02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa...

18
02-10-2015

Transcript of 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa...

Page 1: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

02-10-2015

Page 2: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

Revista de Imprensa02-10-2015

1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes em diálise e crianças eminstituições

1

2. (PT) - Expresso, 02/10/2015, Taxas moderadoras cobradas no aborto 2

3. (PT) - Expresso, 02/10/2015, Lei do álcool não impede aumento do consumo 3

4. (PT) - Público, 02/10/2015, Técnicos do INEM em greve marcharam em protesto até ao Ministério daSaúde

6

5. (PT) - Correio da Manhã, 02/10/2015, "Funções de exigência e grande complexidade" - entrevista a LuísPesca

7

6. (PT) - Jornal de Notícias, 02/10/2015, "Luz verde" para as obras do Joãozinho 8

7. (PT) - Jornal de Notícias, 02/10/2015, Dezenas de alunos doentes com viroses 9

8. (PT) - Correio da Manhã, 02/10/2015, Cinco unidades 10

9. (PT) - Público, 02/10/2015, Acordo entre Governo e enfermeiros só para sindicalizados 11

10. (PT) - Público, 02/10/2015, DGS confirma quatro casos de botulismo e mais dois prováveis 12

11. (PT) - Destak, 02/10/2015, Fundo inédito de um milhão para projetos em saúde 13

12. (PT) - Destak, 02/10/2015, Exposição tóxica ameaça reprodução 14

13. (PT) - Expresso, 02/10/2015, A Vitória que derrotou um mioma 15

14. (PT) - Expresso, 02/10/2015, Uma vida pela sombra 16

Page 3: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A1

Tiragem: 29592

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 30

Cores: Cor

Área: 16,14 x 18,32 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61228874 02-10-2015

Página 1

Page 4: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A2

Tiragem: 100925

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 40

Cores: Cor

Área: 5,09 x 3,42 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61227986 02-10-2015Taxas moderadoras co-bradas no aborto Entrou em vigor o pagamento de taxas moderadoras na interrupção de gravidez quando for reali-zada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas de ges-tação. O valor é de 7,75 euros.

Página 2

Page 5: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A3

Tiragem: 100925

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 18

Cores: Cor

Área: 28,20 x 44,50 cm²

Corte: 1 de 3ID: 61227921 02-10-2015

Consumo de cerveja e vinho subiu depois da nova lei

Hugo Franco

Passaram-se três meses desde a entrada em vi-gor da nova lei do álcool, que proíbe o consu-mo e venda de cerveja e vinho a menores de

18 anos. Desde então, foram bebidos em Portugal mais 3,5 milhões de litros de cerveja do que no mesmo período de 2014. Os números são da Nielsen, empresa que estuda os hábitos de consumo em mais de cem países. Entre julho e a primeira semana de setembro deste ano, os portugueses beberam cerca de 47,3 milhões de litros de cer-veja, enquanto no ano passado foram ingeridos 43,7 milhões.

Também no vinho houve um acréscimo no consumo no mes-mo período: de 35,2 milhões de litros para 37,5 milhões (entre vinhos correntes e de qualida-de). Os dados comparativos da Nielsen não referem a idade dos consumidores, mas indi-cam pelo menos uma tendência comum a estes dois tipos de bebida: somando o vinho e a cerveja, foram ingeridos quase mais seis milhões de litros du-rante estas dez semanas, de um ano para o outro.

Manuel Cardoso, vice-pre-sidente do Serviço de Inter-venção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), defende que estes va-lores não representam, só por si, um aumento nos consumos dos sub-18, mas lembra que o crescimento se deve em grande parte à relação entre o preço a que as bebidas são vendidas

em supermercados, bares e dis-cotecas e o poder de compra: “Quanto maior a capacidade de aquisição da população em ge-ral maior é o consumo. Quanto mais baixo o preço maior o con-sumo”, salienta (ver entrevista na página ao lado).

O psicólogo Aires Gameiro, que tem desenvolvido um tra-balho de fundo nas áreas da saúde mental, psicologia e al-coologia, aponta várias causas para o facto de ter havido mais pessoas a beber imperiais no último verão. Destaca a falta de fiscalização nos estabelecimen-tos de diversão noturna: “Não se ouve falar muito de bares fechados e multados.” Lembra as temperaturas “anómalas” de julho e agosto e também “os milhares de festivais de rock e gastronomia ‘bebidos’ até ao coma” ou “as festas religiosas e arraiais de espetáculo e de bebidas bem encharcados pela noite e madrugada”.

Quanto à nova legislação, o especialista considera-a “muito positiva” mas “pouco fiscaliza-da, devido a interesses contrá-rios poderosos”. A sua colega Patrícia António, psicóloga clí-nica da Unidade de Alcoologia de Lisboa, só vê aspetos positi-vos no diploma que entrou em vigor a 1 de julho: “Do ponto de vista científico não fazia senti-do estabelecer diferenciação entre as bebidas espirituosas das outras bebidas, como se de ‘álcool bom’ e ‘álcool mau’ se tratasse.”

Quem não está de acordo é Francisco Gírio, secretário-ge-ral da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja, que define a mais recente alteração à lei do álcool como “precipita-da”. Para este responsável, está

na hora de o SICAD e o Minis-tério da Saúde realizarem estu-dos epidemiológicos aos jovens entre os 12 e os 18 anos “que permitam identificar se houve ou não diminuição de consu-mo de álcool, segregando-os pelos tipo de bebidas”. Sobre os dados do consumo divulga-dos pela Nielsen, relativiza: “A explicação mais provável para a subida da cerveja deve-se ao aumento de turistas em 2015.”

Fiscalização da ASAE

O vinho é considerado pelos especialistas como menos po-pular do que a cerveja entre os escalões etários mais baixos, até porque, salvo raras exce-ções, é vendido a preços mais elevados do que as imperiais nas casas de diversão noturna. A exceção é a sangria que mis-tura vinho e sumo: por ser ba-rata e ter um sabor adocicado, ganhou algum sucesso entre os menores de idade.

“A lei só se tornará verdadei-ramente eficaz se houver uma grande fiscalização”, diz Ana Isabel Alves, a secretária-ge-ral da Associação de Vinhos e

Álcool Portugueses beberam mais 5,8 milhões de litros do que em 2014. ASAE apanhou 63 menores entre julho e setembro

SO CIEDADE TENDÊNCIA

ESPECIALISTAS DIZEM QUE HÁ PESSOAS CADA VEZ MAIS NOVAS A RECORRER AOS SERVIÇOS DE ALCOOLOGIA

Em 2015, a ASAE identificou 99 menores a ingerir álcool em bares e discotecasNUNO BOTELHO

Turismo pode explicar aumento Página 3

Page 6: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

Tiragem: 100925

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 19

Cores: Cor

Área: 28,20 x 44,50 cm²

Corte: 2 de 3ID: 61227921 02-10-2015

Espirituosas de Portugal, que apoiou a mais recente mudan-ça na legislação. “Defendemos que o vinho deva ser ingerido por pessoas de maior matu-ridade e não por menores”, acrescenta. Pelo menos para já, esta responsável prefere não fazer “qualquer tipo de análi-se” relativamente a números sobre consumo, uma vez que só passaram três meses sobre a execução da lei. Ainda assim, arrisca uma hipótese para esta subida das vendas: “Foi influen-ciada pela onda de turismo em Portugal.”

O Expresso contactou uma dezena de centros hospitalares do país para perceber se houve alguma alteração no número de entradas nas urgências de jovens com intoxicações etíli-cas, a partir de 1 de julho. Até ao fecho da edição, só o Hos-pital Amadora-Sintra tinha divulgado os dados: para res-ponder que não houve grandes diferenças comparativamente ao verão de 2014.

Em 2015, a Autoridade de Segurança Alimentar e Eco-nómica (ASAE) identificou 99 menores entre os 13 e 17 anos a ingerir bebidas alcoólicas em bares e discotecas por todo o país. Uma grande parte dos jo-vens (63) foi apanhada precisa-mente nos últimos três meses em que a lei entrou em vigor, o que dá uma média um pouco abaixo de um caso por dia. O gabinete de comunicação da ASAE revela que nos últimos nove meses de fiscalização “fo-ram detetadas 161 infrações tendo sido instaurados um total de 593 processos”.

É negativa a nota dada por Francisco Gírio e Aires Gamei-ro às ações da ASAE neste ca-

pítulo da fiscalização do álcool entre menores de idade. Para o secretário-geral da Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja, as infrações detetadas nos festivais de música de verão “foram insignificantes”, o que “só vem provar que não existe sequer um problema dentro de recintos de festivais onde a cerveja é praticamente a única bebida alcoólica permitida”. Este dirigente diz ter informa-ções que “os poucos problemas detetados foram com jovens com garrafas de 1,5 litros com misturas de bebidas espirituo-sas e destiladas”. Também o psicólogo Aires Gameiro con-sidera “baixos” os resultados apresentados pela ASAE, com a agravante de terem “poucas consequências dissuasoras e penalizações”.

Já Patrícia António, pelo con-trário, defende que as ações dos inspetores da autoridade alimentar devem servir de aler-ta a todos: “Cada menor que é identificado a ingerir bebidas alcoólicas em excesso e sem rede merece a nossa clara preo-cupação.” Isto porque, salienta a especialista, “é sabido que os números de consumidores jovens têm vindo a aumen-tar”. A psicóloga lembra que os consumos excessivos entre os menores de idade “estão a tornar mais precoces as doen-ças hepáticas” e a levar pes-soas cada vez mais novas aos serviços de alcoologia. Entre os seus pacientes com eleva-dos problemas de dependência encontram-se jovens com pou-co mais de vinte anos. Todos eles têm em comum o facto de terem começado a beber com idades precoces.

[email protected]

QUATRO PERGUNTAS A

Manuel CardosoSubdiretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), que pertence ao Ministério da Saúde

P Os dados sobre consumo de cerveja em Portugal revelam um crescimento da ingestão deste tipo de bebida em rela-ção a 2014. É, ou não, um dado que vem contrariar, pelo me-nos em parte, a teoria de que uma legislação mais apertada faria baixar o consumo entre pelo menos a faixa etária dos 16 aos 17 anos?

R Estes valores não represen-tam, só por si, um aumento dos consumos dos menores de 18 anos. Revelam que houve mais consumo de cerveja em Portu-gal. Relembro que continuamos a ser dos países, da Europa e do mundo, com maior consumo de bebidas alcoólicas (sob a re-presentação de álcool puro). O que nos move são questões de saúde pública. Está claramente

demonstrado, em vários estudos da OMS (Organização Mundi-al de Saúde), que o álcool é tão mais tóxico quanto mais novo for o indivíduo.

P Para si, que razões podem explicar este aumento do con-sumo?

R Sem ter dados precisos diria que é provável que este aumento tenha a ver com a relação entre o preço da bebida e sua capaci-dade de aquisição. Os estudos demonstram que com a variação desta relação existe uma vari-ação clara do consumo. Assim, quanto maior a capacidade de aquisição da população em geral maior é consumo. Quanto mais baixo o preço maior o consumo.

P Acredita que a nova lei do

álcool é positiva ou nega-tiva?

R A nova lei do álcool é clara-mente positiva. É uma assunção do Estado de uma orientação clínica ou de saúde clara: se tem menos de dezoito anos não beba. Para que isso aconteça é necessário que os adultos não forneçam bebidas aos menores. A lei é clara quanto ao objetivo. A lei não é tão clara quanto ao objeto de prova. Daí a dificul-dade da sua implementação. Noutras legislações (de outros países) a simples presença de um menor a consumir dentro de um estabelecimento é prova suficiente de culpa do proprie-tário do estabelecimento e leva ao seu encerramento imediato. Seria esse um caminho para Portugal?

P A ASAE identificou 63 me-nores entre julho e setembro a ingerir bebidas alcoólicas. São números que considera altos ou baixos?

R Não são altos nem baixos. São seguramente o possível. Lamento que não tenhamos identificados e punidos esta-belecimentos e proprietários que vendem bebidas alcoólicas a menores ou adultos que as facultam, mesmo que a título gratuito. Contudo, repito, o objetivo não é punir ninguém ainda que o desrespeito pela lei deva ser punido. O que na verdade era importante era cri-armos uma cultura de respon-sabilidade entre os adultos, que levasse à não cedência, fosse a que título fosse, de bebidas alcoólicas a menores.

NÚMEROS

63jovens com menos de 18 anos identificados pela ASAE a consumir bebidas alcoólicas desde o início da entrada em vigor da nova lei do álcool. Durante todo o ano de 2015 foram detetados 99 infratores

500a 30 mil euros são os valores mínimo e máximo da multa a quem não respeite a lei do álcool. Montantes que variam consoante o infrator seja uma pessoa singular ou coletiva. As autoridades têm ainda em conta os antecedentes dos ‘fora da lei’ para decidir o valor da sanção

117milhões de litros de cerveja ingeridos em Portugal durante o ano de 2015. O pico do consumo deu-se entre os meses de julho e agosto, segundo os dados da Nielsen

4,16milhões de litros de vinho corrente e de qualidade ingeridos entre 3 a 9 de agosto, a semana recordista de consumo

Página 4

Page 7: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

Tiragem: 100925

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 7,67 x 6,58 cm²

Corte: 3 de 3ID: 61227921 02-10-2015

Lei do álcool não impede aumento do consumo

Portugueses beberam mais 5,8 milhões de litros de cerveja e vinho do que em 2014 P18

Página 5

Page 8: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A6

Tiragem: 33895

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 19

Cores: Cor

Área: 15,99 x 30,43 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61228535 02-10-2015BRUNO LISITA

Trabalhadores do INEM cumpriram ontem greve de 24 horas

Centenas de técnicos do Instituto Na-

cional de Emergência Média (INEM)

concentraram-se ontem junto à por-

ta do Ministério da Saúde depois de

terem partido ainda de manhã da

sede do INEM numa marcha lenta

de protesto. Os trabalhadores do ins-

tituto, que cumpriram uma greve de

24 horas contra a não homologação

da sua carreira nesta legislatura, pre-

tendiam ser recebidos pelo ministro

da Saúde, Paulo Macedo, para lhe en-

tregar uma moção com as principais

razões do protesto. Acabaram por ser

recebidos por uma secretária a quem

deixaram o documento.

A homologação da carreira permi-

tirá aos técnicos praticarem novos

actos no socorro e ter aumentos sa-

lariais. “Esperamos ser recebidos.

A manifestação conta centenas de

pessoas. Cerca de 200. Enganaram

os trabalhadores do INEM. Primeiro

prometeram-lhes a homologação da

carreira nesta legislatura e há 15 dias

vieram dizer que afi nal tal já não era

possível. Não vamos desistir desta

Técnicos do INEM em greve marcharam em protesto até ao Ministério da Saúde

luta. Esta é também uma forma de

marcar a saída deste ministro. Espe-

remos que ele não volte”, dizia, ainda

antes de ser recebido na tutela, Luís

Pesca, dirigente da Federação Nacio-

nal dos Sindicatos dos Trabalhadores

em Funções Públicas e Sociais.

Também Rui Gonçalves, represen-

tante da comissão de trabalhadores

do INEM, esperara que pelo menos

um grupo dos trabalhadores fosse re-

cebido pelo ministério. “Este Gover-

no não honrou a sua palavra”, acu-

sou, acrescentando que o protesto

serviu ainda para salientar a “falta

de técnicos no INEM”. Nos últimos

dez anos, o INEM perdeu mais de 100

técnicos, que emigraram para outros

países em busca de melhores condi-

ções. Decorrem, porém, concursos

para contratar 85 técnicos e 70 ope-

radores de comunicações.

De acordo com Rui Gonçalves,

esta greve paralisou vários meios

do INEM, nomeadamente oito das

13 ambulâncias em Lisboa, assim

como três motos. Já no Porto, uma

ambulância parou. “A adesão à gre-

ve de é 100% em Lisboa”, salientou

Rui Gonçalves. O ministério reme-

teu qualquer reacção para o INEM,

segundo o qual o instituto tem 1244

trabalhadores dos quais 213 (17%) fi -

zeram “greve”. O INEM, sublinhou,

porém, que o Sistema Integrado de

Emergência Médica que o INEM gere

deu resposta a “100%”.

Mas segundo a comissão de tra-

balhadores do INEM, foram apenas

cumpridos os serviços mínimos, o

que signifi ca que em Lisboa funcio-

naram “apenas cinco ambulâncias” e

no Porto “outras cinco também”.

Em comunicado, a Federação Na-

cional dos Sindicatos dos Trabalha-

dores em Funções Públicas e Sociais

acusou a tutela de ter “assumido uma

atitude vergonhosa e lamentável”, ao

ter “violado o compromisso assumi-

do” após “várias reuniões de nego-

ciação no sentido de regulamentar

a carreira de técnico de emergência

pré-hospitalar”.

Já o presidente do Sindicato dos

Técnicos de Ambulância de Emer-

gência Médica (STAE), Ricardo Ro-

cha, recordou que “o ministério pu-

blicou a 18 de Setembro o diploma

da carreira” para apreciação pública

e que “isso implica uma espera de 20

dias”, adiando para “8 de Outubro” a

altura em que “poderia o diploma ir a

Conselho de Ministros para ser apro-

vado, já depois das eleições e noutra

legislatura”. O STAE concordou com

o projecto de diploma, enquanto a

federação de sindicatos discordou.

Para o INEM, que sublinha o “em-

penho” do instituto e da tutela “na

defi nição e concretização de uma

carreira de técnico de emergência”,

foi precisamente o desacordo da

federação de sindicatos que “invia-

bilizou os prazos legais estipulados

para a viabilização e aprovação” des-

se projecto.

Emergência MédicaPedro Sales Dias

Trabalhadores contra o incumprimento da promessa do Governo de homologar a carreira dos técnicos de emergência

Página 6

Page 9: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A7

Tiragem: 164213

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 47

Cores: Cor

Área: 10,41 x 12,89 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61229331 02-10-2015

Página 7

Page 10: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A8

Tiragem: 81956

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 23

Cores: Cor

Área: 15,85 x 22,53 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61228718 02-10-2015

Página 8

Page 11: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A9

Tiragem: 81956

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 27

Cores: Cor

Área: 16,05 x 14,13 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61228773 02-10-2015

Página 9

Page 12: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A10

Tiragem: 164213

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 20

Cores: Cor

Área: 3,95 x 4,73 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61229656 02-10-2015

Página 10

Page 13: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A11

Tiragem: 33895

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 19

Cores: Cor

Área: 5,15 x 12,99 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61228542 02-10-2015

Trabalho

Acordo entre Governo e enfermeiros só para sindicalizadosO acordo alcançado, na terça-feira, entre Governo e enfermeiros sobre a uniformização de salários apenas abrange os profissionais sindicalizados, indicou ontem o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE). Fernando Correia, dirigente do sindicato, adiantou à Lusa que o acordo abrangerá, por isso, dez mil enfermeiros, e não os 11 mil apontados pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo.O SIPE e uma outra estrutura, o Sindicato dos Enfermeiros, referem que os “efeitos do acordo”, subscrito por ambos, “só se produzem nos associados dos sindicatos subscritores”, pelo que se os enfermeiros “não forem sindicalizados, o efeito dos 11.000 pode não ser atingido”.

Página 11

Page 14: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A12

Tiragem: 33895

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 19

Cores: Cor

Área: 5,87 x 12,57 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61228537 02-10-2015

Saúde pública

DGS confirma quatro casos de botulismo e mais dois prováveisA Direcção-Geral de Saúde (DGS) informou ontem que o balanço do número de casos de botulismo alimentar em Portugal aumentou para quatro doentes confirmados e “dois casos prováveis em estudo”, que aguardam resultados de análises.A DGS refere ainda, num esclarecimento publicado na sua página na Internet, que não há mortes a registar relacionados com botulismo alimentar. Segundo a DGS, dos quatro casos confirmados um diz respeito a um cidadão residente na Suíça, “que consumiu alimentos suspeitos em Portugal”. Os “dois casos prováveis” aguardam resultados das análises em curso pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Página 12

Page 15: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A13

Tiragem: 68889

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 7

Cores: Cor

Área: 5,70 x 10,31 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61228182 02-10-2015

Fundo inéditode um milhãopara projetosem saúde

Não são aindaconhecidos, mas vãoser, até ao fim do mês, os projetos deinvestigação financiados pelo Fundopara a Investigação em Saúde (FIS),uma iniciativa inédita que tem ummilhão de euros para distribuir, comvista à proteção, promoção e melho-ria da saúde das pessoas.

De acordo com o Infarmed, quegere o fundo, foram submetidas 156candidaturas, que estão a ser anali-sadas pelo júri, sendo aáreadaonco-logia aquela em que foram apresen-tadas mais propostas. Aestajuntam--se projetos sobre doenças cérebro--cardiovasculares e diabetes. Cadaprojeto poderá receber o financia-mento máximo de 130 mil euros.

Página 13

Page 16: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A14

Tiragem: 68889

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 6

Cores: Cor

Área: 5,54 x 7,30 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61228148 02-10-2015

Exposiçãotóxica ameaçareprodução

O forte aumento da exposição aosprodutosquímicostóxicosnosúltimos40anosameaçamasaúdeeareprodu-ção humana, alerta uma organizaçãointernacional, que apela a uma maiorproteção em relação a estes artigos.«Estamosaafogaromundoemprodu-tos avaliados e perigosos e nós paga-mos um preço alto», diz Gian Carlo DiRenzo,autorprincipaldeumapelolan-çado pela Federação Internacional deGinecologistas e Obstetras.

Página 14

Page 17: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A15

Tiragem: 100925

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 23

Cores: Cor

Área: 28,20 x 32,09 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61227963 02-10-2015

Christiana Martins

Em doses elevadas, o medica-mento provoca abortos. Em dosagens controladas e utiliza-do intermitentemente, o ace-tato de ulipristal pode ajudar uma mulher a engravidar. Pelo menos é o que terá acontecido com Elisa Reis. Aos 14 anos, esta angolana engravidou e teve um rapaz. E, 12 anos de-pois, quando o desejo de ser mãe voltou e se tornou enorme, foi tão grande quanto os pro-blemas que surgiram quando tentou engravidar. Sobretudo, um mioma de dimensões con-sideráveis, acompanhado por fortes hemorragias e nenhuma luz ao fim do túnel.

Elisa partiu de Luanda para o Rio de Janeiro à procura de solução mas foi em Lisboa que uma obstetra lhe sugeriu um tratamento experimental. Com 36 anos e quase a desistir, arris-cou e, durante um mês, tomou acetato de ulipristal. O mioma diminuiu de tamanho e não vol-tou a crescer. Elisa engravidou e agora conta a sua história, cheia de entusiasmo pela “bo-linha”, a forma carinhosa como chama a filha Vitória. A médica diz que ela está pronta para ou-tra gravidez, mas há uma nova surpresa na família: em breve Elisa será avó.

Um mioma é um tumor não cancerígeno que se desenvolve a partir do tecido muscular liso do útero (miométrio), quando uma única célula se divide repe-tidamente até criar uma massa distinta dos tecidos próximos. É o tumor que mais afeta as mulheres. Estima-se que cerca de 40% de pessoas do sexo fe-minino em idade reprodutiva sejam portadoras de miomas e, destas, pelo menos um ter-ço precisa de tratamento de-vido aos sintomas. A principal terapêutica é a cirurgia para retirada do mioma ou mesmo do útero (histerectomia), mas investigações sobre o acetato de ulipristal indicam que este medicamento pode evitar cerca de 70% deste ato cirúrgico.

Em Portugal, as estimativas apontam para que entre 800 mil e dois milhões de mulheres sofram as consequências de miomas: abortos espontâneos, partos prematuros, dores ab-dominais e hemorragias. Há três anos, a Autoridade Euro-peia do Medicamento (EMA) aprovou a introdução do ace-tato de ulipristal no mercado e, em abril deste ano, estendeu o seu uso como tratamento pré--cirúrgico para o tratamento

A Vitória que derrotou um miomaMedicamento evita a retirada do útero e mantém a possibilidade de engravidar para mulheres com tumores

dos sintomas dos miomas. A indicação prevista é que o com-primido seja tomado diaria-mente durante um período não superior a três meses, embora o ciclo de tratamento possa ser repetido.

A aprovação foi baseada nos resultados de pesquisas que avaliaram a eficácia e seguran-ça da utilização do medicamen-to em mulheres com miomas e hemorragias intensas. Há dois anos, os resultados foram apre-sentados à Sociedade Europeia de Ginecologia, apontando

para uma eficácia de cerca de 80% nos casos de perdas de sangue e de à volta de 50% nas situações de diminuição da di-mensão dos tumores.

Fazer contas em português

Para difundir o acetato de uli-pristal em Portugal e defender o aumento da comparticipação do valor do medicamento dos atuais 37 para o intervalo entre 90 e 100%, foi realizado um es-tudo que visou a avaliação eco-nómica da sua utilização no tra-tamento dos miomas uterinos. A investigação foi apresentada há cerca de duas semanas num encontro para especialistas na Batalha.

Na altura foi explicado que o acetato de ulipristal terá um efeito direto sobre os miomas ao atuar sobre o eixo hipotála-mo/hipófise, inibindo a ovula-ção e induzindo à cessação das hemorragias. Apesar dos resul-tados divulgados, a utilização ainda é restrita e, para Daniel Pereira da Silva, presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Obstetrícia e Ginecologia, “na Medicina, como sempre, a mudança de paradigma é difícil e é natural que exista resistência devido à falta de experiência”. Ao Ex-presso, o especialista alertou, contudo, para “a necessidade de se aumentar a acessibilidade ao medicamento, o que passará pela redução do preço”.

Ana Paquete, do Centro de Investigação sobre Economia Portuguesa (CISEP) do ISEG, explicou que o objetivo do estu-do apresentado na Batalha foi estimar o impacto orçamental para o Serviço Nacional de Saú-de nos dois anos posteriores à comparticipação da utilização do acetato de ulipristal.

Facilitar o acesso

O documento foi entregue à Autoridade Nacional do Me-dicamento como elemento de apoio ao pedido para aumen-tar o nível de comparticipação. O estudo do CISEP avaliou o rácio custo/utilidade do medi-camento no tratamento de sin-tomas moderados a graves de miomas uterinos como forma de substituir as cirurgias. Fei-tas as contas, os investigadores avançam com uma poupança de 4,7 milhões de euros, após dois anos de uso. O Infarmed e o Ministério da Saúde confir-maram ao Expresso a receção da pesquisa e disseram que o pedido está a ser avaliado.

Há que explicar ainda que a

utilização do medicamento im-plica custos para o Estado na sua aquisição e que a economia avançada resulta da redução dos encargos com a redução da produtividade das mulheres que passariam pelas cirurgias, muitas delas têm de ser opera-das duas vezes (35%), os custos de Segurança Social e os gastos decorrentes do acompanha-mento clínico das doentes. Nos hospitais públicos, as cirurgias são uma fonte de receita, en-quanto a aquisição dos medi-camentos, uma despesa.

Elisa, em Luanda, com Vitória, nascida após tratamento com acetato de ulipristal

Países como a Alemanha, Inglaterra, Espanha, Suécia ou Bélgica já adotaram a com-participação a 100%. Mas em Portugal, o diretor do serviço de Ginecologia do Hospital de Santa Maria, o maior do país, defende a necessidade de maior recuo temporal para uma avaliação definitiva. “O acetato de ulipristal é útil para parar hemorragias quando há miomas uterinos e os estudos parecem demonstrar que há um conjunto de mulheres que reagem à medicação, mas cer-

ca de 20% não respondem a este tratamento”, explica Car-los Calhaz Jorge, para quem ainda falta esclarecer o que acontece às mulheres que uti-lizem o acetato de ulipristal por períodos mais prolonga-dos. Este novo tratamento não está a ser utilizado em Santa Maria, mas o hospital já pon-dera fazê-lo. “Não pode ser considerado uma panaceia porque há sempre que indivi-dualizar cada doente”, conclui o especialista.

[email protected]

NÚMEROS

70%das cirurgias de retirada de úteros ou de miomas atualmente realizadas, segundo avançam investigações recentes, poderão ser evitadas com o novo medicamento

4,7milhões de euros é a poupança estimada por um estudo do ISEG ao fim de dois anos de utilização do acetato de ulipristal

40%quase metade das mulheres em idade fértil estima-se que sejam portadoras de miomas uterinos

FOT

O D

UA

RT

E V

ILA

S

Página 15

Page 18: 02-10-2015portal.arsnorte.min-saude.pt/portal/page/portal/ARSNorte... · Revista de Imprensa 02-10-2015 1. (PT) - Diário de Notícias, 02/10/2015, Vacina da Gripe gratuita para doentes

A16

Tiragem: 100925

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

Pág: 24

Cores: Cor

Área: 23,84 x 42,96 cm²

Corte: 1 de 1ID: 61227978 02-10-2015

Texto Joana Beleza Foto Alberto Frias

Hora de almoço e o sol a pique em Lisboa. Nuno e Cláudia mu-daram-se recentemente de Seia para a capital e vão a caminho de um encontro de família. Num semáforo vermelho, Nuno ajusta o retrovisor para ver os miúdos: “Cláudia, há ali um raio de sol do lado do Afonso. Vais lá?” Ela não ouve logo o marido. É um bocadinho bicho do mato e está embrulhada dentro dela enquanto o Manuel e o Afonso brincam lá atrás. Talvez pense no carro que compraram com tejadilho e que não podem abrir para apanhar sol. Usam-no à noite para ver as estrelas e du-rante o dia, enfim, dá jeito para prender uma echarpe. Nuno corta-lhe o pensamento. “Pssst, olha o sol. É preciso tapar me-lhor a janela.”

E Cláudia lá tira o cinto, sai do lugar, passa entre os bancos da frente, senta-se na nesga de es-paço entre as cadeiras de crian-ça e volta a entalar o lenço escu-ro e grosso que tapa as janelas do carro como se fosse uma re-doma. O retrovisor pode voltar à posição certa e Nuno pode pa-rar de ser paranoico com o sol. “O Afonso anda sempre untado com um creme especial contra os raios UV, mas o Nuno é hipo-condríaco. Imagine o que é um pai hipocondríaco com um filho albino”, afirma Cláudia, entre gargalhadas. Hoje, esta mãe de trinta e cinco anos ri por cima do que já chorou.

O bebé mais loiro de Viseu

Afonso nasceu a 30 de novem-bro de 2012 no hospital de São Teotónio, em Viseu, e em poucas horas tornou-se alvo da curiosi-dade de todos os médicos, en-fermeiros e auxiliares de saúde. “Até a namorada de um médico pediu para ver o nosso bebé”, lembram os pais. Mais tarde Cláudia e Nuno iriam confirmar que Afonso terá sido o primeiro albino a nascer em Viseu, mas

Uma vida pela sombraAfonso é albino. Troca os dias de sol pelos passeios à noite para fugir aos raios UV e ao cancro

naqueles primeiros dias em fa-mília a estranheza de dois pais morenos terem um filho tão loi-ro demorou a dar lugar à suspei-ta de uma doença rara.

Na internet perceberam que o filho podia ter albinismo, uma condição genética rara que se caracteriza pela ausência total ou quase total de pigmento na pele, nos pelos, no cabelo e nos olhos. Um albino não tem pro-teção natural contra os raios ultravioleta e a exposição ao sol provoca queimaduras se-veras que podem rapidamente degenerar em cancro de pele. A visão é também afetada e em muitos casos o doente chega a ser considerado legalmen-te cego. Foi neste ponto que Cláudia bloqueou. Na cabeça dela, o albinismo do filho ape-nas teria repercussões na pele. Mas, além da pele e do cabelo absolutamente brancos, o olhar de Afonso era estranho, parecia perdido. Cláudia lembrava-se dos primeiros meses de vida do filho mais velho, Manuel, e sa-bia que com aquele bebé estava a voltar à estaca zero: “Antes do Afonso nascer, sabíamos qual o comportamento a ter com um bebé e com o sol, mas depois tivemos de reaprender tudo. Investimos muito tempo a fazer pesquisas e foram os fóruns on-line de pais de albinos que mais nos ajudaram.”

Hoje, com quase três anos, Afonso é seguido por quatro médicos de áreas diferentes — pediatria, oftalmologia, der-matologia e genética — mas o seu corpo ainda encerra vários mistérios. “Mesmo depois de termos feito testes genéticos, o que sabemos hoje é que uma mutação genética minha e uma da Cláudia passaram para o Afonso, mas ainda nos falta des-cobrir se o albinismo dele não será apenas o sintoma de uma doença pior”, explica Nuno.

Em Portugal, os casos de al-binismo são tão raros que não existem estudos conhecidos, nem associações nacionais de pessoas com esta condição. Susana Vilaça é coordenadora

do serviço de dermatologia do Hospital Lusíadas, no Porto, e nunca teve pacientes albinos: “O albinismo é uma doença congénita extremamente rara e existem várias subclassifica-ções desta entidade. A falta de pigmentação na pele obriga a um cuidado cutâneo extremo, porque o risco de sofrer quei-maduras e desenvolver cancro de pele é muito elevado. Entre outros cuidados, uma pessoa albina deve procurar sempre sombras, usar óculos de sol, roupa escura e densa e um pro-tetor solar superior a 50.”

Trocar os dias pelas noites

Com seis semanas de vida, Afonso estava a receber a pri-meira consulta de oftalmologia. Cláudia levava nos braços um bebé que julgava cego e não sabia o que fazer: “Uma das primeiras coisas que a médica fez foi desligar e voltar a ligar a luz do consultório. Desligou e ligou, desligou e ligou, e depois lá nos disse: ‘Cego não é, mas vamos ter de trabalhar muito com ele nos próximos tempos.’”

No início de 2013, “as luzes de Natal passaram diretamente da árvore para o berço. Com-prámos também uma bola de espelhos e pendurámo-la per-to dele”. Além dos brinquedos com padrões fortes, sobretudo pretos e brancos, os sons tam-bém se tornaram essenciais para o desenvolvimento da vi-

são do bebé. “Chegámos a pren-der-lhe guizos nos pés e nos pul-sos para ele ouvir e ir à procura. A estimulação foi tanta que o Afonso, com baixa visão, até começou a andar primeiro que o Manuel”, conta a mãe.

A família está habituada a fa-zer das noites os dias normais das outras pessoas. No verão, nas horas piores, o ideal é mes-mo não andar na rua. E se ti-ver de andar então que seja de calças e camisa comprida. Nas horas de maior calor e de mai-or incidência de raios ultravio-leta afastam Afonso das janelas com luz direta. Estão também a descobrir a pouco e pouco o prazer de ir à praia entre as 19h e as 21h. Mesmo a essa hora, a criança leva sempre o chapéu, o corpo untado com creme e roupa que é lavada com uma proteção especial contra os raios UV. Parece complicado, mas estas rotinas são já natu-rais para a família: “O Afonso interiorizou que se é para ir à rua, tem de levar o chapéu e de manhã até dá logo os braços para pormos o creme. Isto é uma coisa que ele tem de levar para a vida. Quando crescer, é ele que vai ter de ter cuidado com a pele, é ele que vai ter de ter cuidado com os olhos”, afirma o pai.

A grande preocupação é a adolescência, porque sabem que os miúdos são cruéis quan-do chegam à fase dos namoros e da rebeldia e qualquer cui-dado é um castigo. É por isso que para Nuno e Cláudia é im-portante que Afonso venha a conhecer outros albinos, por-tugueses ou não. “Há encontros em Espanha, em Inglaterra e nos Estados Unidos e estamos a pensar levá-lo a alguns.” Para já, Manuel é o grande compa-nheiro do irmão mais novo. Às vezes a mãe diz-lhe: “Sabes que vais ter de ajudar sempre o teu irmão, não sabes?” Às vezes o filho mais velho surpreende os pais: “Eu também sei que o mano tem muita sorte por ser europeu. Eu sei.”

[email protected] a

Cláudia, Afonso, Nuno e Manuel num jardim em Lisboa, ao fim da tarde

NÚMERO

1400Em África, pelo menos uma pessoa em mil e quatrocentas nasce com albinismo, enquanto que na Europa há um caso em 20 mil

Quando a diferença mata

A 7 de março, Barack perdeu a mão direita num ritual de bruxaria. Tem 6 anos, é albino e acontece que teve o azar de nascer num dos países com maior número de crimes contra pessoas com albinismo — a Tanzânia. Três meses depois, a 13 de junho, as Nações Unidas assinalaram pela primeira vez o dia das pessoas com esta condição rara porque, se no Ocidente os albinos não têm grandes problemas de integração na sociedade, noutras partes do mundo são perseguidos, torturados e mutilados. Sobretudo em países de África Oriental muitos são abandonados à nascença e grande parte deles é alvo de superstições. Vistos como seres estranhos, com poderes especiais, acabam vítimas de tráfico de órgãos no mercado negro dedica do a bruxarias. Não é por acaso que a maior cidade da Tanzânia, Dar es Salaam, acolhe entre 19 e 22 de novembro a maior conferência internacional de sempre sobre albinismo, com a participação de 26 países africanos e representantes dos Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Reino Unido, entre outros. O objetivo é combater o preconceito e desmistificar a doença. De acordo com a associação Under the Same Sun, em 2015 foram contabilizados 348 ataques a pessoas com albinismo em doze países africanos. Página 16