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    Arte-Educao

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    EQUIPEDEELABORAO/PRODUODEMATERIALDIDTICO:

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    Diretor Geral Diretor Acadmico

    Diretor de Tecnologia Gerente Acadmico

    Gerente de Ensino Gerente de Suporte Tecnolgico

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    Waldeck OrnelasRoberto Frederico MerhyReinaldo de Oliveira BorbaRonaldo CostaJane FreireJean Carlo NeroneRomulo Augusto MerhyOsmane ChavesJoo Jacomel

    Gervsio Meneses de OliveiraWilliam Oliveira

    Samuel SoaresGermano Tabacof

    Pedro Daltro Gusmo da Silva

    Equipe Ana Carolina Alves, Cefas Gomes, Delmara Brito,Ederson Paixo, Fabio Gonalves, Francisco Frana Jnior,Israel Dantas, Lucas do Vale e Marcus Bacelar

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    Conceitos e Concepes Acerca da ArteBreve Histria da ArteO Nascimento da Arte: A Pr - HistriaIdade MdiaRenascimentoArte Barroca

    Arte ModernaArte ConteporneaA Educao pela ArteCaracterizao da rea de Artes - Aspectos LegaisA Esttica e a Expresso ArtsticaJuzos EstticosExperincia EstticaAtitude EstticaCriao ArtsticaArte e Sociedade

    A Interpretao da Obra de ArteAtividades Complementares

    SumrioSumrioSumrioSumrioSumrio

    AS CONTRIBUIESDA ARTENAFORMAO INTEGRALDO SER HUMANO

    A ARTENA EDUCAO

    A Arte como Objeto de ConhecimentoContedos e Objetivos da Arte no Ensino FundamentalA Proposta Metodolgica para o Ensino de Artes

    Orientaes Didticas para a ArteAtividades Complementares

    ARTE-EDUCAOE CRIATIVIDADE

    O ENSINODA ARTENO CURRCULO ESCOLAR

    ARTE - EDUCAOEO DESENVOLVIMENTODO

    POTENCIAL CRIATIVODO ENTE HUMANO

    O que Arte-Educao?

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    Arte-Educao

    As Linguagem Artsticas e o AutoconhecimentoArtes VisuaisDanaMsicaTeatroAtividades ComplementaresAtividade OrientadaGlossrio

    Referncias Bibliogrficas

    AS DIFERENTES LINGUAGENS ARTSTICAS

    Proposta Triangular para o Ensino da ArteDesenvolvimento da Capacidade CriadoraAtividades Complementares

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    Apresentao da Disciplina

    Ol, caros alunos!

    Ao longo dos anos, muito se tem falado e escrito sobre anecessidade da incluso da arte na escola de forma mais efetiva.Desde 1971, pela Lei 5692, a disciplina Educao Artstica torna-se parte dos currculos escolares, sendo que, na nova LDB 9.394/96, esta rea do conhecimento, denominada ento de Arte eEducao, torna-se componente curricular obrigatrio.

    Muitas experincias tm acontecido, mas no contato diretocom professores, as intenes parecem apontar para um caminhointeressante, mas no confronto com a prtica pedaggica nocampo da arte que se nota a grande distncia entre teoria e prtica.Acreditamos que o ensino da arte deve estar em consonncia com

    a contemporaneidade. Isto significa que a sala de aula deve serum espelho do atelier do artista ou do laboratrio do cientista.

    A pesquisa e a construo do conhecimento so valores tantopara o educador quanto para o educando, rompendo com a relaosujeito/objeto do ensino tradicional. Este processo poder serdesafiador. O ponto de partida e o ponto de chegada seroresultantes da experimentao. Portanto, o ensino da arte estarintimamente ligado aos interesses de quem ensina e de quemaprende.

    Sejam bem vindos!Desejo discernimento, iniciativa e realizaes.

    Prof Ana Paula Amorim

    A arte no um produto, mas sim origem. No criada,mas sim criao e est presente no ente humano, quandoeste deixa de existir na qualidade mental de pensador e

    experimenta com a qualidade mental de perceptor. Grupo Kamaloka

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    A ARTENA EDUCAO

    AS CONTRIBUIESDA ARTENAFORMAO INTEGRALDO SER HUMANO

    Conceitos e Concepes Acerca da Arte

    A arte nos ensina que o mais importante o esvaziar-se

    para se preencher naturalmente do real, daquilo que no por

    ns construdo, mas que nos constri. Coisa que nos faz crescer.

    Definir o que arte uma tarefa herclea, visto que as diversas concepes

    existentes acerca da arte so tantas e to diferentes que chegam a serdivergentes e contraditrias. Em alguns momentos, a arte era consideradaa imitao da realidade; em outros, a sua prpria sublimao. Namodernidade, considera-se arte tudo aquilo que est no espao potico,ou seja, qualquer coisa que esteja dentro de uma galeria, de um museu,de uma msica, de um livro etc. Mas ser apenas isso? Vamos analisar!

    Na verdade, arte aquilo que nos faz pensar. Aquilo que mexe como nosso intelecto, que faz com que reflitamos acerca de diversas idias

    universais. a possibilidade de enxergar aquiloque jamais veramos sem a ajuda do artista. Arte aquilo queinvade o nosso ser e fica guardado l para sempre. umbenefcio espiritual to necessrio para todas as pessoasquanto a religio.

    E como isso ocorre?

    Atravs da recepo, da percepo e da concepo. O que significa dizer querecebemos a arte atravs dos nossos rgos fsicos (olhos, pele, ouvido, nariz, corao,etc); percebemos a arte atravs do contato direto com a mesma atravs dos nossos sentidos(gustao, olfao, tato, viso, audio, telepatia/pensamento e intuio/sentimento), ouseja, atravs da percepo; e concebemos a arte atravs de valores tico-moraisevidenciados pela nossa conduta (vcios e/ou virtudes).

    Mas o que diferencia a arte de todas as outras coisas?

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    O que diferencia a arte de todas as coisas algo muito sutil, pormmuito significativo. A diferena est na maneira como o artista conseguerepresentar a realidade.

    Tendo em vista que a arte uma manifestao da ao humana quenos causa admirao esttica, se partirmos para a etimologia da palavraARTE, poderemos dizer que arte significa mtodo, habilidade.

    A arte , pois, a habilidade que o ser humano possui de criar algo,segundo sua percepo e concepo de mundo. Dentro de um entendimento

    mais especfico, a arte envolve no apenas habilidade, mas, sobretudo, imaginao. Elavaria de indivduo para indivduo, caracterizando a capacidade de representao,sensibilidade, personalidade e interesse de cada um. No entanto, a verdadeira arte consistena manifestao da imaginao com uso da inteligncia.

    A arte , pois, a interpretao peculiar de algum diante dos

    acontecimentos da vida, ou diante do comportamento socialque anunciam modificaes significativas no mundo.

    Para definirmos, de fato, o que arte ou no, nos apropriamosdos instrumentos da nossa cultura, ou seja, do repertrio culturalque dispomos, pois esse repertrio que d aos objetos oestatuto de arte. No entanto, a existncia da arte liga-se afatores que a ultrapassam, pois cada cultura possui saberes,

    cdigos e valores prprios.

    A obra de arte apenas uma expresso da arte, e toda expresso da arte denunciao artista, mas a expresso da arte no a arte, pois a arte no o produto em si, mas sima sua prpria concepo, ou seja, a sua origem. A arte no criada, mas a prpria criao,e est presente e disponvel no ser humano quando estebusca, atravs da sua capacidade de recepo,percepo e concepo, a (re)significao da vidaenquanto Arte. Eis que a necessidade de expressoartstica permanente e universal.

    Ainda que tudo que exista a arte possa expressar,ela no produto da copia ou da imitao. Tudo isso faz

    parte dela, mas no a arte em si. Ela em ns osentimento do belo, da rica, sublime e eterna criao, es o homem entusiasmado poder estar em comunhocom a arte, pois nele reside o sentimento do belo, do rico

    Em todas as suas manifestaes, a arte uma expresso do sentir humano, pois aarte deve ser sentida e no pensada.

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    lhe permite expressar seus sentimentos. ela, a sociedade, que chancela a sua criao,aprovando ou reprovando, mas sempre reagindo, de

    alguma forma, frente obra criada. A arte, por sua vez,no encontrar a sua principal razo de ser naqualidade das sensaes que provoca, nem no seuconceito, mas na sua prpria concepo.

    Uma obra de arte encerra mltiplaspossibilidades de indagao. Recriamos asimagens segundo nossa percepo e asmodificamos subjetivamente de acordo com nossa

    experincia de vida. Projetamos sobre elas osnossos valores e nossas inquietaes. As obras de

    arte se completam de formas diferentes naimaginao de cada espectador.

    e do significativo, que vem com o observar das coisas, sem rtulos e sem distrao, poisentre ele e as coisas no h distncia, mas sim total integrao, atravs da ateno plena,sem preconceitos. O artista nico e insubstituvel na interpretao do seu universo, e asociedade lhe proporciona conhecimento, viso de conjunto e toda uma infra-estrutura que

    Mas, afinal, O QUE ARTE?

    Podemos ento concluirque a ARTE uma manifestao do

    esprito universal, atravs de valoresmorais, ticos e estticos (beleza, riqueza

    e significao) que se encontramlatentes em cada um de ns.

    Apresenta-se sob variadasformas, como: a msica, o teatro, a

    dana e as artes visuais ou plsticas.

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    Arte-Educao

    Porque fazemos arte?

    Para espelhar o mundo que nos cerca...

    Para auxiliar no dia-a-dia (utilitria)... Para explicar e descrever a histria...

    Para ajudar na cura de doenas...

    Autoconhecimento...

    Como entendemos a arte?

    O que vemos e o que sentimos quandoadmiramos uma arte depende da nossa experinciae conhecimento, da nossa disposio no momento,da nossa imaginao e daquilo que o ser, enquantoartista, pretendeu mostrar.

    Como conseguimos ver as transformaesdo mundo atravs da arte?

    Buscando compreender o que o artista quismostrar, verificando que tipo de arte foi feita (quando,onde e como), quais foram as tcnicas e os materiaisutilizados, qual o contexto social da poca etc. Destamaneira, estaremos dialogando com a obra de arte,e assim podemos entender as mudanas que nomundo ocorreram.

    Quais as contribuies da arteQuais as contribuies da arteQuais as contribuies da arteQuais as contribuies da arteQuais as contribuies da arte

    parparparparpara aeda aeda aeda aeda aeducucucucucao?ao?ao?ao?ao?

    Fator de humanizao (objeto de conhecimentoe reflexo);

    Formao artstica e esttica; Desenvolve a sensibilidade, a intuio, a

    percepo, a reflexo e a imaginao;Auxilia na relao com outras disciplinas;Autoconhecimento.

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    Breve Histria da Arte

    Encontramos arte desde a humanidade remota at nossos dias e, certamente, aencontraremos sempre, pela simples necessidade de expresso que possui o ser humano.Portanto, estudar a arte sem entender a sua evoluo histrica pouco significativo. Vamosagora estudar um pouco da histria da arte, de modo que possamos no s compreend-la, mas, principalmente, senti-la.

    Descobrir juntos porque a arte surgiu, qual a sua essncia, para que ela serve, serum dos nossos objetivos. E como ela modifica o mundo e se configura como um dos meiosmais diretos de dominar o caos exterior e interior do homem, vamos dar arte uma atenoespecial. Voc deve estar se questionando:

    Como faremosisso?

    Voc ver que se trata de algo extremamente inteligente, interessante e instigante.Inicialmente, queria deixar claro que as expresses arte e artistas so usadas

    para todas as pocas. Portanto, quando estivermos nos referindo arte, desde a pr-histriaat os dias atuais, iremos utilizar esses termos.

    O sentido da palavra ARTE, assim como a classificao das atividades a elaligadas, variou muito desde o incio da Idade Mdia. Esta tinha herdado da Antiguidade anoo de artes liberais, que eram atividades intelectuais opostas quelas em que intervinhama mo e o material.

    Sendo assim, a arte uma atividade absolutamente subversiva, exorbitante dasnormas servis da realidade vivida, mas cuja finalidade poderia ser a de participar de uma

    hipottica liberao da vida (nico ideal humano verdadeiramente srio), at se fundir comela, ou seja, a arte um excelente instrumento educativo.A tentativa de apresentarmos um esboo da atividade artstica do mundo ocidental

    da pr-histria atualidade tem como objetivo um retorno ao passado, de modo que nosfaa compreender como e porque somos o que somos hoje. E quanto mais distante opassado, maior ser a dificuldade de compreender as obras absorvendo dela seu verdadeirovalor.

    Quantas vezes j ouvimos falar das paredes de cavernas, das ferramentas utilizadaspelos homindeos, das formas que eram dadas s pedras da antiguidade, comentriossobre as pirmides do Egito? Pois ento, vamos buscar entender como isso funcionava equal seu verdadeiro sentido.

    A histria da arte se confunde com a prpria filosofia. E tambm nos filsofos quevamos buscar agora algumas concepes acerca da arte.

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    Todos existimos, portanto,todos somos artistas.

    Quem no conhece ou nunca ouviu falar da famosa frase destegrande filsofo? Conhece-te a ti mesmo. Para Scrates, o perfeitoconhecimento do homem o objetivo de todas as suas especulaes, e amoral o centro para o qual deve convergir toda ao humana. Ele distingueduas ordens de conhecimento: o sensitivo e o intelectual. A moral a parte culminante dasua filosofia. Scrates ensina a bem pensar para bem viver, pois quem boa conduo tem,em boa condio vive.

    Analisando a afirmao deste grande filsofo,podemos considerar que a arte surge quando surge oprprio homem, na medida em que vemos a arte

    enquanto manifestao da expresso humana. Ora, se

    desde o seu nascimento j havia no homem a necessidadede expressar-se, ento o mesmo lanava mo dos recursos

    que lhe eram disponveis, indo buscar na prpria naturezainstrumentos que pudessem ser utilizados para tal fim. Eis que surgem as pinturas primitivas,que eram nada mais do que o homem j tentando se expressar de alguma maneira.

    Para Heidegger, compreendemos a arte a partir da obra, num processo ligado experincia e ao pensamento, que aciona certas condies subjetivas do conhecimento.Conhecemos o artista atravs de sua obra, e esta uma inveno da atividade do artista.

    Ele afirma tambm que a existncia humana no um simples fato: ela articula, noprprio ato da sua manifestao, a questo do ser. Heidegger evidencia ainda que artista e

    obra devem ser considerados em relao mtua, ao mesmo tempo sustentados pela arte.Nisso reside a pertinncia em abordar vrios tpicos referentes arte para que se possapensar sobre a contemplao da obra de arte, seguida pela interao com a mesma. Naspalavras do filsofo alemo o que seja a obra, s podemos sab-lo pela essncia da arte,mediante sua contemplao (HEIDEGGER, 1992, p.38).

    H arte como hSer e h Tempo.

    Para Heidegger:

    Scrates nos diz que:

    A arte, em sua essncia, uma origem eno outra coisa: uma maneira extraordinria de

    chegar a ser a verdade e fazer-se histrica(HEIDEGGER, 1992, p. 118).

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    Pode-se dizer, com isso, que a reflexo sobre a obra de arte se justifica para constatara arte verdadeira que est nela. Tal reflexo mostra que da coisa como matria s se deduza essncia do til e no da coisa. Com isso, o pensador alemo complementa que a obrade arte abre, a seu modo, o ser do ente, sendo que nessa abertura desentranha-se a verdadedo ente.

    O Nascimento da Arte: A Pr-Histria

    Considera-se arte pr-histrica as manifestaes que existiram antes doadvento da escrita no planeta como um todo.

    Para entendermos melhor como tudo aconteceu, necessrioque saibamos que, historicamente relatada, a arte nasceu h cercade 25 mil anos, quando o aumento da inteligncia trouxe a imaginaoe a habilidade de criar imagens esculpidas e pintadas. Na verdade,eram nos locais quase que inacessveis, como as cavernas,

    que se encontravam as grandes pinturas.Tambm era comum na antiguidade o uso de tintas a

    partir do carvo e ocre para produzir as grandes obras dearte, mesmo que de forma inconsciente, j que na pr-histriase fazia arte sem saber que se tratava de arte.

    Entre 25.000 a.C, perodo que caracteriza a pr-histria, a histria da arte no uma histria de evoluo dosimples para o complexo, mas sim uma histria das formasvariadas que a imaginao assumiu na pintura, na esculturae na arquitetura.

    Vale ressaltar que os primeiros objetos artsticos no foram criadospara decorar cavernas. Eles eram utilizados como um dos caminhos para se controlar asforas da natureza.

    As pinturas rupestres, feitas pelos homens primitivos em cavernas, so os primeirostraos, que buscam dar vazo a essa necessidade, de que temos indcios. No perodoPaleoltico h um carter figurativo que tenta representar cenas da vida cotidiana e marcasde cujo significado no se tem clareza, mas que se acredita tratar de explicaes dacosmologia do homem primitivo e sua interpretao mtico-religiosa do mundo.

    A produo do homem pr-histrico, pelo menos a que foi encontrada e conservada, representada por objetos em grande parte portadores de uma utilidade, seja ela domsticaou religiosa: ferramentas, armas ou figuras com uma simbologia especfica. No entanto,seu estudo e a comparao entre elas permitiram constatar que j existiam ento noesde tcnica, habilidade e desenho, embora no se possa separar o conceito de arte, empraticamente nenhum caso, dos conceitos de funcionalidade e religio.

    Um dado interessante que vale pena trazer para voc que os mais antigos objetosque chegaram at ns so esculturas em ossos, marfim, pedra ou chifre.

    Voc j ouviu falar no biso entalhado, em chifre de rena, encontrado em cavernas?Pois, h cerca de 20.000 a.C foi utilizado um pedao de chifre para representar elementosnaturais da formao da rocha. Esses e outros dados interessantes vamos estar descobrindoaqui.

    Estudos mostram que os primeiros seres humanos saram das cavernas e se tornaram

    fazendeiros ou criadores de gados no perodo Nepltico e comearam a fazer a primeiraescultura monumental. Primeiramente eram utilizados picaretas de pedra bruta e se levavacerca de um ano para esculpir.

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    Para contextualizar um pouco mais, vamos dar uma passeada peloantigo oriente, compreendendo caractersticas importantes que fizeram parteda histria da arte.

    Egito A cultura egpcia desenvolveu-se no

    decorrer do 4 milnio a.C. e o que conservou de suacultura baseia-se nos templos e no contedo dos tmulos.Acredita-se que tudo era construdo de material perecvel

    como adobe e materiais vegetais, de modo que nada se conservou.Muito do que se conhece sobre o Egito antigo provm das tumbasque restaram. Como a cultura dos egpcios acreditava naimortalidade, eram depositados em sua tumba todos os seuspertences para que fossem utilizados na eternidade. A pintura e aescultura obedeciam a rigorosos padres que representasse a figurahumana. Sendo assim, as esttuas eram esculpidas em substnciasduras, para que durassem eternamente. Rigor e vitalidade mostram-se em toda sua grandeza nas figuras completamente esculturaissentadas e de p. A arte egpcia no era somente decorativa, elaestava diretamnete ligada a educao e a religio, por isso, pelo sentido imutvel da religioegpcia a arte percorreu milnios sem modificao alguma.

    Grcia A arte grega era caracterizadaprincipalmente pela figura humana. Os gregostinham amplo conhecimento de pintura, o que davas suas obras um carter vvido. No tivemos a

    oportunidade de acesso a essas obras, maspodemos apreci-las atravs dos objetosdomsticos de cermicas que contavam histriasde deuses e heris da mitologia grega. A arte e a arquiteturade todo os perodos subseqentes da civilizao ocidental sofreram forte influncia da culturagrega. Foram eles que introduziram o nu na arte. Os gregos tentavam conquistar arepresentao artstica da forma humana, o que fazia com que eles buscassem a perfeiodo corpo e da mente. Os templos serviam como local onde aconteciam os ritos pblicos,com isso eles tratavam os monumentos como grandes esculturas.

    Roma A arte romana veio a ser a pedra fundamental da arte de todos os perodosposteriores. Por serem menos idealizados e intelectuais, os romanos deram uma reviravoltana arte e na filosofia grega. comum confundirmos a arte e a arquitetura grega com aromana. Sendo assim, importante que fique claro que as esculturas romanas eram sereshumanos realsticos e os temas de arte eram lderes cvicos, triunfos mi li ta res. Romacresceu desde o incio dentro da esfera de difuso da cultura gregae praticamente no produziu nenhuma criao artstica original.O desejo de impressionar pela grandiosidade levou-a aconstruo de obras de engenharia e arquitetura e issotambm a levou a embelezar suas obras com pedaos

    de arquitetura grega. Quando Roma comeou aestabelecer sua soberania comeou a investigar asobras de bronze e pedra dos artistas e a sentir anecessidade da arte, muito embora sem entend-la.

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    Idade Mdia

    A Idade Mdia representava o milnio entre os sculos V e XV desde a queda deRoma at o Renascimento. Foi um perodo caracterizado pelo desinteresse pelarepresentao realista do mundo, o equilbrio entre o corpo e a mente desapareceu, fatoeste que proibia por completo as imagens marcadas pelo nu. Os artistas medievais fizeramcom que a arte se tornasse serva da igreja, onde toda arquitetura romana refletia o idealcristo. Trs estilos diferentes marcaram esse perodo.Vamos agora observar as principais caractersticas quecompem os estilos bizantino, romano e gtico.

    Bizncio refere-se arte do MediterrneoOcidental e se tornou o centro de uma brilhante civilizao,onde predominava a arte grega oriental com riqueza decores e de decorao. Foi o local de origem dosmosaicos que expressavam Cristo como mestre e senhortodo poderoso. Isso fazia com que a religio fosse muito

    forte em toda a arte bizantina. A arte bizantina est dirigidapela religio; ao clero cabia, alm das suas funes, organizar tambm as artes, tornandoos artistas meros executores.O regime era teocrtico e o imperador possua poderesadministrativos e espirituais; era o representante de Deus.

    A arte romnica foi marcada por uma arquitetura que se preocupava em recebergrandes multides para visitas macias, o que fazia com que todos os tetos das igrejasfossem construdos em abbadas de pedra. Masvoc deve estar se perguntando nesse momentoo porqu de tudo isso, no mesmo? Naquelapoca a f catlica romana era muito forte,

    sendo assim, era muito comum a peregrinao.Como os prdios romanos tinham tetos demadeira, para receber grandes multides eramais seguro a substituio dessa arquitetura.Um dado interessante que vale penaconhecermos, o fato de que a maioria dos fiisera analfabeta, por esta razo as esculturasensinavam a doutrina religiosa, contando histria gravada na pedra. Os manuscritos eramconsiderados objetos sagrados que continham a palavra de Deus e eram as nicas formasexistentes de livros, onde se preservava no somente os ensinamentos religiosos, mas

    tambm a literatura clssica. Os artistas romnticos procuraramse libertar das convenes acadmicas em favor da livreexpresso da personalidade do artista.

    A arte gtica foi caracterizada por uma arquitetura bemelaborada. Sua engenharia era marcada por abbada com travese suportes externos chamados arcobotantes. Suas catedrais eramsmbolos de orgulho cvico, a beleza das igrejas inspirava ameditao e a f dos paroquianos. Sua fundamentao filosficaest no Teocentrsmo. Sendo assim a educao e as artes estavamdominadas pelos difames da Igreja. As paredes internas dascatedrais tambm contavam histrias bblicas esculpidas, imensostapetes em l e seda decoravam as paredes de pedras de castelose igrejas. A arte gtica tinha como caracterstica principal muitaluz e altura.A pintura gtica desenvolveu-se nos sculos XII, XIV eno incio do sculo XV, quando comeou a ganhar novascaractersticas que prenunciam o Renascimento.

    A Liberdade guiando o Povo, Delacroix, Museu do Louvre, Paris

    Mosaico na Igreja de Santo Apolinrio em Ravena,

    Italia, representa os Reis Magos, sculo VI

    Madona e Santos de DuccioBuoninsegna, National Gallery,

    sc XIII

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    O Renascimento

    O termo Renascimento comumente aplicado civilizao europiaque se desenvolveu entre 1300 e 1650. Originou-se da vontade de muitosartistas e intelectuais dos sculos XV e XVI de recuperar ou retomar a artegreco-romana que esmorecera durante a Idade Mdia.

    Neste perodo, o pensamento medieval, dominado pela religio, cedelugar a uma cultura voltada para os valores

    do indivduo. Enquanto na Idade Mdia a vida do homemera centrada em Deus (Teocentrismo), no Renascimento ohomem passa a ser o principal personagem(Antropocentrismo).

    Trata-se de uma volta deliberada, que propunha aressurreio consciente (o re-nascimento) do passado,considerado agora como fonte de inspirao e modelo decivilizao por causa do descobrimento arqueolgico da

    cidade romana de Pompia e suas obras de artes,manuscritos e etc. Foi considerado o fim da Idade das Trevas.Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como avalorizao do homem (Humanismo) e da natureza, emoposio ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviamimpregnado a cultura da Idade Mdia.

    No Renascimento, a razo e a natureza passam a ser valorizadas com grandeintensidade. O homem renascentista, principalmente os cientistas, passam a utilizar mtodosexperimentais e de observao da natureza e do universo. o princpio da cincia.

    Os artistas do Renascimento no vem mais o homem como simples observador domundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expresso mais grandiosa do prprioDeus. E o mundo pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, eno apenas admirada. Para os artistas da poca renascentista, os gregos e romanospossuam uma viso completa e humana da natureza, ao contrrio dos homens medievais,por isso eles valorizavam a cultura greco-romana.

    Duas grandes novidades marcam a pintura renascentista: a utilizao da perspectiva,atravs da qual os artistas conseguem reproduzir em suas obras a noo de profundidade

    e de volume; e a utilizao da tinta a leo, quepossibilita a pintura sobre tela com uma qualidademaior, dando maior nfase realidade e maiordurabilidade s obras. A temtica era focada na

    mitologia, em cenas quotidianas e o corpo humanoera exaltado na pintura de afrescos, madeira e naescultura.

    O maior representante do Renascimento foi oartista Leonardo Da Vinci, e sua obra perdura at osdias atuais. Ele inaugura o antropomorfismo em suaarte e pensamento: O homem a medida de todasas coisas, alm de ter sido possuidor de um espritoverstil que o tornou capaz de pesquisar e realizartrabalhos em diversos campos do conhecimento

    humano. considerado um gnio, pois mostrou-seum excelente anatomista, engenheiro, matemtico,msico, naturalista, arquiteto, inventor e escultor.

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    Arte Barroca

    O estilo barroco foi o mais suntuoso e ornamentado da histria da arte, conseguiucasar a tcnica avanada e o grande porte da Renascena com a emoo, intensidade e adramaticidade do Maneirismo. A fim de reconquistar atravs da educao e do apelo visual,

    os fiis que se converteram ao Protestantismo de Lutero tornando-se

    assim, o Barroco, a arate da Contra-Reforma. Foi atravs dela que seexpandiu o papel da arte para vida cotidiana. Foi uma arte que tinhacomo elemento comum sensibilidade e o absoluto domnio da luz, afim de que fosse obtido o mximo impacto emocional.

    Mas, antes de nos aprofundarmos nas principais caractersticasque marcaram a arte barroca, preciso que saibamos primeiro ondetudo comeou. Ento vamos l!

    A arte barroca comeou em Roma por volta de 1600 e tinhacomo nfase temas no religiosos, derivados do modelo da Grcia ede Roma. Suas pinturas tendiam natureza morta, retratos, paisagens

    e cenas do cotidiano, o que fazia a arte desse perodo ter umaexuberncia dramtica, teatral.Pensar na arte barroca lembrar que ela possui em todas as

    suas obras uma viva relao: vida e morte, terra e cu, os fiis e o papa. As alegorias dasvirtudes so mulheres repletas de vida e sentidos. Sendo assim, h naturalismo em tudo eem todos, conferindo ao monumento uma perfeita coeso onde se une a arquitetura aoespao da igreja. O poder criativo dos arquitetos e escultores era muito grande. Os mecenasda arte no eram somente os mercadores prprios, mas tambm os burgueses da classemdia que enfeitavam suas casas com os quadros comprados nessa poca.

    Um pouco depois o estilo barroco se expandiu por toda a Europa, onde se passou afundar academias de arte para ensinar os artistas as tcnicas desenvolvidas na Renascena.Vale lembrar que o barroco colocava muita nfase na emoo e no dinamismo.

    Arte Moderna

    Os pr-modernistas roperam com a tradio acadmica e passaram a criar seusprprios temas, deixando para trs a pintura fotogrfica. Dentre eles um grupo que influenciousignificativamante o surgimento da arte moderna foi o dos Impressionistas, que rompeu com

    a tradio da arte francesa, deixando as paisagensfotogrficas para trs, passando a pintar suas impresses

    particulares acerca do objeto a ser representado, por issoo nome Impressionismo.Novas tecnologias, novos materiais e

    principalmente novas necessidades mudaram a profissodo artista, levando-o a uma forma muito diferente deconstruo.

    No sculo XX, a arte passou a ser convulsiva, ondeum estilo se sobrepunha ao outro de forma muito gil. A arte se concentrava menos na realidadevisual externa e mais na viso interna, produzindo a ruptura mais radical com o passado.

    A arte do sculo XX levava em considerao qualquer tema para suas obras selibertando das regras tradicionais, buscando incessantemente liberdade radical de expresso.

    Os artistas modernos elegiam a imaginao, as preocupaes e as experinciasindividuais como nica fonte de arte. Sua arte no tinha nenhuma pretenso em retratar anatureza. As esculturas modernistas eram desligadas de muitos detalhes.

    Obra de Aleijadinho:representante do barrocobrasileiro

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    Arte-Educao

    Nesse perodo houve o destaque do pintor Picasso, que no cubismo(maior revoluo da arte no sculo XX) quebrou as formas para recombin-lasde novas maneiras. Picasso foi considerado o rei da arte moderna. Sua artesempre foi autobiogrfica, tendo as mulheres como sua principal fonte deinspirao.

    O cubismo foi um dos principais pontos de mutao do sculo XX, e

    teve esse nome simplesmente porque seus representantes (Picasso, Braque,Gris, Lger) quebravam objetos em pedaos que ganhavam forma de cubos, e

    o nome pegou. Segundo o cubismo, a arte consiste em inventar e no em copiar.Com o avano da tecnologia, onde se transformou o mundo agrrio em industrial e o rural

    em urbano, os artistas sentiram a necessidade de expressar toda essa evoluo. Foi da quesurgiu o Construtivismo na Rssia, o Futurismo na Itlia e o Presicionismo nos Estados Unidos.

    Uma outra caracterstica marcante do Modernismo foi o expressionismo, que tinha comoprincipal marca a expresso do sentimento dos artistas e no as imagens do mundo real,fundamentando o perodo como uma tendncia subjetiva. Sendo assim, a arte deve expressaruma verdade alm da aparncia.

    Arte Contempornea

    A arte contempornea ainda est viva e em crescimento. Os seus artistas abraaramas imagens comerciais, deixando a arte existir mais na mente do que na tela. Suas imagensexpressavam intensidade, emoes, preocupaes autobiogrficas e sociais. Na arte ps-moderna tudo era avidez, o que fazia seus artistas darem nfase verdadeira originalidade e

    no a simples novidade. Sendo assim, os artistas no precisavamficar no mesmo lugar ou na imitao. uma poca marcada peladiversidade, sem que haja necessidade de uma rea geogrficadominante.

    Observa-se uma propenso modernista a ver a obra de artecomo um objeto independente e no como uma viso da realidadeou do psiquismo do pintor. Foi um movimento marcado pela oposioao Expressionismo Abstrato.

    Para entendermos melhor a arte contempornea, vamosutilizar a etimologia da palavra contemporneo, que significa coevo,coetneo, ou seja, o que pertence ao nosso tempo, o agora. Como

    diz o crtico Alberto Beuttenmuller A arte de linguagem contempornea, aquela que traz asinfluncias caractersticas desta poca: so as performances, as ocupaes de espao, asinstalaes, as interferncias, a arte virtual.

    A pintura, a escultura, gravura e outras tcnicas muito usadas na manifestao artsticado homem enfrentam hoje o desafio de atualizar-se, de inserir-se nestes tempos deindividualizaes e de imagens instantneas. Sendo assim, superar a riqueza do PerodoModerno ou introduzir um novo discurso: eis o desafio do fazer arte na contemporaneidade.

    Para que uma obra de arte seja decodificada, esmiuada em seus signos, smbolos econes, necessrio, por parte de quem a observa, um bom conhecimento da vida e da obraanterior, ou seja, da histria do autor.

    Desta forma, a Histria da Arte tambm d subsdios para que uma obra seja localizadaem suas influncias, mostrando onde esto as analogias, rupturas ou contraposies. Aobservao da tcnica e do uso de novas formas de expresso tambm contam na apreciao

    de uma obra contempornea.A arte nos anos noventa abrange do figurativo ao abstrato, do engraado ao srio, dofeito mo ao fabricado por meios mecnicos.

    Assim, a arte de hoje, ao mesmo tempo em que dispensa grandes racionalizaes,

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    Hiper-RealismoArte CinticaFigurativismoNova FiguraoArte ComputacionalArte Ciberntica

    etc. ...

    PrimitivismoExpressionismoFauvismoIngnuosCubismoFuturismo

    AbstracionismoPintura MetafsicaConstrutivismoSuprematismo

    DadasmoArte FantsticaNeoplasticismoRealismo SocialSurrealismoConcretismo

    TachismoE x p r e s s i o n i s m oabstratoPop Art

    exige conhecimento e envolvimento pessoal, alm de desprendimento de preconceitos paraser apreciada. O artista que era um arteso desqualificado at o sculo XIV; a partir doRenascimento passou a ocupar um lugar de destaque no territrio do conhecimento.

    Naturalmente, fatores histricos e sociais modelam os tipos de arte, porm, a verdadeiraarte jamais se escravizar a cdigos e ser sempre inovadora e capaz de falar do seu tempo.

    Pr-Histria absoluta -1.000.000 de anos

    Era Quartenria

    Pr-Histriaaparecimento dohomem na face da terra- incio mais ou menosentre 700.000 e500.000 anos a.C

    Paleoltico PedraLascada

    Idade dos metais(Ferro e Bronze)

    3.000 anos

    Mesoltico - 20.000anos

    Neoltico - (Pedra Polida10.000

    Proto-Histria(Aparecimento da

    escrita)

    GRFICO CRONOLGICO DA ARTE

    PR-HISTRIA

    IDADE MDIA

    IDADE MODERNA

    Paleo-Cristo - sc. I aIV d.C.Bizantina - sec. IV a XIIIslmica - sec. IV a VIIRomnica - sec. X a XIIGtica - sec. XII a XIV

    Renascimento - sec. XIVa XVIBarroco - sc. XVII aXVIIIRococ ou Lus XV -1760

    IDADECONTEMPORNEA

    Neoclassico - sc. XVIII- 1.800Romantismo ouNeogtico - sc. XVIII aXIXRealismo - 1.830Impressionismo - sc.XIXPs-Impressionismo ouPontilhismo - sc. XIXArt Nouveaux - sc. XIXa XXSimbolismo - final dosc. XIX

    IDADE ATUALsc.XX e incio XXI

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    Arte-Educao

    A Educao pela Arte

    A educao tem, tambm, por fim manter e/ou tornar o ser humanointegral e livre pelo despertamento de sua inteligncia, bem como lhe

    oportunizar no s o senso de integridade e liberdade, mas, tambm, oimpulso para a sua integrao e libertao.

    Se considerarmos que educar o processo de humanizao do homem, o processopelo qual ele se torna capaz de compreender e usufruir do patrimnio coletivo de sabercriado pela humanidade ao longo da Histria, no poderemos deixar de dar um papelrelevante educao em Arte.

    Piaget e Vygotsky demonstram, atravs de seus estudos, que o processo dedesenvolvimento humano est intimamente relacionado com o exerccio e aperfeioamento

    da funo simblica e com as questes da afetividade, dois campos extremamenteabrangidos quando falamos em Arte. Portanto, se a educao formal pretende a formaodo ser humano integral, no tem como deixar de oferecer um papel de destaque ao estudoda Arte.

    O que se faz necessrio ressaltar, portanto, o papel fundamental da arte no processode ensino aprendizagem, atravs de uma metodologia pedaggica pautada em valoresmorais, ticos e estticos que visem oportunizar aos educandos o seu desenvolvimentofsico, psquico e moral, utilizando a arte como objeto de sensibilizao.

    fato que este paradigma existe e se chama educao pela arte. Em qualquer nvelde escolaridade, fundamental, mdio ou superior, trata-se apenas de abordar os seus temas

    pertinentes de forma esttica. Afinal, a arte um importante trabalho educativo, na medidaem que procura, atravs das tendncias individuais, encaminhar a formao do gosto,estimular a inteligncia e contribuir para a formao da personalidade do indivduo, sem tercomo preocupao nica e mais importante a formao de artistas.

    Cabe a cada qual fazer sua parte. Afinal, fato insofismvel que toda parte de umorganismo vivo, existe e funciona em razo do todo, portanto, o todo o conjunto das partesque nele se fundem. O Todo sem as Partes no o Todo; e as Partes sem o Todo, no soPartes, embora a soma das partes no seja superior ao Todo.

    Vale acrescentar que importa levar em conta tambm as variveis que, no raro,influenciaro quanto criao de um currculo que vise a busca da auto-integrao dosseres humanos, mas tambm na execuo deste empreendimento, o qual deveria serinstitudo nas instituies de pesquisa e ensino do conhecimento terico/prtico, em todosos nveis de ensino.

    Caracterizao da rea de Artes - Aspectos legais

    Em 1971, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional - LDB, a arte includa no currculo escolar.

    Desde 1996, os PCNs propostos pelo MEC figuram na pauta de discusses comoum referencial importante para o professor. Sua funo orientar e garantir a coerncia depolticas educacionais que propiciem melhor qualidade para o Ensino Fundamental, emtodas as reas.

    LDB, PCN e Referenciais

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    Lei n 9394/96

    O ensino da arte constituir componente curricular obrigatrio, nosdiversos nveis da educao bsica, de forma a promover odesenvolvimento cultural dos alunos. (art. 26, 2)

    Os Parmetros Curriculares Nacionais (PCN) foram elaborados com o objetivo deampliar e aprofundar um debate educacional que desse origem a uma transformao positivano sistema educacional brasileiro. E, diferentemente do que pensamos, eles j estopresentes nas escolas influenciando as prticas pedaggicas.

    Para o ensino fundamental, os PCNs indicam alguns objetivos que valem a penaanalisarmos, so eles: oportunizar ao aluno a compreenso da cidadania como participaosocial e poltica, assim como exerccio de direitos e deveres polticos, civis e sociais. Paraisso importante que desperte no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperao erespeitando mtuo; fazer com que os alunos sejam capazes de conhecer e valorizar apluralidade do patrimnio sociocultural brasileiro.

    Vivemos em um pas marcado pela riqueza de culturas. Sendo assim, muitosignificante que os alunos se posicionem contra qualquer discriminao baseada emdiferenas culturais, de classe social, de sexo, visto que, dessa forma, haver a possibilidadede construrem progressivamente a noo de identidade nacional e pessoal e o sentimentode pertinncia ao pas; perceber-se como agente transformador do ambiente e estabelecer

    uma relao de interao com o mesmo de modo que venha contribuir para sua melhoria.J sabemos que somos ns os grandes causadores da visvel destruio do planeta

    e somos exatamente ns que estamos colhendo o fruto disso. notria a falta de cuidadoque temos demonstrado ao meio ambiente; logo, muito significante que despertemospara isso e passemos a agir, no mnimo, fazendo uso da razo, bom senso e boa inteno,ou seja, agir com base no uso da conscincia.

    Em todos os ciclos da educao fundamental, os ParmetrosCurriculares Nacionais do rea de Arte uma grande abrangncia,propondo quatro modalidades artsticas: Artes Visuais, englobando artesplsticas, artes grficas, vdeo, cinema, fotografia e as novas tecnologias,

    como arte em computador; Msica; Teatro; Dana, que demarcadacomo uma modalidade especfica. Essas quatro modalidades iremos nosaprofundar no decorrer do nosso estudo.

    Segundo os prprios PCNs, o conjunto de contedos est articulado dentro doprocesso de ensino e aprendizagem e explicitado por intermdio de aes em trs eixosnorteadores: produzir, apreciar e contextualizar.

    A prtica pedaggica nas escolas, aliada s propostas dos PCNs para a Arte, optapelos contedos por modalidade artstica delegando s escolas e a indicao das linguagensartsticas e da sua seqncia no andamento curricular. Sendo assim, os projetos curriculares

    se preocupam em variar as formas artsticas propostas ao longo da escolaridade, quandosero trabalhadas Artes Visuais, Dana, Msica ou Teatro.Os contedos podem ser trabalhados em qualquer ordem, conforme deciso do

    professor, em conformidade com a proposta curricular de sua equipe.

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    Arte-Educao

    Vale ressaltar que se pensar nas propostas de arte sem flexibilidade praticamente improvvel, visto que deveras significativo atentarmos paraas diferentes condies das escolas, levando em considerao no s osrecursos humanos, como tambm materiais. Agindo dessa forma, evita-seque se oferea uma proposta que a realidade das escolas no possa cumprir.

    Fazer a arte e pensar sobre o trabalho artstico que realiza pode ofertar

    ao aluno uma aprendizagem conectada com os valores e o modo deproduo artstica nos meios socioculturais. Dessa forma, quando se pensa

    em ensinar arte, no se pode isolar a escola da informao sobre a produo histrica esocial da arte.

    importante que fique claro o fato de que os contedos da arte no podem serbanalizados. Faz-se necessrio que sejam ensinados seguindo propostas que alcancemos modos de aprender do aluno, de maneira que favorea formulaes de idias, hipteses,teorias e formas artsticas.

    Ensinar arte com arte o caminho mais eficaz, visto que no momento do ensinofundamental que os alunos tendem a se aproximar e compreender as questes do universo

    do adulto. exatamente nesta fase que h a curiosidade em temas que envolvam a dinmicadas relaes sociais e de trabalho. Assim sendo, a aprendizagem em arte deve preservar aautonomia do aluno e favorecer o contato sistemtico com os contedos e atividades quemelhor garantiro seu progresso, integrao com o meio e fortalecimento da conscinciacriadora.

    A formao dos professores uma questo que ainda deixa muito a desejar. Almdo nmero reduzido de educadores habilitados, sobretudo nas sries iniciais, existemrealidades bastante dspares. Enquanto h grupos bem articulados, outros professoresmantm prticas muito tradicionais, ou assumem novas abordagens, mas no as praticamcom boa qualidade.

    A falta de conhecimento e de domnio tcnico do professor atravessou a dcada e semantm como desafio fundamental, principalmente no contexto de aceleradas inovaestecnolgicas dos ltimos anos.

    Cabe salientar que o ensino da arte tambm rea de conhecimento, tendo, portantocontedos especficos; logo, deve ser consolidada como parte constitutiva dos currculosescolares, requerendo, com isso, capacitao dos professores para orientar a formaodo aluno.

    Novo marco curricular: reivindicao de se designar a rea porArte e de inclu-la na estrutura curricular como rea com contedosprprios ligados cultura artstica, e no apenas como atividade.

    As Artes e os Temas Transversais dos PCN

    O encanto pela arte se d pelo fato dos trabalhos expressarem, atravs dela, questesfundamentais humanas que vivenciamos no nosso dia-a-dia. Questes que exteriorizamnossos medos, angstias, inquietaes, problemas sociais e de relaes humanas.

    Quem nunca se deparou, num momento de angstia ou dealegria, exteriorizando-se atravs da dana, da msica, do teatro, enfim,de qualquer manifestao artstica, seu sentimento?

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    s lembrarmos das belas telas e das canes que ouvimos por a...Vivemos em um pas onde a diversidade cultural tem muita nfase. muito fcil

    visualizar os diferentes modos de falar, de vestir, as culinrias diversas. Isso faz com que aarte no Brasil seja muito rica, de modo que nos permite transitar por diferentes experincias,nos oportunizando uma melhor compreenso acerca do conceito de pluralidade cultural.

    Se definirmos uma definio, pluralidade significa maior nmero, multiplicidade.

    Quando nos referimos ao universo da arte popular brasileira, levamos emconsiderao as diferentes caractersticas de cada regio, ofertando aos alunos uma fonteinestimvel de aprendizagem.

    A representao da figura humana uma constante na histria da arte. Logo, transmitiraos alunos a idia de que eles so produtores de cultura, assim como possibilitar o dilogoa partir do que as obras provocam neles, muito significativo.

    De fato, o ponto inicial do professor que trabalha com arte deve ser a relao dosseres vivos com seu meio. Isso porque, j sabemos que estamos em constante relao,seja com seres, coisas, pensamentos e/ou sentimentos. E se a base do nosso dia-a-diaso as relaes, as propostas para apreciao das obras artsticas no podem deixar de

    levar em considerao elementos para uma reflexo sobre ambientes naturais, urbanos,rurais, fsicos e sociais, dando nfase ao equilbrio necessrio para a preservao da vidano planeta, reconhecendo como as manifestaes artsticas intervm no ambiente natural.

    A Arte pode ser um eixo articulador do currculo, ao aglutinar ohumano nas suas dimenses tica, esttica, histrica e cientfica.

    A Esttica e a Expresso Artstica

    As primeiras manifestaes artsticas so, provavelmente, to antigas como o prpriohomem, mas o conceito de esttica relativamente recente. A palavra esttica s foiintroduzida no vocabulrio filosfico em meados do sculo XVIII, pelo filsofo alemoAlexander Gottlieb Baumgartem que publicou em 1750, Esttica, onde procurava analisara formao do gosto. A reflexo sistemtica na filosofia sobre a beleza e a arte so, todavia,muito mais antigas, remontam antiguidade clssica. Muitos autores preferem o termo

    filosofia da arte, entendendo-o como uma reflexo centrada nas obras de arte e nas suasrelaes com o criador que as produziu.Ao estudarmos a esttica nos deparamos com centenas de reflexes sobre a natureza

    do belo. Na verdade, o conceito histrico de esttica limitado na medida em que se agregaa uma beleza pr-determinada, pois o elemento particular de cada beleza advir de conceitosparticulares, mas com uma finalidade mltipla.

    A esttica pode ser considerada teoria do belo, teoria do gosto ou filosofia daarte. A teoria do belo no exclui do seu domnio muitas das obras de arte, e a filosofia daarte no se desinteressa completamente de algumas obras belas, tal como teoria dogosto se pode aplicar tanto objetos belos quanto objetos de arte.

    Mas no devemos confundir teoria do belo, teoria do gosto e filosofia da arte. Atporque h obras de arte que no so belas, h obras de arte de que no gostamos, hcoisas belas que no so arte, e h coisas de que gostamos que no so arte nem sobelas.

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    Arte-Educao

    Pense agora em algumas dessas coisas!Voc consegue lembrar de alguma obra de arte que, para voc,

    no bela? Voc consegue lembrar de alguma coisa bela que no obra de arte?

    Tanto a teoria do belo como a teoria do gosto dirige o seu interesse de forma particularpara as obras de arte. Para alm do problema de saber o que o belo, um dos problemascolocados pela teoria do belo foi o da distino entre o belo natural e o belo artstico. Nomesmo sentido, tambm os defensores da teoria do gosto procuraram compreender porque que a arte est na origem de grande parte dos nossos juzos de gosto.

    A teoria do belo e a teoria do gosto no conseguem abarcar muitos dos problemasque se colocam com o conceito de arte. o caso das obras de arte que dificilmente podemosconsiderar belas e daquelas de que no gostamos, mas no podemos deixar de considerar

    obras de arte.A tica, como esttica da existncia, tem os seus conceitos ligados definitivamente

    arte e esta varia de acordo com os padres morais e de beleza de cada um.O belo e a beleza tm sido objeto de estudo ao longo de toda a histria da filosofia.

    Para Pitgoras, o belo consiste na combinao harmoniosa de elementos variados ediscordantes. Plato afirma que a beleza de algo no passa de uma cpia da verdadeirabeleza que no pertence a este mundo. Aristteles defende que o belo uma criao humana,e resulta de um perfeito equilbrio de uma srie de elementos. Na Idade Mdia identifica-sea beleza com Deus, sendo as coisas belas feitas sua imagem e por sua inspirao. Entreos sculos XVI e XVIII predomina uma esttica de inspirao aristtlica: a beleza

    associada perfeio conseguida por uma sbia aplicao das regras da criao artstica.Kant atribuir ao sentimento esttico as qualidades de desinteresse e de universalidade.Foi o primeiro a definir o conceito de belo e do sentimento que ele provoca. Hegel ver nobelo uma encarnao da idia, expressa no num conceito, mas numa forma sensvel,adequada a esta criao do esprito.

    Diante de tantas consideraes acerca do belo, afinal,qual o modelo de beleza mais perfeito que existe no universo?

    O que sentir?

    Considerando que o maior exemplo de artista Deus, enquanto criador de grandespotncias realizadoras do universo, sejam elas o Homem e a Natureza, a obra mais perfeitaque existe no universo a Natureza, pois tudo nela funciona perfeita e harmoniosamente.Podemos observar tal fato pela conduta que os corpos celestes denunciam, em que asdiversas constelaes de estrelas convivem sincronicamente em movimento constante semse chocarem e sem perderem o brilho.

    Podemos observar ainda os diversos seres habitantes deste planeta que convivemharmoniosamente entre si, fazendo parte de um grande sistema vivo. As plantas, os animais,os seres humanos, seres habitantes de um mesmo universo, embora com caractersticas

    bem definidas e diferentes, mas que convivem em harmonia perfeita.Observe que na natureza tudo perfeito, as cores, as formas, a luz, os movimentos,

    enfim, podemos evidenciar ainda como obra deste grande artista divino o prprio homem,

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    o micro desse macrocosmo, que encerra em si a essncia divina do grande criador. Ento,porque ento no utilizarmos a natureza como referncia da maior representao estticaque existe no universo?

    O belo se faz belo na sua prpria essncia, ou seja, quando permitimos que o nossosentimento possa manifestar-se livremente, sem idias pr-concebidas.

    Juzos Estticos

    Um juzo, conforme vimos, no mais do que a afirmao ou a negao de algo. Umjuzo esttico a apreciao ou valorizao que fazemos sobre algo, traduzindo emafirmaes como gosto ou no gosto. Nem sempre estes juzos so baseados em critriosexplcitos que permitam fundamentar as nossas afirmaes. Em termos gerais, todos osjuzos estticos podem ser nos seguintes pressupostos:

    a) Objetividade das apreciaes - partimos do pressuposto que, independentementedas pocas histricas, continuam a permanecer vlidos um dado conjunto de valores.

    b) Subjetividade das apreciaes - partirmos do pressuposto que a arte no pode

    ser separada dos contextos scio-culturais a que est ligada. O que arte ou no ou o valorde cada obra tem que ser sempre equacionado em funo destes determinados contextossociais, culturais ou outros.

    Experincia Esttica

    O homem razo, mas tambm emoo. O meio envolvente desperta neleemoes de agrado ou desagrado, de prazer ou de tristeza, de beleza ou fealdade. Mas ohomem no se limita a contemplar, tambm cria, produz objetos onde procura no apenasexpressar estas emoes, mas faz-lo de forma que outros as possam igualmente

    experimentar quando os contemplam. Para Jan Mukavousky a Funo Esttica da arte estdiretamente ligada a relao no preconceituosa do indivduo diante de uma obra de arte,valorizando em si os sentimentos despertados nesta relao.

    Atitude Esttica

    As predisposies que o homem revela para produzir, mas tambm para valorizarem termos emotivos os objetos e as situaes, constitui o que designamos por atitudeesttica. A atitude esttica para com a arte depende da perspectiva como a encaramos.Esta atitude deve ser desenvolvida nos educandos na sala de aula do arte-educador, atravs

    de um mtodo que sempre envolva uma experimentao prtica de elementos plsticos, afim de serem realizadas anlises acerca da percepo visual e da filosofia da Arte.

    Criao Artstica

    O que designamos por criao artstica nem sempre teve o mesmo sentido. Na antigaGrcia, Plato afirmava que as obras de arte no eram mais do que cpias mais ou menosperfeitas de modelos que a alma captara noutra dimenso da realidade. A criao artstica, assim, uma descoberta ou reencontro com a beleza que trazemos escondida dentro dens. Na arte no se cria nada de novo, mas apenas d-se forma a modelos pr-existentes.

    Aristteles, introduz o conceito de mimsis: as produes artsticas situam-se nafronteira entre o imaginrio e a imitao da realidade. A arte no imita, portanto, a natureza,mas corrige-a, exalta-a ou rebaixa-a, transfigurando-a naquilo que ela deveria ser.

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    Arte-Educao

    Durante a Idade Mdia, os artistas encaram as suas produesartsticas como a expresso de uma louvor a Deus, o nico e efetivo criador.

    No Renascimento, ressurge o conceito do homem como criador,divulgando-se o conceito da arte como imitao da realidade. Concepoque ir preponderar at ao sculo XIX.

    No sculo XIX e princpios do sculo XX, face ao advento da fotografia

    e depois do cinema, assiste-se progressiva desvalorizao da dimensoimitativa da arte, em favor da sua dimenso expressiva (emotiva, formal,

    simblica, etc).

    Arte e Sociedade

    As relaes entre a arte e a sociedade tm sido encaradas de mltiplas formas. Unsencaram os artistas como simples seres, mais ou menos passivos, que se limitam aexpressar ou espelhar as idias da sociedade e seus grupos dominantes, ou ainda a servirem

    aos interesses do poder, nomeadamente em termos propangandsticos.Outros autonomizam a funo dos artistas e encaram-nos como interpretes das

    preocupaes ou dos valores de uma sociedade, muitas vezes antecipando-se mesmo sua prpria evoluo, revelando as conseqncias de determinadas tendncias sociais.Neste sentido, a arte tem funcionado como um instrumento de crtica social.

    No podemos, como obvio, reduzir as criaes artsticas apenas ao tempo em queforam produzidas; a arte manifesta essa invulgar capacidade tambm de o superar. Para acompreenso da criao artstica, temos que levar em conta dois planos essenciais:1.Sociedade, onde decorrem as vivncias e as aprendizagens dos artistas; 2. O imaginrioou fictcio que o artista constri e corporiza em cada obra. 3. O prprio artista que, ora se

    apaga, ora se evidncia naquilo que faz. assim, o artista deveria assumir, em cada obra dearte produzida, o seu papel catalizador de transformaes na sociedade. A mesmaresponsabilidade repousa na conscincia do arte-educador no seu planejar docente.

    A Interpretao da Obra de Arte

    A linguagem artstica por natureza polissmica, isto , admite uma pluralidade desentidos, apelando nossa capacidade para os descobrir. No existe pois uma nica formade as interpretar, como no existe uma maneira de as sentir.

    A Percepo de Qualidades Estticas - As Aes do Professor e dos Alunos

    Professor:

    Antes da aula: pesquisador, apreciador de arte, organizao da aula e do espao,estudioso da arte, profissional da escola.

    Durante a aula: incentivador da produo, estimulador do olhar crtico, curiosidadee desafio, inventor de formas de apreciao de arte, acolhedor de materiais, idias esugestes dos alunos, destino para os trabalhos dos alunos, anlise dos trabalhos.

    Depois da aula: articulador das aulas, avaliador das aulas, imaginador do que iracontecer.

    Alunos: respeito, organizao, curiosidade.

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    Reflita sobre a afirmao abaixo e apresente 03 exemplos da arte na vida cotidianae nas escolas:

    A experincia esttica no necessariamente derivada da arte, mas a arte uma dasprincipais fontes da mesma. (Thomas Munro, 1956)

    a) Exemplo de arte na vida cotidiana:

    b) Exemplos de arte nas escolas:

    Faa uma pesquisa numa escola de ensino fundamental anotando quaispublicaes e materiais (livros, revistas, textos, recortes, reprodues de obras de arte,partituras musicais, discos, gravaes, dispositivos, vdeos etc) na rea artstica se encontramdisponveis para os estudos nas aulas de arte quanto a:

    a) artistas de diversas pocas;

    b) obras de arte;

    c) histria da arte;

    d) bibliografias;

    e) tcnicas e materiais de produo artstica.

    2.2.2.2.2.

    11111.....

    AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

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    Arte-Educao

    O ENSINODA ARTENO CURRCULO ESCOLAR

    A arte, magia e cincia de educar, tambm implicam

    em descobrir as faculdades latentes do educando, e primarpor sensibiliz-lo ao autodespertamento das mesmas, ou

    simplesmente despert-las.

    A Arte como Objeto de Conhecimento

    Voc j se indagou sobre as informaes que nos deparamos no dia-a-dia? Algumdia j se questionou sobre como adquirir conhecimento? Para que conhecer?

    O conhecimento a manifestao da conscincia de conhecer. Apresenta-se comouma reao entre o sujeito (homem) e o objeto (mundo) de forma to natural que nem nos

    damos conta que ele se faz presente toda vez que explicamos um dado vivido.O fato que podemos viver sem conhecer...O sentido, a finalidade e a razo das coisas e do mundo fazem parte da necessidade

    de sobrevivncia do homem. Sendo assim, o conhecimento uma forma de estar no mundoseja criativamente, simplesmente ou criticamente.

    O que arte? Quem faz arte?O que arte? Quem faz arte?O que arte? Quem faz arte?O que arte? Quem faz arte?O que arte? Quem faz arte?

    Como se faz arte?Como se faz arte?Como se faz arte?Como se faz arte?Como se faz arte?

    O universo da arte caracteriza um tipo particular de conhecimento que o ser humanoproduz. E assim como a arte, que tem seu carter de criao e inovao, est o conhecimentocom seu carter de constante transformao.

    Quantas vezes voc j no buscou compreender a razo de sua existncia? Saberseu papel aqui na terra? Compreender de onde voc veio?

    Esses questionamentos podem ser auxiliados tanto pela cincia quanto pelaarte, visto que expressam as diversas culturas, mediante construo de objetos deconhecimento. A verdade que nunca foi possvel existir cincia sem imaginao, nem artesem sabedoria. E, desde as sociedades antigas, a arte integrava a vida dos grupos humanos,auxiliando-os na compreenso da realidade. Desta forma, fica fcil perceber que a arte e a

    cincia se complementam.E se elas se complementam, atravs delas que vamos fazer frente s transformaes

    polticas, sociais, anunciando o ser humano do sculo XXI. Portanto, atravs da educao

    A Arte objeto de conhecimento?A Arte objeto de conhecimento?A Arte objeto de conhecimento?A Arte objeto de conhecimento?A Arte objeto de conhecimento?

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    formularemos novos paradigmas que evitem a oposio entre a arte e a cincia e oportunizeum ensino criador que favorea a integrao entre a aprendizagem racional e esttica dosalunos.

    A arte exige um conjunto de relaes e de referncias, pois suas regras transformam-se nas mos de cada artista, evoluindo com o tempo. Com isso, fica clara a idia demutabilidade. Com a arte no se pode aprender regras de apreciao. Desse ponto de

    vista, esclarecer o que seja a arte no coisa muito fcil. Pense sobre o seguinte aspecto:a arte est relacionada com a sensibilidade e a percepo de cada indivduo. Levando emconsiderao que os indivduos apresentam concepes divergentes, contraditrias, vistoque, a sociedade exerce forte influncia nos nossos padres de comportamento, dascrenas, dos nossos valores espirituais e materiais, chegar a um denominador comumquando pensamos em arte uma tarefa que requer, no mnimo, reflexo. Mas, se difcilsabermos o que a arte, precisamos ao menos compreender como nos comportar diantedela.

    O importante no perdermos de vista que o estatuto da arte no parte de umadefinio abstrata, mas de atribuies feitas por instrumentos de nossa cultura, dignificandoos objetos sobre os quais ela recai.

    Hoje, possumos uma noo de arte que no uma iminncia, uma projeo. Coli(1995) nos d sua contribuio quando nos convida a refletir que somos ns que enunciamoso em si da arte, ou seja, aquilo que nos objetos , para ns, arte.

    Em suma, assim como o mito nos primrdios dos tempos e posteriormente a cincia,a arte tambm uma forma de organizar o vivido e transform-lo em objeto de conhecimentoe, como tal, no pode ser desconsiderada pela escola.

    Qual a maior contribuio da arteQual a maior contribuio da arteQual a maior contribuio da arteQual a maior contribuio da arteQual a maior contribuio da arte

    parparparparpara o ser humano?a o ser humano?a o ser humano?a o ser humano?a o ser humano?A maior contribuio da arte para o ser humano a oportunidade de autoconhecimento,

    pois diante de uma obra de arte, em estado de contemplao, nos aproximamos da coisa,ou seja da obra criada pelo artista, tal como ela , e no como imaginamos que ela foiconcebida; e, neste momento, se buscarmos refletir acerca das sensaes e emoes queesta obra de arte nos causa, eis a uma oportunidade de nos conhecermos melhor.

    Como Mrio de Andrade, tantas vezes citado, disse: eu no sei o que belo e nemo que arte mas, certamente sei que belo o fundamento que nos leva a acreditar queatravs da arte podemos construir uma sociedade melhor, tanto tica como esteticamentefalando, pois a arte integra todos os campos de aprendizado, disciplina o olho, a mo, o

    corpo, enfim, e preenche o esprito e o tempo.A Arte tambm grande aliada da Educao, contribuindo significativamente na

    formao do educando, quando serve de base para o desenvolvimento de atividades ldico-pedaggicas, bem como quando serve de elemento integralizador de atividades inter, transe multidisciplinar onde so trabalhados valores morais, ticos e estticos que visamdesenvolver e despertar, desenvolver e expandir o potencial criativo dos educandos, emprol da sua formao integral.

    SculoXXI

    Aes que interferem na

    melhoria do ensino e naaprendizagem da arte

    Educao esttica;

    Viso filosfica da arte; Formao artstica dos

    alunos.

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    Arte-Educao

    Contedos e Objetivos da Arte no EnsinoFundamental

    Voc agora deve estar se questionando sobre qual a

    finalidade da arte no ensino, no mesmo?

    Qual a contribuio que a arte pode darQual a contribuio que a arte pode darQual a contribuio que a arte pode darQual a contribuio que a arte pode darQual a contribuio que a arte pode dar

    para a formao do indivduo?para a formao do indivduo?para a formao do indivduo?para a formao do indivduo?para a formao do indivduo?

    Ento, essas e outras questes vamos tentar esclarecer agora. A seleo doscontedos que sero estudados em Arte tem como pressuposto promover a formaoartstica e esttica do educando e sua participao na sociedade. Para isso, importante

    que a organizao do espao e do tempo de trabalho seja criada e concebida pelo professor,de modo que promova a clareza visual e funcional do ambiente e a caracterstica flexvel emutvel do espao.

    Vale ressaltar mais uma vez que todo o trabalho realizado com Arte no pode perderde vista a diversidade de recursos humanos e materiais disponveis, o que de certa formaoportuniza ao educando vivenciar o maior nmero de formas de arte. Dessa forma, oscontedos de Arte no ensino fundamental devem estar relacionados de modo que sedimentea aprendizagem dos educandos.

    Muitos equvocos tm sido cometidos quando se fala em educao em Arte, muitasvezes comum depoimentos onde se enfatiza a rea apenas como um mero transmitir detcnicas e se esquece que a Arte pode ser um eixo articulador do currculo, ao aglutinar o

    humano nas suas dimenses tica, esttica, histrica e cientfica.O conjunto dos contedos est articulado dentro de um contexto triangular que leva

    em considerao a produo, ou seja, o fazer artstico, a possibilidade de experimentaode tcnicas conhecidas, a ousadia de propor outras, o olhar pelo j construdo pelo homeme o fazer pelo prazer de exprimir-se; a fruio, que contempla a fruio da produo dosalunos e da produo histrico-social em sua diversidade, ou seja, a sensao e o prazeradvindos da ao que o educando realiza ao se apropriar dos sentidos e emoes geradosno contato com as produes artsticas; e a reflexo, que a prpria construo deconhecimento sobre o trabalho artstico pessoal e dos colegas.

    A seleo de contedos de Arte deve levar emconsiderao alguns critrios: seus contedos devem sercompatveis com as possibilidades de aprendizagem dosalunos, deve haver especificidades do conhecimento e daao artstica, valorizando o ensino de contedos bsicosde arte necessrios formao do cidado.

    Segundo o PCN Arte, os contedos gerais so a arte como expresso e comunicaodos indivduos; elementos bsicos das formas artsticas; produtores em arte; diversidadedas formas de arte e concepes estticas da cultura regional, nacional e internacional e aarte na sociedade.

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    importante frisar que um currculo que se pretenda abrangente deve dar atenos mais diferentes manifestaes humanas, considerando-se, inclusive, a questo da cargahorria dos cursos regulares da educao bsica que, em geral, do nfase questolingstica e lgicomatemtica, desconsiderando nas grades curriculares oficiais o potencialformador da Arte.

    No transcorrer do ensino fundamental, o ensino da Arte dever organizar-se de

    modo que, ao final do curso, os educandos possam compreender e identificar a arte comofato histrico contextualizado nas diversas culturas, identificando a existncia de diferenasnos padres artsticos e estticos; expressar-se e saber comunicar-se em artes, transmitindosua emoo, imaginao, reflexo e sensibilidade ao realizar suas produes artsticas;observar as relaes entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade; buscarinformaes sobre a arte em contato com artistas, acervos, documentos, no s nas escolas,mas, principalmente fora delas (acervos pblicos museus, galerias, bibliotecas etc.),identificando a variedade dos produtos artsticos; estabelecer uma relao de autoconfianacom a produo artstica pessoal e o conhecimento esttico.

    A Proposta Metodolgica para o Ensino de Artes

    Fugindo do paradigma clssico de arte pela arte, insurge-se uma nova concepode esttica e ensino de arte que quer autonomia no espao da educao escolar, nouma simples concesso eletiva como est explicitada na atual Lei de Diretrizes e Bases,mas, ao contrrio, esse novo paradigma exige cumplicidade corajosa entre professorese alunos na derrubada das grades que embotam a liberdade de inventar e reinventar ascenas e os scripts no palco da vida e da escola. Assim, esse novo paradigma requer a

    coragem de romper com padres estticos e artsticos impostos e pelo ato de conhecer,selecionar, apropriar-se, criticar historicamente, refazer com arte nossa existnciaemancipatria cotidiana. O paradigma novo requer, de professores e alunos, a luta poruma reorganizao do tempo e do espao escolar para alm das grades.

    Uma pedagogia da arte implica uma dinmica diferenciada da escola, uma novaorganizao de tempo e de espao que no sejam eminentemente linear e que respeiteas diferenas e as singularidades culturais de cada educando. na ao dos arte-educadores que podemos reverter o quadro e tornar o ensino da arte uma prticasignificante para quem dela participa.

    A escola o primeiro espao formal onde se processa o conhecimento, portanto

    onde se d o desenvolvimento de cidados, e nada melhor que por a se d o contatosistematizado com o universo artstico e suas linguagens: artes visuais, teatro, dana emsica. Contudo, o que se percebe que o ensino da arte est relegado ao segundoplano, ou encarado como mera atividade de lazer e recreao.

    Reconhecendo no s a necessidade da arte, mas a sua capacidadetransformadora, os educadores estaro contribuindo para que o acesso a ela seja umdireito do homem. Aceitar que o fazer artstico e a fruio esttica contribuem para odesenvolvimento de crianas e de jovens ter a certeza da capacidade que eles tm deampliar o seu potencial cognitivo e assim conceber e olhar o mundo de modos diferentes.Esta postura deve estar internalizada nos educadores, a fim de que a prtica pedaggicatenha coerncia, possibilitando ao educando conhecer o seu repertrio cultural e entrarem contato com outras referncias, sem que haja a imposio de uma forma deconhecimento sobre outra, sem dicotomia entre reflexo e prtica.

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    Arte-Educao

    Em 1971, pela LDB, a arte includa no currculo escolar

    Educao Artstica

    Atividade Artstica

    Como vimos no diagrama acima, em 1971, pela Lei de Diretrizes e Bases daEducao, a arte passa a ser includa no currculo escolar, embora ainda tratada apenascomo Educao Artstica, ou seja, como atividades ldicas e/ou recreativas, sem levar emconsiderao as especificidades de sua rea e os seus contedos especficos.

    Incluso na estrutura curricular como REA (com contedos prprios ligados culturaartstica e no apenas como atividade).

    A consolidao da arte como disciplina contou ainda com inmeros entraves, comoo despreparo dos professores para o domnio das vrias linguagens artsticas que estadisciplina requer, bem como dificuldades dificuldades na relao teoria X prtica.

    Dcadade 90

    Identificao da rea porArte(e no maispor Educao Artstica)

    Incluso na estrutura curricularcomo REA (com contedosprprios ligados cultura artsticae no apenas como atividade)

    Orientaes Didticas para a Arte

    As atividades propostas na rea de Arte devem garantir e ajudar os educandos adesenvolver modos interessantes, instigantes e inteligentes, alm de imaginativos ecriadores, de fazer e de pensar sobre a arte, exercitando seus modos de expresso ecomunicao.

    Se considerarmos que educar o processo de humanizao do homem, o processo

    pelo qual ele se torna capaz de compreender e usufruir o patrimnio coletivo do saber criadopela humanidade ao longo da Histria, no poderemos deixar de dar um papel relevante educao em Arte.

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    Objetivos Gerais do Ensino de Arte

    SELEO E ORDENAODE CONTEDOS

    Formao artstica e esttica do aprendiz esua participao na sociedade

    Adquirir sensibilidade e cognio em Artes Visuais, Dana, Msica e Teatro,exercitando sua cidadania cultural com qualidade.

    Experimentar e explorar as possibilidades de cada linguagem artstica; Compreender e utilizar a arte como linguagem; Contextualizar a arte como fato histrico; Relaes entre arte e realidade; Funes da arte, do trabalho e da produo dos artistas.

    Contedos de Arte no Ensino Fundamental

    Produzir: fazer artstico; experimentao e uso das linguagens artsticas.Apreciar: percepo, decodificao, interpretao, fruio de arte e do universo a

    ela relacionado.Contextualizar: situar o conhecimento da arte. Interao. Pensar sobre arte.

    Arte como expresso e comunicao dos indivduos; Elementos bsicos das linguagens artsticas, modos de articulao formal, tcnicas,materiais e procedimentos na criao da arte;

    Produtores de arte: vidas, pocas e produtos em conexes; Diversidade das formas de arte e concepes estticas da cultura regional, nacional einternacional: produes e suas histrias; A arte na sociedade, considerando os artistas, os pensadores da arte, outros profissionais,as produes e suas formas de documentao, preservao e divulgao em diferentesculturas e momentos histricos.

    Avaliao

    A avaliao est afeita a como os contedos de arte so assimilados pelos estudantes.Na verdade, trata-se de um processo pessoal e individual de cada aluno e da sua relaocom as atividades desenvolvidas em sala de aula. Deve-se levar em considerao tambma auto-avaliao.

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    Arte-Educao

    A Organizao do Espao e do Tempo de Trabalho

    Organizao dos materiais a serem utilizados dentro do espao detrabalho; clareza visual e funcionamento do ambiente; marca pessoal doprofessor; esttica do ambiente; caracterstica do espao.

    Os Instrumentos de Registro e Documentao das Atividades dosAlunos

    Registrar e documentar as atividades.

    A Pesquisa de Fontes de Instruo e de Comunicao em Arte

    Imagens, textos, vdeos, exposies.

    AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividades

    ComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

    Entrevistar 04 pessoas de diferentes faixas etrias (60 anos, 30 anos, adolescente,criana), seguindo o roteiro abaixo.

    Nome do entrevistado: Idade:

    a) Como eram suas aulas de arte?

    b) Quais atividades eram realizadas em suas aulas de arte?

    11111.....

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    c) Que materiais eram utilizados em suas aulas de arte?

    d) Que tcnicas artsticas voc trabalhou em suas aulas de arte?

    e) Quais foram os livros utilizados em suas aulas de arte?

    Com base nas informaes coletadas nas entrevistas, elabore um texto de 10 linhasevidenciando as mudanas ocorridas no ensino de artes ao longo das ltimas dcadas.

    2.2.2.2.2.

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    Arte-Educao

    ARTE-EDUCAOE CRIATIVIDADE

    ARTE-EDUCAOEODESENVOLVIMENTODOPOTENCIALCRIATIVODOENTEHUMANO

    Ser criativo demonstrar o que ser livre,bem como o que a liberdade.

    O que Arte - Educao?

    Arte-Educao um conhecimento multidisciplinar necessrio para o desenvolvimentodo potencial criativo, expressivo e o autoconhecimento do educando.

    O reconhecimento de sua importncia e do valor da cultura como formador no

    processo educacional garantido pelo Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA).Na escola, a educao pela arte ganhou fora com a mudana ocorrida no sistema

    de ensino. A LDB n 9.394/96 mudou o foco da educao, antes centrada apenas natransmisso de contedos, e colocou-a no processo de aprendizagem do educando.

    O ensino de arte, hoje, uma rea do saber, uma disciplina com origem, histria,questes e metodologia.

    Todo esforo empreendido a partir do movimento de arte-educao (a partir dosanos 80), em busca da reorganizao poltica dos professores de arte, encontrou nafragilidade conceitual da articulao entre ensino e arte o seu maior desafio: por um lado,os professores no-habilitados formalmente em arte e, por outro, a formao polivalente e

    de forte carter tecnicista que predominava nas universidades foi um impasse que teve queser enfrentado e ainda no totalmente revolvido, considerando a perspectiva de melhoriada qualidade da arte na educao escolar.

    MovimentoArte-Educao - 1980

    Conscientizaoe organizao

    dos profissionais

    Novos andamentos

    ao educativa em artes

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    Das crticas livre expresso enquanto mtodo de ensino de arte, fortementeenraizada na escola pblica, nasce a necessidade de afirmar a arte como conhecimentoque possui uma epistemologia, uma histria e, por isso, uma importante rea de ensino epesquisa para educao escolar.

    A critrio das escolas e respectivos professores, (...) os projetoscurriculares se preocupem em variar as formas artsticas propostasao longo da escolaridade, quando sero trabalhadas.

    (PCN-Arte, p. 62-63)

    Uma pedagogia da arte implica uma dinmica diferenciada da escola, uma novaorganizao de tempo e de espao que no sejam eminentemente lineares e que respeitemas diferenas e as singularidades culturais de cada aluno. na ao dos arte-educadoresque podemos reverter o quadro e tornar o ensino da arte uma prtica significante para

    quem dela participa.A nfase dada ao trabalho do arte-educador no isenta o conjunto da escola daresponsabilidade de modificar a prtica do ensino de arte, e com isto promover a educaoesttica em sua totalidade. Uma proposta pedaggica em arte, por melhor que seja, no sesustenta se no contar com profissionais bem formados que tenham uma viso humanista eum maior conhecimento de arte, elementos bsicos para a sua qualificao. Cabe aoseducadores redirecionar a sua ateno no sentido de fazer com que a arte ocupe seu espaona escola.

    Os contedos podem ser trabalhados em qualquer ordem,conforme deciso do professor, em conformidade com o desenhocurricular de sua equipe. (PCN-Arte, p. 49).

    Entraves para o ensino das modalidades artsticas

    Formao do professor de arte; Conhecimentos especficos da arte; Complexidade dos contedos nas diversas modalidades artsticas.

    Perspectivas para o ensino das modalidades artsticas

    Polivalncia do professor; Realizao das propostas previstas nos PCNs.

    Proposta Triangular para o Ensino de Arte

    A proposta triangular para o ensino de arte foi o marco do novo conceito de ensinar

    arte-educao e foi introduzida no Brasil pela arte-educadora Ana Mae Barbosa. Tal propostatrata da prtica de se ensinar arte no apenas estimulando o fazer autnomo, mas a eleassociando a Leitura da obra de Arte e a Contextualizao dos fazeres individuais e das

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    Arte-Educao

    obras lidas e analisadas e vem sendo utilizada e resignificadaconstantemente pelos professores de arte.

    Embora recente, a Proposta Triangular tem sido bastante divulgadae, atualmente, muitos professores de artes j esto familiarizados com ela.

    Segundo Ana Mae (1991, p. 10): O que a arte na escolaprincipalmente pretende formar o conhecedor, fruidor e decodificador da

    obra de arte (...). A escola seria a instituio pblica que pode tornar o acesso arte possvel para a vasta maioria dos estudantes em nossa nao (...).

    A proposta triangular para o ensino de arte prope que ensino de Arte tenha comobase a fruio, ou seja, a reflexo advinda da ao que o educando realiza ao se apropriardos sentidos e emoes gerados no contato com as produes artsticas; acontextualizao, ou seja, o significado da arte no nosso dia-a-dia, inclusive sendo eixopara a to procurada interdisciplinaridade; e a produo, ou seja, o fazer artstico, apossibilidade de experimentao.

    PRODUZIR

    APRECIAR CONTEXTUALIZAR

    Com esta proposta triangular, a educadora Ana Mae Barbosa, esboa um sofisticadomtodo de ensino de arte que est embasado na concepo de arte como produo humanaque pode ser ensinada, aprendida, apreendida e resignificada.

    ARTICULAO DOS CONTEDOS

    A Produo A Fruio A Reflexo

    Fazer Artstico Apreciao significativaConstruode conhecimento

    EIXOS NORTEADORES

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    Desenvolvimento da Capacidade Criadora

    Todo ser humano, em maior ou menor grau, criativo;ACRIATIVIDADE algointrnseco ao homem. A AO DE CRIAR, ou melhor,A CRIATIVIDADE, muito maisque uma obra do acaso, bem como muito mais do que um simples exerccio da faculdade

    da imaginao humana, ou ainda, um lampejo subjetivo da mesma. Portanto, Criar,significa, implica e indica um complexo relacionamento de valores, de elementos, enfim, decdigos de Leis Naturais que inteligentemente interligados agem e interagem favorecendoa realizao de uma obra. No entanto, enquanto houver distncia significativa entre aAO,o PENSAMENTOeo SENTIMENTO, ou seja, entre O SENTIR, PENSARe O AGIR, evidente que no haverAUTO INTEGRAO. Assim no haverAO CRIATIVA.

    As atitudes criativas levam o indivduo no s a umamaior independncia interna e autoconfiana, estimulando-o adesenvolver suas aptides como a conhecer suas

    caractersticas individuais e os seus prprios limites.Criatividade a emergncia de um produto relacional novo,resultante, por um lado, da unicidade do indivduo e, por outro,dos materiais dos eventos de outros indivduos e dascircunstncias de sua vida. (Rogers)

    PPPPPor que a Criaor que a Criaor que a Criaor que a Criaor que a Criatividade importividade importividade importividade importividade importante partante partante partante partante paraaaaa

    a formao do ente humano?a formao do ente humano?a formao do ente humano?a formao do ente humano?a formao do ente humano?

    Assim como a inteligncia, a criatividade uma capacidade indispensvel para asobrevivncia na complexa sociedade humana, onde surpresas e imprevistos nos desafiamconstantemente. Podemos considerar como criatividade a capacidade das pessoas degerar idias, de comunic-las e de coloc-las em prtica. Em sntese, ser criativo umprocesso que nasce com a criatura humana. Criar uma capacidade que todos temos,independente de classe social, mas interdependente do meio scio-cultural em que vocest inserido.

    Para que a educao cumpra sua finalidade, deve ser antes de tudo criadora,favorecendo a mobilizao do potencial criativo. Todos os alunos so possuidores de potencial

    criador, ao qual evolui em diferentes nveis de intensidade e est fortemente relacionado scondies ambientais e s intervenes pedaggicas adequadas. Uma educao criativadeve favorecer a mobilizao do potencial criativo em todas as disciplinas e assuntos, dandovalor ao pensamento produtivo e divergente e a promoo de atividades criadoras. O papeldo professor dentro do processo criador deve ser criar experincias e situaes queestimulem a criatividade. Existem fatores que constituem barreiras criatividade: os recursosambientais, extenso contedo do currculo, ensino como mera transmisso de informaes,nfase exagerada na disciplina.

    Torrance [citado em ALE 86] props uma srie de atitudes que visam fomentar acriatividade e que poderiam ser praticadas pelos professores em sala de aula:

    a) reconhecer e valorizar as potencialidades do educando;b) ter uma atitude de respeito s idias e questes dos educandos;c) fazer perguntas provocativas e estimulantes que favoream a reflexo e o

    raciocnio;

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    Arte-Educao

    d) reconhecer e valorizar a originalidade;e) desenvolver e encorajar as habilidades de manipulao e

    elaborao das idias;f) desenvolver leitores criativos;g) buscar o conhecimento atravs de mtodo de pesquisa;h) fazer uso de habilidades criativas para solucionar problemas;

    i) levar os alunos a trabalharem livres de ameaas de nota oujulgamento de valor crtico.

    Ser que todos ns somos criaSer que todos ns somos criaSer que todos ns somos criaSer que todos ns somos criaSer que todos ns somos criativtivtivtivtivos?os?os?os?os?

    Segundo Howard Gardner (1998): a criatividade no uma coisa que se guardano armrio: ela passa a existir durante o processo de interao com outras pessoas, no algo, portanto, que esteja inteiramente dentro do indivduo, ela implica tambm adesodos outros.

    De acordo com a psicologia de Vygotski (1990), a possibilidade de criar constitui-seno desenvolvimento humano, em consonncia com a constituio da conscincia, e revelauma relao entre o homem e seu entorno que supera a simples reproduo do que j conhecido.

    A capacidade de ver as coisas de um ponto de vista novo fundamental para oprocesso criativo, e essa capacidade est sempre presente na nossa maneira de saberpensar com inteligncia, enfim, com a intuitividade. importante notar que o ato criativotambm mantm uma dimenso social, visto que a ao do indivduo tambm interage snecessidades de outras pessoas.

    Se atentos, verificaremos que hoje a educao nada mais seno a codificao desupostas descobertas e teorias, que tendem a ser ou se tornam dogmticas; logo fixas,

    bem como informaes e conhecimentos atravs dos livros e afins e, insistentemente, fixando-os nos educandos, condicionando-os a agir aumentando tais teorias que esto hoje, emsua maioria, fora da lei natural das coisas.

    Ser a caSer a caSer a caSer a caSer a capacidade de criar um dom inapacidade de criar um dom inapacidade de criar um dom inapacidade de criar um dom inapacidade de criar um dom inato?to?to?to?to?

    Cumpre investigar, porm, se o homem pode tornar-se livre e criativo se no forconhecendo seus processos, no somente superficiais ou perifricos, mas tambmprofundos. Deste modo, esta educao nos torna instrudos, s por sabermos ler e escrever,mas no educados; torna-nos adequados por seguirmos regras, mas no integrados como movimento da vida.

    A utilizao de novos mtodos de ensino, principalmente no que se refere ao mtodocriativista, dentro do contexto educacional presenciado, traz uma nova perspectiva, mudandoo foco do desenvolvimento intelectual para o desenvolvimento da inteligncia e intuio,afinal, ser criativista significa ter proficincias; ter ateno vigilante e ter talentodisponvel.

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    Caros alunos, com base na leitura e anlise do texto a seguir, responda as questes

    abaixo:

    Quais so as modalidades artsticas propostas pelos Parmetros Curriculares parao ensino das artes?

    Como realizar, na sala de aula, a proposta dos PCN para Arte, com suas quatromodalidades artsticas?

    O que necessrio para a efetiva aplicao das propostas indicadas nos PCN-Arte?

    Quais so os eixos norteadores que fundamentam as aes pedaggicas para oensino de arte e qual a importncia deles para a articulao dos contedos?

    Como o professor poderia respaldar suas aes nas propostas dos PCN-Arte?

    Qual a importncia dos PCN-Arte para o sistema educacional vigente?

    4.4.4.4.4.

    11111.....

    2.2.2.2.2.

    AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

    3.3.3.3.3.

    5.5.5.5.5.

    6.6.6.6.6.

  • 8/2/2019 01-ArteEducacao

    43/7142

    Arte-Educao

    PCN NAS ESCOLAS: E AGORA?

    Em todos os ciclos da educao fundamental, os Parmetros Curricularesdo rea de Arte uma grande abrangncia, propondo quatro modalidades

    artsticas: (1) Artes Visuais - com maior amplitude que Artes Plsticas, englobando artesgrficas, vdeo, cinema, fotografia e as novas tecnologias, como arte em computador; (2)Msica; (3) Teatro; (4) Dana, que demarcada como uma modalidade especfica.

    Nos PCN-Arte, as propostas para essas diversas linguagens artsticas estosubmetidas orientao geral, apresentada na primeira parte do documento, que estabelecetrs diretrizes bsicas para a ao pedaggica. So diretrizes que retomam, embora noexplicitamente, os eixos da chamada Metodologia Triangular - ou melhor, PropostaTriangular -, defendida por Ana-Mae Barbosa. Segundo os prprios Parmetros, o

    conjunto de contedos est articulado dentro do processo de ensino e aprendizageme explicitado por intermdio de aes em trs eixos norteadores: produzir, apreciar econtextualizar(PCN-Arte, p. 49). Vale ressaltar que, em nosso pas, a Proposta Triangularrepresenta a tendncia de resgate dos contedos especficos da rea, na medida em queapresenta, como base para a ao pedaggica, trs aes mental e sensorial