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5º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO DE SP 5º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO DE SP 137 FILMES DE 15 PAÍSES LATINO-AMERICANOS 137 FILMES DE 15 PAÍSES LATINO-AMERICANOS DE 12 A 18/07 EM SEIS SALAS PAULISTANAS, DE 12 A 18/07 EM SEIS SALAS PAULISTANAS, COM ENTRADA FRANCA COM ENTRADA FRANCA *** novos filmes de Daniel Burman, Pablo Stoll e Miguel Littin *** as revelações da Costa Rica, Porto Rico, Bolívia, Uruguai e Peru *** a nova geração do cinema brasileiro *** homenagens ao brasileiro João Batista de Andrade e ao argentino Marcelo Piñeyro, que apresenta seu inédito “As Viúvas das Quintas-Feiras” *** retrospectiva Consolidação da Retomada traz obras de Fernando Meirelles, Juan José Campanella, Walter Salles, Fabián Bielinsky, Lucrecia Martel, Alfonso Cuarón, Pablo Trapero, Andrés Wood e Adrián Biniez *** os destaques latino-americanos dos festivais de Cannes, Berlim, Veneza, Sundance, Roterdã e Locarno Filmes assinados pelos grandes nomes do cinema latino-americano, como Fernando Meirelles, Juan José Campanella, Walter Salles, Fabián Bielinsky, Lucrecia Martel, Alfonso Cuarón, Pablo Trapero, Andrés Wood e Adrián Biniez. A novíssima geração brasileira. Obras inéditas do uruguaio Pablo Stoll e dos argentinos Daniel Burman e Marcelo Piñeyro, este último merecendo homenagem ao lado do brasileiro João Batista de Andrade. Os novos talentos da região, cujas obras (a grande maioria inédita no Brasil) estão causando sensação nas grandes vitrines internacionais, como os festivais de Berlim, Veneza, Sundance, Roterdã e Locarno. Estas são algumas das atrações da quinta edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. O evento é uma iniciativa do Memorial da América Latina e da Secretaria de Estado da Cultura, órgãos do Governo do Estado de São Paulo. Conta com co-realização do Sesc São Paulo, Cinemateca Brasileira, Museu da Imagem e do Som e Cinusp “Paulo Emílio”. O evento exibe, de 12 a 18 de julho, 137 filmes, representando 15 países latino-americanos. As projeções têm entrada franca em seis salas

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5º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO DE SP5º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO DE SP

137 FILMES DE 15 PAÍSES LATINO-AMERICANOS 137 FILMES DE 15 PAÍSES LATINO-AMERICANOS

DE 12 A 18/07 EM SEIS SALAS PAULISTANAS, DE 12 A 18/07 EM SEIS SALAS PAULISTANAS,

COM ENTRADA FRANCACOM ENTRADA FRANCA

*** novos filmes de Daniel Burman, Pablo Stoll e Miguel Littin

*** as revelações da Costa Rica, Porto Rico, Bolívia, Uruguai e Peru

*** a nova geração do cinema brasileiro

*** homenagens ao brasileiro João Batista de Andrade e ao argentino Marcelo Piñeyro, que apresenta seu inédito “As Viúvas das Quintas-Feiras”

*** retrospectiva Consolidação da Retomada traz obras de Fernando Meirelles, Juan José Campanella, Walter Salles, Fabián Bielinsky, Lucrecia Martel, Alfonso Cuarón, Pablo Trapero, Andrés Wood e Adrián Biniez

*** os destaques latino-americanos dos festivais de Cannes, Berlim, Veneza, Sundance, Roterdã e Locarno

Filmes assinados pelos grandes nomes do cinema latino-americano, como Fernando Meirelles, Juan José Campanella, Walter Salles, Fabián Bielinsky, Lucrecia Martel, Alfonso Cuarón, Pablo Trapero, Andrés Wood e Adrián Biniez. A novíssima geração brasileira.

Obras inéditas do uruguaio Pablo Stoll e dos argentinos Daniel Burman e Marcelo Piñeyro, este último merecendo homenagem ao lado do brasileiro João Batista de Andrade. Os novos talentos da região, cujas obras (a grande maioria inédita no Brasil) estão causando sensação nas grandes vitrines internacionais, como os festivais de Berlim, Veneza, Sundance, Roterdã e Locarno.

Estas são algumas das atrações da quinta edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. O evento é uma iniciativa do Memorial da América Latina e da Secretaria de Estado da Cultura, órgãos do Governo do Estado de São Paulo. Conta com co-realização do Sesc São Paulo, Cinemateca Brasileira, Museu da Imagem e do Som e Cinusp “Paulo Emílio”.

O evento exibe, de 12 a 18 de julho, 137 filmes, representando 15 países latino-americanos. As projeções têm entrada franca em seis salas paulistanas: Memorial da América Latina (duas ), Cinesesc, Sala Cinemateca, Museu da Imagem e do Som e Cinusp “Paulo Emílio”.O evento tem como objetivo divulgar e discutir a singularidade estética da cinematografia recente e histórica da América Latina.

A curadoria da programação é de André Sturm, Francisco Cesar Filho e Jurandir Müller – os dois últimos também diretores do evento. Responde pela organização a Associação do Audiovisual.

Presente em São Paulo para proferir uma aula magna e acompanhar a exibição de seis de seus longas-metragens, Marcelo Piñeyro é homenageado, ao lado do brasileiro João Batista de Andrade. Piñeyro mostra o inédito “As Viúvas das Quintas-Feiras” (2009), ao

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lado dos elogiados “Cinzas no Paraíso” (1997), “Plata Quemada” (2000), “Kamchatka” (2002) e “O Que Você Faria?” (2005), além do pouco visto “Música Feroz” (1993).

A Mostra Contemporâneos reúne a nova safra da cinematografia latino-americana, destacando a primeira exibição no Brasil de “Dois Irmãos” (Daniel Burman, Argentina), “Hiroshima” (Pablo Stoll, Uruguai), “Memórias do Desenvolvimento” (Miguel Coyula, Cuba/EUA), “Zona Sul” (Juan Carlos Valdivia, Bolívia), “Impulso” (Mateo Herrera, Equador), “Mente” (Rafi Mercado, Porto Rico), “Paraíso” (Hector Galvez, Peru), “Noturno de Bachelard” (José Eduardo Alcázar, Paraguai), “Quebra-Cabeças” (Natalia Smirnoff, Argentina) e “Juntos” (Nicolás Pereda, México).

Outros destaques inéditos são o filme de terror experimental uruguaio “A Casa Muda” (de Gustavo Hernandez), captado com câmera fotográfica digital, e a surpreendente produção da Costa Rica "Água Fria do Mar", de Paz Fábrega, programado para a sessão de abertura do Festival. Completam a lista dos selecionados da Mostra Contemporâneos longas do veterano Miguel Littin (“Dawson, Isla 10”) e do estreante Cristián Jiménez (“Ilusões Óticas”), ambos chilenos, e do mexicano Pedro González-Rubio (“Ao Mar”).

A representação brasileira da seção inclui “A Fuga da Mulher Gorila” (Felipe Bragança e Marina Meliande), “Estrada para Ythaca” (Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti), “Carmo” (Murilo Pasta), “A Guerra dos Vizinhos” (Rubens Xavier), “A Falta Que Me Faz” (Marília Rocha), “Natimorto” (Paulo Machline), “Leite e Ferro” (Cláudia Priscilla) e “Eldorado” (Paula Goldman).

A profícua carreira do brasileiro João Batista de Andrade reúne desde o curta-metragem “Liberdade de Imprensa” (1966) até o recente longa “Travessia” (2009), passando por sucessos como “Doramundo” (1977), “O Homem Que Virou Suco” (1979), “A Próxima Vítima” (1983), “O País dos Tenentes” (1986) e “Vlado – 30 Anos Depois” (2005). Homenageado desta edição - ao lado de Marcelo Piñeyro -, o cineasta merece ainda do Festival uma mesa redonda dedicada à sua filmografia e um evento de lançamento da nova edição do livro “João Batista de Andrade - Alguma Solidão e Muitas Histórias”.

A Retrospectiva Consolidação da Retomada apresenta 20 títulos pinçados entre os maiores destaques da produção latino-americana no período 2000-2009, quando a qualidade do cinema contemporâneo da região tornou-se definitivamente reconhecida. Na retrospectiva estão os sucessos de bilheteria e os grandes premiados em festivais, como “Nove Rainhas” e “O Pântano” (ambos de 2000); “E Sua Mãe Também” e “O Filho da Noiva” (2001); “Cidade de Deus” e “Do Outro Lado da Lei” (2002); “Diários de Motocicleta” e “Whisky” (2003); “Abraço Partido” e “Machuca” (2004); “A Aura” e “Cinema, Aspirinas e Urubus” (2005); “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” e “A Que Distância” (2006); “O Banheiro do Papa” e “XXY” (2007); “A Babá” e “Gasolina” (2008); “Gigante” e “A Teta Assustada” (2009).

Uma programação especial celebrando os 200 anos de independência da Argentina, Chile, Colômbia, México e Venezuela, uma competição de produções de escolas de cinema, mesas redondas e oficinas audiovisuais fecham a programação do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.

Mais informações podem ser acessadas através do endereço www.memorial.gov.sp.br.

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Mostra Contemporâneos

Com um total de 24 filmes, a Mostra Contemporâneos reúne produções da mais recente safra da região e apresenta trabalhos, em sua maioria totalmente inéditos no país, assinados por nomes familiares ao público do festival, como Daniel Burman, Miguel Littin e Pablo Stoll, ao lado de uma série de talentos descobertos recentemente na Argentina, Bolívia, Chile, Cuba, Equador, Paraguai, Peru e Porto Rico.

Considerado o mais importante cineasta do Chile da atualidade, Miguel Littin focaliza em “Dawson, Isla 10”, a ilha que, após o golpe de estado de 11 de setembro de 1973, foi transformada no centro de detenção mais importante da ditadura chilena, com cerca de 400 presos - incluindo, além de ministros e colaboradores de Salvador Allende, Sergio Bitar, autor do livro no qual o filme foi baseado.

Um dos expoentes do internacionalmente aclamado “novo cinema argentino”, Daniel Burman traz o inédito “Dois Irmãos”, sobre um ourives que, após longo e asfixiante jugo materno, é levado a exilar-se em um pequeno balneário uruguaio. Na Retrospectiva Consolidação da Retomada está o sucesso de Burman “Abraço Partido”.

Responsável por dois títulos que colocaram o Uruguai no cenário cinematográfico mundial (“24 Watts” e “Whisky”, ambos co-dirigidos com o cineasta precocemente falecido Juan Pablo Rebella), Pablo Stoll apresenta seu primeiro longa-metragem solo, “Hiroshima”. Esta co-produção entre Uruguai, Espanha, Colômbia e Argentina tem a forma de musical e acompanha um dia na vida de um misterioso cantor de uma banda de rock que não fala muito. “Whisky” está na programação da Retrospectiva Consolidação da Retomada.

Espécie de resposta ao clássico cubano “Memórias do Subdesenvolvimento” (de Tomás Gutiérrez Alea, 1968), a co-produção Estados Unidos/Cuba “Memórias do Desenvolvimento” é igualmente baseada em livro homônimo de Edmundo Desnoes. Dirigido por Miguel Coyula (que tem presença confirmada no Festival), este filme inédito no Brasil é uma colagem de lembranças e sonhos, um composto de ficção, animação e elementos documentais. Nela, um intelectual cubano abandona a revolução e o “subdesenvolvimento” apenas para descobrir que não cabe em sua nova vida no “desenvolvimento”.

Sensação nos festivais de Roterdã (recebeu o prêmio do júri), Sundance, Berlim, Miami (grande prêmio do júri da competição iberoamericana) e Toulouse (prêmio da crítica para diretor estreante), “Ao Mar”, do mexicano Pedro González-Rubio, investe na plasticidade e na sensorialidade tendo por objeto um jovem de origem maia e seu filho, que embarcam em uma viagem ancestral em direção ao mar aberto.

"Água Fria do Mar" é considerado marco da retomada da produção cinematográfica na Costa Rica e foi escolhido como filme de abertura do 5º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, com presença confirmada de sua diretora, Paz Fábrega. Trata-se de uma co-produção com a França, Espanha, Holanda e México inédita no Brasil que se passa em uma noite de virada de ano, quando um jovem casal se dirige até a costa do Pacífico e lá encontra uma menina de sete anos, que fugiu de casa - mas ao amanhecer a garota desaparece. O filme foi incensado em reputadas vitrines internacionais, como os prestigiosos festivais de Roterdã (onde venceu o Tiger Awards), Toulouse e Buenos Aires.

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 Realização do uruguaio Gustavo Hernandez inédita no Brasil, “A Casa Muda” tem despertado atenção por ser um longa-metragem de terror produzido com baixíssimo orçamento (seis mil dólares) e filmado em apenas quatro dias com câmara fotográfica digital emprestada que se passa em tempo real (já que acompanha os últimos 74 minutos da vida de um grupo de pessoas que é assassinado). Gustavo Rojo, produtor do longa, que foi lançado no Festival de Cannes deste ano, é um dos convidados presentes do 5º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.

Já no drama cômico “Ilusões Óticas” um segurança de um shopping center apaixona-se por uma elegante ladra, enquanto que um empregado dedicado é preparado por sua empresa para ficar desempregado e um esquiador cego recupera a visão e fica aterrorizado com o mundo que ele finalmente vê. O ator Eduardo Paxeco é um dos convidados confirmados para o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Vencedor do Festival de Valdívia e selecionado para San Sebástian, Biarritz, Varsóvia, Tokio, Miami e Toulouse, o longa marca a estréia do chileno Cristián Jiménez e é uma co-produção Chile/Portugal/França. Também sensação no circuito internacional recente, e igualmente em primeira exibição no Brasil, “Zona Sul”, do boliviano Juan Carlos Valdivia (outro convidado do 5º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo), mereceu prêmios de direção e roteiro no Sundance Festival, prêmios de melhor roteiro, melhor ator e especial do júri no Festival de Guadalajara, e ainda melhor fotografia em Huelva.

Eleito como melhor filme no Festival de Toulouse, o equatoriano inédito no Brasil “Impulso”, de Mateo Herrera, se passa numa antiga fazenda na serra de Cayambe, na qual seus habitantes guardam um misterioso segredo. Cecilia Vallejo, atriz do filme, é uma das convidadas do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.

Outro inédito no Brasil, “Mente”, de Rafi Mercado (que também é esperado em São Paulo), é uma rara produção de Porto Rico a ganhar circulação internacional. Eleito como melhor direção no Festival de Havana, tem como protagonista um jovem artista, tímido e retraído, cuja vida transita entre a realidade e a fantasia em uma sociedade urbana que nem sempre é o que parece.

Produção peruana (em parceria com Alemanha e Espanha) lançada no Festival de Veneza, “Paraíso”, de Héctor Gálvez, é inédito no Brasil e foi ainda selecionado para Huelva, Cartagena e Toulouse. O roteiro se passa em um bairro da periferia de Lima, onde um grupo de amigos procura alguma ilusão à qual se apegar: entrar para o exército, terminar o colégio, construir una piscina, ver a foto de um pai desaparecido ou até mesmo poder voar.

Em “Noturno de Bachelard” (José Eduardo Alcázar, Paraguai), que é exibido no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo em première internacional, um cineasta busca inspiração e seu roteiro original aos poucos é substituído pela imaginação. Como nos últimos anos, Alcázar é presença confirmada em São Paulo durante o Festival. Ex-assistente de Lucrecia Martel, a argentina Natalia Smirnoff estréia na direção de longas com “Quebra-Cabeças”, selecionado para o Festival de Berlim e inédito no Brasil. No filme, elogiado por sua apurada edição, uma dona de casa de 50 anos conhece um milionário que sonha participar de um torneio de quebra-cabeças.

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Inédito no Brasil, o mexicano “Juntos”, do jovem diretor mexicano Nicolás Pereda, reúne três moradores em um precário apartamento na Cidade do México que partem em viagem rumo ao campo. Segundo a crítica internacional, Pereda explora as possibilidades sensoriais da imagem cinematográfica e joga habilmente com a fronteira que separa a ficção do documentário.

Mostra Contemporâneos – os brasileiros

Filmado em apenas oito dias, o road movie “A Fuga da Mulher Gorila” acompanha duas irmãs que atravessam as estradas do Rio de Janeiro apresentando um espetáculo circense. Selecionado para o prestigioso Festival de Locarno, a obra foi premiada na Mostra de Cinema de Tiradentes. Seus diretores, Felipe Bragança e Marina Meliande, exibiram este ano em Cannes “A Alegria”, seu novo longa-metragem.

Duplamente laureado em Tiradentes, e programado no Festival de Cinema Independente de Buenos Aires, o cearense “Estrada para Ythaca” traz seus quatro diretores - Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti - como atores de uma original busca inspirada em texto do poeta grego Konstantínos Kaváfis. Após 18 anos radicado na Inglaterra, onde atuou em publicidade, Murilo Pasta mergulha na remota fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai em “Carmo”, longa-metragem feito em uma co-produção entre Brasil, Espanha e Polônia. Exibido no Sundance Festival, o filme é protagonizado por uma rebelde e intempestiva personagem grávida de dois meses, desesperada em obter dinheiro para um aborto. Comédia de vocação popular, “A Guerra dos Vizinhos” tem no elenco Eva Wilma, Karin Rodrigues, Eva Mancini, Ângela Dip, Tony Correia, Fabíola Nascimento, Gero Pestalozzi, Vic Militello, Artele Montenegro, Wandi Doratiotto e Francarlos Reis. Trata-se da história de três irmãs em guerra contra a nova oficina mecânica que se instalou na vizinhança, que perdem o caso na justiça e são cruelmente discriminadas na cidadezinha onde moram. A obra marca a estréia na direção de longas de Rubens Xavier, premiado curta-metragista e ex-assistente de João Batista de Andrade.

Convidado para eventos como os festivais de Roterdã, Buenos Aires e Kinoteatr.doc (Moscou), “A Falta Que Me Faz” focaliza com delicadeza e sensibilidade um grupo de meninas que vive o fim da adolescência. Moradoras na região da Cordilheira do Espinhaço (MG), as personagens revelam um romantismo impossível, que deixa marcas em seus corpos e na paisagem a seu redor. É o terceiro longa-metragem da mineira Marília Rocha (de “Aboio”, vencedor do É Tudo Verdade).

Estréia no longa-metragem do cineasta Paulo Machline, que teve seu curta-metragem “Uma História de Futebol” indicado ao Oscar da categoria, “Natimorto” é uma adaptação do romance homônimo do quadrinista e escritor Lourenço Mutarelli, que também faz parte do elenco, ao lado de Simone Spoladore e Betty Gofman. Trata-se de um mergulho na loucura e fumaça da história.

Com música de Livio Tragtenberg e fotografia de Kiko Goifman, “Leite e Ferro”, de Cláudia Priscilla, retrata a vivência da maternidade em uma situação limite, discutindo

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amamentação, sexualidade, drogas e religião no cárcere. O filme é a estréia em longas-metragens da diretora, responsável pelo premiado curta “Sexo e Claustro”.

O contundente “Eldorado”, de Paula Goldman, aborda o tráfico de pessoas na América do Sul, mesclando pequenas dramatizações com depoimentos das próprias vítimas e acusados, além de especialistas no caso e autoridades dos governos federal e estadual paulista. 

A exemplo das últimas edições, o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo premia dois filmes da Mostra Contemporâneos - um selecionado pelo público que assiste às sessões e o segundo eleito pela crítica, cujo júri é composto em 2010 por Eduardo Valente, Francis Vogner e Liciane Mamede.

Homenagem a Marcelo Piñeyro

Um dos homenageados em 2010 pelo Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo e responsável pela aula magna desta edição do evento, o argentino Marcelo Piñeyro é autor de vários sucessos do cinema recente na América Latina, tendo se firmado, desde os anos 1990, como um dos mais importantes diretores da região. A programação reúne seis longas-metragens, dirigidos pelo cineasta entre 1993 e 2009. Piñeyro profere ainda uma aula magna no dia 17/07, às 16h00, no Memorial da América Latina.

Nascido em Buenos Aires em 1953, formado em cinema na Faculdade de Belas Artes de La Plata, o cineasta  começou, na década de 1980, como sócio de Luis Puenzo em uma grande produtora publicitária, a Cinemania. Em 1984, foi produtor de “A História Oficial”, longa-metragem dirigido por Puenzo que venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro ao propor uma pioneira abordagem do período da ditadura militar argentina e suas conseqüências sobre uma família.

Piñeyro carrega vários prêmios na bagagem, entre os quais o Goya por filme e roteiro, além de premiações no Festival del Nuevo Cine Latino Americano. Seus filmes têm tido grande êxito de público tanto na Argentina como fora do país. Logo em sua estréia como diretor, “Música Feroz” (1993), quebrava um recorde histórico de espectadores na Argentina, com um retrato do surgimento da cultura do rock no país como pano de fundo de uma história de amor. A filmografia do realizador reflete o momento histórico de maneira indireta, através do foco em uma família ou em um grupo específico de pessoas. “O Que Você Faria?” – uma de suas co-produções com países europeus - acompanha um processo seletivo para contratação de executivo, cuja dinâmica de grupo acontece durante um dia de reunião do G-8 e manifestações antiglobalização. A obra lembra ao mesmo tempo filmes de confinamento (como “Doze Homens e Uma Sentença”, de Sidney Lumet) e um pós-moderno Big Brother, em que os candidatos vão sendo eliminados, e, neste caso, fica o que tiver menos escrúpulos e mais sangue frio. “Kamchatka” acompanha o cotidiano de uma família que tem que mudar-se para o interior por causa da ditadura militar. As conseqüências sofridas são observadas pela perspectiva de um garoto, um dos filhos do casal. Já no inédito “As Viúvas das Quintas-Feiras”, a

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crise argentina de 2001 passa pela TV, enquanto seguimos a investigação de misteriosas mortes em um condomínio de luxo.

Marcelo Piñeyro joga com elementos dos gêneros clássicos, apropriando-se da estrutura do thriller em “Cinzas do Paraíso”, “O Que Você Faria?” e “As Viúvas das Quintas-Feiras”, construindo cenas musicais em “Kamchatka” e “Plata Quemada”. Dessa maneira, Piñeyro tem levado adiante uma carreira de filmes que conquistam sucesso de bilheteria, combinando linguagem de apelo ao público, com qualidade estética e senso crítico.

Filmes a serem exibidos na Homenagem a Marcelo Piñeyro

“Música Feroz” (Argentina/ Espanha, 1993) - A história de amor entre Tanguito e Mariana é utilizada como pretexto para mostrar una época, final dos anos 60 e princípio dos 70, o nascimento do rock argentino, o enfrentamento entre os velhos valores e a liberdade, o amor, a paz, a amizade e a solidariedade da juventude argentina da época.

“Cinzas do Paraíso” (Argentina, 1997) - Duas mortes dão início a esta história. O juiz Costa Makatantasis morre ao cair do terraço do Palácio de Justiça, e a jovem Ana Muro é encontrada assassinada com quinze punhaladas na mesma noite. Cada um dos três filhos do juiz se dirá culpado pelo crime da garota. Uma juíza deverá solucionar o caso, em uma história de revelações, intrigas e traições.

“Plata Quemada” (Argentina/ Espanha/ França/ Uruguai, 2000) - Buenos Aires, 1965. Nene e Ángel são delinqüentes profissionais e, de certo modo, sócios: trabalham juntos ou não trabalham. São procurados para assaltar o caminhão com o pagamento dos funcionários da Prefeitura. No momento decisivo, Nene acredita que um dos policiais vai ferir Ángel e perde o controle do que parecia ser um trabalho sem violência. O bando foge para o Uruguai, onde aguardam documentação falsa. Mas já não suportam o enclausuramento: na noite de Montevidéu, cada um sai em busca de sua sorte.  “Kamchatka” (Argentina/ Espanha/ Itália, 2002) - Drama ambientado nos anos da ditadura militar argentina, tempos difíceis analisados pelo olhar inocente de Harry, um menino de 10 anos. Em sua vida, só precisa de tempo para brincar e fazer travessuras com seu irmão menor, mas em 1976 tudo muda. Diante da perseguição dos militares da ditadura, a família terá que se esconder, começando uma nova vida que acabará com qualquer resquício de sua infância... “O Que Você Faria?” (Argentina/Espanha/ Itália, 2005) - Sete aspirantes a um posto de alto executivo apresentam-se para um exame de seleção de pessoal para uma empresa multinacional em um arranha-céu de escritórios do complexo Azca. Entre eles, as personalidades mais diferentes: o vitorioso, o agressivo, a mulher insegura, o crítico, o indeciso.  “As Viúvas das Quintas-feiras” (Argentina/Espanha, 2009) - No condomínio Altos de la Cascada, a vida prossegue idílica, entre casas que imitam mansões com jardins e piscinas climatizadas. Em uma manhã, um acontecimento macabro: são encontrados três cadáveres flutuando em uma piscina. A descoberta comove a fechada comunidade, que se apressa a classificar como acidente e a definir como tragédia e infortúnio. Mas a revisão das últimas atividades das vítimas levanta dúvidas sobre o caráter acidental dessas mortes. Filme inédito no Brasil.

Homenagem a João Batista de Andrade

A quinta edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo presta homenagem também ao cineasta brasileiro João Batista de Andrade, que, com mais de 40 anos de carreira, representa como poucos a persistência pelo cinema brasileiro. Além das exibições dos filmes, realizados no período 1996-2009, a programação do evento prevê no dia 14/07 o lançamento da edição atualizada do livro “João Batista de Andrade - Alguma Solidão e Muitas Histórias” (Maria do Rosário Caetano, IMESP, 2010), às 18h, e uma mesa redonda na qual sua obra é discutida por Jean-Claude Bernardet e outros nomes a confirmar, às 20h.

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Vindo de Ituiutaba (MG), onde nasceu em 1939, a São Paulo para estudar engenharia, João Batista de Andrade envolveu-se com a política e daí logo com o cinema, sendo seu primeiro filme, “Liberdade de Imprensa”, de 1966, produzido pelo Grêmio da Faculdade de Filosofia.

No final dos anos 1960, num período de aproximação com os produtores da Boca do Lixo e com o chamado Cinema Marginal, realizou “Gamal, o Delírio do Sexo”, e “O Filho da Televisão”, episódio do longa “Em Cada Coração Um Punhal”. No início da década de 1970, dirigiu, com Jean-Claude Bernardet, dois filmes para a Comissão Estadual do Cinema sobre a história do cinema paulista, “Paulicéia Fantástica” e “Eterna Esperança”.

Em seguida viveu rico período na televisão, onde realizou importantes reportagens, como “Migrantes”, para o programa Hora da Notícia, na TV Cultura – em que trabalhou com Fernando Jordão e Vladimir Herzog. Este último foi o amigo cuja perda o marcou profundamente e pôde ser elaborada em “Vlado, 30 Anos Depois”, filme muito tempo planejado e concretizado em 2005. Nos áureos tempos do programa Globo Repórter (Rede Globo) - quando por lá passaram cineastas como Paulo Gil Soares, Eduardo Coutinho e Jorge Bodanzky -, produziu os hoje célebres “Caso Norte” e “Wilsinho Galiléia”. Desta experiência na televisão, passou a integrar o movimento Cinema de Rua, com a produção de documentários para circulação alternativa em cineclubes, associações, sindicatos etc.

O cineasta atuou ainda como professor na ECA-USP entre 1969 e 1978, e esteve empenhado nos debates para a construção de uma política cinematográfica para o Brasil, tendo participado da fundação da Apaci (Associação Paulista de Cineastas), onde atuou por 15 anos.

Do período da abertura política, ele deu seu testemunho em filmes como “Greve!” e “Céu Aberto”, difundidos com sucesso pela Dinafilmes (distribuidora do Conselho Nacional de Cineclubes, organização a que sempre esteve ligado).

O tema dos migrantes é retomado no consagrado “O Homem que Virou Suco”, longa premiado no Festival de Moscou. Já a derrota de ideais políticos e a perda de ilusões são temas de reflexão em vários de seus filmes, como “O País dos Tenentes”, revisão biográfica de ex-militar que passou dos levantes tenentistas a cargo em multinacional.

Com o golpe que representou o corte do fomento à produção cinematográfica pelo governo Collor, João Batista de Andrade buscou o isolamento e a reflexão no interior do Centro-Oeste brasileiro. Na região, algum tempo depois, realizou filmes como “O Cego Que Gritava Luz”, “O Tronco” e “Rua Seis, Sem Número”, já da safra da retomada do cinema brasileiro. Em Goiás, colaborou ainda com a criação do FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental.

João Batista é, além de cineasta, escritor de romances como “Perdido no Meio da Rua” e “Um Olé em Deus”, além de ter vida política ativa, tendo sido Secretário de Cultura do estado de São Paulo.

Filmes a serem exibidos em Homenagem a João Batista de Andrade

“Liberdade de Imprensa” (Brasil, 25 min, 1966) – O filme traça um painel das condições da imprensa brasileira após o golpe de 1964, discutindo a Lei de Imprensa e a internacionalização dos meios de

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comunicação. Foi um dos primeiros balanços críticos feito pelo cinema brasileiro após o golpe. No filme estão presentes as passeatas, as imagens da marcha pela família, as cenas da repressão policial aos estudantes, entre outras.  “Portinari, um Pintor de Brodósqui” (Brasil, 10 min, 1968) – Visão da obra de Portinari, relacionada à sua infância em Brodósqui, com reconstituições de cenas que inspiraram o pintor, como o enterro da criança no caixãozinho azul e o futebol de meninos.

“Gamal, o Delírio do Sexo” (Brasil, 90 min, 1969) – Diante da realidade brasileira pós-AI5, um jornalista percebe sua total impotência política, entra em crise e vive uma série de episódios autônomos que expressam seu completo desespero. A fragmentação da narrativa impede a construção de uma estética alegórica, que remeta a uma única representação do Brasil, e o filme se torna uma expressão ainda mais forte da angústia e do medo imperantes à época, uma metáfora sobre a repressão recheada de belas imagens de desespero. Com Joana Fomm, Paulo César Pereio, Lourival Pariz, Fernando Peixoto e Flávio Santiago.

“O Filho da Televisão” (Brasil, 30 min, 1969) – Um dos episódios do longa-metragem “Em Cada Coração um Punhal”, o filme aborda a cultura de massa pelos bastidores, ao acompanhar as peripécias de um publicitário às voltas com o lançamento de um novo garoto-propaganda, que se torna amante de sua esposa. O filho que nasce dessa relação concretiza a metáfora que dá nome ao filme. Com Joanna Fomm, John Herbert, Medeiros Lima, João Batista de Andrade, Ana Maria Cerqueira Leite e Abraão Farc.

“Paulicéia Fantástica” (co-direção: Jean-Claude Bernardet, Brasil, 100 min, 1970) – Nas palavras de Vladimir Herzog à revista Visão, "Uma equipe de pesquisadores sob a direção de João Batista de Andrade partiu para fazer um documentário sobre os inícios do cinema paulista. O resultado foi um filme feito com o espírito iconoclasta dos modernistas de 1922. Mas com os olhos voltados para os tempos atuais".

“Eterna Esperança” (co-direção: Jean-Claude Bernardet, Brasil, 30 min, 1971) – A segunda parte da revisão do cinema paulista feita por João Batista de Andrade e Jean-Claude Bernardet aborda o cinema paulista dos anos trinta até o final da década de 40. Discute a relação entre o cinema e o Depto. de Imprensa e Propaganda de Getúlio Vargas, e a aspiração nacional a construir uma indústria de cinema.

“Migrantes” (Brasil, 7 min, 1972) – A partir de notícia de jornal com queixa contra migrantes sob viaduto, a proposta é lhes dar voz. Um curioso passa a entrevistar o migrante, num embate entre "migrante padrão" e “paulistano típico".

“Restos” (Brasil, 10 min, 1975) – O filme surgiu de um depoimento de um técnico americano que, examinado o lixão paulista para eventual exploração industrial, declarou: "o lixo de São Paulo é o mais rico do mundo".

“Buraco da Comadre” (Brasil, 10 min, 1975) – Um buraco enorme com mais de 20 anos de existência ocupa uma rua, sem que se encontre solução. O filme é uma discussão sobre o que fazer e sobre a relação da população com o progresso e com as autoridades.

“Doramundo” (Brasil, 95 min, 1977) - Numa pequena cidade de cordilheira, num ambiente de névoa e pouca luz, ocorre uma série de assassinatos. Baseado no romance de Geraldo Ferraz, o filme constrói uma história de dupla leitura: apesar de se passar em 1939, é um dos melhores retratos da situação política brasileira dos anos 70. Os policiais olham a população local com repulsa e transformam todos em suspeitos, e o filme deixa claro como, sob o pretexto de manter a ordem, o poder estabelecido oprime os cidadãos. Com Rolando Boldrin, Irene Ravache, Antonio Fagundes e Armando Bogus.

“Wilsinho Galiléia” (Brasil, 82 min, 1978) – A reconstrução da vida trágica de Wilsinho, transformado aos 14 anos em bandido perigoso, várias vezes preso e finalmente fuzilado pela polícia no dia em que completaria 18 anos. Com Paulo Weudes, Gilberto Moura e Ivan José.

“O Homem Que Virou Suco” (Brasil, 90 min, 1979) – Deraldo, poeta popular recém-chegado a São Paulo, é confundido com o operário de uma multinacional que havia matado o patrão na festa em que receberia o título de operário símbolo. Perseguido pela polícia, Deraldo perde sua identidade e sua condição de cidadão, passando a transitar entre vários pequenos empregos e situações inusitadas. Com José Dumont, Célia Maracajá, Denoy de Oliveira, Barros Freire, Renato Master, Rafael de Carvalho, Ruthnéia de Moraes e Ruth Escobar.

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“Greve!” (Brasil, 37 min, 1979) – Documento histórico e opinativo de João Batista de Andrade, "Greve!" narra os principais acontecimentos da greve dos metalúrgicos do ABC, ocorrida em março de 1979. Naqueles dias o sindicato esteve sob intervenção, e Lula e outros dirigentes haviam sido afastados. Entrevistas com o interventor do sindicato e com os operários, com cenas de seu cotidiano e das assembléias.

“A Próxima Vítima” (Brasil, 93 min, 1983) – Em período de eleições um jornalista de televisão é pautado para cobrir uma sucessão de crimes ocorridos no Brás. Fica amigo de um dentista prático conhecedor dos segredos do bairro e se envolve com uma menina-prostituta. O delegado se vale do jornalista para exibir na televisão o homem escolhido como bode expiatório. Com remorso, o jornalista procura o perseguido para tentar dar voz a ele. Mas este não aceita o repórter como seu representante e reage com violência, em cena síntese do filme. Com Antonio Fagundes, Gianfrancesco Guarnieri, Mayara Magri, Louise Cardoso, Othon Bastos, Ester Goes e Aldo Bueno.

“O País dos Tenentes” (Brasil, 75 min, 1986) – No dia em que é homenageado por uma multinacional, um general da reserva entra em crise e começa a rememorar a sua participação nas revoluções de inspiração tenentista. Isolado em sua casa de campo - já cercada pelo avanço da zona periférica - ele relembra as traições, os ideais frustrados e as divergências políticas entre os tenentes. Uma trajetória que coincide com 60 anos de vida política brasileira. Com Paulo Autran, Cássia Kiss, L. Pariz, Ricardo Petraglia, Buza Ferreaz, Giulia Gam e Carlos Gregório.

“O Cego que Gritava Luz” (Brasil, 73 min, 1996) – Às margens do Paranoá, em Brasília, um contador de histórias entretém os freqüentadores de um bar. Mas reluta em levar até o fim o caso de um assassinato cuja testemunha foi um cego. Pressionado pelos ouvintes, volta ao início do relato: a luta pela posse do lago entre agentes imobiliários e seu conflito com um grupo de posseiros. Sob a máscara do contador, revela-se alguém que se refugiava do passado, e o caso que hesitou em contar revela-se a história de sua própria derrota pessoal e política. Com Tonico Pereira, Roberto Bomtempo, Carmem Moretzsohn, Luciano Porto e Murilo Grossi.

“O Tronco” (Brasil, 109 min, 1999) – O filme é uma adaptação do romance de Bernardo Elis que, por sua vez, escreveu baseado em fatos reais. O coletor de impostos Vicente Lemos, homem de confiança do governo, é enviado para a região Norte a fim de combater o domínio absoluto exercido pela família do patriarca Pedro Melo. Mas os conflitos se acentuam e o governo acaba enviando uma tropa com soldados comandada pelo astuto e carreirista Juiz Carvalho, que inicia uma guerra selvagem entre jagunços e soldados. Com Antonio Fagundes, Ângelo Antônio, Letícia Sabatela, Rolando Boldrin e Chico Diaz.

“Rua 6, s/ n°” (Brasil, 100 min, 2002) – Desempregado, Solano recebe de um moribundo a incumbência de entregar a uma tal “Maíra” um pacote de dinheiro. Onde? Numa rua seis e nada mais. Mas ruas ou quadras seis existem por toda parte da periferia, nos arredores do plano piloto da capital brasileira, uma das mais violentas regiões do país. Descontente da vida, Solano parece procurar para si uma outra história. O encontro com “Maíra” se dará como um encontro com seu próprio passado. E, eventualmente, com sua morte. Com Marco Ricca, Luciana Braga, João Acaiabe, Henrique Rovira, Christine Fernandes, Umberto Mangnani, Gracindo Jr. e André Jorge.

“Vlado – 30 Anos Depois” (Brasil, 84 min, 2005) - Chamado ao DOI-CODI durante a ditadura militar para prestar depoimento, Vladimir Herzog, mesmo questionado pela mulher, recusou-se a fugir, alheio à clandestinidade. No mesmo dia, a família recebeu a notícia de sua morte, segundo fonte oficial, por suicídio. O filme revela sua trajetória, desde a infância na Iugoslávia até a posse na direção de jornalismo da TV Cultura. A recusa da mulher, amigos e sociedade à farsa montada para justificar a morte do jornalista tornou-se um marco na luta pela redemocratização do país.

“Travessia” (Brasil, 79 min, 2009) – A travessia de gerações sob influência da ditadura militar e da abertura política. Histórias e reflexões de pessoas que tiveram uma participação expressiva nesse período, seja a favor ou contra o golpe de estado.

Retrospectiva Consolidação da Retomada 

Em continuidade à série de retrospectivas históricas programadas desde a edição inaugural do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, chega a vez da Consolidação da Retomada, reunindo filmes realizados entre 2000 e 2009, quando o

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cinema da região se restabeleceu de maneira sólida, com certa circulação de filmes no mercado e considerável aceitação pelo público, além de inquestionável reconhecimento crítico. Foram selecionados dois títulos de cada ano desse período, incluindo sucessos de público e consagrações críticas. Vencedor do Festival de Biarritz e de outras 27 premiações, “Nove Rainhas” (2000) levou mais de um milhão de espectadores às salas argentinas e transformou-se em um dos marcos do cinema do país. O enredo acompanha dois golpistas (Ricardo Darín e Gastón Pauls) que se envolvem em um negócio de centenas de milhares de pesos. Seu diretor, Fabián Bielinsky, também assina outro título da Retrospectiva Consolidação da Retomada, “A Aura” (ver abaixo). A também argentina Lucrecia Martel provocou grande empolgação na crítica especializada pelo estilo inquietante de seu primeiro longa “O Pântano” (2000), vencedor do Prêmio Alfred Bauer no Festival de Berlim, também laureado no Festival de Havana com o Grand Coral e os prêmios de melhor direção, melhor atriz (para Graciela Borges) e melhor som. No filme, dois acidentes reúnem duas famílias, que tentarão sobreviver a um verão infernal. O curta-metragem que projetou Martel internacionalmente, “Rei Morto”, está incluído no programa especial Bicentenário do Processo de Independência da América Latina. Já “E Sua Mãe Também” (México, 2001) abriu caminhos internacionais para o diretor e produtor Alfonso Cuarón (que depois realizou filmes no exterior como “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” e “O Labirinto do Fauno”). No enredo, uma aventura recheada de inocência, amizade e sexualidade é deflagrada após o encontro de dois adolescentes mexicanos (Diego Luna e Gael García Bernal) e uma garota espanhola (Maribel Verdú).  O filme foi indicado ao Oscar, recebeu o prêmio da crítica em Havana e ainda foi eleito melhor filme estrangeiro pelos críticos de Nova York. Na Argentina, Juan José Campanella obteve com “O Filho da Noiva” (2001) seu primeiro grande sucesso no cinema.  Com mais de 1,3 milhões de espectadores na argentina, o longa tem no elenco Ricardo Darín, Héctor Alterio e Norma Aleandro. Indicado ao Oscar de filme estrangeiro (que o diretor conquistaria em 2010 com “O Segredo de Seus Olhos”), “O Filho da Noiva” foi eleito melhor filme no Festival de Moscou.  “Cidade de Deus” (2002), grande sucesso de bilheteria no Brasil, com mais de três milhões de espectadores, foi pioneiro numa nova abordagem do tema da favela, abrindo caminho para uma série de outros filmes. Seu diretor, Fernando Meirelles, levava anos de experiência na publicidade e na televisão, quando “Cidade de Deus” circulou em todo o mundo com grande repercussão, tendo sido indicado ao Oscar nas categorias direção e roteiro. Essa história de um lugar aparentemente condenado à violência traz no elenco Matheus Nachtergaele e Alice Braga, entre outros. Uma das grandes revelações do cinema argentino recente, Pablo Trapero impactou o Festival de Cannes com “Do Outro Lado da Lei” (2002) e viu consolidada sua carreira como diretor. O enredo aborda um chaveiro que é forçado a trocar a cidadezinha remota na área rural onde nasceu pelas violentas favelas de Buenos Aires, não lhe restando alternativa a não ser entrar para a “Bonaerense”, a perversa polícia de Buenos Aires.  “Diários de Motocicleta”, produção de 2003 que envolve Argentina, Brasil, Peru, Chile e Estados Unidos se passa em 1952, quando os jovens argentinos Ernesto Guevara e

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Alberto Granado (vividos por Gael García Bernal e Rodrigo de la Serna) decidem aventurar-se numa viagem pela complexa geografia física e humana da América Latina. O filme foi desafio proposto por Robert Redford a Walter Salles, quando já era diretor experiente de filmes como “Abril Despedaçado” e “Central do Brasil”. A obra, que conquistou o Oscar de melhor música (de autoria de Gustavo Santaolalla), recebeu no Festival de Cannes os prêmios do Júri Ecumênico e o grande prêmio técnico, tendo ainda conquistado o prêmio de melhor filme de língua não inglesa e melhor música no BAFTA. “Whisky” é uma co-produção com a Argentina e Espanha de 2003 que venceu mais de 20 prêmios - entre eles o de melhor filme no Festival de Havana e o prêmio da crítica da seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes, colocando o cinema uruguaio no circuito internacional. Dirigido pela dupla Juan Pablo Rebella (1974-2006) e Pablo Stoll, que havia assinado em 2001 “24 Watts”, o filme mostra como a rotineira vida de um proprietário de uma fábrica de meias é sacudida com a inesperada visita de seu irmão. Pablo Stoll participa também da Mostra Contemporâneos, com seu inédito “Hiroshima”.  Dirigido por Daniel Burman e sucesso de bilheteria na Argentina, “Abraço Partido” (2004) conquistou no Festival de Berlim o grande prêmio do júri e o Urso de Prata de melhor ator (para Daniel Hendler). Esta co-produção Argentina/Espanha/França/Itália mostra um jovem,   filho da crise, que não se tornou independente e vê seus amigos, filhos de imigrantes, tentando obter cidadania européia e uma solução para o desemprego. O diretor tem seu inédito “Dois Irmãos” entre os destaques da Mostra Contemporâneos.  O chileno Andrés Wood alcançou repercussão internacional com “Machuca” (2004), que foi premiada no Festival de Havana (melhor fotografia) e exibida em Cannes e em vários outros festivais. Esta co-produção Chile/Espanha traz uma história de uma amizade entre dois garotos no momento do golpe de estado contra o governo de Salvador Allende, em 1973. Segundo título de Fabián Bielinsky presente na Retrospectiva Consolidação da Retomada, “A Aura” (2005) foi selecionado para o Sundance Festival, recebeu prêmio da crítica no Festival de Havana e é considerado pela crítica de seu país como um dos filmes mais importantes do novo cinema argentino. Tendo no elenco Ricardo Darín, Dolores Fonzi, Pablo Cedrón e Alejandro Awada, seu enredo focaliza a alucinada viagem de um taxidermista introvertido. Selecionado para Cannes (onde recebeu o Prêmio da Educação Nacional), premiado em Guadalajara (melhor filme iberoamericano e melhor ator, para João Miguel) e no Festival do Rio (melhor ator e prêmio especial do júri), entre muitas outras premiações, “Cinema, Aspirinas e Urubus” (do pernambucano Marcelo Gomes, 2005), se passa em meio do sertão nordestino. Lá, um alemão que fugiu da guerra e um brasileiro que quer escapar da seca viajam em busca de novos horizontes.  Oriundo do curta-metragem, da televisão e da publicidade, Cao Hamburger conquistou reconhecimento no cinema com “O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias” (2006). A história se passa em plena ditadura militar brasileira, quando um garoto de 12 anos é separado dos pais e obrigado a se adaptar a uma “estranha” e divertida comunidade - o Bom Retiro, bairro de São Paulo que abriga judeus, italianos, entre outras culturas. Exibido em Berlin, o filme foi vencedor do prêmio da critica em Guadalajara e do prêmio do público no Festival do Rio, entre outros.

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 Produção equatoriana considerada a mais importante do recente cinema daquele país, “A Que Distância” (2006) foi premiado em Havana (melhor diretor estreante) e Montreal (melhor longa de estréia) e teve distribuição na Espanha, França, Alemanha, Estados Unidos e Brasil. Sua realizadora, Tania Hermida, havia trabalhado antes como assistente de direção no sucesso “Maria Cheia de Graça”. O divertido “O Banheiro do Papa” (2007), uma co-produção Uruguai/Brasil/França dirigida por César Charlone e Enrique Fernández, aborda uma frustrada visita do Papa João Paulo II visita Melo a um vilarejo no interior do Uruguai.  O filme foi o grande vencedor do Festival de Gramado (prêmio público, melhor ator, melhor atriz, melhor roteiro e prêmio da critica), tendo sido considerado como melhor filme de diretor estreante no Festival de Guadalajara. Vencedor do grande prêmio da Semana da Crítica do Festival de Cannes, “XXY” (2007), da argentina Lucía Puenzo,  tem como protagonista uma adolescente de 15 anos que oculta um segredo, relativo às suas características sexuais. No elenco estão Ricardo Darín, Valeria Bertuccelli, Germán Palacios, Carolina Pelleritti e Martín Piroyansky. Premiado no Sundance Festival e em Guadalajara, “A Babá” (Chile/México, 2008), do chileno Sebastián Silva, mostra uma mulher amarga e introvertida, que passa 23 anos trabalhando como babá para uma numerosa família de classe alta. À frente do elenco, Catalina Saavedra conquistou premiações e reconhecimento por seu trabalho. Rara produção da Guatemala, “Gasolina” (2008) marca a estréia na direção de Julio Hernandez Cordón. A história de três adolescentes que dedicam-se a roubar gasolina para sair pela noite dirigindo sem rumo em um carro venceu o Festival de San Sebastián  e alcançou repercussão em diversos eventos internacionais. Dirigido pelo uruguaio Andrián Biniez, “Gigante” (Uruguai/Argentina/Alemanha/Holanda, 2009), saiu consagrado do Festival de Berlim, onde recebeu o Urso de Prata de melhor filme de diretor estreante), além de premiações concedidas nos festivais de Chicago e San Sebastián, entre outros. Na surpreendente história, um guarda de segurança do turno da noite em hipermercado apaixona-se por uma faxineira do lugar e a observa através das câmaras de vigilância. Logo sua vida transforma-se em uma série de rituais e rotinas. A mesma edição do Festival de Berlim outorgou seu prêmio maior, o Urso de Ouro, para “A Teta Assustada” (2009), da peruana Claudia Llosa. Uma co-produção Peru/Espanha, o filme foi ainda indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro e vencedor dos festivais de Guadalajara e de Havana. Vivida por Magaly Solier, a protagonista tem uma doença transmitida pelo leite materno das mulheres que foram violadas ou maltratadas durante a guerra do terrorismo no Peru.

Bicentenário do Processo de Independência da América Latina

Em 2010, Argentina, Chile, Colômbia, México e Venezuela comemoram 200 anos de independência e o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo preparou uma programação especial em torno da data. Intitulada Bicentenário do Processo de Independência da América Latina, reúne uma sessão de curtas-metragens de destaque na história do cinema desses cinco países, além da estréia no Brasil do projeto argentino “25

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Miradas”, composto por filmes de 8 minutos assinados por alguns dos diretores mais relevantes daquele país.

A sessão de filmes curtos selecionados pela curadoria do Festival traz "A Mala" (1963, 20 min), filme de estréia de Raúl Ruiz, um dos cineastas chilenos de maior prestígio internacional, cuja carreira acumula mais de 100 títulos. Trata-se da história de um homem passeia pela cidade com mala cujo conteúdo é inusitado.

Representando a Colômbia, "Marina, a Esposa do Pescador" (2009, 13 min) é considerado um dos melhores curtas de todos os tempos de seu país. Dirigido por Carlos Hernández, acumula premiações nos festivais de Bilbao e Miami, tendo participado do AXN Film Festival e dos festivais de Guadalajara, Monterey e Los Angeles, entre outros. O enredo acompanha uma mulher que vive em uma humilde casa próxima a uma praia imensa e deserta.

Já "Rei Morto" (1995, 20 min) é o filme que revelou a diretora argentina Lucrecia Martel (que está presente na retrospectiva Consolidação da Retomada com “O Pântano”). A obra fez parte do longa-metragem "Historias Breves I" e foi vencedor do Festival de Cinema de Havana, na categoria melhor curta-metragem. A história focaliza a fuga empreendida por uma mulher e seus filhos.

Vencedora da Palma de Ouro no Festival de Cannes, "O Herói" (1993, 5 min) é uma comovente animação do diretor mexicano Carlos Carrera, que desenvolve carreira de numerosos longas, como "O Crime do Padre Amaro".

Por fim, "Terça-Feira, 13" (2010, 7 min), dirigido por Domingo Olavarria (jovem cineasta vencedor do "Projeto 48", da TNT) e selecionado para o Festival de Cannes, é uma tragicomédia com o apuro técnico característico da produção venezuelana.

Iniciativa da Universidade Três de Fevereiro e da Unidade Executora do Bicentenário argentino, com apoio de importantes produtores e empresas cinematográficas, “25 Olhares – 200 Minutos” (2010, 8 min cada) propõe um rico mosaico que dá mostra da diversidade de estilos e gêneros da produção argentina atual. Em São Paulo, são exibidos os 22 curtas já concluídos, assinados por nomes como Leonardo Favio, Paula Hernandez, Celina Murga, Juan Stagnaro e Gustavo Taretto, entre outros.

Filmes do projeto “25 Olhares – 200 Minutos” a serem exibidos

“Mercedes”, de Marcos Carnevale – Uma mulher tem 212 anos e é a única testemunha viva de toda a história argentina. “Restos”, de Albertina Carri – Nas décadas de 1960 e 1970, o cinema também foi arma política e uma quantidade indeterminável de filmes rodados na clandestinidade desafiaram a censura e a repressão. A maioria deles ficou perdida – eles também são desaparecidos.

“Lenda do Ceibo”, de Paula de Luque – Em uma espécie de poema sonoro-visual, transitamos, a partir da lenda do ceibo, a história sempre reescrita de perseguidores e perseguidos, repressores e oprimidos, da colonização até a ditadura.

“Guillermina P.”, de Inês de Oliveira Cezar – Um dia na vida de uma jovem que se apresenta para uma entrevista de trabalho, passando pelas crônicas das viagens de Marco Pólo, as crônicas de estrangeiros sobre os costumes dos habitantes do Rio da Prata de 1800 e o que poderia ter sido o 25 de Maio de 1810 para um pescador.

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“A Voz”, de Sabrina Farji – Sonho em clima de pesadelo, em que uma mulher é invadida pelas vozes de alguns personagens dos 200 anos da história argentina.  “Gente Adorável”, de Leonardo Favio – Documentário com frases de nossos próceres sobre imagens de filmes de Leonardo Favio.

“Filha do Sol”, de Pablo Fendrik – Jovem grávida invade casa para roubar, enquanto seus moradores assistem ao ato de 25 de Maio.  “Posadas”, de Sandra Gugliotta – Em 1978, numa Buenos Aires sitiada entre o medo e a violência, uma militante política leva sua filha em uma fuga rumo à fronteira.

“Sangue Ruim”, de Paula Hernandez – Uma faxineira transita pela história sangrenta dos 200 anos da Argentina, alternando entre a ficção e a realidade.

“Intolerância”, de Juan José Jusid – Um grupo de pais preparam-se o ato do Bicentenário, mas um  fato deflagrado por uma de suas filhas coloca-os em conflito. “Ser Útil Hoje”, de Victor Laplace – Experiência que parte do sensorial/emotivo e termina no intelectual, na qual a imagem hipnótica das estradas e o campo avançando para o "infinito". “O Avô”, de Alberto Lecchi – Em 1983, em meio aos festejos pela volta à democracia, um senhor rememora a história de sua família e da própria Argentina.

“Na Trincheira”, de Mausi Martinez – Entrincheirados em um estuário, dois desertores tentam fugir de uma das mais sangrentas batalhas durante a Guerra da Tripla Aliança.  “Mensageiro”, de Nestor Montalbano – Em um fato esquecido da história argentina, o General San Martín detem-se na Cordilheira e a travessia dos Andes não avança. Um simples mensageiro, aconselhado por um xamã aborígene, tentará resolver a situação.

“Pavón”, de Celina Murga – Dois primos se encontram em uma aldeia para decidir o que fazer com um velho armazém abandonado, quando ocorre um achado inesperado. “(minha) História Argentina”, de Gustavo Postiglione –Quatro décadas de um olhar sobre o país, transitando entre o ensaio e a ficção, incluindo rock, a militância, os anos 1980 e Evita vestida como Cindy Lauper.  “Mais Adiante”, de Lucía e Esteban Puenzo – Às vésperas do primeiro centenário de independência da Argentina, um oligarca rural encomenda a um cineasta um filme sobre os festejos.

“Argentina do Bicentenário - As Vozes e os Silêncios”, de Carlos Sorin – Os historiadores Mario O´Donnell e Carlos Altamirano discorrem sobre a civilização e a barbárie, enquanto que no interior profundo do país garotos estão condenados a um futuro incerto.

“O Espião”, de Juan Stagnaro – Em março de 1812, em um país convulsionado pela revolução ainda incipiente, um jovem militar se oferece para combater pela pátria. Interrogado, diz chamar-se José de San Martin.

“Falhas de Origem”, de Juan Taratuto – Um falso documentário sobre a capacidade do ser argentino de deixar passar qualquer oportunidade de prosperar.

“Mais Uma Vez”, de Gustavo Taretto – Uma metáfora do desencontro histórico entre nós mesmos e de como transformamos cada assunto em uma tragédia. “Para Todos os Homens e Mulheres de Boa Vontade”, de Ricardo Wulicher – Um relato da história da Argentina através de seus símbolos musicais.

Competição Escolas de Cinema

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Criada em 2008, esta seção reúne filmes produzidos nos cursos audiovisuais de instituições de ensino filiadas à CILECT Iberoamérica, o grupo de escolas ibero-americanas filiadas ao CILECT (International Association of Film and Television Schools), além de cursos convidados.

Concorrendo a uma bolsa residência para o realizador da obra vencedora, estão programados 38 títulos, representando 14 escolas.

Da Argentina, são exibidos curtas-metragens das instituições ENERC, UBA e UCINE; de Cuba, da EICTV; do México, participam Iberoamericana, CCC e CUEC; já o Uruguai está representado pela ECU. As escolas brasileiras presentes são ECA/USP, FAAP, PUC Rio, UFF e Unicamp.

Filmes a serem exibidos na Competição Escolas de Cinema

“Acontecências”, de Alice Villela e Hidalgo Romero (Brasil-Unicamp, 23 min) - Documentário filmado na aldeia Asuriní do Xingu em 2007 que promove uma reflexão sobre as imagens.  “Argentino Vargas”, de Federico Sosa (Argentina-ENERC, 12 min) - Argentino Vargas, um lutador de boxe aposentado, voltará ao ringue com a esperança de impressionar Alicia, que no bar de todas as noites sempre foge dele.   “Astronauta”, de Mariela Patelta e Rodrigo Lappado (Uruguai-ECU, 20 min) - É um dia muito especial para duas irmãs. O cruzamento de expectativas irá provocar uma mudança na situação de cada uma delas. “Ausente”, de Jorge Fried Budnik (Argentina-UCINE, 10 min) – Entre batentes e janelas, um retrato da desgastada rotina de um jovem casal em um pequeno apartamento da cidade de Buenos Aires. “Avós”, de Michael Wahrmann (Brasil-FAAP, 12 min) – Ao festejar seu aniversário, garoto ganha uma velha câmera super-8, através da qual ele conta sua história.

“Banhos de Mar”, de Raphael Mesquita (Brasil-UFF, 15  min) - Numa vila de pescadores, os banhos de mar de Clarice e sua família são interrompidos pelo desaparecimento do pai. “O Boxeador”, de Juan Ignácio Pollio (Argentina- UCINE, 10 min) - Em um ginásio, Héctor treina como sparring dos jovens boxeadores na esperança do momento de uma revelação “Como Comer um Elefante”, de Jansen Raveira (Brasil-UFF, 6  min) - A experiência traumática de uma candidata a miss ao tentar ler "O Pequeno Príncipe”.  “Crônica de Um Instante”, de Ileana Leyva (México-CUEC, 15 min) - Ela decide fazer um pacto silencioso com ele e volta à casa onde ambos viveram uma relação apaixonada anos atrás.  “Dedos”, de Agustina Willat (Uruguai-ECU) - Do amor ao desamor, um encontro contado a partir do tato.

“Desejo Carnal”, de Piedad Granja Galeano (Argentina-UBA, 11 min) – Uma chef, que perdeu a capacidade de sentir e o prazer pela cozinha, recupera-se após experimentar sangue humano.  “Enlouquecido na Serra”, de Andres Monterrubio (México-Iberoamericana, 14 min) - Hoje Carlos vai se declarar a Ana. O dia está bonito, e tudo parece bem... Bem, tudo parecia bem...

“Estado Senil”, de Ivan Almeida Rodrigues (Brasil-FAAP, 14 min) - Em um futuro próximo, uma garota entra em contato com o passado, o que desperta nela a curiosidade sobre seus avós.

“Estio”, de Mariana Musalem (México-CCC, 19 min) - Mulher passa o versão com seu filho e o melhor amigo dele e vê-se obrigada a lidar com desejos insperados.

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“Fechaduras”, de Enrique Vázquez (México-CUEC, 25 min) - Um chaveiro viúvo, que entra nas casas de seus clientes para imaginar que vive uma vida que não é a sua, se interessa por uma jovem enfermeira. “Free Jolito”, de Marcos Bucay (México-Iberoamericana, 10 min) - Jolito é indiscutivelmente um jovem mexicano, tanto que seu corpo se manifesta como um feijão gigante, decide buscar novas oportunidades nos Estados Unidos. “A Guerra de Arturo”, de Pedro Arantes e Júlio Taubkin (Brasil-ECA/USP, 19 min) – Um reles funcionário da redação de um jornal deflagra acidentalmente uma guerra entre Brasil e Argentina.

“A História de Ângelo”, de Diogo Cronemberger (Brasil-ECA/USP, 20 min) - Um estudante de jornalismo é apaixonado por uma bela colega Laura. O problema é que ela nem sequer o percebe. [email protected] “A História de Horácio”, de Matias Ganz e Damian Vicente (Uruguai-ECU, 22min) – Horácio chega e uma nova cidade, fugindo de sua falta de sorte. Ali tentará lutar contra seu destino para ter uma nova vida.

“Isabel”, de Camila Gómez e Eliana Soledad Lomba (Argentina-UBA, 15 min) - Isabel quer participar de uma excursão ao planetário, e para isso tenta que sua mãe assine a autorização do colégio.

“Os Itinerantes”, de Federico Cecchetti Márquez (México-CUEC, 21 min) - Três cineastas itinerantes percorrem a república mexicana em plena revolução de 1915.

“Limpa Essa, Moacir!”, de Fabrício Gallinucci (Brasil-FAAP, 9 min) - A rotina de um caminhoneiro cheio de manias sofrerá grandes mudanças durante sua próxima viagem. “Mais Uma Noite”, de Pedro Morelli e Luis Eduardo Amaral (Brasil-ECA/USP, 15 min) - Numa balada, rapaz sente a obrigação de beijar o maior número possível de mulheres enquanto uma jovem não encontra seu lugar nesse ambiente superficial.

 “A Maré”, Armando Capó Ramos (Cuba-EICTV, 26 min) - Homem que vive em um velho barco abandonado, recebe uma misteriosa ligação. “Os Minutos, as Horas”, de Janaína Marques Ribeiro (Cuba-EICTV, 10 min) - Yoli sempre morou com sua mãe em um bairro humilde de Havana. Um dia, um homem a convida para sair e ela decide espera-lo.

“Na Margem”, de Martina Matzkin (Argentina-UBA, 15 min) - Do outro lado da margem termina o jogo. Ana e Lucia abordam o fim de um tempo e o começo de outro. “Nebraska”, de Adrián Ortiz (México-CCC, 30 min) – Após tentar encontrar uma vida melhor nos Estados Unidos, jovem volta à sua cidade, mas não tem coragem de encarar a sua família.

“Nós Palhaços”, Olivia Borges e Lívia Travassos (Brasil-PUC Rio, 18 min) - O processo de desconstrução do ator e a criação do personagem palhaço. “Outra Cidade”, de Coraci Ruiz (Brasil-Unicamp, 15 min) - A minha cidade é muito grande, quase não tem fim. Em cada pessoa mora uma cidade, a cidade mora em mim. “A Profecia de Asgard”, de Giu Jorge (Brasil-UFF, 14 min) - Matheus é despertado por um bilhete misterioso com uma missão vinda de outro mundo. “Quem será Katlyn”, de Cauê Fernandes Nunes (Brasil-Unicamp, 15 min) - Documentário sobre identidades sociais, focalizando uma travesti que narra o seu processo de transformação identitária. “Reto, Reto, Gancho”, de Santiago Maza (México-Iberoamericana, 11 min) - Tudo parece estar pronto para se ver round após round de talento pugilístico, quando um gancho muda o rumo da luta.

“Senhora Pássaro”, de Véronique Decroux e Julio Bárcenas (México-CCC, 12 min) - Uma criança que vê de sua varanda a vida passar, encontra-se no terraço de frente com uma mulher sem vontade de viver.

“Se Todos Fossem Iguais”, de Fernando Barcillos e Joyce Santos (Brasil-PUC Rio, 18 min) - O cotidiano de seis crianças de diferentes classes sociais, que revelam sonhos, visões do mundo e esperanças.

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“O Som do Gol”, de Leonardo Neumann (Brasil-PUC Rio, 15 min) - A relação de pessoas cegas com a grande paixão brasileira, o futebol.

“Terra Desconhecida”, de Rodrigo Daniel Alves de Melo (Cuba-EICTV, 10 min) - Um idoso que acredita em um mundo melhor espera por um misterioso evento.

“Um Paciente em Diminuição”, de Damián Slipoi (Argentina-ENERC, 11 min) - Um médico sádico faz uma excepcional descoberta científica ao promover experiências com um paciente. “Viva os Noivos”, de Julia Olivares (Argentina-ENERC, 12 min) - Durante uma cerimônia de casamento, o noivo está atrasado. Isto acarreta o início de uma disputa entre as futuras famílias políticas.

Debates, aula magna e lançamento de livro

Seis debates agendados pelo 5º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo abordam temas como a co-produção internacional, a crítica cinematográfica e o ensino audiovisual, além de dois encontros com diretores e uma mesa redonda sobre a obra do cineasta João Batista de Andrade. Uma aula magna ministrada pelo argentino Marcelo Piñeyro e o lançamento da edição atualizada do livro “João Batista de Andrade - Alguma Solidão e Muitas Histórias” completam essa programação.

13/07, terça-feira16h00 - mesa 1: “O Papel da Co-produção Internacional no Cinema Contemporâneo”Pablo Rovito (produtor, Argentina) e Joan Álvarez (roteirista, professor e pesquisador, Espanha)Memorial da América Latina / Mini-Auditório20h00 – mesa 2: “O Impacto dos Novos Meios na Crítica Audiovisual”José Carlos Avellar (crítico, Brasil), Cleber Eduardo (crítico Brasil), Rogerio da Costa (professor, Brasil) e Cássio Starling Carlos (crítico, Brasil) Memorial da América Latina / Mini-Auditório

14/07, quarta-feira16h00 – mesa 3: “Conversa entre Diretores - 1” Flávio González Mello (México) e Miguel Coyula (Cuba) Memorial da América Latina / Mini-Auditório

18h00 – lançamento de reedição do livro “João Batista de Andrade - Alguma Solidão e Muitas Histórias”, de Maria do Rosário Caetano (IMESP, 2010)Memorial da América Latina / Sala Mário de Andrade

20h00 – mesa Homenagem: “O Cinema de João Batista de Andrade”Jean-Claude Bernardet (pesquisador e crítico, Brasil)Memorial da América Latina / Mini-Auditório

15/07, quinta-feira16h00 – mesa 4: “Conversa entre Diretores – 2” Marcelo Gomes (Brasil), Paz Fábrega (Costa Rica) e Felipe Bragança (Brasil) Memorial da América Latina / Mini-Auditório

20h00 – mesa 5: “A Inter-relação entre as Escolas de Cinema e o Mercado Produtivo” Gustavo Montiel (diretor, México) e Eduardo Valente (diretor, Brasil) Sala Cinemateca BNDES

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17/07, sábado16h00 – aula magna Marcelo Piñeyro (diretor, Argentina)Memorial da América Latina / Mini-Auditório

Oficinas Audiovisuais

O 5º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo organiza cinco oficinas teóricas e práticas de cinema gratuitas e voltadas para público amplo, ministradas em espanhol e português. Ministradas por nomes como José Carlos Avellar, Marcelo Gomes, Idê Lacreta, o espanhol Joan Álvarez e o mexicano Flavio González Mello, elas abordam estratégias de co-produção e difusão; crítica cinematográfica; montagem; roteiro; e direção e criação cinematográfica. As oficinas são fruto de uma parceria do Festival com a Cinemateca Brasileira, a Sociedade Amigos da Cinemateca e a Ciba-Cilect (Cilect Ibero América – Centre International de Liaison des Écoles de Cinema et Télèvision).  - oficina “Crítica” professor responsável: José Carlos Avellar, crítico e ensaísta (Brasil)de 13 a 16/07, das 10h00 às 13h00, no Memorial da América Latina 

- oficina “Roteiro”professor responsável: Flavio González Mello, roteirista e diretor (México)de 13 a 17/07, das 10h00 às 13h00, no Memorial da América Latina  - oficina “Direção e Criação Cinematográfica”professor responsável: Marcelo Gomes, diretor (Brasil) de 13 a 16/07, das 10h00 às 13h00, no Memorial da América Latina  

- oficina “Tendências Inovadoras na Criação e Produção Cinematográfica (da co-produção internacional ao cinema colaborativo)”professor responsável: Joan Álvarez roteirista, professor e pesquisador (Espanha)de 13 a 17/07, das 10h00 às 13h00, no Memorial da América Latina   - oficina “Montagem”Professor Responsável: Idê Lacreta, montadora (Brasil) de 13 a 17/07, das 10h00 às 13h00, no Museu da Imagem e do Som

serviço5º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulowww.memorial.sp.gov.br

de 12 a 18 de julho de 2010entrada franca em todas as salas

Memorial da América Latina (duas salas)Av. Auro S. de Moura Andrade 664 / portão 16, Barra Funda - (11) 3283.4757

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Cinemateca BrasileiraLargo Senador Raul Cardoso 207, Vila Clementino – (11) 3512.6111

CineSescRua Augusta 2075, Cerqueira César – (11) 3082.0213

Cinusp “Paulo Emílio”Rua do Anfiteatro 181, Cidade Universitária – (11) 3091.3540

Museu da Imagem e do SomAvenida Europa 158, Jardim Europa – (11) 2117.4777

IMPRENSA

Comunicação Social do Memorial da América LatinaAdriano Capelo – Daniel Pereira – Daniela Agostini - Eduardo Rascov – Gabriel Emídio – Mônica Saraiva(22) 3823 4605/4619/[email protected] Comunicação – Eliz Ferreira e Valéria Blanco11.372901455 / 3729-1456 / [email protected] / [email protected]