02 Tensão coesiva teórica e concentradores de tensão (1)

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Tensão coesiva teórica e concentradores de tensão COT 744 - Fratura dos Materiais Prof. Enrique M. Castrodeza Programa de Eng. Metalúrgica e de Materiais COPPE - UFRJ 1 1 Forças de ligação interatômicas Os átomos sofrem forças atrativas e repulsivas. A distância de equilíbrio é atingida quando: Energia potencial: 2 E = F dr r E = F A dr + r F R dr = E A + E R r F = F A + F R = 0 2 Tensão coesiva teórica A tensão entre planos atômicos pode ser modelada como: Para pequenos deslocamentos: A inclinação dessa curva na região de equilíbrio: 3 σ = σ C sin π x λ /2 $ % & ' ( ) σ σ C 2π x λ dσ dx = 2πσ C λ 3 Tensão coesiva teórica A Lei de Hooke aplica-se também na região: Derivando: Assim: Se , a tensão coesiva teórica será 4 E = σ ε = σ x / r 0 dσ dx = E r 0 σ C = Eλ 2π r 0 r 0 λ 2 σ C E π 4

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Tensão coesiva teórica e concentradores de tensão

COT 744 - Fratura dos Materiais Prof. Enrique M. Castrodeza

Programa de Eng. Metalúrgica e de Materiais COPPE - UFRJ

1

1

Forças de ligação interatômicas• Os átomos sofrem forças

atrativas e repulsivas. A distância de equilíbrio é atingida quando:

• Energia potencial:

2

E = Fdr∞

r

E = FA dr +∞

r

∫ FR dr = EA + ER∞

r

F = FA + FR = 0

2

Tensão coesiva teórica• A tensão entre planos atômicos

pode ser modelada como:

• Para pequenos deslocamentos:

• A inclinação dessa curva na região de equilíbrio:

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σ =σ C sinπ xλ / 2

$%&

'()

σ ≈σ C2π xλ

dσdx

=2πσ C

λ

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Tensão coesiva teórica• A Lei de Hooke aplica-se também na região:

• Derivando:

• Assim:

• Se , a tensão coesiva teórica será

4

E = σε=

σx / r0

dσdx

=Er0

σ C =Eλ2πr0

r0 ∼

λ2

σ C ≈Eπ

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Tensão coesiva teórica• Na realidade, a tensão de fratura é muito menor (quais os

motivos?).

• Do ponto de vista energético, o trabalho de fratura teórico por unidade de área é:

• Na fratura são criadas duas novas superfícies (2γS). Considerando que temos:

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WF = σ C sinπ xλ / 2

$%&

'()0

λ /2

∫ dx =σ Cλπ

λ =σ C2πr0

E

σ C =Eγ S

r0

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Exemplo

• Estimar a resistência coesiva de fibras de sílica e comparar com o valor experimental (5,6 GPa em fibras de altíssima qualidade). Energia superficial: 1750 mJ/m2, espaçamento interatômico Si-O aproximadamente 1,6 × 10-10 m, módulo de elasticidade 72 GPa.

• Discutir os resultados.

• Tarefa: procurar dados da relação tensão de ruptura vs. módulo de elasticidade para nanotubos de C (mono e multicamada) e comparar com a relação teórica.

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Furo vazante elíptico em placa infinita

• Em 1913 Inglis publicou sua análise de tensões em furos elípticos vazantes em placas infinitas (elasticidade linear).

• Em A:

• Raio de curvatura:

• Assim:

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σ A =σ 1+ 2ab

"#$

%&'

σ A =σ 1+ 2 aρ

#

$%&

'(

ρ =b2

a

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Furo vazante elíptico em placa infinita

• Em geral a≫ρ e temos:

• Discutir os casos:

• a = b (furo circular, usar solução completa);

• ρ → 0 (trinca vazante).

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σ A ≈ 2σaρ

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Furo vazante elíptico em placa infinita

• Imaginando que ρmin = r0 (distância interatômica) temos:

• Propondo que a fratura acontece quando σA = σC (slide 5) a tensão externa que provocaria a fratura será:

• A equação anterior é uma estimativa grosseira da tensão de fratura, pois a mecânica do continuo (modelo de Inglis) não é válida a nível atômico.

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σ A = 2σar0

σ f =Eγ S

4a

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Bibliografia

• R.W. Hertzberg, R.P. Vinci, J.L. Herztberg, Deformation and Fracture Mechanics of Engineering Materials, 5th Ed, John Wiley & Sons, 2013.

• T.L. Anderson, Fracture Mechanics: Fundamentals and Applications, 3rd Ed, CRC Press, 2005.

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