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1 Nota de Imprensa: Apresentação de “Futebol com Alma” em Lisboa Lisboa, 5 de junho de 2018 César Mauricio Velásquez, jornalista e professor de comunicação colombiano escreveu o livro “Futebol com Alma” que retrata o lado humano de sete jogadores do futebol como Alfredo di Stéfano, Javier Zanetti e Andrés Escobar. Há algo em comum em todos eles: trabalharam para atingir os seus objectivos com base no esforço e disciplina e souberam aproveitar e valorizar as oportunidades que tiveram. A sua obra inclui um capítulo especial dedicado ao Papa Francisco, apaixonado por futebol e adepto do San Lorenzo. O autor comenta que “esta obra nasceu em 2010, após um diálogo que tive com Alfredo di Stéfano em Madrid no estádio Santiago Bernabéu. Naquele encontro, o primeiro que tive com ele, concordamos que era necessário resgatar o valor mais humano dos jogadores e recuperar histórias que possam ajudar as novas gerações nas suas vidas profissionais e pessoais. Em 2014, quando ele morreu, decidi desenvolver completamente o projeto e publicar o livro, com a colaboração de Emilio Butragueño. Passaremos a uma breve referência de cada um dos entrevistados. Anexa-se o perfil biográfico do autor (Anexo 1) e um álbum de fotografias e vídeos relacionados com esta obra (Anexo 2) . 1. Papa Francisco “São muitos os valores e atitudes fomentados pelo futebol que se revelam importantes não só no campo, mas em todos os aspectos da existência, concretamente na construção da paz. O desporto é escola da paz, ensina-nos a construir a paz”.

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Nota de Imprensa: Apresentação de “Futebol com Alma” em Lisboa

Lisboa, 5 de junho de 2018

César Mauricio Velásquez, jornalista e professor de comunicação colombiano escreveu o livro “Futebol com Alma” que retrata o lado humano de sete jogadores do futebol como Alfredo di Stéfano, Javier Zanetti e Andrés Escobar. Há algo em comum em todos eles: trabalharam para atingir os seus objectivos com base no esforço e disciplina e souberam aproveitar e valorizar as oportunidades que tiveram.

A sua obra inclui um capítulo especial dedicado ao Papa Francisco, apaixonado por futebol e adepto do San Lorenzo. O autor comenta que “esta obra nasceu em 2010, após um diálogo que tive com Alfredo di Stéfano em Madrid no estádio Santiago Bernabéu. Naquele encontro, o primeiro que tive com ele, concordamos que

era necessário resgatar o valor mais humano dos jogadores e recuperar histórias que possam ajudar as novas gerações nas suas vidas profissionais e pessoais. Em 2014, quando ele morreu, decidi desenvolver completamente o projeto e publicar o livro, com a colaboração de Emilio Butragueño.

Passaremos a uma breve referência de cada um dos entrevistados. Anexa-se o perfil biográfico do autor (Anexo 1) e um álbum de fotografias e vídeos relacionados com esta obra (Anexo 2).

1. Papa Francisco“São muitos os valores e atitudes fomentados pelo futebol que se revelam

importantes não só no campo, mas em todos os aspectos da existência,

concretamente na construção da paz. O desporto é escola da paz, ensina-

nos a construir a paz”.

O Papa descansa quando lê, pensa e fala de coisas do desporto. Tem o bom senso do adepto enérgico, leal, pacífico e reflexivo, capaz de valorizar o alento do rival e incentivar a própria equipa na derrota. É o sócio 88235 do Club Atletico San Lorenzo de Almagro (Argentina). Durante o Pontificado de Francisco, o San Lorenzo conseguiu dois grandes triunfos

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seguidos, algo que nunca tinha alcançado em mais de 100 anos de história: ganhar a taça do Torneio Argentino (2013) e a Copa Libertadores de América (2014), triunfos que levantam suspeitas pela “suposta intercessão divina” do Papa. É também um seguidor da selecção argentina. Recorde-se que no Mundial de 2014, a Argentina defrontou a Alemanha na final da competição. O Papa não viu o jogo por causa do porque acorda às quatro e meia da manhã, mas pedia que o mantivessem actualizado. No dia seguinte, quando soube que a sua Argentina tinha  perdido, disse ao seu secretário “vamos começar o dia com um sorriso, apesar de tudo”.

Conta Cesar Maurício que quando estava a acabar o capítulo do livro sobre o Santo Padre, ele convidou-me para uma missa e ocorreu-me pegar numa bola que me foi dada pelos directores do Real Madrid pelo 110º aniversário do clube. Ele viu a bola na minha mão e pensou que eu ia a queria oferecer. No entanto, eu disse-lhe: "O que eu quero é que você a assine, porque eu quero levá-la

para as escolas de futebol nos bairros pobres de Bogotá, onde ela será apreciada por crianças e jovens. " Ele ficou muito contente: assinou e benzeu a bola que está em Bogotá numa escola de futebol numa das zonas mais pobres da cidade”.

Noutra ocasião perguntou-lhe: "Santo Padre, você é o papa mais futebolista da história da igreja?" (risos) "Sim, acho que sim, mas também digo que sou o mais pecador… eu disse os dois: o maior futebolista e o mais pecador...".

O papa vê o desporto como uma fonte de valores, que deve ser "orientado para o bem" e não para dinheiro ou rivalidade. Para o autor de Futebol com Alma, “o papa, além de ser um líder espiritual de milhões de pessoas, sabe como levar esses valores a uma actividade humana como o futebol. Isso ajuda muito a transmitir valores, procurar pontos de encontro, lutar contra a intolerância e procurar caminhos de comunicação com todas as culturas do mundo encontradas no futebol".

Com esta visão das pessoas e do futebol, o papa foi respondendo às suas perguntas que, num período de 10 meses, de Dezembro de 2014 a Novembro de 2015, lhe dirigiu o autor de “Futebol com Alma” por escrito ou pessoalmente em breves encontros na cidade do Vaticano.

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Recordamos 8 frases do Papa sobre futebol no Anexo 3. Mais recentemente, o Vaticano publicou um documento intitulado "Dar o melhor de si". Recordamos 8 frases essenciais no Anexo 4.

2. Alfredo Di StefanoSe um jogador não joga para a equipa é melhor mudar de desporto.

Que se dedique ao boxe ou ao ténis.

Um dos melhores jogadores da história do futebol. Nasceu na Argentina em 1926 e morreu em Madrid em julho de 2014.

Quando foi eleito o Papa Francisco em 2013, o ex-jogador argentino disse: “É bom que o papa Francisco aproveite o futebol para falar dos valores que devem

promover-se entre os jovens. Nada se consegue sem educação e dedicação”.

Num artigo num jornal espanhol1, três dias depois da eleição do Sumo Pontífice argentino, Di Stefano confidenciou que tinha estudado na mesma escola primária que o Papa Francisco no Bairro das Flores em Buenos Aires. E juntos jogaram futebol na rua: “eram verdadeiros jogos improvisados de todos contra todos até que escurecesse”. Também o Papa recordou aqueles anos com carinho: “Eu era um miúdo vivia a cinco minuto da rua Carabobo, onde vivia Di Stefano. Ele nasceu e cresceu a jogar o melhor futebol de rua e na escola. Era famoso pelo seu prestígio, qualidade e sobretudo pelos grandes golos”2.

Não gostava de receber prémios individuais. “Um jogador sozinho não ganha um jogo. O futebol é um jogo de equipa, de companheiros e amigos que trabalham por um mesmo objectivo. Os golos que marcamos são o resultado do trabalho de toda a equipa: se um jogador não joga para a equipa é melhor mudar de desporto. Que se dedique ao boxe ou ao ténis. Em 2000 a FIFA escolheu-o com um dos melhores jogadores do século XX –a par de Eusébio- ao que o futebolista argentino comentou: “Não mereço isto, não mereço tanto. Muito Obrigado”. De igual forma, e de uma forma muito humilde, numa entrevista ao Jornal

1 https://www.eluniverso.com/2013/03/18/1/1372/di-stefano-ignora-tal-vez-jugo-papa.html2 Cfr. “Futbol con Alma”, p. 56.

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Marca3, Alfredo Di Stéfano, qualificou Eusébio como “o melhor jogador de todos os tempos”.

Di Stefano foi o grande mentor de “Futebol com Alma” e deixou um legado importante para todos os futebolistas: um carácter sóbrio e humilde.

3. JAVIER ZANETTI

O futebol é um jogo de equipa. Depois de conquistar a Champions em

2010, agradeci a Mourinho o que fez nestes anos. Fez-nos dar um

grande salto, grande parte do mérito desta vitória é dele (…) Ele fez

um grande trabalho connosco: um grande homem e um grande

treinador”.

Defesa e capitão do Inter de Milão é actualmente um dos dirigentes do Clube. Um dos argentinos mais destacados da história do futebol italiano. De acordo com o argentino “Joga-se como se vive e vive-se como se joga”.

“Para mim, o apoio da minha mulher e dos meus três filhos é fundamental. É-o para qualquer desportista que quer ter bons resultados (…) O amor exige sacrifícios. Também há desafios na vida familiar que temos que superar com paciência e humildade.

Gosto de fazer a cama todos os dias e organizar o meu armário. Gosto de cuidar das coisas que utilizo todos os dias: são coisas pequenas e simples mas que me ajudam a viver mais sereno e feliz.

Quando era miúdo, os meus pais repetiam-me: Se não há estudo, não há futebol. Isto ajudou-me muito a esforçar-me no estudo e a valorizar ainda mais a actividade desportiva.

Desde miúdo fui uma pessoa com muita fé. A religião forma uma parte importante da minha vida e agradeço a Deus tudo o que me deu, lo que 3 http://www.marca.com/2014/01/05/futbol/futbol_internacional/1388915262.html

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tenho e sobretudo a felicidade da minha família e a saúde. Costumo ir à Missa. Aqui no Inter um sacerdote celebra-nos a missa nos sábados à tarde, antes dos jogos ao Domingo.

Todos os triunfos custam. Para ganhar é preciso esforçar-se porque não há jogos fáceis. A temporada mais dura para mim foi 2009/10, quando ganhamos o tudo com Mourinho. Depois de conquistar a Champions, agradeci-lhe o que fez nestes anos. Fez-nos dar um grande salto, grande parte do mérito desta vitória é dele (…) Ele fez um grande trabalho connosco: um grande homem e um grande treinador”4.

4. EMILIO BUTRAGUEÑONunca me expulsaram do terreno de jogo. Discutia pouco com os árbitros.

Um dos grandes ícones do Real Madrid é hoje dirigente do clube galáctico.

“O jogo é uma manifestação do teu carácter. Uma pessoa “não se transforma” no terreno de jogo. O mais provável é que essa pessoa já seja assim na vida real. Por isso, o desporto dá-nos esta capacidade de nos descobrirmos a nós próprios, de nos conhecermos e podermos melhorar”.

Conheci muitos jogadores com talento e potencial futebolístico que não vingaram; nas suas vidas pessoais, muitos foram também muito pouco exemplares. Isto acontece pela mesma razão que não triunfaram no futebol. “Nunca me expulsaram do terreno de jogo. Discutia muito pouco com os árbitros. Não sou uma pessoa conflituosa. Em geral, com os árbitros sempre tive uma boa relação. Acho que a primeira obrigação de jogador é evitar que a sua equipa fica reduzida a dez elementos”.

Comentou a relação dos jogadores com o dinheiro: “Não é verdade que seja preciso desprezar o dinheiro, mas também não é preciso adorá-lo. Se para uma pessoa o dinheiro é o mais importante e te é indiferente o que tenhas que fazer para o conseguir, então aí está o problema. Mas se és fiel aos teus princípios, tens sorte e consegues ganhar um bom salário, onde está o mal? O dinheiro e o

4 http://www.maisfutebol.iol.pt/zanetti-conta-o-que-disse-ao-ouvido-de-mourinho

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valor de um futebolista serve também para transformar outras pessoas e melhorar as suas vidas”. Butragueño defende devemos retribuir à sociedade o que ela nos deu. É exemplo disso, Cristiano Ronaldo. O Mirror5 noticiou recentemente que o jogador do Real Madrid não fez nenhuma tatuagem porque isso o impedia de ser doador de sangue. Recorde-se que o melhor jogador do mundo é um dos rostos da campanha “Be the 1 donor”6. Cristiano doou sangue em 2011 ao filho do médio Carlos Martins, cujo filho se encontrava doente, necessitado de transfusão de sangue e medula óssea.

5. ANDRÉS ESCOBAR“É preciso estar em forma para jogar bem porque os adeptos esperam muito de nós”.

Defesa da Selecção Colombiana assassinado na Colômbia no dia 2 de julho de 1994, depois de marcar um autogolo no jogo contra os Estados Unidos. Vai ser recordado proximamente na cerimónia de abertura do Mundial da Rússia 20187.

Poucas horas antes da morte, o autor de Futebol com Alma falou com Andrés. Estava preocupado com o que lhe ia na cabeça. Nunca pensou que lhe custaria a vida. Tinha sido aos 32 minutos da primeira parte: era o primeiro autogolo da sua vida profissional. Andrés recebeu 6 disparos nas primeiras horas do dia 2 de julho em frente a um bar que

costumava frequentar com amigos.

Foi um bom companheiro nas aspirações dos outros, e isso não é normal nem ontem nem hoje, onde o espírito egoísta e a famosa lei de "salve-se quem pode". 

O significado que ele deu à palavra “equipa” e a ajuda que ele ofereceu a muitos jogadores, especialmente aos mais jovens que vieram para o Atlético Nacional e para a Selecção da Colômbia é impagável.

5 https://www.mirror.co.uk/sport/football/news/heartwarming-reason-real-madrid-star-122576366 https://www.bethe1donor.com/

7 http://www.fifa.com/worldcup/videos/y=2018/m=5/video=andres-escobar-life-doesn-t-end-here.html

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No dia 25 de Maio de 2018, foi capturado o narcotraficante que esteve envolvido no assassínio de Andrés Escobar8.

E no dia 1 de Junho de 2018, Alejandro Peñaranda, futebolista colombiano de 24 anos do Cortuluá, foi assassinado no bairro de Petecuy de Cali quando se encontrava em casa de um amigo, numa festa, juntamente com outros companheiros de equipa9.

Estes casos fazem-nos reflectir sobre a relação entre o futebol, narcotráfico e violência que Cesar Maurício V. irá aprofundar.

ANEXO 1 – PERFIL BIOGRÁFICO DE CÉSAR MAURICIO VELÁSQUEZ

 Nasceu em Medellín, Colômbia no dia 8 de Junho de 1966 (51 anos). Licenciado em comunicação e jornalismo na Universidade de La Sabana. Bogotá, Colômbia (1985-1990). Master em relações internacionais da Universidade Complutense de Madrid, Espanha (1997-1999). Doutorando em Comunicação da Universidade de la Santa Croce em Roma, Itália (2012-2013). Redator político dos principais meios de comunicação da Colômbia em rádio, imprensa e TV (1989-2001). 

8 http://uk.businessinsider.com/us-help-colombia-arrest-former-pablo-escobar-hitman-popeye-2018-59 http://www.marca.com/en/football/international-football/2018/06/01/5b1165dcca474126388b4580.html

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Professor e Director da Faculdade de Comunicação social e jornalismo da Universidade de La Sabana (1999-2007).Presidente do “Círculo de Periodistas de Bogotá”, CPB (2002-2007) e membro da Comissão de Conciliação Nacional de Paz da Igreja (2003-2007). Secretário de imprensa da presidência da República da Colômbia durante o governo de Álvaro Uribe Vélez (2007-2010). Embaixador da Colômbia ante a Santa Sé (2010-2012). Escreveu ensaios e livros sobre comunicação, jornalismo, religião e política, entre os quais:

“Andrés Escobar en defensa de la vida” (1995)“Manual de géneros periodísticos” (2006)“De frente y sin miedo, diálogos con el cardenal Darío Castrillón” (2009)“Juan Pablo II en el corazón de Colombia” (2011)

 

ANEXO 2 – GALERIA DE FOTOS E VÍDEOS

Fotografiashttps://drive.google.com/drive/folders/1X_GlYf0Lu55X2IvuPqljYsxqNEcO5jMg?usp=sharing

Vídeos: (EWTN) https://www.youtube.com/watch?v=tWwcSzfWUlU&feature=youtu.be(Jornal AS) https://colombia.as.com/colombia/2017/03/16/futbol/1489683445_963081.html(RCN) https://www.noticiasrcn.com/entretenimiento-cultura/cesar-mauricio-velasquez-presenta-futbol-alma

Referências na imprensa estrangeira (ver links)

1)      ITALIA:   La Stampa

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2)      ESPANHA:  Jornal AS   Mundo Deportivo   La Vanguardia  Europa Press

 Cadena COPE  Aciprensa3)      USA:   Street Football World   Soccer Experience 4)      UK:  The Guardian Futbolet 5)      AUSTRIA:  Vaaju6) COLOMBIA:  La Republica  Noticias RCN7)  PERU:  RPP8)      MEXICO: Ultima hora 9)      ARGENTINA: Diario de Cultura Radio M.

ANEXO III : 8 FRASES DO PAPA FRANCISCO SOBRE FUTEBOL Fonte: “Futebol com Alma”

O futebol deve ser uma festa de solidariedade entre as pessoas e os povos. Isto pressupõe, porém, que os jogos de futebol sejam encarados pelo que no fundo são: um jogo e uma ocasião de diálogo, compreensão e enriquecimento humano recíproco.

Peço-vos que vivam o desporto como uma dádiva de Deus, como uma oportunidade para fazer frutificar os vossos talentos (…) Ainda que não se dêem conta, vocês são um modelo, no bem e no mal. Tenham consciência disto e dêem exemplo de lealdade, respeito e altruísmo.

O desporto não é só uma forma de entretenimento, é também, e sobretudo, um instrumento para

comunicar valores que promovem o bem da pessoa humana e contribuem para a construção de uma sociedade mais pacífica e fraterna.

Pensemos na lealdade, na perseverança, na amizade, na partilha, na solidariedade. De facto, são muitos os valores e atitudes fomentados pelo futebol que se revelam importantes não só no campo, mas em todos os aspectos da existência, concretamente na construção da paz. O desporto é escola da paz, ensina-nos a construir a paz.

O que faz um jogador quando é convocado para jogar numa equipa? Deve treinar, e muito! Também é assim a nossa vida de

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discípulos do Senhor. Descrevendo os cristãos, São Paulo nos diz: «Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim procedem, para conseguirem uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível!» (1Co 9, 25). Jesus nos oferece algo superior à Copa do Mundo! Jesus oferece-nos a possibilidade de uma vida fecunda, de uma vida feliz e nos oferece também um futuro com Ele que não terá fim, na vida eterna.

Jesus pede-nos que treinemos para estar “em forma”, para enfrentar, sem medo, todas as situações da vida, testemunhando a nossa fé. Como? Através do diálogo com Ele: a oração, que é o colóquio quotidiano com Deus, que nos ouve sempre. Através dos sacramentos, que fazem crescer em nós a sua presença. Através do amor fraterno, do saber escutar, compreender, perdoar, acolher, ajudar os outros, a todos sem excluir nem marginalizar ninguém.

Eu sei que vocês querem ser terreno bom, cristãos de verdade. Sei que vocês não querem viver na ilusão de uma liberdade inconsistente que se deixa arrastar pelas modas e as conveniências do momento.

Em primeiro lugar, o desporto ensina-nos que, para vencer, é preciso treinar. Podemos ver, nesta prática esportiva, uma metáfora da nossa vida. Na vida, é preciso lutar, “treinar”, esforçar-se para obter resultados importantes. O espírito desportivo torna-se, assim, uma imagem dos sacrifícios necessários para crescer nas virtudes que constroem o carácter de uma pessoa. Se, para uma pessoa melhorar, é preciso um “treino” grande e continuado, quanto mais esforço deverá ser investido para alcançar o encontro e a paz entre os indivíduos e entre os povos “melhorados”! É preciso “treinar” tanto…

ANEXO IV: 8 FRASES De “DAR O MELHOR DE SI” DO VATICANO (2018)Fonte: http://press.vatican.va/content/salastampa/it/bollettino/pubblico/2018/06/01/0401/00856.html

O Dicastério para os Leigos, Família e Vida publicou no dia 1 de junho um documento sobre a prática desportiva, "Dar o melhor de si". Recordamos 8 frases essenciais:

O desporto é um lugar de encontro, onde pessoas de todos os níveis e condições sociais se unem para atingir um objectivo comum.

É necessário aprofundar a estreita relação que existe entre o desporto e a vida, para que possam iluminar-se reciprocamente, a fim de que o afã de superação numa disciplina atlética sirva também de inspiração para melhorar sempre como pessoa em todos os aspectos da vida.

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É necessária a participação dos desportistas para que todos os que fazem parte do mundo do desporto sejam um exemplo de virtudes como a generosidade, a humildade, o sacrifício, a persistência e a alegria.

Numa cultura dominada pelo individualismo e o descarte das gerações mais jovens, o desporto é um âmbito privilegiado, em volta do qual as pessoas encontram-se sem distinção de raça, sexo, religião ou ideologia.

O desporto pode abrir o caminho para Cristo nos lugares ou ambientes onde, por diversos motivos, não é possível anunciá-lo de maneira direta. As pessoas, com o seu testemunho de alegria, com a prática desportiva na comunidade, podem ser mensageiras da Boa Nova.

Não podem justificar-se eticamente os desportos que, inevitavelmente, causam sérios danos ao corpo humano. Nos casos em que se tenha tido conhecimento dos efeitos nocivos de um desporto para o corpo, incluindo danos cerebrais, é importante que as pessoas de todos os sectores da sociedade tomem decisões que coloquem a dignidade da pessoa e o seu bem-estar em primeiro lugar.

A prática desportiva permite experimentar a alegria, o encontro com pessoas diferentes e a construção de um “sentido de comunidade”.

O crescimento nas virtudes e na autotranscendência podem ensinar-nos também algo sobre a pessoa humana e o seu destino.