031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA DCC/SEGRAC GESTÃO DE PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE ESTAÇÕES DE RÁDIO BASE (ERB) PARA TELEFONIA CELULAR Kelma Pinheiro Leite 2006

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA POLITÉCNICA

DCC/SEGRAC

GESTÃO DE PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE ESTAÇÕES DE RÁDIO BASE (ERB) PARA TELEFONIA CELULAR

Kelma Pinheiro Leite

2006

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GESTÃO DE PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE ESTAÇÕES DE R ÁDIO BASE (ERB) PARA TELEFONIA CELULAR

Kelma Pinheiro Leite

Mo n og ra f i a a p re sen t ad a no Curso d e Pós -Gr ad ua çã o em G ere nc iam en to d e Pro je t os , da Es co la Po l i t éc n i ca , d a Un i ve rs id ad e Fe der a l d o R io d e J an e i ro .

Orientador

Eduardo Linhares Qualharini

Fortaleza Junho, 2006

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GESTÃO DE PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE ESTAÇÕES DE R ÁDIO BASE (ERB) PARA TELEFONIA CELULAR

Kelma Pinheiro Leite

Orientador

Eduardo Linhares Qualharini

Monografia submetida ao Curso de Pós-graduação Gerenciamento de Projetos,

da Escola Politécnica, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ,

como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Especialista em

Gerenciamento de Projetos

Aprovado por:

__________________________________________ Prof. Eduardo Linhares Qualharini Orientador

__________________________________________ Prof. Lysio Séllos da Costa Filho

__________________________________________ Prof. Alexsandro Amarante

Fortaleza Junho, 2006

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LEITE, Kelma Pinheiro. Gestão de Projeto para Implantação de Estações de Rádio Base (ERB) para Telefonia Celular / LEITE, K. P. Rio de Janeiro: UFRJ/EP, 2006. x, 54f. il.; 29,7cm. Orientador: Eduardo Linhares Qualharini. Monografia (especialização) – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Especialização em Gerenciamento de Projetos, SEGRAC, 2006. Referências Bibliográficas: f. 52-54 1. Gestão de Projetos. 2. Gestão da Comunicação de Projetos. 3. Telefonia Celular. - Monografia. I. QUALHARINI, E. L. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Pós-graduação III. Especialista

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iv

“Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores.

Há os que lutam muitos anos e são muito bons. Porém, há os que lutam toda a vida.

Esses são os imprescindíveis”

Bertolt Brecht .

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v

Agradecimentos

Aos meus pais Jocilé e Lenes, pelos valores

e exemplos que me fizeram a pessoa e

profissional que sou hoje.

À ajuda decisiva da minha amiga Alane

Andréa que me deu estímulo para

finalização deste trabalho.

Ao Maurício Rego, Silvio Santos, Bernardo

Monteiro e Marco Antônio que me

auxiliaram nas entrevistas deste trabalho.

Em especial, aos colegas de turma que se

fizeram amigos durante o curso tornando-o

mais prazeroso.

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RESUMO

GESTÃO DE PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE ESTAÇÕES DE R ÁDIO

BASE (ERB) PARA TELEFONIA CELULAR

Kelma Pinheiro Leite

Resumo da Monografia submetida ao corpo docente do curso de Pós-

Graduação em Gerenciamento de Projetos – Universidade Federal do Rio de

Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de

Especialista em Gerenciamento de Projetos.

A gestão de projetos está em ascensão e trata-se de uma prática que pode

incrementar o mundo dos negócios. O objetivo deste trabalho foi verificar a

aplicabilidade do PMBoK no gerenciamento de projetos, como forma de

expandir o conhecimento. O setor de telefonia celular, objeto do estudo de

caso, é uma área que requer constantemente investimentos para expansão.

Sua investigação torna-se difícil pela velocidade e mudanças em todas as

áreas. O trabalho realizado analisou as situações do projeto estudo de caso

correlacionando as áreas de conhecimento escolhidas do PMBoK.

Palavras-chave: Gestão de Projetos, Gestão da Comunicação de Projetos e

Telefonia Celular.

Fortaleza Junho, 2006

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------01

1.1 Definição do Estudo-------------------------------------------------------------------------01

1.2 Justificativa ------------------------------------------------------------------------------------02

1.3 Objetivos ---------------------------------------------------------------------------------------03

1.3.1 Objetivo Geral -------------------------------------------------------------------------03

1.3.2 Objetivos Específicos----------------------------------------------------------------03

2 ESTADO DA ARTE ---------------------------------- ---------------------------------------04

2.1 O Gerenciamento de Projetos ------------------------------------------------------------04

2.1.1 Introdução ao Gerenciamento de Projetos -------------------------------------04

2.1.2 Ciclo de Vida do Projeto ------------------------------------------------------------06

2.1.3 Contexto do Gerenciamento de Projetos ---------------------------------------08

2.1.4 PMO -------------------------------------------------------------------------------------13

2.1.5 O Gerente de Projetos---------------------------------------------------------------14

2.1.6 Sucesso do Gerenciamento de Projetos----------------------------------------15

2.1.7 Fracasso do Gerenciamento de Projetos ---------------------------------------16

2.2 Sobre telecomunicações -------------------------------------------------------------------17

2.2.1 Introdução ------------------------------------------------------------------------------17

2.2.2 Telecomunicações no Brasil -------------------------------------------------------17

3 METODOLOGIA ------------------------------------- ----------------------------------------19

3.1 Escolha do método --------------------------------------------------------------------------19

3.1.1 Estudo de Caso: como e porque--------------------------------------------------20

3.1.2 Tipo de Pesquisa: exploratória x descritiva x causal -------------------------20

3.1.3 Qualitativa x Quantitativa -----------------------------------------------------------21

3.1.4 Definição e planejamento: pesquisa bibliográfica-----------------------------22

3.1.5 Definição e planejamento: estudo de caso único -----------------------------22

3.2 O projeto de pesquisa ----------------------------------------------------------------------23

3.3 Limitações do trabalho----------------------------------------------------------------------23

3.4 Coleta de Dados -----------------------------------------------------------------------------24

3.4.1 Definição e planejamento: tipos e fontes de informação --------------------24

3.4.2 Definição e planejamento: desenho de entrevistas/ questionários -------24

3.4.3 Definição dos profissionais a serem entrevistados ---------------------------25

3.4. 4 Observação participante ------------------------------------------------------------25

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS --------------------- -------------------------27

4.1 Apresentação dos dados gerais da empresa -----------------------------------------27

4.1.1 Perfil da empresa ---------------------------------------------------------------------27

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4.1.2 Gestão estratégica -------------------------------------------------------------------28

4.1.3 Ambiente e Condições Organizacionais da empresa------------------------28

4.2 Apresentação do projeto -------------------------------------------------------------------29

4.2.1 Estrutura do Projeto GSM 2005---------------------------------------------------30

4.2.2 Estrutura-NTK -------------------------------------------------------------------------30

4.2.3 Estrutura-TK ---------------------------------------------------------------------------35

4.2.4 TK x NTK -------------------------------------------------------------------------------37

4.3 Análise do Estudo de Caso----------------------------------------------------------------37

4.3.1 Análise do Perfil da Operadora----------------------------------------------------37

4.3.2 Análise Gestão Estratégica --------------------------------------------------------38

4.3.3 Análise do Ambiente e Condições Organizacionais da empresa ---------38

4.3.4 Análise das Entrevistas -------------------------------------------------------------39

4.3.5 Análise do Projeto --------------------------------------------------------------------40

4.4 Considerações finais ------------------------------------------------------------------------50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -----------------------------------------------------------52

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Ciclo de vida do projeto (PMBoK, 2004)...........................................06

Figura 2 - Ciclo de vida do projeto.....................................................................08

Figura 3 - Áreas de conhecimento.....................................................................09

Figura 4 - Área de atuação da Claro..................................................................27

Figura 5 - Organograma projeto GSM Ne NTK.................................................31

Figura 6 - Organograma projeto GSM Ne NTK.................................................36

Figura 7 - Distribuição de Projetos dos sites entre Sistemas de Contratação...37

Figura 8 - Distribuição de Implantação dos sites entre Sistemas de

Contratação.......................................................................................................37

Figura 9 - Gerenciamento do Tempo do Projeto GSM......................................42

Figura 10 - Gerenciamento da Qualidade do Projeto GSM.............................. 45

Figura 11 - Gerenciamento das Comunicações do Projeto GSM......................47

Figura 12 - Gerenciamento das Aquisições do Projeto GSM............................49

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Organização dos processos............................................................07

Quadro 2 - da operadora para projetos GSM 2005, PMO Claro.......................30

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GLOSSÁRIO

BANDA “A”, “B” Faixas de freqüências denominadas “A” e “B”

BTS Gabinete com os componentes para operação da

ERB

Compartilhamento Utilização da infra-estrutura existente de ERB de

outra operadora

Civil Work Infra-estrutura para implantação de ERB

Detentora Operadora proprietária da ERB a ser compartilhada

Equipamentos Antenas e BTS para funcionamento da ERB

Greenfield ERB instalada no solo

Infra-estrutura Obras civis e de instalações para implantação da

ERB

Roof top ERB instalada no topo de edifício

Site Acquisition Procedimentos para seleção e aquisição de local

para instalação de ERB

Site Book Documento para fechamento da ERB com

atualização do projeto de implantação

Sondagem Avaliação do solo para fundação das torres

Transmissão Procedimentos para instalação e ativação das

antenas de transmissão nas ERBs

Turn Key A empresa fornecedora da tecnologia é responsável

em entregar a ERB completa em funcionamento

Não Turn Key Existem várias empresas envolvidas no processo

de implantação da ERB

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Definição do Estudo

A globalização modificou as relações sociais e econômicas do mundo

moderno havendo um acelerado processo de transformações. Os avanços

tecnológicos, as novas demandas do mercado, a necessidade de um fluxo de

informações ágil, integrado e generalizado vêm forçando as empresas a

tornarem-se mais flexíveis e dinâmicas. Essas mudanças estão alterando a

maneira como as atividades são tradicionalmente gerenciadas.

Muitas empresas estão descobrindo as ferramentas e conceitos do

gerenciamento de projetos como uma escolha estratégica visando melhorar o

desempenho de seus negócios incrementando a eficiência e a eficácia dos

trabalhos realizados. Sua aplicação independe da área de atividade do negócio

ou da dimensão das empresas. Entretanto, quando os projetos são

gerenciados por grandes empresas, mas com uma deficiente estrutura

organizacional, os riscos de não alcançarem o sucesso esperado é maior.

Também, a evolução das comunicações e o mercado globalizado, os

projetos atualmente não se restringem ao âmbito local, inclusive, quando

falamos de recursos podendo-se recorrer a diferentes pontos. Desta forma,

aparecem novas necessidades de gerenciamento a serem resolvidas: controle

múltiplo, controle de transporte, etc.

As equipes de projeto também são diferenciadas, existindo um conjunto

de equipes, virtuais e/ ou locais, trabalhando simultâneamente para o

desenvolvimento de um projeto. As capacidades e o dimensionamento da

equipe de projeto, bem como os processos necessários estão relacionados

com a complexidade de projetos.

Por outro lado, a globalização transformou as relações entre empresas e

pessoas. Com isso, surgiram novas competências para assegurar o sucesso

das empresas e a necessidade de identidade nas equipes.

Assim, a sinergia dos membros de uma equipe de projetos, com seus

conhecimentos multidisciplinares e competências, objetiva alcançar, com a

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máxima eficiência, as metas pré-determinadas nas diversas fases do processo

do projeto.

Entretanto, os profissionais responsáveis pela coordenação de projetos

precisam ter uma visão completa e integrada de todo o processo, e necessitam

ter um elevado conhecimento técnico para poder analisar e avaliar as soluções

de projeto de diferentes especialidades e organizar e controlar o intenso fluxo

de informações, além de habilidade gerencial para integrar os diversos agentes

envolvidos no processo de projeto.

1.2 Justificativa

O tema de pesquisa proposto é relevante e contribui para que todos os

envolvidos na área de projetos possam visualizar uma aplicação dos conceitos

defendidos pelo Project Management Body of Knowledge (PMBoK), em um

estudo de gerenciamento de projeto telecomunicações e os processos

envolvidos. Desta forma, pode-se verificar a melhora da performance geral dos

projetos com a implantação de técnicas e ferramentas do gerenciamento de

projetos.

Quando ainda não havia um conceito de gerenciamento de projetos

claramente definido, a não padronização de processos e metodologias para

implantação dos projetos dificultava a implantação dos projetos. Problemas,

tais como, documentação dos projetos e gerenciamento das mudanças de

escopo era mais difícil de ser administrado por não existirem as idéias

defendidas no PMBoK. O gerenciamento de projetos surge no esforço em

melhorar o controle dos projetos e garantir qualidade em sintonia com o custo,

prazo e escopo através das melhores práticas.

Para os projetos existem diversos fatores que poderão influenciar no

sucesso dos mesmos, mas com a aplicação dos fundamentos do

gerenciamento de projetos, reduzem-se os riscos e o tempo para completá-los

aumentando a qualidade dos produtos e serviços gerados, possibilitando o

benefício das lições aprendidas e incrementando a exatidão das informações

planejadas e coletadas.

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A proposta deste trabalho visa, então, estudar os problemas do

gerenciamento de projeto para implantação de ERBs de telefonia celular e suas

atividades, descrevendo algumas situações atípicas que podem causar

desequilíbrio entre o planejado e a execução dos serviços, pois enquanto o

ritmo das mudanças, na atualidade, está cada vez mais acelerado, o tempo

exigido para as respostas deve ser menor.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Verificar a aplicabilidade dos conceitos do PMBoK em um projeto de

implantação de Estações de Rádio Base (ERB) para telefonia celular.

1.3.2 Objetivos Específicos

- Descrever os principais processos utilizados em um

projeto para implantação de ERB de telefonia móvel celular;

- Levantar as principais características do gerenciamento

de projetos conforme o PMBoK, no intuito de justificar a sua

crescente assimilação, bem como evidenciar a sua função

estratégica dentro das empresas.

- Descrever a aplicação do gerenciamento nas áreas de

comunicações, tempo, aquisições e qualidade em um projeto de

implantação de ERB de telefonia móvel celular.

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2 - ESTADO DA ARTE

2.1 O Gerenciamento de Projetos

2.1.1 Introdução ao Gerenciamento de Projetos

“Um projeto é um empreendimento temporário com

o objetivo de criar um produto ou serviço único”

Project Management Body of Knowledge

O novo ambiente de negócios caracterizado por um enxugamento das

empresas e equipes cada vez mais distantes geograficamente apresenta um

desafio gerencial na integração de profissionais. Deve-se maximizar a

consistência, eficiência, qualidade e produtividade em projetos para

apresentação de melhores resultados, em tempos cada vez mais reduzidos.

O primeiro fator gerador de mudanças é aquele promovido pela evolução

acelerada e contínua da tecnologia. Além disso, o mercado está cada vez mais

competitivo, as margens de lucro cada vez menores e padrões mais exigentes

de qualidade.

A resposta a este desafio passa pelo desenvolvimento de técnicas,

metodologias, tecnologias e as melhores práticas de gerenciamento de

projetos.

Devemos “gerenciar” nossos “projetos” para garantir aos nossos clientes

e fornecedores que as surpresas não existirão, para agilizar tomadas de

decisão, para facilitar e orientar as revisões do projeto, otimizar a alocação de

recursos, para documentar e facilitar estimativas para futuros projetos, e que os

nossos projetos não serão passíveis de atrasos, aumento de custo ou perda de

qualidade. Uma vez que as informações estão estruturadas, os riscos

mapeados e os recursos humanos e materiais conhecidos, o sucesso é tanto

para o empreendedor quanto para o cliente.

O Project Managemente Institute (PMI) é uma organização que

transcendendo as diversas carreiras e profissões, se compromete a compilar e

registrar de forma ordenada, todas as melhores práticas e técnicas na

condução e controle de projetos. Essa instituição gerou um “guia” dessas

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melhores orientações e chamou-o PMBoK, que visa nivelar e disseminar as

melhores práticas registradas aos profissionais.

A empresa deve atuar em paralelo para que sua organização esteja

pronta para essas novas práticas e ações. Só assim essa organização dará ao

gerente e sua equipe o apoio necessário e sinérgico.

Isso faz com que os profissionais das diversas áreas se preparem além

das especializações tradicionais e técnicas de sua profissão.

Segundo o PMI (2001), um projeto pode ser definido como um esforço

temporário para criar um produto ou serviço único e o gerenciamento de

projetos pode ser definido como a arte de coordenar atividades com o objetivo

de atingir as expectativas dos stakeholders. Os projetos podem ser para

clientes externos e internos. Um grupo de projetos gerenciados de forma

coordenada, visando obter benefícios difíceis de serem obtidos quando

gerenciados isoladamente, é denominado programa.

O mais importante é que o que eles fazem é parte da estratégia de uma

empresa em reação às mudanças que ocorrem à sua volta.

O gerenciamento de projetos não é uma prática nova, entretanto ele traz

metodologias devidamente formalizadas e adaptadas para o uso geral. Há uma

emergente preocupação de que o gerenciamento de projetos deve ser

controlado no nível organizacional e não no individual.

As empresas devem procurar se organizar da melhor maneira à gestão

de seus projetos, adequando-se às características temporais de um projeto e

decidindo como elas irão se estruturar para os executarem. A escolha da

correta estrutura por parte das empresas será determinante no sucesso dos

projetos por elas geridos.

O gerenciamento de projetos requer uma gama de conhecimentos

bastante diversificados uma vez que lida com números, gráficos e tabelas ao

mesmo tempo em que requer habilidades de comunicação, negociação e

criatividade.

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No Brasil poucas empresas possuem uma organização totalmente

voltada para projetos. De um modo geral são empresas da área de Tecnologia

da Informação, Construção Civil, Telecomunicações e Energia.

2.1.2 Ciclo de Vida do Projeto

O chamado ciclo de vida do projeto pode ser divido em fases que

normalmente são comuns para qualquer tipo. O conhecimento dos mesmos

facilita o controle total e auxilia o planejamento e execução/produção dos

serviços/produtos.

Um ciclo de vida genérico para o gerenciamento de um projeto teria as

seguintes fases: iniciação, planejamento, execução e encerramento. A

definição das fases do ciclo de vida de um projeto está diretamente ligada ao

tipo de produto a ser gerado.

Figura 1 . Ciclo de vida do projeto Fonte : PMBoK, 2004

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Quadro 1 . Organização dos processos.

FASE INICIAL Processos de iniciação: processos de autorização para que se dê início a um projeto ou uma de suas fases.

FASES INTERMEDIÁRIAS

Processos de planejamento: definição e manutenção dos objetivos do plano do projeto, relacionando o melhor caminho para que sejam alcançados os objetivos propostos. Processos de execução: coordenação de recursos (pessoas, materiais e equipamentos) de forma a executar o que foi planejado. Processos de controle: garantia que os objetivos do projeto sejam alcançados através de monitoramento e medidas de progresso, identificando eventuais desvios que devem ser tratados pela equipe.

FASE FINAL Processos de encerramento: formalização dos aceites da fase ou projeto de maneira organizada e documentada.

Fonte: a autora.

2.1.2.1 Organização das áreas

Denominações:

- Entradas: documentos ou itens que serão utilizados como fonte

de trabalho.

- Técnicas e ferramentas: mecanismos que serão aplicados às

entradas para criar as saídas.

- Saídas: documentos ou itens que serão gerados no processo (e

que podem alimentar outras entradas).

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Figura 2 . Ciclo de vida do projeto Fonte : XAVIER, 2005

2.1.3 Contexto do Gerenciamento de Projetos

O universo de conhecimento sobre gerenciamento de projetos possui

uma composição constituída por nove áreas de conhecimento (Integração,

Tempo, Custo, Escopo, Qualidade, Risco, Recursos Humanos, Comunicações,

Aquisição).

Dependendo do projeto ou da empresa em questão, existem áreas cujas

relevâncias poderão ser maiores ou menores, porém é aconselhável que o

gerente de projetos tenha controle sobre todas elas.

As áreas de conhecimento e os processos trabalham de forma

integrada, apesar de cada um ter um detalhamento específico e uma área de

atuação própria. A organização e integração dos mesmos formam o

gerenciamento de projetos. As áreas de conhecimento serão apresentadas de

maneira macro, buscando mostrar alguns aspectos práticos.

O PMBoK sugere quais processos devem ser executados durante o

gerenciamento de projetos, indicando “o que” deve ser feito, mas não “como”

implementar esses processos. (Total de 44 processos – entradas/técnicas e

ferramentas/saídas).

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Figura 3. Áreas de conhecimento Fonte: SÉLLOS, 2006

Iniciação: identificação da necessidade do projeto; determinação dos

objetivos, metas e escopo; análise do ambiente; análise das potencialidades e

recursos disponíveis; estimativa dos recursos necessários; análise dos riscos

envolvidos; estudo da viabilidade técnico-financeira; elaboração da proposta do

projeto; apresentação da proposta; decisão (ou não) de execução.

Descrição das áreas de conhecimento, segundo o PMBoK 2004

1 – Gerenciamento de integração do projeto

De todas as áreas essa é a que exige maior visão sistêmica e global por

parte do gerente de projetos. De um modo geral, quanto maior o projeto (mais

pessoas envolvidas, muitos sub-projetos, atividades executadas em lugares

diferentes, etc.), maior é a necessidade e importância de uma boa integração.

Processos necessários para garantir que todos os elementos do projeto

sejam corretamente coordenados.

- Elaboração e aprovação do plano do projeto;

- Execução do plano do projeto;

- Controle e integração das alterações.

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2 – Gerenciamento do Escopo do Projeto

Assegurar que sejam executadas todas as atividades desejadas e

somente aquelas necessárias à realização do projeto.

Através de especificações e normas técnicas, bem como dados

históricos, deve ser elaborada uma estrutura analítica do projeto (WBS)

contendo um detalhamento de ações e tarefas que compõem o produto ou

serviço final. O WBS deve abranger todo o escopo do projeto e qualquer

elemento fora dele não pode fazer parte do escopo do projeto e vice-versa. Um

WBS mal elaborado ou não consistente pode inviabilizar todo o gerenciamento

do projeto.

- Iniciar o projeto;

- Planejar o escopo do projeto;

- Detalhar o escopo;

- Aprovar o escopo;

- Monitorar e documentar as alterações do escopo do projeto.

3 – Gerenciamento de tempo do projeto

A função do Gerenciamento de tempo é garantir que o projeto seja

concluído no prazo determinado. Para cumprimento das metas estabelecidas,

ações de planejamento e monitoramento são tomadas ao longo do projeto.

O cronograma do projeto é a referência para o seu gerenciamento. A

atualização e a análise regulares do cronograma evitarão possíveis surpresas e

possibilitarão ações corretivas em tempo.

Processos necessários para garantir a execução do projeto no prazo

previsto:

- Definição das atividades do projeto;

- Seqüenciamento das atividades (ordem de execução e

dependências entre as atividades);

- Estimativas de duração das atividades;

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- Desenvolvimento do cronograma;

- Controle do cronograma.

4 – Gerenciamento dos Custos do Projeto

Embora haja outros parâmetros igualmente importantes no sucesso de

um projeto, o bom ou mau desempenho no gerenciamento de custos é o

primeiro a ser avaliado e o que, em geral, causa maior impacto no resultado

final. Garantir que o projeto seja realizado dentro do orçamento aprovado.

- Planejamento da alocação dos recursos;

- Estimativas de custos;

- Criação do orçamento do projeto;

- Controle dos custos do projeto.

5 – Gerenciamento da Qualidade do Projeto

É aconselhável que o gerente de projetos possua um plano de

gerenciamento da qualidade, onde devem constar detalhamentos do

planejamento da qualidade (identificando os padrões de qualidade exigidos no

projeto e de que maneira poderão ser alcançados), bem como a descrição dos

processos de garantia e controle da qualidade. Garantir que o projeto entregue

os seus produtos conforme previsto no projeto.

- Planejamento da qualidade no projeto;

- Garantia da qualidade;

- Controle da qualidade.

6 – Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto

O gerente de projetos deve promover a perfeita integração entre os

envolvidos, enfatizando o trabalho em equipe e evitando conflitos. Deve

também definir as responsabilidades individuais de cada envolvido desde o

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início do projeto. Assegurar que a equipe o conduza atendendo à expectativa

do projeto.

- Planejamento da estrutura organizacional do projeto;

- Aquisições de pessoal para o projeto;

- Desenvolvimento da equipe de projeto (motivação, liderança,

negociação, melhoria de performance, participação).

7 – Gerenciamento das Comunicações do Projeto

O gerente de projetos utiliza os meios de comunicação para coordenar

suas equipes e para a obtenção de informações necessárias para o controle,

monitoramento e tomadas de decisão.

Um gerente de projetos passa a maior parte do tempo efetuando algum

tipo de comunicação: escrevendo, lendo, escutando ou falando. A reunião é a

maior característica do trabalho em equipe e muito freqüente no gerenciamento

de projetos. Embora a comunicação formal entre os envolvidos seja muito

importante, o gerente de projetos deve saber utilizar a comunicação informal,

principalmente para o controle do projeto.

Garantir a geração, coleta, divulgação, armazenagem e disposição final

apropriada das informações do projeto.

- Planejamento de um sistema de comunicação eficaz;

- Distribuição das informações do projeto;

- Relatórios de performance do projeto e da equipe;

- Procedimentos para o fechamento do projeto;

- Gerenciamento dos stakeholders.

8 – Gerenciamento dos Riscos do Projeto

A necessidade de se gerenciar os riscos de um projeto surgiu devido ao

aumento da complexidade, ao aumento dos valores envolvidos, à diminuição

dos prazos e à diminuição das margens de lucro dos projetos.

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Processos para identificação, análise e respostas aos riscos do projeto:

- Identificação dos riscos do projeto;

- Criação do plano de gerenciamento aos riscos do projeto;

- Análise qualitativa dos riscos;

- Análise quantitativa dos riscos;

- Planejamento das respostas aos riscos do projeto;

- Controle proativo dos riscos do projeto.

9– Gerenciamento das Aquisições do Projeto

Processos necessários para aquisição de bens e serviços vindos de fora

da organização.

- Planejamento das aquisições;

- Planejamento das solicitações;

- Gerenciamento das solicitações (propostas);

- Seleção dos fornecedores (contrato);

- Administração do contrato;

- Encerramento do contrato.

2.1.4 PMO – Escritório de Gerenciamento de Projeto s

PMO é a sigla para Project Management Office ou Escritório de Projetos

e tem como objetivo integrar e apoiar as atividades de Gerenciamento de

Projetos de uma organização, de acordo com as suas metas, estratégias,

prioridade e recursos, metodologias, ferramentas e técnicas. É um local físico

dentro de uma organização, não tendo padrão definido, moldado de acordo

com a organização. Pode ter cunho mais estratégico ou ser mais voltado ao

suporte operacional.

O PMO pode possuir vários propósitos:

- Dar suporte ao Gerente de Projetos

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- Promover treinamento das equipes de projeto

- Implantar software de controle de projetos

- Estabelecer padrões, métodos e formulários

- Servir como referência em gerenciamento de projetos

- Ser responsável pelos resultados dos projetos

No PMO, as questões relevantes para o sucesso dos projetos estarão

sendo discutidas, apoiando os gerentes e concentrando-se no planejamento,

priorização e execução coordenada de projetos vinculados aos objetivos gerais

da organização.

Alguns conceitos chave são importantes para o sucesso de um PMO:

- A atuação e as regras devem ser publicadas formalmente e claramente

definidas.

- A alta direção da organização deve estar comprometida

- Para que o PMO melhore a performance dos projetos, é necessário a

utilização de processos, técnicas e ferramentas adequadas.

- Mudança cultural de todos os níveis hierárquicos da organização.

2.1.5 O Gerente de Projetos

O gerente de projetos precisa ter e saber usar uma vasta gama de

competências incluindo: habilidade de liderar um time de profissionais variados,

de comunicar-se adequadamente com todos os envolvidos, de motivar o time

de projetos e saber negociar soluções efetivas para os conflitos que surgem

entre as necessidades dos projetos e as de seus envolvidos. O gerente deve

tanto liderar, quanto gerenciar um projeto. Exige-se também competência nas

seguintes habilidades:

- Possuir compreensão geral sobre a tecnologia envolvida no

projeto;

Page 26: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

15

- Ter habilidades interpessoais que promovam um ambiente cultural

para os envolvidos, refletindo confiança, lealdade, comprometimento

e respeito;

- Compreender os processos gerenciais e suas aplicações ao

projeto;

- Ter visão do contexto sistêmico do projeto;

- Ser capaz de tomar e implementar decisões acerca do projeto.

2.1.6 Sucesso do Gerenciamento de Projetos

Elementos como a especificidade do serviço ou produto, o tempo e a

complexidade são algumas das principais características do projeto. Para

saber-se se um projeto foi bem-sucedido ou não, consideram-se pontos que

devem ser observados durante o desenvolvimento do mesmo e que foram

enumerados na fase de planejamento do mesmo. A idéia é procurar seguir o

mais próximo do pensado para resultados de prazo, custo, qualidade, etc.

O sucesso em qualquer projeto é determinado pelo atendimento dos

objetivos (eficácia) e não somente do quão bem o projeto foi conduzido

(eficiência). Os objetivos do projeto devem estar diretamente ligados aos

objetivos estratégicos da empresa.

Quanto menor o projeto maior a probabilidade de sucesso. Qualquer

projeto pode ser um sucesso se todos os fatores chaves forem seguidos.

Etapas curtas significam menor corpo para gerenciar e promovem um

melhor feedback. O Planejamento deve ocorrer em vários níveis: projeto,

etapa, dia-a-dia. A qualidade no processo de desenvolvimento de projetos

proporciona melhorias tanto na qualidade do produto, quanto na eficiência do

seu processo de produção.

O The Standish Group (1999) apresenta como fatores de sucesso de um

projeto:

- Envolvimento do usuário;

- Suporte executivo;

Page 27: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

16

- Objetivos de negócio claros;

- Gerente de projeto com experiência;

- Marcos pequenos;

- Requerimentos básicos firmes;

- Equipe competente;

- Planejamento adequado.

2.1.7 Fracasso do Gerenciamento de Projetos

O fracasso do projeto pode ser definido como o não atendimento das

necessidades dos Stakeholders explicitadas pelo objetivo do projeto. O não

atendimento destas necessidades deve ser verificado tão logo comece a

ocorrer. Observá-lo somente no final de um projeto pode ser tarde demais,

devido ao alto impacto negativo causado no projeto como um todo.

Fatores que podem causar falhas no projeto, baseado em Patah:

- Aumento de custos;

- Controle inadequado;

- Planejamento insuficiente;

- Mudanças de escopo;

- Metas mal definidas;

- Conflitos de poder;

- Falta de um patrocinador;

- Conhecimento técnico insuficiente da equipe;

- Falta de padronização;

- Desconhecimento dos envolvidos sobre os reais objetivos do

projeto;

- Mudanças no cenário do projeto que não recebem um tratamento

adequado (político, econômico, mercado, organizacional e

tecnológico);

Page 28: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

17

- Falta de planejamento e acompanhamento dos resultados;

- Comunicação mal planejada e/ou mal executada.

2.2 Sobre telecomunicações

2.2.1 Introdução

Por telecomunicações pode-se entender a comunicação de informação

através de meios eletrônicos os quais conectam de forma virtual as pessoas e

disseminam informações por todo o mundo. Esta área vem passando por

transformações impulsionadas pela quebra de monopólio do setor, a evolução

tecnológica, a globalização, as mudanças econômicas e na própria sociedade.

A indústria de telecomunicações é muito dinâmica e veloz. Os processos

para a evolução tecnológica deste setor são constantes. O desenvolvimento

tecnológico vem provocando mudanças significativas nas operadoras de

telefonia celular. As operadoras freqüentemente necessitam efetuar estudos,

investimentos técnicos e de infra-estrutura e outros.

2.2.2 Telecomunicações no Brasil

O mercado de telefonia celular vem crescendo muito no mundo inteiro

inclusive no Brasil. As operadoras que atuam no país enfrentam um mercado

competitivo e fragmentado, experimentam uma onda de fusões e aquisições e

ainda se deparam com a dúvida da transição tecnológica para a terceira

geração.

A decisão de introdução da telefonia celular no Brasil foi tomada no final

dos anos 80 como serviço público restrito.

Em 1995, a telefonia passou a ser oferecida pela iniciativa privada,

introduzindo a competição na prestação destes serviços. A competição tornou

possível a melhoria na qualidade dos serviços prestados, a queda dos preços e

a ampliação da oferta de novos serviços.

Page 29: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

18

Com a constante inovação e evolução tecnológica, rapidamente este

cenário mudou, trazendo consigo uma tecnologia digital, a de segunda

geração, mais avançada e moderna que a tecnologia analógica.

Com a adoção do sistema digital, o governo brasileiro optou por deixar a

escolha da tecnologia por conta de cada operadora. Desta forma, passaram a

disputar a preferência das operadoras as tecnologias norte-americanas TDMA

(Time Division Multiple Access) e CDMA (Code Division Multiple Access).

Como resultado, o sistema TDMA acabou por predominar a base telefônica

brasileira, principalmente no Sul e Nordeste do País.

A discussão em torno das tecnologias retornou em 2000, quando da

definição da ANATEL pela utilização de uma nova faixa, destinada à operação

do serviço móvel pessoal (SMP) para as bandas C, D e E. Por fim, foi

determinada a faixa de operação segundo o padrão europeu (GSM).

Em novembro de 2002, a ANATEL conseguiu emplacar novas

prestadoras para o serviço móvel pessoal (SMP): o Grupo América Telecom

posteriormente denominado de Claro; a Vésper; a Brasil Telecom.

Desta forma, o atual cenário tecnológico brasileiro abriga 4 distintas

tecnologias: TDMA, CDMA, AMPS e GSM. Todas elas poderão conduzir as

operadoras até as próximas gerações.

Com vistas à interoperabilidade do serviço, por alguns grupos operarem

em diferentes padrões, bem como pelo interesse nas próximas gerações, já

existem movimentações no sentido de alteração e unificação dos padrões

tecnológicos. Contudo, a decisão por um ou outro padrão será resultado direto

das estratégias e conveniência técnica de cada operadora ou grupo formado,

bem como das recomendações ou determinações que forem realizadas pelos

órgãos reguladores, tanto no Brasil quanto no resto do mundo.

Diante dessa competição, cada vez mais as operadoras do setor de

serviços móveis terão que se superar para atrair novos clientes e, acima de

tudo, preservar os atuais. Dentre outras ações que foram realizadas, as

operadoras celulares tiveram que efetuar investimentos em equipamentos e

infra-estrutura.

Page 30: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

19

3 - METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentada a metodologia empregada no estudo.

Na primeira seção a natureza do estudo e método de pesquisa. A segunda

seção as limitações do trabalho. A terceira seção descreverá a coleta de

dados. A quarta a descrição do projeto.

O trabalho envolveu as seguintes etapas: definição da empresa

pesquisada, elaboração dos roteiros para o estudo de caso, a aplicação dos

questionários, realização de entrevistas e compilação das informações obtidas.

3.1- Escolha do método

Segundo Yin (2001) existem as seguintes formas de pesquisa: estudo de

caso, experimentos, levantamento, história e análise de informações de

arquivos. Cada estratégia adotada na escolha do método é analisada mediante

os critérios tais como: tipo do problema, controle do pesquisador sobre o

comportamento dos eventos e enfoque no contemporâneo versus fenômeno

histórico.

A partir do objetivo verificar a aplicabilidade do PMBoK em um projeto de

implantação de ERBs para telefonia celular, optou-se pela utilização da

metodologia de pesquisa estudo de caso, a partir da observação participativa e

da coleta de dados junto aos participantes do projeto. A pesquisa realizada é

de natureza aplicada, pois pretendeu gerar conhecimentos para aplicação

prática. Os métodos de pesquisa para atenderem aos objetivos da presente

dissertação consistirão em revisão bibliográfica e realização de estudo de caso.

Sintetizando, a pesquisa objetivou explorar e descrever fenômenos

relacionados a aplicabilidade do PMBoK em um projeto de implantação de

ERBs para telefonia celular, tendo sido adotado o método qualitativo e um

estudo de caso como a principal estratégia de investigação, que foi efetivada

por meio de entrevistas e da observação participativa.

Page 31: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

20

3.1.1 Estudo de caso: como e por que

Um método de estudo de caso é uma pesquisa empírica que investiga

um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real cujos limites

e o contexto não estão claramente definidos, segundo Yin (2001). No

desenvolvimento deste trabalho, o fenômeno contemporâneo será entendido

como a aplicação dos conceitos, técnicas e ferramentas de gerenciamento de

projetos. Para o ambiente analisado consideraremos as próprias empresas

envolvidas no processo (projeto).

“A essência de um estudo de caso, a principal tendência em todos os

tipos de estudo de caso, é que ela tenta esclarecer uma decisão ou um

conjunto de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram

implementadas e com quais resultados.” (Yin, 2001)

A pesquisa de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única

em que haverá muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e,

como resultado baseia-se em várias fontes de evidências, com os dados

precisando convergir em um formato de triângulo, e, como outro resultado,

beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir

a coleta e a análise de dados.

3.1.2 Tipo de pesquisa: exploratória x descritiva x causal

As pesquisas podem ser de três tipos: exploratórias, descritivas e

causais.

Os principais objetivos dos estudos exploratórios são a identificação de

problemas, a formulação mais precisa de problemas (incluindo a identificação

de variáveis relevantes) e de novas alternativas de cursos de ação. A presente

pesquisa é exploratória, buscando um maior conhecimento sobre o problema

investigado, por meio da pesquisa bibliográfica e do estudo de caso.

Os estudos descritivos voltam-se para a descrição de características ou

funções. Estes estudos freqüentemente envolvem a descrição do grau de

associação entre duas ou mais variáveis e podem ser utilizados para fazer

inferências entre as variáveis envolvidas. É também descritiva, pois ela

Page 32: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

21

observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos possibilitando a

descrição dos mesmos. Desta forma, a escolha do método se justifica por

permitir a exploração e descrição de uma aplicação prática dos conceitos de

gerenciamento de projetos.

Os estudos causais procuram estabelecer e entender as relações causa-

efeito, buscando determinar as causas dos eventos investigados por meio do

controle das variáveis envolvidas.

Geralmente, é empregado nas investigações que têm como objeto

situações complexas ou estritamente particularidades, ou seja, nos estudos

que pretendem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a

interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos,

contribuir no processo de mudança de determinado fenômeno e possibilitar o

entendimento das particularidades dos fatos.

Adotou-se a pesquisa do tipo exploratório-descritiva, atendendo aos

seguintes aspectos:

- A utilização dos elementos de análise e decisão do gerenciamento de

projetos pelas empresas parece constituir um assunto relativamente novo e

ainda pouco estudado no contexto (caráter exploratório)

- Esta pesquisa busca ampliar o conhecimento existente sobre o tema,

ou seja, estudar a partir do referencial teórico, como as empresas utilizam os

conceitos abordados em seus modelos de gestão e sistemas estratégicos, em

sua atuação, com o objetivo de determinar como estão sendo aplicados para

melhorar seus desempenhos, caracterizando-os por sua eficiência, eficácia e

efetividade (caráter descritivo).

3.1.3 Qualitativa x quantitativa

“O método de estudo de caso não representa uma amostra e o objetivo

do investigador é expandir teorias e a generalização analítica, e não enumerar

freqüências obtendo a generalização estatística” (YIN, 2001).

Os estudos de caso são generalizáveis a proposições teóricas e não a

populações ou universos. A pesquisa utilizou os métodos qualitativos de

Page 33: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

22

análise para sustentar suas questões de estudo, seguindo o método de Estudo

de Casos.

Uma vez que a pesquisa não emprega um instrumental estatístico na

análise dos dados, nem enumerar ou medir eventos estudados, ela se

enquadra na pesquisa qualitativa. As pesquisas qualitativas estão preocupadas

com o processo e não apenas com o produto e os resultados. O pesquisador

está muito implicado na coleta e análise dos dados, processos vitais nesse tipo

de pesquisa e que requerem aprofundamento.

Na pesquisa qualitativa o ambiente é a fonte de informações utilizando-

se de múltiplas fontes de dados.

3.1.4 Definição e planejamento: pesquisa bibliográ fica

A pesquisa bibliográfica permitiu ao pesquisador inteirar-se do tema

adquirindo embasamento teórico para a coleta e análise dos dados obtidos no

trabalho como, também, uma visão panorâmica sobre a realidade e tendências

do tema.

Por fim cabe ressaltar as fontes de evidências utilizadas para o

levantamento de informações nos casos. Foram utilizadas, com diferentes

intensidades, as seguintes formas: documentação, registro de arquivo,

entrevistas e a observação direta.

3.1.5 Definição e planejamento: estudo de caso úni co

Para justificar a escolha de um caso simples, Yin (2001) apresenta três

razões. A primeira é o caso crítico que serve para testar uma teoria bem

formulada. A segunda representa o caso único que serve para estudar uma

determinada situação rara que, através do caso pode ser documentado e

analisado o problema. A última é sobre o caso revelador. Este caso acontece

quando um pesquisador pode observar e analisar um fenômeno previamente

inacessível pela investigação científica.

Encontra-se um fundamento lógico para um caso único quando ele

representa um caso suficiente para se testar uma teoria bem-formulada. Para

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23

confirmar, contestar ou estender a teoria deve existir um caso único, que

satisfaça todas as condições para se testar a teoria.

3.2 O projeto de pesquisa

O projeto de pesquisa decorreu do tema, do problema e dos objetivos

deste estudo, e os aspectos pesquisados sempre se referenciaram à pesquisa

bibliográfica realizada. No projeto de pesquisa, procurou-se coletar, analisar e

interpretar observações.

A elaboração dos roteiros adotou, como orientação, outras fontes de

pesquisa aplicadas na área de projetos de ERBs de telecomunicações e

gerenciamento de projetos.

É importante desenvolver um protocolo para o estudo de caso com a

finalidade de estabelecer a relação do pesquisador com o ambiente a ser

pesquisado, bem como aumentar a confiabilidade da pesquisa. O protocolo

deve refletir as proposições, em função da questão da pesquisa, incluindo os

instrumentos de levantamento de dados a serem praticados nos respectivos

estudos.

3.3 Limitações do trabalho

O presente estudo baseia-se na análise do gerenciamento de projetos,

mas alguns aspectos desta abordagem não serão contemplados. Um fator

limitante do estudo é quanto à capacidade de análise de todas as tarefas.

Devido à quantidade das atividades que contempla o estudo em questão, foi

escolhido para ser analisado um período/ etapa de implantação do projeto.

Outra limitação refere-se à dificuldade de generalização a partir de um

caso único, assim, o produto final desta pesquisa, após as revisões da

literatura, discussão com especialistas e outros processos.

A fase de entrevistas se iniciou com a aplicação de questionários junto a

um pequeno grupo mais próximo, a fim de identificar possíveis falhas na fase

inicial, procurando estabelecer as interfaces com os respondentes. Após os

Page 35: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

24

testes, o questionário serviu, então, como roteiro para as entrevistas do tipo

semi-estruturada.

3.4 Coleta de dados

No projeto analisado, contemplou-se o gerenciamento de projetos, mais

especificamente a estrutura de gerenciamento de projetos e seus principais

papéis e funções.

3.4.1 Definição e planejamento: tipos e fontes de informação

Ao optar pelo método de estudo de caso consideravam-se questões de

como explicar, descrever e explorar situações.

Como fonte de informação para este estudo de caso combinou-se

algumas técnicas de levantamentos de dados: entrevistas, questionários e

observação participante, atas de reuniões de acompanhamento e seminários

do projeto.

3.4.2 Definição e planejamento: desenho de entrevi stas/ questionários

Através de entrevistas, foi possível estudar e analisar as qualidades e

deficiências encontradas relacionadas ao gerenciamento do projeto e

implantação de ERBs para telefonia celular.

O roteiro das entrevistas (Apêndice A) foi dividido, basicamente, em três

seções. A primeira seção visava obter informações gerais do entrevistado e o

conhecimento sobre gerenciamento de projeto. A segunda seção buscou

compreender a estratégia empresarial da organização, incluindo o porte do

projeto, avaliando de acordo com a estrutura, dimensão e a duração do

mesmo. A terceira seção preocupou-se com as questões referentes ao

gerenciamento de projeto da organização, mais especificamente com o tipo de

estrutura organizacional montada para a coordenação do projeto.

As entrevistas foram do tipo semi-estruturadas a fim de permitir ao

entrevistado ampliar, a seu critério, aqueles aspectos que considerados de

Page 36: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

25

maior interesse, segundo o tema escolhido e mediante obtenção de informação

documental complementar. A formulação das perguntas para a pesquisa

considerando-se o método de estudo de caso então, contemplou o como e o

porque.

Para a elaboração dos questionários e roteiro de entrevista, houve uma

etapa inicial de fundamentação teórica. A forma de aplicação do questionário

deu-se pelo envio por e-mail, pois os respondentes estavam em diferentes

estados. Entretanto, os questionários aplicados não obtiveram o retorno

esperado e, portanto, não houve aproveitamento dos dados na apresentação

dos resultados.

As entrevistas foram realizadas pessoalmente com os coordenadores

regionais com aproveitamento total dos dados. A fim de investigar as

experiências e conhecimentos relevantes sobre o tema em questão, entre

especialistas e grupos de profissionais da área ou relacionados a ela, optou-se

pela técnica de entrevista utilizando-se questionários com perguntas abertas e

fechadas.

3.4.3 Definição dos profissionais a serem entrevis tados

Para a seleção dos entrevistados foram analisados critérios como:

- experiência e conhecimento significativos sobre o tema em questão;

- participar diretamente no projeto no gerenciamento ou coordenação.

3.4.4 Observação participante

Este trabalho contou com a observação participante da autora tendo

assumido, também, funções dentro do estudo de caso e participando,

ativamente, de alguns eventos aqui estudados. Uma vantagem desta

modalidade é facilitar o acesso a informações relevantes e dados que

provavelmente seriam impossíveis à simples investigação. Além disso, é

possível visualizar a realidade do projeto de alguém de participante do caso e,

não apenas um observador passivo. Sua experiência e prática profissional

podem enriquecer e contribuir para este estudo.

Page 37: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

26

A observação participante fornece oportunidades incomuns para a coleta

de dados, mas também apresenta alguns problemas. Os maiores problemas

relacionados à observação participante tem a ver com os possíveis pontos de

vista tendenciosos que possam vir a ser produzidos ou manipulação informal

dos dados. Para não incorrer neste erro, foram utilizados diversas fontes de

dados.

Page 38: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

27

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, são apresentados os dados referentes ao projeto

estudado, obtidos a partir dos procedimentos metodológicos definidos

anteriormente: entrevistas semi-estruturadas, observação participativa,

pesquisa documental e revisão bibliográfica.

Os dados coletados do projeto terão, inicialmente, uma apresentação

descritiva. Após esta etapa, faremos a verificação das questões e subquestões

da pesquisa através da análise qualitativa do projeto. Finalmente, realizaremos

considerações finais.

4.1 Apresentação dos dados gerais da empresa

4.1.- Perfil da empresa

A Claro é uma empresa de telefonia

celular que atua no Brasil em 21 Estados e

no Distrito Federal cobrindo mais de 2.200

cidades e atende cerca de 18,7 milhões de

clientes. Fundada em setembro de 2003, a

operadora é controlada pelo grupo América

Móvil, com 95,3 milhões de clientes de linhas

fixas e móveis em países como Argentina,

Chile, Colômbia, El Salvador, Equador, EUA,

Guatemala, Honduras, México, Nicarágua,

Paraguai, Peru e Uruguai, além do Brasil.

Entrou no mercado brasileiro resultado da unificação de algumas

operadoras já existentes na banda B. Apesar da unificação das operadoras da

empresa ter sido concluída, o grupo optou por associar a nova marca nas suas

operações. Seguindo uma estratégia agressiva, a operadora está realizando a

migração de suas atuais operadoras TDMA para a tecnologia GSM.

Figura 4 : Área de atuação da Claro Fonte: site da Claro

Page 39: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

28

4.1.2 Gestão estratégica

Gestão estratégica da empresa visa o investimento na expansão de sua

rede GSM, seguindo uma tendência tecnológica, procurando atender todos os

perfis de clientes, com planos e serviços diferenciados. Seu objetivo busca a

oferta de produtos inovadores, criativos e de última geração, além da obtenção

de lucro.

4.1.3 Ambiente e Condições Organizacionais da empre sa

A estrutura analisada pode ser caracterizada como uma estrutura do tipo

matricial. Conforme Dinsmore (2003), “sua base é uma estrutura funcional onde

existe ampla mobilidade lateral”. Do total de profissionais, apenas alguns são

alocados integralmente a cada projeto, os demais são compartilhados com

outras atividades ou projetos, e com relação aos recursos, equipamentos e

facilidades da empresa, pode-se dizer que, em sua maioria, também são

compartilhados.

O responsável pela estrutura é o gerente de projetos. Ele se encontra

em um nível muito elevado na organização facilitando a performance da área e

as mudanças necessárias.

Conforme informado por um entrevistado, existe “o setor de

planejamento localizado no Rio de Janeiro que repassa para as regionais o que

tem que ser feito, quando fazer e quem é o fornecedor”. Este departamento

possui profissionais dedicados a projetos e atua em âmbito nacional. Dentre os

profissionais e recursos compartilhados entre projetos e atividades estão

àqueles relativos aos departamentos de compra, comercial, operações e

manutenção, implantação e outros.

O departamento de infra-estrutura das regionais é responsável pela

implantação dos projetos, coordenando a execução das obras, viabilizando o

cronograma e a qualidade.

Page 40: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

29

4.2 Apresentação do projeto

Os ERBs de telefonia celular são compostos por uma série de soluções

tecnológicas, equipamentos e sistemas, que interagem entre si e proporcionam

um funcionamento integrado à rede. Estes diferentes itens são das mais

diversas procedências, quantidades e graus de complexidade. Associadas a

estes itens, existem diversos processos de fabricação, manuseio, montagem e

testes, requerendo assim uma ampla gama de profissionais qualificados. Estes

itens, devido às suas natureza, acabam sendo distribuídos em grupos de

trabalho: projeto, site acquisition, construção, equipamentos. Estes

agrupamentos são visíveis tanto na fase de projeto, como na fase de

implantação (execução).

O este trabalho abordará o projeto expansão da rede GSM NE na região

BSE, que compreende os seguintes Estados: Pernambuco, Paraíba, Alagoas,

Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. A coordenação regional BSE da

operadora está localizada em Recife/ Pe e o gerenciamento do projeto no

escritório do Rio de Janeiro.

Para a presente pesquisa foram identificadas macro-fases e principais

atividades do projeto estudado. As medições dos números do projeto decorrem

de um extensivo estudo do mesmo e são de difícil análise quanto aos

resultados. Portanto, a mensuração não será foco das apresentações práticas

nesta pesquisa.

As fases, a serem apresentadas a seguir, são definidas de acordo com

as metas da empresa, que se baseiam na demanda de cobertura. As metas

são repassadas para o departamento de planejamento que por sua vez envia

ao setor de infra-estrutura para ativação de novos ERBs.

De acordo com as entrevistas, a Fase 1 iniciou em fevereiro de 2004 e

praticamente não existiu na região NE, tendo sido implantado na região Sul/

Sudeste. Foram implantados alguns ERBs sem planejamento e controle de

qualidade, para atender de imediato uma demanda reprimida. Os ERBs foram

posteriormente incorporados à Fase 2, havendo retrabalho para correções das

falhas identificadas durante aceitação dos mesmos pela fiscalização. Houve um

atraso no projeto por falta de planejamento, havendo superposição das fases 2

Page 41: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

30

e fase 3, que teve inicio em 2005. O prazo estipulado para implantação da

Fase 3 era dezembro de 2005 e não foi atingido.

4.2.1 Estrutura do Projetos GSM 2005

A fase 3 de implantação do projeto GSM contou com as filosofias Turn

Key – TK (fase 2/ 3) e Não Turn Key – NTK (fase 3NTK). O fornecedor TK era

responsável por todas as fases de implantação do ERB, inclusive gerenciando

os demais fornecedores. Para os ERBs NTK, os fornecedores eram

contratados diretamente pela operadora, ficando o gerenciamento sob a

responsabilidade de terceiros, que se reportavam ao cliente.

Quadro 2: estrutura da operadora para projetos GSM 2005, PMO Claro, Turn Key PMO OPERADORA Não Turn Key

PM Regional PM Regional PM Regional Planejamento Planejamento Planejamento

Site Acquisition & Compartilhamento

Site Acquisition & Compartilhamento

Site Acquisition & Compartilhamento

Infraestrutura Infraestrutura Infraestrutura Equipamento Equipamento Equipamento

Transmissão Transmissão

Administração de

contratos e custos,

suprimentos, garantia da qualidade.

G E R E N C I A D O R A

Transmissão

Fonte: adaptação da autora

4.2.2 Estrutura-NTK

Os ERBs Não Turn Key eram uma grande parcela da fase 3,

participando com um total de 68% ERBs. A estrutura foi definida pelo gerente

de projeto e descrita em reunião com a participação de todas as empresas

envolvidas. Durante a apresentação, ficou definida a seguinte estrutura:

a) Regional da operadora: estrutura do Gerenciamento do Projeto NTK

2005, escopo de ERBs e responsabilidades da operadora no Projeto NTK

2005;

Page 42: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

31

b) Gerenciadora: responsabilidades no Projeto NTK 2005, organograma,

coordenadores para contato, endereço dos escritórios, escopo dos

fornecedores de Site Acquisition, escopo dos fornecedores de Projeto e

Sondagem);

c) Fornecedores de projeto

d) Fornecedores de site acquisition

Figura 5: organograma projeto GSM Ne NTK. Fonte: a autora

Apresentação e definição de responsabilidades (PROJETO-NTK):

4.2.2.1 PMO Claro no projeto NTK

- Acompanhar o andamento do projeto nas regionais e nacionalmente

- Validar o escopo dos fornecedores em cada ERB

- Analisar e aprovar mudanças de escopo

- Avaliar performance dos fornecedores

GERENTE DE PROJETO -

GERENCIADORA

SITE ACQUISITION

INFRA-ESTRUTURA

ADMINISTRAÇÃO DE

CONTRATOS

EQUIPAMENTOS/ TRANSMISSÃO

PLANEJAMENTO

FORNECEDOR DE SITE

ACQUISITION

FORNECEDOR PROJETOS E SONDAGEM

FORNECEDOR DE

CONSTRUÇÃO

FORNECEDOR VALIDAÇÃO DE

PROJETOS

FORNECEDOR DE Estrutura

Vertical

FORNECEDOR DE

EQUIPAMENTOS, RF E TX

FISCALIZAÇÃO

FORNECEDOR DE

FISCALIZAÇÃO

OPERADORA

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32

- Aprovar mudanças de planejamento, analisar impactos e riscos

apresentados pela integradora

- Resolver indefinições técnicas do projeto que não estejam claras nos

procedimentos e critérios da operadora

- Definir prioridades e dar diretrizes a serem seguidas

4.2.2.2 Regional Gerenciadora NE:

- Gerenciar e integrar as atividades de todos os fornecedores da operadora

desde Site Acquisition até a integração da BTS; Planejar o baseline e

comparar com o replanejamento semanal avaliando impactos e riscos;

- Controlar e registrar mudanças de escopo solicitadas e aprovadas;

- Garantir a performance dos fornecedores;

- Garantir que os fornecedores apliquem corretamente os procedimentos e

critérios técnicos da operadora;

- Garantir que os fornecedores sigam as prioridades da operadora.

4.2.2.3 Empresas de Site Acquisition e Licenciamento:

1- O escopo de trabalho é definido pelos seguintes documentos:

- Contrato fornecedor/Cliente;

- RFP para Site Acquistion e Licenciamento;

- Minutas padrões de contrato de locação da operadora;

- Políticas de conduta em negociações da operadora;

- Valores teto para negociação de contratos;

2- Podemos resumir o escopo de trabalho para o fornecedor de Site Acquistion

como sendo:

- O fornecedor será responsável pela execução e gerenciamento de todas

as atividades de site acquisition.

Page 44: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

33

- Efetuar busca de candidatos nas áreas indicadas pela operadora,

apresentando no mínimo 03 relatórios de candidatos por ERB

- O fornecedor deverá fazer uma consulta prévia (formal) de todos os

candidatos nos órgãos licenciadores (prefeitura, IBAMA, IPHAN, COMAR,

proteção ambiental, Defesa civil, associações em geral, dentre outros) para

verificação da possibilidade de legalização do ERB;

- Providenciar juntamente com os relatórios de candidatos, toda a

documentação do imóvel e do proprietário, para análise preliminar;

- Agendar com as demais empresas e envolvidos no processo, uma vistoria

de qualificação dos candidatos apresentados. Relatórios incompletos ou

com documentação insuficiente poderão ser devolvidos;

- Convocar todas os envolvidos no processo para reunião de qualificação

dos candidatos (QRM)

- Providenciar o contrato de locação assinado pelo proprietário, incluindo

toda a documentação necessária de acordo com a RFP;

- A empresa de site acquisition deverá providenciar a regularização dos

imóveis que estiverem irregulares. As despesas com a regularização

(cartório, IPTU, etc) serão arcadas pelo locador. A empresa de site

acquisition não poderá cobrar do locador por serviços de despachante;

- O fornecedor deverá providenciar o registro do contrato no Registro Geral

de Imóveis, após o recebimento do contrato assinado pela operadora;

- Negociar termo aditivo para área adicional em ERBs compartilhados com

outras operadoras (quando contratado)

- Executar todas as atividades para a legalização da implantação e

operação do ERB;

- Acompanhar semanalmente os processos de licenciamento, fornecendo

todos os documentos solicitados e tomando todas as ações necessárias

para agilização do processo de legalização dos ERBs. O fornecedor deverá

disponibilizar funcionário para percorrer todas as prefeituras semanalmente

independente dos prazos fornecidos pelas prefeituras;

Page 45: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

34

- Participar de reuniões representando a operadora em órgãos públicos e

acompanhamento em vistorias solicitadas pelos mesmos;

- O fornecedor será responsabilizado pelos custos gerados por embargos

e multas, caso a operadora não tenha sido informada de riscos existentes;

- É escopo do fornecedor consultar os órgãos de infra-estrutura urbana,

bem como concessionárias de energia, água e esgoto, gás, quanto à

interferência com a sua rede e viabilidade de implantação;

4.2.2.4 Empresas de Projeto e Sondagem

1- O escopo de trabalho é definido pelos seguintes documentos:

- Contrato fornecedor/Cliente;

- RFP para Projetos e Sondagem;

- Especificações técnicas revisão 4;

- Normas técnicas vigentes.

2- Pode-se resumir o escopo de trabalho para o fornecedor de Projeto e

Sondagem como sendo:

- Caberá ao fornecedor contratado elaborar todos os projetos necessários,

executivos e legais, e memoriais descritivos, incluindo visitas a Prefeituras e

órgãos envolvidos, para possibilitar a execução das obras de infra-estrutura

e legalização dos ERBs;

- Execução de projetos detalhados de acesso (quando necessário);

- O fornecedor deverá participar das visitas de qualificação de todos os

candidatos e das reuniões de qualificação (QRM);

- Elaboração da planta (croquis) de implantação para contrato de locação;

- Elaboração do relatório de qualificação de civil;

- Elaboração/apresentação de proposta de projeto para contenções, muros

de arrimo ou afins;

Page 46: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

35

- Elaboração de projeto detalhamento dos suportes, mastros e sleds, com

memória de calculo do conjunto suporte/base/estrutura existente sobre a

qual os mesmos serão fixados (ERB Roof Top);

- Gerenciar o processo de ligação de energia;

- Gerenciar/apresentar proposta para extensões de rede (Alta Tensão e

Baixa Tensão) quando necessária;

- Locação de GMG (grupo gerador) com abafador de ruído (quando

necessário);

- Elaboração do formulário de solicitação de compartilhamento (com

relatório fotográfico);

- Elaboração de laudos e projetos para aprovação do compartilhamento

(quando solicitado pela detentora);

- Elaboração/apresentação de proposta de projeto de reforço estrutural

vertical/fundação nos casos onde o laudo comprovar a necessidade do

serviço;

- Elaboração de parecer técnico nos casos em que a medição da malha de

aterramento não atingir a resistência ôhmica indicada na especificação

técnica da operadora Revisão.4;

- Juntar, analisar e aceitar toda a documentação técnica e legal pertinente

a cada ERB para a composição do respectivo Site Book;

- Realização/Elaboração de relatório de sondagem, conforme NBR 6484.

4.2.3 Estrutura-TK

Na filosofia TK de implantação do projeto GSM fase 3, o fornecedor TK

era responsável pelo site acquisition, projeto, sondagem, sistema irradiante –

RF - e equipamentos. Inicialmente, na fase 2, a compra e gerenciamento de

todos os equipamentos e infra-estrutura era de responsabilidade do fornecedor

TK. Atualmente, na fase 3, alguns fornecedores para o sistema TK são

adquiridos e gerenciados diretamente pela operadora (estruturas verticais – EV

e transmissão - TX). Como o fornecedor TK sub-contratava para viabilizar as

Page 47: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

36

etapas do projeto, este sistema possui custo mais elevado para o contratante

que o NTK, segundo comentários dos entrevistados. Para a fase 3, foi

solicitado pelo gerente de projetos que o sistema TK tivesse coordenadores de

qualidade para incremento nos resultados do projeto.

Figura 6: organograma projeto GSM NE TK. Fonte: a autora

GERENTE

DE PROJETO

- FORNECE

SITE ACQUISITI

ON

INFRA-ESTRUTU

RA

ADMINISTRAÇÃO

DE CONTRAT

OS

EQUIPAM

ENTOS

PLANEJAMENTO

FORNECEDOR DE

SITE ACQUISITI

ON

FORNECEDOR DE

CONSTRUÇÃO

FORNECEDOR DE

RF

PROJETO

FORNECEDOR DE

PROJETO

EQUIPAM

ENTOS

EMPREITE

IROS

QUALIDADE DE INFRA

QUALIDADE DE

EQUIPAMENTOS

SUBCONTRATAÇÕE

S

QUALIDADE DE

PROJETO

QUALIDADE DE SITE ACQUITITI

ON

SUBCONTRATAÇÕE

S

SUBCONTRATAÇÕE

S

FORNECEDOR DE Estrutura Vertical

FORNECEDOR DE

TX

OPERADORA

Page 48: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

37

DISTRIBUIÇÃO DE PROJETOS DOS SITES ENTRE SISTEMAS DE CONTRATAÇÃO

32%

68%

TK

NTK

DISTRIBUIÇÃO DE IMPLANTAÇÃO DOS SITES ENTRE SISTEMAS DE

CONTRATAÇÃO

62%

32%

6%

3T (ex-NTK)

3 (TK)

NTK

4.2.4 TK x NTK

O projeto NTK não obteve o

resultado esperado, implantando

cerca de 6% das ERBs na fase 3 do

projeto. Inicialmente, sua

participação na fase 3 era de 68%

para elaboração dos projetos. Não

serão abordados aqui as causas que

levaram a este rendimento.

A maioria dos projetos foram

concluídos pelo sistema NTK, porém

a implantação dos ERBs foi

repassada para o fornecedor TK.

Desta forma, os ERBs identificados

nas planilhas de controle como 3NTK

foram renomeados para 3T (ex-

NTK). Os ERBs fase 3 TK possuíam

a nomenclatura 3.

4.3 Análise do Estudo de Caso

Nesta seção analisar-se-á o gerenciamento do projeto, seguindo os

processo e áreas de conhecimento do PMBoK, que são objetivos deste

trabalho.

4.3.1 Análise do Perfil da Operadora

A empresa em questão possui experiência internacional no mercado de

telecomunicações tentando se firmar no mercado nacional, através de

investimentos agressivos de marketing, tecnologia e expansão da rede. Como

Figura 7 . Distribuição de Projetos dos sites entre Sistemas de Contratação. Fonte :a autora

Figura 8 . Distribuição de Implantação dos sites entre Sistemas de Contratação. Fonte: a autora

Page 49: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

38

sua entrada no mercado partiu da aquisição de operadoras existentes e sua

posterior unificação, a empresa já iniciou suas atividades com uma fatia do

mercado e infra-estrutura. A tecnologia anterior TDMA está sendo desativada

com a migração para a tecnologia GSM.

4.3.2 Análise Gestão Estratégica

A empresa está crescendo, buscando investimento em tecnologia e

expansão para atender suas necessidades. A partir desta necessidade, iniciou-

se o planejamento do projeto com a definição das funções e atribuições para a

implantação. A principal motivação para a formação da estrutura, conforme dito

por um dos entrevistados, devido a assimilação das falhas de etapas anteriores

que motivou a realização de um melhor planejamento e controle.

4.3.3 Análise do Ambiente e Condições Organizacion ais da empresa

O comprometimento da gerência tem sido cada vez mais perceptível na

forma como os projetos são e devem ser gerenciados. Havendo inclusive

solicitação e conscientização do gerente do projeto para modificação da

estrutura organizacional da empresa TK, por exemplo, para que fosse possível

atingir as metas do projeto.

O tempo para planejamento do projeto foi descrito nas entrevistas como

grande deficiência do início do projeto e também como as principais mudanças

que vem ocorrendo nas novas fases. Após a implantação da “fase 1” executada

sem planejamento, houve uma pequena evolução na fase 2 e na fase 3

demonstra-se o início do amadurecimento do gerenciamento do projeto, com o

surgimento da empresa gerenciadora NTK e os diversos coordenadores de

qualidade do fornecedor TK.

Foi citada nas entrevistadas a falta de autonomia para resolução de

determinadas situações, tendo que serem remetidas ao escritório de

gerenciamento para definição, o que dificulta o andamento do projeto. Segundo

um dos entrevistados, as demais regionais deveriam ter maior flexibilidade para

solucionar parte do impasses a nível regional.

Page 50: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

39

A empresa possui além dos clientes externos (usuários) clientes

internos, que também devem ser atendidos nos resultados do projeto: o

departamento comercial, o setor de operações e manutenção (OMR). Em

relação da consulta ao cliente, que é o atendimento de requisitos técnicos ao

início e final do projeto, houve um consenso que a falta de planejamento inicial

e as subcontratações influenciaram negativamente no prazo e na qualidade do

projeto.

4.3.4 Análise das Entrevistas

Os entrevistados possuem formações diversas em nível de graduação e

exercem a função de coordenador de implantação e fiscalização (engenheiro

civil, engenheiro mecânico, engenheiro eletrônico e um com nível superior

incompleto em matemática e engenharia eletrônica). Eles vêem sendo

preparados para a função de coordenador de implantação por meio da

experiência profissional sem que tenha havido um treinamento específico para

a função.

Não foi possível entrevistar o gerente do projeto, pois o mesmo está

atualmente locado no Rio de Janeiro, o que impossibilitou a entrevista devido

aos custos elevados de deslocamento.

A complexidade e a quantidade de atividades que envolvem o processo

de coordenação requerem conhecimento e habilidades em diversas áreas para

o qual o coordenador tem que estar preparado.

Não há incentivo por parte da empresa para acesso aos programas de

aperfeiçoamento, de acordo com as entrevistas. Uma das dificuldades

identificadas para o gerenciamento do projeto é a carência de equipe treinada,

fora do escritório de projeto.

Existe um compromisso de cumprir metas, desta forma os

coordenadores executam as tarefas, geram o fluxo das informações, fazem

solicitações e tomam providências para cada função. Como existe um controle

diário do projeto, quanto ao andamento das obras e aceitações, essas

informações são atualizadas diariamente.

Page 51: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

40

Houve convergência em relação à falta de tempo para planejar, analisar

e refletir. Em relação à compatibilidade das regras organizacionais, incluindo a

existência de cronogramas e orçamentos padronizados, vemos que há

relações estáveis.

Existiu uma variedade de percepções em relação a definição de qual a

melhor contratação do projeto (TK ou NTK) e evolução da maturidade da

empresa em termos de gerenciamento.

4.3.5 Análise do Projeto

A implantação de novas ERB de telefonia celular mobiliza diferentes

especialidades na definição da área de cobertura, no desenvolvimento de seus

projetos e na execução dos serviços. São diversos os agentes envolvidos,

entre eles fornecedores de equipamento/ soluções tecnológicas, construtores,

profissionais de projeto, clientes finais (usuários), cada qual com seus

interesses e expectativas particulares. Somando-se a estas áreas, existem

outras atividades, tais como, controle de qualidade, segurança, e compras.

Portanto, para conciliar estes interesses e executar ERBs com

velocidade e qualidade é necessário que o processo de projeto disponha de um

eficiente gerenciamento para atingir os objetivos.

Observou-se que em função do rendimento diferente do esperado dos

sistemas TK e NTK o projeto teve que ser ajustado durante o período

analisado.

Deste modo, pode-se perceber que a quantidade de variáveis existentes

e inter-relacionadas é muito grande e, por conseguinte, grande também é a

dificuldade na visualização de progresso do projeto e na projeção de custos e

prazos.

4.3.5.1 Gerenciamento do Tempo

O gerenciamento do tempo é de responsabilidade do PMO da

operadora. O cronograma e os recursos necessários são repassados para as

demais regionais para implantação das atividades seguindo o cronograma

Page 52: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

41

estabelecido. Este procedimento é feito a partir da definição e seqüenciamento

das atividades, estimativa de recursos e duração das atividades e

desenvolvimento do cronograma. O controle do cronograma é alimentado pelo

coordenador de implantação e transmitido para o gerente do projeto, que avalia

o andamento do projeto e identifica as ações corretivas necessárias.

O processo de implantação dos sites é parcialmente industrializado,

tendo em vista o uso de peças pré-moldadas (estruturas verticais, torres),

equipamentos e mecanização do processo de construção. Em seguida vem a

fase de instalação dos equipamentos e testes.

Ficaram patentes os problemas causados pela sub-contratação falhas

na distribuição das informações, que geraram atrasos e retrabalho. As diversas

mudanças de contratos e fornecedores, com a necessidade de tempo para

reestruturação também gerou atraso do projeto.

O comportamento do projeto foi melhorando ao longo do tempo, por uma

série de ações corretivas ao longo do projeto. Houve uma reestruturação a

partir das lições aprendidas que teve resultados positivos e uma redução em

90% do tempo de início da obra e aceitação do ERB.

Esta reestruturação partiu do gerente de projetos, que por sua vez se

baseou nas informações (feedback) dos coordenadores. O monitoramento do

andamento do projeto pela equipe de implantação tem uma atuação positiva,

na elaboração de planilhas que são repassadas ao gerente do projeto.

Todos deveriam conhecer as metas de prazos acertadas entre o

fornecedor e a operadora, disponíveis nos relatórios e cronograma do projeto.

A necessidade de ações corretivas para se recuperar os atrasos ainda é

grande. Portanto, continuar o tratamento especial junto aos fornecedores e

efetuar nova programação de atividades são fatores determinantes para

recuperação do atraso, melhoria da produtividade e bom desempenho da

qualidade, com a diminuição de pendências. A projeção de prazos foi reduzida

drasticamente, conforme dito acima.

Page 53: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

42

Figura 9: Gerenciamento do Tempo do Projeto GSM Fonte: a autora

4.3.5.2 Gerenciamento da Qualidade

O gerenciamento da qualidade é de responsabilidade do PMO da

operadora. O plano de gerenciamento da qualidade é repassado para as

demais regionais para implantação das atividades de qualidade planejadas.

Este procedimento é feito para garantir a realização de todos os processos

necessários para se alcançar o nível de qualidade esperado. Os resultados

específicos de cada área são compilados pelo coordenador de implantação e

transmitidos para o gerente do projeto, que avalia o andamento do projeto e

identifica as ações corretivas necessárias para eliminar as causas de um

desempenho insatisfatório.

Os contratos de execução dos ERBs possuem além dos projetos, as

especificações onde é detalhado o material de acabamento a ser utilizado e

procedimentos. Todos os processos são controlados tentando-se não

comprometer as funcionalidades seguindo o cronograma. Os fornecedores são

•Definição das Atividades

•Sequenciamento de Atividades

•Estimativa de Recursos das Atividades

•Estimativa de Duração das Atividades

•Desenvolvimento do Cronograma

Gerente do Projeto Regional

Coordenador Regional de Implantação

•Controle do Cronograma (Excel - relatórios de desempenho)

Coordenador Regional de Implantação

Gerente do Projeto Regional

• Controle do Cronograma

•Ações corretivas Recomendadas

Coordenador Regional de Implantação

PMO Operadora

Page 54: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

43

empresas com vasta experiência no mercado e também possuem gestores e

equipe técnica de projeto.

O documento especificações técnicas do contratante é o principal

parâmetro de qualidade para implantação dos ERBs. A qualidade dos materiais

também é especificada neste manual de qualidade. O desenvolvimento dos

projetos é feitos por terceiros, assim como os testes, de acordo com as

especificações técnicas do cliente.

Com respeito ao planejamento e acompanhamento dos detalhes

técnicos do projeto, vemos consenso que o mesmo está sendo seguido, apesar

da reclamação do setor de operações sobre a qualidade dos equipamentos. O

plano de qualidade do projeto (especificações revisão 4) é repassado para

todos os fornecedores do projeto, entretanto há uma defasagem até chegar á

equipe de campo.

As alterações das especificações podem ocorrer devido à necessidade

de adaptação das normas às peculiaridades de cada região. As sugestões são

discutidas em reunião na regional e repassadas para o corporativo nacional

para aprovação.

A área técnica tem procurado não enviar projetos com informações não

confiáveis durante a fase de validação do projeto. Mas mesmo assim, ainda

ocorrem falhas na execução da obra devido à diversidade de informações e os

ruídos que ocorrem na transmissão das mesmas, o que termina confundindo o

executor e a fiscalização, muitas vezes não seguindo o projeto validado. Os

erros encontrados nos projetos são poucos e algumas equipes de campo

acham desnecessário a repetição dos detalhes padrão nos projetos.

As modificações que ocorrem nos projetos não são freqüentes, e

ocorrem devido à alterações no projeto de RF, mudança no contrato,

solicitação da detentora (para ERBs compartilhados) ou pelo condomínio, para

ERBs rooftop. Em geral, existem dúvidas quanto às especificações e possíveis

adequações a realidade de cada Estado.

Não ocorrem visitas do projetista ao canteiro, sempre que surgem

dúvidas quanto ao projeto ou necessidade de modificações estas podem ser

feitas pela fiscalização ou levadas para discussão em reunião.

Page 55: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

44

Houve uma reestruturação a partir das lições aprendidas nas fases

anteriores que tiveram resultados positivos e uma melhoria na execução da

obra e redução do tempo de ativação da estação, com uma meta agressiva de

aceitação de ERBs sem pendências, a partir de vistorias clean up do

fornecedor antes da aceitação.

Outra ação para melhorar a qualidade e diminuir o tempo de execução,

ocorreu em, quando necessário, a visita de um representante para dar

treinamento quanto à tecnologia do produto e melhores práticas de uso.

Durante workshop realizado em Recife, nov/2005, com maciça

participação dos envolvidos no projeto, foram definidas metas de execução dos

serviços. Todos os envolvidos na execução do ERB deveriam ter como objetivo

a conclusão do ERB sem qualquer tipo de pendência. Com isso, não haveria

retrabalho e custos adicionais não previstos, aumentando a produtividade e os

fornecedores alcançariam elevado nível de satisfação do cliente. A

Fiscalização, com especialistas nas diversas áreas cobrindo todos os serviços

necessários, poderia focar na garantia de qualidade, sem gastar energia em

vistorias adicionais desnecessárias. Como resultado, a operadora estaria com

as estações ativadas mais cedo e sem problemas precoces, garantindo o

atendimento adequado aos seus clientes.

Os coordenadores de fiscalização e dos fornecedores de infra e

equipamentos têm função essencial neste trabalho, pois têm ascendência

direta sobre os executores, tendo a missão de orientar adequadamente e atuar

como fonte permanente de informações sobre processos, padrões e

especificações técnicas necessários para correta execução dos serviços.

Executores, fiscais de qualidade dos fornecedores e fiscalização da

operadora deveriam ter sempre em mente os checklists de aceitação, devendo

realizar seu preenchimento informal ao longo da obra e instalações. A

aceitação seria meramente uma formalização das anotações feitas ao longo

dos serviços.

O setor de segurança do trabalho é responsável pelo acompanhamento

e orientação no que se refere à segurança dos trabalhadores. O setor de

Page 56: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

45

segurança apresenta algumas dificuldades relacionadas ao número de obras a

serem fiscalizadas devido às distâncias geográficas.

A interdependência técnica entre os sistemas de um ERB é muito

grande. Caso um destes sistemas não esteja adequadamente projetado e

executado, pode haver um comprometimento no funcionamento global do ERB.

Um projeto deste tipo passa por várias etapas que se repetem ao longo do

tempo.

Figura 10: Gerenciamento da Qualidade do Projeto GSM. Fonte : a autora.

4.3.5.3 Gerenciamento das Comunicações

O gerenciamento das comunicações é de responsabilidade do PMO da

operadora. O plano de gerenciamento das comunicações é repassado para as

demais regionais para implantação das atividades de produção e distribuição

das informações do projeto. Este procedimento é feito para garantir a coleta e

distribuição das informações das partes interessadas no projeto, como também

• Planejamento da Qualidade

•Realizar a Garantia da Qualidade (Mudanças

Solicitadas)

PMO Operadora

Coordenador Regional de Implantação

•Realizar a Garantia da Qualidade (Informações sobre desempenho)

Coordenador Regional de Implantação

• Controle da Qualidade (Informações sobre desempenho)

PMO Operadora

Gerente do Projeto Regional

• Realizar a Garantia da Qualidade (Informações sobre

desempenho)

Gerente do Projeto Regional

Page 57: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

46

o controle através do relatório de andamento e medição do progresso do

projeto. Os resultados específicos de cada área são compilados pelo

coordenador de implantação e transmitidos para o gerente do projeto, que

avalia o andamento do projeto e identifica as ações corretivas necessárias para

eliminar as causas de falhas na comunicação.

As informações relacionadas ao planejamento, controle gerencial físico e

financeiro dos negócios são passados por planilhas de controle utilizando o

software excel. Os coordenadores realizam reuniões semanalmente,

geralmente nas quartas-férias, onde participam membros da equipe do projeto

e coordenadores dos fornecedores. Todos estes procedimentos geram uma

sobrecarga com relação ao tratamento das informações que precisam ser

atualizadas diariamente.

Com relação aos meios de comunicação, o gerenciamento do projeto foi

informatizado. O telefone é também usado para as comunicações entre as

várias áreas da empresa e com o escritório central da regional (Recife). Nas

vistorias de campo, os fiscais possuem rádio de comunicação, que auxilia nas

trocas de informações. Para o envio das informações escritas (termo de

aceitação/ check list) utiliza-se os correios para o envio dos mesmos. Estes

documentos são encaminhados para a engenharia e lançados num banco de

dados chamado Site Book. Os documentos seguem um formato padrão.

As comunicações são formalizadas pelos meios do fluxo das

informações, como atas de reunião, planilhas de controle, formulários de

aceitação, e-mails e lista de distribuição de e-mails. Com relação às trocas de

informações dentro das atividades de campo, elas são realizadas da seguinte

forma: os coordenadores dos fornecedores usam o rádio/ celular de

comunicação que auxilia na troca de informações. Determinados eventos são

de acompanhamento obrigatório, para os quais é esperado o envio de

relatórios de inspeção específicos.

As ocorrências em campo, os problemas e as decisões são registrados

de forma não padronizada, sendo utilizado o diário de obras para as

ocorrências mais importantes, como data de concretagem da fundação, entre

outras. Estas diferentes formas funcionam bem por serem espontâneas e a

padronização poderia não funcionar ou burocratizar excessivamente.

Page 58: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

47

É fundamental que o fornecedor comunique os eventos obrigatórios às

fiscalizadoras. O fiscal deverá reportar a sua coordenação todos os desvios e

dificuldades encontrados na obra.

Apesar do planejamento, existem falhas de comunicação. Verificou-se

que existe uma defasagem ou “ruído” das informações quanto ao projeto até

chegar a campo. Com isso, existem dúvidas e discordância de pontos, o que

atrasa o andamento do projeto. Quanto à distribuição das informações e

padrões, existem falhas generalizadas, porém há uma transferência de culpa

entre os membros da equipe. A formalização e organização das informações

também foram temas de treinamento com as equipes no workshop.

O projeto ainda está buscando melhoria nas formas de comunicação

tanto em campo como no escritório. Reuniões semanais são realizadas para

discutir as atividades que estão sendo desenvolvidas no projeto, no nível

estratégico. Mas, quanto ao gerenciamento e a operacionalidade das

atividades são discutidas no dia-a-dia nas equipes.

Figura 11: Gerenciamento das Comunicações do Projeto GSM. Fonte: a autora.

•Planejamento das Comunicações

•Distribuição das Informações

Gerente do Projeto Regional

Coordenador Regional de Implantação

•Distribuição das Informações

•Relatórios de desempenho

•Gerenciamento das Partes Interessadas

Coordenador Regional de Implantação

Gerente do Projeto Regional

• Relatórios de desempenho

• Gerenciamento das Partes Interessadas

Coordenador Regional de Implantação

PMO Operadora

Page 59: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

48

4.3.5.4 Gerenciamento das Aquisições

O gerenciamento das aquisições é de responsabilidade do PMO da

operadora. O plano de gerenciamento das aquisições é repassado para as

demais regionais para implantação das atividades de aquisições planejadas.

Este procedimento é feito para garantir a realização de todos os processos

necessários para o planejamento das aquisições e contratações, bem como a

seleção dos fornecedores em âmbito nacional. O desempenho dos

fornecedores de cada área é compilado pelo coordenador de implantação e

transmitido para o gerente do projeto, que programa ações corretivas e efetua

eventuais mudanças relacionadas ao contrato para eliminar as causas de

resultados insatisfatórios.

Apesar de haverem exigências como pré-seleção do fornecedor, há

grande sub-contratação de outras empresas, que fogem do controle do gerente

de projeto, criando terceirizações, quarteirizações, quinteirizações no projeto

TK, onde estas sub-contratações tem comprometido a qualidade final de

implantação do ERB, bem como atraso devido à retirada das pendências

apontadas nas vistorias de aceitação. Na filosofia do projeto NTK, tentou-se

sanar esta deficiência, pois os fornecedores são contratados diretamente pela

operadora, aumentando o critério de seleção.

Os fornecedores são cobrados tanto em qualidade dos serviços como

em produção, estando o pagamento vinculado ao cumprimento dos padrões de

qualidade e prazos estabelecidos. O controle da qualidade dos serviços

executados é cobrado no recebimento de cada evento (finalização de infra-

estrutura, aceitação dos ERBs e fornecimento de site book - documentação).

Os recebimentos são feitos por terceiros (empresa contratada para

fiscalização), exceto a documentação que é enviada diretamente ao cliente.

A seguir na figura 12 o fluxo do Gerenciamento das Aquisições do

Project GSM.

Page 60: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

49

Figura 12: Gerenciamento das Aquisições do Projeto GSM. Fonte: a autora.

• Planejar compras e aquisições

•Planejar Contratações

•Solicitar Respostas de Fornecedores

•Selecionar Fornecedores

PMO Operadora

Coordenador Regional de Implantação

•Administração do Contrato (Relatórios de Desempenho)

Coordenador Regional de Implantação

• Administração do Contrato (Relatórios de Desempenho)

PMO Operadora

Gerente do Projeto Regional

• Administração do Contrato

Gerente do Projeto Regional

•Encerramento do Contrato

Page 61: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

50

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A importância deste estudo decorre do interesse crescente no

gerenciamento de projetos. O trabalho realizado analisou as situações do

projeto estudo de caso correlacionando as áreas de conhecimento escolhidas

do PMBoK.

A gestão de projetos está em ascensão e trata-se uma prática que pode

incrementar o mundo dos negócios. Devido ao aumento da complexidade dos

projetos e da competição de mercado, algumas empresas têm constatado a

importância de gerenciar seus projetos de forma eficiente para melhoria no seu

desempenho. O gerenciamento de projetos passou de uma simples prática

operacional de controle de projetos, para se tornar um conceito estratégico

dentro das empresas. Trata-se, portanto de fator crítico para o sucesso e

sobrevivência das empresas.

O setor de telefonia celular é um setor que requer constantemente

investimentos para expansão de infra-estrutura demandada e implantar novas

tecnologias cada vez mais rápido, tratando-se de um mercado de complexo

devido às suas dimensões, tanto em aspectos geográficos quanto

socioeconômicos. Sua investigação torna-se difícil pela velocidade e mudanças

em todas as áreas. Neste sentido, é fator primordial para as organizações uma

visão estratégica das implicações das escolhas a serem feitas, no campo

tecnológico, econômico, gerencial ou qualquer outro.

O presente trabalho procurou seguir os objetivos específicos

apresentados visando com isto alcançar, também, o objetivo geral.

Esta pesquisa traz algumas contribuições para o conhecimento do

gerenciamento de projetos, com o estudo de caso apresentado. Pode-se

observar que os conhecimentos e ferramentas do gerenciamento de projetos

ajudaram a fazer com que o projeto caminhasse melhor, reduzindo prazo, custo

e melhorando a qualidade e as comunicações.

Como o objetivo deste trabalho foi verificar a aplicabilidade do PMBok,

utilizando um estudo de caso único como forma de expandir o conhecimento e

a generalização analítica, sugere-se que, a partir deste ponto, novos estudos

Page 62: 031 - Gestao de Projeto Para Implantacao de Estacoes de Radio Base (Erb) Para Telefonia Celular

51

de caso com aplicações práticas do gerenciamento de projeto sejam temas a

serem pesquisados.

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52

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APÊNDICE A

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2

QUESTIONÁRIO - MONOGRAFIA

Título Gerenciamento de Projeto para Implantação de ERBs para Telefonia Celular

Objetivo

Verificar a aplicabilidade do PMBOK em um projeto de implantação de ERBs para telefonia celular

Ficha de pesquisa

Esta pesquisa está sendo realizada para o programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. O seu objetivo é verificar as melhores práticas, técnicas e ferramentas de gerenciamento de projetos segundo o PMBOK. Pede-se ao respondente opiniões sinceras quanto ao que é solicitado. Em qualquer caso, a anonimidade das respostas será preservada. Os dados serão usados apenas no conjunto, e nunca em termos isolados ou individuais. A pesquisadora responsável por este estudo é Kelma Pinheiro Leite. Esta pesquisa é parte da sua especialização (MBA) em Gerenciamento de Projetos. Contato: [email protected]. Obrigada pela colaboração! Trata-se de um estudo de caso único e o objeto deste trabalho é o Projeto desenvolvido pela Claro BSE para ampliação e melhoria da sua cobertura nos Estados: Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba e Pernambuco. É do interesse da pesquisa que o entrevistado considere todo o período do Projeto até a data atual para permitir uma avaliação mais atualizada e detalhada. A palavra Projeto será utilizada neste questionário referindo-se ao Projeto do estudo de caso (Claro). Instrução: Favor, preencha as linhas seguintes da forma mais precisa possível, levando em conta o momento atual do projeto. IDENTIFICAÇÃO DO ENTREVISTADO Nome do respondente: Sexo: Idade: Instrução: Médio Superior Completo Superior Incompleto Pós-graduação Mestrado Doutorado Data de ingresso na empresa/ Projeto: Data de saída na empresa/ Projeto: Função no Projeto: EMPRESA Nome da Organização participante do Projeto: Função da empresa no Projeto: PROJETO Nome do Projeto: Início do Projeto: Prazo do Projeto: Término do Projeto: 1- O que é esperado da função que você ocupa ou ocupou no projeto?

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3

R- 2- Neste Projeto é aplicado o PMBOK? Em caso de aplicação, quais as áreas de conhecimento do PMBOK você julga mais importantes neste projeto? Quais as técnicas e ferramentas do gerenciamento de projetos aplicado no projeto? R- 3- Você é tem certificação PMP? Se não, tem interesse? Por que? R- 4- Qual a importância do projeto para sua empresa? R- 5- Quem é o gerente do projeto? R- 6- A que função no projeto você se reporta e quais funções estão abaixo de você? R- 7- O projeto será cumprido no prazo? Comente sobre o gerenciamento do tempo do Projeto. R- 8- Comente sobre o gerenciamento das comunicações do Projeto. R- 9- Comente sobre o gerenciamento das aquisições do Projeto. R- 10- Comente sobre o gerenciamento da qualidade do Projeto. R-

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APÊNDICE B

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5

Claro consolida sua estrutura organizacional

Julio Porras passa a comandar a diretoria de Operações Comerciais e João

Cox Neto assume a diretoria de Suporte ao Negócio.

A operadora celular Claro anuncia a consolidação da sua estrutura

organizacional, dando continuidade à estratégia que visa à liderança do

mercado brasileiro. Com Luis Cosio à frente da operação no país, a Claro tem

agora três executivos se reportando diretamente ao presidente: Julio Porras,

como diretor de Operações Comerciais; João Cox Neto, recém-chegado à

empresa, no comando da diretoria de Suporte ao Negócio; e Enrique Luna,

como diretor financeiro. Rogelio Viesca, atual diretor de Operações Regionais,

volta à Telcel depois de quatro anos dedicados à Claro no Brasil.

O presidente da Claro, Luis Cosio, explica que a mudança na estrutura

faz parte da estratégia traçada pelo acionista da empresa, a América Móvil, que

é líder de vendas e de rentabilidade em toda a América Latina.

“Essa mudança na organização da empresa faz parte da etapa da Claro

que se iniciou este ano: crescer com rentabilidade. Ano passado, nós

completamos a primeira fase de nossa operação, quando nos focamos na

consolidação da marca, das operações, da nossa cobertura. Estamos

alinhados ao grupo e, a longo prazo, nossa meta é alcançar o mesmo patamar

de negócios aqui no Brasil”, explica Cosio.

O balanço do primeiro trimestre de 2006 comprova que a Claro segue o

direcionamento dado por seu acionista, de crescimento em vendas e

rentabilidade. A base de assinantes da operadora aumentou 36,1% em

comparação com o mesmo período do ano anterior, encerrando o trimestre

com 19,4 milhões de clientes.

Os bons resultados de 2006 não param por aí. De acordo com a Agência

Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Claro liderou as vendas de celulares

no país em março, com 37,3%, e em abril, com 43% das novas linhas

adquiridas. O desempenho foi confirmado pela consultoria Teleco, que

registrou que a Claro é líder das vendas do setor em 2006, com adições

líquidas acumuladas no ano de 1,3 milhões de celulares.

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6

Essas conquistas foram possíveis graças aos esforços concluídos em

2005, quando a operadora Claro finalizou a primeira fase de sua etapa no país,

conforme traçado pela América Móvil. Houve a consolidação das empresas que

a formaram (Americel, 1.2 milhão de clientes; ATL, 2.2 milhões de clientes;

BCP, 1.8 milhão; BSE, 1.7 milhão; Telet, 1.4 milhão; e Tess, 1.4 milhão em

dezembro de 2003) e a realização de grandes investimentos na operação em

Minas Gerais (R$ 400 milhões) e em mercados recém-lançados, como Bahia,

Sergipe, Paraná e Santa Catarina. Nesse período, a empresa trabalhou

fortemente na unificação de sistemas e procedimentos e na consolidação da

cobertura. Todos os esforços ajudaram a Claro a totalizar, em março de 2006,

cerca de 20 milhões de clientes.“Os nossos resultados agressivos de venda em

2006 se refletiram positivamente no resultado financeiro da operadora nesse

primeiro trimestre, que obteve margem de EBTIDA (lucro antes dos juros,

impostos, depreciação e amortização) de 15,6%, o equivalente a R$ 233

milhões”, informa Cosio.

Claro. Texto retirado do site da Claro: <www.claro.com.br> em

08/06/2006.