04 - Atualidades - Virgínia
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CURSO ONLINE ATUALIDADES PARA TÉCNICO DA ÁREA ADMINISTRATIVA DO TJDFT
PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES
Profa Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br
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Aula 04 – CONFLITOS GEOPOLÍTICOS E CONFLITOS ÉTNICOS
Olá, como estão os estudos? Espero que vocês estejam se dedicando
com afinco, pois, como o tempo está voando, logo logo a prova estará ai, né?
Pois bem, pessoal, na aula de hoje eu trarei pra vocês um dos mais
complexos assuntos de todo o nosso curso: os conflitos étnicos e
geopolíticos existentes no mundo! Mas não se desesperem porque
complexidade não está diretamente ligada à dificuldade e sim a atenção.
Então pay attention, ok?
Para entender a maior parte dos conflitos internacionais, precisamos,
muitas vezes, compreender suas origens e raízes históricas, que são tão
antigas quanto profundas. Devido ao curto tempo que possuímos vou tentar
enxugar um pouquinho essa história e me ater ao estritamente necessário,
mas, se restarem dúvidas me chamem no fórum, ok?
A primeira grande dificuldade (e muito comum) é diferenciar o que é
um conflito étnico de um conflito geopolítico. Sem dúvida alguma, o limite
entre um e outro é extremamente tênue, já que em algum momento as
motivações étnicas, políticas e geográficas se encontram.
O assunto é bastante extenso, pois, infelizmente o que não falta pelo
mundo são conflitos, mas espero que vocês os compreendam da forma mais
direta possível, sem cair na superficialidade.
Tenho certeza que, após lerem esta aula, vocês se sentirão em
condições de compreender muito melhor o panorama geopolítico mundial atual
e sua configuração durante o século XX.
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1 – Conflitos Geopolíticos
1.1 – A Guerra do Afeganistão (1979-1989)
Bem, pessoal, sobretudo nesse momento, que vemos algumas
transformações nas relações internacionais daquele país, principalmente no
que diz respeito à retirada das tropas norte-americanas (de forma gradual, é
bom lembrar!) de lá, que já foi confirmada para acontecer no início de 2012,
seria impossível não falarmos da guerra no Afeganistão, não é mesmo?
Como a maior parte dos conflitos que veremos, este também não
possui origens atuais, entretanto, elas não são tão antigas quanto a dos que se
iniciaram ainda na Guerra Fria. Assim, devemos ter bem claro que a violência
que atinge o Afeganistão se desencadeou num conflito étnico iniciado há mais
ou menos 30 anos.
O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo e tem vivido
grande instabilidade nas últimas décadas contando com uma economia e infra-
estrutura extremamente precárias. Essa região, além de sofrer com guerras e
conflitos internos também foi abalada por desastres naturais como terremotos
e secas, piorando ainda mais as condições de vida da população.
Apesar disso, esse país ocupa uma posição estratégica! Espremido
entre o Oriente Médio, a Ásia Central e a Índia, ao longo da antiga "Rota da
Seda", o Afeganistão foi disputado por vários países durante longo tempo. Pra
vocês terem uma ideia, no século XIX, o país foi disputado tanto pela Rússia
Imperial como pelo império britânico na Índia.
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No final da década de 70, esse país se tornou um importante campo
de batalha da Guerra Fria, sobretudo após o envio de milhares de soldados
soviéticos ao país para garantir a permanência do regime pró-comunista.
Mas, num território com tanta diversidade e disputa de poder como o
que estava situado este país,um grande confronto era iminente e logo ele
eclodiu, envolvendo os Estados Unidos e os vizinhos do Afeganistão. Vamos
entender melhor essa questão?
Em fins da década de 70, quando a União Soviética invadiu o país,
diversos grupos que recebiam o nome genérico de mujahedin combateram o
governo comunista, com o objetivo comum de instaurar um Estado muçulmano
regido pela Sharia.
A “lei Sharia”, em rápidas palavras, é a doutrina dos direitos e
deveres religiosos do Islã, é baseada no Alcorão (livro sagrado do islamismo) e
na biografia do profeta Maomé. Deste modo, os exemplos mais fortes de
aplicação dessa lei é a proibição do governo ao uso de roupas ocidentais e a
imposição às mulheres do uso do véu sobre a cabeça em locais públicos.
Outra característica bem marcante é a ressonância que a Sharia tem sobre a
população, já que apesar de ser oriunda de uma religião, ela rege o
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comportamento civil de toda a sociedade, sendo aplicada de forma mais ou
menos integral (ou seja, com maior ou menor intensidade) em cada governo
que opta por adotá-la constitucionalmente.
Pois bem, após a retirada soviética, em 1989, e a queda do governo
comunista, em 1992, os mujahedin se dividiram. De um lado estava o Talibã,
que se estabeleceu ao sul do país, sendo composto pela etnia Pashtun,
predominante no Afeganistão. Do outro lado ficou a Aliança do Norte, liderada
pelo segundo maior grupo étnico do país, os tadjiques, e pelos uzbeques,
um grupo minoritário.
Estou certa de que, desses dois grupos, vocês todos já ouviram falar
do primeiro, não é mesmo? Enquanto o Talibã é um grupo fundamentalista
bastante ativo, a Aliança do Norte é uma organização político-militar criada
pelo Estado afegão com o objetivo de reunir os diversos grupos afegãos a fim
de combater o Talibã.
A situação interna ainda é agravada pelo fato de as várias tribos
pashtuns terem grandes divisões internas. Essas divisões explicam a
hostilidade do Talibã aos candidatos pashtuns Hamid Karzai e Ashraf Ghani, e
a Abdullah Abdullah, um tajique. Esses três eram candidatos à presidência no
pleito eleitoral de 2009, sendo que Hamid Karzai foi eleito.
Apesar do conflito mais famoso ocorrido no Afeganistão ser o que se
iniciou em 1979, este país foi invadido diversas vezes ao longo de sua história,
tendo suas fronteiras e governo como alvo constante de disputas.
Alexandre, o Grande; Czares russos e comunistas foram alguns dos
predecessores dos Estados Unidos na invasão deste local. Entretanto, se os
americanos não obtiveram sucesso na Guerra do Vietnã, no Afeganistão quem
não se deu bem foram os soviéticos!
A invasão soviética ao Afeganistão aconteceu em 1979 e teve
consequências imediatas quando, um ano depois, durante os Jogos Olímpicos
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de Moscou, foi organizado pelos EUA um boicote dos principais países do
ocidente aos Jogos. Mas a grande questão que não quer calar é: porque essa
área sempre foi tão invadida e cobiçada por diferentes governos e em
diferentes tempos?
Bem, se observarmos atentamente o mapa deste país veremos que o
Afeganistão é um país asiático, localizado ao centro desse continente e fazendo
fronteira com o Turcomenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, China, Paquistão e
Irã. Então, pessoal, se refletirmos sobre os vizinhos, perceberemos que apesar
de não possuir saída para o mar a localização geográfica do Afeganistão é
privilegiada por dois motivos. Primeiro, porque é um ponto estratégico para o
estabelecimento de relações comerciais, já que se situa entre alguns dos mais
importantes países da Ásia. O segundo é que trata-se de uma área estratégica
de fundamental importância para estabelecer qualquer tipo de domínio na Ásia
Central.
Mas vamos voltemos ao conflito iniciado em 1979, certo?
A Guerra do Afeganistão consistiu em um conflito militar entre a
União Soviética (que apoiava o governo comunista instalado no Afeganistão) e
os mujahidins afegãos (rebeldes que lutavam contra o regime comunista).
Mais uma vez, é preciso perceber quais são as forças políticas
efetivamente engajadas no conflito. E, por favor, prestem bastante atenção!
De um lado, estavam os EUA (apoiando os rebeldes mujahidins na tentativa de
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derrubada do regime comunista); do outro lado, estava a URSS (tentando
manter o status quo político da região, ou seja, o regime comunista).
A URSS invadiu o Afeganistão em 1979, logo após um golpe de
Estado que objetivava destituir o governo comunista. Opondo-se à URSS
estavam os mujahidins, que se inspiravam na Revolução Xiita do Irã para lutar
pelo controle do Afeganistão. Agora um pequeno parêntese: O Irã, também em
1979, vivenciou a Revolução Xiita, por meio da qual ascendeu ao poder o
fundamentalismo islâmico. Os mujahidins, igualmente de origem muçulmana,
visavam, dessa forma, seguir o exemplo iraniano e chegar ao poder.
Perceba-se, todavia, que no caso iraniano os fundamentalistas
islâmicos lutaram contra um regime pró-EUA; já no Afeganistão, os
fundamentalistas lutavam para derrubar um regime pró-URSS.Como
percebemos, já na época da Guerra Fria, o Oriente Médio era considerado uma
região estratégica no cenário geopolítico, e por isso EUA e URSS corriam para
se alinhar aos grupos que lhes interessavam naquele momento.
Assim, além do boicote aos jogos Olímpicos, o governo dos EUA
passou a financiar grupos radicais armados islâmicos, na figura dos
mujahidins, que conseguiram forçar a retirada dos soviéticos do Afeganistão.
Com efeito, a Al Qaeda (organização terrorista altamente conhecida)
tem suas raízes nos “guerreiros da fé” mujahidins. Vocês já ouviram dizer que
Osama Bin Laden foi treinado pelos EUA? Pois é, não se pode dizer que essa
história seja absolutamente verdadeira. No entanto, ela também não pode ser
totalmente descartada, pois,deriva do apoio dado pelos EUA aos mujahidins
durante a Guerra do Afeganistão.
Em 1989, a URSS se retirou do Afeganistão e, logo em seguida,
instalou-se na região um governo islâmico ligado aos mujahidins.Numa
correlação ao que aconteceu com os EUA na Guerra do Vietnã, a URSS pode
conhecer o “seu próprio Vietnã”.
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Passados alguns anos, com a ocorrência do episódio de 11 de
setembro de 2001, os Estados Unidos declararam guerra ao terrorismo e
invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, à revelia do Conselho de
Segurança das Nações Unidas. Na invasão ao Afeganistão, os EUA tiveram o
apoio do Reino Unido, Canadá, França e outros países, além da contribuição da
organização armada muçulmana Aliança do Norte.
O principal objetivo da invasão ao Afeganistão era capturar o
terrorista Osama bin Laden, o qual tinha apoio do regime dos Talibãs. Este
regime até foi derrubado, todavia a morte de Osama Bin Laden só foi
acontecer no início do mês de maio de 2011, ou seja, quase exatos 10 anos
depois do atentado aos EUA.
Assim, no dia 02 de maio, milhares de americanos (e cidadãos de
todo o mundo) comemoraram a morte de um dos terroristas mais procurados
dos últimos 10 anos. Comemoraram a possível “segurança” que a morte deste
terrorista lhes representava.Por mais jovens ou “desligados” que vocês sejam,
estou certa de que já ouviram falar dessa figura (que se tornou quase uma
lenda!) ao praticar um dos atos terroristas mais chocantes da nossa história.
Ao derrubar as torres gêmeas, em Nova York, e danificar parte do
Pentágono, em Washington, o líder da rede terrorista Al Qaeda, bin Laden,
passou a ocupar o posto de inimigo público número um dos EUA e seus
aliados.
Todavia, duas coisas devem ficar claras para todos nós. A primeira é
que o mundo não se resume ao Ocidente e muito menos à América – de onde
vem toda a efusividade pela morte do terrorista. Assim, do outro lado do
Atlântico, também existem pessoas se manifestando contra o assassinato de
Osama. Essas pessoas o classificam, inclusive, como um verdadeiro herói do
mundo muçulmano, nos indicando que os conflitos estão longe de terem fim.
Temos um indício disso pelo grande número de vídeos, exibidos na Internet e
na televisão, que mostram seu brutal legado e que marcarão o século XXI
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como sendo um período em que o terrorismo foi um fenômeno político de um
mundo “mais incerto, inseguro e letal”.
Então, pessoal, essa questão nos leva ao nosso segundo ponto que é,
exatamente, pensar que a morte de Osama bin Laden não só não encerra um
ciclo de violência, como ainda pode resultar numa revitalização de um conflito
latente.Essa expectativa surge embasada na explícita tentativa de alguns
muçulmanos de transformar o líder terrorista em mártir e conferir novo ânimo
ao movimento da Al Qaeda. Um exemplo disso foi a primeira manifestação que
reuniu quase mil seguidores, realizada numa província do Paquistão, depois de
anunciada a morte do terrorista. Do mesmo modo, outros mil muçulmanos se
reuniram dois dias após a morte do líder, em Jacarta, para orar em massa por
Osama, mostrando que nem todo mundo comemora a sua partida.
Enfim, meus amigos, o fato é que bin Laden foi morto, mas o forte
simbolismo de sua existência no mundo não será facilmente eliminado, nem
mesmo por uma potência bélica tão poderosa como os EUA. E, além disso,
devemos lembrar que o terrorismo continua sendo tema presente nas maiores
discussões internacionais, um forte indício de que este fenômeno continuará
ainda por algum tempo “aterrorizando” e alimentando os conflitos
internacionais.
Mas, como podemos conceituar terrorismo? O historiador e
pesquisador Daniel Chaves diz que o terrorismo é um “fenômeno histórico
e político [e é] um problema contemporâneo de difícil delimitação e
incipiente consenso sobre os seus limites jurídicos ou teóricos.”Nos
variados foros de debates internacionais, não se chegou a um consenso sobre
quem é terrorista e o que define um ato como sendo terrorista, etc.
Essa definição encontra barreiras que vão desde a universalidade do
uso deste termo para os mais diversos acontecimentos, até os limites da
aceitação ética e moral da violência em determinados países ou regiões. Além
disso, a demasiada importância e destaque que a mídia confere ao fenômeno
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tornam-no cada vez mais de natureza política. O medo e a insegurança
assomam os lares, fazendo com que o terrorismo (e também o medo dele)
seja um fenômeno mundial. Os possíveis “alvos” dele são aquelas grandes
potências, antes invencíveis. Os ideais dos “países alvos” estão voltados para a
segurança, acima da garantia do Direito. Assim, todo e qualquer ato “suspeito”
pode ser reprimido com o consentimento da comunidade internacional, a
instabilidade está cada vez mais presente.
É bom lembrar que a previsão inicial do início da retirada das tropas
do Afeganistão para 2011 começou a ser concretizada na segunda metade de
dezembro. Os EUA retiraram 10 mil soldados do país, embora ainda
permaneçam 91 mil militares norte-americanos em território afegão. Também
o governo espanhol declarou que a retirada de suas tropas da região
acontecerá até o final de 2014 e a o governo francês, seguindo os passos
norte-americanos, espera concretizar a retirada das tropas francesas do
Afeganistão até o final de 2013. Esse é o primeiro passo para desmantelar a
operação de guerra no Afeganistão e repassar a responsabilidade pela
segurança às autoridades locais, finalizando, assim, a missão de combate da
coalizão em território do país centro-asiático, com prazo previsto até o fim de
2014.
Vejamos uma questão recente relacionada ao Afeganistão!
1) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011 / com adaptações) Em maio de
2011, o líder terrorista Osama Bin Laden — até então um dos homens mais
procurados pelos serviços de inteligência e segurança dos Estados Unidos da
América (EUA) — foi morto.
Com relação a esse fato e às suas consequências, julgue os itens a
seguir.
I – Após a confirmação da morte do líder da Al-Qaeda, o presidente dos EUA,
Barack Obama, declarou o fim da guerra ao terror e informou que as tropas de
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seu país serão retiradas do Afeganistão e do Iraque até o dia 31 de dezembro
de 2011.
II – De acordo com informações divulgadas pelas autoridades norte-
americanas, o corpo de Osama Bin Laden não foi enterrado, mas lançado ao
mar.
III – Com a morte de Osama Bin Laden, a Al-Qaeda foi desfeita, uma vez que
também foram mortos, durante a operação planejada pelos militares norte-
americanos, os principais comandantes políticos e militares dessa organização.
Marque a alternativa correta:
a) somente I e III estão corretas
b) somente III está correta
c) somente I está correta
d) somente II está correta
e) as afirmativas I, II e III estão corretas.
COMENTÁRIOS
A afirmativa I está errada. O presidente norte-americano, Barack
Obama, confirmou a morte de Osama bin Laden na madrugada do dia 02 de
maio de 2011. Segundo as próprias palavras de Obama: “Foi feita justiça.
Nesta noite, tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que
os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin
Laden, o líder da Al-Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de
milhares de homens, mulheres e crianças.”
No entanto, essa declaração não foi acompanhada do anúncio de
retiradas das tropas norte-americanas. Na verdade, o que foi declarado é que
a guerra contra o terror continuaria, mesmo depois da morte de bin Laden.
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Com relação à retirada das tropas norte-americanas no Iraque foi
somente em outubro de 2011 que o presidente dos EUA confirmou a total
retirada das tropas daquele país até o final deste mesmo ano, o que foi
realmente concretizado e em dezembro os EUA oficializaram o fim da Guerra
do Iraque!
Já com relação ao Afeganistão, a previsão era que se iniciasse em
julho de 2011 a retirada, mas, o total retorno dos soldados norte-americanos
ao seu país deve acontecer até 2013, pois, trata-se de uma ação lenta, a ser
empreendida com cautela, como vimos na explicação anterior.
A afirmativa II está correta. Segundo as informações divulgadas
pelas autoridades dos EUA, o corpo de Osama bin Laden foi “sepultado” no
mar. Em primeiro lugar, porque nenhum país teria aceitado receber o corpo do
“terrorista” e depois, como garantia de que seus seguidores não tomassem o
lugar de seu sepultamento como um templo de peregrinação. Portanto, lançar
o corpo de Osama ao mar atendeu a alguns objetivos daqueles que
promoveram seu assassínio.
A assertiva III está errada. A afirmativa está incorreta por dois
motivos: primeiramente, a Al-Qaeda não foi desfeita depois da morte de bin
Laden. Segundo, muitos de seus líderes já haviam sido capturados e mortos,
mas foram sendo substituídos por novos, até como um meio de prolongar a
vida da organização.
Deste modo, o consenso é de que a Al-Qaeda ainda continue
existindo por um bom tempo, mesmo porque, Osama bin Laden já não era o
responsável direto pela organização dos atentados promovidos pela
organização. Além disso, a célula terrorista passou por muitas mudanças e
abandonou o modelo hierárquico centralizado, dificultando o combate contra
ela.
Portanto, pessoal, a alternativa correta é a letra D.
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Gabarito: D
___X___
1.2 – A questão nuclear iraniana
Particularmente duas coisas me chamam a atenção quando penso
nesse país: a riqueza e a instabilidade que parecem características peculiares
ao Oriente Médio.
Bom, em primeiro lugar é bom frisar que não se incomodem com a
dificuldade em compreender esse território. A realidade é muito distinta da
grande maioria de nós e, portanto, bem mais difícil de ser compreendida.
Contudo, analisando-a sem pré-julgamentos ou etnocentrismos, temos certeza
de que venceremos essa barreira cultural e compreenderemos um pouco mais
essa sociedade.
Em janeiro de 79, os islâmicos xiitas do Irã derrubaram o governo
aliado dos Estados Unidos e proclamaram uma Revolução Islâmica. O que isso
significa? Isso quer dizer que a autoridade máxima do país agora estaria
totalmente relacionada com a religião Islâmica, originando, como eles se auto-
intitulam, a República Islâmica. E que espécie de república é essa?
Bem, nesse sistema, o Estado é regido por um líder religioso
denominado aiatolá. Essa figura é a expressão máxima da autoridade no Irã,
uma vez que pertence a ele a palavra final sobre os assuntos mais importantes
do país. Apesar de não ser eleito pela população, ele tem suas decisões
legitimadas pela própria religião. Assim, no Irã temos um Estado teocrático,
onde a religião se confunde com as leis praticadas por todos os cidadãos.
Vocês se lembram que falamos, em rápidas palavras, sobre a “lei Sharia”?
Apesar de o Estado ser dirigido por um líder religioso, o sistema
político vigente conta com a existência de organizações políticas, tanto que
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possivelmente vocês estão lembrados da polêmica reeleição de Mahmoud
Ahmadinejad, não é mesmo?
Entretanto, quando se fala em Irã devemos nos lembra do impasse
envolvendo esse país e os EUA nos últimos anos. Em 2003, a AIEA (Agência
Internacional de Energia Atômica) anunciou que o Irã estaria ocultando, há
mais de uma década, um programa de enriquecimento de urânio. Assim, o Irã
estaria descumprindo o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares
(TNP), do qual é signatário. Acusado de planejar produzir armas nucleares
secretamente, o governo iraniano negou e manteve seu programa de
enriquecimento de urânio sob a justificativa de geração de energia.
Ao ser classificado por George W. Bush como pertencente ao “eixo
do mal”, o Irã passou a sofrer sanções econômicas impostas pela ONU há
aproximadamente 4 anos. No entanto, essas sanções não tiveram ressonância
e não modificaram em nada a postura de Ahmadinejad, que não recuou nas
atividades nucleares. Assim, essa nação tornou-se uma das principais
preocupações dos Estados Unidos e de outras grandes potências que
aspiravam algum interesse político ou econômico na região.
No plano das relações internacionais iranianas, além de ser acusado
de dar apoio a grupos fundamentalistas como o libanês Hezbollah e o palestino
Hamas, o Irã se posiciona totalmente contra Israel e influencia partidos xiitas
no Iraque, contra quem impôs uma das mais sangrentas guerras das últimas
décadas.
Em 2010, o Brasil mediou e assinou um acordo juntamente com a
Turquia e o Irã, pelo qual o governo iraniano concordou em remeter à Turquia
1,2 mil quilos de urânio a 3,5% e receber urânio enriquecido a 20% para ser
usado em reatores de energia. A troca dessa quantidade de urânio, com baixo
nível de enriquecimento, por urânio enriquecido representaria um primeiro
passo na solução negociada para a questão nuclear iraniana.
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Apesar do acordo, o Conselho de Segurança da ONU aprovou
novas sanções contra o Irã. Vale ressaltar que a aprovação dessa nova
rodada de sanções não contou com o apoio de Brasil e Turquia, que na
época eram membros temporários do Conselho de Segurança.
Assim, no início do mês de Junho de 2011, ou seja, um ano após
iniciarem as sanções internacionais contra o seu país, o presidente do Irã,
Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que vai produzir urânio enriquecido a 20%
nas instalações de Fordoo, no Sul do país. Sua ideia é triplicar a capacidade de
produção, apesar das pressões e sanções internacionais aos iranianos.
Para governos democráticos de todo mundo essa decisão foi
entendida como uma provocação ao Ocidente e serviu para reforçar as
preocupações da comunidade internacional face ao que eles classificam como
intransigência do regime iraniano.
Tanto que no ultimo dia do mês de agosto/2011 o presidente francês,
Nicolas Sarkozy, advertiu o Irã sobre a possibilidade de "um ataque
preventivo" contra suas instalações nucleares caso a República Islâmica insista
nas suas ambições nucleares. Como podemos percebe este é mais um conflito
que parece iminente, não é mesmo?
Por fim, gostaria de destacar que aconteceu, em 29 de novembro
(2011), uma invasão à embaixada britânica no Irã (Teerã), na qual centenas
de manifestantes iranianos invadiram a embaixada, queimaram bandeiras,
saquearam o órgão e jogaram documentos fora. As autoridades iranianas
alegaram que foram estudantes islâmicos que promoveram a ação, mas
representantes da União Europeia acreditam que a ocupação tenha sido uma
ação coordenada em resposta às sanções adotadas na semana anterior pela
Grã-Bretanha contra o programa nuclear iraniano. Mas, afinal, quais eram
essas sanções? Principalmente, boicote a todos os bancos da República
Islâmica, o que poderia abrir precedentes para que outros países também
seguissem o mesmo caminho.
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O resultado de tudo isso, foi que, sob pressão do Reino Unido, a UE
aceitou impor novas sanções ao Irã. Foi aprovada uma lista de 180 autoridades
e empresas iranianas que serão alvo de embargos. Os chanceleres reunidos
apenas não chegaram a um acordo a respeito da imposição de embargo à
comercialização de petróleo com o país. Mas, vale ressaltar que o objetivo
central das novas sanções é o de isolar o Irã e, assim, frear seu programa
nuclear. O país persa tem, portanto, sofrido com o isolamento imposto pelas
sanções e começa a ser afetado pela instabilidade na Síria, pois esses dois
países mantém importante parceria política e econômica que se vê cada vez
mais afetada. Falaremos mais sobre Síria ainda nesta aula, ok?
2) (CESPE/Pesquisador INMETRO / 2010) O Irã, desde a revolução
que derrubou o xá Reza Pahlevi, tem exercido papel atuante nas
relações internacionais, estando com frequência em destaque devido a
conflitos com outros países. Assinale a opção correta acerca do
relacionamento do Irã com o restante do mundo.
a) Segundo o posicionamento oficial adotado pelo Irã, o país não conduz,
atualmente, qualquer tipo de pesquisa na área nuclear; suas usinas seriam
apenas remanescentes de programas científicos do tempo do xá Reza Pahlevi.
b) Em 2003, a Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que o Irã
ocultara, por mais de uma década, um programa de enriquecimento de urânio.
c) Devido às relações diplomáticas e aos interesses econômicos, os Estados
Unidos da América deixaram claro, durante a administração Bush, que em
nenhum momento estariam dispostos a um ataque preventivo contra o Irã.
d) As sanções impostas ao Irã pelos Estados Unidos da América e pela
Organização das Nações Unidas (ONU) são criticadas pelos países em
desenvolvimento porque o impedem de vender petróleo e gás para o exterior.
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e) Recentemente, as exigências internacionais contra o Irã recrudesceram ao
ponto de imporem a proibição a esse país de manter qualquer tipo de pesquisa
na área nuclear, seja civil, seja militar.
COMENTÁRIOS
A letra A está errada. O posicionamento oficial do Irã é que seu
programa nuclear tem unicamente finalidade pacífica. Todavia, a comunidade
internacional contesta essa versão iraniana.
A letra B está correta. De fato, em 2003, a AIEA anunciou que o Irã
estaria ocultando, há mais de uma década, um programa de enriquecimento
de urânio. Assim, o Irão estaria descumprindo o Tratado de Não-Proliferação
de Armas Nucleares (TNP), do qual é signatário.
A letra C está errada. Em 2002, o ex-presidente dos EUA, George W.
Bush, incluiu o Irã entre os países do “eixo do mal”, acusando-o de produzir
armas nucleares. Como à época os EUA levava a cabo uma política de combate
ao terror, a sociedade internacional vislumbrou a possibilidade de um ataque
preventivo contra o Irã.
A letra D está errada. A União Europeia é que aprovou sanções (além
das impostas pela ONU!) no setor de petróleo e de gás, limitando os
investimentos europeus no Irã especificamente nessas áreas.
A letra E está errada. Não há proibição de que o Irã realize pesquisas
na área nuclear, desde que destinadas a fins pacíficos.
Gabarito: B
3) (CESPE/ TJ-ES / 2011 / com adaptações) O Irã está envolvido em
polêmicas relacionadas ao uso de energia nuclear e à possibilidade de
uso dessa energia para a construção de uma bomba atômica.
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Com relação a essa polêmica e aos desdobramentos por ela suscitados,
julgue os próximos itens.
I – Brasil e Turquia selaram acordo com o Irã, mediante o qual este país se
comprometeu a enviar urânio em troca de combustível enriquecido para uso
em aplicações de natureza pacífica.
II – Acompanhando a decisão norte-americana, o Brasil votou a favor de
sanções contra o Irã.
III – Em junho de 2010, o Conselho de Segurança da Organização das Nações
Unidas aprovou novas sanções ao Irã.
Marque a alternativa correta.
a) CCC
b) CEE
c) ECC
d) CEC
e) EEE
COMENTÁRIOS
A primeira assertiva foi considerada correta pelo CESPE no gabarito
preliminar. O Brasil mediou e assinou um acordo juntamente com o Irã e a
Turquia, por meio do qual o primeiro entregaria urânio e receberia urânio
enriquecido, destinado a fins pacíficos.
A segunda assertiva está errada. O Brasil votou contra sanções ao
Irã.
A terceira assertiva está correta. De fato, em julho de 2010 foram
aprovadas novas sanções contra o Irã.
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A resposta correta é, portanto, a letra D.
Gabarito: D
___X___
1.3 – Guerra do Iraque
Desde a década de 80, o Iraque se envolveu em três guerras num
intervalo de apenas 25 anos. Bombas vindas de pelo menos três nações
diferentes (Irã, Israel e Estados Unidos) chegaram ao seu território. As causas
de cada conflito mudavam, mas o personagem central era sempre o mesmo:
Saddam Hussein, o “tirano de Bagdá”.
Na primeira vez que o país foi tema de uma reportagem de capa da
Revista Veja, Saddam havia acabado de invadir o Irã. A guerra se estendeu
por anos e teve consequências calamitosas para toda a região. Porém, o que
era guerra em um ano tornou-se, no ano seguinte, para espanto do mundo,
uma “firme aliança” denunciada por um jornal britânico.
Após essa nova parceria, Israel bombardeou uma central nuclear no
Iraque para ter certeza de que o déspota iraquiano não teria nenhuma
condição de produzir a bomba atômica. Essa ação militar de Israel só se
propagou e chegou ao conhecimento de seus aliados americanos horas depois
do acontecimento.
Uma década depois, o Iraque, sob o comando do ditador Saddan,
invadiu e ocupou o Kuwait, botando a família real para correr e provocando a
alta do preço do petróleo. A partir disso, Saddan mostrou que, mesmo com a
oposição conjunta dos Estados Unidos e da União Soviética, não desistiria de
sua política expansionista no Oriente Médio.
Depois do 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos entraram em
alerta total contra seus possíveis inimigos e se lançaram numa infindável
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guerra contra o terror. Nesse período, o governo norte-americano conseguiu a
liberação de fundos do orçamento para o investimento em armas no valor de
370 bilhões de dólares. Com tudo isso, eles conseguiram vencer os afegãos,
derrubando o governo Talibã, mas sem capturar o terrorista Osama bin Laden.
Com o fracasso na captura de Osama, o governo norte-americano direcionou
sua atenção para outros possíveis inimigos dos EUA e é aqui que começa a
nossa história.
Dentre os países do denominado “eixo do mal”, que contava com
países como Irã e Coreia do Norte, estava o Iraque. Este país era comandado
por Saddam Hussein e por isso foi o primeiro a ser investigado pelos EUA.
A partir daí, foi questão de tempo até os americanos iniciarem uma
forte campanha contra as ações militares do governo iraquiano, sob o discurso
da presença de armas de destruição em massa. Após essas denúncias, os EUA
“arranjaram” uma comissão de inspetores das Nações Unidas para verificarem
o estoque de aparelhamentos controlados por Saddam Hussein. Todavia, nada
foi encontrado!
Ainda assim, os EUA formaram uma coalizão militar contra os
iraquianos e, em março de 2003 , juntamente com tropas britânicas, italianas,
espanholas e australianas, deram início à guerra do Iraque com um intenso
bombardeio.
Em pouco tempo, a força de coalizão conseguiu derrubar o governo
de Saddam Hussein e instituir um governo de natureza provisória. Em
dezembro de 2003, o governo estadunidense declarou sua vitória contra as
ameaçadoras forças iraquianas com a captura do ditador Saddam Hussein. A
vitória, apesar de “redimir” as frustradas tentativas de se encontrar bin Laden,
estabeleceu um grande incômodo político na medida em que os EUA não
encontraram as tais armas químicas e biológicas.
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Após a ocupação do Iraque pelos EUA, ocorreram eleições em 2005 e,
também, em março de 2010. As eleições de 2010 não transcorreram em clima
de tranquilidade, tendo havido mortos e feridos.
Além disso, o panorama político iraquiano não se estabilizou e os
grupos políticos internos, sobretudo xiitas e sunitas, se enfrentam em
conflitos civis.Enquanto as tropas americanas continuaram na região sob o
discurso de ajudar na resolução dos conflitos internos, treinar e equipar as
equipes de segurança iraquianas, foram os militares norte-americanos que se
tornaram o principal alvo de ações terroristas.Entretanto, no mês de dezembro
(2011) o governo dos EUA concretizou a total retirada de suas tropas do
território iraquiano, depois de mais de 9 anos de constantes combates que
promoveram grande destruição naquele país. No entanto, após essa retirada,
os conflitos entre xiitas e sunitas voltaram a aterrorizar os iraquianos e os
atentados já causaram várias mortes.No final de janeiro de 2012 foram
noticiadas mais mortes resultantes de atentados entre esses dois grupos.
Agora, algumas questões sobre esse tema!
4) (CESPE / Agente de trânsito – Detran-DF / 2003 / com adaptações)
Divididos quanto à guerra ao Iraque, os países do Grupo dos Oito buscaram
cicatrizar o racha diplomático e afinar o discurso de repúdio ao terrorismo e à
proliferação de armas de destruição em massa. Em um comunicado, os líderes
dos países disseram que a disseminação de armas nucleares e biológicas, além
do terrorismo, era “a ameaça proeminente para a segurança internacional”. O
comunicado citou, como pontos de preocupação, os programas nucleares da
Coréia do Norte e do Irã.
Folha de S. Paulo, 3/6/2003, p. A9 (com adaptações).
A respeito do texto acima e de aspectos diversos que podem ser
associados ao assunto nele abordado, julgue os itens seguintes.
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Os três países citados no texto — Iraque, Irã e Coréia do Norte —
formam o que a atual diplomacia de Washington denomina de “eixo do
mal”, por considerá-los potencialmente perigosos, o que justifica ação
preventiva dos EUA em relação a eles.
COMENTÁRIOS
Apesar de ser uma questão mais antiga, acho interessante colocá-la
aqui porque trata de questões interessantes a respeito da relação EUA/Iraque.
A afirmativa está correta. Antes de comentarmos essa questão,
primeiro vamos falar de alguns pontos importantes para a compreensão do
que ela propõe.
O presidente dos EUA àquela época era George W. Bush que tomou a
iniciativa de comandar a invasão do Iraque independente de se comprovar que
o regime de Saddam Hussein dispunha de significativa quantidade de armas de
destruição em massa. A França e a Alemanha foram os países europeus que
mais questionaram a decisão norte-americana de promover a invasão, mas
não conseguiram impedir que acontecesse.
A invasão teve início em março de 2003 e em 01 de maio o
presidente norte-americano declarou o fim das operações militares, com a
deposição do presidente Saddam Hussein. O tipo de operação militar usado foi
o estilo Blitzkrieg (intervenção rápida).
Agora, cientes dessas questões iniciais, vamos ao que pergunta a
questão. O termo “eixo do mal” foi usado pela primeira vez pelo presidente dos
EUA, George W. Bush, em um discurso proferido diante do Congresso norte-
americano em 29 de janeiro de 2002 para designar os três países considerados
nocivos ao mundo: Coreia do Norte, Irã e Iraque. Estes, segundo o presidente
norte-americano, possuíam armas de destruição em massa e patrocinavam o
terrorismo regional e mundial, seriam, portanto, uma ameaça real à
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estabilidade global. Diante disso, era justificável a invasão a qualquer um deles
para garantir a “tal” estabilidade global, ou seja, a ação preventiva dos EUA
com relação a eles.
Gabarito: Certo
5) (CESPE/ANTAQ / 2009) No Iraque, os EUA derrubaram Saddam
Hussein com relativa facilidade, mas encontraram forte resistência
posterior, gerando inúmeras baixas, má repercussão internacional e
crescente insatisfação da própria opinião pública norte-americana.
COMENTÁRIOS
Esta questão está correta e podemos afirmar que é uma das poucas
que o simples acompanhar dos telejornais (na época de sua aplicação) nos
possibilitaria respondê-la.
Rádio jornal, revista e telejornais, na época em que a questão foi
aplicada, eles traziam, a todo momento, a situação atual das tropas
americanas no Iraque, suas baixas e a má repercussão que isso tem tido na
opinião pública americana.
Gabarito: Certo
6) (CESPE/IRB / 2009) Nas duas vezes em que atacaram militarmente
o Iraque, em 1991 e na atualidade, os EUA encontraram vigorosa
resistência da população local, em larga medida incentivada pela
reprovação à política de Washington manifestada pelo conjunto dos
Estados árabes.
COMENTÁRIOS
Bem amigos, se durante a segunda invasão do Iraque as tropas
americanas enfrentaram grande resistência dos próprios iraquianos, durante a
primeira invasão isso não foi uma verdade. Um dos aspectos surpreendentes
da guerra de 1991 foi exatamente o baixo número de soldados americanos ou
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pertencentes à força de coalizão mortos em combate, não ultrapassando 300
indivíduos, ao contrário dos militares que variaram entre 85 e 100 mil mortos.
E, então, qual a diferença?
Em 1991, os curdos, que desde a década de 70 buscavam sua
independência e sempre eram sufocados pelo regime de Saddan, entram na
esteira da derrota iraquiana na Guerra do Golfo e revoltam-se mais uma vez.
Do mesmo modo, os xiitas que habitavam a região sul também se levantaram,
contra Saddam que fazia do próprio governo iraquiano o principal alvo.
Gabarito: Errado
7) (CESPE/Agente Administrativo – UERN / 2010) O Conselho de
Segurança da ONU manifestou satisfação com as últimas eleições legislativas
realizadas no Iraque, que chamou de passo importante à unidade do país. Os
quinze países-membros do Conselho de Segurança elogiam, em um
comunicado, os iraquianos pela demonstração de “compromisso com um
processo político pacífico, completo e democrático”.“A votação representa uma
etapa importante no processo político, que busca estabelecer a unidade
nacional do Iraque, soberania e independência”, afirma o comunicado.
Veja Online, 9/3/2010 (com adaptações).
A respeito das eleições no Iraque, assinale a opção correta.
a) A última eleição nacional realizada no Iraque foi o segundo pleito desde a
invasão americana ocorrida há quase sete anos.
b) Atentados e explosões ocorreram no dia das eleições, mas não houve
mortos ou feridos.
c) Apenas o eleitorado maior de 30 anos de idade pôde votar.
d) O atual primeiro-ministro é impedido de disputar as eleições no Iraque.
e) Nouri al-Maliki, atual primeiro-ministro do Iraque, é de origem sunita.
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COMENTÁRIOS
A letra A está correta. Após a ocupação do Iraque pelos EUA,
ocorreram eleições em 2005 e em março de 2010. Dessa forma, esse foi o
segundo pleito no país desde a ocupação por forças de coalizão.
A letra B está errada. As eleições não transcorreram em clima de
tranquilidade, tendo havido mortos e feridos.
A letra C está errada. As eleições contaram com a ampla participação
da população iraquiana, não havendo essa restrição quanto à idade dos
eleitores.
A letra D está errada. Não houve impedimento para que o primeiro-
ministro do Iraque disputasse as eleições presidenciais.
A letra E está errada. O ainda primeiro ministro do Iraque, Nouri al-
Maliki, é da corrente xiita.
Gabarito: A
___X___
1.4 – Conflitos na China
Atualmente, podemos observar o empenho da mídia em divulgar
notícias sobre a China. Paralelo a isso, percebemos um crescente interesse de
estudiosos sobre esse país e um significativo aumento de intercâmbios
econômicos, políticos e culturais de diversos países com essa nova potência,
não é mesmo?
Pois bem, apesar de todo o desenvolvimento econômico que ronda
este país, ele também tem sua história marcada por conflitos e tensões que se
estendem até os dias atuais, como o caso do Tibet e de Taiwan.
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Se observarmos o mapa perceberemos que Taiwan é uma pequena
ilha localizada na Ásia oriental e este território tem mais de 2 mil anos de
história ligada à China. Entretanto, para entender a “pendenga” atual não
precisaremos retroceder tanto no tempo, basta voltarmos à Revolução
Comunista Chinesa ocorrida em 1949.
Naquela ocasião, Mao Tsé-Tung tomou o controle da China
Continental e expulsou o líder nacionalista que ali habitava e defendia
preceitos democráticos. Este líder, Chiang Kai-Shek, se retirou para Taiwan e
levou consigo mais de 2 milhões de refugiados, para, no momento oportuno,
ocupar o poder na China por meio de uma invasão.
A partir de então, as duas partes tomaram caminhos diferentes: a
China seguiu pelo caminho comunista inspirando-se na URSS; Taiwan se
aproximou dos EUA, obtendo seu apoio na implantação de um sistema
capitalista na ilha.
A partir dos anos 60, Taiwan mudou o foco de sua política externa e
parou de tentar conquistar o continente, voltando-se apenas para o
reconhecimento de sua independência.
Todavia, pessoal, foi exatamente nessa época que o mundo ocidental
estava começando a reatar os laços com a China, que acabara de romper com
a URSS. Assim, apoiar Taiwan se tornou uma questão política muito delicada,
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já que para conter o avanço soviético, o Ocidente precisava de um bom
relacionamento com a China.
Por essa razão, em 1971, a ONU simplesmente deixou a questão de
Taiwan mal-resolvida, reconhecendo, em 1979 a República Popular da China e
retirando, oficialmente, a proteção militar que fornecia à ilha de Taiwan.
Apesar disso, meses depois alguns laços econômicos foram reatados, incluindo
a venda de armas para a ilha.
Os EUA venderam armas para Taiwan,o que gerou desconforto nas
relações diplomáticas entre americanos e chineses. Isso porque a China não
reconhece a independência de Taiwan, sendo esta considerada uma “província
rebelde”.
Já o Tibete, conhecido como o "teto do mundo" por se situar a mais
de quatro mil metros de altitude, no Himalaia, é um dos países mais religiosos
do mundo. A forte tradição budista é cultuada na submissão à autoridade
suprema do Dalai Lama. O Tibete manteve o status de país independente até a
Revolução chinesa quando Mao Tsé-tung chegou ao poder e promoveu uma
série de “mudanças” no mapa chinês.
Foi nesse período que territórios ao leste do Tibete foram anexados à
China e houve a implantação de medidas para suprimir a identidade cultural
tibetana. Em 1950, a China ocupou efetivamente o território tibetano, mesmo
contra a vontade dos monges budistas que, nove anos depois, se organizaram
para lutar pela autonomia do Tibete. Apenas em 1963 essa região ganhou
status de Região Autônoma, e hoje conta com um governo apoiado pela
China.
Em meados do mes de agosto de 2011, o líder espiritual Dalai Lama
foi substituído por líder laico do governo exilado do Tibete, Lobsang Sangay,
que é advogado e jurista de Harvard. Aos 43 anos Sangay assumiu a difícil
missão de substituir Dalai Lama e voltar a negociar com a China. Por sua vez,
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Dalai Lama – que permanece como líder espiritual – defendeu a cultura
tibetana em discurso para milhares de pessoas capital da Estônia afirmando
que"O objetivo do Tibete não é sua separação da China, mas o
desenvolvimento da cultura tibetana”.
Por outro lado, seguindo na linha da chamada Primavera Árabe, a
potência comunista enfrenta violentas manifestações que colocam em
evidência a revolta crescente de boa parte da população contra o poder.
Os distúrbios foram desencadeados por casos de corrupção, abuso de
poder e expropriações ilegais de terras por parte de autoridades locais, o que
destoa da imagem de "sociedade harmoniosa" preconizada pelo presidente Hu
Jintao, num momento em que o regime tenta evitar ao máximo o contágio das
rebeliões populares dos países árabes.
Vejamos como os principais focos de tensão na China já foram
cobrados em prova!
8) (FCC/APOFP / 2010) Após classificar a relação com os EUA como a
mais importante para a China, o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao,
afirmou que os laços entre os dois países foram seriamente afetados
pela decisão do presidente americano, Barack Obama, de se encontrar
com o dalai-lama em fevereiro e pelo anúncio de que Washington
venderá US$ 6,4 bilhões em armas para Taiwan.
(OESP, 15/3/2010)
As divergências entre os dois países, indicadas no texto, ocorrem
porque o
a) Tibete e Taiwan representam ameaça à China, já que são países hinduístas
que lutam pela liberdade religiosa e política.
b) Dalai Lama defende enfrentamento armado pela independência do Tibete e
de Taiwan, negando-se a assinar acordos comerciais com a China.
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c) Tibete, que nunca pertenceu à China nem a Taiwan, é um protetorado
inglês.
d) O poderio econômico do Tibete, sustentado pelo comércio com os EUA,
ameaça a economia chinesa, e Taiwan representa ameaça à ideologia
comunista na China por ser um centro religioso.
e) Dalai Lama é classificado pelo governo chinês como separatista, na medida
em que busca a independência do Tibete, e Taiwan, por sua vez, é considerada
uma província rebelde que também luta por manter sua autonomia.
COMENTÁRIOS
Vejamos cada uma das alternativas:
A) Bem, depois de tudo o que lemos aqui ou em outros meios de comunicação
sobre o poderio Chinês podemos afirmar, com toda certeza, que Taiwan e
Tibete não representam nenhuma ameaça efetiva à China com relação a um
possível conflito armado, não é mesmo?
B) Afirmar que o Dalai Lama defende o enfrentamento armado é um erro que,
com o mínimo de conhecimento sobre o budismo ou mesmo assistindo aos
noticiários, poderia facilmente ser evitado. Em 1993, esse líder foi laureado
com o prêmio Nobel da Paz justamente pelo seu pacifismo diante do desejo de
liberdade do Tibete.
C) A história do Tibete é marcada por guerras e conquistas, entretanto, essa
região nunca foi um protetorado inglês, e antes de ser anexado à China
possuía governo próprio.
D) Essa assertiva esta incorreta justamente por ter invertido as coisas. O
poderio econômico que vem assustando a economia chinesa pertence a Taiwan
e não ao Tibete. Do mesmo modo, quem ameaça a ideologia comunista na
China por ser um centro religioso é o Tibete e não Taiwan, como afirmou a
questão.
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E) Essa questão está perfeita, pois Dalai Lama é classificado pelo governo
chinês como separatista, justamente por buscar a independência do Tibete.
Taiwan, por sua vez, é considerada uma província rebelde que também luta
por manter sua autonomia.
Gabarito: E
___X___
1.5 – Guerra das Malvinas
Principalmente agora, no mês de abril, ouvimos falar muito desse
conflito, pois ele ocorreu há exatos 30 anos. A Guerra das Malvinas foi um
conflito ocorrido entre Argentina e Reino Unido pela soberania das Ilhas
Malvinas. Desde 1883, o Reino Unido possui o controle dessas ilhas, as quais
foram ocupadas em 1982 pela Argentina.
Essas ilhas se situam a apenas 480 quilômetros do litoral da
Argentina que nunca aceitou este domínio e, em 1982, o ditador argentino,
Leopoldo Galtieri, promoveu a invasão com tropas a capital das Malvinas,
Stanley. Essa invasão, que tinha razões políticas evidentes, esperava unir a
nação numa espécie de surto patriótico em apoio a esta iniciativa, o que não
ocorreu!
Iniciado no inicio dos anos 80 entre Grã-Bretanha e Argentina, esse
conflito foi bem mais rápido se comparado aos outros que estudamos aqui
hoje. Para o total desastre da iniciativa argentina de invadir as Malvinas, a
Grã-Bretanha reagiu imediatamente, enviando à região uma força-tarefa com
28 mil combatentes – quase três vezes o tamanho da tropa rival. Com o apoio
dos Estados Unidos, os britânicos demoraram pouco mais de dois meses para
encerrar o conflito. Aos nossos vizinhos, restou apenas voltar para casa e
resolver os problemas internos que se amontoavam por lá!
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30
O fato é que até hoje a Argentina não se conforma em não ter a
soberania das Ilhas Malvinas. Isso é tão evidente que já foi várias vezes usado
como discurso político pela atual presidente da Argentina Cristina Kirchner.
Vejam como esse assunto foi cobrado em prova.
9) (FCC/APOFP / 2010) A presidente da Argentina, Cristina Kirchner,
em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o cancelamento da
classificação de segurança (confidencial) a toda informação e
documentação vinculada com as operações das Forças Armadas
durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas ao
"conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer
outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do
retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de
acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de
Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o
conhecimento da história recente.
(OESP, 7/1/2010, adaptado)
É correto afirmar:
a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e
documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas" durante o
período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia apenas os crimes
comuns praticados por militares.
b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação referente
à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período indicado, relativas ao
confronto com a Inglaterra pela soberania nas Ilhas Malvinas.
c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre violações dos
direitos humanos durante os anos da ditadura militar na Argentina, apontada
por historiadores como uma das mais violentas na América Latina na década
de 1970.
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d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner, já
haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a transição para
a democracia na Argentina.
e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe necessariamente a
abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois todos os acusados de crimes
durante a ditadura militar já foram julgados e os desaparecidos, encontrados.
COMENTÁRIOS
A letra A está errada. A decisão tomada pela presidente Cristina
Kirchner de abrir ao conhecimento público todos os arquivos do período da
ditadura abrange tanto os crimes e violações aos direitos humanos praticados
pelos militares quanto os praticados pelos civis em resistência ao regime. Com
efeito, a ditadura argentina foi uma das mais violentas de toda a América
Latina e em apenas sete anos de regime, estima-se que cerca de 30 mil
pessoas tenham desaparecido nas mãos de agentes da repressão.
A letra B está errada. As informações referentes à Guerra das
Malvinas não estão abrangidas, por uma questão de segurança nacional, pela
medida.
A letra C está correta. A medida abre os arquivos da ditadura
argentina, já que considera-se que, passados mais de 25 anos do fim do
regime, não há porque mantê-los afastados do conhecimento público.
A letra D está errada. As Forças Armadas mantiveram os arquivos
sob sigilo.
A letra E está errada. Nem todos os desaparecidos durante o período
da ditadura foram encontrados.
Gabarito: C
___X___ ___X___
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32
2–Conflitos Étnicos
Consideramos como grupo étnico um grupo de pessoas que se
identificam (ou são identificadas) como iguais tendo por base as semelhanças
culturais, biológicas ou as duas. O grande problema ocorre quando grupos
étnicos diferentes são obrigados a conviver e dividir o mesmo espaço, gerando
atitudes e ações preconceituosas por parte do Estado com um deles, ou
mesmo intolerância de uns com os outros.
Apesar de, no século XX, terem surgido algumas discussões sobre a
melhor maneira de evitar a ocorrência de conflitos entre diferentes grupos
étnicos, o fato é que, ainda hoje, esses conflitos permeiam nosso cotidiano.
Apesar de suas raízes serem históricas, não poderia haver assunto mais atual
do que estes conflitos e, por isso, abordaremos nessa aula os principais focos
de tensão étnica existentes pelo mundo.
Alguns podem estar com aquela “pulguinha” atrás da orelha que não
para de perguntar: “Ora, se os conflitos étnicos possuem razões tão antigas,
por que cargas d’água tenho que compreender isso?”
Em primeiro lugar, não dá pra pensar na sociedade atual ou nas
transformações sociais ocorridas há bem pouco tempo, sem percebermos que
os conflitos estão sempre presentes na nossa trajetória, não é mesmo? Se
pegarmos as manchetes das últimas semanas, veremos, pelo menos, um
conflito sendo abordado, como, por exemplo, a acusação ao exército birmanês
de “crimes de guerra” contra as minorias Kachin, em Mianmar.
Além disso, com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria e
da ordem internacional bipolar, muita expectativa de paz foi gerada por todos
e a continuidade da existência de tantos conflitos não deixa de ser
assustadora! Era consenso em quase todo mundo que o fim da rígida divisão
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mundial entre capitalistas e socialistas desembocaria numa temporada de
valorização da democracia, do respeito à alteridade e o início de uma era de
paz no mundo. Mas o fato é que isso não ocorreu!
Ao contrário do que se imaginava, ou mesmo se desejava, o fim da
Guerra Fria acabou propiciando uma retomada dos conflitos avulsos, que eram
impulsionados por rivalidades étnico-religiosas, que haviam sido meio que
“congeladas” devido à existência dos regimes totalitários, tanto na União
Soviética quanto na Iugoslávia.
Enfim, o importante é percebermos que muitos conflitos étnicos
voltaram a se desencadear com o término da guerra fria e, mesmo em pleno
século XXI, eles continuam fazendo parte do nosso cotidiano.
Sim, do nosso cotidiano! Muitos de vocês devem associar conflitos
étnicos ao Oriente Médio, não é mesmo? Entretanto, pessoal, aqui bem
pertinho de nós e incluindo muitos de nossos conterrâneos, existe um conflito
que, apesar de não ter sido herdado da Guerra Fria, pode ser enquadrado no
que trataremos nesta aula.
2.1 – Brasileiros no Suriname
No final do ano de 2009, ocorreram vários ataques contra brasileiros
no Suriname, país localizado na América do Sul e que faz fronteira com a
região Norte do Brasil. Mas, afinal de contas, quais foram os motivos desses
ataques?
Aparentemente, o estopim do ataque contra brasileiros no Suriname
foi o fato de um surinamês ter sido assassinado a facadas por um brasileiro. O
crime teria ocorrido em virtude do surinamês ter cobrado uma dívida por ter
prestado ajuda para a imigração ilegal de brasileiros para a Guiana Francesa.
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Diante do ocorrido, não houve rompimento de relações diplomáticas
entre Brasil e Suriname. Na oportunidade, as autoridades surinamesas deram
ampla proteção aos brasileiros que viviam naquele país.
Aí entra um aspecto interessante a ser analisado! O Suriname é um
país vizinho da Guiana Francesa, que, por sua vez, é uma porta de entrada
para a França. Assim, muitos brasileiros dos estados da região Norte usam o
Suriname como um ponto para a entrada ilegal na Guiana Francesa.
Estima-se que vivem no Suriname cerca de 18 mil brasileiros, muitos
dos quais vivem nesse país trabalhando no garimpo do ouro, atividade ilegal
naquele país. A relação entre brasileiros e os “marrons” (denominação do povo
surinamês) não é, portanto, das mais agradáveis e que, portanto, há um
conflito na região, cujas origens estão na dificuldade de integração entre
brasileiros e “marrons”, o que é agravado pela prática de atividade ilícita
(garimpo) por brasileiros que ali vivem.
Vejamos uma questão sobre o assunto!
10) (CESPE / Técnico de Nível Superior – UERN / 2010) Na véspera do
Natal de 2009, um grupo de brasileiros foi atacado na cidade de
Albina, no Suriname. O ataque resultou em incêndios, saques e pelo
menos 25 feridos. A respeito desse assunto, assinale a opção correta.
a) O Suriname, país rico devido ao fato de ser ex-colônia da Holanda, atrai
milhares de imigrantes brasileiros todos os anos.
b) Após o referido ataque, o governo brasileiro rompeu relações diplomáticas
com o Suriname.
c) O ataque em questão decorreu da disputa pela exploração de petróleo no
interior do Suriname.
d) A maioria dos brasileiros que mora no Suriname é composta de garimpeiros
que tentam a sorte nesse país.
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e) O governo surinamês pratica política de incentivo à imigração de técnicos e
cientistas brasileiros, o que incomoda a população local e acarreta o tipo de
ataque referido.
COMENTÁRIOS
A letra A está errada. A migração de brasileiros para o Suriname não
é tão intensa assim. Além disso, o Suriname pode ser considerado um país rico
porque possui grande variedade de recursos naturais e não por ter sido colônia
da Holanda.
A letra B está errada. Não houve rompimento de relações
diplomáticas entre Brasil e Suriname.
A letra C está errada. O conflito não tem suas origens na exploração
de petróleo, mas sim na dificuldade de integração entre brasileiros e “marrons”
na região, o que é agravado pela prática do garimpo por brasileiros que ali
vivem.
A letra D está correta. A maioria dos brasileiros que vive no Suriname
se dedica à prática do garimpo, atividade considerada ilícita naquele país.
A letra E está errada. Não há políticas de incentivo à imigração de
brasileiros no Suriname.
Gabarito: D
___X___
Bem, amigos, o fato é que basta ligarmos a TV ou o rádio para
termos contato quase que direto com os inúmeros conflitos existentes por todo
planeta, não é mesmo? América, África, Ásia e Europa. Em praticamente todos
os continentes do mundo existem áreas de conflitos, mas, como coisas não são
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divididas com precisão, muitos conflitos começam por um motivo e se
estendem por outro, de modo que não consigamos mais distinguir se aquilo é
uma tensão étnica, religiosa ou política.
De qualquer modo, me propus aqui a tratar daquelas subversões que
eclodem,periodicamente, em determinadas regiões, motivadas,
principalmente, pela intolerância diante das diferenças culturais do outro. E é
justamente essa não aceitação das crenças, leis e hábitos sociais ou religiosos
do grupo com o qual divide o território que torna o conflito quase inevitável.
Talvez para nós brasileiros esse seja um assunto meio difícil de
compreender, já que são poucas as agitações que envolvem questões étnicas,
como por exemplo, o caso dos brasiguaios, que apesar de sério não ocorre
dentro do território do Brasil, e o dos brasileiros no Suriname, visto acima.
Assim, apesar da diversidade religiosa existente em nosso território,
não fomos “premiados” com esse tipo de problema social(ainda bem, né?).
Enquanto, aqui no Brasil, encontramos facilmente católicos, protestantes e
espíritas conversando e convivendo amigavelmente. Já em outras partes do
mundo, a diferença religiosa acaba originando uma disputa de fins,
geralmente, impróprios.
Além das diferenças culturais e religiosas, a cobiça por recursos
naturais, como petróleo e minérios em geral, é um dos principais motivos de
grande parte das disputas existente.
Só pra termos uma visão geral das principais áreas de conflito vamos
olhar o mapa abaixo:
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Dentre os vários conflitos que este mapa nos mostra, vamos refletir
sobre quais podem ser considerados como principalmente motivados por
questões étnicas e religiosas!
2.2 – Primavera Árabe
Entendemos como primavera árabe um conjunto de manifestações
realizadas com objetivo de questionar os regimes autoritários e centralizadores
que ocorrem em diversos países do Oriente Médio.
O fenômeno continua ativo no norte de África e no Oriente Médio e
até mesmo a China já se vê sacudida. Vamos relembrar, rapidamente, os
principais fatos da Primavera Árabe?
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1) A Tunísia abre nossa lista pela importância das eleições que realizou em 23
de outubro (2011) desde a saída de Zine Al-Abdine Ben Ali.
2) No Egito, a Junta Militar que governa o país depois da queda de Hosni
Mubarak tem enfrentado manifestações e protestos nas ruas. Ministros do
governo militar anunciaram que as primeiras eleições presidenciais depois de
Mubarak acontecerão até o final de maio.
Nestes dois países, as graves dificuldades econômicas que
acompanharam as mudanças de regime levaram a comunidade
internacional a mobilizar bilhões de dólares em ajuda.
3) No Iêmen, o presidente Ali Abdullah Saleh estava hospitalizado na Arábia
Saudita após ser ferido em um ataque, ele também assinou acordo entregando
os poderes no país, depois de 33 anos no comando, para cuidar de sua saúde.
Mas, apesar da transição, protestos e combates continuam acontecendo.
4) O Bahrein, por sua vez, viveu sua "contrarrevolução" após a repressão dos
protestos de fevereiro e março.
5) Na Líbia, Muammar Kadhafi foi morto em ataque, em Sirte (outubro de
2011), promovido por combatentes líbios.
6) Já a Síria, o regime tinha iniciado grande repressão que provocou fuga em
massa de civis para a vizinha Turquia. Entretanto, em novembro (2011) firmou
plano de paz, no qual estava previsto a retirada das Forças Armadas das ruas,
além da libertação de presos políticos e diálogo com a oposição, mas até o
momento o governo ainda não cumpriu o acordo, mantendo a repressão sobre
a oposição.
7) Na Jordânia, as dificuldades da monarquia (do rei Abdullah II)continuam
latentes, além de estar rodeada de vizinhos em crise.
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8) O Marrocos aposta, por sua vez, em uma política de reformas. Nas eleições
de novembro (2011) os Islâmicos moderados venceram as eleições,
possibilitando uma convivência pacífica com a monarquia.
Apesar das incertezas, alguns continuam otimistas sobre as
conquistas da Primavera Árabe, que colocou a democratização entre os
principais assuntos de uma região que parecia condenada a seguir como um
santuário de regimes autocráticos intocáveis. Muitas ditaduras já caíram e
outras tantas sofrem com a pressão popular exigindo seu fim.
Assim, pessoal, o que vemos é que todas as revoltas que têm
eclodido e sido noticiadas exaustivamente na mídia nos últimos meses são os
elementos dessa primavera, que não tem nada de florida, não é mesmo? De
todo modo, vamos analisar com mais cautela as principais:
A) Crise na Tunísia
Bom, nossa historinha começa em 17 de dezembro de 2010, quando
um jovem tunisiano ateou fogo no próprio corpo ao ser repreendido por
policiais que o impediam de vender vegetais em uma banca de rua sem
permissão. O gesto desse jovem desencadeou uma onda de protestos em todo
o país, clamando por maior liberdade política e reclamando do desemprego.
A Tunísia é um país do Norte da África de maioria muçulmana (99%
da população), que se destacava como um importante destino turístico e
exemplo de prosperidade no mundo árabe. No campo político, todavia, o país
era governado desde 1987 por Zine Al-Abdine Ben Ali, que impunha no país
um regime de caráter autoritário.
Dessa forma, se no campo econômico a Tunísia vinha conseguindo
desenvolver-se progressivamente, no campo político-social surgiram condições
para a revolta da população: liberdades políticas restritas, desemprego e
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corrupção da elite dominante. Com isso, os protestos ecoaram por todo o país,
exigindo que o presidente Ben Ali deixasse o poder.
Como forma de tentar se manter no poder, Ben Ali anunciou diversas
reformas, dentre as quais citamos:
I – criação de um comitê especial com a atribuição de investigar a corrupção;
II – promessa de criação de 300.000 empregos;
III – combatera inflação (alta dos preços);
IV – permitir a liberdade de imprensa e o amplo acesso à Internet;
V – aprofundara democracia.
Mesmo com o anúncio dessas reformas os protestos continuaram e
Ben Ali foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente.
Por fim, vale destacar que outros países árabes da região do Norte da
África, como Líbia e Egito, também possuíam regimes ditatoriais, o que gerou
a perspectiva de que pudessem ocorrer nesses países movimentos parecidos
com o da Tunísia. A expectativa foi confirmada em ambos os casos, como
veremos a seguir. Mas antes veremos questões que abordaram esse assunto!
O texto abaixo refere-se às questões 11 e 12.
“O presidente da Tunísia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou em 14 de janeiro de
2011 após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23
anos no poder. Foi a primeira vez que um líder árabe foi deposto por força de
movimentos populares.”
Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.
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11) (IBFC / Analista de Promotoria I –Assistente Social – MP-SP /
2011) Acerca do movimento que resultou na renúncia e prisão do ex-
líder tunisiano, assinale a alternativa correta.
a) Os protestos na Tunísia começaram após um jovem de 26 anos ter ateado
fogo em seu corpo após ser impedido pela polícia de vender frutas e legumes
em uma barraca de rua.
b) Os protestos foram motivados pela não adesão da Tunísia à Liga Árabe,
principal instituição política supranacional do mundo islâmico.
c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela fraude
ocorrida nas eleições nacionais em dezembro de 2010.
d) A Tunísia era o único país islâmico a ter um regime político ditatorial, o que
gerou insatisfação popular e, consequentemente, os protestos que derrubaram
o presidente.
COMENTÁRIOS
A opção A está correta. Mohammed Bouazizi, de 26 anos, levou a
cabo a auto-imolação ateando fogo em seu próprio corpo. A ação foi feita em
frente a um prédio governamental em protesto ao confisco de seu carrinho de
mercadorias (frutas e legumes). Ele era um licenciado e desempregado. O que
poderia ter sido uma manifestação pontual tornou-se uma onda de protestos
que duraram mais de mês, levando o ex-líder da Tunísia a renunciar ao
governo e deixar o país.
A letra B está incorreta. A Tunísia é membro da Liga Árabe desde
1958, portanto, quando a afirmativa diz que os protestos eram contra a não-
adesão do país à Liga incorre em erro.
A letra C está errada. As eleições presidenciais que reelegeram pelo
quinto mandato o ex-presidente Ben Ali aconteceram em 2009 e não em 2010.
No final do mês de outubro de 2011 foram feitas as primeiras eleições livres
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para a escolha da Assembleia Constituinte tunisiana. Já no que se refere a
dezembro de 2010, este foi o mês que teve início os protestos contra o
desemprego, a inflação e a corrupção naquele país.
A letra D também está errada. A Tunísia não era o único país islâmico
que vivia uma ditadura e nem o único que derrubou o governo. Outro exemplo
e que está na pauta do dia dos noticiários do mundo é a Líbia, portanto, esta
afirmativa está incorreta.
Gabarito: A
12) (IBFC / Analista de Promotoria I – Assistente Social – MP-SP /
2011) Assinale a alternativa correta em relação aos desdobramentos e
consequências dos protestos tunisianos a outros países da África do
Norte e do Oriente Médio.
a) A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,
resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim como seu
colega tunisiano, também estavam há décadas no poder.
b) Os principais desdobramentos e consequências do acontecido na Tunísia
foram relacionados à também queda do presidente egípcio e de uma onda de
protestos contra o ditador Líbio Muammar Gaddafi, resultando em uma
violenta e sangrenta guerra civil na Líbia.
c) Os acontecimentos foram abafados em outros países árabes pela Liga Árabe
a fim de conter a queda nos preços do barril do petróleo.
d) As consequências dos protestos na Tunísia chegaram até a Palestina, onde
os grupos islâmicos deste país (Hamas e Fatah) se uniram contra o domínio
israelense.
COMENTÁRIOS
A letra A está incorreta. Embora o Marrocos e o Saara também
tenham apresentado grandes manifestações populares, o governo não caiu. O
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rei marroquino, Mohammed VI, permanece no poder que detém há 12 anos.
Ele também é o foco das manifestações no Saara, pois seu governo comanda a
região, não aceitando-lhe a independência e autodeterminação. Nesse sentido,
quando a afirmativa diz que as ondas de protestos nessas duas regiões
tiveram o mesmo resultado da Tunísia, ela torna-se incorreta. É interessante
relembrar que no Marrocos, as eleições de novembro elegeram maioria de
Islâmicos moderados, bastante abertos a negociações com a monarquia.
A letra B está correta. Como já foi dito nos comentários da questão
anterior, o caso da Líbia também resultou no fim da ditadura de Muammar
Kadhafi. Em fevereiro deste ano estouraram algumas manifestações na Líbia
contra o governo de Muammar Kadhafi, essas manifestações se estenderam
até agosto, havendo contínuos combates. Neste mesmo mês, os rebeldes
conseguiram cercar o quartel-general de Kadhafi, pressionando-o a deixar o
poder. Um de seus filhos, Seif Al Islam, foi capturado e enviado para o Tribunal
Penal Internacional, no qual responderá por crimes contra a Humanidade. Ao
final de agosto, os rebeldes conseguiram dominar Trípole, promovendo a fuga
do ex-ditador. Convém lembrar que o ex-ditador líbio foi morto na quinta-feira,
dia 20 de outubro de 2011, e não foi apenas a população da Líbia que
comemorou sua morte. Em vários países também aconteceram manifestações
comemorativas com a morte de Kadhafi. (nesta aula ainda falaremos mais
sobre esse tema!)
Por outro lado, também no Egito foram promovidos protestos contra
o presidente Hosni Mubarak. Iniciaram-se no dia 25 de janeiro de 2011
manifestações populares exigindo a renúncia do presidente egípcio, depois de
18 dias de intensos protestos contra seu governo, o presidente renunciou
entregando todo poder ao Exército. Mubarak governou o Egito por 30 anos, foi
aliado do governo norte-americano e coordenou a política com mãos de ferro,
combatendo grande oposição em seu país. Mas, a pressão popular fez com ele
deixasse o governo.
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Assim sendo, pessoal, tanto o caso da Líbia quanto o do Egito são
análogos ao da Tunísia e, portanto, esta opção responde corretamente à
questão.
A letra C está incorreta. Como pôde ser verificado nos comentários
das opções anteriores, as manifestações não foram abafadas em outros países.
A opção Dera considerada errada, pois quando foi realizado o referido
concurso a aproximação entre essas duas facções ainda não havia ocorrido,
todavia, atualmente ela já seria entendida como correta.
(Peço um pouco de atenção a este comentário, ok?).
Ainda não se deu completamente a união entre o Hamas e o Fatah,
mas no inicio do mês de fevereiro, eles assinaram um compromisso formal
para constituir um governo interino unificado na Cisjordânia e na Faixa
de Gaza, com o objetivo de organizar eleições parlamentares e presidenciais
nas regiões ainda este ano. Essa aproximação complicou, ainda mais, as
negociações de paz entre palestinos e israelenses, pois a união dos dois grupos
dá indícios de uma luta contra Israel,o que põe fim nas negociações de paz.
De todo modo, é bom lembrar que o Hamas é o mais importante
movimento fundamentalista islâmico na Palestina o qual controla a região da
Faixa de Gaza e defende o enfrentamento e a resistência contra Israel. Por
outro lado, o Fatah é uma organização política e militar que luta pela libertação
dos povos da Palestina, sendo a maior facção da OLP (Organização para
Libertação da Palestina). No entanto, o Fatah é menos radical que o Hamas e
atualmente prega a reconciliação e negociações com Israel.
A diferença de posicionamento dos dois grupos ainda não havia
permitido que eles se unissem, mas, na segunda quinzena de dezembro
(2011) o líder do movimento Fatah, Mahmoud Abbas, e Khaled Meshaal, líder
do Hamas, comprometeram-se a promover a reconciliação entre ambos os
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grupos e outras facções palestinas, formando assim um governo unificado cuja
composição ficou conhecida em fevereiro deste ano.
Dessa forma, depois de vários dias de negociações no Cairo, Egito, o
esforço promovido no sentido de sanar as divergências que levaram à divisão,
em 2007, entre Gaza e a Cisjordânia e ao colapso do conselho legislativo
palestino parece ter surtido efeito.Após um contato bilateral entre
representantes do Hamas e do Fatah, autoridades das restantes facções
reuniram-se no Cairo para estudar propostas que levem à formação de um
governo de unidade nacional e organizar as eleições gerais previstas para maio
deste ano.
Este anúncio de união entre os dois grupos foi um indicativo do
regresso do Hamas à Organização de Libertação da Palestina (OLP),
reconhecida internacionalmente como representante do povo palestino. No
entanto, representantes do Fatah afirmaram que o Hamas ainda terá que
assinar a Carta da OLP, que o obrigaria a depor as armas. Ainda existem
algumas desconfianças quanto à efetividade desta união , mas o fato é que,
até o momento, tem havido o cumprimento dos acordos de ambos os lados.
Gabarito: B
___X___
B) Crise no Egito
O Egito é um país árabe situado no Norte da África, bem próximo ao
Oriente Médio, fazendo fronteira a leste com Israel e Faixa de Gaza, conforme
podemos observar no mapa a seguir. Trata-se de um dos países mais
populosos da África, cuja maior parte da população (cerca de 90%) professa a
religião islâmica sunita.
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A República do Egito foi estabelecida em 1953, sendo em 1956
declarada a total independência do país em relação ao Reino Unido (que
colonizou a região). Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a
Península do Sinai (território egípcio). Em 1973, na Guerra do Yom Kippur, o
Egito e a Síria tentaram recuperar territórios perdidos para Israel na Guerra
dos Seis Dias, respectivamente a Península do Sinai (território egípcio) e as
Colinas de Gola (território sírio). Apesar de não terem obtido sucesso militar na
empreitada, considera-se que a Guerra do Yom Kippur foi uma vitória política
para o Egito, que lhe permitiu recuperar em 1979 o território da Península do
Sinai como contrapartida à paz com Israel.
Em 1981, assumiu a presidência do Egito Mohamed Hosni
Mubarak, que permaneceu no poder até o início deste ano (2011). Aliás, esse
foi o grande motivo da recente crise no Egito! Mubarak permaneceu no poder
durante 30 anos, caracterizando-se seu governo por ser um regime de caráter
fortemente autoritário. Ocorre que, nos dias de hoje, percebe-se que há
diminuição cada vez maior do espaço para regimes anti-democráticos.
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Sendo assim, no início de 2011, centenas de milhares de pessoas
foram às ruas para manifestar seu desagrado ao governo de Mubarak, exigindo
sua retirada do poder. Os egípcios clamavam pela implantação de uma
democracia verdadeira, em que não haja eleições fraudulentas. O presidente
Mubarak tentou, sem sucesso, fazer algumas concessões, como a nomeação
de um vice-presidente (primeiro em 30 anos). Além disso, foram tomadas
medidas de caráter repressivo, como toque de recolher, bloqueio de telefone e
Internet (todas sem sucesso para conter o ímpeto dos egípcios).Depois de 18
dias de intensos protestos contra seu governo,no dia 11 de fevereiro de
2011,Hosni Mubarak renunciou entregando todo poder ao Exército.No início de
dezembro de 2011, a Junta Militar que governa o país depois da queda do
ditador, anunciou a formação de um Conselho Consultivo para ajudá-la no
processo de transição. Já em fevereiro de 2012, a mesma Junta anunciou que
as eleições presidenciais acontecerão até o final de maio.
Em razão de sua posição geográfica privilegiada, o Egito é um país
fundamental à geopolítica do Oriente Médio. E é justamente por isso que a
situação do país causa preocupação na comunidade internacional. O regime de
Mubarak, embora de caráter autoritário, estava alinhado com os objetivos dos
EUA no Oriente Médio, reconhecendo o Estado de Israel. Além disso, o Canal
de Suez, importante passagem entre a Europa e Ásia é posse egípcia.
O grande temor dos EUA era que, com a queda do regime de
Mubarak, assumisse o poder no Egito a Irmandade Muçulmana e que, como
consequência disso, ocorresse mudanças no posicionamento político do país. A
Irmandade Muçulmana tem como objetivos principais a luta contra a
intervenção ocidental e a implantação no Egito da Sharia (lei islâmica). Por
outro lado, os EUA também não podia se posicionar a favor de um regime
ditatorial, já que se auto-intitulam defensores da democracia.
A posição oficial do governo norte-americano foi emitida pelo porta-
voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA: "O presidente disse que
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agora é o momento de incitar uma transição pacífica, ordenada e substancial,
com negociações confiáveis e inclusivas." Esse posicionamento é mantido até o
presente momento, mas a comunidade internacional (incluindo aí os EUA)
permanece atenta ao andamento e desenvolvimento da política no Egito.
As primeiras eleições parlamentares do Egito foram marcadas por
manifestações contra o governo militar e perduraram durante o período
eleitoral. Os partidos islâmicos mostraram sua força e obtiveram a maioria dos
votos. Agora o país está nos preparativos para as eleições presidenciais.
13) (CESPE / Todos os Cargos – Seger – ES / 2011) A explosão de
revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de Hosni
Mubarak, no início de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser este
um dos poucos países árabes que não se democratizaram plenamente
ao longo do século XX.
COMENTÁRIOS
Afirmativa errada. O que invalida a questão é dizer que o Egito é um
dos poucos países árabes que não se democratizaram. Quando na verdade, o
Egito é mais um entre dos vários países árabes que viviam em ditaduras, as
quais, inclusive, têm atualmente passado por processos desestabilizadores.
Gabarito: Errado
14) (FCC/Escriturário-Banco do Brasil/2011) Ativistas egípcios usam
Facebook e outras ferramentas da Internet para organizar marchas
pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes entraram ontem
[27/01] em confronto com a tropa de choque da polícia egípcia no
centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e um policial –
morreram.
(O Estado de São Paulo, 28/01/2011, p. A8)
Os protestos no Egito tinham como uma das principais causas
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(A) a rivalidade histórica entre os egípcios e os países vizinhos, como a Líbia.
(B) a luta pela retomada de terras, atualmente ocupadas por israelenses.
(C) a tentativa de reduzir a interferência inglesa na política local.
(D) a exigência de retirada das tropas norte-americanas do Iraque.
(E) o regime repressivo do presidente, no poder há três décadas.
COMENTÁRIOS
A letra E é a correta.
Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2011 várias foram as
notícias sobre os protestos feitos no Egito contra o governo de Hosni Mubarak,
presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981.
Os motivos alegados para a organização das manifestações são
variados, como vimos anteriormente, entre eles podemos citar: as queixas de
altos índices de desemprego, o autoritarismo do governo, os elevados níveis de
corrupção, a violência policial, as leis de exceção, o baixo salário mínimo, a
falta de moradia, a falta de liberdade de expressão e as más condições de
vida. O principal objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial
de Mubarak.
Segundo a informação de ativistas, os protestos vinham sendo
planejados e organizados há mais de 1 ano, usando como meio de
comunicação a internet. Também foi pela internet, principalmente usando as
redes sociais, que as manifestações eram divulgadas pelo mundo.
Gabarito: E
___X___
C) Crise na Líbia
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A Líbia é um país localizado no norte do continente africano fazendo
fronteira com a Tunísia e o Egito, dentre outros países. Conforme vem sendo
exaustivamente noticiado pela mídia, o norte da África está sendo palco de
uma onda de manifestações contra governos ditatoriais, como os dois que
vimos acima, Tunísia e Egito.
No dia 15 de fevereiro de 2011, a população líbia desencadeou suas
manifestações diante da prisão do advogado humanitário Fethi Tarbel, que
representava a família de mais de 1200 detentos mortos em um massacre
promovido pelo governo líbio em 1996, representado por Muammar Kadhafi.
“Pai da África, irmão líder, guia da revolução”. Esses foram apenas
alguns dos títulos que Muammar Kadhafi atribuiu a si mesmo para se solidificar
no governo líbio desde 1969 quando depôs, num golpe militar, a monarquia
que governava o país.
Todas as manifestações vistas no Oriente Médio e na África, incluindo
as ocorridas no Iraque, Irã, Sudão e Angola, foram surpreendentemente
superadas pela rapidez e violência dos eventos ocorridos na Líbia. Tal fato
causa certa surpresa, uma vez que, apesar do governo ditatorial, esse país
possui o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África, superior,
inclusive, ao brasileiro. A distribuição de renda é satisfatória, o índice de
alfabetização é o terceiro melhor do continente e o de pobreza está entre os
mais baixos de todos os países periféricos. Então volta a surpresa: porque se
erguer contra um governo que lhes proporciona uma qualidade de vida
relativamente boa?
A população na Líbia é formada por mais de 140 tribos diferentes,
algumas das quais sempre desfrutaram de muitos privilégios no governo de
Kadhafi – que sempre fez questão de mantê-las o menos coesas possível. Do
mesmo modo, para evitar qualquer tipo de motim contra seu governo, o
ditador manteve um exercito frágil e com pouca articulação nacional, fazendo
dos soldados líbios mais leais aos seus líderes tribais do que aos seus generais.
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Essa tática de desmembramento social parece ter funcionado durante
muito tempo. Porém, nesse momento, apesar da diversidade tribal e da
fragilidade das instituições líbias, a população parece ter chegado ao seu limite
diante das arbitrariedades do governo Kadhafi sempre marcado por violência e
imposição.
Dentre as inúmeras ações vinculadas à figura desse líder estão
algumas das mais covardes das últimas décadas, como o ataque a uma
discoteca em Berlim que era frequentada por soldados americanos, o
assassinato de atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique (1972) e o
atentado ao avião da Pan Lam na Escócia, em 1988. A participação nesses
eventos conferiu a Muammar Kadhafi um lugar de destaque na lista dos
“patrocinadores do terrorismo”, onde permaneceu até 2006 – quando suas
relações com o Ocidente finalmente foram normalizadas.
Essa normalização só ocorreu depois de a Líbia aceitar algumas
imposições da comunidade internacional, como assumir as responsabilidades
sobre os atentados aéreos ocorridos em 1988, entregando os responsáveis à
justiça britânica. Além disso, o país teve que abandonar o programa nuclear
que desenvolvia, indenizando a família de vitimas e reabrindo o país às
transnacionais.
Assim, amigos, a onda de protestos e violência que assomaram a
Líbia ocorreram exatamente no que podíamos classificar como o melhor
momento vivido pelo país no cenário internacional. Essa crise envia ao mundo
a mensagem de que, independente das boas relações econômicas, a maior
busca da humanidade ainda é pela liberdade! Cabe destacar também que as
condições sociais da população líbia, marcadas pela falta de liberdade, também
motivaram a revolta popular.
As revoltas e protestos na Líbia se transformaram em uma verdadeira
guerra civil, com os rebeldes sofrendo repressões das Forças Armadas. A
sociedade internacional passou a exigir um cessar-fogo imediato no país. Tais
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exigências não foram respeitadas e o governo líbio continuou com as violentas
repressões aos rebeldes.
No dia 17/03/2011, o Conselho de Segurança da ONU aprovou
uma resolução que determinou uma zona de exclusão aérea na Líbia.
Assim, o objetivo da ONU era utilizar da força aérea para proteger os civis e
conter o exército de Muammar Kadhafi. Por meio dessa Resolução, a ONU se
comprometeu a adotar todas as medidas necessárias para proteger a
população civil. Entre os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, 10
votaram a favor da Resolução e 5 se abstiveram (dentre eles o Brasil).
No dia 15/04/2011, foi publicado no Diário Oficial da União uma
Resolução da ONU que impõe sanções ao governo líbio.Deste modo, desde o
mês de março este país se viu sob intervenção internacional com o argumento
de defesa dos civis opositores ao regime de Kadhaffi. A Aliança Atlântica, que
já tinha assumido as operações de vigilância do embargo de armas e da zona
de exclusão aérea, mas assumiu o comando de todas as ações internacionais
na Líbia, ao se encarregar nesta também das missões de proteção à população
civil.
Embora diante da pressão estrangeira para que saísse do governo,
Kadhafi continuou os ataques às cidades dominadas pelos rebeldes. Em maio,
o Tribunal Penal Internacional emitiu mandato de prisão contra Muammar
Kadhafi por denúncias de crimes contra a humanidade.
Durante os meses de junho e julho, os rebeldes continuam
avançando em direção a Trípole com o objetivo de forçar a retirada do ditador
do poder. No Brasil, a presidente Dilma Roussef atacou as determinações do
Conselho de Segurança das Nações Unidas que proibiam vôos no espaço aéreo
líbio e embargos de vendas de armas à região.
Em agosto, os combates continuaram. A OTAN intensificou seus
ataques. Os rebeldes conseguiram cercar o quartel-general de Kadhafi,
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pressionando-o a deixar o poder. Ao final de agosto, os rebeldes conseguiram
dominar Trípole, promovendo a fuga do ex-ditador.
Convém, entretanto, lembrar que Muammar Kadhafi foi morto na
quinta-feira, dia 20 de outubro de 2011, e não foi apenas o povo líbio que
comemorou sua morte. Nos EUA, as manifestações oficiais diziam que uma
nova era nascia para o povo líbio depois da morte do ditador. O mesmo pôde
ser verificado na Inglaterra e outros países europeus, notadamente, na França
a grande maioria dos meios de comunicação foi enfático ao dizer que seu país
teve participação ativa na luta contra Kadhafi e que sua morte representava
um novo começo para a Líbia.
Muito do desenrolar dessas histórias lhes devem parecer um pouco
similar, não é mesmo? Intervenção internacional em país Árabe sempre acaba
nos remetendo ao Iraque, mas é importante percebermos a diferença dessas
situações, ok?
Vejamos o tratamento deste assunto em provas!
15) (IBFC / Oficial de Promotoria I – MP-SP / 2011) Muammar Gaddafi
é considerado um dos piores ditadores do mundo. Ele não hesitou em
usar as Forças Armadas em repressão aos protestos iniciados em
fevereiro de2011. Em relação ao ditador descrito
anteriormente,assinale a alternativa correta.
a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após golpe
militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.
b) Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o poder na
Líbia.
c) Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi do
poder e hoje o Egito é governado por uma equipe de transição até as novas
eleições, marcadas para novembro de 2011.
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d) Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi vem,
através de sucessivas reeleições, mantendo-se no poder, algo que é
considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de ditadura.
COMENTÁRIOS
A afirmativa A está incorreta. O ex-presidente da Tunísia, que deixou
o país no início deste ano, era Zine Al-Abdine Ben Ali, ele governou o país por
23 anos. Entrou no poder em 1987 depois de derrubar, “sem derramamento
de sangue”, a presidência vitalícia de Habib Burguiba e estabeleceu as bases
da liberalização econômica tunisiana. Aplicou uma política social de
solidariedade, criando fundo especial para os mais pobres. Tendo o apoio,
principalmente, da classe média – que desenvolvia-se em seu governo –
conseguiu controlar as ações das oposições, principalmente de esquerda e
islamitas, controlando com mãos de ferro os sindicatos e a imprensa. Grandes
potências ocidentais limitavam as críticas ao seu governo pelo fato dele ser
considerado uma barreira capaz de frear a força dos islamitas. Foi reeleito pela
5ª vez em 2009, despertando grandes manifestações das oposições contra seu
governo, manifestações que foram acirradas com a auto-imolação do jovem
Mohammed Bouazizi, 26 anos. Os protestos eram contra o desemprego, a
corrupção e a inflação e levaram o ditador a sair da Tunísia em janeiro deste
ano.
A opção B está correta. Em fevereiro de 2011 estouraram algumas
manifestações na Líbia contra o governo de Muammar Kadhafi. Os primeiros
pontos de confronto foram em Trípole, capital do país, e Benghazi, sua
segunda maior cidade. Ainda em fevereiro os rebeldes conseguiram dominar
Benghazi e instauraram o Conselho Nacional de Transição.
Como vimos acima, o desenrolar dos acontecimentos desembocaram
na morte do ex-ditador. Hoje, o país tem como governo de transição o
chanceler Ashour Ben Khayil que afirmou que espera que as relações
internacionais da Líbia possam se regularizar e que a economia volte a ter o
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investimento internacional. Principalmente para ajudar na reconstrução
nacional.
A letra C está incorreta. Na verdade, as manifestações feitas no Egito
durante os meses de janeiro e fevereiro foram contra o governo de Hosni
Mubarak, presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981. O principal
objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial de Mubarak.
No dia 11 de fevereiro (2011),depois de 18 dias de protestos, o
presidente Hosni Mubarak renunciou ao governo. O poder foi transferido para o
Conselho Supremo das Forças Armadas que dirigirá o país até o resultado das
eleições dos deputados que serão realizadas em três turnos, com previsão para
o primeiro turno em 28 de novembro deste ano. Portanto, embora traga
algumas informações corretas, a afirmativa não diz respeito ao governo de
Muammar Gaddafi, assim, está incorreta.
A alternativa D também está errada. Kadhafi entrou no poder na Líbia
em 1969 depois de liderar o Movimento dos Oficiais Livres que expulsou o rei
Idriss do poder. Desde então o ditador manteve-se no poder, sem passar por
eleições.
Gabarito: B
___X___
D) Crise na Síria
Essa é uma das crises que tem atingido os mais diversos países do
mundo nos mais diversos setores: político, econômico e social. O próprio mês
de abril deste ano vem concentrando muitos debates sobre esse conflito em
diferentes regiões do planeta:Turquia, Rússia, Nova York e até o Brasil.
Isso ocorre porque cada um desses países se sente atingido de algum
modo pelo desenrolar do conflito. Pra termos uma ideia, nesse momento,
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temos mais ou menos 24 mil sírios tentam se refugiar no país vizinho: a
Turquia, gerando um grave problema social nesse país.
Do mesmo modo, mesmo estando a milhares de quilômetros da
região do conflito, a economia brasileira também acabou se “ferindo”. Pois é,
pessoal, mesmo estando do outro lado do Atlântico, nossa balança comercial
sentiu um baque de mais de 180 milhões de dólares que foram perdidos em
vendas devido a continuidade do conflito. :- /
Sei que muitas vezes olhamos pra esses conflitos como algo bem
distante e que não interfere em nada na nossa realidade, não é mesmo? No
entanto, o que vemos na prática é uma situação muito mais complexa e que
pode afetar sim, o nosso cotidiano.
Atualmente, a Liga Árabe tem cumprido missão de monitoramente na
Síria para conter a onda de violência que assola o país desde março de 2011 -
quando manifestantes iniciaram protestos contra o regime de Bashar al-Assad,
que respondeu com repressão violenta. Assim, já faz mais de um ano que o
país enfrenta forte crise política e social e que a comunidade internacional
tenta, sem sucesso, promover acordos entre o governo sírio e a oposição. De
todo modo, uma coisa os dois lados tem em comum, pois mesmo as forças de
oposição não aceitam interferência militar estrangeira no país.
A Liga Árabe traçou ainda um plano para acabar com a violência na
Síria, entre as medidas estão: fim de todas as ações violentas, permissão de
entrada de jornalistas no país e libertação dos detidos durante os protestos
contra o regime do presidente Bashar al-Assad. A Liga seria responsável,
ainda, pela entrega de relatórios internacionais informando sobre o andamento
da implantação do plano no país. Além disso, a Liga é responsável por mediar
o diálogo entre o governo sírio e a oposição, para chegar a acordos.
A ONU iniciou um processo para discutir uma resolução contra a Síria,
mas essa proposta foi rejeitada pela Rússia e pela China. Principalmente
porque a Rússia é o maior aliado da Síria no Conselho de Segurança da ONU e
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porque a resolução proposta pelo organismo não previa punições contra os
grupos opositores ao regime sírio.
Para finalizar e ajudá-los a compreender um pouco mais do assunto
vou falar da Liga Árabe, ok?
A Liga Árabe é uma organização de estados árabes, fundada em
1945, no Cairo. O objetivo principal da Liga é reforçar e coordenar os laços
econômicos, sociais, políticos e culturais entre seus membros. Além disso, a
Liga Árabe também media disputas entre seus membros.
Historicamente, a Liga foi formada sob estímulo do Reino Unido, que
objetivava conseguir aliados na guerra contra a Alemanha nazista (Segunda
Guerra Mundial). Posteriormente, o estreitamento das relações econômicas
entre os países árabes acabou fortalecendo a iniciativa de formação da Liga,
além de promover o desenvolvimento de movimentos nacionalistas pan-
árabes, reforçando ainda mais os laços culturais e religiosos que ligam os
países árabes.
Em setembro de 1944 foi feita uma reunião no Cairo (Egito) e dela
sai o Protocolo de Alexandria, que propunha a formação da Liga dos Estados
Árabes.
A Liga passou então a defender a independência dos estados árabes,
fornecendo apoio à Síria e ao Líbano para independência do domínio francês,
fortalecendo, assim, o estreitamento entre seus membros.
O órgão é formado por um Conselho, como órgão supremo da Liga,
que é formado por um representante de cada Estado-membro e tem direito a
um voto, independente do tamanho do país e do número de habitantes. Em
seguida vem o Conselho de Defesa Conjunta, responsável pela adoção de
medidas que visam a manutenção da defesa dos membros da Liga. Existem
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também o Conselho Econômico e Social, responsável pela prosperidade
econômica e social dos membros.
Por fim, existe o Secretariado Geral, que é o órgão administrativo e
executivo da Liga, este órgão gere, de maneira geral, o funcionamento da Liga.
Os sete membros fundadores foram: Líbano, Egito, Iraque, Síria,
Jordânia, Arábia Saudita e Iêmen. Atualmente a Liga conta com 22 membros e
mais 4 países observadores. Os membros, além dos 7 acima referidos são:
Líbia, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait, Argélia, Emirados Árabes Unidos,
Bahrein, Catar, Omã, Mauritânia, Somália, Palestina, Djibouti, Comores. E
como observadores: Eritreia (desde 2003), Brasil e Índia (desde 2006) e
Venezuela (desde 2007).
E) Referendo no Sudão
O mais novo país do mundo surgiu no dia 09 de janeiro de 2011,
denomina-se Sudão do Sul e já está envolvido em conflitos com Sudão que
registrou no final de agosto de 2011 uma queixa formal contra seu vizinho,
acusando-o de gerar distúrbios nas suas fronteiras. Como é um conflito ainda
muito recente, não há muito que ser trabalhado, mas fica a recomendação
para que estejamos sempre de olho nessa região, ok?
Todavia, é importante saber que em janeiro de 2005, foi assinado o
Tratado de Naivasha, por meio do qual o governo do Sudão decidiu conceder
autonomia à região, objetivando colocar um fim à Segunda Guerra civil
sudanesa.
A Segunda Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1983 e
1995, opondo o Norte do Sudão e os rebeldes do Sul. A motivação desse
conflito foi eminentemente religiosa. O governo muçulmano do Norte tentou
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impor a lei islâmica (Sharia) em todo o país, o que não agradou a população
do Sul, cuja maioria é cristã e animista.
Em dezembro de 2005, foi assinada a Constituição Interina do Sudão
do Sul, prevendo a realização de um referendo em 2011, ocasião em que seria
decidido pela manutenção da autonomia regional ou pela independência.
No referendo realizado, o povo decidiu pela independência, por uma
expressiva votação de 98,81%. O resultado do referendo não foi contestado
pelo governo do Sudão e a divisão oficial foi declarada em 09 de julho de
2011. Com isso, surge um dos países mais pobres do mundo e dotado de uma
precária infraestrutura. Para que possamos ter uma noção do que estamos
dizendo, 85% da população do Sudão do Sul vive abaixo da linha da pobreza.
Os EUA já manifestou seu posicionamento oficial de reconhecimento à
independência do Sudão do Sul como um Estado soberano. A ONU, por meio
de seu Secretário Geral Ban Ki Moon, também já se manifestou, comemorando
a celebração pacífica do referendo.
Por fim, quero destacar que no Sudão do Sul estão localizadas as
maiores reservas de petróleo do país (cerca de 75%). Todavia, toda a
infraestrutura está no Norte, o que demandará cooperação entre os dois
Estados.
___X___
Bom, pessoal, por hoje chega, a aula já ficou bastante extensa, né? Lembrem-
se que, qualquer dúvida ou comentário, não se acanhem em utilizar o fórum!
;)
Um forte abraço e até a próxima aula! ☺
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LISTA DE QUESTÕES
1) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011 / com adaptações)Em maio de
2011, o líder terrorista Osama Bin Laden — até então um dos homens mais
procurados pelos serviços de inteligência e segurança dos Estados Unidos da
América (EUA) — foi morto.
Com relação a esse fato e às suas consequências, julgue os itens a
seguir.
I – Após a confirmação da morte do líder da Al-Qaeda, o presidente dos EUA,
Barack Obama, declarou o fim da guerra ao terror e informou que as tropas de
seu país serão retiradas do Afeganistão e do Iraque até o dia 31 de dezembro
de 2011.
II – De acordo com informações divulgadas pelas autoridades norte-
americanas, o corpo de Osama Bin Laden não foi enterrado, mas lançado ao
mar.
III – Com a morte de Osama Bin Laden, a Al-Qaeda foi desfeita, uma vez que
também foram mortos, durante a operação planejada pelos militares norte-
americanos, os principais comandantes políticos e militares dessa organização.
Marque a alternativa correta:
a) somente I e III estão corretas
b) somente III está correta
c) somente I está correta
d) somente II está correta
e) as afirmativas I, II e III estão corretas.
2) (CESPE/Pesquisador INMETRO / 2010)O Irã, desde a revolução que
derrubou o xá Reza Pahlevi, tem exercido papel atuante nas relações
internacionais, estando com frequência em destaque devido a conflitos
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com outros países. Assinale a opção correta acerca do relacionamento
do Irã com o restante do mundo.
a) Segundo o posicionamento oficial adotado pelo Irã, o país não conduz,
atualmente, qualquer tipo de pesquisa na área nuclear; suas usinas seriam
apenas remanescentes de programas científicos do tempo do xá Reza Pahlevi.
b) Em 2003, a Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que o Irã
ocultara, por mais de uma década, um programa de enriquecimento de urânio.
c) Devido às relações diplomáticas e aos interesses econômicos, os Estados
Unidos da América deixaram claro, durante a administração Bush, que em
nenhum momento estariam dispostos a um ataque preventivo contra o Irã.
d) As sanções impostas ao Irã pelos Estados Unidos da América e pela
Organização das Nações Unidas (ONU) são criticadas pelos países em
desenvolvimento porque o impedem de vender petróleo e gás para o exterior.
e) Recentemente, as exigências internacionais contra o Irã recrudesceram ao
ponto de imporem a proibição a esse país de manter qualquer tipo de pesquisa
na área nuclear, seja civil, seja militar.
3) (CESPE/ TJ-ES / 2011 / com adaptações)O Irã está envolvido em
polêmicas relacionadas ao uso de energia nuclear e à possibilidade de
uso dessa energia para a construção de uma bomba atômica.
Com relação a essa polêmica e aos desdobramentos por ela suscitados,
julgue os próximos itens.
I – Brasil e Turquia selaram acordo com o Irã, mediante o qual este país se
comprometeu a enviar urânio em troca de combustível enriquecido para uso
em aplicações de natureza pacífica.
II – Acompanhando a decisão norte-americana, o Brasil votou a favor de
sanções contra o Irã.
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III – Em junho de 2010, o Conselho de Segurança da Organização das Nações
Unidas aprovou novas sanções ao Irã.
Marque a alternativa correta.
a) CCC
b) CEE
c) ECC
d) CEC
e) EEE
4) (CESPE / Agente de trânsito – Detran-DF / 2003 / com
adaptações)Divididos quanto à guerra ao Iraque, os países do Grupo dos Oito
buscaram cicatrizar o racha diplomático e afinar o discurso de repúdio ao
terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa. Em um
comunicado, os líderes dos países disseram que a disseminação de armas
nucleares e biológicas, além do terrorismo, era “a ameaça proeminente para a
segurança internacional”. O comunicado citou, como pontos de preocupação,
os programas nucleares da Coréia do Norte e do Irã.
Folha de S. Paulo, 3/6/2003, p. A9 (com adaptações).
A respeito do texto acima e de aspectos diversos que podem ser
associados ao assunto nele abordado, julgue os itens seguintes.
Os três países citados no texto — Iraque, Irã e Coréia do Norte —
formam o que a atual diplomacia de Washington denomina de “eixo do
mal”, por considerá-los potencialmente perigosos, o que justifica ação
preventiva dos EUA em relação a eles.
5) (CESPE/ANTAQ / 2009)No Iraque, os EUA derrubaram Saddam
Hussein com relativa facilidade, mas encontraram forte resistência
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posterior, gerando inúmeras baixas, má repercussão internacional e
crescente insatisfação da própria opinião pública norte-americana.
6) (CESPE/IRB / 2009)Nas duas vezes em que atacaram militarmente
o Iraque, em 1991 e na atualidade, os EUA encontraram vigorosa
resistência da população local, em larga medida incentivada pela
reprovação à política de Washington manifestada pelo conjunto dos
Estados árabes.
7) (CESPE/Agente Administrativo – UERN / 2010)O Conselho de
Segurança da ONU manifestou satisfação com as últimas eleições legislativas
realizadas no Iraque, que chamou de passo importante à unidade do país. Os
quinze países-membros do Conselho de Segurança elogiam, em um
comunicado, os iraquianos pela demonstração de “compromisso com um
processo político pacífico, completo e democrático”.“A votação representa uma
etapa importante no processo político, que busca estabelecer a unidade
nacional do Iraque, soberania e independência”, afirma o comunicado.
Veja Online, 9/3/2010 (com adaptações).
A respeito das eleições no Iraque, assinale a opção correta.
a) A última eleição nacional realizada no Iraque foi o segundo pleito desde a
invasão americana ocorrida há quase sete anos.
b) Atentados e explosões ocorreram no dia das eleições, mas não houve
mortos ou feridos.
c) Apenas o eleitorado maior de 30 anos de idade pôde votar.
d) O atual primeiro-ministro é impedido de disputar as eleições no Iraque.
e) Nouri al-Maliki, atual primeiro-ministro do Iraque, é de origem sunita.
8) (FCC/APOFP / 2010)Após classificar a relação com os EUA como a
mais importante para a China, o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao,
afirmou que os laços entre os dois países foram seriamente afetados
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pela decisão do presidente americano, Barack Obama, de se encontrar
com o dalai-lama em fevereiro e pelo anúncio de que Washington
venderá US$ 6,4 bilhões em armas para Taiwan.
(OESP, 15/3/2010)
As divergências entre os dois países, indicadas no texto, ocorrem
porque o
a) Tibete e Taiwan representam ameaça à China, já que são países hinduístas
que lutam pela liberdade religiosa e política.
b) Dalai Lama defende enfrentamento armado pela independência do Tibete e
de Taiwan, negando-se a assinar acordos comerciais com a China.
c) Tibete, que nunca pertenceu à China nem a Taiwan, é um protetorado
inglês.
d) O poderio econômico do Tibete, sustentado pelo comércio com os EUA,
ameaça a economia chinesa, e Taiwan representa ameaça à ideologia
comunista na China por ser um centro religioso.
e) Dalai Lama é classificado pelo governo chinês como separatista, na medida
em que busca a independência do Tibete, e Taiwan, por sua vez, é considerada
uma província rebelde que também luta por manter sua autonomia.
9) (FCC/APOFP / 2010)A presidente da Argentina, Cristina Kirchner,
em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o cancelamento da
classificação de segurança (confidencial) a toda informação e
documentação vinculada com as operações das Forças Armadas
durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas ao
"conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer
outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do
retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de
acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de
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Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o
conhecimento da história recente.
(OESP, 7/1/2010, adaptado)
É correto afirmar:
a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e
documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas" durante o
período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia apenas os crimes
comuns praticados por militares.
b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação referente
à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período indicado, relativas ao
confronto com a Inglaterra pela soberania nas Ilhas Malvinas.
c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre violações dos
direitos humanos durante os anos da ditadura militar na Argentina, apontada
por historiadores como uma das mais violentas na América Latina na década
de 1970.
d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner, já
haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a transição para
a democracia na Argentina.
e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe necessariamente a
abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois todos os acusados de crimes
durante a ditadura militar já foram julgados e os desaparecidos, encontrados.
10) (CESPE / Técnico de Nível Superior – UERN / 2010) Na véspera do
Natal de 2009, um grupo de brasileiros foi atacado na cidade de
Albina, no Suriname. O ataque resultou em incêndios, saques e pelo
menos 25 feridos. A respeito desse assunto, assinale a opção correta.
a) O Suriname, país rico devido ao fato de ser ex-colônia da Holanda, atrai
milhares de imigrantes brasileiros todos os anos.
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b) Após o referido ataque, o governo brasileiro rompeu relações diplomáticas
com o Suriname.
c) O ataque em questão decorreu da disputa pela exploração de petróleo no
interior do Suriname.
d) A maioria dos brasileiros que mora no Suriname é composta de garimpeiros
que tentam a sorte nesse país.
e) O governo surinamês pratica política de incentivo à imigração de técnicos e
cientistas brasileiros, o que incomoda a população local e acarreta o tipo de
ataque referido.
O texto abaixo refere-se às questões 11 e 12.
“O presidente da Tunísia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou em 14 de janeiro de
2011 após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23
anos no poder. Foi a primeira vez que um líder árabe foi deposto por força de
movimentos populares.”
Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.
11)(IBFC / Analista de Promotoria I –Assistente Social – MP-SP /
2011)Acerca do movimento que resultou na renúncia e prisão do ex-
líder tunisiano, assinale a alternativa correta.
a) Os protestos na Tunísia começaram após um jovem de 26 anos ter ateado
fogo em seu corpo após ser impedido pela polícia de vender frutas e legumes
em uma barraca de rua.
b) Os protestos foram motivados pela não adesão da Tunísia à Liga Árabe,
principal instituição política supranacional do mundo islâmico.
c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela fraude
ocorrida nas eleições nacionais em dezembro de 2010.
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d) A Tunísia era o único país islâmico a ter um regime político ditatorial, o que
gerou insatisfação popular e, consequentemente, os protestos que derrubaram
o presidente.
12) (IBFC / Analista de Promotoria I – Assistente Social – MP-SP /
2011)Assinale a alternativa correta em relação aos desdobramentos e
consequências dos protestos tunisianosa outros países da África do
Norte e do Oriente Médio.
a) A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,
resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim como seu
colega tunisiano, também estavam há décadas no poder.
b) Os principais desdobramentos e consequências do acontecido na Tunísia
foram relacionados à também queda do presidente egípcio e de uma onda de
protestos contra o ditador Líbio Muammar Gaddafi, resultando em uma
violenta e sangrenta guerra civil na Líbia.
c) Os acontecimentos foram abafados em outros países árabes pela Liga Árabe
a fim de conter a queda nos preços do barril do petróleo.
d) As consequências dos protestos na Tunísia chegaram até a Palestina, onde
os grupos islâmicos deste país (Hamas e Fatah) se uniram contra o domínio
israelense.
13) (CESPE / Todos os Cargos – Seger – ES / 2011) A explosão de
revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de Hosni
Mubarak, no início de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser este
um dos poucos países árabes que não se democratizaram plenamente
ao longo do século XX.
14) (FCC/Escriturário-Banco do Brasil/2011) Ativistas egípcios usam
Facebook e outras ferramentas da Internet para organizar marchas
pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes entraram ontem
[27/01] em confronto com a tropa de choque da polícia egípcia no
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centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e um policial –
morreram.
(O Estado de São Paulo, 28/01/2011, p. A8)
Os protestos no Egito tinham como uma das principais causas
(A) a rivalidade histórica entre os egípcios e os países vizinhos, como a Líbia.
(B) a luta pela retomada de terras, atualmente ocupadas por israelenses.
(C) a tentativa de reduzir a interferência inglesa na política local.
(D) a exigência de retirada das tropas norte-americanas do Iraque.
(E) o regime repressivo do presidente, no poder há três décadas.
15) (IBFC / Oficial de Promotoria I – MP-SP / 2011)Muammar Gaddafi
é considerado um dos piores ditadores do mundo. Ele não hesitou em
usar as Forças Armadas em repressão aos protestos iniciados em
fevereiro de2011. Em relação ao ditador descrito
anteriormente,assinale a alternativa correta.
a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após golpe
militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.
b) Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o poder na
Líbia.
c) Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi do
poder e hoje o Egito é governado por uma equipe de transição até as novas
eleições, marcadas para novembro de 2011.
d) Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi vem,
através de sucessivas reeleições, mantendo-se no poder, algo que é
considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de ditadura.
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Gabarito
1 D
2 B
3 D
4 CERTO
5 CERTO
6 ERRADO
7 A
8 E
9 C
10 D
11 A
12 B
13 ERRADO
14 E
15 B