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A arte do ferro forjado em Coimbra Apesar da sua longa tradição histórica e artística, o trabalho do ferro forjado em Coimbra reapareceu em todo o seu esplendor após 1878, com a criação da Escola Livre das Artes do Desenho. Esta academia de artes – em conjunto com a Escola Industrial de Avelar Brotero – iria forjar algumas das vocações artísticas mais importantes da cidade. Destacamos o labor de Albertino Marques e Chaves de Almeida. Ambos deixaram trabalhos para a casa do Dr. Ângelo da Fonseca. Ao percorrermos as ruas da cidade, deparamo-nos com a presença dos mais diversos objectos complementares de arquitectura em ferro forjado. À sua forma artística alia- -se a função utilitária, materializando-se sobretudo em guarnições de portas (dobradiças, espelhos de fechaduras, pregaria ou batentes), portões, gradeamentos, varandas, bandeiras de portas e janelas, cata-ventos ou candeeiros. Outro tipo de objectos ornamenta o interior de casas particulares, de instituições públicas ou de templos religiosos, salientando-se todo o tipo de objectos para iluminação ou os trasfogueiros com os seus adereços para as lareiras. Por outro lado,

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A arte do ferro forjado em Coimbra

Apesar da sua longa tradição histórica e artística, o trabalho do ferro forjado em Coimbra reapareceu em todo o seu esplendor após 1878, com a criação da Escola Livre das Artes do Desenho. Esta academia de artes – em conjunto com a Escola Industrial de Avelar Brotero – iria forjar algumas das vocações artísticas mais importantes da cidade. Destacamos o labor de Albertino Marques e Chaves de Almeida. Ambos deixaram trabalhos para a casa do Dr. Ângelo da Fonseca.

Ao percorrermos as ruas da cidade, deparamo-nos com a presença dos mais diversos objectos complementares de arquitectura em ferro forjado. À sua forma artística alia- -se a função utilitária, materializando-se sobretudo em guarnições de portas (dobradiças, espelhos de fechaduras, pregaria ou batentes), portões, gradeamentos, varandas, bandeiras de portas e janelas, cata-ventos ou candeeiros.

Outro tipo de objectos ornamenta o interior de casas particulares, de instituições públicas ou de templos religiosos, salientando-se todo o tipo de objectos para iluminação ou os trasfogueiros com os seus adereços para as lareiras. Por outro lado,

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os cemitérios da Conchada ou de Santo António dos Olivais conservam importantes núcleos de ferros artísticos.

Albertino Marques, Chaves de Almeida, Manuel Pedro de Jesus, António Craveiro, António Maria da Conceição, Daniel Rodrigues, José Domingos Baptista, João Gomes, José Campos ou José Pompeu Aroso, foram alguns dos nomes mais importantes dos serralheiros artistas conimbricenses do século XX.

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Considerado como o metal mais útil, mais comum e mais duro na natureza – que todavia o fogo consegue amaciar –, o ferro era submetido pelos serralheiros-artistas, em oficinas artesanais ou já de carácter industrial, ao calor das forjas e dos fornos, que puxavam (estender ou adelgaçar) ou moldavam, encalcavam (engrossar), batiam sobre a bigorna e temperavam com água, cortavam, caldeavam (ligar directamente pedaços separados), cinzelavam ou furavam, para que as suas propriedades de ductilidade se materializassem nas formas e nas dimensões projectadas.

Texto da autoria de Pedro Ferrão e Fernanda Alves (Museu Nacional de Machado de Castro)

SUGESTÃO DE LEITURA: O FERRO NA HISTÓRIA: DAS ARTES. MECÂNICAS ÀS BELAS-ARTES*. José Amado Mendes http://www4.crb.ucp.pt/Biblioteca/GestaoDesenv/GD9/gestaodesenvolvimento9_301.pdf

VEJA UM ÁLBUM COM 44 FOTOS DA ARTE DO FERRO FORJADO EM COIMBRA https://www.flickr.com/photos/126008239@N05/sets/72157650706005626/

O ÁLBUM EM VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=fAIX2yIYGV4