002 Bb Espanha vs Turquia

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Batalha de Lepanto Conflitos da Renascena 07-10-1571 Este acontecimento teve inicio em: 07-10-1571 e terminou em 07-10-1571 Vencedor: Reinos cristos Foras em presena: Repblica de Veneza Reinos Habsburgos espanhis Estados do Papa Genova Ordem de Malta Imprio Otomano A batalha de Lepanto, entre reinos cristos e os turcos foi a maior batalha naval no Mediterrneo depois da batalha de Actium em 31 Antes de Cristo. A batalha teve como objectivo impedir a progresso dos Turcos Otomanos, depois que estes tomaram possesses da Repblica de Veneza no Mediterrneo oriental. Veneza recorreu ao Papa, para que tentasse organizar uma aliana com os pases do Me diterrneo Ocidental, tradicionais rivais de Veneza, com o objectivo de impedir a progresso de um poder otomano que acabaria por ser negativo para todos os pases.

O Papa iniciou ento uma srie de contactos com os pases cristos do ocidente. A Frana n participou em qualquer iniciativa, alis at porque tinha praticamente sido expulsa do mediterrneo pelos pases pertencentes ao Sacro Imprio de Carlos V, que posterior mente passou para Filipe II. A monarquia dos Habsburgos[1] tinha interesses importantes no Mediterrneo, porque alguns dos seus reinos mais importantes, dependiam do comrcio nesse mar para sob reviver e manter as suas economias baseadas no comrcio. A Coroa de Arago e os seus reinos de Valncia e Npoles, bem como os seus aliados de Gnova estavam a favor de u ma interveno do monarca. Evidentemente que para criar uma fora capaz de enfrentar os turcos, seriam necessr ios navios e homens, e baseado nesse binmio que se vai criar a Santa Liga. Mapa do Mediterrneo: A esquadra crist reuniu-se em Messina. A Repblica de Veneza, que era quem se sentia directamente mais ameaada, construiri a uma frota de mais de 100 navios de guerra. A essa frota juntam-se cerca de 40 navios do Papa, de Gnova e de outros pequenos estados e mais 36 navios dos reinos espanhis de Filipe II, juntamente com 11 galeras de Gnova, mas subsidiadas pelos cofres do Reino de Castela. Embora com uma participao relativamente reduzida em termos de navios os Habsburgos participariam com a maior parte da gente de guerra, ou seja os soldados que dev eriam combater quando os navios das duas esquadras entrassem em contacto. Dos cerca de 30.000 homens de armas que deveriam embarcar, dois teros eram pagos pela coroa dos Habsburgos e os restantes por venezianos, genoveses, estados do P apa e cavaleiros da Ordem de Malta.

Depois de vrias movimentaes e aps a esquadra se ter reunido em Messina, no estreito que separa a pennsula itlica da Siclia, a frota dirige-se para oriente para enfrent ar os turcos, que julgava serem em menor numero. As duas frotas enfrentam-se na manh do dia 7 de Outubro e cada uma delas divide-s e em trs grupos. O principal combate ocorre no grupo central, quando as foras turcas sob o comando de Ali Pash atacam directamente a engalanada Galera Real onde seguia Juan de ustr ia. Na imagem: Galeaa (topo) e Gal de Veneza. A Serenssima Repblica construiu a maioria dos navios da esquadra crist. Ocorre que a disposio da frota crist, inclua um tipo de navio construdo nos arsenais de Veneza, o qual tinha sido mantido secreto. Em frente da primeira linha central das foras de galeras crists, foram colocadas d uas grandes Galeaas venezianas. Estes navios, tinham uma mobilidade reduzida, mas ao contrrio das galeras, tinham um castelo de proa redondo equipado com nove can hes e ao mesmo tempo dispunham de seis canhes que permitiam disparar bordadas cont ra as galeras turcas. Quando a frota turca, segue a grande galera de Ali Pash, que se atira contra o na vio de Juan de ustria, sofre um intenso ataque de artilharia das enormes galeaas v enezianas. Quando os navios turcos e cristos se engancham, vrios ocorrem para ajud ar no combate, tendo lugar praticamente um combate terrestre a bordo de vrios nav ios encostados uns aos outros numa enorme confuso de fumo, sangue e plvora. Porm, os navios turcos que vo em socorro da galera de Ali Pash, no conseguem chegar sem antes serem fortemente bombardeados pelos lentas e desajeitadas galeaas de Ve neza, que embora desajeitadas contam com 40 canhes de vrio tipos. Nestas condies as foras crists conseguem vantagem tctica, porque conseguem fazer cheg ar navios frescos refrega, enquanto que os turcos no o conseguem fazer. assim afu ndado o navio de Ali Pash e o destino da batalha comea a tornar-se bvio. Entretanto, as galeaas que tinham sido deixadas para trs, voltam lentamente para a refrega, utilizando o poder dos seus 40 canhes, para destruir ou danificar muito s dos navios turcos que entretanto se tinham desviado para norte. As outras duas batalhas que ocorreram com as restantes divises, tambm acabaram por ser favorveis aos cristos, merc da superioridade da artilharia dos navios venezian os e da interveno de uma pequena esquadra de reserva de cerca de 30 galeras comand adas por lvaro de Bazan. A Batalha de Lepanto, foi a mais memorvel vitria militar de Veneza, e o dia passou a ser feriado nacional. Ela marcou que tambm no Mediterrneo, era o poder dos canhe s de navios pesados que decidia o destino dos conflitos. Para a coroa dos Habsburgos, a batalha tambm foi um sucesso, mas os comandantes H ispnicos no conseguiram retirar nenhum tipo de lio da batalha, e concluram que a bata lha se ganhou por causa da capacidade dos seus navios transportarem homens em qu antidade para vencer a refrega no mar, com infantaria e no por causa da artilhari a. Esse tremendo erro de anlise, viria a assombrar o imprio dos ustrias, e acabaria po r influenciar o resultado da batalha que haveria de ocorrer 17 anos depois, com aquela que ficou conhecida pelos britnicos como Armada Invencvel. Ao ter tirado concluses erradas, os comandantes militares hispnicos no entenderam q ue a realidade da guerra naval tinha efectivamente mudado. Essa falha e o erro n

as concluses tiradas permitem afirmar que embora com uma vitria, em Lepanto, que c omea o longo declnio naval do imprio dos Habsburgos espanhis.

[1] Muitas vezes incorrectamente chamados de Espanha o que naturalmente um absurdo dado tal pas no existir na altura, no tendo existncia efectiva e jurdica, o que apen as viria a ocorrer no sculo XVIII. http://www.lepanto.com.br/dados/BatalhaLepanto.htmlA Batalha de Lepanto Giovan Tinelli di Olivano Bookmark and Share Artigo sobre uma das maiores batalhas navais da histria, a batalha de Lepanto, on de os catlicos com a ajuda de Nossa Senhora venceram os turcos que estavam invadi ndo a Europa. Clique aqui e veja a cronologia da batalha de Lepanto.

So Pio V Quando, no ano da Redeno de 1566, o Cardeal Ghislieri foi elevado ao trono pontifci o com o nome de Pio V, a situao da Cristandade era angustiante. Com efeito, fazia aproximadamente um sculo que os turcos avanavam sobre a Europa, por mar e atravs do s Blcs, no intuito insolente de sujeitar lei de Mafoma as naes catlicas, e sobretudo de chegar at Roma, onde um de seus sultes queria entrar a cavalo na Baslica de So Pe dro.

Mas o pior dos males no vinha de fora. O flagelo do protestantismo fizera apostat ar a Inglaterra (subjugando a Irlanda e ameaando a Esccia), continuava a alastrarse pela Alemanha e convulsionava a Frana. A esse quadro de desgraas somava-se a co bia dos reis e prncipes catlicos, que j no eram movidos por aquele zelo da F e adeso reja, que levara seus antepassados a atender convocao da cruzada aos brados de "De us o quer!". Alguns no hesitavam ante vergonhosas e esprias alianas com os prprios t urcos, para investir contra outras naes catlicas, visando conquistas territoriais, glria mundana e poder. O poderio otomano atinge seu pice Em 1457 cara Constantinopla. Transposto o Bsforo, os infiis avanaram sobre as regies balcnicas, subjugando a Albnia, a Macednia, a Bsnia. Ao mesmo tempo iam tomando uma a uma as ilhas do arquiplago grego. Nos primeiros anos do sculo XVI, o sulto Selim I aumentou seu poderio conquistando a Prsia e o Egito. O ano de 1522 viu cair a f ortaleza de Rhodes, defendida heroicamente pelos monges cavaleiros da Ordem de S . Joo de Jerusalm, como o bastio avanado da Cristandade, para onde se haviam retirad o aps a perda de seu ltimo reduto na Palestina, o forte de So Joo d Acre. Em 1524 o no vo sulto Solimo II, chamado o magnfico, ocupava e tratava duramente Belgrado. Seis anos mais tarde, 300.000 otomanos chegaram s portas de Viena. No conseguindo tomar a cidade depois de quinze violentos assaltos, retiraram-se, levando cativos 3.0 00 cristos. A crnica annima publicada em 1573 registra com espanto que em setembro de 1534 o s enhor de Tnis, Barba Ruiva, terrvel corsrio do Sulto, "atacou uma cidade atravs de um a praia martima romana", apanhando os habitantes de modo to imprevisto, que estes no puderam resistir. A cidade foi saqueada e queimada, e todos os seus moradores de 10 a 30 anos foram levados como escravos. Pouco depois o mesmo pirata assalta

va Fondi, senhorio dos prncipes Colonna e Itri, desta vez sem grande xito. Roma no estava longe... No litoral dalmtico os turcos no cessavam de atacar, saqueavam e destruam as cidade s que estavam debaixo da tutela da serenssima repblica de Veneza: Clissa, Prevesa, Castelnuovo e as ilhas mais ao sul, prximas Grcia. Enquanto a Espanha engajava-se individualmente numa guerra contra a Tunsia e a Arglia, em 1541 as hostes do Cres cente investiam novamente contra Viena. Em junho de 1552 tomavam elas parte da T ransilvnia, onde os cristos perderam em trs batalhas 25 mil homens. No ano seguinte o sulto alia-se ao Rei Cristianssimo, Henrique III da Frana, para a conquista da Cr sega, domnio do rei da Espanha, Imperador Carlos V.

Nesse nterim os bravos cavaleiros da Ordem de So Joo de Jerusalm, que haviam perdido Rhodes mas no queriam abandonar a luta contra o Crescente, transferiram-se para a Ilha de Malta, ao sul da Siclia. De sua nova fortaleza faziam incurses martimas, que representavam um grande entrave expanso turca, pois esses "escorpies do Medite rrneo" como os chamavam com dio os infiis atacavam toda e qualquer embarcao inimig incorporando prpria frota as naus que apresavam. As riquezas que estas estivessem transportando eram confiscadas para o Comum Tesouro da Ordem, e os prisioneiros postos a remar nas gals. Em 1565 Solimo II enviou uma poderosa armada contra a il ha, mas os monges-cavaleiros resistiram com tal denodo, que o sulto teve que reti rar-se, perdendo na empresa um de seus melhores generais, Dragut Rais, e mais de trinta mil homens.

Apesar desta derrota, o poderio turco atingia o seu auge. Dispondo de um exrcito numeroso e aguerrido, cuja sanha anticatlica era liderada por um corpo de renegad os, os janzaros, gozavam de uma situao econmica florescente. Solimo o Magnfico reinav sobre um imprio imenso, que se estendia de Belgrado a Aden, de Bagdad Arglia. Ans iava conquistar a Itlia para aniquilar o Papado, fundamento da Religio inimiga, e o projeto j no parecia uma quimera. De resto, a atitude omissa do Imperador Maximi liano e as perptuas querelas entre as naes catlicas mais poderosas a Espanha, a Fran e Veneza s podiam augurar bom termo ao avassalador avano turco. So Pio V convida os prncipes a unirem suas foras Pio V, o dominicano que havia sido Grande Inquisidor, era como um raio de luz da Idade Mdia a fulgurar sobre aquela Europa imersa nas sombras da heresia protesta nte e do neopaganismo humanista. Escrevia o grande So Carlos Borromeu ao Rei de P ortugal, a respeito do recente conclave: "Desde que o conheci, julguei que a Cri standade no podia ser melhor governada que por ele, e consagrei-lhe todos os meus esforos". E o Rei da Espanha, Filipe II, expressa seus sentimentos em carta ao A rcebispo de Sevilha: "Dou graas infinitas a Deus por esta eleio. Ele se dignou darnos um Pontfice de uma vida to exemplar, que disso se pode esperar um grande bem p ara a conservao de nossa santa F". Devoto insigne da Virgem, penetrado de zelo pela causa de Deus, ardia na alma do novo Pontfice o desejo de soerguer a Cristandade para um duplo combate: contra o protestantismo e contra o adversrio otomano. No prprio ano de sua elevao ao pontificado, comunicou ele ao Rei da Espanha e ao Im perador seu intento de promover uma aliana dos prncipes contra o sulto. Em maro, esc reveu vigorosa carta ao Gro-Mestre da Ordem de So Joo de Jerusalm, Jean de La Valett e, que tencionava abandonar a Ilha de Malta com seus cavaleiros, por lhe parecer impossvel continuar enfrentando a ameaa dos turcos, que derrotara gloriosamente n o ano anterior. Depois de enaltecer o herosmo de que o Gro-Mestre dera mostras naq uela ocasio, o Papa censura e repele o seu projeto de retirada e o exorta paterna lmente: "Ponde de lado a idia de abandonar a ilha. Permanecei a com vossa Ordem be m unida. Vossa simples presena em Malta inflamar a coragem dos cristos e impor respe ito ao otomano, pelo terror do nome que o fulminou no ano passado. Sabei que ele teme vossa pessoa, mais que todos os vossos soldados reunidos". La Valette leu a carta do Papa diante do Conselho da Ordem, beijou respeitosamente o documento pontifcio, e depois o solo da ilha, e exclamou: "A voz de vosso Vigrio, Jesus, ind

ica o meu dever. Ficaremos aqui, e aqui morreremos". No ms de maio desse ano, cai mais uma ilha do arquiplago jnico, Quios, e em setembr o a cidade de Szigethvar, na Hungria. De todos os lados afluem notcias da aproxim ao de foras turcas: de Tarento, de Corfu, de Veneza... Em Roma, So Pio V vigia e procura obter todas as informaes possveis sobre a marcha d os acontecimentos. Chega-lhe ento a boa nova de que Solimo II morrera enquanto era travada a batalha de Szigethvar, e que deixara o trono para seu filho Selim II, mole, sensual e sem a fibra do pai. Animado pelo desaparecimento de um inimigo to temvel como fora Solimo, nem por isso So Pio V se deixa levar pela idia de que todo o risco era passado. Em maro, public ara uma bula na qual descrevia com palavras cheias de dor o perigo turco e afirm ava que somente com muita penitncia poderia o povo fiel aplacar a ira de Deus e e sperar seu poderoso auxlio. No ms seguinte, encarecia a necessidade de o clero ter costumes puros, pois ao armar-se a Cristandade contra o Crescente, s lhe podiam valer as preces dos ministros de Deus que levassem uma vida sem mcula. Em julho e ra publicado um Jubileu extraordinrio pelo bom xito da guerra contra os turcos, e pde-se ver o prprio Sumo Pontfice participando de uma procisso rogatria para afastar a ameaa que pesava sobre a Europa. Em dezembro, o Papa dirige s naes catlicas novo brado de alarma e o convite a se uni rem numa liga em defesa da Cristandade. Mas ningum quer ouvi-lo. Veneza, por suas desconfianas para com os Habsburgos e por seus interesses econmicos, preferia con servar-se numa perigosa e dispendiosa neutralidade armada, mantendo relaes pacficas com os turcos. Filipe II mostra-se tambm pouco inclinado a formar uma coligao, ale gando que necessitava de todas as suas foras para enfrentar a revolta dos protest antes nos Pases Baixos. O Imperador Maximiliano II pensava antes de mais nada em socorrer a Hungria. O Rei de Portugal igualmente se omitia. Na Frana estalavam as guerras de religio, e pouco se podia esperar das intrigas da Rainha-Me. O projeto da Liga ficou estacionrio por trs anos, durante os quais o Papa procurav a ajudar o Imperador contra os turcos na Hungria, buscava socorro para a Ordem d e Malta e erguia fortificaes nas costas dos Estados Pontifcios. Ameaada pelo sulto, Veneza aceita a idia da Liga Um fato inesperado veio precipitar os acontecimentos e quebrar a atonia dos prnci pes catlicos em face dos apelos do Papa. Em fins de 1569 chegava a Constantinopla a notcia de que o arsenal veneziano fora destrudo pelo golfo, e devido a uma m colheita a Pennsula toda estava ameaada pela fome. Essas informaes vinham com cores exageradamente fortes, fazendo crer que Ven eza estava reduzida impotncia. Diante disso, Selim II decidiu romper a paz antes ajustada com a Serenssima Repblica e enviar-lhe na primavera um ultimato: ou Venez a entregava uma de suas possesses preferidas, Chipre, ou era a guerra. A Repblica de So Marcos, que ao longo dos ltimos trinta anos mantivera relaes amistos as com a Sublime Porta, compreendeu que, pelo menos a bem de seus interesses, er a preciso no alimentar mais iluses, e urgia buscar o auxlio das outras potncias catli cas. No podia ela contar com a Alemanha nem com a Frana, empenhadas em aquietar graves turbulncias internas. Restavam a Espanha e a Santa S. Da parte do Papa, a acolhida foi benvola. Quanto Espanha, ento a maior potncia do continente cujos vice-reis go vernavam Npoles, a Siclia, a Sardenha e Milo, e de quem dependiam ainda Gnova, a Sabi a e a Toscana no eram das melhores as suas relaes com os venezianos. Para o Pontfice Romano, cujos olhos nunca se haviam desviado do plano de uma conf

ederao anti-otomana, as circunstncias pareciam tornar-se favorveis para uma aproximao entre as duas potncias catlicas. Os primeiros passos dados nesse sentido pelo Nncio Apostlico em Veneza no encontraram, porm, ambiente receptivo. A Senhoria queria ap enas a mediao do Papa junto aos demais Estados, para obter dinheiro, mantimentos e tropas, e assim fortalecer-se a si mesma. Mas no desejava uma aliana com sua riva l, a Espanha, que lhe acarretasse muitos compromissos. Entretanto, poucas semanas mais tarde o Nncio Facchinetti informava o Papa de que Veneza, ante o inevitvel da guerra, estava propensa a aceitar a idia de uma coali zo das potncias catlicas. Poucos dias depois, um emissrio turco apresentava-se entra da de Veneza para transmitir o ultimato do Sulto. Conduzido por uma escolta, foi recebido em uma audincia de apenas um quarto de hora pelo Senado, que o despediu com "palavras frias e cheias de dignidade", contendo uma rotunda negativa: com e sperana na justia de Deus, a Repblica defenderia pelas armas a Ilha de Chipre, da q ual era legtima senhora. Tambm a Espanha procura seus prprios interesses Felipe II, rei de Espanha A reao da Espanha ante o apelo de S. Pio V, para que entrasse na Liga contra os tu rcos, traduziu-se na atitude de seus dois embaixadores em Roma, os Cardeais Zuiga e Granvela. Para aumentar o mais possvel o preo da adeso de seu governo, os dois d iplomatas valiam-se de rodeios e subterfgios, dando a entender que Filipe II no pe nsava em aderir Liga, e sobretudo no aprovava uma aliana com Veneza.

No consistrio reunido em fevereiro de 1570, os Cardeais, em sua maioria, concorda ram com o Pontfice quanto iminncia da queda de Chipre se a Espanha no interviesse s em demora. O Cardeal Granvela contestou, pedindo que no precipitassem seu rei e a Igreja numa empresa incerta e perigosa. Acrescentou que a Repblica de So Marcos no era digna de confiana e no merecia apoio imediato; que melhor seria esperar, para ver se ela entrava mesmo em guerra com os turcos; e que sempre seria tempo para uma ajuda da Espanha. Acreditava que Deus queria castigar Veneza e dar uma lio su a soberba e egosmo. A estas consideraes ops-se o Cardeal Commendone, o qual lembrou todos os servios prestados por Veneza Cristandade e Santa S, e que, alm do mais, no era somente ela que estava em jogo, mas a honra e o bem da Cristandade. Terminado o consistrio com a quase unanimidade de opinio dos cardeais quanto a est e ltimo ponto, So Pio V ofereceu ao Doge valioso auxlio pecunirio (representado pelo dzimo do clero veneziano) para a defesa de Chipre, e ao mesmo tempo deu um passo decisivo para mover Filipe II a fazer uma aliana com Veneza. Tendo-lhe a Senhoria confiado a direo das negociaes com Madri, o Papa escolheu para encaminh-las um de seus melhores diplomatas, de origem espanhola ademais, o clrigo da Cmara Apostlica, Luiz de Torres. O enviado do Papa devia realar junto a Sua Maj estade Catlica que nenhum monarca poderia enfrentar sozinho o Gro-Turco, e que se impunha a unio de todos os prncipes catlicos para derrubar o inimigo comum. Filipe II era conjurado, pela misericrdia de Deus, a enviar o quanto antes Siclia uma esq uadra poderosa, para proteger Malta e garantir a rota que levaria socorros Ilha de Chipre. A Liga entre a Espanha e Veneza deveria ter carter defensivo e ofensiv o e ajustar-se para sempre, ou pelo menos por um prazo determinado. Em meados de maio, Filipe II acedeu em outorgar poderes a Granvela, Pacheco e Zui ga para as negociaes desejadas por Pio V. O Papa chorou de alegria ao saber disso. Em junho, nomeou Marco Antonio Colonna pessoa grata a Filipe II, a quem servira outrora, e tambm a Veneza como chefe da esquadra auxiliar pontifcia. No dia 11 o Prncipe Colonna dirigiu-se solenemente ao Vaticano. Depois de ouvir a Missa do Es prito Santo na capela pontifcia, ajoelhou-se aos ps do Papa, para prestar-lhe juram ento e receber de suas mos o basto de comando e a bandeira de seda vermelha, na qu al se viam Jesus Crucificado, o Prncipe dos Apstolos, o braso de Pio V e o lema "In

hoc signo vinces". O Prncipe tomou a peito o chamado do Papa, e apesar de ter recebido o comando de apenas doze galeras (o mximo que comportavam os recursos do tesouro pontifcio), en tregou-se por inteiro tarefa de equipar a pequena esquadra. Colonna encontrou na nobreza romana as melhores disposies para tomar parte em to gloriosa empresa. Diri giu-se logo depois para Veneza, passando por Loreto, onde encomendou sua pessoa e sua esquadra proteo de Maria Santssima, pois sabia que teria diante de si no pouca s dificuldades. Seis meses perdidos em negociaes

No ms de julho chegava a Roma Miguel Soriano, representante da Repblica de So Marco s, para entabular com a Espanha as negociaes da Liga, sob a gide e mediao do Pontfice Romano. Comearam elas em julho, com um inflamado discurso em que o Papa exortava todos para a nova cruzada. As difceis tratativas prolongaram-se desmedidamente, trazendo tona os jogos de in teresses s vezes mesquinhos de ambas as partes. Ora os espanhis demonstravam desco nfiana para com as intenes de Veneza, e receavam uma "combinazione" desta com a Sub lime Porta; ora eles mesmos queriam dobrar e at triplicar o preo dos cereais que i riam de Npoles para Veneza; por seu lado, os venezianos diziam-se impossibilitado s de contribuir com mais de uma quarta parte dos gastos da guerra, quando eram s obejamente conhecidas as possibilidades do tesouro da Senhoria... Apesar de seu temperamento fogoso, So Pio V intervinha com uma pacincia e cordura hericas. Aqui ele conciliava, ali aparava arestas, acol estimulava. A discusso sobr e o nmero de embarcaes a serem fornecidas pelas duas partes foi causa de novas discr dias. Chegou-se afinal questo do comando supremo, que a Espanha chamava a si, mas Soriano, embaixador de Veneza, interveio para lembrar que o pavilho veneziano ex erceria maior fora de atrao nos mares orientais, especialmente para levar a subleva rem-se os povos cristos oprimidos pelo Crescente. D. Joo d ustria Foi nessa ocasio que o Cardeal Morone sugeriu para generalssimo dos exrcitos cristos o nome do irmo bastardo de Filipe II, D. Joo d ustria, o qual se havia distinguido e xtraordinariamente na guerra contra os mouros no norte da frica. Chegou-se enfim ao acordo de que o Papa tomaria a iniciativa de convocar outros prncipes, e espec ialmente o Imperador; que nenhum dos confederados poderia ajustar a paz; e que o Pontfice deveria ser o supremo juiz nos litgios da Liga. Fez-se ento um esboo dos itens do acordo. Enquanto isso os espanhis consultavam seu Rei sobre se as trs esquadras espanhola, pontifcia e veneziana deviam ser unifica das num s corpo. Em fins de julho Veneza aceitava D. Joo como generalssimo, e dias depois era apresentado ao Pontfice o projeto da Liga. A perda de tempo com as reivindicaes de vantagens e com as disputas sobre pontos d e vista divergentes j se fazia sentir. Enquanto a peste dizimava a esquadra venez iana, em setembro os turcos atacavam a Ilha de Chipre e sitiavam Nicsia, a qual c aa depois de 48 dias de resistncia herica. O desnimo comeava a espalhar-se pela Cristandade. Quando Granvela chegou a dizer a o Papa que os turcos eram excessivamente fortes, e que talvez s pudessem ser venc idos se atacados em diversas frentes, incluindo a frica, a Albnia e a Hungria, So P io V, tomado de forte emoo e com lgrimas nos olhos, retrucou-lhe que a culpa disso era dos prncipes catlicos, os quais deviam arrepender-se de sua atitude antes que fosse tarde demais, e s expiariam sua falta se se resolvessem afinal a unir-se na defesa da causa da Cristandade. Falou ainda de So Ladislau e de Scanderbeg, na P olnia e na Albnia, como exemplos da fora dos que pem sua confiana na poderosa justia

o Altssimo. Que se armassem e se unissem, pois Deus os ajudaria: sua causa era a de Deus. No fim do ano o Papa resolveu escrever uma carta de prprio punho a Filipe II. Nel a o Pontfice traduzia suas mais amargas queixas. Dizia que, depois que se tinha c onseguido contornar as ltimas dificuldades com os venezianos, eram os comissrios e spanhis que procuravam entravar a concluso da aliana. Qualificava essa atitude de e stranha e suspeita. Tendo intimado o Nncio de Madrid o qual devia entregar a miss iva a no aceitar evasivas do Rei, Pio V aguardou com sublime pacincia a resposta. Enquanto isso, chegavam as piores notcias: Os turcos sitiavam Famagusta, ameaavam Corfu e Ragusa; o Nncio em Veneza, Facchinetti, anunciava em fevereiro de 1571 qu e, se no se ultimasse imediatamente a Liga, havia perigo de que a Senhoria ajusta sse as pazes com a Sublime Porta, ainda que custa da perda de Chipre. "Qui seminant in lacrimis, in exsultatione metent" "Quem semeia nas lgrimas, colhe na alegria" diz o Salmo do real Profeta (Sl.125,5 ). Os sofrimentos morais do Santo Padre iriam encontrar o consolo merecido. Em maro chegaram, com diferena de dias, as respostas do Rei da Espanha e do Doge d e Veneza. Havia ainda algumas graves discordncias, mas um ltimo esforo dos auxiliar es do Papa superou-as. Afinal, em meados de maio, do rigoroso segredo em que se desenvolviam as tratativas emergiu a boa nova: estava concluda a Santa Liga. A al iana ajustada entre o Papa, o Rei da Espanha e a Repblica de Veneza devia ser estve l, ter carter ofensivo e defensivo e dirigir-se no somente contra o sulto, mas tambm contra seus Estados tributrios: Argel, Tnis e Trpoli. A trplice aliana contaria com duzentas galeras, cem transportes, 50 mil infantes e spanhis, italianos e alemes, 4.500 cavalos ligeiros e o nmero de canhes necessrio. Em cada outono se celebraria um convnio em Roma, sobre a campanha do ano seguinte. Espanha e Veneza deviam defender-se mutuamente em caso de ataque. O Papa arcaria com uma sexta parte dos gastos, a Espanha com trs sextos, e Veneza com o restant e. O generalssimo D. Joo d ustria aconselhar-se-ia com os comandantes das tropas vene zianas e pontifcias, e nas deliberaes decidiria a maioria dos votos. O lugar-tenent e de D. Joo seria o Prncipe Colonna. Era facultado ao Imperador e aos demais prncip es catlicos ingressar na Liga.

O Sumo Pontfice transbordava de santa alegria. Publicou um Jubileu geral, para at rair as bnos do Deus das batalhas sobre o exrcito cristo. Tomou parte nas procisses r gatrias, que se realizaram ainda no ms de maio em Roma, e mandou cunhar uma medalh a comemorativa. Por tua mo ser abatida a soberba do inimigo Tratava-se agora de acelerar os preparativos da trplice armada, acertar o ponto d e encontro e os planos da batalha. Ao mesmo tempo o incansvel So Pio V enviou lega dos ao Imperador e aos outros prncipes, a fim de inst-los a ingressarem na Liga. Alm disso, nomeara ele uma Congregao cardinalcia especialmente incumbida das providnc ias da guerra. Um documento da poca relata que naqueles dias s se viam soldados na s ruas da Cidade Eterna. Em meados de junho a esquadra pontifcia fazia-se vela para o sul, ancorando em Npo les, onde devia encontrar-se com as naus espanholas. J no ms anterior o Papa havia escrito uma carta a Filipe II, pedindo-lhe para apressar a partida de D. Joo, a fim de no se perder a boa ocasio. Como os espanhis tardassem para adiantar a empresa, os navios do Papa zarparam no vamente em julho rumo a Messina, ponto convencionado para o encontro das trs arma das. Poucos dias depois chegavam os venezianos, comandados pelo valoroso veteran

o Sebastio Veniero. Enquanto isso, vinham notcias de que o inimigo acuava Creta, C itera, Zanta e Cefalnia. Como entre a nobreza de Roma, tambm entre os fidalgos da Espanha reinava vivo ent usiasmo pela Cruzada, tendo-se alistado numerosos deles. Zarpando de Barcelona c om 46 galeras, Dom Joo d ustria chegou a Gnova em meados de julho. Dali enviou um emi ssrio a Veneza, a fim de comunicar que j estava a caminho de Messina, e outro ao P apa (o Rei Filipe II negara-lhe a permisso de passar por Roma), para agradecer a escolha para o posto de generalssimo e escusar-se do atraso. Quando o representan te do prncipe espanhol se despediu do Pontfice, este encarregou-o de dizer a D. Joo que se lembrasse sempre de que ia combater pela F catlica, e de que por isso Deus lhe daria a vitria. Ao mesmo tempo o Papa enviou ao generalssimo o estandarte da Liga.

O estandarte era de damasco de seda azul e ostentava a imagem do Crucificado, te ndo aos ps as armas do Papa, da Espanha, de Veneza e de D. Joo. O Prncipe recebeu-o solenemente em Npoles das mos do Vice-Rei, o Cardeal Granvela, na Igreja de Santa Clara, com a presena de muitos nobres, entre os quais os prncipes de Parma e de U rbino. "Toma, ditoso Prncipe disse-lhe o Cardeal a insgnia do verdadeiro Verbo hum anado. Toma o sinal vivo da santa F, da qual s o defensor nesta empresa. Ele te da r uma vitria gloriosa sobre o mpio inimigo, e por tua mo ser abatida sua soberba. Amm " Um forte clamor ecoou da multido que enchia a nave: "Amm! Amm!" Vivamente angustiado ante as notcias do avano turco, So Pio V mandou no dia 17 uma carta de prprio punho ao generalssimo, exortando-o a sair sem demora ao encontro d o inimigo. D. Joo zarpou ento para Messina, onde foi recebido com jbilo indizvel. De uma formosura varonil, louro e de olhos azuis, no esplendor da juventude tinh a 24 anos de idade profundamente aristocrtico, o filho de Carlos V causou enorme impresso nos sicilianos que o estavam recepcionando. O porto, juncado de naus cri sts, assemelhava-se a uma floresta de mastros que balouavam serenamente sobre o ma r, espera do momento em que deveriam singrar guas tintas de sangue. Era uma terrve l ameaa para o inimigo e um irresistvel chamado para aqueles novos cruzados. Os soldados preparam-se por trs dias de jejum Nos primeiros conselhos de guerra, D. Joo empenhou-se em comunicar seu ardor aos setenta oficiais ali reunidos e em beneficiar-se, em troca, de sua prudncia e mat uridade. Mesmo a, no deixou de haver alguns desentendimentos, que fizeram perder m ais trs semanas em deliberaes. Alguns generais achavam que a campanha iria ser meramente defensiva, dado o pode rio do inimigo. Outros afirmavam que as naus turcas no eram muito eficientes. O p rprio D. Joo mostrou-se hesitante, at que o Nncio Odescalchi, que viera distribuir p artculas do Santo Lenho para que houvesse uma partcula em cada nau, comunicou ao P rncipe que o Pontfice lhe prometia em nome de Deus a vitria, por cima de todos os cl culos humanos. Mandava dizer que, se a esquadra se deixasse derrotar, iria ele m esmo guerra, com seus cabelos brancos, para vergonha dos jovens indolentes. D. Joo tomou uma srie de medidas para preservar o carter sacral da expedio. Proibiu a presena de mulheres a bordo e cominou pena de morte para as blasfmias. Enquanto s e esperava o regresso de uma esquadrilha de reconhecimento, todos jejuaram trs di as, e nenhum dos 81 mil marinheiros e soldados deixou de confessar-se e comungar , o mesmo fazendo os condenados que remavam nas galeras. Jesutas, franciscanos, c apuchinhos, dominicanos, iam e vinham no meio daquela gente rude, para purificar os coraes e preparar um exrcito verdadeiramente de cruzados. Nos dias 16 e 17 de setembro, nos quais se deu a partida de Messina, o espetculo foi deslumbrante. As naus comearam a mover-se duas a duas, encimadas por bandeira s cujas cores as distinguiam segundo a posio que assumiriam na batalha. frente tre

mulavam as bandeiras verdes de Andrea Doria, o comandante dos espanhis. Em seguid a vinha a batalha ou centro, com suas bandeiras azuis, e o gonfalo de Nossa Senho ra de Guadalupe sobre a nau de D. Joo d ustria. Os estandartes do Papa e da Liga fic aram guardados para o momento do embate. direita da batalha vinha Marco Antonio Colonna na nau capitnia do Papa; esquerda, o veneziano Sebastio Veniero, grande co nhecedor das lides do mar, vigoroso com seus setenta anos, altivamente em p na po pa de sua nau. A diviso de Veneza, comandada pelo nobre Barbarigo, seguia atrs, com bandeiras ama relas; as bandeiras brancas de D. lvaro de Bazn, Marqus de Santa Cruz, fechavam aqu ele imponente cortejo naval. Uma figura toda vestida de prpura destacava-se de en tre a multido reunida no porto. Era o Nncio papal, que dava a bno a cada barco que pa ssava, com seus cruzados piedosamente ajoelhados na ponte: nobres revestidos de armaduras refulgentes, soldados de variados uniformes, marinheiros de roupas e g orros vermelhos. Os remos compassados e as velas que se iam enfunando levavam-no s em demanda do inimigo da F. Na sua armadura dourada, terrvel como um anjo vingad or, avultava a figura de D. Joo d ustria, a quem o prprio So Pio V aplicaria depois da vitria o que o Evangelho diz de So Joo Batista: "Fuit homo missus a Deo, cui nomen erat Ioannes" Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era Joo (Jo. 1,6). O estandarte da Liga iado na nau capitnia Estandarte da Santa Liga Deixando o estreito de Messina, as naus da Liga costearam o litoral da Calbria e da Aplia, e de l seguiram para a ilha de Corfu, depois para Gomenitsa, nas costas da Albnia, onde aportaram no ltimo dia do ms de setembro. Ao longo desse percurso foram encontrando sinais da passagem dos turcos: restos carbonizados de igrejas e casas, objetos de culto profanados, corpos dilacerados de sacerdotes, mulheres e crianas covardemente assassinadas. A inconformidade co m o crime e o desejo de uma santa vingana faziam-se sentir no corao de todos os cru zados e revigoravam neles a vontade de lutar. Nesse meio tempo os espias informaram que a esquadra inimiga estava ancorada em Lepanto, um porto localizado pouco mais ao sul, no estreito de igual nome, o qua l liga o Golfo de Patras ao de Corinto. Tratava-se agora de tomar a iniciativa d a luta, indo ao encalo do inimigo.

Feitos todos os preparativos para a batalha, no dia 6 de outubro os navios da Li ga deixaram a costa da Albnia em direo a Cefalnia, ilha do Arquiplago Jnico situada d fronte ao Golfo de Patras, ao fundo do qual se achavam os navios turcos. Foi a qu e os catlicos receberam a notcia de que Famagusta, capital de Chipre, cara em poder do Crescente, e que o general Mustaf cometera as piores atrocidades com o comand ante da praa, Marco Antonio Bragadino, a quem mandara esfolar vivo, e cuja pele c heia de palha fizera conduzir por toda a cidade. A narrao dessas crueldades acende u o dio da tropa crist, que ansiava por defrontar-se com os otomanos. O embate j ento era iminente, dada a proximidade em que se encontravam os dois exrc itos. O vento soprava do Levante, o cu estava encoberto e o mar era cinzento e ch eio de nvoa naquele sexto dia do ms. Os catlicos no sabiam que o vento que os detinh a era o mesmo que convidava o inimigo a deixar seu refgio em Lepanto, e assim tor nava possvel a batalha. Com efeito, se os turcos no se resolvessem a sair, seria m uito difcil desaloj-los de seu reduto. O estreito de Lepanto era protegido por dua s fortalezas, cujos canhes fariam grande estrago armada da Liga. A noite caiu, en volta em um silncio misteriosamente cheio de prenncios. s duas horas da madrugada do domingo, 7 de outubro, um vento fresco vindo do poen te limpou completamente o cu, prometendo um dia ensolarado. Antes do amanhecer, D . Joo mandou levantar ncoras e soltar as velas. Quando as naus crists, tendo passad

o pelo canal que ficava entre a ilha de Oxia e o cabo Scrofa, desembocavam no go lfo de Patras, uma fragata ligeira mandada em reconhecimento veio ao seu encontr o, com a informao de que a esquadra turca estava a poucas milhas de distncia. A ban deira que devia sinalizar a presena do inimigo tremulou no mastro da capitnia vang uarda. Depois de uma rpida deliberao com Veniero, o generalssimo ordenou que todos s e dispusessem em ordem de batalha. Fez-se ouvir o troar de um canho, enquanto era iado o estandarte da Santa Liga no mastro mais alto da galera capitnia. "Aqui venceremos ou morreremos" ues da esquadra catlica. bradou D. Joo entusiasmado, ao acompanhar as evol

Seis pesadas galeras venezianas, comandadas por Francisco Duodo, rumaram lentame nte para seus postos, na vanguarda. Como que no desejo de esmagar os otomanos nu m terrvel amplexo, a esquadra catlica procurou estender-se o quanto pde, desde o li toral at o alto mar. esquerda o veneziano Barbarigo, com 64 galeras, alargou seu flanco em direo ao litoral, para evitar um envolvimento dos inimigos pelo norte. D om Joo comandava o centro, ladeado por Colonna e Veniero; o catalo Requesns vinha u m pouco mais atrs. A esquadra espanhola de Andrea Doria, com 60 naus, formava a a la direita, em direo ao mar alto. As 35 embarcaes do Marqus de Santa Cruz aguardavam ordens retaguarda, para uma eventual interveno. Tambm o almirante otomano Kapudan-Pach Muesinsade Ali, que passou Histria como AliPach disps sua esquadra para o combate. A ala direita, que devia defrontar-se com Barbarigo, compunha-se de 55 galeras e era comandada por Maom Shaulak, governador de Alexandria; a ala esquerda, qual cabia opor-se a Andrea Doria, era formada p or 73 unidades s ordens do temvel corsrio Uluch Ali (Occhiali), um renegado calabrs que, segundo se dizia, fora frade; o centro, finalmente, com 96 galeras, estava sob o mando direto do prprio Ali-Pach e constitua a elite da armada infiel. Uma div iso de reserva ficara retaguarda. O generalssimo turco parecia querer investir resolutamente pelo centro, e ao mesm o tempo envolver os cristos, aproveitando-se da sua superioridade numrica sobre es tes (286 naus contra 208). O vento soprava de leste, favorvel aos infiis, enquanto os catlicos tinham que se mover fora de remos. Decorreram quatro horas at que as d uas armadas estivessem prontas para o confronto. O vento amainara. A essa altura, Doria chegava nau de D. Joo d ustria para propor um conselho de guerr a, no qual se discutisse se convinha ou no dar combate a um inimigo numericamente superior. O generalssimo limitou-se a responder-lhe: "No mais hora de falar, mas de lutar!" Doria voltou ao seu posto, tendo antes proposto a D. Joo que mandasse cortar o enorme esporo que pesava na proa das galeras. A vantagem desta medida, i ndicada pelo astuto genovs, revelou-se enorme: aliviou as naus, facilitando as ma nobras, e ademais permitiu que o canho central, em vez de atirar por cima, visass e diretamente o alvo, com maior impacto. D. Joo quis passar uma ltima revista a suas tropas. Subiu a uma fragata e percorre u o corpo central e a ala direita da esquadra. Dom Luiz de Requesns foi incumbido de visitar a outra ala. O comandante supremo apresentou-se aos nobres e tripulao de cada nau, levando na mo um crucifixo e conclamando com ardor para o lance imin ente: "Este o dia em que a Cristandade deve mostrar seu poder, para aniquilar es ta seita maldita e obter uma vitria sem precedentes". E mais adiante: " pela vonta de de Deus que viestes todos at aqui, para castigar o furor e a maldade destes ces brbaros. Todos cuidem de cumprir seu dever. Ponde vossa esperana unicamente no De us dos Exrcitos, que rege e governa o universo". A outros, dizia: "Lembrai-vos de que combateis pela F; nenhum poltro ganhar o Cu". A resposta a essas palavras eram aclamaes estrepitosas, e no havia quem no se mostra sse ao jovem general em atitude ufana e combativa. Enquanto isso, ele fazia dist ribuir escapulrios, medalhas e rosrios. O entusiasmo levou a tropa a tomar-lhe o c hapu e as luvas; por fim D. Joo voltou sua capitnia, a fim de armar-se para o comba

te. Ouvia-se do lado do inimigo um som fanhoso de cornetas, um crescendo de vociferaes , o estrpito de cmbalos e o sinistro percutir das cimitarras sobre os escudos. Os infiis entretinham-se com danas, acompanhadas pelo crepitar de armas de fogo. Esca choam as gargalhadas, e a soldadesca escarnece da presuno dos que ousavam enfrenta r o poderio imenso do sulto: "Esses cristos vieram como um rebanho, para que os de golemos!" A ordem dada por Ali-Pach era no fazer prisioneiros. Reaparece D. Joo. Sua armadura e seu elmo brilham ao sol, que agora est a pino, se m nenhuma nuvem a toldar o cu. O Prncipe ajoelha-se e reza. Todos os seus homens f azem o mesmo. No meio de um silncio grandioso, os religiosos davam a ltima bno e a ab solvio geral aos que iam expor-se morte pela F. Do lado inimigo tambm tudo se aquiet ara. Anjos e demnios pareciam fazer sentir sua presena e a transcendncia do fato qu e ia ocorrer. A cabea de Ali-Pach na ponta de uma lana As esquadras se aproximam. No momento azado, Ali-Pach manda dar um tiro de canho p ara chamar os cristos luta. Dom Joo d ustria aceita o desafio, respondendo com outro tiro. O vento mudara inesperadamente. Os estandartes do Crucificado e da Virgem de Guadalupe investem contra as bandeiras vermelhas de Maom, marcadas com a meialua, estrelas e o nome de Al bordado a ouro. Nesse momento o Cu j enviara um augrio da vitria: o primeiro tiro que partira contra os infiis lhes afundara uma galera. Aos gritos de "Vitria! Vitria! Viva Cristo!", os cruzados lanaram-se com toda a ene rgia na batalha. Os turcos procuravam dar a maior amplitude a seu deslocamento, para envolver um dos flancos do adversrio. Doria tenta impedir-lhes a manobra, mas afasta-se demai s da zona que lhe havia sido designada, abrindo um perigoso vo entre a ala sob se u comando e o centro da esquadra crist. Os 264 canhes de Duodo, abrindo fogo, conseguem romper a linha inimiga. Comeam as abordagens. O apstata italiano Uluch Ali entra pelo vazio deixado por Doria. Com suas melhore s naves, lana-se no combate em que o centro dos cristos estava engajado, e com alg umas galeras pesadas mantm Doria afastado. Neste lance iam sendo aniquiladas as t ropas de Doria, e a reserva do Marqus de Santa Cruz no podia socorr-las, pois estav a empenhada em auxiliar os venezianos da ala esquerda, junto ao litoral. Ali-Pach, reconhecendo pelos estandartes a galera de D. Joo, abalroou-a com seu prp rio navio, proa contra proa, e lanou sobre ela toda uma tropa de janzaros escolhid os. Neste momento o conselho de Doria provou sua eficcia: desembaraada do esporo, a artilharia da nau catlica ps-se a dizimar a tripulao da "Sultana", a nave de Ali-Pa ch. Em socorro desta acorreram mais sete galeras turcas, que despejaram mais janza ros sobre a ponte ensangentada da capitnia de D. Joo. Duas vezes a horda turca pene trou nesta at o mastro principal, mas os bravos veteranos espanhis obrigaram-na a recuar. Dom Joo contava agora com apenas dois barcos de reserva, sua tropa tinha sofrido muitas baixas, e ele mesmo fora ferido no p. A situao ia-se tornando cada v ez mais perigosa, quando o Marqus de Santa Cruz, tendo liberado os venezianos, ve io em socorro do generalssimo e este pde repelir os janzaros. A batalha chegara ao seu auge. As guas tingiam-se de sangue, ressoavam gritos e g emidos dos que lutavam, dos feridos, mutilados e agonizantes. O estrondo das arm as de fogo entrecruzava-se com o tinir das lminas de ao, num concerto trgico e gran dioso. Sucediam-se umas s outras as proezas. O sangue nobre corria. Um aps outro c aram Juan de Crdoba, Fbio Graziani, Juan Ponce de Len. O velho Veniero lutava de esp ada na mo, frente de seus soldados. O general veneziano Barbarigo tombara ferido por uma flecha no olho, quando, para dar ordens a seus homens, afastara o escudo

que o protegia. " um risco menor do que o de no conseguir fazer-me entender numa hora destas!" respondera a algum que o advertia do perigo. O jovem Alexandre Farn ese, Duque de Parma, entrou sozinho numa galera turca, e no morreu. De sua parte, o inimigo tentava toda espcie de manobras e dava inegveis provas de valor. O momento era crtico, e ainda deixava muitas dvidas quanto ao desenlace da batalha , quando Ali-Pach, defendendo a "Sultana" de mais uma investida crist, caiu morto por uma bala de arcabuz espanhol (ou suicidou-se, segundo outra verso). Eram 4 ho ras da tarde. O corpo do generalssimo dos infiis foi arrastado at os ps de D. Joo. Um soldado espan hol avanou sobre ele e cortou-lhe a cabea. Esta, por ordem do Prncipe, foi ento ergu ida na ponta de uma lana, para que todos a vissem. Um clamor de alegria vitoriosa levantou-se da capitnia catlica. Os turcos estavam derrotados, e o pnico espalhouse celeremente entre suas hostes, a partir do momento em que o estandarte de Cri sto comeou a drapejar sobre a "Sultana". Uluch Ali ainda investiu sobre a ala direita comandada por Andrea Doria. Mas, at acado pelo Marqus de Santa Cruz, tratou de fugir. O veneziano Girolamo Duodo conta que "uma grande parte dos escravos cristos, que se encontravam nos navios inimigos, compreendeu que os turcos estavam perdidos. Apesar dos guardas, esses infelizes multiplicaram seus esforos para buscar a salv ao na fuga e favorecer a vitria dos nossos. Em pouco tempo, ei-los combatendo em to dos os setores onde h guerra, com uma coragem sem igual. Seu ardor decuplicado pe los gritos que ecoam de todos os lados: "A vitria nossa!". Nos navios da Liga, os gals que tinham sido armados de espada abandonavam os remos quando havia abordag em e lutavam valentemente contra os turcos. Uma Senhora de aspecto majestoso e ameaador Os restos da esquadra inimiga batem em retirada e se dispersam, enquanto as trom betas catlicas proclamam a todos os ventos a vitria da Santa Liga, na maior batalh a naval que a Histria jamais registrara. A tarde comeava a cair e prometia um mar agitado. No crepsculo daquele santo dia, os navios da Liga se reagrupavam e mal podiam navegar atravs dos restos da batalh a: cadveres, remos e mastros espalhados bizarramente pela gua. As embarcaes apresada s vinham retaguarda das galeras catlicas, arrastadas humilhantemente pela popa. As perdas dos infiis tinham sido enormes: 30 a 40 mil mortos, 8 ou 10 mil prision eiros (entre os quais dois filhos de Ali-Pach e quarenta outros membros das famlia s principais do imprio), 120 galeras apresadas e cinqenta postas a pique ou incend iadas, numerosas bandeiras e grande parte da artilharia em poder dos vencedores. Doze mil cristos escravizados alcanaram a liberdade. A Liga perdeu doze galeras e teve menos de 8 mil mortos. Soube-se depois que, no maior fragor da batalha, os soldados de Mafoma tinham av istado acima dos mais altos mastros da esquadra catlica uma Senhora, que os aterr ava com seu aspecto majestoso e ameaador. hora de dar graas a Jesus Cristo pela vitria Bem longe dali, o Papa aguardava ansioso notcias da esquadra catlica. Desde a cheg ada de D. Joo a Messina, redobrara de oraes e jejuns pela vitria das armas crists, e instava para que monges, cardeais e fiis rezassem e jejuassem na mesma inteno. Conf iava sobretudo na eficcia do rosrio, para obter o socorro onipotente da Virgem. No dia 7 de outubro ele trabalhava com seu tesoureiro, Donato Cesi, o qual lhe e xpunha problemas financeiros. De repente, separou-se de seu interlocutor, abriu

uma janela e entrou em xtase. Logo depois voltou-se para o tesoureiro e disse-lhe : "Ide com Deus. Agora no hora de negcios, mas sim de dar graas a Jesus Cristo, poi s nossa esquadra acaba de vencer". E dirigiu-se sua capela. As notcias do desfecho da batalha chegaram a Roma, por vias humanas, duas semanas depois, por um correio que vinha de Veneza. Na noite de 21 para 22 de outubro o Cardeal Rusticucci acordou o Papa, para confirmar a viso que ele tinha tido. No meio de um pranto varonil, So Pio V repetiu as palavras do velho Simeo: "Nunc dimi ttis servum tuum, Domine, in pace" (Luc.2,29). No dia seguinte, a notcia foi dada em So Pedro, aps uma procisso e um solene "Te Deum". Soube-se depois que, no maior fragor da batalha, os soldados de Mafoma tinham av istado acima dos mais altos mastros da esquadra catlica uma Senhora, que os aterr ava com seu aspecto majestoso e ameaador. A vitria foi por todos atribuda interveno da Virgem. O dia 7 de outubro ficou consag rado a Nossa Senhora da Vitria, e mais tarde ao Santo Rosrio. Alm disso o Santo Pad re acrescentou Ladainha Lauretana uma invocao que nascera pela "vox populi", no mo mento da grande proeza: "Auxilium Christianorum". Na Espanha e na Itlia comearam a surgir igrejas e capelas com a invocao de Nossa Senhora da Vitria. O senado venezi ano ps debaixo do quadro que representava a batalha a seguinte frase: "Non virtus , non arma, non duces, sed Maria Rosarii victores nos fecit" Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosrio que nos deu a vitria. Gn ova e outras cidades mandaram pintar em suas portas a efgie da Virgem do Rosrio, e algumas puseram em seu escudo a imagem de Maria Santssima calcando aos ps o Cresc ente. Poetas e msicos procuraram enaltecer com seu gnio o grande acontecimento. Tambm ao Papa se prestaram as maiores homenagens, pela participao decisiva que tive ra na luta e no seu desfecho. Logo depois das solenes celebraes da vitria, o Pontfice recebeu os embaixadores e os cardeais para deliberar sobre a continuao e ampliao da Liga e o prosseguimento da g uerra, de modo a se tirar todo o proveito da "maior vitria jamais obtida contra o s infiis". O plano de So Pio V era promover uma confederao europia e obter o concurso de certos rgulos maometanos, rivais do sulto, para expulsar da Europa o Crescente , e afinal investir contra Constantinopla e retomar o Santo Sepulcro, aniquiland o definitivamente o perigo muulmano. Mas, apesar de ingentes esforos, o Papa no conseguiu mover os prncipes catlicos. A L iga se desfez. O Rei da Frana props ao sulto uma aliana contra a Espanha. Chamando-o ao Cu em primeiro de maio de 1572, a Providncia poupou a So Pio V o desg osto de ver que a vitria de Lepanto, depois de salvar a Cristandade, ficaria sem conseqncias estratgicas e polticas imediatas. Tanto maiores foram certamente os efei tos mediatos. A Histria testemunha de que a lenta decadncia do poderio naval dos o tomanos comeou com a jornada de Lepanto. O ltimo ato de governo do Santo Pontfice consistiu em entregar a seu tesoureiro um pequeno cofre com 13 mil escudos, dos quais costumava fazer suas esmolas partic ulares, dizendo-lhe: "Isto prestar bons servios guerra da Liga". (Giovan Tinelli di Olivano, in "Catolicismo" n 250, outubro de 1971) Cronologia da Batalha de Lepanto Frederico Viotti Bookmark and Share A Histria testemunha de que a lenta decadncia do poderio naval dos otomanos comeou

com a jornada de Lepanto. Clique aqui e leia a Histria da Batalha de Lepanto. I - Contextualizao Histrica

A) Principal Inimigo: Decadncia da cristandade com o Renascimento. Problemas internos com o Protestantismo (1527) que levara a Inglaterra (Henriqu e VIII) e estava corroendo a Alemanha e a Frana Cobia dos Reis catlicos influenciados pelo humanismo, que j no eram movidos pelo ze lo da F e adeso Igreja, chegando a fazer alianas com os prprios muulmanos para garan ir seus interesses particulares. B) Expanso Muulmana (imprio Otomano) - 1453 - Queda de Constantinopla - Domnio da Prsia e do Egito com Selim I - Queda de Rhodes em 1522 (forando a Ordem de S. Joo de Jerusalm a ir para a ilha de Malta. - Solimo II, chamado o Magnfico, sucessor de Selim I, ocupava Belgrado e atacava, atravs de Barba-Ruiva, temvel corsrio, vrias cidades que estavam sobre a tutela da Serenssima Repblica de Veneza: Clissa, Prevesa, Castelnuovo, e as ilhas mais ao su l, prximas Grcia. Isso sem falar dos ataques em outras regies e das alianas com reis catlicos contra outros reis catlicos, fruto da decadncia da cristandade. - Seu desejo era de invadir Roma e entrar cavalo na Baslica de S. Pedro. C) Outras Datas: 1) Brasil anexado Espanha (1580) com a morte de D. Sebastio. Mesma poca em que viv ia o Beato Jos de Anchieta. Alis, consta que este santo teve a viso da morte de D. Sebastio e da vitria em Lepanto. 2) A Invencvel Armada (1587) - Derrota dos Espanhis para os Ingleses. II - Incio da Reao Catlica A) 1565 - Vitria da Ordem de S. Joo de Jerusalm (chamada de "escorpies do mediterrneo " pelos infiis - atualmente conhecida como Soberana Ordem Militar e Hospitalar de Malta) sobre os otomanos, quando estes tentaram invadir a ilha de Malta, ao sul da Siclia. Os muulmanos perderam 30.000 homens e seu grande general: Dragut Rais. B) 1566 - Eleio de S. Pio V. ardia na alma do novo pontfice o desejo de soerguer a Cristandade para um duplo combate: contra o protestantismo e contra o adversrio o tomano. 1) convidou os prncipes catlicos a celebrarem uma aliana contra o Sulto. 2) Escreveu carta ao Gro-Mestre da Ordem de S. Joo de Jerusalm, que tencionav a abandonar a ilha diante da iminente vitria dos turcos, para que no abandonasse s eu posto: "Ponde de lado a idia da abandonar a ilha. Vossa simples presena em Malt a inflamar a coragem dos cristos e impor respeito ao Otomano, pelo terror do nome q ue o fulminou no ano passado. Sabei que ele teme vossa pessoa mais que todos os vossos soldados reunidos". La Valette, Gro-Mestre, leu a carta do Papa diante do Conselho da Ordem, beijou respeitosamente o documento pontifcio e depois o solo d a ilha, e exclamou: "A voz de vosso vigrio, Jesus, indica o meu dever. Ficaremos aqui, e aqui morreremos". III - Formao da Liga em Defesa da Cristandade A) Retrocesso: 1) queda da cidade de Quios, no arquiplago jnico, e da cidade de Szigethvar, na Hungria, com o conseqente avano Otomano 2) morte de Solimo II, sucedido por seu filho Selim II, conhecidamente mole e sensual.

3) Otimismo nos catlicos, no acharam necessrio a Liga, visto que Selim II no re presentava um grande inimigo, apesar dos apelos do Papa. em sentido contrrio. 4) Em dezembro do mesmo ano, 1566, S. Pio V dirige s naes catlicas novo brado d e alarma e o convite a se unirem numa Liga em defesa da Cristandade. Ningum quer ouvi-lo, pois esto ocupados com seus problemas internos. 5) Trs anos de espera B) Selim II ameaa Veneza: 1) Em fins de 1569 chegava a Constantinopla a notcia de que o arsenal venezi ano fra destrudo pelo fogo e, devido a uma m colheita, a Pennsula toda estava ameaada pela fome. 2) Selim II rompe a paz e envia um ultimatum: ou Veneza entregava uma de su as possesses preferidas, Chipre, ou era a guerra. C) Veneza pede auxlio, mas no quer a aliana com a Espanha, apenas a mediao do Papa ju nto aos demais Estados para conseguir dinheiro, tropas e mantimentos. D) A Espanha tambm no quer a Liga, pois Veneza vrias vezes fez alianas com os Turcos . E) S. Pio V intervm e exorta a Espanha a mandar uma esquadra poderosa para proteg er Malta e garantir a rota que levaria socorro ilha de Chipre. A Liga entre Espa nha e Veneza deveria ter um carter defensivo e ofensivo, e ajustar-se para sempre ou, pelo menos, por um tempo determinado. F) Felipe II inicia negociaes, enviando embaixadores. G) S. Pio V nomeia Marco Antnio Colonna (conhecido de Felipe II e de Veneza) como chefe da esquadra auxiliar pontifcia.

H) Seis Meses perdidos em negociaes. 1) Sob a gide e mediao do Pontfice Romano, comearam as negociaes. Com um discur inflamado, o Papa convocava a todos para uma nova cruzada. 2) Jogos de interesses de ambas as partes. Os Espanhis desconfiavam das inte nes dos venezianos e queriam cobrar mais caro pelos cereais. Os venezianos se dizi am impossibilitados de contribuir com mais de uma quarta parte dos gastos de gue rra, quando eram sobejamente conhecidas as possibilidades do tesouro da Senhoria ... 3) Apesar de seu temperamento fogoso, S. Pio V intervinha com uma pacincia e cordura hericas. 4) Sugesto de D. Joo d ustria como generalssimo dos exrcitos cristos. Irmo bast de Felipe II, jovem de 24 anos e maneiras profundamente aristocrticas que todos i mpressionava. 5) Peste atacava a esquadra veneziana e os turcos atacavam a ilha de Chipre , a qual caa depois de 48 dias de resistncia herica. 6) Desnimo na cristandade. No seria melhor atacar separados mesmos? 7) S. Pio V reclama e diz que a culpa dos prncipes catlicos, os quais deviam arrepender-se de sua atitude antes que fosse tarde demais e s expiariam sua falta se se resolvessem afinal a unir-se na defesa da causa da Cristandade. 8) Os turcos sitiavam Famagusta, ameaavam Corfu e Ragusa. 9) O Nncio em Veneza, Facchinetti, anunciava, j em fevereiro de 1571, que se no se finalizasse a Liga, havia o perigo de que Veneza pedisse a Paz e cedesse Ch ipre, desfazendo a possibilidade de reagir contra os otomanos. I) Forma-se a Liga. Em maro chegaram, com diferena de apenas dois dias, as respost a do Rei da Espanha e do Doge de Veneza. 1) Superadas as pequenas desavenas restantes, forma-se a Liga, que devia ser estvel, ter um carter defensivo e ofensivo, e dirigir-se no somente contra o sulto, mas tambm contra seus Estados tributrios, Argel, Tnis e Trpoli. 2) A trplice aliana contaria com duzentas galeras, cem transportes, 50 mil in

fantes espanhis, italianos e alemes, 4.500 cavalos-ligeiros, e o nmero de canhes nec essrios. 3) O Papa arcaria com a sexta parte dos gastos, a Espanha com trs sextos e V eneza com o resto. 4) O Sumo Pontfice publica um jubileu, toma parte nas procisses rogatrias e ma nda cunhar uma medalha comemorativa. IV - Preparativos para a Batalha A) S. Pio V lembra D. Joo d ustria que ele ia combater pela F catlica e de que por iss o Deus lhe daria a vitria. B) O Papa envia o estandarte da Liga: era de damasco de seda azul e ostentava a imagem do Crucificado, tendo aos ps as armas do Papa, da Espanha, de Veneza e de D. Joo. 1) D. Joo recebeu o estandarte solenemente, das mos do Cardeal Granvela, na Ig reja de Santa Clara, com a presena de muitos nobres, entre os quais os Prncipes de Parma e de Urbino. "Toma, ditoso Prncipe, disse-lhe o Cardeal, a insgnia do verda deiro Verbo Humanado; toma o sinal vivo da santa F, da qual s defensor nesta empre sa. ele te dar uma vitria gloriosa sobre o mpio inimigo, e por tua mo ser abatida sua soberba. Amm!". C) Avano Turco. Angustiado com as notcias do avano turco, S. Pio V mandou uma carta a D. Joo exortando-o a zarpar para Messina. D) D. Joo chega a Messina. De uma formosura varonil, louro e de olhos azuis, no e splendor da juventude, profundamente aristocrtico, o filho do imperador causou en orme impresso em Messina, onde foi recebido com jbilo indizvel. E) Ardor da juventude de D. Joo soma-se experincia dos oficiais. Trs semanas de del iberaes por alguns desentendimentos. Uns queriam apenas a defesa, outros o ataque. O prprio D. Joo hesitou. F) O Nncio exorta ao combate em nome de S. Pio V. O Nncio Odescalchi, que viera di stribuir partculas do Santo Lenho para que houvesse uma partcula em cada nau, comu nicou ao Prncipe que o Pontfice lhe prometia em nome de Deus a vitria, por cima de todos os clculos humanos, e mandava dizer que se a esquadra se deixasse derrotar "iria ele mesmo guerra com seus cabelos brancos para vergonha dos jovens indolen tes". G) Medidas morais de D. Joo para preservar o carter sacral da expedio: 1) proibiu a presena de mulheres a bordo 2) cominou pena de morte para as blasfmias 3) enquanto esperava o regresso de uma esquadrilha de reconhecimento, todo s jejuaram trs dias e nenhum dos 81.000 marinheiros e soldados deixou de confessa r-se e comungar, o mesmo fazendo os condenados que remavam nas galeras. H) Sada de Messina caminho da guerra. Nos dias 15 e 16 de setembro o espetculo foi deslumbrante. As naus comearam a mover-se duas a duas, encimadas por bandeiras c ujas cores as distinguiam segundo a posio que assumiriam na batalha. frente tremul avam as bandeiras verdes de Andrea Doria, o comandante dos espanhis. Em seguida v inha a batalha, ou centro, com suas bandeiras azuis , e o gonfalo de Nossa Senhor a de Guadalupe sobre a nau de D. Joo d ustria. Os estandartes do Papa e da Liga fica ram guardados para o momento do embate. direita da batalha vinha Marco Antnio Col onna na nau-capitnia do Papa; esquerda, o veneziano Sebastio Veniero, grande conhe cedor das lides do mar, com seus setenta anos vigorosos, altivamente em p na Pra d e sua nau. A diviso de Veneza, comandada pelo nobre Barbarigo, seguia atrs, com ba ndeiras amarelas; as bandeiras brancas de D. lvaro de Bazn, Marqus de Santa Cruz, f echavam aquele imponente cortejo naval. O Nncio papal dava a beno a cada barco que passava com seus cruzados piedosamente ajoelhados.

V - Em Direo Batalha A) Sinais da passagem dos turcos: restos carbonizados de igrejas e casas, objetos de culto profanados, corpos dilacerados de Sacerdotes, mulheres e crianas covardemente assassinados. B) Inconformidade catlica C) Localizao da esquadra inimiga: Lepanto, porto localizado pouco mais ao su l, no estreito de igual nome, o qual liga o Golfo de Patras ao de Corinto. D) 6 de outubro, notcia de que Famagusta, capital de Chipre, cara em poder d o Crescente e que o general Mustaf cometera as piores atrocidades com o comandant e da praa, Marco Antonio Bragadino, a quem mandara esfolar vivo e cuja pele, chei a de palha, fizera conduzir por toda a cidade. E) Cresce a inconformidade catlica e o desejo de combater os infiis. F) Cu cinzento e cheio de nvoa, vento que detinha os catlicos e puxava os oto manos para fora do estreito de Lepanto, facilitando o combate. G) 7 de outubro, domingo, duas horas da madrugada, um vento fresco vindo d o poente limpou o cu, prometendo um dia ensolarado. H) Antes do amanhecer as naus catlicas levantaram ncoras e adentraram no est reito de Lepanto. I) Levanta-se a bandeira que sinaliza a presena do inimigo. Ordem para form ar para a batalha. Troar de canho. Iado o estandarte da Liga no mastro mais alto d a galera-capitnia. J) "Aqui venceremos ou morreremos", bradou D. Joo. VI - Formao para o Combate

A) A esquadra catlica procurou-se estender o quanto pde, desde o litoral etli o at o alto mar. D. Joo comandava o centro, ladeado por Colonna e Veniero; o catalo Roquesns vinha um pouco mais atrs. A esquadra espanhola de Andrea Doria, com 60 n aus, formava a ala direita, em direo ao mar alto. As 35 embarcaes do Marqus de Santa Cruz aguardava ordens retaguarda, para uma eventual interveno. B) Ali-Pach - almirante otomano - tambm disps sua esquadra para o combate - O Generalssimo turco parecia querer investir resolutamente pelo centro e ao m esmo tempo envolver os cristos, aproveitando-se da sua superioridade numrica sobre estes (286 naus contra 208). C) O Vento soprava de leste, favorvel aos infiis, enquanto os catlicos tinham que se mover fora de remos. D) 4 horas at que as duas armadas estivessem prontas para o combate. O vent o amainara. E) "No mais hora de falar, mas de lutar", respondeu D. Joo Doria, que queria propor um conselho de guerra e discutir se convinha ou no dar combate a um inimi go numericamente superior. F) Conselho prudente de Doria indicando que cortasse o enorme esporo que pe sava na pra das galeras. G) Passagem em revista s tropas. O comandante supremo apresentou-se aos nob res e tripulao de cada nau levando na mo um crucifixo, e conclamando com ardor para o lance iminente: "Este o dia em que a Cristandade deve mostrar seu poder, para aniquilar esta seita maldita e obter uma vitria sem precedentes". E, mais adiant e: " pela vontade de Deus que viestes todos at aqui, para castigar o furor e a mal dade destes ces brbaros. todos cuidem de cumprir seu dever. Ponde vossa esperana un icamente no Deus dos Exrcitos, que rege e governa o mundo universo". A outros diz ia: "Lembrai-vos de que combateis pela F: nenhum poltro ganhar o Cu". Distribua escap ulrios, medalhas e rosrios. H) O inimigo cantava com suas cornetas, vociferaes, cmbalos e cimitarras. Diz iam: "Esses cristos vieram como um rebanho para que os degolemos". A ordem dada p or Ali-Pach era de no fazer prisioneiros. I) O Prncipe D. Joo ajoelha e reza. Todos os seus homens fazem o mesmo. No m eio de um silncio grandioso os Religiosos davam a ltima beno e a absolvio geral aos q e iam expor-se morte pela F.

VII - A Batalha tem incio

A) Ali-Pach d o tiro de canho para chamar os cristos luta. D. Joo aceita o des fio, respondendo com outro tiro. B) O Vento mudara inesperadamente C) O primeiro tiro que partira contra os infiis lhes afundara uma galera. A os gritos de "vitria, vitria, Viva Cristo!", os cruzados lanaram-se com toda a ener gia na batalha. D) Descrio da Batalha: Os turcos procuram dar a maior amplitude a seu desloc amento, para envolver um dos flancos do adversrio. Doria tenta impedir-lhes a man obra, mas afasta-se demais da zona que lhe havia sido designada, abrindo um peri goso vo entre a ala sob seu comando e o centro da esquadra crist. Os 264 canhes de Duodo, abrindo fogo, conseguem romper a linha inimiga. Comeam as abordagens. O apstata italiano Uluch Ali entra pelo vazio deixado por Doria. Com suas melhore s naves lana-se no combate em que o centro dos cristos estava engajado, e com algu mas galeras pesadas mantm Doria afastado. Neste lance iam sendo aniquiladas as tr opas de Doria, e a reserva do Marqus de Santa Cruz no podia socorr-las, pois estava empenhada em auxiliar os venezianos da ala esquerda, junto ao litoral. Ali-Pach, reconhecendo pelos santos estandartes a galera de D. Joo, abalroou-a com seu prpr io navio, proa contra proa, e lanou sobre ela toda uma tropa de janzaros (renegado s) escolhidos. Neste momento o conselho de Doria provou sua eficcia: desembaraada do esporo, a artilharia da nau catlica ps-se a dizimar a tripulao da "Sultana", a nav e de Ali-Pach. em socorro desta acorreram mais sete galeras turcas, que despejara m mais janzaros sobre a ponte ensangentada da capitnia de D. Joo. Duas vezes a horda turca penetrou nesta at o mastro principal, mas os bravos veteranos espanhis obri garam-na a recuar. D. Joo contava agora com apenas dois barcos de reserva, sua tr opa tinha sofrido muitas baixas e ele mesmo fora ferido no p. a situao ia-se tornan do cada vez mais perigosa, quando o Marqus de Santa Cruz, tendo liberado os venez ianos, veio em socorro do generalssimo, e este pde repelir os janzaros. Um aps outro, caram Juan de Crdoba, Fabio Graziani, Juan Ponce de Len. O velho Venie ro lutava de espada na mo, frente de seus soldados. O general veneziano Barbarigo tombara ferido por uma flecha no olho quando, para dar ordens a seus homens, af astara o escudo que o protegia. " um risco menor do que o de no conseguir fazer-me entender numa hora destas!" - respondera a algum que o advertia do perigo. O momento era crtico, e ainda deixava muitas dvidas quanto ao desenlace da batalha , quando Ali-Pach, defendendo a "Sultana" de mais uma investida crist, caiu morto por uma bala de arcabuz espanhol (ou suicidou-se segundo outra verso). Eram 4 hor as da tarde. O Corpo do generalssimo dos infiis foi arrastado at os ps de D. Joo. Um soldado espan hol avanou sobre ele e cortou-lhe a cabea. Esta, por ordem do Prncipe, foi ento ergu ida na ponta de uma lana para que todos a vissem. Um clamor de alegria vitoriosa levantou-se da capitnia catlica. Os turcos estavam derrotados, e o pnico espalhou-s e celeremente entre suas hostes a partir do momento em que o estandarte de Crist o comeou a drapejar sobre a "sultana". O veneziano Girolamo Diedo conta que "uma grande parte dos escravos cristos que s e encontrava nos navios inimigos compreende que os turcos esto perdidos. Apesar d os guardas, estes infelizes multiplicam seus esforos para buscar a salvao na fuga e favorecer a vitria dos nossos. Em pouco tempo, ei-los combatendo em todos os set ores onde h guerra, com uma coragem sem igual. Seu ardor decuplicado pelos gritos que ecoam de todos os lados: - A vitria nossa!". Nos navios da Liga, os gals - qu e tinham sido armados de espada - abandonavam os remos quando havia abordagem e

lutavam valentemente contra os turcos. Os restos da esquadra inimiga batem em retirada e se dispersam, enquanto as trom betas catlicas proclamam a todos os ventos a vitria da Santa Liga na maior batalha naval que a Histria jamais registrara. E) As perdas dos infiis tinha sido enormes: 30 a 40 mil mortos, 8 a 10 mil prisioneiros (entre os quais dois filhos de Ali-Pach e quarenta outros membros da s famlias principais do imprio), 120 galeras apresadas e cinqenta postas a pique ou incendiadas, numerosas bandeiras e grande parte da artilharia em poder dos venc edores. Doze mil cristos escravizados alcanaram a liberdade. F) A Liga perdeu doze galeras e teve menos de 8 mil mortos VIII - Uma Senhora de Aspecto Majestoso e Ameaador Soube-se depois que, no maior fragor da batalha, os soldados de Mafona tinham av istado acima dos mais altos mastros da esquadra catlica, uma Senhora que os aterr ava com seu aspecto majestoso e ameaador. IX - Viso de S. Pio V A) Em Roma, o Papa aguardava notcias 1) redobrara de oraes e jejuns pela vitria e instava para que Monges, Cardea is e fiis rezassem e jejuassem na mesma inteno. 2) Confiava na eficcia do Rosrio B) No dia 7 de outubro ele trabalhava com seu Tesoureiro, Donato Cesi, o qual lh e expunha problemas financeiros. De repente, separou-se de seu interlocutor, abr iu uma janela e entrou em xtase. Logo depois voltou-se para o Tesoureiro e disselhe: "Ide com Deus. Agora no hora de negcios, mas sim de dar graas a Jesus Cristo, pois nossa esquadra acaba de vencer". E dirigiu-se sua capela. C) Chegam as notcias duas semanas depois. Na noite do dia 21 para 22 de outubro o cardeal Rusticucci acordou o Papa para confirmar a viso que ele tinha tido. Num pranto varonil, S. Pio V repetiu as palavras do velho Simeo: "Nunc dimitis servu m tuum, Domine, in pace" (Luc. 2, 29). D) No dia seguinte proclamada a feliz notcia em S. Pedro, aps uma procisso e um sol ene "Te Deum". E) D. Joo d ustria - Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era Joo (Jo. 1, 6). P alavras de S. Pio V sobre D. Joo d ustria. X - Vitria da Virgem A) O dia 7 de outubro ficava consagrado a Nossa Senhora da Vitria, e mais tarde ao Santo Rosrio. B) Na Ladainha Lauretana era acrescentada a invocao que nascera pela "vox populi" no momento da grande proeza: "Auxilium Christianorum". C) Capelas com a invocao de Nossa Senhora das Vitrias comearam a surgir na Espanha e na Itlia. D) O Senado veneziano ps debaixo do quadro que representava a batalha a seguinte frase: "Non virtus, non arma, non duces, sed Maria Rosarii Victores nos fecit". - "Nem as tropas, nem as armas, nem os comandantes, mas a Virgem Maria do Rosrio que nos deu a vitria". Gnova e outras cidades mandaram pintar em suas portas a efg ie da Virgem do Rosrio. XI - Plano de S. Pio V e sua morte

A) Seus Planos aps a "maior vitria jamais obtida contra os infiis": 1) Promover uma confederao europia e obter o concurso de certos rgulos maometan os rivais do Sulto, para expulsar da Europa o Crescente 2) investir contra Constantinopla 3) retomar o Santo Sepulcro 4) aniquilar definitivamente o perigo muulmano. B) 1o de maio de 1572, morte de S. Pio V. A providncia o poupou de ver que a vitr ia de Lepanto, depois de salvar a cristandade, ficaria sem conseqncias estratgicas e polticas imediatas. C) O ltimo ato de governo de S. Pio V consistiu em entregar a seu Tesoureiro um pequeno cofre com 13 mil escudos, dos quais costumava fazer suas esmolas particu lares, dizendo-lhe: "Isto prestar bons servios guerra da Liga". D) A Liga se desfez, o Rei da Frana props ao Sulto uma aliana contra a Espanha...