Calicute '. — terra abençoada, onde o grande marinheiroserá reverenciado até mesmo pelo rei.

Calicute ! nome que simboliza o pendão da vitorio, do vitória por ter descoberto,para o reino de Portugal, o caminho marítimo para as índias.

Daí em diante, o nome de Vasco da Gama será famoso e cantado por todos os poe-tas, e oté mesmo por um que se chamou Luis de Camões !

Page 44: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

AMALAACABOUVENCENDOMESMO...

«- ¦ *- ¦¦in., -. ¦.- .1. g

1 11 ~^'v **5*frJANEIRO — 1957

SÁBIA ?Escólio é um comen-

tário para esclarecerum autor clássico.

*O inseto que não tem

asas chama-se áptero.

Há insetos que che-gam ao estado adultodepois de meia hora donascimento.

Após a abdicação doprimeiro imperador, oshomens que ficaramexercendo a Regênciado Brasil foram: o mar-quês de Caravelas, obrigadeiro Francisco deLima e Silva e Nico-lau Pereira de -CamposVergueiro.

•Pereira da Silva, da

Academia Brasileira deLetras, morto por umcolapso cardíaco em1944, chamava-se An-tonio Joaquim Pereirada Silva.

O livro "A cabanado pai Thomaz" dcMadame Beecher Sto-wer foi publicado cm185"1.

E' delicadeza, na Chi-na, tirar os óculos paracumprimentar os ami-gos.

Bernardin de Saint-Pierre escreveu "Pau-lo e Virgínia" aos 81anos.

•O fonógrafo foi in-

ventado por Edison,em 1877.

*Kioto, cidade do Japão,tem cerca de 1.000 tem-pios dedicados a Buda.

Os gansos sao pro-priedade da Coroa, emtodo o território bri-tânico.

45

Page 45: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

O M O L E I R

vv^m,

O povoado era dos menores e dos mais pobres, mas seushabitantes se consideravam felizes, porque viviam no

temor de Deus, acatando os preceitos da santa religião, não jse queixando nunca da vida que levavam, embora cheia de jtrabalhos e com algumas privações.

Esse povoado tinha apenas vinte casas e, nos arredores,um moinho.

O dono desse moinho, o tio Roque, era o mais rico do po-voado. No Moinho sempre havia trigo para moer, seu e dos

outros, e diziam queêle tinha uma burracheia de moedas deouro No entanto, o

io Roque tinha umdefeito: não era cari-doso. Podiam todos

<^_morrer de fome no

povoado, que êle não

yâava um punhado defarinha para fazerum pão . .

Por isso vivia isola-do de todos, com suamulher, tão avarenta

nto êle.s habitantes do

povoado o respeita-porém não o

O TICO-TICO

Page 46: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

queriam para a-migo por sabê-loinsensível a qual-quer miséria.

Por sua vez otio Roque costu-mava dizer quetodos eram unsvadios e que seeram pobres, issodeviam à pregui-ça e ao desperdí-cio do dinheiroque ganhavam.

Isto era umagrande injustiça, pois todos, tanto homens como mulheres, tra-balhavam de sol a sol e até poderia dizer-se que de lua a lua,porque muitas noites realizavam tarefas para ganhar umpouco mais.

As mulheres fiavam e teciam o pano para suas roupas ede seus filhos.

Ao se aproximar o dia de Reis, Pedro, o torneiro, propôsa seus amigos:

— Já que não podemos dar bons presentes aos nossos fi-lhos, faremos uma grande torta e come-la-emos reunidos todosna noite de Reis, e beberemos vinho de cidra que suavisará nos-gargantas para melhor cantar em honra a Jesus.

Todos aprovaram a idéia de Pedro, e começaram a reunira farinha necessária.

Infelizmente, não conseguiram muita farinha.*Então dis-seram:

JANEIRO — 1957 47

Page 47: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

— Vams pedir o que falta ao tio Roque.E lá se foram ao moinho, onde o moleiro os recebeu de má

cara, dizendo que se não podiam comer torta de Reis, que co-messem palha, que era muito saborosa.

Muito desconcertados, desceram todos com as mãos vazias.Mas Rosália, a mulher do torneiro, disse ao marido::

— Não te pre-ocupes. Deus nos

ajudará e have-rá um pedaço detorta para cada

um, embora não

muito grande.E, cheia de fé

e esperança na

bondade divina,

começou a fazer

a massa, tendo

já misturado a farinha de que dispunha com ovos, i

açúcar, leite e mel.

E como por um milagre a massa for creácen-

do, crescendo . . .

Fez Rosália a torta e colocou-a no forno

maior que havia no povoado. Passado algum tem-

po, quando* a retirou do forno, estava dourada eapetitosa. *£:^C3^CI>

48 o TICO-TICO

\\Jm< ntek

Page 48: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

À noite, quando se reuniram, no meio da alegria geral,comeram a torta, que chegou para todos e até para os quequiseram repetir a dose.

Enquanto isto, no moinho, também a mulher de Roque ti-nha querido fazer uma torta de Reis, com a melhor farinha detrigo que possuia. Por mais que juntasse, porém, os ingre-dientes, estes não se misturavam, ficando cada um para seulado. Pediu ajuda a Roque, mas, por mais que fizesse, não con-seguiram unir a farinha.

Nem a farinha, nem a manteiga e o açúcar se uniam.Tiveram que desistir da tarefa. E enquanto os pobres

habitantes do povoado festejavam, satisfeitos, a noite de Reis,o moleiro, com os punhos cerrados de raiva, ficou sem comertorta, junto com a mulher, no moinho silencioso e escuro,onde não entrava a graça de Deus.

JANEIRO — 1957 49

Page 49: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

preo-preo.VOU AV/SAR O PESSOAL QüE. J] \AZEITONA, AMANHÃ FAÇO*)AMANHÃ £'0 DIA DO MEU ANOS. VA' PREPARANDO )^~^-^!^f^^ ^S S£U PR£S^jÍj

"RECO, AMANHÃ COMPLETO AIAIS^ I VAMOS DAR DE PRESENTE AO)

UM ANO OE VIDA . NÂO SE ES- 6ÒLÃ0, UMA DAS COISAS QUE )QUEÇA DO SEU PRESENTE^J £i£ MAIS DESEJA ' -AAA—^

OBA / AQUI ESTA' O PRESENTE^ I OH/ UMA CABELE/RA POST/CA/ )*•—k-^-DA TURMA fr-—¦ '— <-v—* -ir--—-—7—f '-^

50 O TICO-TICO

Page 50: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

AS PAGINAS DO

jS*H

s?a*

são um verdadeiro e utilíssimo breviário

para as donas de casa, ensinando coisasnovas, aconselhando, orientando e su-

gerindo sempre o mais belo e melhor.

NENHUMAdona de casa deixa de apreciaro querido anuário feminino.

*_ ^^^^^PREÇO 30 CRUZEIROS

*

Pedido pelo Reembolso Postal àS. A. "O MALHO"

R. Senador Dantas 15-5.° and. — Rio

JANEIRO — 1957 51

Page 51: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

PARA VOCÊ BRINCAR^

•r-^mr ^——^ C_Z>¦_a^^> *_». TrtlH^ «¦¦*• <___a»

¦<•.'' "*^: ^L7 ' .^> _-

A.

/U4i cr. Vf*? MODELO

r.QUI está o faquir Firin-

finfin. Para brincarcom êle, cola-se a página em

cartolina, recortando o quadro A e a tira B.Faz-se em X um corte com canivete e nele se introduz

a serpente, como se vê no modelo.Depois, é só movimentar a mão para um fado e outro

e a serpente obedecerá ao faquir.

52 O TICO-TICO

Page 52: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

rX-/\ MICA

BAUXITA } y V />v

53JANEIRO — 1957

Page 53: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

11^111*»^^

frof/lny Õ^&msA

BAUXITA(Ilustração na página anterior)

A STE mineral, de composição muito variável, é um hidrato deT4 alumínio e ferro. Apresenta-se em grãos ou massas.•*—• E' extraído principalmente como minério de alumínio e oBrasil dispõe de riquíssimas jazidas de bauxíta, cuja exploraçãoestá em começo, ocupando já, no entanto, o 10.° lugar na produçãomundial.

Nossos maiores depósitos de bauxita são encontrados nos Es-tados de:

1 — Minas Gerais'— (As jazidas do planalto de Poços de Cal-das estão avaliadas em cerca de 120 milhões de toneladas. Hámuita bauxita também nos municípios de Nova Lima e Ouro Preto).

2— Espírito Santo— Pará— Maranhão.

MICAAS

nucas são notáveis pela grande facilidade que apresentamem se dividirem em lâminas ou palhetas muito finas e fie-xíveis. A mica existe em grande número de rochas cristalinas

e é um dos três elementos fundamentais na formação do granito.A principal qualidade explorada é a moscovita, ou mica branca,vulgarmente denominada malacacheta.

No Brasil, que ocupa o 1.° lugar na produção mundial de mica,os Estados que se destacam são:

— Minas Gerais. (A mica extraída das jazidas de municípiode Conselheiro Pena é considerada a de melhor e mais alta qua-lidade do mundo).

— Rio Grande do Norte— Goiás— Bahia.

(Continua)

O TICO-TICO

Page 54: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

AVENTURASAa-,

ou i _nry>' (CONCLUSÃODA 4L« CAPA)DE CH==" <_|l l '-.'.JK.

Çhiquinho achou que o amigo tinha"_zão e ficou preocupado... — E' mes-"no... Se der laranja azeda, vai ser o dia-ho ! Mas que é que vou fazer ?

No dia seguinte, quando Çhiquinho foi vercomo ia passando a sua laranjeira, teve uma sur-presa. — Que foi isso ? ! — perguntou. — Fui euque botei água com açúcar... — disse Benjamim...

— Pois é ! E vieram as formigas, sêo aso-negra, e me comeram as folhas todas !Espera aí que tu me pagas ! E Benjamim ainda está correndo ...

Page 55: Imemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1957_02054.pdf · que é o século em que vivemos ... êle acordou em-sobressalto pois no galinheiro havia uma enorme ... Cise não! E' o o galo

—-r_35C_x AVENTURAS li

Entusiasmado com a campanha de educação florestal, Chiquinho decidiu também plantaruma árvore. E, como é louco por uma boa laranja, foi uma laranjeira que escolheu para plantarno seu quintal.

— Daqui a algum tempo — pensava, e pensando até sorria de contentamento — terei bo-nitas laranjas para saborear, colhidas na "minha" laranjeira ! Que be-le-za !

——"-__-_-¦_-_____-_¦__¦--»-_-—¦ i i i __________^_-_-^-^-^____-___---S mm^mmam—*—mbÊ——mÊ—m—*——^——mm—m——^^——^m———m—mm—mmmm—^——^

Quando estava no melhor da obra dereflorestamento do quintal, apareceu o ami-go Benjamim, e Chiquinho lhe deu as expli-cações necessárias, procurando...

... animá-lo também. — Tem que ser laranjadoce * — disse Benjamim. — Plantar laranjeiraé perigoso per isto: se sai laranja azeda, sêocompadre, é um azar ! As suas vão ser doces ?

(Continua na 3.* capa)

G.AF1CA PIMENTA DE MELLO S. A.

I