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TEORIA E EXERCÍCIOS COMENTADOS
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA
AULA 6
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PONTUAÇÃO
Começamos a aula de hoje tratando do emprego dos sinais de
pontuação. O uso adequado deles é extremamente relevante para o
significado de uma frase.
Nas provas de concursos, o mais explorado é a vírgula. É
compreensível que seja assim, pois o uso dela requer atenção especial, em
virtude de sua variabilidade de aplicações e efeitos. Para você ter apenas
uma ideia do que isso significa, leia alguns exemplos extraídos da campanha
dos 100 anos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI):
1 – Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
– Não, espere.
– Não espere.
2 – Ela pode sumir com seu dinheiro.
– R$ 23,4.
– R$ 2,34.
3 – Pode ser autoritária.
– Aceito, obrigado.
– Aceito obrigado.
4 – Pode criar heróis.
– Isso só, ele resolve.
– Isso só ele resolve.
5 – E vilões.
– Esse, juiz, é corrupto.
– Esse juiz é corrupto.
6 – Ela pode ser a solução.
– Vamos perder, nada foi resolvido.
– Vamos perder nada, foi resolvido.
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7 – A vírgula muda uma opinião.
– Não queremos saber.
– Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da
sua informação.
Detalhes Adicionais:
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA
DE QUATRO À SUA PROCURA.
Se você é mulher, certamente colocou a vírgula depois de
MULHER.
Se você é homem, colocou a vírgula depois de TEM.
Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente
uma frase? Um pequeno deslize no emprego da vírgula, por exemplo, pode
ser fatal! Leia o trecho de uma reportagem sobre a morte da menina
Isabella Nardoni:
O inquérito com mais de mil páginas sobre a morte da menina
Isabella Nardoni, 5 anos, será entregue pela polícia nesta quarta
(30/04) ao promotor Francisco Cembranelli. A conclusão é que a
menina foi espancada e morta pelo pai, Alexandre e pela
madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá. O principal motivo,
segundo a polícia, foi ciúmes. Para determinar a motivação do
crime, a polícia se baseou em cerca de 65 depoimentos.
Familiares, vizinhos e importantes testemunhas revelaram a
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núcleo núcleo núcleo núcleo
conturbada vida conjugal de Alexandre e Anna Carolina. (Correio
Brasiliense, 30/04/2008 – internet).
A julgar pelo que foi noticiado no jornal, houve mais um acusado
pela morte da Isabella: Alexandre. Sem a vírgula para separá-lo da
conjunção “e”, têm-se a impressão de que existem três suspeitas: o pai,
Alexandre e a madrasta (Anna Carolina). Na verdade, por ser apenas uma
explicação de quem é o pai da menina morta, o termo “Alexandre” deveria
vir ente vírgulas.
Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior
frequência nas provas de concurso, convém estudarmos os demais.
! VÍRGULA (assinala uma pequena pausa)
I. Entre os termos da oração, serve para:
a) separar elementos coordenados que possuem a mesma
função sintática:
Ex.: Os livros, os cadernos, os lápis e as borrachas estão sobre a
mesa.
Obs.: havendo repetição da conjunção E para separar os
elementos de mesma função sintática, a vírgula pode se repetir.
Ex.: Comprou sapato, e bolsa, e meias.
b) assinalar a omissão do verbo, ou de outro termo
compreendido por meio do contexto (vírgula vicária):
Ex.: No mar há os peixes; no céu, as estrelas...
sujeito composto
objeto direto
A vírgula substitui a forma verbal “há”
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objeto direto objeto direto pleonástico
c) separar adjuntos adverbiais deslocados:
Ex.: Neste momento, o pelotão se pôs em fuga.
Obs.: aqui, o aluno deve admitir certa flexibilidade, pois há
muitos gramáticos e escritores que não a empregam.
d) separar o aposto explicativo:
Ex.: Jorge Amado, autor de “Jubiabá”, é um excelente
romancista.
e) separar o vocativo:
Ex.: Não toque nesses doces, menino!
f) separar datas de localidades:
Ex.: Brasília, 1º de março de 1985.
g) separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;
isto é; ou seja; a saber etc.):
Ex.: Ele consegue, por exemplo, dirigir sozinho.
h) separar conjunções intercaladas:
Ex.: Ela virá; não se sabe, contudo, quando.
i) separar objetos pleonásticos:
Ex.: O relógio, guarda-o no bolso do paletó.
j) separar o predicativo do sujeito invertido ou intercalado:
Ex.: Decepcionado, o torcedor afastou-se lentamente.
O torcedor, decepcionado, afastou-se lentamente.
II. Entre orações, serve para:
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sujeito sujeito
a) separar orações coordenadas assindéticas
Ex.: Pare, olhe, siga.
b) separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as
aditivas.
Ex.: Vá, mas volte sempre.
Obs.: usa-se a vírgula para separar orações coordenadas
sindéticas aditivas de sujeitos diferentes ou com repetição da conjunção.
Ex.: Ele foi ao Japão, e ela foi à Itália.
(inexistindo a conjunção, o ponto e vírgula é aconselhável)
E estuda, e trabalha, e dorme...
Atenção! Há casos em que as típicas conjunções aditivas
introduzem orações adversativas; assim sendo, o emprego da vírgula é
obrigatório.
Ex.: Estudou, e não passou. (semanticamente, a conjunção “e”
tem valor adversativo)
c) separar orações adverbiais antecipadas ou intercaladas
(quando vierem na ordem direta, o emprego será facultativo)
Ex.: Ao anoitecer, saíram.
Saíram ao anoitecer.
Saíram, ao anoitecer.
d) separar orações subordinadas adjetivas explicativas.
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predicadosujeito
sujeito predicado
verbo OD OI
nome
adjunto adnominal
nome complemento nominal
Ex.: Jesus Cristo, que também é Deus, ressuscitou.
e) separar as orações intercaladas:
Ex.: Creio, disse ele, que esse é um caso perdido.
f) separar as orações subordinadas substantivas apositivas:
Ex.: É imprescindível que o país adote duas diretrizes, distribuir
renda e reconstruir o ensino público.
III. Não se usa vírgula
a) entre sujeito e predicado (mesmo quando o sujeito é muito
longo ou vem depois do predicado):
destruíram meu jardim. Ex.: Os pequenos filhotes de vira-lata
Obs.: a intercalação de termos entre o sujeito e o predicado
deve ser marcada por vírgulas, uma antes e outra depois.
, ontem à tarde, decidiram aceitar o projeto do Ex.: Os deputados
presidente da República.
b) entre o verbo e seu complemento (OD ou OI):
Ex.: Entreguei o presente ao aniversariante.
c) entre o nome e seu adjunto ou complemento:
Ex.: A todos os presentes informamos os novos valores dos
produtos que vendemos.
de tanta estupidez. Não há necessidade
d) para isolar o agente da passiva
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oração subordinada substantiva objetiva indireta
Ex.: As medidas econômicas foram aprovadas pelo presidente.
e) para separar as orações subordinadas substantivas (exceto
a apositiva) da sua principal.
Ex.: Duvido de que esse prefeito dê prioridade às questões
sociais.
! PONTO
I. Em relação ao mesmo parágrafo, é empregado no final de
cada período, indicando uma pausa mais longa entre as frases.
Ex.: A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o
cachorro estacou diante Del. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. (Clarice
Lispector)
II. Em relação a parágrafos distintos, assinala a passagem de
um conjunto de idéias a outro de natureza diversa.
Ex.: A monarquia se enterrava. Revogou-se, portanto, o exílio
dos Braganças, trouxeram-me para cá os ossos do velho monarca e de sua
esposa. E recebeu-se a visita do Rei Alberto, a quem ofereceram festas
magníficas.
As finanças do Brasil não iam mal, permitiam despesas de
vulto. Iniciaram-se então as obras contra a seca do Nordeste, que logo
foram interrompidas. (Graciliano Ramos)
! PONTO DE INTERROGAÇÃO
I. Usado nas interrogações diretas.
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Ex.: Fazer o quê? O vazamento se dava entre o soalho e o forro,
não havia acesso possível. Onde descobrir um bombeiro em Londres, num
sábado à noite? (Fernando Sabino)
! PONTO DE EXCLAMAÇÃO
I. Usa-se nos enunciados de entonação exclamativa, depois
de interjeições, vocativos, verbos no imperativo.
Ex.: Que linda manhã!
Ai! Essa doeu.
Filho! Vem aqui.
Avançar!
! PONTO E VÍRGULA (pausa intermediária entre o ponto e a vírgula)
I. O emprego deste sinal de pontuação depende muito do
contexto. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo quanto ao seu
uso:
a) para separar, numa série, elementos que já estão
anteriormente separados por vírgula, a fim de ressaltar a hierarquia das
informações:
Ex.: Encontramos na reunião: José, o presidente; Pedro, o vice;
Carlos, o primeiro-secretário; Francisco, o tesoureiro; e outros convidados.
b) para separar enumeração após dois pontos:
Ex.: Os alunos devem respeitar a seguintes regras:
– não fumar dentro do colégio;
– não fazer algazarras durante o intervalo;
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– respeitar os funcionários e os colegas;
– trazer sempre o material escolar.
c) para separar as orações coordenadas sindéticas com
conjunção intercalada:
Ex.: Apressou-se; não chegou, porém, a tempo.
! DOIS-PONTOS
I. Antes de uma citação.
Ex.: Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim”. (João 14:6)
II. Para introduzir a fala de uma personagem, no discurso
direto.
Ex.: Sempre que o professor entra em sala ele diz:
– Essa moleza vai acabar.
III. Antes de uma enumeração.
Ex.: A dupla articulação da linguagem caracteriza-se: a) pela
combinação e b) pela comutação.
IV. Para esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito.
Ex.: Todos já sabiam: ele não seria eleito.
V. Para separar uma oração subordinada substantiva
apositiva.
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Ex.: Só espero uma coisa: que você estude.
! RETICÊNCIAS
I. Para indicar certa indecisão, dúvida, surpresa na fala da
personagem.
Ex.: Jaó! Diga-me... você... me traiu?
II. Para indicar que, em um diálogo, a fala de uma
personagem foi interrompida pela fala de outra.
Ex.: – Já que todos deram sua opinião...
– Um momento, seu presidente, ainda falta eu.
III. Para sugerir ao leitor que complete a frase dita.
Ex.: Quem não se comunica...
IV. Para indicar, em uma citação, que alguns trechos foram
suprimidos.
Ex.: “Vou contar aos senhores (...), principiou Alexandre
amarrando o cigarro de palha.” (Graciliano Ramos)
! TRAVESSÃO
I. Nos diálogos, marca a mudança de interlocutor.
Ex.: – Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria?
– Da nossa pátria, ora bolas! (Paulo Mendes Campos)
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II. Serve para isolar palavras, expressões explicativas, frases
intercaladas.
Ex.: Mesmo com o tempo revoltoso – chovia, parava, chovia,
parava outra vez... – a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter
avistado mais alguma coisa. (Mário Palmério)
Atenção! Uso de travessões em vez de vírgulas
Muitas vezes, as vírgulas são substituídas por travessões. Isso
confere modernidade ao texto, além de deixá-lo mais claro. Veja:
1) E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade – a sua
hora e sua vez, como diria mestre Rosa – ficam num desespero de
"aparecer", de "vencer", de "ser alguém". (Ser alguém, Rachel de Queiroz)
2) Hoje é dia de falar das sogras, essas santas senhoras tão mal
compreendidas neste mundo de Deus. Acredite em tudo o que você sempre
ouviu falar de mal delas, que são perigosas; a melhor política, já que não se
pode matá-la – ainda –, é a distância. (Danuza Leão. Sogra X Sogra)
3) Como temos pouco poder e voz na arena internacional – e
temos cada vez menos –, os maus resultados por fazer a coisa certa de
maneira errada (para não dizer, errática, como no Mercosul, por exemplo)
permanecem restritos ao nosso território e pesam apenas sobre os nossos
próprios ombros. (...) E seu governo, em vez de fazer certa a coisa -
destravando os investimentos, para fazer a coisa certa, aumentar o
crescimento -, optou por um choque de demanda: (...). (Marco Antonio
Rocha. O crescimento do Peru no pires. In: Estadão, 5/2/2007)
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4) Ironia das ironias, o CMN (Conselho Monetário Nacional)
decidiu, alguns dias antes da semana do consumidor – comemora-se neste
15 de março o Dia Internacional do Consumidor –, reduzir o rendimento das
cadernetas de poupança e, por tabela, do FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço). (Maria Inês Dolci. Balas perdidas contra o consumido.
In: Folha, 13/32007)
5) Primeiro, partindo do fato de que os êxitos da medicina estão
eliminando infecções que são das causas mais freqüentes de mortes – e com
isso alongam a vida média das pessoas –, coloca-se esta questão: a
contrapartida da vida mais longa costuma ser a convivência com doenças
crônicas, degenerativas e/ou desabilitantes; O que é mesmo a morte? E a
vida? (Washington Novaes. In: Estadão, 1/2/2008)
Você deve ter observado que, nos exemplos 3, 4 e 5, após o
travessão, há vírgula. Por quê? Experimente tirar o que está entre os
travessões. Você verá que a vírgula é obrigatória.
! PARÊNTESES
I. Nas indicações bibliográficas.
Ex.: “Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.”
(MEIRELLES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1972,
p. 109.)
II. Nas indicações cênicas dos textos teatrais.
Ex.: – Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos,
com os olhos fora das órbitas. Amália se volta.) (G. Figueiredo)
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III. Para isolar termos e orações intercaladas de natureza
semântica explicativa.
Ex.: “... e a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo,
morrendo de fome.” (Clarice Lispector)
! ASPAS
I. Para indicar citações.
Ex.: “Viver é lutar”, disse Gonçalves Dias.
II. Para assinalar neologismos, estrangeirismos, gírias (uso
informal da língua) etc.
Ex.: Havia um “play-ground” excelente.
Ele era o que mais “colava” na prova.
III. Citar títulos de obras artísticas ou científicas.
Ex.: “Vidas Secas” ganhou vários prêmios.
IV. Para indicar ironia.
Ex.: Com um “amigo” desses...
REGÊNCIA
Agora estudaremos a regência de alguns nomes e verbos. Digo
isso porque a grande quantidade deles no léxico da nossa Língua não nos
permite estudar o assunto em sua inteireza. Ficaremos, então, no estudo da
regência de um grupo de nomes e verbos cujo conhecimento não pode faltar
a você.
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REGÊNCIA NOMINAL
Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo
ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação
é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei
de falar:
(A) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.
(B) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão
mais perto da aprovação.
(C) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso!
É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo
regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que
merecem sua atenção:
Acessível a
Acostumado a ou
com
Alheio a
Alusão a
Ansioso por
Atenção a ou para
Atento a ou em
Benéfico a
Compatível com
Cuidadoso com
Desacostumado a ou
com
Desatento a
ADJ. COMP. NOMINAL
PREP.
ADV. COMP. NOMINAL
PREP. (de + a)
SUBST. COMP. NOMINAL
PREP.
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Desfavorável a
Desrespeito a
Estranho a
Favorável a
Fiel a
Grato a
Hábil em
Habituado a
Inacessível a
Indeciso em
Invasão de
Junto a ou de
Leal a
Maior de
Morador em
Natural de
Necessário a
Necessidade de
Nocivo a
Ódio a ou contra
Odioso a ou para
Posterior a
Preferência a ou por
Preferível a
Prejudicial a
Próprio de ou para
Próximo a ou de
Querido de ou por
Residente em
Respeito a ou por
Sensível a
Simpatia por
Simpático a
Útil a ou para
Versado em
Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem
preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase.
Ex:. Você é favorável à volta da CPMF? (...favorável a + a
volta...)
A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome
regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao
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Dicionário de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes,
observam-se, por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a
regência do substantivo dificuldade(s), entre elas estão:
(1) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com
fornecedores."
(2) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas
dificuldades de o respirar propende à sonolência."
(3) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo
procurava apenas uma achega."
(4) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus
projetos."
Observa-se aqui apenas a obrigatoriedade de se contrair a
preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual
forma um constituinte. Isso é o que ocorre em (3).
Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições
adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do
professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso
inadequado da preposição trazem prejuízo à frase.
Caso não tenha entendido alguma explicação, sugiro que volte a
ela imediatamente. Não prossiga sem que as dúvidas tenham sido
esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre regência verbal (faremos isso
nas próximas linhas), é recomendável que você esteja seguro em relação ao
que acabamos de estudar. Outras informações serão acrescentadas. Não
deixe que as dúvidas se acumulem.
REGÊNCIA NOMINAL
1 FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo.
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VTD
Começo este tópico trazendo à memória conceitos de
transitividade verbal. Você se lembra disso?
Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos
indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.
Estão divididos em:
a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos)
não são introduzidos obrigatoriamente por preposição;
(1) Quero água.
(2) A médico, confessor e letrado nunca enganes.
Em (2), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo
de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o
complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.
b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos
indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto
quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);
.(3) Gosto de água
(4) Custou-me entender o assunto.
c) transitivos diretos e indiretos (ou bitransitivos):
reúnem, ao mesmo tempo, objetos diretos e indiretos;
(5) Deram-lhe um presente .
VTD OD
ODP
VTI OI
VTI OI
VTDI OI OD
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Há também verbos considerados de sentidos completos, por não
exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos
como intransitivos.
(6) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.
Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor
semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade
mental).
Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser
mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não
nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou
predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da
oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos,
substantivos ou pronomes).
(7) Maria é feliz.
Verbos de ligação denotam situação permanente, situação
transitória, mudança de situação.
(8) João é estudioso. (situação permanente)
(9) João está cansado. (situação transitória)
(10) João ficou alegre. (mudança de situação)
Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,
não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo
direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou
de ligação dependerá das relações semântico-sintáticas entre os termos da
oração.
VI
Suj. VL Pred.
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(11) João anda cansado.
(12) João anda depressa.
Em (11), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no
momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo
(“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).
Em (12), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo
sujeito. É, pois, verbo nocional. Note que o vocábulo “depressa” não integra
o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que a ação
é desenvolvida.
Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em
transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação,
convém tratar especificamente da regência de alguns verbos. Diga-se ainda
que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos regimes com que
um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o eminente professor
Décio Sena.
ASSISTIR
a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR; seu
complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do
campeonato.
b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,
TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não
assiste ao professor reclamar tanto.
c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,
exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O
médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico
assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da
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preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de
mesmo gênero gramatical).
d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há seis
anos resido em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida
pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse
termo com objeto indireto).
LEMBRAR/ESQUECER
É comum que algumas pessoas se atrapalhem com o uso desses
verbos. Isso ocorre porque eles apresentam variados regimes. Vamos a eles!
a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do
pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada
detalhe. Temos aqui:
I) sujeito oculto: eu e ele;
II) objeto direto: “o livro” e “cada detalhe”.
b) Transitivos indiretos quando conjugados
pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro.
Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora?
I) parte integrante do verbo: “me” e “se”;
II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”.
c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a
coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente
representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto:
Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba:
I) sujeito: “o livro” e “cada detalhe”;
II) objeto indireto: “me”.
RESPONDER
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a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com
objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por
pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.
b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à
pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório.
c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à
resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia.
ATENDER
Pode ser trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige
preposição A). Por exemplo: Atendi o chamado imediatamente. ou Atendi ao
chamado imediatamene.
Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e
PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo.
ASPIRAR
a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do
campo.
b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao
cargo de gerente.
CHAMAR
a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.
b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.
c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o
patriota (de patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota).
CUSTAR
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a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso:
Custou-me entender este assunto.
b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas
amargas.
c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.
IMPLICAR
a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo
implicou a tua reprovação.
b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu
irmão.
c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações
delicadas.
INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR
a) VTDI: Informei a prova ao aluno.
Informei o aluno da (de + a) prova.
Aqui, o que não pode acontecer é que coisa e pessoa sejam
objeto direto ou objeto indireto:
Informei a prova o aluno. (errado)
Informei-lhe da prova. (errado)
PREFERIR
a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição
A): Prefiro cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO
– artigo de um lado, artigo também de outro lado!). Prefiro mais cinema do
(de + o) que televisão. (ERRADO).
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Observação – O significado de PREFERIR não admite gradações
(mais... que; menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que
rege seu complemento indireto é, obrigatoriamente, A.
VISAR
a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.
b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.
c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom
ensino da linguagem.
MORAR/RESIDIR/SITUAR
a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha.
(CERTO) / Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)
OBEDECER/DESOBEDECER
a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus
pais.
CRASE
No último assunto da aula de hoje, vamos estudar os casos de
ocorrência (ou não) de crase, um fenômeno linguístico que consiste na
pronúncia de vogais idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe
como isso se dá nos versos do poeta Casemiro de Abreu:
“Teu pensamento é como o Sol que morre
Há de cismando mergulhar-se em mágoas
Durante a noite quando o orvalho desce.”
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Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos
de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação
gráfica específica (acento grave): À.
(A) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.
Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,
seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo
artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento
grave (`), como no exemplo acima.
Também merecem destaque os casos de crase que surgem do
encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes
demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (=
aquela) pronome demonstrativo.
(B) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.
(C) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.
Em (B), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do
verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A,
que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.
Em (C), o complemento indireto de “dado” é regido também pela
preposição A, que se aglutina com o pronome demonstrativo A (= aquela).
CASOS OBRIGATÓRIOS
1. Nas locuções adverbiais femininas
(A) Sairás às pressas.
(B) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.
2. Nas locuções prepositivas femininas
(C) Vivia às expensas do (de + o) tio.
(D) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha.
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Observação – A crase será de rigor quando uma locução
prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que
acompanha substantivo feminino. Veja um exemplo abaixo.
“(...) Por outro lado, creio também que se
pode questionar, não somente quanto à aplicação de
7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou
nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à
distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.”
3. Nas locuções conjuntivas femininas
(E) À medida que estudo, mais aprendo.
(F) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da
aprovação.
4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à
aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome
substantivo)
(G) Sou favorável à proposta dele e não à sua.
(H) Refiro-me a sua proposta e à minha.
5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as
palavras locuções MODA DE, MANEIRA DE
(I) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.
(J) Usava sapatos à (moda de ) Luís XV.
CASOS FACULTATIVOS
1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso
é proibido)
(A) Refiro-me a (à) Joana.
(B) Refiro-me a Joana d’Arc.
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2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.
(C) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.
Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da
possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes
possessivos femininos que acompanham substantivos.
3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.
(D) Correu até a (à) árvore.
Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,
perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada
comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o
emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes.
CASOS PROIBIDOS
1. Antes de nomes masculinos
(A) Comprou a prazo.
(B) Dei aquela calça a este homem.
2. Antes de verbo.
(C) Começou a chover.
3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA,
SENHORITA, MADAME)
(D) Referiu-se a Vossa Excelência.
4. Antes de pronomes oblíquos
(E) Dedico o meu trabalho a ela.
5. Antes de pronomes indefinidos
(F) Ofereci um presente a alguém desta sala.
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6. Antes de artigo indefinido
(G) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.
Você deve comparar este exemplo com o que traz uma locução
adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase: Todos, à
uma, aplaudiram a decisão do professor. (pág. 24)
7. Quando o A precede palavras femininas no plural
(H) Respondeu a cartas pouco elogiosas.
Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência
da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as)
precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance
semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte
estrutura: singular (a) + plural (cartas).
8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas
(I) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.
9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S)
(J) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio.
O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a
preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o
pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o
acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais.
10. Com pronome relativo QUEM
(K) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio.
Vale também para este caso a explicação dada anteriormente.
Atenção! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos
QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo
anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo
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seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S),
AQUELE(S), AQUILO
(L) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção.
Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo
verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).
(M) Sou favorável à que chegou primeiro.
Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o
termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição
imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o
integra.
(N) A festa à qual nos dirigimos começará agora.
11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ
(O) Ele o esperava desde as oito horas.
(P) O trabalho ficará pronto após as seis horas.
12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens
históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas
(Q) Refiro-me a Joana d’Arc.
(R) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.
13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA
(S) Chegamos a esta cidade há cinco anos.
14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido
(T) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante.
15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação
(U) A vítima reconheceu o ladrão a distância.
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16. Quando a palavra CASA vem sem nenhum determinante.
(V) Vou a casa imediatamente.
17. Quando a palavra TERRA se encontra em oposição a BORDO.
(W) Os marinheiros queriam ir a terra.
Agora já podemos resolver algumas questões de provas
anteriores para ver como tudo isso é cobrado pela Funrio.
1. (FUNRIO/SEBRAE-PA/ANALISTA TÉCNICO – ESTATÍSTICA/2010)
De tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
(Fonte: Poesia Completa, de Vinícius de Moraes. Editora J. Aguilar, 2005)
É comum na poesia moderna a omissão dos sinais de pontuação ao final
de cada verso. Os versos de Vinícius de Moraes contêm apenas o ponto
final, mas poderiam receber algumas vírgulas caso fossem escritos, por
exemplo, como frase de um texto em prosa.
Assinale a alternativa que reescreve o texto empregando corretamente
as vírgulas.
A) De tudo ao meu amor serei atento, antes e com tal zelo e sempre e
tanto que, mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu
pensamento.
B) De tudo ao meu amor serei atento, antes e com tal zelo e sempre e
tanto, que mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu
pensamento.
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C) De tudo ao meu amor serei atento, antes, e com tal zelo e sempre e
tanto, que, mesmo em face do maior encanto dele se encante mais meu
pensamento.
D) De tudo ao meu amor serei atento, antes e com tal zelo e sempre e
tanto que mesmo, em face do maior encanto dele, se encante mais meu
pensamento.
E) De tudo, ao meu amor serei atento antes, e com tal zelo, e sempre e
tanto, que, mesmo em face do maior encanto dele se encante mais meu
pensamento.
Comentário – Alternativa B: errada. O conectivo “que” não faz parte do
segmento adverbial de valor concessivo “mesmo em face do maior encanto”,
por isso a vírgula não pode isolá-los. Ela deve ser empregada após o “que”.
Alternativa C: errada. A segundo vírgula não se justifica,
pois os termos estão encadeados pela conjunção “e”. Faltou uma vírgula
para isolar o segmento adverbial de valor concessivo “mesmo em face do
maior encanto”.
Alternativa D: errada. O segmento adverbial de valor
concessivo é “mesmo em face do maior encanto”. A segunda vírgula
fragmenta-o incorretamente; a terceira faz surgir um termo que não lhe
pertence: “dele”, complemento do verbo encantar.
Alternativa E: “De tudo” é complemento do nome “atento” e
não pode estar isolado dele por meio da vírgula. O termo “antes” não deve
ser isolado da expressão que integra: “e com tal zelo”. Novamente faltou
uma vírgula para isolar a expressão adverbial “mesmo em face do maior
encanto”,
Gabarito – A
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2. (FUNRIO/INVEST RIO/ADMINISTRADOR/2010) De acordo com as regras
de pontuação vigentes na Língua Portuguesa, o adjunto adverbial
deslocado para o início da frase deve ser seguido de vírgula.
Assinale a alternativa em que se exemplifica essa afirmação.
A) A fala oral, então... nem pensar!
B) Já nós, que herdamos a língua, consertaremos a forma de dizer.
C) Dentro em pouco, todos os tapumes divulgarão o aviso.
D) Talvez se preocupem as editoras de gramáticas e dicionários e os
computadores criarão um novo programa corretor.
E) Trocaram seis por meia dúzia nas regras para o hífen, que continuam
complexas e improdutivas.
Comentário – A expressão “Dentro em pouco” (letra C) funciona como
adjunto adverbial de tempo. A vírgula marca sua antecipação. Na letra D,
“Talvez” também é advérbio (de dúvida), mas a vírgula não foi empregada.
Nas letras B e E, as vírgulas separam orações adjetivas explicativas. Na letra
A, a vírgula realça o termo “A f ala”, como no exemplo seguinte: O dinheiro,
Jaime o trazia escondido nas mangas do paletó.
Gabarito – C
3. (FUNRIO/FURP/ANALISTA DE CONTRATOS/2010) Na frase “Afinal, um
bom salário costuma ser diretamente proporcional à satisfação no
trabalho.”, o acento grave indicativo da crase se justifica
A) por exigência regencial e determinação do substantivo “trabalho”.
B) por regência nominal exclusivamente.
C) por determinação do substantivo “satisfação” exclusivamente.
D) pela ocorrência do complemento nominal “satisfação”.
E) por exigência regencial e determinação do substantivo “satisfação”
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Comentário – Cuidado com a resposta, pois a crase ocorre em virtude de
dois fatos linguísticos: a regência do nome “proporcional” faz surgir a
preposição “a” e o substantivo feminino “satisfação” admitiu a artigo definido
“a”.
Gabarito – E
4. (FUNRIO/FURP/ANALISTA DE CONTRATOS/2010) Das frases abaixo,
assinale a que NÃO está pontuada de acordo com o padrão formal da
língua.
A) “Na pesquisa da FGV, os donos de empresas com mais de cinco
funcionários aparecem em quarto lugar no ranking.”
B) “Quem conversa com um jovem sobre perspectivas de carreira costuma
citar, como meta a ser perseguida, um bom emprego numa
multinacional ou em um órgão governamental.”
C) “Os empresários recebem em vez de salário, uma remuneração fixa, o
pró-labore ou uma parte do lucro”.
D) “Na fase inicial, não é fácil remunerar bem os colaboradores, o que
contribui para a dificuldade de contar com boa mão de obra.”
E) “Quando se retrocede no tempo, constata-se, ainda, que a Constituição
de 1988 foi determinante para semear outros campos, como o direito do
consumidor, o previdenciário e o ambiental.”
Comentário – Alternativa A: certa. A vírgula indica a antecipação do
adjunto adverbial.
Alternativa B: certa. As vírgulas isolam a intercalação de
um segmento de caráter explicativo.
Alternativa C: errada. A primeira vírgula causou separação
indevida entre o verbo “recebem” e o objeto direto “uma remuneração fixa”.
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Alternativa D: certa. A primeira vírgula marca a
antecipação de segmento adverbial. A segunda separa o aposto explicativo
representado pelo pronome substantivo “o”. Veja outro exemplo: O dia
amanheceu chuvoso, o que me obrigou a ficar em casa.
Alternativa E: certa. A primeira vírgula separa oração
subordinada adverbial temporal. A segunda e a terceira isolam termo
(“ainda”) que se intercalou entre o verbo (flexionado na voz passiva
sintética) e o sujeito oracional (“que a Constituição de 1988 foi
determinante”). A quarta vírgula separa o início do aposto. A última separa
termos coordenados entre si que desempenham a mesma função sintática.
Gabarito – C
5. (FUNRIO/FURP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2010)
Eu passo a vida recordando
De tudo quanto aí deixei
Cachoeiro, Cachoeiro,
Vim ao Rio de Janeiro
Pra voltar e não voltei
No início dessa canção de Raul Sampaio, observa-se quanto à regência
que o verbo recordar está empregado
A) com o apagamento do “me”.
B) como intransitivo.
C) sem a preposição adequada.
D) como expletivo.
E) no lugar de “esquecendo”.
Comentário – Notou a preposição “De” no início do segundo verso? Além de
introduzir o complemento indireto do verbo recordar, ela indica que o verbo
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deveria surgir conjugado com um pronome, isto é, que o verbo deveria ser
usado como pronominal (recordar-se): eu me recordo de algo, tu te
recordas de algo, ele se recorda de algo etc. Nesse caso, a regência do
verbo torna-se transitiva indireta. Portanto, a melhor resposta encontra-se
na primeira opção, que indica o apagamento do pronome que integra o
verbo.
Gabarito – A
Analise o fragmento de texto a seguir para responder as questões 6 e 7.
(...) Ao revelar, ontem, que o índice de fumantes no Brasil teve uma
queda surpreendente nos últimos 15 anos – ele caiu pela metade –, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou
também um estudo inédito: um perfil detalhado daqueles que ainda não
conseguiram largar o vício. (...)
6. (FUNRIO/FURP/ASSISTENTE DE DISTRIBUIÇÃO/2010) O emprego dos
dois-pontos justifica-se por anteceder um(a)
A) conceituação.
B) definição.
C) explicação.
D) enumeração.
E) citação.
Comentário – O segmento “um perfil detalhado daqueles que ainda não
conseguiram largar o vício.” funciona como aposto explicativo de “um estudo
detalhado”.
Gabarito – C
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7. (FUNRIO/FURP/ASSISTENTE DE DISTRIBUIÇÃO/2010) Os travessões
foram empregados para
A) indicar a mudança de interlocutor.
B) isolar uma explicação acessória.
C) destacar uma palavra essencial.
D) enfatizar o final do enunciado.
E) negar o que já foi mencionado.
Comentário – A natureza da oração intercalada e isolada pelos travessões
também é explicativa, o que fundamenta o uso desse sinal de pontuação.
Gabarito – B
8. (FUNRIO/PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BARRA-RJ/ASSISTENTE
SOCIAL/2010)
– Estou vendo uma coisa esquisita lá na frente! Um monstro com
cabeça de porco e “peses” de tartaruga!
A frase acima contém uma flexão que contraria a regra de plural dos
substantivos. Apesar disso, a palavra assume, nessa feição, um valor
expressivo, talvez combinando a ideia de quatro pés de tartaruga à
imagem do monstro com cabeça de porco. Para representar
graficamente essa situação, o escritor recorreu ao uso de
A) dois pontos de exclamação.
B) apenas um ponto de exclamação, o segundo.
C) travessão.
D) aspas.
E) apenas um ponto de exclamação, o primeiro.
Comentário – Sem menosprezar a banca examinadora, considero esta
questão “dada”. O único vocábulo cuja flexão aponta para o plural (ainda
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que incorreto) é peses. Está evidente até demais que o recurso utilizado
para transmitir a ideia pretendida foram as aspas. O travessão indica
discurso direto. Os pontos de exclamação exprimem a emoção do locutor
(espanto, surpresa).
Gabarito – D
9. (FUNRIO/PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BARRA-RJ/AUXILIAR DE
CRECHE/2010) “A realidade legal [...] ainda não corresponde à
realidade.”
Marque a opção em que, assim como o fragmento do texto 1
reproduzido acima, o emprego do acento grave indicativo de crase é
utilizado corretamente
A) Voltarei à uma região para pesquisar.
B) Não comparecerei à esta festa.
C) Irei hoje à cidade.
D) Os adversários ficaram cara à cara.
E) O restaurante faz entrega à domicílio.
Comentário – Alternativa A: errada. A crase não surge diante de artigo
indefinido.
Alternativa B: errada. Não há crase antes dos
demonstrativos este(a), esse(a) e isso.
Alternativa C: certa. Utilize aqui uma regra prática: se vai a
e volta da, crase há; se vai a e volta de, crase para quê? Agora, aplique-a
na frase proposta: irei à cidade, voltarei da cidade. Está correto o emprego
do acento grava indicativo de crase.
Alternativa D: errada. Não existe crase entre palavras
repetidas.
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Alternativa E: errada. Também não ocorre crase diante de
palavra masculina.
Gabarito – C
10. (FUNRIO/FIOTEC/TÉCNICO EM ENFERMAGEM/2010) O Artigo II da
Declaração Universal dos Direitos Humanos dispõe que “toda pessoa
tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor,
sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição”.
A série de vírgulas que começa após a palavra “raça”
A) marca a intenção de destacar os vários núcleos do aposto.
B) dá valor conotativo aos componentes declarados como especiais.
C) tem a função de separar os vários itens da enumeração.
D) uniformiza os direitos de reconhecimento do cidadão livre.
E) objetiva equiparar morfossintaticamente os núcleos do sujeito.
Comentário – Os elementos indicados funcionam como aposto do
substantivo “espécie” e constituem uma série enumerativa. As vírgulas,
então, separam cada item desse encadeamento.
Gabarito – C
11. (FUNRIO/FUNAI/ADMINISTRADOR/2009) ...também está inteiramente
correto o uso da crase na frase da alternativa:
A) À meia-noite, chegaram os peregrinos à pé.
B) Fomos levados às escondidas àquele local.
C) Pedirei à V. Exa. a anotação desta ocorrência.
D) Para combater à manipulação, procederemos à revisão à noite.
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E) Oferecemos sanduíches à metro e vendemos à varejo.
Comentário – Alternativa A: a primeira indicação está correta, pois se trata
de uma locução adverbial feminina; mas a segunda está incorreta, pois a
palavra “é” é do gênero masculino.
Alternativa B: certa. A expressão “às escondidas” é uma
locução adverbial feminina. Em “àquele”, a crase deriva da fusão entre a
preposição “a” exigida pelo verbo “levados” e o “a” inicial do pronome
demonstrativo.
Alternativa C: errada. Não ocorre crase diante de pronomes
de tratamento, salvo as exceções indicadas na página 26.
Alternativa D: errada. O verbo combater é transitivo direto e
seu complemento não deve vir preposicionado. O “a” é apenas artigo
definido que acompanha o substantivo “manipulação”. Nos demais casos, o
emprego do sinal grave indicativo de crase está correto. Houve a fusão da
preposição “a” exigida pela regência transitiva indireta do verbo
“procederemos” com o artigo “a” que acompanha o substantivo “revisão”. A
locução adverbial “à noite” é feminina.
Alternativa E: errado. As palavras “metro” e “varejo” têm
gênero masculino.
Gabarito – B
12. (FUNRIO/FUNAI/ADMINISTRADOR/2009) Em “Ela, a mídia, pode e deve
se manifestar quanto a suas preferências”, as vírgulas servem para
A) separar um vocativo.
B) destacar uma expressão resumitiva.
C) enfatizar um termo subseqüente.
D) isolar um aposto.
E) neutralizar um termo antecedente.
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Comentário – O termo “a mídia” explica o significado do pronome “Ela”, e
funciona, pois, como aposto explicativo, sendo separado obrigatoriamente
do pronome-substantivo a que se refere por meio da vírgula.
Gabarito – D
13. (FUNRIO/FUNAI/ADMINISTRADOR/2009) No fragmento “... seja um
cidadão seja uma empresa – afinal, todos têm direito à livre
manifestação nas sociedades democráticas –, o que tem acontecido é
lamentável sob qualquer ponto de vista.”, os travessões foram
empregados para
A) indicar a mudança de interlocutor.
B) isolar uma palavra.
C) isolar uma explicação acessória.
D) enfatizar o final do enunciado.
E) negar o que está mencionado anteriormente.
Comentário – No contexto em que surge, a oração interferente tem
natureza acessória, prova disso é que pode ser retirada sem prejudicar a
compreensão da mensagem.
Gabarito – C
14. (FUNRIO/FURNAS/ADMINISTRADOR I/2009) O acento indicativo de
crase empregado em “A sociedade caminha em direção à predominância
do setor de serviços” está corretamente mantido na seguinte reescritura
do trecho:
A) Caminhamos em direção à uma vida ociosa e criativa.
B) Caminhamos buscando à predominância do ócio criativo.
C) Caminhamos objetivando à criatividade e à vida ociosa.
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D) Caminhamos em direção à criatividade e à suas benesses.
E) Caminhamos em direção à ociosidade e à criatividade.
Comentário – Alternativa A: errada. Não há crase antes de artigo
indefinido.
Alternativa B: errada. O verbo “buscando” é transitivo direto,
não exige preposição “a” para reger seu complemento. O “a” que surgiu é
apenas artigo que acompanha o objeto direto.
Alternativa C: errada. Nos dois casos, o “a” é somente
artigo, pois o verbo é “objetivando” é transitivo direto.
Alternativa D: errada. O primeiro caso está correto, basta
substituir o substantivo feminino “criatividade” por um substantivo
masculino e verificar que realmente existe o emprego de preposição e
artigo: ...em direção ao criativo... Mas no segundo caso não existe crase,
pois ela não ocorre na estrutura SINGULAR + PLURAL.
Alternativa E: certa. O erro cometido na opção anterior foi
corrigido com o emprego da estrutura SINGULAR + SINGULAR (“à
criatividade”)
Gabarito – E
15. (FUNRIO/MJ/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) Em “A respeito da
polícia, costumamos agir da mesma forma que em relação a outros
grupos ou categorias. Quando falamos mal dos políticos – e não é que
não tenhamos razão, é outro aspecto do problema – costumamos
descrevê-los como se eles não se originassem de nós mesmos, o povo
brasileiro” (texto 1), o trecho entre travessões estabelece com o
fragmento que o antecede uma relação de
A) explicação.
B) comparação.
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C) enumeração.
D) recapitulação.
E) ênfase.
Comentário – a oração isolada pelos travessões possui valor semântico
explicativo, pois serve como esclarecimento, justificativa, desculpa ou
satisfação para o que foi declarado anteriormente.
Gabarito – A
16. (FUNRIO/MDIC/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) O nome “Manifesto
Antropofágico” recuperava a crença indígena: os índios antropófagos
comiam o inimigo, supondo que assim estavam assimilando suas
qualidades.
A crença indígena está comentada abaixo numa frase totalmente
correta quanto ao emprego do acento indicativo de crase. Assinale-a.
A) À medida que comiam seus inimigos, os índios assumiam à certeza de
seu aprimoramento.
B) Os antropófagos não comiam seus inimigos à guisa de uma assimilação
à esmo.
C) Supor essa assimilação era, às vezes, tratar seus inimigos à ferro e
fogo.
D) Somente à partir de uma atitude canibal se justificaria o incentivo à
antropofagia.
E) Cabia às tribos propagar que as qualidades dos inimigos seriam
assimiladas pela antropofagia.
Comentário – Alternativa A: errada. O primeiro acento grave foi bem
empregado, pois a locução conjuntiva “À medida que” é feminina. Mas o
segundo acento grave não tem justificativa, pois o verbo “assumiam” não
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exige preposição “a” para que esta se contraia com o artigo “a” que
acompanha o substantivo feminino “certeza”.
Alternativa B: errada. O problema está em “à esmo”, pois
o substantivo é masculino.
Alternativa C: errada. Em “às vezes” o acento está bem
empregado, pois a locução adverbial é feminina. Mas diante de “ferro” não
deve haver crase, pois o substantivo é masculino.
Alternativa D: errada. Não há crase diante de verbo; o
certo é a partir. Em “incentivo á antropofagia”, o acento está correto. Basta
substituir o substantivo feminino por um masculino e verificar que existe o
emprego de preposição e artigo: incentivo ao piolho.
Alternativa E: certa. Faça a mesma substituição aqui:
Cabia aos piolhos... Notou que existe tanto a preposição quanto o artigo.
Então grave: se usamos ao para o masculino, devemos usar à para o
feminino.
Gabarito – E
17. (FUNRIO/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL/2009) “Senhoras e
senhores, chamo ao palco neste momento o Professor Doutor Simão
Bacamarte, ilustre Paraninfo das turmas concluintes do Ensino Médio de
nosso querido Colégio”.
A função textual das duas vírgulas dessa frase é separar,
respectivamente,
A) o sujeito e o predicativo.
B) os substantivos e os adjetivos.
C) o vocativo e o aposto.
D) o verbo e o nome.
E) o acessório e o enfático.
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Comentário – “Senhoras e senhores” é termo que invoca os interlocutores
do discurso, funcionando, portanto, como vocativo, que deve surgir
separado do restante da frase pelo competente sinal de pontuação. A
segunda vírgula separa o aposto explicativo do substantivo “Simão
Bacamarte”.
Gabarito – C
18. (FUNRIO/MPOG/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – ÁREA
S1/2009) Na nomenclatura gramatical, “regência”, em sentido amplo,
equivale a subordinação em geral. Em sentido restrito, e mais habitual,
designa a subordinação peculiar de certas estruturas a palavras que as
requerem ou preveem na sua significação ou em seus traços
semânticos. (Antenor Nascentes, “Dicionário de Regência Verbal”,
1998)
Identifique a alternativa que contém uma regência apontada como
INADEQUADA segundo as normas da língua padrão.
A) Trouxemos-lhe alguns lindos docinhos preparados com todo o carinho
por tia Anastácia.
B) Geralmente as pessoas sensatas preferem ficar em casa à noite a sair
desacompanhadas.
C) Os servidores que moram nas ruas citadas pela Defesa Civil devem
desocupar suas casas.
D) Ninguém queria responder pelo expediente da firma naquele fim de
semana natalino.
E) Muitos eleitores custaram a acreditar que ele seria novamente candidato
a prefeito de São Paulo.
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Comentário – Alternativa A: certa. O verbo trazer foi usado como transitivo
direto e indireto. Seus complementos direto e indireto são, respectivamente,
os termos “alguns lindos docinhos” e “lhes”.
Alternativa B: certa. A regência do verbo preferir pode ser
verificada da seguinte maneira: quem prefere prefere uma coisa a outra.
Note a preposição a regendo obrigatoriamente o objeto indireto.
Alternativa C: certa. O destaque aqui é a regência do verbo
morar, que, apesar de intransitivo, pede preposição em para introduzir seu
adjunto adverbial.
Alternativa D: certo. Aqui é bom ter cuidado, pois o verbo
responder fugiu da sua significação mais comum (dizer ou escrever algo em
resposta ou como réplica) para indicar a seguinte ideia: ser responsável;
responsabilizar-se. Nesse caso, ele é transitivo indireto e reclama a
preposição “por”. Exemplo: Eu respondo pela sua vida.
Alternativa E: errada. No final da página 21, dou início à
explicação das regências do verbo custar. Ele é TI (conjugado na 3ª pessoa)
no sentido de ser difícil, ser penoso: Custou-me entender este assunto. A
coisa difícil é sujeito; a pessoa é objeto indireto. Oberve a correção:
Acreditar que ele seria novamente candidato a prefeito de São Paulo cusou a
muitos eleitores.
Gabarito – E
19. (FUNRIO/FURNAS/TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO/2009) O acento
indicativo de crase empregado em “a reverência à cidade e suas cores”
está corretamente mantido na seguinte reescritura do trecho:
A) a reverência à esta cidade e à sua coloração.
B) a reverência à nossa cidade e às suas cores.
C) a reverência à nossa cidade e à seu colorido.
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D) a reverência à nossa cidade e à esta coloração.
E) a reverência à esta cidade e à suas cores.
Comentário – Alternativa A: o erro encontra-se no emprego do primeiro
acento grave, pois a crase não existe antes do pronome demonstrativo esta.
Alternativa B: certa. Não há problemas aqui. Se você quiser
se certificar disso, use substantivos masculinos no lugar dos femininos,
assim: a reverência ao nosso bairro e aos seus desenhos. Note que há o
emprego de preposição e artigo.
Alternativa C: errada. No trecho “à seu colorido”, o “a” é
apenas preposição. Caso houvesse um artigo, este teria que ser “o” para
concordar com o gênero do substantivo “colorido”.
Alternativa D: errada. O erro é igual ao da alternativa A:
crase diante de esta.
Alternativa E: errada. Outra vez foi empregado erradamente
o acento grave antes do pronome esta. Além disso, também não ocorre
crase na estrutura SINGUALR + PLURAL (lembra?).
Gabarito – B
20. (FUNRIO/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) Lula se equivocou
ao afirmar que a cana “fica muito distante da Amazônia”.
As aspas, no trecho destacado do segundo parágrafo, são empregadas
para
A) transcrever falas do autor.
B) demarcar transcrição de uma fala.
C) destacar exemplo importante.
D) assinalar uma figura de linguagem.
E) citar frases cristalizadas na língua.
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Comentário – As aspas indicam que o segmento representa a fala do
presidente Lula, que difere da fala do próprio narradaor.
Gabarito – B
21. (FUNRIO/IDENE-MG/ANALISTA CONTÁBIL/2008) No fragmento “Ele
acendeu um fogo, esquentamos um pouco junto do fogo, depois me
deitei numa grande rede branca — foi um carinho ao longo de todos os
músculos cansados.”, o travessão está empregado para
A) atribuir novo sentido à palavra já mencionada no texto.
B) realçar uma conclusão que sintetiza o que se vinha dizendo.
C) indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor.
D) ligar termos encadeados em sintagmas nominais.
E) neutralizar o sentido expresso na parte final de um enunciado.
Comentário – É comum o uso de um só travessão para destacar,
enfaticamente, a parte final de um enunciado.
Gabarito – B
Então, o que achou das questões? Não são difíceis, não é
mesmo? Espero que você tenha tido um bom desempenho.
A partir da próxima página, as questões encontram-se sem os
meus comentários. Aproveite-as para revisar o conteúdo durante a semana.
Fique com Deus um grande abraço.
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
1. (FUNRIO/SEBRAE-PA/ANALISTA TÉCNICO – ESTATÍSTICA/2010)
De tudo ao meu amor serei atento
Antes e com tal zelo e sempre e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
(Fonte: Poesia Completa, de Vinícius de Moraes. Editora J. Aguilar, 2005)
É comum na poesia moderna a omissão dos sinais de pontuação ao final
de cada verso. Os versos de Vinícius de Moraes contêm apenas o ponto
final, mas poderiam receber algumas vírgulas caso fossem escritos, por
exemplo, como frase de um texto em prosa.
Assinale a alternativa que reescreve o texto empregando corretamente
as vírgulas.
A) De tudo ao meu amor serei atento, antes e com tal zelo e sempre e
tanto que, mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu
pensamento.
B) De tudo ao meu amor serei atento, antes e com tal zelo e sempre e
tanto, que mesmo em face do maior encanto, dele se encante mais meu
pensamento.
C) De tudo ao meu amor serei atento, antes, e com tal zelo e sempre e
tanto, que, mesmo em face do maior encanto dele se encante mais meu
pensamento.
D) De tudo ao meu amor serei atento, antes e com tal zelo e sempre e
tanto que mesmo, em face do maior encanto dele, se encante mais meu
pensamento.
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E) De tudo, ao meu amor serei atento antes, e com tal zelo, e sempre e
tanto, que, mesmo em face do maior encanto dele se encante mais meu
pensamento.
2. (FUNRIO/INVEST RIO/ADMINISTRADOR/2010) De acordo com as regras
de pontuação vigentes na Língua Portuguesa, o adjunto adverbial
deslocado para o início da frase deve ser seguido de vírgula.
Assinale a alternativa em que se exemplifica essa afirmação.
A) A fala oral, então... nem pensar!
B) Já nós, que herdamos a língua, consertaremos a forma de dizer.
C) Dentro em pouco, todos os tapumes divulgarão o aviso.
D) Talvez se preocupem as editoras de gramáticas e dicionários e os
computadores criarão um novo programa corretor.
E) Trocaram seis por meia dúzia nas regras para o hífen, que continuam
complexas e improdutivas.
3. (FUNRIO/FURP/ANALISTA DE CONTRATOS/2010) Na frase “Afinal, um
bom salário costuma ser diretamente proporcional à satisfação no
trabalho.”, o acento grave indicativo da crase se justifica
A) por exigência regencial e determinação do substantivo “trabalho”.
B) por regência nominal exclusivamente.
C) por determinação do substantivo “satisfação” exclusivamente.
D) pela ocorrência do complemento nominal “satisfação”.
E) por exigência regencial e determinação do substantivo “satisfação”
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4. (FUNRIO/FURP/ANALISTA DE CONTRATOS/2010) Das frases abaixo,
assinale a que NÃO está pontuada de acordo com o padrão formal da
língua.
A) “Na pesquisa da FGV, os donos de empresas com mais de cinco
funcionários aparecem em quarto lugar no ranking.”
B) “Quem conversa com um jovem sobre perspectivas de carreira costuma
citar, como meta a ser perseguida, um bom emprego numa
multinacional ou em um órgão governamental.”
C) “Os empresários recebem em vez de salário, uma remuneração fixa, o
pró-labore ou uma parte do lucro”.
D) “Na fase inicial, não é fácil remunerar bem os colaboradores, o que
contribui para a dificuldade de contar com boa mão de obra.”
E) “Quando se retrocede no tempo, constata-se, ainda, que a Constituição
de 1988 foi determinante para semear outros campos, como o direito
do consumidor, o previdenciário e o ambiental.”
5. (FUNRIO/FURP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/2010)
Eu passo a vida recordando
De tudo quanto aí deixei
Cachoeiro, Cachoeiro,
Vim ao Rio de Janeiro
Pra voltar e não voltei
No início dessa canção de Raul Sampaio, observa-se quanto à regência
que o verbo recordar está empregado
A) com o apagamento do “me”.
B) como intransitivo.
C) sem a preposição adequada.
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D) como expletivo.
E) no lugar de “esquecendo”.
Analise o fragmento de texto a seguir para responder as questões 6 e 7.
(...) Ao revelar, ontem, que o índice de fumantes no Brasil teve uma
queda surpreendente nos últimos 15 anos – ele caiu pela metade –, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou
também um estudo inédito: um perfil detalhado daqueles que ainda não
conseguiram largar o vício. (...)
6. (FUNRIO/FURP/ASSISTENTE DE DISTRIBUIÇÃO/2010) O emprego dos
dois-pontos justifica-se por anteceder um(a)
A) conceituação.
B) definição.
C) explicação.
D) enumeração.
E) citação.
7. (FUNRIO/FURP/ASSISTENTE DE DISTRIBUIÇÃO/2010) Os travessões
foram empregados para
A) indicar a mudança de interlocutor.
B) isolar uma explicação acessória.
C) destacar uma palavra essencial.
D) enfatizar o final do enunciado.
E) negar o que já foi mencionado.
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8. (FUNRIO/PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BARRA-RJ/ASSISTENTE
SOCIAL/2010)
– Estou vendo uma coisa esquisita lá na frente! Um monstro com
cabeça de porco e “peses” de tartaruga!
A frase acima contém uma flexão que contraria a regra de plural dos
substantivos. Apesar disso, a palavra assume, nessa feição, um valor
expressivo, talvez combinando a ideia de quatro pés de tartaruga à
imagem do monstro com cabeça de porco. Para representar
graficamente essa situação, o escritor recorreu ao uso de
A) dois pontos de exclamação.
B) apenas um ponto de exclamação, o segundo.
C) travessão.
D) aspas.
E) apenas um ponto de exclamação, o primeiro.
9. (FUNRIO/PREFEITURA DE SÃO JOÃO DA BARRA-RJ/AUXILIAR DE
CRECHE/2010) “A realidade legal [...] ainda não corresponde à
realidade.”
Marque a opção em que, assim como o fragmento do texto 1
reproduzido acima, o emprego do acento grave indicativo de crase é
utilizado corretamente
A) Voltarei à uma região para pesquisar.
B) Não comparecerei à esta festa.
C) Irei hoje à cidade.
D) Os adversários ficaram cara à cara.
E) O restaurante faz entrega à domicílio.
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10. (FUNRIO/FIOTEC/TÉCNICO EM ENFERMAGEM/2010) O Artigo II da
Declaração Universal dos Direitos Humanos dispõe que “toda pessoa
tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor,
sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição”.
A série de vírgulas que começa após a palavra “raça”
A) marca a intenção de destacar os vários núcleos do aposto.
B) dá valor conotativo aos componentes declarados como especiais.
C) tem a função de separar os vários itens da enumeração.
D) uniformiza os direitos de reconhecimento do cidadão livre.
E) objetiva equiparar morfossintaticamente os núcleos do sujeito.
11. (FUNRIO/FUNAI/ADMINISTRADOR/2009) ...também está inteiramente
correto o uso da crase na frase da alternativa:
A) À meia-noite, chegaram os peregrinos à pé.
B) Fomos levados às escondidas àquele local.
C) Pedirei à V. Exa. a anotação desta ocorrência.
D) Para combater à manipulação, procederemos à revisão à noite.
E) Oferecemos sanduíches à metro e vendemos à varejo.
12. (FUNRIO/FUNAI/ADMINISTRADOR/2009) Em “Ela, a mídia, pode e deve
se manifestar quanto a suas preferências”, as vírgulas servem para
A) separar um vocativo.
B) destacar uma expressão resumitiva.
C) enfatizar um termo subseqüente.
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D) isolar um aposto.
E) neutralizar um termo antecedente.
13. (FUNRIO/FUNAI/ADMINISTRADOR/2009) No fragmento “... seja um
cidadão seja uma empresa – afinal, todos têm direito à livre
manifestação nas sociedades democráticas –, o que tem acontecido é
lamentável sob qualquer ponto de vista.”, os travessões foram
empregados para
A) indicar a mudança de interlocutor.
B) isolar uma palavra.
C) isolar uma explicação acessória.
D) enfatizar o final do enunciado.
E) negar o que está mencionado anteriormente.
14. (FUNRIO/FURNAS/ADMINISTRADOR I/2009) O acento indicativo de
crase empregado em “A sociedade caminha em direção à predominância
do setor de serviços” está corretamente mantido na seguinte reescritura
do trecho:
A) Caminhamos em direção à uma vida ociosa e criativa.
B) Caminhamos buscando à predominância do ócio criativo.
C) Caminhamos objetivando à criatividade e à vida ociosa.
D) Caminhamos em direção à criatividade e à suas benesses.
E) Caminhamos em direção à ociosidade e à criatividade.
15. (FUNRIO/MJ/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) Em “A respeito da
polícia, costumamos agir da mesma forma que em relação a outros
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grupos ou categorias. Quando falamos mal dos políticos – e não é que
não tenhamos razão, é outro aspecto do problema – costumamos
descrevê-los como se eles não se originassem de nós mesmos, o povo
brasileiro” (texto 1), o trecho entre travessões estabelece com o
fragmento que o antecede uma relação de
A) explicação.
B) comparação.
C) enumeração.
D) recapitulação.
E) ênfase.
16. (FUNRIO/MDIC/AGENTE ADMINISTRATIVO/2009) O nome “Manifesto
Antropofágico” recuperava a crença indígena: os índios antropófagos
comiam o inimigo, supondo que assim estavam assimilando suas
qualidades.
A crença indígena está comentada abaixo numa frase totalmente
correta quanto ao emprego do acento indicativo de crase. Assinale-a.
A) À medida que comiam seus inimigos, os índios assumiam à certeza de
seu aprimoramento.
B) Os antropófagos não comiam seus inimigos à guisa de uma assimilação
à esmo.
C) Supor essa assimilação era, às vezes, tratar seus inimigos à ferro e
fogo.
D) Somente à partir de uma atitude canibal se justificaria o incentivo à
antropofagia.
E) Cabia às tribos propagar que as qualidades dos inimigos seriam
assimiladas pela antropofagia.
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17. (FUNRIO/DEPEN/AGENTE PENITENCIÁRIO FEDERAL/2009) “Senhoras e
senhores, chamo ao palco neste momento o Professor Doutor Simão
Bacamarte, ilustre Paraninfo das turmas concluintes do Ensino Médio de
nosso querido Colégio”.
A função textual das duas vírgulas dessa frase é separar,
respectivamente,
A) o sujeito e o predicativo.
B) os substantivos e os adjetivos.
C) o vocativo e o aposto.
D) o verbo e o nome.
E) o acessório e o enfático.
18. (FUNRIO/MPOG/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – ÁREA
S1/2009) Na nomenclatura gramatical, “regência”, em sentido amplo,
equivale a subordinação em geral. Em sentido restrito, e mais habitual,
designa a subordinação peculiar de certas estruturas a palavras que as
requerem ou preveem na sua significação ou em seus traços
semânticos. (Antenor Nascentes, “Dicionário de Regência Verbal”,
1998)
Identifique a alternativa que contém uma regência apontada como
INADEQUADA segundo as normas da língua padrão.
A) Trouxemos-lhe alguns lindos docinhos preparados com todo o carinho
por tia Anastácia.
B) Geralmente as pessoas sensatas preferem ficar em casa à noite a sair
desacompanhadas.
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C) Os servidores que moram nas ruas citadas pela Defesa Civil devem
desocupar suas casas.
D) Ninguém queria responder pelo expediente da firma naquele fim de
semana natalino.
E) Muitos eleitores custaram a acreditar que ele seria novamente
candidato a prefeito de São Paulo.
19. (FUNRIO/FURNAS/TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO/2009) O acento
indicativo de crase empregado em “a reverência à cidade e suas cores”
está corretamente mantido na seguinte reescritura do trecho:
A) a reverência à esta cidade e à sua coloração.
B) a reverência à nossa cidade e às suas cores.
C) a reverência à nossa cidade e à seu colorido.
D) a reverência à nossa cidade e à esta coloração.
E) a reverência à esta cidade e à suas cores.
20. (FUNRIO/SUFRAMA/AGENTE ADMINISTRATIVO/2008) Lula se equivocou
ao afirmar que a cana “fica muito distante da Amazônia”.
As aspas, no trecho destacado do segundo parágrafo, são empregadas
para
A) transcrever falas do autor.
B) demarcar transcrição de uma fala.
C) destacar exemplo importante.
D) assinalar uma figura de linguagem.
E) citar frases cristalizadas na língua.
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21. (FUNRIO/IDENE-MG/ANALISTA CONTÁBIL/2008) No fragmento “Ele
acendeu um fogo, esquentamos um pouco junto do fogo, depois me
deitei numa grande rede branca — foi um carinho ao longo de todos os
músculos cansados.”, o travessão está empregado para
A) atribuir novo sentido à palavra já mencionada no texto.
B) realçar uma conclusão que sintetiza o que se vinha dizendo.
C) indicar, nos diálogos, a mudança de interlocutor.
D) ligar termos encadeados em sintagmas nominais.
E) neutralizar o sentido expresso na parte final de um enunciado.
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GABARITO
1. A
2. C
3. E
4. C
5. A
6. C
7. B
8. D
9. C
10. C
11. B
12. D
13. C
14. E
15. A
16. E
17. C
18. E
19. B
20. B
21. B