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RENATA MARÇAL SACAI AVALIAÇÃO DO SIS – PRÉ-NATAL DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE PONTA PORÃ – MS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

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RENATA MARÇAL SACAI

AVALIAÇÃO DO SIS – PRÉ-NATAL DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

DE PONTA PORÃ – MS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Ponta Porã - MS

2011

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RENATA MARÇAL SACAI

AVALIAÇÃO DO SIS – PRÉ-NATAL DE UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

DE PONTA PORÃ-MS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Relato de experiência apresentado à

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,

como requisito para conclusão do curso de

Pós Graduação à nível de especialização em

Atenção Básica em Saúde da Família.

Orientadora: Profa. Msc. Janis Naglis Faker

Ponta Porã - MS

2011

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar sempre ao meu lado me iluminando e não me deixando esmorecer.

À Janis Naglis Faker, minha orientadora, pela paciência e sensibilidade com que me

conduziu na realização deste trabalho.

Ao meu esposo, Márley Migliaccio Dias da Silva, pelo companheirismo em todos os

momentos.

A todas as colegas que trabalharam comigo no município de Anastácio, pelo apoio e

carinho.

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RESUMO

O Pré-natal é o período anterior ao nascimento da criança, em que um conjunto de ações é aplicado à saúde individual e coletiva das mulheres grávidas. Para acompanhar as ações realizadas neste período, o Ministério da Saúde (MS) elaborou um sistema de acompanhamento, o SIS-Pré-Natal. Este estudo objetivou avaliar duas variáveis deste sistema: idade da mãe na primeira consulta de pré-natal e número total de consultas realizadas. Trata-se de um estudo de caráter exploratório, descritivo com abordagem quantitativa. Foram utilizados os dados de gestantes cadastradas no período de janeiro a dezembro de 2009 de uma unidade de saúde da família de Ponta Porã. Na variável idade da mãe, 62,4% das gestantes estão na faixa etária entre 20 e 34 anos, idade preconizada pelo MS. Na variável número de consultas pré-natal, 50,6% realizaram 4 a 6 consultas e o MS preconiza no mínimo 6 consultas.

Palavras-chave: Pré-natal; SIS - Pré-natal; idade da mãe; número de consultas.

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ABSTRACT

The Prenatal is the period before the child's birth, in which a set of actions is applied to the individual and collective health of pregnant women. In order to escort the actions taken during this period, the Ministry of Health (MS) has developed a monitoring system, the SIS-Pre-Natal. This study aimed to evaluate two variables of this system: age of mother at first ‘prenatal’ appointment and total number of appointments with the doctor. This is an exploratory study, with a descriptive and quantitative approach. The study has used data from pregnant women enrolled in the period from January to December 2009 of a family health unit in Ponta Pora town, Mato Grosso do Sul Brazilian State. In the variable age of the mother, 62.4% of women are aged between 20 and 34 years, age recommended by MS. In the variable number of prenatal visits, 50.6% had 4-6 consultations and MS recommends at least 6 queries.

Keywords: Prenatal; SIS – Prenatal; mother's age; number of queries.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 06

2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 07

3 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 08

3.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 08

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 08

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 09

5 METODOLOGIA .............................................................................................................. 13

5.1 TIPO DE ESTUDO ........................................................................................................... 13

5.2 VARIÁVEIS DO ESTUDO .............................................................................................. 13

5.3 COLETA DE DADOS ...................................................................................................... 14

5.4 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................................. 14

6 RESULTADOS ................................................................................................................... 15

7 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 17

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 18

9 CRONOGRAMA ............................................................................................................... 19

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 20

ANEXOS ................................................................................................................................ 22

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1 INTRODUÇÃO

O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher desde o início

da gravidez, assegurando ao fim da gestação, o nascimento de uma criança saudável e a

garantia do bem estar materno e neonatal (Ministério da Saúde, 2005).

Moimaz et al. (2009) define que o SIS Pré-Natal consiste em um sistema para realizar

o acompanhamento das gestantes cadastradas no pré-natal disponibilizado através do

Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

O município de Ponta Porã está localizado a oeste do estado e a 350 km da capital de

Mato Grosso do Sul – Campo Grande e faz divisa com a cidade de Pedro Juan Caballero no

país vizinho, Paraguai com a qual mantém fortes laços econômicos e principalmente culturais.

Apresenta uma área territorial de 5.238,621 Km² e uma densidade demográfica: 13,55

hab/km². Possui uma população recenseada de 77.866 habitantes de acordo com o IBGE

(2010). A atenção básica do município se estrutura da seguinte forma: 6 unidades de

estratégias de saúde da família urbanas, 3 unidades rurais e uma itinerante. Conta ainda com

uma unidade de saúde central.

A unidade de Estratégia de Saúde da Família deste estudo está localizada na entrada da

cidade e atende uma população de aproximadamente 4.800 habitantes, contando com uma

equipe de saúde da família completa sendo formada por um médico, um enfermeiro, um

auxiliar de enfermagem, um odontólogo, um técnico em higiene dental e sete agentes

comunitários de saúde.

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2 JUSTIFICATIVA

Este trabalho justifica-se por não haver, até o presente momento, estudos relacionados

à qualidade do pré-natal segundo dados do SIS – Pré-natal no município de Ponta Porã, MS e

pela importância de conhecermos os dados deste sistema de informação de grande relevância

para as ações desenvolvidas no atendimento do pré-natal na atenção básica.

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o SIS – Pré-natal de uma Unidade de Saúde da Família de Ponta Porã, MS no

período de Janeiro a Dezembro de 2009.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Caracterizar o perfil das gestantes cadastradas no SIS Pré-natal segundo as variáveis:

idade da mãe na primeira consulta de pré-natal e número total de consultas realizadas.

Identificar possíveis falhas no processo de alimentação de informações do programa

SIS Pré-natal.

Sugerir mudanças no processo de informação dos dados do programa SIS Pré-natal.

Dar continuidade à caracterização do perfil das gestantes abordando outras variáveis

do Programa SIS Pré-natal em trabalhos subseqüentes.

Valorizar os profissionais das equipes de saúde da família que trabalham diretamente

com os dados dos sistemas de informação da saúde pública.

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4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As altas taxas de mortalidade materna e infantil nos países industrializados no início

do século XX, segundo Moimaz et AL. (2009), despertou o interesse do poder público para

com a vitalidade da população, entendendo que o Estado deveria atuar na assistência à criança

e à mãe. Desta forma, novos conceitos de saúde e de responsabilidade pela saúde, como o de

que a saúde do adulto depende da saúde da criança e que essa depende da saúde da mãe

resultaram na assistência à gestante.

Cunha et al. (2009) cita em seus estudos que no mundo, a cada ano, ocorrem 120

milhões de gravidezes, entre as quais mais de meio milhão de mulheres morrem em

consequência de complicações, durante a gravidez ou o parto, e mais de 50 milhões sofrem

enfermidades ou incapacidades sérias relacionadas à gravidez. A razão da mortalidade

materna no Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS), em 2002, foi de 50,3 por cem mil

nascidos vivos. A região Nordeste teve o maior índice, 60,8, seguida da região Centro-Oeste,

com 60,3, região Sul, com 56,6, e Norte, com 53,2; o menor índice foi encontrado na região

Sudeste, com 45,92.

De acordo co Neto et al. (2008) no Brasil, a atenção à saúde materna e infantil

historicamente, tem sido uma prioridade dentre as políticas de saúde, com destaque aos

cuidados durante a gestação. A partir dos anos 1970, tal política teve um incremento

substancial, devido às elevadas taxas de morbidade e mortalidade materna e infantil, com

ampliação da atenção ao pré-natal, face ao reconhecido impacto e transcendência que esta

produz no estado sanitário da mãe e do feto.

A assistência à gestante, uma das atividades realizadas há tempo nos serviços públicos

de saúde no país, foi, por muitos anos, orientada principalmente para melhorar os indicadores

da saúde infantil. No entanto, um novo paradigma na atenção à saúde da mulher foi concebido

pelo movimento de mulheres que, associado às discussões técnicas promovidas pelos

profissionais de saúde, culminou nas bases programáticas do Programa de Assistência Integral

à Saúde da Mulher (PAISM), instituído pelo Ministério da Saúde em 1983. (GONÇALVES et

al., 2008, p. 350)

Conforme Moimaz et al. (2009) diversos países têm criado diferentes alternativas de

cuidado pré-natal, acompanhado as peculiaridades sócio-econômicas de cada região. No

Brasil, o Ministério da Saúde, em 2000, instituiu o Programa de Humanização no Pré-natal e

Nascimento (PHPN), baseado nas análises das necessidades de atenção específica à gestante,

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ao recém-nascido e à mulher no período pós-parto. Este programa garante a toda gestante o

direito ao atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério.

Em relação ao termo humanização, Duarte e Andrade (2008) referem que a palavra

tinha como intuito:

... melhorar as condições de atendimento, por meio da mudança de

atitude dos profissionais que assistem as mulheres grávidas e

puérperas, contemplando, além daquilo que se vê e se palpa, também

o que se ouve e o que foi descrito pela mulher, de modo que o

atendimento seja eficiente e participativo. Ressalta-se, também, a

participação da família durante a gestação, o parto e o puerpério, desse

modo, a atenção ao pré-natal deixa de ser um ato técnico, centrado no

útero gravídico (p. 134).

Para Neto et al. (2008) o pré-natal é o “período anterior ao nascimento da criança, em

que um conjunto de ações é aplicado à saúde individual e coletiva das mulheres grávidas.

Nesse período, as mulheres devem ser acompanhadas a partir da gestação, de forma que lhes

seja possível, quando necessário, realizar exames clínico-laboratoriais, receber orientação e

tomar medicação profilática e/ou vacinas”. Para o Ministério da Saúde do Brasil, o principal

objetivo da atenção ao pré-natal é acolher a mulher desde o início de sua gravidez – período

de mudanças físicas e emocionais - que cada gestante vivencia de forma distinta. Essas

transformações podem gerar medos, dúvidas, angústias, fantasias ou simplesmente a

curiosidade de saber o que acontece no interior de seu corpo.

Para acompanhar as gestantes assistidas pelo PHPN foi elaborado um sistema

informatizado, obrigatório para todos os municípios. O incentivo financeiro ocorre através da

alimentação desse sistema, da seguinte forma: R$ 10,00 reais para cada gestante cadastrada,

sendo que a primeira consulta deve ser realizada com até 120 dias da idade gestacional e R$

40,00 para cada pré-natal concluído obedecendo aos seguintes critérios:

1. Primeira consulta até o 4º mês de gestação.

2. Garantir a realização dos seguintes procedimentos:

2.1. No mínimo, seis consultas de pré-natal, sendo preferencialmente, uma no

primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação.

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2.2. Uma consulta no puerpério, até quarenta e dois dias após o nascimento.

2.3. Exames laboratoriais:

a) ABO - Rh, na primeira consulta;

b) VDRL, um exame na primeira consulta e outro próximo à trigésima semana da

gestação;

c) Urina rotina, um exame na primeira consulta e outro próximo à trigésima semana

da gestação;

d) Glicemia de jejum, um exame na primeira consulta e outro próximo à trigésima

semana da gestação;

e) Hemoglobina/hematócrito, na primeira consulta.

2.4. Oferta do teste de HIV, com um exame na primeira consulta, naqueles

municípios com população maior que cinqüenta mil habitantes.

2.5. Aplicação de vacina antitetânica até a dose imunizante (segunda) do esquema

recomendado, ou dose de reforço em mulheres já imunizadas.

2.6. Atividades educativas.

2.7. Classificação de risco gestacional a ser realizada na primeira consulta e nas

consultas subseqüentes.

2.8. Atendimento às gestantes classificadas como de risco, garantindo o vínculo e

acesso à unidade de referência para atendimento ambulatorial e/ou hospitalar à

gestação de alto risco.

Figura 1: Critérios que definem a conclusão do pré-natal. (SERRUYA; LAGO; CECATTI,

2004, p. 520).

O PHPN indica os procedimentos mínimos a serem realizados por todas as mulheres

durante o ciclo gravídico-puerperal e apresenta como estratégias para a melhoria da qualidade

da assistência a humanização do cuidado prestado e o respeito aos direitos reprodutivos.

Moimaz et AL. (2009) descreve em seus estudos que a informação é um elemento

fundamental nas análises de situações de saúde, ao oferecer subsídios para o planejamento e a

organização dos serviços de saúde. Com o intuito de acompanhar situacionalmente cada

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gestante atendida no PHPN, foi elaborado o Sistema de Acompanhamento do Programa de

Humanização no Pré-Natal e Nascimento (SIS Pré-natal), que está disponibilizado através do

Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS)

possibilitando a identificação individualizada das cidadãs atendidas nos Estabelecimentos de

Assistência à Saúde pelos gestores do Sistema Único de Saúde – SUS, além de fornecer as

bases de cálculo para o repasse financeiro, transferidos do Fundo Nacional de Saúde para o

Fundo Municipal de Saúde, aos municípios que aderiram ao Programa.

O registro da inserção no PHPN, feito através do SISPRENATAL, utiliza como

entrada de dados dois documentos, a Ficha de Cadastramento da Gestante (ANEXO 1) e a

Ficha de Registro Diário dos atendimentos da Gestante, que pode ser efetuado na própria

unidade de saúde onde é realizado o atendimento da gestante, no distrito sanitário, na

Secretaria Municipal de Saúde ou ainda na Secretaria Estadual de Saúde em seu nível regional

ou central, permitindo a importação de dados registrados em todas as esferas, possibilitando a

consolidação final dos mesmos pelo SUS.

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5 METODOLOGIA

5.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo de caráter exploratório, descritivo com abordagem quantitativa.

Foi utilizado como fonte de dados o SIS Pré-natal referente às gestantes cadastradas no

período de janeiro a dezembro de 2009. Devido a abrangência de dados do sistema de

informação, foram analisados duas variáveis com grande importância na saúde pública.

5.2 VARIÁVEIS DO ESTUDO

1. Idade da mãe na primeira consulta: Consiste em variável importante, pois é cada vez mais

crescente o número de grávidas com extremos de idade, menores de 19 anos e idade materna

superior a 35 anos. Ximenes et al. (2004) citam que os problemas mais freqüentes em mães

mais jovens são: maior incidência de doença hipertensiva e anemia, menos ganho de peso

além de complicações no parto. Já, na gravidez em idade avançada: maior incidência de

doença hipertensiva e diabetes gestacional, além de aborto espontâneo, gravidez ectópica e

morte fetal intra-uterina.A idade materna menor que dezessete anos e maior que trinta e cinco

anos representa um fator de risco importante na gravidez. Portanto nos estudos de gestação de

alto risco os extremos de idade merecem destaque. (XIMENES; OLIVEIRA, 2004);

2. Número total de consultas realizadas: A adequada atenção ao pré-natal e ao parto

possibilita uma diminuição do risco de baixo peso e prematuridade. (D’ORSI; CARVALHO,

1998). No Brasil, o PHPN estabelece que o número mínimo de consultas de pré-natal deverá

ser de seis consultas, preferencialmente, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre

e três no último trimestre. A maior freqüência de visitas no final da gestação visa à avaliação

do risco perinatal e das intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre, como

trabalho de parto prematuro, pré- eclâmpsia e eclâmpsia, amniorrexe prematura e óbito fetal.

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5.3 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi de fonte secundária sendo utilizados os dados das gestantes

cadastradas no período de janeiro a dezembro de 2009 do SIS Pré-natal.

5.4 ANÁLISE DOS DADOS

Foram utilizados métodos estatísticos (percentuais para cada variável) para explicitar

os resultados da pesquisa.

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6 RESULTADOS

No período de janeiro a dezembro de 2009 numa Unidade de Saúde da Família de

Ponta Porã foram cadastradas 93 gestantes. Esse total classifica-se de acordo com a idade da

mãe na primeira consulta conforme distribuição da Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição da idade da mãe na primeira consulta de Pré-natal. SIS Pré-natal.

Ponta Porã (MS). 2009.

Idade da mãe Número de gestantes %

10 a 19 anos 33 35.5

20 a 34 anos 58 62.4

35 anos ou mais 02 2.1

Total 93 100

Na variável idade da mãe, o ideal é que a gestação esteja na faixa etária entre 20 a 34

anos, mas segundo os estudos de Ximenes e Oliveira (2004) é cada vez maior o número de

adolescentes grávidas e de mulheres tendo filho a primeira vez aos 30 anos. Relatam ainda

que nas gestações de mães com extremos de idade, mais tempo será despendido na procura do

serviço de pré-natal. Analisando os dados da tabela 1 temos 62,4% da mãe na primeira

consulta com idade entre 20 a 34 anos. Portanto temos uma grande maioria de mulheres com

idade adequada devido a minimização de problemas decorrentes ao pré-natal, parto e

puerpério nesta faixa etária.

Tabela 2 – Distribuição do número de consultas pré-natal. SIS Pré-natal. Ponta Porã (MS).

2009.

Número de consultas pré-

natal

Número de gestantes %

1 a 3 consultas 35 37.6

4 a 6 consultas 47 50.6

7 consultas ou mais 11 11.8

Total 93 100

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Na variável número de consultas pré-natal temos 50.6% das gestantes que realizaram

de 4 a 6 consultas durante o período gestacional. Considerando que o PHPN estabelece

mínimo de 6 consultas, ainda é muito grande o número de mulheres que realizam apenas de 1

a 3 consultas totalizando 37.6%. Devemos considerar porém, que estando Ponta Porã numa

fronteira seca com a cidade de Pedro Juan Caballero, muitas gestantes apenas realizam o

cadastro no SIS Pré-natal nas dadas de proximidade ao parto a fim de que possam ser

atendidas no Hospital Regional de Ponta Porã. Esta situação ocorre devido a facilidade em

registrar as crianças em território brasileiro e possuir direitos que excluem os estrangeiros.

Outro ponto que deve ser levado em consideração é que a alimentação do SIS Pré-natal não

ocorre nas unidades de saúde e sim são centralizados na secretaria de saúde, aumentando o

risco de alguns dados não condizerem com a realidade do atendimento prestado nas unidades

de saúde.

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7 CONCLUSÃO

A avaliação das variáveis estudadas, demonstrou que em relação a idade da mãe na

primeira consulta de pré-natal, mais de 60% estão dentro da faixa etária preconizadas pelo

Ministério da Saúde (MS), que compreende entre 20 e 34 anos e em relação ao número de

consultas realizadas, um pouco mais de 50% realizaram de 4 a 6 consultas, e o preconizado

pelo MS é no mínimo 6 consultas.

Entretanto os estudos demonstraram que o índice de adolescentes gestantes, com idade

inferior a 19 anos ainda é bastante significativo e que muitas mulheres ainda não realizam a

quantidade de consultas de pré-natal suficientes para que o acompanhamento seja satisfatório.

Enfim foram evidenciadas através do presente trabalho a necessidade de estratégias na

atenção básica a fim de captar essas gestantes para o acompanhamento do pré-natal,

minimizando os riscos à saúde tanto da mãe quanto a do bebê e de conscientizar as

adolescentes sobre os risco de uma gestação precoce.

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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

- o número de adolescentes gestantes com idade igual ou inferior a 19 anos é grande 35.5%,

necessitando de um trabalho sobre prevenção de gravidez na adolescência;

- ainda faltam estratégias afim de que essas mulheres possam realizar mais consultas de pré-

natal minimizando os riscos tanto para mãe como para o bebê;

- a descentralização da alimentação do SIS pré-natal é uma excelente alternativa para

demonstrar dados fidedignos aos atendimentos prestados;

- a proximidade com a cidade de Pedro Juan Caballero pode não demonstrar a realidade dos

atendimentos que estas gestantes recebem, visto que os acompanhamentos em outro país não

são digitados no SIS pré-natal;

- é de grande necessidade a análise de outras variáveis do SIS pré-natal em trabalhos futuros

para dar continuidade ao presente trabalho. Estas variáveis são: imunização, exames

realizados, tipo de parto, local de parto, consulta puerperal.

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9 CRONOGRAMA

Etapas Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Escolha do tema

Pesquisa Bibliográfica

Levantamento dos dados

Análise dos dados

Finalização do TCC

Entrega do TCC

Apresentação do banner

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REFERÊNCIAS

CUNHA, Margarida de Aquino; MAMEDE, Marli Villela; DOTTO, Leila Maria Geromel; MAMEDE, Fabiana Villela. Assistência Pré-Natal: Competências essenciais desempenhadas por enfermeiros. Escola Anna Neri Revista de Enfermagem. Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 145-153, jan./mar. 2009.

D’ORSI, Eleonora; CARVALHO, Marília Sá. Perfil de nascimento no município do Rio de Janeiro: uma análise espacial. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 367-379, abr./jun. 1998.

DUARTE, Sebastião Júnior Henrique; ANDRADE, Sônia Maria Oliveira. O significado do pré-natal para mulheres grávidas: Uma experiência no município de Campo Grande, Brasil. Saúde e Sociedade. São Paulo, v. 17, n. 2, p. 132-139, abr./jun. 2008.

GONÇALVES, Roselane; URASAKI, Maristela Belletti Mutt; MERIGHI, Miriam Aparecida Barbosa; D’AVILA, Carla Gisele. Avaliação da efetividade da assistência pré-natal de uma Unidade de Saúde da Família em um município da Grande São Paulo. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 61, n. 3, p. 349-353, maio/jun. 2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). População recenseada e estimada. Brasil: 2010.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Pré-natal e Puerpério: Atenção Qualificada e Humanizada - manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

MOIMAZ, Suzely Adas Saliba; GARBIN, Cléa Adas Saliba; GARBIN, Artênio José Ister; ZINA, Lívia Guimarães; YARID, Sérgio Donha; FRANCISCO, Kléryson Martins Soares. Sistema de Informação Pré-Natal: análise crítica de registros em um município paulista. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 63, n. 3, p. 385-390, mai./jun. 2010.

NETO, Francisco Rosemiro Guimarães Ximenes; LEITE, Joséte Luzia; FULY, Patrícia dos Santos Claro; CUNHA, Isabel Cristina Kowal Olm; CLEMENTE, Adriana de Souza; DIAS, Maria Socorro de Araújo; PONTES, Maria Alzenir Coelho. Qualidade da atenção ao pré-natal na Estratégia Saúde da Família em Sobral, Ceará. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 61, n. 5, p. 595-602, set./out. 2008.

SERRUYA, Suzanne Jacob; LAGO, Tânia de Giácomo; CECATTI, José Guilherme. Avaliação preliminar do Programa de Humanização no Pré-Natal e nascimento no Brasil.

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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de janeiro, v. 26, n. 7, p. 517-525, ago. 2004.

XIMENES, Fernanda Maria Aragão; OLIVEIRA, Mylza Carvalho Rosado. A Influência da idade materna sobre as condições perinatais. Revista Brasileira em Promoção à Saúde, v.17, n.2, p56-60, 2004.

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ANEXOS

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Anexo A

Modelo de Ficha de Cadastramento da Gestante

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Anexo B

Modelo de Ficha de Registro Diário dos Atendimentos das gestantes no SIS Pré-Natal

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