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*3 é x. ¦ f ,; / -c ' \ X '.'-•> *•*-*' r x R 1 > « I **•%,* i **»fei££' 31 I IS w 1 oihIIc/õc* Publica-se ás Quartas-feiras e Sabbados na typographia de J. J. Lopes, onde so recebem assignaturas por 1 anno, e C mezes, pagas adiantado. Os annuncio. propriamenlo dos Srs. assignantes pa- gao iO reis por linha, quaesquer ou- trás publicações serão feitas por ajusto. OeJLte-ctot Aoté %, -Lòpéò 'juitiot. REDACTORÈS±MVtttí$0& i s % % i ¦•recos <la «süiçuutiirn VoT anno10-TDOOO "> semestre ..... 6®000 COM PORTE PELO CORREIO. l,°rannü11-75000 * "emestro6®BO0 FOLHA AVULSA 160 IIKIS. Anuo WM. DcNterro-. Qi-urln-fcira de tf unho ile iMgtl. A.._IBL_UEGI.LATIV.\nOVM(M 62.' SESSÃO OROINAU1A DA ASSEMBLÉA LEGIS- LATIVA PROVINCIAL DE SANTA CATHARINA. Presidência do Sr. Ferreira de Mello. A's 11 horas da manhã do dia 12 de Junho de 1883, presentes os drs. deputados Fer- reirn do Mello, Chaves. Furtado, Souza Pinto, Oliveira, Estacio, Lery, Tavares, Ce- lestiuo, Elyseu, Leitão e Lobo, o Sr. presi- dente declara aberta a sessão. (Comparecem òs Srs. Bayraa. Christovão, Pinheiro, Ramos, Tolentiuo, Cogoy e Ha- ckradt.) Falta o Sr. Lepper, com participação, e sem ella o Sr. Cunha. Lida a acta da sessão antecedente, foi approvada. /.' parle da ordem do dia O Sr. 1.° secretario o expediente, entre o qual a representação da assembléa pediu- do ao governo geral para isetnptar dos im- postos geraes o café e farinha de mandUoç^, exportada para os portos da Confederação A rgen ti ua, Chile 6 outros lugare*. Outro, ^••íecobléageril, pedindo a adoT. pção das uj^UdNul lembradas prra coiiimis- são do the_iwlw,^*ra (pie as rendas pro- venientes dos impostos de industria e pru- fissões uas províncias, passem a pertencer a estas. Outra, ao bispado, pedindo o reconheci-" monto eanonico das ¦ tVegirtrztojr de S. Joa- quim íera Lages) e S. Born Jesus de Naza- reth (da Palhoça). Nesta representação os Srs. Estacio, Ely- seu, Tolentiuo e Bayma «adicionaram a inclusão também das freguezias de Santa Cecília, S. Bento, S. Sebastião da Praia de Fora e de Itapocú. Todas as representações e emendas foram approvadas. Foi approvado o requerimento era que José Joaquim Lopes Júnior pede o paga- mento de 160§000 réis, proveniente de to- dos os trabalhos typographicos para a as- sembléa. (Comparece o Sr. Cuuha.) O Sr. Elyseu fundamenta uma indicação para que a assembléa represente ao gover- 14 FOLHETIM DO DESPERTADOR OS AMORES DE OLIVIER æPOR XAVIEH DE MONTENN no geral solicitando providencias contra a entrada ua província por via terrestre de fazendas e outros artigos estrangeiros de çommercio, proveniente do Rio-Grande do Sul, sem o pagamento da differença dos direitos de tarifa. Os Srs. Bayma e Tolentiuo sobem a tri- buna e combatem d requerimento, fazendo varias considerações a respeito. OSr. Elyseu defende a sua indicação. O Sr. Cunha cotnbate-a. O Sr. Bayma ainda fallon a respeito, mandando um requerimento á mesa, pediu- do para se passar a 2.* parte da ordem do dia. Lida a indicação do Sr. Elyseu, foi ap- provada. O Sr. presidente declarou prejudicado o requerimento. Paru a commissão que devia formulara representação, foram nomeados o.s Srs. Ely- seu, Souza Pinto c Celestino. 2.' parte da ordem do dia l.' Divisão, __9_Kt>'o. ¦. É«?CU> çettt^fiBto f^ ficara adiado hotitêmrffía; approvado. Os Srs. Bayma, Tolentino, Pinheiro e Christovão, se pronunciaram contra essa decisão. Os Srs. Hackradt e Tolentiuo requerem votação, nominal sobre tudas as emendas e sobre.o projecto. Posto a votos o requerimento, foi regei- tado. Foram postas á votação as seguintes emendas: N. 1 O Sr. Elyseu requer votação por partes, e, sendo ^verificada a votação, esta empatou, ficando assim prejudicada. N. 2, approvada. O Sr. Bayraa faz ai- guraas considerações a respeito. N. 4 ~ O Sr. Pinheiro pede votação no- minai, e, feita esta, verificou-se o seguinte: votaram a favor os Srs. Souza Pinto, Cha- ves, Oliveira, Lery, Tavares, Leitão, Esta- cio, Elyseu, Lobo, Furtado e Celestino, e contra os Srs. Cunha, Hackradt, Pinheiro, Christovão, Bayma, Tolentino, Ramos e Cogoy. IX A ULTIMA ENTBEVISTA Sorpreso ao receber uma carta de Carmen pedindo-lhe para a UQÍte seguiute uma en- trevist» que devia realizar-se duas noites de- pois, Jorge Grancey desconfiou logo que uma alguma cousa de extraordinário ee passava ua casa Levaillailt. O caracter da letira, quasi iudecifravel, pnrecia-iudicar que inflo febril e tremula tra- çárn aquellas linhas. O marques interroga discretamente Mo- ralés, ou antes D Guzmau, porquanto uao conhecia o hespanhol senão por esteporapo- eo nome. O cigano acastela-se era diplomática re- serva conveniente ao futuro herdeiro de dous milhões, e affirma não saber cousa alguma, Hccresceniando, entretanto: . Tenho notado que a nossa querida An- uunzita, mais do que uuuca, parece hoje ap- prehen.ivae preoecnpada. Ignoro, porém, us motivos de semelhante estado, e, por cou- «aqueocia, uao os posso dizer a vossa senho- cia... > Jorge encarrega a Moralés de dizer a Car- meu qoe depois da meia-noite a esperará na mansarda. O cigano retira-se iramediatamente do pa- lacioou.de a velha cidade do .lavre hospe- dava us seus governadores. Desde esse momento aló sua volta a Iugou- ville, Moralés uflo perdeu um minuto. Corre todas as casas de drogas e pharma- cias da cidude. Era cada botica comprava substancias di- versas, bervas seccas procedentes da África e das índias; mandava reduzil-aã a pó, pe- aal-as com escrúpulo,-e dividil-as em paço- tes cuidadosamente rotulados. Isto feito, dirige-_e a uma casa de crys- taes, e ahi pede dous frasquiuhos quas; iguaes em tamanho, compra-os e vai-se met- ter ua hospedaria da Ancora de Prata, oude passara alguns dias ao tempo de sua chega- da ao Havro. Alii iuslt>ila se nu seu antigo quarto, pede que lho tragara uma chaleira de cobre nova e umfigareiro com brazas. Fecha a poria, cerra^ um pouco a jauella, para evitar alguma a.phyxia, e entrega-se ao seu processo de preparações, cujos resuí- tados u&o levaremos muito tempo para co- ubecer. Emquanto isto ahi se passava, Cnrmeu fingia oceupar-se cora toda a actividade de seus preparativos de viagem, assistindo á arrumação degraudas malas, que as criadas enchiam de roupa á suà vista. Pouco autes da hora do jautar, Olivier veiu ter cora sua mulher. Cai meu acolheu-o como costume, n&o pareceudo guardar- íIih rancor pelo que se passara de manha entre os dous. I - ¦ N. 11 approvada. N. 12 regeitada. N. 10 Votaram contra os Srs. Cunha, Hackradt, Pinheiro, Christovão, Bayma, Tolentino, Ramos o Cogoy, e a favor os Srs Souza Pinto, Chaves, "Oliveira, Lery, Tavares, Leitão, Estacio, Elyseu, Lobo, Furtado e Celestino. N. 8—regeitada; tendo votado contra os Srs. Souza Pinto, Chaves, Oliveira, Le- ry, Tavares. Estacio. Elyseu, Lobo, Furta- do e Celestino; e a favor os Srs. Cunha, Hackradt, Christovão, Bayma, Leitão, To- lentiuo, Ramos, Cogoy e Pinheiro. N. 13 O Sr. Lery pode a retirada desta sua emenda, e lhe foi concedida. N. 9 prejudicada. Ns. 5, 6 e 7 —- approvadas. N. 3 -(menos os 30 "/. sobre o commer- cio) approvada. N. 14 Que diz: accrescénte-se ás dis- posições geraes os arts. 23 e 24 do orça- mento do atino próximo findo, com os seus §§ —appfüvnda. N, 15 Que diz: exceptue-se do irapos- ,#j£çaf$*|&-fa£Ínha de mandioca para a Con- Mèfnç£^),Arffettfi&||iXliile e outros luga- re«j— approvada^ Postrr a votos O èrgAmento com as emen- das, foi approvim^P^^í^^táa^ehvjtldo à commissão de redacçà^!*—7ví,:7f;- f Jí7> Votaram a favor os St-s/Soiiiá Pjtttoi Chaves, Oliveira, Lery, Tavares,* 'Là-t§Qi Estacio, Elyseu, Lob'\, Furtado e Celestino;'" o ccntr.í oi; Srs. Cunha, Hackradt, Tolenti- no, Piuheiro, Christovão, Bayma, Ramos e Cogoy. 2.' divisão Foi approvado era l.* discussão o proje- cto n. 85. O Sr. presidente levantou a sessão ás\3 horas da tarde, designando para ordem do dia da sessão seguinte: I.'¦' parte leitura do expediente; 2.' parte —2.' discussão do projecto n. 85. Presidente, Antônio Luiz Ferreira de Mello —1.° secretario, Thomaz Argemiro Ferreira Chaves. 2." secretario, Francisco Viclori- no dos Santos Furtado. Moralés appareceu mais tarde. Mandou perguntar á irmã se podia recebei-o. A resposta afl.rim.liva nl\o se demorou. ²Que novidades ha? pergunta-lhe avi- dameule, dirigindo-se para o irmão. ²Vi (i marquez. ²A resposta "?,.. ²Esperará. ²Bem. Pareceu-te sorpreso... tratando- se de uma eutrevista inesperada ?.. ²Uai tanto... e inquieto .. ²Interrogou-te ?.. ²Interrogou... sim. Ma9 julguei pruden- te"não lhe diz«r pitada... Melhor sara que por ti própria saiba dos perigos e das exi- gencias da situação. ²Fizeste bem. Nflo serves a uma ingra- ta. Viva ou morta, hei de provar-te o meu reconhecimento. Mas isto n&o é todo... O veneno eatá prorapto ? ²Está. ²Tu o trazeSrtVestá cointigo i -Eslá. tíiJ^, ²Vais dá$!ijfíij'teè^é assim ? ²Carmen,^(nràliáifajn, e;t te snpplico, reflecte ainda. ²reflecti ! ^ duas sabidas, bem o ge on a sepultura minha do sição tem uga com Jor- i(lri)IM«ÍSie (.'liüiina Moralés tira do b Carraeu agarra freuef Cora indizivel curiosidadej; Esse vidro continha urrt\ liuda côr de topazio e, tão 8* nho Xerez, que podia confuuflÍ|- ²Com que, eutão, diz ellilf morte V ²A bala de uma pistola ou aj|j|mititi de te liquiifc.dkí -uma t|£io'vi- Pèjta' HI". . Kjmk a -*. e-ioo. 0 DESPERTADOR DESTERKQ, 20 DE JUNHO. OIVKKSAS OCCUUIU-NCIAS. Fugti «Io |ireso.— No domingo de. manhã, na oceasião em que alguns sonten. ciados da cadèa faziam a fachina de carre- gar água para a prisão, o que fazem todas as manhãs, um delles, o crioulo Nicoláo, conseguiu evadir-se. Tomadas as providencias possíveis, pelas 11 horas da manha foi capturado o fugi- tivo, uos mattos do morro do Antão. Consta-uos que as quatro praças do poli- cia que acompanhavam os quatro senten- ciados que compunham ti fachina, se acham recolhidas á prisão, e vão sòffrer as penas impostas polo respectivo regulamento. Em qtiMiitoa nós é isso uma manifesta e clnmorosa injustiça. Os responsáveis não deviam ser os solda- dos políciaes, sem Ínstrucção, pela maior parte ignorantes do raais insignificante de- ver<iüilitar, e sobre tudo cansados do ser. ti^t^iSáia^ao poder. :>!J|^'^%l^^||^sse^correnta^ toda a parte,"ví^iw^éoàiÉÒiíilis ordena»» o Sr. Dr. chefe ae^lÍL'{ft;Vp||^jpití o uniforme da prisão, como w»^ nado; se o carcereiro cumprisse dever, entregando cada preso ou cadáípa- relha a seu respectivo guarda, a fug*a seria mais difíicil, e, dada ella, sabia-se a quem punir; porém, andando como andam os sen- tenciados a meia corrente e com esta por dentro da calça, vestidos como lhes apraz, entregues em globo a 4 soldados, que se- guem mais de 10 braças atraz delles, é in- justiça querer punir estes pobres coitados. Eram quatro presos e quatro praças; cada em '< ?- ;<\ •; ' fc ^,; um punhal uão é raais infallivel do que este veneno. ²E' fulminante? ²Nflo; precisH de duas horas, para con- cluir sua obra. ²O que se sente depois de o tomar. ²Durante a primeira hora, nada; depois vera um somno calmo. ²E depois ? ²Depois... não se acorda mais, eis tudo. ²Quantas gottas bastam para produzir golpe certeiro ? ²A dose que ahi está, metade do fras- quinho, uflo é muito forte. —• Estás certo de que será sufficieute ? ²Certíssimo. ²Mesmo para um homem? ²Mesmo para ura hoioeio, respoudeu Moralés, fixando na irraã ura olhar de a.sora- bro, e acerescentaudo: ²Por que me fazes esta pergunta ? —e, sem esperar a resposta de Carmen: ²Ab !... ah !... soltando uma gargalha- da sinistra:—tolo, que eu son. Desde manha que tu cassôas coramigo, agora compre- hendo. ²Que corapreheudes tu ? ²Que ntioca pensaste em morrer, e qua o veueuo não é para ti. ²E por que uão ? ²Caramba [... pois para quem raais sa- ria ? (.';-. sendo para teu marido ? !... ²E quando o fosse ?... tu mo approva- rias ? pergunta-lhe Carmen, com admirável sangue frio. ²Approvar-ie-hia o passo com todas as forças (Palma, e ua verdade digo-ta quu não tens outra sabida. ²Muilo bem, assim é. i

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Publica-se ás Quartas-feiras e Sabbadosna typographia de J. J. Lopes, onde sorecebem assignaturas por 1 anno, e Cmezes, pagas adiantado. Os annuncio.propriamenlo dos Srs. assignantes pa-gao iO reis por linha, quaesquer ou-trás publicações serão feitas por ajusto.

OeJLte-ctot — Aoté %, -Lòpéò 'juitiot.

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l,°rannü 11-75000* "emestro 6®BO0

FOLHA AVULSA 160 IIKIS.

Anuo WM. DcNterro-. Qi-urln-fcira *© de tf unho ile iMgtl.

A.._IBL_UEGI.LATIV.\nOVM(M

62.' SESSÃO OROINAU1A DA ASSEMBLÉA LEGIS-LATIVA PROVINCIAL DE SANTA CATHARINA.

Presidência do Sr. Ferreira de Mello.

A's 11 horas da manhã do dia 12 de Junhode 1883, presentes os drs. deputados Fer-reirn do Mello, Chaves. Furtado, SouzaPinto, Oliveira, Estacio, Lery, Tavares, Ce-lestiuo, Elyseu, Leitão e Lobo, o Sr. presi-dente declara aberta a sessão.

(Comparecem òs Srs. Bayraa. Christovão,Pinheiro, Ramos, Tolentiuo, Cogoy e Ha-ckradt.)

Falta o Sr. Lepper, com participação, esem ella o Sr. Cunha.

Lida a acta da sessão antecedente, foiapprovada.

/.' parle da ordem do diaO Sr. 1.° secretario lè o expediente, entre

o qual a representação da assembléa pediu-do ao governo geral para isetnptar dos im-postos geraes o café e farinha de mandUoç^,exportada para os portos da ConfederaçãoA rgen ti ua, Chile 6 outros lugare*.

Outro, ^••íecobléageril, pedindo a adoT.pção das uj^UdNul lembradas prra coiiimis-são do the_iwlw,^*ra (pie as rendas pro-venientes dos impostos de industria e pru-fissões uas províncias, passem a pertencer aestas.

Outra, ao bispado, pedindo o reconheci-"monto eanonico das ¦ tVegirtrztojr de S. Joa-quim íera Lages) e S. Born Jesus de Naza-reth (da Palhoça).

Nesta representação os Srs. Estacio, Ely-seu, Tolentiuo e Bayma «adicionaram ainclusão também das freguezias de SantaCecília, S. Bento, S. Sebastião da Praia deFora e de Itapocú.

Todas as representações e emendas foramapprovadas.

Foi approvado o requerimento era queJosé Joaquim Lopes Júnior pede o paga-mento de 160§000 réis, proveniente de to-dos os trabalhos typographicos para a as-sembléa.

(Comparece o Sr. Cuuha.)O Sr. Elyseu fundamenta uma indicação

para que a assembléa represente ao gover-

14 FOLHETIM DO DESPERTADOR

OS AMORES DE OLIVIERPOR

XAVIEH DE MONTENN

no geral solicitando providencias contra aentrada ua província por via terrestre defazendas e outros artigos estrangeiros deçommercio, proveniente do Rio-Grande doSul, sem o pagamento da differença dosdireitos de tarifa.

Os Srs. Bayma e Tolentiuo sobem a tri-buna e combatem d requerimento, fazendovarias considerações a respeito.

OSr. Elyseu defende a sua indicação.O Sr. Cunha cotnbate-a.O Sr. Bayma ainda fallon a respeito,

mandando um requerimento á mesa, pediu-do para se passar a 2.* parte da ordem dodia.

Lida a indicação do Sr. Elyseu, foi ap-provada.

O Sr. presidente declarou prejudicado orequerimento.

Paru a commissão que devia formulararepresentação, foram nomeados o.s Srs. Ely-seu, Souza Pinto c Celestino.

2.' parte da ordem do dial.' Divisão,

__9_Kt>'o. ¦.É«?CU>

çettt^fiBto f^ ficara adiado hotitêmrffía;approvado.

Os Srs. Bayma, Tolentino, Pinheiro eChristovão, se pronunciaram contra essadecisão.

Os Srs. Hackradt e Tolentiuo requeremvotação, nominal sobre tudas as emendas esobre.o projecto.

Posto a votos o requerimento, foi regei-tado.

Foram postas á votação as seguintesemendas:

N. 1 — O Sr. Elyseu requer votação porpartes, e, sendo ^verificada a votação, estaempatou, ficando assim prejudicada.

N. 2, approvada. — O Sr. Bayraa faz ai-guraas considerações a respeito.

N. 4 ~ O Sr. Pinheiro pede votação no-minai, e, feita esta, verificou-se o seguinte:votaram a favor os Srs. Souza Pinto, Cha-ves, Oliveira, Lery, Tavares, Leitão, Esta-cio, Elyseu, Lobo, Furtado e Celestino, econtra os Srs. Cunha, Hackradt, Pinheiro,Christovão, Bayma, Tolentino, Ramos eCogoy.

IX

A ULTIMA ENTBEVISTA

Sorpreso ao receber uma carta de Carmenpedindo-lhe para a UQÍte seguiute uma en-trevist» que devia realizar-se duas noites de-pois, Jorge Grancey desconfiou logo que umaalguma cousa de extraordinário ee passavaua casa Levaillailt.

O caracter da letira, quasi iudecifravel,pnrecia-iudicar que inflo febril e tremula tra-çárn aquellas linhas.

O marques interroga discretamente Mo-ralés, ou antes D Guzmau, porquanto uaoconhecia o hespanhol senão por esteporapo-eo nome.

O cigano acastela-se era diplomática re-serva conveniente ao futuro herdeiro de dousmilhões, e affirma não saber cousa alguma,Hccresceniando, entretanto: .

— Tenho notado que a nossa querida An-uunzita, mais do que uuuca, parece hoje ap-prehen.ivae preoecnpada. Ignoro, porém,us motivos de semelhante estado, e, por cou-«aqueocia, uao os posso dizer a vossa senho-cia...

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Jorge encarrega a Moralés de dizer a Car-meu qoe depois da meia-noite a esperará namansarda.

O cigano retira-se iramediatamente do pa-lacioou.de a velha cidade do .lavre hospe-dava us seus governadores.

Desde esse momento aló sua volta a Iugou-ville, Moralés uflo perdeu um minuto.

Corre todas as casas de drogas e pharma-cias da cidude.

Era cada botica comprava substancias di-versas, bervas seccas procedentes da Áfricae das índias; mandava reduzil-aã a pó, pe-aal-as com escrúpulo,-e dividil-as em paço-tes cuidadosamente rotulados.

Isto feito, dirige-_e a uma casa de crys-taes, e ahi pede dous frasquiuhos quas;iguaes em tamanho, compra-os e vai-se met-ter ua hospedaria da Ancora de Prata, oudepassara alguns dias ao tempo de sua chega-da ao Havro.

Alii iuslt>ila se nu seu antigo quarto, pedeque lho tragara uma chaleira de cobre novae umfigareiro com brazas.

Fecha a poria, cerra^ um pouco a jauella,para evitar alguma a.phyxia, e entrega-seao seu processo de preparações, cujos resuí-tados u&o levaremos muito tempo para co-ubecer.

Emquanto isto ahi se passava, Cnrmeufingia oceupar-se cora toda a actividade deseus preparativos de viagem, assistindo áarrumação degraudas malas, que as criadasenchiam de roupa á suà vista.

Pouco autes da hora do jautar, Olivierveiu ter cora sua mulher. Cai meu acolheu-ocomo d« costume, n&o pareceudo guardar-íIih rancor pelo que se passara de manhaentre os dous.

I - ¦

N. 11 — approvada.N. 12 — regeitada.N. 10 — Votaram contra os Srs. Cunha,

Hackradt, Pinheiro, Christovão, Bayma,Tolentino, Ramos o Cogoy, e a favor osSrs Souza Pinto, Chaves,

"Oliveira, Lery,

Tavares, Leitão, Estacio, Elyseu, Lobo,Furtado e Celestino.

N. 8—regeitada; tendo votado contraos Srs. Souza Pinto, Chaves, Oliveira, Le-ry, Tavares. Estacio. Elyseu, Lobo, Furta-do e Celestino; e a favor os Srs. Cunha,Hackradt, Christovão, Bayma, Leitão, To-lentiuo, Ramos, Cogoy e Pinheiro.

N. 13 — O Sr. Lery pode a retirada destasua emenda, e lhe foi concedida.

N. 9 — prejudicada.Ns. 5, 6 e 7 —- approvadas.N. 3 -(menos os 30 "/. sobre o commer-

cio) approvada.N. 14 — Que diz: accrescénte-se ás dis-

posições geraes os arts. 23 e 24 do orça-mento do atino próximo findo, com os seus§§ —appfüvnda.

N, 15 — Que diz: exceptue-se do irapos-,#j£çaf$*|&-fa£Ínha de mandioca para a Con-Mèfnç£^),Arffettfi&||iXliile e outros luga-re«j— approvada^

Postrr a votos O èrgAmento com as emen-das, foi approvim^P^^í^^táa^ehvjtldo àcommissão de redacçà^!*—7ví,:7f;- f Jí7>

Votaram a favor os St-s/Soiiiá PjtttoiChaves, Oliveira, Lery, Tavares,* 'Là-t§QiEstacio, Elyseu, Lob'\, Furtado e Celestino;'"o ccntr.í oi; Srs. Cunha, Hackradt, Tolenti-no, Piuheiro, Christovão, Bayma, Ramos eCogoy.

2.' divisãoFoi approvado era l.* discussão o proje-

cto n. 85.O Sr. presidente levantou a sessão ás\3

horas da tarde, designando para ordem dodia da sessão seguinte: I.'¦' parte — leiturado expediente; 2.' parte —2.' discussão doprojecto n. 85.

Presidente, Antônio Luiz Ferreira de Mello—1.° secretario, Thomaz Argemiro FerreiraChaves. — 2." secretario, Francisco Viclori-no dos Santos Furtado.

Moralés appareceu mais tarde. Mandouperguntar á irmã se podia recebei-o.

A resposta afl.rim.liva nl\o se demorou.Que novidades ha? pergunta-lhe avi-

dameule, dirigindo-se para o irmão.Vi (i marquez.A resposta "?,..

Esperará.Bem. Pareceu-te sorpreso... tratando-

se de uma eutrevista inesperada ?..Uai tanto... e inquieto ..Interrogou-te ?..Interrogou... sim. Ma9 julguei pruden-

te"não lhe diz«r pitada... Melhor sara quepor ti própria saiba dos perigos e das exi-gencias da situação.

Fizeste bem. Nflo serves a uma ingra-ta. Viva ou morta, hei de provar-te o meureconhecimento. Mas isto n&o é todo... Oveneno eatá prorapto ?

Está.Tu o trazeSrtVestá cointigo i

-Eslá. tíiJ^,Vais dá$!ijfíij'teè^é assim ?Carmen,^(nràliáifajn, e;t te snpplico,

reflecte ainda.Já reflecti ! ^

duas sabidas, bem oge on a sepultura

minha dosição PÓ temuga com Jor-

i(lri)IM«ÍSieaí (.'liüiina

Moralés tira do bCarraeu agarra freuefCora indizivel curiosidadej;

Esse vidro continha urrt\liuda côr de topazio e, tão 8*nho Xerez, que podia confuuflÍ|-

Com que, eutão, diz ellilfmorte V

A bala de uma pistola ou aj|j|mititi de

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liquiifc.dkí -umat|£io'vi-Pèjta' HI".

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0 DESPERTADOR

DESTERKQ, 20 DE JUNHO.

OIVKKSAS OCCUUIU-NCIAS.

Fugti «Io |ireso.— No domingo de.manhã, na oceasião em que alguns sonten.ciados da cadèa faziam a fachina de carre-gar água para a prisão, o que fazem todasas manhãs, um delles, o crioulo Nicoláo,conseguiu evadir-se.

Tomadas as providencias possíveis, pelas11 horas da manha foi capturado o fugi-tivo, já uos mattos do morro do Antão.

Consta-uos que as quatro praças do poli-cia que acompanhavam os quatro senten-ciados que compunham ti fachina, se achamrecolhidas á prisão, e vão sòffrer as penasimpostas polo respectivo regulamento.

Em qtiMiitoa nós é isso uma manifesta eclnmorosa injustiça.

Os responsáveis não deviam ser os solda-dos políciaes, sem Ínstrucção, pela maiorparte ignorantes do raais insignificante de-ver<iüilitar, e sobre tudo cansados do ser.ti^t^iSáia^ao poder.:>!J|^'^%l^^||^sse^correnta^

toda a parte,"ví^iw^éoàiÉÒiíilis ordena»»o Sr. Dr. chefe ae^lÍL'{ft;Vp||^jpitío uniforme da prisão, como w»^nado; se o carcereiro cumprisse còdever, entregando cada preso ou cadáípa-relha a seu respectivo guarda, a fug*a seriamais difíicil, e, dada ella, sabia-se a quempunir; porém, andando como andam os sen-tenciados a meia corrente e com esta pordentro da calça, vestidos como lhes apraz,entregues em globo a 4 soldados, que se-guem mais de 10 braças atraz delles, é in-

justiça querer punir estes pobres coitados.Eram quatro presos e quatro praças; cada

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um punhal uão é raais infallivel do que esteveneno.

E' fulminante?Nflo; precisH de duas horas, para con-

cluir sua obra.O que se sente depois de o tomar.Durante a primeira hora, nada; depois

vera um somno calmo.E depois ?Depois... não se acorda mais, eis tudo.Quantas gottas bastam para produzir

golpe certeiro ?A dose que ahi está, metade do fras-

quinho, — uflo é muito forte.—• Estás certo de que será sufficieute ?

Certíssimo.Mesmo para um homem?Mesmo para ura hoioeio, respoudeu

Moralés, fixando na irraã ura olhar de a.sora-bro, e acerescentaudo:

Por que me fazes esta pergunta ? —e,sem esperar a resposta de Carmen:

Ab !... ah !... soltando uma gargalha-da sinistra:—tolo, que eu son. Desde manhaque tu cassôas coramigo, agora compre-hendo.

Que corapreheudes tu ?Que ntioca pensaste em morrer, e qua

o veueuo não é para ti.E por que uão ?Caramba [... pois para quem raais sa-

ria ? (.';-. sendo para teu marido ? !...E quando o fosse ?... tu mo approva-

rias ? pergunta-lhe Carmen, com admirávelsangue frio.

Approvar-ie-hia o passo com todas asforças (Palma, e ua verdade digo-ta quu nãotens outra sabida.

Muilo bem, assim é.

i

Page 2: 0 DESPERTADOR - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1883_02106.pdf · /.' parle da ordem do dia O Sr. 1.° secretario lè o expediente, entre o qual a representação

Ú *: ¦ - '

'

O DESPERTADOR.

\ ' FPreso tiuha seu guarda; foge um daquelles,

como é .[110 sc querem castigar todos estes?

Castigue-se só o guarda que era responsa-

vel pelo fugitivo. Mas, «piem era elle % Ahi

é que está a dificuldade,(J deleixo e o pouco caso com que se faz

o serviço, dão este resultado- pagar o in-

nbcente asculpasque nao commetteu, e os

verdadeiros culpados, quo são os «pie ou

relaxam ou não sabem determinar o ser-

viço, ficam-se rindo !

Movimento do Lyceu de %rte#e llfliclos no meai de Maio, - Começarara a funecionar as aulas no dia 4 de

Maio, com 236 alumnos matriculados; tua-

tricularam-sc durante o referido mez 78;

foram eliminados da matrioula, por falta

de freqüência nas aulas 44; passaram para

o corrente mez 270.Todas us aulas funccionaram regular-

mente.Visitaram o estabelecimento durante o

mez de Maio e assistiram a diversas aulas,

os seguintes cavalheiros:Illnis. Srs.: J ¦ J. da Moita, Dr. Faria,depu-

tado, provinciaes Elyseu e Dr. Chaves, Ma-

noelJ do Oliveira, G.-.T. da Rocha,%F>.

Vieira, Alfredo de Albuquerque, Dr. João

Telles de Menezes, tenente-coronel Gama

d'Eça, S. Léslie, José Theodoro da Costa,

Olhou Schlappale Eduardo Sal les.

Os alumnos eliminados da matricula, são

os seguintes;Aula de portuguez

José Victorino dos Santos, Francisco Rau-

Uno de Jesus, Francisco Feliciano Marques,

Rómao Narciso do Livramento, Daniel Es-

tevão Brocardo, Arthur II. Mafra, Pedro

11. Mafra, Guilherme da Silva de Deus, João

Baplisla de Carvalho, João liamires Boda,

Francisco Ramires Beda, Trino Bonfante

Demaria e Gentil Homem de Carvalho.

Aula de arilhmctica

Manoel J. Telles, Joaquim Becker, José

% yictorio dos Santos, Pedro. José, Marques,^Imiliauo Fraucisco da Costa. IzàiaaFran-

Cisco da Co*ta, Bento, José Antônio, Au-

susto Floriano da Silva, Pedro Nunes Lu-

cas João SI d'01iveira, Rodolpho Ludgoro

àa Paixão, João Ramires Beda, João Ba-

ptista de Souza, Tiburcio Valeriano de Sou-

zae Quintino Francisco da Silva Oliveira,

/tuludcfleograp/iia

Eduardo Marcoliuo da Conceição. Mano-

ei Joaquim Telles, Augusto Floriano da

Silva e Raymundo Penaforte Bnizil.

Aula de francez

Joaquim B«ecker, José Carlos de Abreu,

Frontino Coelho Pires, Theodoro Ernesto

da Silva e Luiz Caldeira de Andrada.

Aula de musica instrumentalManoel Roberto Villa da Silva, Alfredo

dos Santos Carvalho e Guilherme da Silva

de Deus.Aula de machinas

Arthur Henrique Mafrae Pedro II. Miura.

Aula dc desenho

Manoel Ignacio de Deus, José Antônio

de Souza Júnior, Pedro José Marques, Da-

niel Estevão Brocardo, Francisco Coelho

Pires, D. Ismael Oscar da Silveira e Trino

Bonfante Demaria.A matricula continua sempre aberta para

todos que quizerem aproveitar-se dos bene-

ficio.s colhidos na instrucção.E" notável I Nos 270 alumnos do Lyceu.

muito poucos artistas e operários secou-

tam ! Parece que preferem viver na igno-

ráncia o na rotina, ao ter o pequeno iucom-

modo do aprender alguma cousa; têm ver-

gonha de aprender e não a tem de serem,

em grande parte, aiialphnbetos !

¦•assailieiltos.- Falleceu no dia 1G

do corrente, em conseqüência de uma pa-ralvsia, a Sra. D. Maria Gonçalves Duarte,

mãi do Sr. João Maria Duarte, professor

particular nesta cidade.Também succumbiõ e sepultou-se hon-

tem, victima de antigos sofVrimentos, a

virtuosa e respeitável Sra. D. Francisca

Rosa de Jesus, mãi do nosso presado amigo

o Sr. major Carhillo José de Souza.

Aos extremosos filhos e parentes das fi-

nadas dirigimos sinceros pezames.

Tlicatro.— No domingo representou

a companhia Julieta dos Santos o drama

original brazileiro do distincto escHptor

rio-grandense o Sr. Artliiri Rocharintitü-

lado /t Filha da Escnava. '

Escripto com q primor com que o Sr. Ro-

cha sabe manejar'a penna.é A Filhada

Escrava naosó uma nova eslrella para au-

grhentar o brilho da grinalda que já orna a

fronte de seu autor, mas também uijn drama

de propaganda, vazado nos moldes do mais

puro realismo, e de palpitante actualidade.

Pur toda a parte se levanta o grito aboli-

cionista, todos os verdadeiros brazileiros

desejam vôr a sua* pátria estirpada do mal-

ditocancro da escravidão; um drama, pois,

que nos apresenta a hedioudez das muitas

scenas domesticas, dos escaudalos de fami-

lia, derivados da escravidão, não pôde dei-

xnr de ser bem acolhido pelo publico.Foi o que aconteceu no domingo.

Todas as scenas correm naturaes, tendo,

porém, algumas de magnífico effeito, sobre-

subindo as em que Ersilina (menina Julieta)

defende a mulata Elvira (D. Jesuina Leal)

da brutalidade de Lourenco (Irineu) e das

aceusaçoes do Athayde tL. Ferreira;.O Sr. Rocha fez de Carlos uai propagan-

dista potente das theorias abolicionistas.

Essa figura, em seus monólogos, arrasta,

seduz o espectador, forçando-o a prestar-lhe toda a attenção, de fôrma a não perderuma só palavra, e obrigando-o no final a

romper em estrondosos applausos.O Sr. Moreira de Vasconcellos, no des-

empenho desse sympathico papel, huuve-se

hizarramente.Em suraraa, o drama está escripto com

uma bellissitmi e correcta linguagem e o

espectador vé cahir o panno, no final do

terceiro e ultimo acto. contrariado, mas, ao

mesmo tempo satisfeito pelo quadro tocante

c completo que acaba de ver.O papel de Ersilina foi escripto pelo autor

para a actrizinha Julieta. Conhecedor dos

recursos de que ella podia dispor, admira-

dor constante desse gênio privilegiado en-

cerrado em craneo tão pequenino, deu á

parte Ioda a extensão de que ora capaz,

proporcionando á pequena actriz oceasiao

de espandir-se, apresentahdo-nos no palcouma nova creação, de lypo c indole diffe-

rente das que lhe conhecíamos. vO trabalho de Julieta, neste drama, é

perfeito, nada deixa a desejar, e o publicotanto assim o reconheceu que não cessou

de npplaudil-a.A representação toda correu bem, esme-

rando-se os actòres, como poucas vezes le-

mos visto, no bom desempenho do seus

papeis.No final de cada acto os applausos eram

estrondosos. .

Terminado o drama, fo? t$da a corapa-

luiia chamada à scenae victoriada co.n.en-

thusiasmo.Seguio-se a representação da engraçada,

mas muito conhecida comedia A ordem è

resonar.

Cremos poder dizer, sem errar, que foi a

primeira vez que a vimos bem desempe-

nhada em nosso theatro.

O Sr. Rocha, na parte de soldado, conse-

guio manter todos os espectadores em con-

stántè hilaridade, desde a primeira até a

ultima scena, sem ridicularisar o papel,nem fazer a mais.pequena palhaçada.

Terminada a coraediátfoinovamente cha-

mada toda acompauhia, não. dispensando

o publico nem o ponto, e cobertosUodosdo

prolongados applausos. ^

O publico desterrense despedia-se^ assim

da sua predilecta actrizinha Julieta dos

Santos e de toda a companhia, o que nós

também fazemos pela segunda vez, dando-

lhe um saudoso adeus.

IVovas estainoilhas.—O ministériodu fazenda expediu a seguinte circular:

« Lafayelie Rodrigues Pereira, presidentedo tribunal do lliesouro nacional, declaraaos Srs. inspectores das thesourarias de fa-zenda paru a devida execução que vai seremiitido novo typo de estatnpilhas do valorde 50$, tendo os seguintes signaos: cincoeu-ta milliraetrosde córapriràeulo com vinte osete raillimetrosde largura.

« Na parte superior da estampílha estãoas palavras—Império do Bnizil-em letrasromanas brancas, em duas curvas, logoabaixo e em uma álmòfada o valor 50$ eraalgarismos arHbes brancos e entre dous file-

tes verlicaes. No centro está a eflligie de

Sua Magestade o Imperador em perfil o deu-tro de u,n circulo de pérolas, sendo o fundotraçado por linhas rectas parallelas equidis- ,tautes. Na parte iuferior e em uma almofa-

tia eslá apaiavra—réis—em letras romanas

brancas entre dous filetes verticaes, e logo

abaixo a palavra—sello-em letras romã-

nas brancas enlre duas eslrellas em uma

curva. O fundo das almofadas é composto da

repetição de hlgarismos—50—em letras mi-

croscopicas O fundo não oecupado pelo va-

lor o pela palavra—réis-é feito de linhas

ondeantes cruzadas a traço branco, sobro

a qual, taulo na parle superior como na in-

ferior, estão os valores-50-. O todo é ro-

deado de duas linhas parollehs, sendo que-brados os quatro cantos, as partes lateraes, a

superior e a inferior, havendo nas parle re-

entrautes um filete ondeante. A cor d'estas

estampilhas é roxa ede exeellente quali-dade.»

Europa.- Da Gazeta de Nolicias de 10

do correute extraiamos as seguintes uoticias,

recebidas Uo dia 9:« «O períodr. u«.9eis„meze8,, coucedido pelaconfereucia de Loudrv, pa"» ?a estados doDanúbio adherirem ás resoluções peli»,mesmaconferência tomadas, vai desapparecer ve-

lozmente, sem qae a Roumania tenha aindadeclarado coufonnar-se com ellas. A Ingla-lerra, que lomou a seu cargo fazer as paru-cipacões do estylo, e convencer o governaronuiaico a adlierir ao tratado, ainda utída

pôde abter. A Roumania continua a não

querer recouhecer os aclos da conferência ea julgar-se desobrigada de todas as eslipu-laçõe" qoe se tomaram sem sua iutervençao.

Disse-se que a conferência encarregaria aInglaterra, expirados que sejam os seis me-zes, de fazer executar as disposições do tra-tado. Ora, semelhante missão impOe á nação

que a recebe a necessidade de empregar atéa forca, sendo necessário. E nós sabemoscomo a liiírlalerra costuma pôr estes meiosem pratica". Alexandria ià está a attestal-o.'O bombardeamento pelos seus navios de

guerra é para os inglezes um recurso dosmais simples e correulios.

Nflo se deve, porém, acreditar que a Eo-

_ Bravo, minha irmã t Olivier não tem

farailiH... E' moço demais para ter-se lem-

brado de fazer testamento. Legalmente, és

sua única herdeira. Serão nossos, pois, «ma-

nha, quatorze railliOès, se não te tremer a

mão... ._ Minha mão terá a firmeza da minlia

vontade, que. é inabalável, o.no a calma

une me anima. Não desejo de modo algum

a morte de Olivier', jnro-i'o! Jorge pronuo-ciará esla noite a sentença que .leve ulmi-

nar ou .alvar meu marido...Se Jorge levar-

me comsigo, Olivier viverá; e ootll por todos

os seus milhões ousarei tocarem om só de

seus cabellos. Se me fòr preciso, ao contra-

rio, Micrifiear-lhea vida á minha salvação,

matal-o-hei sen» hesitar e sem remorso como

se mata um inimigo em legitima detesa.

_ Na verdade!...— murmura Moralés á

meia-voz -como arrazôa bem o assassinato !

Caramba'!... Não a julgava tão forte ua

BCÍencia !...Carmen replica:_ Perdoa-me, se mais cedo não te-disse

tudo tal qual ia-me ua idéa. Não foi por fal-

a de confiança em ti, meu irmão; mas queceiavatnreprovaçãu, e, para combater-e

a íecnsa,en não Unha o argumento sem ró-

plica do testamento.__ Assim., eis-me desherda.lo ! diz Mo-

Paléá, rindo-se. .__ Inteiramente, não; porque dividirei

millha fortuna comtigo, qualq.ier que seja

essa fortuna;Deveras fi

_ Bem sabes, Moralés, que nunca te tu

uma pro»nessa que não a cumprisse.E' exacto. E'* uma boa irmã, e, come

mmI^1^m^mm^mmmm^m^

\

uma prova do meu fraternal affecto, querofazer-le um pvqoeno preseute.

Um presenie a mim ?... Qual é ?Oh ! meu Deos!... uma bagatella, uma

cousa sem importância, mas que, naoobsiau-lo pôde toruar-se liiliílo útil em certos ca-sos... se, por exemplo, désse-te ua phantasiafazer resuscitar teu marido, depois de o te-

res morto e bem morto.E, emquanto isto dizia, Moralés tirava do

bolso outro vidro (um pouco maior talvez

quezo primeiro), cheio de ura liquiuo cor

de esmeralda, moito semelhante a es>a bebe-ranem amarga a que ch*inam absiuthio.

Aqui eslá o antidolo deste.-conlinuaMoralés, designando sucessivamente os

dous líquidos.Um c«mtra veneno ?Iufaltivel... So absorveres o conteúdo

do seomndo, meia hora depois de intoxicadacom o do primeiro, não se dará o envenena-mento, e tu le seiitiràs.tão bem, como se

UBda houvesse cascado no ^stomago.^_ E' admirável, porém inútil. Guarda o

teu infallivel autidbto, U que eu não tereinecessidade. ; \y^'

01» T.. Toma 8|Bmpre !.. Tu nflo sabes o

que sobrevirá.,,. , ,Carmen recebe,o. frasquinho verde e te-

cha*o em ura rao«$h''Uma pergunta ainda, diz ella.Que,queres ia saber?

_0 v|peoQl qae aqui está, misturado a

um copo, rjje vinho Xerez, alterará o sabor a

esta bebÍQ> .„Z Do m»do algum a altera, e, se eu nflo

receiaase parecer-te vaidoso e presumido,exagaraudoas virtudes dos raeus produetos,

Wá^k.

uccresce.ntaria que este elixir daria ao vinho

Xerez quali i "les que elle não lem.Obrigada, meu iruiflo.

_ Todo teu e ás tuas ordens, miuha irmã.Conto comtigo á meia noite para ir-

mos ao encoiilro de Jorge.—- Serei poiitual.

* *

dizia o fidalgo;—depois... esquecerei... EmVersalhes a gente so esquece lão depressa !— Anuunziaia lambem ha de consoiar-se,e breve... para awbos... o passado uflo serámais do que um sonho !

Não obstaute esta philosophia, o marqueznão encarava sem algum receioia necessida-de de coinmunicar sua partida a mulher de

O Marquez de Graucey acabava de rece-

ber «ma importante e feliz nolicia quandoMoralés lhe entregou a missiva de Carmen.

Trouxera-lhe um correio de ministro uma

carta do Duque de Alguillon, na qual com-

muuicava-lhe esle que Sua Mageslade liou-

vera por bem chamal-o á côrle, dando-lhesuecessor no cargo de governador do Havre.

O regosijo immenso que lhe irasbordavana alma misturava-se, eutrelanto, cora ura

pouco de amargura.Essa gotta de fel no seu CallX de alegria

tinha toda a razão de ser; porquanto, dei-

xatido o Havre, era forçado a separar-se

da amante. ,,.,.,, iApezar da extrema volubilidade de seu

caracter e, consequentemente, da prodígio-sa inconstância de seus affecios, Jorge ainda

não eslava aborrecido de Carmen. A bellezadeslumbrante da joven esposa de Olivier,daquella mulher typo de irresistíveis e era-

brUgadoras seducçOes — prolongava até a

saciedade.Accrescentemos, porém, que enlre a veu-

tura do amor partilhado e:« graça do rei,

chamando-o á côrle,o marquez uão vaciltavaÓm minuto, e na sua qualidade de cortezaoconsummado, estava protnplo a partir se não

sem saudades, ao menos sem hesitação.— Soffrerei... sentirei muilo, sem duvida,

uu ue tuiuiuuiiiu»i • »'• -- ..

Olivier, prevendo que a scena da despedidaseria tão cruel quanto inevit«V<d

Reflectiudo sobre a carta de Carmen. oMarquez de Graucey conjecturava se suaHraantrt teria sido prevenida, ao mesmo tem-

po que elle, da noticia de seu regresso á

côrle. . ..Isto parecia-lhe a cousa mais inverosimil

do mundo, porque Carmen e seo marido não

dispunham de relaçOes alli.Mas como explicar a preoccnpação e a

tristeza da moça, e a entrevista por ella so-

licitada com tanto ardor ?...A neuhuma destas questões o marquez po-

üia responder, e aguardava a noite com viva

impaciência. .,A's onze hora* metteu-se na já conhecida

casinha; embora conveucido de que alli te-

ria de esperar «inda uma hora pela amante.

Esses sesseuta minutos pareciam-lhe uma

eternidade !Finalmente, pouco depois da meia-noite,

ires pancadas soaram de leve na poria, quese abre sem demora. .

Carmen entre, mais pallula « mais Iremn-

la do que nunca.• _ Querida Auiiunziata I... meu bem ama-

do ' .—exclama Jorge, ~q«« tens.?... E at-

(ruma desgraça que vens anuunciar-ino ?...b _Sim, íorge/a.tnaior das desgraças... ^

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O DESPERTADOR.

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cia

i erropotit: ! B{Uui »^ou-

mania uacmferenc!*, queiraautui ar outra

violência maior, M>mp;queri.i i«mi altivo.4obni>^t^«SÍf:-<HiCÍas da força.

de um segUàfe «uai do bS.e-z continua apai-

xoh.tn.ro *ffl ,,meo^. a op.r.ião publica;raas em í$n$*" o. in^r«Aíe*.lig»do a esta

questão não é menor.Não se trau apenas de om» questão hnao-

ceira, em que se acham arriscados os inte-

resses dos actuaes accionísUs da companhia

do Canal. O negocio tem um lado político,« é justamente esse que mais exalta os espl-

ritos de ura è outro lado da Mancha.A Inglaterra quer ter um canal seu. Ia-

rece-lhenque o existente, aberlo pela leuaci-

dade intelligeuté de uni francez, a despeitoda má vontade da Inglaterra, nao pôde ser

paru esta o que ella deseja: uma estrada era

que a autoridade britunuiCB possa exercer

policia e iuspecçao sem contestações de nin-

guem.O Times, que tem sustentado com extraor-

dinario vigor a constituição de uma compa-nhia ingleza e a abertura de um uovo canal,

não occultao despeito qne lhe causa vôr um

francez, Fernando de Lesseps, á frente do

que aciualmenle existe. O trafego principaldo canal ó inglez e convém aos interesseseconômicos e políticos da Inglaterra queesse irafego se faca por uma estrada ingleza.

E' preciso que a Grã-Bretanha se (lesem-

barace a todo o trance de uma influenciatao nociva aos interesses britatinlCOS, COIOOé a de Lesseps em S«iez. O Times uão podeudmittir que o representante do uma simplesassembléa de acciouiátas (ualuraluieute por

que não é inglez), pretenda arrogar-se o dl-reito de interceptar pcrpatnuinente as com-municacões eutre o oriente e o «.cculetite

com a (Alegação do seu privilegio de conces-siotiario.

A Inglaterra precisa ter na mão o canalde Suez3, como tem o Mediterrâneo, desdeGibraltar até Chjpre, com- tem o Mar Ver-melho até á soa sabida pelo estreito de Ba-bel-Mandeb. E' a estrada das índias, esselègetidHrio pretexto que serve para ludo queaconselha um canal inglez; como aconselhouuiii Egypto britaoiiiáadò.

Lesseps ai lega, porém, que a sua compa-nhiá gosa de um privilegio, e que a Illgta--terra não pode abrir outro canal. O governoegypcio foi consultado, e as ultimas noliciassau favoráveis á actoal companhia, repre-sentada pelo illustre francez. O governoegypcio mandou ouvir uma commissão de

•jnriscousultis, e esta decidiu por iftianimi-dade que a concessão feita a Lesseps repre-senta ura monopólio, que uão admitte com-

petidor. . .Mas, se a Inglaterra se decidir positiva-

meute a abrir outro canal para a sua nave-o-«cão, não hão da ser os juristas egypcios

quê a faraõ mudar de idéa; Eslá habituadaa remover dificuldades maiores.

— A justiça ingleza não descança na suafama. Dizem' de Dublin que foram presosmais sete indivíduo \ sobre os quaes recaemvívbs suspeitas de seVetn os autores do assas-sinato oceorrido lia um anno por questõesagrárias na pessoa de uma mulher.".Segundo

telegrammas, em Dublin já fo-ram enforcados dous aceusados do assassiniode Phmnix-Park, os irlandezes Bradley eCarl«'y. As execuções uão provocaram alie-ração" alguma do soeego publico.'_

Assegura o Gaulois^, de Paris, que áassembléa geral ordinária da companhia docanal de Suez. que está auiinuciada parareunir-se em Paris uo dia 4 de junho, deveserpropostl a aberiora de um segundo ca-nal no isthmo de Suez, tomando a uiesmucompanhia francez aa iuiciativa e a cons-truecão.

Adespeza está orçada, para o segundocanal, era 125 milhões de francos (22,500contos). Um caual fieatia servindo para osnavios que entrassem no mar Vermelho eoutro para os que subissem.

Le Journal des Debats aconselha a compa-nhia que mande effeciivamente abrir segun-do canal. O mesmo jornal julga que a Iu-

glalerra deseja comprar acções da compa-nhia.

Poderá a compauhia luetar com a lngla-terra, se esta tomar a sério irrevogavelmenteo seu soberbo capricho de abrir ella própriao segundo canal ? Eis uma quusiao bem ne-buTósa.

— Um assumpto actualmente muilo inte-ressatite era Inglaterra é uma carta exeessi-vãmente enérgica, que o papa dirigiu aoclero irlandez, prohibindo-lheqiie, tome par-te nas reuniões políticas e uas snbscripções

para a agitação, e recommeudiuulo lhe queteuha a linguagem respeitosa para com osdignitarios do governo.

Porém um despacho de Berlim aflirma

que, apezar desla carta do papa, as subscri-

pçõisparao fundo Pamell têm continua-do ás portas de moitas igrejas, em toda a

Irlanda, acerescentando que os padres exor-

lavam os seus parochianoa a contribuírem.Ao mesmo tempo, n'um meeting celebrado

ha dias pelos partidários da Liga Agraria, odeputado Sewion, fallaudo da mesma cartado papa, disse que os irlandezes enviaram âRoma uma deputação para expor à sua san-lidade o verdadeiro eslado de cousas da tlli*.afim de que o pontífice possa formar om

juízo exacto da situação do paiz.Como so sabe, a carta de Roma a que o

deputado se referio,exprobrova asperameutea attitude do clefo ua questão da Irlanda eaconselhava a condueta a seguir nas quês-toes políticas.

Um lelegramma que encontramos nas to-lhas hespanbolas diz também que n umareunião celebrada pela liga nacional. írlan-deza, o depulado Mayne, que se achava

presente, se expressara oestes termos:«O partido nacional irlandez seguirá o

exemplo de 0*Cotmell. Irá buscar a-Romalheologia, mas não a polilica. Reconhecerao papa como o chefe da igreja çatholica, e a

Pamell como chefe do parlido político.O povo irlandez está res.dvido a seguil-o

e. a alcançara meta das suas aspirações, quosão a iudépeuilencia da Irlanda. »

O correspondente, em Paris, do Times dánoticias do estado das negociações pendentesentre a Prússia e a Sanla Sé; o ua sua opl-nião chegar-se-ha dentro em pouco a um

prompio accordo. Tudo depende ua aciuali-dade do reconhecimento dos direitos recipio-cos, e as negociações já conseguiram estabe-lecer que a Prússia aspira á paz no terreno

politicu ecclesiastico.Emquanto ao arcebispo de Pozen, que se

refugiou em Rmia, fugindo aos tribunaes

prussianos, diz o correspondente que uão éelle um obslacolo lã« insuperável como ge-ralmente se julga. A sua demissão seria pro-vuvelmente adiDÍtiida se o papa e o cliãii-ceÍle.r allemao chegassem a esteuder-se so-bro as concessões mutuas que poderiamaceitnr-se por uma e outra parle.

— Dizem de Berlim que o imperador Gui-lberme, aquelle mesmo que recebeu comdepressivo desdém o vencido de Sedan, ad-mitti.ii agora á sua mesa,no dia 14,em jantard?hohra, o Sr. Wáddiuglon, representantedesse governo de ignaros e mal repuludos, eo addido militar francez, o coronel de Ses-raaisous. Entre os convivas estavam o prin-cipe imperial, a grã-duqueza e o grã-doqueberdeiro de Ba den, o conde de Hatzfeldt,minislro de estado, e muitos generaes e di-

guitarras da corte. Depois do jantar notou-se

que o imperador tivera uma conversa muitoauimada com o Sr. Waddingtou, ao qualdeu provas muito visíveis de affabilidade.

Não foi menos satisfactoria a recepção queo principe de Bismark fez ao representanteda França. O Sr. Waddingtou, que deixouas melhores lembranças de si em Berlim,oude tomou parte ua conferência, é de certoidoiieo para trabalhar no sentido da concilia-

ção e para apartar qualquer desintelligeuciaentre os dous paizes. E nesta d/ireeção é queelle se esforça, segundo lemos, em exerceralli a sua influencia.

A Gazela da Allemanha do Norle decla-rá infundada a noticia de que o navio de

guerra alletnão Elisabeth recebera ordem defundear defronte deMadagascar.ein regressode viagem da Ásia occideutal. Conforme-mente lis ordens transmittidas, esse naviovirá dírectameule de Singapura ao Cabo, ed'alii á costa occideutal da África.

Em Portugal, por oceasião da popularromaria do Seuhor Bom Jesus de Mattosi-nhos, deu-se a explosão de um obtu, quematou quatro pessoas e feriu cerca de qua-reuta.

Houve um horrível incêndio na cidade doPorto, ua rua deS. João, que consumiu doze

« Todas estas circumstancias me empe-nbavam ardentemente em favor Ja paz.

« A prostração material e o auiquilamenlomoral do Peruem nenhum caso poderião li-songuar-uos, puis que o Peru, qualquer queseja a sorte que á si mesmo armou, pôdeviver na commnubao regular e civilisadaii- - ; 'Vos americanos.

«. Não deve-se, pois, duvidar de que nossoaubelo pela paz lem sido sempre sincero everdadeiro.

« A situação penosa do Peru acabou porimpressionar os homens que, estranhos ásmiras estreitas dos caudilhos e dos círculosque podem sustental-os, propuzeram-se che-«¦•ar á paz, desenvolvendo para isto umavontade patrioliea e empenhosa.

« O povo peruano, cansado e faligado desuas próprias desgraças, não se moslrouindifferetite a este chamado, e se neste mo-mento'não me é dado dizer-vos, como viva-mente desejei-o, que a paz eslá ajustada e

que ella corresponde ás nossas legitimas exi-

geucias e ao espirito de equidade a que sem-

pre lemos obedecido, como lesletnuuho de

que os triumphos não são capazes de exlra-viar nosso sincero respeito pela justiça, possonão óbátaUlH asseverar-vos qne já existembases firmadas por um dos honrados chefesdo exercito peruano, que, dono de tuna par-te considerável do lerriiorio, assumirá embreve, como é de crer, lodo o poder publico,e podeiá subscrever com suficiente e bem

qualificada autoridade um aspecto definitivode paz.

<c Assim é de esperar, se suecessos desgra-

çadoa não interromperem o corso regulardos acontecimentos.

«Prepara-se lambem o renovamento denossas gestões diplomáticas coma Bolívia.

« Com as demais nações eoropéas e ame-ricanas cultivamos nossas antigas relaçõesde amizade, inspirando-tios sempre para isloem um elevado espirito de justiça. )>

edifícios, dáudo logar a tuna raorie e muitosferimentos. »

Cllile. — Effectuou-se a abertura so-

lemne do qongresso chileno.Sao os seguintes os irechos mais impor-

tantes da mensagem presidencial:« Impellido pelo vivo desejo de pôr termo

á guerra, tenho procurado solicitamentecintar á paz por todos os meios permitlidospelo decoro nacional.

« Tenho tropeçado constantemente em dif-ficuldades superiores, nascidas, ora da faliade autoridade da parte dos pretensos mau-dalarms que quizerara assumir a representa-ção do Peru, ora de exigeucias exageradasque tocnavam impossível o accordo cora-mura.

«. IJovo algum vencido jamais apreseutouua historia exemplo igual ao do Peru.

« Abaüdo pelas derrotas, sem elementoalgum de resistência, na sua desgraça temsido viclima de intemperanças de seus cau-dilhos, que acabaram por devastai o e des-tnoralisal-o, mediante a reunião parcial dehomeus sem disciplina militar, que etn uo-me do patriotismo chegaram a iucendiar aspróprias povòações peruanas.

« Nem a guerra regular lem sido possívelcom soldailos desta ordem.

JUlclill» Patli. — A propósito da

chegada a Londres desta celebre cantora,

dizem o seguinte:

« O Arizona acaba de nos trazer AdeliuaPatli, que, debois de 51 representações da-das na America, vem com cerca de 500 con-tos, além de ura contracto feito cora o Sr.Maplesotl para o anno próximo, á razão de12 contos por cada recita. Estes preços pa-recerão phantásticos áe nao se reflectir que,em cada noite que a diva canta, a receitavurivMiiure IH a 24 contos, excedendo ás ve-zes de 28 contos.

Adeliua 1'atli caulim snccessivamenle emNew-York, Philadelpbia, Ciucinuali, S.Luiz, Chicago, Detroit, Pilbborg.., Was-hington e Boston, e, além das 51 represeti-tações do contracto, deu dous saráus etn pro-veito do instituições de beneficência, pois a

caridade faz parte do seo repertório. Estaviagem à America, onde ella não linha idohavia muitos annos, foi para a eminente ar-

lista um largo passeio iriiuuphal: póde-se dl-zer que, lateralmente, por toda a parte oude

passou, a cobriram de flores.« A sympatbia que Mme. Patti iuspira a

quantos ae approximara d'ella, é exiraordi-naria; ao desembarcar etn Liverpool, a ar-

lista foi alvo de uma verdadeira ovação; a

bordo do Arizona, cada passageiro encontra-va diante, do seu prato ura, pequenino bou-

quel, atado com uma Üta de seda, em que se

viam, impressas a ouro, estas palavras;« Boas vindas a Mme. Patti)).

Kl r..o •'iagemdaartisia, de Liverpool'

ttátai^-y-^bsVfoi destiuadoo wagon queserve para a imperatriz da Áustria, e que é

um vehiculo maravilhoso todo acolchoauo,

O forrado de selim.a Mme. Patli deu, pois, entrada no seu

castelU de Craig-y-Nos, e parece-me super-

fluo descrever a recepção que lhe fizeram os

habitantes da localidade, para os quaes é

ella a verdadeira Providencia: basta dizer

que ainda na ausência da castellã, o inleii-

dente da propriedade distribuo a miúdo ves-

tunrio e dinheiro aos pobres.« Curiosissimo-ver a camareira-mór, a

fiel Carolina, proceder ao desenfardeUmen-to dos brindes recebidos por sua ama: estãocheios dVlles-as mesas, as poltronas ns

cadeiras; ha-os de Ioda a espécie, desde o

bracelecele de diamanles até a caixa de ooro

para chá; eulre elles figura uma poesia es-

cripta em homeuagein á artista por Mme.LidiaCadwe.il, a admiradores de Longfel-

« Só depois de 15 de Junho é que Mme.Patli e Nicoliui se faraó ouvir era G.vent-Garilen: até lá. descançarão no paiz de Gal-les, das fadigas da sua viagem pela Ame-rica.»

MagCStOSO llftllc— A grande festa

da estação no \high life de Nova-York, foi o

graude baile costume que deu a 27 de Março'Mis. W. K. Vanderbilt. espora do graude

nababo americano.

Mais de 100 coutos gastaram os arapbi-

IriOes para receberem COlldígnameute os

1,200 convidados, que encheram os immeu-sos salões, ornamentados com uma riqueza

e lüXO fabulosos.Só o dispeudio em flores e plantas foi enor-

missimo.Representantes de todos os paizes e de to-

das as épocas da historia achavam-se reuni-

dos debaixo do mesmo tecto, apresentando o

mais bizarro anaebronismo.Os costumes mais ricos eram os dos donos

da casa. Mis. Vanderbilt tinha um vestido

que era a copia fiel do quadro de Cabanel—Uma prineeza Veneziana. Estava vibraniode effeilo e de cor. Todo o rico sol venezianobrilhava no rico brocado de cambiantes decôr de laranja até o amarello uieif or.

As figuras o flores eram bordadas a ouro econtas. Sobre o vestido de brocado, traziaum corpete de selim azul coberto de botda-dos de ouro. O chapéu veneziano estava co-berto de jóias de um valor inestimável.

Mr. Vanderbilt, vestia como o duque deGuise. Maillols de seda amarella, calção

preio-atnarello, e uma capa de vellndo prelobordada a ouro. Completavam a sua vesti-

meula uma cabelleira branca e sapatos de

vellndo preto.Diz o jornal de onde extrahimos esta iiuli-

cia, que se calcula que esse baile custou ári

pessoas que a elle assistiram mais do 10,000

coutos de réis.

Um ladrão ardiloso,—O caso quevamos contar passou-se ultimamente eraParis.

Um maneebo, em trajes de viajanie, en-iroti trnm botequim freqüentado pelo Sr.G.... uegociauie, e perguntou á caixeiradaquelle estabelecimento se estava ali seulio.

Vosso lio ? respondeu a dama do com-

ploir; seuhor, não lenho a honra de vos co-nhecer.

Pois que ! já vos uBo lembraes do pe-queno G.... ?

A dama de nada se lembrava e ignoravaaté mesmo que o negociante G.... tivesseum sobrinho.

Syja como fòr, disse ella, o Sr. G....está lá no fundo da sala, creio aló que esládormindo.

Effectivameute, o Sr. G.... dormia umsomno profundo, o seu pretendido sobrinhofoi direito á mesa oude elle estava eucos-lado. Os freqüentadores do botequim olha-vam para o maneebo, admiraudo a sua bella

physíouomia e as suas maneiras elegantes.Querido tio, murmurou o maneebo con-

Uiinplaudo o homem que roncava, nao sonhasequer que cheguei boutem mesmo de Lima !

Um freqüentador que estava assentado aolado delle, quiz acordar o Sr. G....

Oh ! deixai-o dormir, en vol-o peço,duse o maneebo; o seu sòinnoó tão profundoque apostaria eu como sou capaz de lirar-lhe o relógio do bolso sem elle dar por isso.

Ao passo que isto dizia, o pretendido so-brinho oscamoleava ao seu pareute, corauma presteza sem igual, a carteira, a cor-rente, o relógio e utn porte-monnaie.

E todos os circumsíaiites riam a bom rir,applaodindo o maneebo.

Que agradável sorpreza !Que peça tão bem pregada ! diziam

elles. Muito admirado ha de íicar o Sr. G...assim que acordar !

E, emquanto este não acordava, os habi-tuês pruseguiram em seus jogos, itlterroiii-

pidos pela chegada do visitanle. Este pediupapel e tiut», escreveu e lacrou nina carta,

perguntou oude poderia encontrar uma cai-xa do correio e sahio Com todo o desembHrft-

ço, deixando o seu chapéo sobre um banco.Mui acabava de sabir, o Sr G... abrio os

olhos, e começou a estender us braços e abrira bocea.

As pessoas de seu conhecimento aguarda-vam este momento, sorriudo-se maliciosa-mente.

O Sr. G.... querendo saber o lempo quatinha estado a dormir á sésta, debalde pro-curou o relógio. A lastímosa expressão quelhe contrahio as feições, fez estalar de riso a

todos freqüentadores.OSr. G.... pedio explicações.

Sendo informado do que se linha passado,empallideceu, julgando-se victima de umaufysüfieaçao. Bem depressa se convenceu

que tinha sido roubado.Imagine o leitor a desesperação do infeliz

uegpciuute, cuja carteira continha valoreum' maço de 8,000 francos em notas do b»u-co.

Y MANCHADA

Page 4: 0 DESPERTADOR - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/709581/per709581_1883_02106.pdf · /.' parle da ordem do dia O Sr. 1.° secretario lè o expediente, entre o qual a representação

V

O DESPEBTADOR. VxI

V*:-è«>K^.;afci*''

VARIEDADE.

Vm sonho

Leitora: previno que nao rae occupo cora

aa Sitas questões politico-sociaes que. agora

como .sempre se agitam no paiz, o que es-

crevo é simples, banal e talvez k. c. t. .

(modéstia aparte).Camillo dos Moinhos disse: « Quero es-

crever. tenho gosto nüsso. Quem nao qui-ser lêr os meus rabiscos, passe adiante e

eslá acabado.»Eu por rainha vez digo a mesma cousa.

** *

Uma noite d'estas adormeci depois de

meia-noite, porque até essa hora estive oc-

copado na construcção de castellos, no ar I

Concebi projectos gigantescos! tive idéas

phiintasticas e grandiosas ! fiz planos a

Martins Guimarães I», N'aquelle engano d'alma ledo e cego»

passei insensivelmetUe pelo somno e... so-

nhei.Mas que sonho, santo Deus! ou antes

qne soador fSonhei nada mais nada menos que, nílo

Pei por que arttíS fui visitar ° parnnso; B

poética e encantada habitação das musas !

No cume de um monte yerdejante estava

o palácio com seu jardim na frente, com

seu pórtico de crystal, suas columnas de

miro, escadas de vidro ou diamantes, tectos

dourados, mobília nao sei de que, uma cou-

m esplendida etn resumo. Como o villao em

casa do seu sogro entrei pela porta a dentro

e fui logo inechendo por aquillo tudo sem

encontrar viva alma !

Depois de haver percorrido todos os can-

tos da casa sabi novamente pani fora e se-

ffni por um caminho todo esmaltado de rio-

res que me conduziu ao pé dbimtt fontemie esgniclia vapor diversos canaes o de-

pois corria serenamente por sobre um leito

de rubis e esmeraldas.-E' a fonte de Cas-

tulia, disse commigo. é a fonte cujas águas

inspiram os poetas lyricos! Que pechincha !

d'csta vez snio d'aqui inspirado nem queseia ã náo. N'isto pus-me de cocaras e nao

encontrando um vaso mais apropriado,lancei mao do chapéo cuja copa eu enchi

e cora «ofreguidao sorvia o seu contendo.

Quando pela quarta ou quinta vez eu in-

troduzia meu sombrero na corrente, ouvi

vozes e sons de instrumentos. Ergm-me e

puz-rae a observar. A pequena distancia a

sombra de umas arvores avistei nove moças

totit-à-fait chies tout-à-fait belles !

Qne peixões ! vou a comprimental-as,disse com meus botões e dirigi-me à ellas.

Para nao fazer fiasco preciso mostrar-medesembaraçado e tratai-as com familiari-dade.

Boa tarde, minhas senhoras, disse es-

tendendo a mau para comprimental-as. Ne-

nhuma, porém, dignou-se apertal-a o qneforcou-me a encolbel-a enculistradàmente.

Ás Sras. sao as musas, nao é verdade 1

-- Sim, respondeu-me seccamente uma

d'ellas.Pois eu vim visital-as e estou maravi-

lhado com n belleza d'este sitio ! Realmen-í te é cousa linda !

Nao me responderam. Apenas tocaram-se cora os cotovellos, apertaram os beiços

para suffocarem o riso e raais nada !Eu jà começava a enfiar-me cora a tal

historia. Já nào subia como encetar novaconversação. Afinal continuei.

O Pegaso deve regalar-se n'esta pasta-gera, deve estar gordo, nao ? <

As moças deitaram a rir maliciosamentee eu cada vez raais rae punha em apuros.

Depois de pequeua pausa lembrei-menue cora as musas nao devia fallar senão

em versos e então vendo uraa d'ellas palli-da chlorotica e chorosa, seutada sobre um

banco de relvas, cheguei-me á ella que pe-Ia coroa de myrtho e rosas e pela lyra co-

nlieci ser Erato. Procurando sempre salvar

minha, triste situação, perguntei-lhe do• quesotfria, do seguinte modo, esperando

feliz resultado em vista da quantidade de

água virtuosa que pouco antes havia be-

bido:

Donzella, diz-me o que soffres jQue soffre o teu coração ?O que te causa nffiicçao ?O que te faz padecer?prrque tu geraes, mulher 1Porque choras tanto, tanto *?

Qual a causa de teu pranto ?De teu constante gemer ?

— « Accudara-rae I aceudam-me que es-

te homem me assassina ! gritou a musa em

convulsões. Ai, ai, eu morro !» e cahiu es-

As outras correram a erguel-a emquantoeu apatetado com aquelle acontecimentocorria de uma para outra banda ouvindodescora postura de céo em terra.

Veja, seu traste, disse Caliope, veja o

que veio o Sr. fazer !Isso de certo é esterismo, redargui, e

para isso é bom qualquer poção calmente,como por exemplo água de janella, ether elaudano.

Qual o que, seu pedante, disse Melpo-mene, saia d'aqui é que é.

Eu saio, minha senhora, mas é que ocaso é grave.

E' grave, sim, atalhou Clio, mostran-do-me um livro, é grave e muito grave,porque o Sr. e seus companheiros juraramacabar com a vida de minha infeliz irmã.

Oh ! dona Clio, pelo amor de Deus.isso é intriga e eu na > sou capaz de seme-lhante baixeza.

Os Srs. silo uns cruéis, uns tyranos,uns desalraados, continuou a musa.

Nao vêm a debilidade desta infeliz queZola pretende sufocar, nao attendem acrise terrível porque está passando, mio seimportam com cousa alguma para cada vezmais desacreditarem-n,a. mancharem-n'a,ojjprimirein-n'a e até derribarem-n'a porterra 1

Jesus 1 mas eu nao acomprehendo.Sim, o Sr. e seus companheiros nao

tora consciência, se a tivessem nao anda-riam escrevendo versos como se fossem real-mente poetas. Se tivessem consciência naoescreveriam poesias tolas, sensaboronas,sem arte e sem inspiração, como fazem oSr., os caixeiros, os typographos.collegiaese acadêmicos que sem talento, sem gênio,sem inspiração, assentam de matar a paci-encia da humanidade e nodoaras vestesbrancas dessa infeliz cujo passado gloriosomerece veneração e respeito.

Ella qne surgiu cora a raça humana, ella

que tem sobrevivido a povos e cidades,tende agora a desapparecer porque os Srs.a atrophiám, a nodoam e a insultara á todahora !

Cultores da poesia lyrica de seu quilate,era vez de reerguel-a abafara-n'a e prosti-tuem-n'a, e é por isso que aquella mísera-vel definha a olhos vistos ao ver sua filhadílecta de braços com os poetastros de sualaia !

— Basta, Sra., eu rae retiro e nao escre-verei raais versos, apezar de ter bebido daágua maravilhosa.

Nisto Erato deu signaes de vida, rio-see eu acordei-me banhado em suor. Refte-ctindo mais tarde em meu sonho, vi quenelle havia verdades duras, porém verda-des I

MOSCAROTTA.

S. Paulo, 22 de Maio de 1883.

(Exlr.)

este com sua Exma. família, para a cidadede Lages, e aquelle para a villa de Coriti-banos, aonde residem. Desejamos a Ss. Ss.feliz viagem e que encontrem a todos quelhes sao caros gozaudo de vigorosa saúde-

A lealdade destes dous cavalheiros, oamor e abnegação que demonstraram ter

pela causa publica, nao poupando sacrifi-cios para bem satisfazer a espectativa dosseus committentes, fazem-os merecedoresde toda a estima e consideração de seusconcidadãos e daquelles que, com Ss. Ss.,tôm a felicidade de manter relações de ami-zade.

Aceitem, pois, estes amigos um apertode mao daquelles a quem deixam as mais

gratas recordações e pede-lhes que, lá, on-tregues aos labores de suas profissões, nao

esqueçam os amigos e companheiros de tra-

balho.

thesiuraria provincial do Sanla Calharina,

em i\5 do Junho do 1883—0 2.' oscriplura-

rio, Marciano Bonifácio Soares.

ANNUNCIOS.

«*16 de Junho de 1883.

Queixam-se

amargamente os moradores e residentes nas

casas á rua da Conceição, contra o Sr. ma-

jor Antônio Nunes liamos; e, humilde e

respeitosamente, contra a actual câmara

municipal, por causa do incommodo quelhes estão dando os espinheiros do uraa

cerca que o mesmo Sr. major tem deixado

crescer, á ponto de os galhos de espinho_irem tomando conta da supradita rua.

Um queixoso.

18 de Junho de 1883.

ED1TAES

Colônia LeopoklinaO Dr. Henrique Schutel, próprio-

lario da colônia JLeopoMlna — faz no-torto para quem possa interessar, quo ainda

oxislo no sou ostabolociiuontu muitu lorronodesoecupado, quo oilo expõe á vonda, cujas

torras suo fcrtllissliuas. intorcortadasdo ribeirões, du pasto* excelleutes efachlnaes criadores, alguns de Icguao meia do extensão.

Esta colônia lom a vanlagem.so-bre todas as oulras desta pro-vinda, do achar-so collocada na _>roxl-nildadc da capital, ondo os colonosvora, duas vezes por semana, vender

seus produetos no principalmercado, alcançando o melhor preço,sem intermediários especuladores, assim

como surtlr-se do qne precisom para a

família om casa, polo preço mais com-

modo, om pregando sómooto 19 horas

do viagem por ludo, na vinda e volta.

As pessoas a quom convier maioros infor-

maçòos, podem dirigir-so ao respectivo ngcn-

to o Sr. ANDRÉ WENDHAUSEN, á rua do

Principe,

Dostorro, lo do Junho de 1883.

PUBLICAÇÕES & PEDIDO.

A grande Idéa.

Ao convido abolicionista João Lopes F. Filho

no..O ¦

[rrNa guerra da aboliçãoDe quem insiste revelCada pensar é um combate,Cada combate um Uurel.

Santos Lostada.

Vesuvica, adamaslorea. lumida, nilonica,Terrível, hymalaica, é essa idéa homerica,Que oecupa a vossa mente, dynamica, wernerica,Onde o pensar escuma peior que a onda jonica.

Maiúscula, gigantesca, liparica, plutonica,E' essa força máscula, lemivel e genserica,Com que tomais aos hombros uma empreza esphenca,Como o nordeste a folha, na aia gran, tufonica.

E já que índomito segues, n'uma conquista hercúlea,E elevas o teu nome á amplidão ceruleaAo estridulo da turba que le abençoa extactica !....

E já que hoje sc trata do abolicionismo,A pés nós calcaremos o vil anachronismoPara abraçar (anaticos idéa tão sympalhica.

Virgílio Variea.

Thesouraria Provincial

Publicação do expediente

O lllm. Sr. inspoctor manda fazor publico

quo, nesla reparliçAo recebera-se propostasaló o dia 23 do corronlo á 1 hora da larde,

poranto a junta de fazeuda para a publicação

por lempo de um anno do cxpedienlo o actos

ofliciaes do governo gorai, que forem envia-

dos pela secretaria da presidência o bem assim

os edilaes u annuncios das lepartieõos pro-vinciiies.

Thesouraria provincial do Santa Catharina,

era 15 do Junho do 1883 -O 2 ° oscriplura-

rio, Marciano Bonifácio Soares.

COPIA LEOPOLDIRAO Dr. Henrique Schulol, proprietário da

colônia Leepoldina, convida os colonos nolla

estabelecidos a virem, com brovidado, no sou

próprio interesso, passar oscriplura de cora-

pra nosla capilal. perante sou filho Dr. Duar-

lo l\iranhos Schutel; podorào sor acompanha-

dos da Sr. André Wondhausen, agente da

colônia.Deslcrro. 12 do Junho do 1883 — Dr. Hen-

rique Schutel

Thesouraria Provincial

Fornecimento

O lllm. Sr. inspector manda fazer publico

quo, nosla repartição recebem-se propostasalé o dia 23 do corrente â 1 hora da tardo,

poranlo a juula do fozenda, para.o fornoci-

mento do sustento aos presos pobres da ca-

doia desta capital o lavagem da roupa dos

mesmos, a contar do dia 1.° de Julho a 30 do

Sülombro do corrente auno.

Thesouraria provincial do SanU Catharina,

em 15 de Junho de 1883.-0 2." escriplura-

rio, Marciano Bonifácio Soares.

m in

Desterro, 10 de Junho de 1883.

t.rebnchando ua relva !

Partida.

Seguiram hoje os nossos amigos, os Srs.

deputado* proviuciaes Estado e Furtado,

Thesouraria Provincial

Passagem do Estreito

O lllm. Sr. inspoctor manda fazer publico

que, nos dias 21, 22 o 23 do correnle ás 11

horas d« manhã, será arrematada om hasta

publica á poria desta repartição a passagemdo Estreito, onlre esla ilha o a torra firme,

durante o anno financeiro e exercício de 1883

-1884.

1

no consulado do Im-

perio Germânico

Quarta-feira, 4 de Julho pro-xJino futuro, ás IO horas damanha, se venderá em leilão:

Cento c lanlos relógios de algibeira c de

paredeObras de ouro e praiaPraia velhaE diversos arligos de relojociro,

resto do espolio do finado Gas-par Hcttig.

Tijp. de ./. J Lopes, rua da Trindade n. 1

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