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I

2º Ciclo em Gestão Desportiva

Organização de Eventos Desportivos – UEFA Futsal Cup Finals 2015

Relatório de Estágio Profissionalizante no Departamento de Futsal do Sporting

Clube de Portugal

Porto

Relatório de Estágio apresentado com vista à obtenção de grau de Mestre

(Decreto-Lei nº 74/2006, de 24 de Março) em Ciências do Desporto – Área de

especialização em Gestão Desportiva

Orientador de Estágio: Dr. Miguel Albuquerque

Supervisor: Professor Doutor José Pedro Sarmento de Rebocho Lopes

Autora: Rita Joana Dias Pereira

Porto, Setembro de 2015

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II

PEREIRA, R. (2015). Organização de Eventos Desportivos - UEFA FUTSAL

CUP FINALS 2015. Lisboa: R. Pereira. Relatório de estágio profissionalizante

para obtenção de grau de Mestre em Gestão Desportiva, apresentado na

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Palavras-chave: UEFA FUTSAL CUP 2015, EVENTO DESPORTIVO,

GESTÃO DESPORTIVA, FUTSAL, OPERAÇÕES ORGANIZATIVAS.

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III

Para os meus pais, Paula e José.

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V

Agradecimentos

Ao Professor Dr. Pedro Sarmento, pela disponibilidade e prontidão

concedidas na supervisão do meu estágio.

Ao Dr. Miguel Albuquerque, Diretor do Departamento de Futsal do

Sporting Clube de Portugal e orientador do estágio profissionalizante, a

oportunidade concedida e a forma integradora com que fui recebida na

instituição.

Aos meus pais, que me elevam diariamente para o sucesso, dando

incondicional apoio, encorajamento e dedicação, ao longo das barreiras que

vou transpondo durante a vida.

Ao Rapahel, que partilhou as minhas conquistas com o mesmo

entusiasmo e alegria, por renovar as minhas forças, diariamente, até à meta.

À equipa técnica do futsal sénior do Sporting, aos seccionistas e

colaboradores do departamento, em especial ao Tiago Galhano, ao David

Braga, ao José Almeida, ao Sr. Fernando Cunha, ao Sr. Manuel Luís Lopes e

ao Sr. Francisco Barroqueiro, a partilha do vosso saber, a hospitalidade e a

gentileza diárias.

À Inês Caetano, à Rita Matos, ao João Botas e à Rosa Duarte, o

exemplo de profissionalismo e a integração que me proporcionaram.

Aos muitos profissionais, hoje colegas e amigos, com quem privei

durante o trajeto no Sporting.

A todos, muito obrigada!

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VII

Índice geral

Agradecimentos ....................................................................................................................... V

Índice de figuras ...................................................................................................................... XI

Índice de quadros ................................................................................................................. XIII

Índice de anexos .................................................................................................................... XV

Resumo................................................................................................................................... XVII

Abstract .................................................................................................................................... XIX

Abreviaturas e siglas ........................................................................................................... XXI

Introdução .............................................................................................................................. XXII

CAPÍTULO I - Enquadramento da prática profissional ................................................. 1

1. O desporto: desenvolvimento e mudança. ................................................................. 2

1.1. O evento desportivo no enquadramento das tendências contemporâneas

da gestão desportiva ....................................................................................... 6

1.2. As tipologias de eventos .......................................................................... 8

1.3. Etapas ou fases de um evento ............................................................... 10

1.4. A importância do Dossiê de Candidatura nos eventos ........................... 12

1.5. As operações de um evento desportivo ................................................. 13

1.6. As operações organizativas ................................................................... 14

1.6.1. Os transportes ................................................................................. 14

1.6.2. A alimentação .................................................................................. 15

1.6.3. O alojamento .................................................................................... 15

1.6.4. A acreditação ................................................................................... 15

1.6.5. Os equipamentos desportivos .......................................................... 16

1.6.6. A competição ................................................................................... 16

1.6.7. A segurança ..................................................................................... 17

1.6.8. A assistência médica ....................................................................... 17

1.6.9. A hospitalidade ................................................................................ 18

1.6.10. O protocolo .................................................................................... 19

1.6.11. O voluntariado ................................................................................ 19

1.6.12. A gestão de recursos humanos ..................................................... 20

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VIII

2. O Futsal como evento desportivo ................................................................................ 21

2.1. Breve história do Futsal ......................................................................... 22

2.2. O Futsal na atualidade ........................................................................... 23

3. Perfil e competências do gestor desportivo .............................................................. 27

CAPÍTULO II - A realização da prática profissional .................................................... 33

1. Conceção ............................................................................................................................ 34

1.1. Caracterização da entidade hospedeira ................................................. 36

1.1.1. O departamento de Futsal ............................................................... 38

1.2. Competências funcionais atribuídas e definição do plano de ação ........ 43

1.3. Problemas em estudo nas áreas de desempenho definidas. ................. 43

1.4. A metodologia de apresentação dos dados e do relatório ..................... 44

2. Atividades desenvolvidas durante o estágio profissionalizante ......................... 46

2.1. Tarefas correntes ................................................................................... 46

2.2. Divulgação ............................................................................................. 48

2.2.1. Divulgação EB.1 Maria Lamas - Odivelas ........................................ 48

2.2.2. Divulgação EB. 2,3 Moinhos da Arroja – Odivelas ........................... 49

2.2.3. Divulgação Escola Secundária da Ramada – Odivelas ................... 49

2.2.4. Divulgação Escola Secundária Pedro Alexandrino – Póvoa de Santo

Adrião......................................................................................................... 50

2.3. UEFA FUTSAL CUP .............................................................................. 51

2.3.1. A candidatura ................................................................................... 51

2.3.2. Descrição geral do evento ............................................................... 54

2.3.3. Organização geral ............................................................................ 55

2.4. Apresentação de dados da prática ......................................................... 60

2.4.1. As operações organizativas do evento ............................................ 60

2.4.1.1. Os transportes ........................................................................................................ 61

2.4.1.2. A alimentação ......................................................................................................... 63

2.4.1.3. O alojamento ........................................................................................................... 65

2.4.1.4. A acreditação .......................................................................................................... 66

2.4.1.5. Os equipamentos desportivos ........................................................................... 68

2.4.1.6. A competição ........................................................................................................... 71

2.4.1.7. A segurança ............................................................................................................. 77

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IX

2.4.1.8. A assistência médica ............................................................................................ 78

2.4.1.9. A hospitalidade ....................................................................................................... 79

2.4.1.10. O Protocolo ............................................................................................................ 80

2.4.1.11. O voluntariado ...................................................................................................... 82

2.4.1.12. Gestão de recursos humanos.......................................................................... 83

2.4.1.13. Media ....................................................................................................................... 83

2.4.1.14. Marketing e Bilhética .......................................................................................... 84

2.4.1.15. Gestão de Concessões ..................................................................................... 87

2.4.1.16. Controlo Antidoping ............................................................................................ 87

2.5. Resultados e próxima edição ................................................................. 89

2.6. Atividades de formação frequentadas .................................................... 91

2.7. Avaliação e controlo do trabalho desenvolvido ...................................... 94

Síntese reflexiva ..................................................................................................................... 96

Bibliografia ............................................................................................................................. 101

Webgrafia ............................................................................................................................... 104

ANEXOS ................................................................................................................................. 105

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X

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XI

Índice de figuras

Figura 1 – A imagem de marca de um evento 7

Figura 2 – Campanhas de divulgação 7

Figura 3 – Etapas de um evento 12

Figura 4 – Campanhas de divulgação no Desporto Escolar 25

Figura 5 – Competências e dimensões do evento 28

Figura 6 – Congresso Football Talks 2015 91

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XIII

Índice de quadros

Quadro 1 – Plano estratégico de Futsal 26

Quadro 2 – Carga horária do estágio 35

Quadro 3 – Tarefas realizadas durante o estágio 46

Quadro 4 – Formulário de candidatura à UEFA Futsal Cup 51

Quadro 5 – Itinerários UEFA Futsal Cup 2015 62

Quadro 6 – Sistema de acreditação do evento 66

Quadro 7 – Acreditação por áreas 68

Quadro 8 – Calendarização da próxima edição 90

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XV

Índice de anexos

Anexo I – Constituição do Conselho Leonino do SCP I

Anexo II – Funções dos Órgãos Sociais II

Anexo III – Departamento de Futsal do SCP III

Anexo IV – “Diário de bordo” IV

Anexo V – Campanha de divulgação na EB.1 Maria Lamas V

Anexo VI – Campanha de divulgação na EB. 2,3 Moinhos da Arroja VI

Anexo VII – Campanha de divulgação na Escola Secundária da

Ramada VII

Anexo VIII – Campanha de divulgação na Escola Secundária Pedro

Alexandrino VIII

Anexo IX – Business Model Canvas: UEFA Futsal Cup Finals 2015 IX

Anexo X – Diagnóstico estratégico: Análise SWOT UEFA Futsal Cup

Finals 2015 X

Anexo XI – Elemento da frota automóvel atribuído XI

Anexo XII – Mapa de voos XII

Anexo XIII – Calendarização das refeições das equipas XIII

Anexo XIV – Ementa dos atletas durante a competição XIV

Anexo XV – Centro de acreditação XV

Anexo XVI – Sistema de acreditação XVI

Anexo XVII – Instalação Desportiva: Meo Arena XVII

Anexo XVIII – Calendário de treinos UEFA Futsal Cup 2015 XVIII

Anexo XIX – Kits de jogo XIX

Secretário

José Almeida

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XVI

Anexo XX – Equipas da competição XXI

Anexo XXI – Fanzone XXII

Anexo XXII – Convite UEFA Futsal Cup aos ex-dirigentes XXIII

Anexo XXIII – Relação de voluntários participantes no torneio XXIV

Anexo XXIV – Bilhética XXV

Anexo XXV – Publicidade XXVI

Anexo XXVI – Exemplo Activity Plan XXVII

Anexo XXVII – Listagem de contactos LOC e UEFA XXVIII

Anexo XXVIII – Carta emitida pelo Presidente da UEFA Michel Platini XXIX

Anexo XXIX – Ficha Press da Jornada 25 XXX

Anexo XXX – Fotografia UEFA e LOC UEFA Futsal Cup Finals 2015 XXXI

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XVII

Resumo

Este relatório de estágio profissionalizante, realizado no Departamento

de Futsal do Sporting Clube de Portugal, centra-se na organização do evento

internacional UEFA Futsal Cup 2015, que decorreu em Lisboa, entre os dias

24 e 26 de Abril, e relata a minha participação na estrutura organizativa desse

acontecimento.

Ao longo do relatório são identificados e analisados os processos de

aprendizagem, como participante e/ou observadora, que contribuíram para a

aquisição e reforço de competências pessoais na área da gestão desportiva.

Dentro de um quadro concetual que relaciona as operações implícitas na

gestão de um evento com as competências desejáveis no perfil de um gestor,

procedo à análise crítica do meu desempenho profissional e da multiplicidade

de aspetos a observar para o sucesso de uma competição.

Em suma, o futsal como modalidade em grande crescimento e a

expansão da área da gestão de eventos permitem afirmar da necessidade de

formação específica de gestores de desporto. Estes profissionais, numa

perspetiva contemporânea, devem ser eficazes na criação desportiva, nas

múltiplas operações que envolve, na satisfação dos consumidores finais e na

ligação entre todas as partes.

Palavras-chave: UEFA FUTSAL CUP 2015, EVENTO DESPORTIVO,

GESTÃO DESPORTIVA, FUTSAL, OPERAÇÕES ORGANIZATIVAS.

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XIX

Abstract

This report of professional training, done at the Futsal Department of

Sporting Clube de Portugal, focus itself on the organization of the international

event UEFA Futsal Cup 2015, which took place in Lisbon, from 24th to 26th

April, and reports my participation at the organizing structure of that event.

Throughout this report, the learning processes are identified and

analyzed as a participant and/or an observer, which have contributed to the

acquisition and reinforcement of my personal skills in the area of sports

management.

Within a conceptual framework that relates the implicit operations at an

event management with the desirable skills at a manager profile, I’ll make a

critical analysis of my professional performance and of the various aspects that

lead to the success of a competition.

All in all, futsal as a growing sport and the expansion of events

management state the need to the specific qualification as a sports manager.

These professionals, in a contemporary perspective, should be effective in

sports development, in the multiple tasks it involves, in the final consumers

satisfaction and in the connection between all parts.

Keywords: UEFA FUTSAL CUP 2015, SPORTS EVENT, SPORTS

MANAGEMENT, FUTSAL, ORGANIZATIONAL OPERATIONS.

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XXI

Abreviaturas e siglas

CCE Centro de Congressos do Estoril

CML Câmara Municipal de Lisboa

DCLO Doping Control Liaison Officer

DVD Digital Versatile Disc

FADEUP Faculdade Desporto Universidade do Porto

FCB Futebol Clube de Barcelona

FIFPro Fédération Internationale des Associations de Footballeurs Professionnels

FPF Federação Portuguesa de Futebol

FPF Federação Portuguesa de Futebol

GD Gestão Desportiva

GOA Grupo Organizado de Adeptos

LOC Local Organizing Committee

RLO Referee Liaison Officer

RTP Radiotelevisão Portuguesa

s.d. sem data

SCP Sporting Clube de Portugal

SLO Supporters Liaison Officer

SWOT Strengths, Weakness, Opportunities, Threats

TLO Team Liaison Officer

TSF Telefonia Sem Fios

UEFA Union of European Football Associations

VIP Very Important Person

VVIP Very Very Important Person

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XXIII

Introdução

Nas sociedades atuais a única certeza é a de permanente mudança e,

associada a ela, o desígnio humano de constante adaptação. Se até há alguns

anos atrás essa mudança decorria com ritmos muito diferenciados, variando de

hemisfério para hemisfério e dos centros para as periferias, hoje, apesar das

variantes, tende a tornar-se à escala global.

Apesar de o conceito de globalização ser associado preferencialmente à

economia, tema tão atual nos estudos sociais e humanos, não deve ancorar-se

exclusivamente nessas dimensões. Os avanços dos meios de informação e

comunicação e as vantagens daí resultantes amplificaram a intensidade, a

rapidez, e as relações entre as pessoas. O tempo e o espaço deixaram de ser

barreiras e assumiram novas conceções.

A informação e o volume de dados crescem exponencialmente em todas

as áreas. O conhecimento democratizou-se e as redes sociais criaram e

aumentaram novas formas de comunicar em tempo real.

Aprender já não se resume à tradicional / apropriação de conhecimentos

escolares rígidos ou à sabedoria livresca. As novas competências para o

século XXI anunciam cidadãos com capacidade de adaptação, criativos e

empreendedores. Homens e mulheres capazes de redirecionar os

conhecimentos, com espírito crítico, competentes para acederem

autonomamente à informação, independentemente da fonte e dos processos

de codificação.

O âmbito e o significado da aprendizagem transformaram-se. O saber é

hoje entendido numa perspetiva de competência, num saber fazer que implica

a prática, a produção, o fabrico de um objeto de conhecimento e este torna-se

uma construção.

Nos dias que correm, o desporto tornou-se num fenómeno quotidiano e

tema de debate entre académicos que se interessam pelos aspetos que o

envolvem. Independentemente da modalidade ou do posicionamento do

indivíduo face ao desporto, como praticante ou mero consumidor de eventos

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XXIV

desportivos, é consensual considerar que tudo está num processo de

transformação.

O negócio, a educação para a saúde, as tecnologias, os costumes, a

qualidade de vida são as tendências que influenciam o desporto na atualidade.

Como se pode inferir, os operadores que gravitam em torno do evento

desportivo adaptaram-no às exigências sociais contemporâneas. A qualidade

dos recursos humanos, as técnicas de gestão, os recursos financeiros e

materiais, o envolvimento social e o marketing são os elementos da construção

de um produto desportivo concreto, direcionado, contextualizado e sustentável.

É baseado nestes pressupostos que assento o meu relatório de estágio.

Para levar a cabo esta tarefa organizei o trabalho em moldes que me

permitissem não só descrever as tarefas e atividades, mas também refletir

sobre as novas aprendizagens.

No primeiro capítulo faço uma abordagem conceptual aos temas

centrais que nortearam a minha atividade prática. Apresento o evento

desportivo como uma realidade complexa, de várias tipologias, onde se cruzam

operadores e interesses; explano sobre as partes de um evento e apresento

um quadro concetual analítico sobre as esferas da minha intervenção na

organização da UEFA FUTSAL CUP 2015, que decorreu em Lisboa nos dias

24 e 26 de abril.

O crescimento do futsal como modalidade, que se expressa não só com

o aumento do número de praticantes federados mas, também, através de um

aumento de audiências e espectadores consumidores, é uma evidência a que

dou relevo.

Destacando a importância do futsal na atualidade, que recorre a planos

estratégicos e a avultados investimentos, realço a necessidade da criação de

um perfil de gestão capacitado para realizar eventos de grande projeção

nacional e internacional com sucesso expectável.

Baseado nas premissas de Manfredi (1998) e Arroia (2014) defini um

referencial de competências que serviu de grelha de interpretação e análise do

meu trabalho. Esse referencial divide as competências centrais de um gestor

nas áreas técnicas, de cidadania e comportamentais. E estas, por sua vez,

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XXV

desdobram-se em competências específicas ou indicadores de eficácia que

avaliam o desempenho.

No segundo capítulo descrevo a realização da minha prática. Começo

por caracterizar, em traços gerais, a instituição que me acolheu fazendo

referência à história, aos recursos físicos, humanos e logísticos.

Em consonância com as competências funcionais que me foram

atribuídas, enuncio o plano de ação previsto para este estágio. Esse plano

multifacetado resultou num trabalho de apoio administrativo, na realização de

atividades de divulgação do clube e de promoção da modalidade, com alunos

de escolas da região de Lisboa, e, finalmente, na inclusão na equipa

organizativa da UEFA Futsal Cup 2015. Esta última vertente será a parte

central do relatório. Recorrendo a uma descrição detalhada, apresento dados

que enquadram a prática em diversas operações de gestão. Estabelecendo

uma relação entre as atividades desenvolvidas, quer como observadora, quer

como participante, e o quadro de competências do referencial descrito, procedo

a uma análise crítica do meu desempenho e do sucesso da competição em que

participei.

Por fim, concluo, sobre as experiências e aprendizagens realizadas

durante as diferentes fases; apresento a minha perspetiva sobre o

desenvolvimento do futsal como modalidade de impacto mediático, de

envolvimento social e económico; reflito sobre a gestão desportiva como um

campo de trabalho emergente requerendo competências, visão e saber,

adaptados à pós-modernidade e à velocidade de construção e reconstrução do

progresso social e humano no novo milénio.

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CAPÍTULO I

Enquadramento da prática profissional

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1. O desporto: desenvolvimento e mudança.

As sociedades pós-modernas têm vindo a caracterizar-se por uma

profunda alteração civilizacional e, concomitantemente, a forma como o

homem se posiciona no conjunto das relações sociais.

O conceito de estrutura social e ação humana transformaram-se nas

últimas décadas num novo modelo civilizacional pautado pela globalização e

pela descentração das competências humanas, que obriga a repensar as

prioridades em novas perspetivas, numa vertente crítica, baseada numa

estrutura em rede que altera a importância do local e do individual.

O impacto dos media e das tecnologias de comunicação abriu novos

horizontes que representam, por certo, um avanço na compreensão da

mudança social contemporânea, apelidada por Castelle (apud Giddens, 2013)

de “economia de rede”, em que se exige reflexividade (Giddens, 2013),

fazendo emergir uma política social caracterizada pelo risco (Beck, 1995).

Segundo este autor, um dos aspetos importantes da sociedade do risco é que

os perigos, de natureza social e ecológica (as guerras, a poluição, o

terrorismo) não conhecem fronteiras nem obstáculos incapazes de ser

ultrapassados. Esta teoria do cosmopolitismo entende por globalização o facto

de vivermos, cada vez mais, num “único mundo, na medida em que os

indivíduos, os grupos e as nações estão a tornar-se cada vez mais

interdependentes” (Giddens, 2000 e 2013).

Falar de globalização implica forçosamente falarmos, não só de

aspetos sociais e económicos, mas na génese de um pensamento que não

compreende fronteiras, religiões, políticas, nem negócios per se.

A globalização contemporânea ocorre através da conjugação e

priorização de fatores de natureza política social, cultural e económica. Neste

contexto, tomam posição prioritária a emergência das tecnologias de

informação e comunicação, o fluxo da informação e o ressurgir de um capital

humano capaz de se adaptar às novas condições e prospetavas, nas quais o

conhecimento e a criatividade são vetores fundamentais.

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4

Os modelos políticos e sociológicos gerados durante o século XX já não

são apropriados para enfrentar os novos desafios que a globalização criou.

Reafirmar uma nova perspetiva social e individual, neste mundo em mudança,

prevê-se ser um dos maiores desafios do século XXI (Giddens, 2013).

O desporto, tal como quaisquer outras manifestações humanas, é

um fenómeno transversal, e desenvolve-se em todos os contextos sociais,

independentemente das formas que assuma. É um processo social, que

comporta desenvolvimento e mudança, portanto, confronta-se com os

processos de globalização atrás descritos. Deste modo, a visão que se vai

construindo da atividade desportiva, nas vertentes de recreação, de incremento

da saúde, do amadorismo / profissionalismo, é cada vez mais entendida como

um fator de promoção do esforço pessoal e coletivo, representativo da

capacidade humana de provocar transformação.

Quanto ao desporto, enquanto espetáculo, este tornou-se uma forma de

linguagem, que deve ter em consideração objetivos e propósitos comuns,

entendidos por todos como promotores de boas práticas, de forma global. A

transformação social operada é, principalmente, representada pela

democraticidade do acesso às práticas desportivas e ao seu consumo,

enquanto espetáculo e, ainda, na ligação / união entre povos, políticas e

religiões.

A globalização, neste particular é um agente de mutação no código de

conduta, unindo povos e pessoas, libertando-as de estigmas diferenciadores. O

desporto pode ser um agente construtivo na globalidade civilizacional,

proclamando uma sociedade mais justa, criativa e igualitária.

Se o progresso da humanidade é um processo complexo, na busca do

desenvolvimento social, também no desporto, a procura da mudança se

defronta com múltiplas variáveis correlacionadas entre si. As aspirações dos

consumidores, bem como a superação dos seus praticantes exigem, aos

promotores e líderes institucionais, renovadas políticas de desenvolvimento de

modo a adaptarem-se às várias componentes de mudança e a um

desenvolvimento sustentável e global.

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Os pressupostos apresentados por Paz (1977) e Pires (2007) –

fatores do desenvolvimento desportivo – alertam-nos para o facto de que a

mera articulação desses fatores não são por si próprios, geradores de novas

políticas. A construção do futuro, com vista à mudança, requer uma cuidada

organização e mapeamento desses fatores. Para tal, é necessário

compreender a sua variabilidade, aleatoriedade e interação, no espaço, no

tempo e, ainda entre intervenientes, não esquecendo os indicadores com que

se realizam e monitorizam as operações.

Os operadores de mudança no Desporto, tal como são identificados em

Lição de Síntese1 (Sarmento, 2010), são catalisadores de qualquer projeto de

desenvolvimento desportivo, sendo partes, que numa articulação sem

hierarquias darão forma a um todo: os recursos humanos, os recursos

materiais, os meios financeiros, as técnicas de gestão, as ferramentas

operacionais e os valores éticos dos intervenientes.

Nesta lógica, o desporto tal como é concebido, prevê, numa perspetiva

crítica, reelaborar o seu modus operandi e inferir na cultura em mudança, a sua

própria mudança e adaptação, para melhor corresponder à vertente social que

o vocaciona. No entanto, o quadro económico que prevalece cria um

ascendente do mercado sobre os princípios desportivos.

E é nesta perspetiva que se vem dando cada vez mais importância ao

desporto como um evento e a sua gestão como estratégia de desenvolvimento

desportivo. Não que a história não os refira como manifestações massivas,

instrumentos de controlo político, religioso, de propaganda, de partilha e de

emoções sociais (os jogos de Olímpia, na Antiguidade, os torneios medievais, o

“protofutebol” na cidade maia de Chichen Itzá (México), os jogos olímpicos da

nova era, são disso exemplos), mas, agora, as condicionantes são outras e as

tendências e operadores que regulam o desporto são diferentes.

1 Lição de Síntese “Gestão das Organizações Desportivas”, elaborada para a obtenção do título

académico de Agregado do 1º grupo de unidades curriculares da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto em 2010.

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1.1. O evento desportivo no enquadramento das tendências

contemporâneas da gestão desportiva

O desporto é uma indústria em expansão e como tal tem denotado um

crescimento que não é alheio às preocupações dos académicos, dos técnicos e

gestores, potenciais agentes nesse campo e matéria.

O conceito de evento desportivo tem ocupado muitas das preocupações

dos estudiosos nas últimas décadas.2

A realização de eventos desportivos tem sido e continua a ser

desenvolvida regularmente. Ela acontece nos torneios de escola, ao nível

associativo, nas autarquias, nas associações e clubes amadores, ou mesmo ao

nível profissional de clubes ou de instituições desportivas de maiores

dimensões, como as Federações e o Comité Olímpico.

A revisão da literatura sobre a temática define genericamente o evento

desportivo como um acontecimento social que valoriza, no quadro da ética

social atual, entre outros aspetos, a diversão, o espetáculo e o prazer de

participar em grandes realizações. Define-se, também, por ser uma produção

na qual o consumidor é transformado no “interveniente essencial em todo o

desenrolar da ação” (Sarmento, 2014, p. 346).

Hoje em dia, e fruto das profundas alterações que o desporto

estrategicamente apresenta, o evento desportivo passou a assumir uma

dimensão planetária e uma participação à escala global. (Sarmento, 2014; Sá,

1999). As pessoas requisitam e consomem serviços de desporto para obterem

benefícios emocionais. O local de um evento desportivo é um “palco” onde

existe um conjunto de soluções e benefícios para os seus intervenientes (Sá,

1999).

A dimensão que as realizações desportivas vêm assumindo, tem sido

acompanhada pela complexidade de meios logísticos para a sua

implementação. Atualmente a participação de áreas como a gestão financeira,

2 Como está traduzido na publicação de “Tendências Contemporâneas da Gestão Desportiva”, obra da

coleção ARETÊ editada por Marco Arraya e Manuel Silva, em 2014, com o apoio do Comité Olímpico de Portugal.

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o marketing, a engenharia de recursos, o direito, a informática são indicadores

que o comprovam.

O desporto é, assim, encarado como um produto específico que, através

de técnicas promocionais o têm valorizado como espetáculo. A realização dos

campeonatos do mundo de futebol, dos Jogos Olímpicos e dos campeonatos

mundiais de atletismo, só foram possíveis estabelecendo a conjugação de

esforços para a realização de um produto final.

A imagem de marca de um evento é um dos factores do sucesso do espectáculo desportivo. Nela

se revêem consumidores, atletas e patrocinadores. A mediatização elevou o UEFA FUTSAL CUP

2015 a uma escala global.

Fig. 1 - A imagem de marca de um evento é um dos fatores do sucesso do espetáculo desportivo.

Nela se revêm consumidores, atletas e patrocinadores. A mediatização elevou o UEFA FUTSAL

CUP 2015 a uma escala global. [Fonte: UEFA.com]

Fig. 2 - As campanhas de divulgação revelam maior eficácia quandos os próprios atletas são

protagonistas nos eventos de marketing. Estratégia e comunicação foram pontos fortes na

realização UEFA FUTSAL CUP 2015. [Foto: Rita Pereira]

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Só desta forma o produto permite estabelecer uma imagem positiva da

organização, levar os patrocinadores a atingirem os seus objetivos, estimular

a venda de bilhetes e recuperar o capital investido (não só financeiro mas

também das expetativas dos seus consumidores).

A realização bem-sucedida do evento conta efetivamente com a

exposição mediática de atletas, modalidades e público e cabe, neste

particular, ao gestor desportivo manter uma relação de fidelidade e qualidade

entre eles. Efetivamente, cabe ao gestor de desporto desenhar e coordenar

eventos que providenciem hospitalidade, espetacularidade e mediatismo.

O evento desportivo de grandes dimensões e projeção é uma indústria

que gera receitas de milhões de euros e tem captado cada vez mais

profissionais e técnicos desportivos. Não é desejável, portanto, que a sua

realização se submeta à tecnocracia e ao mecanicismo das áreas de

desempenho, nem sequer ao amadorismo. Para que o evento desportivo

realize os seus desígnios é necessário contar e recorrer a um tipo de gestão

que se baseie na inovação, na criatividade e no rigor, ou seja, numa estratégia

adaptativa que acompanhe as mudanças introduzidas no seu funcionamento

(Arraya, 2014)

A caracterização de um evento passa, em primeiro lugar, pela sua

dimensão, o que se verifica pela análise do número de intervenientes, pelos

meios de cobertura mediática, os recursos financeiros e de marketing, pela

gestão dos recursos humanos, sempre numa lógica da promoção e

desenvolvimento do desporto.

1.2. As tipologias de eventos

Tal como existem variadíssimos tipos de eventos também existem

formas de os tipificar e classificar.

A mais recente revisão da literatura a que tivemos acesso aborda a

tipologia dos eventos desportivos baseada, genericamente e numa primeira

análise, na sua dimensão. Parece adequada, pois, a proposta avançada por

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Boyer, Musso, Barreau, Collas & Addadl (2007) que estabelece quatro níveis

básicos:

1. Tipo A – compreende eventos de nível planetário / mundial, por isso

de grandes dimensões e envolvências como, por exemplo, os Jogos

Olímpicos e as fases finais mundiais das modalidades mais

mediáticas;

2. Tipo B – compreende eventos de nível nacional, estruturados e com

regularidade, como as taças das diversas modalidades em cada país;

3. Tipo C – compreende eventos de nível nacional de ocorrência

variável mas delineado claramente no tempo;

4. Tipo D – compreende eventos de carácter regular correspondentes a

um jogo de campeonato ou torneio.

A classificação proposta por Sarmento (2010, 2014) adianta uma

classificação igualmente baseada em relações de grandeza, que se traduzem,

também, em quatro categorias:

1. Mega Eventos – a categoria compreende eventos de nível

internacional com uma ocorrência e duração superior a oito dias;

2. Grandes Eventos – a categoria compreende eventos na grandeza de

milhares de atletas e grande audiência de espectadores;

3. Pequenos Eventos – a categoria compreende eventos de nível

internacional e nacional, com menor número de atletas, menor

duração e público mais reduzido;

4. Micro Eventos – a categoria compreende eventos de menor

relevância temporal e espacial, no qual se integram os campeonatos

ou torneios locais ou regionais.

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1.3. Etapas ou fases de um evento

Independentemente das tipologias apresentadas, que se inspiram em

muitos outros autores e pontos de vista (Veloso, 2007), os eventos

caracterizam-se por serem processos dinâmicos que seguem um conjunto de

etapas operacionalizadas no espaço e no tempo. Contam, também, com a

especificidade dos intervenientes, conhecimentos, competências e recursos

que se articulam num todo, com vista ao sucesso da consecução de uma

ideia, de um projeto ou de quaisquer outros atos criativos.

Em termos conceptuais, as diferentes fases do evento não são

estanques nem cumulativas, perfilam-se numa lógica que se baseia em

premissas mais ou menos iguais para todos os teóricos que estudam estas

matérias.

Camy e Robinson (2007) no seu “Managing Olimpic Sport

Organizations” dão a indicação da existência de quatro fases para a

realização de um evento desportivo:

1. Desenho – fase da conceptualização, esquematização e

organização;

2. Desenvolvimento – fase correspondente à preparação do evento;

3. Implementação – realização do evento em si;

4. Dissolução – fase do encerramento do evento.

Sarmento (2014), numa perspetiva aglutinadora, apresenta quatro fases

para o desenvolvimento de um evento desportivo. É um modelo

operacionalizável cuja matriz descreve as fases ou etapas das tarefas, nos

seguintes moldes:

1. Etapa da Ideia – corresponde à fase criativa de um cenário provável

para a resolução de um problema ou consecução de um plano de

intenções e caracteriza-se por estar ainda num plano de abstração,

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hipótese ou prognóstico. Nesta fase releva a experiência tida com

anteriores realizações.

2. Etapa da Conceção – traduz-se no planeamento em si mesmo. Com

base nas ideias levantadas, muitas vezes recorrendo ao

brainstorming, análises SWOT e outras, traça-se esquematicamente

a realização escorando-a nos recursos disponíveis. Nesta fase, a

ideia materializa-se levando em conta os constrangimentos e

obstáculos (clima, atrasos, transportes, acidentes, imponderáveis,

etc…) e indicadores (data, local, duração, orçamentos, parceiros e

apoios). O pragmatismo e a experiência dos responsáveis e

gestores assumem aqui primordial influência.

3. Etapa da Realização – é a fase da operacionalização do que fora

anteriormente concebido. Nesta fase, todos os intervenientes e

meios devem desenvolver as operações pré-estabelecidas,

corrigindo desvios e situações inesperadas. A qualidade da equipa

de realização destas operações revela-se, sabendo que a prevenção

e a correção atempadas de situações indesejáveis e não planeadas,

representam os maiores riscos a levar em conta.

4. Avaliação – em qualquer metodologia de projeto ou de resolução de

problemas, a avaliação é fundamental e parte integrante. É a fase da

listagem das operações, de identificação das boas práticas e do que

não resultou em termos de eficácia. Compreende a autoavaliação,

agregada aos seus intervenientes e uma heteroavaliação da

qualidade dos diversos desempenhos. Daqui resultará, porventura,

relatório escrito que firmará o grau de consecução, sucesso e

satisfação atingidos. Na avaliação poderão, ainda, participar

avaliadores e analistas externos, como a imprensa, que

estabelecerão com independência o alcance dos objetivos

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previamente delineados. Estes dados serão informações prospetivas

para novas realizações e reformulações futuras.

De uma forma geral, a realização do evento desportivo está dependente

de uma fórmula cronológica que se baseia em operações estabelecidas antes,

durante e depois do evento. Cada uma das suas fases precede a outra numa

relação causa / efeito, que a seguir se apresenta sumariamente em conceitos

chave.

Figura 3 – Etapas de um evento

1.4. A importância do Dossiê de Candidatura nos eventos

Nas grandes realizações internacionais a produção de eventos é, em

muitos casos, sujeita a concurso. Neste enquadramento (Sarmento, 2002; Sá,

1999) assume importância fulcral e estratégica o dossiê ou processo de

candidatura. Como nesta tipologia de eventos estão subjacentes critérios

muito apertados e específicos de realização e grandes montantes financeiros,

o seu concurso prevê a apresentação de manuais de candidatura onde se

especificam, exaustivamente, as condições físicas e humanas para a sua

realização. A este nível de orçamentação e agregação de recursos

Competição

Montagens

Fornecedores

Hospitalidade

Bilhética

Segurança

Transportes

Público

Ideia

Recursos

Duração

Data

Local

Avaliação como

referência para o

futuro

Avaliação

informativa para

patrocinadores e

parceiros

PRÉ- EVENTO EVENTO PÓS-EVENTO

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corresponde, regra geral, o levantamento de todas as informações de impacto

sobre o evento.

No plano físico descrevem-se informações como a geografia,

demografia, clima, cultura, história, tradições, etc.

No plano estratégico situam-se as valências relacionadas com a

estrutura organizacional e o estilo funcional adotado, a que deve corresponder

o aval das forças e valências sociais económicas e políticas.

A existência de uma comissão de honra e de uma comissão executiva

deverá corresponder à dimensão e impacto esperado pelo evento e reunir as

mais altas individualidades, tanto na área do desporto como de outras esferas

sociais.

O processo de candidatura deve contemplar de forma clara e precisa as

responsabilidades dos constituintes do organigrama do evento e estabelecer

um plano de comunicação e divulgação em todas as suas fases.

Como referem os autores, é fundamental que o dossiê apresente de

forma iniludível a estrutura financeira que capacita a estimativa dos custos, os

lucros de bilhética, a angariação de patrocínios e apoios de carácter logístico,

transportes, seguros, alimentação, etc.

Este documento de candidatura deve, por isso, ser detalhado, claro e

sustentável, para que decisores e júri possam analisar e decidir sobre a sua

realização. É um caderno de encargos e um compromisso.

1.5. As operações de um evento desportivo

A grelha concetual, atrás estabelecida, está diretamente relacionada

com o número de intervenientes, a qualidade e a duração dos serviços

necessários para realizar com sucesso o evento. A sua complexidade é

determinada, principalmente, por esses dois fatores e é, por isso, previsível que

ela determine o estilo de gestão e operacionalização a adotar.

Esta logística corresponde a um conjunto vasto de operações articuladas

que devem suprir, desde as necessidades básicas e elementares (como a

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produção administrativa de documentos) até às mais complexas (como a

monitorização das necessidades e resultados). Deve também ser reconhecido

que a relação orgânica entre operadores não é estanque e que as soluções

previstas, por cada operação organizacional, pode requerer a combinação e

articulação de um, dois ou mais operadores organizacionais.

As operações indicadas por Sarmento (2014) são propostas de base

para a organização-tipo de um evento desportivo de grandes dimensões.

Depreende-se do modelo orgânico apresentado que se possam contemplar

outras dimensões operativas e que a sua estrutura se adapte não só à tipologia

de evento como, também, aos recursos de que dispõe, ao número de

intervenientes e à duração do evento. As operações organizacionais

constituem, então, os núcleos para a realização de uma tarefa comum, que se

materializa em ações ou atividades claras e funcionais e se organizam numa

perspetiva de rede com o seguinte desenho: o evento é desenvolvido através

de operações que se multiplicam em atividades ou ações mais particulares.

De forma esquemática abordamos, agora, o conceito de operação,

entendido como o conjunto de ações necessárias para desenvolvimento

previsível do evento. Não são, como já referimos, independentes, antes sim

unidades orgânicas que se articulam e reorganizam sempre que o decorrer do

evento o exija, nas suas diversas fases de pré-evento, evento propriamente

dito e pós-evento. Ainda que operem a níveis bem definidos, uma boa parte da

eficácia da sua ação depende da comunicação e articulação entre si.

1.6. As operações organizativas

1.6.1. Os transportes

Para os grandes eventos, o esquema de transportes deve contemplar

uma rede que articule a circulação de atletas, dirigentes e outros agentes. O

circuito implica a gestão dos transportes entre aeroportos, hotéis, local ou

locais onde decorre o evento e outros espaços. Devem implicar a deslocação

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para treinos e outras atividades numa lógica de ida e volta. Pode contemplar,

igualmente, o transporte daqueles agentes para programas sociais e culturais

paralelos. Recorre-se geralmente a empresas profissionais de transporte numa

ligação estreita com os recursos da entidade organizadora.

1.6.2. A alimentação

É uma operação complexa pois contempla o suprimento das

necessidades dos atletas, técnicos, dirigentes convidados e a do público que

assiste ao evento. É, ao mesmo tempo, uma fonte de receitas avultada e uma

operação decisiva para a satisfação dos participantes. O grande volume de

refeições a contemplar requer serviços de catering personalizado e profissional.

Deve entender-se que as necessidades de alimentação de um atleta, um

dirigente, um convidado VIP ou do público, requerem características

alimentares e serviços diferenciados.

1.6.3. O alojamento

O recurso a entidades hoteleiras de média e grande dimensão é

adaptado à realização de eventos. O investimento que implica é, juntamente

com a alimentação, de grande volume e complexidade financeira. O elevado

número de atletas e técnicos que participam, assim como a importância do

evento podem fazer desta operação uma das mais exigentes, uma vez que

interage e depende diretamente de outras operações como, por exemplo, os

transportes.

1.6.4. A acreditação

É um processo de grande exigência, uma vez que lida com a segurança

e a fiabilidade da organização. Concede permissões e proibições de circulação

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de atletas, técnicos e outros intervenientes. O patamar de intervenção de cada

um é determinado e delimitado pela sua competência funcional. Os processos

de identificação e controle da acreditação devem estar sujeitos a regras

restritas, a que corresponde uma monitorização apertada da circulação dos

intervenientes no evento. Jogadores, técnicos, dirigentes, VIP’s, jornalistas,

voluntários, gestores e outros circularão entre espaços de acordo com o

protocolo estabelecido e as funções atribuídas.

Geralmente a acreditação baseia-se na apresentação do identificador

visual, frequentemente conectado a uma base de dados informática que

controla a circulação e permissões. Deve ser o menos invasiva possível e

reconhecida de imediato pelos operadores e colaborantes.

1.6.5. Os equipamentos desportivos

Os equipamentos desportivos assumem grande importância na

organização do evento. A qualidade dos materiais usados, as dimensões, a

iluminação, os balneários, as zonas de acesso e concentração são fatores

determinantes que, habitualmente, estão definidos nos regulamentos que

regem a atividade desportiva. Atualmente, requer-se que possua tecnologia

necessária para os sistemas áudio e vídeo das instalações com recurso à

amplificação do speaker do evento assim como a visualização de imagens. A

transmissão de dados de carácter mediático deve ser igualmente levada em

conta.

1.6.6. A competição

A competição é o centro do evento e obedece a regras estabelecidas

pelas federações e regulamentos que a organizam. O formato e regras devem

ser conhecidos com antecedência pelos participantes.

A organização da competição, num calendário pré-estabelecido, interfere

com o prazer e ansiedade que a mesma provoca, não só nos atletas como no

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público. A gestão que relaciona os resultados com a adesão dos adeptos está

implicitamente relacionada com os promotores mediáticos do evento, com os

media, as agência de publicidade e patrocínios. Durante a competição não

devem existir lacunas de informação, derivações de interpretação das regras e

regulamentos, partindo do princípio de que os atletas e equipas devem ter

acesso à mesma informação.

1.6.7. A segurança

Esta área operacional é aquela em que os indicadores mais têm variado,

dadas as ameaças e riscos que a aglomeração de pessoas acarreta. O elevado

número de intervenientes exige medidas de segurança extraordinárias,

designadamente no que diz respeito aos processos de orientação, controle e

acomodação dos grupos organizados de adeptos (GOA’s) que se desenvolvem

antes, durante e depois do evento. Chegar ao espaço desportivo, instalar-se,

participar e abandonar a instalação desportiva são situações que requerem

medidas de segurança apertadas. Recorre-se por isso à segurança pública

(agentes policiais fardados e agentes descaracterizados) e à segurança

privada. A tendência atual é a diminuição da ostentação policial e o recurso a

stewards e a forças que só se despoletam quando necessárias (unidade

especial de polícia, antiterrorismo, etc.). A colaboração policial internacional é,

por vezes, solicitada quando há deslocação de grande número de GOA’s entre

países. À dimensão do evento devem corresponder as respetivas forças de

segurança, pois esse equilíbrio pode traduzir-se num fator de sucesso.

1.6.8. A assistência médica

A qualidade da assistência médica é um dos critérios operativos que

possibilita retirar indicadores da qualidade e sucesso do grande evento

desportivo. Os riscos, os acidentes e as doenças podem ser entraves a um

bom funcionamento da realização e estão sempre no quadro das preocupações

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dos organizadores. Torna-se, pois, necessário agendar e proporcionar aos

participantes uma assistência de socorro acessível e rápida.

Nas instalações, médicos e técnicos de saúde das equipas

proporcionam esse serviço internamente aos atletas. Os serviços hospitalares

centrais, públicos e privados, os serviços de socorro médico urgente e de

proteção civil devem estar alertados e disponíveis para eventuais ocorrências e

emergências.

1.6.9. A hospitalidade

Esta operação pode traduzir-se num fator importante no estabelecimento

de um ambiente positivo e acolhedor, percetível na avaliação da maioria dos

participantes e está para além do sucesso desportivo. Situa-se a um nível

acima das operações das necessidades imediatas de transporte, hospedagem

e alimentação. Funciona como agente de boas-vindas e de bom acolhimento.

Traduz-se, geralmente, numa receção personalizada dos participantes, a partir

de operações de publicidade e marketing, geradoras de auto identificação e

bem-estar. Não deve descurar a distribuição de lembranças e objetos

personalizados, fotografias, DVDs e merchandising diverso.

Numa outra perspetiva coloca-se o cuidado na alimentação,

proporcionando o acesso a alimentos cultural e religiosamente aceites, sujeitos

às normas de higiene e segurança, em todos os espaços do evento. A

gastronomia, a arte, a cultura, o artesanato, a música, são bons elementos de

oferta e sinais de boa hospitalidade, assim como fatores de promoção de uma

região ou país.

A repercussão do evento nos media é fundamental. A capacidade de

informação e acolhimento é enorme a este nível, por isso, é necessário um

trabalho integrado com jornalistas e promotores. Em todas as fases do evento,

a comunicação com esses profissionais, cedendo informação e meios, é

determinante.

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Independentemente dos resultados obtidos, os participantes do evento

devem considerar que participaram num acontecimento único, acolhedor e

emocionante.

1.6.10. O protocolo

O protocolo envolve todo o conjunto de regras e aceções que permitem

uma socialização formal e informal dos participantes. É um código de

procedimentos que obedece a um conservadorismo, um garante da

perpetuação dos valores e dos costumes, que preservam as crenças do

acontecimento desportivo. Está além da política, da religião e das crenças de

cada um.

Em termos informais pontua por criar um ambiente de desportivismo e

de valorização dos homens e das mulheres participantes.

Nas sociedades ocidentais o sistema e organização institucionais

preveem uma lógica de colocação e consideração das pessoas, de acordo com

a posição que ocupam na estrutura social e desportiva. O posicionamento

numa mesa de trabalho ou numa conferência, o cerimonial de entrega de

medalhas, a alusão num discurso, a formulação de um convite, a exibição de

símbolos religiosos ou militares durante o evento, são facetas ilustrativas que

devem ser consideradas nesta operação.

1.6.11. O voluntariado

O voluntariado constitui uma fonte de larga capacidade que não é

remunerada pelo seu trabalho. Os gestores desportivos podem contar com o

entusiasmo de milhares de adeptos e apoiantes e transformá-lo numa força de

trabalho inigualável. A satisfação pela participação no evento é, na maior parte

dos casos, a motivação principal e a recompensa final.

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Os voluntários devem ter um vestuário que os distinga nas áreas de

trabalho, dentro das suas competências e âmbitos. São também alvo de

acreditação.

1.6.12. A gestão de recursos humanos

Após o período da ideia inicial e durante a conceção do projeto são

avaliadas as necessidades, nomeadamente dos recursos humanos.

A diversidade e os níveis de competência exigidos fazem do

recrutamento uma fase estratégica nesta metodologia.

Muitas vezes, os recursos internos das instituições, juntamente com os

voluntários, são suficientes e capazes para a realização. Regra geral, no

entanto, são agregados outros recursos de diversas proveniências –

contratações, protocolos, etc.

O modelo e método descrito não devem ser encarados como uma

fórmula fixa de funcionamento. Em situações diversas, outros métodos de

gestão e alinhamentos de competências, podem assumir fluxos e dinâmicas

diferentes, pois estas unidades orgânicas não são autónomas nem estáticas.

É o que verificamos no caso prático que apresentamos a seguir, como

relatório do nosso estágio, no qual os media, o marketing, a gestão de

concessões e a bilhética constituíram unidades de operação complementares.

A comunicação, na organização de eventos, deve ser eficaz porque

pode ser responsável pelo sucesso dos resultados. “Administrar a comunicação

de forma eficaz requer um exame profundo de cada situação específica e uma

tomada de decisão baseada no raciocínio estratégico, a cada etapa. (…) A

comunicação é multidimensional, apresentando níveis de análise desde os

mais densos, quanto aos que envolvem aspetos físicos, lógicos,

organizacionais e sociais, até aos níveis mais subtis, quanto aos emocionais,

criativos, estéticos e éticos.” (Schuler, 2004)

Uma organização deve apresentar três fluxos de comunicação (Caetano,

2007): descendente, ascendente e horizontal. Do topo para a base da

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hierarquia e vice-versa, entre pares ou grupos de trabalho paralelos. A sua

combinação traduz-se em ganhos e eficiência na gestão de recursos humanos.

2. O Futsal como evento desportivo

O crescimento do futsal, como fonte de eventos de carácter nacional e

internacional, tem sido ultimamente incrementado por diversas realizações de

sucesso, como a UEFA Futsal Cup, o que vem sendo traduzido numa

mediatização acentuada sobre a sua prática.

As mais variadas fontes referem os feitos pelos quais a modalidade se

vem instalando no quadro do desporto nacional, conquistando cada vez mais

adeptos e praticantes. O número crescente de atletas federados atesta a sua

atualidade que a caracteriza já como um desporto de massas.

O jornal Record digital refere a este propósito que “o número de

jogadores federados cresceu igualmente nestes últimos cinco anos, evoluindo

em termos masculinos para o número total de 26.175, dos quais 7.637 são

seniores e quase 19 mil pertencem ao futebol de formação (...). Finalmente,

ao nível do futsal feminino, há hoje em Portugal 3.648 praticantes, das quais

2.283 fazem parte do escalão sénior.3”

Reflexos económicos e sociais são de avultada importância a crer nas

declarações de personalidades como o presidente da Câmara Municipal de

Sines, que com alguma veemência elogiou a organização da Final Four da

Taça de Portugal, que a Federação Portuguesa de Futebol levou para a

cidade alentejana. «Os impactos para a cidade e para a região são

tremendos. Impacto na imagem de Sines, mas também impactos diretos na

restauração e hotelaria», referiu. «Queremos apostar nos eventos desportivos,

já estamos habituados a organizar eventos culturais. Vamos apostar no

Futsal, queremos trazer para a cidade outras competições nacionais e

internacionais».

3 Http://www.record.xl.pt/futebol/nacional/detalhe/portugal-com-novo-recorde-de-federados-967313.html

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2.1. Breve história do Futsal

Partindo de elementos históricos diminutos e dos registos, na internet,

de alguns colaboradores e entusiastas do futsal, traçamos uma breve história

da modalidade com o intuito de conhecer a sua evolução.

A origem do futsal, segundo Teixeira Júnior (1996) e Figueiredo (1996)

terá tido início em São Paulo, no Brasil. No entanto, outros estudiosos como

Ziles (1987), Lucena (1994) ou Apolo (1995) defendem que este ter-se-á

iniciado em Montevideu, no Uruguai. A ambiguidade mantém-se, sendo difícil

determinar com precisão qual o local exato do começo e da sua expansão.

Consta que, após algumas conquistas olímpicas por parte da seleção

uruguaia em 1924, 1928 e 1930, um pouco por todo o país aconteceu uma

enorme onda de envolvimento e paixão à volta do futebol. Todos os espaços

serviram para a prática do desporto, mesmo em áreas cobertas. Mais tarde,

com as devidas regulamentações e adaptações teria início uma nova

modalidade desportiva, o indoor foot ball, reconhecido posteriormente como

futebol de salão e, depois, futsal.

Foi em 1933 que Juan Carlos Ceriani Gravier, professor de educação

física uruguaio (1907-1996), elaborou as primeiras regras, adaptando-as de

algumas das modalidades coletivas como o basquetebol, o andebol ou o polo

aquático. É por isso que ainda hoje muitos o consideram o “pai do futsal”.

Em oposição, alguns dos motivos que levam a crer que a sua

proveniência poderá ter sido brasileira, prende-se com a rápida expansão que

a modalidade alcançou a partir de São Paulo, desde a década de 40. A

existência de algumas publicações referentes a normas da modalidade, nesta

época, sustenta esta segunda hipótese.

A Federação de Futebol de Salão Paulista terá sido a primeira a ser

estabelecida seguindo-se a de Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco,

Paraná e Rio Grande do Sul.

Em Portugal, terá surgido nos anos 80 sob forma de “futebol de rua”,

sendo praticado em qualquer recinto desportivo disponível, sem quaisquer

regulamentações definidas. Desde então, começaram a surgir a nível nacional

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as primeiras Associações de Futebol de Salão. Sediadas em Lisboa, Porto e

Minho, em 1985, foram as três primeiras a serem constituídas.

Um ano depois, a 8 de Novembro de 1986, por iniciativa da Associação

de Futebol de Salão do Porto, no seu primeiro congresso entre associações,

debateu-se a constituição e aprovação da Federação Portuguesa de Futebol

de Salão.

As primeiras provas realizadas contaram com a participação de quarenta

e oito equipas na disputa do acesso ao primeiro Campeonato Nacional.

Após algumas discordâncias entre dirigentes dos clubes participantes,

foram tomadas medidas, destacando-se a criação de uma nova estrutura

federativa, a Federação Portuguesa de Futsal, integrando-se como órgão

autónomo na Federação Portuguesa de Futebol (1997).

Desde então, o futsal tem assumido um protagonismo a que não são

alheios académicos, desportistas, público consumidor de eventos, voluntários,

marketing e os media.

2.2. O Futsal na atualidade

Em Portugal a projeção do futsal tem merecido a atenção dos meios de

comunicação social. A RTP2 transmite os desafios da primeira divisão,

semanalmente, e a TSF possui, diariamente, uma rubrica sobre futsal.

Na página Web da UEFA, Laurent Morel, responsável pelas competições

de futsal na UEFA, afirmava que a fase final da UEFA Futsal Cup 2015, em

Lisboa, estava a provar ser um sucesso retumbante. A bilheteira esgotada “é

fruto de uma longa e incansável cooperação com os clubes de modo a

fortalecer a competição europeia e elevar o ponto alto da temporada a um

novo patamar. Colocar 10.500 pessoas num pavilhão é o mesmo que ter 50

mil num estádio de futebol, o que demonstra o alto perfil da fase final da Taça

UEFA Futsal”4.

4 Http://pt.uefa.com/futsalcup/news/newsid=2223102.html#fase+final+esgotada

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O Secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino, referia relativamente a

esse acontecimento que: "Já passou algum tempo desde que o futsal marcou

presença em Lisboa e o Sporting garantiu a qualificação; as instalações para

a fase final da Taça UEFA são excelentes, gostamos muito de Portugal e esta

é uma boa razão para visitar o país e assistir a um magnífico festival de

futsal". 5

Os patrocinadores revelaram interesse nesta tipologia de evento: a

Western Union, HTC, Hankook, Adidas e Mondo repetiram a ideia que o evento

UEFA Futsal Cup era uma oportunidade única para as marcas se associarem

à maior prova desportiva agendada para o ano de 2015 em Portugal e

aumentar os seus índices de notoriedade.

Todos os jogos da competição tiveram, além da cobertura dos media

nacionais, cobertura televisiva em direto por parte de um dos maiores canais

desportivos do mundo: a Eurosport.

A BMW e o seu concessionário Caetano Baviera foram o quarto e último

parceiro a juntar-se ao restrito leque de patrocinadores do evento. O grupo

Fidelidade, TachoEasy e Fábrica de Óculos completaram o quadro

de patrocinadores nacionais juntando-se à Western Union, HTC, Hankook,

Adidas e Mondo enquanto parceiros da UEFA para esta competição.6

O êxito desta modalidade é bem visível quando temos em conta o

aumento de praticantes nos últimos tempos. O futsal é, atualmente, a

modalidade mais praticada no desporto escolar (35 mil praticantes em 2010/11,

um quinto do total de praticantes) e quadruplicou o número de atletas

federados nos últimos 15 anos: em 1996/97, havia apenas 6.454 jogadores

federados; no início da temporada 2014/15, havia 25.831 atletas de futsal

inscritos na Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

"O futsal é seguramente a segunda modalidade mais praticada em

Portugal, a seguir ao futebol", diz Pedro Dias, diretor da FPF responsável por

esta modalidade. Os números são, ainda, visíveis nas audiências televisivas:

"Em termos de televisão, o futsal é a segunda modalidade", - diz Paulo Sérgio,

subdiretor da RTP e responsável pela área de desporto na estação pública. -

5 http://business.sporting.pt/noticias/uefa_futsal_cup_finals_2015_em_lisboa

6 http://business.sporting.pt/noticias/uefa_futsal_cup_finals_2015_em_lisboa

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“Os jogos do Europeu de futsal tiveram entre 350 mil a meio milhão de

espetadores”.

Tomando em consideração estes números, impõe-se a pergunta: o que

justifica este crescimento do futsal?

Pedro Dias (FPF) aponta os fatores culturais para o sucesso em

Portugal: "Somos um país que gosta de jogar a bola no pé", refere o

responsável da federação, que aponta ainda a formação de treinadores, cerca

de 4.600, como algo fundamental.

O impacto da entrada de "grandes" clubes, como Benfica e Sporting,

além de históricos como o Belenenses e a Académica, a vinda de alguns

estrangeiros e a profissionalização dos atletas, são também indicadores de

desenvolvimento.7

A confirmar a importância desta modalidade está a apresentação do

Plano Estratégico de Futsal, 2012-2016 pela Federação Portuguesa de Futebol

(F.P.F.) que estabeleceu um plano a médio / longo prazo, para um período de

7Http://www.publico.pt/noticia/futsal-so-precisou-de-15-anos-para-ser-o-desporto-de-pavilhao-mais-

popular--1541628)

Fig. 4 - As campanhas de divulgação levadas a cabo nas escolas têm contribuído para a promoção do

futsal. Esta modalidade é uma das mais escolhidas pelos alunos no Desporto Escolar e é cada vez

mais expressiva a prática dos escalões femininos (Escola Pedro Alexandrino). [Foto: Rita Pereira]

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quatro anos. O principal objetivo prende-se com a obtenção de maiores níveis

de rendimento para que se transforme na modalidade de pavilhão mais

praticada no país. Este plano, assenta em cinco eixos fulcrais para que o seu

sucesso seja garantido.

Quadro 1 – Plano estratégico de Futsal

Plano estratégico do Futsal 2012|2016 FPF

Eixos fundamentais

1. Praticantes

2. Estrutura e

organização

3. Fatores

humanos

4.Gestão

5. Comunicação

Objetivos gerais

Aumentar o

número de

praticantes

Garantir a

sustentabilida

de e promover

o crescimento

Qualificação

dos fatores

humanos

Qualificação

da gestão

com enfoque

no

crescimento

qualitativo e

quantitativo

Tornar a

comunicação

interna e externa

mais eficaz

Num primeiro eixo, procurar-se-á criar uma estreita relação entre o futsal

federado e futsal escolar, evitando um trabalho isolado de parte a parte.

Num segundo eixo, realizar uma reorganização estrutural a nível interno;

investir-se na regularidade e competitividade dos quadros masculinos e

femininos, aumentando o nível de qualidade de forma progressiva.

Num terceiro eixo, a FPF, definirá padrões para que os jovens realizem

um percurso contínuo e sustentado até à adultez.

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Num quarto eixo, “fornecerá a liderança, conhecimento, recursos e

apoios necessários que permitam à federação, às associações e aos clubes a

sua viabilidade financeira com vista ao crescimento de forma sustentada.” 8

Num último eixo, comunicar com os variados stakeholders adquirindo

reconhecimento, visibilidade e acrescentando valor. Para que seja avaliado o

nível de sucesso deste mesmo plano estratégico, recorrer-se-á a dois

indicadores de performance como o número de membros filiados e o nível de

satisfação dos mesmos.

A sua missão passa por melhorar a qualidade da intervenção dos

diferentes agentes do futsal, acrescentando-lhes competências e tornando a

sua estrutura orgânica e gestão mais célere, eficaz, eficiente e sustentável.

Quanto à visão de futuro, procura ser a modalidade coletiva de pavilhão com

mais praticantes para o ano de 2015 e os valores que a caracterizam são

responsabilidade, competência, rigor, inovação, solidariedade, coesão e

sustentabilidade.

O futsal, observado do ponto de vista estratégico e do seu

desenvolvimento como evento desportivo, como o próprio documento anuncia,

necessita de melhorar a qualidade de intervenção dos diferentes agentes do

futsal, acrescentando-lhe e tornando a sua estrutura orgânica mais eficaz,

eficiente e sustentável.

Ora, eventos desportivos, futsal e gestão desportiva foram as três

principais vertentes do meu estágio profissionalizante sobre os quais, em

pormenor, adiante abordarei.

3. Perfil e competências do gestor desportivo

Uma vez enquadrado o evento desportivo na modalidade de futsal em

Portugal, interessa, agora, entender e definir o papel do gestor nos seus

variados contextos.

8 In Plano Estratégico de Futsal 2012-2016, FPF.

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Sendo o evento um acontecimento com dinâmicas muito próprias,

compete ao gestor, numa visão global, assegurar a vertente do espetáculo

desportivo indo de encontro à contemporânea tendência da valorização da

diversão, do prazer e do entretenimento mediático (Sarmento, 2014).

Lebre (2014) defende que a gestão das grandes organizações

desportivas se deve apoiar numa estrutura organizativa em três níveis de

responsabilidade e decisão: a coordenação geral, o departamento financeiro

e, um terceiro nível, baseado no apoio, logística e área técnica.

UEFA FUTSAL CUP FINALS 2015

A escolha da estrutura organizativa é um aspeto fundamental para a

gestão do evento, uma vez que a dinâmica dos diferentes níveis de operação

requer confiança, autonomia e controlo de decisões (Manaças, 2014).

O mesmo autor refere que o êxito do evento depende, em muito, do

sentido de profissionalização nas diversas etapas da realização.

Arraya (2014) indica que as funções de um gestor passam pelo domínio

de quatro recursos iniciais: humanos, financeiros, físicos e de informação.

UEFA

CUP

Futsal Grandes eventos

Gestão do desporto

Fig. 5 - Evento integrando um vasto conjunto de saberes e

competências numa gestão por níveis.

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Nesta perspetiva, o trabalho do gestor envolve a coordenação desses

recursos a partir dos princípios funcionais da gestão: planear, decidir,

organizar, liderar e controlar (Claudino, 2000). No entanto, estas

competências não acontecem sequencialmente, encontram-se em constante

mutação influenciando-se reciprocamente, motivando constantes

transformações e priorizações no planeamento e nas tomadas de decisão, no

controle e liderança.

Importa considerar que os conteúdos funcionais das profissões no

século XXI estão em processo de mudança. Como refere Guerra (2001) tende

a haver “cada vez menos funções com conteúdos estáticos, desenvolvendo-

se a polivalência, o trabalho por projetos e em equipa”, como competências

essenciais. A tradicional definição de funções dará lugar a cargos e níveis de

responsabilidade por tarefas ou projetos.

Na literatura, o conceito de competência é abrangente e de difícil

definição (Guerra, 2001; Manfredi, 2002). No entanto, e de uma forma

globalmente aceite, o conceito entende competência como “um conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes que associados a um determinado

cargo e situação, permitem à pessoa atingir resultados individuais que

contribuem para o alcance dos objetivos e metas organizacionais” (Arraya,

2014).

Evitando fazer uma abordagem extensiva aos modelos teóricos de

gestão, e respetivo referencial de competências, baseamo-nos nos conceitos

de Manfredi (1998) e Arraya (2014) para estabelecer um modelo competencial

que defina o perfil profissional de um gestor de eventos desportivos, baseado

nas três seguintes grandes competências e domínios:

1) Competências técnicas – domínios do saber fazer;

2) Competências de cidadania – domínios do saber ser;

3) Competências comportamentais – domínio do saber agir.

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Considerando o trabalho de Manfredi (2002) como uma referência, é

possível agora desagregar os domínios do saber num conjunto mais

detalhado de competências que a seguir se apresentam esquematicamente.

1. Competências técnicas

Capacidade de análise dos contextos – análise prévia dos

cenários que possam afetar o seu desempenho;

Capacidade de planeamento – previsão de ações e definição

antecipada dos rumos ou direção de esforço;

Competência efetiva da gestão de pessoas e recursos – na mira

da satisfação do cliente e dos resultados;

Competência para o empreendedorismo – identificar novas

oportunidades e formular novas ações de forma criativa e

inovadora;

Competência de decidir – capacidade de avaliar riscos e elencar

soluções adequadas;

Capacidade de gerir recursos humanos e mobilizar as pessoas

para o alcance dos objetivos;

Capacidade de negociar – interação com as partes envolvidas

no processo;

Competência de comunicar – utilização correta de meios

comunicacionais evitando ruídos e distorções;

Capacidade de criticar – estabelecer relações lógicas entre os

diferentes contextos organizacionais.

2. Competências de cidadania

Postura ética – respeito por valores, pela organização e

sociedade;

Sentido de responsabilidade e justiça – consciencialização do

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impacto das operações e organizações no tecido social.

3. Competências comportamentais

Capacidade de se relacionar – estabelecer e gerir relação entre

agentes e áreas do conhecimento;

Capacidade de liderança – estimular, orientar e delegar poderes

no sentido de objetivos comuns;

Capacidade da busca de informação e conhecimento – dar

relevo ao aumento do conhecimento e da profissão de forma

permanente e ao longo da vida;

Competência da proatividade – prever soluções de forma ativa;

Capacidade da flexibilidade – processo de adaptação e

mudança consoante a alteração das variáveis dos processos;

Competência da criatividade – idealizar e propor ações que

conduzam à resolução de problemas de forma inovadora;

Capacidade da persistência – a procura de metas e objetivos no

sentido de ultrapassar os obstáculos encontrados no processo.

Perante o elencado, torna-se fácil compreender que o gestor assume

uma postura multifuncional e que deve estar preparado para a mudança e

adaptação constantes na nossa contemporaneidade. A permanente

transformação da informação e do conhecimento, assim como a alteração das

suas formas de acesso, permite antever que o reconhecimento e o valor de

um gestor deixaram de estar ancorados unicamente em fatores tangíveis,

como a gestão financeira e de recursos, para se ligarem cada vez mais a

fatores como energia, criatividade e conhecimento humano (Balanceiro,

2014).

Nesta lógica, uma organização de sucesso não é um acaso, nem é fruto

da sorte. Há que saber coordenar recursos mensuráveis e não mensuráveis

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na mesma direção de esforço. O sucesso é determinado pelo recurso mais

fundamental, afinal: a cultura da organização (Balanceiro, 2014).

O mundo dos negócios e, especificamente, a organização de grandes

eventos está em mudança. A vantagem competitiva e sustentável das

organizações depende hoje da transformação do conhecimento em resultados

organizacionais concretos.

O que ficou atrás anotado comprova que ao longo de todo o processo de

realização de um evento desportivo, se mostram cada vez mais pertinentes e

necessárias, a profissionalização e especialização nas várias áreas do

desporto. O gestor de eventos desportivos passa a ter um papel cada vez

mais importante tendo em conta, o crescimento da atividade.

Uma vez estabelecida a coerência entre o evento desportivo, na sua

estrutura teórica, o crescimento do futsal em Portugal e o perfil

contemporâneo do gestor desportivo, cabe agora descrever o trabalho prático

realizado no meu estágio em função desses indicadores.

A metodologia utilizada e que a seguir descreverei passará pela relação

que essas três vertentes assumiram ao longo do trabalho prático no

departamento de futsal do Sporting Clube de Portugal.

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CAPÍTULO II

A realização da prática profissional

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1. Conceção

O processo de realização do meu estágio profissionalizante surgiu da

proposta por mim apresentada em Outubro de 2015 ao Dr. Miguel

Albuquerque, Diretor do Departamento de Futsal do Sporting Clube de

Portugal, onde solicitava a possibilidade de trabalhar, na qualidade de

estagiária, com o objetivo de cumprir o 2º ciclo de estudos em Gestão

Desportiva, com vista à obtenção do grau de Mestre.

Obtida a confirmação por parte do Diretor, a quem devo grande

reconhecimento, iniciei a minha preparação realizando um dossiê de

informação sobre a instituição que me veio a acolher e na qual fui

agradavelmente recebida e integrada. Aí, entre outubro de 2014 e maio de

2015 cumpri cerca de 533 horas de trabalho, distribuídas conforme se verifica

no quadro abaixo.

Quadro 2 – Carga horária do estágio

Meses out nov dez jan fev mar abr mai

TOTAL

Nº de horas 14 133 44 73 88 63 149 13 533

Embora o enfoque do meu estágio se tenha situado na realização da

UEFA Futsal Cup 2015, as minhas funções no clube, assim como experiências

e aprendizagens foram mais além. Pude observar e colaborar com o Diretor do

Departamento em atividades de gestão, integrar-me nos recursos humanos

existentes e compreender a logística que lhe está associada.

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1.1. Caracterização da entidade hospedeira

O Sporting Clube de Portugal9 é um clube multidesportivo centenário,

fundado a 1 de Julho de 1906 (reinava, então o penúltimo rei de Portugal, D.

Carlos), em Lisboa, por um grupo de amigos - José Stromp, José Gavazzo, D.

Fernando de Castelo Branco, João Scarlett, Henrique Leite Júnior, entre

outros, liderado por José Alfredo Holtreman Roquette, vulgarmente conhecido

por José Alvalade. Consta que o avô deste, Alfredo Holtreman, 1º visconde de

Alvalade, homem culto e de espírito jovem, terá acedido ao pedido do neto

quando ele lhe solicitou 200 mil reis para ajudar a criar um grande clube,

disponibilizando-lhe, também, terrenos seus destinados à construção das

instalações desportivas e sociais no antigo Sítio das Mouras, que após vários

melhoramentos, recebeu a festa de inauguração em 20 de Outubro de 1912,

podendo, na época, albergar na tribuna cerca de 600 pessoas.

As primeiras modalidades praticadas no clube foram cinco: ténis,

futebol, corridas e saltos (atletismo), exercícios físicos (ginástica) e luta de

tração à corda a que se veio juntar, até 1911, críquete, hóquei em campo,

esgrima e ciclismo.

O SCP foi distinguido, em 1940, com a Comenda da Ordem Militar de

Cristo, reconhecendo o Governo, o mérito cívico da instituição e, em 1960,

pelo decreto-lei nº 43.153 de 6 de Setembro, o clube foi declarado uma

Instituição de Utilidade Pública.

Hoje, o SCP conta com mais de 87 mil associados e 11 mil praticantes,

incluindo atletas portadores de deficiências, contribuindo, desportiva e

socialmente para o desenvolvimento e integração de todas as pessoas na

comunidade.

Além-fronteiras, marca presença nos cinco continentes com núcleos,

filiais e delegações que ultrapassam os trezentos e oitenta.

Do universo desportivo sportinguista fazem parte, atualmente, 22

modalidades, que foram sendo desenvolvidas ao longo dos 109 anos de vida

e história do clube - andebol, atletismo, basquetebol, futebol, futsal, hóquei-

9 Designação aprovada em Assembleia Geral, apesar de José Alvalade, consta, haver preferido um nome

mais sonante - “Grande Sporting Clube de Portugal”.

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patins, ténis de mesa, ginástica (em todas as suas variantes), natação pura e

sincronizada, múltiplas modalidades de combate, triatlo, xadrez, bilhar, tiro

com arco e tiro à bala, polo aquático, futebol de praia, corfebol, golfe,

patinagem e pesca – e que permitiram a este clube das cores verde e branca

conquistar inúmeros títulos individuais e de grupo. A modalidade de maior

destaque é o futebol, sendo aquela que galvaniza maiores simpatias e

emoções e conta, entre escalões de formação e equipa sénior, com oitenta e

nove troféus; já a secção de atletismo tem um total de duzentos; o ténis de

mesa, entre competições singulares e de pares, reúne oitenta e sete e o

futsal, modalidade que mais tem crescido nos últimos anos em Portugal, vinte

e oito.

A nível europeu, o clube esteve presente em 19 dos 23 Jogos

Olímpicos realizados10. É considerado o segundo clube com maior número de

atletas olímpicos em dez modalidades e o terceiro em número de presenças

nas provas da UEFA. Assim se compreende que um dos principais objetivos

da instituição SCP passe pelas vitórias em todas as competições, assentes

nos quatro pilares que dão mote ao lema leonino: esforço, dedicação,

devoção e glória.

Digno de nota é, também, o facto de ter sido um atleta sportinguista, o

que primeiro representou Portugal nos Jogos Olímpicos.

A instituição que é reconhecida pela simbologia do leão rampante tem,

portanto, feito jus à célebre frase proferida por José Alvalade: “Queremos que

o Sporting seja um grande clube, tão grande como os maiores da Europa”.

O leão tem feito parte do emblema do SCP, desde o primeiro

momento,11 elevado nas suas patas traseiras, símbolo de bravura e nobreza

de caráter, sobre um fundo verde, cor que expressava, no dizer de José de

Alvalade, a esperança no sucesso. Desde a fundação do clube até à

atualidade, registam-se cinco emblemas, sendo os elementos principais

comuns mas evoluindo em termos de design.

10

O Clube esteve ausente nos anos de 1920, 1934, 1936 e 1956. Conquistou, até ao momento, 10 medalhas olímpicas, número não igualado por qualquer outro clube português. 11

Em 1907, D. Fernando de Castelo Branco autorizou que o leão rampante do seu brasão fosse utilizado como símbolo do Clube mas não sobre o fundo azul.

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A sede do clube integra-se no próprio estádio, não longe das antigas

instalações, com o nome de José de Alvalade, embora também seja

conhecida por Alvalade XXI. O estádio, com um campo relvado destinado aos

jogos da equipa profissional de futebol, tem uma capacidade para cerca de 50

mil espectadores a que se acrescem mais de centena e meia de camarotes,

tribuna VIP, tribuna destinada aos media, lugares executivos e, ainda, meia

centena de lugares para pessoas com mobilidade reduzida. Dispõe, também,

de um grande complexo desportivo adequado às atividades de carácter

competitivo ou de recreação; campo interior multiusos, de dimensões oficiais,

para a prática dos desportos coletivos; salas polivalentes dedicadas às

modalidades; ginásio com amplas áreas, coberto por luz natural, com

equipamento sofisticado e pronto a corresponder a todas as necessidades dos

atletas e associados; um espaço dedicado ao crossfit e, ainda, duas piscinas

interiores com seis e oito pistas. O empreendimento compreende, ainda,

áreas administrativas, loja verde, que disponibiliza todo o merchandising

oficial, departamento financeiro e o Museu Mundo Sporting, inaugurado a 31

de Agosto de 2004 que reúne os cem anos de história a nível nacional e

internacional.

Os órgãos sociais do SCP são a Mesa de Assembleia Geral12, o

Conselho Diretivo13 (órgão colegial de administração), o Conselho Fiscal e

Disciplinar14 e o Conselho Leonino15. Cada órgão tem funções estatutárias

definidas por ordem à boa gestão e funcionamento da instituição.16

1.1.1. O departamento de Futsal

O departamento de futsal sportinguista tem procurado, incessantemente,

promover a sua modalidade com recurso aos media oficiais, como a Sporting

TV, às redes sociais e às presenças de atletas em instituições escolares ou

outras.

12

Composta pelo Presidente, Vice-presidente e 3 secretários. 13

Com um nº variável de elementos entre 5 e onze. 14

Composto por um nº de membros não inferior a cinco nem superior a onze. 15

Composto por um conjunto alargado e regulamentado de membros - anexo I 16

No anexo II podem observar-se as principais funções de cada órgão referido.

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O facebook do Sporting é um poderoso meio de divulgação que chega

de forma viral aos quatro cantos do mundo. A sua página, atualizada pelos

membros do departamento, contém informação acerca do calendário

desportivo, notícias, vídeos, imagens dos atletas e das competições,

cerimónias realizadas, contratações, etc…

O poder das redes sociais está a assumir uma importância crucial no

estabelecimento de relacionamentos, na promoção de produtos e na

divulgação de serviços. Estas ferramentas de network moderno conquistam

cada vez o mais público do mundo desportivo e têm sido amplamente

utilizadas.

Torna-se agora importante passar a uma breve caracterização do

departamento onde desenvolvi o meu estágio.

A. Os recursos físicos

O Multidesportivo de Alvalade foi inaugurado em 2003. A nave

desportiva do SCP serve sobretudo o Futsal e o Andebol verde e branco. Com

as habituais dimensões de 40X20, possui um piso flutuante em parquet,

adequado à prática das modalidades, no que diz respeito à prevenção de

lesões e desempenho dos atletas. Em superfícies demasiado duras, a força

de resposta que é transmitida ao corpo é muito maior, podendo ocorrer

entorses, tendinopatias e lesões ao nível da articulação do joelho. Por isso, a

utilização de um piso adequado à prática desportiva, favorece uma maior

absorção de impactos, diminuindo, assim, o número de traumatismos para

benefício da saúde do atleta.

Dispõe de seis balneários no seu todo, sendo quatro dedicados ao corpo

técnico e às equipas de formação e outros dois de uso exclusivo das equipas

profissionais de Andebol e Futsal.

Numa das laterais do campo, existem duas bancadas de pequenas

dimensões com uma lotação máxima de 150 espectadores. Apesar das

reduzidas dimensões, a sua existência permite que os escalões de Benjamins,

Infantis, Iniciados e Juvenis Femininos realizem os seus jogos do

Campeonato Distrital da Associação de Futebol de Lisboa, em casa (na

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40

condição de visitados). Entre as linhas laterais e de fundo e as paredes

circundantes, existe uma área de 1.20 m de segurança; por detrás das

balizas, duas redes maleáveis e amovíveis para amortecimento dos impactos

causados pelas bolas.

O serviço de climatização permite que treinos e jogos se possam

realizar com temperaturas compreendidas entre o 16º e 26º graus

centígrados.

Relativamente à durabilidade do piso, prevê-se uma projeção de vida

útil a 10 anos, encontrando-se, de momento, a cumprir a quarta época

desportiva. Toda a limpeza e manutenção é realizada diariamente por uma

entidade externa ao clube, ao final do dia.

Como apoio logístico complementar a nave, dispõe ainda de posto

médico, sala de fisioterapia, sala de reuniões, sala de audiovisuais e dez

gabinetes.

Para a época 2016/2017 encontra-se prevista a conclusão do pavilhão

João Rocha, multidesportivo destinado às modalidades coletivas - andebol,

basquetebol, futsal, hóquei em patins e voleibol.

A construção teve início em junho do corrente ano, tendo a primeira

pedra sido lançada a 27 de março. O edifício localizar-se-á no terreno do lado

Este do estádio José de Alvalade, criando nesta zona um complexo desportivo

de excelência para o clube leonino.

A estrutura contará com quatro bancadas que permitirão uma lotação

máxima de 3.000 lugares sentados e uma área de 1000m² onde será

implementada a Loja Verde e uma extensão do Museu Oficial do Clube,

recorrendo a tecnologias interativas que proporcionarão ao utilizador, através

da realidade virtual, um maior contacto com a história do clube.

O Pavilhão João Rocha inclui, também, no seu planeamento um

auditório e a construção de três campos de futebol de 5 e de 7 nas áreas

adjacentes, com o intuito de servir e complementar a formação sportinguista.

A inauguração encontra-se agendada para dezembro de 2016.

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41

B. Os recursos humanos

O SCP assume uma grande presença nos campeonatos nacionais,

fazendo-se representar por seis equipas nos escalões masculinos – seniores,

juniores “A” (juniores), juniores “B” (juvenis), juniores “C” (iniciados), juniores

“D” (infantis) e juniores “E” (benjamins) – e três equipas no sector feminino –

seniores, juniores “A” e “B”.

A estrutura organizacional é constituída por 64 elementos diretos

(anexo III). Na Direção do Departamento, Miguel Albuquerque, tendo como

seu secretário, José Almeida; na organização de jogos, Fernando Barroqueiro

e Fernando Cunha; como técnico responsável de equipamentos, Lúcio Castro

e este ano, no apoio administrativo, Rita Pereira (a autora deste relatório).

Na coordenação técnica da formação, Manuel Luís e na logística, David

Braga. Como seccionistas, Gonçalo Matos, Tiago Galhano, José Fiúza,

Fernando Cunha, Manuel Rescena, David Braga e Cláudia Silveira

O coordenador do projeto de Voluntariado, André Duarte; o

responsável clínico, Manuel Sousa; o nutricionista, João Brás; a coordenadora

do gabinete de Psicologia, Madalena Mascarenhas; o coordenador dos

Fisioterapeutas, Tiago Melo; o coordenador do gabinete de observação e

análise, Fábio Sousa; o coordenador do Gabinete de Prospeção e Deteção de

Talentos, Nuno Ramos e o coordenador Técnico da Academia Estádio,

Academia Almada, Academia Vila Real, Centro de Formação de Loures e

Centro de Formação da Bobadela, João Alvarelhos.

O futsal do Sporting conta com cinco psicólogos para as camadas de

formação, um por cada equipa, exceção feita às juniores e juvenis femininas,

que dispõem do mesmo psicólogo para os seus escalões. São eles Ivan Reis,

Patrícia Filipe, Isabel Cabacinho, Ana Sofia Silva, Nuno Costa além da

coordenadora geral que acompanha os juniores “A”. Os elementos

responsáveis pela Fisioterapia são Rui Drumound, João Félix, Sara

Rodrigues, Inês Santos e uma massagista, coordenados por Tiago Melo.

Relativamente às equipas técnicas, os seniores masculinos contam com

Nuno Dias como treinador principal, Paulo Luís e José Dias como treinadores

adjuntos e Raul Oliveira, treinador de guarda-redes.

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42

Os treinadores dos juniores “A” são Jorge Monteiro, Pedro Matias,

André Gouveia e Rui Capela; nos juniores “B”, Pedro Santos, Ricardo Vicente,

David Gomes e Ricardo Dias; nos juniores “C”, Bruno Varandas, António Sena

e Adriano Gomes; nos juniores “D”, João Santos, Nuno Ramos e José

Marques; nos juniores “E”, Ricardo Coelho, Cláudio Figueiredo e Bruno

Coelho. Nos plantéis femininos, as seniores são treinadas por Filipe Carneiro,

Mário Rui e João Oliveira e Jorge Marques, César Lopes, Paulo Oliveira e

Hugo Antunes nos juniores e juvenis, que trabalham conjuntamente.

Para executar o trabalho de observação e análise, o departamento conta

com Ricardo Saldanha, Bruno Silva, André Chaveiro, Bruno Oliveira e Ricardo

Arroio, orientados por Fábio Sousa. Nesta época apenas os três escalões

femininos não dispuseram de profissionais a realizar este tratamento de

informação.

Nas três Academias do Sporting e nos dois Centros de Formação há

mais colaboradores que se encontram ao serviço do emblema leonino,

contudo, o seu contacto com o departamento já ocorre de forma mais

esporádica do que com os intervenientes acima referidos.

As academias e os centros de formação procuram detetar e selecionar

novos talentos redirecionando-os para as equipas principais, tornando a

prática desportiva acessível a um maior número de crianças e jovens.

Nestas academias são três os principais objetivos do projeto: apostar

na formação desportiva, disponibilizando aos seus parceiros o modelo de

formação base; expandir, reforçar e fidelizar a marca Sporting junto dos

jovens e seus familiares seguindo os princípios e os valores que o sustentam;

e ainda ajudar a descobrir jovens talentos reconduzindo-os para as principais

equipas dos escalões de formação, que atuam nos quadros de competição

distrital e nacional.

Semanalmente, as equipas realizam as suas unidades de treino em

quatro locais distintos: o pavilhão multiusos de Alvalade situado no interior do

estádio, o pavilhão Paz e Amizade, em Loures, o multiusos de Campolide,

destinado essencialmente às equipas de formação e o pavilhão multiusos de

Odivelas, utilizado, na maioria dos casos, apenas pela equipa sénior

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masculina. Tal situação deve-se ao elevado número de equipas que treinam e

que têm que ser distribuídas equitativamente pela “casa mãe”, sem prejuízo

de qualquer secção do universo sportinguista.

O Sporting C.P. é atualmente o clube que envia maior número de

jogadores para a Seleção Nacional de Futsal (média de cinco por

convocatória), a cargo do Selecionador Jorge Braz.

1.2. Competências funcionais atribuídas e definição do plano de

ação

Nos primeiros contactos com o departamento de futsal e com o seu

Diretor, Miguel Albuquerque, fixou-se uma plataforma de colaboração,

abrangente e multidisciplinar, numa perspetiva de apoio ao funcionamento da

secção de futsal.

De uma forma global estabeleceram-se três áreas de trabalho pelas

quais a minha experiência passou.

Ao nível do trabalho administrativo corrente fui incumbida das tarefas

de cariz informático, do controlo de bilhética, da construção, tratamento e

arquivo de documentos e da correspondência com o exterior.

Ao nível da divulgação do clube e da modalidade foi-me solicitado que

fizesse campanhas de promoção pelas escolas e a publicação de eventos e

notícias nas redes sociais.

Ao nível das realizações internacionais, o Diretor do Torneio, Miguel

Albuquerque, integrou-me na equipa organizativa da UEFA Futsal Cup 2015.

1.3. Problemas em estudo nas áreas de desempenho definidas.

Apesar do modelo de relatório apresentado se definir por ser descritivo e

ter o propósito da analisar e enquadrar o meu desempenho ao longo do

estágio, pareceu-me ser adequado colocar como constructos (problemas) de

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base, a merecer uma reflexão crítica pessoal, as questões que a seguir são

expostas. Elas são transversais a todo o trabalho.

i) Terá o futsal impacto como evento desportivo de massas?

Que impacto tem tido o futsal sobre os adeptos do desporto?

Em que aspetos está a modalidade a crescer?

O que procuram os adeptos consumidores nos eventos desta

modalidade?

ii) O modelo de gestão utilizado na UEFA Futsal Cup é apropriado

para a realização de eventos?

Que indicadores de sucesso foram apresentados?

Que perfil devem ter os gestores e diretores de operações na realização

de grandes eventos?

Portugal reúne condições e recursos para a realização de eventos

desportivos?

Não se pretende enveredar por uma dissertação mais profunda ou

defender quaisquer teses, antes sim, fazer um enquadramento mais rigoroso e

circunstanciado da minha atividade ao longo de cerca de sete meses, na

perspetiva de um desenvolvimento desportivo sustentado entre o futsal e a

gestão de eventos.

Será, pois, naquelas dúvidas metódicas que fundamentarei as

conclusões que apresento no final.

1.4. A metodologia de apresentação dos dados e do relatório

Devo reconhecer que pôr em prática o conhecimento académico pessoal

numa tarefa de tais dimensões e traduzi-lo num relatório de estágio é um

desafio exigente. O manancial de informação com que lidei diariamente, as

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bases de dados a que tive acesso, os contactos que estabeleci, as redes de

colaboração que integrei, as práticas que realizei, geraram dados e indicadores

que consolidaram conhecimentos e ampliaram horizontes permitindo-me

desenvolver skills nesta matéria.

Por uma opção metodológica submeto a análise da minha aprendizagem

a dois princípios que lhe darão forma e fiabilidade:

descrição dos factos e ações que é cronológica e sequencial, numa

perspetiva sincrónica de tempo e espaço, assumindo no meu discurso

uma posição descritiva, categorizando dados de acordo com uma matriz

pré-estabelecida;

a aprendizagem resultante das experiências do objeto descrito.

O objeto a descrever tem enfoque em duas dimensões: a observação

e a participação.

1. A observação – aqui classificada como o conhecimento que adquiri

sem que tivesse participado ativamente nas ações. É o conhecimento que

decorre da partilha de informações entre gestores e agentes de diversas

operações, um saber de enquadramento na estrutura da organização

(exemplo: segurança, protocolo, alimentação, …).

2. A participação – indexada às operações e ações que me

incumbiram. Referem-se a áreas operativas, nas quais dispus de autonomia,

que fossem de encontro aos objetivos, timings e dinâmica do evento. Aqui,

adquiri e reforcei competências da área de estudos da gestão do desporto – os

eventos desportivos – numa perspetiva da execução de operações concretas

relacionadas, por exemplo, com a acreditação, a hospitalidade e os

equipamentos desportivos.

A flexibilidade do funcionamento da estrutura orgânica não prevê a

separação das operações e áreas de influência porque elas estão

interdependentes e o conhecimento global tem de ser assumido por todos.

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2. Atividades desenvolvidas durante o estágio profissionalizante

De acordo com o modelo de funcionamento da secção de futsal do SCP,

fui integrada na sua estrutura como estagiária e como um elemento de apoio

administrativo em relação estreita com o seu diretor. No entanto as minhas

aptidões/capacidades foram variando em tipo e forma ao longo do estágio,

consoante as necessidades e as competências por mim demonstradas.

Para melhor organização do relatório optei por dividir o meu âmbito de

intervenção em três grandes áreas. A área das tarefas correntes que integra

todo o tipo de atividade e operação relacionada com a logística documental,

gestão administrativa de documentos e correspondência com o exterior. A

segunda área, a da divulgação, reporta-se às experiências de projeção do

futsal e do SCP junto de camadas jovens nas escolas. A terceira área, a UEFA

FUTSAL CUP, refere-se à parte central deste meu relatório.

2.1. Tarefas correntes

As tarefas correntes ocuparam uma parte substancial do meu trabalho.

Elas são transversais a todos os projetos em que participei. Constituem um

elevado número de funções que sintetizo no quadro que apresento a seguir.

Por uma questão metodológica integrei-as em quatro categorias de operação:

trabalho administrativo, bilhética, tratamento de documentação e

correspondência com o exterior e relacionei-as com as competências gerais

que desenvolvi.

Quadro 3 – Tarefas realizadas durante o estágio

Operação Atividade Competências

Trabalho

Administrativo

Ofícios

Organogramas

Calendários

Mapas

Técnicas:

na área da informática e da

comunicação, da análise e

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47

Convites

Fichas de imprensa

Planos de atividades

Faturação

Arquivo

Catalogação

Depósitos bancários

Atualização de canais

digitais (redes sociais)

planeamento.

Comportamentais:

nas áreas de busca de

informação e conhecimento, da

proatividade, da flexibilidade e

dos processos de adaptação.

Bilhética

Levantamento

Contagem

Monitorização

Retorno financeiro

Técnicas:

na área da informática, da

gestão, cálculo e finanças.

Tratamento

Documental

Candidaturas

Reestruturação documental

Atualização documental

Técnicas:

na área da informática e da

comunicação, da análise e

planeamento.

Contactos

Exterior

Rede de contactos:

Homólogos,

Hotéis,

Escolas,

Fornecedores,

Ex-atletas e ex-dirigentes,

Bancos,

C.M.L.

Técnicas:

na área da informática e da

comunicação, da análise e

planeamento.

Comportamentais:

nas áreas de relação entre

agentes e áreas do

conhecimento, aumento do

conhecimento da profissão,

informática e do bilinguismo.

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2.2. Divulgação

Nesta área integrei os grupos que se deslocaram às várias escolas no

sentido de promover o futsal e o SCP em particular.

Durante o meu estágio realizei quatro atividades de divulgação. O

processo utilizado para o desenvolvimento destes eventos promocionais

obedecia ao método sequencial de realizações de pré-evento, evento e pós-

evento.

No pré-evento decidiam-se os jogadores que fariam a promoção, o meio

de transporte, a definição dos objetivos principais e a preparação de materiais.

Tomava-se conhecimento do tipo de público que iriamos contactar, os escalões

etários a que pertenciam, etc. Numa breve reunião – briefing, eram delineados

horários e competências.

O evento, propriamente dito, era constituído por uma entrevista aberta

entre alunos e alunas e os atletas do SCP, a que se seguia uma sessão de

autógrafos e fotografias.

No pós-evento, numa reunião de carácter avaliativo procedia-se a uma

análise do trabalho realizado17 – debriefing.

As notas que a seguir se apresentam são retiradas da minha agenda

diária (diário de bordo) e constituem um registo pós-evento (anexo IV).

2.2.1. Divulgação EB.1 Maria Lamas - Odivelas

“No dia 29 de Janeiro, com alguns elementos da equipa sénior de futsal

do Sporting Clube de Portugal realizei uma visita de cariz desportivo e social à

Escola Básica do 1º Ciclo/ Jardim de Infância Maria Lamas, em Odivelas, no

âmbito do programa do Desporto Escolar. Estiveram presentes o treinador

principal, Nuno Dias e dois dos seus atletas, João Benedito e Paulinho.

Cerca de 300 crianças, com idades compreendidas entre os 5 e 10

anos, mostraram o seu entusiasmo perante os ídolos leoninos. Os mais novos

17

Na sequência do debriefing, eram publicadas online fotografias representativas da atividade.

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tiveram oportunidade de colocar diversas perguntas sobre o seu dia-a-dia,

treinos, companheiros e conquistas alcançadas, tendo ficado reservado para o

final uma sessão de autógrafos e entrega de bilhetes para o jogo do fim-de-

semana contra o Rio Ave, no Pavilhão Multiusos de Odivelas.

Esta atividade teve como principal objetivo incentivar à prática da

modalidade junto de todos os jovens e apoiar o torneio de futsal que a escola

realizaria inserido no Programa de Atividade Física e Desporto na Escola”

(anexo V).

2.2.2. Divulgação EB. 2,3 Moinhos da Arroja – Odivelas

“No dia 6 de Março, a equipa de futsal do SCP marcou presença em

mais uma iniciativa desportiva no âmbito da atividade física e desporto nas

escolas. Os atletas profissionais Pedro Cary e Cristiano realizaram uma visita

à Escola Básica do 2º e 3º ciclo Moinhos da Arroja, em Odivelas, pelas 11

horas.

O principal objetivo prendeu-se com a sensibilização e incentivo à

prática da atividade física junto da comunidade escolar. Procedeu-se,

também, à distribuição de convites aos jovens, para assistirem à jornada

número 23 da Liga Sport Zone que opôs os atletas do SCP à equipa do

Modicus Sandim, de Vila Nova de Gaia, Porto” (anexo VI).

2.2.3. Divulgação Escola Secundária da Ramada – Odivelas

“No dia 20 de Março pelas 11 horas a secção de futsal realizou, uma

vez mais, uma das suas iniciativas com uma das escolas do Município de

Odivelas. Desta feita, a Escola Secundária da Ramada recebeu a presença de

três atletas seniores, Diogo, Miguel Ângelo e Caio Japa, para promoção da

modalidade junto dos mais jovens. Com idades compreendidas entre os 13 e

17 anos, os jovens mostraram-se bastante interventivos colocando as mais

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variadas questões sobre o clube e as competições que se encontram a

disputar.

Com um auditório bastante composto, ao longo de uma hora e meia, a

bola rolou entre perguntas e respostas tendo terminando com uma sessão de

autógrafos e entrega de bilhetes como habitualmente” (anexo VII).

2.2.4. Divulgação Escola Secundária Pedro Alexandrino – Póvoa

de Santo Adrião

“No dia 10 de Abril com André Sousa, Ana Marques e Jorge Fernandes,

mais conhecido por Djô, visitei a Escola Secundário Pedro Alexandrino, na

Freguesia de Póvoa de Santo Adrião. Esta iniciativa, no âmbito da promoção e

desenvolvimento do Desporto Escolar, permitiu que jovens alunos do Concelho

de Odivelas, numa conversa aberta, conhecessem melhor o dia-a-dia dos

atletas seniores do Sporting Clube de Portugal, colocando as suas dúvidas e

curiosidades.

No final do encontro, os alunos receberam convites para marcarem

presença no jogo da jornada, frente ao Sporting de Braga, a contar para o

Campeonato Nacional de Futsal” (anexo VIII).

As atividade de divulgação acima descritas de forma sumária foram

sempre acompanhadas pela Sporting TV e constituíram apontamentos

mediáticos utilizados pelos editores do canal do SCP.

De uma forma global revelou-se um trabalho que me deu grande

satisfação realizar e que serviu para desenvolver, por um lado, competências

técnicas como a análise, planeamento, comunicação e crítica. Por outro lado,

reforcei as minhas competências de relacionamento, de capacidade de busca

de informação e mostrei-me proactiva e adaptável a novas dinâmicas.

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51

2.3. UEFA FUTSAL CUP

2.3.1. A candidatura

Segundo as regras da UEFA, a escolha da cidade onde se deve disputar

a fase final obedece, fundamentalmente, a dois critérios de seleção:

1. A cidade tem de pertencer a um país de uma das equipas que

disputa a prova;

2. Capacidade organizativa do clube que se propõe a acolher a fase

final;

Algumas das equipas apuradas candidataram-se à organização da

UEFA Futsal Cup.

O facto de o SCP ter sido clube finalista da prova e por haver

reconhecimento da sua capacidade organizativa, foram condições decisivas

para a apresentação do processo de candidatura à UEFA Futsal Cup.

O processo formal é rigoroso e baseia-se no preenchimento de um

formulário que permitirá aos decisores finais optar pelo dossiê que melhor se

adequar ao evento.

Nele podemos verificar que as exigências requeridas são uma garantia

para que o evento atinja os patamares de excelência que a UEFA pretende.

Aponta indicadores de recursos físicos, logísticos, humanos, financeiros e de

promoção.

Apresentamos a seguir os principais elementos que nela constaram,

tendo sido truncados itens, como se entenderá, que não podem ser do

conhecimento público. A língua oficial e de trabalho foi o Inglês, pelo que se

mantêm os formatos dos documentos evitando deturpações de tradução.

Quadro 4 – Formulário de candidatura à UEFA Futsal Cup 2015

Club: Sporting Clube de Portugal

Association Federação Portuguesa de Futebol

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HALL INFORMATION

Name of the hall: Meo Arena Hall

Address Rossio dos Olivais, Lote 2.13.01A – Parque das Nações

Postcode 1990-231

City Lisbon

Year of construction: 1996-1998 Year of (complete) renovation, if any

a) Seats Number: 10.000

b) Standing places Number:

c) VIP box 100 Number: 28

d) Media Zone 100 Number:

Net Capacity = total – media seats & TV platforms (min. 4’500)

Available area for pitch: 110 X 55 m.

Pitch dimension: 40 X 20 m

Intensity of lighting: lux (min .required: 1800 for HD production)

Dressing rooms for teams (min. 4)

Dressing rooms referees

a) Referees dressing room Area 80m2 No. of showers: 4

Delegate’s room

Is there a room for the UEFA match delegate near the dressing rooms? x yes

n

o

Doping Control Station

a) Room for drug tests (waiting zone, table, chairs, fridge) X yes

n

o

b) Sanitary facilities X yes

n

o

Room Area: 25 m2

(min. 25m2)

Emergency Medical room (see UEFA Medical Regulations)

Is there a room located close to the dressing rooms? X yes

n

o

AIRPORT

Name and place Portela Airport – Lisbon

Distance from the hall 4 km (max. 2-hour bus drive)

Regular scheduled international flights X yes no

HOTELS

Name of Team Hotel Lisbon Marriott Hotel

Category: 4 Stars (min. 4 stars) Internet address: rrrrrrrrr

Number of rooms: Single: 381 Twin: 196

Price/night (in local currency): Single: 75 € Twin:95€

Distance to the match hall: 1 km 3 mins

Distance to city centre: 6 km 10 mins

Distance to the airport: 3 km 5 mins

Name of UEFA officials’ Hotel (if not the same)

Category Stars (min. 4 stars) Internet address:

TRAINING HALL

Name of the training hall Estádio José Alvalade

Distance to the Team Hotel: 5 km 8 mins

Distance to the Team Hotel 2 (if applicable):

Pitch dimension: 40 X 20 m

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Dressing rooms

How many? 4 Area: 65 m2 No. of showers: 6

No. of toilets: 4

What is the surface type (ideally parquet)? YES Parquet

FINAL DRAW & WORKSHOP

for the finalists and promotion of the event (min. 30 days before the Finals)

Name of the Hotel: Lisbon Marriott Hotel

Name of the Draw room: Marriott

Capacity of the Draw room: 150

Number of media invited: 50

Dimension of Draw room:

Type of media invited: X m.

Technical facilities (yes or no)

CD/DVD Player YES Data show (beamer): Internet connection: YES

Microphone: YES Translation booth: YES Podium: YES

Budget at disposal for the Draw & Workshop (local currency)?

BUDGET (all amounts in local currency)

What is your budget for this event (excluding €100’000 UEFA contribution)? 180.000€

How many tickets are you expecting to sell per day? 8.000 At which price? 20€

How many complimentary tickets will you offer (to partners, schools, etc..)?

2.000

PROMOTION

Please indicate what promotion budget do you have at disposal? 60.000€

Please describe in details what is your intention with regards to event promotion:

Eventpatrons, Internacional Futsal Seminar, Right To Play partnership for this event, National Futsal day

All-stargame, Female Futsal game, innovative volunteer program, adopt a team and public interest status.

status.

City/authorities involvement

Please hereafter explain how your local/regional/national authorities will help you in the execution of this project

Miscellaneous

Please hereafter add any further key information (main contacts, etc..) and/or attach any additional relevant

document related to the Futsal Cup Finals that may be of importance

Name of the Club

Signature

Date and place:

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Após avaliação do Comité de Organização de Provas da UEFA, a

decisão de trazer a competição para a cidade de Lisboa e atribuir a co-

organização ao Sporting Clube de Portugal foi ratificada pelo Comité Executivo

da UEFA. Pela terceira vez, a cidade de Lisboa seria o grande palco da prova -

UEFA Futsal Cup – fase final, o maior evento desportivo do ano, na cidade.

Depois da aceitação da candidatura realizei, a título pessoal, um

diagnóstico das potencialidades do SCP nessa realização. Foi um processo de

aprofundamento do meu conhecimento sobre a instituição e o evento. A partir

de modelos de análise como o Business Model Canvas 18 (ver anexo IX) e de

Diagnóstico Estratégico como a Análise SWOT19 (ver anexo X) pude obter uma

perspetiva ampliada e objetiva sobre a dimensão e alcance desta fase final do

evento.

2.3.2. Descrição geral do evento

A UEFA Futsal Cup é uma competição anual de equipas europeias,

equiparada à liga dos Campeões de Futebol. Criada na época 2001/2002, é

organizada pela UEFA em estreita colaboração com a estrutura do clube

selecionado para a receção da competição.

Trata-se de uma realização tipificada como um “Pequeno Evento” na

perspetiva de Sarmento (2010, 2014) e de tipo B para Boyer et al. (2007).

Formato:

A Taça UEFA de Futsal compreende três fases de grupo e uma fase

final com quatro equipas20.

18

O Business Model Canvas deu boas indicações, apresentando como propostas de valor o facto de ser a competição europeia de clubes mais prestigiada, de ser um evento internacional e, de ter por base o lazer a emoção e o bem-estar. 19

Com a análise SWOT, pude perspetivar que os pontos fortes referenciados (equipa especializada com formação e anos de prática; realização de diversas fases de grupos nos anos transatos; recursos humanos, materiais e financeiros; parcerias e patrocinadores; media da instituição; nº de praticantes da modalidade; envolvimento da comunidade; inovação tecnológica; paixão e emoção pelo evento e a internacionalização do clube) seriam adequados em número e qualidade para o evento. 20

Http://www.uefa.com/MultimediaFiles/Download/competitions/General/02/26/41/58/2264158_DOWNLOAD.pdf

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55

Na fase de qualificação, os países com o ranking mais baixo são

sorteados em quatro mini-torneios no início da época. O vencedor de cada

grupo apura-se para a fase seguinte.

Passando à fase principal, juntam-se os clubes apurados do mini-

torneio às equipas melhor classificadas. São novamente sorteados seis

grupos de quatro equipas realizando-se novo torneio. Daqui passam à ronda

seguinte os dois primeiros classificados.

A ronda de elite agrupa as doze equipas apuradas da fase principal aos

quatro cabeças-de-série. Daqui segue novo sorteio para novo torneio - elite

group - onde os seus vencedores, em cada grupo respectivamente, passarão

à final four. A escolha dos anfitriões dos mini-torneios realizada por parte da

UEFA baseia-se nos seguintes critérios: a qualidade dos formulários de

inscrição, a qualidade das infraestruturas disponíveis (hotéis do torneio,

campos de treino, etc.), as distâncias entre as instalações, o conceito

promocional, as experiências anteriores do clube como anfitrião, o potencial

do país para o desenvolvimento do futsal, a existência de clubes que já

tenham recebido um mini-torneio em rondas ou épocas anteriores, etc…

Por último, na fase final, as quatros melhores equipas do torneio

competirão num formato de eliminação direta, agendado no último fim-de-

semana do mês de Abril, no país eleito para a final.

2.3.3. Organização geral

A UEFA faz-se representar durante a competição por um delegado ao

jogo, observadores de árbitros, árbitros oficiais e coordenador de dados que

transmitem informação ao organismo em tempo real.

O Comité de Organização Local, designado pela sigla LOC21, tem como

principal objetivo facilitar a cooperação entre os anfitriões e a UEFA antes,

durante e após o evento. Nele deverá ser eleito um coordenador intitulado

Diretor do Torneio, responsável por questões organizativas e administrativas,

21

Local Organizing Committee

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56

que seja conhecedor da língua inglesa e que tenha total autoridade perante

questões operacionais decorrentes da organização dos jogos.

O LOC deverá ser elaborado atempadamente com elementos

responsáveis pela coordenação das áreas-chave do torneio. São eles:

O Diretor do Torneio, que deverá encarregar-se do controlo de todo o

evento, manter-se contactável 24 horas por dia e ser fluente na língua

inglesa.

O responsável pela acomodação e transportes que se certifica de todas as

reservas nos hotéis selecionados para as comitivas, deslocações,

instalações várias (salas de reuniões, sala de massagens, sala de

audiovisuais, etc.) e serviços, onde são englobadas as refeições,

lavandaria, e instalações técnicas, entre outros. Fica a seu cargo, também,

assegurar os veículos necessários e providenciar a todas as equipas e à

UEFA, transferes entre aeroporto, hotel, recintos de jogo e treino, frotas de

automóveis para qualquer atividade e transporte dos dirigentes dos clubes.

Um encarregado dos recursos humanos que recrute e coordene todos os

voluntários e os Team Liaison Officers (TLO’s).

Um responsável pelas instalações e organização de jogos que se certifica

de que todos os pontos descritos no regulamento referente aos espaços

físicos são cumpridos e garanta que são tomadas todas as medidas

respeitantes às condições e espaços destinados ao controlo antidoping e

situações médicas22. A seu cargo terá, também, a responsabilidade de

informar as autoridades locais sobre o início e término das partidas, bem

como a implementação de todas as diretrizes regulamentadas. Deve

providenciar o controlo e segurança no recinto, o número adequado de

efetivos policiais e de staff de apoio aos espectadores, para manter um

ambiente favorável entre todos os indivíduos envolvidos no evento e, ainda,

22

Como descrito no ponto 3.9 do Manual de Clubes da UEFA.

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57

fazer chegar às equipas, aos fãs, aos media, aos VIP’s, etc., todos os

documentos relacionados com os jogos.

Um responsável pela promoção publicitária e bilhética, que garanta que a

competição recebe a melhor divulgação, prepara e implemente a estratégia

de venda de bilhetes seguindo todas as guidelines e que mantêm a

identidade da marca mencionada no manual da UEFA Futsal Cup.

Um responsável pelos media, patrocínios e hospitalidade VIP, que

providencie aos meios de comunicação locais e internacionais todas as

instalações nos pavilhões, coordene e garanta a qualidade de toda a

atividade bem como a hospitalidade para os membros VIP nos dias dos

jogos23;

Os Team Liaison Officers (TLO’s) deverão estar ao dispor das equipas 24

horas por dia, desde a sua chegada até à partida. Enquanto

acompanhantes das equipas, têm como deveres manter o contacto entre o

LOC e as comitivas; envolverem-se na reunião diária com o comité

organizador local para discutir questões práticas; deslocarem-se com os

atletas para todos os eventos estipulados – sessões de treino, jogos,

excursões -; garantirem que nenhum serviço ou material, que tenha sido

acordado por parte da organização seja esquecido; atuarem como

intérpretes sempre que solicitado e proporcionarem toda e qualquer

informação relativa à cultura local e / ou nacional, às tradições e aos

hábitos de vida dos habitantes.

Como requisitos para a sua seleção constam os seguintes critérios: boa

capacidade de comunicação em língua inglesa e, se possível, na língua do

país de origem dos elementos com que vão trabalhar, ter um conhecimento

alargado sobre a própria cultura e tradições, conhecer o local onde vai

decorrer o evento e estar à vontade perante a modalidade de futsal.

Também as equipas de árbitros têm um elemento a acompanhá-los, que

23

Como descrito na secção 4.1.11 do Manual de Clubes da UEFA.

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58

neste caso são designados por Referee Liaison Officer (RLO). No caso das

equipas de controlo antidoping a terminologia utilizada é Doping Control

Liaison Officer (DCLO). Tornam-se responsáveis pelo acompanhamento da

comitiva de árbitros, bem como dos elementos do controlo antidoping

durante as competições. Para esta última situação, o elemento de

acompanhamento não necessita de ter habilitações médicas para

desempenhar a função.

A estrutura representativa desta fase final da UEFA Futsal Cup 2015

que se realizou em Lisboa, pode observar-se no organigrama apresentado a

seguir.

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59

UEFA Delegates

Liaison Officer

FRANCISCO

BARROQUEIRO

Referees Liaison

Officer

NUNO CASTRO

& ANTÓNIO

CARDOSO

VIP Liaison

Officer

CARLOS

SOUSA

Supporters

Liaison Officer

ANDRÉ

GERALDES

Vip’s Arts Hotel

Accomodation Manager

JOÃO

RIBEIRO

Team Liaison

Officer

KAIRAT AFC

TLO: ANA DELFINO

MFK DINA MOSKVA

TLO: NANA PEREIRA

FC BARCELONA

TLO: PEDRO PORTAS

Ticketing

PAULO

ALMEIDA

VIP Hospitality

Manager

ROSA

DUARTE

Staff Support

RICARDO

GUERREIRO

&

FERNANDO

CUNHA

Sports Facilities

JOÃO

AMORIM

Accommodation and Transport

Manager

JOSÉ

ALMEIDA

Marketing

JOÃO

NUNES

Concessions Manager

JOANA

ORNELAS

TV/ Media Manager/

Media Officer

RITA

MATOS

Responsible for

Security

RICARDO

GONÇALVES

Medical Officer

MANUEL

SOUSA

Match Organiz.

Manager & Voluntaries Coordinator

INÊS

CAETANO

Doping Control

MANUEL

LOPES

Accreditation

RITA

PEREIRA

Tournament Director Assistant

JOÃO PEDRO NUNES

Tournament Director

MIGUEL ALBUQUERQUE

UEFA

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60

2.4. Apresentação de dados da prática

A síntese dos dados foi feita com base nas premissas de tipificação de

eventos de acordo com Sarmento (2002) e atrás descritas. São, agora,

compulsadas e organizadas de acordo com dois tipos de dados:

a) os indicadores de intervenção resultantes da minha participação ativa

nas operações e que configuram o treino de competências no âmbito da

gestão do desporto;

b) os indicadores de observação resultantes da minha situação de

presença não ativa.

Ao longo do estágio fiz registos diários com milhares de entradas criando

um diário, cujo tratamento é, agora, depurado para apresentação dos dados

nas duas categorias atrás indicadas.

Da conjugação das duas posições que assumi durante o estágio,

enquanto participante ativa e observadora, pude desenvolver competências

no quadro da gestão e organização de eventos desportivos, numa relação

bidirecional – operacionalização conhecimento competência /

competência conhecimento operacionalização.

O quadro sinóptico que se apresenta no final das operações, reflete

estas sinergias de aprendizagem.

2.4.1. As operações organizativas do evento

Partindo do modelo apresentado por Sarmento (2014), ao qual foram

acrescentadas outras operações, como, media, marketing e bilhética, gestão

de concessões e controlo antidoping, passarei a descrever as minhas

experiências tidas em cada uma delas ao longo de quatro meses. Essas notas,

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61

retiradas do meu “diário de bordo”, serão acompanhadas nalguns casos por

quadros e anexos que darão suporte à análise qualitativa de desempenho.

2.4.1.1. Os transportes

Para este tipo de competições a UEFA determina que a distância

compreendida entre o aeroporto e os hotéis das equipas participantes na

prova, não deverá exceder mais de 2 horas de autocarro. No caso dos quatro

finalistas, não ficarem concentrados no mesmo alojamento, a distância entre

estes não deverá ultrapassar os 30 minutos; entre os hotéis e o recinto oficial

de jogo, o tempo a despender deverá ser no máximo 1 hora e por último, entre

os hotéis das equipas e o pavilhão de treino não deverá exceder 20 minutos24.

Durante o evento, o esquema de transportes obrigou a uma rigorosa

articulação de meios.

Durante o pré-evento, realizaram-se nos dias 7, 8, 9 e 10 de Fevereiro,

o sorteio final e o workshop de equipas, que contou com a participação de

alguns dos membros da UEFA e representantes dos quatro clubes em

competição. Neste período, o mapa de circuitos estabelecido compreendeu a

utilização de três viaturas de aluguer – um monovolume de 8 lugares e dois

automóveis de 5 lugares – para percursos pré-definidos, estando a meu cargo

a condução de um dos veículos (anexo XI). Aqui intervim ativamente

transportando elementos da UEFA e membros da direção das equipas entre

diversos pontos de Lisboa - Aeroporto, Estádio de Alvalade, Parque das

Nações, Estádio da Luz, Meo Arena, etc. A língua de trabalho utilizada foi o

inglês (anexo XII).

Durante a fase de competição, os itinerários compreendiam a passagem

pelos seguintes locais:

24

Manual de Clubes da UEFA 2014/2015

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Quadro 5 – Itinerários UEFA Futsal Cup 2015

Itinerário Local Chegada e partida

1 Aeroporto da Portela

Atletas,

Comitiva UEFA,

Árbitros,

Observadores,

Elementos da cadeia televisiva Eurosport

2

Alojamento

Hotel 1 e Hotel 2

3

Instalações desportivas

Meo Arena e Multiusos do Estádio de Alvalade

As deslocações para os programas culturais e jantar oficial realizados,

também se encontravam englobados neste mesmo mapa de transportes.

A frota de veículos era constituída por três autocarros modernos, de 30

lugares, devidamente identificados com o nome do clube, com ar condicionado

e condutor particular durante toda a estadia; 6 automóveis de 5 lugares, um

monovolume e uma carrinha de 8 lugares. De acordo com o regulamento da

UEFA, dois dos carros deveriam estar à disposição dos membros oficiais das

delegações e outros dois destinados à equipa de arbitragem.

Qualquer dos transportes em utilização encontrava-se devidamente

caracterizado com os logótipos identificativos da competição.

Nesta operação a minha participação foi tanto de observadora como de

participante. Pude constatar que a rede de transportes criada para este tipo de

eventos deve obedecer a diferentes critérios e exigências.

Em primeiro lugar, deve assegurar-se a qualidade dos meios de

deslocação para que se possa garantir a comodidade e segurança dos

envolvidos. Em segundo lugar, importa a definição de itinerários, que possibilite

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a rápida circulação e pontualidade. E, por fim, que o transporte também pode

ser utilizado como meio de hospitalidade.

Na perspetiva do enriquecimento do meu perfil considero ter reforçado

as competências técnicas de capacidade de análise dos contextos, de

comunicação e capacidade crítica.

Ao nível das competências de cidadania acentuei a minha postura

ética, do respeito pelos valores sociais e institucionais.

Relativamente às competências comportamentais revelei

capacidade de me relacionar, de procurar informação e conhecimento,

assim como fui capaz de me adaptar ao grupo de trabalho que integrei e à

realização das tarefas que me conferiram.

2.4.1.2. A alimentação

Considerada uma das operações mais complexas pelo elevado número

de envolvidos, o processo de alimentação requereu uma articulação e controlo

rigorosos. Além de englobar todos os participantes diretos (atletas, dirigentes e

árbitros) procura, também, suprir as necessidades da organização, staff,

convidados e voluntários.

No primeiro caso, a sua seleção é realizada com bastante antecedência,

envolvendo o LOC e os hotéis escolhidos para acomodação. Deverão seguir

um plano nutricional adequado e ter em especial atenção aos pedidos de

dietas solicitados por algum dos elementos. Posteriormente, é divulgada para

a UEFA e submetido à aprovação das equipas um mês antes do evento.

Durante a competição, cada equipa dispõe de acesso individual a uma

sala de refeições e de audiovisuais no hotel 125: Sporting C.P. (sala Arts II);

FC Barcelona (salas Ruby I, II e III); AFC Kairat Almaty (salas Diamante I e II)

e MFK Dina Moskva (sala Arts I), sendo que as três refeições previstas por

dia, apesar de se encontrarem previamente calendarizadas (anexo XIII),

apresentavam uma flexibilidade de horários para as possíveis casualidades.

25

Por questões de estruturação do texto, a identificação dos hotéis será feita no subcapítulo seguinte.

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64

As ementas elaboradas procuraram cumprir no processo de nutrição, um

regime alimentar equilibrado, assegurando desta forma, a incorporação e

utilização pelo organismo de energia e materiais indispensáveis ao seu bom

funcionamento. Seguiu-se uma tipologia de dieta mediterrânica, consagrando

em todas as refeições uma vasta oferta de vegetais, sopas do dia, uma opção

de massa com elevado índice glicémico, uma opção de peixe, uma de carne e

sobremesas diversas (anexo XIV).

Uma alimentação na qual a ingestão de nutrientes ocorre de forma

adequada, isto é, um consumo balanceado de glícidos (50-60% da ração

calórica por dia), proteínas (10-15%) e lípidos (20-30%) de acordo com

dispêndio energético, reflete-se no desempenho do atleta a médio e longo

prazo.

Diversos estudos provam que uma correta alimentação auxilia na

manutenção de substratos enérgicos durante o esforço físico, diminuindo o

tempo de recuperação após o exercício e o risco de lesão ou doença. Permite,

igualmente, a manutenção da função imunológica e da composição corporal, e

ainda, a preservação da massa muscular e óssea, fatores que se refletem na

performance desportiva (Teixeira, 2006).

No que concerne aos convidados, o volume de refeições servido foi

realizado por um serviço externo de catering personalizado. A contratação de

empresas externas, confere uma solução prática e de qualidade para dar

resposta a eventos com esta dimensão. Para os voluntários, a solução

adotada, devido ao elevado número de envolvidos, recaiu sobre refeições

volantes, rápidas, passíveis de serem consumidas em horários alargados.

Nesta operação a minha participação foi como observadora. Verifiquei

que os regimes alimentares de todos os intervenientes obedecem a diferentes

tipos de critérios e exigências garantindo a supressão de necessidades e

contribuindo para o bem-estar, nos períodos de tempo adaptados a cada grupo

participante no evento.

Acerca desta área, considero ter reforçado as minhas competências

técnicas de análise e gestão; competências de cidadania, com o respeito

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65

pela diversidade cultural e gastronómica; ao nível das competências

comportamentais, reforcei as minhas informações e conhecimentos.

2.4.1.3. O alojamento

O alojamento compreende a receção e instalação dos participantes,

com recurso a unidades hoteleiras. Por ser uma das operações que envolve

maior investimento ao longo de todo o projeto, também obriga ao cumprimento

de determinados requisitos. Nos meses antecedentes à competição, a UEFA

realiza uma inspeção para verificação do cumprimento das habituais normas,

onde o regulamento oficial estabelece, que todos os hotéis selecionados

deverão possuir um padrão de qualidade standard, em categoria 4 estrelas.

Os anfitriões do evento deverão facultar às equipas (constituídas por 21

elementos, no máximo) as seguintes instalações: sete quartos duplos para os

jogadores com duas camas individuais cada; sete quartos individuais para as

delegações oficiais; uma sala de tratamento médico equipada com mesa de

massagem e uma sala para arrumo de equipamento desportivo,

preferencialmente localizada no piso térreo para um acesso mais prático

através do estacionamento.

Para a equipa de arbitragem bem como a comitiva da UEFA deverão ser

providenciados quartos individuais, num hotel distinto daquele que tenha sido

determinado para os atletas, mas ambos hotéis deverão facultar aos seus

clientes a mesma tipologia de serviços e comodidades.

Nesta 14ª edição da UEFA Futsal Cup, foram eleitos dois hotéis

designados neste relatório por Hotel 1 (equipas) e Hotel 2 (UEFA), distanciados

entre si por 350m e a menos de 1km do Meo Arena, onde o conforto estava

aliado ao design e à tecnologia. Com uma localização estratégica, permitiram

um acesso rápido às diversas infraestruturas de lazer, transportes, restauração

e entretenimento.

Nesta operação a minha participação foi de observadora, recolhendo

informação e consolidando conhecimentos acerca das normas e padrões

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66

relativas à hospedagem e confirmando, in loco, a qualidade dos espaços

exigida pelo organismo internacional.

2.4.1.4. A acreditação

O processo de acreditação acarreta uma responsabilidade acrescida,

pela sua estreita ligação com os níveis de segurança determinados para um

evento desta envergadura. Este processo, de identificação pessoal e

intransmissível, possibilita uma monitorização da circulação dos participantes

pelas áreas que constituem a instalação desportiva - Meo Arena.

Localizado na zona Norte do edifício, o centro de acreditação era

facilmente identificável pelos vários painéis alusivos ao evento. No interior, três

balcões subdividiam o espaço: um destinado à hospitalidade, onde decorria o

levantamento de bilhetes VIP e VVIP (bilhetes dedicados a entidades

institucionais sob normas protocolares) para as zonas de tribuna; um segundo

balcão somente para acreditação dos media, dado o elevado número de meios

de comunicação envolvidos; e um último que reunia as restantes áreas –

serviços, LOC, host broadcaster e voluntários (anexo XV).

O centro de acreditação funcionou entre 21 e 26 de Abril, no horário

compreendido entre as 09:00h e as 18:00h, com exceção feita no primeiro dia

de jogo, em que este encerrou às 22:00h.

O sistema de identificadores visuais recorreu à utilização de sete cores –

azul, amarelo, vermelho, verde, laranja, roxo e cinza – de acordo com espaço e

função a desempenhar (anexo XVI).

As áreas de atuação foram as seguintes.

Quadro 6 – Sistema de acreditação do evento

Cor Função Enquadramento

AZUL Serviços

Fazem parte todos os trabalhadores e técnicos

especializados na produção e montagem do evento UEFA

Futsal Cup.

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AMARELO Media Enquadram-se todos os fotógrafos, imprensa escrita,

jornalistas, produtores, comentadores e repórteres.

VERMELHO Equipas Constituídas no máximo por 25 elementos no seu total (14

jogadores e 11 oficiais).

VERDE Organização Todos os elementos pertencentes a UEFA e LOC.

LARANJA Host

broadcaster

Os responsáveis por toda a captura e transmissão televisiva

em direto.

ROXO Voluntários Participantes com papel em todas as áreas, que auxiliaram

e promoveram a competição.

CINZA26

VIP’s Convidados VIP e VVIP27

.

O recurso a estes identificadores – passes – permitiu que todos os

envolvidos que não se encontrassem no papel de adepto, pudessem

desempenhar as suas tarefas nos espaços que lhes foram destinados, da

forma mais discreta e menos invasiva possível.

De acordo com as operações propostas por Sarmento (2010), a

acreditação, foi aquela em que, ao longo da UEFA Futsal Cup 2015, tive maior

desempenho e responsabilização ficando esta operação sob a minha

supervisão. Aqui, para além da língua oficial (Inglês), fiz uso das minhas

competências linguísticas no domínio do idioma castelhano.

A listagem final foi elaborada no mês antecedente à competição, com

recurso a sistema informático. Após receção, via correio eletrónico, dos vários

pedidos de acreditação, tudo foi catalogado segundo o dia e função. No

período compreendido entre 20 e 26 de abril, contabilizaram-se 935

credenciais, assim discriminadas:

26

Já depois de produzidas as credenciais, a organização decidiu-se pela utilização de pulseiras identificadoras, um elemento mais discreto atendendo ao estatuto das pessoas envolvidas. 27

Designação atribuída a figuras proeminentes - personalidades de estado, comités e outras individualidades.

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Quadro 7 – Acreditação por áreas

Serviços Media Equipas Organização Host broadcaster Voluntários Total

300 133 106 121 48 230 935

Nesta operação, como acima se refere, fui participante ativa e

observadora de todo o processo. Quanto a competências técnicas, referidas

por Manfredi (2002), atuei ao nível da análise, planeamento, gestão, decisão,

mobilização, negociação, comunicação e crítica. Sobre as competências de

cidadania desenvolvi aptidões de apaziguamento e resiliência perante as

dificuldades e desafios, reconhecida, por muitos, com elevado autocontrole

perante situações de grande tensão, operando com sentido de

responsabilidade, justiça e ética. Quanto às competências comportamentais,

tiveram relevância o relacionamento, a liderança, a informação, a proatividade,

a flexibilidade, a criatividade e a persistência.

2.4.1.5. Os equipamentos desportivos

A qualidade dos equipamentos desportivos pode ser um dos fatores

determinantes para o sucesso ou insucesso de uma competição. Por

qualidade entende-se, neste contexto, as características das infraestruturas e

dos seus constituintes, satisfazendo requisitos ou necessidades implícitas.

Engloba-se, neste campo, o maior ou menor uso da tecnologia para

ampliação e projeção do espetáculo como um todo, o recurso à melhor

iluminação, uso de audiovisuais, existência de espaços amplos, bons

acessos, etc… tudo isto favorece o sentimento de bem-estar nos participantes

e nos espetadores.

Neste campo organizativo, o meu papel desenrolou-se, enquanto agente

observador e pontualmente como participante. Apesar de ter existido uma

constante colaboração na montagem e identificação dos espaços, no

transporte de materiais, na estruturação das salas, acessos e balneários,

considero que o saber adquirido por observação e análise, quer em reuniões

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69

com os responsáveis, quer no terreno propriamente dito, me proporcionaram

uma aquisição de novas ferramentas.

Para acolher a fase final da Taça UEFA de Futsal 2015, a instalação

eleita foi o Meo Arena, por possuir uma das melhores condições em toda a

Europa, para a realização de provas desportivas, exposições e espetáculos de

luz e som e porque correspondia às exigências da UEFA. Este organismo

determina que a fase final do evento decorra em instalações com capacidade

mínima de 5.000 lugares para os espectadores e estacionamento disponível

para o público e media. Para as equipas deverá existir um parque junto à

entrada do recinto desportivo. É igualmente importante referir que as

dimensões da superfície de jogo deverão estar em consonância com as Leis

de Jogo de Futsal da FIFA para jogos internacionais, isto é, um comprimento

de 38m a 42m e uma largura compreendida entre 20m e 25m.

Meo Arena:

Conhecido também como antigo Pavilhão Atlântico ou Pavilhão da

Utopia, na atualidade designado Meo Arena, foi construído ao longo de quase

três anos para a EXPO’98.

Localizado no Parque das Nações, em Lisboa, na margem norte do Rio

Tejo, é um espaço destinado a festivais, espetáculos desportivos e atracões

públicas. Situado numa zona privilegiada, tira partido da excelente rede de

transportes que o circunda, tanto a nível ferroviário, pela sua proximidade com

a estação do Oriente, como a nível rodoviário, com um variado leque de

transportes em redor, como, ainda, com fácil acesso às linhas aéreas através

do Aeroporto da Portela.

Não foi a primeira vez que Lisboa recebeu uma final deste prestígio.

Em 2002, o Playas de Castellón (Espanha) sagrou-se campeão frente ao seu

adversário, o Action 21 Charleroi (Bélgica); em 2010, o Sport Lisboa e Benfica

(Portugal) conquistou o troféu frente ao Inter FS (Espanha), no antigo Pavilhão

Atlântico.

Nesta edição de 2015, o Meo Arena serviu de palco para a final do

título europeu de clubes.

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Composto por três áreas integradas, o recinto dispõe de 3 salas: a Sala

Atlântico com 5.200m², 12.500 lugares sentados e uma capacidade máxima

para 20.000 utilizadores em pé; a Sala Tejo, com 2.200m², banhada por luz

natural e o Centro de Negócios com um auditório de 100 lugares e 11 salas

polivalentes para trabalho, onde se inclui a sala de telecomunicações, régie

multimédia, entre outros. Mais recentemente foi criado um novo espaço

denominado Arena Box, que surge de uma variação da Sala Atlântico, com

uma área de 2.000m² e uma capacidade entre as 500 e as

4.000 pessoas.

Por possuir uma enorme versatilidade, pode ser adaptada para

diversas configurações e dimensões consoante a sua finalidade. Existe

também um conjunto de bancadas retrácteis, que poderão ser incluídas,

tornando este espaço multifuncional, tanto quanto o desejado. Conta com 28

camarotes de 18.5m² cada, 49 instalações sanitárias ao longo de todo o

edifício (nove das quais destinadas a pessoas com mobilidade reduzida) e

três níveis de balcões para o público. No piso subterrâneo apresenta um

parque automóvel com cerca de 1.754 m².

Graças à sua estética, flexibilidade e arquitetura futurística este é o

cenário perfeito para que grandes eventos aqui tenham lugar (anexo XVII).

Para o evento, relativamente aos balneários, é obrigatória a existência

de, pelo menos, quatro com iguais dimensões, estilo e conforto para cada

equipa de jogadores. Deverão conter, no mínimo, 15 lugares diferenciados, 15

cacifos pessoais ou cabides, uma mesa de massagem, pelo menos 3

chuveiros, instalações sanitárias e ainda um quadro técnico de futsal. Para os

elementos da arbitragem, o seu espaço deverá ser equipado com pelo menos

5 lugares e uma mesa-secretária, 5 cabides ou cacifos individuais, um

chuveiro e instalações sanitárias.

No banco de jogo, apenas são permitidos seis elementos oficiais, um

dos quais elemento médico e nove jogadores suplentes, num total de 15

pessoas. Todos os seus nomes deverão constar na ficha de jogo. A mesa do

cronometrista deverá dispor de 5 cadeiras, dispostas entre os dois bancos de

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suplentes. Nela poderão estar representados o cronometrista, o terceiro

árbitro oficial, o speaker, o Diretor do Torneio e ainda, se necessário o

Delegado da UEFA ao jogo e o Observador de Árbitros.

Para fases finais, a UEFA determina que o sistema de luzes utilizado

deverá possuir um nível mínimo de 1.800 lux agregado a um sistema de

emergência de pelo menos 1.000 lux.

Nesta operação fui observadora e pontualmente participante ativa, ao

nível das competências técnicas porquanto contactei com as várias fases –

análise, planeamento, decisão, mobilização, etc. – durante as reuniões de

trabalho.

2.4.1.6. A competição

A competição é o núcleo do evento. É constituída pelo número de jogos

a realizar, de acordo com os regulamentos e o formato estabelecido. O seu

desenho deve ser analisado como elemento potenciador do desenvolvimento

de cada desporto, como nos indica Sá & Sá (s.d.).

A organização envolve um calendário de provas (descrição cronológica

dos acontecimentos) e regras bem definidas, do conhecimento público de

atletas e equipa técnica. Invariavelmente, ditará um vencedor e um vencido

seja qual for a modalidade em disputa.

A UEFA Futsal Cup 2015, teve início no dia 24 de abril, com a Meia-

final 1 às 19.00h entre Dina Moskva vs. AFC Kairat e a Meia-final 2, pelas

21.30h, opondo FC Barcelona ao Sporting CP O dia 25, sábado, destinou-se a

descanso e/ou visitas à cidade de Lisboa. No dia 26 de abril, o jogo de

atribuição do 3º e 4º lugares com início às 15.00h e a aguardada final pelas

17.00h.

Neste período, nos dias antecedentes aos jogos, todas as equipas

realizaram uma sessão de treino de uma hora (conforme o regulamentado) e

contaram com a presença dos media nos primeiros 15 minutos (anexo XVIII).

Também a equipa de arbitragem pôde utilizar as mesmas instalações para a

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preparação física. Se necessário, para treinos suplementares, estaria

disponível um campo adicional com um piso idêntico ao da superfície de jogo.

Relativamente à venda dos bilhetes, mais de 10.000 foram vendidos

em apenas 20 dias, com um custo compreendido entre 10 e 20 euros por

pessoa, permitindo a entrada em todos os jogos. Estes foram disponibilizados

para compra a 26 e fevereiro ao meio-dia, tendo esgotado por completo em

menos de três semanas. A idade mínima permitida, para entrada com bilhete

em recintos desportivos, são os três anos de idade.

Para cada jogo, a UEFA determina que na entrada em campo, os

jogadores poderão ser acompanhados por 28 crianças (14 por cada equipa),

que segundo os regulamentos oficiais de jogo, deverão ter aproximadamente

8 anos de idade, altura inferior a 1.30m e reunirem as aptidões necessárias

para o desempenho da tarefa.

Pude igualmente presenciar e compreender o funcionamento da

logística associada ao vestuário de jogo, de aquecimento e de saída que a

tantos condicionamentos é sujeito, por questões legais de sponsorização e

promoção.

Kits de Jogo:

A publicidade por parte do patrocinador nas camisolas foi autorizada

em todos os jogos, contudo cada equipa teve de disponibilizar previamente

imagens dos seus equipamentos (principal e alternativo), de frente e de trás,

de todos os jogadores de campo e dos seus guarda-redes (incluindo o

avançado), até 16 de março 2015. Para as finais, de acordo com o artigo 35 /

36 do Regulamento de Kits da UEFA, apenas é autorizado um patrocinador na

frente da camisola (anexo XIX).

Vestuário que não fizesse parte do equipamento de jogo não podia

conter qualquer elemento publicitário. Apenas é permitida a identificação do

fabricante conforme se encontra referido nos capítulos IX, X e XI do

Regulamento de Kits da UEFA.

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Quaisquer outros elementos utilizados para os treinos que não fossem

disponibilizados pela UEFA, não poderiam conter qualquer tipo de

identificação, fosse patrocínio ou marca de fabricante.

No que diz respeito à numeração, para todas as provas os jogadores

utilizaram, na parte de trás da t-shirt, um número compreendido entre 1 e 20,

correspondente aos elementos descritos na folha de jogo oficial. O nº 1

deverá ser sempre atribuído a um dos guarda-redes. Para a final, os calções

de jogo também continham a numeração na parte da frente e as camisolas os

nomes dos atletas.

O logótipo da UEFA Futsal Cup aparecia na zona livre da manga

direita, enquanto o símbolo “Respect” deveria ser posicionado horizontalmente

na manga esquerda. A braçadeira de capitão – azul ou amarela - que contém

a designação UEFA Futsal Cup ou “No to Racism28” respeitante à campanha

de sensibilização contra o racismo deverá ser utilizada em todos os jogos.

Nenhum destes elementos poderá ser adotado para qualquer outro tipo de

competição ou sob outro propósito, como fins comerciais ou atividades

promocionais.

Equipas:

Futbol Club Barcelona (Espanha) – FC Barcelona

O FC Barcelona foi fundado em 1899, tendo somente sido criada a sua

equipa de futsal em permanência no ano de 1986. No seu palmarés destaca-

se a conquista do campeonato espanhol por três vezes, a última em

2012/2013, vencedor da UEFA Futsal Cup por duas vezes (2011/2012 e

2013/2014) e vencedor da Taça de Espanha e da Taça da Liga, quatro vezes

cada.

O seu recinto desportivo denomina-se Palau Blaugrana e situa-se ao

lado do mítico estádio Camp Nou. Do plantel, nesta época, fizeram parte

Christian Barrios, Jesus Aicardo, Ari Santos, Gabriel da Silva, Dyego, Ángel

Velasco, Sergio Lozano, Dione, Saad, Wilde, Carlos Vagner, Miguel Venta,

28

Esta campanha destinada a erradicar o racismo, a intolerância e todas as formas de discriminação, vem sendo utilizada frequentemente pela UEFA nas competições europeias.

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Rafa Usín e Francisco Sedano comandados pelo treinador principal Marc

Carmona desde 2004.

Foi Carmona que recolocou o Barcelona no escalão principal na época

2005/2006 alcançando múltiplos títulos nos anos seguintes. Seguiu-se a Taça

UEFA na qual os catalães não só venceram a fase de grupos como acolheram

a final sagrando-se campeões (anexo XX).

Imperial Sport Club Dina Moskva (Rússia) - ISK Dina Moskva

O ISK Dina Moskva, originário da cidade de Moscovo foi fundado no ano

de 1991. Na sua história conta com dez campeonatos nacionais e sete Taças

da Rússia. Nos últimos anos, o Dina Moskva refez a sua equipa reforçando o

plantel com novos jogadores. Esta mudança valeu-lhe a conquista do título

nacional em 2013/2014, além da estreia na UEFA Futsal Cup, obtendo a

melhor prestação de sempre até aos dias de hoje (apuramento para a final).

No plantel destacam-se jogadores como Alemão, Carlinhos, Esquerdinha

e Dmitri Prudnikov. O treinador, Andrei Yudin, de nacionalidade russa, foi

igualmente jogador da equipa na década de 90. No seu percurso assinala-se

uma breve passagem pela seleção do Azerbaijão onde conquistou um dos

títulos da conta pessoal (anexo XX).

Football Club Kairat (Cazaquistão) - Kairat Almaty

O Kairat Almaty é a principal força do futsal no Cazaquistão e

conquistou o primeiro título europeu do país em 2013. Fundado em 2001,

alcançou onze títulos nacionais e nove Taças do Cazaquistão, esta última já

no ano de 2015. Anteriormente conhecido como Kaynur, adotou o atual nome

em 2001 homenageando o empresário-fundador e atual presidente Kairat

Orazbekov.

O recurso a novas contratações de nacionalidade brasileira como Jé e

Igor, que passaram pelo Barcelona, Marcão ex-atleta do Benfica (transferido

na presente época para o Sporting C.P.), Huiguita e Divanei, que se sagrou

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campeão pelo Sporting em 2010, 2011, 2013 e 2014, tem contribuído para os

excelentes resultados. Só na ronda de elite, o Kairat marcou 28 vezes, mais

do que qualquer outro vencedor nas fases de grupo. Deste plantel destacam-

se Dinmukhambet Suleimenov, Higuita, Joan e Alexandre como principais

jogadores. O seu treinador, Ricardo Camara Sobral, conhecido como Cacau,

foi campeão nacional enquanto jogador no Brasil, no Cazaquistão e na

República Checa regressando ao Kairat para o orientar na fase final da Taça

UEFA de Futsal (anexo XX).

Sporting Clube de Portugal (Portugal) - Sporting C.P.

O Sporting C.P. foi fundado em 1906 e em 1989 foi criada a equipa de

futsal. Conta com doze campeonatos e quatro Taças de Portugal, no meio de

tantas outras conquistas. Na competição da UEFA, o melhor desempenho

alcançado teve lugar em 2011.

Na elite group (grupo A) bateu o Futsal Team Charleroi (Bélgica), o FC

Grand Pro Varna (Bulgária) e, ainda, o Inter FC (Espanha), em Odivelas.

Participou em 2001/2002 na primeira edição onde alcançou as meias-finais e

em 2010/2011 perdeu frente ao Montesilvano (Itália) a final por 5-2, depois de

levar a melhor sobre o Kairat Almaty (Cazaquistão) nas meias-finais. Do seu

plantel, nesta 14ª edição, fizeram parte João Benedito, Cristiano, André

Sousa, Pedro Cary, Marcelinho, João Matos, Fábio Lima, Varela, Miguel

Ângelo, Fábio Aguiar, Alex, Djo, Divanei, Paulinho, Diogo, Cássio e Pacheco.

O comando técnico ficou a cargo de Nuno Dias, auxiliado por Paulo Luís, Raul

Oliveira e José Dias. Para o sucesso desportivo desta equipa contribuíram

também Fábio Sousa (observação e análise), Tiago Melo (fisioterapeuta), Dr.

Manuel Sousa (médico) e Lúcio Castro (técnico de equipamentos) (anexo XX).

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Troféu:

O troféu da UEFA Futsal Cup é concebido numa liga de metal, com

uma bola em "plexiglass"29, onde são refletidos o dinamismo e harmonia do

futsal, ao mesmo tempo que mostra o logótipo da competição. A liga de metal

em círculo e o pilar-base demonstram uma variação de efeitos opacos e

brilhantes que servem para realçar a forma e sublinhar a aparência nobre. Tem

uma altura de 40cm e um peso de 7,5kg. O seu design foi concebido pela

Infinity Blue, empresa sediada em Genebra, que tem por missão criar soluções

de valor duradouro, atribuindo formas a ideias, através dos melhores skills e

competências do mercado.

O troféu permanece com os seus vencedores pelo período de um ano,

contudo, dois meses antes do início da fase final seguinte deverá ser devolvido

à UEFA. Como recordação, o clube receberá uma réplica, devidamente

identificada como tal, em tamanho reduzido não excedendo os quatro quintos

do tamanho oficial. Quanto ao troféu original, passará a ser propriedade do

clube que vença a prova em três anos consecutivos ou num total de cinco

vezes.

Programas de animação30:

Paralelamente à competição, e porque um evento não se restringe

somente ao período de jogo, foi desenvolvido um plano de atividades

complementares para o interior e exterior do recinto.

Os programas de animação que ocorrem dentro das instalações, são

cada vez mais utilizados como forma de entretenimento dos espetadores. De

compreensão e execução fáceis, enriquecem o espetáculo em si pelo

sentimento de pertença que é despoletado no seu público.

29

Material termoplástico rígido, transparente e incolor; também pode ser considerado um dos polímeros (plásticos) mais modernos e com maior qualidade do mercado, pela facilidade de adquirir formas, pela leveza e alta resistência. É também chamado vidro acrílico ou simplesmente acrílico. 30

A estrutura do SCP desenvolveu o seu esquema organizativo enquadrando esta área nas operações respeitantes à competição, muito embora alguns autores a enquadrem na área da hospitalidade.

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Sá & Sá (s.d.), mencionam três principais razões para sucesso e

satisfação dos participantes. Em primeiro lugar, a aleatoriedade de seleção; em

segundo lugar, o fator prémio (recompensa pessoal) e, por último, o

comportamento entusiástico da assistência perante o desafio.

Também aqui, os patrocinadores e associados encontram mais uma

janela de oportunidade para a expansão da sua marca. O recurso a atividades

de diversão com fins promocionais, maximiza a sua imagem no mercado, num

curto espaço de tempo e perante um grande fluxo de adeptos.

Alguns dos passatempos recriados para estes dias, consistiram em

concursos de perícia e habilidade, apelidados de jogo, desafio ou coreografia

“patrocinador”.

A fanzone, localizada a Sul do edifico, consistiu numa área exterior, com

atividades lúdicas e roadshow dos nossos sponsors. Os visitantes tinham

oportunidade de frequentar o mini-campo de futsal, insufláveis, pinturas faciais

e a mesa de futebol, com a interação constante da mascote oficial do clube, o

Jubas. O horário de funcionamento decorreu na sexta-feira das 16h às 21h,

sábado, das 15h às 20h e domingo das 10h às 17h30. Contabilizaram-se por

dia 350, 150 e 300 visitantes, respetivamente (anexo XXI).

Como observadora, posso registar que ao nível das três competências

que tenho vindo a focalizar, verificou-se, de forma abrangente, a apropriação

de todos os itens indicados.

2.4.1.7. A segurança

A segurança é a área do evento que procura ver salvaguardado o bem-

estar de todas as pessoas, evitando confrontos físicos individuais e/ou de

grupos.

O elevado número de intervenientes nesta competição exigiu um

planeamento rigoroso e atempado entre organização, UEFA, autoridades

locais, stewards, segurança privada, assistência médica, bombeiros e

segurança Meo Arena, conforme pude verificar ao longo do processo.

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Percursos, acessos, bancadas, zonas de GOA’s e adeptos, escolta de equipas

(sempre que requerido), saídas de emergência e parqueamentos, foram

estudados e verificados no local.

Outra das preocupações que existe na atualidade prende-se com a

redução da visibilidade e da ostentação dos meios policiais nos recintos

desportivos, conforme nos indica Sarmento (2010), mantendo o corpo de

intervenção resguardado, apenas visível quando se torna inevitável.

Hoje em dia, o acompanhamento de claques desportivas, conhecidas

como grupos organizados de adeptos, comporta uma dinâmica facilitadora,

através dos seus representantes oficiais (Supporters Liaison Officer). Estes

elementos, pertencentes aos recursos humanos dos clubes, estabelecem a

ligação entre a instituição e as várias claques legalmente constituídas.

O papel de porta-vozes que aqui desempenham os SLO, funciona como

elo de comunicação para as partes, procurando ver reunidos os seus

interesses. Não menos importante é a função apaziguadora que pode

representar, perante conflitos entre adeptos e instituições adversárias.

Nesta operação tive, igualmente, um papel de observadora, ao nível da

mobilização e comunicação (competências técnicas); relacionamento e

informação (competências comportamentais). Quanto às competências de

cidadania são transversais em todas as áreas.

2.4.1.8. A assistência médica

Quando se planeia e executa um evento, uma das operações que não

pode ser descurada é a assistência médica. Os acidentes, as doenças, ou o

mal-estar generalizado, podem ocorrer a qualquer instante. Por isso deve

existir uma equipa médica, com formação especializada, destinada a prestar

auxílio de forma rápida e eficaz.

A qualidade deste serviço também contribui para os índices de sucesso

do evento, encontrando-se em estreita relação com a segurança. Como já

referi anteriormente, as operações estabelecem entre si uma relação de

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interdependência e complementaridade, deixando de funcionar como unidades

isoladas.

No planeamento desta edição da UEFA Futsal Cup, procurou-se ver

garantida:

- a rapidez de intervenção das equipas de assistência, assegurada pela

Cruz Vermelha e Bombeiros;

- um apoio de retaguarda, proporcionado pelos grupos de segurança e

comité organizador;

- sistemas de evacuação viáveis e funcionais, que poderão estender-se,

em última instância, até aos serviços hospitalares públicos e privados na região

de Lisboa.

Aqui, cumpri um papel de observadora , quanto ao conhecimento dos

meios a mobilizar.

2.4.1.9. A hospitalidade

A hospitalidade compreende um conjunto de ações com vista à

satisfação e agrado dos intervenientes. Falamos não só dos convidados,

como dos atletas, dirigentes, árbitros, voluntários, media, etc. …

Apesar deste conceito englobar procedimentos que vão desde a

divulgação, receção dos participantes, acessibilidade, merchandising,

limpeza, recordações, roteiros histórico-culturais, etc., durante este evento,

tendo em consideração a minha participação e observação, reportar-me-ei à

hospitalidade no contexto protocolar dos convidados.

Durante o pré-evento, o meu trabalho, consistiu em contactos

institucionais com ex-patrocinadores, atletas, treinadores e dirigentes do clube

leonino.

No que concerne à hospitalidade, estava determinado que na área VIP

do Meo Arena deveria ser providenciado um espaço agradável, adequado ao

número de convidados esperados dos clubes envolvidos, parceiros

comerciais, membros da UEFA e demais personalidades representativas do

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desporto nacional e internacional. A tribuna e restantes lugares VIP, também

seguiram as regras de protocolo quanto à distribuição e localização. Foi

igualmente disponibilizado um serviço de catering especializado, com menus

diferenciados, que decorreu antes, durante e após as partidas.

A hospitalidade VIP contou, igualmente, com os serviços externos de

uma empresa de hospedeiras. As suas funções centraram-se na receção,

acolhimento e apoio de convidados nos espaços existentes. Nas duas zonas

definidas como “Hospitalidade VIP” e “Tribuna” estiveram disponíveis dez

hospedeiras nos dias 24 e 26 de abril, num horário das 16h30 às 24h00 e

13h00 às 19h00, respetivamente.

Em termos estatísticos, o evento registou um total 250 convidados, ao

longo do primeiro dia, e 200 convidados na final.

Eventos sociais:

Ainda no âmbito da hospitalidade, destaco o programa oficial no dia 25

de abril, que contou com a participação do Diretor do Torneio, Delegado e

membros da UEFA e dois elementos de cada delegação. O programa

estabelecia uma visita ao Museu Mundo Sporting, ao estádio Alvalade XXI

seguido de um passeio turístico com jantar de cortesia nos Paços do

Concelho, dando a conhecer a gastronomia e cultura locais.

Este tipo de eventos sociais, símbolo de acolhimento, promove a

hospitalidade e o bom relacionamento entre os participantes.

Nesta operação fui participante ativa e observadora. Pude

desenvolver competências técnicas, de cidadania e comportamentais em

todos os campos descriminados, exceção feita ao empreendedorismo.

2.4.1.10. O Protocolo

O protocolo oficial ou cerimonial, é o conjunto de regras a que devem

obedecer as Cerimónias Oficiais e que se fundamenta em duas exigências

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(Manaças, 2014). Uma primeira de ordem material, que determina a

necessidade dos atos decorrerem de forma ordenada e, outra, de ordem

política e legal, que consiste em garantir aos participantes, o lugar que, por lei

ou pelo costume, lhes compete, por força dos cargos e funções que

desempenham.

Este conjunto de normas, a seguir em eventos, concede aos

participantes privilégios que os ordena numa hierarquia, de acordo com a

idade, cargo, ordem alfabética ou outras.

No evento desportivo realizado, desde a elaboração dos convites para

assistência, onde também estive envolvida31, até à disposição dos convidados,

ordenação das bandeiras, entoação de hinos, Cerimónia de Abertura e

Cerimónia Protocolar de Entrega de Prémios, todos os procedimentos foram

seguidos de acordo com o regulamentado. Esta normalização e standardização

de princípios, torna-se facilitadora, qualquer que seja o contexto em que é

aplicado.

A organização é o espelho do evento, por isso, as atitudes e

comportamento, a postura, o olhar, os gestos, os hábitos ou as roupas, são

reflexo daquilo que representam, transmitindo mensagens como a de rigor e

competência, ou de amadorismo e insegurança.

Durante o exercício das minhas funções, que se revelaram ao longo do

estágio bastante distintas e multifacetadas, procurei seguir sempre o protocolo

e as precedências, de onde destaco, inclusive a precedência “no carro”32,

quando realizei o transporte, também como condutora, da comitiva da UEFA e

das individualidades dos clubes.

Nesta área, em que me envolvi amplamente enquanto observadora e

participante, considero que desenvolvi e reforcei todas as competências

técnicas, de cidadania e comportamentais ligadas aos aspetos que tenho

tido em análise, como se pode observar no quadro sinóptico, mais à frente

apresentado.

31

Anexo XXII 32

A precedência “no carro”, refere que o melhor lugar é o assento de trás do lado direito, oposto ao motorista.

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2.4.1.11. O voluntariado

O voluntariado pode ser entendido como uma atividade de cidadania que

se traduz numa relação de solidariedade com o próximo. Esta dedicação cívica,

de forma livre e não remunerada, procura o bem-estar social,

independentemente da finalidade da sua organização. No ramo desportivo,

contribui significativamente para a ampliação da dimensão de um evento. À

escala mundial, são exemplo os Jogos Olímpicos de Pequim (2008) ou

Campeonato do Mundo de Futebol (2014), no Brasil, onde, os comités de

organização, jamais conseguiriam responder positivamente a todas as

operações, sem a presença de um elevado número destes elementos. As

motivações que costumam levar à sua participação prendem-se,

maioritariamente, com o interesse na área de atuação, o gosto e desejo de ser

útil, o contacto e relacionamento social e o enriquecimento pessoal adquirido,

seja académico ou humano.

Atualmente, e com o crescente aumento do número de inscritos para

voluntariado em áreas como artes, desporto, intervenção social ou educação,

os critérios de escolha e as plataformas de gestão dados, intensificam-se. A

seleção de recursos baseada em conhecimento e experiência comprovados,

através de um “grau de expertise”, como refere Sarmento (2010), é cada vez

mais recorrente.

Desta forma, não é de estranhar que neste evento da UEFA Futsal Cup

2015, se tenha registado um elevado número de procura.

No dia 24 de abril contabilizou-se um total de 194 voluntários em

atuação, no sábado, dia de descanso das equipas, 30 voluntários, e para a

final, cerca de 165. Ao longo dos três dias estes operacionais estiveram

distribuídos pelas áreas de imprensa, protocolo, acreditação, fanzone, serviço

de apoio aos espetadores, animação de campo, apanha-bolas, youth

programme, cerimónia de abertura e de encerramento.

Estatisticamente, pude aferir, que cerca de 67% pertenciam ao género

masculino e 33% ao género feminino, com idades compreendidas entre os 5 e

os 50 anos (anexo XXIII).

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Nesta operação relativa ao voluntariado, posicionei-me

fundamentalmente como observadora e pontualmente como participante,

podendo entender a amplitude, a dinâmica e a complexidade da gestão deste

tipo valioso de recursos humanos.

2.4.1.12. Gestão de recursos humanos

Gerir recursos humanos não é uma tarefa que se desempenhe de ânimo

leve. Garantir a harmonia e qualidade de trabalho entre equipas tão díspares

mas dependentes entre si, carece de uma gestão rigorosa e cuidada. Por isso,

também aqui, o estilo de liderança utilizado influencia os seus trabalhadores.

Neste evento, a criação de um departamento encarregado

exclusivamente da gestão de recursos humanos, não se verificou. Essa

função, acabou por ser assumida pelo Diretor do Torneio, Dr. Miguel

Albuquerque, face à dimensão do evento e ao número de profissionais

envolvidos que se revelou adequada e eficaz devido à constituição

organizativa estabelecida por níveis e ao uso de canais de comunicação

verticais e independentes para cada uma das áreas de atuação.

2.4.1.13. Media

Os media englobam todos os elementos associados à comunicação

social, sejam comentadores, repórteres de imagem, jornalistas ou fotógrafos.

O seu impacto, à escala mundial, revela ser uma das mais poderosas forças

na sociedade atual. As coberturas televisivas extrapolam as audiências de um

evento, influenciam o comportamento dos consumidores e geram receitas

publicitárias (Sá & Sá). E quanto maior for o evento, maior o seu interesse e,

consequentemente, maior a cobertura médica que se irá sobrepor. Deste

modo, para esta competição, os media dispuseram de um espaço de trabalho

privilegiado. Sobre o recinto de jogo, uma sala ampla equipada com mesas,

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instalações para corrente elétrica, sistema de conexão para telefones, internet

por cabo e wi-fi. Adjacente, uma sala destinada às conferências de imprensa

onde após as partidas, num período máximo de quinze minutos, o pódio

existente podia reunir representante do clube, treinador principal, jogador e, se

solicitado, um intérprete (TLO’s) para as habituais intervenções.

Nos dias de jogo, a zona mista, espaço de passagem situado entre os

balneários e o local de transporte de equipas servia para breves questões após

os encontros. Subdividia-se em três áreas – repórteres televisivos, de rádio e

imprensa escrita. Igualmente providenciado, entre o campo e os acessos aos

vestiários, com um backdrop oficial da UEFA, foi a área de flash interview, onde

apenas se permitida gravação vídeo.

Relativamente à transmissão televisiva, esta ficou a cargo da Eurosport,

de acordo com o contrato de aquisição de direitos televisivos estabelecidos

diretamente com a UEFA.

No total, de acordo com os pedidos de acreditação, contabilizaram-se

133 elementos, de diversas organizações e países (Mundo Deportivo,

Moskovskaya Pravda, Time Kazakhstan, Russia, L’Esportiu...).

Para além do contacto tido com os meios de comunicação social, as

minhas competências (técnicas, de cidadania e comportamentais) foram

desenvolvidas enquanto observadora.

2.4.1.14. Marketing e Bilhética

Marketing, de uma forma bastante simplista, pode dizer-se que é um

conjunto de operações que procuram o desenvolvimento, a comunicação e a

distribuição de um produto. O marketing desportivo, como diz Sbrighi (2006),

baseia-se na utilização do desporto como ferramenta de comunicação

corporativa ou institucional.

Nesta UEFA Futsal Cup, os departamentos de marketing e bilhética,

apesar de serem geridos por um responsável cada, funcionaram em uníssono.

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A venda de bilhetes é uma das maiores fontes de receita de um evento

desportivo, estando intimamente ligada aos meios de promoção e divulgação.

Por isso, a sua estratégia também deverá requerer especial atenção. De

acordo com a minha análise, os elementos necessários para a obtenção do

sucesso de vendas foram plenamente atingidos. A minha afirmação ancora-se

nas premissas seguintes33:

I. Vendas superiores a 75% antes do início da competição; como já foi

referido, a edição de 2015 atingiu um recorde total de vendas, tendo

esgotado em menos de três semanas os mais de 10.000 bilhetes.

II. Maximização da assistência no recinto; por questões logísticas, apesar

do valor unitário dos ingressos se encontrar tabelado, apenas foram

comercializadas entradas com acesso aos dois dias da competição, por

10, 15 e 20 euros, consoante a localização dos lugares (anexos XXIV).

III. Promoção da imagem do clube; recorreu-se a campanhas de marketing

estáticas (outdoors, muppies, flyers, pendões, posters, etc.34) e

dinâmicas (redes sociais, canal televisivo oficial, conferências e

entrevistas, site, canais de comunicação digital, etc.) realizadas ao

longo do pré-evento e evento;

IV. Racionalização e organização de lugares no recinto, preços de bilhete e

packs; procurou-se a gestão de venda de camarotes e boxes, a criação

de serviços complementares de hospitalidade, a venda de bilhetes

duplos para lotação superior, etc.

Neste seguimento, outra das importantes fontes de receita que um

evento deverá ter, diz respeito aos patrocinadores. Os sponsors, empresas

interessadas na visibilidade que um evento de determinada área lhes poderá

transmitir, procuram estas formas de comunicar e expandir o seu universo,

criando valor para ambas partes.

A UEFA, por um período de quatro anos (2012-2015), concedeu os

direitos de exclusividade a um restrito leque de patrocinadores (patrocinadores

33

Marketing para Desporto – Um Jogo Empresarial, Sá & Sá (s.d.) 34

Anexo XXV

Page 113: : UEFA FUTSAL CUP 2015, EVENTO DESPORTIVO, · 1.4. A metodologia de apresentação dos dados e do relatório ... de Futsal do Sporting Clube de Portugal, centra-se na organização

86

UEFA). Este conceito comercial dita a existência de um presentig sponsor, dois

official sponsors, um official flooring supplier, um official ball supplier e um

comité organizador de patrocinadores locais. Foram eles, a Western Union

(presenting Sponsor), a Hankook e a HTC, que reuniram os official sponsor

rights, association/ promotion rights, event rights e new media rights; a Mondo,

selecionada como fornecedor de piso oficial e a Adidas, fornecedor oficial da

bola do evento, em que lhe foram concedidos os direitos de associação e

promoção, de evento, de media digital e de merchandising. Aos patrocinadores

locais, na categoria de Silver Sponsors, associaram-se a Fábrica de Óculos, a

TachoEasy, a Fidelidade e a BMW Caetano Baviera, que aliando a sua marca

ao evento, entre outras valias celebradas nos contratos de patrocínio,

garantiram, assim, a devida visibilidade a nível nacional e internacional.

Direitos de Propriedade - Property Rigths:

O nome UEFA, o logótipo UEFA Futsal Cup bem como o material

relacionado com a competição são propriedade intelectual da UEFA e

encontram-se protegidos por leis nacionais e internacionais de copyright e/ou

marca (© 1998-2015 UEFA. Todos os direitos reservados)35.

Os clubes não poderão fazer uso destes elementos de forma a danificar

o seu carácter distintivo. Não poderão, igualmente, reproduzir qualquer

imitação ou criar um elemento semelhante aos logótipos oficiais e demais

materiais. As referidas marcas registadas não podem ser utilizadas para

qualquer fim comercial. A UEFA detém todos os direitos comerciais de

marketing, patrocínio, media, publicidade, licenciamento, merchandising,

franchising e hospitalidade. A utilização do UEFA.com implica o seu acordo

com os Termos e Condições e com a Política de Privacidade.

Nesta área considero ter reforçado as três competências, que tenho

vindo a mencionar, ao nível da observação e da participação, dada a

interligação com as questões protocolares e hospitalidade, entre outras.

35

UEFA Futsal Cup Club Manual 2015/16

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2.4.1.15. Gestão de Concessões

Na gestão de concessões, pode dizer-se sumariamente, que o seu

responsável se encarregava da constituição e distribuição dos espaços

complementares no recinto, como por exemplo os stands de merchandising

oficial, espaços de comercialização alimentar, representação física de

patrocinadores, etc…

A minha participação nesta área foi bastante reduzida, recorrendo, no

período de competição, à observação direta.

2.4.1.16. Controlo Antidoping

O controlo antidoping é constituído por elementos responsáveis pela

verificação da presença de substâncias ilícitas nos participantes de uma

competição. A Lista de Substância e Métodos Proibidos, presente no Código

Mundial Antidopagem36, refere todas as substâncias e métodos por categorias

que não são autorizados. A sua revisão é feita anualmente, entrando em vigor

no dia 1 de janeiro de cada ano37.

O controlo antidoping realizou-se em todas as partidas por dois atletas de

cada equipa. O seu sorteio é realizado de forma aleatória na sala antidoping

durante o intervalo, onde deverá estar sempre presente um elemento

representativo de cada equipa para verificação do processo de seleção.

No final do encontro, cada jogador é escoltado até à sala, não

regressando ao balneário sem que todo o seu processo esteja concluído. A

única exceção feita, ainda que sob a supervisão do vigilante, são as

entrevistas pós-jogo (flash interview).

Nesta área de operações fui observadora. Pude ter acesso à

informação que regulamenta o processo e auxiliar, pontualmente, na

montagem da sala de controlo.

36

In https://wada-main-prod.s3.amazonaws.com/resources/files/wada-2015-world-anti-doping-code.pdf 37

In http://www.adop.pt/

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Quadro sinóptico: Relação entre observação e participação nas áreas de competências e operações realizadas

Legenda: Observação Participação

Operações

Tra

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es

Do

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on

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l

Competências

Técnicas

Análise

Planeamento

Gestão

Empreendedorismo

Decisão

Mobilização

Negociação

Comunicação

Criticar

Competências Cidadania Ética e Justiça

Competências

Comportamentais

Relacionamento

Liderança

Informação

Proatividade

Flexibilidade

Criatividade

Persistência

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89

2.5. Resultados e próxima edição

A edição deste ano da UEFA Futsal Cup 2015, realizada no coração de

Lisboa, deu-se por concluída após morosos e intensos meses de trabalho.

Embora o patamar desportivo alcançado pela equipa sportinguista não tenha

sido o desejado, a conquista do troféu europeu, destacaram-se as boas

exibições realizadas.

Na primeira semifinal, Dina Moskva e Kairat Almaty, defrontaram-se em

busca de um acesso direto à grande final. Com um resultado de 4-7, a equipa

do Cazaquistão viu carimbada a passagem à fase seguinte. O Sporting,

perante um aguerrido FC Barcelona, no segundo jogo do dia, não conseguiu

superar a derrota fixada em 5-3 nos segundos finais, mesmo tendo liderado

nos primeiros minutos do encontro. Apesar de ter falhado o acesso à final,

prosseguiu à conquista do terceiro lugar, frente ao Dina Moskva. Com um score

final de 8-3, a equipa leonina obteve o 3º lugar do pódio; enquanto na final,

Cazaquistaneses e Catalães disputaram o troféu. O resultado, assinalado em

3-2 para a equipa liderada por Cacau (Kairat Almaty), permitiu erguer, pela

segunda vez, a Taça Europeia de Clubes.

Esta 14ª edição da prova, fez cair vários recordes. Destacam-se o

recorde máximo de assistência, contabilizando 12.076 espetadores no FC

Barcelona - Sporting Clube de Portugal; o recorde de assistência numa fase

final, em quatro jogos, com 29.207 adeptos; o maior número de fases finais

disputadas no mesmo local, total de três, no Meo Arena; o maior número de

finais realizadas numa cidade, tendo Lisboa recebido quatro; recorde do

número de golos marcados num torneio de quatro equipas, atingindo a marca

dos 35; o maior número de meias-finais atingidas por um clube, sete pelo Kairat

Almaty; entre outros.

As múltiplas referências nos órgãos de comunicação social, permitiram-

nos concluir que, também Portugal revelou capacidade de acolher e

desenvolver um projeto desportivo com a complexidade evidenciada. Tendo

alcançado os níveis de sucesso e satisfação pretendidos, na esfera económica,

turística e social.

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90

A próxima edição de 2015/2016 também já se encontra agendada. A

UEFA Futsal Cup seguirá o esquema que vem sendo habitual, com três fases

disputadas em torneio38.

Dependendo do coeficiente de cada formação, calculado com base nos

desempenhos e restantes representantes dos países nas últimas três

temporadas, os diferentes clubes entrarão em competição.

O número de jogos da fase preliminar dependerá do número de clubes

envolvidos. Em princípio, os vencedores de cada grupo desta fase juntar-se-

ão aos restantes participantes – com exceção dos quatro cabeças-de-série –

na fase principal, composta por seis grupos de quatro equipas. Os dois

primeiros classificados apurar-se-ão para a Ronda de Elite, onde irão

encontrar os quatro cabeças-de-série. As quatro equipas vencedoras de cada

mini-torneio, respetivamente, chegarão à fase final a disputar no final de Abril.

Quadro 8 – Calendarização da próxima edição

Calendarização provisória UEFA Futsal Cup 2015/2016

Fase Data

Sorteios das fases: Preliminar e Principal 02/07/2015

Fase Preliminar 25 - 30/08/2015

Fase Principal 29/09 - 04/10/2015

Sorteio Ronda de Elite 14/10/2015

Ronda de Elite 10-15/11/2015

Sorteio da Fase Final -

Meias-finais 21 ou 22/04/2016

Final e 3º/4º Lugar 23 ou 24/04/2016

38

Regulamento Oficial da UEFA Futsal Cup 2014/2015

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2.6. Atividades de formação frequentadas

Entre os dias 13, 14 e 15 de janeiro, no Centro de Congressos do Estoril

(CCE.), participei numa iniciativa organizada pela Federação Portuguesa de

Futebol (FPF) - segunda edição do Football Talks que reuniu alguns dos

principais responsáveis e especialistas do futebol nacional e internacional.

Decorreu no ano em que a própria federação comemora o seu

centenário. O presente e o futuro foram os focos essenciais sobre os quais

recaíram as diversas temáticas a debater pelo painel de oradores presentes.

Ao longo dos três dias seguiram-se intervenções de alguns dos maiores

marcos do futebol mundial, como Pierluigi Collina, atual responsável da

arbitragem da UEFA, Emilio Butragueño, diretor de relações institucionais do

Real Madrid CF, Ulf Schott, diretor da Federação Alemã de Futebol, Michel

Platini, Presidente da UEFA, Gianni Infantino, Secretário-Geral da UEFA, David

Gill, membro do Comité Executivo da UEFA, entre muitos outros.

O primeiro preletor, Luís Silva, descreveu-nos a experiência com a

gestão do estádio do Maracanã, na final do Mundial de 2014. Seguiu-se Emilio

Fig. 6 - No âmbito das comemorações do Centenário, a Federação Portuguesa de Futebol

organizou no Estoril, entre os dias 13 e 15 de janeiro, o “Football Talks”, um Congresso onde

se debateram os grandes temas e desafios que se colocam ao futebol. [Fonte: FPF]

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92

Butragueño com a apresentação da Escola Universitária Real Madrid –

Universidade Europeia. Ulf Schott, Diretor da Federação Alemã debruçou-se

sobre a temática do desenvolvimento do futebol alemão, que tantos títulos tem

alcançado não só na equipa principal como nos seus escalões de formação.

Por último, Jan Ekstrand, médico Sueco e membro do Injury Study Group da

UEFA, encerrou o primeiro dia do congresso com a importância da articulação

entre médicos, treinadores e dirigentes na prevenção de lesões.

Na manhã de quarta-feira, Rasmus Ankersen, escritor e conferencista

protagonizou uma das intervenções mais elogiadas. O autor de “The Gold

Mine Effect Rasmus”, dissertou sobre a alta performance desportiva e os

métodos de treino utilizados na seleção jamaicana de atletismo, referência

mundial na modalidade. Michael van Praag, Presidente do Comité de

Competições da UEFA abordou a Youth League e a vasta experiência que

reuniu ao longo dos anos em contextos que priorizam a aprendizagem dos

jovens atletas dos escalões de base. Ricardo Monteiro, Presidente da Havas

Worldwide, teve como mote a publicidade e o futebol. “O futebol dos nossos

dias assume enquanto indústria uma importância superlativa em termos

económicos, e essa relevância nota-se por uma cada vez maior

interdependência com muitas outras áreas da atividade. A publicidade é um

dos negócios desta “equação” - disse.

O convidado seguinte, conhecido de todos os amantes do futebol,

proporcionou um dos momentos mais aguardados. Uma conversa

descontraída entre Carlos Daniel, comentador da RTP, e uma das lendas da

seleção francesa de futebol, Patrick Vieira.

A temática seguinte proposta por Philippe Piat, Presidente da FIFPro

(Fédération Internationale des Associations de Footballeurs Professionnels),

trouxe a debate os desafios, as ameaças e as oportunidades para os

jogadores de futebol.

Umberto Gandini, vice-presidente da Associação Europeia de Clubes

retomou os trabalhos com o tema do convidado anterior, desta feita sob outro

olhar, o dos clubes europeus.

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Com um extenso currículo, o último convidado deste segundo dia de

congressos, aguardado por todos os participantes, foi Michel Platini,

Presidente da UEFA desde 2007. Tendo renovado o seu mandato a 22 de

janeiro de 2011, apresentou um discurso coeso em torno do desenvolvimento

do futebol mundial.

No terceiro e último dia, o início dos trabalhos teve um importante

orador, Pierluigi Collina, referência máxima da arbitragem mundial e atual

responsável da UEFA nesse sector. Fazendo uso da palavra, apresentou-nos

diversos exemplos das questões que se têm colocado sobre a introdução das

novas tecnologias no terreno de jogo, os árbitros assistentes adicionais, na

linha de baliza e os últimos lances polémicos em torno das competições

europeias.

Seguiu-se Gérard Houllier, diretor desportivo da Red Bull Soccer

abordando a importância dos Centros Desportivos – “O caso de sucesso de

Clairefontaine”.

De seguida, um debate entre Marcos Motta e David Gill sobre a posse

por, terceiras partes, da propriedade de jogadores - prós e contras. Marcos

Motta, sócio fundador da Bichara & Motta Advogados, que assume uma das

maiores lideranças no ramo do direito desportivo e representação de atletas,

veio até Portugal defender veementemente a sua posição quanto à posse, por

terceiros, do passe de jogadores. Referiu que os jogadores perdem a sua

independência porque não são donos dos seus próprios destinos,

encontrando-se condicionados e dependentes da posição de outros.

Gianni Infantino, Secretário-geral da UEFA, fechou mais uma edição do

Football Talks – Portugal 2015. Com o tema: O “segredo” do sucesso do

modelo da Champions League deixou-nos com as expectativas bem elevadas

para uma futura edição, já com data assente para o ano de 2016.

A formação realizada foi uma das mais-valias que o processo de

estágio me proporcionou. A envolvência no campo de ação permitiu-me criar

variados elos de ligação entre os conteúdos lecionados nas disciplinas do

mestrado e a metodologia de trabalho prática, aplicada numa estrutura

organizativa desta dimensão.

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2.7. Avaliação e controlo do trabalho desenvolvido

A finalidade do presente relatório de estágio, em opção à dissertação,

pautou-se pelo facto de querer aplicar de forma prática, ainda enquanto

estudante do ensino superior, algumas das bases e conhecimentos adquiridos

ao longo do percurso académico, não só na área da Gestão Desportiva mas

também das Ciências do Desporto.

Os outros dois fatores que me levaram a optar por este percurso foram a

possibilidade do estabelecimento de uma rede de contactos e o entrosamento

com outras áreas paralelas ao universo desportivo, como é exemplo, o

marketing e os media.

Quando me deparei com a dimensão da instituição que me acolheu e

com o volume e tipologia de trabalho que implicava realizar, verifiquei que a

tarefa que me esperava era uma prova às minhas competências. No entanto, a

minha capacidade de entrega e compromisso diários, assim como a

persistência em aprender foram condutas facilitadoras da minha integração. O

conhecimento das tecnologias de informação e o domínio do inglês e do

espanhol tornaram-se pontos fortes que permitiram enfrentar esta tarefa.

Não posso deixar de referir que de início senti algumas dificuldades em

dominar a linguagem específica do meio e, também, em levar a cabo o meu

trabalho com a autonomia desejável porém, paulatinamente, acabei por

superar os obstáculos.

Se por um lado reforcei competências técnicas e comportamentais,

explicitadas no quadro sinóptico que apresento, por outro, fiz novas aquisições

que deram coerência aos meus conhecimentos de gestão desportiva.

Ao longo do estágio aperfeiçoei as minhas potencialidades de análise e

planeamento, melhorei a minha capacidade comunicacional e crítica e tomei

consciência do impacto dos grandes eventos nas organizações e no tecido

social.

A nível comportamental, aprendi a estabelecer e a gerir as relações

entre vários agentes e áreas de conhecimento, assim como me consciencializei

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95

de que os processos de adaptação e mudança podem ser resolvidos com

persistência e criatividade.

A qualidade do meu desempenho está patente, creio, no facto de o

Diretor do Departamento de Futsal me ter incumbido, ao longo do projeto, em

funções cada vez mais complexas, autónomas e de crescente

responsabilidade.

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96

Síntese reflexiva

Cumpre agora tecer as considerações finais do trabalho que realizei,

vertidas neste relatório. Será uma síntese crítica elaborada em três planos

entrecruzados, que exprimem a minha posição no contexto profissional do qual

fiz parte.

Numa primeira análise, e na perspetiva do desenvolvimento do evento

UEFA Futsal Cup 2015, é o momento de realizar um balanço.

Nesta 14ª edição, foi visível o impacto de um evento internacional, a

vários níveis.

No âmbito turístico e económico, realço a promoção do destino,

Portugal, com o aumento do número de visitantes e o consequente fluxo de

receitas.

O papel dos media acreditados e a difusão que fizeram nos seus países

sobre a cidade anfitriã, Lisboa, foram preponderantes para a imagem do

evento e do país.

A hospitalidade, o clima e a gastronomia, aliados à história e à cultura

foram fatores de diferenciação positiva.

O tempo de antena alcançado, com mais de 48 horas de emissão, pela

Sporting TV e pelos dois canais da Eurosport comprovaram o impacto

mediático do evento.

De acordo com o site “Sporting Business” também os patrocinadores

obtiveram um retorno favorável, variando entre um milhão e 1.6 milhões de

euros.

Neste evento, foram batidos vários recordes associados à competição,

entre os quais destacamos o maior número de espetadores que assistiram a

um jogo de futsal ao vivo (12.076 no jogo Sporting CP vs. FC Barcelona) e o

maior número acumulado de espetadores no total dos 4 jogos da prova

(29.207).

O facto de os ingressos terem esgotado 20 dias após a abertura das

vendas é um indicador de objetivo alcançado.

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97

A inexistência de qualquer episódio de impacto negativo, ambiental, de

segurança, protocolar ou de índole desportiva, é também uma evidência que

destaca o êxito.

Outro apontamento digno de registo foi o modelo de gestão utilizado em

que o trabalho de equipa foi fundamental e em que a informação circulou por

todos os canais e direções com eficácia.

Em todas as operações que constituíram o sistema de organização do

torneio houve grande capacidade de conexão e de resolução de problemas.

Os planos operativos e a calendarização das realizações ante, durante e após

adaptaram-se para cumprirem as exigências da UEFA. Neste aspeto, o

Sporting Clube de Portugal reforçou a imagem enquanto clube organizador,

tanto a nível nacional como internacional.

O crescimento e a mediatização do futsal, modalidade de massas, têm

acompanhado o interesse revelado pelos consumidores finais. À crescente

profissionalização alia-se a moderna tendência de espetacularizar o evento

desportivo, uma das exigências dos adeptos e público em geral.

A este nível é adequado referir que Portugal possui o know-how para a

realização de eventos desportivos de grande escala com recursos físicos e

logísticos apropriados para acolher milhares de pessoas.

O planeamento das diversas etapas de execução e uma significativa

atitude de controlo dos riscos revelaram um nível de excelência que o atual

Presidente da UEFA fez questão de realçar (anexo XXVIII).

Numa segunda análise, do ponto de vista individual, destaco os

processos de aprendizagem, o desenvolvimento de competências e a

consolidação de conhecimentos ao longo do estágio. Defrontei-me com tarefas

de grande complexidade, em várias dimensões, tanto em relação à orgânica do

SCP como na participação na UEFA Futsal Cup, durante o estágio

profissionalizante.

Os campos de intervenção foram diversos proporcionando-me uma

distensão cognitiva e operacional para lá da informação que transportava

enquanto discente. Os conhecimentos teóricos obtidos ao longo da licenciatura

e durante o mestrado, ancorados na minha experiência pessoal da modalidade,

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sofreram processos de reorganização que me tornaram mais conhecedora e

competente.

Na perspetiva de observadora e de acordo com o modelo conceptual

que apresentei, desenvolvi competências de nível técnico, de cidadania e

comportamentais, principalmente nas operações relacionadas com a

acreditação, equipamentos desportivos, competição, hospitalidade e protocolo.

A análise, o planeamento, a comunicação e a crítica, ao nível técnico; o

relacionamento, a informação e a proatividade, ao nível das competências

comportamentais, foram mais-valias que adquiri.

Como participante desenvolvi, nas áreas técnicas e comportamentais,

operações relacionadas com a acreditação, hospitalidade e transportes.

Neste contexto a minha perceção de aprendizagem e reforço

competencial assentou nas áreas técnicas de análise, planeamento e gestão,

assim como ao nível da mobilização e comunicação; por outro lado,

comportamentalmente, melhorei a capacidade de relacionamento, proatividade,

flexibilidade e persistência que me tem vindo a preparar para atividades

profissionais nesta área (como a que concretizei enquanto LOC no IBERCUP

2015 e TLO da seleção mexicana do Beach Soccer World Cup 2015).

Finalmente relevo o facto de o desporto, e especificamente o futsal, se

ter transformado numa indústria - espetáculo, cuja implantação nacional e

internacional se tem traduzido numa área profissional de grande potencial que

exige formação superior especializada.

A criatividade, a inovação e a mudança são características de elevada

exigência comportamental que o gestor desportivo deve eleger. Mas para que

elas se realizem e contribuam para o sucesso “da coisa desportiva” não devem

ser assumidas individualmente, antes sim, através de projetos de grupo que,

articuladamente, desenvolvam as operações de forma a resolver os problemas

que os eventos de grande dimensão costumam colocar.

A gestão desportiva, como campo de trabalho emergente, é uma janela

de oportunidade que requer as competências do século XXI.

E, se considerarmos, concordando com Heráclito (540-490 a.C. - filósofo

pré-socrático considerado o "pai da dialética”) que “ nada permanece, exceto a

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99

mudança” mais concordaremos com Peter Drucker (pai da moderna gestão de

empresas) quando refere que “a melhor forma de preparar o futuro é criá-lo”.

Só com esta forma de pensar se pode implementar a mudança

organizacional que promove e rentabiliza o acontecimento desportivo numa

perspetiva contemporânea.

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UEFA Futsal Cup Bookclubs 2015

UEFA Futsal Cup Club Manual 2014/2015

UEFA Futsal Cup Draw Procedure 2014/2015

Veloso, R. T. (2007). Gestor de Eventos. Estudo de caso com dois Gestores de

Sucesso em Portugal. Porto: Rita Veloso. Dissertação de Mestrado

apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

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visto em visto em 17/08/15.

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desporto-de-pavilhao-mais-popular--1541628), visto em 6/7/15.

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ANEXOS

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I

Anexo I – Constituição do Conselho Leonino do SCP

Conselho Leonino do Sporting Clube de Portugal 2014/2015

Constituição:

Presidentes e Vice-Presidentes da Mesa da Assembleia-Geral deste e do anterior

exercício;

Presidentes e Vice-Presidentes do Conselho Diretivo deste e do anterior exercício;

Presidentes e Vice-Presidentes do Conselho Fiscal deste e do anterior exercício;

50 Sócios efetivos eleitos pelos associados na Assembleia-Geral Eleitoral;

Pelo Sócio nº1 do Sporting Clube de Portugal;

Presidentes dos Grupos Cinquentenários, Stromp e Leões em Portugal em exercício.

Membros eleitos:

João Mesquita Trindade (Lista B)

Jorge Gabriel (Lista A)

José Estorninho (Lista B)

Manuel Domingues (Lista B)

Maria Eduarda Proença de Carvalho (Lista A)

Nuno Ferreira (Lista B)

José de Castro (Lista B)

Artur Faria Mota (Lista A)

José Junqueiro (Lista B)

António Ganhão (Lista B)

Graça Maria Teixeira (Lista A)

Rui Barreiro (Lista B)

Joaquim Manuel Vicente (Lista A)

Eduardo Júlio (Lista B)

Fernando de Carvalho (Lista B)

Jorge Manuel Cego (Lista A)

Mário Saldanha (Lista B)

João Serrano (Lista B)

João Carlos Marques (Lista A)

Jorge Sanches (Lista B)

Nuno Roque (Lista B)

Mário Duarte Batista (Lista A)

João Pereira (Lista B)

Mário Henrique Simões (Lista A)

António Feu (Lista B)

António Assunção (Lista B)

Paulo Alexandre de Almeida (Lista A)

Pedro Antunes (Lista B)

Nuno Lopes (Lista B)

Artur Jorge Nogueira (Lista A)

Eugénio de Oliveira (Lista B)

Fernando Sacavém (Lista B)

Rui Miguel de Almeida (Lista A)

José Gomes (Lista B)

Jorge Filipe da Silva (Lista A)

Carlos Seixas (Lista B)

José D’Almeida (Lista B)

Luís Manuel Lobato (Lista A)

Paulo da Fonseca (Lista B)

Vítor Espadinha (Lista B)

Jaime Manuel Dias (Lista A)

Carlos Lopes (Lista B)

Luís Branco (Lista B)

Eduardo Valada Ananias (Lista A)

Ernesto Pereira (Lista B)

Vítor Galamba (Lista B)

Luís Tiago Lobato (Lista A)

Jorge Cristóvão (Lista B)

Francisco Manuel Baetas (Lista A)

Fernando Santos (Lista B)

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II

Anexo II – Funções dos Órgãos Sociais

Mesa da Assembleia Geral

Função

Convocar a AG indicando a ordem de trabalhos respetiva;

Proclamar os Sócios eleitos para os respetivos cargos;

Praticar todos os outros atos que sejam da sua competência em

termos legais

Conselho Diretivo

Função

Definir e dirigir a política desportiva do Clube;

Designar, entre os Sócios, os representantes do Clube na

assembleia-geral da SAD;

Fornecer ao Conselho Fiscal e Disciplinar quaisquer elementos por

estes solicitados;

Arrecadar receitas e ordenar as despesas, em conformidade com as

normas orçamentais;

Promover a edição e gerir o Jornal Sporting;

Representar o Clube nos órgãos associativos e federativos.

Conselho Fiscal e Disciplinar

Função

Dar pareceres sobre:

Qualquer assunto proposto pelo Conselho Diretivo relativo à gestão

do Clube;

As propostas de orçamento anual (e suplementares);

Os relatórios de gestão e contas do exercício;

Os empréstimos e outras operações de crédito;

Os demais assuntos que expressamente lhe sejam cometidos nos

estatutos.

Conselho Leonino

Função

Compete, entre outras coisas, ao Conselho Leonino:

Velar pela observância dos Estatutos;

Exercer as competências que lhe forem delegadas pela Assembleia-

Geral;

Tomar conhecimento da proposta de orçamento anual, relatórios de

gestão e contas em exercício;

Apresentar sugestões ao Conselho Diretivo e ao Conselho Fiscal e

Disciplinar.

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III

Anexo III – Departamento de Futsal do SCP

DIRETOR DO DEPARTAMENTO

Miguel Albuquerque

ACADEMIAS E CENTROS DE FORMAÇÃO

ORGANIZAÇÃO DE JOGOS

F. Barroqueiro

Fernando Cunha

ROUPARIA E ARMAZÉM

Lúcio Castro

APOIO ADMINISTRATIVO

Rita Pereira

COORDENADOR PROJETO

VOLUNTARIADO

André Duarte

BOLSA DE VOLUNTÁRIOS

ORGANIZAÇÃO JOGOS

Sara Luna

Margarina Correia

Patrícia Rodrigues

Tiago Dias

Hélio Abrantes

Joana Martins

Mariana Augusto

João Bizarro

COORDENADOR GABINETE

PSICOLOGIA

Madalena Mascarenhas

COORDENADOR FISIOTERAPIA

Tiago Melo

SECCIONISTAS

EQUIPAS TÉCNICAS

COORD. GABINETE OBSERVAÇÃO

E ANÁLISE

Fábio Sousa

COORDENADOR TÉCNICO

João Alvarelhos

COORDENADOR

Nuno Ramos

JUNIORES “A”

Madalena

Mascarenhas

JUNIORES “B”

Ivan Reis

JUNIORES “E”

Ana Sofia Silva

JUNIORES “D”

Isabel Cabacinho

JUNIORES “C”

Patrícia Filipe

SENIORES

Tiago Melo

JUNIORES “D”

---

JUNIORES “C”

Sara Rodrigues

JUNIORES “B”

João Félix

JUNIORES “A”

Rui Drumound

JUNIORES “E”

Massagista Elsa

Raposo

JUNIORES “D”

Fernando Cunha

JUNIORES “C”

José Fiúza

JUNIORES “E”

Manuel Rescena

ACADEMIA ESTÁDIO

Pedro Matias

Bruno Silva

CENTRO DE FORMAÇÃO

LOURES

João Alvarelhos

ACADEMIA ALMADA

Paulo Santos

Miguel Santos

José Sousa

DISTRITO LISBOA

Carlos Melo

Pedro Mesquita

Vasco Metelo

Pedro Oliveira

Alexandre Gonçalves

Ermindo Paulo

Tiago Viana

João Paulo

Daniel Santamaria

DISTRITO SETÚBAL

Luís Ramalho

DISTRITO PORTO

SENIORES

Nuno Dias / Paulo Luís

José Dias / Raul Oliveira

JUNIORES “A” Jorge Monteiro / Pedro tias André Gouveia / Rui Capela

JUNIORES “B” Pedro Santos/ Ricardo Vicente

David Gomes / Ricardo Dias

JUNIORES

Bruno V. / António S. / Adriano

JUNIORES “D” João Santos / Nuno Ramos

José Marques

JUNIORES “E” Ricardo C. / Cláudio F.

Bruno C.

APOIO LOGÍSTICO

Manuel Luís Lopes

Agostinho Matos

COORDENAÇÃO

Manuel Luís

David Braga

JUNIORES “A”

Gonçalo Matos

JUNIORES “B”

Tiago Galhano

FEMININO

Inês Santos

SENIORES FEMININOS

Vasco Rosa

JUVENIS FEMININOS

Cláudia Silveira

JUNIORES FEMININOS

Cláudia Silveira

SENIORES FEMININOS

Filipe Carneiro / Mário Rui

João Oliveira

JUNIORES FEMININOS

Jorge Marques / César Lopes

Hugo Antunes / Paulo Oliveira

JUVENIS FEMININOS Jorge Marques / César Lopes

Hugo Antunes / Paulo Oliveira

SENIORES Fábio Sousa

JUNIORES “A” Ricardo Saldanha

JUNIORES “B” Bruno Silva

JUNIORES “C” André Chaveiro

JUNIORES “D” Bruno Oliveira

JUNIORES “E” Ricardo Arroio

SENIORES FEMININOS

---

JUNIORES FEMININOS

---

JUNIORES FEMININOS ---

SÉNIORES FEMININOS

---

ACADEMIA VILA REAL Renato Costa Pedro Abreu

Diogo Palhares Sandra Teixeira

Olga David Flávia Costa Jorge Olaio

Carlos Soares Lita Campos

CENTRO DE

FORMAÇÃO BOBADELA

João Alvarelhos

Paulo Figueiredo JUNIORES E JUVENIS

FEM.

Nuno Costa

NUTRICIONISTA

João Brás

RESPONSÁVEL CLÍNICO

Manuel Sousa

SECRETÁRIO

José Almeida

COORDENADOR TÉCNICO

Nuno Dias

Coordenação da Formação

Manuel Luís Lopes – Administrat.

David Braga - Logística

GABINETE DE PROSPECÇÃO E

DETECÇÃO DE TALENTOS

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IV

Anexo IV – “Diário de bordo”

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V

Anexo V – Campanha de divulgação na EB.1 Maria Lamas [Fotos: Rita Pereira]

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VI

Anexo VI - Campanha de divulgação na EB. 2,3 Moinhos da Arroja [Fotos: Rita Pereira]

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VII

Anexo VII - Campanha de divulgação na Escola Secundária da Ramada [Fotos: Rita Pereira]

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VIII

Anexo VIII - Campanha de divulgação na Escola Secundária Pedro Alexandrino [Fotos: Rita Pereira]

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IX

Anexo IX – Business Model Canvas: UEFA Futsal Cup Finals 2015

Principais Parceiros

Western Union

HTC

Hankook

Mondo

Adidas

Fidelidade

Tacho Easy

Fábrica de Óculos

BMW Caetano Baviera

ROFF

Digital Decor

Câmara Municipal de Lisboa

Principais Atividades

Jogos de Futsal

Atividades complementares –

Fanzone

Evento Desportivo Internacional

Propostas de Valor

Competição de clubes mais prestigiada

da Europa

Produto familiar

Evento internacional

Promoção desportiva

Lazer/ emoção/ bem-estar

Relacionamento com os

Clientes

Relação de baixo custo

Hospitalidade

Transparência

Segurança

Confiança

Segmento de Clientes

GOA’s

Adeptos

Nichos específicos:

Dirigentes

Treinadores

Atletas

Familiares

População local

Clubes e Federações

Funcionários

Principais Recursos

LOC

Voluntários

Hospedeiras

Vip Service

Patrocinadores

Canais

Media

Redes sociais

Outdoors

Placards

Marketing

Padrinho

Estrutura de Custos

Instalações desportivas – Meo Arena

Transportes

Hotelaria

Alimentação

Seguros

Material desportivo

Motoristas

Hospedeiras

Assistência Médica: Bombeiros, Cruz

Vermelha

Policiamento

Segurança privada

Equipamento Fanzone

Montagem de piso e complementos

Mascote

Material de escritório

Serviços de limpeza

Speaker

TLO’s

Brochuras e publicidade

Publicidade: flyers, posters, muppies, roll-ups,

etc

Fluxos de Receita

Bilheteira

Merchandising

Patrocinadores

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X

Anexo X – Diagnóstico estratégico: Análise SWOT UEFA Futsal Cup Finals 2015

Forças (S) Fraquezas (W)

As

pe

tos

in

tern

os

1. Profissionais experientes

2. Equipa pequena e dinâmica

3. Realização de diversas fases de grupos

em anos transatos – especialização

4. Recursos humanos, materiais e

financeiros

5. Parcerias e patrocinadores

6. Media da instituição

7. Nº crescente de praticantes da

modalidade

8. Envolvimento da comunidade

9. Inovação tecnológica

10. Paixão e emoção pelo evento

11. Internacionalização do clube

12. Alargada rede de contactos

1. Budget

2. Forte concorrência

Oportunidades (O) Ameaças (T)

Asp

eto

s e

xte

rno

s

1. Promoção da modalidade nos escalões

de formação

2. Boa rede de serviços

3. Qualidade das infraestruturas

4. Espaço físico envolvente

5. Segurança

6. Assistência médica

7. Nº de Voluntários

8. Paixão pela competição - envolvimento

de adeptos

9. Parcerias

10. Rede de transportes

11. Localização estratégica

12. Boa qualidade de recursos locais

13. Aumento do turismo

1. Nº de habitantes/ rácio populacional que

poderá deslocar-se ao Meo Arena

2. Custo dos bilhetes

3. Crise económica / instabilidade da

economia

4. País periférico

5. Outras opções de entretenimento

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XI

Anexo XI – Elemento da frota automóvel atribuído [Foto: Rita Pereira]

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XII

Anexo XII – Mapa de voos

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XIII

Anexo XIII – Calendarização das refeições das equipas

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XIV

Anexo XIV – Ementa dos atletas durante a competição

Sopa

Prato Principal

Sobremesa

Carne Peixe Legumes

22/4/2015

Almoço Creme de vegetais

Esparguete à

bolonhesa

Filetes de frango

Filetes de merluza

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

Jantar Creme de vegetais

Esparguete à bolonhesa

Carne assada

Filetes de merluza

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

23/4/2015

Almoço Creme de ervilhas

Esparguete à bolonhesa

Bife grelhado

Bacalhau espiritual

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

Jantar Creme de cenoura

Esparguete à

carbonara

Porco estufado

Garoupa branca

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

24/4/2015

Almoço Juliana

Esparguete à carbonara

Carne assada

Bife de atum Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

Jantar Canja

Esparguete à

bolonhesa

Frango assado

Bacalhau À Gomes de Sá

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

25/4/2015

Almoço Creme de vegetais

Esparguete à

bolonhesa

Filetes de frango

Filetes de merluza

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

Jantar Creme de cenoura

Esparguete à

carbonara

Escalopes com

cogumelos

Lulas estufadas

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

26/4/2015

Almoço Creme de ervilhas

Esparguete à

bolonhesa

Bifes grelhados

Bacalhau espiritual

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

Jantar Creme de cenoura

Esparguete à

carbonara

Porco estufado

Garoupa branca

Legumes variados

Fruta da época Salada de fruta Pudins e bolos

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XV

Anexo XV - Centro de acreditação [Fotos: Rita Pereira]

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XVI

Anexo XVI – Sistema de acreditação

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XVII

Anexo XVII – Instalação Desportiva: Meo Arena [Fotos: Rita Pereira & facebook.com/Futsalsporting/]

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XVIII

Anexo XVIII – Calendário de treinos UEFA Futsal Cup 2015

Equipa 1 Equipa 2 Equipa 3 Equipa 4

Equipa 1 Equipa 2 Equipa 3 Equipa 4

Equipa 4 Equipa 1

Equipa 1 Equipa 2

Equipa 2

Equipa 3

Equipa 3 Equipa 4

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XIX

Anexo XIX – Kits de jogo

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XX

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XXI

Anexo XX – Equipas da competição

Foto: SCP

Foto: FCB

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XXII

Anexo XXI – Fanzone [Fotos: facebook.com/Futsalsporting/]

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XXIII

Anexo XXII – Convite UEFA Futsal Cup aos ex-dirigentes

Rua de Alvalade

Estádio de Alvalade, 1583-333

Lisboao

Ex. Sr. José de Alvalade,

O Sporting Clube de Portugal foi escolhido pela UEFA para organizar a

fase final da mais importante competição de futsal da Europa, a UEFA

Futsal Cup Finals 2015, a qual se disputará em Portugal, no MEO

Arena, em Lisboa, nos dias 24 e 26 de Abril.

Trata-se do reconhecimento da UEFA não só à História do Sporting

Clube de Portugal no panorama do Futsal, com raízes no Clube desde a

década de 80, da qual V.Ex.ª. faz parte, tendo tido papel preponderante

na história do Futsal do Sporting Clube de Portugal, enquanto Dirigente

da nossa equipa.

Este é o momento mais alto dos 30 anos de história do Futsal do

Sporting Clube de Portugal, e como tal não poderíamos deixar passar

este momento, sem reconhecer quem contribuiu para que o nosso clube

fosse a maior potência da modalidade.

É no passado e na memória que encontramos o Futuro da nossa

história.

Assim, incumbe-me o Diretor do Futsal do Sporting Clube de Portugal,

Sr. Miguel Albuquerque, de convidar V. Ex.ᵃ a assistir a esta

competição, cujo calendário abaixo se reproduz:

24.04.2015

19h00 – Kairat Almaty vs. Dina de Moscovo

21h30 – FC Barcelona vs. Sporting Clube de Portugal

26.04.2015

15h00 – Jogo de atribuição do 3º e 4º Lugar

17h30 – FINAL

Muito agradecemos que V. Ex.ᵃ nos indique, até ao próximo dia 10 do

corrente, a(s) data(s) em que nos pode honrar com a sua presença,

para o seguinte contacto:

Rita Pereira - 915058804 Com os nossos melhores cumprimentos,

Miguel Albuquerque

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XXIV

Rapazes 67%

Raparigas 33%

Voluntários

14%

74%

10%

2%

Escalões etários

05-14 15-18 19-30 31-50

Anexo XXIII – Relação de voluntários participantes no torneio

Escalões etários Nº

5-14 32

15-18 170

19-30 24

31-50 4

Total 230

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XXV

Anexo XXIV – Bilhética

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XXVI

Anexo XXV – Publicidade [Fotos: Rita & facebook.com/Futsalsporting/]

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XXVII

Anexo XXVI – Exemplo Activity Plan

Local time Activity Participants

Location

UEFA LOC Volunteers Media Others

Monday, 20 April 2015

09:00 Starting of installations (sound, lights and

decoration) x x MEO Arena

09:00 LED and Regie Installation x x MEO Arena

10:00 Daily Meeting UEFA & LOC x x Hotel HQ

11:00 Meeting with Adidas Service Manager x x MEO Arena

17:00 Ticketing + Hospitality Meeting x x MEO Arena

20:30 Opening Ceremony Rehearsal x x Sporting CP

Tuesday, 21 April 2015

09:00 Acreditation Center Opens x x MEO Arena

09:00 Starting of installations (floor and

decoration) x x (floor) x MEO Arena

10:00 Daily Meeting UEFA & LOC x x Hotel HQ

16:00 Regie and Screens tests + Techical Meeting x x MEO Arena

16:30 Security Briefing x x MEO Arena

17:30 Signage Meeting x x MEO Arena

18:00 Acreditation Center Closes x x MEO Arena

20:30 Meeting for the joint dinner x x Hotel HQ

Wednesday, 22 April 2015

09:00 Acreditation Center Opens x x Acreditation Center

10:00 Working Room x x x x x Working Room

10:00 Daily Meeting UEFA & LOC x x Hotel HQ

11:00 Media Tour x x x MEO Arena

12:00 Starting of the UEFA Exclusive Period x x MEO Arena

15:00 Filmage x x x MEO Arena

17:00 Pitch Cleaning Cleaning MEO Arena Pitch

18:00 Acreditation Center Closes x x Acreditation Center

18:30 Trainin Session Teams MEO Arena

19:30 Trainin Session Teams MEO Arena

20:30 Training Session Teams MEO Arena

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XXVIII

Anexo XXVII – Listagem de contactos LOC e UEFA

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XXIX

Anexo XXVIII – Carta emitida pelo Presidente da UEFA Michel Platini

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XXX

Anexo XXIX – Ficha Press da Jornada 25

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XXXI

Anexo XXX - Fotografia UEFA e LOC [Foto: Sporting CP]

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XXXII