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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO RAYRA NAYARA DA COSTA AMORIM HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS: um estudo de caso com estudantes de administração da UFRN. Natal, RN 2014

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0

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

RAYRA NAYARA DA COSTA AMORIM

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS: um estudo de caso com

estudantes de administração da UFRN.

Natal, RN

2014

1

RAYRA NAYARA DA COSTA AMORIM

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS: um estudo de caso com

estudantes de administração da UFRN.

Monografia apresentada à banca examinadora do

curso de graduação em Administração da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito para a obtenção do título de

Bacharel em Administração.

Orientador:. Esp. João Vianei Tenorio

Natal, RN

2014

2

Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Amorim, Rayra Nayara da Costa.

Habilidades e competências empreendedoras: um estudo de

caso com estudantes de administração da UFRN / Rayra

Nayara da Costa Amorim. – Natal, RN, 2014.

81f. : il.

Orientador: Prof. Esp. João Vianei Tenório.

Monografia (Graduação em Administração) – Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais

Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas.

1. Administração – Estudantes – Monografia. 2.

Empreendedorismo – Monografia. 3. Competências –

Monografia. I. Tenório, João Vianei. II. Universidade Federal

do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 378:658

3

RAYRA NAYARA DA COSTA AMORIM

HABILIDADES E COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS: um estudo de caso com

estudantes de administração da UFRN.

Monografia apresentada à banca examinadora do

curso de graduação em Administração da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito para a obtenção do título de

Bacharel em Administração.

Orientador:. Esp. João Vianei Tenorio

Aprovada em _____ de ____________ de 2014.

______________________________________

Prof. Esp. João Vianei Tenorio

Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Orientador

_______________________________________

Prof. Msc. Adrianne Paula Vieira de Andrade

Membro

________________________________________

Prof. Msc. Fernanda Julyana Silva dos Santos

Membro

4

Ao meu Deus por sua tão grande e infinita

misericórdia e graça devotadas a mim.

Teu nome seja Glorificado Senhor!

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente ao meu Deus, pois sem Ele nada eu poderia fazer.

Agradeço em especial a minha mãe Valdira por todo amor, por ser forte, por ser

exemplo, pelo incentivo e sacrifícios feitos em prol do meu crescimento.

Agradeço ao meu irmão Paulo César, por ser tão bom e compreensivo comigo estando

do meu lado sempre.

Agradeço aos meus irmãos na fé da Igreja de Nova Vida em Parnamirim, por suas

orações que me fortalecem todos os dias. Vocês são benção.

Agradeço ao meu Pastor Sergio Bonfim, sua esposa Eliene Bonfim e seus filhinhos

Gustavo e Guilherme por toda força, apoio e intercessão.

Agradeço a minha família que sempre faz de mim uma pessoa mais forte.

Agradeço ao meu noivo Diogo, por ser tão paciente e exigente quando se trata de não

permitir que eu falte aula. Obrigada pelo amor, apoio e compreensão.

Agradeço aos meus amigos representados por Aline Alves, Laísse Ferreira, Geovani

Santos e Emília Casanova, que foram essenciais na minha formação estando comigo em todos

os momentos em que era necessário mais que um ombro, era necessário um eficiente cérebro.

Agradeço a esta instituição - UFRN, aos docentes e funcionários que fizeram parte da

minha formação, destacando o professor João Vianei que pacientemente trabalhou na

orientação deste trabalho final.

Agradeço a ADM Consult e ao Movimento das Empresas Juniores tão importantes na

minha consolidação dos conhecimentos adquiridos.

Enfim, este trabalho é dedicado a todos que direta ou indiretamente contribuíram para

meu desenvolvimento pessoal e profissional. Deus os abençoe.

6

“E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o

coração, como ao Senhor, e não aos homens.

Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da

herança porque a Cristo, o Senhor, servis”.

(Colossenses 3. 23-24)

7

AMORIM, Rayra Nayara da Costa. Habilidades e competências empreendedoras: um

estudo de caso com os estudantes de administração da UFRN. 2014. 81p. Monografia

(Graduação em Administração) - Departamento de Ciências Administrativas da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2014.

RESUMO

Este estudo foi desenvolvido a partir da curiosidade de analisar o perfil empreendedor do

aluno do Curso de Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte através do instrumento desenvolvido pelo psicólogo David McClelland, que investiga

as características comportamentais empreendedoras com o objetivo de contribuir para o

amadurecimento do debate sobre o tema empreendedorismo e sua implicação no curso em

questão. O referencial teórico que embasa a pesquisa reúne conceitos de empreendedorismo,

empreendedor, competências e características do empreendedor de sucesso com foco na teoria

de McClelland. Nesta pesquisa utilizou-se o método quantitativo. O instrumento de coleta é o

questionário de McClelland (1972). Os dados foram coletados em novembro de 2014. A

população era composta dos alunos do primeiro período e formandos do curso de

administração no período letivo 2014.2. Não foi necessário aplicar o fator de correção do

instrumento em nenhuma das amostras. Os acadêmicos do primeiro período apresentaram

pontuação média superior aos acadêmicos formandos em oito das dez características

pesquisadas. O conjunto de poder apresentou as maiores médias para os dois grupos. A

pontuação alcançada pelos formandos na CCE estabelecimento de metas foi a maior entre as

demais nos dois grupos. Na amostra do primeiro período a característica busca de

informações atingiu a maior média. Correr riscos calculados foi a menos desenvolvida nos

dois grupos.

Palavras-chave: Empreendedorismo. Perfil empreendedor. Características do comportamento

empreendedor.

8

AMORIM, Rayra Nayara da Costa. Skills and entrepreneurial competencies : a case study

of students of administration UFRN. 81p. Monograph (Graduation em Administration) –

Department of Administrative Sciences of Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

Natal, 2014.

ABSTRACT

This study was developed from curiosity to analyze the entrepreneurial profile of the students

undergraduate course of Universidade Federal do Rio Grande do Norte Administration

through the instrument developed by psychologist David McClelland investigating entrepre-

neurial behavioral characteristics with the aim of contributing to the mature the debate on the

subject entrepreneurship and its implication in the relevant course . The theoretical framework

that underpins the research brings together concepts of entrepreneurship, entrepreneurial,

skills and characteristics of successful entrepreneur with a focus on the theory of McClelland .

In this research was used the quantitative method. The instrument is the McClelland's (1972)

questionnaire. Data were collected in November 2014. The population was composed of stu-

dents of the first period of administration course and graduates of the same course in semester

2014.2. It was necessary to apply a correction factor of the instrument in both of the samples.

Students of the first period had the mean score higher than academic graduates in eight of ten

surveyed feature. The set of power had the highest means for the two groups. The score

achieved by students in CCE setting goals was the highest among the other two groups. In the

sample of the first period, the characteristic "Search of Information" has reached the highest

average. "Taking calculated risks" was the less developed in the two groups.

Keywords: Entrepreneurship. Entrepreneur Profile. Characteristics of entrepreneurial behav-

ior.

9

LISTA DE SIGLAS

CCE– Característica do Comportamento Empreendedor

CHA – Conhecimentos, Habilidades e Atitudes

GEM – Global Entrepreneurship Monitor

TEA – Atividade Empreendedora Total

TEE – Taxa de Empreendimentos Estabelecidos

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais traços de comportamento do empreendedor................................ 27

Figura 2 – As três características básicas do empreendedor.......................................... 29

Figura 3: Fator de correção............................................................................................ 39

Figura 4: Folha de pontuação corrigida......................................................................... 39

Figura 5: Modelo de avaliação do questionário padrão de autoavaliação das CCEs.....

40

11

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Definições de competência.......................................................................... 25

Quadro 2 – Quatro competências importantes para um empreendedor ........................ 28

Quadro 3 – Características dos empreendedores de sucesso.......................................... 31

Quadro 4 - Conjunto de Realizações e Valores............................................................. 34

Quadro 5 – Conjunto de Poder e Interesses................................................................... 34

Quadro 6 - Conjunto de planejamento e Estratégias......................................................

36

12

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Posição do Brasil – Ranking de Atividade Empreendedora Total (TEA).... 17

Gráfico 2: Evolução da Atividade empreendedora segundo estágio de

empreendimento (TEA e TEE): Taxas Brasil 2002:2013...............................................

18

Gráfico 3 – Gênero dos Acadêmicos de Administração................................................. 42

Gráfico 4 – Gênero dos alunos do primeiro período do curso de Administração.......... 42

Gráfico 5: Gênero dos alunos formando do curso de Administração............................. 43

Gráfico 6: Faixa etária dos Acadêmicos do curso de Administração pesquisados......... 43

Gráfico 7: Faixa etária dos alunos do Primeiro Período do curso de Administração..... 44

Gráfico 8: Faixa etária dos alunos formandos do curso de Administração.................... 45

Gráfico 9: Fonte de Renda dos acadêmicos do curso de Administração........................ 45

Gráfico 10: Faixa de renda dos acadêmicos do curso de administração no primeiro

período.............................................................................................................................

46

Gráfico 11: Faixa de renda dos acadêmicos formandos do curso de administração...... 47

Gráfico 12: Conjunto de realização – CCEs dos acadêmicos do Primeiro período...... 50

Gráfico 13: Conjunto de planejamento – CCEs dos acadêmicos do Primeiro período.. 51

Gráfico 14: Conjunto de poder – CCEs dos acadêmicos do Primeiro período.............. 53

Gráfico 15: Características do comportamento empreendedor – Primeiro período....... 53

Gráfico 16: Características do comportamento empreendedor – Formandos................ 55

Gráfico 17: Conjunto de realização – CCEs dos acadêmicos formandos...................... 56

Gráfico 18: Conjunto de planejamento – CCEs dos acadêmicos formandos................. 57

Gráfico 19: Conjunto de poder – CCEs dos acadêmicos formandos............................. 59

Gráfico 20: Características comportamentais empreendedoras: Acadêmicos do

Primeiro Período X Acadêmicos Formado......................................................................

60

13

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Fator de correção............................................................................................ 48

Tabela 2: Características Comportamentais Empreendedoras – Acadêmicos do

Primeiro Período..............................................................................................................

49

Tabela 3: Características Comportamentais Empreendedoras – Acadêmicos

Formandos.......................................................................................................................

54

Tabela 4: Relação entre as pontuações médias das CCEs e as três categorias:

Acadêmicos do primeiro período X Acadêmicos formandos..........................................

61

14

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 16

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA............................................................... 17

1.2 OBJETIVOS.............................................................................................................. 19

1.2.1 Objetivo geral........................................................................................................ 19

1.2.2 Objetivos específicos............................................................................................. 20

1.3 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 20

2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 22

2.1 EMPREENDEDORISMO........................................................................................ 22

2.2 EMPREENDEDOR.................................................................................................. 23

2.3 COMPETÊNCIAS.................................................................................................... 24

2.4 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS DOS EMPREENDEDORES DE

SUCESSO.......................................................................................................................

26

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS........................................................... 37

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.................................................................... 37

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA................................................................................... 37

3.3 DADOS E INSTRUMENTO DA COLETA............................................................. 38

3.4 TRATAMENTO ESTATÍSTICO E FORMA DE ANÁLISE.................................... 39

4. ANÁLISE DOS DADOS........................................................................................... 41

4.1 PERFIL DOS PESQUISADOS................................................................................. 41

4.2 FATOR DE CORREÇÃO – VALORIZAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS

COMPORTAMENTAIS DO EMPREENDEDOR......................................................

47

4.3 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS

SEGUNDO MCCLELLANS (1972) NO GRUPO DE ACADÊMICOS DO

PRIMEIRO PERÍODO DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NO PERÍODO

LETIVO 2014.2...............................................................................................................

49

4.4 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS

SEGUNDO MCCLELLANS (1972) NO GRUPO DE ACADÊMICOS

FORMANDOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NO PERÍODO LETIVO

2014.2..............................................................................................................................

54

4.5 CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS:

ACADÊMICOS DO PRIMEIRO PERÍODO X ACADÊMICOS

FORMANDOS................................................................................................................

59

15

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES............................................................... 63

5.1 CONCLUSÕES ........................................................................................................ 63

5.2 RECOMENDAÇÕES................................................................................................ 65

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 67

APÊNDICE.................................................................................................................... 69

ANEXO........................................................................................................................... 73

16

1. INTRODUÇÃO

O Projeto Político Pedagógico (PPP) do Curso de Administração da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) define o perfil profissional do aluno bacharel

formado no curso como: “[...] o profissional capaz de agir no atual ambiente organizacional,

através de suas características de empreendedores mais que de gerentes, de generalistas mais

que de técnicos, de pensadores e criativos mais que de especialistas. Na área pública, ele pode

atuar em funções de direção e coordenação de diferentes níveis da burocracia estatal e de

empresas públicas. Na área privada, ele estará em condições de dirigir uma empresa,

exercendo a coordenação de diversas áreas com vistas a um objetivo geral. Atua em diferentes

áreas como financeira, de marketing, recursos humanos, gerencial, dentre outras”.

Este estudo, partindo da definição apresentada do perfil do Administrador formado na

UFRN, foca na questão do empreendedorismo citado como uma das características deste

profissional formado no momento em que analisa o perfil empreendedor dos acadêmicos.

Diante do exposto o objetivo geral desta pesquisa é contribuir com o amadurecimento

do debate sobre o empreendedorismo no curso de administração. A partir deste estimulo, por

meio do consagrado instrumento de mensuração das características comportamentais

empreendedoras (CCE) do psicólogo David Clarence McClelland (1972), analisa-se a

manifestação das CCEs nos acadêmicos do primeiro período e formandos no período letivo

2014.2, quando se aplicou a pesquisa, primeiro identificando a existência do perfil

empreendedor e depois o desenvolvimento das 10 CCEs de acordo com o padrão de

pontuações estabelecidos na teoria.

Definições de empreendedorismo, empreendedor, competências e habilidades e

competências dos empreendedores de sucesso de acordo com autoridades na área foram

usadas para referenciar a pesquisa.

Buscou-se traçar o perfil sócio demográfico através de questões que definiam gênero,

faixa etária, fonte e faixa de rendas e ainda analisar a autoimagem dos pesquisados por meio

do fator de correção do instrumento de McClelland que busca identificar autovalorização da

imagem.

17

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMA DA PESQUISA

“Uma economia bem sucedida depende do sucesso dos indivíduos que integram uma

sociedade soberana e autossustentada. Poucos são os indivíduos com tamanho potencial para a

geração de riqueza e à transformação cultural necessárias para a construção de um país mais

justo e realizador de sua capacidade criativa no confronto dos grandes desafios nacionais.

Entre estes, estão, sem dúvida alguma, os indivíduos que seguem o caminho do

empreendedorismo [...]” (GEM – Global Entrepreneurship Monitor, 2001).

Nos últimos anos, desde que se iniciou a realização da pesquisa no país, o Brasil tem

estado entre os primeiros lugares no ranking da Atividade Empreendedora Total (TEA), de

acordo com o relatório GEM, conforme Gráfico 1, mostrando a importância do

empreendedorismo no Brasil e a característica empreendedora do povo brasileiro.

Gráfico 1: Posição do Brasil – Ranking de Atividade Empreendedora Total (TEA)

Fonte: Dados dos Relatórios GEM 2000:2013

Nestes treze anos em que se acompanha a posição do Brasil entre os demais países em

que se mede a atividade empreendedora apenas em quatro anos (2006, 2008, 2009 e 2012) o

Brasil esteve abaixo da décima posição no ranking, o que evidencia o grande envolvimento do

país na abertura de negócios.

No último ano estima-se que 40 milhões de pessoas no Brasil estavam envolvidas na

criação ou administração de algum negócio, sendo 21 milhões empreendedores iniciais e 19

milhões empreendedores estabelecidos, segundo Relatório GEM (2013).

O gráfico 2 apresenta as taxas de TEA, medido pelas empresas inicias, ou seja, com

até 3,5 anos de criação e pagamento de salários, pro labore, ou outra fora de remuneração, e

1

5 7 6 7 7

10 9

13 14

10

13

16

8

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Posição do Brasil - Ranking da Atividade Empreendedora Total (TEA)

Posição no Ranking

18

as Taxas de Empreendimentos Estabelecidos (TEE), aqueles com mais de 3,5 anos de

existência e pagamento de salários, pro labore, ou outra fora de remuneração. Nele é possível

observar que diferentemente da taxa de empresas novas a porcentagem de empresas

estabelecidas apresenta um valor muito inferior, mantendo nos últimos cinco anos uma taxa

média de 15%. Estes dados que mostram uma baixa quantidade de empresas que conseguem

se estabelecer confirmam a pesquisa do SEBRAE divulgada em julho de 2013 que aponta que

25% de cada cem novas empresas não chegam a dois anos de vida (POLO, 2013). Esta

dinâmica de nascimento e morte muitas vezes precoce de empresas são resultado de uma

soma de fatores que estão no ambiente interno e externo destas organizações.

Gráfico 2: Evolução da Atividade empreendedora segundo estágio de empreendimento (TEA

e TEE): Taxas Brasil 2002:2013.

Fonte: GEM Brasil 2013.

De acordo com pesquisa do SEBRAE divulgada em julho de 2013 sabe-se que “cerca

de 45% da mão de obra ativa no país deseja sair do emprego e ter seu próprio negócio”

(POLO, 2013). As normas culturais e sociais, o acesso ao mercado e as políticas

governamentais são alguns dos fatores que levam o povo brasileiro a desejar ser

empreendedor e empreender de fato. Estes fatores entre outros são responsáveis por produzir

uma dinâmica na questão da motivação ao empreendedorismo, que nos últimos anos vem

ocorrendo no Brasil principalmente pela percepção de oportunidades de negócios.

Por outro ladro a burocracia e impostos, políticas governamentais, também são muitas

vezes um fator que limita o empreendedorismo no Brasil, bem como o pouco apoio financeiro

e principalmente a pouca educação e capacitação para gerenciamento de negócios. Este último

19

ponto afeta também outro lado do empreendedorismo que não está ligado diretamente com a

abertura de negócios, pois se é desejo dos profissionais que ocupam as vagas de emprego no

país sair das organizações para assim se tornarem empreendedores, é desejo das organizações

que em seus quadros de funcionários existam profissionais empreendedores (POLO, 2013).

Isto que as empresas estão buscando é o que se chama também de intra-

empreendedorismo. O intra-empreendedor é considerado um profissional raro. Pinchot e

Pellman apud Estevam (2012, p.5) dizem que a pessoa intra-empreendedora não nasce pronta,

ela é desenvolvida ao logo do tempo. Estevam cita ainda Dornelas (2013, p.59) ao dizer que

os empreendedores internos “[...] são pessoas ou equipes de pessoas com características

especiais, que são visionárias, que questionam, que ousam, que querem algo diferente, que

fazem acontecer, ou seja, que empreendem [...] querem ser reconhecidas e admiradas,

referenciadas e imitadas, querem deixar um legado”.

Por vir provando sua importância ao longo do tempo diversos autores escrevem a

respeito do empreendedorismo, empreendedor e suas características, como identifica-las e

medi-las, indo a fundo e destacando as características ou competências dos empreendedores

de sucesso, (CHIAVENATO 2008, DOLABELA 1999, DORNELAS 2012, MAXIMIANO

2011, MCCLELLAND 1971) contribuindo assim para compreensão e aprimoramento deste

indivíduo tão importante no desenvolvimento da sociedade.

Neste contexto, e partindo da descrição do perfil profissional do Administrador

formado pela UFRN em seu Projeto Político Pedagógico, que destaca a característica

empreendedora do Administrador, e dos conceitos das Características do Comportamento

Empreendedor de McClelland, o presente trabalho propõe-se à responder a seguinte questão:

Qual o nível de desenvolvimento que se tem nas características comportamentais

empreendedoras dos acadêmicos do primeiro período e dos acadêmicos concluintes do

curso de administração da UFRN?

1.2. OBJETIVO DO ESTUDO

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar o desenvolvimento das características comportamentais empreendedoras dos

alunos do referido curso.

20

1.2.2. Objetivos Específicos

A partir do objetivo geral, buscar-se-á ainda os seguintes objetivos específicos:

Verificar se os estudantes de acordo com o instrumento de McClelland são

empreendedores e se criam uma imagem favorável de suas características

comportamentais empreendedoras.

Comparar o desenvolvimento das Características Comportamentais Empreendedoras

com o período em que os acadêmicos estão no curso comparando os resultados

obtidos em cada amostra.

1.3.JUSTIFICATIVA DO ESTUDO

O empreendedorismo não é importante apenas como medida de novas organizações, a

atitude empreendedora é importante e se destaca em todos os ramos profissionais. Emrich

apud Dolabela (2008, p. 9 e 10) afirma, que “No Brasil há falta de empreendedores em todas

as áreas [...]”, e ressalta ainda que “O aprendizado do conteúdo empreendedor é fundamental

em todas as áreas do conhecimento”.

Montenegro destaca “[...] não basta mais ter somente diploma de graduação e

especialização para se destacar no mercado de trabalho. As empresas querem cada vez mais

profissionais que tragam soluções inusitadas para seus problemas, sejam pró-ativos e

inovadores”, e classifica essas características como de um empreendedor.

Dolabela (2008) usa a metáfora da “síndrome do empregado” e do “vírus do

empreendedor” para afirmar a importância de preparar o profissional do futuro tanto para ser

dono de um negócio quanto para atuar como empregado-empreendedor, reafirmando assim a

importância da formação de empreendedores.

A “síndrome do empregado” segundo Dolabela é o marco do século passado e

contagia nossa sociedade e instituições de ensino e pode ser chamada também de “síndrome

da dependência” por se caracterizar pela dependência de seu portador de alguém que crie um

trabalho para ele que mesmo dominando a tecnologia não está preparado para inovar. Este

profissional não sabe identificar e aproveitar bem as oportunidades e em síntese precisa

aprender a transformar conhecimento em riqueza.

“A lógica antiga da inserção no mercado de trabalho não se aplica ao mundo atual. A

21

porta de entrada é outra. As condições de permanência se alteraram” (Dolabela, 2008, p.13).

Conhecer as características pessoais e os próprios sonhos afim de formulá-los e transformá-

los em realidade são para o autor o que faz a diferença nesta nova lógica de entrada e

permanência no mercado, e este conhecimento faz com que o profissional seja especialista no

que não existe, o que ele classifica como principal característica do empreendedor.

Portanto, mapear, a partir da revisão da literatura os conceitos de empreendedorismo e

do seu agente, o empreendedor, bem como quais as características comportamentais e

competências do empreendedor de sucesso dá base para se nortear a formação de profissionais

com essa característica.

A relevância desse trabalho reside em através da conceituação destas características e

competências empreendedoras e dos dados coletados do perfil dos alunos do curso de

Administração da UFRN construir-se um documento que baseie e possa servir como

norteador para decisões quanto à maneira de construção e condução do curso oferecido pela

instituição no sentido de a cada dia se preocupar em estruturar sua grade e metodologia de

ensino de maneira a formar Administradores-Empreendedores que atendam às necessidades

do mercado, seja ele de Instituições Públicas ou Privadas ou sendo os futuros empresários

geradores de riqueza.

O trabalho está divido em seis capítulos: O primeiro apresenta esta introdução,

contextualização e problema da pesquisa, objetivos gerais e específicos e justificativa do

estudo. No segundo capítulo apresenta o referencial teórico apresentando a revisão da

literatura que embasa a pesquisa. O terceiro capítulo apresenta os procedimentos

metodológicos abordados na pesquisa, o universo e amostra, dados e instrumentos de coleta,

forma de análise e tratamento estatístico e limitação da pesquisa. A análise dos dados compõe

o quarto capítulo onde se apresenta o perfil dos entrevistados, os resultados quanto ao fator de

correção, a análise individual das amostras e a comparação dos resultados encontrados nos

dois grupo. Por fim relacionam-se no quinto e sexto capítulo as considerações finais e

referências bibliográficas utilizadas na elaboração deste estudo.

22

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo será apresentada em caráter expositivo uma revisão da literatura sobre

os estudos relacionados ao empreendedorismo, ao empreendedor, à competências e às

habilidades e competências do empreendedor.

A estrutura da revisão está dividida em quatro etapas. Na primeira serão apresentados

descrições e conceitos do que vem a ser empreendedorismo, na segunda etapa os conceitos e

descrições apresentados serão à respeito do que vem a ser empreendedor e na terceira etapa

conceitos de competências e habilidades, e na quarta etapa são relacionadas as principais

habilidades e competências dos empreendedores, extraídas da pesquisa e revisão da literatura.

2.1. EMPREENDEDORISMO

Muitos são os autores, e de diversas áreas que escrevem a respeito do

empreendedorismo.

Dolabela (1999) cita o termo empreendedorismo como sendo um neologismo derivado

da livre tradução da palavra entrepreneurship, sendo utilizado para designar estudos relativos

ao empreendedor.

Para Chiavenato (2008) o empreendedorismo surgiu nos séculos XVIII e XIX com a

reflexão de pensadores conhecidos por defender o laissaz-faire ou liberalismo econômico.

Reynolds (1997) e Schumpeter (1934) citados em Chiavenato (2008, p. 5) descrevem

o empreendedorismo como “um engenho que direciona a inovação e promove o

desenvolvimento econômico”.

Atualmente, de maneira geral empreendedorismo é o campo do empreendedor. Área

onde se desenvolvem estudos, pesquisas e onde atua o empreendedor. Estão entre as

atividades do empreendedorismo (DOLABELA, 1999):

a disseminação da cultura empreendedora no sistema de ensino formal em todos os

níveis;

a disseminação da cultura empreendedora e o apoio à ação empreendedora entre os

grupos sociais, tais como desempregados, minorias, alijados do processo econômico;

o empreendedorismo comunitário, em que sociedades desfavorecidas se articulam para

23

enfrentar a adversidade;

a sensibilização das forças da sociedade para a importância do empreendedorismo e da

pequena empresa;

a geração do auto-emprego;

a criação de empresas;

a identificação, criação e busca de oportunidades para empresas existentes e novas;

o financiamento de organizações emergentes e daquelas ameaçadas de

desaparecimento;

o intra-empreendedorismo (intrapreneurship) ou estudo do papel do

empreendedorismo em grandes organizações;

a promoção do desenvolvimento econômico local;

a concepção e adoção de políticas públicas de apoio e suporte à criação de empresas,

abrangendo práticas econômicas, legais, tributárias, de financiamento etc.;

o estabelecimento de redes de relações com universidades e com outras forças sociais.

De forma sintética Dornelas (2012, p. 28) define: “Empreendedorismo é o

envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias

oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades leva à criação de negócios de

sucesso.”

Este último conceito é o que de forma mais atual define o empreendedorismo, este

movimento que gera transformação.

2.2. EMPREENDEDOR

Dolabela (1999) cita que o significado de empreendedor muda de acordo com o país e

época, dando o exemplo de que no século 17 era a firme resolução de fazer qualquer coisa, no

Século 19 e início do Século 20 designava os grandes capitães de indústria tais como FORD

nos EUA, Peugeot na França, Cadbury na Inglaterra, Toyota no Japão.

Segundo Maximiano apud Dolabela (2012, p. 19) empreendedor é uma palavra que

vem do latim emprendere e significa “decidir realizar tarefa difícil e laboriosa”, “colocar em

execução” e tem o mesmo significado da palavra francesa entrepreneur. Entrepreneur quer

dizer aquele que assume riscos e começa algo novo.

24

Para explicar e justificar esta evolução do significado do termo empreendedor cabe

uma análise histórica do desenvolvimento da teoria apresentada por Dornelas (2012, p. 19-20).

O primeiro exemplo da definição de empreendedorismo pode ser creditado a Marco

Polo. Nesta definição o empreendedor é alguém que assumia papel ativo correndo riscos

físicos e emocionais, financiado por capitalista que assumia riscos de forma passiva

investindo no empreendedor (DORNELAS, 2012).

Na idade média o termo foi utilizado para definir aquele que gerenciava grandes

projetos de produção sem assumir grandes riscos, utilizando recursos disponíveis

principalmente provenientes do governo (DORNELAS, 2012).

No século XVII se estabelece a relação empreender e assumir riscos, quando o

empreendedor financiado pelo governo e tendo preços pré-fixados para prestar serviços

assume a responsabilidade pelos lucros ou prejuízos (DORNELAS, 2012).

No século XVIII houve a diferenciação de capitalista e empreendedor (DORNELAS,

2012).

Nos séculos XIX e XX o empreendedor era confundido com os gerentes ou

administradores onde eram analisados do ponto de vista econômico, como aqueles que

organizam a empresa e desenvolve as atividades inerentes a função do administrador

(DORNELAS, 2012).

Nesta evolução, diversas outras definições couberam ao empreendedor, e é importante

grifar, entretanto, que apenas assumir o risco de abrir um empreendimento não torna alguém

empreendedor. Filion (1991) citado em Dolabela (1999) define empreendedor como “uma

pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. De forma mais prática Chiavenato (2008)

define empreendedor como alguém que consegue fazer as coisas pois é dotado de

sensibilidade, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades. Segundo McClelland e

Winter (1971), citado em Carneiro (2008), que destaca a abordagem acadêmica da teoria

empreendedora do autor McClelland voltada para a visão comportamental: empreendedor é

aquele que exerce controle sobre a produção, mesmo aquela que não é apenas para consumo

próprio.

2.3. HABILIDADES E COMPETÊNCIAS

Competência é um termo que apresenta diversas definições. De acordo o dicionário

Webster, a definição de competência na língua inglesa é: qualidade ou estado de ser

25

funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidades ou força

para uma determinada tarefa. (Fleury e Fleury 2001, p. 184).

Competência é um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar,

integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à

organização e valor social ao indivíduo. (FLEURY, 2000).

“Competência de uma pessoa pode ser compreendida como sua capacidade de entrega.

Uma pessoa é competente quando, entrega e agrega valor ao negócio ou à empresa que atua.

Competência é a capacidade de uma pessoa gerar resultados dentro dos objetivos

organizacionais”. (DUTRA, 2004 apud).

A competência é a inteligência prática para situações que se apoiem sobre os

conhecimentos adquiridos e os transformam com tanto mais força, quanto mais aumenta a

complexidade das situações. Zarifian (apud FLEURY e FLEURY, 2000, p. 187).

McClelland (apud FLEURY e FLEURY, 2000, p. 184) define competência como uma

característica subjacente a uma pessoa e que está relacionada com a atividade ou situação que

ela executa de forma superior.

O quadro 1 a seguir apresenta outros conceitos de competência em diferentes

abordagens:

Quadro 1 – Definições de competência

Fonte: Souza et al, p. 8.

26

É possível observar, a partir dos conceitos já apresentados que grande parte dos

autores em suas definições de competência convergem na teoria do CHA, conhecimentos,

habilidades e atitudes, afirmando a aceitação deste caminho para definição do conceito.

Rabaglio 2001 apud, defende que ter competências para a realização de uma tarefa

significa ter conhecimentos, habilidades e atitudes compatíveis com o desempenho dela e ser

capaz de colocar esse potencial em prática sempre que for necessário.

Mendes afirma ainda que a definição de competência está baseada exatamente na

tríade conhecimento, habilidade e atitude, conhecida como CHA, tendo o conhecimento

relação com a formação acadêmica e conhecimento teórico, a habilidade relacionando-se com

o domínio do conhecimento vivenciado de maneira prática, e a atitude representando as

emoções, sentimentos e valores, ou seja, o comportamento humano.

Conhecimento, como elemento de competência é definido pelo saber. Tal saber é

adquirido constantemente por meio do aprendizado, reaprendizado, busca constante, não é,

portanto, definitivo. Conhecimento é o que se chama know-how.

Habilidade, define-se por saber fazer. É a transformação do conhecimento e seu uso

real na produção de algo efetivo.

Atitude é o elemento que define o saber fazer acontecer ou querer fazer, iniciativa. O

uso do conhecimento e habilidade de maneira assertiva e pró-ativa.

Entender o conceito de competência a partir dessa ótica do CHA permite tratar as

competências de forma a aceitar que elas podem ser apontadas, elencadas, desenvolvidas, e

mensuradas, além de entendidas como características necessárias ao desenvolvimento de

atividades, sejam elas das mais diversas espécies.

2.4. CARACTERÍSTICAS E COMPETÊNCIAS DOS EMPREENDEDORES DE SUCESSO

São muitas as características apresentadas pelos empreendedores de sucesso, e

segundo os conceitos de competência, muitas dessas características podem ser classificadas

como tal.

Dolabela (1999) diz que as características do empreendedor podem ser adquiridas e

desenvolvidas e citando Filion (1997) acredita que estas características variam de acordo com

as atividades que o empreendedor desempenha.

Segundo Dornelas (2012) o empreendedor de sucesso possui características extras, que

vão além dos atributos dos administradores, atributos pessoais somados a características

27

sociológicas e ambientais que permitem o nascimento de uma nova empresa.

A figura 1 apresenta a visão de Maximiano sobre quais são os principais traços de

comportamento do empreendedor:

Figura 1 – Principais traços de comportamento do empreendedor

Fonte: Maximiano (2011, p. 4)

Criatividade e capacidade de implementação, disposição para assumir riscos, senso de

independência, otimismo e perseverança são os traços de comportamento que integram as

competências que todo empreendedor deve desenvolver. Além destes traços Maximiano (2011)

destaca também quatro competências importantes para um empreendedor conforme quadro 2

abaixo:

28

Quadro 2 – Quatro competências importantes para um empreendedor

Tipo de competência Competências específicas

Planejamento de

negócios

O empreendedor deve ser capaz de estudar o negócio e definir

objetivos relacionados ao início e crescimento da empresa, bem

como ao desenvolvimento de novos produtos. Uma providência

simples, como a declaração da missão, ajuda a empresa em

concentra-se em um nicho, e isso é um fator crítico para a

sobrevivência. O processo de planejamento exige que o

empreendedor seja capaz de analisar a viabilidade de uma ideia

ou oportunidade de negócio e sua implementação dentro das

atividades da empresa – operações, marketing, finanças e assim

por diante.

Marketing, vendas e

serviço ao cliente

O empreendedor deve ser capaz de preparar um plano de

marketing, mostrando que conhece as necessidades e

características do mercado-alvo. O sucesso de muitos negócios

pequenos depende da capacidade de efetuar vendas e prestar

serviços que atendam as necessidades do nicho de mercado

escolhido. O plano de marketing deve ser abrangente, prevendo

atividades de promoção, materiais de apoio a venda, propaganda

e uma estratégia de relações públicas para fazer as ideias

chegarem até o mercado-alvo.

Administração

financeira

Sucesso e o fracasso de uma empresa estão muito ligados a

gestão do fluxo de caixa e dos processos da contabilidade. O

empreendedor, por esse motivo, deve, no mínimo, conhecer o

vocabulário da administração financeira, saber preparar

orçamentos e lida com a contabilidade, controle do dinheiro e de

toda parte fiscal.

Operações Estruturar e conduzir as operações do dia-a-dia são também

atividades críticas para o sucesso de um empreendimento. O

empreendedor deve ser capaz de reconhecer os impactos das

operações sobre as finanças e de lidar eficazmente com as

funções de compra, controle de estoques e planejamento das

operações. Estas competências estão relacionadas com outras,

como a capacidade de tomar decisões financeiras eficazes e as de

identificar as necessidades de capital do negócio. Outra

competência correlata é a de negociar eficazmente com

fornecedores a fim de conseguir as melhores condições para a

empresa.

Fonte: Maximiano (2011, p. 153-154)

29

Para Chiavenato (2008) três características básicas identificam o espírito

empreendedor: a necessidade de realização; disposição para assumir riscos e autoconfiança.

Sendo a necessidade de realização o gostar de competir com certo padrão de excelência e a

preferência por ser pessoalmente responsável por tarefas e objetivos atribuídos por si próprio.

Disposição para assumir riscos é caracterizado pelo autor como assumir riscos com

preferências pelos que se pode exercer determinado controle pessoal sobre o resultado. A

autoconfiança como característica do empreendedor de sucesso é definida como enxergar os

problemas e acreditar na própria habilidade para superá-los. A figura 2 ilustra essas

características expressas por Chiavenato.

Figura 2 – As três características básicas do empreendedor

Fonte: Adaptado de Chiavenato (2011, p. 10)

McClelland, (apud Chiavenato 2011, p.11) relaciona as principais características que o

empreendedor de sucesso deve possuir. São estas:

iniciativa e busca de oportunidades;

perseverança;

comprometimento;

busca de qualidade e eficiência;

coragem para assumir riscos, mas calculados;

30

fixação de metas objetivas;

busca de informações;

planejamento e monitoramento sistemáticos, isto é, detalhamento de planos e controles;

capacidade de persuasão e de estabelecer redes de contatos pessoais;

independência autonomia e auto controle.

Algumas destas características apontadas por McClelland podem ser vistas também

nas características do empreendedor descritas segundo Timmons (1994) e Hornaday (1982),

em (DOLABELA 1999). Para os autores o empreendedor de sucesso tem as seguintes

características:

Tem um “modelo”, uma pessoa que o influencia.

Tem iniciativa, autonomia, otimismo. Necessidade de realização.

Trabalha sozinho. O processo visionário é individual.

Tem perseverança e tenacidade para vencer obstáculo.

Considera o fracasso um resultado como outro qualquer, pois aprende com os próprios

erros.

É capaz de se dedicar intensamente ao trabalho e concentra esforços para alcançar

resultados.

Sabe fixar metas e alcançá-las; luta contra padrões impostos; diferencia-se.

Tem a capacidade de descobrir nichos.

Tem forte intuição: como no esporte não importa o que se sabe, mas o que se faz.

Tem sempre alto comprometimento; crê no que faz.

Cria situações para obter feedback sobre seu comportamento e sabe utilizar as

informações para seu aprimoramento.

Sabe buscar, utilizar e controlar recursos.

É um sonhador realista: é racional, mas usa também a parte direita do cérebro.

Cria um sistema próprio de relações com empregados. É comparado a um “líder de

banda”, que dá liberdade a todos os músicos, mas consegue transformar o conjunto em

algo harmônico, seguindo um objetivo.

É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.

Aceita o dinheiro como uma das medidas do desempenho.

Tece redes de relações (contatos, amizades) moderadas, mas utilizadas intensamente

31

como suporte para alcançar seus objetivos; considera a rede de relações internas (com

sócios, colaboradores) mais importantes que a externa.

Conhece muito bem o ramo que atua.

Cultiva a imaginação e aprende a definir visões.

Traduz seus pensamentos em ações.

Dornelas (2012) também apresenta características dos empreendedores de sucesso e as

dispõe em 15. O quadro 3 apresenta estas características de forma esmiuçada.

Quadro 3 – Características dos empreendedores de sucesso

São visionários Eles têm a visão de como será o futuro para seu negócio e sua vida e o

mais importante: eles têm a habilidade de implementar seus sonhos.

Sabem tomar

decisões

Eles não se sentem inseguros, sabem tomar decisões corretas na hora

certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo isso um

fator-chave para o seu sucesso. E mais: além de tomar decisões

implementam suas ações rapidamente.

São indivíduos que

fazem a diferença

Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia

abstrata, em algo concreto, que funciona, transformando o que é

possível em realidade (Kao, 1989; Kets de Vries, 1997). Sabem

agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado)

Sabem explorar ao

máximo as

oportunidades

Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem

primeiro, por sorte ou por acaso. Para os visionários (os

empreendedores) as boas ideias são geradas daquilo que todos

conseguem ver, mas não identificam algo prático para transformá-las

em oportunidade, por meio de dados e informação. Para Schumpeter

(1994), o empreendedor é aquele que quebra a ordem corrente e

inova, criando mercado com uma oportunidade identificada. Para

Kirzner (1973), o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio,

encontrando uma posição clara e positiva em uma ambiente de caos e

turbulência, ou seja, identifica oportunidades na ordem presente.

Porém ambos são enfáticos em afirmar que o empreendedor é um

exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso e

atento à informações pois sabe que suas chances melhoram quando

seu conhecimento aumenta.

São determinados e

dinâmicos

Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam

as adversidades ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar

de “fazer acontecer”. Mantêm-se sempre dinâmicos e cultivam um

certo inconformismo diante da rotina.

São dedicados

Eles se dedicam 24h por dia, 7 dias por semana ao seu negócio.

Comprometem o relacionamento com amigos, a família, e até mesmo

com a própria saúde. São trabalhadores exemplares, encontrando

energia pra continuar, mesmo quando encontram problemas pela

frente. São incansáveis e loucos pelo trabalho.

São otimistas e Eles adoram o trabalho que realizam. E é esse amor ao que fazem o

principal combustível que os mantém cada vez mais animados e

32

apaixonados pelo

que fazem

autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus

produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, como fazê-lo. O

otimismo faz com que sempre enxerguem o sucesso, em vez de

imaginar o fracasso.

São independentes e

constroem o

próprio destino

Eles querem estar a frente das mudanças e ser donos do próprio

destino. Querem ser independentes, em vez de empregados; querem

criar algo novo e determinar os próprios passos, abrir os próprios

caminhos, ser o próprio patrão e gerar empregos.

Ficam ricos Ficar ricos não é o principal objetivo dos empreendedores. Eles

acreditam que o dinheiro é consequência do sucesso dos negócios.

São líderes e

formuladores de

equipes

Os empreendedores tem um senso de liderança incomum. E são

respeitados e adorados por seus funcionários, pois sabem valorizá-los,

estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si.

Sabem que, para obter êxito e sucesso, dependem de uma equipe de

profissionais competentes. Sabem ainda recrutar as melhores cabeças

para assessorá-los nos campos onde não detêm o melhor

conhecimento.

São bem

relacionados

(networking)

Os empreendedores sabem construir uma rede de contatos que os

auxiliem no ambiente externo da empresa, junto a clientes,

fornecedores e entidades de classe.

Planejam,

planejam, planejam

Os empreendedores de sucesso planejam cada passo de seu negócio,

desde o primeiro rascunho do plano de negócios até a apresentação do

plano a investidores, definição de estratégias de marketing do negócio

etc., sempre tendo como base a forte visão do negócio que possuem.

Possuem

conhecimento

São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que

quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é a sua

chance de êxito. Esse conhecimento pode vir da experiência prática,

de informações obtidas em publicações especializadas, em cursos, ou

mesmo de conselhos de pessoas que montaram empreendimentos

semelhantes.

Assumem riscos

calculados

Talvez essa seja a característica mais conhecida dos empreendedores.

Mas o verdadeiro empreendedor é aquele que assume riscos

calculados e sabe gerenciar riscos, avaliando as reais chances de

sucesso. Assumir riscos tem relação com desafios. E para o

empreendedor quanto maior o desafio, mais estimulante será a jornada

empreendedora.

Criam valor para a

sociedade

Os empreendedores utilizam seu capital para criar valor para a

sociedade, com a geração de empregos, dinamizando a economia e

inovando, sempre usando sua criatividade em busca de soluções para

melhorar a vida das pessoas.

Fonte: Dornelas (2012, p. 23-24)

O psicólogo David C. McClelland 1972 formulou ainda uma teoria em que o

comportamento empreendedor se divide em três conjuntos em que se subdividem as 10

características do comportamento empreendedor (CCEs).

33

Carneiro (2008) apresenta os três conjuntos da teoria de McClelland conforme segue:

O primeiro conjunto é o conjunto de realização onde o empreendedor apresenta as

seguintes características comportamentais: busca de oportunidades e iniciativa, persistência,

corre riscos calculados, exigência de qualidade e eficiência e comprometimento.

A característica comportamental de busca por oportunidades e iniciativa se expressa,

segundo os conceitos de McClelland no indivíduo que faz as coisas antes do solicitado ou

forçado pelas circunstâncias; age para expandir o negócio para novas áreas, produtos, serviços;

aproveita as oportunidades fora do comum para começar um negócio, obter financiamentos,

equipamentos, local de trabalho ou assistência.

A característica persistência o individuo age diante de um obstáculo significativo; age

repetidamente ou muda de estratégia, a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo;

faz um sacrifício pessoal ou desenvolve um esforço extraordinário para completar uma tarefa.

Correr riscos calculados, por sua vez, é característica de quem avalia alternativa e

calcula riscos deliberadamente; age para reduzir os riscos ou controlar os resultados; coloca-

se em situações que implicam desafios ou riscos moderados.

Na característica de exigência de qualidade e eficiência se encontra maneiras de fazer

as coisas melhor, mais rápido ou mais barato; age de maneira coisas que satisfazem ou

excedem padrões de excelência; desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o

trabalho seja terminado a tempo ou que atenda a padrões de qualidade previamente

combinados.

Por fim, a ultima característica do conjunto de realização é o comprometimento, onde

o empreendedor assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento

de metas e objetivos; colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles, se necessário

para terminar um trabalho; esmera-se em manter clientes satisfeitos e coloca em primeiro

lugar a boa vontade a longo prazo, acima do lucro a curto prazo.

Relacionado ao conjunto de realização o empreendedor apresenta um conjunto de

valores.

O quadro 4 mostra o dimensionamento da relação entre as características do conjunto

de realização e os valores deste conjunto.

34

Quadro 4 - Conjunto de Realizações e Valores

Conjunto de Realização Valores Associados

Busca de Oportunidades e Iniciativa Sagacidade, Criatividade, Iniciativa

Persistência Persistência

Correr Riscos Calculados Persistência, Ousadia

Exigência de Qualidade e Eficiência Excelência

Comprometimento Comprometimento

Fonte: Adaptado de Carneiro (2008), adaptado de McClelland (1972)

Carneiro (2008) defende que o conjunto de realização expressa os valores que

fundamentam as atitudes do empreendedor. A tomada de tais atitudes impele o empreendedor

a internalizar os valores que se relacionam as características desse conjunto.

O segundo conjunto da teoria de McClelland é o conjunto de poder, formado pelas

características de independência e autoconfiança e persuasão e rede de contatos.

O desafio do empreendedor é saber exercer este segundo conjunto da teoria de

McClelland por este ser fundamental para a realização dos projetos que se empreende.

A relação entre o conjunto de poder e os interesses que com ele se associam está

expressa no quadro 5.

Quadro 5 – Conjunto de Poder e Interesses

Conjunto de Poder Interesses Associados

Independência e Autoconfiança Autonomia, Controle e Determinação

Persuasão e Rede de Contatos Recursos diversos, Influência

Fonte: Adaptado de Carneiro (2008), adaptado de McClelland (1972)

Segundo Carneiro (2008) “os interesses manifestados expressam o núcleo de poder de-

finidos como predisposições e necessidades reais ou potenciais que orientam a ação, visando

ao alcance de objetivos”.

Para o exercício da independência e autoconfiança, o empreendedor

define exatamente o que quer, de maneira que, seus objetivos ficam muito cla-

ros. A determinação aliada à persistência faz com que ele aja racionalmente,

35

irradiando um entusiasmo peculiar de quem sabe aonde pode chegar e o que

deve fazer para tanto, todavia somente pessoas autoconfiantes aceitam correr

riscos e assumem responsabilidade pessoal por seu sucesso ou fracasso, pois

elas sabem utilizar sua influência para obter os recursos diversos de que ne-

cessitam. (Carneiro, 2008)

A ação do empreendedor é responsável pelo seu sucesso e mudança do meio a sua vol-

ta.

As atitudes que exprimem a característica independência e autoconfiança do conjunto

de poder se expressam no individuo que busca autonomia em relação a normas e controles de

outros; mantém seu ponto de vista mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente

desanimadores; expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa difícil

ou de enfrentar um desafio.

Tratando-se da característica persuasão e redes de contato o empreendedor, de acordo

com os estudos de McClelland ainda utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persu-

adir os outros; utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus próprios objetivos; age

para desenvolver e manter relações comerciais.

A teoria apresenta também o terceiro conjunto denominado conjunto de planejamento,

que é caracterizado pela busca de informações, estabelecimento de metas, planejamento e

monitoramento sistemático. As estratégias ou atitudes empreendedoras de cada característica

deste conjunto podem ser vistas no quadro 6.

36

Quadro 6 - Conjunto de planejamento e Estratégias

Conjunto de Planejamento Estratégias (Atitudes Empreendedoras)

Busca de Informações - Pesquisar pessoalmente informações de

clientes,

fornecedores e concorrentes;

- Investigar pessoalmente como fabricar um

produto ou fornecer um serviço;

- Consultar especialistas para obter assessoria

técnica ou comercial.

Estabelecimento de Metas - Estabelecer metas e objetivos que são desa-

fiantes e que têm significado pessoal;

- Definir metas de longo prazo, mensuráveis.

Planejamento e Monitoramento

Sistemáticos

- Planejar dividindo tarefas de grande porte

em subtarefas com prazos definidos;

- Revisar constantemente seus planos levan-

do em conta os resultados obtidos e mudan-

ças de circunstâncias;

- Manter registros financeiros e utilizá-los

para tomar decisões.

Fonte: Adaptado de Carneiro (2008), adaptado de McClelland (1972)

As estratégias relacionadas ao conjunto de planejamento devem ser levadas em conta

se os valores e interesses empreendedores são internalizados como condição necessária e sufi-

ciente para execução do plano do empreendedor, conforme pontua Carneiro (2008).

[...] o empreendedor na realização do conjunto de planejamento, deve

obter o comprometimento dos colaboradores, de maneira a envolver a equipe

gerencial, tendo em mente que, as decisões estratégicas são de responsabilida-

de dos donos do negócio devido ao alto risco de continuidade para a organiza-

ção.

37

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O presente trabalho pretende fazer um diagnóstico e análise da medida do perfil

empreendedor dos alunos do curso de Administração da UFRN, com base em uma revisão da

literatura que apresenta as características e competências do perfil do empreendedor.

Por tal objetivo, quanto aos fins a pesquisa é exploratória e descritiva. Exploratória por,

como descrita em sua definição, sendo Vergara (2000), se caracterizar por sua natureza de

sondagem em áreas onde há pouco conhecimento acumulado e sistematizado, não se verificar

a existência de estudos que abordem o tema pesquisado, embora se havendo realizado

diversas pesquisas com o público alvo a que se direciona o trabalho. E descritiva por, visar

descrever a medida do perfil empreendedor dos pesquisado, encaixando-se na definição de

pesquisa descritiva que explica que este tipo de investigação expõe características de

determinada população ou de determinado fenômeno.

Quanto ao meios trata-se de um estudo de caso pautado em pesquisa bibliográfica e de

campo. Estudo de caso por se aprofundar no circunscrito de um público específico

(VERGARA, 2000), no caso os alunos do curso de administração da UFRN ativos no período

letivo 2014.2 matriculados nos primeiro e último períodos do curso. Bibliográfica por que

para a fundamentação teórico-metodológica do trabalho se realiza uma investigação sobre:

empreendedorismo, empreendedor, competências, habilidades e competências dos

empreendedores de sucesso. A pesquisa coletará dados primários na UFRN através de

questionário online.

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população da pesquisa compreende alunos ativos no Curso de Graduação

Bacharelado em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte estudantes

do primeiro período e formandos. Os alunos do primeiro período, divididos nos turnos

matutino e noturno são um total de 102. Os alunos concluintes, também divididos entre os

turnos matutino e noturno totalizam 99. A amostra foi definida pela acessibilidade (Vergara,

2000), como não foi possível pesquisar todos os elementos da população, trabalhou-se com

38

uma amostra não-probabilística intencional de 73 alunos.

3.3. DADOS E INSTRUMENTO DE COLETA

A coleta de dados se dá por pesquisa bibliográfica e de campo.

Na pesquisa bibliográfica busca-se estudos que permitam definir os conceitos de

empreendedorismo e empreendedor, bem como conceitos de habilidades e competências que

dão base ao entendimento das características e competências do empreendedor que definem

assim o perfil do empreendedor. Tal pesquisa se dará em livros, periódicos e artigos. Como

resultado desta revisão da literatura espera-se construir a referência para o levantamento no

campo.

Na pesquisa em campo realizar-se-á a aplicação de um questionário proposto por

McClelland (1972) (ANEXO A) das características comportamentais empreendedoras. O

questionário é referência e vem sendo adotado em diversas pesquisas que objetivam analisar

as características comportamentais de empreendedores através da auto avaliação. É composto

de 55 questões fechadas relacionadas as 10 características comportamentais empreendedoras

que compõem os 3 conjuntos da teoria de McClelland. Cada questão apresenta 5 opções de

escolha de reposta numa escala Likert, sendo elas: 1- nunca, 2-raramente, 3-as vezes, 4-

frequentemente e 5-sempre. Também o compõem um conjunto de questão com a finalidade de

identificar o quanto o respondente se valoriza no teste e 4 perguntas para definição do perfil

do respondente que definirão o gênero, faixa etária, fonte e faixa de renda.

Para a definição de cada uma das 10 CCEs o pesquisado responde a cinco questões, que

são afirmações que representam comportamentos adotados frente a situações cotidianas

principalmente relacionadas ao ambiente de trabalho, metas, postura ante outros indivíduos,

realização de tarefas.

As questões que têm como objetivo constatar a autovalorização do respondente também

totalizam cinco e estão relacionadas a imagem que o pesquisado tem de comportamentos em

que é contrariado principalmente. Constatando a valorização aplica-se um fator de correção

(Figura 4) ao resultado de cada uma das CCEs (figura 5), obtendo-se assim o gráfico das

características.

39

Figura 3: Fator de correção

Fonte: Bartel, 2010.

Figura 4: Folha de pontuação corrigida

Fonte: Bartel, 2010.

A aplicação do questionário se dará por meio eletrônico e também presencial, no

cabeçalho há uma explicação dos objetivos da pesquisa e dados que permitem contato com o

pesquisador em caso de dúvida.

3.4. FORMA DE ANÁLISE E TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Afim de facilitar a tabulação e gráfico das respostas do questionário que se

concluiriam nas características do comportamento empreendedor o instrumento foi

40

automatizado em planilhas eletrônicas da Microsoft Excel.

O cálculo das CCEs segue lógica definida por McClelland. A figura 6 apresenta o

modelo de avaliação do questionário padrão de autoavaliação das CCEs.

Figura 5: Modelo de avaliação do questionário padrão de autoavaliação das CCEs

CCEs Avaliação das informações Pontuação

Busca de oportunidades e

iniciativa

_____ +_____ + _____ - _____ + _____ + 6

(1) (12) (23) (34) (45)

= _______

Persistência

_____ +_____ + _____ - _____ + _____ + 6

(2) (13) (24) (35) (46)

= _______

Comprometimento

_____ +_____ + _____ + _____ - _____ + 6

(3) (14) (25) (36) (47)

= _______

Exigência de qualidade e

eficiência

_____ +_____ + _____ + _____ + _____ + 0

(4) (15) (26) (37) (48)

= _______

Correr riscos calculados

_____ +_____ + _____ - _____ + _____ + 6

(5) (16) (27) (38) (49)

= _______

Estabelecimento de metas

_____ -_____ + _____+ _____ + _____ + 6

(6) (17) (28) (39) (50)

= _______

Busca de informações

_____+_____ - _____+ _____ + _____ + 6

(7) (18) (29) (40) (51)

= _______

Planejamento e

monitoramento sistemático

_____ +_____ + _____- _____ + _____ + 6

(8) (19) (30) (41) (52)

= _______

Persuasão e rede de contatos

_____ -_____ + _____+ _____ + _____ + 6

(9) (20) (31) (42) (53)

= _______

Independência e

autoconfiança

_____ -_____ + _____+ _____ + _____ + 6

(10) (21) (32) (43) (54)

= _______

Fator de correção

_____ -_____ - _____- _____ + _____ + 18

(11) (22) (33) (44) (55)

= _______

Fonte: Adaptado de Bartel, 2010.

41

4. ANÁLISE E DISCUSÃO DOS DADOS

Este capítulo apresenta os dados obtidos a partir da aplicação da pesquisa, replicação

do questionário de McClelland, sua análise e interpretação, contemplando o objetivo.

Para melhor organização e consequente melhor entendimento este capítulo se

subdividirá em 5 capítulos. O primeiro apresentará os dados do perfil da amostra pesquisada.

O segundo os dados referentes ao fator de correção encontrado nos grupos. O terceiro

apresentará os resultados das características do comportamento empreendedor encontrados na

amostra de alunos do primeiro período. O quarto capítulo apresenta os dados das

características do comportamento empreendedor da amostra dos formandos, e o quinto e

último a comparação entre os resultados encontrados e a análise destes resultados.

4.1. PERFIL DOS PESQUISADOS

Participaram da pesquisa 73 acadêmicos do curso de administração – 36,3% da

população. Destes, 36 representando 17,9% da população e 49,3% da amostra, representaram

os alunos do primeiro período do curso, ingressos na Instituição no semestre letivo 2014.2 nos

períodos matutino e noturno. Os alunos formandos, que colarão grau no semestre letivo

2014.2, representaram 18,4% da população, 50,7% da amostra.

O gráfico 3 apresenta que dentre os acadêmicos o gênero feminino representa 50,7% e

o gênero masculino 49,3% dos entrevistados. Tal resultado apresenta um equilíbrio de gênero

nos acadêmicos do curso.

Olhando, entretanto, de maneira isolada para cada um dos grupos pesquisados o

equilíbrio encontrado quando olhamos de maneira geral para os acadêmicos é quebrado e

encontramos valores diferentes em cada um dos grupos.

Na amostra referente ao primeiro período o gênero masculino foi mais expressivo –

63,9%, representando a maioria dos alunos que ingressaram no curso em 2014.2. O gênero

feminino representa 36,1% da amostra de acadêmicos do primeiro período.

Voltando a observação à amostra de alunos que colarão grau no semestre letivo 2014.2

tem predominância do gênero feminino que representou 64,9% dos entrevistados. O gênero

masculino representa 35,1% desta amostra.

Considerando estes resultados é possível constatar que atualmente a procura pelo

curso de administração é de maioria do gênero masculino e que os acadêmicos que colam

grau neste mesmo período são na maioria mulheres, o que pode representar que este gênero é

42

o que menos abandona o curso ou que nos anos anteriores o quadro de iniciantes no curso era

de maioria do gênero feminino.

Gráfico 3 – Gênero dos Acadêmicos de Administração

Fonte: Dados da pesquisa

Os gráficos 4 e 5 apresentam os resultados referentes aos dados quanto aos gêneros

dos pesquisados levando em consideração o período em que estão no curso.

Gráfico 4 – Gênero dos alunos do primeiro período do curso de Administração

Fonte: Dados da pesquisa

Observando-se os gráficos de gênero das amostras pesquisadas é possível constatar a

minoria do gênero feminino no primeiro período do curso de administração, apenas 36,1% da

amostra (gráfico 4), bem como a minoria masculina na amostra de acadêmicos formandos

43

35,1% (gráfico 5).

Gráfico 5: Gênero dos alunos formando do curso de Administração

Fonte: Dados da pesquisa

Os dados quanto à faixa etária dos entrevistados estão representados no gráfico 6

abaixo que mostra a predominância desta faixa entre 20 e 30 anos – 68,5%, seguida pela faixa

etária em que os alunos tem menos de 20 anos – 23,3%. Os acadêmico com idade entre 30 e

40 anos representaram 6,8% dos pesquisados e apenas 1,4% dos acadêmicos respondentes

apresentaram idade entre 40 e 50 anos. Nenhum respondente tinha idade superior a 60 anos.

Gráfico 6: Faixa etária dos Acadêmicos do curso de Administração pesquisados.

Fonte: Dados da pesquisa

Tal resultado mostra que os alunos tanto ingressantes quanto formandos são jovens e

44

que esta é uma característica que vem se repetindo ao longo do tempo.

Esta conclusão pode ser justificada ao observarmos o gráfico 7 que apresenta os

resultados quanto à faixa etária dos alunos do primeiro período em que 97% dos acadêmicos

estão entre as faixas menor que 20 anos até 30 anos, destes 50% tem idade inferior a 20 anos e

47% está na faixa de 20 a 30 anos e, levando em consideração a duração média de 4 anos do

curso, é possível concluir que ao ingressarem os alunos formandos em 2014.2 também

estavam nesta faixa etária. Apenas 3% dos acadêmicos do primeiro período está na faixa de

idade entre 30 e 40 anos.

Gráfico 7: Faixa etária dos alunos do Primeiro Período do curso de Administração

Fonte: Dados da pesquisa

O gráfico 8 apresenta os dados referente à faixa etária dos alunos formandos do curso

de administração em 2014.2, nele é possível observar a pequena quantidade de alunos nas

faixas etárias entre 30 e 50 anos reafirmando assim a característica do curso de maioria jovem.

O gráfico mostra que 86,5% dos alunos formandos em 2014.2 têm idade entre 20 e 30

anos, 10,8% está na faixa entre 30 e 40 anos e um percentual muito pequeno de 2,7% está na

faixa etária entre 40 e 50 anos. Não há neste grupo indivíduos com idade inferior a 20 anos e

superior a 60 anos.

45

Gráfico 8: Faixa etária dos alunos formandos do curso de Administração

Fonte: Dados da pesquisa.

As faixas e fontes de renda dos alunos também foram quesitos pesquisados e

mostraram uma grande diferença entre os dois grupos pesquisados.

O gráfico 9 apresenta os dados referente às fontes de renda dos pesquisados e permite

uma comparação entre cada grupo.

Gráfico 9: Fonte de Renda dos acadêmicos do curso de Administração

Fonte: Dados da pesquisa.

46

Os resultados da pesquisa mostram que 50% dos alunos do primeiro período não tem

nenhuma fonte de renda, ou seja, têm como única ocupação a atividade de estudo que

desempenham na UFRN. São funcionários da iniciativa privada 25% deste grupo. 8,3% está

em alguma atividade de estágio, 5,5% é funcionário público e 2,8% desempenha a função de

bolsista. 8,3% respondeu ter alguma fonte de renda sem especificar qual seria esta fonte.

Diferentemente desta característica da amostra de acadêmico do primeiro período

apenas 21,6% dos alunos formandos em 2014.2 responderam nenhum a pergunta referente à

fonte de renda, declarando os 78,4% restantes deste ultimo grupo envolvidos em alguma

atividade que gera renda. 21,6% dos formandos declaram renda oriunda de estágio, 21,6% é

funcionário da iniciativa privada e 21,6% declarou-se funcionário de empresa pública. 5,4%

declarou-se empresário e 2,7% como sendo bolsista. O total de respondentes que declarou

outros como resposta a questão fonte de renda foi de 5,4% e as fontes citadas foram autono e

pensionista.

Tais características influenciam diretamente na característica da faixa de renda em que

estes indivíduos estão inseridos. Refletindo os resultados encontrados quase 40% dos alunos

do primeiro período declararam sua faixa de renda como nenhuma. Conforme mostra o

gráfico 10 abaixo 13,9% da amostra de acadêmicos do primeiro período recebem menos de 1

salário mínimo até R$800,00 reais 36,1% está na faixa que recebe até R$2000,00 reais e 11,1%

tem como renda mensal até R$4000,00 reais.

Gráfico 10: Faixa de renda dos acadêmicos do curso de administração no primeiro período

Fonte: Dados da pesquisa

47

Diferente deste resultado e também refletindo a característica de em sua grande

maioria estar envolvido em alguma atividade geradora de renda os acadêmicos que estão se

formando apresentam faixa de renda conforme gráfico 11 onde apenas 13,5% declararam sua

faixa de renda como nenhuma e 8,1% declarou receber menos de 1 salário mínimo abaixo de

R$ 800,00 reais. Declaram renda mensal de até R$ 2.000,00 reais 29,7% dos pesquisados

neste grupo, ainda 24,3% afirmou estar na faixa de renda entre até R$ 4.000,00 e 13,5%

receber até R$ 7.000,00. Uma pequena porcentagem de 2,7% dos formandos tem ainda renda

mensal de até R$10.000,00 reais e 8,1% renda superior a R$ 15.000,00 reais.

Gráfico 11: Faixa de renda dos acadêmicos formandos do curso de administração

Fonte: Dados da pesquisa

4.2. FATOR DE CORREÇÃO – VALORIZAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS

COMPORTAMENTAIS DO EMPREENDEDOR

O fator de correção é previsto no instrumento aplicado e sua utilização se dá a cada

uma das características do comportamento empreendedor quando se constata valorização com

o intuito de evitar a supervalorização destas CCEs.

Conforme figura 4, apresentada na metodologia deste estudo, são acrescentadas

pontuações às CCEs de acordo com a pontuação alcançada no conjunto de perguntas

referentes ao fator de correção. Tal correção ocorre quando este grupo de questões referentes

ao fator atinge pontuação maior que 19 pontos.

Por analisar os indivíduos de maneira grupal este trabalho considerou as respostas da

48

amostra do primeiro período e da amostra de formandos também de maneira grupal,

interessando portanto ver o resultados a partir das médias das respostas dos conjuntos, e a

partir destas amostras foi possível chegar ao resultado apresentado na tabela 1 a seguir:

Tabela 1: Fator de correção

Fonte: Dados da pesquisa

Os resultados encontrados no calculo da pontuação do fator de correção são resultado

da média das respostas às cinco questões que definem este fator.

Na afirmação ‘não importa com quem fale sempre escuto atentamente’ os acadêmicos

do primeiro período atingiram média de respostas igual a 4 e os acadêmicos formandos média

igual a 4,1. À afirmação aborreço-me quando não consigo o que quero as respostas geraram

pontuações médias iguais a 3,7 e 3,3 para os acadêmicos do primeiro período e último

respectivamente. Tive fracassos no passado e em algumas ocasiões obtive vantagens de outras

pessoas obtiveram médias 3 e 2,7 respectivamente para o primeiro período e 3,2 e 2,7 para os

formandos. A afirmação quando desconheço algo não êxito em admiti-lo teve pontuação igual

a 3,6 para os calouros e 4,3 para os formandos.

O resultado encontrado entre os acadêmicos do primeiro período foi de 16,2 pontos,

entre os formandos a pontuação foi de 17,2, apenas 1 ponto de diferença, e representou um

resultado que permite dizer que as respostas ao instrumento que mede as CCEs apresentam

confiabilidade por não refletirem uma supervalorização na auto avaliação, considerando que

ficaram abaixo do valor da pontuação onde se apresenta necessidade de aplicação do fator de

correção às características do comportamento empreendedor.

Este resultado refletiu em uma análise pura das características pesquisadas, sem

necessidade de correção em ambos os grupos.

Grupos pesquisados Calouros Formandos

Fator de correção 16,2 17,2

49

4.3. CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS SEGUNDO

MCCLELLANS (1972) NO GRUPO DE ACADÊMICOS DO PRIMEIRO PERÍODO DO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO NO PERÍODO LETIVO 2014.2

A tabela 2 a seguir apresenta a média das respostas aos questionários aplicados com os

alunos do primeiro período do curso de Administração no período letivo 2014.2 como

resultados encontrados em cada uma das questões que formam as respostas que possibilitam

definir a pontuação de cada uma das características comportamentais empreendedoras

segundo McClelland (1972).

Tabela 2: Características Comportamentais Empreendedoras – Acadêmicos do Primeiro

Período

Característica Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5

Valor Somado

Total

Busca de oportu-nidades e iniciati-

va

1 12 23 34 45 17,7

4,17 3,9 4,3 4 3,9 6

Persistência 2 13 24 35 46

17,6

2,9 3,5 3,9 2,6 3,9 6

Comprometimento 3 14 25 36 47

18,6

4,2 4,5 3,4 4,1 3,6 6

Exigência de qua-lidade e eficiência

4 15 26 37 48 19,4

3,9 3,6 3,9 4,1 3,9 0

Correr riscos cal-culados

5 16 27 38 49 17,3

4,2 3,4 3,8 3,6 3,5 6

Estabelecimento de metas

6 17 28 39 50 19,6

4,3 1,5 3,9 3,4 3,5 6

Busca de infor-mações

7 18 29 40 51 19,9

4,1 4,1 2,2 4 3,9 6

Planejamento e monitoramento

sistemático

8 19 30 41 52 18,4

3,8 3,9 3,9 3,1 3,9 6

Persuasão e rede de contatos

9 20 31 42 53 18,2

3,7 2,4 3,8 3,8 3,3 6

Independência e autoconfiança

10 21 32 43 54 19,6

4,1 2,3 4 3,8 4 6

Fonte: Dados da Pesquisa

50

McClelland considera que a pontuação mínima em cada um das características

comportamentais empreendedoras, para ser considerado empreendedor, é de 15 pontos e que a

pontuação máxima a ser alcançada é de 25 pontos.

Os valores encontrados na amostra de acadêmicos do primeiro período para cada uma

das CCEs permearam valores entre 17 e 19 pontos, sendo o menor valor 17,3 pontos e o

maior 19,9 pontos. Tal resultado implica aferir que de acordo com o padrão de McClelland os

alunos do primeiro período do curso de Administração da UFRN são considerados

empreendedores.

A partir dos resultados obtidos em cada uma das CCEs encontradas é possível analisa-

las de acordo com o conjunto a que elas fazem parte, sendo estes o Conjunto de Realização,

Conjunto de Planejamento e Conjunto de Poder.

O Conjunto de Realização engloba as características de busca de oportunidade;

persistência; comprometimento; exigência de qualidade e eficiência; correr riscos calculados.

Os valores de cada uma das CCEs deste conjunto estão representadas no gráfico 12

abaixo onde é possível observar como cada uma das características deste conjunto se

manifestam no grupo pesquisado.

Gráfico 12: Conjunto de realização – CCEs dos acadêmicos do Primeiro período

Fonte: Dados da pesquisa

51

As características busca de oportunidades e iniciativa, persistência e correr risco

calculados são as que apresentam os menores valores entre as CCEs deste grupo, sendo a

característica correr riscos calculados a que apresenta menor pontuação – 17,3 pontos, não

apenas no conjunto em que está inserida, quanto também entre todas as características

pesquisadas neste grupo. Persistência alcançou 17,7 pontos e busca de oportunidades e

iniciativa 17,6 pontos. Comprometimento e exigência de qualidade e eficiência alcançaram as

maiores pontuações deste grupo, 18,6 e 19,4 pontos respectivamente.

Tais resultados permitem concluir que os acadêmicos deste período assumem

responsabilidade pessoal sobre a realização de atividades para atingir metas sempre da melhor

e mais rápida maneira. Estes indivíduos também são proativos e e agem mesmo diante de

obstáculos, necessitando apenas desenvolver mais a habilidade de avaliar as alternativas e

riscos para controlarem melhor os resultados de seus empreendimentos.

O Conjunto de Planejamento engloba as características busca de informação,

estabelecimento de metas planejamento e monitoramento sistemáticos. Os valores

encontrados para cada uma destas CCEs ficaram entre 18 e 19 pontos, sendo o conjunto em

que o grupo pesquisado alcançou as maiores pontuações, sendo portanto o conjunto em que

mostraram estar mais evoluídos. O gráfico 13 ilustra as CCEs do conjunto planejamento.

Gráfico 13: Conjunto de planejamento – CCEs dos acadêmicos do Primeiro período

Fonte: Dados da Pesquisa

52

A amostra de acadêmicos do primeiro período alcançou na característica busca de

informação a maior pontuação do conjunto de poder – 19,9 pontos, onde está inserida, e

também a maior pontuação entre as demais características de McClelland em que foi

investigada. Estabelecimento de metas alcançou também um valor alto no conjunto e no todo

– 19,6. Planejamento e monitoramento sistemático atingiu a menor pontuação deste conjunto,

estando mesmo assim entre as características que atingiram maior valor na pesquisa desse

grupo- 18,4 pontos.

Tais pontuações nestas características indicam que os acadêmicos do primeiro período

do curso de Administração da UFRN em 2014.2 estabelecem metas claras, objetivos

mensuráveis que tenham significado pessoal e sejam desafiantes. Buscam mais informações

acima de tudo, tal característica podendo representar então o desejo de aprendizado por serem

ingressantes no ensino superior.

Quanto à característica de planejamento e monitoramento sistemático, a queda no

valor desta característica pode indicar entre outras coisas que este grupo não tenha planos

definidos e que não mantém um monitoramento dos resultados obtidos, indicando uma

possível não valorização dessa característica.

O Conjunto de Poder apresenta as características de persuasão e rede de contatos e

independência e autoconfiança.

A característica persuasão e rede de contato diz respeito a desenvolver e manter

relações. A pontuação 18,2 atingida nesta característica no grupo em questão mostra que,

mesmo ainda talvez de forma a necessitar desenvolvimento, os acadêmicos pesquisados neste

período influenciam e persuadem pessoas para o alcance de seus objetivos.

19,6 foi a pontuação obtida na característica independência e autoconfiança neste

grupo, sendo esta uma das características que se destacou entre as demais neste grupo e que

no conjunto de poder teve maior pontuação, destacando assim a segurança que os indivíduos

pesquisados tem quanto às suas capacidades e ponto de vista mesmo diante de oposições.

O gráfico 14 relaciona as características de conjunto de poder.

53

Gráfico 14: Conjunto de poder – CCEs dos acadêmicos do Primeiro período

Fonte: Dados da pesquisa.

O gráfico 15 reúne as 10 CCEs novamente agrupadas permitindo assim sua

visualização que confirma busca de informações como a mais desenvolvida seguida por

estabelecimento de metas, independência e autoconfiança e exigência de qualidade. Correr

riscos calculados é a CCE menos desenvolvida.

Gráfico 15: Características do comportamento empreendedor – Primeiro período

Fonte: Dados da pesquisa.

54

4.4. CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS SEGUNDO

MCCLELLANS (1972) NO GRUPO DE ACADÊMICOS FORMANDOS DO CURSO DE

ADMINISTRAÇÃO NO PERÍODO LETIVO 2014.2

A média das respostas aos questionários aplicados com os alunos formandos do curso

de Administração no período letivo 2014.2 que definem a pontuação de cada uma das

características comportamentais empreendedoras segundo McClelland (1972) estão

apresentadas na tabela 3 abaixo.

A amostra de acadêmicos formandos atingiu pontuações médias entre 16 e 20 pontos,

sendo 16,6 pontos a menor média e 20,3 pontos a maior média atingida por este grupo. Tais

pontuações médias superiores a 15 pontos permitem afirmar nestes acadêmicos a existência

de um perfil empreendedor, considerando que segundo McClelland a pontuação mínima para

aferir este perfil é de quinze pontos.

Tabela 3: Características Comportamentais Empreendedoras – Acadêmicos Formandos

Característica Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Valor somado Total

Busca de oportunidades

e iniciativa

1 12 23 34 45

17,8 4,3 3,9 4 3,9 3,7 6

Persistência 2 13 24 35 46

17 2,8 3,2 4 2,7 3,7 6

Comprometimento 3 14 25 36 47

18,4 3,9 4,1 3,8 4,2 3,6 6

Exigência de qualidade

e eficiência

4 15 26 37 48

18,5 3,9 3,6 4 3,5 3,5 0

Correr riscos calcula-

dos

5 16 27 38 49

16,6 4 3,1 3,7 3,3 3,1 6

Estabelecimento de me-

tas

6 17 28 39 50

20,3 4,5 1,4 4,1 3,6 3,5 6

Busca de informações 7 18 29 40 51

19 3,9 3,9 2,6 4,2 3,6 6

Planejamento e moni-

toramento sistemático

8 19 30 41 52

17,9 3,9 3,8 3,5 3,4 4,1 6

Persuasão e rede de

contatos

9 20 31 42 53

17,3 3,8 2,8 3,1 4,1 3,1 6

Independência e auto-

confiança

10 21 32 43 54

18,5 3,9 2,7 3,8 3,9 3,6 6

Fonte: Dados da pesquisa.

55

O gráfico 16 abaixo ilustra as médias atingidas pelos acadêmicos formandos do curso

de Administração em 2014.2 em cada uma das CCEs do instrumento de McClelland,

permitindo visualizar os valores alcançados por esta amostra.

A concentração de médias atingidas está entre 17 e 18 pontos, a CCE correr riscos

calculados atingiu a menor média entre as demais características – 16,6 pontos, o destaque das

médias foi a característica estabelecimento de metas que alcançou média de 20,3 pontos.

Gráfico 16: Características do comportamento empreendedor – Formandos

Fonte: Dados da pesquisa

Agrupando as características comportamentais empreendedoras de acordo com os

conjuntos de realização, planejamento e poder a que pertencem é possível fazer uma análise

mais aprofundada do resultado encontrado em cada uma das CCEs na amostra pesquisada.

O Conjunto de Realização apresentou as menores pontuações entre as CCEs do

instrumento de McClelland na amostra pesquisada (gráfico 17) atingindo uma média de 17,6

pontos entre as características desse conjunto.

As características persistência e busca de oportunidades e iniciativas alcançaram 17 e

17,8 pontos consecutivamente, valores próximos ao mínimo definido por McClelland, 15

pontos. Estes valores alcançados na pontuação destas CCEs podem indicar um

comportamento pouco proativo dos acadêmicos formandos no curso de administração no

56

semestre letivo da pesquisa levando em consideração que busca de oportunidades e iniciativas

é definida pela ação antes do solicitado ou mesmo antes do forçado pela necessidade e pelo

aproveitamento de oportunidade, bem como persistência definida por assumir

responsabilidade pessoal pela ação e também pela reação diante de obstáculos e desafios a

serem superados através de tomadas de medidas estratégicas.

Gráfico 17: Conjunto de realização – CCEs dos acadêmicos formandos

Fonte: Dados da pesquisa.

Correr riscos calculados diz respeitos a avaliar alternativas e calcular os riscos com o

objetivo de reduzir os riscos e controlar os resultados no que se empreende. A baixa

pontuação atingida nesta característica – 16,6 pontos, menor pontuação entre as CCEs do

conjunto de realização e demais CCEs, indica que os acadêmicos têm baixo desenvolvimento

nesta área podendo significar tanto que não apreenderam conhecimentos suficientes para

apresentarem este comportamento, quanto que não dão tanta importância pra esta

característica.

Comprometimento foi a CCE que obteve segunda maior pontuação no conjunto de

realização – 18,4 pontos, o que indica que os acadêmicos pesquisados assumem

responsabilidade pessoal pelo alcance das metas e objetivos a que se propõem colocando em

primeiro lugar os benefícios a longo prazo acima dos benefícios a curto prazo.

57

Exigência de qualidade e eficiência diz respeito à eficiência, eficácia e efetividade no

desempenho das atividades. Esta característica atingiu a maior pontuação do conjunto de

realização - 18, 5 pontos, indicando a busca desta amostra em atingir e superar os padrões de

excelência assegurando a qualidade como produto de suas ações feitas cada vez melhor e

rapidamente.

Estes valores encontrados indicando estes comportamentos dos acadêmicos

pesquisados podem estar diretamente ligados ao período em que se encontram, um momento

onde a dedicação para alcançar o objetivo da formatura é determinante exigindo atitudes de

comprometimento do grupo em questão.

O Conjunto de Planejamento engloba as características estabelecimento de metas,

busca de conhecimentos, planejamento e monitoramento sistemático. Neste conjunto

encontrou-se as maiores médias dos indivíduos pesquisados entre as CCEs do instrumento de

McClelland, sendo a característica planejamento e monitoramento sistemático a exceção deste

conjunto tendo atingido média inferior a 18 pontos.

O gráfico 18 apresenta os resultados da pesquisa apresentando as pontuações das

características comportamentais empreendedoras do conjunto de planejamento dos

acadêmicos formandos no período letivo 2014.2 da UFRN.

Gráfico 18: Conjunto de planejamento – CCEs dos acadêmicos formandos

Fonte: Dados da pesquisa.

58

A característica estabelecimento de metas alcançou 20,3 pontos, maior pontuação

média entre as CCEs da amostra pesquisada. Tal pontuação indica que para estes acadêmicos

as metas e objetivos têm significado pessoal, em curto prazo são claramente mensuráveis e em

longo prazo são claras e específicas, além de serem desafiantes.

A busca de informações teve pontuação média de 19 pontos, a segunda maior deste

conjunto de planejamento e também entre as demais pontuações médias alcançadas nas 10

CCEs analisadas. Esta característica está ligada à dedicação na investigação pessoal de

informações que em seu processo de desenvolvimento são transformadas em conhecimentos,

sendo uma das fontes destas informações especialistas na área em que se está buscando o

conhecimento. Considerando-se que esta característica é a segunda melhor pontuada pode-se

concluir portanto que os acadêmicos formandos do curso de administração buscam mais

informações e dedicam-se aos estudos.

Assim como ocorre com as características comprometimento e exigência de qualidade

e eficiência uma possível explicação para o maior desenvolvimento das características busca

de informações e estabelecimento de metas pode estar ligado ao momento em que esta

amostra está vivendo, pois é preciso considerar que ter foco no que se deseja alcançar e buscar

meios de atingir o alvo a que se direciona faz parte do processo em que está inserido este

grupo, o que torna o desenvolvimento destas características fundamental.

Diferentemente das outras CCEs deste conjunto a característica planejamento e

monitoramento sistemático apresentou uma média de 17,9 pontos estando a 1 e 2,5 pontos de

diferença destas outras características. Este resultado representa que este grupo de acadêmicos

não desempenha de maneira tão desenvolvida quanto desempenha as demais ações deste

conjunto o planejamento, execução e revisão de seus planos de maneira a organizá-los

dividindo-o em atividades menores e mantendo registros e revisões de plano que os

possibilitem tomar decisões melhores, sendo este um ponto a desenvolver nestes acadêmicos.

O Conjunto de Poder trata as características ligadas aos relacionamentos

interpessoais. Revelando a característica persuasão e rede de contatos a habilidade do

individuo de desenvolver e manter relações através de estratégias que envolvem influenciar

e/ou persuadir e usar pessoas-chave para o alcance de objetivos. Por sua vez a característica

independência e autoconfiança diz respeito à busca de autonomia, confiança em suas

capacidades, manutenção de ponto de vista diante de oposições e resultados inesperados.

Os acadêmicos formandos pesquisados alcançaram 17,3 pontos na característica

persuasão e rede de contatos e 18,5 pontos na CCE independência a autoconfiança conforme

ilustra gráfico 19 abaixo.

59

Gráfico 19: Conjunto de poder – CCEs dos acadêmicos formandos

Fonte: Dados da pesquisa.

Estes resultados indicam uma necessidade de maior desenvolvimento da característica

persuasão e rede de contatos, que é a terceira característica com menor pontuação entre as

demais pontuações das CCEs pesquisadas. Com relação à característica independência e

autoconfiança esta apresenta pontuação que está entre as maiores alcançadas por este grupo

indicando ser uma das características em que a amostra tem maior desenvolvimento.

4.5. CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS EMPREENDEDORAS: ACADÊMICOS

DO PRIMEIRO PERÍODO X ACADÊMICOS FORMANDOS

Esta seção apresenta a análise comparativa dos resultados da replicação do

questionário de McClelland com os alunos do primeiro período e formandos o curso de

administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte no período letivo 2014.2.

A primeira parte deste capítulo trás dados de uma forma geral apresentando os

principais dados e as principais diferenças entre as duas amostras. Na segunda parte as

características comportamentais empreendedoras são analisadas sendo relacionadas e

destacadas dentro dos três conjuntos de comportamento a que pertencem: Conjunto de

60

Realização, Conjunto de Planejamento e Conjunto de Poder.

O gráfico 20 é uma representação das características comportamentais

empreendedoras dos acadêmicos do primeiro período e dos acadêmicos formandos de acordo

com as pontuações médias atingidas por cada uma destas amostras. Observando este gráfico é

possível constatar que entre as 10 CCEs do instrumento de McClelland investigadas entre os

dois grupos em questão neste estudo em apenas duas a amostra de acadêmicos formandos

obteve pontuação superior à amostra de acadêmicos do primeiro período.

Nas pontuações em que os valores alcançados pela amostra de acadêmicos do primeiro

período é maior que a dos formandos esta diferença chega em média 0,7 pontos. Tratando-se,

entretanto das pontuações em que os formandos têm média superior às do primeiro período

em apenas uma esta diferença é 0,7 pontos apresentando a outra diferença de apenas 0,1

pontos, ou um décimo de diferença da pontuação que a outra amostra atingiu.

Gráfico 20: Características comportamentais empreendedoras: Acadêmicos do Primeiro

Período X Acadêmicos Formados

Fonte: Dados da pesquisa

Buscando ainda relacionar as características comportamentais empreendedoras dos

dois grupos pesquisados destacando-os dentro dos três conjuntos de comportamento

construiu-se a tabela 4 abaixo.

61

Tabela 4: Relação entre as pontuações médias das CCEs e as três categorias: Acadêmicos do

primeiro período X Acadêmicos formandos

Características Comportamentais

Empreendedoras CCEs

Acadêmicos do

Primeiro Período

Acadêmicos

Formandos

CONJUNTO DE REALIZAÇÃO

Busca de oportunidades e iniciativa 17,7 17,8

Persistência 17,6 17

Comprometimento 18,6 18,4

Exigência de qualidade e eficiência 19,4 18,5

Correr riscos calculados 17,3 16,6

CONJUNTO DE PLANEJAMENTO

Estabelecimento de metas 19,6 20,3

Busca de informações 19,9 19

Planejamento e monitoramento

sistemático

18,4 17,9

CONJUNTO DE PODER

Persuasão e redes de contato 18,2 17,3

Independência e autoconfiança 19,6 18,5

Fonte: Dados da pesquisa

Conjunto de Realização: No conjunto de realização a característica Correr riscos

calculados atingiu a menor pontuação entre todas as CCEs nos dois grupos pesquisados. Os

acadêmicos do primeiro período atingiram 17,3 pontos nesta CCE, já os formandos

alcançaram 16,6 pontos, a menor pontuação entre todas as alcançadas pelos dois grupos. O

fato de estarem ingressando em um curso superior talvez possa gerar no grupo do primeiro

período esta propensão ao risco, enquanto que a alta taxa de empregabilidade dos formandos

pode gerar um maior comodismo nesta área pela sensação de segurança que esse grupo possa

sentir.

A CCE busca de oportunidades e iniciativas apresenta pontuação muito próxima

para os dois grupo, apenas um décimo de diferença – 17,7 para os acadêmicos do primeiro

período e 17,8 para os formandos, sendo esta uma das duas características em que os

62

formando atingem pontuação média superior ao primeiro período. Comprometimento

também se comporta como a característica busca de oportunidades e apresenta uma variação

pequena entre as médias alcançadas pelos formandos e o primeiro período (18,4 e 18,6

respectivamente), invertendo-se, entretanto a amostra que apresenta maior pontuação. Este

comportamento semelhante dos grupos evidencia também a semelhança entre eles quanto à

aproveitar oportunidades, tomar responsabilidades para si, colaboração mútua.

As características Persistência e Exigência de qualidade e eficiência apresentaram as

maiores diferenças entre as médias alcançadas pelas amostras de acadêmicos, apresentando o

grupo do primeiro período (17,6 e 19,4 respectivamente) pontuações superiores às alcançadas

pelos formandos (17 e 18,5 respectivamente) evidenciando assim o maior desenvolvimento

destas características nos acadêmicos o primeiro período o que significa maior importância

dada por este grupo à agir diante de obstáculos e assegurar a realização do trabalho no menor

tempo atendendo aos padrões de qualidade solicitados.

Conjunto de Planejamento: O conjunto planejamento apresentou as melhores

pontuações para ambas as amostras pesquisadas destacando-se as CCEs Estabelecimento de

metas nos acadêmicos formandos com pontuação igual à 20,3 pontos, valor superior ao

alcançados pela amostra do primeiro período – 19,6 pontos, e a característica Busca de

informações nos acadêmicos do primeiro período com pontuação 19,9 pontos, sendo superior

à pontuação do grupo de formandos – 19 pontos. Estes valores elevados implicam em um

comportamento onde se estabelece metas e objetivos desafiantes sendo complementado pelo

comportamento de comprometer-se pessoalmente inclusive buscando conhecimentos que

levem à atingir estas metas.

Contraditoriamente à demais CCEs deste conjunto a característica Planejamento e

monitoramento sistemático valores um pouco menores, mas ainda assim entre os mais bem

pontuados entre as demais características, esta característica complemente as demais deste

conjunto tratando do comportamento de revisar planos para ter base para tomada de decisões.

Conjunto de Poder: A CCE Persuasão e rede de contatos obteve pontuações médias

de 18,2 para os acadêmicos do primeiro período e 17,3 para os formando, a característica

Independência e autoconfiança por sua vez teve pontuações médias 19,6 para o primeiro

período e 18,5 para os formandos, uma média de 1 ponto de diferença entre as duas amostras,

tendo o primeiro período superioridade neste conjunto ante os formandos. Esta inferioridade

dos formandos em relação ao primeiro período pode significar um comprometimento no

desenvolvimento deste grupo considerando-se que estas características são primordiais nas

estratégias de relacionamento, na busca de oportunidades e desafios e na tomada de iniciativa.

63

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. CONCLUSÕES

Este trabalho teve o objetivo de contribuir com o amadurecimento do debate sobre

empreendedorismo no curso de graduação em Administração da UFRN na medida em que

realizou uma análise das características comportamentais empreendedoras em duas amostras

de alunos do referido curso, os alunos do primeiro período, ingressantes na instituição e os

alunos formandos que estão concluindo seus trabalhos de conclusão do curso, com o intuito

de se perceber a evolução que se tem nestas características.

Pretendia-se também identificar o perfil sócio-demográfico das amostras, a existência

do comportamento empreendedor e como cada uma das características comportamentais

empreendedoras se manifestavam nos dois grupos dentro dos conjuntos de realização,

planejamento e poder a que integram.

O que separa o acadêmico do primeiro período e o acadêmico formando do curso de

administração são as 3075 horas que este último dedica ao cumprimento de sua carga horária

de disciplinas obrigatórias e toda a vivência que integram este tempo. Estas mais de três mil

horas vem acompanhadas de tantas outras incontáveis de estudo individual, dedicação à

trabalhos, experiências diversas em diversas áreas relacionadas ou não com sua formação e

isto levava a crer que faria diferença no grau de desenvolvimento das características deste

grupo.

Como achado da pesquisa do perfil sócio-demográfico dos acadêmicos pesquisados

identificou-se que há praticamente a mesma quantidade de homens e mulher quando se

observou a amostra de uma forma geral, sendo o gênero masculino o que prevalece em termos

percentuais no primeiro período e o gênero feminino a maioria entre os formandos. Os

pesquisados são jovens com concentração de idade menor que 30 anos, distribuído entre todas

as faixas de renda com concentração na classe C. Constatou-se maior envolvimento com

atividades geradoras de renda entre os acadêmicos formandos.

Constatou-se com a pesquisa que de acordo com o instrumento de McClelland de

identificação das características comportamentais empreendedoras os acadêmicos dos dois

períodos pesquisados são empreendedores, tendo alcançado média superior a 15 pontos em

todas as CCEs. Pode-se afirmar que estes ao responder o instrumento não criaram uma

imagem favorável de suas características, e este é um ponto que pode ser considerado um

64

ponto positivo dos acadêmicos do curso de administração, sua capacidade crítica e

autenticidade em relação a sua autoimagem.

O grupo do primeiro período apresentou em oito das dez características

comportamentais empreendedoras média superior ao grupo de formandos, o que representa

maior desenvolvimento das características comportamentais empreendedoras neste grupo.

Este ponto realmente não era esperado como resultado desta pesquisa, pois por se tratar de um

grupo que já está concluindo o curso, tendo, portanto maior conhecimento, experiência e

vivência esperava-se que os acadêmicos formandos apresentassem um grau maior de

desenvolvimento de características comportamentais empreendedoras que o grupo de

acadêmicos do primeiro período que estão ainda iniciando o contato com o que deveria ser um

dos principais canais de auxilio ao desenvolvimento destas características, o curso de

graduação.

As CCEs do conjunto de planejamento foram as mais desenvolvidas nos dois grupos,

destacando-se as características estabelecimento de metas e busca de informações as melhores

pontuadas na amostra de acadêmicos formandos e na amostra do primeiro período

respectivamente, seguidas pelas características comprometimento e exigência de qualidade e

eficiência do conjunto de realização e da característica de independência e autoconfiança do

conjunto de poder.

Estas características comportamentais são importantes para o administrador por serem

o primeiro passo para o sucesso em todas as áreas da vida dos indivíduos, seja ela pessoal ou

profissional. Sem definir metas não se tem claro onde se quer chegar e isto dificulta todo o

processo de caminhada. De igual maneira comprometer-se com as metas definidas exigindo

excelência no que se faz é primordial para se alcançar objetivos.

As características busca de oportunidades e iniciativa, persistência e persuasão e redes

de contato compreendem o conjunto de CCEs a serem desenvolvidas, bem como as

características planejamento e monitoramento sistemático e correr riscos calculados, esta

última CCE pior pontuada pelos dois grupos representando fragilidade neste ponto

independente do conhecimento e experiência que o curso possa proporcionar.

O fato de os acadêmicos apresentarem necessidade de maior desenvolvimento na

característica busca de oportunidades e iniciativa e na característica persistência e persuasão e

rede de contatos é um ponto que merece atenção. Pois as duas amostras encontram-se em

períodos em que estas características que indicam um perfil proativo, perseverante e de

criação e desenvolvimento de networking são fundamentais para se obter crescimento,

aprendizado e experiências que os levarão a oportunidades fora do comum.

65

As CCEs planejamento e monitoramento sistemático e correr riscos calculados são

muito próximas e dependentes entre si e por estarem entre as características menos

desenvolvidas, sendo correr riscos calculados a que apresentou menor pontuação nos dois

grupos, indicam uma deficiência nesta área do perfil dos administradores em formação e

formados o que leva a necessidade de maior atenção na formação com um foco maior no que

envolve o desenvolvimento destas características.

Portanto ficou claro diante dos resultados a necessidade de reavaliação da estrutura e

metodologia empregadas na formação do bacharel em Administração na Universidade Federal

do Rio Grande onde após análise se constatou um grau maior de desenvolvimento das

características comportamentais empreendedoras nos alunos que estão no primeiro período e

não passaram pelo processo de formação que os alunos formandos que estão concluindo o

curso passaram, considerando a intenção da Instituição em formar profissionais

empreendedores.

5.2. RECOMENDAÇÕES

Para se desenvolver seja características, competências, ou quais quer outras coisas

com o intuito de aperfeiçoá-las é necessário identificá-las, conhecê-las. Neste sentido e

considerando os resultados da pesquisa que constatou o maior desenvolvimento das

características comportamentais empreendedoras nos alunos do primeiro período em

detrimento dos alunos formandos no curso de graduação em Administração sugere-se que seja

instituída uma avaliação semestral de competências e características empreendedoras junto

aos acadêmicos do curso desde o momento em que ingressam na instituição até a sua

conclusão a fim de avaliar o desenvolvimento perfil do acadêmico no decorrer da formação.

Esta avaliação e sistematização deste acompanhamento periódico é fundamental para o

melhor desenvolvimento do processo ensino-aprendizado e formação de acadêmicos que

atingem o objetivo do curso: empreendedores prontos para os desafios do mercado.

Também recomenda-se uma reavaliação das disciplinas e metodologia de ensino afim

de resultar em uma grade curricular onde o aprendizado de conteúdos esteja alinhado às

mudanças globais na área de administração e na formação de um profissional seguro e com

domínio de conhecimentos necessários ao bom desempenho de sua função como

administrador no mundo atual.

Para complementar essa formação recomenda-se também uma maior integração e

66

incentivo a prática de atividades de pesquisa e extensão. A pesquisa levará o acadêmico à

adquirir mais conhecimentos e assim alcançar essa preparação teórica que baseia o bom

desempenho em suas atividades. A extensão funciona como o canal para a prática que

permitirá experiência necessária para se obter conhecimentos e adquirir a confiança que esta

experiência proporciona.

O investimento em projetos que permitem prática profissional ligada à área de estudo

são excelentes oportunidades de se obter conhecimento através da experiência, portanto o

incentivo e integração de projetos como Junior Achivement, Movimento de Empresas

Juniores, Feiras de empreendedores, Estágios supervisionados, projetos de extensão de estudo

e consultoria, preparação para concorrência em editais de incubação de empresas, projetos de

ensino e prática de ideias inovadoras e a EMPRETEC, são ferramentas que podem e devem

ser ainda mais incrementadas e terem uma maior atenção no curso.

Por fim sugere-se ainda como proposição de pesquisas futuras ampliar o estudo das

características comportamentais empreendedoras com os acadêmicos de administração

incluindo outras competências essenciais para o perfil do profissional administrador.

No que concerne às limitações desta pesquisa cabe ressaltar principalmente as

dificuldades quanto à aplicação em campo. Um dos fatores de grande influencia nesta

dificuldade se dá no próprio instrumento de pesquisa, que por conter 55 questões voltadas ao

estudo em si ainda apresenta as 4 questões para definição de caracterização dos indivíduos

investigados, tornando-se longo e portanto cansativo no momento de responder.

Outro ponto relevante a ser esclarecido é que apesar do apelo por parte da

pesquisadora quanto à necessidade de ser autentico nas respostas que garantem confiadamente

o resultado verídico do perfil empreendedor pesquisado por meio das características

comportamentais empreendedoras, e apesar do fator de correção é possível que os

respondentes pratiquem atitudes diferentes das apresentadas nas respostas o que pode levar

ainda assim a uma supervalorização de imagem.

Por fim, cabe também esclarecer que o acesso principalmente aos alunos formandos

foi um ponto dificultoso e que gerou atrasos no cronograma do projeto, devido a morosidade

em obter um número satisfatório de questionários respondidos resultado da lenta aceitação

para responder o questionário on line. Porém, os objetivos do estudo foram alcançados.

67

6. REFERENCIAL TEÓRICO

___________. Empreendedorismo no Brasil. Relatório Executivo 2013. Global

Etrepreneurship Monitor. IBQP, 2013.

BARTEL, Gonter. Análise da evolução das características comportamentais empreende-

doras dos acadêmicos do curso de administração de uma Ies catarinense. Dissertação de

Mestrado Universidade Regional de Blumenau. Blumenau, 2010.

CARNEIRO, Paulo Del Peloso. Metodologia Fuzzy aplicada para predição do comportamen-

to empreendedor. Dissertação de Mestrado Faculdade de Economia e Finanças IBMEC. Rio

de Janeiro, 2008.

CHIAVENTO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor: um

guia eficiente para iniciar e tocas seu próprio negócio. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

DIAS, Tania Regina Frota Vasconcellos; MARTENS, Cristina Daí Prá; BOAS, Ana Alice

Vilas. Estudo das características comportamentais empreendedoras dos estudantes

membros de duas empresas juniores. Artigo para Anais do Simpoi 15 anos, 2012.

DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. 6. ed. São Paulo: Cultura, 1999.

DOLABELA, Fernando. Oficina do empreendedor. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios.

4. ed. 2ª reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

ESTEVAM, Artilene Barros Rabelo. Intra-empreendedorismo e dimensão cultural: um

estudo com trabalhadores de uma empresa cearense. Revista de Psicologia, v. 3, 18 p.,

2012.

FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso. Construindo o conceito de competência.

RAC, Edição Especial, p. 183 a 196, 2001.

68

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração para empreendedores: fundamentos

da criação e da gestão de novos negócios. 2.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.

MENDES, Ricardo. O que é gestão por competência. Disponivel em:

<http://www.gestaoporcompetencias.com.br/artigo-recursos-

humanos/artigorh/o_que_e_gestao_por_competencias/>. Acessado em 03 de Nov. 2014.

POLO, Érica. Cursos são estratégicos para gestão financeira. São Paulo: Valor, 2013.

PORTAL EDUCAÇÃO. Conceito de gestão por competência. Disponível em:<

http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/17326/conceitodegestao#ixzz3I2I41MJf

>. Acesso em 03 de Nov. 2014.

VERGARA, Sylvia Constat. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 13. ed.

São Paulo: Atlas, 2011.

ZARIFIAN, Philippe. Objetivo Competência: por uma nova lógica. 1 ed. 2ª tiragem. São

Paulo: Atlas, 2001.

__________________. Projeto Político Pedagógico. Disponível em:

<https://sigaa.ufrn.br/sigaa/public/curso/ppp.jsf?lc=pt_BR&id=2000002>. Acesso em 03 de

Nov. 2014.

69

APENDICE – INSTRUMENTO DE McCLELLAND

Questionário de David Clarence McClelland

Auto-Avaliação das CCEs – Características do Comportamento Empreendedor

Nome: ___________________________________ Sexo (M/F): ____ Ano/ Semestre: _____

Este questionário se constitui de 55 afirmações breves. Leia cuidadosamente cada afirmação e

decida qual descreve você de melhor forma (considere como você é hoje e não como

gostaria de ser). Seja honesto consigo mesmo. Lembre-se de que ninguém faz tudo

corretamente, nem mesmo é desejável que se saiba fazer tudo.

1. Selecione o número que corresponde à afirmação que o descreve:

1= nunca

2= raras vezes

3= algumas vezes

4= usualmente

5= sempre

2. Anote o número selecionado na linha à direita de cada afirmação. Eis aqui um

exemplo:

Mantenho-me calmo em situações tensas _________.

A pessoa que respondeu nete exemplo usou o número “2” para indicar que a afirmação a

descreve apenas em raras ocasiões.

3. Algumas afirmações podem ser similares, mas nenhuma é exatamente igual.

4. Favor designar uma classificação numérica para todas as afirmativas.

5. Este questionário se constitui de diferentes etapas em sequencia, leia atentamente

todas as instruções.

70

1= nunca / 2= raras vezes / 3= algumas vezes / 4= usualmente / 5= sempre

QUESTÃO VALOR

1. Esforço-me para realizar as coisas que devem ser feitas.

7. Quando me deparo com um problema difícil, levo muito tempo para

encontrar a solução.

3. Termino meu trabalho a tempo.

4. Aborreço-me quando as coisas não são feitas devidamente.

5. Prefiro situações em que posso controlar ao máximo o resultado final.

6. Gosto de pensar no futuro.

7. Quando começo uma tarefa ou projeto novo, coleto todas as informações

possíveis antes de dar prosseguimento a ele.

8. Planejo um projeto grande dividindo-o em tarefas mais simples.

9. Consigo que os outros apóiem minhas recomendações.

10. Tenho confiança que posso ser bem sucedido em qualquer atividade que me

proponha executar.

11. Não importa com quem fale, sempre escuto atentamente.

12. Faço as coisas que devem ser feitas sem que os outros tenham de me pedir.

13. Insisto várias vezes para conseguir que as outras pessoas façam o que

desejo.

14. Sou fiel as promessas que faço.

15. Meu rendimento no trabalho é melhor do que o das outras pessoas com

quem trabalho.

16. Envolvo-me com algo novo só depois de ter feito todo o possível para

assegurar o seu êxito.

17. Acho uma perda de tempo me preocupar com o que farei da vida.

18. Procuro conselhos das pessoas que são especialistas no ramo em que estou

atuando.

19. Considero cuidadosamente as vantagens e desvantagens de diferentes

alternativas antes de realizar uma tarefa.

20.Não perco muito tempo pensando em como posso influenciar as outras

pessoas.

21. Mudo a maneira de pensar se outros discordam energicamente dos meus

71

pontos de vista.

22. Aborreço-me quando não consigo o que quero.

23. Gosto de desafios e novas oportunidades.

24. Quando algo se interpõe entre o que eu estou tentando fazer, persisto em

minha tarefa.

25. Se necessário, não me importo de fazer o trabalho dos outros para cumprir

um prazo de entrega.

26. Aborreço-me quando perco tempo.

27. Considero minhas possibilidades de êxito ou fracasso antes de começar

atuar.

28. Quanto mais específicas forem minhas expectativas em relação ao que

quero obter na vida, maiores serão minhas possibilidades de êxito.

29. Tomo decisões sem perder tempo buscando informações.

30. Trato de levar em conta todos os problemas que podem se apresentar e

antecipo o que faria caso sucedam.

31. Conto com pessoas influentes para alcançar minhas metas.

32. Quando estou executando algo difícil e desafiador tenho confiança em meu

sucesso.

33. Tive fracassos no passado.

34. Prefiro executar tarefas que domino perfeitamente e em que me sinto

seguro.

35. Quando me deparo com sérias dificuldades rapidamente passo para outras

atividades.

36. Quando estou fazendo um trabalho para outra pessoa, me esforço de forma

especial, para que fique satisfeita com o trabalho.

37. Nunca fico totalmente satisfeito com a forma como são feitas as coisas;

sempre considero que há uma maneira melhor de fazê-las.

38. Executo tarefas arriscadas.

39. Conto com um plano claro de vida.

40. Quando executo um projeto para alguém faço muitas perguntas para

assegurar-me de que entendi o que quer.

41. Enfrento os problemas na medida em que surgem em vez de perder tempo

antecipando-os.

72

42. Para alcançar minhas metas, procuro soluções que beneficiem todas as

pessoas envolvidas em um problema.

43. O trabalho que realizo é excelente.

44. Em algumas ocasiões obtive vantagens de outras pessoas.

45. Aventuro-me a fazer coisas novas e diferentes das que fiz no passado.

46. Tenho diferentes maneiras de superar obstáculos que se apresentam para a

obtenção de minhas metas.

47. Minha família e vida pessoal são mais importantes para mim do que as

datas de entregas de trabalho determinadas por mim mesmo.

48. Encontro a maneira mais rápida de terminar os trabalhos, tanto em casa

quanto no trabalho.

49. Faço coisas que as outras pessoas consideram arriscadas.

50. Preocupo-me tanto em alcançar minhas metas semanais quanto minhas

metas anuais.

51. Conto com várias fontes de informação ao procurar ajuda para a execução

de tarefas e projetos.

52. Se determinado método para enfrentar um problema não der certo recorro a

outro.

53. Posso conseguir que pessoas com firmes convicções e opiniões mudem seu

modo de pensar.

54. Mantenho-me firme em minhas decisões, mesmo quando as outras pessoas

se opõem energicamente.

55. Quando desconheço algo, não hesito em admiti-lo.

73

ANEXO - INSTRUMENTO PARA APLICAÇÃO ON LINE ADAPTADO DE DAVID

McCLELLAND

Pesquisa do Perfil Empreendedor dos Alunos de Administração

Estudo de Caso com os Alunos do Curso de Administração da UFRN

Caro(a) Usuário(a),

O presente questionário faz parte do meu trabalho de conclusão do curso de graduação em Administração

na UFRN, o qual aborda o perfil empreendedor dos alunos desta instituição. Este trabalho está sendo orien-

tado pelo Prof. João Vianei Tenório ([email protected]). A presente pesquisa objetiva contri-

buir com o amadurecimento do debate sobre o empreendedorismo no curso de administração na medida

que realiza um estudo de caso na UFRN, junto aos alunos do referido curso, como forma de observar o

seguinte problema: em que medida o aluno concluinte do curso de administração da UFRN em 2014 tem

um perfil empreendedor comparado ao aluno ingressante neste mesmo ano?

Neste sentido, não existem respostas certas ou erradas para as questões deste instrumento, pretendendo-se

captar apenas a sincera visão que os usuários têm sobre o tema. Em seguida os dados serão analisados de

forma global, não individual, e todas as informações coletadas serão utilizadas para fins estritamente aca-

dêmicos. Sendo preservado o anonimato dos respondentes. Desde já, agradeço pela colaboração! Estamos à

disposição para responder a qualquer dúvida.

Pesquisador: Rayra Amorim 9466- 4230 Whatsapp / Orientador: João Vianei - 84-9917-7090 Whatsapp

*Obrigatório

Sexo *

o Masculino

o Feminino

Período *

o Primeiro

o Último

Faixa de Idade *

o Menor que 20 anos

o De 20 a 30 anos

o De 30 a 40 anos

o De 40 a 50 anos

o Maior que 60 anos

Fonte de Renda *

o Nenhuma

o Estagiário

o Bolsista

o Funcionário da Iniciativa

Privada

o Funcionário Público

o Empresário

o Investidor

o Aposentado

74

o Outro:

Faixa de Renda *

o Nenhuma

o Menor que 1 Salário Mí-

nimo - Abaixo de R$ 800,00

o De 1 a 3 Salários - Até

R$ 2.000,00

o De 3 a 6 Salários - Até

R$ 4.000,00

o De 6 a 10 Salários - Até

R$ 7.000,00

o De 10 a 15 Salários - Até

R$ 10.000,00

o Maior que 15 Salários -

Acima de R$ 10.000,00

1. Esforço-me para realizar as coisas

que devem ser feitas. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

2. Quando me deparo com um

problema difícil, levo muito tempo

para encontrar a solução. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

3. Termino meu trabalho a tempo. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

4. Aborreço-me quando as coisas não

são feitas devidamente. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

5. Prefiro situações em que posso

controlar ao máximo o resultado

final. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

6. Gosto de pensar no futuro. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

7. Quando começo uma tarefa ou

projeto novo, coleto todas as

informações possíveis antes de dar

prosseguimento a ele. *

75

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

8. Planejo um projeto grande

dividindo-o em tarefas mais simples. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

9. Consigo que os outros apóiem

minhas recomendações. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

10. Tenho confiança que posso ser

bem sucedido em qualquer atividade

que me proponha executar. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

11. Não importa com quem fale,

sempre escuto atentamente. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

12. Faço as coisas que devem ser feitas

sem que os outros tenham de me

pedir. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

13. Insisto várias vezes para conseguir

que as outras pessoas façam o que

desejo. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

14. Sou fiel as promessas que faço. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

15. Meu rendimento no trabalho é

melhor do que o das outras pessoas

com quem trabalho. *

76

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

16. Envolvo-me com algo novo só

depois de ter feito todo o possível para

assegurar o seu êxito. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

17. Acho uma perda de tempo me

preocupar com o que farei da vida. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

18. Procuro conselhos das pessoas que

são especialistas no ramo em que

estou atuando. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

19. Considero cuidadosamente as

vantagens e desvantagens de

diferentes alternativas antes de

realizar uma tarefa. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

20.Não perco muito tempo pensando

em como posso influenciar as outras

pessoas. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

21. Mudo a maneira de pensar se

outros discordam energicamente dos

meus pontos de vista. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

22. Aborreço-me quando não consigo

o que quero. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

77

23. Gosto de desafios e novas

oportunidades. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

24. Quando algo se interpõe entre o

que eu estou tentando fazer, persisto

em minha tarefa. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

25. Se necessário, não me importo de

fazer o trabalho dos outros para

cumprir um prazo de entrega. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

26. Aborreço-me quando perco

tempo. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

27. Considero minhas possibilidades

de êxito ou fracasso antes de começar

atuar. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

28. Quanto mais específicas forem

minhas expectativas em relação ao

que quero obter na vida, maiores

serão minhas possibilidades de êxito. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

29. Tomo decisões sem perder tempo

buscando informações. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

30. Trato de levar em conta todos os

problemas que podem se apresentar e

antecipo o que faria caso sucedam. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

78

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

31. Conto com pessoas influentes para

alcançar minhas metas. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

32. Quando estou executando algo

difícil e desafiador tenho confiança em

meu sucesso. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

33. Tive fracassos no passado. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

34. Prefiro executar tarefas que

domino perfeitamente e em que me

sinto seguro. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

35. Quando me deparo com sérias

dificuldades rapidamente passo para

outras atividades. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

36. Quando estou fazendo um

trabalho para outra pessoa, me

esforço de forma especial, para que

fique satisfeita com o trabalho. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

37. Nunca fico totalmente satisfeito

com a forma como são feitas as coisas;

sempre considero que há uma

maneira melhor de fazê-las. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

38. Executo tarefas arriscadas. *

o 1 - Nunca

79

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

39. Conto com um plano claro de

vida. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

40. Quando executo um projeto para

alguém faço muitas perguntas para

assegurar-me de que entendi o que

quer. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

41. Enfrento os problemas na medida

em que surgem em vez de perder

tempo antecipando-os. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

42. Para alcançar minhas metas,

procuro soluções que beneficiem todas

as pessoas envolvidas em um

problema. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

43. O trabalho que realizo é

excelente. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

44. Em algumas ocasiões obtive

vantagens de outras pessoas. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

45. Aventuro-me a fazer coisas novas e

diferentes das que fiz no passado. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

46. Tenho diferentes maneiras de

superar obstáculos que se apresentam

80

para a obtenção de minhas metas. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

47. Minha família e vida pessoal são

mais importantes para mim do que as

datas de entregas de trabalho

determinadas por mim mesmo. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

48. Encontro a maneira mais rápida

de terminar os trabalhos, tanto em

casa quanto no trabalho. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

49. Faço coisas que as outras pessoas

consideram arriscadas. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

50. Preocupo-me tanto em alcançar

minhas metas semanais quanto

minhas metas anuais. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

51. Conto com várias fontes de

informação ao procurar ajuda para a

execução de tarefas e projetos. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

52. Se determinado método para

enfrentar um problema não der certo

recorro a outro. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

53. Posso conseguir que pessoas com

firmes convicções e opiniões mudem

seu modo de pensar.*

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

81

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

54. Mantenho-me firme em minhas

decisões, mesmo quando as outras

pessoas se opõem energicamente. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

55. Quando desconheço algo, não

hesito em admiti-lo. *

o 1 - Nunca

o 2 - Raramente

o 3 - Às Vezes

o 4 - Frequentemente

o 5 - Sempre

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