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Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica para Abertura de uma

Agroindústria Processadora de Polpa de Frutas

no Município Aimorés-MG.

Viçosa, 28 de março de 2005.

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Empresa Responsável

Intec Assessoria e Consultoria em Gestão Estratégica

– Coordenação Geral e Análises Econômico Financeiras

Parceria

Arve Alimentos

– Análises Técnicas

Equipe Técnica

Sidiney Cabral de Sousa – Intec Consultoria

Renata R. Santiago – Intec Consultoria

Fábia Giovana do Val - Intec Consultoria

Bruno Figueira Ramos- Arve Alimentos

Emanuel Roberto Faria - Arve Alimentos

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SUMÁRIO

1. Apresentação ................................................................................................... 7

2. Aspectos metodológicos..................................................................................... 9

3. Caracterização e Análises Preliminares............................................................... 11

3.1 Concepção do Projeto................................................................................. 11

3.2 Infra-estrutura Empresarial ......................................................................... 13

3.2.1 Dimensionamento e Localização............................................................. 13

3.2.2 – Aspectos da Legislação vigente ........................................................... 14

3.3 Processo Produtivo..................................................................................... 15

3.3.1 Colheita ............................................................................................. 22

3.3.2 Transporte.......................................................................................... 22

3.3.3 Recepção............................................................................................ 23

3.3.4 Lavagem ............................................................................................ 23

3.3.5 Seleção .............................................................................................. 24

3.3.6 Preparo .............................................................................................. 25

3.3.7 Despolpa ............................................................................................ 25

3.3.8 Acumulação de massa no tanque de equilíbrio ......................................... 26

3.3.9 Tratamento térmico ............................................................................. 26

3.3.9 Envase e conservação .......................................................................... 27

3.3.10 Armazenamento e Expedição ............................................................... 28

3.3.11 Higienização...................................................................................... 28

3.4 Layout ..................................................................................................... 29

3.5 Matérias-primas e insumos necessários......................................................... 32

3.5 Matérias-primas e insumos necessários......................................................... 33

3.5.1 Necessidade anual estimada de matéria-prima......................................... 33

3.6 Mão-de-obra necessária.............................................................................. 34

3.6 Mão-de-obra necessária.............................................................................. 34

3.7 Possibilidades de diversificação da produção.................................................. 34

4. Análise de Mercado e Competitividade ............................................................... 35

4.1 Macroambiente do Empreendimento: Ameaças e Oportunidades....................... 35

4.1.2 Considerações sobre o Mercado ............................................................. 35

4.1.2.1 Exportações ..................................................................................... 36

4.1.2.2 Mercado Interno ............................................................................... 37

4.1.2.3 Mercado para as polpas das principais frutas de Aimorés ........................ 39

4.1.3 Considerações sobre a dinâmica da Cadeia Agroindustrial .......................... 41

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4.1.4 Fornecedor ......................................................................................... 42

4.1.4.1 Produção em Minas Gerais ................................................................. 43

4.1.4.2 Produção no município de Aimorés ...................................................... 47

4.1.5 Consumidor ........................................................................................ 50

4.1.6 Concorrente........................................................................................ 52

5. Viabilidade Técnica ......................................................................................... 53

5.1 Descrição dos produtos e serviços ................................................................ 53

5.1.1 Características .................................................................................... 53

5.1.2 Considerações sobre objetivos............................................................... 54

5.1.3 Tecnologia Utilizada ............................................................................. 54

5.2 Investimentos fixos programados................................................................. 54

5.2.1 Construções civis e instalações complementares ...................................... 54

5.2.2 Máquinas e equipamentos..................................................................... 58

6. ANÁLISES ECONÔMICAS.................................................................................. 65

6.1 Considerações iniciais................................................................................. 65

6.2 Considerações teóricas ............................................................................... 66

6.1.1 Fluxo de Caixa .................................................................................... 66

6.1.2 Período de Payback.............................................................................. 66

6.1.3 Valor Presente Líquido.......................................................................... 67

6.1.4 Taxa Interna de Retorno....................................................................... 67

6.1.5 Ponto de Equilíbrio............................................................................... 67

6.1.6 Margem de Contribuição ....................................................................... 67

6.1.7 Custo Fixo e Despesas Fixas.................................................................. 68

6.1.8 Custo Variável..................................................................................... 68

6.3 Resultados em função da Capacidade Produtiva ............................................. 69

6.4 Pontos de Equilíbrio e equivalência produtiva................................................. 71

6.4.1 Ponto de equilíbrio ............................................................................... 71

6.4.2 Equivalência produtiva ......................................................................... 73

6.4.3 Síntese de indicadores operacionais e financeiros ..................................... 74

6.4.4 Custos de Produção ............................................................................. 76

7. Conclusões sobre a Viabilidade ......................................................................... 77

7.1 Parecer Técnico ......................................................................................... 77

7.2 Parecer Econômico..................................................................................... 78

8. Referencial Bibliográfico................................................................................... 80

9. Anexos.......................................................................................................... 82

9.3 Projeto 1 – PRONAF....................................................................................... 92

9.4 Projeto 2 – 465 kg/hora................................................................................109

5 Projeto 3 – 930 kg/hora...................................................................................109

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Índice de Tabelas

Tabela 1 – Listagem de Maquinas e Equipamentos .................................................. 30

Tabela 2 – Consumo Estimado de kg de frutas/ano ................................................. 33

Tabela 3 – Mão-de-obra necessária ....................................................................... 34

Tabela 4 – Evolução da participação do estado de Minas Gerais na comercialização de

frutas em comparação com a Importação São Paulo e Demais estados....................... 44

Tabela 5 – Produção de Frutas na Micro-região de Aimorés....................................... 48

Tabela 6 – Local de comercialização por fruta ......................................................... 49

Tabela 7 – Estimativa do potencial de produção de frutas em Aimorés com o número de

pés atualmente existentes ................................................................................... 49

Tabela 8 – Descrição de Maquinas e Equipamentos – Planta 1................................... 59

Tabela 9 – Descrição de Maquinas e Equipamentos – Planta 2 e 3 ............................. 62

Tabela 10 – Esquema de Financiamento Simulado................................................... 65

Tabela 11 – Capacidade Produtiva Planta 1 – 300kg de polpas/hora........................... 69

Tabela 12 – Capacidade Produtiva Planta 1 – 465kg de polpas/hora........................... 70

Tabela 13 – Capacidade Produtiva Planta 1 – 930kg de polpas/hora........................... 70

Tabela 14 – Equivalência Produtiva ....................................................................... 73

Tabela 15 – Síntese dos indicadores operacionais e financeiros ................................. 74

Tabela 16 – Custos Unitários................................................................................ 76

Índice de Figuras

Figura 1: Balanço de massa para Planta 1.............................................................. 16

Figura 2: Fluxograma de produção da polpa de fruta ............................................... 17

Figura 3 - Balanço de massa do projeto para Planta 2............................................. 18

Figura 4: Fluxograma de produção da polpa de fruta para Planta 2 ............................ 19

Figura 5 - Balanço de massa do projeto para Planta 3.............................................. 20

Figura 6: Fluxograma de produção da polpa de fruta Planta 3 ................................... 21

Figura 7: Planta 1............................................................................................... 30

Figura 8: Planta 2............................................................................................... 31

Figura 9: Ponto de Equilíbrio – Planta 1 ................................................................ 71

Figura 10: Ponto de Equilíbrio – Planta 2 ............................................................... 72

Figura 11: Ponto de Equilíbrio – Planta 3 ............................................................... 72

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1. Apresentação

A agroindústria, de acordo com SILVEIRA (2005), é um dos principais segmentos da

economia brasileira, com importância tanto no abastecimento interno como no

desempenho exportador do Brasil. Uma análise recente estima que sua participação no

Produto Interno Bruto (PIB) seja de 12%, tendo assim uma posição de destaque entre os

setores da economia, juntamente com a indústria química e a petroquímica.

De acordo com NASCENTES (2004) as agroindústrias podem representar um

elemento chave para introduzir opções de atividades nas comunidades do interior, com

efeito indireto no emprego rural. Segundo Prof. Samuel Pohoryles, do Settlement Study

Center de Rehovot - Israel, a agroindústria é uma poderosa força para melhorar o uso dos

recursos materiais, humanos e diversificar fontes de renda das zonas rurais, promovendo

os objetivos do desenvolvimento e da prosperidade material da vida rural. A

interdependência da agroindústria com a agricultura deve-se, também, ao caráter

altamente perecível dos produtos e à grande perda de peso ou de volume no processo de

industrialização. Assim, os produtos beneficiados apresentam vantagens em termos de

custo de transporte com o produto in natura; além disso, podem ser transportados, a

longas distâncias, mais adequadamente na forma industrializada.

“Nesse contexto, a Agroindústria Mineira destaca-se no cenário nacional pela

competitividade auferida nos segmentos industriais já consolidados, como o do café,

cachaça, carnes e laticínios, e nos segmentos altamente promissores: sucro-alcooleiro,

frutas tropicais e processamento de vegetais, processamento de grãos e processamento

de café” (INDI, 2005).

Para SILVA (2000) o reconhecimento da importância da atividade agroindustrial no

processo de desenvolvimento econômico e social levou os formuladores de políticas

públicas, no Brasil e no exterior, a eleger o setor como prioritário para a promoção de

investimentos em novos empreendimentos.

Segundo SILVEIRA (2005), seguindo os passos da indústria de alimentos mundial, a

indústria processadora de sucos no Brasil está passando por um processo de concentração

produtiva e da propriedade e de crescente inserção internacional, até como exportadora

de capital. Nesse sentido, há uma mudança na visão de agroindústria processadora de

sucos identificada especificamente com algumas regiões produtoras.

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De acordo com o INDI (2005) o setor de sucos de frutas ocupa um papel de

destaque no agronegócio sendo um dos maiores negócios do mundo, com especial parcela

reservada aos países em desenvolvimento, hoje responsáveis por metade das exportações

mundiais.

Neste sentido, torna-se relevante à preocupação do Instituto Terra com o processo

de agroindustrialização no município de Aimorés, uma vez que, esta demonstra, em linhas

gerais, ser uma alternativa viável de desenvolvimento sustentável. Assim, o objetivo deste

trabalho consiste em avaliar a Viabilidade Técnica e Econômica para Abertura de uma

Agroindústria Processadora de Polpa de Frutas em Aimorés-MG ofertando a investidores

potenciais uma série de parâmetros que os permitam compreender a dinâmica, riscos e

oportunidades de tal atividade.

De forma mais pontual o trabalho apresenta discussões sobre:

Dimensionamento da planta industrial

Especificação de produtos

Processos Produtivos

Aspectos legais

Aspectos técnicos

O perfil geral do cliente de polpa de frutas

A dimensão do mercado aparente

Investimento necessário para implantação

Projeções de resultados financeiros

Simulações financeiras identificando a faixa de viabilidade da agroindústria

Cabe ressaltar que este trabalho tem como finalidade básica servir como

instrumento para a orientação geral sobre o potencial e riscos do empreendimento, neste

sentido, para a implantação efetiva da Agroindústria torna-se necessário o

desenvolvimento do Planejamento Estratégico da mesma, no qual deverá levar em

consideração o perfil do empreendedor, seus objetivos e sua rede de contatos, o

detalhamento do mercado e da logística.

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2. Aspectos metodológicos

O presente trabalho foi fundamentado no Perfil Agroindustrial de Polpas de Frutas

e Tomate da Secretaria da Agricultura Familiar – Ministério do Desenvolvimento Agrário,

produzidos sob a coordenação do Departamento de Tecnologia de Alimentos da

Universidade Federal de Viçosa - o qual visa permitir que os investidores interessados

possam utilizá-lo como fonte básica de informações sobre as características técnicas e

econômicas do empreendimento agroindustrial desejado.

Como forma de possibilitar uma análise mais aprofundada do projeto realizou-se a

revisão do referencial teórico adotado para construção do Perfil Agroindustrial e da

tecnologia a ser empregada. Como base para a revisão considerou-se entre outras

variáveis as mudanças no patamar tecnológico nacional, nos hábitos alimentares e nas

exigências dos consumidores – pessoas físicas e jurídicas – dentro e fora do território

nacional.

Como resultado foram dimensionadas agroindústrias com flexibilidade produtiva –

produção e linhas de produtos. As unidades agroindustriais projetadas foram comparadas

entre si e com a unidade projetada pelo PRONAF possibilitando ao investidor definir o

perfil de empreendimento que melhor se adeque aos seus objetivos.

Foram realizadas simulações financeiras na forma matricial possibilitando a

identificação de centenas de hipóteses diferentes o que possibilita a visão com maior

clareza dos riscos inerentes ao presente investimento.

A hipótese de captação de recursos junto a terceiros foi considerada tendo como

base de cálculo o Programa de Geração de Emprego e Renda - Proger Urbano -

considerando-se os limites máximos de aporte monetário (80% da instituição financeira,

sendo limitado a 30% do montante para Capital de Giro associado e o restante para

Investimentos), de carência (12 meses) e de prazo de pagamento (60 meses).

Todos os cálculos foram realizados considerando a empresa atuando no regime

tributário do lucro real. Os preços das frutas foram estabelecidos conforme preços do

CEASA-ES o que possibilita uma relevante redução de custos com as frutas sendo

adquiridas no município de Aimorés e região a preços justos.

As análises iniciais (Taxa interna de retorno; Tempo de retorno do Capital e Valor

presente Líquido) foram realizadas para as empresas atuando com Capacidade Produtiva

plena. Desta forma pode-se visualizar os limites superiores – considerando-se 08 horas

de trabalho dia – de cada unidade agroindustrial estudada. Para possibilitar um

dimensionamento abaixo dos limites superiores realizou-se uma série de simulações as

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quais visam subsidiar o investidor na formatação de parâmetros dentro das suas metas

efetivas.

Cabe ressaltar, entretanto, que pela natureza do estudo faz-se necessário para a

implantação a consulta a especialistas nas áreas técnicas e de gestão para a

customização do projeto e redução dos riscos.

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3. Caracterização e Análises Preliminares

3.1 Concepção do Projeto

Atualmente, o Brasil tem se destacado na produção e exportação de frutas tropicais.

Em 2003 o Brasil, se destacou como o terceiro maior produtor do mundo, atrás apenas de

China e Índia, foi responsável por vendas de 340 milhões de dólares, ou menos de 1,5%

deste total, contudo o Brasil ocupa o 22º lugar no ranking de exportações de acordo com

Instituto Brasileiro de Frutas (2003).

A agroindústria de sucos e polpas de frutas cítricas e tropicais é bastante relevante

no cenário mundial, mas ainda há um grande potencial a ser explorado neste setor. A

sazonalidade é a principal característica das matérias-primas que serão utilizadas, assim

surge necessidade do desenvolvimento tecnológico para sua conservação. A conservação

através do congelamento tem se apresentado como uma boa alternativa para preservar as

qualidades intrínsecas das frutas, e evitar o uso de aditivos químicos, indo de encontro às

preferências atuais dos consumidores.

De acordo com o PRONAF (2000) as pequenas fábricas de polpa de frutas estão

atraindo pequenos produtores rurais, por exigirem investimentos relativamente baixos, e

minimizarem as perdas de matéria-prima nos períodos de safra.

Este projeto agroindustrial tem o objetivo de apresentar um conjunto resumido de

informações técnicas e econômicas, que permitam a avaliação da viabilidade de

implantação de uma fábrica de polpa de frutas tropicais, no Município de Aimorés. Os

aspectos tecnológicos, considerados segundo a lógica do Perfil Agroindustrial (2000) do

PRONAF, visam oferecer flexibilidade operacional, para variar o tipo de fruta processada e

nível de qualidade desejada. A tecnologia descrita permite o processamento de vários

tipos de frutas, tendo como produto final a polpa congelada em saquinhos de 100 g, ou

estabilizada termicamente em embalagens de 1 kg, e/ou polpa concentrada, também em

latas de 1 kg. Mas este projeto pode ser aplicado, apenas para a produção de um destes

produtos, ou ainda, aproveitar a infra-estrutura para o desenvolvimento de outros

produtos como doces e geléias de frutas. O que se pretende é apresentar um projeto, que

ofereça aos fabricantes flexibilidade para se adaptar, e enfrentar possíveis dificuldades

advindas de variações do mercado.

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O mix de produção proposto, neste projeto seriam as seguintes frutas cultivadas no

Município de Aimorés: abacaxi, goiaba, manga, maracujá, sendo que cada fruta seria

processada na sua respectiva época de safra. Vale lembrar que a tecnologia aqui descrita

pode ser aplicada a uma ampla variedade de frutas.

Para ampliar a visão do projeto foram dimensionadas duas capacidades produtivas

distintas e apresentada também a unidade projetada pelo Perfil Agroindustrial projetado

pelo PRONAF:

Planta 1

A capacidade operacional da linha de processamento proposta pelo PRONAF é de

300 kg/h de matéria prima, resultando na produção média de aproximadamente 1,8 t de

produto acabado por dia.

Planta 2

A capacidade operacional desta linha de processamento é de 465 kg/h de matéria

prima, resultando inicialmente na produção média de 2,0 t de produto acabado por dia.

Planta 3

A capacidade operacional de processamento da Planta 3 é de 930 kg/h de matéria

prima, resultando inicialmente na produção média de 4,0 t de produto acabado por dia.

Considerações sobre o dimensionamento:

1 – As capacidades operacionais apresentadas são médias tendo em vista que há

variações em função das características das frutas a serem processadas

2 - Foi considerado o regime de trabalho de 08 horas para todas as situações

analisadas.

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3.2 Infra-estrutura Empresarial

3.2.1 Dimensionamento e Localização

O dimensionamento das instalações propostas neste projeto atende as

necessidades das agroindústrias propostas para as capacidades produtivas das Plantas 1,

2 e 3.

Planta 1

Em condições adequadas, de acordo com o PRONAF (2000) para viabilizar a produção

estimada é necessário um galpão industrial com 125,3 m2 e pé-direito de 4 m. O projeto

apresenta também um croqui de sugestão para a sede da agroindústria, que ocupa 40 m2

da área construída, e engloba um pequeno escritório, sanitários feminino e masculino,

além de uma cantina para servir aos funcionários.

Planta 2 e 3

Para estas situações, em condições adequadas, é necessário uma área construída

de aproximadamente 220 m2 com pé-direito de 4 m.

Nos croquis das unidades agroindustriais (UA) apresentados pode-se observar a

disposição recomendada para as máquinas e equipamentos, bem como uma noção básica

das dimensões dos mesmos para cada situação apresentada.

Objetivando o melhor desempenho do projeto a agroindústria aqui estudada

deverá buscar uma localização estratégica que lhe permita a maior proximidade da

matéria-prima uma vez que, de acordo com o PRONAF (2000), o sistema de

fornecimento de matéria-prima é de fundamental importância para a vitalidade da

agroindústria. Ainda segundo o PRONAF (2000) os principais pontos a serem levados em

consideração na escolha do local a ser implantada a agroindústria são:

• o potencial de obtenção da matéria-prima na região deve ser superior à

demanda da fábrica projetada e possibilitar futuras expansões na produção;

• suprimento de água de boa qualidade (potável);

• fornecimento suficiente de energia elétrica, sem interrupção;

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• disponibilidade de mão-de-obra, incluindo pessoal de nível técnico;

• ausência de contaminantes de qualquer espécie nos arredores da

agroindústria;

• infra-estrutura rodoviária em condições de uso e de fácil acesso;

• disponibilidade de área suficiente para implantação da agroindústria e uma

futura expansão.

3.2.2 – Aspectos da Legislação vigente

Antes de iniciar suas atividades, a agroindústria deverá solicitar o registro de sua

unidade produtiva e também de seus produtos junto ao órgão regional do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento/MAPA que emitirá um alvará permitindo o inicio da

produção e comercialização.

Todo estabelecimento novo deverá solicitar a aprovação de suas instalações junto

ao órgão regional do Ministério do Trabalho, e este após realizar a inspeção prévia,

emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações. Este procedimento é adotado com o

objetivo de assegurar que o novo estabelecimento inicie suas atividades livres de riscos

de acidentes e/ou de doenças do trabalho, razão pela qual o estabelecimento que não

atender a regulamentação fica sujeito ao impedimento de seu funcionamento, conforme

estabelece o art. 160 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), até que a norma seja

cumprida.

Além disso, deve-se observar alguns regulamentos técnicos específicos da área

requisitada como o Regulamento Técnico Geral para fixação dos Padrões de Identidade e

Qualidade para polpa de fruta.

Outra necessidade é a de regularizar as questões ambientais. Segundo instruções

da Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM - para iniciar o processo de

regularização ambiental, o empreendedor deverá preencher o Formulário Integrado de

Caracterização do Empreendimento (FCEI), disponível no site, e protocolá-lo na sede da

instituição. No interior do Estado, o FCEI poderá ser protocolado nos Núcleos de Apoio às

Regionais do Copam, nos Escritórios Regionais e nos Núcleos de Floresta, Pesca e

Biodiversidade do IEF.

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A partir dos dados contidos no FCEI, o órgão ambiental classificará o

empreendimento de acordo com o seu porte e potencial poluidor. O empreendedor

receberá, então, o Formulário de Orientação Básica Integrado (FOBI), que contém a lista

de documentos necessários para requerimento da Licença Ambiental ou da Autorização

Ambiental de Funcionamento.

A Autorização Ambiental de Funcionamento entrou em substituição do

Licenciamento Ambiental para empreendimentos de impacto ambiental não significativo

de acordo com a Deliberação Normativa (DN) 74/04 do Conselho Estadual de Política

Ambiental (Copam) em substituição à DN 01/90 (FEAM, 2005). O objetivo principal é a

redução da burocracia, mas os empreendimentos continuam passíveis de fiscalização e

multas em caso de irregularidades.

3.3 Processo Produtivo

Seguindo a metodologia do projeto esta etapa foi baseada no Perfil Agroindustrial

(2000), todavia havendo alteração significativa no que se refere ao fluxo de produção

para as Plantas 2 e 3 em função da alteração do perfil tecnológico destas unidades.

O processamento descrito é aplicado genericamente a quase todas as frutas

podendo haver considerações específicas em função de alguma peculiaridade

apresentada.

A seguir são apresentados os balanços de massa e os fluxos de produção para as

alternativas estudadas. Cada um das etapas apresentado no fluxograma é descrito logo a

seguir.

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Figura 1: Balanço de massa para Planta 1

Fonte: PRONAF (2000)

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Figura 2: Fluxograma de produção da polpa de fruta.

Fonte: PRONAF (2000)

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Figura 3 - Balanço de massa do projeto (Planta 2)

53,75%

100% Frutas variadas

( 3720 kg )

Unidade agroindustrial

46,25% Resíduos para Compostagem ( 1720.5 kg )

Polpa congelada de manga 100g e/ou 500g e/ou 1kg

( 800 kg )

Polpa congelada de abacaxi 100g e/ou 500g e/ou 1kg

( 400 kg )

Polpa congelada de goiaba 100g e/ou 500g e/ou 1kg

( 400 kg )

Polpa congelada de maracujá 100g e/ou 500g e/ou 1kg

( 400 kg )

10,75%

10,75%

10,75%

21,5%

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Figura 4: Fluxograma de produção da polpa de fruta (Planta 2)

Colheita

Transporte

Recepção

Lavagem

Seleção

Preparo

Despolpamento / Refinamento

Tanque de Equilíbrio

Envase

Congelamento/Armazenamento Expedição

Câmara de climatização

Armazenamento de caixas

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Figura 5 - Balanço de massa do projeto (Planta 3)

53,75%

100% Frutas variadas

( 7440 kg )

Unidade agroindustrial

46,25% Resíduos para Compostagem

( 3441 kg )

Polpa congelada de manga 100g e/ou 500g e/ou 1kg

( 1600 kg )

Polpa congelada de abacaxi 100g e/ou 500g e/ou 1kg

( 800 kg )

Polpa congelada de goiaba 100g e/ou 500g e/ou 1kg

( 800 kg )

Polpa congelada de maracujá 100g e/ou 500g e/ou 1kg

( 800 kg )

10,75%

10,75%

10,75%

21,5%

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Figura 6: Fluxograma de produção da polpa de fruta Planta 3

Colheita

Transporte

Recepção

Lavagem

Seleção

Preparo

Despolpamento / Refinamento

Tanque de Equilíbrio

Envase

Congelamento/Armazenamento Expedição

Câmara de climatização

Armazenamento de caixas

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3.3.1 Colheita

A operação de colheita está condicionada às peculiaridades de cada fruta, à

variedade de cultivar disponível e características desejáveis no produto. O estágio de

maturação é a principal característica a ser observada. Para otimizar a coloração do suco

colhem-se 10 a 15% de frutos maduros.

Outro exemplo bastante ilustrativo é o maracujá, em que a queda da fruta ao solo é

considerada como uma boa indicação de sua maturação. A coloração da fruta pode ser

um bom indicador, mas varia também conforme a variedade. No caso do maracujá roxo

quando o fruto atinge metade da sua coloração definitiva é sinal de que a maturação já

atingiu um nível desejado. Contudo, o maracujá amarelo colhido com a epiderme

totalmente amarela já mostra indícios de perda de qualidade, às vezes já iniciando um

processo de senescência, mas é nesse estágio que eles apresentam a maior percentagem

de suco e sólidos solúveis.

Portanto, para se obter as características desejáveis da matéria-prima para o

processamento, devem ser observados os seguintes atributos: maturação fisiológica

(observar se o fruto é ou não climatério), pH, º Brix e acidez titulável. Estas informações

devem ser obtidas quando o fruto ainda está no campo de produção para promover uma

colheita seletiva de frutas.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

3.3.2 Transporte

A forma como a fruta é levada até a indústria influencia muito na preservação da

sua qualidade. Fatores como tempo e temperatura devem ser controlados. O transporte

deve ser feito no menor prazo possível e em horários mais frescos (à noite ou pela

manhã). Os caminhões devem ser bem ventilados e devem ser utilizadas caixas

plásticas,padronizadas,que facilitem a pesagem, com capacidade de 20-23 kg de frutas.

As caixas de madeira aceleram a deterioração das frutas durante o transporte e devem

ser evitadas. O transporte e manuseio da matéria-prima devem ser feitos de maneira a

não permitir choques mecânicos, elevação da temperatura e acúmulo de metabólitos. O

empilhamento não deve causar danos às frutas que se encontram nas camadas

inferiores, principalmente àquelas mais maduras.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

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3.3.3 Recepção

Ao chegarem na indústria, as frutas devem ser pesadas e passam por uma pré-

seleção, onde se separam as estragadas e aquelas em estágio de maturação avançado

daquelas com maturação apropriada.

Nesta etapa, para verificar a qualidade do suprimento da indústria, retira-se uma

amostra representativa da carga para proceder-se às análises iniciais de ºBrix, acidez

titulável, pH e uma avaliação sensorial por técnicos treinado para este fim.

As caixas plásticas devem passar por um processo de higienização para limpeza e

remoção de sujidades.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

3.3.4 Lavagem

Como a matéria-prima tende a chegar a industria com uma carga de

microrganismos, sujidades, e principalmente terra durante a colheita e transporte, é

necessário que se tenha um controle de eliminação dos mesmos.A lavagem tem como

objetivo reduzir o número de microrganismos iniciais a um mínimo aceitável, e ainda

permitir melhor visualização das frutas durante a seleção.Esta operação é considerada

uma das mais importantes no processamento.

A limpeza começa com a imersão das frutas em um tanque apropriado para

promover a turbulência da água e, conseqüentemente, o amolecimento das sujidades

aderidas na superfície. Após a retirada das sujeiras mais grosseiras, as frutas são

submetidas a um banho de aspersão (jatos d'água) conjuntamente com a utilização de

escovas para remoção das sujidades que permaneceram, além da retirada do excesso de

cloro.

Deve ser recomendado aplicação de água clorada nos banhos de imersão, com um

teor de cloro residual livre (CRL) entre 5 e 10 ppm durante 15 minutos para desinfecção

do material a ser processado. A combinação de "tempo x concentração" deve ser aplicada

conforme as condições da matéria-prima. As frutas colhidas ao invés de recolhidas do

chão em geral são imersas durante tempo reduzido com concentrações de cloro

inferiores.

Page 24: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

24

No processo de aspersão, visa-se a eliminação do excesso de cloro e remoção das

impurezas remanescentes. A aspersão é feita através de bicos atomizadores que

pulverizam a água tratada sobre as frutas. A concentração de CRL varia também com a

safra, pois no seu início, com uma maior porcentagem de frutos verdes, utiliza-se o limite

inferior dos valores recomendados e, no final da safra, com uma maior quantidade de

frutas maduras ou afetadas pela podridão, aplica-se até 10 ppm.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

3.3.5 Seleção

É feita após a operação de lavagem, é uma etapa muito importante, pois é

responsável pela classificação final da fruta que será processada.Nesta seção, as frutas

são expostas sobre mesas apropriadas, onde são avaliadas quanto à maturação, firmeza,

machucaduras, defeitos causados por fungos, roedores e insetos.São retiradas todas as

frutas que venham comprometer a qualidade do produto final.

A seleção será realizada manualmente de acordo com o tamanho e estado de

maturação da fruta. Frutos "verdes" (maturação imprópria), as partes florais, os

amassados, em estado fitossanitário precário são separados. Pequenos defeitos e pontos

podres podem ser retirados com facas de aço inoxidável. Os frutos não devem apresentar

manchas ou rompimentos.

As frutas em estágio de maturação adequado para o processamento são enviadas

diretamente para a linha de produção, enquanto que as outras (com estágio de

maturação atrasado), são colocadas em caixas, previamente higienizadas para evitar a

recontaminação do produto, e vão para as câmaras de climatização. Aquelas que estão

fora dos padrões, devem ser descartadas e/ou encaminhadas para compostagem.

A maturação ou sua uniformização deve ser conduzida em local fresco e ventilado,

ao abrigo de insetos e roedores. Se houver necessidade de maturação forçada, esta é

conduzida em câmaras de temperatura e umidade controlada, podendo se recorrer à

aplicação de gases para acelerar o processo.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

Page 25: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

25

3.3.6 Preparo

Alguns frutos exigem a preparação prévia ao despolpamento como o descasque,

retirada de talos e de sementes. Muitas vezes, a retirada da casca pode ser feita na

própria despolpadeira constituída de vários estágios, como é o caso do maracujá.

Em alguns casos, como a manga, a retirada da casca manualmente é indispensável.

Mas para qualquer fruta deve se evitar que a casca seja esmagada junto com a parte

comestível da fruta, pois pode ocasionar um sabor estranho no produto final devido à

incorporação de alguns componentes orgânicos.

A operação de descasque pode ser conduzida de diversas maneiras conforme a

fruta a ser processada. Para algumas frutas existem processos mecanizados, como o caso

do abacaxi, e processos químicos, como a aplicação de hidróxido de sódio (lixiviação)

para goiaba.

Em todos os casos é recomendada a utilização de máquinas e/ou utensílios, facas,

em inox e de fácil limpeza.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

3.3.7 Despolpa

A separação da polpa do fruto é realizada mediante o esmagamento de suas partes

comestíveis em centrífugas horizontais. Em geral o despolpamento ocorre em 2 estágios.

No primeiro faz-se à retirada da casca e/ou sementes. No segundo, refina-se a polpa. O

despolpamento visa eliminar sementes, restos florais, fibras, etc. As sementes devem ser

retiradas inteiras, pois a sua desintegração pode conferir sabor estranho ao produto.

No caso do abacaxi, a despolpa é conduzida por prensagem em prensas especiais.

Prensas helicoidais que pressionam os frutos através de sistema de rosca sem fim são

preferidas por incorporarem menos quantidade de ar ao produto do que em processos

centrífugos.

No estágio de refinamento, a polpa passa por peneiras com furos de diâmetros

diferenciados e específicos para cada caso. Além da troca de peneiras do equipamento,

são realizadas trocas de palhetas de borracha por escovas de cerdas para evitar quebras

de caroços e sementes durante a limpeza das peneiras. No caso da goiaba, peneiras com

furos da ordem de 0,060 a 0,045 pol são suficientes para reter as sementes inteiras. No

caso da manga, a mesma peneira separa uma grande porção das fibras existentes.

Page 26: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

26

A velocidade da despolpa também influencia no rendimento e a temperatura

também altera a sua eficiência conforme o tipo de matéria-prima. No caso de goiabas o

despolpamento à temperatura ambiente alcança um excelente rendimento, já para a

manga, o pré-aquecimento favorece esta operação. O refinamento bem conduzido

propicia a qualidade da polpa quanto à aparência, consistência e até mesmo a cor. Este

último pode ser verificado na polpa de goiaba quando as "células duras ou pétreas", que

possuem cor amarelo-palha, não são bem retiradas e reduzem a intensidade de cor no

produto final, conferindo uma qualidade inferior.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

3.3.8 Acumulação de massa no tanque de equilíbrio

É necessário que o material despolpado seja depositado nos tanques de equilíbrio

(até a capacidade do tanque), a fim de proporcionar uma uniformidade ao produto final.

Para se conseguir atender a um padrão de qualidade uniforme e constante, nesta

fase do processamento, o produto pode sofrer algumas correções visando-se atingir um

padrão pré-estabelecido em função de cada matéria-prima. Os padrões são estabelecidos

a partir de análises sensoriais com os consumidores e através de análises físico-químicas

pertinentes na legislação para o controle de qualidade.

� Correção de polpa de fruta: quando a polpa não estiver com o ºBrix

adequado para cada fruta, faz-se a sua correção através da adição de sacarose. A leitura

do ºBrix é feita através de refratômetro.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

3.3.9 Tratamento térmico

Feita as correções necessárias de cada matéria-prima, a polpa deve ser submetida a

um tratamento térmico de acordo com a sua destinação. Em alguns casos esta etapa pode

ser suprimida, promovendo-se o congelamento rápido, imediatamente após a despolpa.

A seguir apresentaremos um resumo dos principais tipos de tratamentos térmicos.

Page 27: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

27

3.3.9.1 Pasteurização da polpa de fruta

A polpa será conduzida para um inativador enzimático (pasteurizador tubular,

devidos à viscosidade e consistência do produto), onde receberá tratamento térmico

suficiente para a inativação da catalase e peroxidase (enzimas que escurecem, e afetam a

conservação do produto acabado). O tratamento térmico indicado depende da atividade

enzimática de cada material e deve ser rápido. Nesta etapa a polpa passa por um

processo de elevação da temperatura, o qual permite preservar as principais

características (cor, sabor e aroma típicos) da fruta original, além de contribuir para a

melhoria das características de conservação do produto (redução de contagem

microbiológica). Em geral a polpa é aquecida a 90º C (+ ou - 2 ºC) por um período de 60

segundos, ou o mínimo necessário para a destruição de microrganismos contaminantes.

Os equipamentos de pasteurização possuem mecanismos de regeneração de calor, e são

capazes de resfriar o produto à temperatura final desejada.

Etapa do processo produtivo somente da Planta 1.

3.3.9 Envase e conservação

O procedimento do envase está diretamente relacionado ao método de conservação

escolhido, que no caso foi o congelamento. A polpa deve ser envasada em saquinhos

plásticos de 100g, 500g e 1Kg, mediante um dosador automático nas Plantas 2 e 3. A

Planta 1 do PRONAF trabalha com envasamento manual.

Em função da forma e da dimensão do alimento e, principalmente, do fato de este

encontrar-se embalado em caixas, o congelamento pode ser feito na própria câmara de

armazenagem.

De acordo com a ITAMETAL (2005) o uso de freezer, do tipo doméstico, apresenta

limitação quanto ao tempo requerido para congelar um determinado lote de produto, pois

neste tipo de equipamento, a retirada de calor da massa é feita através do contato direto

com as paredes do equipamento e por condução, no interior da polpa. Desse modo, o

processo de congelamento se torna bastante lento. O emprego de câmaras de

congelamento com ventilação forçada é mais eficiente e, portanto, deve ser preferido.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

Page 28: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

28

A Planta 1 possibilita outra forma de envase, o enchimento a quente ("hot filling").

Neste caso, a polpa imediatamente após a pasteurização será enviada a um sistema de

enchimento, sendo então envasada à temperatura de pasteurização ou próximo dela

(variando de 85 a 93º C). Este método é indicado apenas para produtos com pH abaixo de

4,5; mas como a maioria das frutas tropicais são de natureza ácida (pH abaixo de 4,5), a

aplicação deste método se torna viável.

Após o enchimento das latas apropriadas, coloca-se a tampa solta, espera-se o

aquecimento desta, para que parte do ar que se encontra no espaço superior da

embalagem saia, criando um vácuo parcial. Para fazer o fechamento, utiliza-se uma

recravadeira manual para o fechamento das latas. Logo após o enchimento e fechamento

hermético, as embalagens devem ser invertidas, e permanecer nessa posição por um

período de três a cinco minutos, só depois deve seguir para o resfriamento.

3.3.10 Armazenamento e Expedição

As polpas devem ser acondicionadas em caixas de papelão, e armazenadas em

câmaras frias com temperatura de –18º C.

Devido às baixas temperaturas de operação das câmaras frigoríficas, é necessário

isolá-las com materiais de baixa condutividade térmica, para evitar perdas excessivas de

energia, e também reduzir a capacidade dos equipamentos de refrigeração, também é

necessário impermeabilizar as paredes, teto e piso, evitando a acúmulo de água nos

isolantes e conseqüentemente a formação de gelo, causando deterioração dos mesmos,

bem como redução do isolamento térmico.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

3.3.11 Higienização

A higienização visa basicamente a preservação da pureza, da palatabilidade e da

qualidade microbiológica dos alimentos, auxiliando na obtenção de um produto que, além

das qualidades nutricionais e sensoriais, tenha uma boa condição higiênico-sanitária, não

oferecendo riscos à saúde do consumidor.

O método de higienização a ser utilizado vai depender do tipo de resíduo que se

quer remover e da superfície que se que higienizar. Deve haver uma preocupação com a

qualidade da água, a ser utilizada.

Page 29: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

29

Após o processamento, os equipamentos, utensílios, pisos, paredes e o ambiente de

maneira geral apresentam elevada carga de resíduos orgânicos e minerais, capazes de

suportarem o crescimento rápido de microrganismos e devem ser removidos através da

lavagem. Após essa etapa é realizado o procedimento de sanificação, ou seja, a redução

do número de microorganismos a níveis toleráveis através de agentes sanificantes tais

como álcool, ácidos, bases ou sais desses ácidos e bases. Os sanificantes devem ser

aplicados sobre as superfícies desejadas.

Etapa do processo produtivo das Plantas: 1, 2 e 3.

3.4 Layout

Para melhor visualização das unidades agroindustriais estudas são apresentados os

croquis referentes a cada Planta.

O croqui é um esboço do layout da unidade agroindustrial ou seja, um desenho da

estrutura física da fábrica vista de cima com equipamentos ilustrados nos seus devidos

locais de instalação permitindo a visualização do fluxo de produção.

O esboço apresentado a seguir não constitui um projeto da unidade agroindustrial,

havendo a necessidade de recorrer a especialistas para adequar o projeto de implantação

da agroindústria.

Page 30: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

30

Tabela 1 – Listagem de Maquinas e Equipamentos

Equipamentos Planta 1

1,8t por dia Planta 2

2t por dia Planta 3

4t por dia

Lavador por imersão x x x

Mesa para aspersão x x x

Prensa para abacaxi x x x

Mesa de preparo x x x

Despolpadeira x x x

Pasteurizador tubular x

Tanque pulmão x x x

Dosador semi-

automático x

Empacotadeira

automática x x

Seladora x

Mesas auxiliares x x x

Bomba de transferência x x x

Envasadora para potes x

Recravadeira x

Carrinho transportador x x x

Câmara fria x x x

Congelador x

Balança comercial x x x

Envasadora automática

para copos x

Desidratador Vertical x

Page 31: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

31

Figura 7: PLANTA 1

Fonte: PRONAF (2000)

Page 32: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

32

Figura 8: Planta – 2 e 3

Page 33: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

33

3.5 Matérias-primas e insumos necessários

Para Fonseca & Nogueira (1989), as frutas constituem uma matéria-prima

altamente perecível e por isso, devem ser processadas o mais rapidamente possível após

a colheita. Sendo necessário para industrialização adaptação e seleção de variedades

para se obter técnicas de processamento satisfatórias, a fim de que se possa oferecer ao

mercado consumidor um produto tal que satisfaça a sua exigência, que se torna cada vez

maior com o passar dos anos.

Entre as principais matérias-primas para uma indústria de polpa de frutas

congelada, figura as frutas tropicais de maior relevância, no município de Aimorés, como,

abacaxi, manga, maracujá e goiaba. Entretanto, pode-se fazer o processamento de um

número diverso de frutas tropicais como acerola, mamão, cupuaçú, morango, graviola,

cacau, caju, jenipapo, pitanga, umbu, e cajá. Segundo o PRONAF (2000), de um modo

geral, deseja-se que as frutas destinadas ao processamento apresentem uma

uniformidade quanto à composição, coloração e sabor. Por isso devem ser estabelecidas

faixas de valores para as medidas objetivas e exige-se uma certa prática para a

realização de avaliações de caráter subjetivo. Mais detalhes sobre as características das

matérias-primas pode ser visto no Anexo 2.

3.5.1 Necessidade anual estimada de matéria-prima

A seguir segue tabela com a demanda média de frutas para as dimensões

estudadas das agroindústrias em função da capacidade produtiva utilizada:

Tabela 2 – Consumo Estimado de kg de frutas/ano

Consumo Estimado de kg de frutas/ano Capacidade

Utilizada Planta 1 Planta 2 Planta 3

30% 145.800 301.320 602.640 40% 194.400 401.760 803.520 50% 243.000 502.200 1.004.400 60% 291.600 602.640 1.205.280 70% 340.200 703.080 1.406.160 80% 388.800 803.520 1.607.040 90% 437.400 903.960 1.807.920 100% 486.000 1.004.400 2.008.800

Page 34: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

34

3.6 Mão-de-obra necessária

Tabela 3 – Mão-de-obra necessária

Função Planta 1 Planta 2 Planta 3

Gerente Geral 1 1 1

Secretária 1 1 1

Contador 1 1 1

Auxiliar Administrativo 2 2 2

Gerente Comercial 1 1 1

Gerente de Produção 1 1 1

Supervisor de Máquinas 1 1 1

Operadores de Máquinas e Assistentes de Produção 6 9 11

Total 14 17 19

3.7 Possibilidades de diversificação da produção

Tendo em vista, o potencial regional do fornecimento de outras frutas, como a banana,

e pensando em agregar mais valor a matéria-prima, é sugerido o lançamento de novos

produtos, como a banana-passas e a polpa de fruta pronta para o consumo, aumentando

assim a competitividade e a viabilidade técnico-econômico da unidade agroindustrial.

Page 35: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

35

4. Análise de Mercado e Competitividade

4.1 Macroambiente do Empreendimento: Ameaças e

Oportunidades

4.1.2 Considerações sobre o Mercado

De acordo com o PRONAF (2000) “no Brasil, a polpa industrializada destina-se

principalmente à produção de sucos concentrados, para o abastecimento do mercado

interno e de exportação. Os negócios de sucos de frutas nos mercados internos e externo

são de extremo interesse num contexto de desenvolvimento da agroindústria brasileira e

mundial, devido ao grande crescimento do mercado internacional destes produtos nos

últimos trinta anos”.

Ainda segundo o PRONAF (2000), desde 1980, o mercado externo triplicou, e o

Brasil foi o país que mais cresceu nesta área transformando-se no maior exportador de

sucos e polpa de frutas neste período, principalmente quando se trata de frutas cítricas e

tropicais.

Há boas razões para se prever que os negócios de sucos de frutas permanecerão

crescendo por um longo período, já que o consumo per capita no mundo, e mesmo no

Brasil, ainda se encontra num patamar baixo em muitos mercados, incluindo Europa e

EUA, que são os maiores consumidores destes produtos na atualidade.

Todavia de acordo com levantamentos feitos pelo BNDES (2000) as micro,

pequenas e médias empresas ofertam, os sucos e polpas a clientes institucionais, ou

seja, industrias engarrafadoras de sucos, néctares e refrigerantes, industrias de sorvetes,

e eventualmente, a industrias de produtos lácteos, que já possuam marcas reconhecidas

e que desejam diversificar suas cestas de sabores, desta forma a abertura, a conquista, e

a manutenção de novos mercados para colocação de grandes quantidades de sucos e

polpas tropicais exige duas ações simultâneas, como: reestruturação do setor produtivo,

viabilizando a introdução de novos métodos produtivos(o qual exige aumento das

atividades de pesquisas cientificas e de extensão rural); e o apoio as empresas brasileiras

nos mercados internacionais, tanto direta como indiretamente( através de associações

com empresas locais) de forma a conseguir uma colocação permanente dos produtos

brasileiros.

Page 36: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

36

Dentre as oportunidades que se apresentam para as industrias de sucos e de polpas

destaca-se a conquista de novos mercados. “Por exemplo o mercado japonês é o mais

promissor no momento, uma vez que, que o país diminui as exportações de produtos

cítricos” (BNDES, 2004).

4.1.2.1 Exportações

Observando-se a Balança Comercial do Agronegócio no mês de janeiro 2005, as

exportações do agronegócio totalizaram US$ 2,582 bilhões, o que representou um

crescimento de 11,1%, em relação a igual período do ano anterior; dentre este

montante, destacamos a participação dos sucos de frutas (11,8%).

De acordo com relatórios da SECEX/MDIC o valor de exportações de sucos,

aumenta significativamente a cada ano; em janeiro de 2004, 77.785 (em US$ mil) do

produto e no mesmo mês em 2005 aproximadamente 86.992; e os valores de

importações foram de 5.621 em 2004, e de 8.116 em 2005 (em US$ mil);

A exportações de sucos de frutas, segundo o BNDES (2000) é o terceiro subgrupo

na pauta do complexo das frutas brasileiras. “Exportações de sucos de algumas frutas

como o maracujá, o abacaxi e o limão apresentaram resultado bastantes irregulares,

características de produtos comercializados em função de oportunidades temporais do

mercado internacional” (BNDES,2000).

Segundo MAURO (2004) os sucos de frutas tropicais (Cajá, graviola, manga, caju,

acerola, maracujá), que há muito tempo fazem parte do cardápio de nordestinos e

começam a se popularizar dentro do Brasil, também devem chegar às mesas de

consumidores de outros países a partir dos próximos anos. “Esta, pelo menos é a

expectativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), após a conclusão do relatório

com as normas que irão regulamentar o comércio internacional de sucos de frutas”

MAURO (2004).

Elaboradas conjuntamente por representantes de 21 países e da União Européia, as

regras foram apresentadas no encerramento da reunião realizada em Fortaleza, durante

toda a semana, do Grupo Codex Alimentarius, entidade vinculada à Organização das

Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Segundo Odilson Ribeiro, chefe da

Divisão de Ações Sanitárias do Mapa, o ponto mais importante do documento, para o

Brasil, é a definição de parâmetros técnicos de qualidade para os sucos de frutas

tropicais.

Page 37: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

37

''O Brasil tem muito potencial nesse campo'', afirma ele. Atualmente, as

exportações do País ainda estão concentradas no suco de laranja, que representou mais

de 95% de todo o volume comercializado no ano passado - um total de mais de US$ 1

bilhão em vendas. Ribeiro esclarece que a falta de normas para as frutas tropicais era

uma das causas para a pouca penetração dos sucos no mercado externo.

Após a aprovação das normas na reunião do Codex, Ribeiro ressalta que o mais

importante, agora, é acompanhar a sua votação definitiva para implantação, previsto

para julho de 2005. ''Alguns países são contra modificações que foram feitas e podem

tentar alterar novamente o documento'', explica. Ele cita como exemplo o suco de

abacaxi, cujo padrão de acidez foi diminuído, beneficiando o Brasil e prejudicando a

Tailândia - maior exportador mundial do produto, atualmente.

Observando o mercado específico de Polpa de Frutas há uma correlação positiva e

direta com o desempenho do mercado de sucos e outros uma vez que, segundo o BNDES

(2000), “o potencial de crescimentos das exportações de polpas de frutas depende de sua

capacidade de abrir e manter mercados para fornecimentos de matérias-primas, para

uma multiplicidade das indústrias alimentícias, tais como sorvetes, doces, produtos

lácteos, biscoitos, bem como para o segmento de sucos e outras bebidas que as utilizem

como insumo para misturas ou diluições”. A mesma correlação pode ser estabelecida

para o mercado externo.

De acordo com o BNDES (2004) as produções de polpas participaram com o total

de 2% no total exportado pelo complexo fruticultura nos anos 90, e atingiram 3% em

1999. As exportações deste subgrupo mantiveram-se no patamar anual de US$ 1 milhão

ate 1995, devido principalmente a limite na oferta, o que pode ser percebido quando

houve a entrada de novos compradores como Alemanha e Argentina, o que resultou no

embarque para os Países Baixos e o Japão, clientes tradicionais. “Em 1996 as vendas

passaram para US$ 5 milhões, com a retomada do embarque para países tradicionais, e

atingiram no final dos anos 90 US$ 8,5 milhões anuais. Infelizmente as informações da

secretaria de comercio exterior SECEX, não possibilitam a identificação por frutas das

polpas exportadas” (BNDES, 2004).

4.1.2.2 Mercado Interno

O mercado brasileiro de frutas tem crescido de forma acentuada, apresentando

uma grande demanda no consumo de frutas frescas e processadas, tornando-se cada vez

mais exigente em qualidade, pressionando a busca de novas tecnologias de produção,

colheita, pós-colheita, armazenamento, transporte e comercialização (Pasqual et al.

1997).

Page 38: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

38

Em 2001, a fruticultura no Brasil gerou cerca de R$ 5,2 bilhões, dos quais as frutas

tropicais respondem por 74%, com comercialização formal em torno de 8,2 milhões de

toneladas/ano. Do total produzido, 53% destina-se ao mercado interno in natura, 46% a

indústria processadora e apenas 1% ao mercado externo de frutas frescas. Mesmo assim,

a cadeia produtiva das frutas é um dos setores do agronegócio nacional que apresenta

maior potencial. Atualmente, o Brasil produz, aproximadamente, 40 milhões de toneladas

em uma área cultivada de mais de 2,2 milhões de hectares. É o primeiro produtor mundial

de laranja, banana e mamão, e, encontra-se entre os principais de abacaxi, manga, e uva.

Para o PRONAF (2000) “ a utilização final dos sucos de fruta, concentrados e polpa,

obviamente varia com o tipo de fruta e o mercado em questão. As principais indústrias

processadoras são as de bebida, laticínios e de outros alimentos, além das padarias,

lanchonetes e restaurantes, aos quais se destinam os produtos em embalagens menores

de uso individual” .

Ainda de acordo com o PRONAF (2000) pode-se listar uma série de produtos

derivados da polpa de frutas em diferentes seguimentos:

- A indústria de bebidas produz sucos, néctares, drinks de sucos de frutas, drinks

dietéticos e para diabéticos, licores alcoólicos, xaropes etc. A descrição exata dos produtos

individualmente (porcentagem de suco/polpa de fruta no produto) pode diferir entre

mercados, de acordo com a legislação nacional de alimentos e da prática industrial.

- A indústria de laticínios produz itens tais como iogurte, bebidas de iogurte,

sorvetes, pudins, sobremesas e molhos. O Iogurte de frutas representa o produto mais

importante deste setor, possui em média 10 a 20% de fruta sob as modalidades de suco,

concentrados e polpa. Com o interesse sempre crescente em iogurte e outros laticínios, os

consumidores estão muitas vezes dispostos a experimentar novos sabores, e como

resultado disso a indústria está usando quantidades maiores de sucos e polpa de frutas

tropicais.

- A parcela do mercado representada pelas lanchonetes e supermercados mostra

uma grande perspectiva, onde se exploram a venda de polpa congelada em embalagens

pequenas (100 e 200 g) de consumo individual. Nesta fatia de mercado tem-se a opção da

utilização das frutas regionais consumidas no mercado local, e mercados mais distantes,

sendo necessário um investimento maior no setor de distribuição.

A diversidade de frutas existentes no Brasil incrementa este setor da agroindústria,

visto que, a procura por produtos regionais em grandes centros aumenta a cada dia. É

notável o aumento do uso de polpa de frutas como cupuaçu, açaí, mangaba etc, em

lanchonetes e restaurantes de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, grandes centros

consumidores do país.

Page 39: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

39

4.1.2.3 Mercado para as polpas das principais frutas de

Aimorés

ABACAXI

A produção nacional de suco de abacaxi cresceu mais de 55% no período de 1993

a 1997 chegando a 30.142 toneladas, conforme dados da ASTN, sendo que o mercado

interno absorve mais de 90% da produção total. Os principais importadores de suco são

os Países Baixos e os países da América latina.

O comércio mundial de abacaxi e seus derivados está em crescimento. Enquanto o

comércio de fruta fresca atinge 700 mil toneladas, o de suco ou conserva equivale a 4

milhões de toneladas de frutas frescas (FNP, 2000).

Pratica-se a cultura visando o mercado interno de frutas frescas, justificando o

fato do país ter uma participação modesta no mercado mundial. O mercado externo

exigente em qualidade requer a produção do abacaxi em base especializada. Assim, se o

objetivo é exportar fruta fresca os cuidados na escolha da variedade, condução da

cultura, pós-colheita e comercialização devem ser adequados a este fim e o mesmo deve

ocorrer para o caso da venda do abacaxi na forma industrializada. No caso do produtor a

especialização da produção da fruta para mesa ou para indústria pode não ser vantajosa,

por não se ter a opção de em determinadas situações de mercado oferecer seu produto a

um ou outro. Neste caso, o ideal seria o uso de variedades que associem as qualidades

desejadas pela indústria e pelo consumidor da fruta fresca, o que não é fácil (FNP, 2000).

MANGA

Os mais promissores produtos industrializados de manga são: manga em calda e

polpa de manga. A polpa pode ser empregada na elaboração de polpas concentradas,

doces, compotas e geléias, purês, sucos e néctares. Além disto, a polpa pode ser utilizada

na fabricação de sorvetes, em misturas de suco, em licores e outros produtos.

Alguns produtos de manga de importância em outros países seriam o chutney,

manga desidratada, manga cristalizada e o picles de manga. Sua utilização em saladas de

frutas tropicais seria outra possibilidade industrial importante.

A casca e o caroço podem ser aproveitados para elaboração de rações para

animais.

Page 40: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

40

A produção de polpa de manga em 1997 ficou em torno de 2800 toneladas,

segundo dados da ASTN com um crescimento de 21% de 93 a 97. Esta produção se

destina basicamente ao mercado externo (84%).

MARACUJA

O mercado não tem expandido por falta de produto, e de uma política de

ampliação para grandes produtores. O maior problema está na flutuação da oferta, pela

dificuldade na obtenção de matéria-prima. As indústrias alegam ser difícil manter grandes

contratos por não contarem com um mercado firme para o fornecimento de frutos para o

processamento.

Para os pequenos produtores, uma boa opção seria a comercialização da polpa

congelada (podendo conter sementes), em sacos plásticos para venda para restaurantes,

hotéis e lanchonetes, podendo ser utilizados na produção de refrescos e bebidas

alcoólicas.

Em 1997 a produção nacional de suco 50º Brix atingiu 79.335 toneladas, sendo

que deste total 92% foram destinados ao mercado interno (ASTN), sendo a parcela

destinada ao mercado externo muito pouco representativa.

GOIABA

As indústrias processadoras desta fruta são em geral muito pequenas, e não

possuem condições de investir em distribuição e marketing de modo a aumentar o

mercado interno. As empresas de maior porte têm na linha de goiaba apenas um

complemento para seu mix de produtos, sem interesse de fazer investimentos para

promover a fruta.

A situação da cultura depende de iniciativas de associações para encontrar novos

mercados para fruta no Brasil e no exterior.

O produto de melhor aceitação é a polpa de goiaba, mas somente têm boa

remuneração as polpas de goiabas vermelhas. O Brasil possui condições para assumir a

liderança deste mercado, desde que produza com qualidade, padronização, assiduidade e

a preço competitivo.

Page 41: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

41

4.1.3 Considerações sobre a dinâmica da Cadeia

Agroindustrial

Com relação às agroindústrias do Estado de Minas Gerais que processam as frutas,

o principal gargalo identificado, segundo SEBRAEMG, foi à dificuldade para obtenção da

matéria-prima, o preço e a qualidade competitivos a de outras regiões.

O SEBRAE-MG (2005) afirma, que no caso das indústrias processadoras de suco e

polpas, que o aspecto tecnológico não é considerado pelos dirigentes entrevistados, como

um problema para o desempenho competitivo. De fato, na grande maioria dos casos os

equipamentos podem ser considerados adequados ao porte e mix de produção específicos

de cada empresa.

No caso da Zona da Mata, onde várias agroindústrias se instalaram nos últimos

anos, esta dificuldade é ainda maior e estas indústrias são oneradas pelos altos custos de

frete associados à obtenção de frutas de outras regiões. As empresas de menor porte são

obrigadas a adquirir frutas nas centrais de abastecimento urbanas, evidentemente em

condições desfavoráveis frente aos competidores de dentro e fora do estado.

No Sul do Estado predominam as agroindústrias de doces de micro e pequeno

porte, que processam frutas da região, como pêssego e figo, entre outras trazidas de

outros Estados para compor seu mix de produtos. Nestas, predomina o processo de

produção artesanal, com equipamentos, na maioria dos casos obsoletos. Mesmo assim,

estas indústrias vêm resistindo ao declínio no consumo de doces, e a competição com os

grandes processadores nacionais, que abastecem os grandes centros consumidores,

amparadas na sua tradição.

No Triângulo Mineiro estão localizadas grandes indústrias processadoras de sucos,

entre elas uma multinacional, a Maguary. Graças a estas empresas, o cultivo do maracujá

próprio para indústria prosperou na região, além do abacaxi, da variedade havaiano,

também utilizado para industrialização.

No norte do Estado a situação é exatamente contrária; a região possui

disponibilidade para produção de frutas para aproveitamento industrial, além dos

excedentes de produção durante as safras, infra-estrutura, incentivos fiscais e, no

entanto, não conta com um parque agroindustrial capaz de promover o processamento

de frutas na região. A presença mais intensa da agroindústria seria um fator

determinante para dinamização do pólo de irrigação no Norte de MG e a presença de uma

empresa de sucesso na região poderia atrair outros investidores, assim como ocorreu na

Zona da Mata Mineira. Para tanto, é necessário assegurar as condições para geração de

Page 42: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

42

atividades não agrícolas que são fundamentais para o desenvolvimento sustentado da

região.

Na Zona da Mata Mineira, apesar dos equipamentos e tecnologia instalados não

serem considerados gargalos para o desempenho operacional, a maioria das indústrias

considera ser difícil o acesso às informações tecnológicas, principalmente no caso das

empresas que foram implantadas mais recentemente. Na maioria dos casos, estas novas

empresas buscam apoio junto às Universidades, consultores e até mesmo fornecedores

de equipamentos para orientação tecnológica em processos e desenvolvimento de novos

produtos. No entanto, as reiteradas manifestações de insatisfação quanto à eficiência

dessa forma de atuação sugerem a necessidade de se desenvolver mecanismos mais

eficientes para o atendimento às demandas tecnológicas do segmento.

As indústrias que possuem maior capacidade de extração de frutas tendem a

vender parte da sua produção de polpa concentrada para empresas concorrentes. Alguns

analistas, como GAYET(1998), advogam que este é um nicho comercial que poderia,

inclusive, ser aproveitado pelos próprios produtores de frutas, visto que a compra e a

extração normalmente demandam um significativo esforço gerencial para as firmas de

maior porte, que estão mais preocupadas com a conquista de mercados, distribuição e

marketing de seus produtos. Em princípio, a aquisição de frutas “in natura” por estas

empresas implica em maiores custos de transação do que a compra de polpas. Além

disto, as frutas compradas nos mercados “spot”, são normalmente, de baixa qualidade,

por serem refugos ou excedentes de produção e há perdas no transporte devido à

perecibilidade.

4.1.4 Fornecedor

“Apesar do Brasil, ser um grande produtor de frutas tropicais e subtropicais, a maior

parcela de sua produção tem-se destinado, historicamente, ao mercado interno. Este

quadro, no entanto, tende a mudar. O Brasil vem conquistando a condição de exportador,

e isso se deve à eficiência da comercialização, que vem sendo assegurada através do

desenvolvimento de novas técnicas relacionadas, principalmente, com a conservação,

embalagem e transporte” (PRONAF, 2000).

Page 43: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

43

O Brasil é atualmente, o segundo produtor mundial de banana, o quarto de abacaxi,

o quinto de manga, e o maior produtor e exportador de mamão papaia, e maracujá do

mundo, e se destaca na produção e exportação de todas as frutas tropicais. Mas um dos

problemas fundamentais que as indústrias de processamento ainda enfrentam é a

ausência de suprimentos regulares, consistentes e de boa qualidade, o que ainda dificulta

o desenvolvimento a longo prazo da indústria de frutas. Depois do abacaxi, os sucos e

polpa/purê tropicais mais vendidos são os de maracujá, manga.

4.1.4.1 Produção em Minas Gerais

A fruticultura mineira teve somente nos últimos anos, uma grande expansão,

aumentando de maneira significativa à influência desta atividade na economia do Estado

e, principalmente, na renda familiar do pequeno agricultor. Mesmo assim, das 464.500

toneladas das frutas comercializadas na CEASA- MG em 1997, cerca de 75% (42.000

toneladas) foram importadas de outros Estados e/ou Países (Gonçalves, 1998).

Minas Gerais tem-se destacado como um dos maiores produtores de frutas do

país, apresentando, em 1993, uma área plantada de cerca de 122.000 hectares,

considerando-se apenas os municípios assistidos pela EMATER-MG, e uma produção

correspondente a um montante de US$ 460.200.000,00, para os mesmos municípios.

As frutas mineiras abastecem os mercados de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito

Federal e diversos Estados das regiões Norte e Nordeste.

É importante ressaltar que Minas Gerais destacou-se em 2002, como principal

produtor de abacaxi, com 27% do total do país, e as principais variedades cultivadas são

o smooth cayenne e o pérol. Atualmente, é o segundo maior produtor de abacaxi, quarto

de laranja e sexto de banana.

Em se tratando de exportações, o valor tem decrescido em Minas Gerais. No ano

de 1998, o Estado obteve cerca de US$ 2,8 milhões com a venda externa de produtos in

natura ou semi industrializados1 do segmento frutícola. Já em 2000, esse valor caiu para

US$ 1,9 milhões, o que representou uma queda de, aproximadamente, 32%. Esses

valores mostram, que as exportações estaduais de frutas ainda são incipientes, o que

pode constituir uma oportunidade para abertura de mercado externo e expansão da

fruticultura estadual.

As principais frutas exportadas pelo estado são o abacaxi, que responde por 89%

do total exportado, a goiaba, a maçã e a banana.

1 Consiste em frutas secas, congeladas ou cozidas, exportadas nessas condições para garantir maior durabilidade e resistência ao transporte.

Page 44: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

44

Tabela 4 – Evolução da participação do estado de Minas Gerais na comercialização

de frutas em comparação com a Importação São Paulo e Demais estados.

Ano Minas Gerais São Paulo Exterior Outros Estados Total

Qde. t) % Qde. (t) % Qde. (t) % Qde. (t) % Qde. t) %

1977 38.024,4 26,3 76.314,4 52,8 11.193,5 7,7 18.877,0 13,2 144.409,3 100,0

1978 43.706,9 25,5 90.804,4 53,1 10.630,5 6,2 25.788,4 15,2 170.930,2 100,0

1979 46.505,2 24,8 99.304,0 52,9 9.821,1 5,2 31.871,0 17,1 187.501,3 100,0

1980 52.840,8 26,8 103.583,6 52,4 7.060,4 3,6 33.987,3 17,2 197.472,1 100,0

1981 45.012,6 23,4 105.302,1 54,6 5.758,8 2,9 36.600,4 19,1 192.673,9 100,0

1982 52.502,5 23,4 124.672,9 55,3 6.459,4 2,9 41.483,4 18,4 225.118,2 100,0

1983 52.930,4 23,4 125.550,9 55,2 6.346,9 2,8 42.326,0 18,6 227.154,2 100,0

1984 51.011,4 26,6 91.167,7 47,6 4.411,5 2,3 44.957,3 23,5 191.547,9 100,0

1985 61.648,3 30,6 87.200,6 43,2 4.616,5 2,2 48.398,1 24,0 201.863,5 100,0

1986 62.023,0 23,9 130.369,6 50,2 5.120,2 1,9 62.082,6 24,0 259.595,4 100,0

1987 70.455,8 25,6 131.448,5 47,5 5.704,7 2,1 68.577,9 24,8 276.186,9 100,0

1988 62.206,4 23,9 116.641,1 44,9 5.987,8 2,4 74.625,8 28,8 259.461,1 100,0

1989 63.455,4 22,1 137.223,7 47,6 8.586,5 2,9 78.998,5 27,4 288.264,1 100,0

1990 73.415,7 24,6 134.067,5 44,7 8.411,9 2,8 83.651,9 27,9 299.547,0 100,0

1991 80.967,0 26,3 126.540,9 41,2 5.916,5 1,9 93.951,0 30,6 307.375,4 100,0

1992 75.374,2 25,1 121.732,7 40,4 4.659,1 1,6 98.920,6 32,9 300.686,6 100,0

1993 96.431,7 30,5 116.139,6 36,7 5.126,5 1,6 98.905,1 31,2 316.602,9 100,0

Page 45: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

45

Áreas e Regiões de Produção:

As culturas encontram-se localizadas nas mais diversas regiões, segundo os dados

apresentados nos Relatórios de Acompanhamento de Safra - 1993 da EMATER-MG, que

abrange 453 municípios conveniados, conforme apresentado a seguir:

• Abacate: as regiões produtoras são: Patos de Minas com 1.123,4 há; Uberaba,

com 94,0 há; Muriaé, 128,0 há; e, Sete Lagoas, com 49,0 há. As variedades mais

cultivadas são: Wagner, Prince, Manteiga, Colhinson, Quintal, Fortuna e plantas de

pé franco. A produtividade média é de 9.860 kg/ha.

• Abacaxi: segundo o IBGE, a cultura ocupa cerca de 16.348 ha, responde por uma

produção anual de 340 milhões de frutos e tem rendimento de 20.842 frutos/ha.

As regiões produtoras são: Uberlândia (17.251,0 ha); e Sete Lagoas (270,0 ha).

As variedades mais plantadas são: Smooth Cayenne (90,0 %) e Pérola.

• Ameixa: as regiões produtoras são: Pouso Alegre (38,5 ha); Juiz de Fora (32,5

ha); e Alfenas (16,3ha). A área total plantada é de 87,4 ha. As variedades mais

cultivadas são: Carmesim e Roxa de Delfim Moreira. A produtividade média é de

14.369 kg/ha.

• Banana: segundo o IBGE, a cultura ocupa cerca de 37.245 ha, respondendo por

uma produção anual de 37 milhões de cachos e com rendimento médio de 1.020

cachos/ha. As regiões produtoras são: Banana Nanica / Nanicão: Janaúba (790,0

ha); Sete Lagoas (617,1 ha); Juiz de Fora (249,5); Banana Prata: Pouso Alegre

(2.369,0 ha); Janaúba (619,0 ha); Governador Valadares (635,0 ha); e Alfenas

(538,1 ha).

• Caqui: as regiões produtoras são: Juiz de Fora, Pouso Alegre e Alfenas. Em 1988,

a área assistida pela EMATER-MG foi de 117,5 ha, porém, em 1993, foi de 17,8

ha. É de conhecimento que o município de Turvolândia, encontra-se a maior área

de plantio (38,0 ha em 1988). As variedades mais cultivadas são: Rama Forte,

Taubaté e Chocolate. A produtividade média é de 19.063 kg/ha.

• Coco: as regiões produtoras são: Muriaé com 29,1 ha; e Teófilo Otoni (14,0 ha)

São cultivadas as variedades de coco Anão e Coco Gigante. A área plantada é de

43,1 ha e a produtividade média é de 19.835 kg/ha. A cultura tem-se expandido

na região de Muriaé.

• Figo: as regiões produtoras são: Pouso Alegre e Alfenas. Em 1988, a área

plantada era de 186,8 ha nos municípios assistidos pela EMATER-MG. Em 1993, foi

de 63,4 ha, pois municípios produtores como Caldas e Santa Rita de Caldas

Page 46: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

46

deixaram de ter convênios com a EMATER-MG. A produtividade média é de 16.863

ha. A variedade cultivada é o Roxo-de-valinhos.

• Goiaba: as regiões produtoras são: Muriaé (22,0 ha) e Pouso Alegre (22,0 ha). As

variedades mais plantadas são a Guanabara e Pirassununga. A área plantada é de

62,7 ha e a produtividade média é de 14.535 kg/ha.

• Laranja: segundo o IBGE, a cultura ocupa cerca de 41.430 ha, respondendo por

uma produção de 2.267 milhões de frutos e tem rendimento de 63.425 frutos/ha.

As regiões produtoras são: Uberaba (9.728,1 ha); Alfenas (7.103,0 ha);

Uberlândia (4.490 ha); e a produtividade é de 10.082 kg/ha.

• Lichia: a área plantada é de 112,1 ha e as regiões produtoras são: Juiz de Fora e

Alfenas. A produtividade média é de 9.231 kg/ha.

• Limão: a área plantada é de 4514,2 ha e as regiões produtoras são: Alfenas

(168,8 ha); Sete Lagoas (81,7 ha); e Montes Claros (45,0 ha). A produtividade

média é de 14.382 kg/ha. O limão Tahiti é o mais plantado.

• Maçã: esta cultura não conseguiu se firmar no Estado. Os registros apontam uma

área de 7,3 ha, localizados em Jacuí e Carandaí. A produtividade média é de 3.000

kg/ha. As variedades cultivadas são: Ana, Rainha, Brasil, Melrose e Golden.

• Macadâmia: a área plantada é de 57,5 ha. A produção se concentra nas regiões

de Alfenas, Pouso Alegre e Unaí.

• Mamão: a área plantada é de 127,4 ha e tem produtividade média de 12.755

kg/ha. A produção concentra-se na região de Montes Claros (92,5 ha). A

predominância é da variedade Hawai (solo).

• Manga: a área plantada é de 2.602,1 ha e tem produtividade média de 13.119

kg/ha. A produção está concentrada nas regiões de Montes Claros (1.399,6 ha);

Sete Lagoas (353,7 ha); Governador Valadares (320,0 ha); e Uberaba (242,0 ha).

Plantios comerciais com variedades novas estão nessas regiões, com exceção de

Governador Valadares. As variedades mais plantadas são: Haden, Tommy Atkins e

Keit, como novas variedades, e Ubá, Espada, Sapatinha, com plantios antigos.

• Maracujá: a área plantada é de 4.260,2 ha, com produtividade média de 11.105

kg/ha. A produção esta concentrada nas regiões de Patos de Minas (1.985,5 ha),

Montes Claros (1.535,1 ha) e Uberlândia (440,0 ha). A predominância é da

variedade amarela, para indústria.

• Marmelo: em 1988, a área plantada foi de 129,7 ha. Em Delfim Moreira,

encontra-se a maior produção, na área assistida pela EMATER-MG foi de 40,6 ha,

Page 47: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

47

com produtividade média de 8.601 kg/ha. A variedade cultivada é a Portugal. A

produção concentra nas regiões de Pouso Alegre e Teófilo Otoni.

• Nectarina: a produção está concentrada na região de Juiz de Fora. A área

plantada é de 24,4 ha e produtividade médias de 19.697 kg/ha. As variedades

plantadas são a Colombina e Robrosol. Noz pecan: são 3,9 ha plantadas no

município de Guaranésia. A produtividade é de 1.000 kg/ha.

• Pêra: em 1987, a área plantada era de 115,5 ha. O município de Delfim Moreira é

o maior produtor, com uma área de 100,0 ha. A produtividade média é de 12.630

ha.

• Pêssego: a área plantada é de 256,2 ha e tem produtividade de 15.521 kg/ha. A

produção está concentrada nas regiões de Juiz de Fora (126,7 ha); Alfenas (85,4

ha); e Pouso Alegre (38,1 ha). As variedades plantadas são: Talismã, Premier, Alô

Duçura, Diamante e Beauti.

• Pinha: são 10,0 ha plantados no município de Passa Quatro. A produtividade

média é de 1.000 kg/ha.

• Tangerina: a área é de 1.645,7 ha e a produtividade média é de 19.051 kg/ha. A

produção está concentrada nas regiões de Sete Lagoas (717,4 ha), Alfenas (333,0

ha) e Teófilo Otoni ( 190,0 ha). A variedade mais plantada é a Ponkan.

• Uva para mesa: a área plantada é de 325,0 ha, com produtividade média de

18.571 kg/ha. A produção está concentrada nas regiões de Montes Claros e Pouso

Alegre. As variedades mais plantadas são: Niágara (branca Rosada) e Itália.

• Uva para vinho: a área plantada é de 185,0 ha e a produtividade é de 7.200

kg/ha. A produção concentra-se na região de Pouso Alegre. As variedades

cultivadas são Folha de Figo, Seyve Villard e Moscatel.

4.1.4.2 Produção no município de Aimorés

O município de Aimorés está localizado na região do Vale do Rio Doce , em Minas

Gerais. Esta região, composta por 122 municípios, tem uma população estimada de

1.503.648 habitantes.

A micro-região de Aimorés é composta por 13 municípios cuja produção das principais

frutas, de acordo com o IBGE (Produção Agrícola Municipal 2002 - Lavoura Temporária e

Lavoura Permanente), é apresentada na tabela a seguir:

Page 48: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

48

Tabela 5 – Produção de Frutas na Micro-região de Aimorés

Município Abacaxi

(mil frutos)

Banana

(mil cachos)

Coco

(mil frutos)

Goiaba

(mil frutos)

Manga

(mil frutos)

Maracujá

(mil frutos)

Aimorés 26 1140 600 14 788

Alvarenga 80 18 24

Conceição de

Ipanema 54

Conselheiro

Pena 333 350 6 660

Cuparaque 102 45 1 270 12

Goiabeira 48 40 180

Ipanema 480 72

Itueta 380 702 156

Mutum 493 360 360

Pocrane 60 1360 630 16 1320 8

Resplendor 14 300 342 12 500

Santa Rita do

Itueto 80 20 16

Taparuba 120 45

Fonte – IBGE, citado no Diagnostico Georreferenciado da Fruticultura em Aimorés (2005)

Conforme pode ser observado na Tabela abaixo, a maior parte da produção de frutas

de Aimorés não tem comercialização regular. Apenas a produção de limão tem seu

mercado definido. A produção é comercializada no âmbito municipal (7,81% -

comunidade + município); no estado do Espírito Santo (5,21%) e Regional, excluindo o

município de Aimorés, (4,69%).

Cabe ressaltar que para os aspectos de comercialização de frutas a região foi

composta pelos municípios de Baixo Gaundú/ES, Laranja da Terra/ES, Afonso Cláudio/ES,

Brejetuba/ES, Mutum/MG, Pocrane/MG, Santa Rita do Itueto/MG e Itueta/MG, municípios

que fazem divisa com o município de Aimorés, além de Colatina/ES e Resplendor/MG,

que não fazem divisas com o município.

Page 49: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

49

Tabela 6 – Local de comercialização por fruta

Frutas Não

Comercializam Comunidade Es MG Município

Outros

Estados Região**

ABACAXI 91,18% 2,94% 0,00% 0,00% 2,94% 0,00% 2,94%

BANANA 73,17% 4,88% 7,32% 2,44% 3,25% 2,44% 6,50%

CAJÚ 100,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

COCO 77,03% 2,70% 2,70% 2,70% 12,16% 1,35% 1,35%

GOIABA 100,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

LARANJA 28,57% 14,29% 0,00% 0,00% 14,29% 0,00% 42,86%

LIMÃO 0,00% 0,00% 0,00% 100,00% 0,00% 0,00% 0,00%

MANGA 76,34% 1,08% 10,76% 2,15% 3,23% 2,15% 5,38%

MARACUJÁ 88,89% 0,00% 0,00% 5,56% 5,56% 0,00% 0,00%

MELANCIA 100,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

PINHA 100,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% Fonte – Diagnostico Georreferenciado da Fruticultura em Aimorés (2005)

* Os produtores listados neste grupo comercializam apenas quando há demanda de mercado, ou seja, o

comprador vai ao município de Aimorés para realizar a compra.

Tabela 7 – Estimativa do potencial de produção de frutas em Aimorés com o

número de pés atualmente existentes

ESTIMATIVA DE POTENCIAL DE PRODUÇÃO

% Abacaxi

(Ud)

Banana

(Cachos)

Coco

(Ud)

Goiaba

(Caixas)

Manga

(Caixas)

Maracujá

(Caixas)

100% 53.328 135.230 2.808.480 1.650 38.610 9.600

90% 47.995 121.707 2.527.632 1.485 34.749 8.640

80% 42.662 108.184 2.246.784 1.320 30.888 7.680

70% 37.330 94.661 1.965.936 1.155 27.027 6.720

60% 31.997 81.138 1.685.088 990 23.166 5.760

50% 26.664 67.615 1.404.240 825 19.305 4.800

40% 21.331 54.092 1.123.392 660 15.444 3.840

30% 15.998 40.569 842.544 495 11.583 2.880

20% 10.666 27.046 561.696 330 7.722 1.920

10% 5.333 13.523 280.848 165 3.861 960

Fonte – Diagnostico Georreferenciado da Fruticultura em Aimorés (2005)

Page 50: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

50

Estes dados demonstram a grande potencialidade de matéria-prima para implantação

da agroindústria caracterizada pela Planta 1 em Aimorés levando-se em consideração

apenas a produção municipal.

Para a Planta 2 torna-se necessário a importação de frutas em âmbito regional. Como

forma de garantia de suprimento de matéria-prima a preços menores que no CEASA é

fundamental o incentivo a produção regional atuando em parceria com um pequeno

grupo de produtores, garantido a compra da produção, por exemplo.

A Planta 3, para funcionamento em sua capacidade máxima, demanda matéria-prima

regional e do CEASA, tendo em vista que inicialmente a micro-região não aparenta

capacidade de atendimento da demanda de frutas da agroindústria. Para redução de

custos e garantia de suprimento torna-se importante a promoção de incentivos e

parcerias com produtores regionais.

Cabe ressaltar que a oferta de frutas foi fundamentada apenas nos dados do IBGE

considerando-se as principais frutas estudadas e que ela se eleva se considerarmos a

possibilidade de processamento de outras frutas como o pêssego, por exemplo. Outro

fato relevante é que a oferta de frutas como maracujá e abacaxi pode alterar positiva ou

negativamente numa velocidade muito rápida, o que faz que a análise de oferta destas

frutas deva ser melhor avaliada diante da decisão de implantação da unidade

agroindustrial.

4.1.5 Consumidor

De acordo com CABRAL (1999) a conscientização do consumidor quanto a

importância de uma dieta a base de frutas, o seu valor nutricional, a imensa riqueza de

aromas e sabores de frutas tropicais e a tendência cada vez maior de se consumir

alimentos processados com as características sensoriais do alimento in natura tem

contribuído para o aumento do consumo de polpas de frutas tropicais e seus derivados. A

polpa de fruta é utilizada para consumo direto ou como matéria-prima em industrias de

sucos, geléias, néctares, sorvetes, iogurtes, produtos de confeitaria, entre outros.

Soma-se a conscientização a maior necessidade de administração do tempo que é

uma das marcas da atualidade; as pessoas passam o dia no trabalho e, quando estão em

casa ou têm tempo livre, preferem dedicar-se ao lazer. A sensação de falta de tempo

para resolver coisas do dia-a-dia, como lavar o carro, costurar, cozinhar, lavar roupa ou

até mesmo alugar um filme para ver em casa, abre um leque de opções de

empreendimentos. As agroindústrias de polpas de frutas congeladas são uma alternativa

aos sucos prontos ou concentradas, e as frutas in natura; e, são mais um exemplo de

como agregar praticidade à preocupação com a saúde.

Page 51: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

51

Segundo o INCAPER (Instituto Capixaba de Pesquisa e Assistência Técnica e

Extensão Rural), as agroindústrias de processamento de frutas constituem o terceiro

segmento da cadeia agroindustrial, responsável pelo processamento da matéria prima, e

transformação em polpa para o fornecimento à indústria de produção de sucos prontos. E

esta desenvolveu uma pesquisa no estado do Rio de Janeiro, Espírito Santo, constando

que o mercado de polpa asséptica e concentrada está em franca expansão principalmente

para o Maracujá, Manga, Abacaxi, Goiaba e Morango.

A tendência é de que o consumo das frutas tropicais in natura se torne menor que

seu consumo industrializado, e por isto a agroindústria é parte importante da cadeia de

frutas. E na maioria das vezes os excedentes de produção são entregues a baixos preços,

durante os piques de safra, o que demonstra a falta de ligação entre os produtores e a

indústria de frutas (GAYET,1998).

Segundo o SEBRAE de Minas Gerais, desde de 1999, o mercado interno para polpa

de frutas encontra-se em expansão, e é constituído pelas próprias indústrias de bebidas,

pela tradicional agroindústria de doces em massa, sorveterias e confeitarias, além de

fabricantes de derivados lácteos e de baby-foods.

Este crescimento pode ser atribuído a maior demanda dos consumidores por produtos

considerados saudáveis. Além disto, o incremento no consumo também é estimulado

pelos seguintes fatores:

• desenvolvimento de novos produtos, como por exemplo, o processamento de

muitas frutas exóticas, como cajá, açaí, cupuaçu, tamarindo, pitanga, típicas de

determinadas regiões;

• embalagens mais práticas e resistentes (tetra pak e plástico);

• marketing agressivo, propaganda e promoção das vendas;

• utilização das polpas acrescidas a outros produtos e com outras frutas (iogurtes,

sobremesas, outras bebidas e baby-food).

Contudo, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), nos últimos anos, houve um decréscimo na participação de sucos

naturais (polpas de frutas e sucos prontos para beber), e de frutas também na mesa do

brasileiro. Este fato, assim como a diminuição do gasto com legumes e outros vegetais

(de 0,6% para 0,5%), está muito aquém do limite mínimo de 7% recomendado para

esses grupos de alimentos. Uma das possíveis razões para a redução de consumo foi, é,

o aumento do comércio de alimentos industrializados, ricos em gordura, sal e açúcar e

pobres em micronutrientes. “Esse crescimento tem a ver com o incentivo da mídia e com

o condicionamento à moderna vida urbana”, avalia a coordenadora da Promoção da

Page 52: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

52

Alimentação Saudável da Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição

(CGPAN) do Ministério da Saúde, Anelise Rízzolo.

Considerando-se a localização do município de Aimorés em relação ao mercado

consumidor pode-se considerar que o mesmo apresenta uma posição geográfica

privilegiada uma vez que encontra-se próximo de centros importantes como Vitória-ES e

sua região metropolitana e Governador Valadares-MG. Estes mercados seriam suficientes

para absorver toda capacidade produtiva da agroindústria devendo-se avaliar, entretanto,

a concorrência.

4.1.6 Concorrente

Apesar de os sucos naturais serem refrescantes, saudáveis e terem efeitos

terapêuticos, eles têm travado, ao longo dos últimos anos, uma batalha mercadológica na

luta contra os refrigerantes. Porém, a busca pela qualidade de vida vem fazendo o

consumidor modificar seus hábitos alimentares, e optar por uma bebida que lhe

proporcione um corpo definido e saúde garantida, fato que tem gerado crescimento

constante neste mercado. Tanto isso é verdade, que até mesmo as indústrias de

refrigerantes perceberam esse filão e estão investindo na produção de sucos

industrializados.

O ideal para uma alimentação saudável é a troca do refrigerante pelo suco natural,

pois o refrigerante não possui nutrientes, apenas açúcares. Os sucos são boas fontes de

fibras alimentares, principalmente se não forem coados ou peneirados. A utilização

integral dos componentes das frutas pode garantir o acesso a minerais, vitaminas e

fibras. Os profissionais de saúde recomendam que se opte pelos sucos naturais no lugar

dos industrializados. Além de perderem vários nutrientes, os sucos industrializados são

ricos em açúcar e calorias e contêm conservantes e corantes.

O que mais preocupa os especialistas, é que o consumo de refrigerantes têm feito

com que bebidas saudáveis como leite, sucos naturais, iogurtes, que trazem inúmeros

nutrientes essenciais ao organismo, deixem de estar presente na alimentação do dia-a-

dia das pessoas. Observa-se freqüentemente, a substituição dessas bebidas nutritivas

pelos refrigerantes em refeições como o almoço, jantar, lanche da escola, festinhas de

aniversário, etc.

A Revista "Arquivos de Medicina Pediátrica e Adolescente" publicou um artigo

recente, no ano de 2003, com crianças de 2 a 17 anos de idade, mostrando que aquelas

que fazem dos refrigerantes sua principal bebida, apresentam deficiência de vitamina A,

cálcio e magnésio, nutrientes muito importantes para o nosso organismo.

Page 53: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

53

5. Viabilidade Técnica

Este capítulo tem como objetivo apresentar os requisitos necessários para que o

projeto seja implementado com redução de custos e com economias de escala e de

escopo. Inicialmente serão processadas as frutas: manga, goiaba, maracujá e abacaxi -

visto o potencial produtivo na região de Aimorés-MG.

5.1 Descrição dos produtos e serviços

5.1.1 Características

Embalagens:

- Embalagem, saco plástico, tipo flexível PEBD (Polietileno de Baixa Densidade), de 100g,

transportadas em caixas de 5kg contendo 50 embalagens de 100g;

- Embalagem de 500g , transportadas em caixas de 10 Kg, transportadas em caixas de

10 kg contendo 20 embalagens de 500 g;

-Embalagem de 1 kg, transportadas em caixas de 10 Kg, contendo 10 embalagens de 1

Kg;

Rótulo:

- O rótulo da polpa de fruta não poderá apresentar desenhos ou figuras de outros tipos

de frutos, não presentes na composição da polpa;

-A polpa de fruta não adicionada de conservadores químicos poderá trazer em seu rótulo

a expressão: “sem conservantes químicos”;

-Tabela Nutricional (conforme RDC 94/00 do MS);

-Lote e validade.

Etiqueta:

-Cada unidade é etiquetada com:

Nome do fabricante, tipo de produto, aditivos, código do produto, Brix, acidez, país de

origem, código de rastreamento, data de produção, estocagem, peso líquido/bruto.

Page 54: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

54

5.1.2 Considerações sobre objetivos

A agroindústria de polpa de frutas que será instalada na cidade de Aimorés – MG,

deverá ter como objetivos , além do retorno do capital investido, geração de emprego e

renda aos pequenos produtores de frutas regionais e desenvolvimento sustentável

associado à preservação do meio ambiente.

5.1.3 Tecnologia Utilizada

O padrão tecnológico utilizado será eletro mecânico, combinando máquinas

contínuas associadas com a mão-de-obra.

5.2 Investimentos fixos programados

A unidade industrial terá a segurança e o conforto necessário para uma melhor

produtividade da mão-de-obra dentro da unidade, respeitando a normas técnicas de

segurança do trabalho. A instalação predial será feita de acordo com as normas da NBR.

Na elaboração do projeto devem ser previstos: otimização dos espaços, área para

ampliações futuras, áreas para descarte de resíduos longe da unidade de processamento,

instalações sanitárias sem comunicação direta com o setor de processamento, e meios de

controle de insetos, pássaros e roedores no setor de produção.

5.2.1 Construções civis e instalações complementares

No que se refere às considerações técnicas sobre as construções civis e

intalações complementares o texto apresentado abaixo se configura numa reprodução

parcial das recomendações apresentadas pelo PRONAF (2000), as quais se mantêm

atuais e plenamente pertinentes aos projetos propostos. De acordo com o item

apresentado foram maiores ou menores os níveis de adequações nas recomendações

realizadas.

Neste sentido, de acordo com o PRONAF (2000) é de suma importância seguir as

normas de construção e disposição das instalações e dos equipamentos, para que se

tenha um melhor desempenho das operações, e bem estar da mão-de-obra. Os

equipamentos e as instalações devem estar livres do acúmulo de umidade e resíduos,

Page 55: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

55

que podem aumentar os riscos de contaminação do produto, por favorecerem o

desenvolvimento de microrganismos; e, no caso de superfície metálica, propiciam o

aparecimento de corrosão. As estruturas tubulares são preferidas por conferir mais

praticidade na higienização.

O material da superfície em contato com os alimentos deve ser atóxico e não pode

interagir com o alimento, sendo capaz de resistir às repetidas aplicações de substâncias

usadas no processo normal de limpeza. Materiais que absorvem água, como madeira, não

são apropriados a locais atingidos por água.

Os equipamentos devem ficar afastados das paredes, e de outros equipamentos

cerca de 60 cm e também devem estar suspensos 30cm acima do piso, facilitando a

limpeza e manutenção, permitindo a circulação de pessoas ao redor destes.

5.2.1.1 Pé direito

É recomendado o uso de pé direito com altura de 4 metros, com o objetivo de

proporcionar uma melhor renovação do ar dentro das instalações, uma vez que, uma

grande quantidade de calor é produzida, quando se utilizam tachos de concentração, ou

quando é feito o uso de vapor em algumas operações de limpeza. A utilização de

exaustores eólicos é interessante por propiciar aos funcionários um conforto térmico, que

por sua vez, influenciará positivamente na produção e minimizará a necessidade de se

construir um prédio com pé direito superior a 4 m.

5.2.1.2 Paredes

As paredes devem ser mantidas em boas condições e devem poder ser facilmente

limpas e, sempre que necessário, desinfetadas. Para tal deverão ser usados materiais

impermeáveis, não absorventes, laváveis e não tóxicos, devendo essas superfícies ser

lisas até uma altura adequada às operações.

5.2.1.3 Abertura do prédio

As janelas e outras aberturas devem ser fixas e permitir o aproveitamento da

iluminação natural, sendo estas construídas de modo a evitar a acumulação de sugidade.

As que puderem abrir para o exterior devem estar equipadas, se necessário, com redes

de proteção contra insetos, facilmente removíveis para limpeza.

5.2.1.4 Forro

Page 56: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

56

O forro é usado nas instalações para evitar que certos materiais estranhos caiam

sobre as matérias-primas, ou produtos finais, causando contaminação dos mesmos.

5.2.1.5 Ventilação

A ventilação natural pode ser eficaz em algumas instalações de pequeno porte,

mas em alguns casos é aconselhável usar ventilação artificial para diminuir o calor e

eliminar o ar úmido para o exterior da planta, evitando assim os futuros problemas já

citados anteriormente.

5.2.1.6 Iluminação

As janelas devem ser bem posicionadas de forma que aproveite a iluminação

natural, que também pode ser obtido com o uso de telhas translúcidas. A iluminação

artificial deve ser cuidadosamente projetada e pelo menos atender aos padões mínimos

exigidos para a indústria de alimentos em geral:

1000 lux – áreas de inspeção

250 lux – áreas de processamento

150 lux – outras áreas

As luminárias devem possuir dispositivos que evitem quedas acidentais e protejam

o ambiente na eventualidade de explosões. Devem ser instaladas de forma a não se

localizarem diretamente sobre as linhas de processamento.

5.2.1.7 Pisos

As superfícies do piso devem ser mantidas em boas condições e poderem se

facilmente limpas e, sempre que necessário, desinfetadas. Para tal deverão ser

utilizados materiais impermeáveis, não absorventes, laváveis e não tóxicos.

O Piso tem que ter uma declividade, suficiente para o escoamento da água, de 1 a

2% no sentido das canaletas de drenagem, as quais deverão ser lisas, possuir grades

móveis para limpeza periódica (de aço inox ou plástico), cantos arredondados com raio

mínimo de 5 cm, e devem ser estreitas com aproximadamente 10 cm de largura.

Os ralos também devem ser evitados nos setores de processamento, mas quando

existirem, devem permitir livre acesso para a limpeza e ser dotados de sistema de

fechamento.

Page 57: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

57

5.2.1.8 Instalações elétricas

As conexões elétricas devem ser isoladas para minimizar riscos e facilitar a

limpeza. Os cabos com fios elétricos devem estar contidos em tubos vedados, ou

devem ser protegidos com placas, que permitam a ventilação e limpeza. As normas

estabelecidas pela NBR devem ser seguidas, observando-se a capacidade de carga e

outros detalhes de segurança e distribuição. As instalações devem ser as mais

higiênicas possíveis e protegidas da penetração de água e umidade.

5.2.1.9 Instalações hidráulicas

Os materiais utilizados devem ser resistentes e as tubulações bem dimensionadas

para as necessidades de processamento. As instalações hidráulicas poderão ser

visíveis para facilitar sua instalação e manutenção. Devem existir linhas separadas e

sem cruzamento das tubulações de acordo com a finalidade, ou seja, a linha de água

não potável utilizada na produção de vapor, refrigeração, controle de fogo e outros

propósitos que não entraram em contato com o alimento não deve cruzar com a linha

de água potável.

5.2.1.10 Instalações sanitárias

As indústrias devem dispor de boas e suficientes instalações sanitárias, limpas

iluminadas e ventiladas, para viabilizar a higiene dos usuários. Vestiários e sanitários não

podem Ter acesso direto à área de processamento, e devem Ter lavatórios nas áreas de

acesso de pessoal e de fabricação.

5.2.1.11 Áreas de armazenagem e estocagem

Os armazéns devem ser dotados de iluminação adequada, ventilação, facilidade de

movimentação e controle de temperatura adequados.

Dependendo do tipo de insumo e/ou o produto a ser estocado deve ser previsto:

. condições adequadas para manutenção e limpeza

. dispositivos para evitar acesso e abrigo de pragas

. possibilitar proteção contra contaminações dos insumos e produtos

Page 58: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

58

. quando necessário, prover um ambiente interno que minimize a

deterioração dos insumos e produtos (por exemplo o controle da

temperatura e umidade).

5.2.2 Máquinas e equipamentos

Os equipamentos necessários para as operações, deste empreendimento

agroindustrial e os seus respectivos códigos no croqui são apresentados a seguir. Todos

podem ser adquiridos no mercado interno, e muitas informações sobre fornecedores em

potenciais estão disponíveis em alguns sites da Internet listados em Anexo.

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59

PLANTA 1

Tabela 8 – Descrição de Maquinas e Equipamentos – Planta 1

Código Descrição

E1

Lavador por imersão

Conjunto de tanque e cesto redondos construídos em aço inox, para serem utilizados na

primeira etapa da lavagem, com capacidade para 80 litros. Serão necessários dois

lavadores.

Dimensões do tanque: 500 x 500 mm.

Dimensões do cesto: 470 x 480 mm.

E2

Mesa para aspersão

Mesa para aspersão com lavagem atomizada, totalmente confeccionada em aço inox com

chapa perfurada e bomba centrífuga.

Dimensões: 1.600 x 800 x 1.500 mm.

E3

Prensa para abacaxi

Prensa helicoidal semi-cônica, 100% confeccionada em aço inox. Produção aproximada de

1000 kg/h, com motor elétrico de 4 cv.

Dimensões: 1.300 x 400 x 1.450 mm; peso 160 kg.

E4

Mesas de preparo

Totalmente confeccionadas em aço inox, com bordas. Serão necessárias duas mesas para

preparo.

Dimensões: 2.000 x 1.000 x 800 mm.

E5

Despolpadeira

Despolpadeira 0,5 df totalmente confeccionada em aço inox, com moto-redutor de 2,0 cv

mono/trifásico, com chave elétrica e uma peneira com furos de 1,5 mm para despolpar.

Dimensões: 1.000 x 460 x 1.400 mm; peso 110 kg.

--- Peneiras para refinar

Peneira par 0,5 df com furo de 0,6 mm para refinar. Serão necessárias três peneiras para

refinar.

E6

Pasteurizador tubular

Composto por trocador de calor tubular do tipo rápido com regeneração de 80 – 90%,

capaz de aquecer e resfriar o produto, retardador tubular, aquecedor de água, bomba de

água quente, painel elétrico e comandos, curvas, tubos e conexões. Todas as partes em

contato com o produto são construídas em aço inox AISI 304, dispõe de gabinete e

isolamento térmico.

Capacidade para 200 litros de polpa/hora. Alimentação 220 V, monofásico.

E7 Tanque pulmão (250 l)

Totalmente confeccionado em aço inox, usado para armazenar a polpa produzida para

Page 60: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

60

alimentação constante do dosador.

E8

Dosador semi-automático

Totalmente construído em aço inox, com moto-redutor de 0,5 cv, mono/trifásico, com

chave elétrica. Possui três velocidades de dosagem, podendo fazer dosagens de 5 a 500 g.

Produção média de 600 a 1.100 embalagens/hora.

Dimensões: 1.400 x 730 x 500 mm. Peso 50 kg.

E9 Seladora de pedal

Seladora de pedal para selagem de saquinhos, motor 110/220 V monofásico.

E10

Mesas auxiliares

Mesa para apoio do dosador, totalmente construída em aço inoxidável.

E11

Bomba de transferência

Bomba centrífuga com motor de 1 cv - 220V, motor totalmente revestido de aço inoxidável

AISI 304, provida de pés. Cabeça da bomba totalmente confeccionada em aço inox.

E12

Recravadeira manual (lata de 1 kg)

Recravadeira de coluna manual com pedal para prender, e girar a lata na hora da

recravação. Produção de até 25 latas por minuto.

E13

Tacho semi-esférico com camisa dupla (50 litros)

Cavalete fabricado em aço carbono com pintura anticorrosiva e tacho construído em aço

inox 304 (corpo duplo). Possui trava de segurança no sistema de tombamento para

extração do produto. Dispõe de dispositivo de alívio de pressão, com manômetro e válvula

de segurança. Agitador com moto-redutor. Aquecimento a vapor.

---

Datador

Datador do tipo hot-stamping, usado para estampar informações de rótulo nas embalagens

de polpa de fruta congelada.

---

Caldeira a vapor (100 kgv/h)

Caldeira geradora de vapor horizontal, com funcionamento à lenha, capacidade para gerar

100 kg/h de vapor.

---

---

Utensílios diversos

� Bandeja: usada para acondicionar os saquinhos com polpa.

� Balde: capacidade de 16 litros, totalmente confeccionado em aço inox, com alças.

E14 Carrinho transportador de bandejas

Page 61: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

61

Totalmente construído em aço inox, com capacidade para 18 bandejas. Utilizada no

transporte das embalagens do dosador para a seladora de pedal.

E15

Congelador

Congelador rápido de alimentos, com capacidade nominal de congelamento de 70 kg de

polpa por ciclo, composto de uma única estrutura com todos os componentes necessários

para o seu funcionamento. Capacidade para 12 bandejas, com sensor de temperatura e

painel indicador, isolamento em poliuretano. Construído em aço inox e com compressor

semi-hermético, condensação a ar e alimentação elétrica de 380 V/ 3 Ph/ 60 Hz.

Dimensões: 840 x 1.100 x 2.000 mm.

---

Câmara fria

Construída em alvenaria, com conjunto compressor para congelamento com capacidade de

3.000 kg de massa.

Dimensões: 2.000 x 3.000 x 3.300 mm.

---

Picotadeira de resíduos

Usada no tratamento de resíduos industriais, com dimensões de 0,67 x 0,60 x 0,75 m, polia

de máquina em alumínio 380 mm, moega desmontável chapa 16, disco rotor de 600 rpm.

Lâminas repuxadas (04 unidades, chapa 16). Motor IV polos elétrico de 1,5 cv. Polia do

motor com 1 canal B –100 mm. Correia B e rolamento ref. 6205.

---

---

Instrumentos de laboratório

� pHmetro: aparelho de bancada provido de eletrodo, suporte e soluções de aferição.

�Refratômetro: Refratômetro manual portátil escala de 0 a 32% de BRIX divisão de

0,2%. Medidor do conteúdo de açúcar, na plantação de cana-de-açúcar é utilizado para o

controle de maturação.

E16

Balança comercial (15 kg)

Balança eletrônica de bancada, dotada de uma única célula de carga devidamente

dimensionada para a capacidade requerida. Gabinete em ABS injetado; prato de pesagem

em aço inoxidável AISI 430 polido, teclado à prova de respingos de água e poeira, com

retorno sonoro, display vácuo-florescente com 6 dígitos de 12 mm; alimentação elétrica:

110/220 VCA, 50/60 Hz, selecionável.

Capacidade de Pesagem: 15 kg x 5 g

Dimensões do prato: 35 x 25 cm.

Fonte: PRONAF (2000)

Page 62: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

62

PLANTAS 2 e 3

Tabela 9 – Descrição de Maquinas e Equipamentos – Planta 2 e 3

Código QTD Descrição

E1 2 Lavador por Imersão: conjunto de tanque e cesto para serem

utilizados na 1ª etapa da lavagem, medida do tanque 0,5 X 0,5 m de

altura, com capacidade de 80 litros

E2 1 Mesa para Aspersão: com lavagem atomizada , totalmente inox com

chapa perfurada (CLA 1,90 X 0,90 X 1,60m) e bomba centrífuga.

E3 1

Prensa para abacaxi: sendo prensa helicoidal semi-cônica, 100%

confeccionada em aço inox. Produção aproximada de 1000 Kg/h, com

motor elétrico de 4 cv.

Dimensões: 1,3 x 0,4 x 1,450 m

E4 2 Mesa de preparo com borda: fabricada em aço inoxidável AISI 304,

pés tubulares, com dreno. Dimensões: 1,87 x 1,00 x 0,90m.

E5 1

Despolpadeira bonina 0.5df 100% inox:

Equipamento fabricado em aço inoxidável AISI 304. Motor elétrico de 3

CV de potência, batedores em borracha sanitária, uma peneira para

despolpar. Processa até 1000Kg de fruta ou vegetais por hora. Consumo

elétrico de 2,65 Kw/hora.

---- 4 Baldes de 16 litros 100 % inox, com alças.

---- 1 Peneira para bonina 0.5df, com furos de 1,0mm, ideal para

despolpar : Maracujá, morango, pitanga, goiaba.

---- 1 Peneira para bonina 0.5df, com furos de 2,5mm, ideal para

despolpar : Cacau, manga, graviola, jaca, umbu.

---- 1 Peneira para bonina 0.5df, com furos de 0,8mm, ideal para o refino.

---- 9 Escova para bonina 0.5df, utilizado no refino.

E6 2 Tanque: de equilíbrio (pulmão), capacidades a partir de 500 até

1.000 litros, simples (ou com agitador mecânico).

E7 2 Bomba de Transferência: Bomba Centrífuga com motor, totalmente

revestido de aço inoxidável AISI 304, provida de pés. Cabeça da bomba

Page 63: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

63

totalmente confeccionada em aço inox.

E8 1

Dosador e empacotadeira automática para produto pastoso em

embalagens flexíveis:

-Capacidade de produção: 700 até 4000 embalagens/hora;

- Volumes de empacotamento: 90 até 1000 ml;

- Comando operacional: CLP-Comando Lógico Programável ou placa

eletrônica;

- Corpo em chapa de aço inox;

Dimensões: 0,530 x 2,0 x 0,790 m.

E9 2 Mesa auxiliar 100% inox, para o Dosador e empacotadeira

automática.

---- 1 Datador, do tipo hot-stamping, usado para estampar informações de

rótulos nas embalagens de polpa de fruta congelada.

---- 1 Fotocélulas: para centralização dos rótulos das embalagens

---- 4 Bandeja 100% inox: para acondicionar as embalagens, capacidade

para 70 sacos de 100g.

E10 A 1

Balança comercial: eletrônica de bancada, dotada de uma única célula

de carga devidamente dimensionada para a capacidade requerida.

Capacidade de pesagem: 15 Kg x 5g

Dimensões do Prato: 35 x 25 cm.

E10 B

Balança eletrônica de plataforma: pode ser embutida no piso ou ter

rampas de acesso. Células de carga com proteção IP-68 proporcionam

precisão, velocidade e confiabilidade nas pesagens.Capacidae de

esagem: 250 Kg x 50g

Dimensões da plataforma: 80 x 80 cm.

---- Câmara fria, construída em alvenaria, com conjunto compressor

para congelamento com capacidade de 3.000 Kg de massa.

Dimensões: 2,0 x 3,0 x 3,3 m.

---- 1

Picotadeira de resíduos, usada no tratamento de resíduos industriais,

com dimensões de 0,67 x 0,60 x 0,75 m, polia de máquina em alumínio

380 mm, moega desmontável chapa 16, disco rotor de 600 rpm.

Lâminas repuxadas(04 unidades, chapa 16). Motor IV pólos elétrico de

1,5 cv. Polia do motor com 1 canal B-100 mm. Correia B e rolamento.

---- Instrumentos de Laboratório:

- pHmetro: aparelho de bancada provido de eletrodo, suporte e soluções

Page 64: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

64

de aferição;

- Refratômetro: manual , portátil, escala de 0 a 32% de BRIX divisão de

0,2%. Medidor do conteúdo de açúcar , utilizado para o controle de

maturação.

E11 2 Carro Transportador 100% inox: com 18 prateleiras. Altura -

1600mm, Largura : 800mm Comprimento:800mm.

E12* 1

Evasadora automática para copos com tampa de alumínio,

Sistema de envase e selagem de copos ou garrafas com tampa de

alumínio. Alimentação de embalagem, dosagem, a alimentação do

alumínio, a colocação da data e retirada da embalagem totalmente

automáticos.

Produtos: Líquidos ou Semi-pastosos

Produção: 1.800 emb/hora

Acionamento: Mecânico pneumático com painel elétrico;

Capacidade: Embalagens de 50g à 500g;

Voltagem: 220 volts (opcional)

Dimensões: 1,0m x 0,8m x 0,6m

E13* 1

Desidratador vertical, é contituído de sistema de gavetas (todas em

AÇO INOX AISI 304), distribuidas em seu interior de forma a melhor

executar a separação de umidade, executa o trabalho em bateladas, com

controle digital de programação de temperatura e tempo de trabalho,

com 40 gavetas, e corpo de alumínio meio duro, com isolamento térmico

total, ajuste de troca de ar com sacador de umidade, e circuito de

reaproveitamento de calor, 2 portas.

Produção: Variável ( depende do produto, umidade);

Ptc Motor: 3 CV 220/380 Volts Trifásico;

Peso: 480 Kg;

Dimensões: 1,2 x 2,2 x 2,7 m.

Cap. Carga: de 300 Kg em produto fatiado ou inteiro;

Obs: 1.000 Watts/hora (padrão trifásico);

* Equipamentos exclusivos da planta 3.

Page 65: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

65

6. Análises Econômicas

6.1 Considerações iniciais

Para melhor compreensão das analises econômicas detalhadas nos Anexos 4, 5 e

6 de forma individualizada, e das sínteses de resultados apresentadas neste capítulo, foi

desenvolvida uma seção com considerações teóricas a qual trabalha os principais

conceitos utilizados.

Nos anexos citados encontram-se também simulações financeiras para cada

projeto. Para composição das simulações o esquema de financiamento adotado foi

estabelecido em função das condições do PROGER Urbano Empresarial com 80% de

crédito captado. O BDMG tem alíquotas menores que as estudadas neste projeto. Cabe

ressaltar que o montante de capital próprio e de terceiros, condicionados as taxas de

juros, influenciam diretamente a formação do fluxo de caixa, devendo, portanto o

investidor potencial avaliar seu caso particularmente, não se atendo as projeções hora

apresentadas que apenas servem como parâmetro de análise.

Tabela 10 – Esquema de Financiamento Simulado

Carência Prazo Total

Limite de Crédito

Taxa De Juros Total a.a

(anos) (anos) (%) (%)

Obras 1 5 80 15,21%

Equipamentos 1 5 80 15,21%

Capital de Giro 1 5 80 15,21%

Inicialmente foi realizada a análise de viabilidade considerando-se o

funcionamento da agroindústria com sua capacidade total adquirindo matéria prima a

preços de CEASA, e com a venda das frutas a preço de mercado em Minas Gerais. Esta

foi considerada a situação base, sendo seu resultado expresso nas matrizes na situação

0%-0%, sendo as demais variações fundamentadas no resultado inicial apresentado.

Page 66: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

66

6.2 Considerações teóricas

Antes de iniciar as simulações e análises faz-se necessário uma breve introdução

teórica apresentando alguns conceitos chaves para a compreensão do presente trabalho.

6.1.1 Fluxo de Caixa

Os fluxos de caixa são uma medida que constitui a informação mais importante

para o processo de análise de investimento. Eles representam os benefícios futuros

esperados com a implementação de determinado projeto. Os resultados de caixa de uma

empresa demonstram sua efetiva capacidade de pagamento e reaplicação dos benefícios

gerados nas decisões de investimento.

Conceitualmente o fluxo de caixa é um esquema que representa as entradas e

saídas de caixa ao longo do tempo. Em um fluxo de caixa, deve existir pelo menos uma

saída e pelo menos uma entrada (ou vice-versa). As atividades que produzem entradas

de dinheiro são denominadas fontes de caixa. As atividades que envolvem desembolsos

são ditas aplicações (ou usos) de caixa.

6.1.2 Período de Payback

A primeira avaliação de um projeto de investimento é determinar o tempo

necessário para recuperar o capital investido, a partir do fluxo de caixa estimado do

projeto de investimento. O método utilizado para este fim é o chamado período de

payback.

Este método, de aplicação bastante generalizada, consiste na determinação do

tempo necessário para que o dispêndio de capital (valor do investimento) seja

recuperado através dos benefícios líquidos (fluxos de caixa) promovidos pelo

investimento.

Freqüentemente, o payback é utilizado como um importante indicador do nível de

risco de um empreendimento. Quanto maior for o prazo, maior será o risco envolvido no

projeto de investimento e, quanto menor for o tempo de payback, menor o risco do

empreendimento.

Page 67: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

67

6.1.3 Valor Presente Líquido

A diferença entre o valor de mercado de um investimento e seu custo é

denominado Valor Presente Líquido. Em outras palavras, o VPL é uma medida de quanto

valor é criado ou adicionado hoje, realizando-se um investimento.

O Valor Presente Líquido de projetos é a técnica sofisticada mais conhecida de

investimento de capital. O VPL é o método de avaliação que mostra a contribuição do

projeto de investimento no aumento do valor da empresa.

O VPL é o somatório dos valores do demonstrativo do Fluxo de Caixa, do projeto

em análise, “descontados” a uma determinada taxa de juros, utilizada para converter os

valores do fluxo de caixa que ocorrem ao longo da vida útil do empreendimento, em

valores de uma mesma época, com o mesmo poder aquisitivo.

6.1.4 Taxa Interna de Retorno

Outro método de análise de rentabilidade de projetos é a Taxa Interna de

Retorno (TIR). TIR é método de ordenação de propostas de investimento que utiliza a

taxa retorno sobre um investimento, calculada encontrando-se a taxa de desconto que

iguala o valor presente das entradas de caixa futuras ao custo do projeto.

6.1.5 Ponto de Equilíbrio

A análise do ponto de equilíbrio, às vezes chamada de análise custo-volume-

lucro, é usada pela empresa para determinar o nível de operações necessárias para cobrir

todos os custos operacionais e avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas.

O ponto de equilíbrio operacional de uma empresa é o nível de vendas necessário para

cobrir todos os custos operacionais.

6.1.6 Margem de Contribuição

Margem de Contribuição indica o quanto cada produto ajuda a contribuir para a

cobertura dos custos fixos e despesas fixas e a formação do resultado da empresa, ou

seja é a diferença entre o valor de venda do produto e seus custos variáveis.

Page 68: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

68

6.1.7 Custo Fixo e Despesas Fixas

Custos fixos e despesas fixas são aqueles que não dependem do nível de operação

da empresa desta forma permanecendo constantes.

6.1.8 Custo Variável

São aqueles que estão diretamente relacionados com a atividade produtiva

variando conforme o nível de operação da empresa.

Page 69: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

69

6.3 Resultados em função da Capacidade Produtiva

Conforme supracitado os cálculos presentes neste trabalho foram executados com

as capacidades plenas das três unidades estudadas e, neste sentido antes da

apresentação de resultados e simulações faz-se necessário um demonstrativo preliminar

do efeito da utilização da capacidade produtiva instalada nos resultados a serem obtidos.

Tabela 11 – Capacidade Produtiva Planta 1 – 300kg de polpas/hora

Capacidade Receita Anual

Custo Variável

Anual

Custo Fixo Anual

Custo Total Anual

Resultado Operacional

Anual

Produção Média de Polpas 100G

-Anual-

Produção Média de Polpas

1KG -Anual-

0% 0,00 0,00 192.942,13 192.942,13 -192.942,13 - -

10% 79.241,81 54.381,01 192.942,13 247.323,14 -168.081,33 158.144 7.096

20% 158.483,63 108.762,01 192.942,13 301.704,15 -143.220,52 316.289 14.191

30% 237.725,44 163.143,02 192.942,13 356.085,16 -118.359,71 474.433 21.287

40% 316.967,26 217.524,03 192.942,13 410.466,16 -93.498,91 632.578 28.382

50% 396.209,07 271.905,04 192.942,13 464.847,17 -68.638,10 790.722 35.478

60% 475.450,88 326.286,04 192.942,13 519.228,18 -43.777,29 948.866 42.574

70% 554.692,70 380.667,05 192.942,13 573.609,18 -18.916,49 1.107.011 49.669

80% 633.934,51 435.048,06 192.942,13 627.990,19 5.944,32 1.265.155 56.765

90% 713.176,33 489.429,07 192.942,13 682.371,20 30.805,13 1.423.300 63.860

100% 792.418,14 543.810,07 192.942,13 736.752,21 55.665,93 1.581.444 70.956

Page 70: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

70

Tabela 12 – Capacidade Produtiva Planta 2 – 465kg de polpas/hora

Capacidade Receita Anual

Custo Variável

Anual

Custo Fixo Anual

Custo Total Anual

Resultado Operacional

Anual

Produção Média de Polpas 100G

-Anual-

Produção Média de Polpas

1KG -Anual-

0% 0,00 0,00 193.421,65 193.421,65 -193.421,65 - -

10% 122.824,81 83.538,24 193.421,65 276.959,89 -154.135,08 245.124 10.998

20% 245.649,62 167.076,49 193.421,65 360.498,14 -114.848,51 490.248 21.996

30% 368.474,44 250.614,73 193.421,65 444.036,38 -75.561,95 735.371 32.995

40% 491.299,25 334.152,98 193.421,65 527.574,62 -36.275,38 980.495 43.993

50% 614.124,06 417.691,22 193.421,65 611.112,87 3.011,19 1.225.619 54.991

60% 736.948,87 501.229,47 193.421,65 694.651,11 42.297,76 1.470.743 65.989

70% 859.773,68 584.767,71 193.421,65 778.189,36 81.584,32 1.715.867 76.987

80% 982.598,49 668.305,95 193.421,65 861.727,60 120.870,89 1.960.991 87.985

90% 1.105.423,31 751.844,20 193.421,65 945.265,85 160.157,46 2.206.114 98.984

100% 1.228.248,12 835.382,44 193.421,65 1.028.804,09 199.444,03 2.451.238 109.982

Tabela 13 – Capacidade Produtiva Planta 3 – 930kg de polpas/hora

Capacidade Receita Anual

Custo Variável

Anual

Custo Fixo Anual

Custo Total Anual

Resultado Operacional

Anual

Produção Média de Polpas 100G

-Anual-

Produção Média de Polpas

1KG -Anual-

0% 0,00 0,00 200.712,85 200.712,85 -200.712,85 - -

10% 245.649,62 165.218,57 200.712,85 365.931,41 -120.281,79 490.248 21.996

20% 491.299,25 330.437,13 200.712,85 531.149,98 -39.850,73 980.495 43.993

30% 736.948,87 495.655,70 200.712,85 696.368,55 40.580,32 1.470.743 65.989

40% 982.598,49 660.874,27 200.712,85 861.587,12 121.011,38 1.960.991 87.985

50% 1.228.248,12 826.092,84 200.712,85 1.026.805,68 201.442,43 2.451.238 109.982

60% 1.473.897,74 991.311,40 200.712,85 1.192.024,25 281.873,49 2.941.486 131.978

70% 1.719.547,36 1.156.529,97 200.712,85 1.357.242,82 362.304,55 3.431.733 153.975

80% 1.965.196,99 1.321.748,54 200.712,85 1.522.461,39 442.735,60 3.921.981 175.971

90% 2.210.846,61 1.486.967,11 200.712,85 1.687.679,95 523.166,66 4.412.229 197.967

100% 2.456.496,23 1.652.185,67 200.712,85 1.852.898,52 603.597,71 4.902.476 219.964

Page 71: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

71

6.4 Pontos de Equilíbrio e equivalência produtiva

Observando as tabelas da seção anterior fica evidente que há uma necessidade

regressiva de utilização da capacidade produtiva nominal para alcance de resultados

positivo quando observados os resultados sintéticos para as Plantas 1, 2 e 3

sucessivamente – esta observação poderá ser melhor visualizada nas análises de Ponto

de Equilíbrio a seguir.

6.4.1 Ponto de equilíbrio

Planta 1 = 78%

Figura 9: Ponto de Equilíbrio – Planta 1

Ponto de Equilíbrio

0,00

100.000,00

200.000,00

300.000,00

400.000,00

500.000,00

600.000,00

700.000,00

800.000,00

900.000,00

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

% Utilização

R$

Receita

Custos f ixos

Custos variáveis

Custo Total

Page 72: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

72

Planta 2 = 49%

Figura 10: Ponto de Equilíbrio – Planta 2

Ponto de Equilíbrio

0,00

200.000,00

400.000,00

600.000,00

800.000,00

1.000.000,00

1.200.000,00

1.400.000,00

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

% Utilização

R$

Receita

Custos f ixos

Custos variáveis

Custo Total

Planta 3 = 25%

Figura 11: Ponto de Equilíbrio – Planta 3

Ponto de Equilíbrio

0,00

500.000,00

1.000.000,00

1.500.000,00

2.000.000,00

2.500.000,00

3.000.000,00

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

% Utilização

R$

Receita

Custos f ixos

Custos variáveis

Custo Total

Page 73: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

73

6.4.2 Equivalência produtiva

O projeto baseado na planta 1 só passa a ser auto-sustentável – dentro dos

parâmetros observados – a partir da utilização de 78% da capacidade produtiva o que

determina então a sua necessidade de inserção de mercado. Para que os três projetos

possam ser comparados mais facilmente realizaremos uma comparação de resultados

para uma produção equivalente aos 78% da Planta 1, sendo:

Tabela 14 – Equivalência Produtiva

Projeto Receita Custo

Variável Custo Fixo Custo Total

Resultado Operacional

Ano

Planta 1 (71%) 614.987,47 422.045,34 192.942,13 614.987,47 0,00

Planta 2 (50%) 614.987,47 418.278,46 193.421,65 611.700,11 3.287,36

Planta 3 (25%) 614.987,47 413.627,13 200.712,85 614.339,98 647,49

Considerando o emprenho de mercado para escoamento da produção os projetos

02 e 03 se mostram mais atrativos.

Page 74: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

74

6.4.3 Síntese de indicadores operacionais e financeiros

A seguir segue uma série de indicadores extraídos dos Anexos 4, 5 e 6 para

comparação dos projetos das 03 plantas agroindustriais.

Tabela 15 – Síntese dos indicadores operacionais e financeiros

Indicador Descrição do

Indicador

Ud Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3

1 Capacidade

Produtiva

Kg de

polpas/dia 300 465 930

2 Investimento

necessário R$ 425.417,30 476.621,02 653.692,59

3 Máquinas e

equipamentos R$ 226.738,86 223.142,86 283.902,86

4 Obras Civis R$ 109.782,00 128.002,68 128.002,68

5 Investimento (Obras

civis + Maquinas e

equipamentos) para

obtenção de

capacidade produtiva

de 1 kg/dia

R$ 1.121,74 755,15 442,91

6 Capital de Giro

necessário R$ 88.896,44 125.475,48 241.787,04

7 Investimento Total

para obtenção de

capacidade produtiva

de 1 kg/dia

R$ 1.418,06 1.024,99 702,90

8 Gasto anual com

Mão-de-obra R$ 182.736,00 203.040,00 216.576,00

9 Taxa Interna de

Retorno (TIR) % 14,37 33,17 82,18

10 Tempo de Retorno

de Capital (TRC) ANOS 6,96 3,01 1,22

11 Valor Presente

Líquido (VPL) R$ -90.178,70 469.574,49 1.928.302,48

12 Ponto de Equilíbrio

(PE) % 78 49 25

Page 75: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

75

O que diferencia, em grande parte, o montante de investimentos nos três projetos

é a necessidade de capital de giro para operação plena. Como pode ser observado acima,

a diferença de Obras Civis e Equipamentos é pouco significativa entre os três projetos,

sendo a relação custo x benefício mais favorável ao projeto 3, conforme indicadores 05 e

07.

Ponto de Equilíbrio

O Ponto de Equilíbrio também se configura com um bom indicador de risco. Desta

forma a Planta 3 embora tenha uma capacidade produtiva maior necessita de um ponto

de equilíbrio muito menor. Observando-se a equivalência produtiva o esforço de mercado

para equilibrar as três unidades é muito similar, tendo, entretanto a planta 03 maior

capacidade de expansão de produção como também maior possibilidade de obtenção de

economia de escopo.

TIR

Como os projetos foram calculados inicialmente com suas capacidades máximas

de produção, dentro dos parâmetros já estabelecidos, as TIR são fictícias pois

demonstram o potencial que poderia ser alcançado nestas condições, uma vez que

dificilmente um empreendimento tem condições de iniciar com utilização da sua

capacidade nominal total. Todavia, é uma análise relevante tendo em vista a diferença

das taxas que potencialmente podem ser obtidas, demonstrando claramente que a Planta

3 tende a apresentar uma melhor performance. Numa análise comparativa uma redução

de 50% na TIR na Planta 3 a deixaria com resultados similares a Planta 2 e

aproximadamente três (03) vezes maior que a da Planta 1.

VPL

O VPL vem corroborar com as análises anteriores. Apenas a Planta 1 mostra um

resultado desfavorável para um período de 10 anos com taxa de desconto de 10% aa no

Fluxo de Caixa. Mais uma vez a Planta 3 se destaca, lembrando sempre que se configura

num valor ótimo. mas, mesmo com redução de 50% no VPL, ainda assim, a planta 3

apresenta melhor desempenho que as demais possibilidades estudadas.

Page 76: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

76

6.4.4 Custos de Produção

Tabela 16 – Custos Unitários

Custo de Produção Unitário (R$)

Produto Projeto 1 Projeto 2 Projeto 3

1 Polpa de manga congelada (100 g) 0,23 0,21 0,18

2 Polpa de manga em lata (1 kg) 2,61 2,34 2,09

3 Polpa de goiaba (100 g) 0,23 0,20 0,18

4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 2,55 2,30 2,07

5 Polpa de maracujá (100 g) 0,52 0,46 0,41

6 Polpa de maracujá em lata (1 kg) 5,51 4,91 4,38

7 Polpa de abacaxi (100 g) 0,50 0,45 0,40

8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 5,26 4,75 4,30

9 Polpa de acerola (100 g) 0,32 0,29 0,27

10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 3,46 3,23 3,01

Analisando-se a tabela acima fica evidenciado, mais uma vez, o melhor

desempenho da Planta 3 tendo em vista a redução de custos, sobretudo pela maior

diluição dos custos fixos.

Page 77: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

77

7. Conclusões sobre a Viabilidade

7.1 Parecer Técnico

Tendo em vista a capacidade produtiva da planta 1 (1,8 toneladas de polpa

pronta/dia) percebemos que os equipamentos a ela associados não condizem com a

realidade pois estes não suportam tal produção uma vez que a produção aproximada

de polpa seria de 2250 unidades/h trabalhando em um regime de 8 horas diárias. São

equipamentos com capacidade nominal abaixo da capacidade produtiva da planta e

são equipamentos manuais que comprometem a produção por perda de rendimento

dos operadores.

Outro aspecto relevante a ser considerado em relação a planta 1, é à exigência do

mercado com relação às características sensoriais dos produtos uma vez que a

pasteurização da polpa altera suas características organolépticas sendo uma etapa

desnecessária quando o processo é realizado seguindo as normas de boas práticas de

produção.

A planta 2 (2 toneladas de polpa pronta/dia) foi projetada de modo a suportar

uma capacidade produtiva de até 3 toneladas de polpa pronta/dia, trabalhando num

regime de 8 horas diárias e produção de 4000 unidades/h, permitindo assim um

aumento da produção, se necessário. É uma planta com equipamentos que não

alteram as características do produto final.

A planta 3 (4 toneladas de polpa pronta/dia) permite flexibilidade para

incrementar o portifólio de produtos, podendo esta ser utilizada para elaboração de

polpa pronta em potes e também para produção de banana passa que é um produto

que tem um elevado valor agregado. O incremento da capacidade produtiva para 4

toneladas de polpa pronta/dia, pode ser alcançado com o aumento de potência da

despolpadeira e dosador e empacotadeira automática.

De acordo com as considerações acima mencionadas,e o interesse do investidor

associada à disponibilidade de matéria prima e do capital disponível para o

investimento, recomenda-se a implantação da planta 2 ou 3.

Page 78: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

78

7.2 Parecer Econômico

Conforme a série de análises realizadas a implantação de uma agroindústria de

polpas de frutas no município de Aimorés é viável economicamente, para todas as

dimensões estudadas.

Todavia, percebe-se que o projeto 3, com capacidade produtiva de 930 Kg/hora

apresenta o melhor desempenho econômico entre as possibilidades estudadas

considerando-se os riscos (necessidade de escoamento de mercado e volume de

investimentos) e a flexibilidade e capacidade produtiva.

Cabe ressaltar que a aparente indisponibilidade de matéria-prima em âmbito

regional não descredencia as conclusões de viabilidade apresentadas tendo em vista que

a formação dos custos de produção foi fundamentada nos preços das frutas adquiridas

no Ceasa.

Considerando-se quaisquer dos projetos estudados podemos destacar alguns fatores

positivos:

- A proximidade para mercados consumidores como Vitória-ES e Governador

Valadares-MG.

- Não haver outros canais regulares de escoamento da produção de frutas “in

natura” no município de Aimorés facilitando a negociação com os produtores;

Como preocupação preliminar torna-se necessário avaliar a qualidade das frutas

produzidas em Aimorés e região. Cabe observar também que há uma sensibilidade

muito grande nos resultados da Agroindústria para variações nos preços de venda e,

principalmente nos custos variáveis necessitando um planejamento estratégico

devidamente elaborado; análises de logística e o estabelecimento de políticas rígidas de

controle e monitoramento de custos. Desta forma, acredita-se que os riscos pertinentes

ao negócio podem ser reduzidos.

Para cumprir o principal objetivo do trabalho que é apontar a viabilidade ou não do

projeto apresentando a faixa de inviabilidade buscou-se elevar a carga de despesas e

custos do mesmo. Neste sentido vale lembrar que na formação de custos, utilizou-se a

cotação para frutas de mesa no CEASA, o que de imediato pode propiciar uma redução

significativa de custos, tendo em vista, que as frutas correspondem a aproximadamente

60% do custo variável total e podem ser adquiridas no mercado local a preços justos

com variação de até 40% inferior ao cotado neste projeto. Esta variação significativa se

dá em função de duas variáveis:

Page 79: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

79

1 – As frutas para indústria já são cerca de 20% mais baratas;

2 – O produtor regional não terá o custo de levar até o CEASA para comercializar,

podendo então, negociar diretamente com a agroindústria de forma facilitada e com

baixo risco;

Outro elemento importante é que todas as análises, conforme supracitado, foram

realizadas com a empresa operando no sistema de Lucro Real. Considerando-se o

faturamento observado e o ramo de atividade da empresa é pertinente o

enquadramento da mesma no SIMPLES para os projetos 1 e 2, possibilitando a redução

de custos, a elevação da lucratividade e da competitividade tornando a mesma, bem

gerida, altamente viável. Para o projeto 3 é recomendado uma análise tributária para

determinação do regime a ser implantado – lucro real ou presumido – em função das

características do empreendimento a ser efetivamente implantado.

A distribuição também é um elemento que deve ser estudado mais adequadamente

tendo em vista que poderá ocorrer com transporte próprio ou terceirizado a depender da

política de venda e dos mercados a serem trabalhados.

Page 80: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

80

8. Referencial Bibliográfico

Intec; Copagri Iplanus. Diagnóstico da Cadeia Produtiva da Fruticultura em

Aimorés-MG. Instituto Terra, 2005.

Universidade Federal de Viçosa. Software SAAFAgro – Perfil Agroindustrial de

Polpas de Fruta e Extrato de Tomate. PRONAF, 2000.

BDMG. Minas para o século XXI.

Sites:

http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/economia/agroind/apresent/apresen

t.htm/ Agroindústria. Acesso em 15 de janeiro de 2005. (Silveira, Maria José).

http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/economia/agroind/apresent/apresen

t.htm. Indústria de sucos. Acesso em 15 de janeiro de 2005. (Silveira, Maria José)

http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/economia/agroind/tendint/index.htm

Tendências Internacionais no Setor Agroalimentar. Acesso em 15 de janeiro de 2005.

(Silveira, Maria José)

http://www.indi.mg.gov.br/perfil/setores/ai.html. Institudo de Desenvolvimento de Minas

Gerais Acesso em 20 de janeiro de 2005.

Estudo aponta necessidade de mudanças no processamento de suco de frutas

http://www.radiobras.gov.br/ct/1997/materia_311097_5.htm Acesso em 20 de janeiro

de 2005.

Page 81: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

81

CABRAL; Lourdes. Aperfeiçoamento da tecnologia de produção e diversificação do uso de

polpa de frutas tropicais http://www.ctaa.embrapa.br/ped/101996750.htm (1999).

Acesso em 20 de janeiro de 2005.

Nascente, A. Stephan. http://www.cpafro.embrapa.br/embrapa/Artigos/frut_brasil.html ".

Acesso em 21 de janeiro de 2005.

http://www.sebrae.org.br Acesso em 23 de janeiro de 2005.

http://www.ibge.gov.br Acesso em 23 de janeiro de 2005.

http://www.bdmg.mg.gov.br Acesso em 23 de janeiro de 2005.

Page 82: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

82

Anexos

Page 83: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

83

Anexo 1 - Normatização

1.1. Regulamento Técnico Geral para Fixação dos Padrões de

Identidade e Qualidade para Polpa de Fruta (Instrução Normativa

de 07 de janeiro de 2000 aprovada pelo Ministério da Agricultura

e do Abastecimento).

Esta norma se aplica apenas a "polpa de fruta" destinada ao consumo como

bebida. A polpa para outros fins deve seguir a resolução 12/78, a qual será explicitada

mais adiante. O atual regulamento define a polpa de fruta como sendo o produto não

fermentado, não concentrado, não diluído, obtida de frutos polposos, através de

processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos totais, provenientes da

parte comestível do fruto. O teor mínimo de sólidos totais é estabelecido para cada

polpa de fruta. A polpa de fruta destinada à industrialização de bebidas, e não destinada

ao consumo direto poderá ser adicionada de aditivos químicos previstos para a bebida

que se destina. Na polpa de fruta poderá ser adiconado acidulantes, como regulador de

acidez, conservadores químicos e corantes naturais, nos mesmo limites estabelecidos

para sucos de frutas, ressalvando os casos específicos.

O rótulo da polpa de fruta não deverá apresentar desenhos ou figuras de outros

tipos de frutas presentes na composição da polpa. Quando a polpa é fabricada sem

adição de conservantes químicos, o rótulo deve trazer esta informação "sem

conservante químico".

As polpas de frutas devem apresentar os seguintes limites máximos

microbiológicos:

� soma de bolores e leveduras: máximo 5x 103/g para polpa "in natura",

congelada ou não, e 2x103/g para polpa conservada quimicamente e/ou que

sofreu tratamento térmico;

� Coliforme fecal: máximo 1/g;

� Salmonella: ausente em 25g.

Page 84: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

84

Estes limites podem ser alterados em normas específicas de cada tipo de polpa

de fruta conforme, suas características peculiares. Esta norma aplica-se também às

polpas de hortaliças e de outros vegetais. Abaixo é apresentado um quadro com o

resumo de algumas características físicas, químicas e organolépticas, estabelecidas

neste regulamento, para as polpas de maracujá, manga e goiaba. Este regulamento

também estabelece os padrões para polpas de acerola, cacau, cupuaçu, graviola, açaí,

caju, pitanga, uva, cajá, melão, mangaba, e para sucos de maracujá, caju, caju com

alto teor de polpa, caju clarificado (cajuína), abacaxi, uva, pêra, maçã, limão, lima ácida

e laranja.

Tabela A: limites de tolerâncias de características físicas, químicas e

organolépticas.

Manga Goiaba Maracujá

Mín Máx Mín Máx Mín Máx

pH 3,3 4,5 3,5 4,2 2,7 3,8

Sólidos solúveis em ºBrix,

a 20ºC 11,00 - 7,00 - 11,00 -

Acidez total expressa em

ácido cítrico (g/100g) 0,32 - 0,40 - 2,50 -

Açucares totais, naturais

da fruta (g/100g) - 17,00 - 15,00 - 18,00

Sólidos totais (g/100g) 14,00 - 9,00 - 11,00 -

Ácido ascórbico

(mg/100g) - - 40,00 - - -

Cor Amarelo

Variável de

branco a

vermelho

De amarelo a

alaranjado

Sabor Doce, levemente

ácido, próprio

Levemente ácido,

próprio Ácido

Aroma Próprio Próprio Próprio

Page 85: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

85

1.2. Resolução nº 12/78 da Comissão Nacional de Normas e

padrões para Alimentos CNNPA (Comissão Nacional de Normas e

Padrões para Alimentos)

Segundo a NTA 12/9 desta resolução, tem-se que a polpa ou purê de fruta é o

produto obtido pelo esmagamento das partes comestíveis das frutas carnosas, por

processos adequados. O produto será designado por "polpa", seguido do nome da fruta

de origem. Exemplo: "polpa de goiaba". O produto deverá ser preparado com frutas

sadias, limpas, isentas de matéria ferrosa, de parasitas, e de outros detritos animais e

vegetais. Não deverá conter fragmentos das partes consideradas não comestíveis das

frutas, tais como casca, sementes e caroço, nem substâncias estranhas à sua

composição normal, exceto as previstas pela norma. É tolerada a adição de sacarose, na

proporção declarada no rótulo.

À medida que a CNNA for fixando os padrões de identidade e qualidade para os

alimentos (e bebidas) constantes desta resolução, estas prevalecerão sobre estas

Normas Técnicas Especiais. Portanto para polpas de frutas destinadas ao consumo,

como bebida prevalece o regulamento citado no item 12.1.1. deste projeto.

Características organolépticas:

• aspecto: pasta mole

• cor: própria

• cheiro: próprio

• sabor: próprio

Características microbiológicas

Polpas de frutas que foram envasadas e receberam tratamento térmico adequado,

após 10 dias de incubação a 35º C, não podem apresentar sinais de alterações das

embalagens (estufamentos, alterações vazamentos, corrosões internas), bem como

quaisquer modificações de natureza física, química ou organoléptica do produto.

Os demais tipos de polpa de frutas deverão obedecer ao seguinte padrão:

i. Bactérias do grupo coliforme: máximo de 102/g

ii. Bactérias do grupo coliforme de origem fecal: ausência em 1 g

iii. Salmonellas: ausência em 25 g

iv. Bolores e leveduras: máximo 102/g.

Page 86: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

86

Deverão ser efetuadas determinações de e/ou substâncias tóxicas de origem

microbiana, sempre que se tornar necessária a obtenção de dados sobre o estado

higiênico sanitário, destas classes de alimentos, ou quando ocorrerem toxinfecções

alimentares.

Características microscópicas

• Ausência de sujidades, parasitas e larvas.

Características microbiológicas: após 14 dias de incubação a 35º C, não se deve

observar sinais de alterações na embalagem (estufamentos, alterações, vazamentos,

corrosões internas) bem como, quaisquer modificações de natureza física, química ou

organoléptica do produto.

Page 87: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

87

Anexo 2. Características das Matérias-primas

Perfil Agroindustrial de Frutas e Tomate - PRONAF (2000)

As características de qualidade das frutas resultam da interação de vários fatores,

tanto da fase pré-colheita como da pós-colheita, que podem ser agrupados em diferentes

categorias, tais como: fatores genéricos (cultivares, porta-enxerto); fatores climáticos

(temperatura, luz, vento, chuva); fatores culturais (solo, irrigação, adubação, desbaste,

poda, controle fitossanitário, época e método de colheita); e estádio de maturação e

tratamento pós-colheita (fatores ambientais, métodos de manuseio entre a colheita e o

consumo).

Para evitar problemas causados na colheita, como as injúrias ou traumas, deve-se

ter em mente diversos fatores durante e após a colheita, evitando-se perdas. Por

exemplo, o estabelecimento do período em que ela será realizada. Deve-se evitar

colheitas após chuvas pesadas, sendo melhor que esta seja realizada nos períodos mais

frios do dia, normalmente no período da manhã. Os frutos não devem ser colocados

diretamente no solo, nem ficar expostos a condições climáticas ambientais, para que sua

temperatura interna não se eleve demasiadamente prejudicando assim, sua

conservação. Por este fato, aconselha-se um pré-resfriamento das frutas antes do

transporte e armazenamento.

O grau de maturação ótimo para a colheita depende da utilização que se fará do

fruto (consumo direto ou processamento) e é decisivo para o seu potencial de

conservação. Em ambos os casos, numerosos fatores devem também ser considerados. A

colheita precoce interrompe o desenvolvimento do fruto e prejudica o processo de

amadurecimento provocando perda da qualidade final do produto industrializado e menor

rendimento. Do mesmo modo, a colheita tardia, com a fruta muito madura, trará

conseqüências irreversíveis de perdas. A decisão quanto ao grau de maturidade do

produto na colheita não depende apenas das necessidades do mercado e do tipo de

transporte a ser realizado, mas também das necessidades de armazenamento, e pode

diferir em épocas do ano. Isto é muito importante numa indústria de processamento onde

o abastecimento constante do mercado com seus produtos é fundamental na estratégia

da empresa.

Page 88: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

88

Os atributos de qualidade das frutas para que se obtenha um produto de qualidade

dizem respeito a sua aparência, sabor e odor, textura, valor nutritivo e segurança. Para

cada atividade da cadeia de frutas (armazenamento, consumo "in natura" ou

processamento) os atributos tomam importância variada.

O tamanho e a forma são importantes nas operações de processamento, porque

facilita os cortes, o descascamento ou a mistura para a obtenção de produtos uniformes.

Em alguns casos são preferidos os frutos de tamanho médio, pelas características de

"flavor”, melhor adaptação aos equipamentos ou qualidade, como conteúdo do suco. Os

produtos com características de tamanho e peso padronizadas são mais fáceis de ser

manuseados em grandes quantidades, pois apresentam perdas menores, produção mais

rápida e melhor qualidade.

A cor também é um importante atributo de qualidade nas frutas destinadas ao

processamento. Na indústria, a intensidade de cor de sucos e polpa é importante,

especialmente para aquelas frutas que podem sofrer degradação dos pigmentos naturais

durante o processamento e armazenamento.

A textura é um dos mais importantes atributos de qualidade. Está relacionada com

o “flavor”, porque a liberação de compostos presentes no produto, que são perceptíveis

ao paladar e, portanto estão diretamente ligados ao sabor que as frutas apresentam, são

também relacionados com a estrutura do tecido.

O transporte das frutas até à indústria também se caracteriza como uma etapa

importante para a obtenção de produtos de qualidade, da mesma forma que a colheita e

os tratos após a mesma. O sucesso de manutenção das frutas frescas com boa qualidade

durante o trânsito depende do controle de cada etapa que, por sua vez, é

interdependente. Porém, deve-se ter em mente que a condição essencial para que se

tenha uma boa matéria-prima na indústria é a boa qualidade inicial do produto (as

frutas). O transporte e o armazenamento de alimentos, de um modo geral, podem ser

feitos tanto a granel como embalados, utilizando-se, em ambos os casos, veículos

apropriados e facilidades de armazenamento.

A seguir são feitas algumas considerações sobre os frutos integrantes do mix de

produção do projeto agroindustrial destinado ao Instituto Terra:

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89

� Abacaxi: as variedades mais produzidas no Brasil são : 'Smooth Cayenne' e

'Pérola', que apresentam polpa amarela e amarelo-pálida a branca, respectivamente. O

abacaxi 'Pérola' é o mais cultivado no Brasil, principalmente na região Nordeste e no

estado de Minas Gerais. Seu peso varia de 1,3 a 1,8 kg, possui formato cônico, polpa

doce e menos ácida que o 'Smooth Cayenne'. Apresenta a desvantagem de os frutos não

possuírem aparência e amadurecimento uniforme. Tanto sua forma, quanto sua coloração

de polpa (amarelo-pálida) limitam seu aproveitamento na indústria. O abacaxi 'Smooth

Cayenne' é o mais cultivado no mundo. Caracteriza-se por apresentar frutos com peso

entre 1,3 e 2,5 kg, possui forma cilíndrica, polpa com alta acidez e teores elevados de

açúcares. Seu formato permite maior rendimento como matéria-prima industrial.

� Manga: a julgar por suas qualidades nutritivas, a manga deveria ocupar um

dos primeiros lugares na ordem de importância entre as numerosas espécies de frutas

existentes (Balbach & Boarim, 1995). No entanto, somente algumas variedades

apresentam características que as tornam próprias para a industrialização (Diniz, 1999).

Os cultivares de manga mais indicados são as que apresentam características de boa

aceitação no mercado, como coloração amarelo-avermelhada, boa palatividade, poucas

fibras, resistência ao manuseio e ao transporte e boas características agronômicas

(Instituto..., 1995).

No Brasil existem mais de 500 variedades de mangas, entre estas destacaremos as

cultivadas no município de Aimorés:

-manga Haden, até pouco tempo era a mais difundida e aceita no mercado por sua

excelente qualidade do fruto, atualmente esta sendo substituída por variedades mais

resistentes a pragas.

-manga abacaxi

-manga abóbora

-manga coquinho

-manga espada

-manga facão

-manga peito de moça

-manga formosa

-manga querosene

-manga redonda

-manga rosa

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90

� Goiaba: espécie amplamente difundida em todas as regiões tropicais e sub-

tropicais do mundo, no Brasil, seu cultivo concentra-se no Nordeste e alguns estados do

Sudeste. Importante pela sua excelente qualidade sensorial, por possuir elevado valor

nutritivo, sendo uma das melhores fontes de vitamina C e por possuir alto rendimento de

polpa o que a torna muito interessante para a industrialização em forma de doces em

massa, polpa congelada, geléias, etc. A goiaba é uma fruta de clima quente que com

sistema de irrigação adequado pode ser colhida durante o ano inteiro, ou apenas no

período de safra, que vai de janeiro a fevereiro, caso não haja irrigação.

As variedades mais plantadas no município de Aimorés são as goiabas brancas,

roxas e vermelhas.

� Maracujá: as principais características do seu suco são o aroma e acidez

acentuado. O aroma do maracujá é formado por uma centena de componentes voláteis,

incluindo ésteres, aldeídos, cetonas, compostos terpênicos e outros componentes

resultantes de suas reações. O maracujá também é uma cultura de propagação por

semente e por isso, as variedades encontram-se descaracterizadas. No Brasil, a única

espécie cultivada comercialmente é a do maracujá amarelo. Comparações entre as

variedades de maracujá roxo, amarelo e híbrido sugerem que o híbrido seria a melhor

opção industrial em termos de aroma e sabor. No que tange à acidez, estão presentes

diversos ácidos orgânicos como: láctico, malônico, málico, ascórbico e galcturônico. Mas

a predominância é do ácido cítrico que corresponde a 83% no maracujá amarelo e a 13%

no maracujá roxo.

Outros insumos, necessários, para a operação da unidade agroindustrial são:

-material de limpeza: sanificante, sabão, cloro, etc.

-embalagens e sacarose.

-material de laboratório e ferramentas.

-equipamentos de proteção individual (EPI’S).

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91

Anexo 3 - QUESTÕES AMBIENTAIS

Perfil Agroindustrial de Frutas e Tomate - PRONAF (2000)

Aproveitamento e Tratamento de Resíduos

Do processamento mínimo de frutas aproximadamente 50% do peso total da

matéria-prima recebida é descartada na forma de folhas, talos ou cascas. Esse descarte é

impróprio para o consumo humano, mas pode ser utilizado como matéria-prima para

compostagem ou encaminhado para a alimentação animal.

Compostagem

Alguns resíduos da fábrica provenientes de certas frutas podem ser utilizados como

fertilizantes de solo e como adubos de cobertura nos cultivos das lavouras. Dessa forma,

os resíduos devem ser triturados, em picadores de capim, e secos ao sol. A utilização dos

resíduos ainda úmidos não é recomendável, pois podem ocorrer processos fermentativos,

proliferação de insetos, odores desagradáveis e danos biológicos às camadas do solo.

O adubo orgânico é obtido por meio de práticas de compostagem simples, sendo

formado através da transformação dos restos orgânicos pelos microorganismos do solo.

O que ocorre é uma fermentação aeróbia, sendo necessário remexer o produto durante

todo o processo, o qual pode durar meses.

Um fator importante a se considerar nesse processo é a relação C/N quantidade

presente nos resíduos, pois este determina a velocidade de decomposição. Após o

processo de compostagem temos então o chamado húmus. Este composto pode ser

utilizado como fertilizante orgânico em substituição a produtos químicos. Maiores

informações sobre esta técnica podem ser obtidas no LESA – Laboratório de Engenharia

Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Viçosa.

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92

Anexo 4 - Projeto 1 (PRONAF)

QUADRO 1: Gastos com Obras Civis

QUADRO 2: Gastos com Equipamentos UCAG

Item Descrição Total (R$)

1 Uma Linha telefônica 17,00

2 Computador e uma impressora 3.500,00 3 Um Computador, uma impressora e um

software para códigos de barras (incluso impostos)

3.500,00

4 Móveis e utensílios 3.000,00 5 Diversos 1.000,00

6 Escritório 8.000,00 7 Veículo 39.000,00

8 Supervisão de implantação 20.400,00 Investimento Fixo para a UCAG 78.417,00

Item Descrição Ud. Qde Valor (r$)

1 Terreno m2 500 15.000,00

2 Terraplenagem m2 165,3 - 3 Sede agroindústria m2 40 24.000,00

4 Unidade agroindustrial m2 125,3 62.650,00 5 Aproveitamento de resíduos m2 0 -

6 Estudos e projetos de engenharia % 6 6.099,00 7 Supervisão de Construção % 2 2.033,00

Total a ser aplicado em Obras Civis 109.782,00

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93

Quadro 3 – Gastos com Aquisição e Instalação de Equipamentos

Item Descrição Ud. Qde Valor

Equipamentos (R$)

1 Lavador por imersão (80 l) ud. 2 8.600,00

2 Mesa para aspersão ud. 1 3.800,00 3 Prensa para abacaxi ud. 1 7.500,00

4 Mesas de preparo ud. 2 5.600,00 5 Despolpadeira ud. 1 4.700,00

6 Peneiras para refinar ud. 3 900,00 7 Pasteurizador tubular ud. 1 12.800,00

8 Tanque pulmão (250 l) ud. 1 4.800,00 9 Dosador semi automático ud. 1 7.900,00

10 Seladora de pedal ud. 1 200,00 11 Mesas auxiliares ud. 2 2.400,00

12 Bomba de transferência portátil ud. 1 1.500,00 13 Recravadeira manual (lata de 1kg)

ud. 1 5.600,00

14 Tacho com camisa dupla (50 kg) ud. 1 5.780,00

15 Datador ud. 1 2.800,00 16 Caldeira a vapor (100 kgv/h) ud. 1 8.700,00

17 Utensílios (bandejas, baldes, etc) conjunto 1 90,00

18 Carrinho transportador de bandejas ud. 1 3.600,00

19 Congelador ud. 1 12.300,00 20 Câmara fria ud. 1 25.400,00

21 Picotadeira de resíduos ud. 1 3.900,00 22 Instrumentos de laboratório

conjunto 1 2.300,00

23 Balança comercial (15 kg) ud. 1 2.400,00

Unidades de Apoio Complementares 24 Montagem % 10 13.357,00

25 Materiais Permanentes --- --- 3.000,00 26 Linhas Externas % 5 7.496,35

27 Segurança e Proteção contra Incêndio % 1 1.499,27

28 Eventuais % 5 7.496,35 29 Taxa de associação da EAN do Brasil

ud. 1 112,06

30 Frete % 3 4.007,10

Total a ser aplicado em EQUIPAMENTOS DA AGROINDÚSTRIA

168.738,86

Page 94: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

94

QUADRO 4: Necessidade de Capital de Giro

Item Descrição Prazo (dias)

Valor (R$)

1 Matéria-prima principal 1 1066,5 2 Outros ingredientes e materiais

secundários 30 5.386,47

3 Bens em processo variado 7439,36

4 Insumos 90 1.074,80 5 Produtos acabados em estoque 1 2.934,88

6 Produção vendida a prazo 10 27.287,12 7 Reserva de caixa 30 68.800,55

8 Desconto bancário 30 (25.093,24) Total a ser aplicado em CAPITAL DE GIRO 88.896,44

QUADRO 5 – Dados Aplicados na Estimativa de Vendas a Prazo e Descontos Bancários

Percentual da produção vendida a prazo (% sobre o custo de produção referente à produção obtida durante o prazo de pagamento oferecido)

100

Taxa de juros para o desconto de títulos (% sobre o valor das vendas a prazo)

5

% de Desconto de Títulos 30%

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95

QUADRO 6: Salário Mínimo Considerado SALÁRIO MÍNIMO BASE (R$) 300

QUADRO 7: Necessidade de Mão de Obra Fixa na UCAG

Item Função Nº de

Pessoas Encargos

Custo Mensal por

Pessoa TOTAL

Gasto com mão de obra fixa da UCAG (%) (R$) (R$)

1 Gerente de comercialização

1 88 2.820,00 33.840,00

2 Gerente de processos 1 88 2.256,00 27.072,00

3 Contador 1 88 846,00 10.152,00 4 Mecânico de Manutenção 1 88 1.410,00 16.920,00

5 Secretário 1 88 1.128,00 13.536,00 6 Faxineiro 1 88 564,00 6.768,00

Gasto Anual com Salários Administrativos da UCAG 108.288,00 QUADRO 8: Gastos com Insumos e Outros Custos Fixos da Central de Apoio Gerencial – UCAG

Item Descrição Ud Qde Anual Custo

Unitário Total anual

(R$) (R$) 1 Energia elétrica kwh 2160 0,5 1.080,00

2 Água m3 480 0,74 355,20 3 Telefone fixo -

(interurbanos) minutos 14400 0,5 7.200,00

4 Internet - pulsos além da franquia

pulsos 11520 0,15 1.728,00

5 Telefonia celular minutos 600 0,3 180,00

6 Taxa de provedor mensal 12 60 720,00 7 Materiais de escritório e

outros vários 12 200 2.400,00

8 Assinatura de telefone celular

mensalidade

12 34 408,00

9 Seguros e Impostos --- --- --- 1.315,17

Total dos Gastos com Insumos da UCAG 15.386,37

Page 96: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

96

QUADRO 9: Despesas Fixas de Capital – Anual

Gasto com Mão de Obra Fixa da UA

Item Função Nº De

Pessoas Encargos

(%)

Custo Mensal

Por Pessoa (R$)

Total (R$)

1 Gerente Geral

1 88 2.820,00 33.840,00

Item Descrição Valor Anual(R$)

2 Gasto anual com salários administrativos da UCAG 108.288,00

3 Insumos gastos na UCAG (incluso seguros e impostos) 15.386,37

4 Depreciação de equipamentos da Administração 7.700,00

5 Depreciação da UA 22.362,99

6 Impostos e seguros da UA 4.464,78

7 Custo de oportunidade da UA 900

Item Descrição Custo Unitário

(R$)

Valor Anual(R$)

8 Duas taxas semestrais da EAN do Brasil para concessão de uso de códigos de barra 165,48 330,96

Estimativa do Custo Fixo Total Anual da UA 192.942,13

QUADRO 10:Taxas de Cobrança de Semestralidade Fornecidas pela EAN (Fev/2005)

Faturamento Anual Taxa De Semestralidade

Min Max R$

0 300.000,00 107,4

300.000,00 1.000.000,00 165,5

1.000.000,00 6.000.000,00 380,3

6.000.000,00 > 787,9

Page 97: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

97

QUADRO 11: Estimativa do Custo Variável Anual

Item Insumos Ud Qde Unit. (R$) Total (R$)

Matérias primas principais

1 Manga kg 145800 0,4 58.320,00

2 Goiaba kg 72900 0,5 36.450,00

3 Maracujá kg 111780 0,5 55.890,00

4 Abacaxi kg 72900 0,75 54.675,00

5 Acerola kg 82620 1 82.620,00

6 Tomate kg 0 0 -

Ingredientes

7 Sacarose kg 22,91 0,4 9,16

8 Cloreto de sódio kg 0 0,19 -

Materiais secundários

9 Saquinhos plásticos (100 g)

ud 1581444 0,01 15.814,44

10 Latas de 1 kg ud 78840 0,35 27.594,00

11 Caixas de papelão ud 15814,44 0,32 5.060,62

Insumos

12 Material de Limpeza kg 49 8 392,00

13 Material de escritório ud. 1 1199,48 1.199,48

14 Energia kwh 2160 0,4 864,00

15 Água m3 162 0,82 132,84

16 Lenha m3 480 0,72 345,60

17 Cloro ativo kg 486 0,27 131,22

18 Ácido cítrico kg 49 3,25 159,25

Mão-de-Obra Operacional

19 Não-especializada Pessoa 6 564 40.608,00

20 Semi-especializada Pessoa 0 0

21 Especializada Pessoa 0 0 0

Estimativas percentuais

22 Manutenção % 2,5 5.668,47

23 Custo financeiro e outros

% 5 3.354,45

24 Custos de qualidade % 2,5 19.810,45

25 Vendas % 5 39.620,91

26 ICMS %

varia de 7 a 12%

95.090,18

27 TOTAL 543.810,07

Page 98: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

98

QUADRO 12: Custos Unitários

Item Produto Custo

Variável Unitário (R$)

Custo Fixo Unitário

(R$)

Custo De Produção

Unitário (R$)

1 Polpa de manga congelada (100 g) 0,16 0,07 0,23

2 Polpa de manga em lata (1 kg) 1,89 0,72 2,61

3 Polpa de goiaba (100 g) 0,16 0,07 0,23

4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 1,89 0,66 2,55

5 Polpa de maracujá (100 g) 0,36 0,16 0,52

6 Polpa de maracujá em lata (1 kg) 3,92 1,59 5,51

7 Polpa de abacaxi (100 g) 0,37 0,13 0,5

8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 3,93 1,32 5,26

9 Polpa de acerola (100 g) 0,26 0,06 0,32

10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 2,87 0,59 3,46

11 Extrato de tomate (1 kg)

Page 99: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

99

QUADRO 13: Custos Totais de Produção

Item Produto Custo

Variável Anual (R$)

Custo Fixo Anual

(R$)

Custo De Produção

Anual (R$)

1 Polpa de manga congelada (100 g) 85.823,08 38.588,43 124.411,50

2 Polpa de manga em lata (1 kg) 50.457,78 19.294,21 69.751,99

3 Polpa de goiaba (100 g) 46.789,62 19.294,21 66.083,84

4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 27.510,94 9.647,11 37.158,05

5 Polpa de maracujá (100 g) 79.598,63 34.729,58 114.328,21

6 Polpa de maracujá em lata (1 kg) 23.825,78 9.647,11 33.472,89

7 Polpa de abacaxi (100 g) 53.224,29 19.294,21 72.518,50

8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 28.670,22 9.647,11 38.317,32

9 Polpa de acerola (100 g) 101.162,39 23.153,06 124.315,44

10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 46.747,34 9.647,11 56.394,45

11 Extrato de tomate (1 kg) - - -

TOTAIS ANUAIS 543.810,07 192.942,13 736.752,21

Page 100: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

100

QUADRO 14: Planejamento da Produção

Item Produto % Da

Mp Por Produto

Qde de Matéria Prima

Diária (Kg)

Rendimento (%)

Produtos Por Dia

(Kg)

1 Polpa de manga congelada (100 g) 20 360 55 198

2 Polpa de manga em lata (1 kg) 10 180 55 99 3 Polpa de goiaba (100 g) 10 180 60 108

4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 5 90 60 54 5 Polpa de maracujá (100 g) 18 324 25 81

6 Polpa de maracujá em lata (1 kg) 5 90 25 22,5

7 Polpa de abacaxi (100 g) 10 180 30 54 8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 5 90 30 27

9 Polpa de acerola (100 g) 12 216 67 144,72 10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 5 90 67 60,3

11 Extrato de tomate (1 kg) 0 0 20 0

Page 101: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

101

QUADRO 15: Estimativa da Receita Anual

Item Produto Produtos

Embalados / Ano

Alíquota Icms (%)

Preço de Venda Fob (R$/Ud)

Total Anual (R$)

1 Polpa de manga congelada (100 g)

534600 18 0,31 165.726,00

2 Polpa de manga em lata (1 kg) 26730 18 3,1 82.863,00

3 Polpa de goiaba (100 g) 291600 18 0,25 72.900,00

4 Polpa de goiaba em lata (1 kg) 14580 18 2,5 36.450,00

5 Polpa de maracujá (100 g) 218700 18 0,5 109.350,00

6 Polpa de maracujá em lata (1 kg)

6075 18 5 30.375,00

7 Polpa de abacaxi (100 g) 145800 18 0,31 45.198,00

8 Polpa de abacaxi em lata (1 kg) 7290 18 3,1 22.599,00

9 Polpa de acerola (100 g) 390744 18 0,41 160.205,04

10 Polpa de acerola em lata (1 kg) 16281 18 4,1 66.752,10

11 Extrato de tomate (1 kg) 0 18 0 -

RECEITA TOTAL ANUAL (R$) 792.418,14

QUADRO 16: Indicadores Financeiros

Descrição do Indicador Ud Valor Calculado

Taxa Interna de Retorno (TIR) % 14,37 Tempo de Retorno de Capital (TRC) ANOS 6,96

Valor Presente Líquido (VPL) R$ -90.178,70 Ponto de Equilíbrio (PE) % 78% QUADRO 17: Necessidades de Capital Necessidades de

Capital (R$) Obras

Equipamentos

Capital de Giro

Total

Investimento Inicial 109.782,00 226.738,86 88.896,44 425.417,30 Recursos próprios 21.956,40 45.347,77 17.779,29 85.083,46 Recurso financiado 87.825,60 181.391,09 71.117,15 340.333,84 QUADRO 18: Periodicidade De Pagamento

PRESTAÇÃO: Mensal

Page 102: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

102

Ponto de Equilíbrio

0,00

100.000,00

200.000,00

300.000,00

400.000,00

500.000,00

600.000,00

700.000,00

800.000,00

900.000,00

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

% Utilização

R$

ReceitaCustos fixosCustos variáveisCusto Total

Page 103: 06 Evte Ind Stria de Polpas Ai

103

QUADRO 19: Fluxo de Caixa do Projeto

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Investimento Inicial:

Fixo (Equipamento e Obras)

-358.124,13

Capital de Giro -86.554,35

Receita Operacional

792.418,14 792.418,14 792.418,14 792.418,14 792.418,14 792.418,14 792.418,14 792.418,14 792.418,14 792.418,14

Custos de Produção Totais

736.752,21 736.752,21 736.752,21 736.752,21 736.752,21 736.752,21 736.752,21 736.752,21 736.752,21 736.752,21

Lucro Operacional

-30.888,42 55.665,93 55.665,93 55.665,93 55.665,93 55.665,93 55.665,93 55.665,93 55.665,93 55.665,93

Juros sobre financiamento

50.896,26 45.064,40 32.340,33 19.616,27 6.892,20

Lucro Tributável -81.784,68 10.601,54 23.325,60 36.049,67 48.773,73 55.665,93 55.665,93 55.665,93 55.665,93 55.665,93

Imposto de Renda

0,00 3.180,46 6.997,68 10.814,90 14.632,12 16.699,78 16.699,78 16.699,78 16.699,78 16.699,78

Fluxo de Caixa Bruto

-81.784,68 7.421,07 16.327,92 25.234,77 34.141,61 38.966,15 38.966,15 38.966,15 38.966,15 38.966,15

Depreciação 30.062,99 30.062,99 30.062,99 30.062,99 30.062,99 30.062,99 30.062,99 30.062,99 30.062,99 30.062,99

Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 ANO 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10 Fluxo de Caixa Líquido

-358.124,13 -51.721,69 37.484,06 46.390,91 55.297,75 64.204,60 69.029,14 69.029,14 69.029,14 69.029,14 69.029,14

Fluxo de Caixa Acumulado

-358.124,13 -409.845,82 -372.361,76 -325.970,85 -270.673,10 -206.468,50 -137.439,36