007 - Captulo 07 - Rede Inteligente

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PEDRO DE ALCÂNTARA NETO – REDES INTELIGENTES CAPÍTULO SÉTIMO REDES INTELIGENTES SCC#7 – Noções básicas Desde o início da telefonia que se reconhece a necessidade de se separar o fluxo de informação relativos a sinalização, daquele relativo à conversação. A demora que a sinalização leva para completar a chamada, o envolvimento de muitas centrais numa conexão ocupa desnecessariamente o canal de voz, tornando o processo pouco eficiente. Por um lado o avanço tecnológico dos elementos de rede e por outro a necessidade cada vez maior de troca de informações com diferentes propósitos nas redes, levaram a sucessivos avanços na sinalização, através de diferentes tipos e formas de trafegar a sinalização através dos elementos de rede. Com o surgimento das centrais digitais, controladas por software, estava aberto o caminho para a viabilização de um canal comum para transmissão de informações diversas, através das redes de telecomunicações, com maior rapidez e confiabilidade. Os processadores das centrais digitais poderiam trocar mensagens entre si, não só relativo ao encaminhamento das chamadas, mas também sobre seu estado, condições de operação, etc. Sinalização por canal comum Esta sinalização se caracteriza pelo fato de utilizar um canal específico para troca de informações de controle de diversas chamadas. Este canal é denominado canal comum de sinalização. Por este canal são enviados todos os sinais necessários para a realização de uma conexão, além de sinais para Gerência de Rede e informações de tarifação. Esta sinalização permite que a rede realize transferência de dados de sinalização de maneira rápida e com alta confiabilidade. Sinalização por canal comum n°- 7. A sinalização por canal comum n°- 7 (SCC7) é um protocolo de comunicação baseado em recomendações do ITU-T. Como o canal de sinalização é um canal de dados, a SCC7 baseou-se no modelo OSI (Open Systems Interconnection) de 7 camadas da ISO (International Standards Organization), que estava em estudos desde 1979, cuja proposta era tornar-se um modelo de referência para interligação de sistemas computacionais, independente do tipo de equipamento. O próprio ITU-T participou dos trabalhos desenvolvidos pela ISO, e em 1984 lançou a recomendação X200 com o seu Modelo de Referência, totalmente compatível com o Modelo da ISO. Devido a complexidade da interconexão de sistemas computacionais, o modelo divide a comunicação em sete camadas, cada uma delas executando um conjunto de funções específicas. Divisão funcional A SCC7 foi estruturada para ser modular e flexível, com a finalidade de poder ser expandida. Na realidade trata-se de um sistema de sinalização. A estrutura básica da SCC7 compreende duas partes principais, à parte de usuário e a parte de transferência de mensagem. Subsistemas de usuários Os subsistemas de usuários constituem as camadas 4 a 7 do modelo de referência OSI. No caso telefonia, o subsistema de usuário é representado pela TUP. No caso da rede digital de serviços integrados RDSI, o subsistema de usuário é representado pela ISUP. No caso da Rede Inteligente as camadas 4 a 7 são suportadas pelos subsistemas: 1

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CAPÍTULO SÉTIMO

REDES INTELIGENTES SCC#7 – Noções básicas Desde o início da telefonia que se reconhece a necessidade de se separar o fluxo de informação relativos a sinalização, daquele relativo à conversação. A demora que a sinalização leva para completar a chamada, o envolvimento de muitas centrais numa conexão ocupa desnecessariamente o canal de voz, tornando o processo pouco eficiente. Por um lado o avanço tecnológico dos elementos de rede e por outro a necessidade cada vez maior de troca de informações com diferentes propósitos nas redes, levaram a sucessivos avanços na sinalização, através de diferentes tipos e formas de trafegar a sinalização através dos elementos de rede. Com o surgimento das centrais digitais, controladas por software, estava aberto o caminho para a viabilização de um canal comum para transmissão de informações diversas, através das redes de telecomunicações, com maior rapidez e confiabilidade. Os processadores das centrais digitais poderiam trocar mensagens entre si, não só relativo ao encaminhamento das chamadas, mas também sobre seu estado, condições de operação, etc. Sinalização por canal comum Esta sinalização se caracteriza pelo fato de utilizar um canal específico para troca de informações de controle de diversas chamadas. Este canal é denominado canal comum de sinalização. Por este canal são enviados todos os sinais necessários para a realização de uma conexão, além de sinais para Gerência de Rede e informações de tarifação. Esta sinalização permite que a rede realize transferência de dados de sinalização de maneira rápida e com alta confiabilidade. Sinalização por canal comum n°- 7.

A sinalização por canal comum n°- 7 (SCC7) é um protocolo de comunicação baseado em recomendações do ITU-T. Como o canal de sinalização é um canal de dados, a SCC7 baseou-se no modelo OSI (Open Systems Interconnection) de 7 camadas da ISO (International Standards Organization), que estava em estudos desde 1979, cuja proposta era tornar-se um modelo de referência para interligação de sistemas computacionais, independente do tipo de equipamento.

O próprio ITU-T participou dos trabalhos desenvolvidos pela ISO, e em 1984 lançou a recomendação X200 com o seu Modelo de Referência, totalmente compatível com o Modelo da ISO. Devido a complexidade da interconexão de sistemas computacionais, o modelo divide a comunicação em sete camadas, cada uma delas executando um conjunto de funções específicas. Divisão funcional A SCC7 foi estruturada para ser modular e flexível, com a finalidade de poder ser expandida. Na realidade trata-se de um sistema de sinalização. A estrutura básica da SCC7 compreende duas partes principais, à parte de usuário e a parte de transferência de mensagem. Subsistemas de usuários Os subsistemas de usuários constituem as camadas 4 a 7 do modelo de referência OSI. No caso telefonia, o subsistema de usuário é representado pela TUP. No caso da rede digital de serviços integrados RDSI, o subsistema de usuário é representado pela ISUP. No caso da Rede Inteligente as camadas 4 a 7 são suportadas pelos subsistemas:

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SCCP (Subsistema de Controle de Conexão de

Sinalização); TCAP (Subsistema de Aplicação de

Capacitação de Transações); INAP (Protocolo de Aplicação de Rede

Inteligente). Subsistema de transferência de mensagem (MTP). Esse subsistema representa as camadas de 1 a 3 no modelo de referência OSI. Sua função principal é estabelecer um caminho de comunicação de sinalização que seja rápido e confiável, interligando os diversos subsistemas de usuários. O nível 1 define as características elétricas e físicas do enlace de dados de sinalização e como acessá-lo. O nível 2 define as funções e procedimentos necessários para uma transferência confiável de mensagens de sinalização, com campos para detecção de erro e sua correção.

O nível 3 compreende as funções para tratamento da mensagem e da rede de sinalização (gerência). A função tratamento da mensagem, divide-se em 3 blocos funcionais: Discriminação de mensagem: analisa a mensagem para saber qual o seu destino, e passa a mensagem para distribuição ou encaminhamento; Distribuição de mensagem: encarrega-se de passá-la ao nível 4 correspondente; Encaminhamento de mensagem: quando vem do discriminador, a mesma é encaminhada ao seu destino, quando a mensagem é originada no nível 4, é feito o endereçamento e o encaminhamento ao seu destino.

Fig.1 Mensagens de sinalização A troca de informações na rede, para o encaminhamento de uma conexão, para supervisão/teste de seus elementos ou para manutenção são feitas

através de mensagens. A estrutura de uma unidade de sinalização no Sistema de Sinalização N°- 7 é o seguinte:

Fig.2 FLAG: Marca o início e o fim da mensagem, atuando como um delimitador. É adotado o padrão "01111110”. Sinais de controle: Utilizados para controle de seqüência e solicitação de retransmissão. Compreende os campos:

1. BSN: Número seqüencial para trás. 2. FIB e BIB: Bit indicador para frente e bit indicador para trás. são utilizados para retransmissão. 3. FSN: Número seqüencial para frente. 4. Ll: Indicador de comprimento do campo de dados da mensagem em octetos e do tipo de unidade de

sinalização. São 3 os tipos de unidade de sinalização; de preenchimento de canal (FISU), de estado de enlace (LSSU), de mensagem (MSU).

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Unidade de sinalização de mensagem – MSU As unidades de sinalização LSSU são utilizadas para o alinhamento inicial, quando os enlaces de sinalização são ligados. As unidades de sinalização FISU são utilizadas para preenchimento de tempo do canal, quando não há mensagens a serem transmitidas com a finalidade de manter o sincronismo do enlace. As unidades de sinalização de mensagens MSU contém informações necessárias para o processamento da chamada, controle de rede, testes de rede e sinais de manutenção. CHECK: Utilizados para garantir a recepção correta da mensagem sem erros (16 bits). DADOS: Contêm informações para o estabelecimento de conexão entre usuários. A parte variável da mensagem, refere-se aos campos SIO e SIF. SIO: Octeto de informação de serviço. Este campo divide-se em:

SI = 4 bits, indicador de serviço, que define o usuário que corresponde à mensagem, ex: "0100" para usuário TUP, "0101" para usuário ISUP,..., e;

SSF = 4 bits, que define se é nacional ou internacional. SIF: Campo de informações de sinalização. A estrutura deste campo varia com o tipo de usuário. Como

exemplo mostramos o caso do usuário TUP. Neste caso, o campo divide-se em duas partes, o rótulo e o corpo da mensagem.

O rótulo é formado pelos campos CIC, OPC e DPC. CIC: código de identificação do circuito. Define o enlace de sinalização e a referência da conexão de voz a ser estabelecida por caminhos separados. OPC: código do ponto de origem. Indica o ponto de sinalização que gerou a mensagem. DPC: código do ponto de destino. Indica o ponto de sinalização para qual a mensagem é destinada. No corpo da mensagem temos os campos HO e H1 que definem a mensagem. Estabelecimento de uma chamada básica. Com 5 mensagens a SCC N°- 7 estabelece, conecta e libera uma chamada básica (ver Fig.3). A sinalização entre as centrais A e B é a sinalização SCC 7 e entre as centrais B e C a sinalização MFC. Mensagens TUP trocadas na SCC 7:

IAI: Mensagem inicial de endereçamento. Contêm número e categoria do assinante chamador e número do assinante chamado.

ACM: Mensagem de endereço completo. Contém condição do assinante chamado (livre). ANC/ANN: Mensagem de atendimento com/ sem tarifação. CLF: Mensagem de desligar para frente. RLG: Mensagem de confirmação de desconexão

Fig.3 - Exemplo de uma chamada Subsistema de controle de conexão de sinalização (SCCP) O SCCP fornece funções adicionais ao subsistema de transferência de mensagens (MTP) para prover serviços de rede orientados ou não orientados a conexão. O conjunto formado pelo SCCP e MTP possibilita a realização dos serviços das camadas 1, 2 e 3 do modelo OSI, o que só com o MTP não era

possível, por exemplo, não se podia estabelecer um circuito virtual, sendo cada mensagem independente da anterior. Os serviços não orientados a conexão não necessitam que se estabeleça uma conexão de sinalização.

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O encaminhamento de uma mensagem passa a ser feito somente através da rede de sinalização. Este encaminhamento é realizado em função de parâmetros próprios do SCCP. O SCCP pode utilizar o endereço passado pela aplicação ou assinante, que será traduzido em um código de ponto de sinalização e então encaminhar a mensagem pela rede. Esta tradução de um endereço por um código de ponto de sinalização é denominado de tradução de título global. Existem 4 classes para o SCCP: duas para serviços sem conexão, classes 0 e 1; e duas para serviços com conexão, classes 2 e 3.

Classe 0. Mensagens independentes, não se estabelece circuito virtual.

Classe 1. Igual anterior, usando mesmo canal de sinalização. Classe 2. Sem numeração das unidades de protocolo, com

estabelecimento de circuito virtual. Classe 3. Com numeração das unidades de protocolo, igual a

anterior. Fig. 4 - Estrutura do SCC7: Protocolos

Caminho 1 para acesso a Banco de Dados , usado na Rede Inteligente. Caminho 2 para serviços de RDSI, por exemplo circuito virtual de comunicações de dados. Caminho 3 para transporte da voz Subsistema de capacitação de transações (TCAP). A TCAP é um protocolo de camada 7 que fornece serviços genéricos de diálogo, que no caso da Rede Inteligente as trocas de informações necessárias serão cursadas através da INAP. O protocolo INAP foi desenvolvido de forma independente de serviços, ele representa um conjunto genérico de componentes. Para cada serviço será montado um conjunto de operações e parâmetros. A TCAP fornece funções e protocolos para aplicações do tipo consulta a uma central de destino, para consulta em bancos de dados externos. A TCAP está estruturada em duas camadas, subcamada de componentes e subcamada de transação. Rede de sinalização Uma Rede de Sinalização é constituída por, Pontos de Sinalização (PS), Pontos de Transferência de Sinalização (PTS), e Centros de Gerência da Rede de Sinalização (CGRS).

Fig. 5 O PS representa a Central Digital, pode tanto gerar como consumir uma mensagem de sinalização. Dois pontos de sinalização são adjacentes, quando estão ligados diretamente por um enlace de sinalização. O PTS é um comutador de mensagens, responsável por encaminhar mensagens de sinalização do PS de origem ao PS de destino.

O CGRS é responsável por gerenciar de forma centralizada os elementos de rede. Conceitos básicos de rede inteligente As redes de telecomunicações atuais abrangem um grande número de centrais telefônicas, cada qual contendo sua lógica de controle de chamadas. Para a implantação de novos serviços na rede e mesmo modificações nos existentes, são necessárias reprogramações em muitas centrais (e de diferentes fabricantes), o que torna o processo caro e moroso. Além disso, esta arquitetura distribuída dificulta o controle ou gerenciamento dos serviços por parte das empresas operadoras de telecomunicações.

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O conceito de Rede Inteligente visa resolver os problemas acima através de uma arquitetura que introduz uma camada de controle, onde estão centralizados os dados e a lógica dos serviços. Na rede de telecomunicações, pontos bem definidos funcionam como "gateways", que acionam esta camada. A idéia de Rede Inteligente surgiu no Bellcore em 1984 como um conceito, para tornar as empresas operadoras regionais do Sistema Bell (RBOC — "Regional Bell Operating Companies") mais competitivas no ambiente de desregulamentação norte americano iniciado com a quebra do monopólio do Sistema Bell e tem se destacado como um dos conceitos mais importantes em telecomunicações atualmente. O conceito básico e a arquitetura de referência, vêm sendo adotados por muitos países, o que levou organismos internacionais a iniciarem trabalhos no sentido de padronização de funções e interfaces da Rede Inteligente. Descrevemos os principais serviços de Rede Inteligente, que podem ser oferecidos pela arquitetura de referência, para posteriormente apresentarmos algumas implementações dentro do cenário internacional e a situação brasileira atual. CONCEITOS E ARQUITETURA A Arquitetura Bellcore A Rede Inteligente é uma arquitetura que visa o controle e a gerência dos serviços de telecomunicações de maneira mais eficiente, econômica e rápida em relação à forma como os serviços são oferecidos na rede atual. A idéia básica é a de uma camada de controle onde está localizada a lógica e o controle dos serviços de forma que as modificações sejam feitas em poucos e bem localizados pontos na rede de telecomunicações. Com essa idéia, surgiu a arquitetura de referência IN/1 ("Intelligent Network/1") publicada pelo Bellcore em 1985.

Os elementos que compõem esta arquitetura (fig. 6) são os seguintes: Fig. 6 – Arquitetura da Rede Inteligente. • Ponto de Acesso a Serviços (PAS) — este elemento constitui-se de uma central CPA-T com capacitações adicionais para realizar transações através de uma rede de dados (e.g. SCC #7 — rede de sinalização por canal comum # 7) com o objetivo de obter informações necessárias ao encaminhamento de chamadas tratadas pela Rede Inteligente.

• Ponto de Controle de Serviços (PCS) — é o elemento que centraliza as informações de controle (dados e procedimentos) relativas ao encaminhamento de chamadas na rede de telecomunicações. Para isso deve dispor de recursos de processamento e armazenamento de dados para garantir índices de desempenhos elevados. • Ponto de Transferência de Sinalização (PTS) — são os componentes da rede de sinalização por canal comum responsáveis pela conexão entre PAS e PCS, garantindo alta confiabilidade e desempenho. • Sistema de Gerência de Serviços (SGS) — é o elemento responsável pelas funções de controle dos serviços, tais como atualizações das informações armazenadas (e.g. cadastro de assinantes), coerência das bases de dados e modificação / criação de serviços no ambiente de Rede Inteligente. • Centro de Gerência da Rede de Sinalização (CGRS) — este elemento é responsável pelas funções de gerência da rede de sinalização. Particularmente, relaciona-se com o SGS no tocante às funções de endereçamento dos PCS na rede. Na Rede Inteligente, uma chamada da rede telefônica que necessita de tratamento diferenciado (identificada por um código, e.g. 800) é encaminhada ao PAS mais próximo da sua origem. O PAS, através da rede de sinalização por canal comum acessa o PCS adequado que contem a lógica e os dados relacionados com o serviço identificado. O PCS gera uma resposta ao PAS, contendo informações para novos procedimentos por parte deste, dependendo do serviço solicitado (e.g. completar o encaminhamento da chamada, obter informações adicionais do usuário chamador, etc). Com a centralização do controle dos serviços em poucos pontos na rede de telecomunicações, tornou-se imperativo que soluções modulares e flexíveis pudessem garantir às empresas prestadoras de serviços a independência de fornecedores de produtos (equipamentos e software), que no caso da rede inteligente é mais crítico do que em uma arquitetura distribuída.

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Com isso foi proposta uma segunda versão da arquitetura denominada "IN/2" ("Intelligent Network/2") cuja principal característica é a modularizaçáo da lógica dos serviços em entidades denominadas componentes funcionais. Tais entidades podem ser combinadas para a composição de novos serviços ou facilidades de um serviço existente, o que tornou possível o desenvolvimento de uma plataforma de criação independente de serviços e com recursos avançados para permitir às empresas operadoras o fornecimento rápido de serviços. Outro aspecto importante da IN/2, é a portabilidade dos componentes funcionais definidos, o que permite uma melhor distribuição da lógica dos serviços nos diversos elementos (e.g. migrando funções do PCS para o PAS), para satisfazer requisitos de alguns serviços como distribuição de tráfego e desempenho. Com isso foi introduzido um novo elemento, o Periférico Inteligente (PI), ligado diretamente ao PAS e responsável por procedimentos interativos com o usuário (e.g. coleta de dígitos, sinterização de voz, etc). A implantação da IN/2 acabou esbarrando no fato de muitas centrais existentes na rede de telecomunicações não disporem dos recursos de processamento adicionais necessários para comportar a distribuição das funções. Com isso, estabeleceu-se uma fase intermediária, denominada IN/1+, que atingia os objetivos de modularizaçáo, portabilidade e plataformas de criação de serviços, mas mantinha o PAS com a mesma concepção da IN/1.

Na verdade, não houve consenso nas discussões em torno das especificações da IN/1+, fato que resultou numa reavaliação de estratégia pelo Beelcore, em conjunto com os fabricantes e empresas regionais do sistema Bell. Para isso foi formado um fórum aberto chamado MVI (“Multi Vendor Interation Fórum”) com o objetivo de definir uma estratégia de implantação de uma arquitetura em curto prazo chamada de NTA (“Near Term Architeture”). Mais recentemente o termo NTA foi substituído por AIN, acronismo de "Advanced Intelligent Network" (fig. 7) cuja estratégia de implantação prevê três versões: AIN/0, AIN/1 e AIN/2.

Figura 7 – Arquitetura AIN. COMPONENTES DA RI. A Rede Inteligente já começa com uma visão de planos, de gerência, de controle e transporte. A RI propõe um novo nó de rede, conhecido como Ponto de Controle de Serviços (PCS), a partir do qual, os serviços oferecidos na Rede são controlados, executados. O acesso aos serviços de RI são feitos através de qualquer aparelho da Rede Telefônica Pública Comutada (RTPC). Estas chamadas são detectadas em centrais digitais da rede que possuem uma funcionalidade especial para esta tarefa e a partir destas, as chamadas são interrompidas, e através de uma consulta ao PCS, o serviço é executado e a chamada é então encaminhada, segundo o roteiro do serviço. As consultas são feitas através da Rede de Sinalização. Estas centrais recebem o nome de Ponto de Acesso à Serviços (PAS). Para melhorar a interatividade dos serviços com os usuários, que usam aparelhos telefônicos decádicos, foi previsto nos PAS periféricos inteligentes (PI).

Estes periféricos basicamente enviam mensagens gravadas e os mais modernos, fazem também reconhecimento de voz. Para aumentar o uso das Redes, será possível conectar aos PAS, provedores de serviços externos (PES). A introdução de novos serviços, a introdução de novos clientes, enfim a gerência dos componentes da RI é feita em um elemento de gerência de rede, chamado Sistema de Gerência de Serviços (SGS). PONTO DE ACESSO A SERVIÇOS - PAS.

O PAS é uma central com tecnologia CPA-T qualquer da Rede, podendo ser uma central de trânsito, mista ou local, que recebe uma funcionalidade adicional para detectar as solicitações de acesso aos serviços da

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RI. Portanto o PAS é uma central CPA-T que detecta a solicitação do usuário e suspende a chamada para fazer consulta ao PCS, para saber como prosseguir a chamada. A funcionalidade adicional que uma central CPA-T precisa ter para se tornar um PAS, consiste basicamente de: "Trigger" para detecção de chamada, Consulta e Processamento pós-consulta. • Trigger - É o processo pelo qual o PAS identifica que uma chamada necessita de tratamento de rede

inteligente. O processamento de chamada no PAS será suspenso para permitir que uma consulta ao PCS seja realizada.

• Consulta - É o processo de montagem de uma mensagem no formato TCAP e o seu envio ao PCS. O conteúdo da mensagem é determinado pelo tipo de "Trigger" encontrado e pelos parâmetros disponíveis para o processamento da chamada.

• Processamento pós-consulta - É o tratamento de uma dada chamada de acordo com instruções contidas em uma reposta do PCS.

PONTO DE CONTROLE DE SERVIÇOS - PCS. O PCS é um sistema computacional de tempo real para aplicações de bases de dados, endereçável em uma rede de SCC7. Deve, portanto, funcionar como um ponto de sinalização em uma rede de sinalização por canal comum, tem que executar os protocolos de rede do SSCC7 com o PAS e X.25 com o SGS. Processar, distribuir e rotear mensagens. Coletar dados de medição e enviar para o SGS. Possuir rotinas de teste e tratamento de erros para o nó e para a Rede. O PCS é que controla, executa a lógica dos serviços. As funções dos serviços são independentes da sinalização. A interação dos serviços de RI com outros serviços não RI, ainda precisa ser estudada. Deverá ser objeto de estudo futuro nos fóruns de padronização. SISTEMA DE GERÊNCIA DE SERVIÇOS - SGS. O Sistema de Gerência de Serviços é um sistema provedor de funções para gerência de dados de serviço, controle de acesso de usuário, introdução, atualização e manutenção de serviços de RI. O SGS administra as bases de dados necessárias aos serviços que ele controla. O tamanho das bases de dados depende dos tipos de serviços oferecidos, do número de clientes de cada serviço e da quantidade de informações necessárias por cliente para cada serviço. A administração das bases de dados prevê o controle automático das cargas das bases de dados nos PCS, bem como as atualizações. O dimensionamento de terminais do SGS deve ser feito levando em consideração que os assinantes, vão querer cada vez mais controle sobre os serviços no futuro. ENCAMINHAMENTO DE UMA CHAMADA NA RI Um usuário disca um número precedido pelo código de acesso ao serviço. A chamada caminha pela rede até o PAS, que detecta e suspende a chamada para fazer uma consulta ao PCS. A consulta é feita via rede de sinalização, usando o SSCCN°7. O PCS executa a lógica do serviço e passa as informações de volta ao PAS, para que este reencaminhe a chamada. Estes princípios de detecção e diálogo com banco de dados são à base de todos os serviços propostos na RI.

ARQUITETURAS DE REDES INTELIGENTES. O objetivo de longo prazo da RI é prover capacitação na Rede de Telecomunicações para introduzir rapidamente novos serviços, ou mudar os existentes, sem ter que adaptar o software das centrais CPA-T; fazendo apenas atualizações de dados, parâmetros. Para se alcançar este cenário, vários modelos, conceitos foram especificados/desenvolvidos, alguns geraram produtos,

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outros foram abandonados. A idéia básica é criar um plano de controle de serviços para toda a rede, onde está localizada a lógica dos serviços, onde os novos serviços serão introduzidos, modificados, sem afetar as centrais da rede, os PAS. O primeiro conceito foi denominado IN/1. Neste cenário foram especificadas interfaces entre centrais de comutação CPA-T, preparadas para detectar as chamadas de RI (PAS) e uma central de base de dados (PCS), onde seria implementada a lógica dos serviços. Os serviços 800, Rede Virtual e Tarifação Alternativa foram implementados pelas RBOC (Operadoras Regionais Americanas) neste cenário. O controle centralizado dos serviços no PCS atendeu plenamente a oferta dos serviços para toda a rede. O problema não resolvido estava na introdução de novos serviços. O desenvolvimento de novos serviços ainda era demorado e modificações de software nos PAS ainda eram necessários a cada novo serviço. Um novo conceito foi então introduzido, o IN/2. As diferenças básicas para o modelo anterior estavam na definição de um ambiente de criação de serviços e na proposição de se distribuir a lógica do serviço, de tal forma que na introdução de um novo serviço não haveria necessidade de se modificar o software do PAS, e fosse possível a criação de novos serviços pelas Empresas Operadoras. Foi definido o elemento básico de serviço, o componente funcional (FC), a partir do qual os serviços seriam construídos. Um assinante poderia conceituar um serviço e o operador de rede a partir dos FC existentes poderia construir rapidamente o serviço desejado. A implementação destes conceitos esbarrou no fato de que muitas centrais existentes não poderiam ser atualizadas por limitações diversas e um estágio intermediário foi definido IN/1+. Neste estágio intermediário as modificações ficariam apenas no PCS, que executaria a lógica do serviço e o PAS receberia as ordens na forma de mensagens padronizadas. Este estágio não teve um consenso por parte dos fornecedores e acabou dando lugar a um novo projeto de arquitetura, definida como NTA "Near Term Architecture" definido em um fórum aberto denominado "Multi Vendor Interaction" MVI que tinha como objetivo alimentar as especificações do BELLCORE. O termo NTA foi substituído por AIN "Advanced Inteligent Network", que por sua vez também tem estágios de evolução AIN/O (implantação em 92/93), AIN/1 (implantação em 93-95), AIN/2 (implantação a partir de 95). A arquitetura INA é um esforço liderado pelo BELLCORE no sentido de fornecer um conjunto de especificações para soluções software interoperáveis. Este conjunto de conceitos e princípios são aplicáveis em qualquer projeto de software para Rede de Telecomunicações, contidos em um simples nó ou distribuído, por exemplo serviços de RI. O primeiro projeto desenvolvido dentro desta arquitetura é um sistema de gerência para redes ATM "Asynchronous Transfer Mode". TINA-C "Telecommunications Information Networking Architecture Consortium", é um consórcio envolvendo operadoras de telecomunicações, fornecedores de produtos de telecomunicações, fabricantes de computadores, cujo objetivo é definir conceitos e princípios para projetar e construir quaisquer aplicações de telecomunicações, integrando os aspectos de serviço, gerência e tecnologia numa plataforma distribuída. A motivação deste consórcio está no esforço de reengenharia do negócio de telecomunicações e da tendência tecnológica de processamento distribuído em sistemas abertos de computadores. A questão da reengenharia do negócio vem motivada basicamente por; os assuntos tratados pela indústria de telecomunicações tem grande similaridade: existe ineficiência no oferecimento e gerenciamento de serviços/ tecnologias de telecomunicações; existe atrasos e custo sobrepostos na introdução, manutenção e adição de serviços/ tecnologias de telecomunicações; existe uma grande inconsistência nos dados necessários para a operação da rede de telecomunicações. Este consórcio internacional começou em 1993 com objetivo de apresentar em 5 anos uma arquitetura de referência consistente para telecomunicações. Esta arquitetura de referências é constituída de três arquiteturas, uma básica outra específica para serviços e outra para gerência.

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O consórcio fará uso dos mais recentes avanços da computação distribuída e de orientação à objetos, para atingir a interoperabilidade, reuso de software e especificações, flexibilidade de localização de software em plataformas computacionais, e consistência no projeto de serviços e seu gerenciamento. A TINA-C deverá

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propor uma estrutura que integre as arquiteturas TMN e IN baseada em processamento distribuído para oferecer serviços e seu gerenciamento em um ambiente multi-fornecedor para telecomunicações. AMBIENTE DE CRIAÇÃO DE SERVIÇO - ACS A Empresa Operadora precisa criar e oferecer um serviço específico quando um assinante demandar. A agilidade é fundamental para um atendimento com qualidade, e se possível se adiantar a demanda. O ambiente de criação de serviço é fundamental para o cumprimento deste objetivo. PLATAFORMA INICIAL DA RI A estratégia adotada foi de superposição. A interface com a RTPC será feita através de protocolos existentes hoje nas centrais da rede, evitando alterar as centrais existentes, visando agilidade. PADRÕES. Padrão é fundamental para independência futura da Empresa Operadora quanto a oferta de novos serviços, manutenção dos atuais, ou seja quanto a estratégia de oferta de serviços. Tarifação e padronização parecem não se somar, porque a tarifação é uma área fundamental na comercialização, pode ser um fator de vantagem competitiva, além de variar de país para país. Porém na parte de infraestrutura, mais precisamente na coleta transporte e armazenamento, o padrão é necessário para dar agilidade e redução de custos do processo como um todo. A tarifação de um serviço de RI envolve os três elementos básicos PAS, PCS e SGS. O PCS precisa fornecer os parâmetros de tarifação dos assinantes dos serviços para montagem dos registros no PAS. Os dados de tarifação coletados no PCS e no PAS são formatados e transferidos para o Centro de Tarifação e para o SGS, para estatística de tarifação. No SGS três tipos de dados são coletados: tarifação da assinatura para os assinantes do serviço; tarifação das mudanças dos parâmetros e uso dos recursos computacionais utilizados; tarifação do uso da funcionalidade do serviço. Entre PCS e SGS tem duas classes de mensagem: dados para medição e dados de status. No primeiro caso o PCS coleta dados de desempenho de falha e tráfego dos PCS. O SGS solicita periodicamente estes dados, valida e armazena. No segundo caso trata-se do trabalho de supervisão do SGS no PCS no sentido de controlar o desempenho/ degradação do PCS. Estas mensagens reportam, estado de sobrecarga e disponibilidade de aplicação. A tabela de "Trigger" determina quando o PAS deve enviar uma consulta para um certo tipo de chamada ao PCS. A padronização deste processo é fundamental para poder se ter um ambiente multi fornecedor de centrais de comutação com possibilidade de se tornar PAS na rede. • Bases de Dados - O primeiro parâmetro é quanto ao dimensionamento, e aqui depende da

implementação de cada país, por ex. número de serviços, número de assinantes, tamanho da rede, etc.

• Aspectos Operacionais. - A Empresa Operadora deverá definir procedimentos para o assinante poder mudar os parâmetros do serviço. Três caminhos são possíveis: por escrito para o operador da rede; chamada para o operador da rede (processo verbal), aqui tem que se considerar a questão de segurança e autorização; e via terminal de dados, neste caso os aspectos de segurança precisam ser também definidos (ex.vírus, sabotagem). Nos três casos tem ainda o aspecto da data a partir de quando as mudanças passam a vigorar versus intervalo possível de alteração (15 min.). Ex. mudar o roteamento do serviço 800, precisa ocorrer na hora e data indicadas pelo assinante do serviço. Estas atualizações são colocadas em uma fila no SGS para ser processada nos PCS.

LOCALIZAÇÃO das Bases de dados. Por razões de segurança devem ser distribuídas e replicadas nos PCS, não necessariamente em todos, de qualquer maneira não no PAS. • Requisitos de integridade - Procedimentos de autoteste para detecção e recuperação de erros nos

registros; testes periódicos para consistir as bases de dados do SGS com o PCS. O SGS precisa ter cópia para garantir consistências das bases de dados.

• Carga inicial. O SGS tem que ser capaz de carregar a própria e de todos os PCS. A carga inicial requer muito paralelismo, devido tamanho das BD.

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• O assinante poderá ainda solicitar: informação dê tráfego; de tarifação; ocupação; lista de chamadores, quando ligam, etc.

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Todas estas informações são importantes para o prestador do serviço e também de muito valor para o negócio, e ai entra o aspecto confidencial da informação, por isso no futuro os assinantes vão querer controlar diretamente estas informações. SERVIÇO - 800. GNS significa "Green Number Service". Chamadas que tenham um código de acesso especial são detectadas nos PAS e provocam um acesso em uma base de dados centralizada que determina o número real, com o qual será feito o estabelecimento da chamada. O código de acesso nos EUA é 800 e na Alemanha é 130. O serviço 800 avançado, como é chamado no Brasil permite que um assinante divulgue um único número nacional e através de diferentes parâmetros, possa especificar onde as chamadas deverão ser terminadas. Ex. data, hora e dia da semana. DESCRIÇÃO FUNCIONAL Quando um usuário do serviço faz uma chamada ao serviço GNS ele é conectado ao PAS mais próximo. No PAS, o gatilho dispara uma consulta ao Banco de Dados localizado no PCS. A consulta é transmitida ao PCS via rede de SCC7, incluindo o PTS. O programa de aplicação do GNS lê o registro da base de dados. A chave de procura é o número do assinante do serviço. O programa traduz o número discado no número real, de acordo com os parâmetros previamente estabelecidos pelo assinante do serviço. O número alvo combinado com a lógica do serviço é enviado de volta para o PAS, via rede de SCC7. O PAS completa o estabelecimento da chamada, roteando a chamada na rede para o destino apropriado. O número de destino final poderia ainda ser determinado através de diálogo com o usuário, usando o periférico inteligente no PAS. Ex. "Disque 1 se deseja reservas", "Disque 2 se deseja informações". O assinante do serviço pode estar conectado ao SGS, por exemplo, via linha discada ou linha dedicada e mudar os parâmetros do serviço, ou solicitar ao operador de rede as mudanças. Ele pode não aceitar chamadas de determinadas localidades, pode ter um número para cada dia da semana ou um para dias de trabalho, outros para fins de semana e feriados. A Empresa Operadora (EO) terá que vender estas facilidades e preparar procedimentos para fazer estas mudanças.

Se solicitadas ao operador terá que ter um tempo prévio mínimo. Se linha discada, lembrar da segurança. O "assinante poderá mudar via terminal a senha, um número alternativo de tarifação, os parâmetros de roteamento, os parâmetros de restrição, o número real. Para tal a EO deve fornecer uma Interface homem-máquina (IHM) amigável.

FACILIDADES REQUERIDAS. Dentro do elenco de facilidades, destacam-se:

• Resposta de Cortesia. Possibilita o envio ao usuário de uma mensagem definida pela empresa operadora (mensagem padrão) ou pelo cliente (mensagem personalizada). Estas mensagens são acionadas em função da data, hora, dia da semana, localidade de origem, estado do terminal do cliente ou problemas operacionais. As mensagens são sincronizadas com o atendimento.

• Seleção de Área de Atendimento. Permite ao cliente selecionar as áreas das quais não deseja receber chamadas. Neste caso, o usuário receberá uma mensagem gravada com informação pertinente. Trata-se de uma facilidade de restrição de acesso em função do número de chamador.

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• Seleção de destino pelo usuário. Possibilita que uma mensagem síncrona solicite do usuário, dígitos que devem ser utilizados para identificação adicional do destino. Esta operação deve poder ser repetida para, pelo menos, três níveis de decisão com até 10 opções em cada nível.

• Validação do usuário. Possibilita que por intermédio de uma mensagem característica seja solicitado do usuário um código de autorização (senha) de até 6 dígitos para validação do acesso.

• Serviços adicionais. Relatórios gerenciais, alteração de configuração do serviço, alteração cadastral, do número do cliente, da senha de acesso. ESPECIFICAÇÃO FUNCIONAL. As etapas básicas em uma chamada do serviço 800A são as seguintes: 1. O usuário disca de qualquer aparelho telefônico 10 dígitos. 2. O PAS detecta e suspende a chamada para consultar o PCS. 3. No PCS a lógica do serviço é executada e os parâmetros são checados (dia/ hora e/ou origem da

chamada entre outros). 4. O PCS informa o PAS o número real para onde a chamada deve ser encaminhada. 5. No atendimento e no fim da chamada o PAS informa ao PCS o ocorrido (fim da conversação, destino

ocupado, etc). SERVIÇO - TELECARD. O serviço de tarifação alternativo é chamado nos EUA de ABS "Alternate Billing Service". O chamador poderá tarifar a chamada em um cartão de crédito, em um terceiro ou no número chamado. O serviço avançado é um serviço automático, sem participação de operador na chamada. Este serviço até 1990 ainda tinha intervenção de operadora

para os casos de chamada a cobrar e cobrança em terceiros. Aplicação típica é o caso de vendedores em viagem chamando para casa. DESCRIÇÃO FUNCIONAL. O serviço ABS requer um sistema de operação (SO). A base de dados no PCS atende tanto as consultas do PAS como do SO, e executa as seguintes funções:

• valida a conta do cartão de crédito e a senha; • provê informação sobre a possibilidade da linha

chamante realizar chamadas com tarifação alternativa, se cartão de crédito, cobrar no chamado ou em terceiro;

• provê informação sobre a possibilidade

do chamado permitir, ou não permitir, ou solicitar permissão para chamadas a cobrar;

• provê informação sobre permitir, ou não

permitir, ou solicitar permissão para um terceiro receber a conta de uma determinada linha.

O usuário do serviço faz uma chamada para ser tarifada em uma outra conta. Para fazer a chamada ele disca o prefixo do serviço seguido do número chamado (B). O sistema responde com uma mensagem gravada solicitando o número do cartão de crédito e a senha. Usando um aparelho DTMF ele envia o número do cartão e a senha e a chamada é completada para o destino desejado. Ele pode fazer chamada seqüencial, evitando ter que passar novamente o número do

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cartão e poupando também mais um acesso a base de dados (PCS). Isto se processa enviando após o término da primeira chamada o digito #. O sistema manda outro tom de discar (chamada seqüencial). Tarifação em terceiros e chamadas a cobrar requer o envolvimento de um SO. Neste caso em vez de enviar o número do cartão ele solicita o operador através da digitação de um prefixo especial. O operador solicita então a validação na base de dados (PCS). Se for solicitada aprovação, o operador faz a ligação em uma linha separada para B ou o terceiro e pede a'aprovação verbal, evitando do chamador participar desta fase. Obtida a aprovação o operador completa a chamada. FACILIDADES REQUERIDAS. DEFINIÇÃO DO SERVIIÇO Serviço suplementar ao serviço público de telecomunicações que permite aos seus clientes a possibilidade de originar chamadas telefônicas em qualquer aparelho telefônico da RTPC e assumir os custos das chamadas, que estarão vinculadas a um cartão de crédito, das empresas operadoras de telecomunicações ou de administradoras de cartões comerciais.

O usuário disca dez dígitos formados pelos: • código de acesso (4); • tipo do cartão (2) e • senha. O PAS recebe os dígitos, suspende a chamada e faz uma consulta ao(PCS. Caso a validação tenha sucesso, o PCS instrui o PAS para este através do PI colete o número do cartão de crédito. O PAS inicia uma temporização interdigital para

espera do número do cartão, caso esta temporização vença, a chamada deve ser encaminhada para uma posição de operação. O final da discagem será determinado pelo de dígitos relativo ao tipo de cartão. O PAS envia os dígitos coletados ao PCS para validação da chamada e aguarda instruções para o prosseguimento da mesma. Em caso de insucesso a chamada é encaminhada para a posição de operação. Caso o acesso seja válido, o PCS solicita ao PAS/PI que envie uma mensagem para o usuário, solicitando o número do destino. Uma vez completada a discagem do número de destino, o PAS/PI envia mensagem ao usuário informando os dígitos recebidos ("voice back"). O PAS envia o número de destino ao PCS e encaminha a chamada através da RTPC. No atendimento e no final da chamada o PAS envia uma mensagem ao PCS informando do ocorrido. O PCS de posse dos números, de origem e destino e da duração da chamada, faz uma estimativa do custo e acumula diariamente para cada cartão, por um período de cerca de 2 meses. Se o valor acumulado ultrapassar o limite do cartão de crédito, o PCS bloquea o cartão para novas chamadas. SERVIÇOS ADICIONAIS. EMISSÃO / BLOQUEIO DE CARTÃO DE CRÉDITO. Possibilita solicitar à entidade prestadora o bloqueio e a emissão de novo cartão devido a extravio, roubo ou outro fator qualquer. ALTERAÇÃO DE SENHA Possibilita efetuar a alteração da senha do cartão de crédito. ESTATÍSTICA DE SUPERVISÃO/ CONTROLE DE SENHA Cada vez que uma senha inválida for fornecida, um contador associado ao número do cartão será incrementado, e sempre que o número de erros de um dia ultrapassar a 3 será disparado um alarme, através de terminal de operação, com outras informações para a detecção de possível fraude. Além da contabilização diária, é previsto uma mensal que liste todos os cartões que tiveram mais de 10 tentativas de acesso com erro.

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SERVIÇO - REDE VIRTUAL O Serviço Rede Virtual é um serviço suplementar ao serviço público de telecomunicações que oferece aos seus clientes a possibilidade de comunicação de voz e dados entre usuários por eles pré-estabelecidos, utilizando-se de recursos da RTPC e proporcionando uma gama de facilidades adicionais. A definição usada na transparência é a usada nos EUA, para o serviço similar VPN, que significa “Virtual Private Network". DESCRIÇÃO FUNCIONAL. O acesso ao serviço VPN pode ser caracterizado como dedicado ou comutado. O acesso dedicado é estabelecido através de conexões diretas entre o equipamento do cliente e os PAS, enquanto que o acesso comutado é estabelecido através de recursos compartilhados da rede pública (RTPC). O acesso comutado pode ser ainda direto ou remoto.

O acesso dedicado é estabelecido por uma terminação de rede do tipo "on-net", a qual está diretamente conectada ao PAS, via linha de assinante ou tronco, dedicados à VPN. Este tipo de acesso permite que o usuário faça chamadas, discando apenas o número de ramal de destino, mesmo que a chamada tenha que ser encaminhada para outra CPCT, ou para terminações da RTPC cadastradas na base de dados do serviço VPN. O acesso direto comutado é estabelecido por uma terminação de rede do tipo "on-net virtual", a qual utiliza a RTPC para acessar o PAS. Este tipo de terminação pode estar conectado ao PAS, através da RTPC, a partir de uma CPCT ou a partir de uma central local. Em ambos os casos, entretanto, a terminação está cadastrada na base de dados do serviço RVA, como uma terminação pertencente a uma dada rede privativa. Este tipo de acesso permite que o usuário possa fazer chamada utilizando a numeração privativa precedida do código de acesso ao serviço. O acesso remoto comutado é estabelecido por uma terminação de rede do tipo "off-net", a qual é conectada ao PAS através da RTPC, da mesma forma que no caso do acesso direto comutado, só que neste caso a terminação não possui registro prévio na base de dados do serviço RVA. Este tipo de acesso permite, que o usuário possa estabelecer chamadas para qualquer terminação pertencente à rede privativa, utilizando a numeração privativa precedida de código de acesso ao serviço e do código de autorização (senha). FACILIDADES REQUERIDAS. PLANO DE NUMERAÇÃO PRIVATIVO. Os tipos de chamadas previstos são: Vejamos os procedimentos de discagem para os tipos acima citados: on-net x on-net e on-net x on-net virtual: o usuário de origem deve discar apenas o número privativo do ramal,

ou seja o usuário deve discar N1..Nj, sendo 2 ≤ i ≤ 7 e N1 ≠ 0. on-net virtual x on-net e on-net virtual x on-net virtual: o PAS precisa receber o código de acesso do serviço VPN (0802), antes do número privativo do ramal, uma vez que o acesso ocorre via RTPC, ou seja, o usuário deve discar 0802N1...Nj, sendo 2 ≤ i ≤ 7 e N1 ≠ 0.

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on-net x off-net: o usuário de origem deve discar apenas o número de lista completo da RTPC, incluindo o código DDD, uma vez que a terminação de destino não possui um número privativo associado, ou seja o usuário deve discar N1...Nj, sendo 9 ≤ i ≤ 15 e N1= 0. on-net virtual x off-net : o PAS deve receber o código de acesso do serviço VPN, antes do número completo da RTPC, ou seja o usuário deve discar 0802N1...Nj, sendo 9 ≤ i ≤ 15 e N1= 0.

off-net x on-net e off-net x on-net virtual : o usuário deve discar a identificação da rede privativa que ele deseja acessar, precedida do código de acesso ao serviço VPN, ou seja o usuário deve discar 0802R1...Rj , sendo 3 ≤ j ≤ 7 e R1 = 0. Caso a rede lhe oriente a dar continuidade à sua tentativa de garantir o acesso (através de mensagem), o usuário deve discar o número da sua terminação (ramal) dentro da rede privativa, ou seja o usuário deve discar T1...Tj, sendo 2 ≤ j ≤ 4. Como se trata de chamada originada por usuário off-net, a VPN solicita, em seguida, a discagem de código de autorização (senha), ao receber mensagem o usuário disca S1...Sj, sendo 4 ≤ j ≤ 6.

Caso a rede lhe oriente a dar continuidade, o usuário deve discar o número privativo correspondente à terminação de destino, ou seja, o usuário deve discar N1...Nj, sendo 2 ≤ i ≤ 7 e N1 = 0. Caso o usuário não disque o código válido, a VPN enviará uma mensagem gravada notificando que o código discado é inválido, dando-lhe mais uma única chance. off-net x off-net: Este caso é igual ao anterior só mudando no passo, quando o usuário deve discar o número da RTPC correspondente à terminação de destino ou seja o usuário deve discar N1...Nj, sendo 9 ≤ j ≤ 15 e N1 =0. Em todos os casos de acesso, o usuário pode ser solicitado pelo PAS a introduzir o código de contabilização como último procedimento de discagem, desde que o cliente do serviço tenha solicitado esta facilidade, ou seja ao receber a mensagem o usuário deverá discar C1...Cj, sendo 2 ≤ j ≤ 4. PLANO DE NUMERAÇÃO FLEXÍVEL. O plano de numeração a ser:. • de comprimento fixo permite que o cliente adote um plano de numeração para sua rede privativa em

que todos os ramais tenham a mesma quantidade de dígitos. • de numeração flexível permite que o cliente adote um plano de numeração em que os ramais

tenham uma quantidade de dígitos variável, neste caso o primeiro dígito indicará o comprimento do número do ramal. Para:

N1 = 0 corresponde a numeração da RTPC; N1 = 1 3 dígitos de comprimento; N1 = 2 4 dígitos de comprimento; N1 = 3 5 dígitos de comprimento; N1 = 4 6 dígitos de comprimento; N1 = 5 7 dígitos de comprimento; DISCAGEM ABREVIADA. Possibilita que os usuários da VPN possam selecionar números telefônicos, pertencentes ao plano de numeração privativa ou ao plano de numeração da RTPC, através de uma seqüência de menor quantidade de dígitos. PRIORIZAÇÃO DE TERMINAÇÕES. Possibilita que o cliente defina uma hierarquia para determinados ramais de sua rede, de forma que as chamadas originadas nos ramais especificados tenham prioridade no seu encaminhamento. REENCAMINHAMENTO AUTOMÁTICO DE CHAMADAS. Possibilita que as chamadas destinadas a ramais ocupados sejam reencaminhadas a ramais, previamente especificados pelo cliente.

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RESTRIÇÃO DE CHAMADAS. O serviço VPV permite que sejam ativadas restrições de acesso das terminações / usuários às facilidades oferecidas na rede privativa. Restrição de acesso à rede: destina-se a impedir que terminais da RTPC, não cadastrados pelo cliente ou Empresa Operadora na base de dados do serviço, tenham acesso a uma dada rede privativa, ou para restringir o acesso de alguns terminais da rede a partes ou grupos de terminais bem definidos da rede. Restrição de acesso à facilidades: visa impedir o acesso não autorizado que determinados usuários ou grupo de usuários possam fazer às facilidades contratadas pelo cliente. Restrição por data e horário: impõe restrições de acesso à rede ou a facilidades, de acordo com a data e o horário de utilização. MENSAGENS GRAVADAS. Mensagens padronizadas são aquelas dirigidas aos usuários do serviço, relacionadas com os aspectos operacionais ou situações anormais que ocorram durante o estabelecimento das chamadas. Mensagens personalizadas são aquelas dirigidas aos usuários do serviço, relacionadas com as atividades do cliente. GRUPO FECHADO DE USUÁRIOS. Possibilita a formação de um grupo pré-determinado de usuários pertencentes a uma mesma rede privativa virtual, que compartilham de um mesmo conjunto de facilidades e restrições de acesso comuns aos mesmos. SUB-REDES PRIVATIVAS. Possibilita a criação de sub-redes privativas, contidas dentro de uma VPN, de forma a permitir o atendimento de necessidades dinâmicas das empresas. As sub-redes podem ter um certo grau de independência em relação à rede privativa a qual está subordinada, de forma que a gerência e o faturamento de cada sub-rede possam ser executados em separado, permanecendo, no entanto, a possibilidade da gerência e o faturamento global de todas as sub-redes pelo cliente do serviço. CONFERÊNCIA Possibilita que usuários autorizados, ou através de solicitação à posição de operação por agendamento em dia e horário determinado, estabeleçam chamadas simultâneas entre vários terminais da VPN e da RTPC. COMUNICAÇÃO DE DADOS. Possibilita comunicação de dados no formato digital síncrono, a 64kbit/s. SERVIÇOS ADICIONAIS. Facilidades de tarifação e estatística: conta personalizada; códigos de contabilização; relatórios estatísticos detalhados. Facilidades de gerência e administração: relatórios de condições operacionais da rede: acesso à gerência e administração; ações executadas pelo cliente. AMBIENTE DE CRIAÇÃO DE SERVIÇO.

O ACS é o elemento da Rede Inteligente Avançada cuja finalidade é permitir o estabelecimento de uma plataforma de desenvolvimento e validação de um serviço a partir de sua especificação, o ACS é composto por um conjunto de funções suportadas por recursos computacionais que viabilizam estes objetivos. O desenvolvimento de um serviço é realizado por meio de rotinas, padrões que podem ser combinadas para construir uma lógica de serviço, e pelo próprio desenvolvimento de novas rotinas para a construção do serviço que se deseja criar.

PROCESSO DE CRIAÇÃO DE SERVIÇOS.

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No seu conceito mais amplo, o processo de Criação de Serviços pode ser definido como o conjunto de ações administrativas, técnicas e operacionais necessárias para reduzir o tempo de resposta das empresas operadoras de serviços de telecomunicações às necessidades de seus clientes e conseguir um grau satisfatório de independência de fabricantes de equipamentos de telecomunicações. O tempo pode ser reduzido e o grau de independência alcançado dependerá da capacidade das empresas operadoras em terem o domínio na execução dessas ações, que podem ser organizadas em seis etapas distintas e bem definidas, formando o ciclo de vida do processo de criação de serviços. ANALISE DE MERCADO. Esta etapa compreende as ações de coleta e análise de informações sobre o comportamento e as necessidades dos usuários finais dos serviços de telecomunicações, com o objetivo de direcionar as atividades subseqüentes, determinando e até antecipando a necessidade de novos serviços e/ou modificações nos existentes. DESCRIÇÃO DE SERVIÇOS. O objetivo desta etapa é descrever inicialmente as características de um novo serviço, uma nova facilidade de um serviço ou mesmo modificações em serviços existentes, sob o ponto de vista dos usuários finais. Esta descrição é então analisada em detalhes sob os seguintes pontos de vista:

• técnico (determinando sua viabilidade técnica); • legal (determinando sua conformidade com as leis locais); • tarifário (determinando as implicações no sistema tarifário, nos procedimentos de bilhetagem, etc); • operacional (determinando implicações nos procedimentos operacionais e nas necessidades de

treinamento). ESPECIFICAÇÕES DE SERVIÇOS.

Nas próximas 3 (três) etapas é que o ACS aparece como uma plataforma de suporte a uma série de atividades necessárias à criação de serviços de rede inteligente. Esta etapa é elaborada, com base nos resultados obtidos na etapa anterior. Inclui uma especificação detalhada dos requisitos do serviço, análise funcional e projeto sistêmico para implementação dos serviços.

DESENVOLVIMENTO DE SERVIÇOS. As atividades de desenvolvimento podem ser resumidas de uma maneira geral em atividades de geração, desenvolvimento e testes da lógica de serviço. Estas atividades necessitam de ferramentas onde os mecanismos de reutilização de software são fundamentais para a redução dos tempos envolvidos no oferecimento de novos serviços. VALIDAÇÃO DE SERVIÇOS. Esta etapa é fundamental para assegurar a conformidade do serviço implementado face à sua especificação, bem como à integridade da rede quando este novo serviço for efetivamente implantado. Esta tarefa requer um grande esforço por parte da equipe técnica, pois, consiste em reproduzir em laboratório situação de teste que simulem o ambiente no qual o serviço será inserido. Para que se possa obter melhores resultados nesta etapa, deve-se dispor de uma plataforma de testes e verificação de serviços, denominada rede de referência, antes que o mesmo seja implantado na rede. Adicionalmente, ativações experimentais e em campo devem ser adotadas com o mesmo objetivo. IMPLANTAÇÃO. É a etapa final dentro do processo que consiste na transferência do software e dos dados relativos ao serviço para os elementos de rede responsáveis pela sua execução. Esta etapa é contínua no tempo e envolve mecanismos de monitoração e levantamento de dados que apontem possíveis deficiências, bem como melhorias operacionais do serviço implantado. MODELO CONCEITUAL DA REDE INTELIGENTE.

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O modelo conceitual da RI conforme as recomendações o ITU-T, é dividido em 4 planos, onde cada plano representa visões abstratas diferentes das capacitações proporcionadas por uma estrutura de RI:

• Plano de serviços. Representa uma visão orientada exclusivamente aos aspectos do serviço. Os serviços são compostos de uma ou mais facilidades, denominada SF.

• Plano funcional global. Modela a RI como uma entidade única. O plano contém: o processamento básico: e chamada (BCP); os blocos independentes de construção: e serviços (SIB); o ponto de iniciação (POI) e o ponte: e retorno (POR) que fecham a cadeia de SIB.

• Plano funcional distribuído. Modela a visão distribuída da

RI. Neste plano são definidas as entidades funcionais (FE). Um SIB do plano funcional global corresponde a uma seqüência de ações de entidades funcionais.

• Plano físico. Modela os aspectos físicos da RI. O modelo identifica as diferentes entidades físicas e

protocolos que podem existir na RI. APLICAÇÕES DO ACS. Sob a ótica funcional, as aplicações do ACS podem ser mapeadas em 4 tipos diferentes:

• Construção de Serviços. Corresponde ao processo de

agrupar blocos construtivos de forma a criar novos perfis de um serviço para um dado assinante. O ACS possui uma biblioteca de blocos construtivos de forma que esse processo se resume a unir tais blocos com auxílio de editores gráficos de lógica e a preencher tabelas com os dados relevantes ao serviço.

• Verificação de Serviços. A verificação de serviços abrange

no ACS as funções necessárias ao processo de testes e verificação do funcionamento e comportamento do serviço ou facilidade criada.

• Suporte à programação. Consiste nas funções de

programação de software específico dos serviços. • Administração de dados. Consiste nas funções

relacionadas com a gerência das informações armazenadas e manipuladas pelas aplicações do ACS.

REDE DE REFERENCIA. A rede de referência é fundamental para assegurar um alto nível de teste e validação do serviço criado, como também desenvolver procedimentos de implantação, de tal forma que o serviço entre em funcionamento causando' o mínimo de perturbação na rede.

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