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ANAIS 06 a 08 de abril de 2010 Chapecó, SC - Brasil

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ANAIS

06 a 08 de abril de 2010Chapecó, SC - Brasil

I

XXII SSIIMMPPÓÓSSIIOO BBRRAASSIILL SSUULL DDEEAAVVIICCUULLTTUURRAA

llll BBrraassiill SSuull PPoouullttrryy FFaaiirr

ANAIS

06 a 08 de abril de 2010Chapecó, SC - Brasil

II

Associação Catarinense deMedicina Veterinária – Núcleo OesteCNPJ/MF no: 83.697.300/0001-07Inscrição Estadual: IsentoEndereço: Rua Egito, 31 – EBairro: Maria GorettiCEP 89.801-420, Chapecó – SCFone/Fax: 49 3328-4785E-mail: [email protected]: http://www.nucleovet.com.br

Embrapa Suínos e AvesBR 153, Km 110Caixa Postal 21CEP 89.700-000, Concórdia – SCFone: (49) 3441 0400Fax: (49) 3441 0497E-mail: [email protected]: http://www.cnpsa.embrapa.br

Tiragem: 1.000 exemplares

Coordenação Editorial*: Tânia Maria Biavatti CelantEditoração Eletrônica: Roberto César MarcaNormalização bibliográfica: Claúdia Antunez Arrieche

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Suínos e Aves

EMBRAPA 2010

*As palestras foram formatadas diretamente dos originais enviados eletronicamente pelos autores.

Simpósio Brasil Sul de Avicultura (11.: 2010, Chapecó, SC).Anais do XI Simpósio Brasil Sul de Avicultura e II Brasil SulPoultry Fair, 06 à 08 de abril de 2010. - Concórdia: EmbrapaSuínos e Aves, 2010.119 p.; 21 cm.

1. Avicultura – congressos. I. Título. II. Título: I Brasil SulPoultry Fair.

CDD 636.50063

III

PPRROOMMOOÇÇÃÃOO//RREEAALLIIZZAAÇÇÃÃOO

CCOO--PPRROOMMOOÇÇÃÃOO

AAPPOOIIOO

IV

PPAATTRROOCCIINNAADDOORREESS

V

RREELLAAÇÇÃÃOO DDEE PPAATTRROOCCIINNAADDOORREESS

- Adisseo Brasil Nutrição AnimalLtda

- Ajinomoto do Brasil Indústria eComercio de Alimentos Ltda

- Alltech do Brasil AgroindustrialLtda

- Aviagen do Brasil Ltda- Avisite e Revista do Avisite- Beraca Sabará Químicos e

Ingredientes Ltda- Biocamp Laboratórios Ltda- BRDE – Banco Regional de

Desenvolvimento do Extremo Sul- Btech – Tecnologia e Qualidade

em Nutrição Animal- Centro de Diagnostico de

Sanidade Animal - Cedisa- Ceva Saúde Animal Ltda- Cobb-Vantress Brasil Ltda- Conselho Regional de Medicina

Veterinária – SC- Danisco Animal Nutrition- Des Far Laboratórios Ltda - Des

Vet Divisão de ProdutosVeterinários

- Editora Animalworld – RevistaAveworld

- Elanco Saúde Animal Ltda- Embrapa Suínos e Aves- Engormix- Fatec S/A- Formil Veterinária Ltda- GSI- Hidroall do Brasil Ltda- Hidro Filtros do Brasil Indústria e

Comércio de Filtros Ltda- Holus – Assessoria de Eventos- Hubbard do Brasil Avicultura Ltda

- ICC Industrial Ltda- Ilender do Brasil Laboratórios Ltda

/ Amlan International- Intervet / Schering-Plough Animal

Health- JBS S/A- Jornal O Presente- Kemin do Brasil Ltda- Lohmann Animal Health- Lubing do Brasil Ltda- M.Cassab Com. e Ind. Ltda- Mercolab Laboratórios Ltda- Merial Saude Animal Ltda- Mig-PLUS Nutrimentos

Agropecuários Ltda- Metachem Nutrientes- Novus do Brasil Com. e Imp. Ltda- Nutriad Nutrição Animal Ltda- Nutron Alimentos Ltda- Nuvital Nutrientes S/A- Pfizer Saúde Avícola- Phibro Animal Health – Brazil- Plasson do Brasil Ltda- Polysell Produtos Químicos Ltda- Portal Setor Avícola- Revista Agromais- Sanphar Química e Farmacêutica

Ltda- Tectron Nutrição e Saúde Animal- UBA- Vaccinar Indústria e Comércio Ltda- Vetanco do Brasil Importação e

Exportação Ltda- Zinpro Animal Nutrition Brasil Com.

Ltda-- Yessinergy do Brasil Agroindustrial

Ltda

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VI

CCOOMMIISSSSÃÃOO OORRGGAANNIIZZAADDOORRAA

Alexandre Gomes da Rocha

Alexandre Rocha Lima

Artur Valério Cony

Beatriz de Felippe Peruzzo

Carlos Eduardo L. Silva

Elizangela de Mello

Fabio de Medeiros Marcon

Francisco Xavier R. Bersch

Ivomar Oldoni

João Batista Lancini

João Romeu Fabrício

Leandro Luiz Ribeiro

Lenita Moura Stefani

Luis Carlos Farias

Mario Sérgio Assayag

Miguel Ângelo Breda Canal

Nilson Sabino da Silva

Roberto Luiz Curzel

Rodrigo Santana Toledo

Rogério Francisco Balestrin

SSEECCRREETTÁÁRRIIAA

Solange Kirschner

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VII

MMEENNSSAAGGEEMM DDAA CCOOMMIISSSSÃÃOO OORRGGAANNIIZZAADDOORRAA

Prezados Colegas!

O setor avícola já se prepara para o XI Simpósio Brasil Sul de Avicultura,evento que realizamos anualmente e chega a sua 11ª edição. Há mais de umadécada o evento reúne pesquisadores de diversos países e profissionais do setoravícola de todo o Brasil para debater os avanços da avicultura, novastecnologias, descobertas e demandas desse mercado que cresce a cada ano ecoloca o frango brasileiro na vitrine mundial.

Esse ano nossa expectativa é muito boa e pretendemos superar o ano de2009 onde o evento ocorreu no auge da crise. Apesar da situação ainda nãomuito animadora no mercado exportador de frango a expectativa é que 2010 sejamelhor que 2009. Nesta edição pretendemos reunir mais de duas mil pessoasincluindo o simpósio e a feira de produtos e equipamentos destinados àsanidade, diagnóstico, manejo, bem-estar e nutrição animal.

Possuímos a missão de iniciar a segunda década de eventos de sucesso,fazendo o Núcleo Oeste de Médicos Veterinários uma das entidades de classemais pró-ativas do país, mobilizando a cada ano pesquisadores de 3 continentese participantes do Brasil e países do Mercosul. Os SBSAs não possuem comofoco uma temática específica e tradicionalmente são realizados com os mesmosobjetivos de 10 anos atrás: a formação e atualização dos profissionais ligados aavicultura.

Dessa forma a programação de um SBSA é definida levando emconsideração os assuntos de maior interesse da avicultura no momento e, umavez definido o temário, buscamos nas empresas, universidades e centros depesquisa no Brasil e no mundo especialistas em cada assunto, focando trazerinformações com aplicações práticas no dia a dia do setor.

Te esperamos em Chapecó.

Comissão Organizadora

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VIII

PPRROOGGRRAAMMAAÇÇÃÃOO

06/04/2010 - Terça-feira

19h - Palestra de AberturaDr. Marcus Vinicius Pratini de MoraesBrasil

21h30 - Coquetel de Confraternização

07/04/2010 - Quarta-feira

08h30 - Importância do intercâmbio técnico ente o setor público e privadoem prol do desemnvolvimento da avicultura brasileiraDr. Antonio Guilherme Machado CastroBrasil

09h20 - Legislação Internacional para salmonella em carne de frango e suas aplicações na exportação brasileira Prof. Dr. Vladimir Nascimento Brasil

10h10 - Intervalo para o café

10h30 - Reoviroses e seu impacto na produção de frangos de corte Prof. Dr. Antonio José Piantino Ferreira Brasil

11h20 - Mitocoxinas na produção de frangos de corte - fatores de riscoDr. Fang ChiE.U.A

12H10 - Intervalo de Almoço

13h30 - Importância do controle microbiologico na produção de rações para avesDr. Flavio Alves Longo Brasil

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IX

14h20 -Manejo inicial de frangos de corteDr. Claude ToudicFrança

08/04/2010 - Quinta-feira

08h - Vitaminas e mineraisDr. Adriana H. NascimentoBrasil

08h50 - Efeitos da nutrição sobre a qualidade de carcaça de frango de corteDra. Cecile BerriFrança

09h40 - Imunopatologia IntestinalDr. Oscar MolaresE.U.A

10h30 - Intervalo para o café

11h - Atualidades sobre bronquite infecciosaDr. Mário Sérgio AssayagBrasil

11h50 - Efeito imunossupressivos do Vírus da Anemia das GalinhasDr. Taylor BarbosaE.U.A

12h40 - Intervalo de Almoço

14h - Depleção linfocitária bursal e imunodepressão – a subjetividade e asnovas técnicas de avaliaçãoProf. Dr. Lucas Brunelli de MoraesBrasil

14h50 - Avaliando o Sistema Imune nas diferentes estratégias de manejoProf. Dr. Luiz Felipe CaronBrasil

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X

SSUUMMÁÁRRIIOOImportância do intercâmbio técnico entre o setor público e privado em proldo desenvolvimento da avicultura brasileira.................................................Antonio Guilherme Machado de Castro

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A legislação internacional para salmonella em carne de frango e suasimplicações na exportação brasileira...........................................................Vladimir Pinheiro do Nascimento

18

Reoviroses e seu impacto na produção de frango de corte .......................Antonio José Piantino Ferreira

29

Mycotocoxins in broiler production..............................................................Fang Chi

30

A importância do contole microbiológico em rações para aves...................Flavio Alves Longo, Ivone F. Silva e Mario Antonio Lazarin

36

Initial brooding management......................................................................Claude Toudic

64

Vitaminas e minerais...................................................................................Rodrigo S. Toledo e Adriana H. Nascimento

73

Efeitos da nutrição sobre a qualidade de carcaça de frango de corte.........Cecile Berri

85

Produtividade e equilíbrio da fisiotopatologia do aparelho digestivo...........Oscar Morales

96

Atualidade sobre bronquite infecciosa.........................................................Mario Sérgio Assayag

100

Efeito imunossupressivos do vírus da anemia das galinhas (CAV)............Taylor Barbosa

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Depleção linfocitária bursal e imunodepressão – A subjetividade e asnovas técnicas de avaliação........................................................................Lucas Brunelli de Moraes

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Avaliando o sistema imune nas diferentes estratégias de manejo..............Luiz Felipe Caron

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IMPORTÂNCIA DO INTERCÂMBIO TÉCNICO ENTRE O SETORPÚBLICO E PRIVADO EM PROL DO DESENVOLVIMENTO DA

AVICULTURA

Dr. Antônio Guilherme Machado de Castro

Vice-presidente técnico e científico da União Brasileira de Avicultura (UBA)Membro do Conselho Diretivo da Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA)

Diretor do Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Avícola do Instituto Biológicoda Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (IB/APTA/SEAB).

São de conhecimento internacional os títulos que a avicultura brasileiradetém. Maior exportador e terceiro maior produtor avícola do mundo, o Brasil éabsoluto quando o assunto é emprego de tecnologia, o que proporcionou,também, a obtenção dos melhores índices de produtividade e de sanidade doplaneta.

A dianteira do agronegócio avícola mundial não é fruto apenas de fortesinvestimentos, mas também da constante interação entre os setores públicos,privados, instituições, técnicos e o empreendedorismo dos empresarios dacadeia produtiva. Isto, com trabalho bem direcionado, construído a partir de umaforte aliança cooperativa entre os vários elos.

A União Brasileira de Avicultura (UBA), entidade máxima do setoravícola, tem desempenhado especial esforço neste sentido, suportada por umaconstante interação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento(MAPA). Esta aproximação da representação do setor privado com o poderpúblico tornou possível a concretização de diversas iniciativas.

Uma delas é o “Atualização e Harmonização em Defesa SanitáriaAvícola”, evento especificamente voltado para os responsáveis técnicos daagroindústria. Focado em aproximar membros do setor produtivo e técnicos doMAPA, o workshop promove um intercâmbio de informações entre os setorespúblico e privado, buscando solver dúvidas de quem trabalha diretamente com oministério. Já foram promovidas quatro edições, nos Estados de Minas Gerais,São Pauo, Paraná e Rio Grande do Sul. Além do MAPA, os workshops contoucom o suporte das Secretarias de Agricultura dos estados e das associaçõesestaduais.

Outra importante ação promovida em conjunto com o ministério é oPrograma de Compartimentação da Produção, iniciativa que tem por objetivodividir os núcleos de produção nacionais em compartimentos, uma ação pioneira

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na avicultura internacional. Com este projeto, o setor avícola nacional deverá setornar mais efetivo na detecção e combate a eventuais problemas sanitários.

Este canal de comunicação construído pela UBA junto ao MAPAtambém foi fundamental em momentos cruciais para o setor. Um deles foi oadiamento da entrada em vigor da Instrução Normativa (IN) 56, que determinavaa adequação de estrutura das granjas. A prorrogação do prazo, consolidada pelaIN 59, possibilitará às granjas mais três anos - entrará em vigor em 2012 – parao ajuste dos parametros prorrogados.

Há que se destacar ainda os convênios firmados entre UBA e o MAPA,fundamentais para a realização do 21° Congresso Brasileiro de Avicultura – oevento oficial do setor avícola brasileiro - e para a elaboração do Protocolo deProdução Integrada de Frango “Boas Práticas Agropecuárias na Granja”, quetem por objetivo nortear as práticas de manejo realizadas nas granjas brasileiras,abordando temas como ventilação e controle de temperatura, iluminação,espessura da cama, alimentação e água, manipulação dos medicamentos, entreoutros.

O papel do MAPA*

Com a missão institucional de fomentar a produção e odesenvolvimento do agronegócio seja pela manutenção do consumo interno oupela exportação, o MAPA, órgão governamental máximo em questõesagropecuárias, tem entre seus princípios a geração de emprego e renda, asegurança alimentar, a inclusão social e a redução das desigualdades sociais.

Para tanto, elabora e realiza ações políticas em prol do setor sobaspectos mercadológicos, tecnológicos, científicos, organizacionais e ambientais.Suas ações foram a busca de sanidade animal e vegetal, a organização dacadeia produtiva, a modernização da política agrícola, o incentivo àsexportações, o uso sustentável dos recursos naturais e o bem-estar social.

A infra-estrutura básica do Mapa é formada pelas áreas de políticaagrícola (produção, comercialização, abastecimento, armazenagem eindicadores de preços mínimos), produção e fomento agropecuário; mercado,comercialização e abastecimento agropecuário; informação agrícola, defesasanitária (animal e vegetal); fiscalização dos insumos agropecuários;classificação e inspeção de produtos de origem animal e vegetal; pesquisatecnológica, agrometeorologia, cooperativismo e associativismo rural;eletrificação rural; assistência técnica e extensão rural.

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As Delegacias Federais de Agricultura e as empresas atreladas aoMAPA – Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet),a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a Companhia deEntrepostos e Armazéns de São Paulo (Ceagesp), a Companhia de Armazéns eSilos do Estado de Minas Gerais (Casemg) e a Centrais de Abastecimento deMinas Gerais (Ceasa/MG) – também promovem políticas públicas voltados aoagronegócio.

As Secretarias Estaduais **

Braço dos governos estaduais no agronegócio, as Secretarias deAgricultura estaduais tem papel fundamental no fortalecimento nodesenvolvimento agropecuário. Ações como assisténcia técnica, extensão rural,trabalhos em prol da sanidade da produção, produção, segurança alimentar,abertura de créditos, geração de tecnologia e informação, entre outros,constituem o leque de atuação destes órgãos.

Especialmente no que tange à sanidade, as Secretarias – por meio desuas Defesas Agropecuárias - tem papel fundamental no controle do transitoanimal, e no combate às enfermidades. Caso típico que ilustra esta importânciafoi a detecção em 2003 de focos de laringotraqueíte infecciosa na região deBastos (SP), principal pólo de produção de ovos do país. Na época, graças a umrápido e bem estruturado trabalho promovido em parceria entre produtores e aSecretaria paulista, foi possível controlar a disseminação da doença.

O Instituto Biológico***

Fundado em 26 de dezembro de 1927, o Instituto Biológico é hojereferencia em soluções para o agronegócio. Contribui da melhor maneira para odesenvolvimento, a redução dos custos de produção, a inclusão social e apreservação ambiental, colaborando para o bem estar da população. É oprimeiro centro de formação de cientistas e de debate científico no Estado deSão Paulo. Aqui foi discutida a criação da Sociedade Brasileira para o Progressoda Ciência (SBPC) e fundada a Sociedade Brasileira de Entomologia. Emreuniões semanais, abraçava-se o conteúdo da ciência no Brasil e no exterior,absorvendo o conhecimento dos participantes e dos conferencistas, provocandoo ideal da ciência completa para o desenvolvimento do País.

Tem como missão desenvolver e transferir conhecimento científico etecnológico para o negócio agrícola nas áreas de sanidade animal e vegetal,suas relações com o meio ambiente, visando a melhoria da qualidade de vida da

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população. Seu grande desafio como instituição, hoje, é aliar um histórico decontribuições a um presente que exige excelência e prontidão de resposta a umasociedade em profunda transformação, com alteração no perfil do controle daspragas e doenças, com interferência de fatores relacionados ao modelo dedesenvolvimento econômico, às alterações ambientais, às migrações e aointercâmbio internacional.

Atuando na solução de problemas sanitários da agropecuária paulista ebrasileira, o IB ganhou projeção internacional ao longo de seus 80 anos deexistência. Nesse tempo, passou por várias reformas em sua organização. Amais recente aconteceu em 2002, quando da reorganização da Agência Paulistade Tecnologia dos Agronegócios - APTA, órgão que coordena os institutos depesquisa da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA). Várias unidadesno interior do Estado de São Paulo deixaram de fazer parte do Instituto Biológicoe se aglutinaram em Pólos Regionais unindo-se às diversas instituições da SAA.

O IB desenvolve um grande número de programas de pesquisa, muitodeles em parceria com entidades nacionais e internacionais, para atender o setorprodutivo em suas diversas áreas de atuação.

Conta atualmente com uma equipe multidisciplinar de excelência comvárias formas de capacitação. Conta com laboratórios credenciados peloMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), entre outras áreas,em Sanidade Avícola.

A atividade científica é dividida entre o complexo de laboratórios daSede pertencente aos Centros de Pesquisa e Desenvolvimento de SanidadeAnimal, Vegetal e Proteção Ambiental, além de Museu com um Centro deMemória. No Município de Descalvado, o Centro Avançado de Tecnologia doAgronegócio Avícola. Em Bastos, a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento.Em Campinas o Centro Experimental Central que, além de possuir várioslaboratórios na área vegetal, mantém campos experimentais. A esse somatóriode conhecimento, alia-se pesquisa, desenvolvimento tecnológico e produção debens, com esforços direcionados para ações de grande impacto social.

José Reis **** - Membro histórico do Laboratório de Bacteriologia daDivisão Animal do Instituto Biológico, José Reis fez parte da composição dosmembros científicos do IB desde a década de sua fundação, entrando no institutoem 1929. Na antiga Seção de Ornitopatologia, José Reis desenvolveu suasatividades de pesquisa. "Nunca uma instituição de pesquisa de patologia animalestudou tanto sobre doenças das aves e nunca um volume tão grande deinformações sobre avicultura havia sido sistematizado, como fora feito por três

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pesquisadores, José Reis, Anita Swensson Reis e Paulo da C. Nóbrega", disseDr. Henrique da Rocha Lima, Diretor do Instituto Biológico naquela época.

O termo ornitopatologia foi criado por José Reis. Anteriormente usava-se o termo ornitoiatria. Ele justificou a criação desse termo por estudar asdoenças das aves de maneira global, desde a etiologia até a patogenia e aanatomia patológica e, para concluir, indicando as medidas de prevenção eterapêutica, não como um assunto clínico. Nesse assunto, preparou para osprodutores avícolas inúmeros folhetos em linguagem acessível. Mais tarde,organizou esses folhetos em um único livro que recebeu ótima acolhida dosleitores interessados no assunto.

Figurava-se cada vez mais José Reis como um verdadeiro divulgadordo conhecimento. Graças aos seus esforços de assistência e educação técnicas,o Instituto Biológico passou a centralizar e a coordenar toda a ação dos criadoresde aves do Estado de São Paulo.

José Reis gostava das coisas que produzissem algo melhor para osprodutores. Executava a verdadeira cadeia de conhecimento: atendia ademanda, estudava a doença, pesquisava o melhor caminho para detectá-la,aplicava seu conhecimento, desvendava para a comunidade o mistério dadoença e empregava toda essa gama que permeava seu modo de ser, inovandoa divulgação da pesquisa que era, então, privilégio somente para alguns. Essadivulgação nunca deixou de ser a pesquisa propriamente dita, pois ela ia aoencontro dos anseios dos produtores que tinham, no Instituto Biológico, o meiopara a solução de seus problemas.

Por vários anos, ao arquivar suas anotações do dia-a-dia, suasconversas com os avicultores, suas palestras para os produtores das maisdiversas cooperativas, inclusive de países vizinhos, suas fichas de necropsias,seus trabalhos científicos, enfim seus mais completos arquivos propiciaram,juntamente com o Dr. Paulo da Cunha Nóbrega e com a colaboração dos Drs.Annita S. Reis, Raphael de Castro Bueno e M. Giovannoni, o inigualável "Tratadode Doenças das Aves". Anota José Reis: "Para conseguir um trabalho mais oumenos eficiente em relação às doenças de aves, eu tive de passar uns 6 anossem pensar noutra coisa, atolado em galinha até as orelhas...". O Prof. RochaLima diz na apresentação do livro citado acima: "obra com o caráter de umtratado sobre o assunto profundo e longamente estudado e investigadopraticamente por seus autores até terem adquirido autoridade científicanecessária para garantir a excelência de uma tal fonte de ensinamentos".

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Outras parcerias

Além do MAPA, a UBA tem executado trabalhos com vários órgãos dopróprio setor privado. Um deles, em parceria com a Associação Brasileira dosProdurores e Exportadores de Frangos (ABEF), Associação Brasileira dosProdutores e Exportadores de Carne Suína (ABIPECS) e o Sindicato Nacional daIndústria de Alimentação Animal, findou na criação de grupos de trabalhos paradiscutir questões como desoneração de PIS/COFINS e o Decreto n° 4.680, quedetermina que “ todo alimento e ingredientes alimentares destinados ao consumohumano ou animal, que contenham ou que sejam produzidos a partir deorganismos geneticamente modificados, informem a existencia de transgenia noproduto”.

Outro tópico ostensivamente trabalhado pela entidade nacional é aformatação de um seguro específico para o setor avícola. Para tanto, empresasespecializadas em seguros têm sido consultadas. A formatação de um seguropara a avicultura está em andamento e, em breve, deverá estar disponível para osetor.

Como entidade máxima do setor, a UBA também tem executado açõesrepresentativas junto aos órgãos internacionais, como a AssociaçãoLatinoamericana de Avicultura (ALA), onde prestou pleno suporte para aelaboração documento do Codex Alimentarius – braço sanitário da FAO - quedestaca o controle de Salmonella e Campylobacter na carne de frango. Aassociação brasileira também tem disponibilizado seu “know-how” para aelaboração de um protocolo de bem estar animal.

*Com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

** Com informações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado deSão Paulo

*** Com informações do Instituto Biológico, de São Paulo

**** Acervo Memórias do Instituto Biológico, de São Paulo

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A LEGISLAÇÃO INTERNACIONAL PARA SALMONELLA EMCARNE DE FRANGO E SUAS IMPLICAÇÕES NA

EXPORTAÇÃO BRASILEIRA

Dr. Vladimir Pinheiro do Nascimento

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)Faculdade de Veterinária

Centro de Pesquisa em Patologia Animal (CNPA)

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REOVIROSES E SEU IMPACTO NA PRODUÇÃO DE FRANGODE CORTE

Dr. Antonio José Piantino Ferreira

(O autor não enviou a palestra em tempo de hábil para constar nos anais)

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MYCOTOXINS IN BROILER PRODUCTION

Dr. Fang ChiAmlan International, Chicago, USA

Introduction

Mycotoxins are secondary metabolites produced by fungi. Over 400known mycotoxins have been identified today with aflatoxin, fumonisin, vomitoxin,and zearalenone having the most attention by industry and the most research byacademy. An estimated 25% of world’s food crops are contaminated by one orseveral mycotoxins, and therefore, understanding what mycotoxin does toanimals and the mode of action of each mycotoxin is important for animalproducers to properly control mycotoxins and prevent economical loss.

A presentation focused on the effects of mycotoxins on age, sex, andspecie differences was presented in city of Iguassu Falls August 2009. It is myhonor to be invited by your organization, to come to beautiful Chapeco to discuss‘mycotoxins and broiler production’. Before starting today’s presentation, a fewhighlights from my last year talks regarding mycotoxins are listed below:

1. Mycotoxicosis is a disease

a. When mycotoxins are present in feed, the nutritional analyses ofthe feed, such as crude protein, amino acids contents, and grossenergy etc, are not affected.

b. However, mycotoxins can reduce nutrient bioavailability byreducing the digestibility, increasing protein turnover, and shiftingenergy for damaged tissues regeneration rather than normalgrowth.

c. Mycotoxins affects the animals rather the feed nutrient profile.Therefore, it is a disease problem not a nutritional problem.

2. Response to mycotoxin is specie, age and sex dependent

a. Young animals show stronger response to the consumption ofmycotoxin than matured animals.

b. Pig, duck and turkey are the most sensitive species to mycotoxinchallenge among farm animals. Broilers are much less sensitiveto Fusarium mycotoxins than pig and duck.

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c. Zearalenone, an estrogenic mycotoxin, causes tremendousreproduction loss in sow and cow but has little effect in layer andbroiler breeder.

Three topics will be discussed and reviewed here today. First topic ismycotoxin and immune response in broiler. Second topic is mycotoxinmetabolism in broiler. By understanding the metabolism of different mycotoxins,we can make right decision to treat affected animals and to prevent mycotoxicosisoccurred. The last topic is risk assessment of mycotoxins. When going throughthe risk assessment exercise, a company may be able to make correct businessdecision on managing annual profit and loss due to mycotoxins.

Immunosuppression of mycotoxins

Suiai and Dvorska (2005) in their chapter of the Mycotoxin Blue Bookindicated that “…mycotoxins are one of the most immunosuppressive factors inanimal diets.” Many studies have investigated the impact of mycotoxins on theimmune system in poultry. For instance, Smith et al. at the University of Guelphhad published over 10 papers on the effects of Fusarium mycotoxins in broiler,turkey, layer, and broiler breeder during the first decade of 21 century. Others,such as Santin et al. (2002), Girish and Devegowda (2004), and Danicke et al.(2003) also showed feeding T-2 toxin, zearalenone, and DON reduced broilerantibody titers after vaccination against Newcastle. Aflatoxin was also shown inmany species that reduced both cellular and humoral mediated immuneresponses, such as reduced lympocytes and serum immunoglobulins.

Lipopolysaccharides (LPS) are endotoxins from cell walls of gram-negative bacteria. They have strong immune response, found in animalproduction, and stimulate cytokines production. LPS was used in many researchto mimic pathogen challenge in various lab. For instance, at University ofMissouri, chicks fed combination of aflatoxin and LPS showed significant increasemortality as compare to chicks given either aflatoxin or LPS alone. Similar resultswere also found in turkey poults (Guaiume, 2005). Tayer et al. (1991) reportedthat a combination of LPS and T-2 toxin resulted in 100% mortality in mice;however, LPS or T-2 toxin alone resulted in 0% and 20% mortality, respectively. Itindicates the synergistic effects of mycotoxins and bacteria toxins. Chicks fedochratoxin for 2 weeks followed by E coli or salmonella pathogen challenges alsosignificantly increased death rate by 17 or 21%, separately.

Besides impair cellular and humoral immune reactions, mycotoxins alsodisrupt intestinal barriers by damage the intestinal epithelium. For instance, T-2toxin, DON and ochratoxin inhibit protein synthesis and reduce epithelial turnover.

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Un-excreted fumonisin can be converted to a more toxic compound in theintestine and damage intestinal epithelium. It increases pathogen translocationand decreases nutrients absorption and make a huge loss in broiler production.

Metabolism of mycotoxins

Each mycotoxin has its own unique metabolism, due to time constrainonly aflatoxin (AFL), DON and fumonisin (FUM) will be discussed in thepresentation and their metabolism is summarized in the Table 1. Most ofmycotoxins are quickly absorbed in the intestine except FUM. For instance, about90% of ingested AFL and DON are absorbed in the small intestine, but only 1-3%of FUM is estimated absorbed in the chicken. Enterohepatic circulation is themain route for AFL excretion. On the other hand, kidney is the major route forDON excretion. Half-life of AFL and DON is, therefore, very different whereas AFLcan accumulate in the broiler body and DON can not.

Table 1. Summary of AFL, FUM and DON metabolism

Aflatoxin Fumonisin Vomitoxin (DON)

Chemical Formula C17H12O6 C34H59NO15 C15H20O6

Molecular Weight 312 722 296

Fungi Aspergillus Fusarium Fusarium

Absorption 90% 1-3% 90%

Major Site Small Intestine -Small

Intestine

Excretion

Feces 60-70% 60-70% 20%

Uric Acid 20% Trace 60-70%

Half-life Hours (12-24) nd (Days ?)Minutes (20-

30)nd – not determined

Low absorption of FUM in animal is puzzled by researchers. Why there isa huge economical loss of feeding FUM each year worldwide if its absorption islow? It turns out that over 25% of ingested FUM were recovered in the intestinaltissues and not excreted in feces. It and its metabolites impair intestinal epithelial

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cell and therefore increased pathogen colonization, translocation, and reducednutrients digestibility and absorption.

Risk assessment of mycotoxins

So what else can we do regarding mycotoxin besides using mycotoxinbinder? There is a lot of information available out there and how can we providevalue to the company business decision making? And what value can we bring into serve farmers better?

My answer is modeling. A paper published in Nutrition Research Reviewsby University of Wageningen (2003) was selected in following discussions. Itreviewed the impact of low concentrations of AFL, DON or FUM on weight lossusing many feeding data in pig and broiler, and reported in regression of weightloss against each mycotoxin. It is a great academic paper but not useful toindustrial application. Problem is without mycotoxin challenge the regressionmodel still shows a negative impact on broiler growth. If we can make someadjustment, for instance, add 0% weight reduction when no mycotoxin presentedin feeds, and use data in low mycotoxin concentrations. This way, we can comeup another regression line. Using AFL effect on weight gain as example, the twolines cross around 300 ppb AFL level with about 220 g weight loss in the model.Base on the two lines, we can generate estimated data and use polynomial modelto define the AFL effect on broiler weight gain. We can use similar approach tomodel other mycotoxin impact on broiler weight loss.

Once the biological model is defined, we can build an economicalanalyses based on the biological model with variables, such as price of bird, FCRand final market weight etc. For instance, if the AFL, DON and FUM were 30,300, and 3,000 ppb, separately, in feed, the loss body weight was 25.84, 1.11,and 0.72 g per bird.If a company processed one million birds a week, and the price of bird was R$1.6/kg, the potential loss due to mycotoxins would be R$ 41,500 a week. If acompany processed one million birds a day, the potential loss could be over R$15 million. That is a lot of money.

The model not only indicates the potential economical loss but also assistyou making decisions. Among the total 27.67 g, the impact from AFL contributedover 90%. FUM resulted in less than one gram loss per bird with 3,000 ppb whichis 100 times more than AFL contamination. So, which mycotoxin is moreimportant to deal with in broiler production? You have the answer now. Broilerbusiness is so dynamic today; you not only compete each other here but alsocompeting with others globally. I see a good leader will not try to avoid the risk but

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make right decision to minimize the risk. With the risk assessment model and tool,it clearly helps us making right decision.

Conclusion

Presence of mycotoxin is ubiquitous. To successfully managemycotoxicosis, we shall begin with quality ingredients management, such asestablishing SOP for raw materials procurement and storage to minimize themycotoxin risk. We can also use certified mycotoxin binder to preventmycotoxicosis clinical and sub-clinical problems in broiler. A comprehensivereview of different types of mycotoxin adsorbents/binders available in the markethas been achieved by Huwig et al. (2001). It is a useful reference for nutritionistsand producers who work in the front line. It is important to remember asuntreated mycotoxin contaminated feeds fed to broiler, it may reduce broilergrowth performance and alter its immune system. No matter how strong thenutrition and health programs will be, if we can not control mycotoxin, we willnever achieve the greatest genetic potential and make the greatest profit out of it.Therefore, controlling mycotoxin is the key in managing the peak performance ofbroiler.

References

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A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE MICROBIOLÓGICO EMRAÇÕES PARA AVES

Flavio A. Longo, Ivone F. Silva e Márcio A. LanzarinBtech Tec. Agrop. e Comércio Ltda

Introdução

Hoje em dia é indiscutível a necessidade do controle da presença demicrorganismos nas rações de aves, devido principalmente às mudançasrecentes nas questões de regulamentações de segurança dos alimentos e oaumento das exigências dos consumidores. Também, a presença dessesmicrorganismos em rações de aves deve ser considerada no que diz respeito àbiosegurança dos próprios lotes e o desempenho dos animais (Richardson eLongo, 2008).

Estatística publicada em 2009 pelo FDA (Food and Drug Administration –EUA) destaca cerca de 82 milhões de casos de intoxicação alimentar, quelevaram a 350 mil internações hospitalares e quase 8 mil mortes, sendoidentificados quase 800 tipos diferentes de produtos alimentares comocausadores, destacando-se principalmente os derivados da carne de frango.Vargas (2005) apresentou que, dos tipos e incidência de doenças alimentares emhumanos, quase 66% são provocadas por microrganismos como as bactérias.Na União Européia, durante o ano de 2007 foram registrados mais de 155 milcasos de salmonelose, sendo que um grande número de casos pode não ter sidoregistrado. Sem dúvida, os alimentos são considerados os principais vetores desalmoneloses para humanos, destacando-se os alimentos de origem animal(European Food Safety Authority, 2009).

Dentre as diferentes vias de contaminação, uma delas seria nos animaisquando alimentados com rações contaminadas por bactérias. Esta infecção podecausar doenças clínicas, prejuízos no desempenho dos animais através dosefeitos sub-clínicos e também torná-los vetores assintomáticos da contaminaçãopara o homem. Têm sido destacadas na literatura comprovações da relaçãoentre a presença de microrganismos na ração e consequentemente nos animais,como em frangos de corte (Boyer et al, 1962; Shapcot, 1985; Wierup et al, 1988;Davies et al 2001), perus (Zecha et al, 1977; Primm, 1998; Nayak et al, 2003),suínos (Newell et al, 1959; Kranker et al, 2001; Davies et al, 2004; Osterberg etal, 2006) e também bovinos (Glickman et al, 1959; Jones et al, 1982; Davis et al,2003). Existe uma relação de altos níveis de contaminação por bactérias emrações com perdas de produtividade em aves (Tabib et al, 1981); e o próprio

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reconhecimento da ração de aves como um vetor de bactérias como aSalmonella para os alimentos (Corry et al, 2002; Shirota et al, 2001 e 2002;Bastianelli e Le Bas, 2002; Bucher et al, 2007).

Os microrganismos em ingredientes e rações

Os ingredientes de rações dos animais apresentam frequentemente acontaminação por Salmonella (Kidd et al, 2002; Jones e Richardson, 2004;Dargatz et al, 2005; Veterinary Laboratories Agency, 2006). A principal fonte decontaminação de ingredientes, assim como grãos e sementes oleaginosas, é opó que vem do próprio solo através do vento, da chuva e da retirada mecânica.Os insetos, roedores e aves selvagens também podem contaminar grãos após acolheita, durante o transporte e no armazenamento (Fleurat-Lessard 1988;Multon 1988; Poisson e Cahagnier, 1988; Maciorowoski et al, 2004). Ou seja, osingredientes vegetais e cereais podem entrar em contato direto com desafiosambientais com contaminações durante o plantio, colheita, armazenagem e nopróprio transporte.

No caso dos ingredientes de origem animal, a própria matéria-primaapresenta risco alto de contaminação (Nesse et al, 2003; Oyarzabal, 2007), alémdas condições ideais que favorecem o desenvolvimento dos microrganismos queestão relacionados ao processamento inadequado dessa matéria-prima (i.e.tempo e temperatura de cozimento); e também a contaminação ambiental naplanta de processamento que passa a ser uma via de recontaminação do produtofinal. Um monitoramento realizado pela indústria de produção de rações da UniãoEuropéia verificou que as farinhas de origem animal estão contaminadas porSalmonella, sendo que em 2005 foram observados 14,9% de positividade,entretanto, em 2006 houve uma redução para 8,3% (Anon, 2007).

Na Tabela 1 é possível observar que de maneira geral os principaisingredientes (origem vegetal ou animal) apresentam risco de presença dacontaminação por Salmonella sp.

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Tabela 1. Estatística da contaminação (presença) por Salmonella de amostras deingredientes coletadas na União Européia.

Ingrediente Salmonella Sp (%)Número deAmostras

Milho 2,43 1315

Farelo de Soja 2,78 5937

Oleaginosas Holanda 2002 5,95 9305

Farinha de Carne 1,48 7102

Farinha de Peixe 3,13 6670

Proteínas Animais 0,84 42000

Proteínas Vegetais 2,30 77481Adaptado de Report on trends and sources of zoonotic agents in European Union and Norway, 2002

Na Espanha, Prió et al (2001) realizaram um estudo sobre o nível decontaminação por Salmonella sp e Clostridium perfringens nos principaisingredientes disponíveis para nutrição animal e foi identificado que essacontaminação está presente nos diferentes ingredientes e de forma bastantevariada (Tabela 2).

Tabela 2. Incidência (%) de contaminação de diferentes ingredientes presentes naEspanha.

Ingrediente(n = número de amostras)

Salmonella sp (%)Clostridiu

m (%)Farelo de trigo (n=85) 28,3 35,2Cevada (n=123) 16,3 10,2Milho (n=298) 1,1 1,2Farelo de soja (n=464) 10,8 5,3Farelo de girassol (n=70) 10,9 13,3Farinha de carne (n=109) 17,4 33,6Farinha de peixe (n=61) 13,6 11,4

Adaptado de Prió et al (2001)

Considerando um levantamento de 2049 amostras analisadas,Richardson (2008) destacou que a bactéria Clostridium perfringens também podeser isolada em diversos ingredientes utilizados na alimentação de aves e suínos(Tabela 3). Os níveis de contaminação dessas amostras variaram entre 10 FC/gaté 2000 UFC/g

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Tabela 3. Incidência de Clostridium perfringens em ingredientes utilizados emrações.

Tipo de Ingrediente Clostridium perfringens (%)

Grãos de cereais 9,8

Subprodutos de grãos de cereais 50

Farelos de oleaginosas 9,3

Farinhas de proteína animal 38,5

Farinha de peixe 31,1

Óleos vegetais 72,7

Gordura animal 0Fonte: Adaptado de Richardson (2008)

As fontes de proteína de origem vegetal que são processadas em plantasde produção de óleo (i.e. farelo de soja, farelo de canola, etc) sãoparticularmente mais propensas à contaminação por Salmonella (Morita et al,2003; European Food Safety Authority, 2006a). Em levantamento sobre acontaminação por Salmonella realizado no ano de 2004 em uma planta deprocessamento e armazenagem de farelo de soja localizada na América do Sul,foram coletadas 3120 amostras do farelo de soja durante a expedição, as quaisforam agrupadas em 60 amostras compostas para análises laboratoriais, sendoidentificado positividades para essa contaminação em cerca de 38% dasamostras. Neste mesmo levantamento foi observado que a poeira ambiental eraa maior fonte de contaminação do ingrediente, pois de 100 amostras coletadas,que foram agrupadas e analisadas em 10 amostras compostas, identificou-se50% de presença de Salmonella sp. Wierup (2006) confirmou os resultadosdesse levantamento quando apresentou que na Suécia, durante os anos de 2004e 2005, foram identificados 14,6% de positividade para Salmonella sp no farelode soja importado, e que se fosse isolado somente o farelo de soja provenienteda América Latina esse número podia ser multiplicado por dois.

A umidade é também considerada um dos mais importantes fatores paraa multiplicação microbiana. Tem sido observado que grãos de cereais e raçõescom alta umidade apresentam um nível maior do que o normal de bactérias efungos (Tabib et al, 1981; Richardson, 2000). Durante o armazenamento, o nívelde umidade, a porcentagem de grãos quebrados e a porcentagem de finos sãoconsideradas os fatores mais importantes no controle do crescimento demicrorganismos. Nos grãos de milho existe uma correlação entre o nível defungos e o nível de bactérias (Tabela 4), o que tem sido observado também emoutros tipos de grãos de cereais, bem como em farelos de sementes de

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oleaginosas, porém essa correlação não é observada em farinhas de origemanimal.

Tabela 4. Relação entre o nível de contaminação por fungos e bactérias no milho.Tipo de Microrganismo (% das amostras)

Nível de contaminação(UFC/g) Fungos

BactériasTotais

Enterobactérias

<30 1,1 0 27,1

30 – 100 3,2 5,1 11,9

100 – 1.000 25,5 20,3 18,6

1.000 -10.000 36,2 33,9 23,7

10.000 – 100.000 19,2 16,9 15,3

100.000 – 1.000.000 10,6 16,9 3,4

>1.000.000 4,25 6,8 0

Total 100 100 100Adaptado de Richardson (2000)

Como principal fonte de contaminação das rações pode ser consideradaos próprios ingredientes, sendo que em grãos e sementes de oleaginosas alémde poder ser encontrada uma grande variedade desses microrganismos, os quaissão extremamente resistentes a condições de baixa umidade e podem sobreviverpor um longo período de tempo, os níveis que têm sido observados na literaturadessas contaminações variam de 5 x 103 até 1,6 x 108 UFC/g (Richard-Molard,1988; Multon, 1988).

Quando os ingredientes não estão contaminados, a poeira presente nafábrica parece ser a principal fonte de contaminação por Salmonella da ração. Aincidência de contaminação em amostras de poeira em fábricas de ração temsido observada em torno de 10 a 50% (Nape, 1968; Van Schothorst e Oosteram,1984; Jones et al, 1991). As partículas de poeira apresentam uma grande relaçãoentre a superfície de contato e o peso e são mais capazes de absorver umidadedo ar ambiente do que a própria ração ou os ingredientes (Jones e Wineland,1994). Essas partículas de pó com alta umidade dão condições para ocrescimento de fungos e bactérias, como a Salmonella.

Um outro vetor de contaminação para dentro das fábricas de rações quenão pode ser esquecidos são os próprios operadores de fábrica, e por isso,destaca-se a necessidade de capacitação e conscientização dos mesmos para osucesso da redução dos desafios e do controle microbiológico. As estratégias dese evitar a introdução da contaminação na fábrica se justificam, pois a partir da

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introdução de microrganismos como a Salmonella, essa contaminação seguequatro passos: a introdução, a adaptação/distribuição, a multiplicação efinalmente a disseminação. Esse processo de contaminação pode levar até 12meses para completar o ciclo, e esse tempo é dependente das condições quesão encontradas na fábrica, assim como nutrientes, umidade, temperatura, etc(Best, 2007). O fato agravante da introdução da Salmonella em silos,equipamentos e nas linhas de processamento de fábricas de ração é acapacidade dessa bactéria de formar biofilmes, que a protege contra açõesdesinfetantes e favorece seu desenvolvimento e permanência no interior dosistema de produção (Vestby, 2010)

A contaminação por Salmonella é frequentemente encontrada em rações,inclusive rações que foram processadas por peletização (Cox et al, 1983;Veldman et al, 1995). Dados publicados pelo European Food Safety Authority(2006a) demonstram que a contaminação por Salmonella de rações para avesem alguns países da comunidade européia pode chegar em torno de 6%, poréma maioria dos países apresentam incidência na faixa de 0 a 1,5%.

Na Espanha foi realizado um estudo sobre a incidência de Salmonella emrações durante o ano de 2007. Um total de 700 fábricas foram visitadas e 2100amostras de rações analisadas. De resultados preliminares que forampublicados, das 308 fábricas analisadas apresentaram a incidência de 3,5% paraSalmonella sp nas rações (Sobrino, 2008).

Na Tabela 5 são apresentados os resultados de um levantamento deliteratura, os quais demonstram que tanto rações fareladas quanto peletizadaspara aves não estão seguras quanto à ausência de contaminações por bactérias,seja por Salmonella ou outro tipo de microrganismos como a Escherichia coli ouListeria.

Tabela 5. Incidência (%) de bactérias em rações.Tipo de Ração Salmonella sp E. coli ListeriaFarelada - Aves (FR)1 8,3 61,7 27,1Farelada - Aves (FR) 2 0 NA 25Peletizada - Aves (FR) 1 1,7 1,7 0Peletizada - Aves (FR) 2 0 NA 13,3Peletizada - Aves (GR) 2 57,1 NA 100

FR – Amostra coletada na Fábrica de ração / GR – Amostra coletada na Granja;NA – Microrganismo não analisado;Adaptado de 1 Blank et al (1996) 2 Whyte et al (2003).

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Um dos fatores mais importantes a serem considerados dentro de umsistema de produção de rações e na logística de entrega dessa ração nocomedouro da granja até o animal é a área em que se encontra o risco dapresença de microrganismos, além das condições que são dadas para essesmicrorganismos sobreviverem e até se multiplicarem, consequentementeexpondo a ração ao risco da contaminação. A prevalência de Salmonella noambiente de fábricas de rações tem sido destacada frequentemente em áreasantes do processamento térmico (peletização), bem como também após oprocessamento térmico. Uma alta incidência é verificada em amostras de poeiraambiental na área da fábrica após o tratamento térmico, nos caminhões deexpedição das rações e dentro do sistema de resfriamento das raçõespeletizadas (Davies e Wray, 1997; White et al, 2003).

Em estudos realizados por Richardson (2006), verificou-se que, além dapresença de diferentes microrganismos nas rações em diferentes fábricas,sempre o nível de contaminação de amostras de rações coletadas no silo dagranja (nível de contaminação que o animal está recebendo) é maior que o nívelde contaminação de amostras de rações coletadas na expedição da fábrica(Tabela 6). Esse perfil de resultado demonstra que diferentes estratégias paracontrole da contaminação microbiológica devem ser estabelecidas também, alémdos horizontes da fábrica para se garantir que o alimento destinado ao animalesteja seguro.

Tabela 6. Contaminação microbiológica de rações em quatro diferentes fábricas de rações avaliadas durante a expedição e no silo da granja.

FábricaLocal de

AmostragemFungos(UFC/g)

Bactérias Totais(UFC/g)

Enterobactérias(UFC/g)

Salmonella sp (%)

1 expedição 110 14.780 143 NDsilo granja 5980 34.650 540 ND

2 expedição ND 21.000 ND NDsilo granja 5324 445.000 2.490 25

3 expedição 33 3.960 ND NDsilo granja 979 27.250 ND 25

4 expedição 44 10.170 ND 11silo granja 653 18.890 33 33

Adaptado de Richardson (2006)

O controle de microrganismos na ração

As principais estratégias para a redução e eliminação da Salmonella emrações são baseadas no monitoramento e controle da contaminação dosingredientes, controle e monitoramento de processos, através de ferramentas de

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BPF e HACCP, tratamento térmico durante a produção de rações e o tratamentoquímico aplicados em um ou mais estágios da produção e armazenagem. Asdiferentes estratégias são sempre complementares, ou seja, nenhumaferramenta isoladamente é 100% eficiente, além de virem associadas a custos ealgumas limitações técnicas (Wales et al, 2010).

Os princípios básicos propostos pelas Boas Práticas de Fabricação(BPF) são considerados como um ponto de partida do controle microbiológico,visando a redução dos riscos de contaminação microbiológica, potencializando oresultado de outros métodos para controle dos pontos críticos, seja por calor outratamento químico.

O tratamento térmico, como a peletização, expansão e extrusão, tem sidoapresentado na literatura como ferramenta para reduzir a incidência de fungos ebactérias em rações, incluindo a Salmonella (Tabib et al,1984; Stott et al, 1975;Veldman et al, 1995; Best, 2007; EFSA, 2008). Os trabalhos sobre os efeitos dascondições do processo de peletização na redução da contaminação microbianatêm dado ênfase na eliminação da Salmonella e outras enterobactérias da ração(Riemann, 1996; Veldman et al, 1995; Tabela 7 e Tabela 8). A eficiência depeletização em reduzir a contaminação por Salmonella tem sido apresentadacomo dependente do tempo, temperatura e a umidade da ração. Obter e manteruma condição ideal para o processo de peletização na fábrica de ração é sempremuito difícil, devido a flutuações principalmente na qualidade do vapor,diferenças na formulação de ração e as diferenças dos níveis de umidade dosingredientes. Com isso, a peletização não deve ser considerada como ummétodo absoluto para controle da contaminação por microrganismos na ração.

Tabela 7. Efeito da temperatura de peletização no nível de contaminação por Enterobactérias em rações peletizadas.

Temperatura(oC)

No. de AmostrasEnterobacterias

(log10 UFC/g)Salmonella sp

(presença)

<60 18 3,3 1

60 – 65 17 3,4 1

65 – 70 33 3,0 0

70 – 75 44 2,5 1

75 – 80 34 1,7 0

>80 24 1,1 0Fonte: Adaptado de Veldman et al (1995)

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Tabela 8. Efeito do tempo, temperatura e umidade na peletização sobre a eliminação deSalmonella enteritidis na ração.

Temperatura(OC)

Tempo(segundos)

Porcentagem de redução da contaminaçãosob diferentes níveis de umidade

5% Umidade 10% Umidade 15% Umidade71 20 68,22% 83,44% 90,06%

40 73,50% 86,35% 97,43%80 83,57% 90,80% 99,70%

77 20 87,36% 92,36% 98,24%40 80,93% 96,91% 98,91%80 91,61% 93,49% 99,73%

82 20 76,92% 98,09% 99,80%40 89,14% 99,02% 99,99%80 91,62% 99,19% 99,98%

Adaptado de Riemann (1996)

De maneira geral, os processos de peletização observados em diferentesfábricas de rações envolvem temperaturas entre 70 a 90OC, com os quais seespera uma redução mínima de 99% de bactérias totais (2 log). Algunspesquisadores relatam que a temperatura de 80OC no condicionador é quasesempre suficiente para eliminar a Salmonella das rações (Blankenship et al,1984). Entretanto, essa eficiência na peletização é muito dependente do nível decontaminação bacteriana (desafio) dos ingredientes da ração (EFSA, 2008).

O processo de irradiação foi aprovado pelo FDA (Food and DrugAdministration) nos Estados Unidos em 1996 como um método para eliminar acontaminação por Salmonella em rações. Esse processo tem apresentadoresultados de 100% de efetividade na eliminação de bactérias na ração,entretanto, o custo de irradiação (US$ 68,50/ton de ração; Houston et al, 1992) otorna proibitivo para uso na cadeia de produção de rações até o momento. Airradiação pode ser utilizada para tratamento de rações especiais, assim comorações para aves SPF (Mossel et al, 1967).

Apesar dos tratamentos por calor e a irradiação reduzirem a incidênciade bactérias e fungos nas rações, essas práticas de processamento nãoapresentam nenhuma proteção residual que poderia prevenir de umarecontaminação subseqüente. O risco de recontaminação por bactérias emrações em diferentes locais de amostragem em uma fábrica tem sidoapresentado na literatura (Jones e Richardson; 2004; Shrimpton, 1989) (Tabela9).

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Tabela 9. Incidência de Salmonella em diferentes pontos de amostragem na fábrica deração.

Local / Amostra Incidência (%)Silo - Grãos de cereais 3Silo – Sub-produtos 4Silo - Farinhas de proteínas animais 67Misturador - Ração 69Condicionador da peletizadora - Ração 32Prensa da peletizadora - Ração 4Resfriador da peletizadora - Ração 7Silo de expedição - Ração peletizada 13Caminhão – Ração peletizada 13Silo da granja – Ração peletizada 19

Adaptado de Shrimpton (1989)

Prió et al (2001) estudou a relação existente entre a contaminaçãopresente em ingredientes por Salmonella e Clostridium e a presença dessesmicrorganismos na ração final, tanto na forma farelada ou peletizada. No caso daSalmonella, observou-se uma correlação positiva significativa entre a presençanos ingredientes e a ração farelada. Entretanto, para as rações peletizadasnenhuma correlação foi observada. Apesar de estudos apresentarem algunsserovares de Salmonella termo-tolerantes, parece que a contaminaçãoencontrada nas rações peletizadas foi resultado da recontaminação em fasesposteriores ao tratamento térmico. Com relação ao Clostridium não foi observadanenhuma correlação entre a incidência de contaminação nos ingredientes com acontaminação na ração, tanto em rações fareladas quanto peletizadas. Ou seja,a contaminação por Clostridium pode estar difundida em muitos materiais devidoa sua característica de termo-resistência e habilidade de formar esporos.

As fábricas que não possuem estrutura e condições para processar porpeletização as rações, ou são restritas a alimentar os animais com raçõesfareladas em função de desempenho/estratégia, ficam limitadas no que se dizrespeito a métodos de controle do nível de contaminação nas rações. Se osingredientes adquiridos apresentarem contaminação por bactérias, a única opçãopara eliminar esses contaminantes seria então a utilização de produtos químicosou a irradiação.

Inúmeros compostos químicos são citados na literatura para o controleda contaminação por Salmonella e outros microrganismos indesejáveis, desdeácido acético, ácido propiônico e seus sais (Ha et al, 1998), ácido cítrico, etanol,formaldeído, ácido fórmico, álcool, acetato de zinco e propionato de zinco (Martine Maris, 2005; Ricke, 2005). A eficiência desses compostos é muito variável(Skrivanova et al, 2006). Os aditivos bactericidas devem ser estáveis até o

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momento de consumo pelo animal, mas devem ser metabolizados ou nãoabsorvidos evitando resíduos em carne e ovos dos animais que receberam otratamento (EFSA, 2008).

Os produtos químicos, como os ácidos orgânicos ou ácidos orgânicostamponados têm sido utilizados por muitas décadas como inibidor de fungos. Aspesquisas indicam que muitos desses compostos apresentam também umaatividade bactericida (Westerfield et al, 1970; Duncan and Adams, 1972;Mansfield e Emmans, 1984; Hinton et al, 1985; Vanderwal, 1979). Umacomparação de efetividade de ácidos foi publicada por Vanderwal (1979; Tabela10), sendo que foi observado que a eficiência desses ácidos orgânicos paracontrolar a contaminação por enterobactérias nas rações é dependente da doseaplicada e do tempo de exposição ao produto. Zaldivar (1990) e Kaiser (1992)conduziram pesquisas semelhantes com produtos comerciais anti-salmonela everificaram também que a eficiência desses produtos está relacionada com adose e o tempo de exposição (Tabela 11).

Tabela 10. Níveis de ácidos orgânicos necessários para reduzir a contaminação porEnterobactérias nas rações.

Ácido OrgânicoTempo (dias) necessário para reduzir em 90% a

contaminação sob diferentes níveis de tratamento5 Kg/t 8 Kg/t 10 Kg/t 12 Kg/t

Fórmico 12 4 1.5 0.8

Acético NOa NO 16 12

Propiônico NO NO 14 8

Lático NO 35 17 10

Adaptado de Vanderwal (1979)a NO - Não foi observada redução nos níveis de enterobactérias.

Tabela 11. Nível de aplicação e tempo necessário para produtos comerciais eliminarem a contaminação por Salmonella em farinhas de peixes.

Produto – dosagem Tempo necessário (dias)Ácido propiônico tamponado - 6 kg/t 5 - 7Blend de Ácido propiônico -10 kg/t 5 - 7Mistura de propiônico e ácido fórmico - 10 kg/t 1 - 2Mistura de formaldeído e ácido propiônico - 2 kg/t 1 - 2

Adaptado de Zaldivar (1990); Kaiser (1992)

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Em função da necessidade de se ter uma opção de tratamento paracontrole da recontaminação das rações até o momento do consumo pelo animal,alguns trabalhos foram desenvolvidos a fim de avaliar a eficiência do ácidopropiônico e suas misturas principalmente sobre o controle de Salmonella.Zaldivar (1990) demonstrou em seu trabalho que o nível necessário de ácidopropiônico (ou misturas de ácidos) para prevenir a recontaminação de farinha depeixe por Salmonella senftenberg (<1000 UFC/g) é maior do que 10 Kg/t.Inclusões inferiores a 10 Kg/t de ácidos orgânicos nas rações parecem oferecercerta proteção contra uma contaminação natural de Salmonella quando dosadosantes do desafio. Entretanto, o nível de contaminação dos ingredientes e raçõesvaria muito e podem superar o potencial de proteção do produto, além disso,existem evidencias que os serovares, a própria formulação das rações e o modode contaminação da ração terão muita influência no resultado de proteção. O quese pode observar é que o efeito antimicrobiano dos ácidos orgânicos sãopotencializados em ambientes com maior umidade e baixos pH (<5), assim comoo papo e estomago de monogástricos (Wales et al, 2010).

Diversos grupos de pesquisa e empresas têm se dedicado aodesenvolvimento de produtos a base de misturas de ácidos orgânicos e seus saiscom outros produtos, em busca de um efeito sinérgico e maior eficiência emmenores níveis de inclusão. A combinação de ácidos orgânicos com óleosessenciais busca um sinergismo, no qual o modo de ação ainda não é totalmenteconhecido, porém, Feng Zhu et al (2007) citado por van Dijk (2010), destaca queesse efeito pode estar relacionado ao fato dos ácidos orgânicos potencializarema capacidade dos óleos essenciais penetrarem na célula através da paredecelular, devido a conversão dos componentes ativos da forma dissociada para aforma molecular dos óleos. Com a parede celular danificada os ácidos orgânicospodem penetrar na bactéria e prejudicar a mesma.

Kaiser (1992) conduziu estudos com produtos à base da mistura deformaldeído e ácido propiônico e verificou que a dose efetiva para prevenir arecontaminação de farinha de peixe por Salmonella senftenberg foi de apenas 2Kg/t. Estudos científicos têm demonstrado que o formaldeído apresenta um altonível de atividade desinfetante contra a maioria das bactérias e é considerado ocomposto mais eficiente para ser utilizado em estratégias de desinfecção degranjas que foram contaminadas por Salmonella (Davies e Wray, 1995). Váriosestudos têm comprovado a eficiência maior do formaldeído paradescontaminação de rações quando comparados a produtos com base deácidos. (Moustafa et al, 2002).

Algumas opções de produtos comerciais contêm misturas deformaldeído, ácido propiônico e outros agentes dispersantes. Esse tipo decombinação tem apresentado resultados muito satisfatórios para

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descontaminação de rações que foram inoculadas artificialmente comSalmonella, quando comparados com outros tipos de produtos químicos(Carrique-Mas et al, 2007).

Uma das limitações dos produtos a base de formaldeído é acaracterística de esse elemento químico ser volátil e poder ser perdido porevaporação após a aplicação na ração (Khan et al, 2003). Por isso, algunsprodutos com formaldeído também contém ácidos (ácido propiônico) e outroscompostos antimicrobianos como os terpenos (Carrique-Mas et al, 2007). Essetipo de combinação tem efeito sinérgico e permite que baixas doses deformaldeído e ácidos sejam aplicados, o que minimiza problemas de fumigaçãono ar ambiente, os riscos de intoxicação do operador e a corrosão dosequipamentos. Podendo ser aplicado diretamente nos equipamentos das fábricasde ração, o que não se pode dizer o mesmo de misturas apenas de ácidos quenecessitam de equipamentos especiais (que não sofrem corrosão) eprocedimentos especiais de segurança (EFSA, 2008).

Em um ensaio laboratorial, Richardson (2008) observou que a utilizaçãode 2 kg/t de um produto comercial a base de formaldeído e ácido propiônico foieficiente na redução da contaminação por células vegetativas de Clostridium spem rações fareladas (Tabela 12). Os níveis avaliados dessa combinaçãoreduziram, mas não foram suficientes para eliminar a contaminação em suaforma esporulada.

Tabela 12. Efeito do tratamento de rações fareladas com a combinação formaldeído:ácido propiônico sobre a contaminação por Clostridium sp.Tratamento

(kg/t)Células vegetativas

(UFC/g)Esporos(UFC/g)

0 111 851 40 832 5 233 0 10

Richardson (2008)

Considerando amostras coletadas em condições de campo, verificou-seque níveis menores que 3 kg/t são suficientes para eliminar a contaminação porClostridium sp quando são consideradas rações que também receberam oprocesso de peletização (Richardson, 2008; Tabela 13).

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Tabela 13. Efeito do tratamento com a combinação formaldeído: ácido propiônico sobrea contaminação por Clostridium sp em rações peletizadas coletadas sobcondições de campo.

Tratamento

(Kg/t)

n Positividadepara

CélulasVegetativas

(%)

Nível médioCélulas

Vegetativas(UFC/g)

Positividadepara

Esporos(%)

Nívelmédio

Esporos(UFC/g)

0 111 23,4 31 28,8 181 258 3,5 5 7,4 72 124 1,6 5 1,6 53 68 0 0 1,5 5

Richardson (2008)

A forma de apresentação do tipo de produto químico utilizado tambémtem influência sobre a eficiência antimicrobiana. Alguns estudos comerciaisforam realizados e indicaram que a forma líquida pode ser mais eficiente ou maispotente que a forma em pó com a mesma formulação dos elementos químicos,sugerindo que a dispersão e a penetração dos compostos são fatoresimportantes a serem considerados. A forma (pó ou líquido), bem como o local deaplicação (nos ingredientes, antes da moagem, após moagem, misturador ou póspeletização) irão interferir claramente no efeito do tratamento químico (Wales etal, 2010).

O impacto do controle da contaminação da ração sob a segurançados alimentos

Apesar da importância do controle de todos os microrganismos, assimcomo parasitas, vírus ou a contaminação por fungos e as micotoxinas, acomissão Européia que conduz os trabalhos de avaliação e métodos de controlede riscos biológicos (Panel on Biological Hazards) identificou a bactériaSalmonella sp como o principal risco microbiológico para contaminação dealimentos via ração animal. Outras bactérias como Listeria monocytogenes,Escherichia coli e Clostridium sp são também considerados riscos menosimportantes no que se diz respeito à contaminação via cadeia de produção derações (EFSA, 2008).

A ração tem sido considerada como fonte de contaminação deSalmonella desde 1948 (Ellis, 1958). Trabalhos mais recentes têm demonstradoque o impacto da contaminação por Salmonella nas rações e a contaminaçãodas carcaças de animais e ovos tem sido subestimada. Na Europa, Davies et al(2001) conduziu um estudo de dois anos do levantamento da contaminação por

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Salmonella dentro de duas empresas produtoras de frangos de corte. Forammonitoradas amostras de ambiente desde a fábrica de ração, incubatório, granjasaté no abatedouro para verificar a contaminação por Salmonella e os sorotiposdas amostras isoladas (Corry et al, 2002). Foi observado que 55,4% dasamostras isoladas com Salmonella no abatedouro das aves foram idênticas aosisolados obtidos na fábrica de ração. Em um estudo semelhante conduzido compoedeiras comerciais (Shirota et al, 2001a e 2001b), verificou-se que 58,5% dossorotipos isolados em ovos comerciais foram idênticos aos isolados observadosna ração.

A primeira evidência de que o controle de Salmonella em rações temimpacto sobre a produção animal foi confirmada em trabalho com poedeiras(Anderson e Richardson, 1999). Nesse trabalho, as poedeiras foram alimentadascom ração farelada tratada com 0 ou 3 kg/t de uma combinação de formaldeído eácido propiônico durante o período de 17 a 52 semanas de idade. Durante esseperíodo de experimento, a produtividade e a contaminação da casca do ovoforam monitoradas, sendo observado que reduzindo a contaminação porSalmonella na ração reduziu-se a incidência de Salmonella e outras bactériasgram-negativas também na casca do ovo (Tabela 14).

Tabela 14. Efeito do tratamento da ração com mistura de formaldeído e ácido propiônicosob a contaminação da casca do ovo.

Tratamento Nível de bactérias na casca do ovo (UFC/grama)BactériasAeróbicas

EnterobactériasTotais

Coliformesfecais

Salmonella sp (%)

Ração Controle 194.400 11.660 7.180 6,7Ração Tratada 25.540 1.460 450 0

Anderson e Richardson, 1999

Um estudo epidemiológico foi conduzido por Nayak et al (2003) paraidentificar quais eram as potenciais fontes de contaminação por Salmonella emperus para corte. Durante esses trabalhos (quatro experimentos consecutivos),os peruzinhos negativos para Salmonella foram alojados em boxes dentro deuma instalação (recente construção) até a idade de abate. Sob determinadointervalo de tempo, foram coletadas amostras do conteúdo do ceco dos perus, derações, da cama, da água de bebida, do ar, além de amostras de ambiente,sendo todas analisadas para Salmonella (Tabela 15).

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Tabela 15. Freqüência de contaminação por Salmonella sp em diferentes lotes de perusde corte.

No de amostras positivas / No total de amostrasAmostra Lote A

(Controle)Lote B

(Ração Tratada)Lote C

(Ração Tratada)Ceco dosperus

22/72 (30,6%) 1/34 (2,9%) 0/39 (<2,6%)

Cama 9/36 4/18 1/20Bebedouros

10/36 0/18 0/20

Ambiente 5/42 0/24 1/18Ar 0/26 0/23 0/18Ração 0/6 (16,7%) 3/38 (<7,89%) 1/41 (<2,4%)

Adaptado de Nayak et al (2003)

No primeiro experimento (Lote A), o percentual de perus contaminadoscom Salmonella foi de 30,5%, medido em amostras do conteúdo do ceco. Nosexperimentos 2 e 4 (Lotes B e C) o percentual de aves contaminadas foi de 2,9%e 0%, respectivamente. A principal diferença entre os lotes A e os lotes B e C foio tratamento da ração fornecida com produto a base de formaldeído e ácidopropiônico. No experimento 3 (ração tratada; não apresentado na tabela 14), nãoforam isoladas amostras com Salmonella da ração, água, ambiente ou das aves.Esses resultados demonstram que a ração tem um grande impacto sob acontaminação de perus por Salmonella, a qual por sua vez influencia a taxa decontaminação das carcaças no abate.

Impacto do controle de microrganismos na ração sob abioseguridade do lote

A indústria de criação de matrizes avícolas tem demonstrado que ocontrole da contaminação por Salmonella em rações tem um grande impacto naincidência dessa bactéria nas aves (Baxter-Jones, 1996; Jensen e Rosales,2002; Primm, 1999). Através do controle da presença de Salmonella nas raçõesé verificado um efeito positivo na redução da incidência de Salmonella nosanimais e no próprio ambiente. Em experimentos de campo conduzidos commatrizes de perus de corte (Primm, 1999), um programa de HACCP foi elaboradopara reduzir a transmissão via contaminação do incubatório e as vias decontaminação. Esse tipo de controle foi eficiente na redução da prevalência deSalmonella de cerca de 40% para menos de 20% em um período deaproximadamente um ano. Após a adoção do tratamento químico das rações dematrizes nesse programa de HACCP foi observada uma redução ainda maior naprevalência dessa bactéria nas granjas dessas matrizes (Figura 1).

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Figura 1. Prevalência de Salmonella em granjas de matrizes antes e após a implementação do HACCP e tratamento químico na fábrica de rações (Primm, 1999).

Reduzindo a incidência de Salmonella na ração que será enviada para agranja será observado também um efeito positivo sobre a contaminaçãoambiental. Em um estudo de campo conduzido no núcleo de matrizes de frangosde corte de uma integração, foi observado que a ração era a principal fonte deintrodução da Salmonella para as granjas (Williams, 2000). Um programa deHACCP foi elaborado para a fábrica de ração, no qual envolvia melhorias nosprocedimentos de higiene e tratamento químico da ração para controle deSalmonella, sendo que a incidência de Salmonella na ração, os “swabs” decloaca e amostras da cama foram monitorados por um período de cinco anos.Durante o primeiro ano do estudo foi observada uma redução da excreção deSalmonella pelas matrizes para o ambiente, o que resultou em grande reduçãoda contaminação nas amostras de cama (incidência reduziu de 93,7% para29,4%; Tabela 16). Uma redução gradual na incidência da Salmonella na camaainda foi observada durante o segundo e terceiro ano do estudo, sendo que apartir do quarto ano não foi mais isolado amostras positivas na cama dos aviáriosdo núcleo estudado.

0

20

40

60

80

100

120

1995 ----------------> LOTES AO PASSAR DOS ANOS --------------> 1999

pre

valê

nci

a d

e am

ost

ras

po

siti

vas

Implementaçãodo HACCP Tratamento químico

das rações

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Tabela 16. Redução de Salmonella no ambiente de granjas de matrizes.

Período deamostragem

Tratamentoquímico da

ração

Númerode

granjas

Porcentagem de granjas comamostras positivas para

Salmonella na cama1996 (Abr - Dez) Não 17 93,71997 (Jan – Dez) Sim 17 29,41998 (Jan – Dez) Sim 17 11,71999 (Jan – Dez) Sim 16 12,52000 (Jan – Dez) Sim 14 0

Adaptado de Williams (2000)

Em um estudo realizado por dois anos (2007 a 2009) dentro de umafábrica de ração no Brasil, todas as rações fareladas de frangos de cortereceberam o tratamento com a mistura formaldeído : ácido propiônico (1,5 kg/t).Dentre 677 amostras compostas de ração coletadas diariamente, observou-sezero amostras positivas para Salmonella e 16,7% (113) de incidência deEnterobactérias Totais acima de 1000 UFC/g. Os resultados acima do padrãopara Enterobactérias Totais em rações fareladas serviram como base de umprocedimento de rastreabilidade que indicou uma relação direta com o nível decontaminação dos ingredientes e comprovou a segurança desse tipo detratamento para o controle de Salmonella. Vale a pena destacar que antes doinício desse tipo de tratamento era comum observar rações de frangos de cortepositivas para Salmonella.

O impacto do controle de microrganismos na ração sobre odesempenho de frangos de corte

O impacto da contaminação por microrganismos na ração de frangos setorna economicamente importante quando se observa o desempenho das aves.O que pode ainda não ter sido percebido por todos os nutricionistas é que asbactérias na ração também podem causar um efeito negativo no desempenhoanimal, principalmente através da produção de compostos tóxicos (endotoxinasou exotoxinas), os quais afetam a integridade do epitélio intestinal; das bactériaspenetrando no epitélio do trato gastrintestinal e infectando órgãos internos(bactérias evasivas) ou pela competição com a microbiota normal do trato(Solomon et al, 1991).

As bactérias na ração podem ser classificadas como patogênicas e nãopatogênicas. As patogênicas são bactérias que produzem sintomas clínicos oudoenças (Tabela 17), e as não patogênicas normalmente são as que nãoprovocam sintomas clínicos, mas podem afetar o animal por:

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1) competição com a microbiota normal,2) inibição da absorção de nutrientes devido à ligação a pontos nasmicrovilosidades intestinais (reduzindo a área de superfície de absorçãode nutrientes),3) induzindo a uma resposta imunológica e4) convertendo aminoácidos em aminas biogênicas.

Tabela 17. Bactérias patogênicas encontradas em rações e seus efeitos nas aves.Bactéria Sintomas/ DoençasClostridium Dermatite, celulite, enterite necróticaListeria Septicemia, encefalite, infecções ocularesE. coli Septicemia, celulite, aero-saculitesSalmonella Enterites, diarréia e septicemiaStreptococcus Septicemia, endocarditeStaphylococcus Septicemia, artritePseudomonas Enterites, abscessosBacillus Enterites, diarréiaPasteurella Cólera aviária

Adaptado de Richarson (2006)

Nas aves, esse quadro pode resultar em diversos efeitos sobre odesempenho, incluindo enterites, problemas no trânsito do alimento, redução nataxa de crescimento, piora na uniformidade do lote, problemas de pigmentação,aumento na mortalidade, prejuízo na produção de ovos e aumento nasusceptibilidade para infecções por coccidiose e vírus (VanHarn et al, 2000;Doerr e Richardson, dados não publicados; Anderson e Richardson, 1999;Sheldon e Richardson, 2001; Mo e Na, 1997, Williams et al, 2001).

Em um experimento conduzido por VanHarn et al (2000), frangos decorte que foram alimentados com ração com menores níveis de contaminaçãopor bactérias apresentaram menor índice de mortalidade (4,2% x 7,7%), mas nãoapresentaram diferenças na conversão alimentar e ganho de peso vivo. Emtrabalhos mais recentes também com frangos, Richardson e Doerr (dados nãopublicados) observaram que controlando a contaminação microbiológica daração a conversão alimentar era melhorada (1,63 x 1,69), a mortalidade reduzida(2,56% x 5,45%) e aumentada a resposta imunológica das aves a vacina IBD. Oefeito sobre a resposta vacinal foi um aumento na concentração de anticorpos euma resposta mais uniforme dentro do lote.

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Em experimentos realizados sob condições comerciais com frangos decorte, a redução da contaminação da ração promoveu benefícios semelhantes nodesempenho das aves (Richardson e Longo, 2008; Tabela 18).

Tabela 18. Resumo de testes em condições comerciais avaliando o efeito do tratamentoquímico de rações sobre o desempenho de frangos.

Peso Vivo, kgConversãoAlimentar

Mortalidade, %Teste No aves

Controle Tratado Controle Tratado ControleTrata

do1 394.000 2,04 2,06 1,94 1,86 2,89 2,372 209.000 2,53 2,54 1,91 1,86 3,59 3,803 247.000 2,71 2,66 1,89 1,85 3,30 2,274 344.000 2,27 2,20 1,80 1,76 5,14 3,715 137.000 2,70 2,71 1,87 1,82 3,12 3,096 125.000 2,10 2,05 1,77 1,71 3,84 2,737 101.000 2,21 2,22 1,71 1,69 2,71 2,788 204.000 2,00 1,98 1,79 1,77 6,72 4,919 350.000 2,10 2,17 1,73 1,69 5,67 5,5810 1.575.000 2,63 2,71 1,91 1,86 3,45 3,04

Total 3.686.000 + 10 g - 0,05 - 0,58%Adaptado de Richardson e Longo (2008)

Em trabalhos realizados com poedeiras, as frangas que foramalimentadas com rações com menores níveis de contaminação apresentarammelhora de 0,04 a 0,06 na conversão alimentar (Anderson et al, 2001).Entretanto, não foram observadas diferenças no ganho de peso vivo oumortalidade. Já durante a fase de produção de ovos, as aves que consumiramração farelada tratada quimicamente (com menor nível de contaminaçãomicrobiológica) produziram em média 4 ovos a mais (274 x 270) durante operíodo de 52 semanas de experimento. Em outro trabalho foi observada umamelhora no tamanho e qualidade do ovo, entretanto não foi observado diferençasna conversão alimentar ou mortalidade (Anderson e Richardson, 1999). Empesquisa mais recente, comparando-se 12 diferentes linhagens de poedeirascomerciais, verificou-se que poedeiras de ovos marrons apresentaram umamelhor conversão alimentar em relação a poedeiras de ovos brancos quandoalimentadas com rações peletizadas e tratadas quimicamente, ou seja, comníveis mais baixos de contaminação (Anderson et al, 2001).

Em matrizes, Mo e Na (1997) avaliaram o feito da qualidademicrobiológica da ração na mortalidade de aves de lotes que receberamdiferentes rações durante 15 semanas, sendo que o grupo de aves que recebeuração “limpa” apresentou melhor índice que o grupo com a ração controle (2,57%

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x 5,47%). Resultados semelhantes também foram observados por Williams(2000), sendo que em núcleos de matrizes que estavam com um histórico de altamortalidade, essa redução na contaminação por bactérias da ração através dotratamento químico melhorou esse índice para os machos (redução de 40,44%para 29,50%) e fêmeas (mortalidade reduzida de 23,7% para 13,7%) as 59semanas de idade. Foi observado também um aumento no número de ovos porave e na eclosão de ovos férteis nas matrizes que receberam ração “limpa”.

Conclusões

O controle da qualidade microbiológica das rações para a cadeia deprodução de aves esta se tornando cada vez mais importante devido àsexigências do mercado quanto à segurança dos alimentos, bem como o aumentona importância da redução de desafios as aves em função da restrição autilização de antibióticos promotores de crescimento.

Existem várias áreas no processo de elaboração e armazenagem derações que podem afetar o nível de contaminação da ração, sendo que oprimeiro passo para a melhora da qualidade microbiológica é a definição devalores limites para cada tipo de contaminante. Com esses valores estabelecidosserá possível aos produtores e empresas monitorarem as adaptações noprocesso de elaboração das rações e avaliarem as novas tecnologias disponíveispara auxiliar no controle microbiológico.

A associação das ferramentas disponíveis para redução dos desafios(BPF, tratamento térmico, tratamento químico, etc) é a melhor estratégia para osucesso no controle microbiológico nas fábricas de rações. Cabe aosresponsáveis das empresas definirem através de avaliações qual o melhoresquema e produtos a serem adotados no processo de produção de ração.

É importante destacar que, quando o principal vetor da contaminação aoanimal é a ração, normalmente as estratégias adotadas para redução dacontaminação microbiológica na fábrica de ração e consequentemente na ração,promovem uma redução da contaminação por toda a cadeia, inclusive no produtofinal. Entretanto, se outros vetores de contaminação nas diversas etapas doprocesso produtivo (granja, transporte, abatedouros, etc) não estiverem sendobem monitorados, todo o trabalho de controle realizado na produção de raçãopode não ser observado no produto final.

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INITIAL BROODING MANAGEMENT

Dr. Claude Toudic

Technical Manager HUBBARD EMEA

Introduction

1 day to start up and 10 days to succeed: 1 day to initiate chicksdevelopment and 10 days to get a uniform and healthy flock. Then, there is agood correlation between 10 days and 40 days bodyweights (r² close to 60%).

At hatch time, yolk sac represents about 17% of the broiler chickbodyweight. But it amounts only to 1 day of its energy requirements formaintenance (Sauveur et Coll – 2001). Yolk sac ablation at hatch time delaysgrowth by 2 days and there is a negative correlation between bodyweight andyolk sac weight at 5 days. Therefore yolk sac can only be considered as asupplementary nutritional source, but cannot substitute for insufficient feed intake.

Chick intestinal peristalsis, which in turn leads to yolk sac resorption, isinitiated by the first intake of feed and/or water. Those tissues having the fastestdevelopment during the first 4 days of life are the gastro-intestinal tract and theorgans involved in the digestion process (gizzard, liver and pancreas). The gutitself is using 25% of the absorbed proteins for its own development during thisperiod. The volume of villosities and the density of enterocytes are increasing untilthe 4th day in the duodenum and until the 10th day in the jejunum and ileum.

Digestion efficiency is poor in new born chicks but it improves veryquickly. At 4 days, the apparent digestibility of proteins is 78% while it is alreadyabout 85% for starch and fat. Thereafter the improvement in digestion is slowingdown. The earlier the chick first meal, the earlier and the faster the developmentof the digestive system and its ability to digest feed more efficiently.

The question of “drinking then eating” or “eating then drinking” looksirrelevant as water intake promotes feed intake and vice versa.

Meat type breeds have a quick muscular growth during the first week.Breast muscles weight is doubled between day one and day 5 (Halevy and coll.2000). The 2 first days of life are of key importance in muscle development andmaturation.

Immunitary organs are immature at day old. Their development istriggered by the contact with antigens. Competition for resources between growthand the immune system makes it necessary for modern fast growing breeds to

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benefit from the best possible environment in order to allocate maximumresources for growth.

Bio security

Bio security is a prerequisite to any modern farming activity. As broilerflocks gather thousands of young animals in a close environment, compliancewith the biosecurity rules should always be ensured.

Felt temperature and ambiance

Chicks are progressively acquiring the ability to maintain their bodytemperature, between hatch time and 20 days, though physiological adjustmentsand regulation in feed intake.

The temperature felt by chicks depends on room temperature, littertemperature, air speed and humidity.

At day old, optimal room temperature ranges from 30 to 33°C dependingon the heating system (localized radiating heaters or space heaters), chick size(young or old parent stock), provided that the other parameters like littertemperature, air speed and humidity be in the normal range. A drop by 0.3 °C perday in ambiant temperature between 0 and 25 days is a good guideline but theobservation of chick behaviour and distribution is the best tool for temperaturefine tuning.

Litter temperature is a key point as chicks may quickly loose calories byconduction through their feet and abdomen. When chicks are lying down on thelitter, the gut is separated from the litter only by the skin and the mesentery. It isthe reason why cold litter is quickly leading to wet droppings and enteritis. Atplacement, litter surface temperature should be around 29 °C.

Optimal air speed in the brooding area should be around 0.1 to 0.3meters per second when the temperature is close to the setting point. Sufficientair speed is necessary to make temperature uniform, to provide oxygen, and toremove carbon dioxide, ammonia and other harmful gas from bird immediatesurroundings. Increasing air speed reduces the felt temperature by about 0.8 to 1°C for each 0.1 meter / sec over 0.3 meter / sec during the first week, which maybe helpful during heat waves but harmful in normal conditions.

The main source of air movement is ventilation. With natural ventilation, itmeans opening both curtains according to the outside conditions. With tunnelventilation, average air speed is the result of the air flow generated by the fans

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divided by the cross section. In a 12 meters wide and 2.80 meters high houseeach tunnel fan (35 000 m3 / hour) induces on its own 0.3 m / sec of air speed.So, any reduction in cross section (deflectors) or any extra running fan ispotentially harmful for the chicks when the ambiant temperature is close to thesetting point.

The second source of air movement comes from drafts created by poorlysealed wall sides. The higher the difference in temperature between the insideand the outside and the higher the negative static pressure, the bigger the drafts.Sealing cracks on the wall sides of the brooding area up to a 2 meters heightresolves the issue.

The third source is called the “cold wall effect”. In winter, when the housewarm air meets a non insulated side wall, its temperature drops and its specificweight increases. As this air becomes heavier, it falls down on the litter thenslows down as it mixes in the house volume. Cardboard surroundings 50 cm higharound the brooding area, separated from the side walls by at least 50 cm, help alot to prevent these drafts.

When relative humidity ranges between 40% and 65%, it doesn’t seem tohave a big impact on felt temperatures. At lower levels, chicks feel colder and athigher levels they feel warmer.

Providing chicks with the best thermal comfort requires having a goodunderstanding of the above parameters.

Space

In South Brazil, the usual brooding area represents 25 to 30% of the totalsurface for the 3 first days, then 35-40% until 7-8 days, then 50% until 12 to 20days depending on the season, and then the whole surface is given.

In wintertime, due to the difficulty to keep the desired temperature, chicksmay be kept too crowded. This is jeopardizing growth and litter quality. Thesolution should be to improve house sealing and insulation rather than to increaseheating power or reducing the house temperature.

Litter

Many types of litter material are used over the world: wood shavings,chopped, pelleted or whole straw, sawdust, pine bark, rice husks, sand,newspaper, rapeseed stems, etc…).

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The bedding qualities we are looking for are: cost and availability, someabsorbance to buffer humidity but not too much to prevent saturation, insulatingproperties, absence of pathogens, friability or fluidity so that litter material ismixing with droppings, stable structure to keep air inside the volume.

In Brazil, as well as in the USA, the regular practice is to manage deeplitter. Beside the obvious cost and labour advantages of such technique, somerisks have to be managed. Sanitary pressure, especially Runting-StuntingSyndrome, may compromise the benefit of re-used litter. Ammonia control is akey point, especially in winter. Ammonia affects nervous system from 12-15 ppm,and reduces feed intake. Respiratory lesions and blindness start occurring athigher levels. Some tools are available to control ammonia: composting and tillingthe litter, removing cakes, using litter treatments (sodium bisulphate, aluminiumsulphate or chloride) or micro-organisms sowing.

Lighting

Light is the strongest activity stimulator. It is worthless to supply goodquality, easily accessible feed and water to chicks that are in the darkness.

The fact that day old chicks have or not a good vision is not clear.Anyway, they respond to high light intensities by increasing their activity.Literature recommends 30 to 50 lux at day old. Most of the time 30 lux is enoughto stimulate chicks to move, eat and drink, but not all chick flocks behave thesame. Chicks from young breeders or inactive chicks whatever the reason,require more light intensity to start well. 50 lux should be seen as a necessarysecurity standard in broiler houses.

Open houses with yellow curtains, which was the rule until recently inBrazil, provide enough light during daytime, as Brazil is a sunny country (150 to250 hours sun per month in South Brazil). At 30° South (Porto Allegre), thedaytime is ranging between 10 and 14 hours according to the season. It meansthere is a need for artificial light for the remaining time in order to achieve 23 to 24hours light to newborn chicks.

Various sources are available (incandescent, fluorescent, low or highpressure sodium, halogen, etc…) with various lighting efficiencies and colourtemperatures. Fluorescent tubes and Compact Fluorescent lamps (CFL) are moreand more popular as they are around 4 times more energy efficient thanincandescent lamps. Colour temperature from 2500 °K to 6400 °K are available.

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Whatever the light source, the light intensity perceived at chick levelunderneath the source will depend on the lamp cleanness and characteristics, thepresence or not of deflector, the height of the lamp and the reflectivecharacteristics of the surrounding surfaces. Height is particularly important as lightintensity decreases with the squared of the distance.

The lamp distribution is a compromise between lamp power anduniformity of lighting. The most powerful is the lamp, the higher it should beinstalled to get a uniform lighting.

When using 36 watts fluorescent tubes or 25 watts CFL, the bestcompromise between uniformity and intensity is around 2.20 meters height. Atthis height, the number of watts to install for having good light intensity is around1.2 watts per m². In a 12 meters wide house, 2 rows with one 25 CFL lamp every3.5 meters provide light intensities close to 50 lux.

Dusty lamps may reduce the light output by 20%. On the opposite, lightdeflectors, may increase the light transmitted at floor level by 20% when theceiling is high and poorly reflective.

In dark houses which are becoming more popular, in order to controlbehaviour during the growing and fattening periods and reduce FCR, the lightingequipment is even more essential than in curtain houses.

Reducing progressively light intensity from 7 days reduces chick energyexpenses for maintenance without compromising growth if it is well managed.

The aim of a lighting program can be to stimulate the chicks or to controlthe growth curve to improve leg strength and improve FCR. Early light stimulationto promote feed and water intake is always beneficial to improve flock uniformity,body weight and tissue development, even if growth control is plannedafterwards. This can be achieved by implementing several short periods ofdarkness. When the light comes up after a 30 minutes darkness period, chicksstart to move, drink and eat. These dark periods can be repeated every 4 hoursduring the first 5 days.

Watering

During the first week, chicks are consuming 35 to 40% of their bodyweight in water each day. Afterwards this percentage decreases progressively tostabilize at 12% of the body weight after 6 week of age. Due to high temperatureenvironment, chicks may dehydrate very quickly if they don’t have good access towater as soon as possible after hatch. Obviously, both the chemical andbacteriological characteristics of water are essential.

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Chemical quality issues may arise everywhere but they are more commonin arid or semi-arid countries where ions and salts are more concentrated.Anyway, checking chemical quality should be the rule once a year.

Bacteriological quality at the drinking point depends on the quality of thesource and the maintenance of the water network until the nipple. Bacteriologicalanalysis should be run both at the entrance of the farm and the farthest drinkingpoint to allow finding out where contamination may come from. There is morechance to find contamination inside the network between 5 and 15 day of agebecause room temperature is still high, vitamins and other medicines have oftenbeen given at start, and the flow rate is not high yet. Slime may build up into thelines from flock to flock. Controlling slime requires regular specific treatments andflushing every week and after each medication, and a strong cleaning procedureduring the empty out period.

In modern broiler production, we find 2 main types of nipples: with orwithout cup. The difference is not only cup of course, but also the flow ratepattern. Day old chicks are only able to drink to 360 ° nipples as they are notstrong enough to activate the 180 ° layer type nipples.

At start, there is more risk to experience dehydration with too highpressure in the nipple lines, so high flow rate, than the opposite, because thehigher the pressure, the more difficult it is for chicks to activate the nipple pin.Flow rates above 20-25 ml / minute provoke water spillage either in the cup or onthe litter. 10 to 15 ml / minute are always enough during the first week.

As the nipple lines are fix in the house, it is not possible to move themclose to the heating sources. Nipple systems go along with space heating or quiteuniform brooding area warming in case of local heaters.

Nipples are very attractive to chicks. Within the first minutes after chicksare placed in the house, some are immediately attracted by the water droplethanging from the nipples. Provided that nipple height is at eye level, they start todrink immediately. Placing paper liners (50 to 80 cm wide), with some feed,underneath or just beside the nipple lines is a very efficient means to attract themajority of the chicks and make them eat and drink or drink and eat. Paper thatmake some noise when chicks are walking over it and scratching are moreattractive than those which don’t.

Feeding

During the first few days, chicks are stimulated to eat when they canstand on the feed. Throwing feed on paper liners, as mentioned above, is thesimplest way to obtain this behaviour. A maximum of 50 to 80 chicks per linear

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meter of paper is necessary to allow chicks to scratch and pick up feed easily. It isbetter to add small amounts of fresh feed 3 or 4 times a day than once for allbefore chicks placement, but this is also dependant upon labour availability. After2 to 3 full days, the papers are becoming soiled by droppings. It is time to removethem in case they are not biodegradable.

The feet and crop test on 100 chicks, 4-6 hours then 24 hours afterplacement gives good indication about the quality of brooding conditions.

Access to automatic feed pans from day old depends on several factors:litter depth, shape of pan bottom, pan side height and level of feed inside the feedpan. Feed pans may be considered as fully accessible when chicks are able toeat feed from outside. Until this time, extra feeders should be provided at theminimum rate of one for 200 chicks.

Broilers are grain eaters. From day old, they prefer coarse particles to fineones. Nevertheless, when fed with very coarse and tough particles, chicks startselecting the finest ones and throw the big crumbles off from the paper or feedpans. On the other hand, fine mash reduces the feed intake, and thus the growth.The highest early feed intake is obtained with soft crumble without fine particles(no fine particles recycling in the feed mill).

Ventilation

The difficulty of ventilating broiler houses comes basically from the factthat it has to match un-feathered 40 g day old chicks as well as heavy featheredbroilers, and this in various climatic conditions, especially in the South of Brazil,where temperatures may drop below 5 °C and rise above 35 °C.

Controlling ventilation means controlling setting temperatures, flow ratesand air distribution. Whenever the room temperature changes, either the heatingsystem or extra ventilation should keep the chicks in their optimal zone of thermalcomfort. It means that the felt temperature should remain the same as air speedis increasing, even if room temperature is higher than the setting point. As youngchicks are very sensitive to air speed, the bandwidth is to be increased to preventextra fans to operate too early. Anyway, a well managed automated control candeal with this issue.

It is not the case for fresh air distribution, which is the most critical point inwinter, in houses designed to cope with heat waves on heavy broilers. Tunnelinlets that are placed at the far end from the fans are not able to mix properlyfresh air with room air. Good distribution of fresh air requires uniform distributionof air inlets into the house. Air inlets should be placed either in the ceiling (attic

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inlets), or on the top of the wall sides to help fresh air to be mixed with warm roomair before climbing on birds. Attic inlets require drop ceiling. Numerous studiesmade in USA and France demonstrate that attic air is 5 to 10°C warmer thanoutside air, especially in houses orientated East-West. These attic inlets can’t benumerous enough to ventilate until the end of flock life, so sidewall inlets are alsonecessary for wintertime. When broilers become heavier and the outsidetemperature warmer, air speed chilling effect may be desired: closing attic andside walls inlets and opening tunnel inlets will increase air speed.

Air inlet position is the main feature for good air distribution in winter,when the air renewing rate is set at the minimum. Nevertheless, fan position isalso playing a role because the fresh air is taking calories from birds as it movesfrom the inlets to the fans. The heavier the birds, the more calories they release inthe ambient air, which increases the difference in temperature between the 2ends. Yet, this phenomenon is hardly seen during the brooding time.

On deep litter, the air volume to be renewed per unit time is dependentupon the ammonia concentration in the house. When the conditions promotingammonia release from the litter are at their highest, the required renewing ratemay be 2 or 3 times more than the one required to get rid of humidity. Assumingthat the air renewing rate to control humidity is about 1 m3 per kg live weight perhour, doubling this rate because of ammonia represents about 5 tons of wood,from 0 to 30 days for an outside temperature of 10 °C, into a typical 120 x 12 mhouse.

If the renewing rate is set according to humidity, the energy produced bythe animals becomes very quickly higher than the needs to warm up the incomingair (still with 10 °C outside). It means that the energy spent to warm up the houseis used to compensate conduction losses through the ceiling and wall sides.Insulating the ceiling with 10 cm mineral wool may reduce more than 2 times theenergy consumption compared to a single curtain, with a better control of thetemperature. Obviously, insulating the brooding area (50% of the whole surface)offers the best economic return but it is also useful to improve the insulation of thegrowing area, and this whatever the season.

Conclusion

Managing broiler brooding period is mainly a question of common sense.A good control of felt temperature and ammonia, and the stimulation of very earlyfeed and water intake are the key points. In the future, a better control of heattransfers at broiler house level, by the mean of a good insulation, will help to

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improve winter brooding, ventilation during the fattening period, reduceassociated costs and environmental foot print.

Literature

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VITAMINAS E MINERAIS

Rodrigo S. Toledo1 e Adriana H. Nascimento2

1 Cooperativa Central Oeste Catarinense – Aurora Alimentos

2 Brasil Foods S.A.

Vitaminas

As vitaminas são micronutrientes que ocupam uma rota central nometabolismo animal, elas são necessárias para a manutenção da saúde e dasfunções metabólicas como crescimento, mantença e reprodução. A maioria dasvitaminas não pode ser sintetizada pelas aves, devendo ser obtidas da dieta(Weber, 2009).

Apesar das vitaminas estarem presentes nos ingredientes de origemvegetal e de origem animal a suplementação vitamínica nas rações de frangos decorte é reconhecidamente necessária, pois as quantidades das vitaminas nessesingredientes é insuficiente e para atender as necessidades das aves além dehaver grande variação na própria quantidade das vitaminas devido a fatorescomo clima, solo e processamento dos grãos e quanto ao processamento dossubprodutos de origem animal.

Hoje em dia raramente observamos deficiência de vitaminas no campo, anão ser que ocorra problemas na dosagem do premix nas fábricas ou que aqualidade das matérias-primas seja muito baixa.

As vitaminas são divididas em dois grupos, as lipossolúveis A, D, E e K,que se acumulam no organismo e as hidrossolúveis que são as vitaminas docomplexo B (B1, B2, B6, B12, niacina, ácido pantotênico, ácido fólico e biotina) ea vitamina C. A colina também é considerada uma vitamina. Com exceção davitamina C que não requer suplementação pois é produzida em quantidadesuficiente pelo organismo das aves, as demais necessitam de suplementação,normalmente feita via premix exceto a colina que é adicionada a raçãoseparadamente por questão de estabilidade. A Tabela 01 sumariza as principaisfunções e sinais clínicos de deficiências dessas vitaminas.

A última tabela de referência com relação a requerimentos nutricionais devitaminas publicadas pelo NRC é de 1994, entretanto os trabalhos de pesquisaque orientam tais recomendações são anteriores a década de 80, poisexperimentos com vitaminas são trabalhosos e de alto custo. Pouquíssimostrabalhos foram realizados após os anos 80 para a determinação de exigêncianutricional de vitaminas como Olkowski e Classen (1996) e alguns poucos

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trabalhos avaliando níveis de suplementação de algumas vitaminas (Souza et al.,1996; Gai et al., 1997; Santin et al., 2000, Toledo et al., 2006 e Toledo e Rocha,2009).

Recentemente alguns trabalhos vêem sendo realizados com asuplementação de algumas vitaminas, principalmente a vitamina E (Weber, 2001)visando melhorar características organolépticas e o shelf-life da carne, osresultados ainda são incipientes e tal prática não é adotada rotineiramente pelasagroindústrias

Tabela 1. Principais funções, sinais de deficiência e obtenção das vitaminas.Vitamina Nome Produção Funções DeficiênciaA Retinol Síntese/

extraçãoVisão, repordução,

mucosas, metab. geralFrauqeza,

anorexia, baixoGP, ataxia

D3 Colecalciferol Síntese Metab. Ca e P RaquitismoE α-Tocoferol Síntese/

extraçãoMetabolismo em geral Encefalomalácea,

diátese exudativa,distrofia muscular

K3 Menadiona Síntese Coagulação sangue hemorragiaB1 Tiamina Síntese Metb. CHO polineuriteB2 Riboflavina Fermentação/

sínteseVárias enzimas Dedos tortos

B3 ou PP Ác. Nicotínico Síntese Metab. ptn, CHO, gordura Baixo GP eanorexia, fraqueza

e diarréiaB5 Ác.

PantotênicoSíntese Metab. ptn, CHO e gordura Sintomas

nervososB6 Piridoxina Síntese Metab. aminoácidos Anemia,

dermatite, baixoGP

B8 ou H Biotina Síntese/fermentação

Metab. ptn, CHO e gordura Dermatite patas,perose

B9 Ác. Fólico Síntese Metab. ptn e ác. nucléicos Anemia, perose,baixo GP e

empenamentoB12 Cianocobala-

minaFermentação Síntese de purina e

pirimidina, metab. ptn, CHOe gordura

baixo GP eanorexia, pobreempenamento esinais nervosos

C Ác. Ascórbico Síntese/fermentação

Colina Colina Síntese Estrutura celular,metabolismo de gordura,acetilcolina, doador grupo

metil

Baixocrescimento,

perose

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Devido a fatores como, a falta de trabalhos recentes, a grande variaçãodo teor de vitaminas nas matérias-primas, a variação na qualidade das matérias-primas, ao processamento e armazenamento das rações aliado ao fato dasuplementação vitamínica das rações via premix representar cerca de 1% docusto total das rações, normalmente é utilizada uma grande margem desegurança na suplementação vitamínica das rações conforme dados citados porNascimento et al. (2005).

Apesar dessa margem de segurança na suplementação vitamínica dasrações serem bem acima das recomendações do NRC (1994) e de ter custorelativamente baixo em comparação ao custo total das rações, essa margem desegurança diminui de acordo com o aumento da idade da ave, pois a utilizaçãoracional da suplementação vitamínica economiza algumas centenas de reaispara as agroindústrias, visto o volume anual de ração produzido.

Tabela 2. Nível de suplementação superior ao NRC (1994) nas diferentes fases (emvezes).

Pré-Inicial Inicial Crescimento TerminaçãoVitamina A 6,7 5,8 4,7 3,3

Vitamina D3 15,5 12,1 9,4 6,2Vitamina E 4,1 3,2 2,0 1,6Vitamina K 5,9 4,7 3,8 3,2

Vitamina B1 1,5 1,3 0,9 0,6Vitamina B2 2,0 1,7 1,4 1,0Vitamina B6 1,1 0,9 0,7 0,5Vitamina B12 1,8 1,5 1,2 0,8

Niacina 1,3 1,1 1,1 0,9Ác. Pantotênico 1,5 1,3 1,1 0,8

Ác. Fólico 2,3 1,8 1,3 1,1Biotina 0,7 0,6 0,4 0,4

Nascimento et al. (2005)

Toledo et al. (2006) mostram que a suplementação das vitaminas A e Dpodem ser reduzidos em 50% em relação aos níveis utilizados pelas empresasbrasileiras sem efeito sobre o desempenho das aves, Toledo e Rocha (2009)observaram o mesmo resultado na redução de 40% da suplementação de todasas vitaminas, entretanto, estes últimos autores relatam que esse fato foiobservado em condições experimentais e que a redução na suplementaçãovitamínica das rações de frangos de corte deve levar em consideração váriosfatores como qualidade das matérias-primas utilizadas, instalações e nível dedesafio sanitário no campo.

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Souza et al. (1996) concluíram que os níveis das vitaminas B1, B2 e B6poderiam ser reduzidos em até 66% sem comprometimento do desempenho dasaves e Santin et al. (2000) concluíram os níveis de suplementação de ácido fólicoe nicotínico podem ser reduzidos em 20%. Já Coelho et al. (2001) verificaramque a suplementação das vitamínicas do complexo B 16 vezes acima dasrecomendações do NRC proporcionaram de US$ 0.18/ave em situação deestresse moderado, no entanto, nesse abstract os autores não especificam comofoi tal estresse.

Com relação à colina, ela é classificada como vitamina, mas deve serincluída na ração separadamente do premix e de preferência diretamente naração, pois é muito higroscópica e instável. A perda de vitaminas em premixestocado aumenta quando a colina é adicionada ao referido premix conformeobservado por Tavcar-Kalcher e Vengust (2007).

A colina é comercializada na forma de Cloreto de Colina e é encontradacomumente nas formas pó e líquida com 60 e 75% de concentraçãorespectivamente. É um produto muito instável e que frequentemente apresentaproblemas na concentração, seja por fraude ou por problemas na estocagem.

Além dos cuidados no armazenamento, na escolha do veículo adequadoe na dosagem das vitaminas na ração, outro fator importante é a escolha deprodutos de alta qualidade e adequados ao tipo de processamento da ração, poissegundo Coelho et al. (1994) citado por Leeson (2009) os processos depeletização, expansão e extrusão ocasionam perdas no conteúdo de vitaminadas rações.

Minerais

Até os anos 50, 13 minerais foram identificados como essenciais, sendoos macrominerais cálcio, fósforo, potássio, sódio, cloro enxofre e magnésio e osminerais traço ferro, iodo, cobre, manganês, zinco e cobalto, após 1959molibidênio, selênio e cromo foram adicionados a essa lista. Essa classificaçãoentre macrominerais e minerais traço corresponde a concentração desseelementos no organismo (Leeson e Summers, 2001).

Na prática consideramos como macrominerais o fósforo que ésuplementado na ração via fosfato de rocha ou subprodutos de origem animal, ocálcio que é suplementado via calcário, fosfatos e subprodutos de origem animale o sódio e cloro que são suplementados na ração via sal comum (NaCl).

O potássio que tem estreita relação com o sódio e o cloro normalmentenão é suplementado na ração, sendo obtido dos ingredientes que compõe aração principalmente da soja, sendo um fator complicante quando se utiliza ração

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vegetal, pois o grande volume de farelo de soja utilizado nesse tipo de ração fazcom que níveis excessivos de potássio sejam atingidos, ocasionando quadros dediarréia. Os demais minerais são tratados como microminerais e suplementadosna ração via premix.

A suplementação de minerais no Brasil é norteada pela legislação ondeníveis mínimos de Fe, Cu, Zn, Mn e I são estabelecidos. Logo as especificaçõesdas empresas tendem a ser similar a estes níveis, pois derivaram,primeiramente, de produtos comerciais existentes ou mesmo na recomendaçãode empresas de nutrição (Nascimento et al., 2005) conforme a Tabela 03.

Tabela 3. Níveis de suplementação de microminerais nas rações de frangos de corte(mg/kg de ração).

Micromineral Ministério da AgriculturaMédia da Indústria

NacionalFerro 30 50Cobre 6 35Zinco 30 75Manganês 40 80Iodo 0,3 0,98Cobalto - 1Selênio 0,1 0,3

Adaptado Nascimento et al. (2005)

Trabalhos recentes realizados para a determinação das exigênciasnutricionais de Mn (Cupertino et al., 2005), Cu (Scmidt et al., 2005ab) e Zn(Gomes et al., 2008 e 2009) mostram que os níveis de suplementação utilizadospela Indústria Nacional atendem perfeitamente as necessidades das aves.

Alguns minerais possuem funções mais conhecidas como o Ca naformação dos ossos, contração muscular e formação da casca do ovo, o P naformação dos ossos e o Cl+Na+K no equilíbrio eletrolítico do organismo, o zincona formação da pele e anexos e o selênio como antioxidante celular, mas todos13 minerais citados anteriormente estão envolvidos no metabolismo em geralprincipalmente como cofatores das reações metabólicas.

Um parâmetro avaliado em trabalhos sobre a exigência nutricional damaioria dos minerais, é a análise da concentração óssea desses minerais. Ograu de importância nutricional dado a cada mineral está relacionado com suaconcentração no organismo e com o custo de cada um na fórmula das rações.

Após a energia e a proteína, o fósforo é o nutriente de maior custo naração e juntamente com o Ca são os minerais com maior concentração noorganismo, apesar do Ca ser um mineral de custo muito baixo a sua estreita

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relação metabólica com P faz com que ele seja sempre tratado em conjunto como P.

Segundo Nascimento et al. (2005) as especificações de fósforo aindaapresentam grande margem de segurança, provavelmente em decorrência dasdiferentes fontes utilizadas (origem animal e inorgânica), custos e disponibilidadedo fósforo dos demais ingredientes da ração.

A quantidade de fósforo presente nos ingredientes como milho e farelode soja não é suficiente para atender as exigências nutricionais das aves, poisapenas cerca de um terço desse fósforo está disponível para os animais e osoutros dois terços estão complexados com o ácido fítico, sendo a utilização defitase uma ótima alternativa para a mobilização desse fósforo indisponível. Asuplementação de fósforo nas rações é feita a partir de fosfatos ou subprodutosde origem animal como a farinha de carne e ossos, entretanto a disponibilidadedesse fósforo varia de acordo com a fonte e a granulometria conformedemonstrado por Lima (1995) e Brugalli (1999).

Normalmente não são utilizados os fosfatos de rocha bruta, apesar de oBrasil possuir grandes jazidas. A restrição existente ao uso dessas rochas nasrações deve-se ao elevado teor de flúor que elas possuem em relação ao fosfatobicálcico (Rostagno e Silva, 1998).

O Flúor é um mineral de efeito cumulativo no organismo e seu excessoé tóxico, podendo ser essa intoxicação aguda ou crônica, os níveis máximostolerados para perus a galinhas são de 150 e 200 mg/kg. No Brasil a Portarianúmero 6 de 04/02/2000 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimentolimita o teor máximo de flúor em todas as misturas minerais utilizadas paraalimentação animal em 2000 ppm. Além do flúor outros contaminantes devem sermonitorados nos fosfatos como chumbo, cádmio, arsênico e mercúrio.

Os fosfatos como o bicálcico e o monocálcico também são importantesfontes de cálcio, assim como os subprodutos de origem animal. A outra fonte decálcio é o calcário, fonte essa que como os fosfatos devem ser monitoradas comrelação a contaminação por metais pesados, além de ser livre de dioxinas e termenos de 1,0% de Mg. O Calcário agrícola não deve ser utilizado paraalimentação animal. Assim como o nas fontes de fósforo a fonte e granulometriado calcário influencia diretamente na disponibilidade do cálcio conformedemonstrado por Fassani et al. (2004).

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Tabela 4. Efeito do calcário e da granulometria sobre a solubilidade in vitro do calcário(%).

Granulometria (mm)

Calcário 0,15-0,30 0,30-0,60 0,60-1,20 1,20-2,002,00-4,00

Média

A 16,95 c 12,78 c 11,76 b 11,12 b 10,74 b 12,67B 18,90 a 17,75 a 17,59 a 13,70 a 12,59 a 16,11C 18,02 b 13,77 b 11,70 b 11,37 b 10,21 b 13,02D 19,23 a 12,96 c 11,58 b 11,08 b 9,45 c 12,85Média 18,27 14,32 13,15 11,82 10,75 13,66

Adaptado, Fassani et al. (2004) CV = 4,87% .1- Médias seguidas por letra diferente na coluna diferem pelo teste de SNK (P<0,01).2- Efeito cúbico (P<0,01).

A fonte de sódio e cloro também possui custo baixo e fora algum erro dedosagem não é um fator preocupante na formulação de rações assim como opotássio exceto no caso de dietas vegetais com alta proteína. Como esses trêselementos estão envolvidos no equilíbrio ácido-base do organismo, algunspesquisadores e nutricionista têm trabalhado bastante no conceito do número deMongin, mas isso é um conceito polêmico não sendo levado em consideração naformulação por vários nutricionistas.

O Cu na forma de sulfato, é utilizado por alguns profissionais comopromotor de crescimento em concentrações de 150 a 200 ppm, essa utilizaçãodo sulfato de cobre como promotor de crescimento também não é consensoentre os nutricionistas.

Fora os minerais Ca, P, Na, Cl, K, Mo e Cr, os demais sãosuplementados nas rações via premix. Essa suplementação via de regra,equivale a 0,5% do custo total das rações, mas sua importância é inversamenteproporcional a seu custo, a não suplementação desses microminerais tem efeitocatastrófico no desempenho das aves.

Alguns cuidados devem ser tomados na formulação e suplementaçãomineral via premix. Caso o premix mineral seja elaborado em conjunto com opremix vitamínico, não é recomendado que esse produto fique estocado pormuito tempo, pois os minerais possuem cargas (cátions ou ânions) e sãocatalisadores de diversas reações químicas levando a perda principalmente dasvitaminas dos premixes (tabela 05).

Outro fator importante a ser considerado é a fonte do mineral emquestão, os minerais na forma de sulfatos são mais biodisponíveis que os óxidos,

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e não menos importante é a concentração de minerais pesados contaminantesnesses sulfatos e óxidos, principalmente chumbo, cádmio, arsênico e mercúrio.Outro fato relacionado a fonte de mineral é com relação ao cobre, o ideal é queseja utilizado o sulfato de cobre penta hidratado, pois o mono hidratado emcontato com água entra em reação, reação essa que é exotérmica e liberagrande quantidade de calor impactando negativamente na qualidade do premix.

Tabela 5. Estabilidade de vitaminas em premix e em alimentos peletizados e extrusados.Vitaminas

Colina

B2, niacina,Ác.

Pantotênico,E, Biotina,

B12

B1, Ác.Fólico, B6,

D3, A.B1

K3, Ác.Ascórbico

Perdas/mês (%)PremixSem colina emicrominerais

0 <0,5 0,5 1 1

Com colina <0,5 1 3 7 10Com colina emicrominerais

<0,5 5 8 15 30

AlimentoPeletizado 1 3 6 10 25Extrusado 1 6 11 17 50

Adaptado de Coelho (1991).

Minerais Orgânicos

Minerais inorgânicos ou minerais orgânicos e ou quelatados são ominerais comumente suplementados na rações na forma de óxidos ou sulfatosligados a outra molécula orgânica como proteína ou carboidrato. Na teoria essesminerais seriam melhor absorvidos pelo organismo animal que seuscorrespondentes não quelatados, entretanto ainda existem muitas controvérsiassobre esse tema e também sobre qual a melhor forma desses quelatos, ligados amolécula protéica ou a carboidrato.

Nos últimos anos vários trabalhos têm sido realizados com mineraisorgânicos na nutrição animal. Esses trabalhos começaram com a suplementaçãode minerais orgânicos na ração principalmente Zn e Se para avaliar a melhora noempenamento e na resistência da pele de frangos de corte. Trabalhos com Seorgânico também foram realizados visando aumentar o shelf-life da carne através

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de sua ação antioxidante mas os resultados também não são consistentes comoobservado por Payne e Southern (2005).

Muitos trabalhos têm demonstrado os benefícios de minerais quelatados(mineral-aminoácido) no metabolismo animal, mas a detecção de efeitospositivos no desempenho animal é menos consistente (Vieira, 2008).

Além da inconsistência nos resultados de campo, o alto custo dosminerais na forma orgânica quando comparados com minerais na formainorgânica têm impactado negativamente na adoção de sua utilização em largaescala.

Recentemente os trabalhos passaram para substituição total ou parcialdos minerais na forma inorgânica por orgânica mantendo ou reduzindo os níveisde suplementação. Trabalhos recentes têm demonstrado a possibilidade dasubstituição total dos minerais na forma inorgânica por orgânica com reduçãonos níveis dessa suplementação sem prejuízos no desempenho animal e comredução da excreção mineral nas fezes (Nollet et al. 2007), essa redução nosníveis de suplementação além de tornar mais viável economicamente a utilizaçãode minerais orgânicos também contribui para redução do impacto ambientalcausado pelos dejetos.

A viabilidade prática da substituição total ou parcial e conseqüenteredução dos níveis de suplementação desses minerais na ração ainda precisaser melhor avaliada no campo antes de sua implementação massiva. Resultadosparciais obtidos por Lopes (2010) mostram que a substituição total dos mineraisinorgânicos por orgânicos mantendo os mesmos níveis de suplementação éviável com relação ao desempenho, mas não economicamente.

Tabela 6. Efeito da substituição parcial ou total da suplementação de minerais inorgânicospor orgânicos sobre o desempenho de frangos de corte.

Fonte dos Minerais Ganho de peso,g

Conv. Alimentar,g/g

Custo/kg

100% inorgânico 2632 A 1,590 B 0,960 C70% inorgânico/30 orgânico 2509 C 1,667 A 1,010 A50% inorgânico/50 orgânico 2559 BC 1,601 B 0,975 BC30% inorgânico/70 orgânico 2587 AB 1,606 B 0,981 BC100% inorgânicoconsiderando a metionina

2599 AB 1,580 B 0,970 BC

100% inorgânico semconsiderar a metionina

2567 ABC 1,594 B 0,987 B

Lopes (2010)

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Considerações Finais

Existe a necessidade de atualização dos requerimentos de vitaminas,cálcio e fósforo utilizados nas rações de frangos de corte. Os níveis desuplementação de microminerais utilizados pela indústria estão adequados.

Maior atenção deve ser dada a produção e armazenamento dospremixes, bem como sua correta elaboração de acordo com o tipo de ração a serfabricada farelada, peletizada ou extrusada.

Mais trabalhos devem ser realizados com minerais orgânicos.

Referências

Brugalli, I.; Silva, D.J.; Albino, l.f.t.; et al. Exigência de fósforo disponível e efeitoda granulometria na biodisponibilidade de fósforo da farinha de carne e ossospara pintos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v.28, n.6, p.1288-1296.1999.

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EFEITOS DA NUTRIÇÃO SOBRE A QUALIDADE DE CARCAÇADE FRANGO DE CORTE

Dra. Cecile Berri

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PRODUTIVIDADE E EQUILIBRIODA FISIOPATOLOGIA DO APARELHO DIGESTIVO

Dr. Oscar Morales, D.V.M

Devido à sua própria natureza, o aparelho digestivo está em permanentecontato com agentes e substâncias do meio externo. Além de cumprir com afunção de processamento, seleção e absorção de nutrientes, o sistema digestivodeve evitar que agentes ou substâncias estranhas consigam se incorporar noorganismo.

O ambiente do aparelho digestivo é geralmente hostil para a maioria dosagentes infecciosos. Alguns microrganismos, porém, têm conseguido se adaptare são favorecidos pelo meio digestivo. Essas circunstâncias fazem do sistemadigestivo uma das mais prováveis portas de entrada, assim como local deinfecção por parte de muitos agentes infecciosos, tanto primários comosecundários.

Célulasmusculares

Figura 1. Modelo de homeostase intestinal, onde todos os tipos de células estãointeragem, inclusive com a matriz extracelular, a fim de manter um estado deinflamação fisiológica. Neste modelo, qualquer disfunção de um doscomponentes trará como resultado alterações de tipo patológico. (Adaptadode: Fiochi, Claudio. Intestinal Inflamation. American Phisiological SocietyJournal).

Homeostase

Fibroblastos Células nervosas

Célulasendoteliais

Macrófagos

Linfócitos

Célulasepiteliais

Matrizextracelular Células musculares

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Esta apresentação revisa os mecanismos de defesa, especialmente osmecanismos específicos, relacionados com o sistema imune. Não podemosdeixar de mencionar, entretanto, as defesas inespecíficas, já que mecanismosnão-específicos são independentes e atuam de forma sinérgica.

Alguns dos mecanismos de proteção que não são específicos estãodiretamente relacionados com a estrutura básica e com o próprio funcionamentodo sistema digestivo. Outros mecanismos de defesa mais especializados e osespecíficos dependem mais do sistema imunitário e adaptativo da ave.

As necessidades e exigências dos consumidores de produtos de origemavícola têm mudado e continuam mudando, exercendo pressão sobre as práticasde produção. Hoje nos encontramos diante da necessidade de manter umdelicado balanço entre os custos de produção e as características a qualidaderequeridas pelo mercado consumidor. Contamos, para tanto, com ferramentasde produção novas ou renovadas, tais como:

uso de enzimas exógenas à ave; novos materiais o pre-processos para inclusão nas rações; restrições e até mesmo eliminação no uso de promotores de natureza

antibiótica; manejo ou inclusão de agentes vivos ou inertes de natureza probiótica; sistemas novos ou renovados de entrega de antígenos e novas vacinas a

serem entregues por via digestiva; doenças e síndromes emergentes ou potencialmente emergentes; novas percepções e novas práticas de bem-estar animal.

A incorporação de todas essas ferramentas e de quaisquer outrasestratégias requer o entendimento sobre a multifuncionalidade do sistemadigestivo. O sistema digestivo normal posui mecanismos que trabalhan peloequilibrio apropriado de todas suas funções, já que seus fenômenos fisiológicosocorrem continuamente e, na maioria dos casos, simultaneamente: digestão eabsorção de nutrientes; secreção fisiológica de proteínas com reciclagem deaminoácidos; barreira protetora de agentes externos; reconhecimento seletivo deagentes infecciosos e respostas imunes; eliminação de toxinas e dejetos.

Nutrição, imunologia, produção de ração, abate e processo,administração de custos, marketing de produtos avícolas, cuidado com o meio-ambiente, etc – todos atuando na busca do equilíbrio rentável.

A resposta imune é por si mesma muito complexa, ainda mais noaparelho digestivo, devido à grande quantidade de elementos e fatoresenvolvidos. O grau de compenetração e a complexa interação entre as células do

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sistema imune e as do aparelho digestivo têm nos levado à conclusão que o tubodigestivo é por si mesmo o maior e mais importante órgão do sistema imune.

O tubo digestivo possui toda a estrutura e os elementos para responder auma agressão. Porém, a resposta imune normal do intestino tende a ser eficienteusando minimamente os mecanismos inflamatórios, já que a inflamação podecomprometer as outras funções do aparelho digestivo. Em geral as respostas detipo inflamatório severo indicam que a agressão é forte, o que o sistema dedefesa inicial não está funcionando adequadamente.

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ATUALIDADE SOBRE BRONQUITE INFECCIOSA

Dr. Mario Sérgio Assayag

(O autor não enviou a palestra em tempo de hábil para constar nos anais)

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EFEITO IMUNOSSUPRESSIVOS DO VIRUS DA ANEMIA DASGALINHAS (CAV)

Dr. Taylor Marcelo Corrêa BarbosaPoultry Diagnostic and Research Center

University of Georgia

Athens, GA, USA

[email protected]

O processo de imunossupressão em frangos pode ser causada por

diversos fatores, incluindo mas não limitado a estresse, fatores nuticionais e

ambientais, e doenças infecciosas. As doenças mais comuns que causam

imunossupressão em frangos são: Doença Infecciosa da Bolsa de Fabrício,

Enfermidade de Marek, Reticuloendoteliose e Anemia Infecciosa das Galinhas.

Este resumo sobre os principais efeitos imunossupressivos do Vírus da Anemia

Infecciosa das Galinhas não tem a pretenção de discorrer sobre todos os

detalhes do vírus e da doença. Aos leitores mais interessados é indicado a leitura

do capítulo de Chicken Infectious Anemia Virus do Dr. Ton Schat (Diseases of

Poultry) (27), o capítulo de Anemia Infecciosa das galinhas da Dra. Liana

Brentano (Doenças das Aves) (3), e as diversas revisões presente na literatura

(1, 21, 28).

A Anemia infecciosa das galinhas (do ingles Chicken Infectious Anemia

Virus, CIAV ou CAV) é causada por um Circovirus com distribuição mundial e

atualmente é classificada dentro do gênero Girovirus. CAV é o único

representante deste gênero e, todos os isolados são considerados pertencer ao

mesmo sorotipo (26). CAV foi primeiramente descrito no Japão em 1979 (38). O

vírus foi então reportado em vários países nos anos seguintes. No Brasil foi

relatado pela primeira vez em 1990 (4). Estudos retroativos, com soros

estocados a mais de cinco décadas revelaram que CAV já estava presente em

frangos de corte, pelo menos desde o final da década de 1950 (31).

O CAV é um dos menores vírus de importancia ecônomica em frangos.

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O vírus possui diâmentro de 17 – 25 nanômetros (9). O genome do CAV contem

2.3 Kb de ssDNA (fita simples de sentido negativo) (22). O genome codifica

somente três proteins: VP1 (proteína do capsídeo), VP2 (scaffolding protein –

proteína necessária para formação de VP1) e VP3 (apoptina), em regiões

sobrepostas, a partir do mesmo mRNA (policistrônico) (22). VP1 é a única

proteína presente na partícula viral purificada (30). VP3 induz apoptose das

células infectadas e tem sido experimentalmente usado para reduzir o

crescimento de células tumorais (23).

O CAV é extremamente resistente ao meio ambiente. O vírus resiste ao

éter, clorofórmio, acetona, fenol 5%, desinfetantes a base de ortodiclorobenzeno,

amônia quaternária 5% e a pH de 3.0 por 3 horas (27). Ainda, o CAV é capaz de

resistir a 56ºC por uma hora, é somente particialmente inativado a 80ºC por 30

minutos e, totalmente inativado a 100ºC por 10 minutos (25, 35).

Laboratorialmente, hipoclorito de sódio é bastante utilizado para inativação do

vírus, mas somente funciona em concentrações superiores a 10%, muito

superior as concentrações comumente encontradas comercialmente de 2% (27).

A infecção por CAV pode ser considerada específica para as células do timo e

da medula óssea (1, 12, 37). Como essas células são comumente encontradas

circulando por outros tecidos, não é raro a identificação de células infectadas em

diversos órgãos espalhados pelo corpo da ave. CAV já foi encontrado em

precursores de linfócitos T no timo, células T maduras no Baço e outros órgãos

linfóides secundários e em células precursoras na medula óssea. A infecção e

destruição destas células por apoptose induz anemia aplástica e atrofia linfóide

generalizada, que são associadas à imunossupressão. Essa associação de

lesões geralmente está associada à infecções secundárias (38). Também, o

CAV infecta hemocitoblastos, que são células precursoras dos eritrócitos, os

quais são necessários para a produção de hemácias, de trombócitos

(coagulação) e de granulócitos (resposta imune), causando assim aplasia de

medula óssea, anemia, hemorragias e baixa resposta contra infecções

secundárias (1).

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Infecções de CAV causam sérios prejuízos econômicos para a indústria

de frangos de corte e para produtores de ovos férteis livres de patógenos

específicos (SPF, specificpathogen-free eggs) (26). Lotes infectados e com

sínais clínicos podem exibir retardo no crescimento e a mortalidade das aves

observado variando geralmente entre 10-20%, mas que pode alcançar até 60%

em alguns casos (4-5, 10). Apesar da infecção subclinica ser díficil de mensurar,

é sabido que a infecção por CAV em aves jovens não protegidas pode afetar as

respostas imunes contra vacinações e infecções do campo (10, 29). CAV é

considerado ubíquo e tem sido descrito praticamente em todos os países com

produção de frangos em escala industrial (4, 6, 13-14, 41).

CAV é conhecido por ser transmitido verticalmente via infecção do ovo

pela matriz virêmica (11, 40), horizontalmente (39) e infecções iatrogenica

atraves de vacinas contaminadas. Somente um sorotipo de CAV é reconhecido

(20), apesar de diversas tentativas para identificar regiões variáveis na proteínas

VP1 e VP2, nenhuma mutação pode explicar a virulência das cepas estudadas.

A severidade dos sinais clínicos da infecção está associada ao título víral

que a ave é exposta e a idade desta ave (19). Quanto maior a carga víral

maiores são os sinais clínicos e as lesões. Normalmente o desenvolvimento dos

sinais clinicos e das lesões é também maior em aves infectadas próximo ao

nascimento. Assim, transmissões verticais geralmente causam maior impacto

que transmissões horizontais. Entretanto, caso um grande número de aves esteja

desprotegida no momento do nascimento, e considerando que o vírus é

extremamente resistente ao meio ambiente, a transmissão horizontal também

pode causar doença no mesmo nível da transmissão vertical. Aves infectadas

através da matriz ou nos primeiros dias de vida geralmente desenvolvem severa

atrofia do timo e medula óssea, diminuição na curva de crescimento e

imunossupressão (2, 17).

A gravidade dos sinais clínicos também está associada a interações (co-

infecções) com outras doenças imunossupressoras. Diversos relatos estão

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disponíveis na literatura detalhando a interação de CAV com Reovirus (18),

Adenovirus(32-33), Reticuloendoteliose (15), Doença de Gumboro (24, 34, 36),

entre outros. Em todos os casos a co-infecção por CAV produziu um quadro mais

grave que as infecções isoladas. Além disso CAV tem sido reportado como um

co-factor nas falhas vacinais. Aves infectados por CAV e vacinadas com a cepa

LaSota da Doença de Newcastle, levaram mais tempo para eliminar o vírus

vacinal do trato respiratório (7). Muitas das falhas vacinais que encontramos no

campo poderiam ter explicações atribuídas à infecção subclínica de CAV.

A ausência de sinais clínicos não significa que o CAV não esteja

causando danos ao sistema imune. Em aves infectadas após a terceira semana,

que normalmente não desenvolvem a doença clínica, é observada uma redução

na expressão de receptores para a porção Fc de anticorpos, reduzindo a

capacidade fagocítica (17). Tal efeito pode ser o responsável pela diminuição da

capacidade do organismo em eliminar microorganismos, bem como em diminuir

a capacidade de apresentação de antígenos ao sistema imune. Também já foi

demonstrado que infecções subclínicas de CAV diminuem a transcrição de

interferon gama (24) e diminuem a produção de interleucina-1(16). Apesar disso,

ainda é muito difícil quantificar as perdas decorrentes da infecção sub-clínica de

CAV em frangos de corte.

Atualmente somente vacinas vivas estão disponíveis para o controle do

CAV, sendo utilizadas para imunização das matrizes. Vacinas de CAV são

rotineiramente aplicadas em matrizes antes do início da produção, com a

intensão de prevenir a transmissão vertical e a prover a passagem de anticorpos

maternais para a progene, com o objetivo de proteger as aves durante as

primeiras semanas de vida (8).

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DEPLEÇÃO LINFOCITÁRIA BURSAL E IMUNODEPRESSÃOA SUBJETIVIDADE E AS NOVAS TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO

Dr. Lucas Brunelli de Moraes

É indiscutível a importância do setor avícola no Brasil. Além do aspectoeconômico, a avicultura desempenha um papel social de extrema importância,viabilizando a pequena propriedade e fixando a população rural no interior, assimevitando o aumento do número de desempregados e diminuindo os riscos destasfamílias assumirem um estado de miséria extrema, devido à falta deoportunidades nas grandes cidades.

A avicultura industrial é uma das mais tecnificadas áreas doagronegócio, produzindo com alta eficiência e exigindo o máximo dedesempenho do seu produto, a ave. Com vista nessa alta eficiência é que existeuma constante corrida para a manutenção de um ideal estado sanitário dos lotes,a fim de impedir a quebra deste potencial produtivo, seja de carne ou de ovos.No entanto, patologias imunodepressoras são responsáveis por grandes perdas,ou por suas lesões diretas ou servindo como porta de entrada para outrasdoenças.

Uma atividade de tamanha magnitude apresenta algumas distorções,pois a mesma avicultura que usa equipamentos de última geração e serviçosatualizados que são responsáveis pela competitividade internacional do produtobrasileiro, em muitas situações é levada a tomar decisões apoiada em critériossubjetivos. Como critério subjetivo, entenda-se a análise meramente gráfica dosdados e em uma experiência empírica, que se traduz por sensação "epidérmica"de erro e acerto. Uma atividade tão importante econômica e socialmentenecessita de critérios objetivos fundamentados cientificamente, comprobabilidade de erro e acerto calculados para dar sustentação às decisões queobjetivarão a melhoria da produtividade dos plantéis e da qualidade sanitária doproduto oferecido aos mercados externo e interno.

Este trabalho teve como objetivo a geração de uma ferramenta para amelhoria da avaliação das lesões bursais provocadas pelas doençasimunodepressoras, pois a quantificação da perda linfocitária é subjetiva,dependendo somente da experiência do técnico que a realiza, podendo serinfluenciada por inúmeros fatores. Para objetivar esta análise foi necessária autilização de equipamentos processadores de imagens que pudessemdemonstrar e quantificar estas lesões. A esta metodologia de análise digital deimagem denominou-se Avaliaçao Digital da Depleção Linfocitária (ADDL).

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Dessa forma, a utilização da ADDL contribui para um melhorconhecimento dos prejuízos acarretados pelas patologias imunodepressoras,através da obtenção de dados pela digitalização dos cortes histológicos e daquantificação do grau de lesão.

Para a realização da técnica são utilizadas amostras de BF fixadas emsolução de formalina a 10%, sendo de suma importância que estas estejamíntegras – fechadas.

Após a fixação, as BF são foram cortadas transversalmente na porção demaior circunferência – porção equatorial – com a finalidade de obter-se a maiorárea de observação. Os órgãos são desidratados, clarificados em xileno,impregnados com parafina, cortados com 5µm de espessura e corados comhematoxilina e eosina, segundo Luna (1968).

Para a obtenção das imagens, as BF são divididas em oitantes, dosquais são fotografados 2 folículos. Assim totalizam-se 16 folículos fotografadospor amostra de BF. Os oitantes são numerados em sentido horário (de 1 a 8) etodos os folículos numerados em ordem crescente (de 1 a 16). Estas imagenssão obtidas com o auxílio de uma câmera digital acoplada a um microscópioóptico trinocular.

Para processamento das imagens é utilizado um programacomercial de análise chamado MATLAB® 6.5. As imagens coloridas sãoconvertidas para a escala de cinza (256 tons) e a área de interesse – o folículo –é selecionada. As imagens são segmentadas, obtendo-se apenas a áreafolicular. Os histogramas (número de pixels / escala de cinza) das imagens sãoobtidos e calculados os valores das áreas do mesmo.

Os valores gerados a partir dos histogramas são lançados em umprograma de Redes Neurais Artificiais (RNA), as quais foram previamentetreinadas para o reconhecimento e classificação dos dados. A partir de então sãoobtidos os índices classificatórios de escore de lesão folicular para cada BF. Aclassificação de lesão gerada pela RNA pode alcançar altos valores desensibilidade e especificidade, 89,81% e 96,17% respectivamente. Fato que gerasegurança na análise dos dados por parte do veterinário de campo e um confortobastante representativo para o profissional do laboratório, pois este podedemonstrar com clareza o quadro de perda linfocitária bursal, inclusivedesdobrando as tendências de gravidade das alterações. Além disso, a ADDLdimensiona o erro classificatório e padroniza a avaliação da depleção linfocitária,já que ela independe do profissional que a realiza, permitindo a comparação deresultados gerados em distintas regiões e condições estruturais e pessoais.

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Mesmo a ADDL sendo uma metodologia de análise digital de imagem,ela – até o momento – limita-se a avaliação da perda linfocitária, fato que torna afigura do histopatologista indispensável para o correto diagnóstico microscópico,pois as diversas outras alterações precisam ser analisadas e corretamenteavaliadas.

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AVALIANDO O SISTEMA IMUNE NAS DIFERENTESESTRATÉGIAS DE MANEJO

Luiz Felipe [email protected]

Na avicultura industrial atualmente, a pressão por resultados denota aexcelência que deve ser atingida em todos os compartimentos da exploração,sejam nutricionais, sanitários de ambiência, etc. A importância da capacidade deresposta aos desafios, por meio do sistema imune, e sua correlação negativacom os parâmetros zootécnicos, tornou-se hoje um dos principais alvos nodesenvolvimento de estratégias que visem a geração de novos produtos, comopor exemplo as vacinas e os chamados “imuno-estimulantes”. A eficácia destesprodutos e a determinação do melhor momento de uso, bem como anecessidade de se mensurar seus efeitos, exige de outro lado a implementaçãode ferramentas úteis no campo.

Neste sentido a possibilidade de avaliação do sistema imune e do efeitode diferentes drogas, tem permitido o uso da citometria de fluxo para a geraçãode protocolos confiáveis e para a determinação das demandas futuras com afinalidade de explorar da melhor forma a capacidade de resposta imune dasaves, aliada a melhor utilização de protocolos preventivos, curativos ou mesmode suplementação, determinando um ponto fundamental na avicultura,principalmente de corte, que é o custo benefício.

Os momentos de sucesso ou falha na capacidade de reagir aos desafiosno campo são, em última análise, avaliados pela própria sobrevivência das avesao longo do tempo. Superada esta condição, sem a qual obviamente, nãohaveriam outras demandas, tem de se buscar o lucro. É nesta balança que asestratégias mais impactantes na atualidade tem surgido, afinal comparando-seduas explorações onde todas as aves chegam a idade de abate, o mercado daráchance aquela que analisou melhor os seus riscos, gerenciou bem os mesmos edeu mais lucro. Apesar das particularidades de cada região do país, a aviculturabrasileira enfrenta em diferentes graus, desafios comuns relacionados aenfermidades no campo, a qualidade de matéria prima para alimentação e aoambiente.

De maneira geral estas situações são controladas com diferentesprotocolos de vacinação, manejo do ambiente e implementação na qualidade daalimentação, que envolve o uso de diferentes suplementos alimentares,passando pelos pré e pro-bióticos, os adsorventes, ácidos orgânicos, entre tantas

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possibilidades. As monitorias realizadas pelo isolamento de agentes infecciososou mesmo Pelo PCR devem permitir uma inferência direta da situação darealidade analisada e direcionar as medidas necessárias. De forma maiscorriqueira muitas vezes a análise sorológica dos lotes e conseqüentemensuração de anticorpos permite configurar panoramas de desafios no campo,capacidade de resposta imune e efeito das vacinações.

O uso da citometria de fluxo deverá ser mais uma estratégia a orientar omanejo dos lotes e principalmente ratificar o efeito das novas medidas que visamfomentar a capacidade de resposta imune. Na prática pode-se vislumbrar o seuuso de diferentes maneiras. No início é necessária a criação dos padrões deresultado, dependendo das células que se desejem avaliar. Como existempoucas referências sobre o tema, é natural que a determinação destes padrõesencontre situações de alta variabilidade. De qualquer forma o que se encontramsão tendências comuns em diferentes situações, quando se analisam aves SPF,ou mesmo aves a campo (Figura 2). Em valores absolutos a determinação detendências no padrão das células imunes já permite uma conclusão interessante,pois pode inferir a imuno-competência das aves ou mesmo apontar para algumdesequilíbrio, sem necessariamente apontar a causa do mesmo.

È neste ponto que buscou-se avaliar o efeito que diferentes enfermidadespoderiam ter nestas tendências associadas as células analisadas. As célulasescolhidas para análise na citometria incluíram os marcadores de linfócitos T, dotipo CD4, CD8, CD28 MHC-I, MHC-II, TCR-1 e TCR-2. Resumidamente poderiase justificar a importância destas células da seguinte maneira: após a entrada deum antígeno no animal, a resposta ao mesmo deve ser equilibrada em humoral ecelular, principalmente contra os vírus. Para bactérias extra-celulares e toxinas,principalmente humoral e bactérias intra-celulares tal como para os vírus, comalgumas diferenças na resposta celular. O início da resposta imune não se dápelo reconhecimento de um antígeno solúvel livre, mas de um complexoantígeno-MHC na superfície de células apresentadoras de antígeno profissionais(macrófagos e células dendríticas). Dependendo do tipo de MHC ligado, tem-se adireção da resposta.

Antígenos gerados dentro da célula ligam-se ao MHC -I, ou seja, vacinascom vírus atenuados que replicam permitem a ligação a este MHC. Antígenosextra-celulares que são fagocitados pelos macrófagos ou células dendríticas,ligam-se ao MHC –II, ou seja, vacinas com vírus inativados ou toxinas ligam-se aeste MHC. Significa que toda vez que o MHC-I for utilizado (vacina replicante) aapresentação do antígeno será feita ao linfócito T CD8 o qual evolui à Linfócito Tcitotóxico, e desta forma vacinas vivas incitam classicamente resposta celular. Aomesmo tempo debris de antígenos liberados das células infectadas mortas eantígenos extra-celulares ao ligarem-se ao MHC-II serão apresentados ao

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Cel

l Mea

n

Controle G8 G9 Gdez GonzeCell

Interaction Bar Plot for CD8 alfaEffect: Column 1Error Bars: ± 1 Standard Deviation(s)

Linfócito T CD4, que diferencia-se em Linfócito T helper (auxiliar), podendo gerardois tipos de resposta: a TH1 (ativação de macrófagos e auxílio ao CD8) e a TH2(ativação de Linfócitos B que evoluem à plasmócitos culminando com produçãode anticorpos). A mensuração destes receptores de forma conjunta ouisoladamente, pode indicar que tipo de resposta o organismo esta buscando eprincipalmente apontar porque algumas falhas nos protocolos utilizados não sãopercebidas com o uso das técnicas tradicionais.

Pode-se avaliar nos gráficos abaixo, os resultados obtidos em testes dedesafio com vírus da Bronquite Infecciosa, Gumboro, Salmonella e coccidiose(Figura 1). Uma outra forma de se utilizar esta ferramenta, em valores relativos,pôde ser observada quando se testou a ação de diferentes produtos “imuno-estimulantes” na presença de um desafio como a Salmonella (Figura 3).

Figura 1. Dinâmica de células citotóxicas após diferentes desafios em relação ao controle

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ell M

ean

Aves comuns SPFCell

Interaction Bar Plot for MHC IEffect: Grupos

A avaliação da dinâmica destas células pode ser, na prática uma medidamuito sensível quando comparada as ferramentas atuais de soro-conversão e

Figura 2. Diferença na expressão de MHC-I em aves SPF e comuns

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,25

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1

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Cel

l Mea

n

T1 T2 T3 T4 T5 T6Cell

Interaction Bar Plot for CD8 alfa highEffect: Column 1

Figura 3. Efeito do uso de “imuno-estimulantes” em desafios com Salmonella

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mesmo a presença de lesões decorrentes da ação do agente em estudo. Alémda simples presença ou do aspecto morfológico da célula, a medida destesmarcadores dará um panorama funcional da resposta, quando se permite avaliarque tipo de célula se esta medindo, como por exemplo, células virgens (naive),células ativas ou de memória. A compreensão cada vez mais clara dosresultados e a sedimentação no uso destas técnicas, poderá contribuir para oaprimoramento necessário à avicultura. São conseqüências das demandascriadas e da modernização cada vez mais premente deste tipo de atividade, ondea presença de profissionais cada vez mais capacitados e de empresas cada vezmais promissoras, poderão garantir a posição e o desenvolvimento do País.

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PPRROOMMOOÇÇÃÃOO//RREEAALLIIZZAAÇÇÃÃOO

CCOO--PPRROOMMOOÇÇÃÃOO

AAPPOOIIOO

PPAATTRROOCCIINNAADDOORREESS

Associação Catarinense deMedicina Veterinária – Núcleo OesteCNPJ/MF no: 83.697.300/0001-07Inscrição Estadual: IsentoEndereço: Rua Egito, 31 – EBairro: Maria GorettiCEP 89.801-420, Chapecó – SCFone/Fax: 49 3328-4785E-mail: [email protected]: http://www.nucleovet.com.br