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1 ESTUDO, ANÁLISE E CARATERIZAÇÃO DO EMPREENDEDORISMO EMPREENDEDORISMO

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(EMPREENDEDORISMO)

(ESTUDO, ANLISE E CARATERIZAO DO EMPREENDEDORISMO )

NDICE

(Documento ESTUDO DE ANLISE E CARATERIZAO DO EMPREENDEDORISMO SUL DE ESPANHA E PORTUGAL.)

(Documento ESTUDO DE ANLISE E CARATERIZAO DO EMPREENDEDORISMO SUL DE ESPANHA E PORTUGALEdio: FEVEREIRO 2018Conceo e elaboraoCercania Consultores.)

(1. INTRODUO2. CONCEPTUALIZAO3. CARATERIZAO DO EMPREENDEDORISMO NO MBITO DE ATUAO4. DIAGNSTICO DA SITUAO ATUAL5. ROTEIRO. PROPOSTAS DE ATUAONDICEBibliografia4729617592)

1. INTRODUO

O mundo do empreendedorismo um mbito em constante evoluo. O prprio conceito mutante em si, o empreendedor atual muito diferente do empreendedor de h apenas dez anos. Por conseguinte, as ferramentas para o apoio ao empreendedorismo devem evoluir da mesma forma.

Foi neste contexto que determinadas entidades de apoio nas provncias espanholas de Cdis, Sevilha, Crdova e Huelva, na Andaluzia, e do Alentejo e Algarve, em Portugal, decidiram pr em prtica um projeto de cooperao territorial, o projeto ESPOBAN[footnoteRef:1]. O objetivo fundamental deste programa gerar e proporcionar o acesso ao investimento privado de projetos empresariais portugueses e espanhis, de modo a que estas iniciativas tenham a possibilidade de obter financiamento privado atravs de investidores de mbito nacional e internacional, fomentando o empreendedorismo, a consolidao de projetos empresariais, o aumento da competitividade das iniciativas empresariais e, consequentemente, a reduo do desemprego, alcanada atravs da entrada de capital privado em ideias e projetos empresariais de modo a que estes possam ser concretizados. [1: Projeto cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no mbito do Programa INTERREG V-A Espanha Portugal (POCTEP) 2014-2020.]

O projeto ESPOBAN conta com a experincia adquirida pela CEEI Baa de Cdis no mbito de Business Angels e com o conhecimento e a experincia no mbito do empreendedorismo dos restantes parceiros do projeto. A iniciativa visa fazer evoluir e adaptar eventuais ferramentas de apoio nova realidade do empreendedorismo, concentrando-as no mbito do investimento.

Deste modo, torna-se necessrio, como ponto de partida, a realizao de uma anlise de situao dos recursos de financiamento das iniciativas empresariais, caracterizando o empreendedorismo, as principais fontes de financiamento e as necessidades deste nas provncias ocidentais da Andaluzia, Huelva, Sevilha, Cdis e Crdoba e as regies do Algarve e Alentejo em Portugal, territrios de atuao dos parceiros do projeto. Deve ser considerado que este estudo complementado por um outro relatrio onde se analisa e carateriza o investimento privado atual e potencial no nosso mbito de estudo, de modo a que as pessoas empreendedoras e o investimento, os dois grandes protagonistas da Rede ESPOBAN, possam ser catalisados e alinhados.

O objetivo geral do presente Estudo , portanto, a anlise e caraterizao do empreendedorismo nas zonas de atuao do Projeto ESPOBAN, as principais fontes de financiamento e as necessidades de apoio a pessoas empreendedoras e investidores.

A elaborao do presente estudo foi realizada atravs de cinco fases de trabalho articuladas como se apresenta no seguinte esquema:

Devemos destacar o trabalho de levantamento de informao realizado em cada um dos territrios do espao de cooperao, para o qual os parceiros do projeto, com a colaborao de algumas das entidades de apoio pessoa empreendedora dos referidos territrios, realizaram um exerccio de aproximao situao atual real do empreendedorismo, utilizando inquritos previamente concebidos e que permitiram recolher informao direcionada, em ltima anlise, a facilitar a criao da Rede ESPOBAN (ver questionrio no Anexo I).

O presente estudo foi articulado em torno dos seguintes contedos:

(rede)

Conceptualizao:

Aproximao ao conceito de empreendedorismo: quadro das polticas europeias e nacionais, casos de sucesso de ecossistemas de empreendedores, mapa de servios e fases do processo de empreendedorismo, tendncias e fatores do contexto que contribuem para a dinamizao do empreendedorismo, etc.

Caraterizao do Empreendedorismo na zona de cooperao

Definio do mapa de agentes de apoio ao empreededorismo e caraterizao da situao atual do empreendedorismo. Matriz de posicionamento dos Perfis de Empreendedor no nosso mbito

Diagnstico da situao atual

DAFO e Definio de ferramentas de apoio ao empreendedorismo dentro do nosso mbito de atuao

Roteiro.

Com base na necessidade de apoio dos projetos empresariais do nosso mbito de atuao, definem-se as fases de atuao a implementar para que os projetos de empreendedorismo se encontrem (ponto de encontro) com o financiamento.

2. CONCEPTUALIZAO

2.1. Quadro estratgico.

As Pequenas e Mdias Empresas (PME) desempenham um papel bsico nas polticas econmicas e de fomento da competitividade no mbito europeu. No em vo: quase 99% das aproximadamente 23 milhes de empresas existentes na Unio Europeia so PME, que do emprego aos dois teros da mo-de-obra privada e geram mais de metade do volume de negcios do conjunto do tecido empresarial.

Em Portugal e Espanha, a importncia das PME muito parecida, representando cerca de 99% de todas as empresas, assim como aproximadamente 65% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) e 63% do emprego total em ambos os pases. A sua relevncia implica que qualquer poltica orientada para a melhoria do posicionamento de Espanha no contexto econmico global deve ter em considerao, de forma prioritria, as PME.

No obstante, a atividade empreendedora na Europa est longe de ser uma das regies com maior ndice de empreendedorismo, acentuando-se, se possvel ainda mais, nas regies do sul do continente, tal como se depreende dos resultados do projeto GEM[footnoteRef:2], (Global Entrepreneurship Monitor). [2: http://www.gem-spain.com/]

Dentro de Europa, a Espanha est na cauda do empreendedorismo, segundo o ltimo relatrio do Frum Econmico Mundial[footnoteRef:3] publicado em finais de 2016, ocupando o lugar 22 dos 28 membros, enquanto Portugal ocupa o lugar 14. [3: https://www.weforum.org/es/agenda/global]

Com esta situao, a UE concebeu as linhas mestres a seguir pelos vrios pases em matria de empreendedorismo, atravs da Estratgia Europeia 2020 e, dentro desta, o Plano de Ao sobre Empreendedorismo 2020 com o objetivo de relanar o esprito empreendedor na Europa com trs pilares:

Educar e formar em matria de:

Novas bases: aumentar a prevalncia e qualidade da aprendizagem do empreendedorismo

Novas fronteiras: o ensino superior com o empreendedorismo.

Criar um contexto em que as pessoas empreendedoras possam desenvolver-se e crescer:

Melhor acesso ao financiamento

Apoio s novas empresas nas fases cruciais do seu ciclo vital e ajuda o seu crescimento

Aproveitamento das novas oportunidades para as empresas na era digital

Facilitar a deslocao de negcios

Converter os fracassos em sucessos: segunda oportunidade para os empresrios honrados em falncia

Carga normativa: normas mais claras e simples.

Estabelecer modelos e chegar a grupos especficos:

Novas percees: as pessoas empreendedoras como modelo

Novos horizontes: chegar s mulheres, aos idosos, aos imigrantes, aos desempregados e aos jovens

Em Espanha, a iniciativa empreendedora constitui, juntamente com a formao de capital humano, um fator chave para o desenvolvimento econmico. Por parte do Ministrio da Economia, o fomento da iniciativa empreendedora, entendida como a atitude e o processo para criar e desenvolver uma atividade econmica, considera-se cada vez mais como um elemento essencial para favorecer o crescimento, a criao de emprego e o bem-estar social.

No obstante, as competncias em matria de empreendedorismo recaem no Ministrio de Emprego e Segurana Social onde est em vigor a Estratgia de Empreendedorismo e Emprego Jovem com o objetivo de dar resposta situao laboral em que se encontram muitos jovens em Espanha.

A Estratgia contempla atuaes para melhorar a empregabilidade, facilitar a insero no mbito laboral, promover o empreendedorismo e melhorar a sua situao dentro do mercado de trabalho. Para tornar isto possvel, a Estratgia contm 100 medidas destinadas a favorecer a insero laboral dos jovens, quer por conta de outrem ou atravs do empreendedorismo.

No caso de Portugal, a Direo-geral de Emprego e das Relaes de Trabalho, sob tutela do Ministrio de Trabalho, Solidariedade e Segurana Social, que se encarrega de apoiar as polticas relativas ao emprego, formao profissional e regulao das relaes laborais. Dentro deste mbito encontra-se a Estratgia Portugal 2020, acordo assinado pela Unio Europeia e Portugal, destinada a fomentar polticas de desenvolvimento econmico, social e territorial centrando-se na fora produtiva do pas. Dentro do Programa Competitividade e Internacionalizao, pertencente a Portugal 2020, um dos eixos mais importantes o centrado na Inovao Produtiva e o Empreendedorismo Qualificado e Criativo.

Em relao ao quadro regional em Portugal, e como parte fundamental da Estratgias Portugal 2020, encontram-se os programas operacionais territoriais. No caso da regio do Algarve a Estratgia Regional de Investigao e Inovao para a Especializao Inteligente (CRESC Algarve 2020). Dois dos pontos-chave e prioritrios deste programa so o apoio ao empreendedorismo qualificado e o investimento no emprego que reforce a competitividade do territrio.

No caso do Alentejo, o programa operacional regional do Alentejo tem como uma das reas prioritrias de ao o apoio direto ao empreendedorismo, a implementao de iniciativas que estimulem o empreendedorismo e a criao de empresas e o investimento neste processo.

Relativamente Andaluzia, necessrio mencionar que as polticas de desenvolvimento de negcios e apoio ao empreendedor da Junta da Andaluzia so desenvolvidas pelo Ministrio da Economia e do Conhecimento, atravs da Fundao Andaluzia Empreende, da Agncia de Inovao e Desenvolvimento da Andaluzia (IDEA) e da Agncia Andaluza de Promoo Externa (Extenda).

A Fundao Andaluzia Empreende promove a cultura empreendedora e a atividade econmica na Andaluzia, impulsionando a criao de empresas e o emprego no territrio por meio dos Centros de Apoio ao Desenvolvimento Empresarial (CADE). Existem 214 CADE na Andaluzia, que cobrem 100% da regio e onde trabalham 900 tcnicos.

Estes centros desenvolvem aes para promover o empreendedorismo, aconselhamento, apoio e orientao, formao e acomodao empresarial, com 853 acomodaes disponveis em todo o territrio.

No caso da Andaluzia, todo este quadro jurdico e de competncias ser condicionado pela aprovao da Lei da Andaluzia para a Promoo do Empreendedorismo, atualmente em fase de processo parlamentar e que dever entrar em vigor no ms de maro do presente ano de 2018.

Esta Lei ter um impacto importante em todos os programas e aes realizadas na nossa comunidade no campo do empreendedorismo, por isso seria interessante realizar um processo de anlise dos seus principais contedos.

A Lei proposta com dois objetivos: Por um lado, promover o direito ao empreendedorismo e, por outro lado, promover a cultura de mrito, o esforo e a capacidade, como fonte de criao de mais e melhores iniciativas empresariais.

A Lei tambm regular o Sistema Andaluz para Empreender, entendido como o conjunto de aes que visam promover o direito ao empreendedorismo atravs do estabelecimento de servios de informao, assessoria, assistncia tcnica, formao, orientao, pr-incubao e incubao para a criao de uma empresa e o incio da atividade econmica.

Esses servios cobrem todas as fases do desenvolvimento de uma ideia empreendedora, do acesso pesquisa e inovao ao processo de criao, execuo, desenvolvimento e consolidao de uma empresa e visam aumentar a probabilidade de sobrevivncia das iniciativas empreendedoras.

O sistema vai ter como apoio dois instrumentos: A Rede de Pontos de Apoio para o Empreendedor e a Rede de Incubadoras de Empresas, para consolidar as iniciativas empresariais desenvolvidas pelo sistema.

Por outro lado, a Lei estabelece que a Fundao Andaluzia Empreende prestar servios para o empreendedorismo, sem prejuzo da possibilidade de participao de outras instituies, agentes sociais e associaes no Sistema Andaluz para Empreender.

Para coordenar todas estas instituies, criado o Portal Andaluz do Empreendedorismo, uma plataforma digital que visa fornecer aos empreendedores informaes, ferramentas e conhecimento das ferramentas de apoio atividade empreendedora e empresarial.

Da mesma forma, a Lei editar o Mapa de Servios e Procedimentos para o Empreendedorismo, com o objetivo de fornecer aos empreendedores informaes estruturadas sobre o apoio ao empreendedorismo e os procedimentos para a criao de uma empresa, e criado o Programa Andaluz de Formao para Empreender a fim de conseguir um sistema de formao abrangente para o empreendedorismo.

Finalmente, deve ser assinalado que a Lei ir implementar uma srie de Microprogramas Rurais para o Empreendedorismo como um instrumento para promover a criao de empresas neste meio, bem como uma srie de disposies para promover a cultura empreendedora no mbito do sistema de ensino da Andaluzia e universitrio.

2.2. Fases do processo e mapa de servios para o empreendedor

Com este cenrio e tendo em conta que no enquadramento territorial do projeto convergem iniciativas europeias e nacionais (Portugal e Espanha), regionais (Andaluzia, Alentejo e Algarve) e at iniciativas a nvel municipal, necessrio, em primeiro lugar, estabelecer um mapa dos servios oferecidos pelas entidades que atuam no mbito do empreendedorismo.

Para isso e em primeiro lugar, necessrio definir as trs fases do empreendedorismo, diferenciando-as de acordo com a fase temporal do projeto e o grau de envolvimento do empreendedor, com o objetivo de estabelecer uma relao entre cada fase do ciclo com os servios que o empreendedor vai processar.

No necessrio mencionar que essas fases so comuns a todos os projetos de empreendedorismo, independentemente da rea territorial em que so criados, motivo pelo qual so comuns a todo o nosso mbito.

FASE 1. GESTAO. O empreendedor desenvolve competncias para o empreendedorismo e estrutura a ideia do seu projeto. Esta fase no tem uma relao direta com a idade ou com o nvel de educao. Os empreendedores no conseguem perceber de forma clara que esto nessa fase, porque esto num processo inicial de aprendizagem, aqui esto a identificar uma ideia e a desenvolver uma srie de competncias que lhes permitir levar a ideia prtica.

FASE 2. NASCIMENTO E ESTABILIZAO. desenvolvido o modelo de negcio, cria-se um prottipo do produto ou servio e testado no mercado. O empreendedor comea a escalar o seu modelo de negcio, ao arrancar realmente a sua empresa, com tudo o que isso implica, sendo o financiamento vital para comear. Neste momento, em que existem canais, fornecedores e outras variveis, quando o empreendedor deve comear a vender formalmente, o que exige formalizao para faturar, entre outras coisas. At agora, o empreendedorismo tem sido um espao em que o empreendedor tem vindo a testar a mudar de acordo com as caractersticas do mercado, encontrando um ponto no qual ele pode crescer.

FASE 3. CRESCIMENTO E CONSOLIDAO. O projeto est a crescer e a consolidar-se, entra na fase de escalonamento e consolidao, onde as funes operacionais so claras e passa de um empreendedorismo (piv da empresa) a uma empresa formal. Nesta fase final, o empreendedor deixa de ser um administrador na incerteza e passa a ser um gestor de recursos. O empreendedor nas fases anteriores s tem hipteses do mercado, da indstria, das suas capacidades, pelo que fundamental que possa testar cada pressuposto e modific-lo para o cliente.

Com este esquema, so definidos os principais servios oferecidos pelas instituies de apoio ao empreendedorismo detetadas no nosso mbito territorial, realizando uma diviso em 7 blocos, adaptados aos servios especficos exigidos pelos empreendedores.

SERVIOS

ATUAES

FASES

Comunicao e divulgao

Prmios e reconhecimentos

Aes de consciencializao e motivao

Fase

1

Ferramentas e processamento

Guias para a elaborao de plano de empresas

Balco nico

Seletores que orientam frmulas jurdicas

Processamentos eletrnicos de registos

Pedido de domnios na Internet

Pedido de nome comercial online

Fase

2

Informao

Redes de ponto de apoio

Oportunidades de negcio

Estatsticas

Relatrios setoriais

Procedimentos legais

Fase

2, 3

Alojamento

Coworking

Viveiros, incubadoras

Hubs

Aceleradoras de empresas

Fase

2

Financiamento

Emprstimos reembolsveis

Ajudas e subsdios

Acordos e encontros com investidores

Crditos para empreendedorismo

Fase 1, 2, 3

Assessoria

Aconselhamento e consultoria individualizada de lanamento

Coaching individualizado

Aconselhamento na tomada de decises durante o lanamento

Orientao de projetos: mentoring

Facilitao de contactos

Cooperao

Internacionalizao

Fase

1, 2, 3

Formao

Formao para o emprego

Formao empresarial

Networking

Formao on-line

Fase

1, 2, 3

2.3. Casos de sucesso: instituies de apoio e ecossistemas empreendedores.

Uma vez definido o quadro conceptual das aes a serem desenvolvidas em material de apoio ao empreendedorismo, alguns dos casos de sucesso esto elencados abaixo, indicando a instituio orientadora e o programa desenvolvido em cada um dos servios:

SERVIO

MODELO DE SUCESSO

INSTITUIO COMPETENTE

Comunicao e divulgao

Programas para promover o esprito empreendedor e a criao de empresas nas universidades espanholas: O primeiro foi realizado em 1992 pela Universidade Politcnica de Valncia (UPV), em conjunto com o Instituto Valenciano de Pequenas e Mdias Empresas (IMPIVA), com o objetivo de incentivar os estudantes universitrios a criar empresas de base tecnolgica, tornando-se o nico programa desta natureza em Espanha at 1997. Hoje em dia existem programas desta natureza em quase todas as universidades espanholas, com maior ou menor sucesso.

Universidades

Ferramentas e processamento

O CIRCE, Centro de Informao e Rede para a Criao de Empresas, um sistema de informao que permite realizar, de forma telemtica, os procedimentos de constituio e lanamento de sociedades comerciais em Espanha, oferecendo tambm informao e aconselhamento atravs dos Pontos de Ateno ao Empreendedor (PAE), associados a diversas instituies, tanto pblicas como privadas

Ministrio da Economia, Indstria e Competitividade

Informao

Banco de projetos empreendedores para empreender: Portal onde pode encontrar oportunidades de negcios numa rea especfica ou os municpios onde uma atividade pode ter maiores possibilidades de sucesso

Andaluzia Empreende

Alojamento

O Andaluzia Open Future (Cubo de Telefnica) o primeiro centro de crowdworking do Andaluzia Open Future, localizado no Parque Cientfico Tecnolgico Cartuja. umainiciativa de apoio ao empreendedorismo baseado na inovao: um espao composto por pessoas com ideias e empresas com projetos.

Promovida pela Junta da Andaluzia e Telefnica

Financiamento

"Enisa oferece emprstimos participativos, onde nenhuma garantia solicitada (a garantia a rentabilidade do projeto). Dispe de vrios instrumentos, desde a linha mais pequena para jovens empreendedores(as), at 75 mil euros, at s linhas maiores at 300.000 euros

Ministrio da Economia, Indstria e Competitividade

Assessoria

Programa de Criao de Empresas de Cmaras de Comrcio: Dispem de um programa de consultoria para os empreendedores ao nvel nacional, com cerca de 13000 empresas criadas e 50000 empreendedores aconselhados anualmente. Atravs deste programa, os empreendedores recebem aconselhamento gratuito sobre procedimentos, assistncia, plano de negcios e tudo relacionado com o negcio.

Cmaras de Comrcio

Formao

O Andaluzia Empreende oferece formao empresarial bsica, para os empreendedores que no tm conhecimentos prvios sobre a gesto de uma empresa. E cursos personalizados de formao empresarial para empreendedores que iniciam com conhecimentos empresarias prvios, mas querem expandi-los, adaptando os materiais de formao s necessidades especficas de cada projeto empresarial.

Junta da Andaluzia

Nesse ponto, seria importante apontar exemplos de ecossistemas de sucesso no campo do empreendedorismo, que sirvam de referncia ao conceber polticas pblicas que favoream a criao de empresas numa rea territorial especfica.

Para isto, vamos ter como base o estudo "The Global Startup Ecosystem Report 2017"[footnoteRef:4] elaborado anualmente pela Startup Gemone, a maior comunidade colaborativa de apoio aos principais ecossistemas de startups do mundo. Este analisa as 55 cidades mais consolidadas em termos do ecossistema de start-ups e faz uma classificao global das 20 cidades mais importantes. [4: https://startupgenome.com/]

As cinco primeiras posies so ocupadas por Silicon Valley, Nova Iorque, Londres, Pequim e Boston. Os Estados Unidos representam o pas com mais cidades no top 10, com um total de cinco. Alm disso, sobe sexta posio Telavive (Israel) e aparece Berlim (Alemanha) como segunda cidade europeia na posio nmero 7. Entre as cidades candidatas est Barcelona, como a nica cidade espanhola das 55 cidades pr-selecionadas.

1. SILICON VALLEY (EUA).

Silicon Valley continua a ser o lder indiscutvel no campo das novas empresas, especialmente relacionadas com a tecnologia, abrigando cerca de 12700-15600 start-ups, com um total de mais de 2 milhes de trabalhadores.

A sua cultura excecional, os profissionais de networking que l trabalham e a ajuda dos lderes do setor atraem e retm as pessoas mais talentosas e ambiciosas, mesmo de outros pases. Os 28% dos investimentos em empresas em desenvolvimento so capturados por empresas localizadas em Silicon Valley.

2. NOVA IORQUE (EUA).

Nova Iorque comeou a atrair empreendedores em setores de tecnologia desde 1996 com a fundao da DoubleClick. Isso gerou a exploso de start-ups tecnolgicas localizadas nesta cidade, entre 6300 e 7800 atualmente.

Os fatores de sucesso a serem destacados so uma grande riqueza financeira e talento tecnolgico, que aumenta ano a ano e consideravelmente a dimenso do ecossistema empreendedor.

3. LONDRES (Reino Unido).

Na Europa, a capital lder dentro do ecossistema empreendedor , inquestionavelmente, Londres, com 4300-5700 start-ups de tecnologia ativas, a quarta com o maior conglomerado do mundo. A fora financeira da cidade inglesa oferece amplo apoio a investidores e start-ups. A acessibilidade a grandes bancos provoca a chegada de fundos de investimento e empresas de tecnologia

4. PEQUIM (China).

A capital chinesa conta com uma populao de 25 milhes de habitantes, com cerca de 4800-7200 start-ups. A sua presena no ecossistema empreendedor sempre foi desconhecida pelos pases ocidentais, pelo menos at agora. Pequim conta com 70 universidades e 280 institutos de tecnologia, conseguindo formar futuros fundadores e talentos que escolhero esta cidade para construir os seus projetos. Existem mais de 300 espaos de coworking nesta capital.

5. BOSTON (EUA).

A principal cidade de Massachusetts abriga mais de 50 universidades, algumas das quais so as mais importantes do mundo, como Harvard ou MIT. Nessas universidades so formados empreendedores talentosos que preferem ficar em Boston para formar a sua empresa. Essa uma das principais razes pelas quais cerca de 2900-3900 esto localizadas neste territrio. Alm disso, o MIT criou em 2017 uma aceleradora, The Engine, que recentemente atingiu fundos de 150 milhes de dlares para investir em jovens empresas tecnolgicas.Outro grande anncio que beneficia grandemente o ecossistema empreendedor a chegada da General Electric, vinda de Connecticut.

6. TELAVIVE (Israel).

Telavive tem cerca de 2200-2700 empresas que operam em mercados em todo o mundo. Apenas 1% destas empresas tm origem fora do pas. Telavive tem as condies perfeitas de um ecossistema tecnolgico: educao, esprito empreendedor, tecnologia, mentalidade global, apoio governamental e um nmero surpreendente de centros de I&D a operar em Israel.

7. BERLIM (Alemanha).

Berlim continua a sua ascenso em direo elite dos ecossistemas de empreendedorismo, subindo da nona posio em 2015 para a stima no presente ano. A cidade no para de receber talentos de fora e a indstria est em pleno crescimento, com cerca de 1800-2400 start-ups de tecnologia atualmente ativas. A maioria destas est focada na FinTech, sade digital, inteligncia artificial, mobilidade, tecnologia culinria e segurana ciberntica.

Algumas start-ups alems recebem um grande apoio da empresa Rocket Internet, o que ajuda o crescimento do ecossistema empreendedor do pas. Em 2016 investiram 1000 milhes de dlares em empresas fundadas.

8. XANGAI (China).

Assim como Pequim, Xangai outra das cidades mais habitadas do mundo, com 24,1 milhes de habitantes. Os mltiplos espaos de coworking que oferece favorecem o surgimento de start-ups. Xangai oferece amplos incentivos para os inovadores que assumem riscos calculados, alm de ter certos lugares onde as start-ups podem conseguir alugar um estabelecimento a um preo muito baixo ou at mesmo gratuito.

9. PARIS (Frana).

Paris ocupa o 11. lugar neste ranking, mas necessrio destacar esta cidade. Pelas iniciativas governamentais realizadas. O governo promoveu iniciativas decisivas, como aumentar o fluxo de empresrios, engenheiros e investidores, ajudando a comunidade tecnolgica com subsdios, menos impostos e emprstimos.

10. ESTOCOLMO (Sucia).

Por fim, queremos destacar a cidade de Estocolmo como outro exemplo de ecossistema que favorece o empreendedorismo. A capital sueca est em 14. lugar neste ranking, destacando fatores como conectividade global ou a qualidade das suas fundaes, que abrigam cerca de 600-900 start-ups, a maioria proveniente dos programas do KTH Royal Institute of Technology e da Stockholm School of Economics de Estocolmo. A cidade tambm realiza um dos maiores eventos mensais de tecnologia na Europa, o STHLM Tech Meetup.

2.4. Tendncias. Fatores do contexto que contribuem para a dinamizao do empreendedorismo

Qual a diferena entre estes ecossistemas "excelentes" que atualmente esto na vanguarda da capacidade de apoiar e favorecer o nascimento e o desenvolvimento de empreendedores com maior potencial? Esta a questo chave que todos temos que fazer quando procuramos os fatores que contribuem para dinamizar o empreendedorismo em um determinado ecossistema.

A partir dessa perspetiva do contexto, a atividade empreendedora condicionada por uma srie de fatores que podem fortalec-la ou retra-la no ecossistema em que desenvolvida: "ecossistema empreendedor"[footnoteRef:5]. [5: http://www.gem-spain.com//wp-content/uploads/2015/03/InformeGEM2016-1.pdf]

Definimos o ecossistema empreendedor como o grupo interconectado de empreendedores (potenciais, nascentes e existentes), agentes financiadores (empresas, capitalistas de risco, business angels, bancos) e de organizaes ou instituies promotoras (universidades, agncias do setor pblico), associados diversidade de iniciativas empreendedoras e com uma orientao para criar valor no territrio.

De acordo com o estudo GEM realizado anualmente (a nvel internacional) por meio de uma srie de entrevistas a especialistas no campo do empreendedorismo, existem 12 parmetros dentro deste ecossistema que tm uma influncia essencial na sua capacidade de criar empreendedorismo.

Unificando estes 12 parmetros e adaptando-os s particularidades do nosso campo de ao, os fatores mais decisivos esto relacionados com a criao de ecossistemas empreendedores de sucesso no mbito da Rede ESPOBAN:

PARMETROS DA REDE ESPOBAN

PARMETROS DO GEM

Cultura

Normas sociais e culturais

Educao e formao empreendedora na etapa ps-escolar

Educao e formao empreendedora na etapa escolar

Financiamento

Financiamento para empreendedores

Suportes

Existncia e acesso a infraestruturas fsicas e de servios

Existncia e acesso a infraestruturas comerciais e profissionais

Ativos Intangveis

Barreiras de acesso ao mercado interno

Dinmica do mercado interno

Transferncia de I&D

Polticas governamentais: burocracia e impostos

Entidade catalisadora

Programas governamentais

Polticas governamentais: empreendedorismo como prioridade e o seu apoio

CULTURA

um dos fatores sobre os quais mais complicado atuar, pois s pode ser feito a longo prazo, mas decisivo para a tarefa de projetar e implementar um ecossistema empreendedor.

Partimos da premissa de que quase todos os exemplos descritos na seco anterior, com casos bem-sucedidos de ecossistemas empreendedores, esto a colher as polticas de apoio promoo da cultura empreendedora projetada h mais de 30 anos, enquanto em Portugal e Espanha, a promoo da cultura empreendedora comeou, no mbito universitrio, em primeiro lugar, de forma expansiva no ano 2000.

Por outro lado, em todas estas cidades existe uma Cultura de Colaborao, fator chave para estabelecer um ecossistema, onde diversos operadores devem trabalhar em conjunto. Isso, juntamente com a ambio, uma mistura de cultura e esforo, so os fatores culturais diferenciadores em que o sucesso do empreendedorismo se baseia.

Desta forma, podemos concluir que os fatores diferenciadores de um ecossistema com forte cultura empreendedora seriam os seguintes:

Esprito de cooperao e de esforo.

Diferenciao e multiculturalidade.

Reconhecimento social do empreendedor.

Um exemplo claro de ecossistemas de sucesso que tm a cultura como um dos seus principais sustentos so todos os provenientes dos EUA que, sem dvida, ocupam os principais rankings em todos os ndices existentes.

Dentro do nosso mbito de atuao, o contexto cultural pode ser o que est mais distante dos ecossistemas bem-sucedidos comentados, sendo um importante ponto fraco no qual devemos trabalhar. No entanto, as regies portuguesas do Alentejo e do Algarve estariam melhor posicionadas do que as regies da Andaluzia nesta seco.

FINANCIAMENTO:

Todos os ecossistemas de sucesso apresentam uma multiplicidade de instrumentos de financiamento adaptados s necessidades e fases de desenvolvimento de cada empresa. Todas as fases do ciclo de vida de uma empresa devem estar suficientemente cobertas ao nvel da disponibilidade de capital, uma vez que o investimento funciona como um funil.

Por um lado, atravs de instrumentos tradicionais de financiamento: das contribuies do FFF (family, friends and fools) aos mecanismos de capital semente. Outro aspeto fundamental para o florescimento de um ecossistema empreendedor a existncia de um tecido suficientemente denso de investidores privados nas fases iniciais dos projetos. Estes investidores ou "Business Angels" no fornecem apenas capital inicial, mas acima de tudo experincia setorial, conhecimento e rede de contatos, e aparecem geralmente agrupados em redes ou associaes.

Essa ampla gama de financiamentos complementada de forma cada vez mais comum nestes ecossistemas por meio de novas frmulas, como a contribuio do microcrdito pelos bancos, a proliferao de aceleradores privados ou pblico-privados ou o microfinanciamento a partir da contribuio de investidores privados (crowdfunding).

Portanto, podemos concluir que os eixos em que um sistema financeiro deve ser desenvolvido para criar ecossistemas de sucesso so os seguintes:

Diversidade de instrumentos de financiamento para cada fase do empreendedorismo.

Fora e densidade dos investidores privados.

Existncia de sistema de microfinanciamento.

No nosso mbito, o financiamento seria a segunda varivel mais negativa, pois no h cultura de investimento enraizada nos territrios, apresentando deficincias importantes nesse campo em comparao com ecossistemas de sucesso.

SUPORTE

Outro elemento-chave ou alavanca de um ecossistema de empreendedorismo de sucesso que no devemos esquecer, embora possa ser bvio, a necessidade de infraestruturas que apoiem as aspiraes do ecossistema.

Por um lado, polos e zonas de incubao como infraestruturas bsicas e cada vez mais especializadas. Por outro lado, no devem ser deixados de fora elementos como banda larga e conectividade de alta velocidade a um custo razovel, espao de escritrios e pisos suficientes (incubadoras de empresas, centros de coworking), custo e qualidade do fornecimento de energia ou infraestruturas logsticas e de transporte de qualidade e sempre em funo do tipo de atividades desenvolvidas no ecossistema.

Por outro lado, a existncia de empresas que oferecem servios avanados de suporte em reas jurdicas, financeiras, de apoio tcnico, mentores, meios especializados, etc., que do resposta s empresas e agentes do ecossistema empreendedor outro elemento necessrio a incorporar.

Por fim, importante ressaltar a importncia da continuidade das dinmicas e atividades de promoo, consciencializao, conexo, etc., em redor do mundo do empreendedorismo,

Em resumo, existem trs variveis que determinam os pontos fortes de um ecossistema empreendedor com base nos seus suportes:

Infraestruturas fsicas.

Infraestruturas administrativas.

Desenvolvimento tecnolgico e de servios.

Nesta seco, o territrio da Rede ESPOBAN no apresenta tantas diferenas com o ecossistema de sucesso como os dois anteriores, tendo na nossa rea territorial infraestruturas importantes que suportam um tecido empresarial competitivo. Discutir como uma importante desvantagem as dificuldades de conexo terrestre que existem entre Cdis e as reas a oeste do projeto (Huelva, Algarve e Alentejo) motivadas pela barreira colocada pelo Parque Nacional de Doana, que sem dvida dificulta a interconexo territorial.

ATIVOS ECONMICOS INTANGVEIS, AEI

Apesar de ser um dos fatores sobre os quais mais complexo atuar, a realidade que a empresa recm-criada exige um sistema interligado com uma boa formao dos seus profissionais e cidados e um sistema empresarial competitivo.

Sem dvida, uma das principais alavancas do empreendedorismo a educao e evidente que as cidades mencionadas partem da existncia de importantes universidades em torno das quais surgiram as iniciativas empresariais bem-sucedidas. A Universidade da Califrnia, Xangai ou Estocolmo so um claro exemplo disto.

Mas no acontece apenas na Universidade. Todos os ecossistemas analisados apontam para a necessidade de comear a atuar a partir da educao bsica na escola, dando formao a crianas em capacidades e conhecimentos crticos, como o funcionamento das finanas, competncias de gesto, idiomas ou empreendedorismo, visto que realmente neste momento que as opes vitais de empreendedorismo so formadas.

Por outro lado, os ecossistemas analisados na seco anterior tm um mercado importante que cria atividade, ou seja, clientes. Esse fator condiciona totalmente o tipo de ecossistema empreendedor que pode ser criado em cada regio. Se no h mercado, muito difcil criar ecossistema e quanto maior a especializao setorial de uma determinada rea geogrfica, maior o potencial de criao de empreendedorismo.

Portanto, necessrio que exista previamente um tecido industrial de empresas com alto grau de especializao setorial que atue neste mercado para poder explorar sinergias, acordos ou mesmo operaes de compra ou fuso, o que implica tambm a necessidade de acesso a uma mo-de-obra qualificada e com experincia no campo em questo.

Os fatores determinantes para a criao de ativos econmicos intangveis dentro de um ecossistema de sucesso seriam os seguintes:

Capital humano,

Mercado.

Especializao setorial.

A este respeito, de salientar que o nosso mbito territorial no oferece diferenas muito significativas com ecossistemas de sucesso, exceto as diferenas de dimenso. Em todo o territrio da Rede ESPOBAN existem importantes universidades, empresas de todos os setores e um capital humano cada vez mais bem formado que, sem dvida, contribuem para a criao de vantagens competitivas do nosso territrio para a criao de empreendedorismo.

ENTIDADE CATALISADORA

Um dos factos mais relevantes que observamos sobre os ecossistemas analisados a existncia de instituies, pblicas ou privadas, que lideram a criao das sinergias necessrias para a criao de empreendedorismo.

Quando falamos de sinergias referimo-nos criao de cada um dos fatores que consideramos como determinantes para a criao de ecossistemas de sucesso, ou seja, instituies capazes de criar uma cultura empreendedora, instrumentos financeiros, ativos econmicos intangveis e apoios.

Trata-se de instituies que abrangem todas as reas dos ecossistemas ou que so capazes de reunir as entidades/instituies que nele atuam, atuando como lderes no seu mbito territorial.

Da mesma forma, podemos encontrar instituies to poderosas dentro do seu campo de ao que, por si mesmas, foram capazes de gerar as sinergias necessrias, no caso de Boston com o MIC ou de Berlim com a Rocket Internet como exemplos destacados, ambas as instituies privadas, que tm sido capazes de atuar como um impulsionador para potenciar essas sinergias positivas dentro do ecossistema do empreendedorismo, uma no campo da criao de capital humano e outra no setor financeiro.

Portanto, e partindo da base dos trs eixos que compem o ecossistema empreendedor empreendedores, agentes financiadores e instituies promotoras existem dois modelos de sucesso:

Instituies que lideram, aglutinam e coordenam os restantes agentes do ecossistema e atuam como lderes: caso de Pequim, Telavive, Xangai ou Paris, onde os seus respetivos governos lanaram polticas ativas para promover o empreendedorismo que gerem, coordenam e aglutinam o conjunto de agentes.

Instituies que lideram por si mesmas um dos eixos em torno dos quais emergem ecossistemas de sucesso: tendo como referncia os casos de Boston ou de Berlim, j comentados.

Sem dvida, um dos pontos fortes do nosso mbito territorial a existncia de entidades catalisadoras capazes de promover, impulsionar e criar projetos de empreendedorismo de sucesso. Em qualquer caso, seria importante sublinhar a natureza pblica dessas entidades, sendo necessria e conveniente a coexistncia de entidades pblicas e privadas para melhorar esta importante pea de um ecossistema empreendedor de sucesso.

[footnoteRef:6] [6: AEI: Ativos Econmicos Intangveis]

Com tudo isso podemos tambm estabelecer que a competitividade de um ecossistema empreendedor, alm destas cinco variveis, depende do desempenho de quatro atributos do mesmo ecossistema: densidade, fluidez, conectividade e diversidade.

Densidade refere-se, por um lado, ao elevado nmero de empresas novas e jovens que pretendem arrancar (seja pela existncia de universidades ou centros de formao especializados) e, por outro lado, existncia de histrias de sucesso, que exercem de impulsionador e de referncias, aspeto muito importante, pelo que o nosso projeto deve dedicar um interesse especial com o objetivo de incentivar o esprito empreendedor no nosso territrio.

A fluidez refere-se a uma alta mobilidade de mo-de-obra, talento e financiamento dentro do pas e ao grau em que novas ideias fluem para o tecido empresarial. Para isso, vital ter uma regulamentao flexvel e no burocrtica em todas as reas do nosso projeto.

A conectividade refere-se a um elevado nmero de spin-offs e redes consolidadas, bem como conectividade entre os diferentes programas de apoio ao empreendedorismo. vital que o nosso ecossistema empreendedor esteja ligado e interaja de forma gil e dinmica, criando sinergias positivas no contexto e o que mais importante, no dificultando os canais nem as vias de acesso ao empreendedorismo.

A diversidade refere-se especializao econmica e setorial existente dentro de um ecossistema, bem como diversidade de talentos no prprio ecossistema. Ou seja, necessrio criar uma segmentao de oferta e procura para setores especficos. Cada ecossistema deve ter sua prpria especializao, dependendo da estrutura social e econmica do territrio.

Finalmente, queremos estabelecer uma ligao entre as variveis que favorecem a existncia de um ecossistema empreendedor de sucesso, com a lista de servios que devem ser oferecidos pelas instituies responsveis pela promoo do empreendedorismo.

Desta forma e realizando uma avaliao subjetiva do impacto que os servios tm sobre o empreendedorismo em cada uma das variveis definidas nos ecossistemas empreendedores de sucesso, obtemos o seguinte grfico:

Podemos concluir que os esforos por parte das instituies responsveis pela promoo do empreendedorismo devem ter como prioridade em primeiro lugar a formao, seguida pela criao de um sistema financeiro adaptado s necessidades do contexto.

2.5. Classificao dos tipos de pessoas empreendedoras

Ao realizar uma anlise mais ou menos exaustiva do empreendedorismo em qualquer rea territorial, o primeiro fator a considerar a tipologia dos empreendedores existentes.

Nesse sentido, existem muitos estudos e teorias para definir e catalogar o tipo de empreendedores, mas todos estes partem da mesma premissa: todos tm como referncia a personalidade do empreendedor:

De acordo com a qualificao: qualidades necessrias para empreender com sucesso.

De acordo com a motivao: razes que levam a lanar-se aventura.

De acordo com a execuo: forma que dada soluo, uma vez detetada a oportunidade.

Mas, para realizar uma classificao mais exaustiva dos empreendedores, ainda precisamos acrescentar mais um ingrediente que ser determinado pela resposta s duas seguintes perguntas[footnoteRef:7]: [7: Jordi Vinaixa, professor do departamento de criao deempresasdo centro de iniciativas empresariais da ESADE]

- Onde encontra a oportunidade?

- Como obtm a soluo?

Com isto podemos concluir que os empreendedores se dividem em funo de como respondem a esta questes e dos tipos de atributos que so pressupostos nos seguintes segmentos:

Visionrio: o empreendedor visionrio antecipa as tendncias atuais e coloca os seus esforos e negcios em setores ou produtos que sero a chave no futuro. Estes so muito versteis e atrevem-se em qualquer contexto, so vocacionais e apaixonados, o que os torna mais comunicativos e persuasivos, tm ainda pouca averso ao risco

Investidor: o empreendedor investidor procura rentabilizar o seu dinheiro com projetos novos. Tm o papel de um scio capitalista, cujo risco e envolvimento costuma ser de assessoria e de proporcionar capital.

Especialista: o empreendedor especialista costuma ter um perfil mais tcnico. E emboracomece um projeto empresarial, os seus conhecimentos esto muito focados no setor onde se centra.

Persuasivo: o empreendedor persuasivo o ponta da lana de um projeto. Que arrasta e convence. uma figura que costuma mais liderar do que desenvolver o produto ou servio. Encarrega-se de manter a convico na sua equipa.

Intuitivo: o empreendedor intuitivo sabe onde est o negcio. E sabe-o porque um empresrio nato. E empreender parte da sua paixo que os negcios.

Empreendedor-empresrio: este empreendedor j sabe do mundo da empresa. Nada novo para ele. O empresrio empreendedor assume o risco de empreender. No entanto, ao contrrio do intuitivo ou do visionrio, gosta de consolidar os projetos, mais do que empreender. H diferenas entre o empreendedor e o empresrio.

Empreendedor-oportunista: este empreendedor v a ocasio e lana-se. Sabe detetar as oportunidades de negcio e os passos que deve seguir. Conhece o mercado, as suas bases e explora-as.

Empreendedor-vocacional: empreender por empreender. Todos os perfis de empreendedores(as) tm algo disto. Em geral, estes empreendedores(as), quando conseguem posicionar o seu produto, marca ou servio, lanam-se procura de novas aventuras.

Empreendedor por necessidade. Normalmente empreende por necessidade ou por fuga das circunstncias atuais. No esto satisfeitos com a sua situao profissional ou econmica e decidem indagar novos rumos. So muito cautos ao empreender e costumam embarcar em projetos pequenos que encaixariam mais dentro do prottipo de trabalhador independente. A necessidade obriga a esforar o crebro pelo que acabam por desenvolver um olfato para detetar oportunidades muito importantes. So constantes e tenazes, pelo que acabam por descobrir a melhor forma de obter o po para o seu sustento. Tm muito desenvolvido o valor do esforo individual e o papel do trabalho no desenvolvimento humano e econmico.

Estas classificaes permitir-nos-o definir necessidades, perfis e caractersticas das pessoas empreendedoras, para a caraterizao dos mesmos e o desenvolvimento de atuaes para a otimizao do encontro projeto-investimento-financiamento.

3. CARATERIZAO DO EMPREENDEDORISMO NO MBITO DE COOPERAO

3.1. Mapa de agentes de apoio a pessoas empreendedoras

Nos vrios territrios de estudo repete-se a mesma dinmica. Existe uma variedade de agentes com envolvimento direto ou indireto no empreendedorismo.

No pblico, o apoio ao empreendedorismo uma tendncia generalizada, por razes bvias, os projetos de empreendedorismo so geradores de emprego local. Muitas vezes, formam-se como um elemento para gerar autoemprego em grupos com dificuldades. Noutras ocasies, a criao de um negcio converte-se numa sada profissional.

Por isso, todo o sistema pblico, comeando pela UE, apoia o empreendedorismo. Mas isto nem sempre eficiente, a variedade de agentes pode gerar confuso nos empreendedores(as) ou perda de impactos.

A todos estes agentes pblicos, juntam-se os privados, que h anos apoiam o carter empreendedor, quer por polticas de RSE ou por estratgia empresarial de crescimento. O certo que h uma grande quantidade de operadores, locais, regionais ou nacionais, pblicos e privados, que oferecem financiamento, alojamento, formao e/ou servios de assessoria para o lanamento empreendedor.

O projeto ESPOBAM nasce conhecendo esta premissa, procurando otimizar as parcerias, cooperaes e trmites de comunicao entre agentes.

No seguinte esquema resume-se visualmente o mapa de agentes, definindo ns comuns que devam servir para a procura de sinergias entre os parceiros da Rede ESPOBAM e os restantes agentes.

Aps esta visualizao incorpora-se uma tabela pormenorizada com os agentes de interesse em cada territrio. Isto permitir gerar uma ferramenta para a localizao de eventuais catalisadores do projeto ESPOBAN.

Administrao Pblica local

Regio/Provncia

Agentes empreendedores

Cdiz

Ayuntamiento de Rota

Cdiz

Ayuntamiento Jerez de la Frontera

Cdiz

IMPRO (Ayuntamiento de Puerto Real)

Cdiz

IMPI (Ayuntamiento de San Fernando)

Cdiz

IFEF (Ayuntamiento de Cdiz)

Crdoba

Ayuntamiento de Crdoba

Crdoba

IPRODECO (Diputacin Crdoba)

Huelva

Ayuntamiento de Huelva

Sevilla

Ayuntamiento de Sevilla

Sevilla

Sodefesa, Ayuntamiento de Mairena del Aljarafe

Sevilla

Ayuntamiento de Mairena del Aljarafe

Sevilla

PCT Cartuja

Cdiz

IEDT (Diputacin de Cdiz)

Administrao pblica, regional e nacional

Regio/Provncia

Agentes empreendedores

Alentejo

Turismo do Alentejo

Algarve

Turismo do Algarve

Cdiz

Diputacin de Cdiz

General Andaluca

Consejera de Presidencia e Igualdad

General Andaluca

Gobierno de Espaa

General Andaluca

Ministerio de Ciencia e Innovacin

General Andaluca

CDTI (Centro para el Desarrollo Tecnolgico Industrial)

General Andaluca

Ministerio de Economa, Industria y Competitividad

General Andaluca

Junta de Andaluca

General Andaluca

Agencia Idea (Junta de Andaluca)

General Andaluca

ICEX

General Andaluca

Instituto Andaluz de Tecnologa (IAT)

General Andaluca

Red.es

General Portugal

Centro Nacional do Turismo no Espao Rural

General Portugal

Confederao do Turismo Portugus

General Portugal

Direco Geral de Inovao e de Desenvolvimento Curricular

General Portugal

IFDEP. Instituro para o Fomento e Desenvolvimento do Empreendedorismo em Portugal

General Portugal

INDEG/PROJECTOS. Instituto para o Desenvolvimento da Gesto Empresarial

Sevilla

SECOT Senior Espaoles Para Cooperacin Tcnica

Sevilla

Espacios RES

Associao e outros agentes

Regio/Provncia

Agentes empreendedores

Alentejo

ADRAL. Agncia de Desenvolvimento Regional do Alentejo

Alentejo

AEAL. Associao de Empresrios do Alentejo Litoral

Alentejo

ANJE. Associao Nacional de Jovens Empresrios Alentejo

Alentejo

Centro de Apoio Empresarial vora

Alentejo

NERBE/AEBAL. Associao Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral

Alentejo

NERE. Ncleo Empresarial da Regio de vora Associao Empresarial

Alentejo

NERPOR. Associao Empresarial da Regio de Portalegre

Algarve

AMAL. Rede Regional de Apoio ao Desenvolvimento Econmico e Social

Algarve

Centro de Apoio Empresarial Faro

Algarve

CRESC ALGARVE 2020

Algarve

NERA. Associao Empresarial da Regio do Algarve

Cdiz

Cmara de Comercio de Cdiz

Cdiz

Cmara de Comercio de Jerez de la Frontera

Cdiz

Cmara de Comercio del Campo de Gibraltar

Cdiz

HORECA Cdiz

Cdiz

CEC (Club de Emprendedores de Cdiz)

Cdiz

GDR Provincia de Cdiz

Crdoba

Andaluca Emprende

Crdoba

Asociacin de empresarios de Crdoba y su provincia

Crdoba

Asociacin de empresarios de hostelera de Crdoba

Crdoba

Asociacin de Mujeres Empresarias Crdoba

Crdoba

Asociacin de Trabajadores Autnomos de Andaluca

Crdoba

Asociacin Jvenes Empresarios Andaluca

Crdoba

Asociacin Jvenes Empresarios Crdoba

Crdoba

Cmara de comercio de Crdoba

Crdoba

Centro de apoyo a Emprendedoras Fundacin Mujeres

Crdoba

Centros de Apoyo al Desarrollo Empresarial

Crdoba

Centros de Capacitacin Emprendedora

Crdoba

Club de emprendedores de Crdoba

Crdoba

Confederacin de Empresarios de Andaluca

Crdoba

Confederacin de empresarios de Crdoba

Crdoba

Asociacin Crdoba activa

Crdoba

EMPREAN. Asociacin de Emprendedores y Empresarios Andaluces

Crdoba

Federacin Andaluza de Mujeres Empresarias Autnomas

Crdoba

Instituto Andaluz de Tecnologa

Crdoba

Instituto Municipal de Desarrollo Econmico y Empleo de Crdoba

Crdoba

Unin de Asociaciones de Trabajadores Autnomos y Emprendedores Andaluca

Crdoba

Unin de Profesionales y Trabajadores Autnomos Andaluca

Crdoba

Asociacin andaluza para el Fomento de la economa del Bien Comn

Crdoba

Grupo CINCO (Corporaciones Industriales de Crdoba)

Crdoba

GDR Provincia de Crdoba

General Andaluca

Confederacin de Empresarios de Andaluca (CEA)

General Andaluca

Confederacin Espaola de Asociaciones de Jvenes Empresarios (CEAJE)

General Andaluca

Consejo Andaluz de Cmaras

General Andaluca

Federacin Andaluza de Empresas Cooperativas de Trabajo Asociado (FAECTA)

General Andaluca

Instituto Andaluz de la Mujer (IAM)

General Andaluca

Escuela Andaluza de Economa Social

General Andaluca

Red Emprendia

General Andaluca

InJuve

General Andaluca

Revista emprendedores

General Andaluca

Startup Europe Week

General Portugal

Agncia da Inovao

General Portugal

Agncia Inova

General Portugal

Agncia para a Energia ADENE

General Portugal

Agncia para o Investimento e Comrcio Externo de Portugal

General Portugal

Associao Centro de Incubao de Empresas de Base Tecnolgica Vasco de Gama Sines Tecnopolo

General Portugal

Associao de Energias Renovveis

General Portugal

Associao Industrial Portuguesa Camara de Comrcio e Indstria

General Portugal

Associao PME Portugal

General Portugal

Associao Portuguesa das Agncias de Viagens e Turismo

General Portugal

Associao Portuguesa de Criatividade e Innovao. APGICO

General Portugal

Associao Portuguesa Mulherres Empresrias

General Portugal

BETA-i. Associao para a Promoo da Inovao e Empreendedorismo

General Portugal

COTEC Portugal Associao Empresarial para a Inovao

General Portugal

Empowerwoman

General Portugal

Empreende TEC

General Portugal

Estaleiro de Negcios

General Portugal

FAME. Empreendedorismo no Feminino

General Portugal

PROMONET. Associao Promotora de Novas Empresas e Tecnologias

General Portugal

Rede Nacional de Mentores

General Portugal

Rede Nacional de Incubadoras -RNI

Huelva

Andaluca Emprende

Huelva

Asociacin de Mujeres Empresarias Huelva

Huelva

Asociacin de Trabajadores Autnomos de Andaluca

Huelva

Asociacin Jvenes Empresarios Andaluca

Huelva

Asociacin Jvenes Empresarios Huelva

Huelva

Asociacin provincial de hoteles de Huelva

Huelva

Cmara de Comercio de Huelva

Huelva

Centro de apoyo a Emprendedoras Fundacin Mujeres

Huelva

Centros de Apoyo al Desarrollo Empresarial

Huelva

Centros de Capacitacin Emprendedora

Huelva

Club de emprendedores de Huelva

Huelva

Confederacin de Empresarios de Andaluca

Huelva

EMPREAN. Asociacin de Emprendedores y Empresarios Andaluces

Huelva

Federacin Onubense de Empresarios

Huelva

GDR Provincia de Huelva

Sevilla

Confederacin de Empresarios de Sevilla

Sevilla

Asociacin de Mujeres Empresarias Hispalenses

Sevilla

GDR Provincia de Sevilla

Sevilla

Cmara de comercio de Sevilla

Sevilla

Sevilla Capital Inteligente (SCI)

Sevilla

Asociacin SevillaUP

Privados

Regio/Provncia

Agentes empreendedores

Cdiz

StartUp Weekend Cdiz

Crdoba

Fundacin Cajasol

Crdoba

Fundacin CajaSur

General Andaluca

Fundacin Telefnica

General Andaluca

Fundacin Youth Business Spain

General Andaluca

Banco Santander

General Andaluca

BBVA

General Andaluca

Franquishop

General Andaluca

Fundacin Innovacin Bankinter

General Andaluca

Grupo Everis

General Andaluca

Grupo informaria

General Andaluca

Microbank La Caixa

General Portugal

StartUP Portugal

Huelva

Fundacin AYESA

Huelva

Fundacin Cobre las Cruces

Sevilla

Fundacin Cruzcampo

Sevilla

Fundacin Persn

Sevilla

StartUp Weekend Sevilla

Sevilla

Coworking La Baera

Sevilla

StartUp Seville

Sevilla

Sunsay Soup Sevilla

Sevilla

Word Camp Sevilla

PARCEIROS DA REDE ESPOBAN

Regio/Provncia

Agentes empreendedores

Alentejo

SINES Tecnopolo

Algarve

ANJE. Associao Nacional de Jovens Empresrios Algarve

Cdiz

CEEI Baha de Cdiz

Crdoba

Diputacin de Crdoba

Huelva

Diputacin de Huelva

Sevilla

Prodetur S.A.(Sociedad para la Promocin del Desarrollo Econmico y del Turismo en Sevilla)

Universidades e centros de conhecimento

Regio/Provncia

Agentes empreendedores

Alentejo

Universidade de vora

Alentejo

Instituto Politcnico de Portalegre

Alentejo

Instituto Politcnico de Beja

Alentejo

Instituto Politcnico de Setubal

Algarve

Universidade do Algarve. Diviso de empreendedorismo e ransferencia de Tecnologa

Cdiz

Ctedra de Emprendedores FUECA

Cdiz

TEDx Cadiz University

Crdoba

Universidad de Crdoba

Crdoba

FUNDECOR

Crdoba

Universidad Loyola

General Andaluca

EOI, cofinanciando por el FSE, Ministerio de Industria

General Andaluca

Universidad Internacional de Andaluca (UNIA)

General Andaluca

Google

General Andaluca

UE- Oficina apoyo Erasmus Jvenes Emprendedores

General Andaluca

EUSA

General Andaluca

Fundacin Repsol

General Andaluca

Red Universitaria de Asuntos Estudiantiles (RUNAE)

General Portugal

AESE Escola de Direco e Negcios

General Portugal

FCT. Fundao para a Cincia e a Tecnologia

General Portugal

Instituto do Emprego e Formao Profissional

Huelva

Universidad de Huelva

Sevilla

Universidad de Sevilla

Sevilla

Universidad Pablo de Olavide. Oficina de transferencia de resultados de investigacin (OTRI)

Sevilla

TEDX Sevilla

3.2. Anlise do empreendedorismo na zona de estudo

3.2.1. Introduo

Antes da caraterizao especfica do nosso mbito de atuao, realiza-se em seguida uma aproximao situao do empreendedorismo a nvel do pas e a nvel das regies (Andaluzia, Algarve e Alentejo), partindo da m posio competitiva que ambos os pases tm no quadro da UE no mbito do empreendedorismo.

Tal como se define pela metodologia GEM, a situao do empreendedorismo num mbito territorial analisa-se em trs etapas:

Na primeira fase, ou de conceo, mede-se a inteno de criao de empresa do empreendedor potencial.

A segunda fase, de nascimento da empresa e a sua posterior estabilizao como empresa nova, mede-se atravs da Taxa de Atividade Empreendedora (TEA).

E a fase trs, de consolidao, situa-se a partir dos 3,5 anos de existncia. Nesta etapa avalia-se a taxa de empresas consolidadas conjuntamente com a cessao de atividade ou encerramento de empresas.

A. POTENCIAL EMPREENDEDOR

Em relao ao potencial empreendedor (pessoa com inteno de criar uma empresa), na Andaluzia, em 2016, subiu face a anos anteriores, situando-se acima da mdia nacional. Em Portugal, tambm experimentou um crescimento importante face a perodos anteriores, especialmente entre 2015 e 2016 onde se registou um aumento de 10%.

Uma possvel explicao a tmida recuperao do emprego por conta de outrem. Durante o perodo de crise, perante as ms expetativas laborais, o potencial empreendedor de todas as comunidades autnomas aumentou consideravelmente. No novo contexto econmico, que aponta para uma ligeira recuperao, decai a inteno empreendedora que alimentou a crise.

B. ATIVIDADE EMPREENDEDORA

Se analisarmos a atividade empreendedora (mede o nascimento e desenvolvimento da nova empresa, atravs da Taxa ou Total de Atividade Empreendedora), na Andaluzia, observa-se que esta superior mdia espanhola, ocupando a quarta posio entre as restantes regies espanholas e somando, se aplicarmos esta taxa populao total adulta em idade ativa, o maior nmero de empreendedores(as) face aos restantes comunidades autnomas.

A TAE de Portugal, por seu lado, faz com que se posicione no lugar n 43 de um total de 64 pases segundo o relatrio GEM 2016, que piorou face a 2015 em 9 posies. Com isso, o ndice de propriedade empresarial encontra-se mesmo no meio dos pases analisados, facto que favorece a atividade empreendedora portuguesa. Portugal carateriza-se por ter uma economia orientada para a inovao e essa linha que segue o empreendedorismo portugus.

C. DINMICA EMPREENDEDORA (CONSOLIDAO)

O grau de consolidao das empresas permite-nos, do mesmo modo, definir a situao do empreendedorismo. Neste caso, na Andaluzia a taxa de empresas consolidadas (com mais de 3,5 anos) durante os ltimos anos medidos (2016-2015-2014) encontra-se abaixo da mdia espanhola, situando-se entre as 4 regies com pior taxa. Em Portugal, 53% das start-ups superam o terceiro ano de atividade e 42% supera o quinto ano representando 3/4 das empresas que iniciam a sua atividade.

Por outro lado, em relao taxa de encerramentos de negcios, a Andaluzia encontra-se na mdia nacional.

Esta baixa taxa de empresas consolidadas poderia explicar-se pela menor qualidade dos projetos empreendidos, que gera uma maior probabilidade de fracasso e encerramento de empresas. Esta baixa qualidade poderia dever-se criao de empresas como sada desesperada s altas taxas de desemprego andaluz.

Como resumo, podemos concluir o seguinte:

Fase 1. Potencial empreendedor: A Andaluzia lidera os indicadores de potencial empreendedor em Portugal e Espanha alcana valores superiores a 65%, sendo os principais fatores para determinar este indicador os seguintes:

Maior ndice de desemprego, o que favorece a gerao de empreendedorismo para o autoemprego.

Menor taxa de emprego, ou maior dificuldade para encontrar trabalho por conta de outrem, o que favorece a gerao de empreendedorismo.

Sada da crise econmica, o que provoca o decrscimo da inteno empreendedora.

Fase 2: Atividade empreendedora (TAE). A Taxa de Atividade Empreendedora na Andaluzia superior mdia, ocupando a quarta posio entre as restantes regies. Portugal, por seu lado, tem uma TAE superior a Espanha. Os fatores que incidem neste ndice seriam:

Maior potencial empreendedor, mais pessoas que tm inteno de empreender.

Maiores apoios para criar uma empresa por parte de instituies.

Dificuldades para desenvolver outras sadas profissionais.

Fase 3: Dinmica empreendedora. A taxa de empresas consolidadas na Andaluzia dos trs ltimos anos encontra-se abaixo da mdia espanhola, situando-se entre as quatro piores de Espanha, assim como a taxa de encerramento de empresas. Portugal, por outro lado, tem uma dinmica empreendedora acima da registada em Espanha. Os fatores que geram maior probabilidade de fracassos seriam os seguintes.

Menor qualidade dos projetos empreendidos.

Falta de apoios financeiros.

Maior taxa de empreendedorismo por necessidade e como sada profissional.

Realizando uma anlise temporal destas variveis, todos os especialistas assinalam que o ecossistema de empreendedorismo no nosso mbito de atuao avanou notavelmente nos ltimos anos e que caminha na direo adequada e que, embora persista um importante diferencial face a outros pases em diversos mbitos, existem motivos suficientes para falar de um arranque do ecossistema.

Podemos assinalar que avanmos nos ltimos anos principalmente em quatro mbitos:

Desenvolvimento de um sistema financeiro pblico-privado destinado a cobrir a falha de mercado em financiamento de risco;

Se fosse necessrio analisar o atrativo, desenvolvimento e maturidade de um ecossistema empreendedor atravs de uma s mtrica, essa seria possivelmente a sua capacidade para captar capital. E no caso de Portugal e Espanha o ecossistema regista novos recordes de investimento recebido cada ano.

Em 2015, investiram-se 660 milhes de euros, mais 83% do que em 2014, em 1527 start-ups, com uma mdia por operao de 432 mil euros, segundo a Associao Espanhola de Entidades de Capital de Risco (ASCRI). O fecho de rondas de financiamento acima dos 10 milhes de euros multiplicou-se nos ltimos dois anos, e cada vez mais frequente encontrar aquisies de start-ups espanholas por valores superiores aos 100 milhes de euros.

Em Espanha no h s mais financiamento de risco, como recentemente ocorreu o desenvolvimento do financiamento alternativo, entendido por aquele que operado margem de bancos e mercados de capitais tradicionais. Em particular, o crowdfundingincluindo crowdlending, crowdequity e plataformas P2Pregistou um crescimento considervel, devido tanto incluso de modelos de negcio que j eram comuns noutros pases europeus como ao estabelecimento de um quadro jurdico para o seu desenvolvimento (atravs da Lei 5/2015 de fomento ao financiamento empresarial).

No caso de Portugal, entre 2012 e 2017 investiram-se mais de 84 milhes de euros em novos negcios, especialmente na rea das novas tecnologias. O ano 2015 foi o melhor momento para o empreendedorismo em Portugal, porque foram criadas mais de 37.924 start-ups, experimentando um aumento de 8,6% face a 2007. O volume mdio de negcio destas start-ups de cerca de 70 mil euros, segundo o relatrio INFORMA de Dun & Bradstreet.

Avanos regulatrios e iniciativas de polticas pblicas que afetam direta ou indiretamente a atividade empreendedora;

Em segundo lugar, ocorreu uma maior consciencializao da importncia do apoio aos projetos de empreendedorismo e uma determinao por parte dos policymakers a apoiar a sua consolidao e desenvolvimento. As polticas pblicas estiveram centradas em dois aspetos: melhorar o financiamento de risco e reduzir e simplificar as barreiras burocrticas. Em relao primeira, o Instituto de Crdito Oficial (ICO) levou a cabo em 2013 o primeiro fundo de fundos FOND ICO Global, dotado com 1.500 milhes de euros para a constituio de fundos pblico-privados, e que se converteu atualmente no principal Limited Partnershipen em Espanha. Alm disso, organismos de titularidade pblica como ENISA e CDTI converteram-se nos principais fornecedores de financiamento das primeiras fases do empreendedorismo.

Em Portugal, o Programa Nacional de Microcrdito, no mbito do Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Economia Social (PADES), tem como objetivo fomentar a criao de emprego e o empreendedorismo, especialmente na populao com maior dificuldade de acesso ao mercado empresarial. As linhas de crdito para o investimento bonificado e garantido so MICROINVEST, com um montante mximo de 20.000, e INVEST +, cujo montante alcana os 100.000 se for financiamento e 200.000 se se tratar de investimento. No que respeita aos organismos de titularidade pblica, como o Instituto de Emprego e Formao Profissional (IEFP) ou o IAPMEI, encarregam-se de facultar financiamento, apoio empresarial e formao s pessoas empreendedoras portuguesas.

Fomentou-se, atravs da Lei de empreendedores e a sua internacionalizao (Lei 14/2013), a simplificao administrativa e uma reduo de custos para a abertura e operativa empresarial, entre outros, alm de fomentar um mecanismo de segunda oportunidade (Lei 15/2015) ou a mencionada lei de fomento de financiamento empresarial (Lei 5/2015).

Em Portugal, o Decreto n 985/2009, de 4 de setembro, com modificaes introduzidas nos Decretos n 58/2011, de 28 de janeiro, n 95/2012, de 4 de abril, e n 157/2015, de 28 de maio, o que regula o Programa de Apoio ao Empreendedorismo e a Criao do Prprio Emprego (PAECPE) em Portugal, fomentando o empreendedorismo do pas e favorecendo a insero laboral da populao portuguesa.

O envolvimento das grandes empresas no ecossistema;

Em terceiro lugar, tambm as grandes empresas abriram as suas portas ao empreendedorismo. quelas com larga experincia neste mbito, como Telefnica (Wayra, Cubo) e Mercadona (Lanzadera), juntaram-se muitas outras num grande nmero de setores, desde servios jurdicos (Cuatrecasas) a seguros (Caser), fintech (Bankia) e agroalimentar (Mahou), entre outros.

Em Portugal empresas como Bosch, Siemens, Continental ou Mercedes-Benz apostam fortemente no investimento em projetos inovadores que favoream o conglomerado empresarial portugus.

H que destacar, igualmente, que outras grandes empresas, como BBVA, Repsol, Telefnica (atravs do fundo Amrigo) e Iberdrola (atravs do fundo Perseo), foram um passo frente, constituindo fundos de certa envergadura para participar start-ups nos seus diferentes setores de atividade para incorpor-las posteriormente na sua cadeia de valor ou porteflio de produtos e servios.

O Programa Finicia (Banco BPI), o Concurso Montepio Acredita Portugal (Banco Montepio) ou o Programa Caixa Jovem Empreendedor (Caixa Geral de Depsitos) esto focados em apoiar o empreendedorismo de forma que se produza um feedback ao desenvolver novas ideias de negcio.

A melhoria na oferta de educao especializada em empreendedorismo.

Em quarto lugar, comeou-se a adotar medidas para introduzir educao em empreendedorismo em etapas precoces da vida educativa, e atualmente existe uma clara determinao por favorecer o seu fomento, em linha com outros pases europeus. Tanto a LOMCE (2013) como a LOE (2006) pensaram estimular o esprito e a iniciativa empreendedora, apresentando a implantao de disciplinas neste mbito desde a educao primria e secundria at ao bacharelato. Alm disso, no mbito privado e na educao superior e de ps-graduao, diversas escolas de negcio espanholas lideram o ranking do Financial Times em programas MBA e de empreendedorismo a nvel mundial, o que no s favorece a formao e o esprito empreendedor entre o talento espanhol, como tambm age como catalisador de atrao de talento estrangeiro.

No caso de Portugal, segue-se a mesma tnica de Espanha apostando na incluso de matrias educativas em empreendedorismo desde a etapa escolar dos alunos, cujos resultados demonstraram que em etapas precoces a iniciativa empreendedora est mais desenvolvida. Em nveis superiores a existncia de MBA especficos de carter privado so levados a cabo, principalmente, pelo Programa MIT Portugal ou a colaborao entre MIT Sloam Business School e ISCTE que se materializou no Building Global Innovatores BGI.

3.2.2. Anlise do empreendedorismo na zona de estudo

Depois de realizada a anterior aproximao a nvel de pas/regio, a seguir, elaborou-se uma radiografia que caracteriza a situao do empreendedorismo na nossa zona de estudo, ou seja, a composta pelas provncias de Crdoba, Cdis, Sevilha e Huelva na Andaluzia, e as regies do Algarve e Alentejo em Portugal.

Devido falta de dados estatsticos de empreendedorismo especficos do nosso territrio, realizou-se uma anlise qualitativa baseada no preenchimento de questionrios especificamente concebidos para o nosso mbito por parte das entidades de apoio ao empreendedorismo mais representativas de cada um dos territrios, que constituram um exerccio de aproximao para caracterizar esta realidade nos seus territrios. A partir daqui, a equipa redatora encarregou-se de agregar os dados obtidos para caracterizar de forma geral o espao de cooperao.

Indicar como, complementariamente, se realiza uma caraterizao detalhada de alguns indicadores/variveis elaborados para as provncias da Andaluzia facultados pela Fundao Andaluzia Empreende.

Segundo a base de dados facultada pela Fundao Andaluzia Empreende (em diante FAE), nas provncias andaluzas objeto de estudo existe um total de 17.161 empreendedores(as) recenseados.

Em relao ao perfil sociodemogrfico dos empreendedores(as) pode afirmar-se que no espao de cooperao maioritariamente so homens, com uma idade que oscila entre os 26 e os 35 anos, com estudos maioritariamente do secundrio (ensino secundrio obrigatrio, ensino pr-universitrio e formao profissional) e cuja situao laboral anterior ao empreendedorismo a de desempregado.

A seguinte tabela desagrega este perfil por zonas:

Cdis

Crdova

Sevilha

57% homens 43% mulheres

Entre os 36 e os 45 anos, seguido de perto pelo grupo entre os 26 e os 35 anos

Estudos secundrios, seguidos de perto pelo ensino superior

Por esta ordem: desemprego, seguido por trabalhadores independentes e estudantes

75% homens 25% mulheres

Entre 26 e 35 anos

Estudos secundrios

Desemprego em 80% das respostas

75% homens 25% mulheres

Entre 26 e 35 anos

Estudos secundrios e estudos superiores

Desemprego

Huelva

Alentejo

Algarve

50% homens 50% mulheres

Entre 26 e 35 anos

Estudos primrios

Desemprego

50% homens 50% mulheres

Entre 26 e 35 anos

Estudos superiores

Desemprego

75% homens 25% mulheres

Entre 26 e 35 anos

Estudos secundrios

Desemprego, seguido de perto por contrato de trabalho, empresrio em outra sociedade e estudante

Este perfil, em termos de sexo, idade e estudos, muito semelhante nos territrios da Andaluzia em relao s informaes fornecidas pela FAE, com exceo de questes especficas, como a que podemos ver, por exemplo, em empreendedores de acordo com o sexo em Huelva (em que a maioria do sexo masculino) ou na faixa etria entre 26-35 em Cdis, que representa a maioria, ao contrrio do que foi concludo em entrevistas com agentes locais na provncia. Uma apreciao sobre o grfico do nvel de estudos o agrupamento sob a denominao de "Estudos secundrios" dos empreendedores com estudos secundrios e estudos primrios.

Segundo as entidades de apoio entrevistadas, pode-se afirmar que os empreendedores da rea de cooperao no possuem experincia anterior na criao de empresas, tal como afirmou mais de 90% dos agentes entrevistados, o que mostra o baixo nvel de empreendedorismo dos empreendedores no nosso mbito.

Em relao forma jurdica geralmente adotada pelos empresrios, destaca-se sobretudo como "trabalhadores(as) independentes", seguida pela figura da Sociedade Limitada (SL). No entanto, significativo como a sociedade por quotas a figura com mais frequncia nos empreendedores do Algarve e do Alentejo.

Se compararmos estes resultados com os obtidos a partir do censo da FAE para as provncias da Andaluzia, os dados so totalmente coincidentes, se levarmos em conta que os Empreendedores Individuais (EI) considerados pela FAE fazem parte das pesquisas realizadas sob a considerao de Trabalhadores Independentes embora essa entidade os analise separadamente. Assim, nas quatro provncias, a percentagem de EI maior ou igual a 70%, seguida pela SL chegando aos 20% de presena em todas as provncias.

Outro aspeto caracterstico do territrio da Rede ESPOBAN, como afirmam os agentes entrevistados, a maior presena de empreendedores que esto na "nova" etapa do ciclo de vida do empreendedor (tambm chamado de "nascimento e estabilizao"), isto , aquela etapa que tem um perodo desde a criao que varia entre os 3 e os 42 meses. No entanto, necessrio especificar como em Cdis a presena de empreendedores na fase "emergente" maior e nas regies do Algarve e do Alentejo existe uma distribuio praticamente semelhante de empresas nas trs fases do ciclo de vida.

Estes dados esto relacionados com a importante Taxa de Atividade Empreendedora (TAE) e o potencial empreendedor existente nos ltimos anos na Andaluzia e em Portugal, em comparao com a menor taxa de consolidao de empresas, no caso da Andaluzia, em relao s mdias nacionais.

No que diz respeito aos setores produtivos em que o empreendedorismo sobretudo produzido na rea da cooperao, destacam-se o comrcio, o turismo e as TIC, por ordem de importncia. A ilustrao a seguir mostra as opes selecionadas pelos agentes entrevistados dos setores predeterminados.

Territorialmente, importante destacar como em Cdis todos os entrevistados respondem que o turismo, o comrcio e a restaurao so os principais setores de empreendedorismo na rea. Por outro lado, os entrevistados na provncia de Sevilha do um peso muito importante s Tecnologias de Informao e Comunicao.

So os inquiridos nas duas regies portuguesas que mais citam a agricultura como um dos principais setores de empreendedorismo na rea.

Segundo os dados da FAE, o setor dos servios agrupa mais de 80% dos empreendedores das quatro provncias da Andaluzia, como mostra o grfico que se segue, o que corrobora o que foi expresso pelos agentes da Rede ESPOBAN. Estes indicam que o turismo e o comrcio so os setores escolhidos pelo empreendedor. Alm disso, possvel particularizar como Crdoba e Sevilha so as provncias com mais presena no setor industrial em nmero de empresas, como Sevilha no setor de TIC. Isto talvez se deva ao seu ponto central e capital na regio andaluza, potencial de atrao por empresas mais especializadas.

Por outro lado, comum na rea de cooperao o peso da empresa recair geralmente sobre um nico empresrio, tal como mencionado por cerca de 80% dos agentes pesquisados.

Os dados fornecidos pela FAE indicam, na mesma linha, que existe apenas um associado em mais de 90% dos projetos de empreendedorismo implementados nas quatro provncias.

Em relao ao emprego criado, deve destacar-se, da mesma forma, como a maioria dos empreendedores cria 1 emprego, o do prprio empreendedor. No entanto, mais de 50% dos inquiridos do Algarve e do Alentejo indicam que a maioria dos empreendedores cria 2 empregos.

Segundo os dados da FAE, nas quatro provncias, os empresrios criam quase 19000 empregos, incluindo os seus prprios. Sevilha a provncia com maior nmero de empregos devido ao maior nmero de empresas nessas provncias

O volume de faturao anual dos empreendedores da rea de cooperao , na sua maioria, entre 25000 e 50000, como afirmam os agentes entrevistados. Com a exceo de Sevilha, cujos agentes dizem que esse volume est normalmente abaixo dos 25000.

Como mostra o grfico a seguir, de acordo com os dados fornecidos pela FAE, quase 40% dos empreendedores das quatro provncias iniciaram os seus negcios com um investimento inicial menor de 3000 e aproximadamente 83% com um investimento inicial menor que 20000. Embora o indicador de "investimento inicial" seja diferente do indicador de "faturao anual", estes do uma imagem global da estrutura econmico-financeira dos empreendedores da Rede ESPOBAN.

Embora a cultura empreendedora na nossa rea no seja a desejada, interessante destacar como, aproximadamente, mais da metade dos empreendedores j recebeu alguma formao sobre empreendedorismo, tal como afirmam os agentes entrevistados. Esta afirmao acentuada nas duas regies portuguesas em que se estima que a percentagem de empresrios que receberam formao especfica superior.

Neste contexto, as principais motivaes que os empresrios da rea de cooperao tm para montar os seus negcios so, por esta ordem, "ter um meio de ganhar a vida", "aproveitar a experincia e o conhecimento" e "desenvolver uma ideia inovadora". As duas primeiras motivaes vm reforar a presena maioritria dos empreendedores por conta prpria "por necessidade social" e "por sada profissional".

O principal problema e entrave para o desenvolvimento do ecossistema empreendedor no nosso campo de estudo a falta de financiamento, sendo o fator mais apontado pelos agentes entrevistados, seguido da falta de carter empreendedor e das dificuldades administrativas.

Territorialmente, a maioria dos entrevistados cita que a falta de carter empreendedor e a falta de financiamento so os principais entraves encontrados no empreendedorismo. Os associados portugueses citam principalmente que um dos principais impedimentos ao empreendedorismo so os impostos e as taxas, bem como a legislao e a regulamentao.

Assim, as fontes de financiamento mais utilizadas pelos empreendedores so o financiamento bancrio e o financiamento familiar. O pequeno investimento privado recebido pelo nosso ecossistema empreendedor um tema comum em todo o nosso espao, sendo o Algarve o territrio em que esta modalidade adquire um maior peso relativo.

A nvel territorial, deve salientar-se que Cdis a provncia que d mais peso relativo ao financiamento familiar em comparao com o resto do financiamento. Alm disso, os inquiridos do Algarve do mais importncia s ajudas do que os do Alentejo que, tal como o exemplo de Cdis, oferecem a maior percentagem ao apoio familiar.

Os fatores que mais influenciam o nosso territrio para a criao do ecossistema empreendedor atual so as "necessidades econmicas do empreendedor", o denominado "empreendedor por necessidade social" e as "necessidades negligenciadas" no mercado, fator ligado diretamente com a adequao do projeto empreendedor com a potencial procura do produto/servio a comercializar.

Outros fatores influenciadores no nosso ecossistema empreendedor so a "diversificao de produtos e servios", tambm claramente relacionada com a adequao da oferta procura potencial do nosso territrio e o "apoio familiar" que influencia diretamente o impulso do empreendedor.

Os operadores entrevistados na Andaluzia indicam que um dos principais fatores o "apoio familiar", sendo pouco mencionado pelos entrevistados das regies portuguesas.

Tambm de assinalar como a "clientela potencial" um fator muito importante em Crdova e Cdis, comparado com o resto dos territrios.

3.3. Concluses. O perfil do empreendedor versus a necessidade de instrumentos de apoio

O posicionamento do empreendedorismo na nossa rea de cooperao relativamente fraco se avaliarmos individualmente os cinco operadores mais importantes na nossa rea de estudo, ao criar ecossistemas empreendedores de sucesso

Em Portugal e Espanha, o incentivo da cultura empreendedora comeou em primeiro lugar no mbito universitrio, de forma expansiva, no ano 2000, ao contrrio de outros pases que iniciaram esse processo antes. No nosso mbito de atuao, o contexto cultural pode ser o que est mais distante dos ecossistemas bem-sucedidos discutidos no captulo de conceptualizao, sendo um importante ponto fraco no qual devemos trabalhar. No entanto, as regies portuguesas do Alentejo e do Algarve estariam melhor posicionadas do que as regies da Andaluzia nesta seco, de acordo com o Relatrio GEM.

No nosso mbito, o financiamento seria a segunda varivel mais negativa, pois no h cultura de investimento enraizada nos territrios, apresentando deficincias importantes nesse campo em comparao com ecossistemas de sucesso.

O territrio da Rede ESPOBAN possui importantes infraestruturas no nosso territrio que do apoio a um tecido empresarial competitivo. Discutir como uma importante desvantagem as dificuldades de conexo terrestre que existem entre Cdis e as reas a oeste do projeto (Huelva, Algarve e Alentejo) motivadas pela barreira colocada pelo Parque Nacional de Doana, que sem dvida dificulta a interconexo territorial.

No que diz respeito aos Ativos Econmicos Intangveis, de salientar que o nosso mbito territorial no oferece diferenas muito significativas com ecossistemas de sucesso, exceto as diferenas de dimenso. Em todo o territrio da Rede ESPOBAN existem importantes universidades, empresas de todos os setores e um capital humano cada vez mais bem formado que, sem dvida, contribuem para a criao de vantagens competitivas do nosso territrio para a criao de empreendedorismo.

Sem dvida, um dos pontos fortes do nosso mbito territorial a existncia de organismos catalisadores capazes de promover, impulsionar e criar projetos de empreendedorismo de sucesso. Em qualquer caso, seria importante sublinhar a natureza pblica dessas entidades, sendo necessria e conveniente a coexistncia de entidades pblicas e privadas para melhorar esta importante pea de um ecossistema empreendedor de sucesso.

Com o nosso mbito de cooperao caracterizado e com o objetivo de definir as ferramentas de apoio mais adequadas ao empreendedorismo e estabelecer um roteiro, realizada uma classificao do empreendedorismo adequado ao nosso espao de cooperao e s necessidades do projeto, que nos permite estabelecer uma conexo entre o perfil do empreendedor, o perfil do projeto e, o mais importante, os instrumentos de apoio de que ele ir necessitar.

Para o efeito, partimos de dois vetores que consideramos fundamentais em qualquer projeto de empreendedorismo:

Capital Tecnolgico: Entendido como o grau de tecnologia que um projeto precisa para o seu desenvolvimento e implementao. Ao estabelecer o capital tecnolgico, consideraremos dois parmetros: o grau de tecnologia exigido pelo projeto e o grau de conhecimento que o empreendedor necessita para o seu desenvolvimento.

Podemos afirmar, como ficou exposto no captulo anterior, que o capital tecnolgico no mbito da Rede ESPOBAN reduzido, no sendo usual o nascimento de empresas com um alto capital tecnolgico. Esta afirmao justificada com base nos seguintes aspetos:

A grande maioria dos empreendedores tem apenas o ensino primrio e secundrio

Quase nenhum tem experincia anterior na criao de empresas

A metade dos inquiridos afirmou que a maioria dos empreendedores no participou em cursos de formao com foco no empreendedorismo, com a exceo do Algarve onde se indica que a maioria dos empreendedores participaram em cursos de formao.

Note-se que a principal razo para criar a empresa ter uma maneira de ganhar a vida, antes de outras razes, como tirar proveito de uma ideia inovadora ou aproveitar a experincia e o conhecimento.

Outro fator analisado que marca a natureza tecnolgica das empresas a abordagem setorial. No nosso mbito de atuao, a maioria das iniciativas gira em torno do comrcio, turismo, seguido pela tecnologia.

Empresabilidade: Entendida como a possibilidade/necessidade que um projeto tem de criar uma empresa. Para estabelecer o grau de "empresabilidade", estabeleceremos como parmetros principais: o grau de investimento exigido pelo projeto e sua capacidade de criar postos de trabalho.

Dentro deste parmetro e focado no nosso escopo geogrfico de ao e em relao s pesquisas realizadas, as questes mais importantes a serem observadas seriam as seguintes:

A principal forma jurdica escolhida a dos trabalhadores independentes, o que indubitavelmente um sinal do baixo nvel de empresabilidade do nosso mbito, apenas a rea do Alentejo escapa a esta tendncia.

O peso da empresa recai sobre um nico empreendedor, com um grau muito baixo de cooperao e colaborao.

No que respeita capacidade de criar emprego no nosso mbito, a grande maioria dos inquiridos indica que os seus projetos iro criar apenas um emprego, embora se observe um ndice um pouco mais elevado entre os inquiridos em Portugal, cuja capacidade de criar emprego , neste caso, de 2 postos de trabalho.

Por fim, devemos assinalar a pequena dimenso dos projetos desenvolvidos no nosso mbito, com volumes de faturao entre 25000 e 50000 euros.

Posto isto, podemos concluir que o grau de empresabilidade no nosso mbito de atuao bastante baixo

Chegamos a este ponto e, de acordo com estes dois vetores, podemos classificar cada projeto empresarial ou de empreendedorismo dentro de um eixo de coordenadas, de forma que o eixo "x" define o capital tecnolgico e o eixo "y" a "empresabilidade" do mesmo.

O objetivo desta classificao criar itinerrios de servio comuns para cada bloco de empreendedorismo. No uma classificao definidora, de facto, existem projetos que fazem fronteira entre vrios blocos ou projetos de empreendedorismo similares que pertencem a blocos diferentes apenas por causa do seu modelo de negcios. Por exemplo, a hotelaria pode mover-se pelos quatro blocos em funo do seu modelo de negcio, existem bares gerados a partir da necessidade social para a criao de emprego e projetos de investimento empresariais em franquias de restaurao, inclusivamente podem existir projetos de inovao em matria gastronmica que requeiram investimentos ou apostas na I&D+i.

No nosso mbito de atuao destacam-se, acima de tudo, as iniciativas enquadradas na primeira tranche: comrcio, turismo e, em menor medida, empresas tecnolgicas.

Esta matriz de posicionamento de um projeto de empreendedorismo, permite-nos estabelecer 4 grupos de projetos de empreendedorismo nos quais se pode encaixar qualquer iniciativa empresarial, valorizando o seu capital tecnolgico e o seu grau de empresabilidade:

Empreendedorismo de autoemprego. Engloba todas as iniciativas que apresentam um baixo grau de empresabilidade, ou seja, no iro requerer um investimento significativo nem geraro muitos postos de trabalho. Com isso englobamos os perfis de empreendedores que procuram uma maneira de ganhar a vida, tanto pela sua situao laboral de desemprego, como aqueles empreendedores(as) que querem uma mudana profissional para se tornarem os seus prprios chefes.

Dentro deste quadro, subdividimos, deste modo, os empreendedores(as) em duas categorias diferenciadas consoante o seu capital tecnolgico:

Por necessidade social. Projetos com escasso grau de capital tecnolgico e escasso grau de empresabilidade. So projetos cuja principal motivao a gerao de autoemprego motivada fundamentalmente por uma situao pessoal de desemprego, ou a procura de empregabilidade de algum familiar. Na maioria das vezes, a nica alternativa laboral possvel.

Por sada profissional. Encontramo-nos neste quadro com projetos com um escasso grau de empresabilidade e um grau elevado de capital tecnolgico. A gerao de emprego baseia-se na formao profissional da pessoa empreendedora, que deseja pr em prtica os conhecimentos e experincia adquiridos.

Empreendedorismo empresarial. Engloba todos os perfis de emp