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Projeto: MIGRAÇÃO, SÍTIOS DE DESOVA E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE DUAS ESPÉCIES POTENCIALMENTE MIGRADORAS DO RIO JEQUITINHONHA: SUBSÍDIOS PARA AVALIAÇÃO DA NECESSIDADE DE TRANSPOSIÇÃO NA UHE IRAPÉ
Fundação Biodiversitas
Rio Araçuaí
Equipe que colaborou nas etapas do presente relatório:
David Reynalte Tataje - Fundação de Amparo a Pesquisa e Extensão Universitária –
UFSC. Doutor em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais pela Universidade
Estadual de Maringá.
Evoy Zaniboni Filho - Professor na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Fernanda de Oliveira Silva – Fundação Biodiversitas, Mestre em Ecologia,
Conservação e Manejo da Vida Silvestre – UFMG.
Fernando Mayer Pelicice – Professor na Universidade Federal do Tocantins – UFT
Francisco Ricardo de Andrade Neto - Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do
Ensino Superior do Norte de Minas – Fadenor/Unimontes. Mestre em Ecologia,
Conservação e Manejo da Vida Silvestre – UFMG.
Geoffrey McMichael – Pesquisador Dr. no Pacific Northwest National Laboratory -
USA
Ivo Gavião Prado - Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa – Fundep/UFMG.
Mestre Ecologia Aplicada – Ufla
Luiz Gustavo da Silva – Professor na Universidade Federal São João Del-Rey – UFSJ.
Mitch Sisak – Gerente de suporte técnico da empresa Lotek, Canadá.
Raquel Coelho Loures Fontes – Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig.
Mestre Ecologia Aplicada – Ufla
Richard Brown – Pesquisador Dr. no Pacific Northwest National Laboratory - USA
Coletores de ictioplâncton:
João Gasparino Fernandes – Terra Branca
Anderson Gonçalves – Itira, Araçuaí
Tatiana Aparecida Pereira – Coronel Murta
José Nilson Gomes – Lelivéldia, Berilo
Apresentação
O presente relatório apresenta o andamento das atividades do projeto de pesquisa
MIGRAÇÃO, SÍTIOS DE DESOVA E DESENVOLVIMENTO INICIAL DE DUAS ESPÉCIES
POTENCIALEMENTE MIGRADORAS DO RIO JEQUITINHONHA: SUBSÍDIOS PARA AVALIAÇÃO DA
NECESSIDADE DE TRANSPOSIÇÃO NA UHE IRAPÉ. Esse projeto foi demandado para
atendimento da Condicionante 19, da LO067/2010 da UHE Irapé, que determina: Apresentar a
definição da necessidade de instalação do mecanismo de transposição de peixes.
Definição do desenho experimental do projeto
A região de estudo, que envolve trechos a montante e a jusante do barramento, possui
diversas particularidades que tiveram que ser analisadas e consideradas para a definição de
quais equipamentos utilizar e também sua disposição na área de estudo. Uma vez que essa
definição é uma das mais importantes etapas do projeto, foi contratada uma consultoria de
especialistas que são referência mundial nesse tipo de estudo para definição do melhor
desenho experimental para a área.
Nesse trabalho foram realizados testes em laboratório e in situ com o objetivo de especificar
as melhores tecnologias e com melhor custo benefício para atingir os objetivos do projeto.
Devido às diferentes características dos trechos na região (reservatório com profundidades
superiores a 200 metros e trecho a jusante com profundidades inferiores a 3 metros), foi
definido o uso de duas tecnologias: Radio telemetria a jusante e telemetria acústica a
montante. Também foram realizados testes de alcance para essas duas técnicas como forma
de determinar o número de estações fixas necessárias em cada trecho de rio a ser estudado.
Esse trabalho gerou a lista de equipamentos que se encontra em fase de aquisição. Uma vez
que são todos equipamentos importados e que são manufaturados conforme as necessidades
do projeto, o processo de aquisição possui muitas etapas e longo período até sua conclusão.
Abaixo são descritas as fases dos testes realizados para se chegar ao desenho experimental
final para a área.
1) Uso de ecossondagem no reservatório para verificar a profundidade máxima de
permanência dos peixes.
Os testes de ecossondagem envolveram a delimitação de áreas para a realização de transectos
conforme Figura 1. Esses transectos foram realizados próximo ao barramento e nos dois
braços do reservatório, pertencentes aos rios Jequitinhonha e Itacambiruçu. Como resultado,
pôde-se verificar presença de peixes em profundidades superiores a 30 metros (Figura 2).
Figura 1: Áreas e transectos utilizados nos testes de ecossondagem.
Figura 2: Ecograma de um trecho do reservatório da UHE Irapé evidenciando a presença de peixes em profundidades superiores a 30m (destaque pelas elipses vermelhas).
2) Testes de detecção da amplitude do sinal
Esses testes foram realizados para ambos os métodos: radio telemetria e telemetria acústica.
Foi considerado o melhor método aquele que garantisse a probabilidade máxima de captação
do sinal e em maior distância nos trechos estudados (montante e jusante). Os testes se
basearam na colocação do transmissor a diferentes profundidades e distâncias do receptor de
modo a registrar os limites de captação do sinal (Figuras 3-A e 3-B).
- Radio telemetria: a jusante da UHE Irapé os transmissores puderam ser detectados a uma
distância de cerca de 300 metros quando dispostos em profundidades inferiores a 5 m.
Quando a profundidade foi aumentada para 10 m, a distância de detecção reduziu
consideravelmente para cerca de 90 m. Profundidades superiores a 15 metros os
transmissores não puderam ser detectados. No reservatório o sinal só pôde ser detectado
quando o transmissor esteve em profundidades inferiores a 5 m, com a melhor detecção a
uma distância de 90 m.
- Telemetria acústica: No reservatório o sinal dos transmissores puderam ser detectados em
até 300 metros de distância do receptor. Esses transmissores estavam dispostos em
profundidades superiores a 10 metros. No canal de fuga, devido as características turbulentas
da água, a faixa de detecção reduziu-se pela metade, com sinais consistentes sendo
detectados até 150 m.
Figura 3-A: Imagens de satélite demonstrando os caminhos realizados durante os testes de detecção a montante e a jusante da barragem da UHE Irapé.
Forebay Tests
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Actual Forebay Tests
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Drift 2
Drift 1
Tailrace Tests
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Drift 2
Drift 1
Spillway Tests
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Actual Spillway Tests
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Figura 3-B: Imagens das diferentes fases dos testes realizados para definição da tecnologia e disposição dos equipamentos na área de estudo. Foto superior esquerda: Disposição dos transmissores na coluna d’água. Foto superior direita: Imagem do receptor acústico utilizado nos testes. Foto inferior esquerda: Teste de alcance com rádio telemetria evidenciando a antena utilizada para captação do sinal. Foto inferior direita: Conexão do receptor recepção de acústica (hidrofone) ao computador para recepção dos sinais de acústica.
Amostragem de ictioplâncton
O levantamento de sítios de reprodutivos foi realizado por meio da coleta de ictioplâncton em
5 pontos amostrais distribuídos na região de estudo. Esses pontos encontram-se no quadro
abaixo:
Ponto de coleta de ictioplâncton Coordenada Geográfica
Rio Jequitinhonha imediatamente a jusante da UHE Irapé 16°44'25.49"S 42°34'9.12"W
Rio Jequitinhonha a jusante do barramento, em Coronel Murta 16°37'27.87"S 42°15'51.28"W
Rio Jequitinhonha a montante do barramento, em Terra Branca 17°18'47.79"S 43°12'19.57"W
Rio Jequitinhonha, imediatamente a montante da foz do rio Araçuaí 16°45'43.89"S 42° 0'38.30"W
Rio Araçuaí em sua foz, no distrito de Itira 16°45'47.08"S 42° 0'35.34"W
A amostragem foi feita por membros das comunidades ribeirinhas. Essas pessoas foram
contratadas pelo projeto para realizarem as coletas a cada três dias entre os meses de
dezembro/13 e fevereiro/14. Uma vez que não possuíam conhecimento do método de
amostragem, foi realizado inicialmente o treinamento desses coletores (Figura 4).
Figura 4: Treinamento realizado com moradores ribeirinhos sobre método de amostragem de
ictioplâncton.
As coletas foram realizadas ao anoitecer (20:00h) e utilizando-se coletores passivos do tipo
redes de deriva. Em cada ponto amostral foi feita uma coleta de superfície. As redes
permaneceram submersas contra a correnteza por 10 minutos e fluxômetros foram acoplados
nas aberturas das redes para registro do volume amostrado. O material coletado foi fixado em
formol 4% e enviado para o Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce (LAPAD),
da Universidade Federal de Santa Catarina. Nesse laboratório as amostras estão sendo triadas
e a identificação das larvas realizada ao menor nível taxonômico possível, de acordo com
referência especializada (Figura 5).
Figura 5: Triagem e identificação do material ictioplanctônico no Lapad - UFSC.
Embora o material ictioplanctônico ainda esteja em fase de análise, dados preliminares
indicam a presença de sítios reprodutivos das duas espécies alvo do estudo (curimba e
piapara) a montante e a jusante do barramento (Figura 6). Após triagem e identificação do
material, serão realizados cálculos de densidade e relações com variáveis ambientais.
A identificação morfológica de fases iniciais de desenvolvimento dos peixes é complexa,
mesmo para especialistas. Essa situação é agravada em regiões onde o conhecimento sobre
essas fases iniciais é escasso ou mesmo inexistente, como no caso do rio Jequitinhonha. Dessa
forma, pretende-se realizar coletas específicas para análises genéticas, com o objetivo de
confirmar as identificações realizadas.
Figura 6: Imagens de ovos e larvas coletados nas amostragens realizadas entre dezembro/13 e fevereiro/14 na região de estudo. A - larva de Prochilodus sp. B – Larva de Leporinus elongatus. C – Ovos de Prochilodus sp.
Definição de pontos de instalação de hidrofones e estações fixas
Esses pontos foram escolhidos por meio de imagens de satélite, em locais onde havia
estrangulamento do rio/reservatório. Esses locais aumentam a probabilidade de detecção do
sinal, uma vez que possuem menor área. Baseando-se da largura desses trechos e nos
resultados dos testes de distância de detecção, pôde-se determinar o número de estações
fixas (rádio e acústica) em cada ponto de monitoramento.
Cronograma de atividades
Conforme já justificado previamente, atrasos na contratação e liberação do recurso financeiro
levaram a atrasos no cronograma de atividades do projeto. Dessa forma, segue novo
cronograma para acompanhamento.
A
B
C
Tabela 2: Novo cronograma de atividades do projeto.
2013 2014 2015 2016
Etapa Ações 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Definição da técnica e desenho
experimental
Definição do desenho experimental e dos equipamentos a serem utilizados
X
Aquisição de Equipamentos e instalação das estações fixas
Aquisição dos equipamentos de telemetria
X X X X X X
Instalação das estações fixas
X X X
Marcação de Peixes
Campanhas de captura e marcação de peixes
X X X
Campanhas de conscientização (devolução marcas)
X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Rastreamento dos peixes
Rastreamento embarcado
X X X X X
X
X
X X X X X X
Rastreamento aéreo
X
X X
Coletas de ovos, larvas e alevinos
Seleção e contratação dos coletores ovos/larvas
X X
Treinamento dos coletores X
X
Coletas de ovos e larvas X X X X X X X X X
Coletas de alevinos X X X X X X X X
Processamento de amostras
Processamento das amostras de ovos e larvas
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Processamento das amostras de alevinos
X X X X X X X X X X X
Análise de dados e elaboração de
relatórios
Tabulação e análise de dados
X X X X X X X X X X X X X
Elaboração de relatórios X X X X X X X X X