01 teologia

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A DOUTRINA DE DEUS  O DEUS ÚNICO E VERDADEIRO (1/57) Dentro das fronteiras do universo que a humanidade habita, existem dois tipos de seres. Existem aqueles seres que são dependentes uns dos outros. Esta categoria abarca tudo, de elefantes a lesmas, de anjos a demônios, de seres humanos a vírus. Contudo, existe um ser do qual todos os outros dependem. Somente ele é auto-existente  o grande Yahweh (“Jehovah” ou Jeová), que disse a Moisés que o Seu nome é “EU SOU O QUE SOU” (Êxodo 3:14; ver também Apocalipse 1:4). Todos os outros ser es extraem o seu sustento e existência a partir Dele. Ele é absolutamente único, de tal forma que Ele não depende (não precisa) de nada fora de Si mesmo. Apenas Ele possui o que os estudantes de teologia chamam de asseidade, o atributo da auto-existência (João 1:4; 5:26). Como ele concede a vida para toda a criação, desde o maior objeto até a menor das partículas, Ele deve ser confessado como o único Criador e Deus (1Coríntios 8:6). A confissão da Bíblia sobre a singularidade de Deus também pode ser encontrada na declaração de que Ele é santo (Isaías 6:3; Apocalipse 4:8). A santidade de Deus significa primeiramente que Ele é completamente diferente da Sua criação. Ele é o Criador, único e em controle completo de tudo o que Ele fez. Nós, seres humanos, somos limitados no que podemos fazer. Nosso conhecimento é finito, e nunca exaustivo. Nossas vidas nesta terra são relativamente curtas em duração e frequentemente perseguidas por experiências dolorosas - “desagradável, brutal e curta”, como o filósofo Thomas Hobbes uma vez descreveu. Deus não é assim. Ele é imortal, pode fazer tudo o que a sua boa vontade decide, e não tem absolutamente nenhuma limitação. Dizer que Deus é santo significa falar da Sua singularidade, da Sua diversidade (ou alteridade) diante da Sua criação. Homens e mulheres adoram a vários deuses. Tendo sido feitos à imagem do Deus verdadeiro, os seres humanos têm um insaciável desejo de adoração (ou prestar culto). Contudo, sendo seres caídos (pelo pecado), os seres humanos inevitavelmente adoram deuses fabricados por eles mesmos. João Calvino, o Reformador Francês, apontou precisamente que a mente humana é “uma perpétua fábrica de ídolos”. (Institutas da Religião Cristã, 1.11.8; cf. Romanos 1:18-25). O único remédio é a dádiva da visão espiritual, por parte de Deus, onde é concedido como que um raio de luz do céu, e as pessoas são despertadas para conhecerem ao Deus verdadeiro, e para conhecerem a si mesmas como Suas criaturas. Deus é, portanto, soberano sobre a Sua criação. Ele concede vida e tira a vida, levanta nações e montanhas, e também as rebaixa, trás sóis para a luz, e os estingue. Nada pode detê-Lo. O que Ele decide, certamente acontece, e neste exercício de soberania está a Sua glória. Os seres humanos têm o privilégio e a responsabilidade de reconhecer esta soberania de Deus. Contudo, eles só podem fazer isto quando Deus inclina os seus corações. Por

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A DOUTRINA DE DEUS— O DEUS ÚNICO E VERDADEIRO (1/57)

Dentro das fronteiras do universo que a humanidade habita, existem dois tipos de

seres. Existem aqueles seres que são dependentes uns dos outros. Esta categoria abarca

tudo, de elefantes a lesmas, de anjos a demônios, de seres humanos a vírus. Contudo,

existe um ser do qual todos os outros dependem. Somente ele é auto-existente –  o

grande Yahweh (“Jehovah” ou Jeová), que disse a Moisés que o Seu nome é “EU SOU

O QUE SOU” (Êxodo 3:14; ver também Apocalipse 1:4). Todos os outros seres extraem

o seu sustento e existência a partir Dele. Ele é absolutamente único, de tal forma que

Ele não depende (não precisa) de nada fora de Si mesmo. Apenas Ele possui o que os

estudantes de teologia chamam de asseidade, o atributo da auto-existência (João 1:4;

5:26). Como ele concede a vida para toda a criação, desde o maior objeto até a menor

das partículas, Ele deve ser confessado como o único Criador e Deus (1Coríntios 8:6).

A confissão da Bíblia sobre a singularidade de Deus também pode ser encontrada na

declaração de que Ele é santo (Isaías 6:3; Apocalipse 4:8). A santidade de Deus significa

primeiramente que Ele é completamente diferente da Sua criação. Ele é o Criador,

único e em controle completo de tudo o que Ele fez. Nós, seres humanos, somos

limitados no que podemos fazer. Nosso conhecimento é finito, e nunca exaustivo.

Nossas vidas nesta terra são relativamente curtas em duração e frequentemente

perseguidas por experiências dolorosas - “desagradável, brutal e curta”, como o

filósofo Thomas Hobbes uma vez descreveu. Deus não é assim. Ele é imortal, pode

fazer tudo o que a sua boa vontade decide, e não tem absolutamente nenhumalimitação. Dizer que Deus é santo significa falar da Sua singularidade, da Sua

diversidade (ou alteridade) diante da Sua criação.

Homens e mulheres adoram a vários deuses. Tendo sido feitos à imagem do Deus

verdadeiro, os seres humanos têm um insaciável desejo de adoração (ou prestar culto).

Contudo, sendo seres caídos (pelo pecado), os seres humanos inevitavelmente adoram

deuses fabricados por eles mesmos. João Calvino, o Reformador Francês, apontou

precisamente que a mente humana é “uma perpétua fábrica de ídolos”. (Institutas da

Religião Cristã, 1.11.8; cf. Romanos 1:18-25). O único remédio é a dádiva da visão

espiritual, por parte de Deus, onde é concedido como que um raio de luz do céu, e as

pessoas são despertadas para conhecerem ao Deus verdadeiro, e para conhecerem a si

mesmas como Suas criaturas.

Deus é, portanto, soberano sobre a Sua criação. Ele concede vida e tira a vida, levanta

nações e montanhas, e também as rebaixa, trás sóis para a luz, e os estingue. Nada

pode detê-Lo. O que Ele decide, certamente acontece, e neste exercício de soberania

está a Sua glória.

Os seres humanos têm o privilégio e a responsabilidade de reconhecer esta soberaniade Deus. Contudo, eles só podem fazer isto quando Deus inclina os seus corações. Por

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natureza, eles são rebeldes, desprezando a Sua autoridade, e agindo contra o que eles

instintivamente sabem, e também declarando que Deus não existe.

Contudo, Ele existe sim! O Cristão tem mais certeza disto do que qualquer outra coisa

que ele ou ela saiba. Assim, o “doce deleite” (emprestando uma frase de Jonathan

Edwards, o pregador evangélico do século XVIII) do Cristão é submeter-se a estes

grande Deus, reconhecendo a sua total dependência Dele, e vivendo para Ele e para a

Sua glória. Portanto, o discurso Cristão sobre Deus é muito mais do que uma discussão

filosófica sobre a Sua existência. É o próprio deleite, para o Cristão, vir a conhecer o

único e verdadeiro Deus, e conhecendo-O, encontrar significado para a vida e,

certamente, a vida eterna (1João 5:20) – na qual o Cristão vai desfrutar eternamente o

conhecimento, o amor e a comunhão com o Deus triuno, tendo gozo no Seu sorriso e

 banqueteando na Sua presença.