01 04 - verdade de segunda · O medo é estável. O medo é previsível. Escolher o não-me-do é...
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Dobre as duas páginas, na linha pontilhada entre os dois
retângulos (é mais fácil usando uma régua). Ou você pode dobrar alinhando as pontas da
folha.
Imprima o PDF. Importante: ajuste o Acrobat (ou equivalente) para
não ampliar nem reduzir a folha, nem deslocar a posição para caber no papel (tire “fit
to page” e “rotate and align”). Separe a primeira página (esta).
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Xeroque frente e verso. Folha A com folha B,
folha C com folha D, E com F. Tomar cuidado para que os dois
lados estejam alinhados e batendo. Para ajudar o alinhamento, use os
retângulos arredondados do meio da floha, olhando contra a luz.
Dobre as orelhas, na linha tracejada. Alternativamente, dobre levando a borda do papel até a linha pontilhada. Ou ainda, dobre cada orelha de forma
aleatória, ou deixe algumas sem dobrar.
Monte o caderno, colocando as folhas uma dentro da outra. Certifique-se
que estejam de cabeça para cima. O jogo da primeira orelha é um tipo de capa.
Grampeie. São dois grampos, um em cada um dos retângulos
arredondados da lombada. Cuidado para que o grampo fique dentro do retângulo
(senão ele comerá o texto das páginas internas).
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Tanto quanto cada um de nós precise buscar sua própria verdade, precise aprender a se garantir, precise tornar--se aquilo que é, também o grupo de todos nós precisa ir além de si mesmo e amadurecer e abrir os olhos. Na dimensão do tempo, essa é a continuidade. É estar aqui agora e estar aqui daqui a muito muito tempo. Como nos-so corpo que muda constantemente para permanecer o mesmo, num processo chamado homeostase, também o nosso corpo coletivo precisa mudar continuamente para tornar-se o que é, e chamo a isso de homeosociostase.
A busca de Significado-Imaginação-Pertinência é em si parte do metabolismo social. É porque cada um dos envolvidos tenta construir sua liberdade pessoal atra-vés do grupo que o grupo ganha o seu maior potencial:
Transcendência.
E ela já está presente. Porque “nós já sabemos dançar”!
Mas «você já sabe dançar» deveria significar que não há revolução VS burguesia ou utopia VS mundo real. Antes, toda atuação social que melhora sensivelmente
as sociedades se parece mais com ferramenta de análi-se que com bandeira (aí o erro da 11a tese). Assumir um ethos (que é como um modo de vida + o sentimento + o espírito dessa vida) que seja aberto e poderoso e feliz já é possível, agora e em todos os momentos. Não existem
pré-condições para abrir os nossos olhos.
Aquilo que é mais importante não são problemas a resol-ver, ou metas a alcançar, ou valores a manter. São a nossa beleza e a nossa força, que criamos com nossos sonhos. Há pedras no caminho, e há um fim da estrada, e há a própria trilha, mas o caminhar só existe enquanto
pés sensíveis dão passos largos.
desligue o lagartoO medo é estável. O medo é previsível. Escolher o não-me-do é duro. Difícil. O medo vende. O medo convence. Parece “apenas humano”, parece digno de compaixão. Seja como
for, o medo não é liberdade.
As ações todas quase, e as instituições todas quase que me cercam hoje são motivadas pelo medo. Seja como for, o
medo não é liberdade.
Não é uma ideologia que nos prende ao medo (nem Ilumi-nismo, nem Neo-Liberalismo/Neo-Socialismo, nem Ecolo-gismo). Não é uma imoralidade que nos prende ao medo (nem só-pensar em sexo, nem corrupção, nem ignorância). E
de todas as formas, não é um inimigo a ser combatido.
Eu por muito pensei sobre namoros e relacionamentos e só vi uma máscara de medo de não ser desejável o suficiente. Pensei sobre a política e vi o medo de admitir que não sabe fazendo todos se agarrem a rótulos vazios — partidos, ban-deiras, movimentos, todos igualmente vazios. E aprendi também que todo mundo aceita esse argumento até que eu pegue o time que ele torce ou a missa que ele reza e os mos-tre vazios como todos os outros, e depois disso eu me torno o inimigo. E eu pensei sobre muitas outras coisas e vi sempre
por baixo delas o medo.
O medo é um gânglio. O medo é um nódulo no meio do nosso cérebro, desenvolvido por ancestrais muito no passa-do, que deviam se parecer com lagartos. De alguma forma ele funcionava como um interruptor: Toda a energia para o ataque, ou toda a energia para a fuga. Mate ou Corra. Na dúvida ataque com tudo ou fuja o mais rápido que puder. In-tensidade, mas também dualidade. E também um tipo muito específico de controle. Tudo isso, em mim, tão ancestral que provavelmente não posso conceber sem isso,
como o peixe não pode ver a água.
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O medo é o mecanismo dentro de mim encarregado de es-colher uma opção rapidamente e não abrir mão dela. Ele está presente quando rotulamos uma pessoa ou coisa e não conseguimos ver se ela passar a se comportar de jeito dife-rente. O medo está presente quando criamos expectativas de como as coisas ou pessoas deveriam ser e nos decepcio-
namos quando elas fazem algo criativo.
O interruptor-medo funcionou: Ainda estamos aqui. Mas ele não foi a única ferramenta que funcionou. E mais: uma das forças desse interruptor era justamente que
trabalhava com outras ferramentas.
O medo permite a linguagem. ‘ÁRVORE’ não é «árvore», mas o medo agarra a ilusão, como se existisse uma cate-goria abstrata de árvores. Quando alguém fala “árvore” podia estar pensando em inúmeras coisas, mas o medo reduz tudo à «árvore». Ao invés de interpretar e aceitar multiplicidades de pontos de vista, o medo ou acredita ou chama de mentira, ataca ou foge. Assim o medo permite a abstração. Mas o medo também reduz a complexidade, e a
linguagem é uma produtora de complexidade.
E existe um balanço entre complexidade e abstração, mas ganhar a linguagem não é perder o medo. O córtex mamífero não é a negação do cérebro réptil, é uma con-tinuação dele. Essa inter-operação é problemática, bem porque o medo aniquila quando pode, ele volta toda a energia para o ataque. E hoje isso pode ser uma bomba
nuclear.
As apostas aumentaram. Temos mais a ganhar e mais a perder. E tudo varia na dimensão da complexidade. Não basta hoje ser grande o suficiente ou endinheirado o suficiente ou rápido o suficiente. Para resistir à complexi-dade é preciso tornar-se também complexo. E essa neces-sidade redobra a necessidade da ferramenta ancestral: O
Cérebro Lagarto.
Como demarcação, como um ponto de orienta-ção, como alavanca para a visão e o pensamento, como convite às críticas, como aposta, como um ato de curiosidade de você, como improvisação, como pedido de esperança, como um lugar em que queria que meus filhos morassem, como fler-te com almas brilhantes idealistas que quero ver e tocar, como peneira que evita o barulho e a bo-beira, como palavra contra o silêncio, como isca, como sonho, como despertar, dou esse pequeno
manifesto-manifestação:
• urbano,comusointensodeenergia,pra atormentar os eco-chatos
• ostensivamentepolítico(eimplicitamentepara-militar), pra foder a terceira via
• coletivistaeminimalista,praconterefetivamente o mercado
• exclusivistaeelitista,prasacanear esquerdistas
• teremosnossopróprioesporteediremosque todos os outros são idiotas
• tecnologiaaoinvésdeciência,porquecientistas são platonistas imbecis
• decisãoporconsenso,praescandalizartodo mundo que não odeia democracia
• umconselhodecisor,praenojar os anarquistas
• estadoconstantedefesta,fazendopouco de todos os sérios
• pan-religioso,outudoésagrado,querendodizer que religiosos são otários
• banimentos,paralimaroscaçadores de atenção
A B O U R SR E C A T OD R R L R II E E E O NL B F U C HR C E V A OE A R P L RT R E S O EE I N I D CM N C C E EP H I O S IO O A P I TR E L O S AA B E M T OR C H P E EI R I O M XO G E R A EF L R U B GP I O N E EO N F E R SX G A R T EE U N I O DS A T S M OI R E J O FG E N E R ON L U T A RO A N A D CE T I A B EN I S O E TC V H E L IF O R T E CN I A D Z IT S O R A SO M G F I ME T H O S O
B
homeosociostaseA política degenera em politicagem facilmente, e há uma ra-zão pra isso, assim como há uma razão para o indizível
ser difícil de dizer.
Gradualmente, a revolução vai sendo co-opta-da em negócio, como a imprensa passou de Do-It-Yourself a mercado de livros. Mas o lado revolucionário ainda corria no
subterrâneo.
É fácil passar de uma competição em pre-ços para uma competição em qualidade, e muito difícil fazer o caminho inverso. E há diversos lados dessa história, mas
o importante é que a co-optação da revolução não elimina as ferramen-
tas que permitiram a mudança.
O “revolucionário” passa a ser aprofundamento ao in-vés de expansão, mas a mu-
dança de mentalidade pode ser traumática para alguns.
Toda ideologia é de certa forma tentativa de responder: “pra quê
vale uma sociedade?”
O problema, a grande dificuldade e a incrível sutileza, é que é impossí-
vel responder a essa pergunta. Melhor dizendo: Essa é a pergunta que preci-
sa ser mantida em aberto, constante-mente retrabalhada. O silêncio não é forma
de manter a questão aberta, nem tão pouco a ideologia o é.
O truque é sutil: É preciso ter a força desse im-pulso, é preciso ter essa energia, é preciso que o lagarto funcione. Ao mesmo tempo, é preci-so controlar o impulso: Controlar o que nos dá
poder de controle. Saber desligar o lagarto.
A dimensão pessoal, direta, que você tem que viver (não, não basta ler isso, não quer dizer nada para você antes de fazer o experimen-to), esse controle é um ritual. É uma pequena coisa que você tem que fazer sem pensar ou ensaiar exatamente quando o medo bater. Pode ser recitar uma poesia (o primeiro pa-rágrafo desse texto quebra o galho na falta de algo melhor). Pode ser uma postura cor-poral. Pode ser contar até cinco (como em
Lost).
Mas esse é o primeiro passo. Libertar-se você mesmo do seu medo. Usar o seu medo para se libertar. Estruturar a sua vida além do
medo. Mas é preciso mais.
É preciso libertar a sociedade do medo.
Estruturar a sociedade além do medo. Tecer relacionamentos que não são baseados no medo de perder o outro (e recheados por isso de ciúmes, expectativa, dedos aponta-
dos).
Construir projetos de vida menos mancha-dos de medo (e por isso mais improvisados,
já que hoje todas as regras estão mudando e nem todos os olhos estão abertos).
Articular instituições que não façam recurso ao medo (menos hipócritas, menos moralis-tas, menos burocráticas, menos ideológicas, menos dogmáticas, menos retrógradas, me-
nos inertes).
C
O FuturoLugar cuja atualidade, existência e propósito dependem de você, uma construção sua, quer queira ou não, quer você acredite que todos
esses placebos tem algum efeito ou quer você seja capaz de ver a grande ilusão. Ninguém faz a própria história ao bel-prazer, mas ninguém evita também inscrever/escrever a sua própria atitude no meio do mundo. Não se trata de «faça o seu próprio governo», mas sim de saber que o governo talvez um
dia falhe, a religião talvez falhe, os valores e o amor e a ciência talvez venham a falhar, e assim por diante e, se isso acontecesse, o que sobraria seria:
VOCÊ.
Dar à essas relações e projetos e instituições uma história que supera o medo (que busca o sonho, que evita o medío-cre, que prefere por via das dúvidas supor que há algo além).
¿Quem sabe?
Desligue o Lagarto. Esse é um desafio!
Afinal, não se trata de um idealismo vazio. Não se trata de um mito meramente ilustrativo. É o seu cérebro, ele é as-sim: «Entre ele e eu, eu». Automaticamente. Mas hoje isso
quer dizer: Desenvolva-se. Garanta-se. Vá além.
Força-Beleza.
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A Técnica / A EngenhariaFamiliaridade.
A TecnologiaMáquina não projetada para maximizar a felicidade do ser humano.
A ImprensaForma auto-referente de Heráldica.
A InternetCabeamento sem tendência própria.
A Física NewtonianaGolpe político bem sucedido na Inglaterra do século XVIII.
A Relatividade GeralAnúncio enganoso da máquina de guerra norte-americana.
A MatemáticaCondicionamento aplicado à crianças com TDAH para que ignorem o contexto das ideias.
A CiênciaTentativa de mostrar-se mais inteligente que o próximo.
A ArteTentativa de parecer mais sofisticado que o próximo.
O PensamentoComportamento imitativo.
A CulturaSuposta unidade de obras intangíveis desconexas.
O GênioLenda folclórica a partir de biografia descontextualizada.
grandes placebosPlacebo
Ilusão ou bobagem na qual você continua acreditando por preguiça ou medo.
O GovernoConjunto de bandos ou gangues mais ou menos desconexos objetivando o desvio de verbas.
O EstadoFicção jurídica.
A NaçãoApelo demagógico.
A DemocraciaConjunto de expedientes decisórios não testado, basicamente ilusório.
A MaioriaEfeito de manipulação de massas, via de regra em torno de dogmatismos.
O PovoMultidão, gentalha.
A SociedadeAgrupamento de multidões.
O PoderTipo de vício.
O Exército (ou o Monopólio da Violência)Método de brutalização sistemática.
A LeiEstabilização de privilégios obtidos através da velhacaria.
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Os Valores / A moralPreconceito.
A ReligiãoCanalização de energias sexuais para fins políticos.
A BíbliaTrabalho editorial porco sobre fontes clandestinas.
As TradiçõesDinâmicas sociais válidas para populações abaixo de milhões de indivíduos.
O SexoImpulso cego.
O InstintoReações previsíveis e que, portanto, podem ser abusadas.
A NaturezaErro de interpretação de Odum.
A Sobrevivência do Mais ForteErro de interpretação de Darwin, que se refere apenas à sorte circunstancial.
A EvoluçãoProcesso natural que comprovadamente ocorre, mas do qual não sabemos quão importante é para a vida (já que mutação randômica é impossível).
O CapitalismoErro de interpretação de Das Kapital, livro inacabado com a morte do autor.
O MercadoAnúncio enganoso de governos autocráticos, como a monarquia britânica do século XVII.
O DinheiroForma de armazenamento de energia, alheio aos processos que geram a energia propriamente, logo sempre consequência, nunca meio, nunca causa.
A IndústriaTesta de ferro de grandes complexos militares.
O PetróleoROI cada vez menos atraente.
A FamíliaImbricamento de chantagens emocionais.
A RaçaIncesto e entrecruza.
A Maternidade/PaternidadeImpressão de nossos medos sobre os filhos.
O AmorMá literatura, mais ou menos orientada para mascarar hábitos reprodutivos.
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