· Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World...

38
1 Pseudocolinesterase como biomarcadora da intoxicação no Sudoestes de Minas Gerais Karina Maciel Pádua 1 , Maxwell Messias Ribeiro 2 , José de Paula Silva 3 , Odila Rigolin de Sá 4 , Juliano Fiorelini Nunes 5 1 Biomédica, Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] 2 Biólogo, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] 3 Farmacêutico, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] 4 Bióloga, Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] 5 Biólogo, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Resumo: Os níveis de pseudocolinesterase permitem diagnosticar casos de intoxicações por agrotóxico. Portanto, avaliou-se as concentrações de pseudocolinesterase em indivíduos não expostos e expostos a agrotóxicos utilizados no agronegócio e combate de vetores para fins de avaliação do seu potencial biomarcador. Os maiores níveis de pseudocolinesterase foram registrados entre os grupos de trabalhadores expostos aos agrotóxicos, fator que sugere uma possível adaptação para fins de resistência. Não houve diferença significativa (p > 0,05) nos níveis da pseudocolinesterase em função da faixa etária dos indivíduos. Embora a pseudocolinesterase seja o único biomarcador de intoxicações por agrotóxicos utilizado no

Transcript of   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World...

Page 1:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

1

Pseudocolinesterase como biomarcadora da intoxicação no Sudoestes de Minas Gerais

Karina Maciel Pádua1, Maxwell Messias Ribeiro2, José de Paula Silva3, Odila Rigolin de Sá4,

Juliano Fiorelini Nunes5

1 Biomédica, Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Biólogo, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Farmacêutico, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Bióloga, Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected] Biólogo, Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais, [email protected]

Resumo: Os níveis de pseudocolinesterase permitem diagnosticar casos de intoxicações por

agrotóxico. Portanto, avaliou-se as concentrações de pseudocolinesterase em indivíduos não

expostos e expostos a agrotóxicos utilizados no agronegócio e combate de vetores para fins de

avaliação do seu potencial biomarcador. Os maiores níveis de pseudocolinesterase foram

registrados entre os grupos de trabalhadores expostos aos agrotóxicos, fator que sugere uma

possível adaptação para fins de resistência. Não houve diferença significativa (p > 0,05) nos

níveis da pseudocolinesterase em função da faixa etária dos indivíduos. Embora a

pseudocolinesterase seja o único biomarcador de intoxicações por agrotóxicos utilizado no

sudoeste de Minas Gerais, estes resultados alertam para a necessidade do uso de novos

biomarcadores.

Palavras-chave: Colinesterase plasmática; agrotóxicos, Saúde do Trabalhador.

Pseudocholinesterase as biomarker of intoxication in Southwest Minas Gerais. Abstract:

The pseudocholinesterase levels allow diagnose cases of intoxications by agrotoxic.

Therefore, we evaluated the pseudocholinesterase concentrations in people not exposed and

exposed to agrotoxics used in agribusiness and on vectors control for assessment of their

potential biomarker. The highest levels of pseudocholinesterase were recorded between

groups of workers exposed to agrotoxic. This factor suggests a possible adaptation for

resistance purposes. There was no significant difference (p> 0.05) in pseudocholinesterase

levels in due the age of the individuals. Although pseudocholinesterase is the only biomarker

of intoxication by agrotoxics in southwestern Minas Gerais, these results emphasize the need

to use new biomarkers.

Page 2:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

2

Keywords: plasmatic cholinesterase; agrotoxic, workers' Health.

Seudocolinesterasa como biomarcadora de la intoxicación en el Suroeste de Minas

Gerais. Resumen: Los niveles de seudocolinesterasa permiten diagnosticar los casos de

envenenamiento por agrotoxicos. Por lo tanto, objetivó en ese trabajo, evaluar las

concentraciones de seudocolinesterasa en sujetos no expuestos y expuestos a los agrotoxicos

utilizados en la agroindustria y en el combate de los vectores por la evaluación de su potencial

biomarcador. Los niveles más altos de seudocolinesterasa se registraron entre los grupos de

trabajadores expuestos a los pesticidas, un factor que sugiere una posible de adaptación a

efectos de resistencia. No hubo diferencia significativa (p> 0,05) en los niveles de

seudocolinesterasa en función de la edad de los individuos. Aunque seudocolinesterasa es el

único biomarcador de intoxicación por agrotoxicos utilizados en el suroeste de Minas Gerais,

estos resultados enseãn la necesidad de utilizar nuevos biomarcadores.

Palabras-clave: colinesterasa plasmática; agrotoxicos; Salud del trabajador

1 INTRODUÇÃO

O século XX caracterizou-se, entre outros aspectos, por um intenso e contínuo

processo de mudanças tecnológicas e organizacionais, que atingiram de forma contundente, o

mundo da produção, acarretando grandes transformações nas formas, nos processos e nas

relações de trabalho. A agricultura que por séculos se constituía o meio de vida dos

trabalhadores e de suas famílias, converteu-se numa atividade orientada para a produção

comercial. Essa mudança está na necessidade de alimentar um contingente populacional cada

vez maior, que segundo a Organização das Nações Unidas será de 7,9 bilhões de pessoas em

2025 (SILVA 2005; OIT 2001).

Além do desafio de atender ao crescimento da demanda mundial por alimentos, a

atividade agrícola mundial também enfrentará pressões crescentes para a redução de seu

impacto ambiental, com destaque para as questões dos desflorestamentos e de seu alto

consumo de água e de agrotóxicos (CROPLIFE 2010 apud SILVA, 2011).

O processo de produção agrícola vem passando por importantes mudanças

tecnológicas e organizacionais, para que se obtenha, entre outros aspectos, o aumento da

produtividade. Em relação às alterações tecnológicas, a primeira e importante mudança foi a

mecanização de diversas atividades agrícolas e a consequente substituição da mão-de-obra

pela maquinaria, um dos motivos do êxodo rural. A segunda mudança foi a introdução, a

Page 3:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

3

partir de 1930, dos agroquímicos no campo, em especial os agrotóxicos, intensificando-se sua

utilização a partir da Segunda Guerra Mundial. E a terceira e importante mudança é a

introdução da biotecnologia, destacando-se os organismos geneticamente modificados – os

transgênicos (ABRAMOVAY,1992 apud SILVA, 2005).

A necessidade de um modelo produtivo funda-se na chamada “revolução verde”, com

o intuito de se obter a máxima produção ao mínimo custo, utilizando recursos de mecanização

e, baseada no uso intensivo de produtos químicos, como única saída para evitar futuramente a

fome mundial (CAVALLET, 1999 apud CARNEIRO 2012).

Vários danos foram provocados por esse modelo, sendo estes responsáveis por

crescentes impactos negativos nas relações socioeconômicas e ambientais da agricultura, e na

saúde do trabalhador rural, como a de ser responsável pelo êxodo rural, a ruptura do equilíbrio

do ecossistema que depende da manutenção da diversidade biológica e das intoxicações de

trabalhadores rurais pelo uso intensivo de agrotóxicos (ABREU, 1994; SILVA et al 2005).

No Brasil, a utilização de produtos químicos, iniciou-se em campanhas de saúde

pública para combater vetores e parasitas e posteriormente foram manuseados na agricultura,

principalmente a partir da década de 1960, onde tornou-se mais evidente as ações de combate

aos vetores agrícolas. Com o passar dos anos as intoxicações por estas substâncias foram

aumentando tanto entre os trabalhadores rurais que ficam expostos, como também entre

pessoas que se contaminam através dos alimentos e água (LEITE, 2008; RECENA, 2008).

Vários foram às nomenclaturas dadas aos produtos químicos utilizados na agricultura.

O termo agrotóxico só foi introduzido no Brasil depois de muitas discussões políticas,

sindicais e da sociedade civil organizada, que discordavam do termo “defensivos agrícolas”,

que mascarava a intensidade do perigo que ofereciam para quem mantivesse contatos

esporádicos ou intermitentes com esses produtos, uma vez que podem causar riscos para a

saúde humana e para o meio ambiente. (PERES et al. 2003).

Mais do que uma simples mudança na terminologia, esse termo passa a colocar em

destaque a toxicidade destes produtos para o meio ambiente e para a saúde humana

(SIQUEIRA, KRUCE 2008).

Os termos pesticidas, praguicidas, biocidas, fitossanitários, agrotóxicos, defensivos

agrícolas, venenos, remédios expressam as várias denominações dadas a um mesmo grupo de

substâncias químicas. No presente trabalho, o termo adotado será "agrotóxico", seguindo a

definição do Decreto n.º 98.816 de 11/01/1990 do Ministério da Agricultura, que

regulamentou a Lei n.º 7.802 de 11/07/89, aborda os termos “ agrotóxicos ” no Capítulo I,

Artigo 2.º, incisos XX.

Page 4:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

4

Os agrotóxicos são várias substâncias químicas ou biológicas que atuam no controle

de alguma praga, e podem ser classificadas de acordo com a ação da natureza da praga

controlada, da estrutura química das substâncias ativas e com os efeitos à saúde humana e ao

meio ambiente, sendo genericamente classificados por pesticidas e praguicidas

(AGROFIT1998, apud PERES, 2003).

O trabalho agrícola é considerado uma das mais perigosas ocupações na atualidade.

(FARIA et al., 2007; LEITE & TORRES, 2008). Os trabalhadores rurais constituem um

grupo populacional reconhecidamente vulnerável aos efeitos danosos dos agrotóxicos na

saúde (PERES & MOREIRA, 2003). Outro grupo considerado vulnerável, são agentes que

aatuam em campanhas de saúde pública para o controle de vetores de doença, principalmente

para o controle do Aedes aegypti, mosquito transmissor do vírus da Dengue. (SILVA et al.,

2014).

A Organização Mundial de Saúde afirma que aproximadamente três milhões de

pessoas são intoxicadas por ano em decorrência da utilização de agrotóxicos, sendo que 70%

deste montante ocorrem em países em desenvolvimento (PERES et al., 2005). Dessas, 220

mil morrem e 750 mil adquirem doenças crônicas, como paralisias de músculos, e mudanças

psíquicas e comportamentais. Além dos prejuízos causados diretamente aos seres humanos, a

maioria dos defensivos agrícolas provocam alterações ao meio ambiente, algumas com

alcance ainda não totalmente mensurado (OMS, 2005; BAULI et al.,2007). O constante uso

de agrotóxicos tem causando elevados custos econômicos para a saúde humana e ambiental,

consequentemente ocasionando um decréscimo na economia agrícola mundial devido aos

fatores de toxicidade desses agrotóxicos. (GARCIA, 1998; ALMEIDA, 2006).

Em 2008, o Brasil assumiu o posto de maior consumidor de agrotóxicos em todo

mundo, posição antes ocupada pelos Estados Unidos. O uso de agrotóxicos é intensivo em

todo Brasil, sendo considerado um dos maiores mercados mundiais para estes produtos

(ANVISA, 2009; GALLO et al.,2012). No Brasil são utilizados vários tipos de agrotóxicos

proibidos em todo mundo, dentre esses, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA), proibiu o uso de 4 princípios ativos e restringiu severamente outros 19 utilizados

na fabricação de mais de 300 agrotóxicos no país.

Os agrotóxicos são liberados para o meio ambiente e, por meio de vários processos.

Três das principais classes de agrotóxicos que representam um sério problema são

organoclorados, organofosforados e carbamatos. Enquanto os agrotóxicos estão associados

com muitos efeitos a saúde, existe a dificuldade de monitoramento desses contaminantes em

indivíduos expostos a áreas de risco. Métodos cromatográficos tradicionais são eficazes para a

Page 5:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

5

análise de agrotóxicos no ambiente, mas existem limitações e dificultam o controle adequado

(FARIA et al.,2009).

A crescente preocupação sobre a poluição ambiental por agrotóxicos clorados não

degradáveis no ambiente, leva ao uso dos organofosforados e carbamatos para várias

finalidades: agricultura, pecuária, ambiente doméstico e saúde pública. Este aumento deve-se

à sua eficácia como inseticidas, assim como ao fato de que estes compostos não se acumulam

na natureza e são de decomposição relativamente rápida após a aplicação (WAISSMANN,

2007).

Estes oferecem menor risco para o meio ambiente, organofosforados (OF) e

carbamatos (CARB) - são altamente tóxicos para animais e humanos. E as intoxicações

provocadas por esses compostos têm aumentado, particularmente, nos países em

desenvolvimento. Estes agrotóxicos encontram-se sob a forma de pó, grânulos, líquidos ou

aerossóis, em diferentes concentrações de acordo com a utilização. Altas concentrações são

encontradas para uso veterinário, fitossanitário, ou aplicadores profissionais, já as baixas

concentrações são encontradas em aerossóis de uso doméstico, e em preparações líquidas em

geral as concentrações estão diluídas em hidrocarbonetos, xileno, tolueno, entre outros

(WAISSMANN, 2007).

As intoxicações do homem podem ocorrer de duas formas. A primeira está relacionada

ao organismo que absorve, numa única dose, elevada quantidade de agrotóxico, ele reage

rapidamente, indicando os sintomas, que podem ser fatais ou permanecer por certo tempo

comprometendo o indivíduo afetado. Dependendo do produto, da dose introduzida no

organismo, o estado clínico pode ser reversível, sem sequelas ao indivíduo afetado. Esse tipo

de intoxicação é denominado intoxicação aguda. Outra forma de intoxicação é a crônica, a

mais preocupante, pois não tem manifestação imediata e é resultante do acúmulo gradual do

defensivo no organismo, sendo irreversível, podendo muitas vezes favorecer o óbito

(FLORES & NEVES, 2004).

O monitoramento da toxicidade dos agrotóxicos são realizados através de

biossensores ou biomarcadores. Estes são dispositivos analíticos, capazes de fornecer em

tempo real informações qualitativas e quantitativas sobre a composição de uma amostra com

uma preparação mínima. Nas últimas duas décadas, a pesquisa na área de biossensores tem

aumentado significativamente como resultado da necessidade de uma técnica mais barata,

rápida como ferramentas analíticas (SILVANA 2006).

Desde então, vários sensores de enzimas em configurações diferentes têm sido

desenvolvidos. Entre estes biossensores, existem os baseados em enzimas colinesterase

Page 6:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

6

(AChes), que têm surgido como uma técnica ultra-sensível e seletivo para monitoramento de

toxicidade ambiental, agrícola, de alimentos ou aplicações militares.

Este monitoramento é realizado através de ensaios analíticos quantitativos. Os

inseticidas OF e CARB exercem suas ações biológicas principalmente por inibição de

enzimas. Um exemplo, é a inibição da acetilcolinesterase (AChE), enzima responsável por

degradar o neurotransmissor da acetilcolina (ACh), onde o estudo dos níveis enzimáticos é de

grande importância no controle de indivíduos expostos a esses agrotóxicos, principalmente

em trabalhadores rurais (SILVANA 2006).

O controle laboratorial da exposição ocupacional é comumente realizado pela

determinação da atividade da pseudocolinesterase no sangue (soro) desses trabalhadores, uma

vez que a análise é simples e sensível, sendo empregada como um índice biológico

satisfatório, pois sua variação é proporcional à intensidade e duração da exposição aos agentes

anticolinesterásicos (SACHER & MCPHERSON, 2002).

As análises da colinesterase podem ser realizadas nos eritrócitos e nos plasma e sua

importância vai depender do tempo de exposição. A determinação da atividade da AChE é

mais valiosa em caso de suspeita de exposição prolongada, dado que as concentrações

eritrocitárias levam mais tempo para diminuir do que as concentrações séricas da

pseudocolinesterase, e necessitam de mais tempo para normalização após a exposição e

também diminuim antes daquela encontrada nas hemácias, sendo, portanto, indicador

biológico da exposição aguda. A exposição grave usualmente reflete-se na depressão de

ambas as enzimas (RIBEIRO, 2007; FUNASA, 2001; HENRY, 2008).

A atividade da colinesterase no soro é frequentemente denominada de

pseudocolinesterase (CHS), a fim de distinguir da “verdadeira” acetilcolinesterase (AcCHS),

que é encontrada nos eritrócitos e nas terminações nervosas. A acetilcolina é a substância

transmissora liberada em uma placa motora terminal por um impulso elétrico que migra

descendentemente do nervo para o músculo. A acetilcolina se difunde da terminação nervosa

para o músculo e induz a despolarização elétrica das células musculares, com consequente

contração muscular. A acetilcolina é rapidamente degradada em acetato e colina pela ação da

AcCHS nos sítios pós-sinápticos para finalizar o processo. O insucesso ou incapacidade de

inativar a acetilcolina resulta em paralisia muscular (SACHER & MCPHERSON, 2002)

A utilização dos agrotóxicos no Brasil tem determinado um forte impacto negativo,

contaminando águas, solos e ar, causando doenças e mortes. A OMS considera que em países

em desenvolvimento como o nosso, que existem graves problemas de saúde pública, ocorre

um subregistro de casos de intoxicações por agentes químicos em geral, inclusive agrotóxicos.

Page 7:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

7

Estimam que os casos registrados de intoxicações representam somente 2% do total que

ocorrem anualmente, sendo a dificuldade em fazer diagnóstico por parte dos profissionais de

saúde, os tipos de sintomas apresentados pelos intoxicados, a dificuldade de acesso a serviços

de saúde, basicamente do setor público, e a forma de interpretação dos resultados

laboratoriais, fatores determinantes que podem explicar estes subregistros (TRAPÉ, 2003).

Desde 1978, no Brasil, a Norma Regulamentadora NR 7 - Programa de controle

médico de saúde ocupacional, da Portaria n.º 3.214, de 08/06/1978 do Ministério do Trabalho,

prevê que a periodicidade para a realização de exames em trabalhos que envolvam produtos

organofosforados e carbamatos seja, no mínimo, semestral, sendo a análise da colinesterase

eritrocitária e colinesterase plasmática exigida nestes exames, para monitorar os efeitos desses

agrotóxicos no organismo, sendo do Ministério do Trabalho, (MTE, 1997).

Segundo a Norma Regulamentadora (NR) 31, os menores de 18 anos ou maiores de 60

anos não podem manusear agrotóxicos ou produtos afins, proibição nem sempre respeitada

(MTE 2005). A NR 6 também criada em 1978 pela legislação brasileira, está relacionada ao

uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e considera este, todo dispositivo ou

produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos

suscetíveis de ameaçar à segurança e à saúde no trabalho (MTE, 1997; MTE, 2009).

A partir desta data ficou determinado então que, o MTE fiscalizaria os ambientes e as

condições de uso destes produtos. Porém, na prática cotidiana, a cobertura apenas era parcial

do universo de trabalhadores rurais, as limitações metodológicas, materiais e de pessoal que

culminam com uma baixa eficácia das ações fiscalizatórias do MTE (Araújo 2000, apud

SILVA et al., 2005).

Com a implantação dos Centros de Controle de Intoxicações em vários estados

brasileiros, foi possível aumentar as informações toxicológicas para a população em geral

sobre os riscos dos agrotóxicos, índices de contaminação e mortalidade. As notificações dos

agravos causados pelos agrotóxicos passou a ser mais sistematizada, constituindo-se um

Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) que consolida os dados

gerados nos diversos estados do país, e é coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz do

Ministério da Saúde, que publica anualmente as estatísticas de casos de intoxicação

registrados pelos Centros (FIOCRUZ/CICT, 2000). As intoxicações por produtos químicos

são registradas em diversos Sistemas de Informação, sendo os principais: Sistema de

Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o Sistema Nacional de Informações Toxico-

Farmacológicas (SINITOX), o Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS), o Sistema de

Informação sobre Mortalidade (SIM) e a Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT). No

Page 8:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

8

entanto, a abundância de sistemas de notificação em várias estruturas governamentais parece

servir mais como obstáculo, do que facilitar uma efetiva busca ativa e vigilância sobre as

intoxicações, dificultando uma integração dos bancos de dados, onde deveria haver uma

melhor integração (FARIA et al.;2007).

O maior acesso às informações possibilita difundir, aos profissionais da saúde e à

população em geral, um maior conhecimento sobre a necessidade de proteção à saúde e da

utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) (TRAPÉ, 2011).

A eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) está

intimamente relacionada com a forma que é conduzida e a maneira em que será explicada ao

trabalhador, da importância da prevenção, proteção e controle (GARCIA, 2001).

A exposição e danos á saúde de alguns grupos de trabalhadores já vem sendo

observados há algum tempo, e este assunto ainda traz algumas polêmicas. Estudos concluíram

que, grande parte dos trabalhadores utilizavam intensamente adubos e agrotóxicos

simultaneamente. (SILVA et al., 1999; SILVA, 2000; NOVATO-SILVA et al.,2004). Entre

estes trabalhadores, havia relatos de sintomas de intoxicação, como formigamento nos

membros inferiores, epigastralgia, cefaléia, tonturas, alterações da memória e alterações do

sono (SANTOS, 2003). Mesmo havendo relatos de intoxicação entre os trabalhadores

expostos, nem sempre havia alterações laboratoriais, e, as que sofriam maior alteração, foram

as enzimas hepáticas: aumento de Gama-glutamil transferase e fosfatase alcalina e diminuição

de globulinas (SILVA et al., 1999; SILVA, 2000).

A colinesterase plasmática, que é um método de análise de intoxicação, nem sempre

sofriam alteração. Constatou-se apenas, uma pequena diminuição, atestando assim, limitações

de suas dosagens como indicador de intoxicação, reforçando a importância de biomarcadores

mais sensíveis (SILVA, 2005).

Outro dado a ser analisado sobre a utilização da colinesterases como indicadores da

exposição aos anticolinesterásicos, se refere aos valores de referência utilizados e ao

desconhecimento do comportamento destes indicadores quando inibidos. Os valores de

referência usualmente utilizados são construídos através da determinação das atividades

médias destas enzimas em populações não expostas nacionalmente (SILVA et al ., 2005).

Desde a década de 1980, ocorreram no Brasil profundas mudanças no sistema público

de saúde. Desde a criação do SUS, a descentralização de ações e municipalização da saúde

vem sendo almejadas (BRASIL, 2011). Segundo a Lei nº 8.080/90, art.6, passou a ser do SUS

a normatização, fiscalização e controle dos fatores que apresentam riscos à Saúde do

Trabalhador (BRASIL, 1990). Porém estas ações ainda não foram incorporadas nas rotinas

Page 9:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

9

dos serviços dos municípios. Neste sentido, a Resolução nº 3.152/2012 da Secretaria Estadual

de Saúde, do Estado de Minas Gerais, institui um Projeto de Fortalecimento da Vigilância em

Saúde (PFVS), visando esta descentralização e estimulando e auxiliando os municípios a

realizarem ações permanentes que garantam a integridade da saúde do trabalhador (MINAS

GERAIS, 2012). Uma outra ação, vinculada ao SUS, segundo o Decreto nº 7.508/2011, é a

responsabilidade de auxiliar na organização, gestão e alimentação dos bancos de dados do SIS

(BRASIL, 2011).

Minas Gerais é um estado essencialmente agrícola, um dos principais pólos do

agronegócio em nosso país. Na Região de Passos, a economia é voltada principalmente para o

agronegócio(IEF, 2011).

Desta forma, os benefícios deste estudo, estão associados ao melhor entendimento da

técnica utilizada nos exames, para determinação de um biomarcador seguro, assim como a

possibilidade de apontar as atividades com maior risco à saúde dos indivíduos nela inseridos,

identificando os grupos mais suscetíveis, bem como contribuir com o conhecimento do tema

na região, nutrindo os bancos de dados do SUS com os dados obtidos

Portanto objetivou-se com esse estudo as concentrações de Colinesterase Plasmática

de indivíduos não expostos e expostos a agrotóxicos utilizados no agronegócio e combate de

vetores, para fim de avaliação do seu potencial biomarcador.

Trata-se de uma pesquisa descritiva quantitativa e documental que foi realizada com o

objetivo de avaliar a concentrações de colinesterase plasmática em trabalhadores expostos a

agronegócio e os que atuam em campanhas sanitárias, no combate a vetores e não expostos

(grupo controle).

A amostragem não probabilística intencional do estudo foi composta por 102

trabalhadores rurais da produção de grãos (soja, milho e feijão), 106 trabalhadores rurais da

produção de cana-de-açúcar, 61 trabalhadores do controle de vetores (todos expostos a vários

tipos de agrotóxicos) e 57 indivíduos não expostos diretamente, utilizados como grupo

controle. Os critérios de inclusão para participação no estudo são: indivíduos do sexo

masculino, que se encontram na faixa etária de 18 a 65 anos. A escolha do sexo masculino foi

determinada, devido os resultados de colinesterase plasmática em mulheres, sofrer alterações

hormonais e pelo uso de contraceptivos que interferem na análise. A faixa etária selecionada

está relacionada com o período produtivo do trabalhador.

O estudo foi realizado na Região de Passos, município brasileiro localizado no interior

do estado de Minas Gerais, na Mesorregião do Sul e Sudoeste de Minas. A Região se destaca

como pólo regional, possuindo uma economia baseada principalmente na agropecuária (cana,

Page 10:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

10

café, milho, gado de corte e de leite, avicultura de corte e de postura, suinocultura) e no

agronegócio (açúcar, álcool, fermento, laticínios).

O processo de seleção dos participantes iniciou após a submissão do projeto no comitê

de ética da UEMG – unidade Passos, através da Plataforma Brasil e foi aprovado com o

CAAE 50611815.8.0000.5112 (Anexo A).

 Para a obtenção dos dados, solicitou-se a relação de usuários que tenham realizado

exames de colinesterase plasmática nos últimos quatro (4) anos, no laboratório MEDLAB –

Medicina Laboratorial, tendo como responsável técnica Karina Maciel Pádua. Os sujeitos do

estudo foram separados por ramo de atividade, grãos e cana-de-açúcar, e funcionários da

Prefeitura Municipal de Passos, Departamento de Vigilância Ambiental que atuam no

controle de vetores, ambos no período de fevereiro de 2011 a fevereiro de 2015, onde todos os

responsáveis autorizou o uso de banco de dados para pesquisa.

A coleta dos dados dos tipos de agrotóxico utilizados no agronegócio, foi realizada

através de visitas “in loco”, nas fazendas que utilizavam o laboratório, sendo os mesmos

expostos a onze tipos de agrotóxicos, nas suas atividades e para os que atuavam em

campanhas sanitárias foi feita uma pesquisa em manuais da ANVISA.

A metodologia utilizada para medir a atividade da colinesterase em sangue total,

eritrócitos ou plasma, é o ensaio enzimático descrito por Ellman et al. (1961) (ELLMAN et

al., 1961 apud SILVA et al., 2001). Os Valores de referência nacional para homens são de

4620 até 11500 U/L. Os Valores abaixo da referência, sugerem possíveis intoxicações por

agrotóxicos.

A compilação e organização dos dados se deu pela construção de planilhas, usando o

programa Excel for Windows versão 2000 e programa software GraphPad Prism versão 5.0.

Considerou-se a presença de significância estatística quando observado um valor de P < 0,05

nas análises realizadas. Avaliou-se a existência de alteração da concentração de colinesterase

plasmática com variação da idade e atividade desenvolvida. Para isso, utilizaremos -Teste de

Normalidade (Kolmogorov-Smirnov) -Teste de análise de variância não paramétrico Kruskal-

Wallis e teste a posteriori de Dunnett para comparação entre os grupos de tratamento e o

controle, e teste de Dunn para comparação par a par entre os tratamentos -Teste de Correlação

não paramétrico de Spearman.(Rho).

Foram analisadas as concentrações séricas de colinesterase de 326 indivíduos na

região de Passos, MG, com a idade entre 18 a 65 anos, todos do sexo masculino, expostos e

não expostos diretamente a algum tipo de agrotóxico e de diferentes ramos de atividade.

Nossos resultados demonstram que em relação ao grupo controle, os demais trabalhadores

Page 11:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

11

independente da idade e/ou da sua ocupação apresentavam valores máximo da concentração

de colinesterase maiores, embora sem significância estatística.

Em relação aos níveis de colinesterase plasmática nos indivíduos avaliados nesse

estudo, observamos que os trabalhadores que atuam na produção de grãos apresentaram

valores maiores que os demais grupos estudados (figura 1), embora não significativo. E os

trabalhadores que atuavam no cultivo de cana-de-açúcar e/ou atuavam no controle de vetores

tinha valores maiores que os do grupo controle, embora com significância menor que os

indivíduos que atuavam na produção de grãos.

A média dos níveis séricos de colinesterase demonstraram que, os trabalhadores rurais

que atuam na cultura de grãos têm maiores valores de colinesterase U/L maiores e

significativamente diferente (p< 0,05), quando comparado com o grupo controle (não

exposto). Os demais grupos de trabalhadores expostos a substâncias tóxicas também tiveram

seus valores séricos de colinesterase maiores do que os indivíduos não expostos.

Entre os grupos expostos não houve diferença significativa (p< 0,05), em relação a

concentração sérica de colinesterase. Para tal foi realizado teste de Kruskal-Wallis com o

valor de 16,003, grau de liberdade 3, onde o valor do P foi 0,001, sendo expresso em

(**)muito significante entre cada grupo de trabalhadores expostos em relação ao grupo

controle. De acordo com a análise estatística todos os grupos de expostos foram

significativamente diferentes em relação ao grupo controle, sendo a média da concentração de

colinesterase sérica, maior nos grupos, em relação ao grupo controle, cujas medianas e níveis

de significância estão representados na figura 1.

Há muitas décadas os valores de colinesterase plasmática/sérica têm sido inferidos

como um dos parâmetros para avaliar o risco tóxico em indivíduos que trabalham com

agrotóxicos (Siqueira et al, 1978).

Segundo MELLO, 2009, em um estudo sobre os fatores associados à intoxicação por

agrotóxicos, observou que muitas vezes, os trabalhadores relataram apresentar os sintomas no

período inicial da atividade laboral e logo, uma tendência de assimilação ou adaptação a essa

exposição, produzindo um estado de tolerância relativa.

Os resultados, da análise de 326 indivíduos expostos ou não a agrotóxicos demonstrou

que, os níveis séricos de colinesterase em todos os grupos de trabalhadores que atuam na

agricultura de grãos, cana-de-açúcar e controle de vetores têm maiores valores de

colinesterase sérica, quando comparado com o grupo controle (não exposto) (Figura 1). Entre

os grupos expostos não houve diferença significativa em relação à concentração sérica de

colinesterase (Figura 1), sugerindo uma resistência do organismo humano exposto

Page 12:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

12

continuamente a agrotóxicos entre os indivíduos avaliados nesse trabalho. Um outro fator,

segundo LINARES et al (2005) é a especificidade menor da enzima colinesterase plasmática

em relação a eritrocitária, afirmando mais ainda a idéia de intoxicações de caráter não recente

ou mais provavelmente de exposições sucessivas a doses baixas de agrotóxicos, reforçando

que a melhor a colinesterase plasmática não é a melhor técnica para intoxicações crônicas.

A investigação das alterações da atividade enzimáticas indicou inibição mínima da

colinesterase plasmática, nos exames realizados, sendo quase a totalidade com valores

normais. Esse resultado poderia inicialmente supor uma baixa exposição aos carbamatos e

organofosforados, mais não foi o que aconteceu. Conforme Yonamine (2005), nas

intoxicações crônicas, por agrotóxicos, o quadro clínico é indefinido e o diagnóstico difícil de

ser estabelecido, sendo necessário o uso de exames complementares para confirmar o

diagnóstico. ALMEIDA, BAGGIO (2008), sugere as enzimas hepáticas aspartato

aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT), gama-glutamil transferase (γ-GT),

fosfatase alcalina (FA) como um bom norteador para se identificar possíveis intoxicações

crônicas além da colinesterase plasmática.

Figura 1: Representativo dos níveis séricos de concentração de colinesterase por U/L em

indivíduos não expostos (controle) e expostos a agrotóxicos (cana, grãos e agentes), n=326.

Controle Cana Graõs Agentes5000

7500

10000

12500

Média (± desvio) para ACeH* *** *

Os níveis de significância estão apresentados como valores onde ***p<0,0001, * p<0,05 sendo o símbolo *

quando comparados ao grupo controle. Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em

Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

O quadro 1 indica os diferentes tipos de agrotóxicos utilizados no cultivo de grãos e

cana de açúcar. O quadro representa os dados de 11 produtos utilizados na agricultura local,

classificados como agrotóxico pelo Ministério da Agricultura de acordo com a classe

toxicológica e o seu potencial de periculosidade ambiental. Em relação à classe toxicológica,

estão classificados em I (altamente tóxico), II (muito tóxico), III (tóxico) e IV (pouco tóxico).

Page 13:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

13

Nossos dados demonstram que, 27% dos agrotóxicos utilizados são classificados como

altamente tóxico (I), 18% são classificados como muito tóxico (II), 37% são classificados

como tóxico (III) e 18% são classificados como tóxico (IV) (figura 1). Em relação ao

potencial de periculosidade ambiental, estão classificados em I (altamente perigoso), II (muito

perigoso), III (perigoso), IV (baixo perigo) (figura 2). Nossos dados demonstram que 18% são

classificados como altamente perigosos (I), 37% são classificados como muito perigosos (II),

45% são classificados como perigosos (III) e 0% são classificados como baixo perigo (IV)

(figura 1).

De acordo com alguns autores (Faria et al, 2004 e Delgado et al, 2004) as estimativas

de intoxicações por trabalhadores demonstra variações na prevalência cumulativa dos

diferentes produtos em diferentes regiões do país, sendo considerado como um dos

parâmetros, os valores de colinesterase plasmática ou sérica. Desse modo, ressaltamos a

importância de verificar em nossa região os valores de colinesterase nesses indivíduos e de

determinar um valor de referência local.

Quadro 1 - Análise dos 11 agrotóxicos utilizados no cultivo de grãos e cana de açúcar na

região de Passos, MG, princípio ativo, classes de uso, grupo químico e classificação

toxicológica e periculosidade ambiental. Princípio Classe de uso Grupo Químico Classe

Toxicológica

Potencial de

Periculosidade

Ambiental

2, 4DIMETILAMINA HERBICIDA FENOXIACÉTICOS I I

ATRAZINA HERBICIDA GLIFOSATO III III

CARFENTRAZONA

ETÍLICA

HERBICIDA TRIAZOLONA II II

METOMIL INSETICIDA/ACARICIDA CARBAMATOS I II

BIFENTRINA +

CARBOSULFANO

INSETICIDA/ACARICIDA PIRETROIDE II I

GLIFOSATO HERBICIDA GLIFOSATO III III

PARAQUAT HERBICIDA GRAMOXONE I II

ACEFATO INSETICIDA/ACARICIDA ORGANOSFOSFORADO IV III

CLORFENAPIR INSETICIDA/ACARICIDA ANÁLOGO DE PIRAZOL III II

CARBENDAZIM FUNGICIDA BENZIMIDAZOL III III

IMAZETAPIR HERBICIDA IMAZETAPIR IV III

Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Page 14:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

14

Figura 3: Classe toxicológica dos 11 Tipos de agrotóxicos utilizados no cultivo de grãos e

cana de açúcar na região de Passos, MG.

27%

18%37%

18%

I - altamente tóxicoII - muito tóxicoIII - tóxicoIV - pouco tóxico

Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Observa-se que na figura 3 que os agrotóxicos da classe III, são classificados como tóxico e

foram de 37%.

Figura 4: Potencial de periculosidade ambiental dos 11 Tipos de agrotóxicos utilizados no

cultivo de grãos e cana de açúcar na região de Passos, MG.

18%

37%

45% I - Altamente perigososII - Muito perigosoIII - PerigosoIV - Baixo Perigo

Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

O quadro 2 indica os diferentes tipos de agrotóxicos utilizados no controle de vetores.

O quadro 3 apresenta os dados de 6 produtos utilizados no controle de vetores local,

classificados como agrotóxico pelo Ministério da Agricultura de acordo com a classe

toxicológica e o seu potencial de periculosidade ambiental. Em relação à classe toxicológica,

estão classificados em I (altamente tóxico), II (muito tóxico), III (tóxico) e IV (pouco tóxico).

Nossos dados demonstram que, 16,6% dos agrotóxicos utilizados são classificados como

altamente tóxico (I) 50%, são classificados como muito tóxico (II), 16,6% são classificados

como tóxico (III) e 16,6% são classificados como tóxico (IV) (figura 3). Em relação ao

potencial de periculosidade ambiental, estão classificados em I (altamente perigoso), II (muito

perigoso), III (perigoso), IV (baixo perigo) (figura 3). Nossos dados demonstram que 66,6%

Page 15:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

15

são classificados como muito perigosos (II), 33,3% são classificados como perigosos (III) e

0% são classificados como baixo perigo (IV) (figura 3).

De um modo geral predominou o maior índice de utilização dos organofosforados,

seguidos de piretróides, carbamatose outros diversos, em ambas as atividades (agronegócio e

controle de vetores). Nossos dados corroboram com o estudo realizado por JACOBSON et

al.,(2009) que verificaram que os agrotóxicos mais utilizados na região do estudo são muito

tóxicos e com alta periculosidade ambiental, para a exposição humana, entre eles os

organofosforados e carbamatos. MELLO (2013), ainda afirma que sem o entendimento sobre

os efeitos específicos dos agrotóxicos à saúde do trabalhador, torna-se difícil mensurar os

níveis e tempo de exposição, desconhecida a toxicidade das diversas misturas, além da

presença de inúmeros fatores de risco genéticos, ambientais e de estilo de vida, porque é

variada a sua forma de utilização. Com os resultados do nosso trabalho, fica mais fácil ter

uma noção dos riscos em que os trabalhadores da Região de Passos, que atuam em diversas

atividades (Agronegócio e combate de Vetores), estão expostos, pois foi determinando a

identificação dos agrotóxicos utilizados e seus possíveis danos ao organismo.

QUADRO 3. Produtos utilizados em Campanhas Sanitárias no controle de vetores por

trabalhadores do Departamento de Vigilância Ambiental, na região de Passos, MG. Princípio

ativo, classes de uso, grupo químico e classificação toxicológica e periculosidade ambiental. PRINCÍPIO CLASSE DE

USO

GRUPO QUÍMICO CLASSE

TOXICOLÓGICA

POTENCIAL DE

PERICULOSIDADE

AMBIENTAL

MALATIONA INSETICIDA ORGANOFOSFORADOS II II

CIPERMETRINA INSETICIDA PIRETRÓIDE I II

FENITROTIONA INSETICIDA ORGANOFOSFORADOS II II

CARBARIL INSETICIDA CARBAMATOS II III

TEMEFÓS INSETICIDA ORGANOFOSFORADO III III

DELTAMETRINA INSETICIDA PIRETOIDE IV II

Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Figura 5 - Classe toxicológica dos agrotóxicos utilizados no controle de vetores na região de

Passos, MG. Representativo da porcentagem (%) dos níveis de toxicidade.

Page 16:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

16

16,6%

50%

16,6%

16,6%Classe I - Altamente tóxicoClasse II - Muito TóxicoClasse III - TóxicoClasse IV - Pouco tóxico

Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Figura 6 - Classe toxicológica dos agrotóxicos utilizados no controle de vetores na região de

Passos, MG. Representativo da porcentagem (%) dos níveis de periculosidade ambiental

66,6%

33,3%I - Altamente PerigosoII - Muito perigosoIII - PerigosoIV - Baixo Perigo

Fonte: Pádua, 2016. Mestranda do curso de Mestrado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente.

Ao determinar as concentrações séricas de colinesterase dos 326 indivíduos na região

de Passos, MG, expostos a agrotóxicos, que atuavam em agricultura de cana-de-açúcar e

grãos e os agentes sanitários de controle de vetores e o grupo de não expostos diretamente, os

dados obtidos foram utilizando a CORRELAÇÃO DE SPEARMAN como ferramenta

estatística. Nossos dados são semelhantes aos de Jacobson et al., (2009) que demonstraram

que a maior parte da população exposta aos agrotóxicos era do sexo masculino com idade

entre 18 e 34 anos (figura 7).

Os níveis séricos de colinesterase U/L, correlacionados com a idade dos indivíduos

demonstram que, não houve uma diferença das concentrações (p=0,569) em trabalhadores

(expostos) que atuam na agricultura de grãos, cana-de-açúcar e no combate de vetores,

quando comparados com o grupo controle (não exposto), o que revela que o fator idade não

teve interferência nos resultados de nossas amostras (Figura 7).

Page 17:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

17

Figura 7 – Matriz de Correlação Geral - Correlação De Spearman

Idade - AChE Rhô Valor p

-0,0316 0,569

No Brasil o uso de agrotóxicos tem sido utilizado por décadas e seus reais efeitos nos

indivíduos que manipulam e os efeitos ambientais não são claramente determinados. Devido a

isso, estudos que possam contribuir para determinar e avaliar parâmetros envolvidos nos

marcadores bioquímicos e classificação dos agrotóxicos por diferentes classes de

trabalhadores são de grande importância para a saúde pública local.

Um dos maiores problemas que classifica o Brasil como país de baixo índice de

mortalidade para envenenamento causado por agrotóxico, apesar de ser o maior consumidor

no mundo, possivelmente ocorre devido à subnotificação de registros de intoxicação em

algumas regiões ser insuficiente, como demonstra a literatura (OLIVEIRA ET AL, 2003;

KOH & JEYARATNAM, 1996).

Segundo CERQUEIRA (2010), seria a automedicação, após exposição ocupacional,

que favorece a terapêuticas errôneas agravando ainda mais os danos provocados à saúde pelos

agrotóxicos. Tratamentos paliativos apenas retardam ou agravam os problemas por exposição

aos agrotóxicos, sendo o tratamento médico a medida mais eficaz para as intoxicações de

exposições ocupacionais.

De acordo com VASCONCELOS (2014). O fator idade pode ocasionar um grave

problema de saúde a trabalhadores que ficam expostos a estes agentes químicos (agrotóxicos),

pois jovens e idosos estão mais suscetíveis ao adoecimento.

IDADE

6000 10000 14000

2030

4050

6070

20 30 40 50 60 70

6000

10000

14000

-0.065

(0.24)

AChE

Page 18:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

18

Nossos resultados demonstraram que as concentrações dos níveis séricos de

colinesterase (U/L), em trabalhadores expostos na atividades do agronegócio e os que atuam

em campanhas sanitárias no combate a vetores, não variaram com o fator idade, quando

comparados ao grupo não exposto controle. Nossos dados demonstram que, o agrotóxico pode

causar danos que independente da idade. As concentrações de colinesterase plasmática

poderia se mostrar alterado devido ao tempo de exposição dos trabalhadores ao agrotóxico e o

seu grau de toxicidade e periculosidade, mais não com relação a idade (figura 9).

A exposição continuada de organofosforados, carbamatos entre outros e o alto poder

tóxico desses agentes, levam a inúmeras e graves intoxicações, e ainda é uma realidade

observada em na Região de Passos e nem sempre vem a ser confirmada, devido às limitações

recorrentes da escolha da colinesterase sérica ou plasmática, como único método para

detecção das mesmas. Infelizmente não existe uma política efetiva, de controle e fiscalização

que verifiquem os reais riscos que estes trabalhadores estão sujeitos. A prevalência de

trabalhadores maiores de 60 anos e que continuam atuando em contato com os agrotóxicos,

também fazem parte da realidade desta região, mesmo sendo proibidos pela Lei. Assim, novos

estudo precisam ser realizados, a fim de compreender o verdadeiro efeito e por quais vias

metabólicas os agrotóxicos interferem nos níveis de colinesterase plasmática nesses

trabalhadores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS.

As três das principais classes de agrotóxicos que representam um sério problema são

organoclorados, organofosforados e carbamatos. Enquanto os agrotóxicos estão associados

com muitos efeitos a saúde, existe a dificuldade de monitoramento desses contaminantes em

indivíduos expostos a áreas de risco.

Apesar da literatura confirmar um elevado sub-registro nos acidentes de trabalho, as

intoxicações observadas são em parte, consequências da própria atividade laboral, em que o

trabalhador está envolvido e de uma maior exposição direta aos agrotóxicos e não diretamente

consequência da idade, desmitificando a idade como fator de risco, embora o grupo dos

sujeitos com 65 anos não atende a norma reguladora (NR 31).

A colinesterase é o único biomarcador tanto para os trabalhadores da zona rural que

atuam no agronegócio (Grãos e Cana-de-açúcar) quanto os que atuam no controle de vetores

na região de Passos (MG), que são expostos diariamente aos agrotóxicos sendo os

organofosforados e carbamatos, os mais utilizados, sendo essas classes de agrotóxicos

altamente tóxicos, para seres humanos e para o meio ambiente. e se fez insuficiente para a real

determinação da intoxicação nos sujeitos do estudo.

Page 19:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVAY, R. Paradigmas do Capitalismo Agrário em questão. São Paulo. Anpocs,

Unicamp, Hucitec, 1992. “Uma nova extensão para a agricultura familiar”. In: Seminário

Nacional De Assistência Técnica e Extensão Rural. Brasília, DF, Anais,1997, p. 29

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA. Reavaliação de

agrotóxicos: 10 anos de proteção a população. Anvisa Pública – Notícias da Anvisa (online),

Brasília, 2009.

ALMEIDA, S.L; BARROS, E.N.C; ARAÚJO, W.N. et al. Investigação de surto suspeito de

intoxicação exógena, Ribeiro Gonçalves-PI. Boletim eletrônico epidemiológico, Brasília, v.6,

n.7, p.1-4, 2006.

ALMEIDA, C. G. M; Baggio. L. H. Enzimas hepáticas e acetilcolinesterase como

biomarcadores cadores de efeito dos agrotóxicos utilizados na cultura do Allium

sativum. REVISTA BIOCIÊNCIAS, UNITAU. Volume 14, número 2, 2008.

BAULI ,J.D; BURIOLA, A.A; FARIA, S.T; BALANI TSL, OLIVEIRA, MLF;

CAVERO, E.S. Manual de inseticidas e acaricidas: aspectos toxicológicos. Pelotas: Editora

Aimara, 1976.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A gestão do trabalho e da educação

em saúde. Brasília CONASS 2011

CARNEIRO, F.F; RIGOTTO,R.M; PIGNATI, W. Frutas, cereais e carne do sul:

agrotóxicos e conflitos ambientais no agronegócio no Brasil. e-cadernos CES, 17: 10-30,

2012.

DELGADO, I.F; PAUMGARTTEN, F.J; Intoxicações e uso de pesticidas por agricultores

do Município de Paty do Alferes, Rio de Janeiro, Brasil.: Cad Saúde Pública; 20(1):180-6,

2004

FARIA, N.; FACCINI, L.; FASSA, A.;TOMASI E. Processo de produção rural e saúde na

serra gaúcha: um estudo descritivo. Cad. de Saúde Publica, v.16, n.1, p.115-128, 2000.

Faria, N.M.X; Fassa,A.G.F, Facchini; L.A; Intoxicação por agrotóxicos no Brasil: os

sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos.

Ciência & Saúde Coletiva, 12(1):25-38, 2007.

Page 20:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

20

FARIA, N.M.X; ROSA, J.A.R; FACCHINI, L.A. Intoxicações por agrotóxicos entre

trabalhadores rurais de fruticultura, Bento Gonçalves, RS. Rev Saúde Pública; 43(2):335-

44, 2009.

FARIA, N.M; FACCHINI. L.A; FASSA, A.G; TOMASI, E. Trabalho rural e intoxicações

por agrotóxicos. Cad Saúde Pública 2004; 20(5):1298-308.

FLORES, A.V; RIBEIRO, J.N ;NEVES A.A; QUEIROZE.L.R - Organoclorados: um

problema de saúde pública - Ambiente & Sociedade – Vol. VII nº. 2 jul./dez. 2004.

GALLO, E; SETTI, A.F.F; MAGALHÃES, D.P; MACHADO; J.M.H BUSS. D.F; NETTO.

F.A.F; BUSS. P.M . Saúde e economia verde: desafios para o desenvolvimento

sustentável e erradicação da pobreza, Ciência & Saúde Coletiva, 17(6):1457-1468, 2012.

GARCIA J.E - Acute poisoning from pesticides: human and economic costs. Rev Panam

Salud Publica,v.4, n.6, p.383-7, 1998.

GARCIA, E. G. Segurança e saúde no trabalho rural: a questão dos agrotóxicos. São

Paulo: FUNDACENTRO, 182 p.2001.

IBGE. Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro, 2008.

ILO - International Labour Organization . World Day for Safety and Health at Work 2005.

A Background Paper. Geneva: ILO - International Labour Organization.

ILO International Labour Organization. Joint Press Release ILO/WHO: Number of Work

related Accidents and Illnesses Continues to Increase. ILO and WHO Join in Call for

Prevention Strategies.

JACOBSON, L. S. V.; HACON, S. S.; ALVARENGA, L.; GOLDSTEIN, R. A.; GUMS, C.;

BUSS, D. F.; LEDA, L. R. Comunidade pomerana e uso de agrotóxicos: uma realidade

pouco conhecida. Ciência & Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 6, p. 2239-2249, 2009.

KOH, D; JEYARATNAM. J. Pesticides hazards in developing countries. The Science of

the Total Environment 188 Suppl. 1, 78-85 , 1996.

Page 21:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

21

LEITE.K.C; TORRES.M.B.R. O uso de agrotóxicos pelos trabalhadores rurais do

assentamento catingueira Baraúna-RN. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.3, n.4, p.

06-28, 2008

LINARES. C.E.B; GABRIELA DAGIOS.G; CARATI.M.R; GASPARIN.M.P; SPADER. T,

LOPES.P.G.M; BOLZAN. R.C. Níveis basais de acetilcolinesterase e butirilcolinesterase

em agricultores da região de Frederico Westphalen – RS. Saúde, Vol 31(1-2): 47 -51 ,

2005

MELLO, C.M; SILVA, L.F . Fatores associados à intoxicação por agrotóxicos: estudo

transversal com trabalhadores da cafeicultura no sul de Minas Gerais Epidemiologia e

Serviços de Saúde, Brasília, 22(4):609-620, out-dez 2013.

Ministério do Trabalho e Emprego 1997. Norma Regulamentadora NR7, Segurança e

Medicina do Trabalho. Ministério do Trabalho, 36 Ed. Atlas, São Paulo, 1997.

OIT 2001. Agricultura y sectores basadosen recursos biológicos. p. 64.2-64.77. In

Enciclopedia de Salud y Seguridadenel Trabajo, vol. III, parte X, capítulo 64.

OLIVEIRA M.L.F, SILVA A.A, BALLANI T.S.L, BELLASALMA A.C.M. Sistema de

Notificação de Intoxicações: desafios e dilemas. In: Peres F, Moreira JC, organizadores. É

veneno ou é remédio? Rio de Janeiro: Fiocruz; p. 303-315, 2003

OPAS/BRAHEP/002/97 - MANUAL DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE DE POPULAÇÕES

EXPOSTAS A AGROTOXICOS Ministério da Saúde Secretaria de Vigilância Sanitária

Departamento Técnico-Normativo Divisão de Meio Ambiente a Ecologia Humana.

Organização Pan-Americana da Saúde 1997.

Panorama da Biodiversidade em Minas Gerais - Instituto Estadual de Florestas - IEF /

Diretoria de Pesquisa e Proteção à Biodiversidade - DPBio 2011.

PERES, F. É veneno ou é remédio? os desafios da comunicação rural sobre agrotóxicos,

1999. Dissertação de mestrado, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz.

Page 22:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

22

PERES, F.; MOREIRA, J. C.; DUBOIS, G. S. In: É veneno ou é remédio: agrotóxicos,

saúde e ambiente. Dissertação de mestrado, Rio de Janeiro: Escola Nacional de Saúde

Pública, Fiocruz, p.21-41.2003

PERES, F; MOREIRA, J.M; CLAUDIO, L - Intoxicação por agrotóxicos no Brasil: os

sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos -

Ciênc. saúde coletiva vol.12 no.1 Rio de Janeiro Jan./Mar. 2007

PEREZ F.; OLIVEIRA-SILVA J. J.; DELLA-ROSA H. V.; et al. Desafios ao estudo da

contaminação humana e ambiental por agrotóxicos. Ciência Saúde Coletiva.2005; 10: 27-

37.   

RECENA, M. C. P. & CALDAS, E. D. Percepção de risco, atitudes e práticas no uso de

agrotóxicos entre agricultores de Culturama, MS. Rev. Saúde Pública, 42(2), 294-301,

2008.

SACHER, R.A; MCPHERSON, R.A - Widmann - Interpretação clínica dos exames

laboratoriais – 11ªedição – Ed. Manole - 1ª Edição Brasileira, 1090 p; 2002.

SILVA J.M; SILVA, E.N; FARIA, H.P; PINHEIRO, T.M.M Agrotóxico e trabalho: uma

combinação perigosa para a saúde do trabalhador rural. Ciênc. Saúde coletiva,  Rio de

Janeiro, v.10, n.4, 2005

SILVA, M.F.O; COSTA,L.M, A indústria de defensivos agrícolas. BNDES Setorial 35, p.

233 – 276, 2011.

SILVA, C.B; SANTOS, T.P; GOUVÊA, A.V ; LARENTIS, A.L; MOREIRA, J.C;

SARCINELLI, P.N. Exposição ocupacional ao difluobenzuron: avaliação de

metemoglobina após a jornada de trabalho dos guardas de endemias atuantes na região

do grande Rio de Janeiro Cad. Saúde Colet, Rio de Janeiro, 22 (2): 142-9, 2014.

SILVANA, A. A; JEAN-LOUIS, M. B; Twenty years research in cholinesterase

biosensors: From basic research to practical applications Received 7 November 2005;

received in revised form 3 January 2006.

SIQUEIRA, S.L; KRUCE, M.H.L; Agrotóxico e saúde humana: contribuição dos

profissionais do campo da saúde. Revista Esc. Enfermagem USP, 42(3): 584-590, 2008.

Page 23:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

23

SIQUEIRA, M.E.P.B; FERNÍCOLA, N.A.G.G; BORGES, E.L. Determinação de níveis

normais de colinesterase plasmática e eritrocitária, Revista Saúde Pública.,São Paulo

12:340-344,1978.

SOARES W; MORO S; ALMEIDA RM. Rural workers' health and productivity: an

economic assessment of pesticide use in Minas Gerais, Brazil. Appl Health Econ Health

Policy, v.1, n.3, p.157-164, 2002. 

SOUSA, N.T.A; SOUZA, A.I; BASTOS, C.A; ROCHA, J.F.S; OLIVEIRA, C.P; SILVA,

V.C.C. Prevalecência de Distúrbios Respiratórios Associados ao Uso de Agrotóxicos em

Trabalhadores Rurais em uma Cidade da Zona da Mata Mineira. REVISTA INSPIRAR

• Movimento & Saúde, Volume 2 • Número 6 • novembro/dezembro de 2010.

TRAPÉ, A. Z. Efeitos toxicológicos e registro de intoxicações por agrotóxicos. Campinas:

Feagri/Unicamp, (Workshop), 2003.

TRAPÉ, A.Z. Segurança no uso de agrotóxicos e efeitos na saúde de agricultores da

região de Campinas (SP). Revista Brasileira Medicina do Trabalho;9(1):10-4, 2011.

VASCONCELOS, M.V; FREITAS,C.F ; SILVEIRA,C.A. Caracterização do uso de

agrotóxicos entre trabalhadores rurais. Saúde, Santa Maria, Vol. 40, n. 2, Jul./Dez., p.87-

96, ISSN: 0103-4499 87, 2014.

VAN DYK, J.S; PLETSCHKE, B - Review on the use of enzymes for the detection of

organochlorine,organophosphate and carbamate pesticides in the environment -

Chemosphere 82 , 291–307, 2011.

WAISSMANN, W. Agrotóxicos e doenças não transmissíveis. Revista Ciência e Saúde

Coletiva.;12(1):20-1.2007.

WHO. World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

Geneva: World Health Organization; 1990.

WHO. World Health Organization. Empact of Pesticides Used in Agriculture. Public

Health Geneva; 1990.

(WWF-Brasil). Fundo Mundial para a Natureza. Planeta Vivo. Relatório 2010:

Biodiversidade, biocapacidade e desenvolvimento. Suíça: WWF; 2010.

Page 24:   · Web viewA eficiência de todo sistema de Saúde e Segurança no Trabalho (SST) ... World Health Organization Public health impact of pesticides used in agriculture.

24

YONAMINE, L. Contaminantes Químicos/Intoxicação por Substâncias Químicas.

Informe-Net DTA In: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Centro de Vigilância

Epidemiológica – CVE. Divisão de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar. Manual das

Doenças Transmitidas por Água e Alimentos, Dez. 2003. Atualizado em Fev. 2005.