04 - Atualidades - Virgínia

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CURSO ONLINE ATUALIDADES PARA TÉCNICO DA ÁREA ADMINISTRATIVA DO TJDFT PROFESSORA VIRGÍNIA GUIMARÃES Prof a Virgínia Guimarães www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 04 – CONFLITOS GEOPOLÍTICOS E CONFLITOS ÉTNICOS Olá, como estão os estudos? Espero que vocês estejam se dedicando com afinco, pois, como o tempo está voando, logo logo a prova estará ai, né? Pois bem, pessoal, na aula de hoje eu trarei pra vocês um dos mais complexos assuntos de todo o nosso curso: os conflitos étnicos e geopolíticos existentes no mundo! Mas não se desesperem porque complexidade não está diretamente ligada à dificuldade e sim a atenção. Então pay attention, ok? Para entender a maior parte dos conflitos internacionais, precisamos, muitas vezes, compreender suas origens e raízes históricas, que são tão antigas quanto profundas. Devido ao curto tempo que possuímos vou tentar enxugar um pouquinho essa história e me ater ao estritamente necessário, mas, se restarem dúvidas me chamem no fórum, ok? A primeira grande dificuldade (e muito comum) é diferenciar o que é um conflito étnico de um conflito geopolítico. Sem dúvida alguma, o limite entre um e outro é extremamente tênue, já que em algum momento as motivações étnicas, políticas e geográficas se encontram. O assunto é bastante extenso, pois, infelizmente o que não falta pelo mundo são conflitos, mas espero que vocês os compreendam da forma mais direta possível, sem cair na superficialidade. Tenho certeza que, após lerem esta aula, vocês se sentirão em condições de compreender muito melhor o panorama geopolítico mundial atual e sua configuração durante o século XX.

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Aula 04 – CONFLITOS GEOPOLÍTICOS E CONFLITOS ÉTNICOS

Olá, como estão os estudos? Espero que vocês estejam se dedicando

com afinco, pois, como o tempo está voando, logo logo a prova estará ai, né?

Pois bem, pessoal, na aula de hoje eu trarei pra vocês um dos mais

complexos assuntos de todo o nosso curso: os conflitos étnicos e

geopolíticos existentes no mundo! Mas não se desesperem porque

complexidade não está diretamente ligada à dificuldade e sim a atenção.

Então pay attention, ok?

Para entender a maior parte dos conflitos internacionais, precisamos,

muitas vezes, compreender suas origens e raízes históricas, que são tão

antigas quanto profundas. Devido ao curto tempo que possuímos vou tentar

enxugar um pouquinho essa história e me ater ao estritamente necessário,

mas, se restarem dúvidas me chamem no fórum, ok?

A primeira grande dificuldade (e muito comum) é diferenciar o que é

um conflito étnico de um conflito geopolítico. Sem dúvida alguma, o limite

entre um e outro é extremamente tênue, já que em algum momento as

motivações étnicas, políticas e geográficas se encontram.

O assunto é bastante extenso, pois, infelizmente o que não falta pelo

mundo são conflitos, mas espero que vocês os compreendam da forma mais

direta possível, sem cair na superficialidade.

Tenho certeza que, após lerem esta aula, vocês se sentirão em

condições de compreender muito melhor o panorama geopolítico mundial atual

e sua configuração durante o século XX.

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1 – Conflitos Geopolíticos

1.1 – A Guerra do Afeganistão (1979-1989)

Bem, pessoal, sobretudo nesse momento, que vemos algumas

transformações nas relações internacionais daquele país, principalmente no

que diz respeito à retirada das tropas norte-americanas (de forma gradual, é

bom lembrar!) de lá, que já foi confirmada para acontecer no início de 2012,

seria impossível não falarmos da guerra no Afeganistão, não é mesmo?

Como a maior parte dos conflitos que veremos, este também não

possui origens atuais, entretanto, elas não são tão antigas quanto a dos que se

iniciaram ainda na Guerra Fria. Assim, devemos ter bem claro que a violência

que atinge o Afeganistão se desencadeou num conflito étnico iniciado há mais

ou menos 30 anos.

O Afeganistão é um dos países mais pobres do mundo e tem vivido

grande instabilidade nas últimas décadas contando com uma economia e infra-

estrutura extremamente precárias. Essa região, além de sofrer com guerras e

conflitos internos também foi abalada por desastres naturais como terremotos

e secas, piorando ainda mais as condições de vida da população.

Apesar disso, esse país ocupa uma posição estratégica! Espremido

entre o Oriente Médio, a Ásia Central e a Índia, ao longo da antiga "Rota da

Seda", o Afeganistão foi disputado por vários países durante longo tempo. Pra

vocês terem uma ideia, no século XIX, o país foi disputado tanto pela Rússia

Imperial como pelo império britânico na Índia.

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No final da década de 70, esse país se tornou um importante campo

de batalha da Guerra Fria, sobretudo após o envio de milhares de soldados

soviéticos ao país para garantir a permanência do regime pró-comunista.

Mas, num território com tanta diversidade e disputa de poder como o

que estava situado este país,um grande confronto era iminente e logo ele

eclodiu, envolvendo os Estados Unidos e os vizinhos do Afeganistão. Vamos

entender melhor essa questão?

Em fins da década de 70, quando a União Soviética invadiu o país,

diversos grupos que recebiam o nome genérico de mujahedin combateram o

governo comunista, com o objetivo comum de instaurar um Estado muçulmano

regido pela Sharia.

A “lei Sharia”, em rápidas palavras, é a doutrina dos direitos e

deveres religiosos do Islã, é baseada no Alcorão (livro sagrado do islamismo) e

na biografia do profeta Maomé. Deste modo, os exemplos mais fortes de

aplicação dessa lei é a proibição do governo ao uso de roupas ocidentais e a

imposição às mulheres do uso do véu sobre a cabeça em locais públicos.

Outra característica bem marcante é a ressonância que a Sharia tem sobre a

população, já que apesar de ser oriunda de uma religião, ela rege o

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comportamento civil de toda a sociedade, sendo aplicada de forma mais ou

menos integral (ou seja, com maior ou menor intensidade) em cada governo

que opta por adotá-la constitucionalmente.

Pois bem, após a retirada soviética, em 1989, e a queda do governo

comunista, em 1992, os mujahedin se dividiram. De um lado estava o Talibã,

que se estabeleceu ao sul do país, sendo composto pela etnia Pashtun,

predominante no Afeganistão. Do outro lado ficou a Aliança do Norte, liderada

pelo segundo maior grupo étnico do país, os tadjiques, e pelos uzbeques,

um grupo minoritário.

Estou certa de que, desses dois grupos, vocês todos já ouviram falar

do primeiro, não é mesmo? Enquanto o Talibã é um grupo fundamentalista

bastante ativo, a Aliança do Norte é uma organização político-militar criada

pelo Estado afegão com o objetivo de reunir os diversos grupos afegãos a fim

de combater o Talibã.

A situação interna ainda é agravada pelo fato de as várias tribos

pashtuns terem grandes divisões internas. Essas divisões explicam a

hostilidade do Talibã aos candidatos pashtuns Hamid Karzai e Ashraf Ghani, e

a Abdullah Abdullah, um tajique. Esses três eram candidatos à presidência no

pleito eleitoral de 2009, sendo que Hamid Karzai foi eleito.

Apesar do conflito mais famoso ocorrido no Afeganistão ser o que se

iniciou em 1979, este país foi invadido diversas vezes ao longo de sua história,

tendo suas fronteiras e governo como alvo constante de disputas.

Alexandre, o Grande; Czares russos e comunistas foram alguns dos

predecessores dos Estados Unidos na invasão deste local. Entretanto, se os

americanos não obtiveram sucesso na Guerra do Vietnã, no Afeganistão quem

não se deu bem foram os soviéticos!

A invasão soviética ao Afeganistão aconteceu em 1979 e teve

consequências imediatas quando, um ano depois, durante os Jogos Olímpicos

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de Moscou, foi organizado pelos EUA um boicote dos principais países do

ocidente aos Jogos. Mas a grande questão que não quer calar é: porque essa

área sempre foi tão invadida e cobiçada por diferentes governos e em

diferentes tempos?

Bem, se observarmos atentamente o mapa deste país veremos que o

Afeganistão é um país asiático, localizado ao centro desse continente e fazendo

fronteira com o Turcomenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão, China, Paquistão e

Irã. Então, pessoal, se refletirmos sobre os vizinhos, perceberemos que apesar

de não possuir saída para o mar a localização geográfica do Afeganistão é

privilegiada por dois motivos. Primeiro, porque é um ponto estratégico para o

estabelecimento de relações comerciais, já que se situa entre alguns dos mais

importantes países da Ásia. O segundo é que trata-se de uma área estratégica

de fundamental importância para estabelecer qualquer tipo de domínio na Ásia

Central.

Mas vamos voltemos ao conflito iniciado em 1979, certo?

A Guerra do Afeganistão consistiu em um conflito militar entre a

União Soviética (que apoiava o governo comunista instalado no Afeganistão) e

os mujahidins afegãos (rebeldes que lutavam contra o regime comunista).

Mais uma vez, é preciso perceber quais são as forças políticas

efetivamente engajadas no conflito. E, por favor, prestem bastante atenção!

De um lado, estavam os EUA (apoiando os rebeldes mujahidins na tentativa de

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derrubada do regime comunista); do outro lado, estava a URSS (tentando

manter o status quo político da região, ou seja, o regime comunista).

A URSS invadiu o Afeganistão em 1979, logo após um golpe de

Estado que objetivava destituir o governo comunista. Opondo-se à URSS

estavam os mujahidins, que se inspiravam na Revolução Xiita do Irã para lutar

pelo controle do Afeganistão. Agora um pequeno parêntese: O Irã, também em

1979, vivenciou a Revolução Xiita, por meio da qual ascendeu ao poder o

fundamentalismo islâmico. Os mujahidins, igualmente de origem muçulmana,

visavam, dessa forma, seguir o exemplo iraniano e chegar ao poder.

Perceba-se, todavia, que no caso iraniano os fundamentalistas

islâmicos lutaram contra um regime pró-EUA; já no Afeganistão, os

fundamentalistas lutavam para derrubar um regime pró-URSS.Como

percebemos, já na época da Guerra Fria, o Oriente Médio era considerado uma

região estratégica no cenário geopolítico, e por isso EUA e URSS corriam para

se alinhar aos grupos que lhes interessavam naquele momento.

Assim, além do boicote aos jogos Olímpicos, o governo dos EUA

passou a financiar grupos radicais armados islâmicos, na figura dos

mujahidins, que conseguiram forçar a retirada dos soviéticos do Afeganistão.

Com efeito, a Al Qaeda (organização terrorista altamente conhecida)

tem suas raízes nos “guerreiros da fé” mujahidins. Vocês já ouviram dizer que

Osama Bin Laden foi treinado pelos EUA? Pois é, não se pode dizer que essa

história seja absolutamente verdadeira. No entanto, ela também não pode ser

totalmente descartada, pois,deriva do apoio dado pelos EUA aos mujahidins

durante a Guerra do Afeganistão.

Em 1989, a URSS se retirou do Afeganistão e, logo em seguida,

instalou-se na região um governo islâmico ligado aos mujahidins.Numa

correlação ao que aconteceu com os EUA na Guerra do Vietnã, a URSS pode

conhecer o “seu próprio Vietnã”.

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Passados alguns anos, com a ocorrência do episódio de 11 de

setembro de 2001, os Estados Unidos declararam guerra ao terrorismo e

invadiram o Afeganistão em outubro de 2001, à revelia do Conselho de

Segurança das Nações Unidas. Na invasão ao Afeganistão, os EUA tiveram o

apoio do Reino Unido, Canadá, França e outros países, além da contribuição da

organização armada muçulmana Aliança do Norte.

O principal objetivo da invasão ao Afeganistão era capturar o

terrorista Osama bin Laden, o qual tinha apoio do regime dos Talibãs. Este

regime até foi derrubado, todavia a morte de Osama Bin Laden só foi

acontecer no início do mês de maio de 2011, ou seja, quase exatos 10 anos

depois do atentado aos EUA.

Assim, no dia 02 de maio, milhares de americanos (e cidadãos de

todo o mundo) comemoraram a morte de um dos terroristas mais procurados

dos últimos 10 anos. Comemoraram a possível “segurança” que a morte deste

terrorista lhes representava.Por mais jovens ou “desligados” que vocês sejam,

estou certa de que já ouviram falar dessa figura (que se tornou quase uma

lenda!) ao praticar um dos atos terroristas mais chocantes da nossa história.

Ao derrubar as torres gêmeas, em Nova York, e danificar parte do

Pentágono, em Washington, o líder da rede terrorista Al Qaeda, bin Laden,

passou a ocupar o posto de inimigo público número um dos EUA e seus

aliados.

Todavia, duas coisas devem ficar claras para todos nós. A primeira é

que o mundo não se resume ao Ocidente e muito menos à América – de onde

vem toda a efusividade pela morte do terrorista. Assim, do outro lado do

Atlântico, também existem pessoas se manifestando contra o assassinato de

Osama. Essas pessoas o classificam, inclusive, como um verdadeiro herói do

mundo muçulmano, nos indicando que os conflitos estão longe de terem fim.

Temos um indício disso pelo grande número de vídeos, exibidos na Internet e

na televisão, que mostram seu brutal legado e que marcarão o século XXI

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como sendo um período em que o terrorismo foi um fenômeno político de um

mundo “mais incerto, inseguro e letal”.

Então, pessoal, essa questão nos leva ao nosso segundo ponto que é,

exatamente, pensar que a morte de Osama bin Laden não só não encerra um

ciclo de violência, como ainda pode resultar numa revitalização de um conflito

latente.Essa expectativa surge embasada na explícita tentativa de alguns

muçulmanos de transformar o líder terrorista em mártir e conferir novo ânimo

ao movimento da Al Qaeda. Um exemplo disso foi a primeira manifestação que

reuniu quase mil seguidores, realizada numa província do Paquistão, depois de

anunciada a morte do terrorista. Do mesmo modo, outros mil muçulmanos se

reuniram dois dias após a morte do líder, em Jacarta, para orar em massa por

Osama, mostrando que nem todo mundo comemora a sua partida.

Enfim, meus amigos, o fato é que bin Laden foi morto, mas o forte

simbolismo de sua existência no mundo não será facilmente eliminado, nem

mesmo por uma potência bélica tão poderosa como os EUA. E, além disso,

devemos lembrar que o terrorismo continua sendo tema presente nas maiores

discussões internacionais, um forte indício de que este fenômeno continuará

ainda por algum tempo “aterrorizando” e alimentando os conflitos

internacionais.

Mas, como podemos conceituar terrorismo? O historiador e

pesquisador Daniel Chaves diz que o terrorismo é um “fenômeno histórico

e político [e é] um problema contemporâneo de difícil delimitação e

incipiente consenso sobre os seus limites jurídicos ou teóricos.”Nos

variados foros de debates internacionais, não se chegou a um consenso sobre

quem é terrorista e o que define um ato como sendo terrorista, etc.

Essa definição encontra barreiras que vão desde a universalidade do

uso deste termo para os mais diversos acontecimentos, até os limites da

aceitação ética e moral da violência em determinados países ou regiões. Além

disso, a demasiada importância e destaque que a mídia confere ao fenômeno

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tornam-no cada vez mais de natureza política. O medo e a insegurança

assomam os lares, fazendo com que o terrorismo (e também o medo dele)

seja um fenômeno mundial. Os possíveis “alvos” dele são aquelas grandes

potências, antes invencíveis. Os ideais dos “países alvos” estão voltados para a

segurança, acima da garantia do Direito. Assim, todo e qualquer ato “suspeito”

pode ser reprimido com o consentimento da comunidade internacional, a

instabilidade está cada vez mais presente.

É bom lembrar que a previsão inicial do início da retirada das tropas

do Afeganistão para 2011 começou a ser concretizada na segunda metade de

dezembro. Os EUA retiraram 10 mil soldados do país, embora ainda

permaneçam 91 mil militares norte-americanos em território afegão. Também

o governo espanhol declarou que a retirada de suas tropas da região

acontecerá até o final de 2014 e a o governo francês, seguindo os passos

norte-americanos, espera concretizar a retirada das tropas francesas do

Afeganistão até o final de 2013. Esse é o primeiro passo para desmantelar a

operação de guerra no Afeganistão e repassar a responsabilidade pela

segurança às autoridades locais, finalizando, assim, a missão de combate da

coalizão em território do país centro-asiático, com prazo previsto até o fim de

2014.

Vejamos uma questão recente relacionada ao Afeganistão!

1) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011 / com adaptações) Em maio de

2011, o líder terrorista Osama Bin Laden — até então um dos homens mais

procurados pelos serviços de inteligência e segurança dos Estados Unidos da

América (EUA) — foi morto.

Com relação a esse fato e às suas consequências, julgue os itens a

seguir.

I – Após a confirmação da morte do líder da Al-Qaeda, o presidente dos EUA,

Barack Obama, declarou o fim da guerra ao terror e informou que as tropas de

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seu país serão retiradas do Afeganistão e do Iraque até o dia 31 de dezembro

de 2011.

II – De acordo com informações divulgadas pelas autoridades norte-

americanas, o corpo de Osama Bin Laden não foi enterrado, mas lançado ao

mar.

III – Com a morte de Osama Bin Laden, a Al-Qaeda foi desfeita, uma vez que

também foram mortos, durante a operação planejada pelos militares norte-

americanos, os principais comandantes políticos e militares dessa organização.

Marque a alternativa correta:

a) somente I e III estão corretas

b) somente III está correta

c) somente I está correta

d) somente II está correta

e) as afirmativas I, II e III estão corretas.

COMENTÁRIOS

A afirmativa I está errada. O presidente norte-americano, Barack

Obama, confirmou a morte de Osama bin Laden na madrugada do dia 02 de

maio de 2011. Segundo as próprias palavras de Obama: “Foi feita justiça.

Nesta noite, tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que

os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin

Laden, o líder da Al-Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de

milhares de homens, mulheres e crianças.”

No entanto, essa declaração não foi acompanhada do anúncio de

retiradas das tropas norte-americanas. Na verdade, o que foi declarado é que

a guerra contra o terror continuaria, mesmo depois da morte de bin Laden.

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Com relação à retirada das tropas norte-americanas no Iraque foi

somente em outubro de 2011 que o presidente dos EUA confirmou a total

retirada das tropas daquele país até o final deste mesmo ano, o que foi

realmente concretizado e em dezembro os EUA oficializaram o fim da Guerra

do Iraque!

Já com relação ao Afeganistão, a previsão era que se iniciasse em

julho de 2011 a retirada, mas, o total retorno dos soldados norte-americanos

ao seu país deve acontecer até 2013, pois, trata-se de uma ação lenta, a ser

empreendida com cautela, como vimos na explicação anterior.

A afirmativa II está correta. Segundo as informações divulgadas

pelas autoridades dos EUA, o corpo de Osama bin Laden foi “sepultado” no

mar. Em primeiro lugar, porque nenhum país teria aceitado receber o corpo do

“terrorista” e depois, como garantia de que seus seguidores não tomassem o

lugar de seu sepultamento como um templo de peregrinação. Portanto, lançar

o corpo de Osama ao mar atendeu a alguns objetivos daqueles que

promoveram seu assassínio.

A assertiva III está errada. A afirmativa está incorreta por dois

motivos: primeiramente, a Al-Qaeda não foi desfeita depois da morte de bin

Laden. Segundo, muitos de seus líderes já haviam sido capturados e mortos,

mas foram sendo substituídos por novos, até como um meio de prolongar a

vida da organização.

Deste modo, o consenso é de que a Al-Qaeda ainda continue

existindo por um bom tempo, mesmo porque, Osama bin Laden já não era o

responsável direto pela organização dos atentados promovidos pela

organização. Além disso, a célula terrorista passou por muitas mudanças e

abandonou o modelo hierárquico centralizado, dificultando o combate contra

ela.

Portanto, pessoal, a alternativa correta é a letra D.

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Gabarito: D

___X___

1.2 – A questão nuclear iraniana

Particularmente duas coisas me chamam a atenção quando penso

nesse país: a riqueza e a instabilidade que parecem características peculiares

ao Oriente Médio.

Bom, em primeiro lugar é bom frisar que não se incomodem com a

dificuldade em compreender esse território. A realidade é muito distinta da

grande maioria de nós e, portanto, bem mais difícil de ser compreendida.

Contudo, analisando-a sem pré-julgamentos ou etnocentrismos, temos certeza

de que venceremos essa barreira cultural e compreenderemos um pouco mais

essa sociedade.

Em janeiro de 79, os islâmicos xiitas do Irã derrubaram o governo

aliado dos Estados Unidos e proclamaram uma Revolução Islâmica. O que isso

significa? Isso quer dizer que a autoridade máxima do país agora estaria

totalmente relacionada com a religião Islâmica, originando, como eles se auto-

intitulam, a República Islâmica. E que espécie de república é essa?

Bem, nesse sistema, o Estado é regido por um líder religioso

denominado aiatolá. Essa figura é a expressão máxima da autoridade no Irã,

uma vez que pertence a ele a palavra final sobre os assuntos mais importantes

do país. Apesar de não ser eleito pela população, ele tem suas decisões

legitimadas pela própria religião. Assim, no Irã temos um Estado teocrático,

onde a religião se confunde com as leis praticadas por todos os cidadãos.

Vocês se lembram que falamos, em rápidas palavras, sobre a “lei Sharia”?

Apesar de o Estado ser dirigido por um líder religioso, o sistema

político vigente conta com a existência de organizações políticas, tanto que

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possivelmente vocês estão lembrados da polêmica reeleição de Mahmoud

Ahmadinejad, não é mesmo?

Entretanto, quando se fala em Irã devemos nos lembra do impasse

envolvendo esse país e os EUA nos últimos anos. Em 2003, a AIEA (Agência

Internacional de Energia Atômica) anunciou que o Irã estaria ocultando, há

mais de uma década, um programa de enriquecimento de urânio. Assim, o Irã

estaria descumprindo o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares

(TNP), do qual é signatário. Acusado de planejar produzir armas nucleares

secretamente, o governo iraniano negou e manteve seu programa de

enriquecimento de urânio sob a justificativa de geração de energia.

Ao ser classificado por George W. Bush como pertencente ao “eixo

do mal”, o Irã passou a sofrer sanções econômicas impostas pela ONU há

aproximadamente 4 anos. No entanto, essas sanções não tiveram ressonância

e não modificaram em nada a postura de Ahmadinejad, que não recuou nas

atividades nucleares. Assim, essa nação tornou-se uma das principais

preocupações dos Estados Unidos e de outras grandes potências que

aspiravam algum interesse político ou econômico na região.

No plano das relações internacionais iranianas, além de ser acusado

de dar apoio a grupos fundamentalistas como o libanês Hezbollah e o palestino

Hamas, o Irã se posiciona totalmente contra Israel e influencia partidos xiitas

no Iraque, contra quem impôs uma das mais sangrentas guerras das últimas

décadas.

Em 2010, o Brasil mediou e assinou um acordo juntamente com a

Turquia e o Irã, pelo qual o governo iraniano concordou em remeter à Turquia

1,2 mil quilos de urânio a 3,5% e receber urânio enriquecido a 20% para ser

usado em reatores de energia. A troca dessa quantidade de urânio, com baixo

nível de enriquecimento, por urânio enriquecido representaria um primeiro

passo na solução negociada para a questão nuclear iraniana.

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Apesar do acordo, o Conselho de Segurança da ONU aprovou

novas sanções contra o Irã. Vale ressaltar que a aprovação dessa nova

rodada de sanções não contou com o apoio de Brasil e Turquia, que na

época eram membros temporários do Conselho de Segurança.

Assim, no início do mês de Junho de 2011, ou seja, um ano após

iniciarem as sanções internacionais contra o seu país, o presidente do Irã,

Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que vai produzir urânio enriquecido a 20%

nas instalações de Fordoo, no Sul do país. Sua ideia é triplicar a capacidade de

produção, apesar das pressões e sanções internacionais aos iranianos.

Para governos democráticos de todo mundo essa decisão foi

entendida como uma provocação ao Ocidente e serviu para reforçar as

preocupações da comunidade internacional face ao que eles classificam como

intransigência do regime iraniano.

Tanto que no ultimo dia do mês de agosto/2011 o presidente francês,

Nicolas Sarkozy, advertiu o Irã sobre a possibilidade de "um ataque

preventivo" contra suas instalações nucleares caso a República Islâmica insista

nas suas ambições nucleares. Como podemos percebe este é mais um conflito

que parece iminente, não é mesmo?

Por fim, gostaria de destacar que aconteceu, em 29 de novembro

(2011), uma invasão à embaixada britânica no Irã (Teerã), na qual centenas

de manifestantes iranianos invadiram a embaixada, queimaram bandeiras,

saquearam o órgão e jogaram documentos fora. As autoridades iranianas

alegaram que foram estudantes islâmicos que promoveram a ação, mas

representantes da União Europeia acreditam que a ocupação tenha sido uma

ação coordenada em resposta às sanções adotadas na semana anterior pela

Grã-Bretanha contra o programa nuclear iraniano. Mas, afinal, quais eram

essas sanções? Principalmente, boicote a todos os bancos da República

Islâmica, o que poderia abrir precedentes para que outros países também

seguissem o mesmo caminho.

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O resultado de tudo isso, foi que, sob pressão do Reino Unido, a UE

aceitou impor novas sanções ao Irã. Foi aprovada uma lista de 180 autoridades

e empresas iranianas que serão alvo de embargos. Os chanceleres reunidos

apenas não chegaram a um acordo a respeito da imposição de embargo à

comercialização de petróleo com o país. Mas, vale ressaltar que o objetivo

central das novas sanções é o de isolar o Irã e, assim, frear seu programa

nuclear. O país persa tem, portanto, sofrido com o isolamento imposto pelas

sanções e começa a ser afetado pela instabilidade na Síria, pois esses dois

países mantém importante parceria política e econômica que se vê cada vez

mais afetada. Falaremos mais sobre Síria ainda nesta aula, ok?

2) (CESPE/Pesquisador INMETRO / 2010) O Irã, desde a revolução

que derrubou o xá Reza Pahlevi, tem exercido papel atuante nas

relações internacionais, estando com frequência em destaque devido a

conflitos com outros países. Assinale a opção correta acerca do

relacionamento do Irã com o restante do mundo.

a) Segundo o posicionamento oficial adotado pelo Irã, o país não conduz,

atualmente, qualquer tipo de pesquisa na área nuclear; suas usinas seriam

apenas remanescentes de programas científicos do tempo do xá Reza Pahlevi.

b) Em 2003, a Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que o Irã

ocultara, por mais de uma década, um programa de enriquecimento de urânio.

c) Devido às relações diplomáticas e aos interesses econômicos, os Estados

Unidos da América deixaram claro, durante a administração Bush, que em

nenhum momento estariam dispostos a um ataque preventivo contra o Irã.

d) As sanções impostas ao Irã pelos Estados Unidos da América e pela

Organização das Nações Unidas (ONU) são criticadas pelos países em

desenvolvimento porque o impedem de vender petróleo e gás para o exterior.

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16

e) Recentemente, as exigências internacionais contra o Irã recrudesceram ao

ponto de imporem a proibição a esse país de manter qualquer tipo de pesquisa

na área nuclear, seja civil, seja militar.

COMENTÁRIOS

A letra A está errada. O posicionamento oficial do Irã é que seu

programa nuclear tem unicamente finalidade pacífica. Todavia, a comunidade

internacional contesta essa versão iraniana.

A letra B está correta. De fato, em 2003, a AIEA anunciou que o Irã

estaria ocultando, há mais de uma década, um programa de enriquecimento

de urânio. Assim, o Irão estaria descumprindo o Tratado de Não-Proliferação

de Armas Nucleares (TNP), do qual é signatário.

A letra C está errada. Em 2002, o ex-presidente dos EUA, George W.

Bush, incluiu o Irã entre os países do “eixo do mal”, acusando-o de produzir

armas nucleares. Como à época os EUA levava a cabo uma política de combate

ao terror, a sociedade internacional vislumbrou a possibilidade de um ataque

preventivo contra o Irã.

A letra D está errada. A União Europeia é que aprovou sanções (além

das impostas pela ONU!) no setor de petróleo e de gás, limitando os

investimentos europeus no Irã especificamente nessas áreas.

A letra E está errada. Não há proibição de que o Irã realize pesquisas

na área nuclear, desde que destinadas a fins pacíficos.

Gabarito: B

3) (CESPE/ TJ-ES / 2011 / com adaptações) O Irã está envolvido em

polêmicas relacionadas ao uso de energia nuclear e à possibilidade de

uso dessa energia para a construção de uma bomba atômica.

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17

Com relação a essa polêmica e aos desdobramentos por ela suscitados,

julgue os próximos itens.

I – Brasil e Turquia selaram acordo com o Irã, mediante o qual este país se

comprometeu a enviar urânio em troca de combustível enriquecido para uso

em aplicações de natureza pacífica.

II – Acompanhando a decisão norte-americana, o Brasil votou a favor de

sanções contra o Irã.

III – Em junho de 2010, o Conselho de Segurança da Organização das Nações

Unidas aprovou novas sanções ao Irã.

Marque a alternativa correta.

a) CCC

b) CEE

c) ECC

d) CEC

e) EEE

COMENTÁRIOS

A primeira assertiva foi considerada correta pelo CESPE no gabarito

preliminar. O Brasil mediou e assinou um acordo juntamente com o Irã e a

Turquia, por meio do qual o primeiro entregaria urânio e receberia urânio

enriquecido, destinado a fins pacíficos.

A segunda assertiva está errada. O Brasil votou contra sanções ao

Irã.

A terceira assertiva está correta. De fato, em julho de 2010 foram

aprovadas novas sanções contra o Irã.

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18

A resposta correta é, portanto, a letra D.

Gabarito: D

___X___

1.3 – Guerra do Iraque

Desde a década de 80, o Iraque se envolveu em três guerras num

intervalo de apenas 25 anos. Bombas vindas de pelo menos três nações

diferentes (Irã, Israel e Estados Unidos) chegaram ao seu território. As causas

de cada conflito mudavam, mas o personagem central era sempre o mesmo:

Saddam Hussein, o “tirano de Bagdá”.

Na primeira vez que o país foi tema de uma reportagem de capa da

Revista Veja, Saddam havia acabado de invadir o Irã. A guerra se estendeu

por anos e teve consequências calamitosas para toda a região. Porém, o que

era guerra em um ano tornou-se, no ano seguinte, para espanto do mundo,

uma “firme aliança” denunciada por um jornal britânico.

Após essa nova parceria, Israel bombardeou uma central nuclear no

Iraque para ter certeza de que o déspota iraquiano não teria nenhuma

condição de produzir a bomba atômica. Essa ação militar de Israel só se

propagou e chegou ao conhecimento de seus aliados americanos horas depois

do acontecimento.

Uma década depois, o Iraque, sob o comando do ditador Saddan,

invadiu e ocupou o Kuwait, botando a família real para correr e provocando a

alta do preço do petróleo. A partir disso, Saddan mostrou que, mesmo com a

oposição conjunta dos Estados Unidos e da União Soviética, não desistiria de

sua política expansionista no Oriente Médio.

Depois do 11 de Setembro de 2001, os Estados Unidos entraram em

alerta total contra seus possíveis inimigos e se lançaram numa infindável

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guerra contra o terror. Nesse período, o governo norte-americano conseguiu a

liberação de fundos do orçamento para o investimento em armas no valor de

370 bilhões de dólares. Com tudo isso, eles conseguiram vencer os afegãos,

derrubando o governo Talibã, mas sem capturar o terrorista Osama bin Laden.

Com o fracasso na captura de Osama, o governo norte-americano direcionou

sua atenção para outros possíveis inimigos dos EUA e é aqui que começa a

nossa história.

Dentre os países do denominado “eixo do mal”, que contava com

países como Irã e Coreia do Norte, estava o Iraque. Este país era comandado

por Saddam Hussein e por isso foi o primeiro a ser investigado pelos EUA.

A partir daí, foi questão de tempo até os americanos iniciarem uma

forte campanha contra as ações militares do governo iraquiano, sob o discurso

da presença de armas de destruição em massa. Após essas denúncias, os EUA

“arranjaram” uma comissão de inspetores das Nações Unidas para verificarem

o estoque de aparelhamentos controlados por Saddam Hussein. Todavia, nada

foi encontrado!

Ainda assim, os EUA formaram uma coalizão militar contra os

iraquianos e, em março de 2003 , juntamente com tropas britânicas, italianas,

espanholas e australianas, deram início à guerra do Iraque com um intenso

bombardeio.

Em pouco tempo, a força de coalizão conseguiu derrubar o governo

de Saddam Hussein e instituir um governo de natureza provisória. Em

dezembro de 2003, o governo estadunidense declarou sua vitória contra as

ameaçadoras forças iraquianas com a captura do ditador Saddam Hussein. A

vitória, apesar de “redimir” as frustradas tentativas de se encontrar bin Laden,

estabeleceu um grande incômodo político na medida em que os EUA não

encontraram as tais armas químicas e biológicas.

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Após a ocupação do Iraque pelos EUA, ocorreram eleições em 2005 e,

também, em março de 2010. As eleições de 2010 não transcorreram em clima

de tranquilidade, tendo havido mortos e feridos.

Além disso, o panorama político iraquiano não se estabilizou e os

grupos políticos internos, sobretudo xiitas e sunitas, se enfrentam em

conflitos civis.Enquanto as tropas americanas continuaram na região sob o

discurso de ajudar na resolução dos conflitos internos, treinar e equipar as

equipes de segurança iraquianas, foram os militares norte-americanos que se

tornaram o principal alvo de ações terroristas.Entretanto, no mês de dezembro

(2011) o governo dos EUA concretizou a total retirada de suas tropas do

território iraquiano, depois de mais de 9 anos de constantes combates que

promoveram grande destruição naquele país. No entanto, após essa retirada,

os conflitos entre xiitas e sunitas voltaram a aterrorizar os iraquianos e os

atentados já causaram várias mortes.No final de janeiro de 2012 foram

noticiadas mais mortes resultantes de atentados entre esses dois grupos.

Agora, algumas questões sobre esse tema!

4) (CESPE / Agente de trânsito – Detran-DF / 2003 / com adaptações)

Divididos quanto à guerra ao Iraque, os países do Grupo dos Oito buscaram

cicatrizar o racha diplomático e afinar o discurso de repúdio ao terrorismo e à

proliferação de armas de destruição em massa. Em um comunicado, os líderes

dos países disseram que a disseminação de armas nucleares e biológicas, além

do terrorismo, era “a ameaça proeminente para a segurança internacional”. O

comunicado citou, como pontos de preocupação, os programas nucleares da

Coréia do Norte e do Irã.

Folha de S. Paulo, 3/6/2003, p. A9 (com adaptações).

A respeito do texto acima e de aspectos diversos que podem ser

associados ao assunto nele abordado, julgue os itens seguintes.

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Os três países citados no texto — Iraque, Irã e Coréia do Norte —

formam o que a atual diplomacia de Washington denomina de “eixo do

mal”, por considerá-los potencialmente perigosos, o que justifica ação

preventiva dos EUA em relação a eles.

COMENTÁRIOS

Apesar de ser uma questão mais antiga, acho interessante colocá-la

aqui porque trata de questões interessantes a respeito da relação EUA/Iraque.

A afirmativa está correta. Antes de comentarmos essa questão,

primeiro vamos falar de alguns pontos importantes para a compreensão do

que ela propõe.

O presidente dos EUA àquela época era George W. Bush que tomou a

iniciativa de comandar a invasão do Iraque independente de se comprovar que

o regime de Saddam Hussein dispunha de significativa quantidade de armas de

destruição em massa. A França e a Alemanha foram os países europeus que

mais questionaram a decisão norte-americana de promover a invasão, mas

não conseguiram impedir que acontecesse.

A invasão teve início em março de 2003 e em 01 de maio o

presidente norte-americano declarou o fim das operações militares, com a

deposição do presidente Saddam Hussein. O tipo de operação militar usado foi

o estilo Blitzkrieg (intervenção rápida).

Agora, cientes dessas questões iniciais, vamos ao que pergunta a

questão. O termo “eixo do mal” foi usado pela primeira vez pelo presidente dos

EUA, George W. Bush, em um discurso proferido diante do Congresso norte-

americano em 29 de janeiro de 2002 para designar os três países considerados

nocivos ao mundo: Coreia do Norte, Irã e Iraque. Estes, segundo o presidente

norte-americano, possuíam armas de destruição em massa e patrocinavam o

terrorismo regional e mundial, seriam, portanto, uma ameaça real à

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estabilidade global. Diante disso, era justificável a invasão a qualquer um deles

para garantir a “tal” estabilidade global, ou seja, a ação preventiva dos EUA

com relação a eles.

Gabarito: Certo

5) (CESPE/ANTAQ / 2009) No Iraque, os EUA derrubaram Saddam

Hussein com relativa facilidade, mas encontraram forte resistência

posterior, gerando inúmeras baixas, má repercussão internacional e

crescente insatisfação da própria opinião pública norte-americana.

COMENTÁRIOS

Esta questão está correta e podemos afirmar que é uma das poucas

que o simples acompanhar dos telejornais (na época de sua aplicação) nos

possibilitaria respondê-la.

Rádio jornal, revista e telejornais, na época em que a questão foi

aplicada, eles traziam, a todo momento, a situação atual das tropas

americanas no Iraque, suas baixas e a má repercussão que isso tem tido na

opinião pública americana.

Gabarito: Certo

6) (CESPE/IRB / 2009) Nas duas vezes em que atacaram militarmente

o Iraque, em 1991 e na atualidade, os EUA encontraram vigorosa

resistência da população local, em larga medida incentivada pela

reprovação à política de Washington manifestada pelo conjunto dos

Estados árabes.

COMENTÁRIOS

Bem amigos, se durante a segunda invasão do Iraque as tropas

americanas enfrentaram grande resistência dos próprios iraquianos, durante a

primeira invasão isso não foi uma verdade. Um dos aspectos surpreendentes

da guerra de 1991 foi exatamente o baixo número de soldados americanos ou

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pertencentes à força de coalizão mortos em combate, não ultrapassando 300

indivíduos, ao contrário dos militares que variaram entre 85 e 100 mil mortos.

E, então, qual a diferença?

Em 1991, os curdos, que desde a década de 70 buscavam sua

independência e sempre eram sufocados pelo regime de Saddan, entram na

esteira da derrota iraquiana na Guerra do Golfo e revoltam-se mais uma vez.

Do mesmo modo, os xiitas que habitavam a região sul também se levantaram,

contra Saddam que fazia do próprio governo iraquiano o principal alvo.

Gabarito: Errado

7) (CESPE/Agente Administrativo – UERN / 2010) O Conselho de

Segurança da ONU manifestou satisfação com as últimas eleições legislativas

realizadas no Iraque, que chamou de passo importante à unidade do país. Os

quinze países-membros do Conselho de Segurança elogiam, em um

comunicado, os iraquianos pela demonstração de “compromisso com um

processo político pacífico, completo e democrático”.“A votação representa uma

etapa importante no processo político, que busca estabelecer a unidade

nacional do Iraque, soberania e independência”, afirma o comunicado.

Veja Online, 9/3/2010 (com adaptações).

A respeito das eleições no Iraque, assinale a opção correta.

a) A última eleição nacional realizada no Iraque foi o segundo pleito desde a

invasão americana ocorrida há quase sete anos.

b) Atentados e explosões ocorreram no dia das eleições, mas não houve

mortos ou feridos.

c) Apenas o eleitorado maior de 30 anos de idade pôde votar.

d) O atual primeiro-ministro é impedido de disputar as eleições no Iraque.

e) Nouri al-Maliki, atual primeiro-ministro do Iraque, é de origem sunita.

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COMENTÁRIOS

A letra A está correta. Após a ocupação do Iraque pelos EUA,

ocorreram eleições em 2005 e em março de 2010. Dessa forma, esse foi o

segundo pleito no país desde a ocupação por forças de coalizão.

A letra B está errada. As eleições não transcorreram em clima de

tranquilidade, tendo havido mortos e feridos.

A letra C está errada. As eleições contaram com a ampla participação

da população iraquiana, não havendo essa restrição quanto à idade dos

eleitores.

A letra D está errada. Não houve impedimento para que o primeiro-

ministro do Iraque disputasse as eleições presidenciais.

A letra E está errada. O ainda primeiro ministro do Iraque, Nouri al-

Maliki, é da corrente xiita.

Gabarito: A

___X___

1.4 – Conflitos na China

Atualmente, podemos observar o empenho da mídia em divulgar

notícias sobre a China. Paralelo a isso, percebemos um crescente interesse de

estudiosos sobre esse país e um significativo aumento de intercâmbios

econômicos, políticos e culturais de diversos países com essa nova potência,

não é mesmo?

Pois bem, apesar de todo o desenvolvimento econômico que ronda

este país, ele também tem sua história marcada por conflitos e tensões que se

estendem até os dias atuais, como o caso do Tibet e de Taiwan.

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Se observarmos o mapa perceberemos que Taiwan é uma pequena

ilha localizada na Ásia oriental e este território tem mais de 2 mil anos de

história ligada à China. Entretanto, para entender a “pendenga” atual não

precisaremos retroceder tanto no tempo, basta voltarmos à Revolução

Comunista Chinesa ocorrida em 1949.

Naquela ocasião, Mao Tsé-Tung tomou o controle da China

Continental e expulsou o líder nacionalista que ali habitava e defendia

preceitos democráticos. Este líder, Chiang Kai-Shek, se retirou para Taiwan e

levou consigo mais de 2 milhões de refugiados, para, no momento oportuno,

ocupar o poder na China por meio de uma invasão.

A partir de então, as duas partes tomaram caminhos diferentes: a

China seguiu pelo caminho comunista inspirando-se na URSS; Taiwan se

aproximou dos EUA, obtendo seu apoio na implantação de um sistema

capitalista na ilha.

A partir dos anos 60, Taiwan mudou o foco de sua política externa e

parou de tentar conquistar o continente, voltando-se apenas para o

reconhecimento de sua independência.

Todavia, pessoal, foi exatamente nessa época que o mundo ocidental

estava começando a reatar os laços com a China, que acabara de romper com

a URSS. Assim, apoiar Taiwan se tornou uma questão política muito delicada,

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já que para conter o avanço soviético, o Ocidente precisava de um bom

relacionamento com a China.

Por essa razão, em 1971, a ONU simplesmente deixou a questão de

Taiwan mal-resolvida, reconhecendo, em 1979 a República Popular da China e

retirando, oficialmente, a proteção militar que fornecia à ilha de Taiwan.

Apesar disso, meses depois alguns laços econômicos foram reatados, incluindo

a venda de armas para a ilha.

Os EUA venderam armas para Taiwan,o que gerou desconforto nas

relações diplomáticas entre americanos e chineses. Isso porque a China não

reconhece a independência de Taiwan, sendo esta considerada uma “província

rebelde”.

Já o Tibete, conhecido como o "teto do mundo" por se situar a mais

de quatro mil metros de altitude, no Himalaia, é um dos países mais religiosos

do mundo. A forte tradição budista é cultuada na submissão à autoridade

suprema do Dalai Lama. O Tibete manteve o status de país independente até a

Revolução chinesa quando Mao Tsé-tung chegou ao poder e promoveu uma

série de “mudanças” no mapa chinês.

Foi nesse período que territórios ao leste do Tibete foram anexados à

China e houve a implantação de medidas para suprimir a identidade cultural

tibetana. Em 1950, a China ocupou efetivamente o território tibetano, mesmo

contra a vontade dos monges budistas que, nove anos depois, se organizaram

para lutar pela autonomia do Tibete. Apenas em 1963 essa região ganhou

status de Região Autônoma, e hoje conta com um governo apoiado pela

China.

Em meados do mes de agosto de 2011, o líder espiritual Dalai Lama

foi substituído por líder laico do governo exilado do Tibete, Lobsang Sangay,

que é advogado e jurista de Harvard. Aos 43 anos Sangay assumiu a difícil

missão de substituir Dalai Lama e voltar a negociar com a China. Por sua vez,

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27

Dalai Lama – que permanece como líder espiritual – defendeu a cultura

tibetana em discurso para milhares de pessoas capital da Estônia afirmando

que"O objetivo do Tibete não é sua separação da China, mas o

desenvolvimento da cultura tibetana”.

Por outro lado, seguindo na linha da chamada Primavera Árabe, a

potência comunista enfrenta violentas manifestações que colocam em

evidência a revolta crescente de boa parte da população contra o poder.

Os distúrbios foram desencadeados por casos de corrupção, abuso de

poder e expropriações ilegais de terras por parte de autoridades locais, o que

destoa da imagem de "sociedade harmoniosa" preconizada pelo presidente Hu

Jintao, num momento em que o regime tenta evitar ao máximo o contágio das

rebeliões populares dos países árabes.

Vejamos como os principais focos de tensão na China já foram

cobrados em prova!

8) (FCC/APOFP / 2010) Após classificar a relação com os EUA como a

mais importante para a China, o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao,

afirmou que os laços entre os dois países foram seriamente afetados

pela decisão do presidente americano, Barack Obama, de se encontrar

com o dalai-lama em fevereiro e pelo anúncio de que Washington

venderá US$ 6,4 bilhões em armas para Taiwan.

(OESP, 15/3/2010)

As divergências entre os dois países, indicadas no texto, ocorrem

porque o

a) Tibete e Taiwan representam ameaça à China, já que são países hinduístas

que lutam pela liberdade religiosa e política.

b) Dalai Lama defende enfrentamento armado pela independência do Tibete e

de Taiwan, negando-se a assinar acordos comerciais com a China.

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28

c) Tibete, que nunca pertenceu à China nem a Taiwan, é um protetorado

inglês.

d) O poderio econômico do Tibete, sustentado pelo comércio com os EUA,

ameaça a economia chinesa, e Taiwan representa ameaça à ideologia

comunista na China por ser um centro religioso.

e) Dalai Lama é classificado pelo governo chinês como separatista, na medida

em que busca a independência do Tibete, e Taiwan, por sua vez, é considerada

uma província rebelde que também luta por manter sua autonomia.

COMENTÁRIOS

Vejamos cada uma das alternativas:

A) Bem, depois de tudo o que lemos aqui ou em outros meios de comunicação

sobre o poderio Chinês podemos afirmar, com toda certeza, que Taiwan e

Tibete não representam nenhuma ameaça efetiva à China com relação a um

possível conflito armado, não é mesmo?

B) Afirmar que o Dalai Lama defende o enfrentamento armado é um erro que,

com o mínimo de conhecimento sobre o budismo ou mesmo assistindo aos

noticiários, poderia facilmente ser evitado. Em 1993, esse líder foi laureado

com o prêmio Nobel da Paz justamente pelo seu pacifismo diante do desejo de

liberdade do Tibete.

C) A história do Tibete é marcada por guerras e conquistas, entretanto, essa

região nunca foi um protetorado inglês, e antes de ser anexado à China

possuía governo próprio.

D) Essa assertiva esta incorreta justamente por ter invertido as coisas. O

poderio econômico que vem assustando a economia chinesa pertence a Taiwan

e não ao Tibete. Do mesmo modo, quem ameaça a ideologia comunista na

China por ser um centro religioso é o Tibete e não Taiwan, como afirmou a

questão.

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E) Essa questão está perfeita, pois Dalai Lama é classificado pelo governo

chinês como separatista, justamente por buscar a independência do Tibete.

Taiwan, por sua vez, é considerada uma província rebelde que também luta

por manter sua autonomia.

Gabarito: E

___X___

1.5 – Guerra das Malvinas

Principalmente agora, no mês de abril, ouvimos falar muito desse

conflito, pois ele ocorreu há exatos 30 anos. A Guerra das Malvinas foi um

conflito ocorrido entre Argentina e Reino Unido pela soberania das Ilhas

Malvinas. Desde 1883, o Reino Unido possui o controle dessas ilhas, as quais

foram ocupadas em 1982 pela Argentina.

Essas ilhas se situam a apenas 480 quilômetros do litoral da

Argentina que nunca aceitou este domínio e, em 1982, o ditador argentino,

Leopoldo Galtieri, promoveu a invasão com tropas a capital das Malvinas,

Stanley. Essa invasão, que tinha razões políticas evidentes, esperava unir a

nação numa espécie de surto patriótico em apoio a esta iniciativa, o que não

ocorreu!

Iniciado no inicio dos anos 80 entre Grã-Bretanha e Argentina, esse

conflito foi bem mais rápido se comparado aos outros que estudamos aqui

hoje. Para o total desastre da iniciativa argentina de invadir as Malvinas, a

Grã-Bretanha reagiu imediatamente, enviando à região uma força-tarefa com

28 mil combatentes – quase três vezes o tamanho da tropa rival. Com o apoio

dos Estados Unidos, os britânicos demoraram pouco mais de dois meses para

encerrar o conflito. Aos nossos vizinhos, restou apenas voltar para casa e

resolver os problemas internos que se amontoavam por lá!

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30

O fato é que até hoje a Argentina não se conforma em não ter a

soberania das Ilhas Malvinas. Isso é tão evidente que já foi várias vezes usado

como discurso político pela atual presidente da Argentina Cristina Kirchner.

Vejam como esse assunto foi cobrado em prova.

9) (FCC/APOFP / 2010) A presidente da Argentina, Cristina Kirchner,

em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o cancelamento da

classificação de segurança (confidencial) a toda informação e

documentação vinculada com as operações das Forças Armadas

durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas ao

"conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer

outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do

retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de

acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de

Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o

conhecimento da história recente.

(OESP, 7/1/2010, adaptado)

É correto afirmar:

a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e

documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas" durante o

período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia apenas os crimes

comuns praticados por militares.

b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação referente

à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período indicado, relativas ao

confronto com a Inglaterra pela soberania nas Ilhas Malvinas.

c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre violações dos

direitos humanos durante os anos da ditadura militar na Argentina, apontada

por historiadores como uma das mais violentas na América Latina na década

de 1970.

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31

d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner, já

haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a transição para

a democracia na Argentina.

e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe necessariamente a

abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois todos os acusados de crimes

durante a ditadura militar já foram julgados e os desaparecidos, encontrados.

COMENTÁRIOS

A letra A está errada. A decisão tomada pela presidente Cristina

Kirchner de abrir ao conhecimento público todos os arquivos do período da

ditadura abrange tanto os crimes e violações aos direitos humanos praticados

pelos militares quanto os praticados pelos civis em resistência ao regime. Com

efeito, a ditadura argentina foi uma das mais violentas de toda a América

Latina e em apenas sete anos de regime, estima-se que cerca de 30 mil

pessoas tenham desaparecido nas mãos de agentes da repressão.

A letra B está errada. As informações referentes à Guerra das

Malvinas não estão abrangidas, por uma questão de segurança nacional, pela

medida.

A letra C está correta. A medida abre os arquivos da ditadura

argentina, já que considera-se que, passados mais de 25 anos do fim do

regime, não há porque mantê-los afastados do conhecimento público.

A letra D está errada. As Forças Armadas mantiveram os arquivos

sob sigilo.

A letra E está errada. Nem todos os desaparecidos durante o período

da ditadura foram encontrados.

Gabarito: C

___X___ ___X___

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32

2–Conflitos Étnicos

Consideramos como grupo étnico um grupo de pessoas que se

identificam (ou são identificadas) como iguais tendo por base as semelhanças

culturais, biológicas ou as duas. O grande problema ocorre quando grupos

étnicos diferentes são obrigados a conviver e dividir o mesmo espaço, gerando

atitudes e ações preconceituosas por parte do Estado com um deles, ou

mesmo intolerância de uns com os outros.

Apesar de, no século XX, terem surgido algumas discussões sobre a

melhor maneira de evitar a ocorrência de conflitos entre diferentes grupos

étnicos, o fato é que, ainda hoje, esses conflitos permeiam nosso cotidiano.

Apesar de suas raízes serem históricas, não poderia haver assunto mais atual

do que estes conflitos e, por isso, abordaremos nessa aula os principais focos

de tensão étnica existentes pelo mundo.

Alguns podem estar com aquela “pulguinha” atrás da orelha que não

para de perguntar: “Ora, se os conflitos étnicos possuem razões tão antigas,

por que cargas d’água tenho que compreender isso?”

Em primeiro lugar, não dá pra pensar na sociedade atual ou nas

transformações sociais ocorridas há bem pouco tempo, sem percebermos que

os conflitos estão sempre presentes na nossa trajetória, não é mesmo? Se

pegarmos as manchetes das últimas semanas, veremos, pelo menos, um

conflito sendo abordado, como, por exemplo, a acusação ao exército birmanês

de “crimes de guerra” contra as minorias Kachin, em Mianmar.

Além disso, com a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria e

da ordem internacional bipolar, muita expectativa de paz foi gerada por todos

e a continuidade da existência de tantos conflitos não deixa de ser

assustadora! Era consenso em quase todo mundo que o fim da rígida divisão

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mundial entre capitalistas e socialistas desembocaria numa temporada de

valorização da democracia, do respeito à alteridade e o início de uma era de

paz no mundo. Mas o fato é que isso não ocorreu!

Ao contrário do que se imaginava, ou mesmo se desejava, o fim da

Guerra Fria acabou propiciando uma retomada dos conflitos avulsos, que eram

impulsionados por rivalidades étnico-religiosas, que haviam sido meio que

“congeladas” devido à existência dos regimes totalitários, tanto na União

Soviética quanto na Iugoslávia.

Enfim, o importante é percebermos que muitos conflitos étnicos

voltaram a se desencadear com o término da guerra fria e, mesmo em pleno

século XXI, eles continuam fazendo parte do nosso cotidiano.

Sim, do nosso cotidiano! Muitos de vocês devem associar conflitos

étnicos ao Oriente Médio, não é mesmo? Entretanto, pessoal, aqui bem

pertinho de nós e incluindo muitos de nossos conterrâneos, existe um conflito

que, apesar de não ter sido herdado da Guerra Fria, pode ser enquadrado no

que trataremos nesta aula.

2.1 – Brasileiros no Suriname

No final do ano de 2009, ocorreram vários ataques contra brasileiros

no Suriname, país localizado na América do Sul e que faz fronteira com a

região Norte do Brasil. Mas, afinal de contas, quais foram os motivos desses

ataques?

Aparentemente, o estopim do ataque contra brasileiros no Suriname

foi o fato de um surinamês ter sido assassinado a facadas por um brasileiro. O

crime teria ocorrido em virtude do surinamês ter cobrado uma dívida por ter

prestado ajuda para a imigração ilegal de brasileiros para a Guiana Francesa.

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Diante do ocorrido, não houve rompimento de relações diplomáticas

entre Brasil e Suriname. Na oportunidade, as autoridades surinamesas deram

ampla proteção aos brasileiros que viviam naquele país.

Aí entra um aspecto interessante a ser analisado! O Suriname é um

país vizinho da Guiana Francesa, que, por sua vez, é uma porta de entrada

para a França. Assim, muitos brasileiros dos estados da região Norte usam o

Suriname como um ponto para a entrada ilegal na Guiana Francesa.

Estima-se que vivem no Suriname cerca de 18 mil brasileiros, muitos

dos quais vivem nesse país trabalhando no garimpo do ouro, atividade ilegal

naquele país. A relação entre brasileiros e os “marrons” (denominação do povo

surinamês) não é, portanto, das mais agradáveis e que, portanto, há um

conflito na região, cujas origens estão na dificuldade de integração entre

brasileiros e “marrons”, o que é agravado pela prática de atividade ilícita

(garimpo) por brasileiros que ali vivem.

Vejamos uma questão sobre o assunto!

10) (CESPE / Técnico de Nível Superior – UERN / 2010) Na véspera do

Natal de 2009, um grupo de brasileiros foi atacado na cidade de

Albina, no Suriname. O ataque resultou em incêndios, saques e pelo

menos 25 feridos. A respeito desse assunto, assinale a opção correta.

a) O Suriname, país rico devido ao fato de ser ex-colônia da Holanda, atrai

milhares de imigrantes brasileiros todos os anos.

b) Após o referido ataque, o governo brasileiro rompeu relações diplomáticas

com o Suriname.

c) O ataque em questão decorreu da disputa pela exploração de petróleo no

interior do Suriname.

d) A maioria dos brasileiros que mora no Suriname é composta de garimpeiros

que tentam a sorte nesse país.

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e) O governo surinamês pratica política de incentivo à imigração de técnicos e

cientistas brasileiros, o que incomoda a população local e acarreta o tipo de

ataque referido.

COMENTÁRIOS

A letra A está errada. A migração de brasileiros para o Suriname não

é tão intensa assim. Além disso, o Suriname pode ser considerado um país rico

porque possui grande variedade de recursos naturais e não por ter sido colônia

da Holanda.

A letra B está errada. Não houve rompimento de relações

diplomáticas entre Brasil e Suriname.

A letra C está errada. O conflito não tem suas origens na exploração

de petróleo, mas sim na dificuldade de integração entre brasileiros e “marrons”

na região, o que é agravado pela prática do garimpo por brasileiros que ali

vivem.

A letra D está correta. A maioria dos brasileiros que vive no Suriname

se dedica à prática do garimpo, atividade considerada ilícita naquele país.

A letra E está errada. Não há políticas de incentivo à imigração de

brasileiros no Suriname.

Gabarito: D

___X___

Bem, amigos, o fato é que basta ligarmos a TV ou o rádio para

termos contato quase que direto com os inúmeros conflitos existentes por todo

planeta, não é mesmo? América, África, Ásia e Europa. Em praticamente todos

os continentes do mundo existem áreas de conflitos, mas, como coisas não são

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divididas com precisão, muitos conflitos começam por um motivo e se

estendem por outro, de modo que não consigamos mais distinguir se aquilo é

uma tensão étnica, religiosa ou política.

De qualquer modo, me propus aqui a tratar daquelas subversões que

eclodem,periodicamente, em determinadas regiões, motivadas,

principalmente, pela intolerância diante das diferenças culturais do outro. E é

justamente essa não aceitação das crenças, leis e hábitos sociais ou religiosos

do grupo com o qual divide o território que torna o conflito quase inevitável.

Talvez para nós brasileiros esse seja um assunto meio difícil de

compreender, já que são poucas as agitações que envolvem questões étnicas,

como por exemplo, o caso dos brasiguaios, que apesar de sério não ocorre

dentro do território do Brasil, e o dos brasileiros no Suriname, visto acima.

Assim, apesar da diversidade religiosa existente em nosso território,

não fomos “premiados” com esse tipo de problema social(ainda bem, né?).

Enquanto, aqui no Brasil, encontramos facilmente católicos, protestantes e

espíritas conversando e convivendo amigavelmente. Já em outras partes do

mundo, a diferença religiosa acaba originando uma disputa de fins,

geralmente, impróprios.

Além das diferenças culturais e religiosas, a cobiça por recursos

naturais, como petróleo e minérios em geral, é um dos principais motivos de

grande parte das disputas existente.

Só pra termos uma visão geral das principais áreas de conflito vamos

olhar o mapa abaixo:

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Dentre os vários conflitos que este mapa nos mostra, vamos refletir

sobre quais podem ser considerados como principalmente motivados por

questões étnicas e religiosas!

2.2 – Primavera Árabe

Entendemos como primavera árabe um conjunto de manifestações

realizadas com objetivo de questionar os regimes autoritários e centralizadores

que ocorrem em diversos países do Oriente Médio.

O fenômeno continua ativo no norte de África e no Oriente Médio e

até mesmo a China já se vê sacudida. Vamos relembrar, rapidamente, os

principais fatos da Primavera Árabe?

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1) A Tunísia abre nossa lista pela importância das eleições que realizou em 23

de outubro (2011) desde a saída de Zine Al-Abdine Ben Ali.

2) No Egito, a Junta Militar que governa o país depois da queda de Hosni

Mubarak tem enfrentado manifestações e protestos nas ruas. Ministros do

governo militar anunciaram que as primeiras eleições presidenciais depois de

Mubarak acontecerão até o final de maio.

Nestes dois países, as graves dificuldades econômicas que

acompanharam as mudanças de regime levaram a comunidade

internacional a mobilizar bilhões de dólares em ajuda.

3) No Iêmen, o presidente Ali Abdullah Saleh estava hospitalizado na Arábia

Saudita após ser ferido em um ataque, ele também assinou acordo entregando

os poderes no país, depois de 33 anos no comando, para cuidar de sua saúde.

Mas, apesar da transição, protestos e combates continuam acontecendo.

4) O Bahrein, por sua vez, viveu sua "contrarrevolução" após a repressão dos

protestos de fevereiro e março.

5) Na Líbia, Muammar Kadhafi foi morto em ataque, em Sirte (outubro de

2011), promovido por combatentes líbios.

6) Já a Síria, o regime tinha iniciado grande repressão que provocou fuga em

massa de civis para a vizinha Turquia. Entretanto, em novembro (2011) firmou

plano de paz, no qual estava previsto a retirada das Forças Armadas das ruas,

além da libertação de presos políticos e diálogo com a oposição, mas até o

momento o governo ainda não cumpriu o acordo, mantendo a repressão sobre

a oposição.

7) Na Jordânia, as dificuldades da monarquia (do rei Abdullah II)continuam

latentes, além de estar rodeada de vizinhos em crise.

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8) O Marrocos aposta, por sua vez, em uma política de reformas. Nas eleições

de novembro (2011) os Islâmicos moderados venceram as eleições,

possibilitando uma convivência pacífica com a monarquia.

Apesar das incertezas, alguns continuam otimistas sobre as

conquistas da Primavera Árabe, que colocou a democratização entre os

principais assuntos de uma região que parecia condenada a seguir como um

santuário de regimes autocráticos intocáveis. Muitas ditaduras já caíram e

outras tantas sofrem com a pressão popular exigindo seu fim.

Assim, pessoal, o que vemos é que todas as revoltas que têm

eclodido e sido noticiadas exaustivamente na mídia nos últimos meses são os

elementos dessa primavera, que não tem nada de florida, não é mesmo? De

todo modo, vamos analisar com mais cautela as principais:

A) Crise na Tunísia

Bom, nossa historinha começa em 17 de dezembro de 2010, quando

um jovem tunisiano ateou fogo no próprio corpo ao ser repreendido por

policiais que o impediam de vender vegetais em uma banca de rua sem

permissão. O gesto desse jovem desencadeou uma onda de protestos em todo

o país, clamando por maior liberdade política e reclamando do desemprego.

A Tunísia é um país do Norte da África de maioria muçulmana (99%

da população), que se destacava como um importante destino turístico e

exemplo de prosperidade no mundo árabe. No campo político, todavia, o país

era governado desde 1987 por Zine Al-Abdine Ben Ali, que impunha no país

um regime de caráter autoritário.

Dessa forma, se no campo econômico a Tunísia vinha conseguindo

desenvolver-se progressivamente, no campo político-social surgiram condições

para a revolta da população: liberdades políticas restritas, desemprego e

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corrupção da elite dominante. Com isso, os protestos ecoaram por todo o país,

exigindo que o presidente Ben Ali deixasse o poder.

Como forma de tentar se manter no poder, Ben Ali anunciou diversas

reformas, dentre as quais citamos:

I – criação de um comitê especial com a atribuição de investigar a corrupção;

II – promessa de criação de 300.000 empregos;

III – combatera inflação (alta dos preços);

IV – permitir a liberdade de imprensa e o amplo acesso à Internet;

V – aprofundara democracia.

Mesmo com o anúncio dessas reformas os protestos continuaram e

Ben Ali foi obrigado a renunciar ao cargo de presidente.

Por fim, vale destacar que outros países árabes da região do Norte da

África, como Líbia e Egito, também possuíam regimes ditatoriais, o que gerou

a perspectiva de que pudessem ocorrer nesses países movimentos parecidos

com o da Tunísia. A expectativa foi confirmada em ambos os casos, como

veremos a seguir. Mas antes veremos questões que abordaram esse assunto!

O texto abaixo refere-se às questões 11 e 12.

“O presidente da Tunísia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou em 14 de janeiro de

2011 após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23

anos no poder. Foi a primeira vez que um líder árabe foi deposto por força de

movimentos populares.”

Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

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11) (IBFC / Analista de Promotoria I –Assistente Social – MP-SP /

2011) Acerca do movimento que resultou na renúncia e prisão do ex-

líder tunisiano, assinale a alternativa correta.

a) Os protestos na Tunísia começaram após um jovem de 26 anos ter ateado

fogo em seu corpo após ser impedido pela polícia de vender frutas e legumes

em uma barraca de rua.

b) Os protestos foram motivados pela não adesão da Tunísia à Liga Árabe,

principal instituição política supranacional do mundo islâmico.

c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela fraude

ocorrida nas eleições nacionais em dezembro de 2010.

d) A Tunísia era o único país islâmico a ter um regime político ditatorial, o que

gerou insatisfação popular e, consequentemente, os protestos que derrubaram

o presidente.

COMENTÁRIOS

A opção A está correta. Mohammed Bouazizi, de 26 anos, levou a

cabo a auto-imolação ateando fogo em seu próprio corpo. A ação foi feita em

frente a um prédio governamental em protesto ao confisco de seu carrinho de

mercadorias (frutas e legumes). Ele era um licenciado e desempregado. O que

poderia ter sido uma manifestação pontual tornou-se uma onda de protestos

que duraram mais de mês, levando o ex-líder da Tunísia a renunciar ao

governo e deixar o país.

A letra B está incorreta. A Tunísia é membro da Liga Árabe desde

1958, portanto, quando a afirmativa diz que os protestos eram contra a não-

adesão do país à Liga incorre em erro.

A letra C está errada. As eleições presidenciais que reelegeram pelo

quinto mandato o ex-presidente Ben Ali aconteceram em 2009 e não em 2010.

No final do mês de outubro de 2011 foram feitas as primeiras eleições livres

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para a escolha da Assembleia Constituinte tunisiana. Já no que se refere a

dezembro de 2010, este foi o mês que teve início os protestos contra o

desemprego, a inflação e a corrupção naquele país.

A letra D também está errada. A Tunísia não era o único país islâmico

que vivia uma ditadura e nem o único que derrubou o governo. Outro exemplo

e que está na pauta do dia dos noticiários do mundo é a Líbia, portanto, esta

afirmativa está incorreta.

Gabarito: A

12) (IBFC / Analista de Promotoria I – Assistente Social – MP-SP /

2011) Assinale a alternativa correta em relação aos desdobramentos e

consequências dos protestos tunisianos a outros países da África do

Norte e do Oriente Médio.

a) A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,

resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim como seu

colega tunisiano, também estavam há décadas no poder.

b) Os principais desdobramentos e consequências do acontecido na Tunísia

foram relacionados à também queda do presidente egípcio e de uma onda de

protestos contra o ditador Líbio Muammar Gaddafi, resultando em uma

violenta e sangrenta guerra civil na Líbia.

c) Os acontecimentos foram abafados em outros países árabes pela Liga Árabe

a fim de conter a queda nos preços do barril do petróleo.

d) As consequências dos protestos na Tunísia chegaram até a Palestina, onde

os grupos islâmicos deste país (Hamas e Fatah) se uniram contra o domínio

israelense.

COMENTÁRIOS

A letra A está incorreta. Embora o Marrocos e o Saara também

tenham apresentado grandes manifestações populares, o governo não caiu. O

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rei marroquino, Mohammed VI, permanece no poder que detém há 12 anos.

Ele também é o foco das manifestações no Saara, pois seu governo comanda a

região, não aceitando-lhe a independência e autodeterminação. Nesse sentido,

quando a afirmativa diz que as ondas de protestos nessas duas regiões

tiveram o mesmo resultado da Tunísia, ela torna-se incorreta. É interessante

relembrar que no Marrocos, as eleições de novembro elegeram maioria de

Islâmicos moderados, bastante abertos a negociações com a monarquia.

A letra B está correta. Como já foi dito nos comentários da questão

anterior, o caso da Líbia também resultou no fim da ditadura de Muammar

Kadhafi. Em fevereiro deste ano estouraram algumas manifestações na Líbia

contra o governo de Muammar Kadhafi, essas manifestações se estenderam

até agosto, havendo contínuos combates. Neste mesmo mês, os rebeldes

conseguiram cercar o quartel-general de Kadhafi, pressionando-o a deixar o

poder. Um de seus filhos, Seif Al Islam, foi capturado e enviado para o Tribunal

Penal Internacional, no qual responderá por crimes contra a Humanidade. Ao

final de agosto, os rebeldes conseguiram dominar Trípole, promovendo a fuga

do ex-ditador. Convém lembrar que o ex-ditador líbio foi morto na quinta-feira,

dia 20 de outubro de 2011, e não foi apenas a população da Líbia que

comemorou sua morte. Em vários países também aconteceram manifestações

comemorativas com a morte de Kadhafi. (nesta aula ainda falaremos mais

sobre esse tema!)

Por outro lado, também no Egito foram promovidos protestos contra

o presidente Hosni Mubarak. Iniciaram-se no dia 25 de janeiro de 2011

manifestações populares exigindo a renúncia do presidente egípcio, depois de

18 dias de intensos protestos contra seu governo, o presidente renunciou

entregando todo poder ao Exército. Mubarak governou o Egito por 30 anos, foi

aliado do governo norte-americano e coordenou a política com mãos de ferro,

combatendo grande oposição em seu país. Mas, a pressão popular fez com ele

deixasse o governo.

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Assim sendo, pessoal, tanto o caso da Líbia quanto o do Egito são

análogos ao da Tunísia e, portanto, esta opção responde corretamente à

questão.

A letra C está incorreta. Como pôde ser verificado nos comentários

das opções anteriores, as manifestações não foram abafadas em outros países.

A opção Dera considerada errada, pois quando foi realizado o referido

concurso a aproximação entre essas duas facções ainda não havia ocorrido,

todavia, atualmente ela já seria entendida como correta.

(Peço um pouco de atenção a este comentário, ok?).

Ainda não se deu completamente a união entre o Hamas e o Fatah,

mas no inicio do mês de fevereiro, eles assinaram um compromisso formal

para constituir um governo interino unificado na Cisjordânia e na Faixa

de Gaza, com o objetivo de organizar eleições parlamentares e presidenciais

nas regiões ainda este ano. Essa aproximação complicou, ainda mais, as

negociações de paz entre palestinos e israelenses, pois a união dos dois grupos

dá indícios de uma luta contra Israel,o que põe fim nas negociações de paz.

De todo modo, é bom lembrar que o Hamas é o mais importante

movimento fundamentalista islâmico na Palestina o qual controla a região da

Faixa de Gaza e defende o enfrentamento e a resistência contra Israel. Por

outro lado, o Fatah é uma organização política e militar que luta pela libertação

dos povos da Palestina, sendo a maior facção da OLP (Organização para

Libertação da Palestina). No entanto, o Fatah é menos radical que o Hamas e

atualmente prega a reconciliação e negociações com Israel.

A diferença de posicionamento dos dois grupos ainda não havia

permitido que eles se unissem, mas, na segunda quinzena de dezembro

(2011) o líder do movimento Fatah, Mahmoud Abbas, e Khaled Meshaal, líder

do Hamas, comprometeram-se a promover a reconciliação entre ambos os

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grupos e outras facções palestinas, formando assim um governo unificado cuja

composição ficou conhecida em fevereiro deste ano.

Dessa forma, depois de vários dias de negociações no Cairo, Egito, o

esforço promovido no sentido de sanar as divergências que levaram à divisão,

em 2007, entre Gaza e a Cisjordânia e ao colapso do conselho legislativo

palestino parece ter surtido efeito.Após um contato bilateral entre

representantes do Hamas e do Fatah, autoridades das restantes facções

reuniram-se no Cairo para estudar propostas que levem à formação de um

governo de unidade nacional e organizar as eleições gerais previstas para maio

deste ano.

Este anúncio de união entre os dois grupos foi um indicativo do

regresso do Hamas à Organização de Libertação da Palestina (OLP),

reconhecida internacionalmente como representante do povo palestino. No

entanto, representantes do Fatah afirmaram que o Hamas ainda terá que

assinar a Carta da OLP, que o obrigaria a depor as armas. Ainda existem

algumas desconfianças quanto à efetividade desta união , mas o fato é que,

até o momento, tem havido o cumprimento dos acordos de ambos os lados.

Gabarito: B

___X___

B) Crise no Egito

O Egito é um país árabe situado no Norte da África, bem próximo ao

Oriente Médio, fazendo fronteira a leste com Israel e Faixa de Gaza, conforme

podemos observar no mapa a seguir. Trata-se de um dos países mais

populosos da África, cuja maior parte da população (cerca de 90%) professa a

religião islâmica sunita.

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A República do Egito foi estabelecida em 1953, sendo em 1956

declarada a total independência do país em relação ao Reino Unido (que

colonizou a região). Em 1967, na Guerra dos Seis Dias, Israel ocupou a

Península do Sinai (território egípcio). Em 1973, na Guerra do Yom Kippur, o

Egito e a Síria tentaram recuperar territórios perdidos para Israel na Guerra

dos Seis Dias, respectivamente a Península do Sinai (território egípcio) e as

Colinas de Gola (território sírio). Apesar de não terem obtido sucesso militar na

empreitada, considera-se que a Guerra do Yom Kippur foi uma vitória política

para o Egito, que lhe permitiu recuperar em 1979 o território da Península do

Sinai como contrapartida à paz com Israel.

Em 1981, assumiu a presidência do Egito Mohamed Hosni

Mubarak, que permaneceu no poder até o início deste ano (2011). Aliás, esse

foi o grande motivo da recente crise no Egito! Mubarak permaneceu no poder

durante 30 anos, caracterizando-se seu governo por ser um regime de caráter

fortemente autoritário. Ocorre que, nos dias de hoje, percebe-se que há

diminuição cada vez maior do espaço para regimes anti-democráticos.

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Sendo assim, no início de 2011, centenas de milhares de pessoas

foram às ruas para manifestar seu desagrado ao governo de Mubarak, exigindo

sua retirada do poder. Os egípcios clamavam pela implantação de uma

democracia verdadeira, em que não haja eleições fraudulentas. O presidente

Mubarak tentou, sem sucesso, fazer algumas concessões, como a nomeação

de um vice-presidente (primeiro em 30 anos). Além disso, foram tomadas

medidas de caráter repressivo, como toque de recolher, bloqueio de telefone e

Internet (todas sem sucesso para conter o ímpeto dos egípcios).Depois de 18

dias de intensos protestos contra seu governo,no dia 11 de fevereiro de

2011,Hosni Mubarak renunciou entregando todo poder ao Exército.No início de

dezembro de 2011, a Junta Militar que governa o país depois da queda do

ditador, anunciou a formação de um Conselho Consultivo para ajudá-la no

processo de transição. Já em fevereiro de 2012, a mesma Junta anunciou que

as eleições presidenciais acontecerão até o final de maio.

Em razão de sua posição geográfica privilegiada, o Egito é um país

fundamental à geopolítica do Oriente Médio. E é justamente por isso que a

situação do país causa preocupação na comunidade internacional. O regime de

Mubarak, embora de caráter autoritário, estava alinhado com os objetivos dos

EUA no Oriente Médio, reconhecendo o Estado de Israel. Além disso, o Canal

de Suez, importante passagem entre a Europa e Ásia é posse egípcia.

O grande temor dos EUA era que, com a queda do regime de

Mubarak, assumisse o poder no Egito a Irmandade Muçulmana e que, como

consequência disso, ocorresse mudanças no posicionamento político do país. A

Irmandade Muçulmana tem como objetivos principais a luta contra a

intervenção ocidental e a implantação no Egito da Sharia (lei islâmica). Por

outro lado, os EUA também não podia se posicionar a favor de um regime

ditatorial, já que se auto-intitulam defensores da democracia.

A posição oficial do governo norte-americano foi emitida pelo porta-

voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA: "O presidente disse que

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agora é o momento de incitar uma transição pacífica, ordenada e substancial,

com negociações confiáveis e inclusivas." Esse posicionamento é mantido até o

presente momento, mas a comunidade internacional (incluindo aí os EUA)

permanece atenta ao andamento e desenvolvimento da política no Egito.

As primeiras eleições parlamentares do Egito foram marcadas por

manifestações contra o governo militar e perduraram durante o período

eleitoral. Os partidos islâmicos mostraram sua força e obtiveram a maioria dos

votos. Agora o país está nos preparativos para as eleições presidenciais.

13) (CESPE / Todos os Cargos – Seger – ES / 2011) A explosão de

revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de Hosni

Mubarak, no início de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser este

um dos poucos países árabes que não se democratizaram plenamente

ao longo do século XX.

COMENTÁRIOS

Afirmativa errada. O que invalida a questão é dizer que o Egito é um

dos poucos países árabes que não se democratizaram. Quando na verdade, o

Egito é mais um entre dos vários países árabes que viviam em ditaduras, as

quais, inclusive, têm atualmente passado por processos desestabilizadores.

Gabarito: Errado

14) (FCC/Escriturário-Banco do Brasil/2011) Ativistas egípcios usam

Facebook e outras ferramentas da Internet para organizar marchas

pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes entraram ontem

[27/01] em confronto com a tropa de choque da polícia egípcia no

centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e um policial –

morreram.

(O Estado de São Paulo, 28/01/2011, p. A8)

Os protestos no Egito tinham como uma das principais causas

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(A) a rivalidade histórica entre os egípcios e os países vizinhos, como a Líbia.

(B) a luta pela retomada de terras, atualmente ocupadas por israelenses.

(C) a tentativa de reduzir a interferência inglesa na política local.

(D) a exigência de retirada das tropas norte-americanas do Iraque.

(E) o regime repressivo do presidente, no poder há três décadas.

COMENTÁRIOS

A letra E é a correta.

Durante os meses de janeiro e fevereiro de 2011 várias foram as

notícias sobre os protestos feitos no Egito contra o governo de Hosni Mubarak,

presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981.

Os motivos alegados para a organização das manifestações são

variados, como vimos anteriormente, entre eles podemos citar: as queixas de

altos índices de desemprego, o autoritarismo do governo, os elevados níveis de

corrupção, a violência policial, as leis de exceção, o baixo salário mínimo, a

falta de moradia, a falta de liberdade de expressão e as más condições de

vida. O principal objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial

de Mubarak.

Segundo a informação de ativistas, os protestos vinham sendo

planejados e organizados há mais de 1 ano, usando como meio de

comunicação a internet. Também foi pela internet, principalmente usando as

redes sociais, que as manifestações eram divulgadas pelo mundo.

Gabarito: E

___X___

C) Crise na Líbia

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A Líbia é um país localizado no norte do continente africano fazendo

fronteira com a Tunísia e o Egito, dentre outros países. Conforme vem sendo

exaustivamente noticiado pela mídia, o norte da África está sendo palco de

uma onda de manifestações contra governos ditatoriais, como os dois que

vimos acima, Tunísia e Egito.

No dia 15 de fevereiro de 2011, a população líbia desencadeou suas

manifestações diante da prisão do advogado humanitário Fethi Tarbel, que

representava a família de mais de 1200 detentos mortos em um massacre

promovido pelo governo líbio em 1996, representado por Muammar Kadhafi.

“Pai da África, irmão líder, guia da revolução”. Esses foram apenas

alguns dos títulos que Muammar Kadhafi atribuiu a si mesmo para se solidificar

no governo líbio desde 1969 quando depôs, num golpe militar, a monarquia

que governava o país.

Todas as manifestações vistas no Oriente Médio e na África, incluindo

as ocorridas no Iraque, Irã, Sudão e Angola, foram surpreendentemente

superadas pela rapidez e violência dos eventos ocorridos na Líbia. Tal fato

causa certa surpresa, uma vez que, apesar do governo ditatorial, esse país

possui o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África, superior,

inclusive, ao brasileiro. A distribuição de renda é satisfatória, o índice de

alfabetização é o terceiro melhor do continente e o de pobreza está entre os

mais baixos de todos os países periféricos. Então volta a surpresa: porque se

erguer contra um governo que lhes proporciona uma qualidade de vida

relativamente boa?

A população na Líbia é formada por mais de 140 tribos diferentes,

algumas das quais sempre desfrutaram de muitos privilégios no governo de

Kadhafi – que sempre fez questão de mantê-las o menos coesas possível. Do

mesmo modo, para evitar qualquer tipo de motim contra seu governo, o

ditador manteve um exercito frágil e com pouca articulação nacional, fazendo

dos soldados líbios mais leais aos seus líderes tribais do que aos seus generais.

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Essa tática de desmembramento social parece ter funcionado durante

muito tempo. Porém, nesse momento, apesar da diversidade tribal e da

fragilidade das instituições líbias, a população parece ter chegado ao seu limite

diante das arbitrariedades do governo Kadhafi sempre marcado por violência e

imposição.

Dentre as inúmeras ações vinculadas à figura desse líder estão

algumas das mais covardes das últimas décadas, como o ataque a uma

discoteca em Berlim que era frequentada por soldados americanos, o

assassinato de atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique (1972) e o

atentado ao avião da Pan Lam na Escócia, em 1988. A participação nesses

eventos conferiu a Muammar Kadhafi um lugar de destaque na lista dos

“patrocinadores do terrorismo”, onde permaneceu até 2006 – quando suas

relações com o Ocidente finalmente foram normalizadas.

Essa normalização só ocorreu depois de a Líbia aceitar algumas

imposições da comunidade internacional, como assumir as responsabilidades

sobre os atentados aéreos ocorridos em 1988, entregando os responsáveis à

justiça britânica. Além disso, o país teve que abandonar o programa nuclear

que desenvolvia, indenizando a família de vitimas e reabrindo o país às

transnacionais.

Assim, amigos, a onda de protestos e violência que assomaram a

Líbia ocorreram exatamente no que podíamos classificar como o melhor

momento vivido pelo país no cenário internacional. Essa crise envia ao mundo

a mensagem de que, independente das boas relações econômicas, a maior

busca da humanidade ainda é pela liberdade! Cabe destacar também que as

condições sociais da população líbia, marcadas pela falta de liberdade, também

motivaram a revolta popular.

As revoltas e protestos na Líbia se transformaram em uma verdadeira

guerra civil, com os rebeldes sofrendo repressões das Forças Armadas. A

sociedade internacional passou a exigir um cessar-fogo imediato no país. Tais

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exigências não foram respeitadas e o governo líbio continuou com as violentas

repressões aos rebeldes.

No dia 17/03/2011, o Conselho de Segurança da ONU aprovou

uma resolução que determinou uma zona de exclusão aérea na Líbia.

Assim, o objetivo da ONU era utilizar da força aérea para proteger os civis e

conter o exército de Muammar Kadhafi. Por meio dessa Resolução, a ONU se

comprometeu a adotar todas as medidas necessárias para proteger a

população civil. Entre os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, 10

votaram a favor da Resolução e 5 se abstiveram (dentre eles o Brasil).

No dia 15/04/2011, foi publicado no Diário Oficial da União uma

Resolução da ONU que impõe sanções ao governo líbio.Deste modo, desde o

mês de março este país se viu sob intervenção internacional com o argumento

de defesa dos civis opositores ao regime de Kadhaffi. A Aliança Atlântica, que

já tinha assumido as operações de vigilância do embargo de armas e da zona

de exclusão aérea, mas assumiu o comando de todas as ações internacionais

na Líbia, ao se encarregar nesta também das missões de proteção à população

civil.

Embora diante da pressão estrangeira para que saísse do governo,

Kadhafi continuou os ataques às cidades dominadas pelos rebeldes. Em maio,

o Tribunal Penal Internacional emitiu mandato de prisão contra Muammar

Kadhafi por denúncias de crimes contra a humanidade.

Durante os meses de junho e julho, os rebeldes continuam

avançando em direção a Trípole com o objetivo de forçar a retirada do ditador

do poder. No Brasil, a presidente Dilma Roussef atacou as determinações do

Conselho de Segurança das Nações Unidas que proibiam vôos no espaço aéreo

líbio e embargos de vendas de armas à região.

Em agosto, os combates continuaram. A OTAN intensificou seus

ataques. Os rebeldes conseguiram cercar o quartel-general de Kadhafi,

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pressionando-o a deixar o poder. Ao final de agosto, os rebeldes conseguiram

dominar Trípole, promovendo a fuga do ex-ditador.

Convém, entretanto, lembrar que Muammar Kadhafi foi morto na

quinta-feira, dia 20 de outubro de 2011, e não foi apenas o povo líbio que

comemorou sua morte. Nos EUA, as manifestações oficiais diziam que uma

nova era nascia para o povo líbio depois da morte do ditador. O mesmo pôde

ser verificado na Inglaterra e outros países europeus, notadamente, na França

a grande maioria dos meios de comunicação foi enfático ao dizer que seu país

teve participação ativa na luta contra Kadhafi e que sua morte representava

um novo começo para a Líbia.

Muito do desenrolar dessas histórias lhes devem parecer um pouco

similar, não é mesmo? Intervenção internacional em país Árabe sempre acaba

nos remetendo ao Iraque, mas é importante percebermos a diferença dessas

situações, ok?

Vejamos o tratamento deste assunto em provas!

15) (IBFC / Oficial de Promotoria I – MP-SP / 2011) Muammar Gaddafi

é considerado um dos piores ditadores do mundo. Ele não hesitou em

usar as Forças Armadas em repressão aos protestos iniciados em

fevereiro de2011. Em relação ao ditador descrito

anteriormente,assinale a alternativa correta.

a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após golpe

militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.

b) Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o poder na

Líbia.

c) Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi do

poder e hoje o Egito é governado por uma equipe de transição até as novas

eleições, marcadas para novembro de 2011.

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d) Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi vem,

através de sucessivas reeleições, mantendo-se no poder, algo que é

considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de ditadura.

COMENTÁRIOS

A afirmativa A está incorreta. O ex-presidente da Tunísia, que deixou

o país no início deste ano, era Zine Al-Abdine Ben Ali, ele governou o país por

23 anos. Entrou no poder em 1987 depois de derrubar, “sem derramamento

de sangue”, a presidência vitalícia de Habib Burguiba e estabeleceu as bases

da liberalização econômica tunisiana. Aplicou uma política social de

solidariedade, criando fundo especial para os mais pobres. Tendo o apoio,

principalmente, da classe média – que desenvolvia-se em seu governo –

conseguiu controlar as ações das oposições, principalmente de esquerda e

islamitas, controlando com mãos de ferro os sindicatos e a imprensa. Grandes

potências ocidentais limitavam as críticas ao seu governo pelo fato dele ser

considerado uma barreira capaz de frear a força dos islamitas. Foi reeleito pela

5ª vez em 2009, despertando grandes manifestações das oposições contra seu

governo, manifestações que foram acirradas com a auto-imolação do jovem

Mohammed Bouazizi, 26 anos. Os protestos eram contra o desemprego, a

corrupção e a inflação e levaram o ditador a sair da Tunísia em janeiro deste

ano.

A opção B está correta. Em fevereiro de 2011 estouraram algumas

manifestações na Líbia contra o governo de Muammar Kadhafi. Os primeiros

pontos de confronto foram em Trípole, capital do país, e Benghazi, sua

segunda maior cidade. Ainda em fevereiro os rebeldes conseguiram dominar

Benghazi e instauraram o Conselho Nacional de Transição.

Como vimos acima, o desenrolar dos acontecimentos desembocaram

na morte do ex-ditador. Hoje, o país tem como governo de transição o

chanceler Ashour Ben Khayil que afirmou que espera que as relações

internacionais da Líbia possam se regularizar e que a economia volte a ter o

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investimento internacional. Principalmente para ajudar na reconstrução

nacional.

A letra C está incorreta. Na verdade, as manifestações feitas no Egito

durante os meses de janeiro e fevereiro foram contra o governo de Hosni

Mubarak, presidente de uma ditadura iniciada em outubro de 1981. O principal

objetivo dos protestantes era a derrubada do regime ditatorial de Mubarak.

No dia 11 de fevereiro (2011),depois de 18 dias de protestos, o

presidente Hosni Mubarak renunciou ao governo. O poder foi transferido para o

Conselho Supremo das Forças Armadas que dirigirá o país até o resultado das

eleições dos deputados que serão realizadas em três turnos, com previsão para

o primeiro turno em 28 de novembro deste ano. Portanto, embora traga

algumas informações corretas, a afirmativa não diz respeito ao governo de

Muammar Gaddafi, assim, está incorreta.

A alternativa D também está errada. Kadhafi entrou no poder na Líbia

em 1969 depois de liderar o Movimento dos Oficiais Livres que expulsou o rei

Idriss do poder. Desde então o ditador manteve-se no poder, sem passar por

eleições.

Gabarito: B

___X___

D) Crise na Síria

Essa é uma das crises que tem atingido os mais diversos países do

mundo nos mais diversos setores: político, econômico e social. O próprio mês

de abril deste ano vem concentrando muitos debates sobre esse conflito em

diferentes regiões do planeta:Turquia, Rússia, Nova York e até o Brasil.

Isso ocorre porque cada um desses países se sente atingido de algum

modo pelo desenrolar do conflito. Pra termos uma ideia, nesse momento,

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temos mais ou menos 24 mil sírios tentam se refugiar no país vizinho: a

Turquia, gerando um grave problema social nesse país.

Do mesmo modo, mesmo estando a milhares de quilômetros da

região do conflito, a economia brasileira também acabou se “ferindo”. Pois é,

pessoal, mesmo estando do outro lado do Atlântico, nossa balança comercial

sentiu um baque de mais de 180 milhões de dólares que foram perdidos em

vendas devido a continuidade do conflito. :- /

Sei que muitas vezes olhamos pra esses conflitos como algo bem

distante e que não interfere em nada na nossa realidade, não é mesmo? No

entanto, o que vemos na prática é uma situação muito mais complexa e que

pode afetar sim, o nosso cotidiano.

Atualmente, a Liga Árabe tem cumprido missão de monitoramente na

Síria para conter a onda de violência que assola o país desde março de 2011 -

quando manifestantes iniciaram protestos contra o regime de Bashar al-Assad,

que respondeu com repressão violenta. Assim, já faz mais de um ano que o

país enfrenta forte crise política e social e que a comunidade internacional

tenta, sem sucesso, promover acordos entre o governo sírio e a oposição. De

todo modo, uma coisa os dois lados tem em comum, pois mesmo as forças de

oposição não aceitam interferência militar estrangeira no país.

A Liga Árabe traçou ainda um plano para acabar com a violência na

Síria, entre as medidas estão: fim de todas as ações violentas, permissão de

entrada de jornalistas no país e libertação dos detidos durante os protestos

contra o regime do presidente Bashar al-Assad. A Liga seria responsável,

ainda, pela entrega de relatórios internacionais informando sobre o andamento

da implantação do plano no país. Além disso, a Liga é responsável por mediar

o diálogo entre o governo sírio e a oposição, para chegar a acordos.

A ONU iniciou um processo para discutir uma resolução contra a Síria,

mas essa proposta foi rejeitada pela Rússia e pela China. Principalmente

porque a Rússia é o maior aliado da Síria no Conselho de Segurança da ONU e

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porque a resolução proposta pelo organismo não previa punições contra os

grupos opositores ao regime sírio.

Para finalizar e ajudá-los a compreender um pouco mais do assunto

vou falar da Liga Árabe, ok?

A Liga Árabe é uma organização de estados árabes, fundada em

1945, no Cairo. O objetivo principal da Liga é reforçar e coordenar os laços

econômicos, sociais, políticos e culturais entre seus membros. Além disso, a

Liga Árabe também media disputas entre seus membros.

Historicamente, a Liga foi formada sob estímulo do Reino Unido, que

objetivava conseguir aliados na guerra contra a Alemanha nazista (Segunda

Guerra Mundial). Posteriormente, o estreitamento das relações econômicas

entre os países árabes acabou fortalecendo a iniciativa de formação da Liga,

além de promover o desenvolvimento de movimentos nacionalistas pan-

árabes, reforçando ainda mais os laços culturais e religiosos que ligam os

países árabes.

Em setembro de 1944 foi feita uma reunião no Cairo (Egito) e dela

sai o Protocolo de Alexandria, que propunha a formação da Liga dos Estados

Árabes.

A Liga passou então a defender a independência dos estados árabes,

fornecendo apoio à Síria e ao Líbano para independência do domínio francês,

fortalecendo, assim, o estreitamento entre seus membros.

O órgão é formado por um Conselho, como órgão supremo da Liga,

que é formado por um representante de cada Estado-membro e tem direito a

um voto, independente do tamanho do país e do número de habitantes. Em

seguida vem o Conselho de Defesa Conjunta, responsável pela adoção de

medidas que visam a manutenção da defesa dos membros da Liga. Existem

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também o Conselho Econômico e Social, responsável pela prosperidade

econômica e social dos membros.

Por fim, existe o Secretariado Geral, que é o órgão administrativo e

executivo da Liga, este órgão gere, de maneira geral, o funcionamento da Liga.

Os sete membros fundadores foram: Líbano, Egito, Iraque, Síria,

Jordânia, Arábia Saudita e Iêmen. Atualmente a Liga conta com 22 membros e

mais 4 países observadores. Os membros, além dos 7 acima referidos são:

Líbia, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait, Argélia, Emirados Árabes Unidos,

Bahrein, Catar, Omã, Mauritânia, Somália, Palestina, Djibouti, Comores. E

como observadores: Eritreia (desde 2003), Brasil e Índia (desde 2006) e

Venezuela (desde 2007).

E) Referendo no Sudão

O mais novo país do mundo surgiu no dia 09 de janeiro de 2011,

denomina-se Sudão do Sul e já está envolvido em conflitos com Sudão que

registrou no final de agosto de 2011 uma queixa formal contra seu vizinho,

acusando-o de gerar distúrbios nas suas fronteiras. Como é um conflito ainda

muito recente, não há muito que ser trabalhado, mas fica a recomendação

para que estejamos sempre de olho nessa região, ok?

Todavia, é importante saber que em janeiro de 2005, foi assinado o

Tratado de Naivasha, por meio do qual o governo do Sudão decidiu conceder

autonomia à região, objetivando colocar um fim à Segunda Guerra civil

sudanesa.

A Segunda Guerra Civil Sudanesa ocorreu entre os anos de 1983 e

1995, opondo o Norte do Sudão e os rebeldes do Sul. A motivação desse

conflito foi eminentemente religiosa. O governo muçulmano do Norte tentou

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impor a lei islâmica (Sharia) em todo o país, o que não agradou a população

do Sul, cuja maioria é cristã e animista.

Em dezembro de 2005, foi assinada a Constituição Interina do Sudão

do Sul, prevendo a realização de um referendo em 2011, ocasião em que seria

decidido pela manutenção da autonomia regional ou pela independência.

No referendo realizado, o povo decidiu pela independência, por uma

expressiva votação de 98,81%. O resultado do referendo não foi contestado

pelo governo do Sudão e a divisão oficial foi declarada em 09 de julho de

2011. Com isso, surge um dos países mais pobres do mundo e dotado de uma

precária infraestrutura. Para que possamos ter uma noção do que estamos

dizendo, 85% da população do Sudão do Sul vive abaixo da linha da pobreza.

Os EUA já manifestou seu posicionamento oficial de reconhecimento à

independência do Sudão do Sul como um Estado soberano. A ONU, por meio

de seu Secretário Geral Ban Ki Moon, também já se manifestou, comemorando

a celebração pacífica do referendo.

Por fim, quero destacar que no Sudão do Sul estão localizadas as

maiores reservas de petróleo do país (cerca de 75%). Todavia, toda a

infraestrutura está no Norte, o que demandará cooperação entre os dois

Estados.

___X___

Bom, pessoal, por hoje chega, a aula já ficou bastante extensa, né? Lembrem-

se que, qualquer dúvida ou comentário, não se acanhem em utilizar o fórum!

;)

Um forte abraço e até a próxima aula! ☺

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LISTA DE QUESTÕES

1) (CESPE / Escriturário – BRB / 2011 / com adaptações)Em maio de

2011, o líder terrorista Osama Bin Laden — até então um dos homens mais

procurados pelos serviços de inteligência e segurança dos Estados Unidos da

América (EUA) — foi morto.

Com relação a esse fato e às suas consequências, julgue os itens a

seguir.

I – Após a confirmação da morte do líder da Al-Qaeda, o presidente dos EUA,

Barack Obama, declarou o fim da guerra ao terror e informou que as tropas de

seu país serão retiradas do Afeganistão e do Iraque até o dia 31 de dezembro

de 2011.

II – De acordo com informações divulgadas pelas autoridades norte-

americanas, o corpo de Osama Bin Laden não foi enterrado, mas lançado ao

mar.

III – Com a morte de Osama Bin Laden, a Al-Qaeda foi desfeita, uma vez que

também foram mortos, durante a operação planejada pelos militares norte-

americanos, os principais comandantes políticos e militares dessa organização.

Marque a alternativa correta:

a) somente I e III estão corretas

b) somente III está correta

c) somente I está correta

d) somente II está correta

e) as afirmativas I, II e III estão corretas.

2) (CESPE/Pesquisador INMETRO / 2010)O Irã, desde a revolução que

derrubou o xá Reza Pahlevi, tem exercido papel atuante nas relações

internacionais, estando com frequência em destaque devido a conflitos

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com outros países. Assinale a opção correta acerca do relacionamento

do Irã com o restante do mundo.

a) Segundo o posicionamento oficial adotado pelo Irã, o país não conduz,

atualmente, qualquer tipo de pesquisa na área nuclear; suas usinas seriam

apenas remanescentes de programas científicos do tempo do xá Reza Pahlevi.

b) Em 2003, a Agência Internacional de Energia Atômica anunciou que o Irã

ocultara, por mais de uma década, um programa de enriquecimento de urânio.

c) Devido às relações diplomáticas e aos interesses econômicos, os Estados

Unidos da América deixaram claro, durante a administração Bush, que em

nenhum momento estariam dispostos a um ataque preventivo contra o Irã.

d) As sanções impostas ao Irã pelos Estados Unidos da América e pela

Organização das Nações Unidas (ONU) são criticadas pelos países em

desenvolvimento porque o impedem de vender petróleo e gás para o exterior.

e) Recentemente, as exigências internacionais contra o Irã recrudesceram ao

ponto de imporem a proibição a esse país de manter qualquer tipo de pesquisa

na área nuclear, seja civil, seja militar.

3) (CESPE/ TJ-ES / 2011 / com adaptações)O Irã está envolvido em

polêmicas relacionadas ao uso de energia nuclear e à possibilidade de

uso dessa energia para a construção de uma bomba atômica.

Com relação a essa polêmica e aos desdobramentos por ela suscitados,

julgue os próximos itens.

I – Brasil e Turquia selaram acordo com o Irã, mediante o qual este país se

comprometeu a enviar urânio em troca de combustível enriquecido para uso

em aplicações de natureza pacífica.

II – Acompanhando a decisão norte-americana, o Brasil votou a favor de

sanções contra o Irã.

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III – Em junho de 2010, o Conselho de Segurança da Organização das Nações

Unidas aprovou novas sanções ao Irã.

Marque a alternativa correta.

a) CCC

b) CEE

c) ECC

d) CEC

e) EEE

4) (CESPE / Agente de trânsito – Detran-DF / 2003 / com

adaptações)Divididos quanto à guerra ao Iraque, os países do Grupo dos Oito

buscaram cicatrizar o racha diplomático e afinar o discurso de repúdio ao

terrorismo e à proliferação de armas de destruição em massa. Em um

comunicado, os líderes dos países disseram que a disseminação de armas

nucleares e biológicas, além do terrorismo, era “a ameaça proeminente para a

segurança internacional”. O comunicado citou, como pontos de preocupação,

os programas nucleares da Coréia do Norte e do Irã.

Folha de S. Paulo, 3/6/2003, p. A9 (com adaptações).

A respeito do texto acima e de aspectos diversos que podem ser

associados ao assunto nele abordado, julgue os itens seguintes.

Os três países citados no texto — Iraque, Irã e Coréia do Norte —

formam o que a atual diplomacia de Washington denomina de “eixo do

mal”, por considerá-los potencialmente perigosos, o que justifica ação

preventiva dos EUA em relação a eles.

5) (CESPE/ANTAQ / 2009)No Iraque, os EUA derrubaram Saddam

Hussein com relativa facilidade, mas encontraram forte resistência

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posterior, gerando inúmeras baixas, má repercussão internacional e

crescente insatisfação da própria opinião pública norte-americana.

6) (CESPE/IRB / 2009)Nas duas vezes em que atacaram militarmente

o Iraque, em 1991 e na atualidade, os EUA encontraram vigorosa

resistência da população local, em larga medida incentivada pela

reprovação à política de Washington manifestada pelo conjunto dos

Estados árabes.

7) (CESPE/Agente Administrativo – UERN / 2010)O Conselho de

Segurança da ONU manifestou satisfação com as últimas eleições legislativas

realizadas no Iraque, que chamou de passo importante à unidade do país. Os

quinze países-membros do Conselho de Segurança elogiam, em um

comunicado, os iraquianos pela demonstração de “compromisso com um

processo político pacífico, completo e democrático”.“A votação representa uma

etapa importante no processo político, que busca estabelecer a unidade

nacional do Iraque, soberania e independência”, afirma o comunicado.

Veja Online, 9/3/2010 (com adaptações).

A respeito das eleições no Iraque, assinale a opção correta.

a) A última eleição nacional realizada no Iraque foi o segundo pleito desde a

invasão americana ocorrida há quase sete anos.

b) Atentados e explosões ocorreram no dia das eleições, mas não houve

mortos ou feridos.

c) Apenas o eleitorado maior de 30 anos de idade pôde votar.

d) O atual primeiro-ministro é impedido de disputar as eleições no Iraque.

e) Nouri al-Maliki, atual primeiro-ministro do Iraque, é de origem sunita.

8) (FCC/APOFP / 2010)Após classificar a relação com os EUA como a

mais importante para a China, o primeiro ministro chinês, Wen Jiabao,

afirmou que os laços entre os dois países foram seriamente afetados

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pela decisão do presidente americano, Barack Obama, de se encontrar

com o dalai-lama em fevereiro e pelo anúncio de que Washington

venderá US$ 6,4 bilhões em armas para Taiwan.

(OESP, 15/3/2010)

As divergências entre os dois países, indicadas no texto, ocorrem

porque o

a) Tibete e Taiwan representam ameaça à China, já que são países hinduístas

que lutam pela liberdade religiosa e política.

b) Dalai Lama defende enfrentamento armado pela independência do Tibete e

de Taiwan, negando-se a assinar acordos comerciais com a China.

c) Tibete, que nunca pertenceu à China nem a Taiwan, é um protetorado

inglês.

d) O poderio econômico do Tibete, sustentado pelo comércio com os EUA,

ameaça a economia chinesa, e Taiwan representa ameaça à ideologia

comunista na China por ser um centro religioso.

e) Dalai Lama é classificado pelo governo chinês como separatista, na medida

em que busca a independência do Tibete, e Taiwan, por sua vez, é considerada

uma província rebelde que também luta por manter sua autonomia.

9) (FCC/APOFP / 2010)A presidente da Argentina, Cristina Kirchner,

em janeiro de 2010, assinou decreto que ordena o cancelamento da

classificação de segurança (confidencial) a toda informação e

documentação vinculada com as operações das Forças Armadas

durante o período de 1976-1983, salvo aquelas relacionadas ao

"conflito bélico no Atlântico Sul (Guerra das Malvinas) e a qualquer

outro conflito interestatal". Para ela, passados mais de 25 anos do

retorno da democracia, não é possível continuar aceitando a falta de

acesso à informação e documentação, sob pretexto de segredo de

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Estado ou qualquer definição de segurança que impeça o

conhecimento da história recente.

(OESP, 7/1/2010, adaptado)

É correto afirmar:

a) A classificação de “confidencial”, aplicada a "toda informação e

documentação, vinculada com as operações das Forças Armadas" durante o

período de 1976-1983, a que o texto se refere, abrangia apenas os crimes

comuns praticados por militares.

b) A abertura dos arquivos permitirá conhecer toda a documentação referente

à atuação das Forças Armadas da Argentina, no período indicado, relativas ao

confronto com a Inglaterra pela soberania nas Ilhas Malvinas.

c) A medida diz respeito às informações e à documentação sobre violações dos

direitos humanos durante os anos da ditadura militar na Argentina, apontada

por historiadores como uma das mais violentas na América Latina na década

de 1970.

d) As Forças Armadas, anteriormente ao governo de Cristina Kirchner, já

haviam determinado a abertura de seus arquivos para facilitar a transição para

a democracia na Argentina.

e) O conhecimento do passado recente argentino não supõe necessariamente a

abertura dos arquivos das Forças Armadas, pois todos os acusados de crimes

durante a ditadura militar já foram julgados e os desaparecidos, encontrados.

10) (CESPE / Técnico de Nível Superior – UERN / 2010) Na véspera do

Natal de 2009, um grupo de brasileiros foi atacado na cidade de

Albina, no Suriname. O ataque resultou em incêndios, saques e pelo

menos 25 feridos. A respeito desse assunto, assinale a opção correta.

a) O Suriname, país rico devido ao fato de ser ex-colônia da Holanda, atrai

milhares de imigrantes brasileiros todos os anos.

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b) Após o referido ataque, o governo brasileiro rompeu relações diplomáticas

com o Suriname.

c) O ataque em questão decorreu da disputa pela exploração de petróleo no

interior do Suriname.

d) A maioria dos brasileiros que mora no Suriname é composta de garimpeiros

que tentam a sorte nesse país.

e) O governo surinamês pratica política de incentivo à imigração de técnicos e

cientistas brasileiros, o que incomoda a população local e acarreta o tipo de

ataque referido.

O texto abaixo refere-se às questões 11 e 12.

“O presidente da Tunísia, Zine Al-Abdine Ben Ali renunciou em 14 de janeiro de

2011 após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23

anos no poder. Foi a primeira vez que um líder árabe foi deposto por força de

movimentos populares.”

Publicado em http://educacao.uol.com.br/atualidades. Acessado em 16/06/2011.

11)(IBFC / Analista de Promotoria I –Assistente Social – MP-SP /

2011)Acerca do movimento que resultou na renúncia e prisão do ex-

líder tunisiano, assinale a alternativa correta.

a) Os protestos na Tunísia começaram após um jovem de 26 anos ter ateado

fogo em seu corpo após ser impedido pela polícia de vender frutas e legumes

em uma barraca de rua.

b) Os protestos foram motivados pela não adesão da Tunísia à Liga Árabe,

principal instituição política supranacional do mundo islâmico.

c) A queda do presidente tunisiano foi gerada pelos protestos pela fraude

ocorrida nas eleições nacionais em dezembro de 2010.

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d) A Tunísia era o único país islâmico a ter um regime político ditatorial, o que

gerou insatisfação popular e, consequentemente, os protestos que derrubaram

o presidente.

12) (IBFC / Analista de Promotoria I – Assistente Social – MP-SP /

2011)Assinale a alternativa correta em relação aos desdobramentos e

consequências dos protestos tunisianosa outros países da África do

Norte e do Oriente Médio.

a) A mesma onda de protestos atingiu o Marrocos e o Saara Ocidental,

resultando nas quedas de seus respectivos presidentes que, assim como seu

colega tunisiano, também estavam há décadas no poder.

b) Os principais desdobramentos e consequências do acontecido na Tunísia

foram relacionados à também queda do presidente egípcio e de uma onda de

protestos contra o ditador Líbio Muammar Gaddafi, resultando em uma

violenta e sangrenta guerra civil na Líbia.

c) Os acontecimentos foram abafados em outros países árabes pela Liga Árabe

a fim de conter a queda nos preços do barril do petróleo.

d) As consequências dos protestos na Tunísia chegaram até a Palestina, onde

os grupos islâmicos deste país (Hamas e Fatah) se uniram contra o domínio

israelense.

13) (CESPE / Todos os Cargos – Seger – ES / 2011) A explosão de

revolta popular que abalou o Egito e provocou a queda de Hosni

Mubarak, no início de 2011, pode ser explicada pelo fato de ser este

um dos poucos países árabes que não se democratizaram plenamente

ao longo do século XX.

14) (FCC/Escriturário-Banco do Brasil/2011) Ativistas egípcios usam

Facebook e outras ferramentas da Internet para organizar marchas

pelas ruas de Cairo. Milhares de manifestantes entraram ontem

[27/01] em confronto com a tropa de choque da polícia egípcia no

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centro do Cairo. Três pessoas – dois manifestantes e um policial –

morreram.

(O Estado de São Paulo, 28/01/2011, p. A8)

Os protestos no Egito tinham como uma das principais causas

(A) a rivalidade histórica entre os egípcios e os países vizinhos, como a Líbia.

(B) a luta pela retomada de terras, atualmente ocupadas por israelenses.

(C) a tentativa de reduzir a interferência inglesa na política local.

(D) a exigência de retirada das tropas norte-americanas do Iraque.

(E) o regime repressivo do presidente, no poder há três décadas.

15) (IBFC / Oficial de Promotoria I – MP-SP / 2011)Muammar Gaddafi

é considerado um dos piores ditadores do mundo. Ele não hesitou em

usar as Forças Armadas em repressão aos protestos iniciados em

fevereiro de2011. Em relação ao ditador descrito

anteriormente,assinale a alternativa correta.

a) Diz respeito ao comandante supremo da Tunísia, no poder após golpe

militar (apoiado pela antiga URSS) na década de 1970.

b) Gaddafi está há 41 anos exercendo, de forma tirana e ditatorial, o poder na

Líbia.

c) Mesmo após a repressão, o povo egípcio conseguiu derrubar Gaddafi do

poder e hoje o Egito é governado por uma equipe de transição até as novas

eleições, marcadas para novembro de 2011.

d) Alçado de forma democrática ao poder na década de 1980, Gaddafi vem,

através de sucessivas reeleições, mantendo-se no poder, algo que é

considerado pelos analistas internacionais, uma forma velada de ditadura.

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Gabarito

1 D

2 B

3 D

4 CERTO

5 CERTO

6 ERRADO

7 A

8 E

9 C

10 D

11 A

12 B

13 ERRADO

14 E

15 B